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1 COSMETOLOGIA AVANÇADA PROGRAMA DE DISCIPLINA COSMETOLOGIA E ESTÉTICA PRÁTICA AVANÇADA PASSO FUNDO - 2015 Carga horária: 20h Professora responsável: IVONE MOSER http://lattes.cnpq.br/6858498164669095 Justificativa da disciplina no Curso A Cosmetologia sempre esteve ligada à evolução da sociedade Humana. É uma ciência que cuida da manutenção da eudermia e embelezamento da pele e seus anexos. A Cosmiatria ou Cosmecêutica é uma nova tendência no Campo da Cosmetologia, faz o elo do tratamento cosmetológico ao de enfermidades cutâneas. Objetivo A disciplina tem por objetivo estudar os conceitos básicos sobre cosméticos e cosmecêuticos, informar sobre as principais matérias-primas e bases dermatológicas utilizadas no desenvolvimento de cosméticos e relacionar a aplicação de cosméticos com a permeação cutânea. Metodologia A metodologia empregada será aulas teóricas expositivas com discussão crítica, além da proposição e análise de problemas específicos, com eventuais apresentações de seminários e estudos dirigidos. Serão discutidas a aplicabilidade e funcionalidade dos produtos utilizados pelos próprios alunos na vivência profissional. E-MAIL: [email protected] FONE:041-99351263 Conteúdo Programático 1. Conceitos gerais Cosmetologia 1.2. Cosméticos 1.3 Cosmecêuticos 1.4. Formas e fórmulas cosméticas 1.4.1 Formas cosméticas: 1.4.2 Fórmulas cosméticas: 1.5 Composições de uma formulação 2. Bases cosmetológicas 2.1 Emulsões.

COSMETOLOGIA AVANÇADA PROGRAMA DE DISCIPLINA COSMETOLOGIA ...isepepos.com.br/isac/arq/materiais/cur_65/tur_9/dis_229/27_07_2015... · FONSECA, ªPRISTA, L.N. Manual de terapêutica

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COSMETOLOGIA AVANÇADA PROGRAMA DE DISCIPLINA

COSMETOLOGIA E ESTÉTICA PRÁTICA AVANÇADA PASSO FUNDO - 2015

Carga horária: 20h Professora responsável: IVONE MOSER http://lattes.cnpq.br/6858498164669095 Justificativa da disciplina no Curso A Cosmetologia sempre esteve ligada à evolução da sociedade Humana. É uma ciência que

cuida da manutenção da eudermia e embelezamento da pele e seus anexos. A Cosmiatria ou Cosmecêutica é uma nova tendência no Campo da Cosmetologia, faz o elo do tratamento cosmetológico ao de enfermidades cutâneas.

Objetivo A disciplina tem por objetivo estudar os conceitos básicos sobre cosméticos e

cosmecêuticos, informar sobre as principais matérias-primas e bases dermatológicas utilizadas no desenvolvimento de cosméticos e relacionar a aplicação de cosméticos com a permeação cutânea.

Metodologia A metodologia empregada será aulas teóricas expositivas com discussão crítica, além da

proposição e análise de problemas específicos, com eventuais apresentações de seminários e estudos dirigidos. Serão discutidas a aplicabilidade e funcionalidade dos produtos utilizados pelos próprios alunos na vivência profissional.

E-MAIL: [email protected] FONE:041-99351263 Conteúdo Programático 1. Conceitos gerais Cosmetologia 1.2. Cosméticos 1.3 Cosmecêuticos 1.4. Formas e fórmulas cosméticas 1.4.1 Formas cosméticas: 1.4.2 Fórmulas cosméticas: 1.5 Composições de uma formulação 2. Bases cosmetológicas 2.1 Emulsões.

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2.2 Gel 2.3 Soluções 2.4 Cremes-gel 2.5 Cremes oil free: 3. Classificação dos cosméticos de acordo com a função. 3.1 Cosméticos de limpeza da pele 3.2 Limpadores sem lipídios 3.3 Cremes de limpeza 3.4 Adstringentes 3.5 Tonificantes propriamente ditos 3.6 Esfoliantes 3.7 Agentes abrasivos 3.8 Máscaras faciais 3.9 Sais de banho 3.10 Óleos para banhos 3.11 Serum e Gomagens 4. Matérias-primas utilizadas no desenvolvimento de cosméticos 4.1 Emolientes 4.2 Hidratantes 4.3 Silicones 5. Fotoproteção solar e bronzeamento 6. Permeação cutânea 7. Ativos cosmecêuticos 7.1 Neurocosméticos 7.2 Ativos para o controle pigmentarem 7.3 Ativos utilizados em celulite 7.4 Ativos antienvelhecimentos 7.5 Ativos multifuncionais 7.6 Peelings BIBLIOGRAFIA BARATA, E.ªA cosmetologia. Lisboa, Escher, 1991. BEZERRA, SV; REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. São Paulo, SENAC, 1996. DRAELOS, Z.K. Cosméticos em dermatologia. Rio de Janeiro, Revinter, 1999. FONSECA, ªPRISTA, L.N. Manual de terapêutica dermatológica e cosmetologia. São Paulo,

Rocca, 1984. HARRIS, M.I.N.C. Pele: estrutura, PROPRIEDADES E ENVELHECIMENTO. São Paulo: SENAC.

2003. HERNANDEZ. M;. Manual de Cosmetologia. 3 Ed.Rio de Janeiro, Revinter, 1999. LEON ARDEU G.R. Cosmetologia aplicada. São Paulo: Medfarma. 2004. MATHEUS, L.G; KUREBAYASHI, ªK. Fotoproteção: a radiação ultravioleta e sua influência na

pele e cabelos. São Paulo: Tecnopress, 2002. PEYREFITEE, G.; MARTINI, M.C; CHIVOT. Cosmetologia, biologia geral, biologia da pele. São

Paulo, Andrei. 1998. PRUNIERAS, M. Manual de cosmetologia dermatológica. 2 Ed. São Paulo. Andrei.1994.

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VIGLIOGLIA, P.A; RUBIN, J. Cosmiatria III. Buenos Aires. Panamericana, 1997. WILKINSON, J.B; MOORE, R.J. Cosmetología de Harry. Madrid. Diaz Santos, 1990. PERIÓDICOS. Cosmectic&Toiletries. São Paulo, tecnopress. International Journal of Cosmetic Science. 1. História e Introdução à Cosmetologia A história da cosmetologia remonta há, pelo menos, 30.000 anos. Os homens da pré-história

classificavam animais e plantas como seguros e nocivos. A humanidade descobriu muito cedo, em sua busca por alimentos, que vários vegetais fazem mal ao organismo. Essa propriedade foi explorada ao se extraírem venenos de animais e plantas e usá-los para caçar e guerrear. Ao mesmo tempo que o homem das cavernas utilizava corantes naturais para tatuagens, ele explorava o veneno de animais e toxinas de plantas para caçar. Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração do corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era, também, uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosas, frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “através da fumaça”.

Aparentemente os egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos em larga escala. Alguns minérios foram usados como sombras de olhos e rouge, assim como usavam extratos vegetais, como a henna. Homens e mulheres usavam maquiagem, que não cumpria apenas funções estéticas, mas higiênicas. As pinturas para os olhos eram de cor verde (malaquita) e negra. Alguns egípcios raspavam completamente o cabelo (para evitar piolhos) e usavam perucas. Óleos e cremes eram aplicados no cabelo e na pele como forma de hidratação num clima seco e quente. A famosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, e incorporou o símbolo da beleza eterna. A maquiagem era empregada em cadáveres, pois se acreditava que, ao ressuscitarem, precisariam estar belos. No sarcófago de Tutankamon (1400 aC) foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na decoração e no tratamento.

Ainda na história da cosmetologia, encontramos a rainha Elizabeth I, que viveu na Inglaterra de 1500. Muitas fragrâncias italianas e francesas eram importadas por ela. Os tratamentos de beleza daquela época também ofereciam riscos: as mulheres aplicavam chumbo branco e mercúrio para obter uma pele pálida. Esses metais eram absorvidos e ocasionavam mortes. O chumbo era misturado ao vinagre para formar uma pasta denominada “cerusa”. Esse metal causava queda de cabelo e explicava a “moda” de testas extensas. O óleo à base de ácido sulfúrico (corrosivo), misturado ao extrato de ruibarbo, era usado como tônico e clareador capilar. Obviamente, também causava queda de cabelo. Batons eram feitos com uma mistura de cochonilha (pequeno inseto) e cera de abelha. Sombras brilhosas eram feitas a partir de pó de pérolas. Vinho tinto, leite de burra, água de chuva e até mesmo urina eram usados como clareadores faciais.

As sardas eram indesejáveis, e um dos remédios para removê-las era a infusão de folhas de sabugueiro com seiva de vidoeiro e enxofre. Tal mistura era aplicada à pele ao luar e removida pela manhã com manteiga fresca. Claras de ovos batidas eram utilizadas como firmadoras da pele. Para combater os efeitos nocivos das pastas de chumbo, máscaras faciais eram feitas à base de raízes de aspargos e leite de cabra e aplicadas com pão morno.

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Os cabelos eram lavados a seco com argila em pó. Eram, então, escovados, para que a oleosidade e a sujeira fossem absorvidas. Os penteados exóticos estavam na moda, e um gel capilar era feito à base de dejetos de andorinhas e sebo de lagartixa.

Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da Medicina, já se encontravam orientações sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do ar puro e da atividade física. Nesta época, século II aC, venerava-se uma deusa da beleza feminina, chamada Vênus de Milo.

Na era Romana, por volta do ano 180 dC, um médico grego chamado Claudius Galen realizou sua própria pesquisa científica na manipulação de produtos cosméticos, iniciando assim a era galênica dos produtos químico-farmacêuticos. Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold cream, baseado em cera de abelha e bórax.

Também nesta época surgiu a alquimia, uma ciência oculta que utilizava formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Também foi nesta época que Ovídio escreveu um livro voltado à beleza da mulher: "Os produtos de beleza para o rosto da mulher”, onde ensina a mulher a cuidar de sua beleza através de receitas caseiras.

Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética, um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza, impondo recatadas vestimentas. Esta época, também chamada de "Idade das Trevas", foi muito repressiva na Europa, onde o uso de cosméticos desapareceu completamente, por isso também é chamada de "500 anos sem um banho".

As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e a ternura", que se incluíam os cosméticos e os perfumes.

Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, percebemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de vida da época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tez suave e delicada.

Miguelangelo também retrata, na Capela Sistina, os anjos, apóstolos, Maria - mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial, cuja beleza é exaltada em sua plenitude. Porém, a falta de higiene persiste e os perfumes são criados para mascarar o odor corporal.

Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, nota-se a crescente evolução dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. Neste período ainda persistiam os costumes de não tomar banho regularmente, o que proporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grande importância para a economia francesa, desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, o grande salto dos perfumes se deu quando Giovanni Maria Farina, em 1725, estabeleceu-se em Colônia, na Alemanha. Lá, ele desenvolveu a famosa “água de colônia".

No final deste século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, trouxeram outro período, no qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora de moda. Este, talvez, tenha sido o período mais negro da história dos cosméticos, principalmente quando o Parlamento Inglês, em 1770, estabeleceu que: "Qualquer mulher... que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos de Sua Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades previstas pela Lei contra a bruxaria... e o casamento será considerado nulo e sem validade."

Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra, Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na França pós Napoleão, os cosméticos retomaram a popularidade.

Tomar banho não era um hábito, pois se acreditava que enfraquecia o organismo. Era necessário usar perfumes para encobrir os odores. Todos os sabões eram perfumados com

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essência de lavanda. Na época da Revolução Francesa, as perucas e os cosméticos estavam na moda entre homens e mulheres. Era muito comum manter o cabelo curto e sujo por baixo da peruca, embora o xampu já tivesse sido inventado. As perucas eram feitas de lã e gordura animal e eram altamente inflamáveis.

Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas para a fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos presenciando o início do mercado de cosméticos e produtos de higiene no mundo.

Nos anos 50, políticas de incentivo trouxeram para o Brasil empresas multinacionais gigantescas, como a americana Avon e a francesa L’Oréal. Essas empresas lançaram novidades como a venda direta e produtos para o público masculino. A maquiagem básica, que se compunha de pó-de-arroz e batom, foi se diversificando e se sofisticando.

Nos anos 90, o tempo entre a aplicação do cosmético e o aparecimento do efeito prometido na bula diminui de 30 dias para menos de 24 horas. Surgem os cosméticos multifuncionais, como batons com protetor solar e hidratantes antienvelhecimento. Neste início do século 21, os alfa-hidroxiácidos, utilizados em cremes para renovar a pele, começam a ser substituídos por enzimas, mais eficazes. Outra tendência é a descoberta de novas matérias-primas contendo várias funções. No momento atual, as pesquisas avançam na direção da manipulação genética para melhorar a estética.

Hoje, a indústria de cosméticos é extremamente importante dentro da economia de grande parte dos países mais desenvolvidos, dentre os quais se inclui o Brasil, contribuindo para a geração de empregos e a redução de desigualdades regionais, através da exploração sustentável de várias espécies do nosso bioma, especialmente na Amazônia. A sociedade vem exigindo a adoção de tecnologias de produção limpas, econômicas e ambientalmente corretas que, por sua vez, requerem um enorme e entusiástico esforço de estudantes, professores, pesquisadores e engenheiros, na Universidade e na Indústria, na busca de ingredientes diferenciados, naturais e competitivos e de processos de formulação inovadores.

Cosmetologia é a ciência que estuda os cosméticos, abrangendo desde a concepção de matérias-primas até a venda e aplicação dos produtos elaborados. É uma atividade multidisciplinar envolvendo conhecimentos de física, química, biologia e algumas áreas humanísticas.

1.1 Definições Cosméticos: são substâncias, misturas ou formulações de aplicação local, fundamentadas

em conceitos científicos, destinados ao cuidado e embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar as funções vitais, causar irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários indesejáveis, atribuídos à sua absorção.

Cosmecêuticos : nos últimos anos surgiram produtos que têm funções mais complexas do que a limpeza ou o embelezamento. Estão sendo chamados pelos fabricantes de cosmecêuticos, dermocosmético, cosmético funcional ou ainda cosmético de desempenho. Tratam-se de formulações de uso pessoal que atuam beneficamente sobre o organismo, causando modificações positivas e duráveis na saúde da pele, mucosas e couro cabeludo. São muitos produtos diferentes, que usam muitas substâncias químicas como matérias-primas: colágeno e elastina, cafeína, nano compósitos de ouro, retinóis, estrógenos e várias outras. Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinóico e α-hidroxiácidos (com finalidade antienvelhecimento).

2. Legislação Brasileira – Órgãos e Entidades Os órgãos e entidades relacionados à área de cosmetologia são:

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Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (www.anvisa.com.br): criada pela lei nº 9.782, de 26/01/1999. Promove a proteção da saúde da população pelo controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, processos, insumos e tecnologias a eles relacionados.

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (www.inmetro.gov.br): criado pela lei nº 5.966, de 11/12/1973. Realiza trabalhos inerentes à metrologia legal; fiscaliza e verifica os produtos na embalagem final.

Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (www.procon.sp.gov.br): criada pela lei nº 8.078, de 11/09/1990. Orienta os consumidores acerca de seus direitos. A lei nº 8.124, de 05/11/1992 obriga os fornecedores a manter amostras sem lacre dos produtos à venda, para exame do consumidor.

A área da cosmetologia é regida por algumas leis básicas que estabelecem normas para nomenclatura, fabricação e comercialização de produtos cosméticos.

Registro de produtos / nomenclatura única para ingredientes – Portaria nº 296, de 16/04/1998 (art. 1º): Para efeito de registro ou de alteração de registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, devem ser adotadas, complementarmente à nomenclatura original, as nomenclaturas mencionadas nos itens seguintes:

1. As substâncias corantes devem estar acompanhadas do número do Color Index correspondente.

2. Os ingredientes de origem vegetal devem estar acompanhados da denominação botânica do Sistema Linné.

3. Para as demais substâncias, deve ser utilizada a nomenclatura do INCI (International Nomenclature Cosmetic Ingredient).

4. No caso de substância não catalogada, deve-se utilizar nomenclatura de referência internacional e o interessado deve apresentar à Secretaria de Vigilância Sanitária a literatura bibliográfica correspondente.

Manual de Boas Práticas de Fabricação – Portaria nº 348, de 18/08/1997: Determina a todos os estabelecimentos produtores de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico – Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Resolução nº 79, de 28/08/2000: Lista conservantes, corantes permitidos, filtros UV permitidos, lista restritiva e lista de substâncias de uso proibido.

Resolução RDC nº 38, de 21/03/2001: Regulamenta produtos cosméticos de uso infantil. RDC nº 48, de 16 de março de 2006: lista as substâncias que não podem estar contidas em

formulações cosméticas, independente da concentração. RDC nº 47, de 16 de março de 2006: traz a relação de filtros solares permitidos em

formulações cosméticas e a concentração máxima de uso permitida para cada uma delas. RDC nº 215, de 25 de julho de 2005: compreende a lista das substancias que estes produtos

podem contar desde que obedeçam a concentração limite e condições impostas pela referida RDC.

3. Classificação Cosmetologia Classifica os produtos cosméticos quanto ao Grau de Risco: Grau I (risco mínimo): Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que se

caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto.

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Grau II (risco potencial): Produtos de higiene pessoal, cosméticos cuja formulação possua indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso.

Exemplo de categorias e grau de risco:

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Também podemos classificar os cosméticos por sua função: * Conservadores e Higiênicos: produtos para manter uma pele eudérmica como, por

exemplo, desodorante; * Decorativos: São aqueles destinados a produzir um efeito decorativo na pele, fazendo

parte deste grupo os produtos de maquilagem de um modo geral: bases de maquilagem, batom, blush, sombras, etc.

* Corretivos e Dermatológicos: são os cosmecêuticos, como exemplo produtos para tratamento de linhas de expressão.

4. Composição dos Cosméticos Qualquer cosmético tem uma composição básica: Tensoativos, Adjuvantes, Quelantes e

Sequestrantes, Excipientes, Veículo, Princípio Ativo. 4.1 Tensoativos Substâncias naturais ou artificiais que podem reduzir a tensão superficial dos líquidos. São

constituídos por uma parte hidrofílica(H) que é um grupo químico solúvel em água de caráter iônico; e por uma parte lipofílica(L) que é um grupo químico solúvel em óleo/gorduras; são cadeias de hidrocarbonetos mais ou menos longas, ou estruturas derivadas, de caráter apolar.

Óleo

Água

Grupo L - apolar

Grupo H - polar

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A primeira substância a ser estudada foi o sabão, produzido através de uma reação de

hidrolise de uma gordura/óleo numa solução básica resultando em glicerol e no sabão , propriamente dito:

Através do estudo da molécula do sabão, estudou-se a síntese de outras moléculas que

tivessem a mesma (ou semelhante) constituição molecular, daí surgiram os tensoativos. 4.1.1 Balanço Hidrofílico-Lipofílico (valor HLB) Os tensoativos também podem ser classificados conforme seu valor HLB, numa escala de 0

(totalmente lipofílico) a 20 (totalmente hidrofílico): É importante conhecer valor HLB, pois deste deriva sua aplicação:

Hidrofílica (H)

Lipofílica (L)

Reação entre uma gordura e NaOH, produzindo sabão e glicerol

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Valor HLB Aplicação 3 – 6 Emulsionantes água/óleo (A/O)

7 – 9 Umectantes 8 – 18 Emulsionantes óleo/água (O/A) 11 – 15 Detergentes 15 – 18 Solventes

4.1.2 Mecanismo de Ação dos Tensoativos Para entender a ação de um tensoativo vamos, primeiramente, analisar a distribuição do

tensoativo numa solução aquosa e o efeito na tensão superficial, através da seguinte representação esquemática.

Um tensoativo, devido à dupla característica de afinidade presente na molécula, tende a se concentrar na interface de um sistema. A molécula com a parte hidrófila orienta-se voltada para água, e a parte hidrófoba orienta-se voltada para o ar ou outra substância que tenha pouca afinidade com a água, como um pigmento. Esta característica de orientação da molécula é a principal diferença dos tensoativos em relação a outros solutos, como os sais inorgânicos que tendem a se distribuir igualmente por toda a solução.

A adição de tensoativos à água tende a saturar todas as interfaces (situações B e C), de modo que a partir de uma concentração denominada Concentração Micelar Crítica (CMC) há a saturação do meio e a formação de micelas (situação D). A micela é a forma que o tensoativo assume para melhorar a estabilidade na solução colocando, voltadas para o mesmo lado, as cadeias hidrófobas; e voltadas para a água, as cadeias hidrófilas.

4.1.3 Tensão Superficial (TS) A tensão superficial pode ser definida como: “A energia necessária para perturbar, distender

ou perfurar uma superfície”. Para entender melhor este conceito, vamos observar o desenho abaixo: Ao observar uma gota de líquido, verificamos que as moléculas no interior da gota estão envolvidas por outras moléculas da mesma substância. As forças intermoleculares estão equilibradas, uma vez que atuam em todas as direções. Entre as moléculas de um fluido existem forças de atração e repulsão, as chamadas forças intermoleculares, como as pontes de hidrogênio. Entretanto, as moléculas presentes na superfície não estão totalmente envolvidas por moléculas da mesma espécie, estão sob efeito de uma força intermolecular resultante, que origina a chamada Tensão Superficial (TS), que pode ser mais bem compreendida se imaginarmos que existe uma película sobre o fluido, assim como a pele sobre o corpo. No gráfico da TS associada à concentração de tensoativo pode-se notar o efeito de redução da TS pela adição deste tipo de produto.

4.1.4 Função dos Tensoativos Os Tensoativos têm diversas funções, tais como: Molhificante ou Umectante: Uma das principais aplicações tensoativas é a umectação ou

promoção da molhabilidade.; aumentar a capacidade de espalhamento de líquidos sobre a

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superfície, tem HLB 7 a 9. Uma forma de entender melhor este conceito é analisar uma gota sobre uma superfície, conforme figura abaixo:A gota da esquerda ilustra uma situação em que há pouca afinidade pelo substrato, isto é, uma situação em que a elevada TS desfavorece a molhabilidade. Na outra gota pode-se notar que a área de contato com o substrato é maior, indicando uma afinidade elevada. Este fato permite concluir que a TS foi substancialmente reduzida. O efeito tensoativo reduz a TS da água, permitindo alcançar a molhabilidade desejada. Portanto, o exemplo poderia estar relacionado com água pura (1ª gota) e aditivada com tensoativo (2ª gota).

Emulsificador: Facilita a formação de emulsões. Emulsões óleo/água (O/A) o emulsificador deve ter caráter hidrofílico (HLB 8 – 18), mas se a emulsão for água/óleo (A/O) o emulsificador deve ser lipofílico (HLB 3 – 6);

Detergentes: São tensoativos que têm a propriedade de umectação, remoção e dispersão da sujeira e de emulsificador de gorduras. A ação do detergente é regulada pelo seu valor HLB (11 – 15), por exemplo: HLB baixo: maior capacidade de umectação, HLB alto: maior capacidade de emulsionar gorduras na água e menor capacidade de umectação;

Solventes: Facilitam a coloração de partículas em suspensão; Antisséptico: Agem sobre membrana plasmática bacteriana; Mussificantes: Facilitam a difusão de gás em líquido. 4.1.5 Classificação dos Tensoativos De acordo com a característica da parte hidrófila dos tensoativos, podemos dividi-los em

classes: - Tensoativos catiônicos (substância cátion ativa): tem grupo químico carregado positivo. Os

grupos mais comuns são os grupos amínicos (frequentemente encontrados nos amaciantes); - Tensoativos aniônicos (substância ânion ativa): tem grupo químico carregado negativo.

Seus radicais mais comuns são os grupos carboxílicos, sulfônicos e sulfatos (frequentemente encontrados nos detergentes, umectantes, dispersantes e emulsionantes).

- Tensoativos não iônicos: não se ionizam, logo não possuem carga, podendo ser usados juntamente com os aniônicos e catiônicos.

- Tensoativos anfóteros: doador de viscosidade e baixa irritabilidade para a pele, podendo ser utilizado em combinação com outros tensoativos aniônicos, não iônicos e catiônicos, dependendo do pH do meio.

Qualquer que seja a classificação, o efeito que se observa é o de conciliação entre compostos sem afinidade, quer sejam líquidos imiscíveis, sólidos e líquidos, quer sejam líquidos e gases, ou gases e sólidos.

4.2 Adjuvantes No século 21, as funções e a funcionalidade dos adjuvantes devem ser interpretadas de

acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. Os adjuvantes ou coadjuvantes são componentes ou excipientes que são adicionados aos cosméticos para aumentar a eficiência do produto ou modificar determinadas propriedades da solução, visando facilitar a aplicação ou minimizar possíveis problemas. Os adjuvantes são divididos em dois grupos:

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Surfactantes: os modificadores das propriedades de superfície dos líquidos; espalhante, umectante, detergentes, dispersantes e aderentes, entre outros.

Aditivos: óleo mineral ou vegetal, sulfato de amônio e uréia, entre outros, que afetam a absorção devido sua ação direta sobre a cutícula.

Abaixo, exemplo dos principais adjuvantes utilizados em cosméticos:

Adjuvante Função Exemplo

Antioxidante Protege de microorganismos, de ação catalística de metais ou químicas indesejáveis

Ac. Ascórbico – Vit. C Tocoferol – Vit E Ac. Sórbico

Conservante

Aumenta a vida útil dos produtos, impedindo o desenvolvimento de bactérias, fungos, leveduras e mofos, que podem causar doenças ou, simplesmente, prejudicar o bom aspecto do produto final.

BHT – Butil hidrox tolueno BHA – Butil hidrox anisol Ac. Gálico Nipagin Nipazol

Antissépticos

Refere-se a tudo o que for utilizado no sentido de degradar ou inibir a proliferação de microorganismos presentes na superfície da pele e mucosas. São substâncias usadas para desinfectar ferimentos, evitando ou reduzindo o risco de infecção por ação de bactérias ou germes.

Ac. Salicílico Ac. Benzóico Álcool Etílico Parabenos Óleos essenciais

Corante natural

Substâncias que podem ser tanto orgânicas como inorgânicas. São elas que dão cor ao cosmético.

Urucum – amarelo Cúrcuma – amarelo Açafrão – amarelo Caroteno – alaranjado Henna – marrom avermelhado Clorofila- verde Indigotina –azul Carvão vegetal – preto Orcinol - vermelho

Corante animal Ac. Carmínico – vermelho Nácar – escamas de peixes

Corante mineral

Talco – amarelo / marrom Caolim – amarelo / marrom Óxidos de ferro – amarelo / marrom Argilas – marrom / cinza

Corante sintético

Eosina – vermelho Eritrosina – vermelho Verde de malaquida - Azul de metileno

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Fungicidas É um pesticida que destrói ou inibe a

ação dos fungos Ac. Deídracético Ac. Undecilênico

Umectantes

Substância com grande capacidade de retenção de água. Mantém a umidade do produto e retarda o ressecamento.

Glicerol, propilenoglicol, etilenoglicol, sorbitol

Estabilizantes

Substâncias que aumentam a viscosidade do produto.

Goma adragante, gelatina, silicatos, bentonita

Emulsionantes

Substâncias que facilitam a emulsão e contribuem para estabilidade físico-química da fórmula.

Talco Base de lanolina

4.2.1 Surfactantes São substâncias que afetam as propriedades de superfície dos líquidos, proporcionando

ajustamento mais íntimo de duas substâncias. Segundo Fleck (1993), os surfactantes podem afetar a eficiência dos cosméticos das seguintes formas:

• Aumentam a retenção da aspersão onde as superfícies vegetais sejam de pronta molhabilidade.

• Aumentam a retenção da aspersão em locais chaves favoráveis à penetração ou subsequente dano.

• Aumentam a penetração por aumentar a área de contato com a pele, através de maior espalhamento.

Aumentam o período de penetração por atuar como umectante, mantendo as gotículas de aspersão indefinidamente úmidas.

• Aumentam a entrada direta por diminuir a tensão superficial da solução de aspersão. • Facilitam o movimento ao longo das paredes celulares após a entrada para o interior da

pele, por diminuir as tensões interfaciais. • Causam desnaturação e precipitação de proteínas e inativação de enzimas. Os surfactantes são classificados de acordo com suas principais propriedades em: Espalhantes: são substâncias que diminuem a tensão superficial reduzindo o ângulo de

contato destas com a superfície da pele. Estes produtos proporcionam o espalhamento completo do cosmético sobre a superfície tratada, aumentando a absorção do princípio ativo.

Molhantes (umectantes): são substâncias que retardam a evaporação da água, fazendo com que o cosmético permaneça mais tempo na superfície tratada, aumentando a absorção do produto aplicado. Estes produtos são importantes, principalmente em condições de baixa umidade relativa do ar e elevada temperatura.

Aderentes: são substâncias que aumentam a aderência dos líquidos ou sólidos à superfície da pele. Estes apresentam afinidade com a água. O aumento da aderência diminui o escorrimento e faz com que o cosmético permaneça na superfície da pele.

Emulsificantes: são substâncias com atividade sobre a superfície do líquido, promovendo a suspensão de um líquido em outro. Estes produtos reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis, proporcionando a formação de uma emulsão de um líquido em outro, como, por exemplo, óleo em água, através da combinação de grupos polares com apolares dos mesmos. Os emulsificantes também podem possuir atividade espalhante, adesiva e umectante.

Dispersantes: são substâncias que evitam a aglomeração das partículas através da redução das forças de coesão entre as mesmas, fazendo com que as suspensões mantenham-se estáveis

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por certo tempo. São muito importantes para manter estáveis as formulações de pós-molháveis, evitando que as partículas sólidas se aglomerem e precipitem.

Detergentes: são substâncias com capacidade de remover sujeira da superfície da pele, aumentando o contato do cosmético com a superfície alvo. Os detergentes também podem possuir atividade espalhante, emulsificante e umectante.

4.2.2 Aditivos São substâncias que aumentam a absorção dos herbicidas devido a sua ação direta sobre a

pele. Os principais aditivos são: • Óleos: os óleos minerais ou vegetais agem dissolvendo a gordura, eliminando a barreira

que diminui a absorção dos princípios ativos e provocam o extravasamento do conteúdo da célula. Dessa forma, constata-se que os óleos podem aumentar a absorção. Os óleos usados são originados do petróleo (óleo mineral) e de vegetais (óleo vegetal).

Sulfato de amônio: é um composto nitrogenado que quando dissociado forma íons de sulfato e amônio. O íon sulfato reage com íons presentes na água, imobilizando-os e impedindo que estes reajam com a molécula do cosmético e o íon amônio tem ação sobre a pele, rompendo ligações e abrindo caminho para absorção do princípio ativo.

Uréia: é um composto nitrogenado com ação sobre a pele, rompendo ligações e abrindo caminho para absorção do princípio ativo.

4.3 Quelantes e Sequestrantes São compostos que têm a propriedade de sequestrar íons metálicos polivalentes (cálcio,

ferro, etc.) formando duas ou mais ligações coordenadas, ou uma combinação de ligações coordenada e iônica. Esses íons são removidos da solução em que se encontram e ligados a uma estrutura cíclica, cuja estabilidade é notável.

Por exemplo, esse tipo de substância é importante em formulações de xampus, para evitar

que o íon cálcio interfira na produção de espuma. Alguns quelantes são compostos importantes para a vida na Terra, como a hemoglobina e a

clorofila. A clorofila, molécula que sustenta a vida na Terra, por ser responsável pela absorção dos

fótons da luz solar nas plantas verdes, é um quelato de Mg (magnésio). A hemoglobina, substância fundamental à nossa vida, por ser responsável pelo transporte de

oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2) em nosso corpo, é um quelato de Fe (ferro). 4.4 Excipientes Substâncias geralmente inertes, adicionadas a uma prescrição, ou seja, que têm pouco ou

nenhum valor terapêutico, mas são necessárias para garantir uma consistência satisfatória para a

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formulação. Estas incluem aglutinantes, matrizes, bases ou diluentes. Exemplos: talco farmacêutico, amido, lactose.

Suas funções básicas são de otimizar a estabilidade, modular ou incrementar a biodisponibilidade e otimizar o processo de manufatura.

4.5 Veículo São preparações cosmetológicas que visam modular a distribuição uniforme dos p.a.

(princípio ativo) incorporados aos cosméticos sobre as células alvo, acelerando a rapidez de penetração e a localização destes nos espaços intercelulares e intracelulares.

A escolha de um veículo para preparação de produtos cosméticos deve ser feita em prol da estabilidade da formulação e das características da pele ou local de aplicação.

As principais são: suspensões, soluções, emulsão, sérum, gel, gel-creme, creme, pomada, microesferas, lipossomas, entre outros.

4.5.1 Veículo: Solução Soluções, entre as quais se encontram as alcoólicas, mesmo não sendo as principais

formulações utilizadas em cosméticos têm algumas vantagens, como de permanecerem fisicamente estáveis e serem de fácil preparo.

Substâncias solubilizadas se apresentam transparentes ou translúcidas. Podem ser solubilizadas em água, sistemas água/álcool, óleo ou em soluções de tensoativos. Exemplo são as soluções aquosas, tônicos.

Solução aquosa ou hidro-alcoólica: possui água como veículo e pode conter álcool etílico e outros glicóis, como propilenoglicol, glicerina e sorbitol. É a base das loções tônicas faciais e capilares, loções pós barbear.

Tônicos: são soluções que contêm atributos de refrescância e agentes promotores de circulação. Geralmente são soluções transparentes de baixa viscosidade.

Soluções de tensoativos: são misturas de tensoativos com propriedades de limpeza, condicionamento, gerar espuma, conferir viscosidade e reduzir a irritação da pele. Exemplos são os xampus, sabonetes líquidos, banhos de espuma, loções higienizantes, condicionadores transparentes para os cabelos.

4.5.2 Veículo: Suspensão São formas farmacêuticas com um sistema bifásico, heterogêneo, no qual uma fase interna

consiste de partículas sólidas insolúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível com a pele, geralmente água. Para não ocorrer separação de fases pode ser usado tensoativos ou hidrocolóides que estabilizam a suspensão.

Do ponto de vista galênico, interessa obter suspensões que não depositem rapidamente e que se possam reconstituir com facilidade por agitação. Interessa ainda que a redispersão operada por agitação origine um produto de aspecto homogêneo, em que não se observe a presença de quaisquer aglomerados de partículas.

Os principais aspectos teóricos, que devem ser considerados na preparação racional de suspensões, são os seguintes: flutuação das partículas suspensas, velocidade de sedimentação e forma de sedimentação.

Agentes suspensores empregados normalmente são derivados da celulose, alginatos, líquidos viscosos, argilas, etc. As suspensões devem ser agitadas antes do uso.

São exemplos de suspensões: os géis obtidos com o uso de espessantes poliméricos, creme esfoliante e xampus com bases perolizante e ativos anticaspa.

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4.5.3 Veículo: Emulsão São dispersões onde a fase dispersa é composta por gotículas de um líquido, distribuídas em

outro, no qual são imiscíveis graças à presença de tensoativos ou emulsificantes que tornam miscíveis ambos os líquidos, como por exemplo, água e óleo. A fase dispersa também pode ser denominada de fase interna e a fase dispersante de fase externa. Dependendo da sua consistência as emulsões são popularmente conhecidas como loções (mais fluidas) e cremes (mais consistentes).

4.5.3.1 Tipo de Emulsão Podem ser: O/A: Óleo em Água: Composta de muita água e um pouco de óleo. Essas fórmulas evaporam

se expostas ao ar. São também chamadas de “evanescentes”, desaparecem ao serem passadas na pele.

A/O – Água em Óleo: Composta de muito óleo e pouca água.

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São largamente empregados pela indústria cosmética pelo fato de ser o veículo ideal para introdução de substâncias ativas na pele, porque suas propriedades são semelhantes às da pele. Apesar dos tensoativos proporcionarem a mistura das duas fases – aquosa e oleosa pela redução da tensão interfacial entre ambos os líquidos, as emulsões não deixam de ser sistemas heterogêneos e termodinamicamente instáveis, que podem se desestabilizar através da separação das fases. Enquanto as emulsões apresentarem aspecto homogêneo, pode-se considerar que estão dentro do prazo de validade.Fatores que podem acelerar a desestabilização de emulsões:

– hidrólise de tensoativos em valores extremos de pH; – destruição microbiana de seus componentes; – processos fotoquímicos; – eletrólitos; – temperatura (baixa ou elevada); – perda de água devido ao calor, má armazenagem ou uso de embalagem não apropriada. Este fato pode levar à inversão das fases da emulsão. Meios empregados para melhorar a estabilidade das emulsões: – aumento da viscosidade; – redução do tamanho das gotículas da fase interna.

A. Dois líquidos imiscíveis separados em duas fases (I : água e II : óleo). B. Emulsão da fase II dispersa na fase I.

C. A emulsão instável, progressivamente retorna ao seu estado inicial de fases separadas.

D. O surfactante se posiciona na interface entre as fases I e II,

estabilizando a emulsão

4.5.4 Veículo: Sérum Faz uma alusão ao soro sanguíneo, líquido rico em nutrientes, com

perfeita compatibilidade com nosso organismo. É um veículo extremamente leve, conseguindo assim carregar

concentração maior de princípios ativos. Por ter sua textura fluída facilita a penetração na pele.

4.5.5 Veículos: Gel

Sistema semissólido c/ característica coloidal, aspecto gelatinoso, formado por dispersão de partículas pequenas num veículo líquido, que não sedimenta, apresentando-se como uma suspensão estável. Sua forma cosmética é viscosa, mucilaginosa, transparente ou não, que, ao secar, deixa uma película invisível sobre a pele. Quanto menores os tamanhos das partículas, mais transparentes são as soluções aquosas.

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Em cosmética decorativa, dão forma a rimeis incolores e sombras. Por não conter material graxo, os géis são indicados para peles lipídicas. Exemplos são os

géis hidratantes para pele oleosa, géis protetores solares, géis esfoliantes para a pele, géis fixadores e modeladores para os cabelos, géis para banho, xampus géis, etc.

Substâncias que formam o gel: polímeros, que quando dispersos em meio aquoso doam viscosidade à preparação:

– substâncias naturais: goma adraganta, pectina. – substâncias semissintéticas ou sintéticas: carbômeros (934, 940, 960 e ultrez),

hidroxietilcelulose (HEC), carboximetilcelulose (CMC). Carbômeros: polímeros do ácido acrílico de elevado peso molecular (PM) e c/ ligações

cruzadas. O seu poder espessante, após a dispersão em água, eleva-se com a adição de base orgânica (TEA) ou inorgânica (NaOH), pois os grupos ácidos da cadeia polimérica são convertidos em sua forma de sal aumentando a eficiência como espessante (a estrutura polimérica torna-se estendida).

HEC ou Natrosol®: quando dispersa em água, a HEC forma gel denominado de não iônico. Este tipo de gel apresenta boa compatibilidade com a maior parte das substâncias ativas, inclusive com os ácidos (glicólico, fítico) que devido ao seu pH é incompatível com o gel de carbômero (Carbopol®) ou gel iônico (resultado da sua neutralização até pH 6,5 – 7,5).

Aos géis devem ser acrescentados umectantes para evitar o seu ressecamento, além de conservantes compatíveis e eficazes por causa da alta suscetibilidade à contaminação microbiana (elevada porcentagem de água).

4.5.5.1- Composição Básica: - Polímeros (agentes gelificantes). - Solvente (água, álcool). - Aditivos estabilizantes (conservantes, antioxidantes, quelantes - Mantedor da umidade (glicerina, sorbitol, propilenoglicol). 4.5.5.2- Agentes gelificantes: São partículas sólidas que estão unidas por pontos de adesão. Na presença de um solvente (água), estas partículas tomam uma estrutura tridimensional e

flexível. Pertencem ao grupo de agentes espessantes que aumentam a viscosidade da fase dispersa.

São consideradas substâncias poliméricas: * Celulose e derivados: - Carboximetilcelulose (aniônica). - Hidroxietilcelulose (não iônica) * Gomas - Goma guar (não iônica) - Goma xantana (aniônica) - Geralmente as gomas são utilizadas como agentes espessantes - Geralmente são compatíveis com ácidos. * Polímeros sintéticos Carboxivinílicos (carbopol). Acrilato C10-20 (Pemulen).

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4.5.5.3- Tipos de géis: * Aquosos (hidrogéis): São os mais utilizados. Podem ser transparentes ou opacos, conforme

o ativo incorporado. * Hidroalcóolicos: São utilizados quando se tem princípios ativos que se solubilizam bem no

álcool, em formulações anti-sépticas (gel sanitizante). Geralmente são géis menos viscosos do que os aquosos.

* Oleosos: São mais raros quanto à aplicação dos produtos. São chamados de géis hidrófobos ou lipogéis. Formados por vaselina liquida, óleos graxos e 2-5% de lipogelificantes (derivados de sílicas e da bentonita lipofílicas, estearatos de magnésio.

4.5.6 Veículos: Mousse Emulsão bifásica, em que a fase interna é o ar ou outro gás, e a externa é um sólido ou

líquido. Envasada sob pressão produz espuma quando a válvula é acionada. 4.5.7 Veículos: Gel-Creme Possui um alto teor de agente gelificante e baixo teor na fase oleosa, geralmente o suficiente

para opacificar o meio. Pode veicular ativos lipo ou hidrossolúveis. O mercado faz distinção entre um gel-creme e um creme-gel, que são direcionados

geralmente como hidratantes para pele oleosa. Ambos os produtos possuem a fase aquosa espessada por um polímero orgânico hidrossolúvel. No entanto, um creme-gel possui uma fase oleosa constituída de derivados graxos, que são emulsionados na fase aquosa espessada. Um gel-creme, geralmente possui uma fase de silicone dispersa na fase aquosa espessada onde apenas foi dado um esbranquiçamento ao gel.

4.5.8 Veículos: Creme São emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas de uma fase aquosa e uma fase

oleosa líquida, que foram homogeneizadas através da utilização de um terceiro componente que possui afinidade por ambas as fases (tensoativo).

Sua aparência geralmente é branca devido ao maior tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos são os cremes hidratantes, anti-aging, nutritivos, desodorantes, condicionadores para os cabelos, etc.

De acordo com as substâncias utilizadas em sua formulação, destina-se à:

- Limpeza;

- Hidratação;

- Nutrição. Os cremes de limpeza têm aspecto leitoso, resultante da dispersão de 2 fases não miscíveis

entre si na presença de uma agente tensoativo, cujo papel é facilitar a formação e a estabilização do sistema disperso. Age retirando as impurezas e a maquiagem, ao formar um filme emoliente que deixa a pele com textura macia e suave.

4.5.9- Veículo: Óleo É uma mistura de matérias-primas lipídicas (oleosas). Ex: óleos de banho ou de massagem. O óleo demaquilante geralmente é constituído por óleo mineral ou ésteres de ácidos

graxos. É indicado para pele sensível e desidratada (limpeza muito suave).

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4.5.10 – Veículo: Microesferas São partículas esféricas micronizadas e semitransparentes. Possuem propriedades de inércia

química e física, invisibilidade, melhora na aplicabilidade do produto, insolúvel, não poroso, toque sedoso, preenche a pele de forma uniforme e proporciona uma sensação de leveza.

Aplicações: . Atuam como aditivos nas formulações de cosméticos, ou seja, agentes que melhoram a

textura dos materiais. . Substituem aditivos “premium”com toque igual ou melhor. Podem ser utilizados em

batons, sombras, blushes, entre outros. As Microesferas de Polietilenoglicol são grânulos de poliamida brancos, de diferentes

tamanhos, com propriedades de esfoliação (remove células mortas da superfície da pele) e de limpeza.

4.5.11- Veículo: Nanospheras São nano partículas, ou seja, estruturas poliméricas inertes, que são capazes de armazenar

em seu interior ou fixar em sua superfície os mais diversos ativos. Estes nano reservatórios armazenam homogeneamente o princípio ativo no interior da matriz polimérica. Desta forma obtém-se um sistema monolítico, onde não é possível identificar um núcleo diferenciado; liberando assim o princípio ativo nele contido de modo gradativo e uniforme, cronologicamente determinado, colocando-os à disposição do tecido cutâneo.

Previne ainda superconcentrações e potencializa a ação desejada. Exemplos: Nanospheras de Vitamina C - tem ação de recuperar a elasticidade e firmeza da pele,

promove uniformidade no relevo cutâneo, reduz síntese de melanina e tempo de cicatrização, melhora hidratação, possui ação antioxidante importante contra radicais livres.

Nanospheras de Vitamina E - protege as células dos radicais livres que provocam a peroxidação dos ácidos graxos polinsaturados das membranas celulares responsáveis pelo envelhecimento cutâneo. Apresenta uma ação anti-inflamatória, inibindo a formação de eritemas. A vitamina E previne a perda da elasticidade cutânea e a desidratação dos tecidos, pois aumenta a capacidade dos tecidos em reter água.

Nanospheras de Vitamina A - estimula a produção de enzimas, a atividade mitótica, a

proliferação celular, a formação de colágeno e de queratina. Ela aumenta a elasticidade da pele, auxilia na cicatrização e previne a formação de rugas e linhas.

4.5.12 – Veículo: Lipossomos São vesículas globulares microscópicas formadas por moléculas anfifílicas (geralmente

fosfolipídios), que se organizam em forma de uma camada dupla ou de várias camadas duplas. Essas vesículas são capazes de veicular substância hidrofílicas, anfifílicas ou lipofílicas e apresentam a capacidade de interagir com os lipídios da pele humana, quando aplicados topicamente, liberando as substâncias que transportam.

Nanospheras

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As vesículas multilamelares (c/ várias camadas duplas) tendem a liberar a substância que carregam de modo mais prolongado que as vesículas unilamelares (uma camada dupla).

Os lipossomas são formados espontaneamente após a dispersão de fosfolipídios em meio

aquoso (por exemplo, fosfatidilcolina – lecitina de ovo ou de soja), dando origem a vesículas de tamanhos variados desde micrômetros a nanômetros.

Os lipídeos da membrana lipossoma desempenham um papel importante na reconstituição

do filme hidrolipídico da superfície cutânea, melhorando a fluidez da membrana dos corneócitos e assegurando a integridade do estrato córneo. O maior interesse nos lipossomas é que estes alcançam as camadas mais profundas da epiderme. onde libera seu conteúdo diretamente na camada basal, onde se funde com a membrana celular.

As vesículas de lipossomas devem ser evitadas em formas cosméticas como as emulsões e preparações alcoólicas para não comprometer a sua estabilidade. Nas emulsões, os tensoativos presentes podem desordenar os fosfolipídios ocasionando a ruptura dos lipossomas, enquanto que o álcool pode solubilizar as camadas lipídicas dos lipossomas.

Lipossomas unilamelar e multilamelar

arranjo molecular da dupla camada e vesícula lipossoma

unilamelar

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4.6 Neurocosméticos Do cérebro e da medula espinhal partem nervos, que se ramificam como os galhos de uma

árvore e se dirigem a todos os pontos do organismo, incluindo a pele. Na pele, filetes nervosos chegam à derme, aos vasos e à epiderme.

As mensagens entre o sistema nervoso e a pele se dão por meio de substâncias químicas, os neuropeptídios, que levam o código dos pensamentos ocorridos na mente para a pele.

Em sentido inverso, a pele envia ao cérebro suas mensagens por meio de mediadores químicos produzidos por suas células, que viajam até o sistema nervoso central pelo sangue ou pelos nervos, lá gerando pensamentos. .

A comunicação entre mente, sistema nervoso e pele são constantes e imediatos, provocando alterações muito sutis, na maioria das vezes invisíveis e não percebidas pelas pessoas, como as alterações na produção do suor.

Pensamentos de tensão agem sobre o sistema nervoso central, o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino, levando à produção de substâncias mensageiras de estresse.

Na pele, receptores especializados percebem estímulos produzidos nas suas células e os transmite por meio de fibras nervosas até os gânglios e a medula espinhal, de onde são levados, por feixes nervosos, até o tálamo. Este os envia aos centros corticais superiores encarregados de processar as informações cognitivas.

Por nervos descendentes a informação sensorial é transportada através da medula espinhal

até os órgãos periféricos, que são acionados autonomamente. Os resultados finais são respostas como sudação, rubor, palidez, produção de gordura e outras.

4.6.1 Comunicação pele-sistema nervoso Do cérebro e da medula espinhal partem nervos, que se ramificam como os galhos de uma

árvore e se dirigem a todos os pontos do organismo, incluindo a pele. Na pele, filetes nervosos chegam à derme, aos vasos e à epiderme.

As mensagens entre o sistema nervoso e a pele se dão por meio de substâncias químicas, os neuropeptídios, que levam o código dos pensamentos ocorridos na mente para a pele.

Em sentido inverso, a pele envia ao cérebro suas mensagens por meio de mediadores químicos produzidos por suas células, que viajam até o sistema nervoso central pelo sangue ou pelos nervos, lá gerando pensamentos.

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A comunicação entre mente, sistema nervoso e pele são constantes e imediatos, provocando alterações muito sutis, na maioria das vezes invisíveis e não percebidas pelas pessoas, como as alterações na produção do suor.

Pensamentos de tensão agem sobre o sistema nervoso central, o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino, levando à produção de substâncias mensageiras de estresse.

Na pele, receptores especializados percebem estímulos produzidos nas suas células e os transmite por meio de fibras nervosas até os gânglios e a medula espinhal, de onde são levados, por feixes nervosos, até o tálamo. Este os envia aos centros corticais superiores encarregados de processar as informações cognitivas.

Por nervos descendentes a informação sensorial é transportada através da medula espinhal até os órgãos periféricos, que são acionados autonomamente. Os resultados finais são respostas como sudação, rubor, palidez, produção de gordura e outras.

4.6.2 Mensageiros químicos na pele Substâncias caracterizadas como neurotransmissor, neuropeptídios e neurônios, cuja

secreção é regulada por estímulos diversos, inclusive por processos mentais, têm sido identificados na pele.

Cada uma tem diferentes efeitos e, em conjunto, seus efeitos se alteram a cada instante. Substância P, somatostatina, peptídeo intestinal vasoativo (VIP), neuropeptídios Y, neurocinina A, galanina, dinorfina, endorfinas, peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) são alguns dos mensageiros químicos observados na pele.

Entre elas, a substância P tem definido papel na provocação ou na manutenção das lesões de psoríase e está provavelmente envolvida na ligação entre o estresse e a psoríase.

Hoje, sabe-se que o estresse pode provocar coceira, exacerbar doenças inflamatórias, retardar a cicatrização de feridas e levar à inflamação neurogênica.

Uma experiência levada a efeito por Eva Milena J. Peters e colaboradores, Universidade Charité, de Berlim, mostrou como a inervação da pele se modifica sob estresse. Os pesquisadores submeteram um grupo de ratos a estresse por produção de um som na frequência de 300 hertz, em intervalos regulares quatro vezes por minuto. Esse grupo foi comparado a outro, que não recebeu o som estressante.

Foi verificado, nos ratos estressados, aumento, na derme, do número de fibras nervosas, sob a forma de terminações livres ou inervando vasos sanguíneos. Também foi observado maior número de contatos entre fibras nervosas e mastócitos, além de outras características indicativas de dano à pele.

Os autores concluem que a exposição ao estresse leva a um "estado de alerta" da pele com exaltação da capacidade de resposta do sistema imunitário local. Este fato é potencialmente benéfico no indivíduo sadio, mas agrava estado doentio da pele nos quais a inflamação neurogênica tem papel significativo.

Essa demonstração tem importante consequência para a terapêutica de certas dermatoses, aquelas consideradas psicossomáticas, e aquelas cujo curso é influenciado pelo estresse. Se há alterações da distribuição e do funcionamento dos nervos da pele, o tratamento tem que levar em consideração esse fato, porque ele faz parte do quadro clínico.

Não é mais o caso de considerar-se que o estresse é ruim, mas não é preciso fazer nada contra ele ou, no máximo, prescrever um calmante. É preciso realmente interferir nas elaborações mentais e dar apoio para a criação de pensamentos que suprimam estas reações e a produção de neuromediadores inflamatórios.

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Como se sabe da observação clínica, muitos pacientes obtêm melhora simplesmente quando se desligam das preocupações. Com os novos dados, que vêm surgindo das pesquisas, pode-se admitir que recursos psicológicos e outros, que simplesmente promovam o relaxamento e a tranquilidade, têm efetiva ação na diminuição da inflamação neurogênica e na degranulação dos mastócitos e, portanto, na facilitação da cura de dermatoses agudas ou no controle de dermatoses crônicas, como a psoríase e a dermatite atópica.

4.6.3 Cosmética As mais recentes pesquisas na área cosmética demonstraram o papel das endorfinas na

vitalidade da pele. Conhecidas como “Hormônio da felicidade”, trata-se de moléculas produzidas pela hipófise

e hipotálamo, cuja ação está relacionada com a modulação do humor, com a analgesia endógena, com a melhora da performance geral do organismo e com a sensação de bem-estar. A produção de endorfinas ocorre mediante estímulos endógenos ou exógenos. Destes últimos, os mais conhecidos são a ingestão de chocolate, a prática de exercícios físicos e a exposição ao sol.

São muito comuns os comentários de que uma pessoa feliz apresenta boa aparência, pele viçosa e radiante. E esse fato é um dos fundamentos que levaram a pesquisa sobre o papel das endorfinas na pele. Os resultados de estudos recentes sobre este assunto são surpreendentes e podem ajudar a explicar porque a pele fica tão bonita quando estamos felizes: a pele tem receptores para as endorfinas, chamados receptores opióides. As endorfinas interagem com esses receptores e exercem importantes efeitos, sendo capazes de estimular a proliferação de fibroblastos, promoverem a migração de queratinócitos e acalmar a pele, melhorando a sua aparência como um todo.

As pesquisas sobre o papel das endorfinas na pele estimularam o surgimento de um novo conceito, uma nova tendência na dermatologia e cosmetologia: a neurocosmético.

A neurocosmético é a evolução da era cosmética sensorial. Ela é baseada na aplicação de substâncias que atuam no organismo de forma semelhante aos neuromediadores endógenos, exercendo efeitos benéficos para a saúde e beleza da pele e anexos epidérmicos como cabelos e unhas.

A neurocosmético explora os aspectos fisiológicos da felicidade, ou seja, pesquisa e busca mimetizar os efeitos positivos que o estado de felicidade e bem-estar causam na pele e estruturas relacionadas.

Conhecidos os efeitos benéficos das endorfinas sobre a pele, logo se imaginariam as aplicações que essas substâncias podem ter em produtos dermocosmetológicos. Porém, as legislações sanitárias européias e brasileiras não permitem o emprego de hormônios em cosméticos e, dessa forma, a aplicação de endorfinas neste tipo de produto torna-se inviável.

Como se sabe, a pele é ricamente inervada. Portanto as fibras nervosas estão intimamente relacionadas com as células cutâneas (queratinócitos, células imunes, fibroblastos, adipócitos, etc.), contribuindo para a homeostase do tecido.

Muitas fibras sensitivas se encontram na camada superficial da epiderme. Assim, os ingredientes cosméticos podem acessar facilmente o sistema nervoso neurossensorial. Esta camada é a que sofre maior exposição ao estresse ambiental, como a poluição, radiação ultravioleta, vento, calor ou frio.

A homeostase é mantida através de diversos processos biológicos: tanto as células nervosas produzem neuromediadores que atingem alvos específicos na superfície de células cutâneas, quanto os mediadores produzidos pelas células cutâneas regulam as funções metabólicas das células nervosas.

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Os queratinócitos da camada basal produzem NGF (Nerve Growth Factor) ou fator de crescimento neuronal, o qual é responsável pela sobrevivência e bom funcionamento da célula neuronal. O NGF é capaz de proteger também queratinócitos e melanócitos da apoptose induzida pela radiação ultravioleta.

Os fatores endógenos e exógenos causam danos irreparáveis ao sistema nervoso cutâneo. Assim, quanto mais cedo forem iniciadas a proteção e a estimulação, mais tempo tem o organismo de continuar em equilíbrio.

O neurônio nasce como uma célula morfologicamente não distinta e com o estímulo do NGF ele se diferencia, sendo caracterizado pela formação de dendritos. Depois da célula já diferenciada, a ausência do NGF deixa a célula neuronal desprotegida, o que pode levar à morte celular. As células neuronais são muito sensíveis ao estresse oxidativo, pois possuem baixo nível de enzimas antioxidantes e alta dependência da respiração mitocondriana. Além disso, elas não são renováveis. Quando um neurônio morre, a rede neuronal se adapta à nova situação, visando restabelecer a comunicação entre as células. Porém, como não há substituição de neurônios, essa rede torna-se cada vez mais ineficiente.

Assim, o NGF é responsável pela manutenção da resposta sensorial. Participa dos processos inflamatórios por regulação da síntese de neuropeptídio pós-inflamatórios.

4.6.3.1 Ativos com ação neurocosmético Calmosesine (SEDERMA – Distribuidor: Croda): Lipopeptídeo com a sequência N-Acetil-

Tirosil-Arginil-Hexadecil. Éster solubilizado em um excipiente hidroglicólico. Tem ação de estimular a liberação de pró-endorfinas, oferecendo um efeito estimulante sobre a pele, e inibindo as contrações musculares responsáveis pelo aparecimento das rugas de expressão. Concentração usual: 3,0%

Endorphin (POLYTECNO – Distribuidor: Vital Especialidades): é um complexo etnobotânico composto por polifenóis de cacau e da flor de Tephrosia purpurea. A Tephrosia é uma planta exótica de origem subtropical, tradicionalmente utilizada na Índia por suas propriedades medicinais. Em Madagascar, ela é conhecida como a “Cura das 150 enfermidades”. Na medicina ayurvérica ela é empregada no tratamento de dermatites e irritações cutâneas. Os principais constituintes desta planta são os oligossacarídeos ciceritol e estaquiose. O cacau vem sendo muito utilizado por suas propriedades antioxidantes na indústria cosmética. Tem ação de agir sinergicamente estimulando a liberação de beta-endorfinas pelos queratinócitos, promovendo o efeito de relaxamento. Concentração usual: 3,0% a 8,0%

Enteline 2 (SECMA – Distribuidor: Chemyunion / DEG): Ativo que reduz eritemas, pruridos e descamações provenientes de exposição solar excessiva, poluição e estresse. Tem ação suavizante, reduz descamações, tensão, eritema e irritação da pele. Concentração usual: 2,0% a 3,0%

Happybelle-PE (Mibelle – Distribuidor: Galena): é um ingrediente ativo composto por um complexo de fitoendorfinas do Vitex agnus castus com ciclodextrinas, complexo este encapsulado em lipossomas. Para garantir a estabilidade do complexo lipossomado e conferir a ação antioxidante à matéria-prima, foi acrescida à composição uma nanoemulsão composta por tocoferol e tetraisopalmitato de ascorbila. O duplo sistema de vetorização, além de proteger o ingrediente ativo (as fitoendorfinas), promove ultrapenetração, permite certo controle de liberação do ativo, e ainda confere propriedade hidratante, graças à estruturação dos lipossomas e nanopartículas. Tem ação de estimulação da proliferação de fibroblastos, estimulação da

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migração de queratinócitos, revitalização, hidratação e suavização de rugas. Concentração usual: 1,0% a 2,0%

Neuroxyl (POLYTECNO – Distribuidor: Vital Especialidades): é uma associação de neuropeptídeos com propriedades neurotróficas e neuroprotetoras e antioxidantes, que aumentam a sensibilidade cutânea prejudicada pelo processo de envelhecimento. Possuem analogia estrutural com os neuromediadores expressos pela pele, com a capacidade de atingir receptores específicos na membrana celular dos neurônios. Tem ação de reequilibrar a função imunológica, mantém as trocas celulares em equilíbrio, recuperando a aparência do tecido. Controlam o processo de pigmentação cutânea e a hidratação. Concentração usual: 1,0% a 3,0%

4.7 Princípio Ativo São substâncias que possuem uma ação definida quando aplicadas sobre a pele e/ou

cabelos. Os princípios ativos podem ser de origem vegetal, animal e biotecnológico. Ativos de origem vegetal: extratos vegetais isolados ou associados, vegetais marinhos,

proteínas e aminoácidos vegetais, associação de aminoácidos e extratos vegetais Ativos de origem animal: colágeno, elastina, placenta, cerebrosídeos e ceramidas,

glicoaminoglicanas (ácido hialurônico). Ativos biotecnológicos: colágeno de origem marinha, ácido hialurônico bio, lipossomas

baseados em lecitinas vegetais, incrementadores do metabolismo celular substituindo a placenta, antioxidante de origem marinha.

4.7.1 P.A. Origem Vegetal São cosméticos naturais, ou seja, aqueles que dão preferência, sempre que possível, a ativos

de origem vegetal visando suas propriedades benéficas com total inocuidade para o consumidor final.

Um cosmético não pode ser exclusivamente elaborado com substâncias de origem vegetal. É tecnicamente inviável a não utilização de conservantes, antioxidantes e sequestrastes de origem sintética, pois isso acarretará um produto facilmente contaminado por micro-organismos que poderão causar sérios danos ao usuário.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS ATIVOS VEGETAIS Classificação Função P.A. Vegetal

ADSTRINGENTE

São os que agem sobre os poros e folículos da pele, provocando a sua constrição, reduzindo o seu diâmetro e controlando, desta forma, a sudorese e a secreção sebácea.

hamamelis, morango, maçã verde, romã, videira, sálvia, arnica, limão, etc.

TINTORIAIS São os que vão dar cor aos cosméticos urucum,

beterraba, henna, etc.

EMOLIENTES / UMECTANTES

São substâncias macromoleculares, que crescem em contato com a água, proporcionando um líquido viscoso que forma um filme sobre a pele protegendo-a do meio ambiente

algas, pepino, abacate, amêndoa doce, malva, etc.

DETERGENTES Destina-se a limpar a pele de escamas, crostas,

para seguidamente possibilitar o tratamento da pele. extrato de coco e

milho

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ESTIMULANTE / TONIFICANTE

São os que agem ativando a circulação periférica, estimulando o metabolismo cutâneo, com consequente tonificação local.

alecrim, calêndula, guaraná, etc.

ANTISSÉPTICOS Impedem o crescimento dos microrganismos e

porventura os aniquilam.

acetato de alumínio, azul metileno, ac. salicílico, etc.

ANTI-INFLAMATÓRIO Atenua ou elimina o estado inflamatório da pele,

se esse estado for de origem infecciosa ele só irá desaparecer com apropriada medicação tópica.

flavonóides, fenólicos,

ANALGÉSICOS Diminuir dor álcool benzílico,

lidocaína, etc.

RUBEFACIENTE Produtos que provocam vermelhidão na pele

com a finalidade de ativar a atividade microcirculação sanguínea.

cânfora, arnica, nicotinato de metila, etc.

CICATRIZANTE Ação cicatrizante e antibacteriana alantoina,

alcalóides, ginseng, etc.

ANTISSEBORRÉICOS Visa reduzir a produção de secreção seborréica

pelas glândulas de pele e couro cabeludo

ionil, selsun ouro,etc.

4.7.2 P.A. Origem Animal A utilização dos P.A. de origem animal é antiga, existem relatos do uso de óleos retirados de

animais já nos primórdios da história do homem. Os egípcios se destacaram no seu uso em cosméticos e medicamentos, vários princípios ativos foram extraídos de animais.

Composição complexa dos tecidos animais (proteínas, triglicérides, material fibroso, etc). O isolamento de princípios ativos puros a partir destes materiais é relativamente difícil, concentrados comuns são satisfatórios para uso oral, no entanto, alguns produtos obtidos a partir de animais devem ser usados por via parenteral, como por exemplo, heparina e insulina.

É necessário que tenham elevado teor de pureza e sejam apirogênicos, estéreis e isentos de contaminantes. A extração dos princípios ativos animais são executadas nas mais variadas operações unitárias. Ex: destilação a vácuo, filtração, etc;

Colágeno: é uma proteína em forma de fibra com função estrutural. Os extratos de colágeno para fins cosméticos são obtidos a partir de pele de animais jovens, geralmente, bovinos.

A utilização cosmética de colágeno como ativo provém da suposição de que poderia induzir a elaboração de novas fibras colágenas solúveis na derme, resultando em maior turgecência da pele devido à propriedade de reter água deste tipo de colágeno. No entanto, após muitas pesquisas constatou-se que sua ação é apenas superficial onde, por afinidade com as proteínas (queratina) da pele, fica aderida e passa a exercer sua ação hidratante por retenção de água. Forma-se, assim, um filme aquoso sobre as camadas mais externas da epiderme, o que impede que haja uma perda de água transepiderme das camadas mais profundas, resultando na turgecência tão desejada; ou seja, seu efeito é somente hidratar a pele.

Elastina: também é uma proteína em forma de fibra, porém mais delicada, é responsável pela elasticidade da pele. Assim como o colágeno é o suporte da hidratação da pele, a elastina é o suporte da elasticidade. Porém, a elasticidade da pele depende muito mais do estado da quantidade de água retida pelo colágeno dérmico do que de seu conteúdo de elastina. Com o envelhecimento, ocorre uma degeneração das fibras elásticas, conhecida como flacidez.

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Como ativo cosmético, tal como o colágeno, a elastina possui propriedades de substantividade e retenção de água, melhorando a flexibilidade e, consequentemente, a elasticidade. Os extratos de elastina são obtidos também de pele de bovinos .

Glicosaminoglicana: ou mucopolissacarídeos ácidos são moléculas de açúcares ligados a proteínas. São encontradas no cimento intercelular (substância gelatinosa que preenche os espaços entre as células da maioria dos tecidos, incluindo cartilagens, tendões e pele).

O ácido hialurônico é uma glicosaminoglicana de alto peso molecular, responsável pela retenção de água no cimento intercelular, funcionando como uma verdadeira esponja molecular, que forma um filme delgado, transparente, não-gorduroso e que só é perceptível por sua ação lubrificante, alisante e suavizante.

É obtido a partir de cristas de galo onde o hormônio testosterona promove a sua formação. Outra fonte pode ser o cordão umbilical humano.

Placenta: A placenta é um órgão que regula todas as trocas entre o organismo materno e o feto, desenvolvendo-se totalmente nos primeiros três meses de gravidez. É um tecido rico em hormônios, vitaminas, enzimas, aminoácidos, íons e outros ativos. Por isso, durante muito tempo foi utilizado em produtos cosméticos devido às suas propriedades: ativadora, oxigenante e estimulante, como ativo nutritivo.

No tratamento de queimaduras, sua ação na pele é a de fechar a região e evitar a perda de líquido, além de desinflamar e ajudar na cicatrização, evitando parcialmente a infecção.

A preparação dos extratos placentários é feita a partir de placentas animais e humanas. Ceramidas: O extrato córneo é composto de queratinócitos diferenciados como os

corneócitos - células mortas cheias de queratina e lipídeos, principalmente localizadas nos espaços intercelulares, em estruturas e em bicamadas. Estas camadas múltiplas promovem a função de barreira e se constituem, predominantemente, de ceramidas, colesterol e ácidos graxos.

As ceramidas naturais da pele possuem uma configuração estereoquímica específica, sendo compostos opticamente ativos de difícil reprodução e síntese.

Os cerebrosídeos e as ceramidas ocorrem principalmente na camada externa das membranas celulares. Ambas possuem capacidade de retenção de água. No entanto, estudos constataram que as propriedades de retenção de água na camada córnea dependem, predominantemente, da presença e da quantidade de ceramidas.

Ativo Função Aplicação %

Ácido hialurônico Hidratante cremes hidratantes e contorno dos

olhos 1-5

Aminoácidos da seda ação protetora e hidratante

cremes, loções, maquilagem 1-5

Aminoácidos do leite hidratante e emoliente cremes nutritivos e infantis 2,5-10 Placenta ação regeneradora cremes e produtos capilares 1-5

Elastina retém água, dá

elasticidade cremes, géis e loções hidratantes 1-10

Colágeno sustenta a pele cremes nutritivos e hidratantes 2-10 Reticulina ação regeneradora cremes e loções 1-5 Queratina ação protetora xampus, sabonetes, cremes 1-5

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4.7.3 P.A – Biotecnológicos É uma área da pesquisa que se ocupa da transformação ou tratamento de materiais de

origem biológica; trata do aproveitamento dos micro-organismos como agentes de degradação e síntese. É o cultivo de células animais ou vegetais com a função específica de produção de um determinado produto. Exemplos: produção de álcool nas destilarias, antibióticos e vitaminas na indústria farmacêutica, queijos e iogurtes na indústria.

Têm algumas vantagens adicionais como alto grau de pureza (acima de 95%), qualidade constante (padronizadas e controladas), constante disponibilidade e economia (alta produção, baixo custo). Exemplo:

Ácido Hialurônico Biotecnológico-> obtido por fermentação a partir de bactérias selecionadas, idêntico ao do organismo animal, mantém suas características altamente hidrofílicas. Quando aplicado sobre a pele forma uma película viscoelástica não-oleosa, com capacidade de retenção de água similar ao processo que ocorre na matriz dérmica, conferindo turgor, elasticidade e maciez.

4.7.4 Vitaminas que tratam a pele Constituem um grupo de ativos extremamente importantes para os produtos de tratamento

do rosto, em funções de suas propriedades exibidas. Exemplos: Vitamina A: reguladora do processo de queratinização. É encontrada no fígado dos animais e

nos vegetais, na forma de pró-vitamina. Também pode ser obtida sinteticamente. Atua como um potente antioxidante e neutralizante de radicais livres, favorece a regeneração celular cutânea e o processo de queratinização normal da pele. A vitamina A é extremamente fotossensível, podendo provocar manchas. É preciso máxima proteção solar possível.

O ácido retinóico, um derivado da vitamina A, é aplicado topicamente e atua principalmente aumentando a atividade enzimática e o metabolismo das células cutâneas, funções que se encontram diminuídas na pele desvitalizada. Existem dois isômeros (derivados) do ácido retinóico:

* Trans ou tretonoína: vem sendo usada na recuperação de peles envelhecidas e * Cis ou isotretinoína: além do uso tópico, vem sendo usada via sistêmica no tratamento de

acne. Sua ação reduz a produção de sebo, diminuindo o tamanho das glândulas sebáceas, alterando a morfologia e a capacidade secretora das células. Em produtos cosméticos usa-se ésteres (função álcool) de vitamina A, que tanto podem ser palmitato ou acetato. Como o palmitato é mais estável do que o acetato, tem sido mais empregado em formulações cosméticas.

Vitamina C: antioxidante e estimulador da produção de colágeno, o mais conhecido é o ácido ascórbico.

O ácido ascórbico hidrossolúvel e seus derivados lipossolúveis e o palmitato de ascorbila constituem dois antioxidantes potentes, que evitam os processos peroxidativos da metabolização das gorduras e a formação dos radicais livres. Retardam os danos causados pela radiação UVA e também conseguem reduzir o eritema causado pelos raios UVB.

Possui atividade clareadora, pois inibe o processo de melanogênese. Uma de suas grandes virtudes, na área da cosmética, é ser um co-fator essencial na formação e função do colágeno. Já existem provas suficientes de seus efeitos benéficos na recuperação da pele envelhecida e também na manutenção de uma pele jovem e saudável.

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Vitamina E: atualmente em grande evidência internacional, é utilizada na concentração de 5% normalmente. Considerada como excelente agente antirradical livre, atuando, protegendo e regenerando as camadas da pele. Sua principal ação está na capacidade de impedir a oxidação dos lipídeos insaturados presentes na pele, retardando, assim, o processo de envelhecimento. Possui também efeito umectante, a ação benéfica em lesões provocadas pela radiação ultravioleta, a ação protetora contra a fotossensibilidade, ação anti-inflamatória e hipoalergênica.

A vitamina E é usada de duas formas na cosmetologia: esterificada: a forma presente na natureza, exemplo: óleo de germe de trigo e outros óleos vegetais e não-esterificada é a forma mais ativa, conhecida como tocoferol. Esta substância é bastante instável, ou seja, oxida-se e escurece quando exposta à luz e ao ar. Por esta razão, costuma-se fazer uma reação química do tocoferol com o ácido acético, a fim de formar o éster acetato de tocoferol, que apresenta maior estabilidade em formulações cosméticas.

Embora existam 4 tipos de tocoferóis, o mais abundante na natureza e o mais ativo é o alfa-tocoferol e o produto sintético mais empregado em formulações cosméticas é o acetato de alfa-tocoferol.

A associação de vitaminas E e C é bastante eficiente. A radiação UV deixa como sequelas a formação de radicais livres. Para neutralizá-los, a vitamina E toma a forma de radical livre, regenerando-se, em seguida, pela vitamina C. Assim, mantém o efeito benéfico da vitamina E por muito mais tempo.

Vitamina F (ácidos graxos essenciais): o nome vitamina F é uma denominação antiquada, que agrupa os ácidos graxos não saturados essenciais (não formados no organismo humano). Não são aminas e, por isso, deixaram de ser considerados como sendo vitaminas. Os ácidos graxos essenciais são usados principalmente nos cosméticos de uso tópico e servem para promover um efeito antiqueratinizante. É encontrada principalmente no óleo de milho, de girassol, de soja, de caroço de uva, de germe de trigo, nos óleos de oliva e de peixes, e destes, principalmente, nos de água fria.

4.7.5 PRINCÍPIOS ATIVOS ESPECÍFICOS Blend de ativos, que agem sinergicamente visando alcançar o efeito desejado. Assim, o

mercado oferece complexos vegetais, vitamínicos, associações de proteínas com extratos, entre outros. Exemplos:

- Complexo antiadiposidade: extrato de bile, extrato de Hedera helix e um éster de ácido tartárico e polioxietilenoglicol.

- Complexo antirradical livre natural: óleo de germe de trigo, óleo de rosmarinus, acetato de vitamina E e vitamina F (ativo usado no Nutritivo Florrimon)

- Complexo anti-idade de lipossomas de vitaminas E e C: Associando os efeitos benéficos e sinérgicos das vitaminas.

- Complexo suavizante de rugas e estimulador de formação de elastina, colágeno e ácido hialurônico: Acetato de farnesila e outros ésteres de farnesol.

Existem ainda ativos tradicionais com nova tecnologia, maior eficiência e maior inocuidade, como por exemplo:

Arbutin: glicosídeo de hidroquinona natural encontrado em vegetais como pêssego, pera, outras plantas japonesas e principalmente nas folhas de uva ursi (Arctostaphilos uva ursi). Potente agente despigmentante com reduzida irritabilidade.

Iodotrat: iodo amínico totalmente estável e não-tóxico pois não origina iodo livre, ou seja, não exerce acão hormonal e sistêmica. Atua diretamente sobre o tecido adiposo, onde estimula

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o metabolismo da gordura estagnada ao ativar enzimas lipolíticas diminuindo, assim, o sufocamento tecidual, aumentando o fluxo nutricional e desintoxicando o organismo.

A seguir temos os P.A mais utilizados nos principais distúrbios faciais Distúrbio Facial Princípio Ativo Descrição

A c n e

Ácido glicirrízico Anti-inflamatório, descongestionante Ácido glicólico Queratolítico Ácido salicílico Queratolítico Agrião Antiacnéico, antisseborréico Alantoína Regeneradora, queratolítica Alfa bisabol Anti-inflamatório, calmante Azuleno Anti-inflamatório Apricot Esfoliante físico Aloe vera Hidratante, ação regeneradora Bardana Adstringente, calmante Calêndula Cicatrizante, anti-inflamatório Camomila Calmante, anti-inflamatório Cânfora Calmante, anti-inflamatório Clindamicina Atua como agente bacteriostático Eritromocina Tem ação bacteriostático Triclosan/ irgasan Bactericida Hamamélis Adstringente Peróxido de benzoíla Esfoliante e inibe o crescimento de P. acnes Própolis Antimicrobiano, anti-inflamatório Microesferas de polietilenoglicol Esfoliante físico Resorcina Esfoliante químico Sulfato de zinco Adstringente, antisséptico Sílica Esfoliante Tretinoína/ac. retinóico Esfoliativo químico

Takallophane

Absorve os ácidos graxos insaturados, antisseborréico

D i s c r o m i a

Ácido glicólico Esfoliante químico Ácido Kójico Despigmentante natural Antipollon HT Clareador por absorção de melanina pré-formada Arbutin Inibe a atividade da tirosinase Dihidroxiacetona-DHA Simulador de bronzeado Essência bergamota Calmante, antiparasitário e cicatrizante Hidroquinona Inibe a atividade da tirosinase Melawhite® Inibe a tirosinase no estágio inicial da melanogênese Psoralênicos Uso tópico sistêmico VC- PMG Inibe a tirosinase; atua antirradicais livres

R u g a

Oligoelemento: selênio Oxidante, bloqueando os radicais livres

Oligoelemento: zinco Regula o fluxo sebáceo e, junto com a vitamina A, é responsável pela

renovação celular. Possui propriedades calmantes e antirradicais livres

Oligoelemento: cálcio e magnésio Regula as trocas celulares e participa da síntese de neuromediadores

(que carregam mensagens entre as células e a pele)

32

s

Oligoelemento: manganês Função antirradicais livres e estimula elastina e colágeno

Oligoelemento: silício Promove a regeneração dos tecidos, hidratação intensa, antirradicais

livres, antiglicosilação 5. Classificação dos cosméticos de acordo com sua função: Limpeza da Pele (Cleasers) Limpar a pele significa remover sujidades provenientes de poluição, resíduos cosméticos,

secreções naturais e células córneas em descamação. Formas de limpar a pele:

Uso de solventes orgânicos

Uso de substâncias lipofílicas

Uso de tensoativos (detergentes e sabões) 5.1 REQUISITOS

Possuir detergência moderada.

Espalhar-se facilmente.

Bom poder de arraste.

Ser ligeiramente antisséptico.

pH compatível com o cutâneo.

Fácil eliminação. 5.2 CLASSIFICAÇÃO

Sabonetes em barra e líquidos.

Loção de limpeza isenta de lipídios (limpadores sem lipídios)

Esfoliantes

Agentes abrasivos

Mascaras tonificante 5.2.1 SABONETES EM BARRA Quimicamente podem ser chamados de sabões que representam compostos químicos

formados pela reação de um ácido graxo com um álcali. Na seleção rigorosa dos óleos e gorduras utilizados influenciarão no custo e nas

propriedades do sabão. Um bom sabão é produzido com uma mistura de óleos e gorduras. Os sabões de sódio são mais duros, os de potássio mais solúveis em água e os de

trietalonamina menos alcalinos. Como a grande maioria tende a alcalinidade (80%), a alta detergência os torna mais

irritantes para a pele. E na grande maioria das vezes são desaconselháveis para peles secas e sensíveis.

Os sabonetes glicerinados são exemplos de formulações que diminuem a quantidade de sabão na fórmula, a composição restante é formada por agentes solubilizantes (glicerina, álcool, propilenoglicol), corantes, fragrâncias e açúcar para aumentar a transparência.

5.2.2 SABONETES LÍQUIDOS Não são considerados como verdadeiros sabões (sais de ácidos gordos), mas misturas de

tensoativos detergentes, agentes emolientes, anti-sépticos e aromatizantes em geral. São elaborados a partir de sabões de potássio numa concentração de 15 a 20%. Entretanto atualmente este tipo de formulação quase não leva sabão em sua formula. Os sabonetes líquidos são formulados apenas com misturas de tenso ativos sintéticos, ou derivados de produtos naturais.

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5.2.3 Loções de Limpeza São produtos líquidos que limpam quando aplicados sobre a pele (seca ou umedecida),

esfregados para produzir espumas, enxugados ou evaporam-se sem enxágüe. Estes produtos contêm água, glicerina, substâncias detergentes e umectantes. Geralmente

deixam uma película umedecida fina. Geralmente é usada para remoção de maquiagem, limpeza diária da face, ou previamente

em procedimentos estéticos. 5.2.4 Cremes de limpeza São cremes geralmente oleosos, utilizados para limpeza da pele seca. 5.2.5. Adstringentes Usado para remover óleo e produzir uma sensação tonificada. Geralmente os utilizados para

pele oleosa por terem um teor alcoólico maior. Em produtos para acne são utilizadas substâncias antissépticas como triclosan e substâncias

esfoliantes. 5.2.6 Tonificantes propriamente ditos São sempre produtos com teor alcoólico menor ou isentos de álcool quando comparados

com os adstringentes. Podem ser utilizadas substâncias refrescantes (mentol). Podem melhorar permeação cutânea. Em alguns casos melhorar a hidratação.

Tipos de Cosméticos Tonificantes: - Águas cosméticas. - Soluções hidroalcoólicas. - Loções. - Máscaras faciais. 5.2.7 Esfoliantes São considerados basicamente adstringentes com adição de substancias como: hamamelis,

ácido salicílico. O objetivo destes produtos e remover as células mortas da superfície da pele e auxiliar na

renovação natural da pele. Agentes abrasivos: são esfoliantes mecânicos. Utilizam grânulos abrasivos numa base

cosmética. Estes grânulos geralmente são constituídos por gotas de polietileno, fragmento de semente e frutas.

Os agentes abrasivos são eficazes no controle do excesso de gordura e remoção do tecido córneo escamativo.

Inconvenientes: podem causar danos epiteliais se for utilizado com muita força. 5.2.8 Máscaras faciais São preparações cosméticas cuja consistência é variada. Destinam-se a aplicação sobre o

rosto, pescoço, colo. Costas, mãos, pés. Utiliza-se em camada espessa, com tempo determinado de permanência, onde geralmente

uns de seus componentes líquidos evaporam deixando uma camada de outro produto aderente a pele.

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A RDC 211 Classifica as mascaras corporais e faciais como formulações de risco grau 1, desde

que elas não sejam indicadas para peles acneicas, com finalidade de peeling químico e/ou outros benefícios.

Forma de aplicação →depende do profissional e da forma farmacêutica da máscara. 5.2.7.1 Características:

Suavizantes e sem arenosidade • Secagem rápida • Produção de limpeza da pele • Inócuas 5.2.7.2. Objetivo • Limpar, tonificar, estimular, acalmar, rejuvenescer, nutrir, antissépticas, hidratar, anti-

irritantes, queratolíticas, clareadoras, adstringentes. 5.2.7.3 Ativos incorporados: • Pós absorventes ou adsorventes (argila, kaolim, CaCO3) • Umectantes (glicerol, propilenoglicol) • Gelificantes (resinas ou alginatos) • Adstringentes (alume, tanino) • Extratos vegetais • Óleos essenciais • Colágena / elastina. 5.2.7.4 Máscaras de porcelana Trata-se de uma máscara em pó (gesso), endurece após ser aplicada. São oclusivas. Exerce

um efeito psicológico. Deve ser homogeneizado com água ou uma solução Tonica apropriada no momento da

aplicação, uma camada mais ou menos espessa é aplicada com a ponta dos dedos ou pincel, ocluindo a pele. Recomenda-se usar uma forração de gaze previamente para ser mais fácil a sua retirada. Cuidado redobrado com a superfície pilosa da pele, pois pode provocar traumatismos.

Pode-se aplicar por sobre outro produto. 5.2.7.5 Máscaras em pó São dispersões de ativos num veiculo sólido pulverizado como o talco ou a argila.

Deve ser homogeneizado com água ou uma solução Tonica apropriada no momento da aplicação, uma camada mais ou menos espessa é aplicada com a ponta dos dedos ou pincel, ocluindo a pele.

Após algum tempo o liquido dispersante evapora e posteriormente o pó deverá ser retirado do local com água ou Tonico

Este tipo de veiculo é indicado para procedimentos adstringentes, redutores de oleosidade, clareadoras (em tese) e esfoliantes

5.2.7.6 Máscaras a base de ceras Não são mais utilizadas. Compostas por cera de abelha. A cera é aquecida e algumas vezes

aplicada diretamente na face. Geralmente eram utilizadas para pessoas com pele seca.

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5.2.7.7 Máscaras a base de vinil São populares para uso domésticos. São formadas por substancias formadoras de películas

(álcool polivinilico). Apos a evaporação do veiculo, uma película flexível de vinil permanece na face. São apropriadas para todos os tipos de pele. A evaporação do veiculo cria uma sensação refrescante e o enrugamento da mascara com a secagem pode dar a impressão de que a pele esta apertando.

5.2.7.8 Máscaras hidrocoloidais ou Máscaras plásticas Estas máscaras são formadas por gomas (gomas de celulose, xantana) e umectantes. Deixa

na pele uma sensação de pele suave e criam a sensação da pele apertando quando a água evapora e a máscara seca. Possui um bom efeito psicológico de estiramento e agradável sensação refrescante.

São utilizadas em formulações redutoras de oleosidade, esfoliantes, adstringentes e calmantes.

5.2.7.9 Máscara à base de Argila São conhecidas como máscaras em pastas ou pacotes de lama. São formadas por argila.

Podem ser apresentadas sob a forma pó ou suspensões em veiculo semi-sólido. As argilas fixam considerável quantidade de água; óleos e corpos gordurosos por adsorção ou absorção. Podem ser usadas com a propriedade secativa, clareadora (em tese), adstringentes e antissépticas.

Origem das Argilas Provêm da desintegração do granito. São formadas de silicato de Alumínio Variedades -Argila Vermelha: contém traços de óxido de Ferro. -Argila Verde: Contém traços de cloreto ferroso. - Argila branca: argilas naturais, compostas por diversos componentes minerais. -Colin: silicato de Alumino puro. -Montomorilhonita: argila especial. -Bentonita: Variedade da montomorilhonita 5.2.7.10 Outras Máscaras Máscara de ouro. Máscara de diamante. Mascara de pérola. Mascara de prata. São considerados produtos exóticos, porem sem comprovação científica. O único efeito

destes produtos na pele é o glamour de usar uma mascara facial elaborada com material nobre, e o efeito do ativo incorporado à mesma que não maioria das vezes não é citada na publicidade, na maior parte das vezes são os hidratantes.

Têm-se ainda as máscaras de chocolate, neste caso pode-se admitir que exista um fundamento.

O chocolate possui riqueza em material graxo que lubrifica e oclui a pele, melhora a hidratação deixa-a mais macia e suave ao toque. A idéia de que os polifenóis funcionem como ativos neste tipo de produto não condizem com a realidade, pois os mesmos só existem no cacau in natura, e não no processado

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Conclusão: 1. Usar no mínimo uma vez por semana.

2. Tempo de aplicação de 10 a 25 minutos. Efeitos desejados:

- Ação de limpeza →Usar ativos absorventes e desincrustantes. - Ação Normalizadora de secreções →Usar produtos absorventes e normalizadores de

equilíbrio ácido-base. - Ação hidratante → Usar umectantes e princípios ativos que favoreçam a hidratação.

- Ação estimulante e fortalecedora → Melhorada pelo efeito oclusivo e pela vasodilatação gerada.

- Ação alisadora e remodeladora → Usar princípios ativos tensores.

Os princípios ativos mais utilizados em cada tipo de máscara são:

Tipo de máscara Princípios ativos

Detergente Bórax, bicarbonato de sódio, TEA (trietanolamina), pH levemente

alcalino, vitamina B6

Adstringente Cloridróxido de alumínio ou zircônio, alúmen, titânio, glicina, ácido

lático, sais de zinco, extratos vegetais de hamamélis, agrião, bardana, sálvia, castanha-da-índia

Calmante Extratos vegetais de camomila, tília, mucílagos, azuleno, cânfora,

caseína, calêndula, alantoína

Nutritiva Vitaminas A e E, óleos vegetais, proteínas (colágeno, elastina,

albumina)

Clareadora Peróxido de zinco ou magnésio, ácido cítrico e lático, perborato de

cálcio Refrescante Mentol

Anti-inflamatória Alfa bisabol, betaexina, própolis, azuleno, ácido glicirrízico Antiedematosa Extratos de arnica, centelha asiática

Hidratante Extratos de aveia, aloe vera, aminoácidos

Queratolítica Ácido lático (1%), ácido salicílico (2,5%), enzimas papaína e bromelina

(4%) Umectante Propilenoglicol, glicerina

6. Sais de Banho 6. 1 Conceitos São cosméticos sólidos utilizados para limpar, tonificar, esfoliar e perfumar a pele durante o

banho. Alguns deles são quelantes de cálcio. Os sais de banho podem ser fabricados na forma de pós, cristais ou comprimidos

efervescentes. 6.2 Componentes Cloreto de sódio. Sulfato de Magnésio. Lauril sulfato de sódio. Corantes. Essências.

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6.3 Sais efervescentes São constituídos geralmente por uma mistura de um acido orgânico (cítrico, fumárico,

succinico) com bicarbonato ou carbonato de sódio. A escolha do acido orgânico depende do seu custo, pka, solubilidade em água. Em relação aos carbonatos, o bicarbonato de sódio produz mais C02 porque requer apenas um próton para ser neutralizado.

7. ÓLEOS PARA BANHOS 7.1 Composição Formados por misturas de óleos, ésteres graxos, alcoóis graxos líquidos, essências e

corantes. Repositores do manto hidrolipídico principalmente após o banho. Promovem maciez ao toque e hidratação por mecanismo oclusivo.

Podem ser consideradas soluções lipofílicas. Pode ser usado um único óleo, mistura de diferentes tipos de óleos, ou ainda a mistura de agentes lipofílicos e óleos.

Para melhorar o sensorial é usado o silicone e ésteres emolientes que promovem também melhor espalhabilidade do produto

8. RELEMBRANDO A ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE A pele humana é formada por três camadas: - Epiderme: camada mais externa, constituída de tecido epitelial pavimentoso estratificado,

composto principalmente de queratinócitos, as células epiteliais especializadas responsáveis pela renovação, coesão e barreira da epiderme. Tem a espessura de 0,004 a 0,15 mm, sendo que é mais espessa nas palmas e plantas dos pés devido a camada lúcida presente nessas regiões.

A epiderme é recoberta por uma fina camada de gordura que impermeabiliza a pele contra a entrada de água e mantém seu pH entre 3.5 e 5.0, protegendo-a do ataque de micro-organismos, chamada de manto hidrolipídico. Mesmo sendo uma camada de células mortas, ela impede a penetração dos micro-organismos e a desidratação das células vivas que estão logo abaixo.

A epiderme é formada por vários estratos de células epiteliais e outras células, sendo: * Estrato basal ou germinativo: localizado na lâmina basal, sendo a camada mais profunda,

que fica logo acima da derme; é responsável pela regeneração das células epidérmicas, ou seja, pela produção de queratinócitos, sendo considerada a camada com a maior atividade mitótica. A morfologia dos queratinócitos varia conforme a camada onde se localizam, na camada basal são colunares e cuboidais e apresentam grandes núcleos e citoplasmas basofílicos. Estão alinhados perpendicularmente na membrana basal e ancorados por estruturas especiais como os hemidesmossomos. Em circunstâncias normais o tempo de renovação epidérmica (queratinócitos) é de aproximadamente quatro semanas e as células da camada basal (células tronco) são as responsáveis pela regeneração da epiderme através da divisão mitótica.

* Estrato espinhoso ou Malpighiano: é a camada mais grossa da epiderme. As células nesta camada chegam por migração da camada basal, perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo a outros queratinócitos. São células justapostas, em formas poliédricas, fortemente aderidas. Os queratinócitos da camada espinhosa são poligonais, de núcleos centrais, citoplasmas eosinofílicos com expansões que contém filamentos de queratina (tonofilamentos). Ocasionalmente também podem ocorrer mitoses na camada espinhosa, pois há ocasionais células mães.

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* Estrato granuloso: é caracterizada pela presença de grânulos de queratohialina entre os filamentos de queratina; consiste em 3-5 camadas de queratinócitos achatados. Esta é a camada mais superficial em que as células ainda possuem núcleo. Na camada granulosa os queratinócitos apresentam-se achatados, com núcleo central e cheios de grânulos basófilos (queratohialinos). A espessura da camada granular em condições normais é proporcional à camada córnea.

* Estrato lúcido: presente nas áreas mais espessas da pele. É constituída de uma delgada lâmina de células eosinofílicas e translúcidas.

* Estrato córneo: células em contínuo processo de descamação; área abiótica, ou seja, são células anucleadas e sem organelas. Tem espessura de 0,075 a 0,15 mm. Há uma camada de células de orientação horizontal com citoplasmas repletos de queratina, que formam o estrato córneo. Exerce a função de barreira, sendo formada por queratinócitos e lipídios localizados principalmente no espaço intercelular (ceramidas, ácidos graxos livres e colesterol).

Conteúdo lipídico: formam a membrana celular que circunda as células, além de concentrarem-se na fase extracelular (espaço intercelular), sendo fundamentais para a retenção de água no estrato córneo, controlam, portanto, a perda transepidérmica da água, mantendo a maciez e elasticidade da pele. O envelhecimento e agressões ambientais resultam numa diminuição da capacidade do estrato córneo em reter o seu conteúdo de umidade ideal, tornando a pele seca e rugosa. A quantidade ingerida de água também é um fator que interfere no estado de hidratação da pele.

Existem outros integrantes da epiderme como: Células de Langerhans: são células móveis e dendríticas responsáveis pela imunovigilância

cutânea. Têm a função de captar, processar e apresentar os antígenos aos linfócitos T. Representam 3-6% de todas as células epidérmicas. Contém um marcador citoplasmático específico, os grânulos de Birbeck, que se originam do processo de endocitose. Na microscopia de luz as células de Langerhans podem ser demonstradas por técnicas histoenzimáticas como a ATPase.

Melanócitos: são responsáveis pela síntese de melanina, o principal pigmento da pele. Correspondem a cerca de 5% das células epidérmicas, localizam-se na camada basal e seus prolongamentos dendríticos transferem melanina para cerca de 36 queratinócitos. Há um melanócito para cada 4-10 queratinócito da camada basal. Há variação étnica da pigmentação

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que se deve à atividade do melanócito e não ao aumento do número destas células. Nas colorações de rotina (hematoxilina-eosina) os melanócitos aparecem na camada basal com núcleos basofílicos e citoplasmas claros, porém podem ser reconhecidos mais facilmente por colorações especiais que revelam melanina como a de Fontana-Masson ou por imunoistoquímica (anticorpos que reconhecem antígenos específicos) Melan-A, HMB-45 e S100.

Células de Merkel: localizam-se na camada basal e unem-se aos queratinócitos por meio dos desmossomos. São mais frequentes nos lábios e na pele das mãos e dos dedos. Parecem ser receptores táteis, pois estão frequentemente em contato com axônios sensoriais da derme, através das suas junções de sinapse. Podem ser facilmente reconhecidos na microscopia eletrônica pela presença de grânulos citoplasmáticos neurossecretores. Também podem ser evidenciados pela coloração especial de Uranafina e pela imunoistoquímica, através dos seguintes marcadores: Citoqueratina Nº 20 (CK20), enolase neurônio específica, cromogranina, sinaptofisina e moléculas de adesão de células neurais (N-CAM).

- Derme: é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno, elastina e glicosaminoglicanos. A derme apresenta espessura variável de acordo com a região observada, contém extensiva vascularização, neurônios, músculo liso e fibroblastos. Sua superfície é irregular, observando-se saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias correspondes da epiderme. As papilas aumentam a área de contato da derme com a epiderme, reforçando a união entre essas duas camadas. As papilas são mais frequentes nas zonas sujeitas a pressões e atritos. É a principal barreira mecânica da pele. Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar à hipoderme.

A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceira e temperatura. Os corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionam como mecano receptores na percepção do toque. Os corpúsculos de Pacini são encontrados na porção profunda da derme e são responsáveis pela sensação de pressão.

É constituída por duas camadas, de limites poucos distintos: a papilar (superficial), e a reticular (mais profunda).

Camada papilar: é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo que forma as papilas dérmicas. Nesta camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno, que se inserem por um lado da membrana basal e pelo outro penetram profundamente na derme. Essas fibrilas contribuem para prender a derme à epiderme.

Camada reticular: é mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso. As duas camadas possuem fibras elásticas, que dão elasticidade à pele. A maioria das fibras

dérmicas são de colágenos, principalmente os tipos I e III, responsáveis pelo mecanismo de resistência da pele. As fibras elásticas são responsáveis pela propriedade retrátil da pele, podem ser visualizadas pela coloração especial (orceina). Na papila dérmica elas são finas e na derme reticular ficam mais espessas.

As fibras reticulínicas visualizadas com coloração especial de prata consistem bioquimicamente em fibras de colágeno (tipos I e III) e fibronectina. As macromoléculas são encontradas entre as fibras e células dérmicas e mais abundantemente na papila dérmica e ao redor dos anexos cutâneos. Bioquimicamente são glicoproteínas e proteoglicanas (principal componente é ácido hialurônico). Essas substâncias não são visualizadas em exames de rotina, mas são coradas pela coloração especial (alcian blue).

Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontrados na derme as seguintes estruturas, derivadas da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas glândulas sudoríparas.

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- Hipoderme: é composta de tecido conectivo frouxo com um grande número de células adiposas. A hipoderme confere insulação, absorção de impacto, estoque de energia e flexibilidade. Também contém o maior número de vasos sanguíneos da pele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a hipoderme.

Eles são uma fonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por abrasão ou

queimadura. Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, a hipoderme poderá ter uma camada variável de tecido adiposo, que quando desenvolvida constitui o panículo adiposo. O panículo adiposo modela o corpo. É uma reserva de energia e proporciona proteção contra o frio.

Manto hidrolipídico: durante o processo da maturação, os lipídios da epiderme têm contato

com outras gorduras resultando na formação da matriz intercelular. A matriz envolve todas as células da pele e participa da estrutura básica do tecido cutâneo. A composição dos lipídios é diferente em cada camada da pele. A maior diferença está no nível polar do lipídio (fosfolipídios). Nas camadas da epiderme encontram-se 45% de lipídios, diferentes do estrato córneo aonde a porcentagem de lipídios não passa de 5%. A classe maior dos lipídios são ceramidas, acido graxo e colesterol.

A mistura destes lipídios é importante na formação das fases lamelares que passam de hexagonal para fase cristalina. Os lipídios encontrados na superfície da epiderme têm importante participação na preservação das funções orgânicas da pele.

Fornecem para a pele brilho e regulam a perda de água, isto se deve à migração de lipídios pelas capas. O triglicerado (lipídio) é transformado pelas enzimas em acido graxo e tem uma função protetora da pele. Esta gordura é então incorporada pela barreira hidrolipídico do estrato córneo, participando na proteção da perda de água transdérmica. A falta de acido graxo implica na desidratação do tecido cutâneo. Além do ácido graxo existem outros complexos de lipídios que participam na formação do manto hidrolipídico.

A peroxidação dos lipídios e uso de sabonetes ou detergentes, deteriora e diminui a porcentagem das gorduras essenciais na pele. Isto se reflete na função da barreira hidrolipídica. Os danos se revertem na perda da água transdermicamente. Ocorrem mudanças nas baixas camadas da pele que afetam diretamente as células basais.

Os danos do manto hidrolipídico referem-se à perda da água e mudança na estrutura da matriz intercelular.

O manto hidrolipídico pode ser reparado com uso de vetores com componentes similares aos lipídios encontrados na superfície da capa córnea. Uma outra estrutura do manto hidrolipídico mantém contato com substâncias vindas do exterior, é a camada chamada de manto ácido, resultante da combinação das secreções das glândulas sudoríferas e sebáceas.

A função do manto ácido é inibir a propagação de bactérias e fungos. A acidez também mantém a força protéica do queranocito, mantendo uma coesão entre eles. Quando a superfície é alcalina, a queratina perde a sua propriedade protéica. O uso de certos sabonetes, que mudam a acidez para alcalinidade, prejudica a pele que fica "aberta" para infecção, irritação, desidratação e notável flacidez.

O manto hidrolipídico e o manto ácido são constituídos de vários materiais: corneocitos ricos em queratina, lipídios que participam do cimento intercelular, substâncias minerais (magnésio cobre, cálcio como traços) substâncias orgânicas como uréia, aminoácidos e elementos hidrossolúveis.

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A função desta capa é a permeabilidade seletiva. É normal a hidratação mover-se do estrato basal até o estrato córneo e migrar para a superfície. O manto hidrolipídico é responsável em não deixar a água sair ou entrar demais dentro da capa córnea.

O MANTO HIDROLIPÍDICO MANTEM O EQUILIBRIO HÍDRICO

O MANTO HIDROLIPÍDICO COMPROMISSADO

8.1 Potencial Hidrogeniônico: pH Assim como todo o organismo, a pele também necessita manter um equilíbrio ácido-base. O pH da pele é levemente ácido devido aos ácidos acético, propiônico, caprílico, láctico,

cítrico, ascórbico, que são produtos da evaporação do suor. Esse pH é mais ácido onde existe transpiração, como na virilha, nas axilas e entre os dedos dos pés, devido à secreção de sais. Por isso, o pH dos desodorantes é o maior dentre todos os cosméticos, estando próximo a 7.0. A pele, as unhas e os cabelos, formados por queratina, são atacados por álcalis fortes (substâncias ou soluções aquosas), ocorrendo a quebra da estrutura dimensional da proteína. Por isso, os cosméticos destinados para a pele possuem pH em torno de 5.0.

Com o avançar da idade o pH da pele torna-se cada vez mais neutro, ficando assim mais suscetível ao crescimento de bactérias devido à acidez reduzida. A pele enfraquece e como consequência surgem as deficiências que levam às rugas, flacidez e manchas

Escala de pH

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Pele Normal – pH fisiológico: Aspecto liso, macia, aveludada, elástica, poros pouco visíveis. Comum apenas em crianças e em pessoas jovens.

O caráter ácido, básico ou neutro de uma substância é identificado através de indicadores,

que consiste em juntar à solução um indicador que confere o caráter ácido ou básico de uma substância, adquirindo coloração diferente; ex: fenolftaleína, papel indicador universal. A escala pH varia de 0 a 14, onde o termo médio desta escala é 7, indica que a substância é neutra, abaixo de 7, dizemos que são ácidas e acima de 7, que são básicas ou alcalinas, esta medição pode ser feita por escala de cores (papel) e aparelho (pHmetro).

Qualquer cosmético criado para fornecer um princípio ativo para a pele ou para o organismo precisa vencer a proteção lipídica, que pode ser removida por

solventes ou por agentes alcalinos. A partir do momento em que a proteção lipídica é rompida, as substâncias contidas nos cosméticos podem ser adsorvidas na superfície da pele ou serem absorvidas pelos poros até a derme, podendo entrar na circulação sanguínea periférica, chegando a outras regiões do corpo. Essa propriedade permite que nano partículas de vacinas, fármacos ou outros princípios ativos encapsuladas por biopolímeros ou por outros compostos inócuos possam ser aplicadas na pele e, através dela e da circulação do sangue, possam chegar até os órgãos de interesse.

A cada banho, a cobertura lipídica é removida pela água, regenerando-se diariamente. O pH alcalino dos sabões e sabonetes emulsiona essas gorduras, dispersando-as em água e facilitando a sua remoção.

No estado normal, a superfície da epiderme tem sempre reação ácida. É muito importante preservar o manto ácido da pele que se comporta como uma barreira em relação à penetração de micro-organismos e fungos, que toleram mal a acidez.

Existe uma propriedade na pele chamada efeito tampão, que permite, em caso de alteração, repor rapidamente o pH fisiológico. A manutenção desse valor de pH protege a pele da instalação de micro-organismos (fungos, bactérias).

O uso de sabonetes altera o manto ácido da pele, favorecendo e agravando uma série de disfunções. Daí a importância do uso de sabonetes líquidos corretamente formulados, que possuem pH adequado e ativos que minimizam o efeito desengordurante dos detergentes e formam uma película de lubrificação e proteção, que melhora o tato e controla o efeito rebote fisiológico compensatório.

pHmetro

Tira de papel

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8.2 Permeabilidade Cutânea É a capacidade que a pele tem de deixar passar, seletivamente, certas substâncias, em

função de sua natureza química ou de determinados fatores. A pele tem permeabilidade seletiva, a qual é determinada por condições físico-químicas

naturais, a viscosidade, as extensas ligações de colágeno, os apêndices da pele, a idade, doenças... Portanto, a ação dos princípios ativos liberados dependerá da anatomia da área tratada, da hidratação da pele, da presença de gordura, da saúde ou patologia da pele, do metabolismo, e do paciente.

Quanto à permeabilidade, a pele classifica-se em: • permeável: de modo geral, a pele é permeável aos gases verdadeiros, substâncias voláteis

(éter), que atravessam a pele por difusão. • relativamente permeável: a pele é relativamente permeável a determinadas substâncias

lipossolúveis, como hormônios, esteróides, vitamina D e provavelmente vitamina A. Também os derivados fenólicos (resorcina, hidriquinona e o próprio fenol) são absorvidos em graus variados.

• praticamente impermeável: a pele é relativamente permeável a eletrólitos, proteínas e carboidratos. Por exemplo, a penetração de sais é desprezível, a menos que sejam ionizados. A impermeabilidade das proteínas e carboidratos se deve ao tamanho de suas moléculas e à sua pouca lipossolubilidade. Essa dificuldade pode ser contornada através de reações de hidrólise e subsequente ionização.

A penetração e permeação cutânea podem ser avaliadas por técnicas in vitro, envolvendo condições experimentais de maior reprodutibilidade e de realização relativamente facilitada. Os resultados obtidos nestes ensaios são de extrema importância para a caracterização dos sistemas de liberação de princípios ativos veiculados em formas cosméticas ou farmacêuticas de aplicação tópica, avaliando a passagem destes através ou na pele e permitem reduzir ou eliminar o emprego e sacrifício de animais de experimentação, pois os estudos in vitro podem ser conduzidos com o emprego de membranas sintéticas e mudas de pele de cobra.

As vias de penetração da pele podem ser consideradas: • transepidérmica: embora a penetração seja muito lenta, em função da grande extensão

do órgão (a pele), essa via de penetração tem importância considerável. Pode ser intercelular ou extracelular.

• transanexiais: são considerados as zonas de melhor penetrabilidade e, mesmo perfazendo

cerca de 1%, têm grande importância. São: 1- estrato córneo - via intercelular e via intracelular; 2- canais pilosebáceos e 3- ductos sudoríparos.

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A penetração de substâncias pelo estrato córneo ocorre por difusão passiva, conforme 1ª

Lei de Fick, ou seja, a velocidade de difusão (V) é diretamente proporcional ao coeficiente de difusão do ativo no veículo, ao coeficiente de partilha entre a membrana e o meio que contém a substância a difundir (Pc), á superfície da membrana (S) e a diferença de concentração nos dois lados daquela e inversamente proporcional à espessura da membrana:

V = K x Pc x S x dC dX

Alguns fatores afetam a penetração cutânea dos princípios ativos, como por exemplo:

Fatores biológicos e fisiológicos

• Espessura da epiderme – quanto mais espessa, menor a penetração • Idade – em idosos, a penetração de ativos é mais fácil • Falta de hidratação • Área aplicada • Região pouco vascularizada • Substâncias muito diferentes encontradas na pele • Problemas circulatórios • Lipossolubilidade e estado de dissociação (conforme pH do veículo e pH

do local da aplicação); • Pele lipídica ou alipídica

Fatores físicos e químicos

• Peso molecular alto – moléculas grandes • Solubilidade do ativo na formulação • Concentração do ativo – ativo de difícil penetração • Temperatura baixa • Clima frio e seco • Viscosidade do veículo • Tempo e intensidade de fricção • Tempo de contato • Veículos miscíveis com o sebo

A síntese da permeabilidade cutânea é maior para substâncias lipossolúveis como, por

exemplo, vitamina D e esteróides. É impermeável aos eletrólitos e a baixa viscosidade e menor tamanho da partícula melhoram a permeação do P.A. Manter a camada córnea hidratada facilita a permeabilidade, e vale lembrar que as preparações cosméticas destinam-se à penetração do ativo apenas nas estruturas superficiais da pele.

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8.2.1 Promotores de absorção Os fatores que facilitam a permeação cutânea são apresentados na tabela a seguir:

Fatores biológicos e fisiológicos

• Espessura da epiderme: quanto menos espessa, maior a permeação (substância queratolítico)

• Fluxo sanguíneo: quando hiperêmica, a pele se torna mais permeável (massagem)

• Regiões com grande número de orifícios pilosebáceos ou muito vascularizada e mucosas são mais permeáveis

• Capacidade de associação: substâncias que a pele já possui penetram mais facilmente

• pH da pele: a alcalinidade aumenta a permeação cutânea

Fatores físicos e químicos

• Peso molecular baixo: moléculas pequenas • Emulsão O/A: maior quantidade de água, maior penetração • Estado de ionização do produto a ser aplicado • Concentração do ativo de fácil permeabilidade • pH alcalino • Temperatura elevada • Clima quente e úmido

Veículos

• Poder de penetração e liberação de ativos: lipossomas, nanosferas e fitossomas

• Poder lipossolvente: o desengorduramento da pele melhora a penetração, pois retira a barreira lipídica

Traumáticos • Se a pele estiver alterada, a penetração será facilitada Com o objetivo de favorecer a atividade de certos princípios ativos nos estratos viáveis da

pele, existe a necessidade do emprego de promotores de penetração cutânea nas preparações, envolvendo o estudo das características químicas e físico-químicas da substância ativa e a seleção adequada dos componentes do veículo, com intuito de permitir a liberação do ativo.

A função da barreira exercida pela pele, em especial o estrato córneo, promove dificuldades na penetração e permeação cutânea de componentes ativos cosméticos ou terapêuticos. Uma estratégia reconhecidamente efetiva para favorecer a passagem de substâncias através da pele é o emprego de promotores de penetração. Uma vasta gama de substâncias químicas foi avaliada para utilização, como promotores de penetração cutânea, todavia, a incorporação em veículos cosméticos ou farmacêuticos é restrita devido à elucidação limitada de seus mecanismos de ação, que se apresentam, comumente, complexos.

Promotores de penetração cutânea são compostos químicos que interagem com a pele e são passíveis de elevar o fluxo de difusantes através desta membrana biológica. Devem acarretar na redução reversível da resistência ou efeito barreira do EC sem provocar alterações prejudiciais às células viáveis da epiderme. Esses compostos devem manter características de serem inócuo, atóxico, não irritante, não alérgico, química e fisicamente compatível com o princípio ativo e excipientes, aceitável cosmeticamente, insípido, incolor, facilmente metabolizável, de efeito reversível e com boas propriedades solventes.

Os compostos mais conhecidos são: • terpenos; • pirrolidonas (N-metil-2-pirrolidona, 2-pirrolidona, ácido pirrolidono-carboxílico, sendo este

último constituinte do FHN);

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* azona ou laurocapramo (dodecilazacicloheptano): apresenta efeito sinérgico com o propilenoglicol (PG);

• ácidos graxos e ésteres (ácido oléico, palmitoléico, linoléico); • solventes apróticos (DMF, DMA, DMSO, DCMS): são solúveis tanto em H2O, etanol, como

em éter e HCCl3; - DMF: dimetilformamida; - DMSO: dimetilsulfóxido; - DMA: dimetilacetamida e - DCMS: decil-metilsulfóxido; • dissolventes alcoólicos (etanol, propilenoglicol); • uréia (FNH), ácido salicílico (efeito queratolítico); • enzimas (fosfolipases, papaína); • tensoativos (aumentam o transporte de moléculas polares e apolares). Outros promotores de absorção: lauramida de hexametileno, N,N-dietiltoluamida. A

literatura também cita o emprego de ciclodextrinas e seus derivados para otimizar a permeação cutânea (aumentam a solubilidade de ativos em preparações tópicas – soluções aquosas e emulsões).

Métodos físicos para aumentar a penetração: • iontoforese: envolve a liberação de compostos químicos com cargas através da membrana

da pele, usando campo elétrico (o ativo deve estar na forma iônica). • sonoforese: emprego de ultrassom de alta frequência. 9. Lendo as Embalagens Os rótulos dos produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes devem conter instruções

indispensáveis relativas à sua utilização, bem como toda a indicação ou informação adequada. Embalagem Primária: É o envoltório ou recipiente em contato direto com o produto. Deve conter as seguintes

informações: Rótulo: identificação impressa ou litografada, dizeres pintados ou gravados, decalco sob

pressão, aplicados diretamente sobre recipientes, vasilhames, invólucros, envoltórios ou qualquer outro protetor das embalagens.

Nome / grupo / tipo: designação do produto para distingui-lo de outros, ainda que da mesma empresa ou fabricante, da mesma espécie, qualidade ou natureza.

Marca: elemento que identifica um ou vários produtos do mesmo fabricante e os distingue de produtos de outros fabricantes, segundo a legislação de propriedade industrial.

Composição / ingredientes Advertências e restrições de uso: listas de substâncias de informe obrigatório na rotulagem.

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Modo de uso (se for o caso)

Embalagem secundária: É o envoltório destinado a conter a

embalagem primária. Deve apresentar as seguintes informações:

Nome do produto e grupo / tipo a que pertence, quando não implícito no nome

Marca

Número de registro / resolução

Lote ou partida

Prazo de validade (mês / ano)

Conteúdo

País de origem

Fabricante / importador

Domicílio do fabricante /importador

Modo de uso (se for o caso)

Advertências / restrições de uso(se for o caso)

Rotulagem específica (conforme Decreto 79.094/77)

Composição / ingredientes

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Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)

Finalidade do produto, quando não implícita no nome Significado Importante: * Dermatologicamente testado: Avaliado em humanos sob controle de médico

dermatologista, para verificar potencial de reações cutâneas. * Oftalmologicamente testado: Avaliado em humanos em condições de uso, sob controle de

médico oftalmologista, para verificar potencial de reações oftálmicas. * Clinicamente testado: Avaliado em humanos em condições de uso, sob controle de médico

dermatologista e eventualmente de outro especialista, para verificar potencial de reações. * Não comedogênico: Avaliado em humanos para observar o potencial de formar comedões. * Não acnegênico: Avaliado em humanos para observar o potencial de formar ou piorar

espinhas/acne. * Produto para pele sensível: Avaliado em indivíduos que apresentem sintomas

característicos de um quadro de pele sensível. * Hipoalergênico: Produto com menor potencial de causar reações alérgicas; o termo não é

recomendado pelo FDA pois todo o produto cosmético em tese, não deve ter potencial sensibilizante.

* Produto Infantil: Produto apropriado para uso na pele, cabelos e mucosas infantis, conforme legislação brasileira.

* Parabenos: são conservantes que apresentam propriedades estrogênicas. São identificados como: parabens, methylparaben, ethylparaben, propylparaben e butylparaben.

* Formol: conservante que contribui para o aparecimento de cancro induzido pela radiação ultravioleta. São identificados como: quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil uréia e DMDM hidantoína.

* Propilenoglicol: diluente de outras substâncias, pode desencadear irritação de pele. São identificados como: propylene glycol.

10. Fotoproteção Quando as pessoas se expõem ao sol prolongadamente sem proteção, sujeitam-se às

radiações solares. Alem dos riscos de câncer de pele, a radiação solar é responsável pelo envelhecimento

extrínseco da pele, ao qual denominamos foto envelhecimento. O uso do filtro solar deve ser concomitante a qualquer protocolo de tratamento anti-aging. E mesmo com o uso constante do FPS, a exposição solar deve ser moderada.

Os efeitos em curto prazo do foto envelhecimento da pele: - inflamação das estruturas subdérmicas (pode ser observado na microscopia). - eritema, manchas hiperpigmentadas, alterações vasculares. (pode ser observado no exame

físico). Os efeitos em longo prazo do foto envelhecimento da pele: - alteração do DNA, quebra de colágeno e outras estruturas da matriz extracelular. (pode ser

observado na microscopia). - telangectasias, rugas, elastose flacidez, tumores benignos e malignos (pode ser observado

no exame físico). A primeira coisa que aparece após a exposição solar é o eritema, seguido do espessamento

da camada córnea, da queimadura solar e das lesões pré-cancerosas.

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As radiações solares consistem em um espectro contínuo de três zonas fundamentais: ultravioleta, luz invisível e infravermelha. Quanto maior a radiação solar, mais alta é a penetração na pele.

O espectro solar que alcança a superfície terrestre consiste em energia eletromagnética de

comprimento de onda entre 285 e 1800 nm. A principal radiação causadora de eritema, bronzeado, envelhecimento da pele e certos

tipos de câncer é a luz ultravioleta, de comprimento de onda entre 290 e 400 nm. Abaixo desses limites quase não há passagem de luz ultravioleta, pois ela não atravessa a

camada de ozônio da atmosfera. Os raios infravermelho estão na faixa de 700 a 1500 nm e são responsáveis pela elevação da

temperatura corporal (sensação de calor) e estimulação da sudorese. A luz visível está na faixa de 400 a 700 nm.

10.1 Radiação

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Ultravioleta A radiação ultravioleta representa o componente com maior poder energético do espectro

solar. Classifica-se em UVA, UVB e UVC, como detalhado a seguir: UVA (320 nm - 400 nm)

Representa cerca de 5,5% da radiação solar total que atinge a Terra; • Responsável pelo bronzeamento direto (pigmentação dourada), devido à foto-oxidação da

forma leuco da melanina (bronzeamento mais duradouro); • Atua na camada superior da pele; • Ação eritematosa fraca; • Maior efeito bronzeador situa-se em 340 nm; • Penetra até a derme e • Responsável pelo envelhecimento precoce. UVB (290 - 320 nm)

Representa somente 0,5% da radiação solar que atinge a Terra; • Penetra apenas na epiderme; • Responsável pelo eritema (queimadura) que se maximiza de 6 a 20 horas após a exposição; • Responsável pelo bronzeamento indireto e tardio; • Causa câncer de pele; • Antirraquitismo e • Melhora o aspecto emocional. UVC (200 - 290 nm)

Filtrada pela camada de ozônio da atmosfera; • Denominada radiação germicida; • Altamente eritematogênica e prejudicial aos tecidos vivos e • Pode ser obtida artificialmente. Ângulo de Incidência: * Radiação UV B: maior incidência das 10h00 - 15 h. * Radiação UVA: maior incidência 06h30m-17h30minhs.

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* 12h00m todas as radiações são potentes. Reflexão do meio ambiente (segundo a superfície): * Neve: reflete 80% das radiações. * Areia: reflete 20% das radiações. * Água: reflete 10% das radiações. * Grama: reflete 3% das radiações. * Asfalto: reflete 2% das radiações. * O guarda-sol de algodão deixa passar 5% da radiação. * O guarda sol de poliéster: deixa passar 60% da radiação. 10.2 Fotoproteção Natural da Pele O sol representa um benefício necessário à saúde, pois ativa a circulação e estimula a

produção de vitamina D (necessária aos dentes e ossos). Os raios solares, entretanto, penetram profundamente na derme, deixando a pele seca, enrugada e com manchas senis, o que aumenta a possibilidade de câncer de pele tanto nas peles claras como nas peles morenas.

O primeiro fator de proteção solar é a melanina, que, quando estimulada pela luz solar, protege os núcleos dos queratinócitos, evitando a sua morte. A melanina é um filtro que reflete parte da radiação ambiental e absorve outra parte para produção de calor e para desempenhar a função metabólica que produz vitamina D.

Melanogênese é o processo pelo qual se dá a formação da melanina, que é produzida no interior dos melanócitos. A melanina sai da camada basal, sendo transportada até a epiderme pelos queratinócitos. O ácido urocânico, uma substância existente no suor, também absorve as radiações. Após a radiação, os melanossomos se reagrupam ao redor dos núcleos, protegendo o núcleo do material genético das células. A melanina neutraliza a ação de radicais livres.

Os principais mecanismos de proteção natural da pele são:

• Pigmentação da pele (bronzeamento) = aumento do conteúdo de melanina na epiderme,

• Espessamento da camada córnea e • Suor: presença do ácido urocânico. 10.3 Protetor Solar Os mecanismos naturais de proteção da pele

não são suficientes para defendê-la adequadamente dos efeitos danosos das radiações solares; daí a necessidade de uso de protetores solares. Os filtros solares protegem a pele das agressões da radiação dos raios solares, evitando o envelhecimento prematuro da pele e a destruição gradual de sua elasticidade.

Segundo seu mecanismo de ação, os filtros solares podem ser: • Físicos ou Inorgânicos: têm origem mineral, são conhecidos como bloqueador solar,

contêm maior quantidade de dióxido de titânio, Formam uma barreira sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo a luz UV. Na reflexão/dispersão, a luz incidente nas partículas inorgânicas é redirecionada de volta ou espalhada por vários e diferentes caminhos. Este processo é responsável pela translucência e opacidade das partículas de filtros orgânicos aplicadas sobre a pele.

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Deixam uma camada branca sobre a pele, devido ao excesso de TiO2. Não são irritantes

(materiais inertes). A principal vantagem dos filtros físicos é que os mesmos raramente irritam a pele. A desvantagem, contudo, é cosmética: a maioria dos produtos que contém filtros físicos deixa a pele com resíduos brancos. Felizmente, atualmente contamos com filtros físicos de tamanho muito reduzido (conhecidos como “nano partículas”). Essas “nanopartículas” permitem a formulação de produtos quase transparentes.

• Químicos ou Orgânicos: possuem na sua estrutura um anel benzênico que interage com a

radiação UV promovendo a conversão da radiação UV absorvida pela pele, que é danosa, e com comprimentos de ondas curtas, em radiações menos danosas e com comprimento de onda mais longo. São representados pela avobenzona, octilmetoxinamato etc. Proporcionam formulações transparentes (não deixam a pele com resíduos brancos), geralmente são oleosos e podem causar alergias em algumas pessoas.

Todos são Protetor Físico, as duas últimas são em nanopartículas.

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Os filtros solares químicos devem: • absorver as radiações UVA e UVB

(280-360 nm); • manter a estabilidade química; • ser inodoros, insípidos e incolores; • apresentar boa tolerância pelas

mucosas; • ser compatíveis com os ingredientes

e veículos usados em cosméticos; • ter pouca ou nenhuma solubilidade

em água. Por outro lado, não devem ser tóxicos, irritantes ou sensibilizantes e não podem, em

hipótese alguma, manchar roupas ou produzir descolorações. Os principais ingredientes dos filtros solares são moléculas aromáticas conjugadas com

grupos carbonil. Essa estrutura geral permite à molécula absorver raios ultravioleta de alta energia e liberar a energia como raios de baixa energia, desse modo prevenindo o ultravioleta, que é danoso à pele, de atingi-la.

Os filtros solares químicos são classificados em: UVA, UVB e amplo espectro. Exemplos: derivados de PABA, salicilatos, cinamatos, benzofenonas e outros.

10.3.1Fator de Proteção Solar (FPS) O Fator de Proteção Solar (FPS) é uma classificação atribuída pelo FDA (Food and Drug

Administration), relativamente ao grau de proteção dos protetores solares à radiação UVB. Dá uma indicação de quanto tempo uma pessoa pode permanecer ao sol sem se queimar. A regra é: quanto mais clara for a pele, mais alto deve ser o FPS.

Comparação de Protetores Solares Mais Conhecidos

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O FPS 15 filtra 93,3% da radiação ultravioleta B, enquanto o FPS 30 evita 96,7%. Ainda não é possível se proteger 100%, porém com valores mais altos se consegue um aumento do espectro de proteção. O FPS é definido como:

FPS=dose eritemática mínima da pele protegida com protetor solar dose eritemática mínima da pele desprotegida Os filtros solares convencionais não bloqueiam o UVA tão efetivamente quanto o UVB, e

mesmo taxas de FPS acima de 30 podem significar baixos níveis de proteção contra UVA, de acordo com um estudo realizado em 2003, feito por pesquisadores. De acordo com outro estudo realizado em 2004, o UVA também causa danos ao DNA das células da pele, aumentando o risco de ocorrer melanoma maligno. Até mesmo alguns produtos rotulados como "proteção contra o amplo espectro UVA/UVB", não provêm boa proteção contra raios UVA. A melhor proteção contra o UVA é provida por produtos que contêm óxido de zinco, avobenzona e mexoryl®. O dióxido de tiánio provavelmente provê boa proteção, mas não cobre todo espectro do UVA.

Os fatores de proteção solar podem ser influenciados por: • veículos nos quais os filtros estão dispersos; bloqueadores físicos refletem a radiação,

aumentando o fator de proteção solar; • alguns derivados vegetais, como alecrim, amor-perfeito, óleo de café verde, macela e

camomila, entre outros, que são absorvedores moderados da radiação ultravioleta (no máximo fator 4).

Tipos de Produtos Solares : * Bronzeadores: Produtos que apresentam FPS 2-4. * Protetores solares: Produtos que apresentam FPS 8-15. * Bloqueadores: Produtos que apresentam FPS 15-30. O FPS ajuda na escolha do produto mais adequado a cada tipo de pele:

Fototipos de pele

Comportamento da pele à radiação solar

Nível de proteção: queimadura solar

FPS

Pouco sensível

Raramente apresenta eritema

Baixo 2 < 6

Sensível

Moderadamente apresenta eritema Alto 6 <12

Muito sensível

Facilmente apresenta eritema

Alto 12 < 20

Extremamente sensível

Sempre apresenta eritema

Muito alto 20

Os protetores solares são denominados bronzeadores, bloqueadores e moderadores,

dependendo do FPS que apresentam. Os protetores solares apresentam-se em diversas formas cosméticas:

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Emulsão Óleo

• Forma cosmética mais popular • Filme uniforme solar sobre a pele • Filme mais espesso sobre a pele • Filme não-transparente sobre a pele • Mais barata (FPS altos) • A maioria dos filtros solares usados são

lipossolúveis

• Forma cosmética mais antiga • Excelente estabilidade (somente uma fase) • Filme transparente e fino sobre a pele (FPS

baixos) • Alto custo (não contém água) • Pode interagir com a embalagem • Dificuldade de atingir altos FPS

Gel Stick •Facilmente removido pela água e transpiração • Filme não-uniforme sobre a pele • Gel aquoso: usa apenas filtros hidrossolúveis

ou solubilizante para os lipossolúveis, que em altas concentrações são irritantes e encarecem a formulação (gel transparente)

• Gel oleoso: mesmas características dos óleo

• Mais usado nos lábios e nariz (cobre uma pequena área com uma única

aplicação) • Em geral composto por filtros solares oleosos,

ceras e petrolato • Resistente à água

10.4 Bronzeamento Pigmentação direta: é induzida pela radiação UVA sobre a melanina já formada na pele. Pigmentação indireta: começa de 48-72horas e dura no máximo 7 dias. A pigmentação tardia começa 48-72 horas e atinge o máximo de 7 dias. É mantido por exposições repetidas do UV. O bronzeamento tardio é resultado da produção de nova melanina, associado ao tamanho

do melanócito, produção de melanossomas. 10.4.1 Autobronzeador / Bronzeador Simulatório Os autobronzeadores escurecem a pele sem que haja necessidade de exposição direta ao

sol. Promovem uma reação química com as proteínas da pele, dando origem ao bronzeado. Uma molécula que tem apresentado particular interesse para esse tipo de produto é a

Dihidroxiacetona (DHA). A DHA dá origem a produtos fortemente corados, quando aplicados na pele em solução aquosa ou hidro-alcoólica, originando coloração que se desenvolve em intervalos de duas a seis horas e permanece de quatro a seis dias sem apresentar toxicidade.

Esse escurecimento da pele é independente da melanogênese e resulta da combinação da DHA com os ácidos aminados da pele e com o aparecimento de compostos chamados melanoidenos.

Argenina é um dos aminoácidos da epiderme que mais rapidamente reage com DHA. As formulações baseadas nessas substâncias apresentam muitas vezes associada à filtros protetores porque essa coloração pela DHA é só aparente e não oferece nenhuma proteção à penetração dos raios UV.

A tolerância cutânea do DHA tem degradação bastante rápida (2 a 6 vezes por mês) e é conveniente recorrer a lotes recentes, evitando a utilização de produtos inativos.

Atualmente, existem nanosferas e ciclodextrinas de DHA, que permitem uma liberação gradual do ativo, evitando manchas na pele. A associação com urucum tem proporcionado um bronzeado mais avermelhado e não tão amarelo.

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Algumas matérias primas destinadas a formulações de cosméticos para acelerar e/ou prolongar o bronzeado. ACTIOBRONZE ® - complexo vegetal hidrolisado de colágeno e tirosina. . Aumenta e

prolonga o processo de bronzeamento natural através de estímulos da formação da melanina, concentração usual 2% BIOTAN ® - tirosina e carboximetil teofilina metilsilanol, peptídeos do colágeno.

Concentração usual 5% TYR-OL ® - oleoil tirosina, acelera a velocidade de bronzeamento mesmo na presença

de filtros solares. Concentração usual: 1 a 3% O principio dos aceleradores baseia-se no aumento do substrato para a enzima tirosinase. A

aplicação tópica de tirosina aumenta a reserva extra deste aminoácido na pele para ativar, ou manter a síntese de melanina após irradiação solar. Este processo aumenta e/ou prolonga o bronzeado com menos exposição solar.

A associação da tirosina com a vitamina B2, um ativador foto-oxidativo, intensifica o processo oxidativo da tirosina.

A pigmentação da pele é um processo bioquímico lento e que só pode ser observado após 3 ou 4 exposições ao UV. Portanto a aplicação tópica destes produtos necessita mais que uma exposição solar para apresentar resultados. Seu ponto mais positivo é a possibilidade da exclusão a exposição aos raios UV.

Existem os bronzeadores por via oral que são produtos à base de caroteno, cujo aparecimento não é muito recente. Não foram muito bem aceitos pelas autoridades, por serem facilmente considerados medicamentos.

As necessidades diárias de vitamina A ou ainda de pró-vitamina B (caroteno puro ou carotenóides) são de 5.000 UI no adulto e 1.500 UI na criança.

Seguindo a posologia preconizada de vitamina A, seria o dobro do normal, considerando a ingestão de carotenóide alimentar, que é bastante inferior à indicada pela Organização Mundial de Saúde.

Cosmético Pós Sol: A pele sofre inúmeras agressões causadas pelo excesso de UV, e apresenta um processo inflamatório local. Inicia-se com um eritema, em apenas 2 a 8 horas após a exposição ao sol, e alcança sua magnitude em 24 a 36 horas.

Este excesso de radiação leva a uma maior formação de radicais livres na pele que atacaram as membranas biológicas, DNA e proteínas que compõe o tecido de sustentação da pele. Compromete também a atividade enzimática e produtora de substancias que eliminam os radicais livres, deixando assim a pele mais desamparada em questões de proteção.

Os cosméticos e cosmecêuticos pós sol, devem conter ativos que hidratem a pele, neutralizem os radicais livres, possuam efeito antiinflamatório, sejam emolientes e produzam um aumento na resistência imunológica da pele.

Certas vitaminas podem ajudar neste processo: - vitamina A, vitamina C, vitamina E, pró-vitamina B5, carotenóides e vitamina F. Os flavonóides são outra categoria de ativos, pois atuam contra os radicais livres (chá verde

– “epicatequinas”, folha de oliveira “oleuropeina”, ginkgo biloba, Isoflavonas, aloe vera, beta-glucanas, tamarindus, uréia, alfa bisabolol, PCA-NA, alfa

bisabolol, e também algumas formulações acrescidas de manteigas vegetais e diversos óleos (manteiga de cupuaçu, óleo de buriti, óleo de castanha do Brasil, óleo de milho).

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11. Como manter a pele da Face Eudérmica Para maior eficácia no tratamento cosmético, é necessário seguir várias etapas, contínuas e

complementares: 11.1 Higienização Os cosméticos de higienização são produtos que não devem penetrar na pele, nem ser

absorvidos por ela. Deve permanecer sobre a pele tempo bastante para eliminar da superfície epidérmica toda a variedade de contaminantes, como secreção sebácea, impurezas, células mortas, maquilagem, detritos etc., arrastando, emocionando ou solubilizando.

A água é uma das principais substâncias usadas na limpeza da pele; sozinha, porém, é ineficaz, principalmente contra a oleosidade.

Os cosméticos destinados à higienização da pele podem ser apresentados em diversas formas: sabonete líquido ou sólido, óleos, gel, cremes e leite de limpeza ou loção.

Loções para limpeza da pele e abertura dos óstios: pH alcalino e loções tônicas após limpeza: pH ácido (para que a pele retorne ao seu pH natural, entre 5,5 e 6,0).

Devem apresentar as seguintes características: • ter detergência moderada; • não ser muito fluidos nem muito espessos, para que possam ser espalhados facilmente

sobre a pele; • possuir ação somente no nível da epiderme; • não ser irritantes nem sensibilizantes; • ser ligeiramente antissépticos; • ter pH ácido, neutro ou ligeiramente alcalino (pH de 4-8,5) e • ser de fácil eliminação.

1. Higienização (limpeza)

• Remove células mortas

• Retira impurezas

• Controla secreções

sebáceas

• Abre os poros

2. Tonificação

• Reduz o tamanho dos poros

(ação adstringente)

• Firma a pele

• Restabelece o pH cutâneo

• Ajuda a retirar resíduos de

produtos de limpeza

3. Hidratação

• Evita a perda

de umidade

4. Nutrição

• Repõe nutrientes

substâncias

recuperadores do

manto hidrolipídico,

protetora da pele

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11.2 Tonificação Os cosméticos de tonificação devem: • eliminar os resíduos da emulsão de limpeza; • restaurar o pH MAIS PROXIMO DO fisiológico; • evitar a desidratação e o ressecamento; • favorecer a reepitelização; • reduzir o tamanho dos poros e • reduzir as secreções sebáceas. O tônico complementa o processo de limpeza, ao mesmo tempo em que amacia a superfície

da pele. Serve para fechar os poros e preparar a pele para receber os benefícios do hidratante. As impurezas da pele são compostas de materiais hidrossolúveis, lipossolúveis e insolúveis.

Os tônicos e todos os produtos de higienização devem reunir condições para eliminá-los. O tônico pode ter várias especialidades, dependendo do princípio ativo e de sua formulação

básica: • adstringente; • calmante e • descongestionante. O tônico é formado por um sistema hidroalcoólico, cujo teor de álcool etílico pode chegar

até 70% em determinados casos. As formulações de tônicos podem conter, por exemplo: • agentes antissépticos: triclosan, enxofre, piritionato de zinco, derivados da raiz de alcaçuz

(glicirrinato de amônio; ácido 18B-glicirrético), timol, própolis, ácido salicílico. • extratos vegetais e marinhos: agrião, alecrim, algas marinhas, arnica montan, bardana,

calêndula, confrei, ginseng, hamamélis, malva, própolis, sálvia, tília. • corretor de pH e reguladores cutâneos: ácido cítrico, ácido lático, capriloilglicina. • princípios ativos calmantes e umectantes: alantoína, alfa bisabolol, pantenol, alga

Enteromorpha compressa. A aplicação dos produtos tônicos geralmente é feita com algodão, em movimentos circulares

e suaves. Essa ação serve para retirar os últimos resíduos deixados pela loção de limpeza. Em todos os casos de aplicação, o produto não deve ser usado na área dos olhos. 11.3 Hidratação Hidratantes são matérias-primas higroscópicas intracelulares, ou seja, substâncias que

intervêm no processo de reposição do teor de água da pele de maneira ativa, por isso se diferenciam dos umectantes.

A desidratação e a diminuição da elasticidade ocorrem quando a perda de água do extrato córneo é maior do que a sua reposição. A hidratação se faz durante o dia, após a limpeza e a tonificação.

Os cosméticos hidratantes são aqueles que se propõem a deixar a pele macia e suave. Possuem pH ligeiramente ácido, próximo do pH da pele.

A xerose ou xerodermia, ou ainda pele seca pode se manifestar em qualquer individuo durante a vida. O comprometimento da barreira córnea eleva a perda de água através da pele, isso pode aumentar a liberação de citoquinas que por sua vez induzem o inicio do processo inflamatório e o eczema.

Normalmente as peles secas estão associadas à menor presença de lipídeos secretados pela glândula sebácea, enquanto a hidratada pode estar acompanhada de uma maior presença de lipídeos.

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A pele se mantém hidratada graças à presença de lipídeos secretados pelas glândulas sebáceas, a matriz lipídica intercelular na camada córnea, ao fator natural de hidratação, a presença e integridade dos corneodesmossomas (complexo protéico contido no envelope dos corneócitos formado pelas proteínas DESMOGLEÍNA, CORNEODESMOSINA E PLACOGLOBINA) responsáveis pela coesão dos mesmos na camada córnea e as aquaporinas.

A hidratação da camada córnea fisiológica depende e varia de acordo com os seguintes fatores: Umidade externa Transporte de água das camadas mais inferiores da pele para as mais externas Velocidade do processo de queratinização da epiderme Velocidade de evaporação da água para o meio externo Quantidade, qualidade e composição do manto hidrolipídico ou também

chamado de emulsão epicutânea que corresponde à quantidade de lipídeos cutâneos, água e fator de hidratação natural da pele.

Todo o produto secretado pelas glândulas sebáceas é rico em ácidos graxos, triglicérides, esqualeno e ceras, e é distribuído sobre a camada córnea formando um filme lipofílico que dificulta a saída da água e também a sua evaporação.

Pode-se observar durante a infância uma redução desta secreção, por conseqüência tronando a pele mais seca, e também o mesmo acontece no envelhecimento.

Contudo na adolescência ou puberdade o processo se inverte pelo aumento da secreção hormonal que controla a produção sebácea, e a pele torna-se mais oleosa, mas não por isso será mantido a hidratação adequada.

Durante a transformação dos queratinócitos em corneócitos na camada córnea, são produzidos nos espaços intercorneocitários uma mistura de lipídeos (40% CERAMIDAS; 20% ÁCIDOS GRAXOS; 25% COLESTEROL; SULFATO DE COLESTEROL + FOSFOLIPÍDIOS + GLICOCERAMIDAS “concentrações não indicadas”) que correspondem a 11% da camada córnea, os mesmos se organizam mantendo a união entre os corneócitos porem com alternância de domínios hidrofílicos e lipofílicos. Sendo que os hidrofílicos é que são capazes de manter a ligação da água na camada córnea aumentando sua retenção nesta região.

Os hidratantes são substâncias que possuem a função de manter ou restituir a homeostase da pele.

O objetivo principal de um cosmético hidratante é manter e aumentar o nível hídrico superficial, que em condições ideais é de 20% a 30%.

Durante o inverno as peles jovens e envelhecidas tendem a diminuir as concentrações de ceramidas e de ácidos graxos, daí o aparecimento de dermatites atópicas, visíveis como eczemas secos e pruriginosos.

Também mulheres tabagistas e menopausadas tendem a apresentar este tipo de condição, devido à diminuição do estrogênio circulante.

Outro parâmetro é a manutenção e/ou reposição da quantidade de lipídios presentes na pele.

Se as enzimas proteolíticas tiverem seus níveis e atividades diminuídas à degradação dos corneodesmossomas não ocorrerá de maneira eficiente, tornando a pele mais espessa e com menor hidratação.

Encontramos também na epiderme o fator de hidratação natural da pele que é responsável por 30% da hidratação da camada córnea.

O FHN atua como uma esponja retendo água na camada córnea.

60

A pele se manifestará seca quando o conteúdo de água total na camada córnea estiver abaixo de 10%.

As formulações de hidratantes podem conter, por exemplo: • produtos de ação semi-oclusiva: óleos vegetais (abacate, amêndoas, jojoba, macadâmia),

óleos minerais (vaselina, parafina), ácido hialurônico (por ser uma molécula grande, não penetra na pele, formando um filme protetor que evita perda de água transepidermal), gorduras e ceras vegetais (manteiga de muru-muru, manteiga de karité, cera de arroz).

• produtos umectantes: propilenoglicol, sorbitol, glicerina, pantenol. • produtos hidro-repelentes: os derivados de silicone formam um filme permeável que

permite as trocas entre fluidos com a pele. Entre os princípios ativos hidratantes, temos: Ácido Lático: trata-se de um AHA extraído do leite; possui ações semelhantes às do ácido

glicólico, como a descamação e a hidratação. Responde também como um corretor de pH. Algas Marinhas: possuem os seguintes nutrientes: vitaminas, sais minerais, proteínas, iodo,

polissacarídeos. Por apresentarem gomas / mucilagens, agem contra o envelhecimento da camada córnea, promovendo tonificação e principalmente hidratação (3 a 10%).

Extração da alga Uva lactuca: inibidor da elastase, sendo um potencializador da energia celular.

Extração da alga Codium Tomentosum: aporte de betahidroxiácidos, agente de hidratação profunda e prolongada.

Extração da alga Macrocystis pyrifera: reduz a formação de metaloproteinases, aumenta a síntese de fibras colagênicas, elastina, fibronectina e glicosaminoglicanas.

Aminoácidos: unidades formadoras das moléculas de proteína (colágeno, elastina etc). Quando aplicados sobre a pele, são capazes de penetrar na epiderme, podendo até atingir a derme em alguns casos, já que seu peso molecular é baixo. Têm ação hidratante.

Aveia: rica em proteínas, vitaminas do complexo A, B e E, enzimas, sais e cálcio, ferro, sódio e potássio (1 a 5%), atua como hidratante, emoliente e revitalizante.

Glicídeos: compostos orgânicos derivados de alcoóis polihídricos. Híaluronato de Sódio: substância de origem sintética, tem ação hidratante. Lactato de Amônio: substância química utilizada na cosmética como hidratante. Metislanol manuronate (Algisium C): este silanol aumenta a resistência da membrana celular

e hidrata biologicamente. NMF (Normal Moisturizing Factor): reprodução do fator de hidratação natural, de origem

sintética. Óleo de Semente de Uva: rico em vitamina E, tem ação antioxidante. Presente em

formulações de óleo para banho, loções e cremes para prevenção de estrias. PCA-Na (ácido pirrolidina carboxílico): utilizado em loções e cremes hidratantes, tem

propriedades higroscópicas. Sulfato de Condroitina: mucopolissacarídeo presente nos tecidos cartilaginosos de

mamíferos, onde se encontram o ácido hialurônico e o colágeno. Sua função é hidratar, gerando aumento da elasticidade da pele. É encontrado em géis e cremes, na concentração de 1 a 5%.

Uréia: hidratante, estimulante da regeneração celular. Silicone: é o nome genérico utilizado para muitas classes de compostos organo-silicone,

representado pelo siloxano (Si-O) como cadeia principal, ligados por grupamentos orgânicos (metila...)

Provém do quartzo que representa 26% da crosta terrestre

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Foram utilizados em cosméticos em 1950. Estão presentes em 43% das formulações cosméticas. Foram introduzidos na área cosmética,

devido às propriedades sensoriais. Silicone mais comum é o dimeticone. Oferecem benefícios sensoriais (redução de pegajosidade, sedosidade, melhoram o

desempenho das formulações,são utilizados em todos os produtos cosméticos. Variedades de Silicones: Ciclometicones. Dimeticones. Blends de silicones (dimeticone, ciclometicone...). Elastômeros de silicones Dimeticones copolióis, feniltrimeticones, amodimeticoines, microemulsões de silicones.

A) Ciclometicones (ciclosiloxano) Polidimetilsiloxanocíclico, conhecido como: silicone volátil. Por apresentar baixa tensão

superficial, são muito utilizados como agentes de espalhamento. São utilizados para reduzir pegajosidade em emulsões e géis. Utilizados em antitranspirantes e aerosóis. B) Dimeticones (polidemetilsiloxano) Apresentam cadeia linear. Não são voláteis. São insolúveis na água Promovem bom espalhamento. Utilizados também como lubrificantes de válvulas e sprays de embalagem C) Dimeticonol Goma linear de silicone. Insolúvel em água; volátil. Proporcionam brilho e toque sedoso aos produtos. Comercialmente estão na forma de emulsão. Podem formar pontes de hidrogênio com a proteína do cabelo (efeito build up) D) Dimeticone copoliol (silicone polieter) São copolímeros do dimeticone Reação é feita com óxido de etileno ou propileno. Proporcionam brilho à formulação, reduz pegajosidade E)Feniltrimeticone São silicones em que o grupamento metil é substituído pelo fenil. Apresenta características hidrofóbicas. Possui alto índice de refração. Apresenta boa espalhabilidade.

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F) Amodimeticone São silicones em que o grupo metil é substituído por aminas secundárias e primárias. No grupamento polar das aminas apresentam substantividade com as proteínas do cabelo. 11.4 Nutrição Os produtos nutritivos contêm ativos que levam nutrientes para a pele, a fim de promover a

regeneração, a conservação e a proteção, prevenindo o envelhecimento cutâneo. Como o processo de mitose celular é maximizado durante as primeiras horas da manhã, a

nutrição da pele deve ser feita durante a noite, com vistas a repor os componentes lipídicos do manto córneo. Entre os princípios ativos nutritivos, temos:

Aminoácidos de trigo ligados à cadeia graxa Palmítica (LIPACIDE PVB): estimulam a síntese de proteínas totais, Têm efeito nutriente e

abastecedor das células, com elementos que estão ausentes ou insuficientes. Aminoácidos do leite: produtos obtidos através das transformações do leite. Possuem ação

nutritiva, hidratante e emoliente. Utilizados em cremes nutritivos e produtos infantis. Lipoproteínas de trigo, amêndoas e aveia: têm ação reestruturante do estrato córneo,

diminuindo as descamações. Lipossoma Sod: substância de ação antirradicais livres. Funciona como reconstituinte da

camada córnea. Utilizado em gel nutritivo. Proteína de Soja: estimula a regeneração celular. Proteosilane C: este silanol age como regenerador do tecido conjuntivo; ativa a multiplicação

de fibroblastos, prevenindo o envelhecimento cutâneo. Óleos Vegetais: • Óleo de abacate: nutritivo, revitalizante; usado em cremes e óleos para massagem. • Óleo de damasco: regenerativo; utilizado em cremes nutritivos, bronzeadores e

demaquilantes. • Óleo de gergelim: de aspecto transparente amarelo-ouro, usado em cremes hidratantes e

nutritivos, de limpeza facial, batons e loções bronzeadoras. • Óleo de macadâmia: usado em cremes ou loções hidratantes e nutritivos, previne o

envelhecimento cutâneo. • Óleo de prímula: usado em cremes e loções para as mãos, nutritivos, demaquilantes e na

prevenção de eczemas. • Óleo de rosa mosqueta: cicatrizante, utilizado para queimaduras em cremes nutritivos. Sistema de Liberação progressiva: • Ciclodextrinas de vitaminas A, C, E, F: moléculas de açúcares que funcionam como vetores

das vitaminas, garantindo sua liberação gradual e maximizando a atividade regeneradora. • Vitamina E ou tocoferol: capaz de combater os radicais livres, assim como a peroxidação de

ácidos graxos. Encontrada em cremes nutritivos e pós-sol. 11.5 Escolha do Produto Cosmético segundo o tipo de pele A escolha correta do produto cosmético deve estar de acordo com o tipo de pele para

garantir a eficácia do tratamento.

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Limpeza Tonificação Hidratação Nutrição

pele normal (eudérmica)

• creme • leite de limpeza (oleosidade moderada)

• loção tônica para pele normal

sistema aquoso)

• creme-gel • creme nutritivo (emulsão O/A)

• creme-gel • creme nutritivo (emulsão O/A)

Pele oleosa (lipídica)

• leite de limpeza • gel • loção de limpeza oil-free

• loção tônica adstringente (sist. hidroalcoólico)

• gel hidratante • creme-gel • séruns

• gel nutritivo • creme-gel • séruns

Pele seca (alipídica)

• creme • leite de limpeza (boa oleosidade)

• loção tônica para pele seca

(sistema aquoso)

• creme hidratante oclusivo (emulsão A/O)

• creme nutritivo oclusivo (emulsão A/O)

Pele Acnéica

• sabonete líquido • loção de limpeza oil-free

• loção tônica antisséptica

/ adstringente (sist. hidroalcoólico)

• gel hidratante oil-free

• gel nutritivo oil-free

Pele envelhecida

Segue tratamento intensivo semelhante ao de pele seca, com atenção especial para intensa proteção solar diurna (FPS-30) e nutrição noturna.

12. Cosmetologia na HLDG 12.1 Introdução A etimologia nos ajuda a compreender o significado do termo hidrolipodistrofia ginóide:

hidro, relativo à água; lipo, relativo à gordura; distrofia, desordem nas trocas metabólicas do tecido; ginóide, respectivamente, mulher e forma. Assim, hidrolipodistrofia ginóide (HLDG) refere-se a alterações no panículo adiposo subcutâneo, determinante do formato corporal da mulher, com perda do equilíbrio histofisiológico e hídrico local.

Várias outras expressões são utilizadas para definir o conjunto de alterações que ocorrem na derme e na tela subcutânea: lipodistrofia ginóide, fibroedema ginóide ou paniculopatia fibroesclerótica. O termo “celulite” tem gerado grande controvérsia desde seu emprego inicial em 1928, porque o sufixo “ite” significa inflamação, a qual não está presente nas alterações observadas nesta patologia. Embora inadequado, o termo continua amplamente difundido entre leigos e mídia.

12.2 Cosméticos no tratamento da HLDG A HLDG é uma condição multifatorial, em que as variáveis se somam para determinar a

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presença e o grau da doença. Assim, para alcançar o melhor resultado possível, o tratamento também deve ser múltiplo. Graus avançados de celulite (III e IV) requerem grandes esforços terapêuticos e ainda assim o resultado final pode ser pobre. Graus mais leves obtêm melhores respostas, mas, com a permanência dos fatores causais e a interrupção da terapêutica, correm o risco de recidiva, ou seja, voltar ao estado anterior ou até mesmo piorar.

Mesmo assim os cosméticos não devem ser vistos como métodos de tratamentos, e sim como auxiliares nos tratamentos terapêuticos, ou ainda, como manutenção de resultados.

As formulações desses cosméticos devem conter ativos para realizar três tarefas básicas: a lipólise, ativador da microcirculação sanguínea e a reestruturação dos tecidos.

1. Na lipólise, os ativos estimulam enzimas a reduzir a reserva de triglicerídeos. Nesta nova categoria de ativos estão a cafeína e a teofilina – extraídas do café, chá, guaraná, cacau e mate.

2. Ativador da microcirculação sanguínea, os ativos facilitam a reabsorção dos líquidos intersticiais e eliminam as toxinas. Incluem os extratos vegetais de castanha-da-índia, ginkgo biloba e hera, que atuam diretamente sobre os vasos, facilitando o retorno venoso; além disso, são antiedematosos.

3. Na reestruturação, os ativos induzem à reorganização do tecido conjuntivo através da regeneração celular do tecido danificado. Os ativos indicados são: silanóis (compostos de hidrogênio e silício) in vitro são capazes de diminuir a taxa de degradação de fibras elásticas e colágenas da derme e o extrato de centelha asiática é formado quimicamente por asiaticosídeo (40%), ácido madecássico (30%) e ácido asiático (30%), derivados triterpênicos que estimulam a síntese de colágeno e outras proteínas de sustentação da pele. A centelha asiática também estimula a microcirculação.

13. Peeling Tem objetivo de promover a renovação celular, de forma progressiva, estimulando a

regeneração natural dos tecidos. Os peelings podem ser muito superficiais, superficiais, médios e profundos, dependendo da região da pele que atinge.

O peeling pode ser físico (peeling de cristal ou diamante, esfoliante, etc.), biológico, vegetal (gomagem), químico (ácidos) ou laser (resurfacing).

O peeling físico esfoliante consiste na aplicação de cosméticos que contêm substâncias abrasivas para remover células mortas e aumentar a permeação cutânea, preparando para a absorção de outros princípios físicos. Atua por atrito.

Os principais agentes esfoliantes são: • apricot (pó de caroço de damasco); • diatomáceas (algas); • polietileno (microesferas de plástico) e • sílica (quartzo). No peeling biológico emprega-se enzimas proteolíticas que hidrolisam a queratina,

diminuindo a espessura da camada córnea. As mais utilizadas são papaína e bromelina. Já o peeling vegetal – gomagem consiste em massagens circulares de géis que, evaporado o

seu veículo, formam grumos que carregam as células mortas, deixando a pele suave e limpa. A origem dos peelings químicos data de muitos anos, sendo primeiramente documentados

em 1941, quando Eller e Wolf empregaram a escarificação e peeling cutâneo no tratamento de cicatrizes. Mackee e Kerp utilizaram técnica semelhante em 1903. Em 1960, Ayres, Baker e Gordon introduziam o que se chama da era moderna dos peelings químicos. A partir de 1986, com Brody e Hailey, se iniciou a utilização de peelings seriados ou peelings combinados.

O peeling químico consiste na aplicação sobre a pele de um agente que destrói, esfolia as

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camadas superficiais da pele. Esta substância pode variar sua composição e potencial, seja ele terapêutico ou irritativo.

Os peelings químicos causam a descamação e a renovação da pele, com destruição química das células epidérmicas. Esses procedimentos aceleram a renovação celular cutânea e proporcionam uma melhora formidável à pele, através de diversos agentes químicos.

Referente à concentração do peeling, é a porcentagem de ácido que é empregada na solução do produto acabado e determina a potência do produto. A potência é relativa quanto maior a concentração, maior a potência e, por consequência, maior a atividade queratolítica (descamação), e também maior probabilidade de reações adversas.

Portanto, quanto menor a concentração, menor a potência, o que se subentende por menor descamação e também menor probabilidade de reações adversas. A intensidade desse peeling ácido segue as seguintes indicações:

Nível do Peeling Camadas atingidas Problemas Tratáveis

Nível 1 Peeling Muito Superficial

Camadas superiores da epiderme

manchas muito superficiais, aspereza, pele sem brilho, pele descamativa , pele "seca", peles "cansadas" e "maltratadas"

Nível 2 Peeling Superficial

Epiderme Manchas superficiais, aspereza, rugosidades

finas, acne ativa Nível 3 – Peeling Médio

Epiderme, derme papilar e derme reticular

Rugas, manchas, cicatrizes de acne, sulcos

Nível 4 Peeling Profundo

Epiderme, derme reticular Envelhecimento total da pele, cicatrizes de acne

muito profundas Mas é importante

saber que, para aumentar ou diminuir a potência da

concentração, é preciso observar a

interferência do pH adotado na

formulação. O pH (potencial

hidrogeniônico) é a quantidade de H+ e OH- existente em determinado meio e designa o nível de acidez, neutralidade ou alcalinidade do meio em questão.

Quanto menor o pH, mais ácido será o produto e quanto maior o pH, menos ácido.

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O pH é que determina o nível de disponibilidade de um ácido na pele, ou seja, quanto da

concentração deste ácido é realmente aproveitada pela pele. Existem alguns fatores que influenciam na profundidade e na consequente resposta do

peeling químico, como: * Preparo da pele (pré-peeling); * Tipo de pele do paciente; * Integridade da epiderme (como ocorreu a higienização); * Localização anatômica da descamação; * Agente esfoliante; * Número de camadas aplicadas e * Duração do contato com a pele. Seguem os agentes esfoliantes mais empregados no pré-peeling: * Ácido Kójico: É considerado por vários autores o despigmentante que possui o melhor

desempenho despigmentante X segurança. Podendo ser utilizado inclusive durante o dia. Concentração usual: 2-10%.

* Ácido Azeláico: Ação antibacteriana e despigmentante por inibição da tirosinase. Concentração usual: 5-20%.

* Ácido Salicílico: agente queratolítico, com aspecto claro, transparente e homogêneo. Provoca um ardor intenso nos primeiros 2-3 minutos da aplicação, que corresponde à precipitação dos sais; após a precipitação a dor diminui e não há mais penetração. O produto não é neutralizado, devendo ser lavado. Pode ser realizado semanalmente, e é especialmente indicado para peles oleosas e acnéicas. Não deve ser realizado em pacientes alérgicos ao ácido acetilsalicílico. Atua reduzindo a espessura do estrato córneo e a oleosidade. Concentração usual: 1-14%.

*Ácido Ascórbico e derivados da vitamina C: Promovem aumento da firmeza e elasticidade da pele, apresentando ainda ação antirradicais livres e redução da melanogênese. Diversas opções disponíveis:

**AA2g Ácido ascórbico 2 glicosado: Contém vitamina C estabilizada com glicose. Não precisa armazenar em geladeira. Concentração usual: 4%.

**Talasferas de Vitamina C: Contém vitamina C armazenada em talasferas, que protegem a vitamina C da oxidação e facilitam o seu transporte para as camadas mais profundas da epiderme. Concentração usual: 2-10%.

**VC-PMG: Fosfato de ascorbil magnésio, contendo vitamina C complexada e hidrossolúvel. Concentração usual: 2-10%.

** Ascorbosilane C: Vitamina C ligada à estrutura do silanol (silício orgânico), estável em meios ácidos. Concentração usual: 3-5%.

* Hidroquinona: Despigmentante Clássico. Concentração usual: 2-4%. * Arbutin e outros derivados da hidroquinona: atuam na inibição da tirosinase, promovendo a

despigmentação. Diversas opções disponíveis comercialmente. Alfa-arbutin, é considerado 20 vezes mais potente que o seu derivado análogo, o Beta-arbutin ou Arbutin Cristal. Concentração usual: Alpha-arbutin: 2%.

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Seguem os agentes esfoliantes mais empregados no peeling químico realizado em consultório:

* TCA (ácido tricloracético): o melhor resultado é obtido através do ácido tricloracético, aplicado não só nas pálpebras, mas também no restante do rosto. A ação desse ácido produz considerável alisamento das linhas e melhora global da pele. A única restrição é que ele só pode ser aplicado em peles bem claras, não sendo recomendado para peles negras, pardas ou morenas. O tratamento prevê aplicações de seis em seis meses. Concentração usual 25 a 65%.USO MÉDICO

* Ácido retinóico: (Vitamina A ácida), promove a descompactação da camada córnea, diminuição no espessamento epidérmico e aumenta a síntese do colágeno; indicado para o tratamento do fotoenvelhecimento, portanto atua em patologias onde há hiperqueratinização e é também associado a agentes despigmentantes. Concentrações 0,01% a 0,1% em cremes ou gel para uso pelo próprio paciente e em concentrações mais elevadas de 1 a 5% para uso em consultório, As aplicações poderão ser feitas a cada 28 semanas, a descamação inicia-se em torno do 2º e 3º dia pós-peeling. Durante todo o período do tratamento, e posteriormente, é necessário o uso do filtro solar e também de cremes hidratantes.

* Resorcina: é o melhor tipo de peeling para eliminar cicatrizes e manchas decorrentes da acne. A pasta com resorcina não arde muito e, depois de alguns dias da aplicação, provoca a descamação da pele, que pode durar de alguns minutos ou até horas, em função da gravidade do problema e da sensibilidade da pele. Geralmente é necessária mais de uma sessão. Concentração usual: 1 A 14%.

* Alfa-Hidroxiácidos (AHA's): Pertencem ao grupo de ácidos orgânicos de cadeia não muito ampla, que tem em comum o grupo HIDRÓXIDO em posição ALFA. O mais simples (e o da molécula de menor tamanho, muito importante na hora da penetração pela pele) é o ácido glicólico de 2 carbonos.

Há várias moléculas na pele que intervêm controlando o grau de descamação: retinóico, os AHA's e os Alfa-acetoxiácidos (AAA), que são os antagonistas naturais dos AHA's; destes, com exceção dos AHA's, tendem a aumentar o grau de descamação, entretanto os AHA's tendem a diminuí-lo.

Este processo dependerá, em último caso, da força de coesão que existe entre os corneócitos: uma maior coesão intercorneocitária, menor o grau de descamação e vice-versa.

Na baixa dose de AHA, as cadeias são ligeiramente separadas e o AHA aumenta a ponte e a união, não se rompe. Assim o número de Pontes de Hidrogênio e a Plasticidade - Hidratação é melhorada: Efeito Fílmico

Na dose mais alta de AHA (70% GLICÓLICO PURO) as cadeias se rompem, se separam e aumentam rapidamente a descamação, quer dizer, produz-se a separação - efeito esfoliante: efeito refinador.

Fontes naturais de AHA: * Ácido Glicólico: concentração usual de 5 a 70%. Tem sido utilizado como esfoliante da

epiderme em concentrações de 5 a 10% (nessa concentração, é utilizado em cosméticos). Atua diminuindo a adesão dos corneócitos. Exemplos: Cana de açúcar, beterraba, uva, alcachofra e abacaxi.

* Ácido Lático: Fermentação bacteriana da glicose. Além de ser um AHA, faz parte da composição do fator de hidratação natural da pele, sendo um importante fator de hidratação cutânea. O ácido láctico oferece o mesmo benefício de outros AHAs, através da promoção da descamação, além de outros benefícios. Concentração de 7 a 20%.

* Ácido Mandélico: O ácido mandélico é um AHA, derivado de um extrato de amêndoas

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amargas. Ele pode ser utilizado em substituição a outros AHAs, como o ácido glicólico, por exemplo, para pacientes com pele mais sensível. A molécula do ácido mandélico é maior que a molécula do ácido glicólico e por esta razão penetra lentamente. O Ácido Mandélico é um dos AHA´S de maior peso molecular, favorecendo um efeito uniforme, o que também minimiza os transtornos comuns da aplicação de AHA`S sobre a pele. Apresenta semelhança química com o ácido salicílico, com sua ação antisséptica só muda as atividades do Alfa-Hidroxiácidos. Concentração usual 5 a 40%

* Fenol - fórmula de Baker: é um peeling de exclusividade médica. Penetra profundamente até no nível da derme reticular, sendo assim indicado para rugas profundas, periorais e para tratar a queratose mais severa. A sua principal desvantagem é a sua cardiotoxidade, nefrotoxidade e depressora do sistema nervoso central; havendo a necessidade de ser realizado em ambiente hospitalar devido à obrigatoriedade de sedação por ser muito dolorida para o paciente.

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* Solução de Jessner: Solução alcoólica que mistura um ácido lático, resorcina e ácido salicílico. Apresenta coloração clara, com cheiro característico. Sua aplicação provoca discreto avermelhamento e ardor, e com várias passadas o eritema torna-se intenso, podendo chegar a um "frost" verdadeiro. Proporciona leve descamação nos

dias subsequentes ao peeling. Também devem ser evitados pelos alérgicos ao ácido

acetilsalicílico. *Easy-Peel: É o mais novo dos peelings, constituído por uma solução de TCA, de

concentração inferior a 15% e um creme terapêutico que se aplica depois da esfoliação. Não se pode utilizar, nem antes e nem depois do peeling, álcool e acetona para a higiene, pois se corre o risco da esterificação de Fisher, ao permitir uma penetração mais importante do produto esfoliante. USO MÉDICO

Esta esterificação de Fisher consiste em um álcool, somado à um ácido orgânico, dar um éster - o grupo -OH da água vem do ácido. É uma reação reversível.

A solução esfoliante pode ser aplicada inclusive sobre a pele não higienizada e até sobre a maquilagem. Ao finalizar a aplicação da solução, deixa secar e aplica o creme terapêutico, que não é retirado. A frequência de peeling é semanal, consecutivo por um total de quatro semanas.

Algumas complicações pós-peeling químico que poderão ocorrer: Hiperpigmentação pós-peeling (pós-inflamatória): pela falta de cuidados com

exposição solar nas primeiras semanas. Para tratar esta situação deverá ser utilizada substância despigmentante, diariamente à noite e às vezes realização de um novo peeling de resorcina.

Queimaduras: pouco frequentes, e mais observadas ao uso do fenol, podendo gerar sequelas hipocrômicas

Cicatrizes: Deve-se postergar ao máximo a retirada das crostas nos dez primeiros dias pós-peeling, evitando-se desta forma escoriações, feridas e consequentemente manchas ou cicatrizes. A crosta inicial protege nos primeiros dias a pele nova e só deve ser retirada pele médico, nunca pelo próprio paciente ou por seus familiares.

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Dermatite de contato irritativa ou alérgica: prescrever anti-inflamatórios tópicos à base de arnica, camomila ou Aloe vera, e nos casos mais intensos hidrocortisona 0,10%; raramente há necessidade de usar antibióticos.

Infecção: pouco frequente no peeling superficial e muito superficial 14. Substâncias Ionizáveis Muitos compostos são formados de unidades estruturais carregadas positiva e

negativamente, chamados íons. Quando esses compostos são colocados em uma solução apropriada, dissociam-se dentro deles componentes polares, ou seja, eletricamente carregados, que assumem uma carga positiva ou negativa.

Quando em estado carregado, cada íon pode ser influenciado por um campo elétrico criado dentro da solução. Os íons positivamente carregados são chamados de cátions, serão atraídos para o polo negativo, são chamados de cátodo, e repelidos do polo positivo. Os íons carregados negativamente (ânions) serão atraídos para o ânodo e repelidos do cátodo. A repulsão eletrostática de cargas iguais é a força motriz para iontoforese.

Quando as drogas ionizam em solução, a porção de drogas da molécula assumirá uma carga negativa ou positiva, enquanto algum grupo do lado iônico assumirá a carga oposta. A identificação da polaridade da droga determina a polaridade do eletrodo usado para conduzir os íons na direção dos tecidos. As drogas positivas são colocadas sob o eletrodo positivo (ânodo) e as negativas são colocadas sob o eletrodo negativo (cátodo). O eletrodo que contém ou sobrepõe a droga é tipicamente referido como o eletrodo “ativo” ou “de distribuição”, com o eletrodo oposto muitas vezes chamado de eletrodo “de retorno” ou “dispersivo”.

Essa dissociação facilita a passagem do principio ativo para a pele, pela membrana celular e pelos folículos pilosebáceos, permitindo melhor absorção e penetração.

Sabemos que substâncias com cargas iguais se repelem e substâncias com cargas opostas se atraem; portanto iremos ionizar o produto com o polo de mesma carga, estamos provocando uma repulsão entre o produto e o eletrodo e uma atração entre o produto e o organismo, facilitando sua penetração.

Geralmente os produtos utilizados são ampolas nutritivas à base de uréia, colágeno, elastina, extrato placentário, DNA, vitamina C, entre outros.

14.1 Melanges Melange é um gel constituído basicamente por um veículo de

acoplamento acústico e elétrico, permeantes químicos, surfactantes, princípios ativos nanosferizados, que possibilitam sua fácil permeação e ação retardada na pele, realizando um "time triggering", ou seja, possibilita a difusão e ação do princípio ativo somente ao atingir a derme, minimizando assim sua captação ao atravessar a rede capilar sanguínea, possibilitando longo perfil temporal de biodisponibilidade local (com concentração uniforme em toda a área tratada), além de conservantes.

Cada princípio ativo terá um mecanismo de ação diferente, como por exemplo: Mecanismo de ação: * lnibidores da Fosfodiesterase Algisium C: Aumenta a resistência da membrana celular, a ação dos radicais livres, protege

contra a glicação, estimula a formação de novo colágeno, tem poder de hidratação e ativa a lipólise.

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Aminofilina: Estimula a lipólise dos ácidos graxos armazenados nos adipócitos pela inibição da fosfodiesterase, elevando indiretamente os níveis de AMPc que estimula a lipólise.

Cafeisilane: Na sua composição a cafeína estimula a lipólise L Carnitina: Conhecido carreador bioquímico que ajuda o ácido graxo a transpassar a

membrana até a mitocôndria, diminuindo a lipogênese. Triac: Inibidor da fosfodiesterase nos adipócitos. * Bloqueadores dos receptores alfa-2 adrenérgicos (anti-lipolíticos) Yoiombina: Antagonista alfa 2- seletivo que bloqueia o adreno receptor liberando os

receptores beta-1, aumentando os efeitos lipolíticos; a mobilização dos ácidos graxos ocorre pela ação da adrenalina ou da noradrenalina em 2 tipos de receptores : beta-1, beta-2, beta-3 e alfa-2.

* Coadjuvantes lipolíticos Cynara: Sua composição química favorece a síntese das coenzimas NAD/NADPH2 e

NADPN/NADPH2 que exercem controle sobre a lipólise. Celulinol: Diminui e previne a deposição extracelular de colágeno na matriz conjuntiva,

auxiliando na fluidificação, com efeito descongestionante. Adipol: Composto por Extrato de Bile e Ester do Ácido Tartárico, tem ação fluidificante dos

depósitos adiposos e termogênica. * Agentes Eutróficos Matriciais Asiaticosídeo: Estimula a recomposição das fibras colagênica esclerosadas por estimulação

dos fibroblastos, regula permeabilidade dos microvasos sanguíneos e linfáticos. Extrato Glicólico de Centella Asiática: Normalizador da permeabilidade dos vasos sanguíneos

e linfáticos Hidroxiprolisilane: Reestruturante das fibras de colágeno, restaura a elasticidade; normaliza

a atividade capilar, atua na reabsorção de edemas. * Agentes Enzimáticos Hialuronidase: Degradação do ácido hialurônico Thiomucase: Degradação das condroitinas * Vasoprotetores Biorusol: Favorece a reabsorção de edemas diminuindo a fragilidade capilar e favorecendo a

microcirculação periférica, anti-inflamatória e vasoprotetora. Escina: Aumenta a permeabilidade capilar, favorecendo a absorção de edemas e penetração

cutânea, normalizando os processos inflamatórios. Ginkgo Biloba: Normaliza a microcirculação: efeito vasoprotetor, indicado nos tratamentos

das microvarizes. * Vasodilatadores Periféricos Buflomedil: Atua a nível de parede celular, produzindo assim uma vasodilatação passiva da

artéria com um aumento do seu diâmetro, aumentando assim a irrigação. * Tonificante Facial DMAE: Atua na junção neuromuscular aumentando os níveis de acetilcolina, aumentando a

contração muscular. Elastinol: Mistura de oligossacarídeos que hidratam e aumentam em 11% a espessura da

epiderme em poucas semanas, revertendo os sinais do fotoenvelhecimento. Genisteína: Possui ação símile à hormonal, estimulando os receptores celulares e a

formação de colágeno. Sua principal função é a de proteção mutagênica induzido pelo ultravioleta.

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Oligomix: Oligoelementos reestruturantes e ativadores do metabolismo celular e das enzimas protetoras contra os radicais livres

Acido Alfa Lipolítico: Aumenta o aporte do oxigênio celular, tem ação antioxidante com propriedade de ser hidrossolúvel e lipossolúvel.

15. Ativos para o Controle de Pigmentação A alteração do sistema pigmentar pode estar relacionada ou não com o envelhecimento, ou

alguma perturbação do melanócito. Alguns ativos obtidos sinteticamente, por biotecnologia ou através de extratos de planta são capazes de diminuir a pigmentação por diversos mecanismos, sendo o principal a inibição da tirosinase.

Segundo dados da literatura, mais de 90% das pessoas com mais de 50 anos de idade podem apresentar a pele da face mãos e colo hiperpigmentadas, podendo com isso afetar sua auto-estima e também a sua qualidade de vida.

A melanina é formada a partir de uma reação bioquímica que envolve o aminoácido tirosina e a enzima tirosinase. Trata-se de uma reação de melanogênese, que ocorre dentro dos melanossomas, que por sua vez são formados dentro dos complexos de Golgi.

A melhora da hiperpigmentação dependerá do tipo e intensidade da mesma. Os cuidados cosméticos,quando possíveis,consistem em usar protetor solar, clareadores e procedimentos cosmiátricos como: laser e peelings.

Os ativos despigmentantes utilizados podem agir da seguinte forma: a) Por inibição da tirosinase, enzima chave na síntese de melanina; b) diminuição dos melanócitos funcionais; c) Supressão das reações inflamatórias, tais como precursores da melanina na reação da

melanogênese; d) Uso de antioxidantes de precursores da melanina na reação da melanogênese; e) Esfoliação dos queratinócitos carregados de melanina. 15.1 Disfunções pigmentares mais usuais SARDAS OU EFÉLIDES : Pequenas manchas normalmente com diâmetro inferior a 0,5 cm, cor acastanhada, podem

aparecer a partir dos 3 anos de idade em áreas expostas ao sol. Ocorrem especialmente em indivíduos de pele e olhos claros. Nas sardas o numero de melanócitos não aumenta, o que ocorre é um aumento da produção de melanina e dos melanossomas.

CLOASMA E MELASMA: Caracteriza-se por manchas acastanhadas de limites imprecisos que ocorrem na face e

raramente nos braços e no colo. Apresenta característica simétrica, sendo mais comum na região centro facial, malar, fronte,

queixo, lábios superiores. Pode exarcebar pela exposição solar, gravidez, certas drogas antiepilépticas e contraceptivos orais, apesar do estrógeno não ser considerado isoladamente agente causador, somente quando associado ao progestógeno. As peles com melasma podem apresentar aumento de atividade dos recpetores para estrógenos, tornando-as mais sensíveis a esta classe de hormônios.

Na gestação a hiperpigmentação é acelerada pela maior produtividade dos hormônios que estimulam a melanogênese, como o estrógeno, a progesterona e o ACTH, este é muito semelhante ao hormônio que estimula naturalmente a melanogênese, o hormônio estimulante de melanócitos (MSH), do qual o nível sérico apresenta aumento na gestação e não sofre

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redução no pós parto. As manchas que surgem nesta fase da vida podem regredir espontaneamente após o parto desde que seja estimulada a lactação, e durante todo o processo a gestante não tenha se exposto ao sol sem proteção.

Cerca de 70% dos casos de melasma e cloasmas são considerados epidérmicos, 10% dérmicos, e 20% mistos.

HIPERPIGMENTAÇAO PÓS-INFLAMATÓRIA. Ocorre predominantemente em fotótipos mais altos na conseqüência de um processo de

restabelecimento de uma inflamação como a acne, dermatite de contato, dermatite atópica e outros traumas e podem persistir meses. As causas destas hiperpigmentações são as citoquinas liberadas no processo inflamatório que estimulam a melanogenes.

HIPERPIGMENTACOES POR REACÕES FOTOTÓXICAS E FITODERMATOSES Esta reação é causada pelo contato com substancias fotossensibilizantes e

subseqüente exposição ao sol. No inicio o local fica apenas vermelho. Logo mais evolui para uma resposta inflamatória, que pode mesmo resultar numa ferida bolhosa na área exposta ao sol. Posteriormente desenvolve-se no local uma hiperqueratose e hiperplasia melanocitótica, causando a hiperpigmentação. A mesma reação pode ser ocasionada pelo uso de medicamentos sistêmicos ou tópicos associados ao sol, ou de certas plantas e alimentos em conjunto com o sol.

Medicamentos que podem causar hiperpigmentação por reação fototóxica: - fluoroquinolonas, griselfulvina, cetoconazol, sulforamidas, tetraciclinas trimetropim,

methotrexato, vinblastina, fluorouracil, coal tar, furosimida, hidroclorotiazida, benfluorotiazida, diltiazem, imipramina, fenotiazinas, quinidina, ibuprofeno, cetoprofeno, naproxeno, psoralenos, fenilbutasona etretinato, isotretinoina, acido acetilsalicílico e outros.

Medicamentos que podem causar hiperpigmentação sem exposição ao sol: - amiodarona, amitriptilina, ciclofosfamida, minociclina, fenotiazina, zidovudina e outros Plantas que podem causar fitodermatoses e fitodermatites: - limão, angélica, folha de figo, aipo, cenoura, bergamota, anis, balsamo do peru, alecrim e

outros. LENTIGOS São manchas pequenas e circunscritas com um ou mais milímetros de diâmetro. Coloração

acastanhada, encontradas em áreas expostas ao sol. Também conhecidas como manchas senis. Resultam do acumulo de exposição solar durante toda a vida. Geralmente aparecem após os 50 anos de vida. No lentigo a hiperpigmentação basal é maior que e mais intensa que no melasma, e pode vir acompanhada de hiperqueratose localizada, o que dificulta sua remoção.

HIPERPIGMENTAÇAO PERIORBITAL É uma hiperpigmentação localizada na região periocular devido o aumento da

melanina na epiderme. Tem origem genética sem possibilidade de reversão. A melhora da hiperpigmentação dependera do tipo e da intensidade bem como da causa. Os cuidados consistem no uso do FPS, clareadores, despigmentantes, e acima de tudo

persistência. Os cuidados devem ser constantes. Não se devem interromper os tratamentos e as recidivas

são constantes. CONTUDO É MUITO BAIXA A MELHORA CLINICA 15.2 Ativos Utilizados: Hidroquinona Um dos ativos mais utilizados e usados como despigmentante desde 1961. Seu efeito despigmentante é devido à inibição da tirosinase.

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Concentração de uso Brasil: 2-10% ( CONTUDO PODEMOS SUBSTITUI-LA PELA AZELAICO 20%)

Japão: proibido; Estados Unidos: 2% (OTC). É um despigmentante de ação imediata, tem boa penetração na pele e é indicada no

tratamento de sardas, lentigo senil e hiperpigmentação pós-inflamatória. Os mecanismos de ação estão relacionados com: - Inibição competitiva da atividade da tirosinase, impedindo a transformação da

tirosina em DOPA, - Inibição da síntese de DNA e RNA pelo melanócito, - Decomposição de parte da melanina formada, - De forma mais lenta pode degradar os melanossomas e destruir os melanócitos

(efeito citotóxico). Como principal efeito adverso tem-se: irritação da pele, eritema (ocasionalmente),

hipopigmentação e despigmentação reversível. Na área farmacêutica, a Hidroquinona é comumente associada ao ácido retinóico (RETIN A),

ácido salicílico, corticóides e alfa hidroxiácidos. Os veículos Hidroalcóolicos são os mais indicados. Entretanto, em concentrações acima de

3%%, deve-se dar preferência às emulsões. Mequinol® (Metoxifenol, monometil éter de hidroquinona) É análogo químico da hidroquinona, com menor incidência de efeitos indesejáveis Concentração de uso: 2-4% Arbutin Heterosídeo (hidroquiinona- D--glucopiranosídeo, cuja parte não glicídica é a hidroquinona,

reduz a atividade da tirosinase, impedindo a produção de melanina. Pode ser encontrado na Uva ursi (uva ursina) ou obtido por síntese química.Concentração

usual de 1 a 3% Ácido Kójico® Obtido através da fermentação do arroz. O mecanismo de ação se dá por inibição não

competitiva da tirosinase através da quelação de íons cobre. Concentração usual: 10% A associação do acido kojico com o acido glicólico potencializa o efeito despigmentante. O acido kojico oxida em altas temperaturas e presença de luz. Não deve ser associado a outros despigmentantes do tipo VC-PMG. Vitamina C e derivados O ácido ascórbico (vitamina C) deve ser utilizado na forma levógira, não ionizada para ser

permeada. Em pH 3,5 encontra-se na forma não ionizada. A concentração de uso deve ser entre 10-20%. Sua associação a esfoliantes químicos intensifica sua ação despigmentante. Apesar de ser hidrofílico permeia muito bem na pele após a aplicação.

Derivados da Vitamina C Fosfato de ascorbil magnésio (VCPMG)- capaz de liberar L-ácido ascórbico livre nas camadas

mais profundas da epiderme, controla a melanogenese, previne o envelhecimento e promove o clareamento de manchas superficiais.

Incompatível com Hidroquinona, melfade, carbopol, AHA’s, retionoico, azelaico, kójico, fítico,

Porem compatível com: adenin, Iris-iso, Structurine, antipollon, D-Pantenol, Concentração usual: 1,0 a 3,0%

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pH: 7,0 a 7,5 Ácido ascórbico 2 – glucosado (AA2G) – vitamina C estabilizada com glicose. Atua sobre os

radicais livres, aumenta a síntese de colágeno, atua também com despigmentante leve para manchas senis e foto dano solar. Concentração usual: 2%. pH: 5,0 a 7,0

Palmitato de ascorbila.: são estáveis em pH neutro ou alcalino. Permeiam a pele, são hidrolisados por fosfatases, liberando o ácido ascórbico reduzido. O ácido ascórbico e derivado atua como despigmentantes por um mecanismo redutor. Revertem as reações de oxidação que convertem a dopa em melanina. Incompatível com óleo, luz visível e ultravioleta, metais pesados, oxigênio e temperaturas altas. Recomenda-se usar embalagem opaca para proteger a formulação. Concentração usual: 3,0 a 4,0%. pH: 4,0 a 7,0

Éster de vitamina C – ascorbato mineral. Forma não acida da vitamina C dissolvida em meio neutro que retém 90% de acido ascórbico ativo. Compatível com os extratos glicólicos de Ginkgo Biloba, Ginseng, Green Tea, Aloe vera, óleos de borragem e girassol,

Concentração usual: 1,0 a 2,0% cremes faciais clareadores. Activesphere C – é o VC-PMG englobado em microesferas de colágeno marinho, recoberto

pro glicosaminoglicanas, possui ação prolongada, cerca de 12 horas. Incrementa a retenção de água e aumenta a elasticidade da pele; Concentração usual: 1,0 a 10%. pH: 7

Nanosferas de vitamina C – ácido ascórbico nanosferizados ou biovetorizado. Concentração usual: 0,5 a 2,0%. pH: 7

Thalasferas de vitamina C – é a vitamina C-PMG micro encapsulada e revestida por colágeno marinho, sulfato de condroitina marinho, em concentração de 20% (uso consultório). Concentração usual: 5% uso residencial

Ácido Fítico® Está presente em cereais integrais. É um quelante com alta capacidade de quelar cátions

polivalentes, entre eles o cobre e ferro. Concentração de uso: 0,5-2% Para uso residencial. Para uso consultório 4%.

Ácido Azelaico Ácido 1,7-dicarboxílico de cadeia linear saturada, normalmente utilizado nos tratamentos de

acne. É um inibidor competitivo das enzimas de oxi-redução, portanto pode ser empregado nos casos de melasma e hiperpigmentação pós-inflamatória. Concentração: 15-20%.

De acordo com a CATEC, parecer numero 1, de junho de 2005, esta substancia esta proibida em formulações cosméticas independente da concentração.

Ácido Glicirrízico Coadjuvante do tratamento de despigmentação. É um derivado do alcaçuz. Apresenta

propriedades antiinflamatórias e antialergênicas. Pode ser usado em produções para dermatites, anti-vermelhidões, anti-alergênicas. Incompatível com carbopol.

Concentrações usuais: 0,1 a 0,3%. pH: 3, para se atingir pH neutro associar a glicirrizinato dipotássico.

Antipollon HT ® (silicato de alumínio) Obtido através do extrato da raiz de Glycerrhiza inflata. Absorve a melanina depositada na

pele (co-despigmentante). Concentração de uso: 1-4% Nano White® Lipossomas que veiculam o arbutin (substituto da hidroquinona). Este despigmentante atua

através de dois mecanismos: inibição da tirosinase e por meio de ação antioxidante. Muito utilizado para o tratamento de manchas e sardas. Concentração de uso: 2-5%

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Clariskin® Extrato de gérmen de trigo. Inibe a ação da tirosinase. Inibem também a síntese da

eumelanina (pigmento de cor escura). Concentração usual: 5-8%. Ácido Retinóico Auxilia na despigmentação pelo processo de esfoliação. Aumenta a síntese de colágeno. Suas

formulações oxidam facilmente. Proibido seu uso em formulações cosméticas industriais. Não usar em lactentes e gestantes. Concentrações usuais: 0,01 a 0,05% ou 1 a 5%. pH: 4,5 a 6,5

Alfa-hidroxiácidos Atuam como esfoliantes por processos químicos, aumentando a renovação da epiderme e

uniformizando a pigmentação da pele. Produtos naturais Dermawhite® É uma mistura de ácido ferúlico (inibidor da tirosinase), ácido glucônico, ácido cítrico e

extrato das folhas de Walteria Indica, rica em flavonóides e ácido fenólico. Reduz a pigmentação através da inibição das enzimas específicas do metabolismo da melanina, quelante dos íons cobre, e leve esfoliação pelo ácido cítrico.Concentração de uso: 2-5%

Comparado a hidroquinona ele apresenta menor eficiência, porem com a vantagem de apresentar boa tolerância cutânea mesmo em usos prolongados.

Vegewhite Ativo natural que consiste em uma associação sinérgica de uva ursi, mendronheiro, alcaçuz e

ácido Kójico Melaslow É o extrato de tangerina japonesa padronizado com 0,3% de tiramina, um inibidor da

melanogênese. Melawhite ® Inibidor da tirosinase minimiza a formação de melanina, sardas manchas senis. Pode ser

usado na gestação. Concentração: 2-5%. Laktokine fluid® Citoquinas do leite. Tem ação revitalizante, minimiza o estresse celular. Atua na regulação

das vias melanocitárias através do estímulo negativo na produção da melanina. Tem ação também antiinflamatória. Concentração de uso: 2-5%

MECANISMOS DE AÇAO RESUMIDO DOS ATIVOS DESPIGMENTANTES, SUAS

CONCENTRAÇOES DE USO, Phs RECOMENDADOS E NOMES COMERCIAIS

ATIVO COSMÉTICO

DESCRIÇAO CONCENTRAÇAO

DE USO pH MECANISMO DE AÇAO

AA2G® Ácido ascórbico 2- glucosídeo

1-2% 5-7 Redutor

Ácido ascórbico Ácido ascórbico 1-15% 3- 3,5 Redutor Ácido azelaíco Ácido azelaíco 15-20% <4 Inibidor da tirosinase

Ácido fítico Ácido fitíco 2-5% Inibidor não competitivo da tirosinase

Ácido kójico Ácido kójico 1-5% 3-5 Inibição não competitiva da tirosinase e redutor

Ácido salicílico Ácido salicílico Max. 2% 3-3,5 Esfoliante Alfa-

hidroxiácidos Ácido glicólico, láctico, cítrico, mandélico, málico

Max. 10% 3,5 a 4 Esfoliante

Algowhite ® Extrato aquoso de Ascophyllum nodosum

1-10% 2-9 Inibe a atividade da tirosinase e da proliferação dos melanócitos,

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apresenta ação antioxidante.

Antipollon HT® Silicato sintético de alumínio

1-5% 4-8 Absorção da melanina

Arbutin Hidroquinona – D- glucopiranosídeo

1-3% 5-8 Inibição competitiva da tirosinase

Asafoetida extract

Extrato de férula assafoetida

2% 3,5- 5,5 Inibidor da tirosinase

Ascorbosilane® Pectinato de ascorbil metilsilanol

3-4% 4-6,5 Redutor

Biowhite®

Extrato de Saxisfraga sarmentosa, vitis vinifera, Morus bombycis root, scutellaria baicalensis root

1-4% 5-6 Inibidor da tirosinase e esfoliante

Dermawhite NF LS9410 ®

Ácido ferúlico, ácido glucônico, ácido cítrico, e extrato de Waltheria (rico em flavonóides, taninos e ácido fenólico)

0,5 -2% 5,5-5,5 Inibidor da tirosinase e esfoliante

Extrato de licorice®

Extrato de raiz de Glycyrrhiza

0,5 – 2% 5,0-5,5 Inibidor da tirosinase, antiinflamatório e antioxidante

Hidroquinona Hidroquinona 1-10% <5,5 Inibição competitiva da tirosinase

Lumiskin® Diacetil boldina (DAB) em triglicérides

4% 6 Estabilização da tirosinase em sua forma inativa

16. Cosméticos para Acne A acne é uma inflamação do folículo pilo sebáceo. Atualmente o desenvolvimento e a comercialização de produtos para esta patologia

recebem o titulo de: - coadjuvantes - auxiliares - ou mesmo preventivos. Fisiopatologia A) Hiperplasia da glândula sebácea por fatores hormonais. B) Hiperqueratinização do folículo pilo sebáceo. C) Proliferação do Propionibacterium acnes D) Respostas imunes. Fatores exógenos e endógenos que pode agravar a acne a) Obstrução mecânica. b) Exposição ocupacional. c) Medicamentos d) Cosméticos comedogênicos e emolientes oclusivos. e) Estresse. f) Causas endócrinas. g) Alimentação. h) Menstruação. O Tratamento da acne não apresenta consenso na literatura medica, na tentativa de

direcionar a terapêutica a revista JAMA, revisão sistemática sobre o assunto analisou: 29 estudos duplos cegos que resultaram em:

Redução de comedões em 40 a 70% com ácido retinóico.

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Acne de grau moderado usa de retinóides associado ao uso de antimicrobianos

Quadro de acne grau grave: uso de antibióticos e isotretinoina oral. Ainda observa-se atualmente o tratamento de acne grau leve a moderado com o uso do

laser, luz intensa pulsada. De forma genérica observa-se o uso de tratamentos: A) Medicamentoso B) Cosméticos Resumo das principais formulações auxiliares no tratamento da acne:

SINTOMATOLOGIA ESTRATÉGIA PARA O TRATAMENTO

OLEOSIDADE EXCESSIVA

Uso de substancias NORMALIZADORAS da secreção sebácea – adstringentes. Não basta remover o excesso de sebo da pele com desengordurantes. É preciso diminuir essa secreção. Isso não deve ser realizado com agentes agressivos, o que poderá contribuir para uma intensificação do processo inflamatório da pele e hipersecreção sebácea rebote. O emprego dessa estratégia alem de tratar a principal causa da acne, contribui para redução gradativa do tamanho dos poros. Nessa categoria entram os ativos que bloqueiam a ação da enzima 5-alfa-redutase.

HIPERQUERATOSE FOLICULAR

Uso de substancias ESFOLIANTES que favorecem uma uniformidade da capa córnea desobstruindo os folículos obstruídos. O emprego de ácidos lipossolúveis confere afinidade com pele oleosa e principalmente pelo folículo obstruído. Como exemplo, podemos relembrar a ação dos retinóides e beta-hidroxiacidos. O uso de esfoliantes físicos também é indicado com cautela. Em ambos os casos a formulação deve ser suave a fim de controlar o processo inflamatório e assim, diminuir a incidência de acne rebote.

CRESCIMENTO DE P. ACNES E S. EPIDERMIS

A HIGIENE com produtos específicos contribui para retardar o crescimento dessas bactérias. Os tônicos mais simples compostos por ácidos suaves podem contribuir grandemente para o controle do crescimento dessas bactérias. Somente a redução do pH sobre a pele cria meio inóspito para proliferação de bacteriana. Nesta categoria são indicados ácidos orgânicos suaves que também poderão auxiliar na redução da hiperqueratose, e ativos naturais que funcionem como antibióticos.

PROCESSO INFLAMATÓRIO

O uso dês substancias ANTIIFLAMATÓRIAS do tipo corticóide-free, que alem de diminuir o eritema e a dor do paciente, podem diminuir a oleosidade excessiva da pele.

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16.1 Principais ativos para Acne ACNEBIOL®: Composto de ácido salicílico, acetilmetionato de zinco, salicilato de dimetilsilanodiol, extrato

de aloe vera, extrato de lúpulo, extrato de pepino, extrato de limão, elastina, colágeno hidrolisado.

Simultaneamente normaliza a oleosidade excessiva, inibe o processo inflamatório e controla a hiperqueratinizaçao da pele oleosa. Concentração usual: 4 – 8%

ANTI-OIL SPHERES ® Microsferas de sílica de alta capacidade de absorção de óleo cerca de 3 vezes o seu peso.

São responsáveis pela textura acetinada das formulações e melhora do deslizamento do produto sobre a pele, diminuindo a sensação de pegajosidade. Concentrações usuais: 1 – 2%. pH: 5 a 7%

AZELOGLICINA® Derivado do acido azelaico, e a associação com o aminoácido glicina diminuiu a

alergenicidade e também potencializou as propriedades antiacnes desse ativo. Confere ação despigmentante, normalizadora da secreção sebácea, esfoliante,

antibacteriana e antiinflamatória. Concentração usual: 3 – 10% pH de estabilidade: 5 a 11, portanto não é aconselhado seu envolvimento com os AHA’S e

com o Kójico. BETAPUR ® Ativo capaz de estimular a produção de peptídeos antibacterianos naturalmente secretados

na pele é conhecido como Defensinas, sendo que a principal é a β-Defensina. Sua estimulação é baseada na estimulação microbiana. Concentração usual: 1 – 2%. pH; predominantemente neutro

CUTIPURE ® Inibidor da enzima 5-lipoxigenase, o que confere uma ação sebonormalizadora, também

possui efeito antiinflamatório e antimicrobiano. Em estudos realizados com o uso de CUTIPURE após 1 semana: - reduziram 17,5% os comedões - 24% as pústulas Concentrações de uso: 3 – 5% pH: 4,5 a 6,5 EPICUTIN TT® Ciclodextrinas de óleo de melaleuca. Ativo praticamente inodoro, antimicrobiano,

antiinflamatório e absorvedor da oleosidade da pele. Após a liberação do óleo de melaleuca as ciclodextrinas ficam livres para encapsular outras moléculas hidrofóbicas em seu interior, sendo capazes de reduzir a quantidade de sebo da pele. Concentrações usuais: 5 – 10%. pH 4,5 a 5,5

GLYCOSAN SALICÍLICO ® Encapsulado molecular de ácido salicílico. Proporciona liberação progressiva e maior

biodisponibilidade para o efeito queratolítico e antiacnes inerentes ao acido salicílico, minimizando o potencial sensibilizante sobre a pele. Concentrações usuais: 1 – 5%. pH: 5,5

ZINCIDONE ® Pidolato de zinco. Apresenta atividade antisseborreica, reduzindo a excreção das glândulas

sebáceas, devido à inibição de 5-alfa-redutase, enzima que catalisa as transformações dos esteróides. Tem efeito bactericida, bacteriostático e fungicida. Concentrações usuais: 1 a 10%. pH 5,5

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Cosméticos Antienvelhecimento: O envelhecimento cutâneo pode ser intrínseco ou cronológico e intrínseco, ou foto

envelhecimento. O envelhecimento intrínseco ocorre lentamente e nas áreas protegidas do sol. As rugas são

mais profundas. O foto envelhecimento sobrepõe o envelhecimento intrínseco, as alterações são

perceptíveis nas áreas expostas ao sol (face, pescoço). Mais de 85% das rugas são devido à exposição ao sol. Com o envelhecimento cutâneo, ocorre diminuição dos queratinócitos, afinamento da pele e os lipídios intercelulares como ceramidas, ácidos graxos, têm seus níveis reduzidos. O número de melanócitos diminui. Entretanto nas áreas expostas, os mesmos tornam-se mais ativos.

Na derme ocorre a diminuição dos fibroblastos. Também se verifica a diminuição da glucosamina, ácido hialurônico. O colágeno torna-se menos solúvel e compacto. A micro circulação também é afetada, as paredes dos vasos tornam-se menos resistentes.

Fatores que interferem no processo de envelhecimento: Radiação UV Temperatura; tanto o calor excessivo quanto o frio, aceleram o processo de

envelhecimento da pele, porém de maneiras diferentes. Altas temperaturas desnaturam as proteínas e o DNA celular, enquanto que as baixas temperaturas dificultam a circulação, induzem ao ressecamento e a descamação da pele. Radicais livres e espécies reativas de oxigênio: com o avanço da idade ocorre uma

maior produção de radicais livres e há também uma diminuição da capacidade antioxidante natural do organismo. Tabaco e poluição: ao produzirem radicais livres, aceleram o processo de

envelhecimento. O cigarro é visto como indutor da elastose cutânea, e diminui a circulação arterial periférica. Perda rápida e drástica de peso corporal: as reduções das células adiposas de forma

acelerada e drástica ocasionam a ptose das estruturas da pele, favorecendo o aspecto debilitado e flácido da mesma. Patologias: presenças de enfermidades podem refletir na intensidade e velocidade do

processo de envelhecimento. Comportamento e hábitos de vida: influencia de forma direta o processo. Carga hormonal – estrogênio: o envelhecimento decorre também do declínio

hormonal. Esteticamente observa-se uma pele mais seca, redução da barreira córnea, diminuição do colágeno, formação de rugas e ptose da pele. Cor da pele: Fitzpatrick mais altos oferecem maior proteção contra a radiação solar,

por isso apresentam menor efeito de foto envelhecimento. 17. Ativos utilizados no envelhecimento cutâneo ATIVOS COM AÇÃO SOBRE A MUSCULATURA SUPERFICIAL. ARGIRELINE® Hexapeptídeo que atenua a contração muscular através da diminuição de

neurotransmissores. Composto por aminoácidos como o acido glutâmico, metionina e arginina. Concentração usual: 3-10%

MYOXINOL® Extrato hidrolisado de Hiscus esculetos. Bloqueia os canais de cálcio pré-sináptico,

impedindo a liberação de acetilcolina. Concentração usual: 0,5-2%.

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DMAE/ (Dimetilaminoetanol) Precursor da acetilcolina, utilizado topicamente possui ação tensora; aumento da firmeza da

pele. Sua finalidade é colinérgica. É também um potente estabilizador antioxidante de membranas. Concentração usual: 3-15%

LIFTILINE® Combinação de proteínas do trigo de alto peso molecular que proporciona efeito tensor.

Concentração usual: 3-5% PENTACARE® Proteína hidrolisada do glúten de trigo. Formação de filme tensor que estica e suaviza a pele.

Concentração usual: 2 a 5%. pH: 7 RAFFERMINE® Frações especiais de soja. Promove produção de fibras do colágeno. Estimula a contração da

elastase; estimula a retração dos fibroblastos. Portanto é um excelente firmador dérmico. Concentração usual: 2- 5%

ATIVOS MULTIFUNCIONAIS COENZIMA Q10 Conhecida como Ubiquinona, é uma substância lipofílica encontrada em altos níveis na

epiderme. Sua principal função é servir como antioxidante, reduzindo os radicais livres. ÁCIDO ALFA LIPÓICO É um potente antioxidante capaz de penetrar na pele. Elimina espécies reativas de oxigênio,

interage com outros antioxidantes como a VIT. C, VIT. E, e glutadiona. Repara danos oxidativos causados pelos raios ultravioletas, evita produção de citoquinas (substancias pós inflamatórias) que danificam as células. Porem pode causar dermatite de contato e irritação na pele sensível.Concentração usual: 1 a 5%. pH: 4 a 6

LINHA FRULIX (EXTRATOS DE FRUTAS) Abacaxi, Amora, banana, cacau, cupuaçu, framboesa,

mamão, manga, melão, morango, pitanga, maracujá, acerola, uva. Em geral estes ativos têm função: adstringentes, hidratantes, revitalizantes, antioxidante.

EEXXTTRRAATTOO DDEE CCAAVVIIAARR:: Produzido a partir do caviar do peixe Beluga. Possui aminoácidos, e é rico em proteínas e

sais minerais, bem como ácidos graxos. Apresenta propriedades emolientes, revitalizantes. Deve ser usado em peles secas e

danificadas, reconstituindo assim o manto hidrolipídico. Concentração usual: em cremes: 1 a 4%, 5% em loções e 1 a 5% em xampus. pH: em torno de 5,8 a 6 para corpo e rosto.

LLIIPPOOAAMMIINNOOÁÁCCIIDDOOSS ((SSEEPPIILLIIFFTT®®)) Mistura de ácidos graxos (ácido palmítico) com um aminoácido (hidroxiprolina). Possui ação

firmante e anti-aging.

CCOOMMPPLLEEXXOO LLIIPPOOSSSSOOMMAADDOO ((AAMMEELLIIOOXX®®)):: Complexo lipossomado contendo, carnosina, silimarina e tocoferol. Carnosina (dipeptídio

que se liga facilmente às fibras do colágeno, prevenindo o endurecimento das fibras de glicação. Silimarina: flavonóide obtido da Silybum marianum, altamente eficaz na ruptura de radicais

livres. Tocoferol: antioxidante. Concentração de uso: 2%

EELLAASSTTIINNOOLL ®®::

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É uma combinação balanceada de dois oligopolissacarídeo, um deles é rico em alfa-L-fucose e o outro em alpha-l rhamnose.

Função: minimizar os processos antiinflamatórios (rhamnose) Facilita a integração célula-célula, atuando na manutenção da homeostase. Essa combinação age na derme e na epiderme, promovendo redensificaçao dessas camadas

através do estimulo de proliferação celular e estimulo da síntese de colágeno. É incompatível com natrosol.

Pode ser associado a filtros solares químicos e físicos, antiinflamatórios, VIT. C, VIT E, AHA’S, clareadores, hidratantes e umectantes. Concentração usual: 1 a 5%

HALOXYL® Possui uma substância chamada matrikins (mensageiro de reparação e reestruturação

cutânea, que reforçam a firmeza e tonicidade dos olhos. Possui também substâncias que ativam a eliminação dos pigmentos responsáveis pela

coloração escura e inflamação ao redor dos olhos.

TTAAMMAANNOOLL®® ((ÓÓLLEEOO DDEE TTAAMMAANNOOLL)) Antiinflamatório, regenerador pós-cirúrgico. VITAMINAS A, E, C, complexo B(D-Pantenol), F Atuam como reparadoras celulares, antioxidantes e hidratantes. ÁCIDO LACTOBIÔNICO É um ácido orgânico, obtido a partir da oxidação química ou microbiana da lactose. Sua estrutura molecular assemelha-se às da gluconolactona. Possui ação antioxidante, hidratante, rejuvenescedora, cicatrizante. Concentração usual: 2 A

10% pH: peelings: 2,5 a 4 TRETINOÍNA (Ácido Retinóico) 5% Aumento das mitoses com a produção de novos queratinócitos. Aumento da produção de

glicosaminoglicanas. Aumenta a produção de colágeno. Fortalece a matriz dérmica. Inconvenientes Eritemas, ressecamento, esfoliação queimação e prurido. Embora muitas destas reações

sejam esperadas. AHAS Representam: ácido málico ou mandélico, glicólico. Promovem esfoliação e epidermólise. Clareamento da pele pela ação esfoliativa. Melhora a tolerância da pele e potencializa a ação de outras substâncias. 18. Formulações para área dos olhos As pálpebras têm função biológica de proteção do globo ocular, e sofrem as mesmas

agressões da pele como a irradiação ultravioleta e a ação de radicais livres. Devido às grandes particularidades, ocorrem alterações próprias e características únicas, tais como bolsas de gordura, manchas, edemas, rugas.

As rugas ocorrem devido à desidratação decorrente da ausência de glândulas sebáceas, e também pela ação do músculo orbicular que age como uma cinta muscular comprimindo as estruturas, nos cantos externos dos olhos. histologicamente esta região é mais fina quando

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comparada co outras regiões do rosto, sendo, portanto um acometimento natural tais disfunções.

As manchas conhecidas como olheiras são divididas em 2 tipos básicos: - aquela que ocorre mudança de cor, principalmente nas pálpebras inferiores, com

envolvimento de pigmentos de hemossiderina e melanina; decorrentes da estase do lago venoso local. Os vasos provocam discretas hemorragias e a hemossiderina permanece na pele causando na pele uma tatuagem natural. O edema pode ser cíclico e muitas vezes podem representar uma disfunção renal, piorando ao acordar pela situação horizontal corporal e redistribuindo os volumes circulantes no organismo no decorrer do dia.

O paciente atópico, com forte tendência alérgica, tanto na parte respiratória, como na pele (dermatites) é mais propenso a ter este tipo de distúrbio, cujo aspecto piora em cada crise da doença.

Os principais fatores que levam ao aparecimento das olheiras e que podem intensificar uma condição pré-existente:

1- componentes genéticos 2- estresse físico e emocional 3- poucas horas de sono 4- exposição ao sol e radiação UV 5- envelhecimento cronológico 6- reações alérgicas e atópicas 7- hipertensão arterial 8- insuficiência renal 9- excesso de álcool 10- excesso de sal 11- tabagismo 12- má alimentação 13- alterações hormonais (períodos menstruais, contraceptivos e reposição hormonal) 14- afecções respiratórias - aquelas em que a pele esta flácida ou com bolsas de gordura. As bolsas de gordura

aparentes ocorrem com o aumento da idade e devem-se a flacidez da cinta ocular. A etiologia do acumulo de gordura subcutânea e a conseqüente formação de bolsa ainda permanece sem esclarecimento. Contudo alguns estudos revelam que as desordens microcirculatórias associadas às disfunções do metabolismo endócrino causam alterações na matriz extracelular e conseqüentemente transformações estruturais no tecido adiposo subcutâneo, por sua vez o aumento no volume dos adipócitos na região resulta em uma compressão prejudicial dos vasos sangüíneos locais, comprometendo a microcirculaçao, essas bolsas funcionam como amortecedores dos olhos permitindo adaptação da visão ao se movimentar sua retirada é comumente cirúrgica e apenas parte dela é retirada ou reposicionada para melhora estética do olhar.

Alguns ativos utilizados em formulações para os olhos BIOSKINUP® CONTOUR Modula os processos inflamatórios responsáveis pela produção das olheiras e edema na

região periorbital (in vitro). Concentração usual: 2 a 5% DERMATAN SULFATO®

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Antiedematoso, regenerados, fibrinolítico e vasodilatador. Tratam de forma compatível as principais causas das olheiras. É um glicosaminoglicano obtido através do tecido conectivo de porcos por um processo seletivo que garante ausência de proteínas e outras moléculas, ou seja, dimuinui-se dessa maneira o risco de processos alérgicos.

Concentração usual: 0,2 a 2% NODEMA® Tetrapeptídeo de ação descongestionante e drenante, eficiente no combate a bolsa na

região periorbital, promove uma aumento da elasticidade e suavidade das rugas Concentração usual: 3 a 10% ENTENDENDO ATIVOS COADJUVANTES NO TRATAMENTO DE ESTRIAS Interpretadas como lesões atróficas da pele, manifestada pela redução de atividade dos

fibroblastos na produção da matriz extracelular de boa qualidade e por rupturas de fibras já existentes.

O sucesso do tratamento é maior, quanto mais jovem for à estria. O tratamento tem por objetivo eliminar o tecido fibroso, substituindo por células novas,

restabelecendo a elasticidade e o aspecto saudável da pele. Para tal é necessário o uso de esfoliantes, hidratantes e estimuladores de colágeno. Os ativos que apresentam melhores resultados em termos de substâncias ácidas: ácido

glicólico e o retinóico. Os hidratantes funcionam como suplementos cuja reposição é capaz de retardar a atrofia

cutânea e a instalação de novas estrias. SUBSTÂNCIAS MAIS UTILIZADAS NO DESENVOLVIMENTO DE HIDRATANTES FISIOLÓGICOS - Esqualeno - Fosfolipídios (principal fonte: lecitina de soja) - Colesterol - Uréia - Lactatos - Ceramidas - Ácidos graxos (em especial o oléico, linolênico e linoléico presentes em óleos vegetais) - Triglicérides Associado aos hidratantes é possível empregar-se substancias com ação redensificante ou

preenchedores “de dentro pata fora”, no intuito de aumentar a produção da matriz extracelular, pois terão fundamental importância na cicatrização das estrias. Então se justifica o uso de anti-aging.

AOSAINE®: Elastina marinha de ação antielastase, aumenta a produção protéica e acelera a regeneração

celular. Concentração usual: 0,4 – 2% HIDROXYPROLISILANE CN®: É um silanol reagido com uma hidroxiprolina de origem biotecnológica. Regenera os tecidos

e melhora a cicatrização cutânea. Pode ser usado durante a gestação após o terceiro mês de gravidez. Concentrações usuais: 0,4 – 6%