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Cortes e Seções Anderson do Nascimento CORTES 1) INTRODUÇÃO O corte é um recurso empregado para representar, com exatidão, detalhes ou perfis não revelados claramente em outras vistas. Em suma, é um recurso utilizado para facilitar a visualização do interior dos objetos. Se fôssemos representar o registro de gaveta (Fig. 1) em vista frontal, com os recursos que conhecemos até agora (linha contínua larga para contornos visíveis e para arestas e linha tracejada estreita para aresta e contornos não visíveis) a interpretação ficaria bastante confusa. Por isso utiliza-se o corte na representação de objetos deste tipo. A figura 1 mostra um registro gaveta e suas representações em corte e vista frontal. (a) (b) (c) (d) Figura 1 – Representação esquemática do corte de válvula gaveta: (a) válvula gaveta (b) vista frontal da válvula gaveta; (c) meio corte da válvula gaveta; (d) vista do corte total da válvula gaveta.

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Cortes e Seções Anderson do Nascimento

CORTES

1) INTRODUÇÃO

O corte é um recurso empregado para representar, com exatidão, detalhes ou perfis não revelados claramente em outras vistas. Em suma, é um recurso utilizado para facilitar a visualização do interior dos objetos.

Se fôssemos representar o registro de gaveta (Fig. 1) em vista frontal, com os recursos que conhecemos até agora (linha contínua larga para contornos visíveis e para arestas e linha tracejada estreita para aresta e contornos não visíveis) a interpretação ficaria bastante confusa. Por isso utiliza-se o corte na representação de objetos deste tipo. A figura 1 mostra um registro gaveta e suas representações em corte e vista frontal.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 1 – Representação esquemática do corte de válvula gaveta: (a) válvula gaveta (b) vista frontal da válvula gaveta; (c) meio corte da válvula gaveta; (d) vista do corte total da válvula gaveta.

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2) TIPOS DE CORTES

2.1) CORTE TOTAL

O plano de corte atravessa totalmente o objeto, mostrando a projeção completa em corte. Estes planos normalmente são longitudinal (vertical ou horizontal) e transversal.

- A linha de corte é indicada por uma linha traço-ponto;

- O sentido da vista é indicado por setas;

- Os planos de corte são indicados por letras maiúsculas.

Os Cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos internos da peça ou elementos que não estejam visíveis na posição em que se encontra o observador. A figura 2 mostra uma peça em corte total.

Figura 2 – Representação de uma peça e de seus cortes:

(a) Peça; (b) vista superior da peça com as posições dos cortes; (c) perspectiva da peça cortada pelo plano AA; (d) representação do corte AA; (e) perspectiva da peça cortada pelo plano BB; (f) representação do corte BB.

2.2) MEIO CORTE

A metade da representação da peça é mostrada em corte, permanecendo a outra metade em vista. Este tipo de corte é muito útil em peças simétricas. A figura 3 mostra uma peça em meio corte.

2.3) CORTE PARCIAL

No corte parcial apenas uma parte da peça é cortada para localizar um detalhe, delimitando-se por uma linha contínua estreita à mão livre ou zigue-zague. As figuras 3 e 4 mostram este tipo de corte.

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Figura 3 – Vista de uma peça em meio corte e em corte parcial

Figura 4 – Vista de uma peça em corte parcial

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2.4) CORTE COMPOSTO

Utilizado para mostrar elementos internos fora de alinhamento, também conhecido como corte em desvio. A figura 5 mostra uma peça em corte composto. A linha de corte é mais espessa nas curvas e nas extremidades.

Figura 5 – Representação do corte composto:

(a) Perspectiva isométrica mostrando o plano de corte composto; (b) vista superior da peça, mostrando a linha de corte AA; (c) representação do corte AA

SEÇÕES

De maneira semelhante ao corte, a seção permite visualizar partes internas de peças. A diferença entre corte e seção é a seguinte: O corte representa tanto a interseção do plano de corte com a peça, como a projeção da parte desta peça situada além do plano de corte. Já a seção, registra somente a interseção do plano de corte com a peça. A figura 7 exemplifica esta diferença mais detalhadamente.

Figura 7 – Representação esquemática da diferença entre corte e seção.

TIPOS DE SEÇÕES

1) SEÇÃO DENTRO DA VISTA

Quando a seção transversal da peça é mostrada superpondo sua vista frontal. Ver figura 8.

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Figura 8 – Representação esquemática de uma seção dentro da vista.

2) SEÇÕES SUCESSIVAS FORA DA VISTA

É usada para mostrar diferentes seções em uma mesma peça. As seções podem ser desenhadas ao lado direito da vista ou na parte inferior, ver figura 9.

(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 9 – Seções sucessivas fora da vista: (a) Representação de uma peça com diferentes seções; (b) peça cortada em perspectiva isométrica; (c) seção fora da vista, na posição inferior; (d) seção fora da vista, à direita.

3) SEÇÃO INTERROMPENDO A VISTA

Quando a seção é desenhada interrompendo a vista frontal da peça. Ver figura 10.

Figura 10 – Representação esquemática de uma seção interrompendo a vista.

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ENCURTAMENTO

Utilizado em peças extensas. Para ser feito um encurtamento a peça sofre

dois corte e a retirada da parte cortada. A figura 11 apresenta um exemplo de encurtamento.

Figura 11 – Representação esquemática de uma peça encurtada.

Em desenho técnico o encurtamento pode ser representado por duas linhas

curvas paralelas ou linhas curvas em zigue-zague (Fig. 12). No caso de haver peças superpostas, toma-se o cuidado de diferenciá-las no ponto de interrupção (Fig. 12 c).

(a)

(b)

(c)

Figura 12 – Representação esquemática de encurtamento: (a) com linhas curvas; (b) com linhas em zigue-zague; (c) para peças superpostas.

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OMISSÃO DE CORTE

Nervuras, orelhas, braços de rodas, eixos, chavetas, parafusos, porcas,

rebites, esferas, não são hachurados quando atingidos longitudinalmente pelo plano

de corte.

Figura 13 – Representação de alguns casos onde há omissão de corte.

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