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Correias Transportadoras I Introdução Características Composição V. J. Garbim

Correias transportadoras - Parte 1

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Correias Transportadoras

I

Introdução Características

Composição

V. J. Garbim

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INTRODUÇÃO

Na antiguidade, todas as formas de transporte de materiais de um lado

para outro, num mesmo terreno ou instalação, se davam por meio de força

humana ou de animais, onde o rendimento do trabalho diminuía a medida que os

homens e os animais cansavam-se.

Depois, aproveitando rodas e roletes montados sobre estruturas

rudimentares, aliviaram-se os esforços, pois os homens ou animais não

precisavam carregar as pesadas cargas, agora só tinham que empurrá-las sobre

os roletes, aumentando o rendimento do trabalho. Assim nasceu o primeiro

equipamento transportador.

A necessidade cada vez maior de transportar maior quantidade de cargas

em tempos cada vez menores deu origem a novas tecnologias de transporte de

curtas distâncias por meio de equipamentos transportadores de materiais e

cargas dos mais diversos tipos, incluindo as Correias Transportadoras, originando

desta forma a necessidade de elementos flexíveis de alta resistência mecânica e

química para atender especificações e exigências dos projetos de engenharia,

obrigando o desenvolvimento de materiais, técnicas e métodos de cálculo de

engenharia a darem subsídios básicos suficientes às indústrias fabricantes de

Correias Transportadoras, de desenvolver tais elementos de máquinas com

segurança e garantia de um perfeito funcionamento.

Nas páginas que seguem, tentaremos mostrar algumas informações e

métodos de cálculos básicos necessários. Porém, muito longe de esgotar o

assunto, pois cada caso é uma nova situação, um novo desafio. Gostaríamos de

mostrar que, embora um equipamento transportador se mostre, aos olhos de

leigos, como máquinas simples ou como se diz popularmente “uma Correia

Transportadora é só uma Correia Transportadora”, por trás deste elemento de

máquina está envolvido uma ciência de alto valor, como a Ciência dos Materiais.

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Deve-se lembrar que, num equipamento transportador, a Correia Transportadora

além de ser a maior peça dinâmica do conjunto, é ainda a mais cara.

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CORREIAS TRANSPORTADORAS O QUE É UMA CORREIA TRANSPORTADORA?

Entende-se por Correias Transportadoras elementos de máquinas típicos,

que tem por finalidade transportar sobre si materiais e cargas de um ponto a

outro, quase sem nenhuma interferência de mão de obra.

CARACTERÍSTICAS DAS CORREIAS TRANSPORTADORAS

As Correias Transportadoras são constituídas de elementos flexíveis

altamente resistentes, sendo normalmente fibras têxteis, naturais ou sintéticas

em conjunto com materiais elastoméricos.

Tecnicamente, divide-se a Correia Transportadora em duas partes, sendo:

Carcaça

Coberturas

A CARCAÇA

A carcaça da Correia Transportadora é a parte em funcionamento

responsável por resistir todas as solicitações de esforços, tensões, flexões, etc,

que submete a mesma.

Normalmente as carcaças são construídas de camadas de fibras têxteis de

engenharia entrelaçadas, e unidas por camadas de borracha (coxim).

Um tecido de engenharia para carcaça de Correias Transportadoras é

composto por dois elementos de construção, chamados de fios (cabos) do

“URDUME”, que é responsável pela estrutura de força, disposto

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longitudinalmente na carcaça, e a “Trama” que faz o entrelaçamento cruzado

com o urdume, dando ao tecido a resistência transversal.

O tecido da carcaça, antes de ser montado para a formação da devida

carcaça recebe um tratamento chamado de “DIPAGEM” (fibras sintéticas) ou

“Espalmação” (fibras naturais), para melhorar a adesividade entre a ligação

(coxim) e proteção contra envelhecimento. Além disso, os tecidos sofrem um

pré-tensionamento, antes de serem montados à Carcaça, para garantir o grau de

esticamento e perfeito alinhamento após a correia pronta e montada no

equipamento transportador.

Depois de tratado e pré-tensionado, o tecido é impregnado de borracha

por fricção em calandras especiais, seguindo para construção ou montagem da

carcaça propriamente dita, onde são colocados um sobre o outro, separados pela

camada de ligação (coxim) e pressionados para uma perfeita aderência.

A quantidade de tecidos, bem como o tipo do mesmo a ser usado na

confecção da carcaça, depende dos esforços e severidade de solicitações a que a

Correia Transportadora estará submetida, que é o objetivo básico deste curso.

TECIDO AMORTECEDOR

Para algumas aplicações de correias transportadoras, é conveniente a

colocação, logo abaixo da camada de cobertura, do lado de transporte, de um

“Tecido Amortecedor”, que tem como finalidade básica melhorar a adesão entre

a carcaça e a cobertura da correia, e também, de proteger a carcaça de possíveis

danos que o material transportado possa provocar ao cair sobre a Correia

Transportadora.

Normalmente, para essa aplicação é usado tecido de nylon, por ser muito

resistente e absorver impacto.

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É indicado o uso do “Tecido Amortecedor” geralmente em correias

transportadoras que irão transportar materiais cuja granulometria é acima de 40

mm, ou quando a altura da queda do material sobre a correia, na alimentação, é

alta. Aconselha-se que a altura da queda na alimentação seja a menor possível.

O tecido amortecedor numa Correia Transportadora não faz parte

integrante da carcaça.

COBERTURA DA CORREIA TRANSPORTADORA

Entende-se como cobertura da Correia Transportadora, uma lâmina de

borracha que reveste a carcaça, sendo a “Cobertura Superior” aquela que entra

em contato direto com o material a ser transportado, e a “Cobertura Inferior”, de

espessura menor, aquela que tem contato direto com os roletes de carga e

tambores de tração e retorno do equipamento transportador.

Diversas são as condições que levam o técnico a especificar a espessura

de camada da Cobertura Superior da Correia Transportadora, entre elas são:

O tipo de material transportado;

Granulometria do material transportado;

Quantidade de material a ser transportado;

Velocidade da Correia Transportadora;

Resistência a cortes e rasgos;

Resistência a abrasão e a umidade;

Resistência a produtos químicos e a temperatura

Resistência a derivados de petróleo;

Resistência a flamabilidade;

Outros.

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Na figura abaixo, mostramos as partes de uma Correia Transportadora: