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Corrosão por Pites Esta é uma forma extrema de ataque localizado que resulta em furos no metal. É uma das formas de corrosão mais destrutivas e perigosas. Ela causa a falha de um equipamento pela perfuração com a perda de apenas uma pequena quantidade de material. É sempre muito difícil de se detectar um pite devido a seu pequeno tamanho e porque ele está sempre coberto por produtos de corrosão. Também é difícil de se estimar, quantitativamente, e comparar a extensão dos pites devido à grande variação em sua profundidade e número que pode ocorrer numa mesma condição. A corrosão por pite é o único tipo de reação anódica. Ela é um processo autocatalítico.Isto é, o processo de corrosão dentro de um pite produz as condições que são tanto estimulantes quanto necessárias para a contínua atividade do pite. Isto está ilustrado esquematicamente na Fig.10. Aqui o metal M está piteado por uma solução de cloreto de sódio aerada. Rápida dissolução ocorre dentro do pite, enquanto a reação de redução do oxigênio ocorre nas áreas adjacentes da superfície. Este processo é auto-estimulado e auto-propagável. A rápida dissolução do metal dentro do pite tende a produzir um excesso de cargas positivas nesta área, resultando na migração de íons cloretos para reestabelecer a eletroneutralidade. Desta forma, se atinge uma alta concentração de cloreto metálico no interior do pite e, como resultado da reação de hidrólise, uma alta concentração de íons hidrogênio. Tanto o íon hidrogênio quanto o cloreto estimulam a dissolução da maioria dos metais e ligas, e todo o processo se acelera com o tempo.

Corrosão por Pites tRABALHO

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Corrosão por PitesEsta é uma forma extrema de ataque localizado que resulta em furos no

metal. É uma das formas de corrosão mais destrutivas e perigosas. Ela causa a falha de um equipamento pela perfuração com a perda de apenas uma pequena quantidade de material. É sempre muito difícil de se detectar um pite devido a seu pequeno tamanho e porque ele está sempre coberto por produtos de corrosão. Também é difícil de se estimar, quantitativamente, e comparar a extensão dos pites devido à grande variação em sua profundidade e número que pode ocorrer numa mesma condição.

A corrosão por pite é o único tipo de reação anódica. Ela é um processo autocatalítico.Isto é, o processo de corrosão dentro de um pite produz as condições que são tanto estimulantes quanto necessárias para a contínua atividade do pite. Isto está ilustrado esquematicamente na Fig.10. Aqui o metal M está piteado por uma solução de cloreto de sódio aerada. Rápida dissolução ocorre dentro do pite, enquanto a reação de redução do oxigênio ocorre nas áreas adjacentes da superfície. Este processo é auto-estimulado e auto-propagável. A rápida dissolução do metal dentro do pite tende a produzir um excesso de cargas positivas nesta área, resultando na migração de íons cloretos para reestabelecer a eletroneutralidade. Desta forma, se atinge uma alta concentração de cloreto metálico no interior do pite e, como resultado da reação de hidrólise, uma alta concentração de íons hidrogênio. Tanto o íon hidrogênio quanto o cloreto estimulam a dissolução da maioria dos metais e ligas, e todo o processo se acelera com o tempo.

CORROSÃO POR PITE EM AÇO INOXIDÁVEL

Prof. Ponte , Dr. Haroldo de Araújo - Curitiba 2011

Corrosão por pite: quando o desgaste se dá de forma muito localizada e de alta intensidade, geralmente com profundidade maior que o diâmetro e bordos angulosos. A corrosão por pite é freqüente em metais formadores de películas protetoras, em geral passivas, que, sob a ação de certos agentes agressivos, são destruídas em pontos localizados, os quais tornam-se ativos, possibilitando corrosão

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muito intensa. Exemplo comum é representado pelos aços inoxidáveis austeníticos em meios que contêm cloretos;

CORROSÃO POR PITES

A corrosão por pites é uma forma de corrosão localizada que consiste na formação de cavidades de pequena extensão e razoável profundidade. Ocorre em determinados pontos da superfície enquanto que o restante pode permanecer praticamente sem ataque.

É um tipo de corrosão muito característica dos materiais metálicos formadores de películas protetoras (passiváveis) e resulta, de modo geral, da atuação da ilha ativa-passiva nos pontos nos quais a camada passiva é rompida.

É um tipo de corrosão de mais difícil acompanhamento quando ocorre no interior de equipamentos e instalações já que o controle da perda de espessura não caracteriza o desgaste verificado.

Nos materiais passiváveis a quebra da passividade ocorre em geral pela ação dos chamados íons halogenetos (Cl-, Br-, I-, F-) e esta dissolução localizada da película gera um área ativa que diante do restante passivado provoca uma corrosão muito intensa e localizada. Uma grandeza importante neste caso é o potencial em que haja a quebra de passividade. Na verdade o que ocorre é a alteração na curva de polarização anódica.

A presença dos íons halogenetos provoca alteração nas curvas de polarização anódica, tornando a quebra da passividade mais provável.

Outro aspecto importante é o mecanismo de formação dos pites já que a falha se inicia em pontos de fragilidade da película passivante (defeitos de formação) e o pH no interior do pite se altera substancialmente no sentido ácido o que dificulta a restituição da passivação inicial. Resulta daí que a pequena área ativa formada diante de uma grande área catódica provoca a corrosão intensa e localizada.

IOPE 2011

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A corrosão por pite é um dos maiores problemas na área de medicina, istoporque o material metálico no corpo humano sofre dissolução química ou reaçãoeletroquímica com uma velocidade significativa. O emprego dos aços inoxidáveis emimplantes ortopédicos continua sendo realizado por duas razões: sua maior resistência mecânica e seu custo mais baixo, quando comparados aos outros materiais não ferrosos[1 -13].

Estudos da literatura [14] têm mostrado que novos aços inoxidáveis aus teníticos contendo teor de nitrogênio da ordem de 0,4 % em peso, apresentam uma melhor aplicabilidade em implantes ortopédicos quando comparados ao aço inoxidável F 138 com 0,029 % de nitrogênio. Villamil et ali[15-16] têm estudado um novo aço inoxidável, o ISO 5832-9, que contém, além de nitrogênio em porcentagem superior à do F 138, teores de nióbio da ordem de 0,3 %. Este aço tem se mostrado muito mais resistente do que os aços convencionais, tanto pelo valor do potencial de pite (Ep) quanto pela ordem de grandeza da sua corrente passiva em meios de NaCl 0,11 mol L-1 a T = 36,5 C [15] e em meio de Na Cl 0,9% a pH igual a 4,0 e temperatura de 40C[16].COTE184 PDF 19/03/2011