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    4 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.4-5, Fevereiro/2007

    O avano do comrcio eletrnico no Brasil

    Joseanie Mendona*

    * Economista e pesquisadora da SEI.

    1Medida Provisria 252 modicada pela Medida Provisria 255, que tratada reduo de impostos para os computadores de at R$ 2.500,00 e doutras providncias.

    2Este sistema conta com cerca de 400 sitesbrasileiros de vendas (excetovenda de passagens areas, veculos e leiles). Os questionrios on-lineso respondidos pelos e-consumidoreslogo aps o processo de compra eseus resultados compem relatrios mensais, trimestrais e anuais (Web-

    shoppers). Alm disso, a E-bit realiza pesquisas trimestrais de hbitos etendncias de consumo em parceria com o Instituto PROVAR (FIA/USP) ePricewaterhouseCoopers.

    3Este nmero refere-se apenas aos internautas que realizam compras pelainternet.

    A indstria de eletroeletrnicos apresentar um cresci-mento de 14% no faturamento em relao a 2005, con-

    forme estimativas da Associao Brasileira da IndstriaEltrica e Eletrnica (ABINEE). Esse desempenho foicapitaneado pelos segmentos de Informtica e Trans-misso e distribuio de energia eltrica. O crescimentodo segmento de Informtica ser 22% maior em relaoao ano passado, devido s vendas de computadorespessoais (desktops, notebooks) e impressoras.

    A chamada MP do Bem1, que reduziu a carga tributriade computadores pessoais enotebookse criou condi-es favorveis para o financiamento de computadoresde pequeno porte para a populao de baixa renda,foi responsvel pelo aquecimento das vendas destesprodutos. De janeiro a setembro de 2006, na compa-rao com igual perodo do ano anterior, as vendas dedesktops(computadores de mesa) cresceram 41% e asdenotebooks(computadores portteis) 113%. O mer-cado de PCs em 2006 deve atingir 8,3 milhes de unida-des, 47% acima do ano anterior, estima a ABINEE.

    Se concretizados, esses resultados impulsionaro

    mais ainda o comrcio eletrnico (e-commerce), quevem experimentando bons resultados seguidamente,nos ltimos quatro anos, conforme estudos realiza-dos pela E-bitConsultoria, que desenvolve pesquisasdesde o ano 2000, por meio do sistema bitRat2, cujosresultados so divulgados no Relatrio Web Shoppersna internet. Nos dados apresentados por esse relatriopara o primeiro semestre de 2006, chamou a atenoa mudana do perfil do chamado e-consumer(consu-midor que utiliza a internet para negociaes).

    Conforme o 15 Relatrio Web Shoppers, com dadosda E-bit para 2006, observou-se a adeso de pessoas

    com renda familiar de at R$ 3 mil ao comrcio eletr-nico, a chamada classe C, que respondeu por quase

    45% das transaes realizadas via internet.

    O aumento da participao da classe C no e-com-mercedeve-se, em certa medida, a fatores como obarateamento dos computadores e facilidade deseu financiamento por grandes lojas de varejo, almda proliferao de locais com acesso pblico in-ternet. Esse comportamento resultou num redesenhodo perfil do e-consumer, nos relatrios da E-bit, quepassou a ter renda mdia de R$ 3,6 mil. Conseqen-temente, no tocante ao nvel de escolaridade, cerca

    de 19% dos internautas que realizaram transaesvia Webem 2006 possuam nvel mdio completo e22% superior incompleto. O aumento do nmero demulheres realizando transaes comerciais via Webtambm cresceu 44% em 2006. Por conta disso, abase de internautas adeptos das compras virtuaiscresceu tambm 44% em 2006. Estima-se que o n-mero de internautas, atualmente, alcance 5,750 mil3pessoas no Brasil.

    No fechamento do ano de 2006, as compras online

    no segmento de varejo (transaes com passagens

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    Joseanie Mendona

    areas, automveis e leiles no foram considera-

    das) cresceram 76%, conforme o Raio-X realizadopela E-bitpara o perodo, totalizando um faturamen-to de R$ 4,4 bilhes (em 2005 o valor total alcanouR$ 2,5 bilhes). O valor mdio anual de gasto foi daordem de R$ 296,00. Ao longo de 2006 foram realiza-das 14,8 milhes de transaes comerciais; a formade pagamento mais utilizada foi o carto de crdito(68% das transaes).

    Outra novidade apresentada pelo Web Shoppersdizrespeito ao aumento da participao das mulheresnas compras virtuais. Nos primeiros seis meses des-te ano, elas executaram 44% dessas transaes co-merciais, diante dos 41% do mesmo perodo de 2005.Todos esses fatores fizeram com que houvesse umincremento de 44% na base de e-consumersbrasilei-ros, que agora formam um grupo de 5.750 milhes depessoas, de um total de 32 milhes de pessoas queacessam a internet no Brasil.

    Na lista de produtos mais vendidos via internet, o

    grupo formado por CDs, DVDs e vdeos perdeu a li-derana que tinha no ano passado caiu 6 pontospercentuais e agora tem 15,9% de mercado. A lideran-a, segundo o Web Shoppers, exercida por livros,jornais e revistas, que totalizaram 18,4% das vendasonline no primeiro semestre.

    Para o ano de 2007, a Consultoria E-bitprojeta um cres-cimento de 45% no total do faturamento do comrcioeletrnico no Brasil, com base nas taxas de crescimentoalcanadas at ento. Alm disso, pode-se esperar um

    aumento no nmero de internautas e de e-consummerscom base no aumento da venda de computadores po-

    pulares, beneficiado pelos incentivos governamentais.Esperam-se tambm mudanas nos hbitos de con-sumo dos internautas, tendo em vista a popularizaode novos formatos digitais para utilizao de vdeos emsicas. Isto reduziria as negociaes para compra deCDs e DVDs e incentivaria a aquisio de produtos ele-trnicos de maior valor agregado.

    Referncias

    14 Relatrio Webshoppers. Disponvel em: http://www.webshoppers.com.br. Acesso em: 08 fev. 2007.

    15 Relatrio Webshoppers. Disponvel em: http://www.webshoppers.com.br. Acesso em: 08 fev. 2007.

    ABINEE - Associao Brasileira da Indstria Eltricae Eletrnica. Desempenho Setorial. Disponvel em:http://www.abinee.org.br. Acesso em: 08 fev. 2007.

    SANDRINI. Joo. Venda de PCs no pas deve encostar

    na de TVs neste ano. Folha de So Paulo, CadernoDinheiro, B9, 03 fev. 2007.

    Para o ano de 2007, a Consultoria

    E-bit projeta um crescimento de

    45% no total do faturamento do

    comrcio eletrnico no Brasil

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    Os indicadores da atividade econmica, para o ms de novembro, mostraram desempenhopositivo para as vendas do comrcio e produo industrial. As vendas externas, por sua vez,tiveram desempenho negativo.

    A produo da indstria baiana de transformao, segundo a PIM-IBGE, registrou, em no-vembro de 2006, variao positiva de 5,0% em relao ao mesmo ms de 2005. No acumu-lado do ano, a indstria apresentou crescimento de 4,5% em comparao com o mesmoperodo de 2005. Nesse mesmo perodo, os segmentos que registraram os maiores cres-cimentos foram: celulose, papel e produtos de papel(18,6%),metalurgia bsica(10,6%) eminerais no-metlicos(6,1%). Por outro lado, os segmentosautomotivo(-6,2%) ealimentose bebidas (-1,8%) registraram desempenho negativo no perodo.

    No que se refere ao comrcio exterior, os dados para o ms de dezembro apresentaramcrescimento das exportaes e queda das importaes. No ano, as exportaes apresen-taram crescimento de 13,1% e as importaes cresceram 34,9%.

    O comrcio varejista, conforme dados da PMC-IBGE, registrou variao positiva de 9,1%no volume das vendas no acumulado do ano. Os segmentos que evidenciaram as maiorestaxas de crescimento no ano foram: equipamentos e materiais para escritrio (27,4%),hi-permercados e supermercados (22,3%) emveis e eletrodomsticos(20,1%). O segmentoveculos, motos, partes e peasregistrou crescimento de 21,0% no ano.

    O ndice de Preos ao Consumidor (IPC-SEI), para Salvador, registrou, no primeiro ms de2007, variao de 1,2%. Esse expressivo aumento foi ocasionado particularmente pela ele-vao nos preos do item transportes e comunicao.

    O mercado de trabalho, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED-SEI/DIEE-SE/SEADE), fechou o ms de novembro com taxa de desemprego de 22,6% e mdia anualde 23,8%. Com relao ao rendimento, houve variao negativa de 0,5% na comparaoentre nov.05/out.06 e o mesmo perodo do ano anterior.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    No ms de novembro, o ndice de Movimentao Econmica de Salvador (IMEC), apresentouqueda de 2,2%, em comparao com o mesmo ms do ano anterior. O ndice tambm registrou

    queda na anlise dos doze meses, ao recuar de 4,7% em outubro para 4,2% em novembro.

    No ms de janeiro, o ndice de Preos ao Consumidor (IPC), divulgado pela SEI, registrouvariao de 1,22%. Esta foi a maior alta desde abril de 2003. Com esse resultado, o ndiceacumulou, nos doze meses, alta de 4,17%, revertendo a tendncia de queda da inflao

    registrada nos ltimos meses. Habitao e encargos(17,4%) ealimentos e bebidas(3,4%) foramos grupos que mais pressionaram o ndice no acumulado dos doze meses.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    Os grupostransportes e comunicao(3,18%) ealimentos e bebidas(0,65%) apresentaram, em

    janeiro, as maiores contribuies para a elevao da inflao em Salvador. Com relao a essesgrupos, os subitens transporte pblico(5,3%) etubrculos, razes e legumes (25,1%) foram os

    que apresentaram as maiores variaes no perodo.

    As estimativas para a safra baiana, realizadas em dezembro de 2006 pelo LevantamentoSistemtico da Produo Agrcola (LSPA) do IBGE, apontam para um resultado negativo daproduo de mandioca (-2,4%), que vem acompanhado da queda do rendimento da lavoura

    (-0,8%). No tocante cana-de-acar, observa-se elevao de 9,0 % na produo e de 2,2% no

    rendimento. Este comportamento deve-se s expectativas dos produtores em relao aos bonspreos do acar e do lcool em mercados interno e externo.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    No que diz respeito s estimativas para a safra de feijo em 2006, verifica-se reduo de 27,6% naproduo. O resultado negativo deve-se tanto queda de 40,7% no feijo 1 safra (em entressafra),quanto na 2 safra (com colheita em andamento). Em relao ao milho, verifica-se a continuidadeda reduo na produo baiana (-31,4%) e no rendimento (-25,0%). Tais desempenhos negativos

    do milho e feijo resultam das chuvas irregulares em diversas regies produtoras do estado. Para asoja (em entressafra) mantm-se as estimativas de queda de 17,1% na produo.

    Segundo o LSPA/IBGE de dezembro de 2006, as estimativas para a produo de cacau (emfrutificao) permanecem em queda de 4,2%, devido conjuntura de preos da amndoa, dvidas

    de produtores e pragas. Quanto safra de caf, tem-se a elevao de 25,0% da produo,

    acompanhada de expanso de aproximadamente 14% no rendimento. As anlises permitemverificar ainda a expanso das reas plantada (11,7%) e colhida (9,2%) em relao safra de 2005.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    A produo industrial do setor de transformao da Bahia registrou queda acentuada de 7,6%em novembro de 2006, na comparao com o mesmo ms do ano anterior, conforme dadosda Pesquisa Industrial Mensal (PIM-IBGE). Apesar da queda no ms, no acumulado dos doze

    meses, o ndice apresentou crescimento, passando de 4,7% em outubro para 5,0% em novembro.

    A srie livre de influncias sazonais da produo da indstria de transformao baiana mostrataxa positiva de 0,9%, entre os meses de outubro e novembro de 2006. Dentre os segmentos da

    indstria de transformao, o que registrou a maior alta no perodo foiborracha e plstico(3,7%). Aindstria extrativa mineralmanteve a tendncia de crescimento, registrando alta de 1,3% no ms.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    O emprego na indstria baiana de transformao registrou, em novembro de 2006, elevaode 0,1% em relao ao mesmo ms de 2005. Apesar da variao positiva em novembro, noacumulado dos doze meses, o emprego na indstria baiana manteve-se negativo, porm se

    estabilizou em -0,4%. Nesse mesmo perodo, os setores que registraram as maiores quedas foram:borracha(-11,7%) eprodutos de metal, exclusivemquinas e equipamentos(-11,4%).

    O consumo total de eletricidade no estado da Bahia registrou, em novembro de 2006, quedade 0,2%, em relao a novembro de 2005. Com essa queda, o ndice no acumulado dos doze

    meses passou de 3,3% em outubro para 2,7% em novembro. Dentre os principais setores

    consumidores, o residencial o que apresenta a maior e mais expressiva taxa de crescimentonos doze meses (5,0%).

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    12 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.6-15, Fevereiro/2007

    Conjuntura Econmica Baiana

    O comrcio varejista na Bahia apresentou, no ms de novembro de 2006, pelo trigsimo sexto msconsecutivo, um acrscimo de 13,4% no volume de negcios. A Pesquisa Mensal de Comrcio

    (PMC/IBGE) apurou para o acumulado dos ltimos doze meses uma expanso de 9,1%. Osegmento de veculos, motos e peas apresentou crescimento de 22,7% ante igual ms de 2005.

    Nos ltimos doze meses, o crescimento do volume de vendas desse segmento foi de 20,2%.

    Segundo a PMC/IBGE, o segmento demveis e eletrodomsticos apresentou, para o acumuladodos ltimos doze meses, at novembro/06, um crescimento de 20,8% no volume de vendas. Esse

    desempenho explicado pela ampliao dos prazos de parcelamento das compras. O mesmo

    comportamento positivo foi verificado para o segmentohiper e supermercados, que acumulouuma expanso de 12,7% no perodo.

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    13Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.6-15, Fevereiro/2007

    Conjuntura Econmica Baiana

    Em dezembro de 2006, foram emitidos 349 mil cheques sem fundos na Bahia, fechando o anocom o total de 4,717 milhes. Em relao ao mesmo ms do ano anterior a reduo foi de

    7,6%. J no ano de 2006, houve crescimento de 2,1% na emisso de cheques sem fundo nacomparao com o ano de 2005.

    Em dezembro, as exportaes baianas somaram US$ 661,5 milhes e as importaes US$ 340,7milhes. Em termos percentuais, este foi o segundo ms do ano de 2006 em que as exportaesregistraram variao acima das importaes a primeira ocorrncia foi registrada em junho. No

    ano, as exportaes somaram US$ 6,7 bilhes e as importaes US$ 4,5 bilhes, resultando numsaldo comercial de US$ 2,2 bilhes.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    As exportaes baianas por fator agregado registraram comportamento divergente em 2006.Enquanto as exportaes de produtos bsicos registraram queda 29,2% em comparao como ano de 2005, as exportaes de produtos industrializados apresentaram crescimento de

    23,9% no mesmo perodo.

    A arrecadao de ICMS no Estado da Bahia registrou, no ms de novembro de 2006, crescimentode 3,2% em comparao com o mesmo ms do ano anterior. No ms, a arrecadao total foi deR$ 661,459 milhes. J no acumulado dos ltimos doze meses, verificou-se queda de 1,2 p.p.entre os meses de outubro e novembro. No ano, o total arrecadado alcanou R$ 6,999 bilhes.

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    Conjuntura Econmica Baiana

    A reduo de 2 mil pessoas na Populao Economicamente Ativa e a gerao de 4 mil novospostos de trabalho serviram para arrefecer a demanda por trabalho na Regio Metropolitana de

    Salvador (RMS), resultando numa Taxa de Desemprego de 22,3% em dezembro de 2006, o quesignificou uma reduo de 1,3% em relao a novembro deste ano, conforme demonstraram os

    dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).

    O rendimento auferido pelos ocupados no ms de novembro de 2006, em comparao aomesmo ms de 2005, apresentou crescimento de 2,18%, conforme a PED para a RMS. Emnovembro, o rendimento mdio real no trabalho principal ficou relativamente estvel para osocupados (0,4%). O rendimento real mdio foi de R$ 764. No acumulado dos ltimos doze

    meses, verificou-se reduo de 0,12%.

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    A crescente adio de leos vegetais ao combus-tvel vendido no pas traz perspectivas promissoraspara regies de baixo desenvolvimento econmico.Na Bahia, o plantio de oleaginosas para a produodo biodiesel (principalmente o leo da semente damamona, cultivada em 189 municpios) surge comoalternativa para dinamizar a economia do semi-ridoe fortalecer a agricultura familiar. Esta modalidadede agricultura nem sempre contemplada nos pla-nos estratgicos de desenvolvimento, mas foi temada ateno do novo governo estadual, durante suacampanha eleitoral.

    H, contudo, um conjunto de desafios a ser supera-do. Entre as dificuldades enfrentadas pelo semi-ridoesto a baixa qualificao da mo-de-obra, a escassadisponibilidade de capitais e a infra-estrutura incapazde absorver um volume mais intenso de atividade eco-nmica. A infra-estrutura em transportes dos proble-mas mais cruciais, j que isola a regio dos centrosmais dinmicos da economia baiana e limita as possi-

    bilidades de investimento.

    Muito presente no debate cotidiano, a discusso dalogstica voltada para o agro-negcio e suas com-moditiesagrcolas ignora a agricultura familiar comoatividade econmica, considerando-a como atividadevoltada exclusivamente para o autoconsumo.

    O objetivo do presente artigo discutir a importnciada logstica para o escoamento do excedente da agri-cultura familiar no semi-rido, o que imprescindvel

    para a sua sustentabilidade e para o xito das polti-cas de desenvolvimento da regio.

    Importncia da logstica no desenvolvimentoda agricultura familiar no semi-rido baiano

    Andr Pomponet*

    * Economista pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) eEspecialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental.

    Alm desta introduo, o artigo apresenta a seo se-guinte, que discorre sobre a situao atual do semi-rido baiano. Adiante, apontam-se algumas pecu-liaridades da agricultura familiar para, na seqncia,discutir-se o estgio atual da infra-estrutura logsticano local. guisa de concluso, faz-se uma sntese dosargumentos apresentados nas sees anteriores.

    O semi-rido

    O semi-rido baiano ocupa quase 387 mil quilmetrosquadrados ou cerca de 69% do territrio do estado.Os 259 municpios da regio abrigam 6,4 milhes dehabitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica (IBGE) de 2003. O Censo 2000do mesmo instituto, registrou que 52 crianas, entremil nascidas vivas, morriam antes de completar umano de vida. O analfabetismo nesse ano atingia 33%da populao com idade superior a 15 anos, refletin-do-se na rendaper capita, apenas R$ 85,54, em valo-

    O semi-rido baiano ocupa

    quase 387 mil quilmetros

    quadrados ou cerca de 69%

    do territrio do estado

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    Andr Pomponet

    res de 2000, bastante inferior ao salrio-mnimo vigen-te a partir de maio daquele ano, fixado em R$ 151,00(SURERINTENDNCIA DE ESTUDOS ECONMICOSE SOCIAIS DA BAHIA, 2006).

    Esses rendimentos so fortemente dependentes daspolticas de transferncia de renda dos governos. Em

    2000, por exemplo, aproximadamente 21% dos ren-dimentos da populao deviam-se a essas polticas.Em 1991, eram 10%. As transferncias governamen-tais respondiam por mais de 50% da renda de 20%da populao em 2000, contra 8,5% nove anos antes(SURERINTENDNCIA DE ESTUDOS ECONMICOSE SOCIAIS DA BAHIA, 2006). O incremento deve-secertamente ampliao das polticas de assistnciaprevistas na Constituio de 1988, como aposenta-dorias rurais, penses e demais benefcios sociais e,mais recentemente, ao programa Bolsa Famlia.

    Conforme dados do Censo de 2000, 69% da popula-o do semi-rido era pobre, embora nove anos antesa situao fosse ainda pior (81% eram classificadoscomo pobres). Do mesmo modo, a despeito do pata-mar alarmante, a indigncia tambm caiu, passandode 54% para 43% de 1991 a 2000. Esse quadro depobreza endmica e ainda bastante preocupante, noobstante a queda registrada, explicado pelo desem-prego, que girava em torno de 13%, e pelo grau deinformalidade elevadssimo, j que 84% dos trabalha-dores estavam nessa situao (SEI, 2006).

    Nesse cenrio de economia excessivamente depen-dente das aposentadorias, penses e empregos p-blicos disponveis, parte da populao dedica-se agricultura familiar para autoconsumo, mesclando-acom a busca por trabalho e renda fora do ambientedomstico, em condies normalmente precrias. oque se poderia definir comonovo mundo rural atrasa-do, conforme Couto Filho (apudSOUZA; PEDREIRA,

    2002). Embora essa situao esteja presente em boaparte do semi-rido, h locais em que viceja uma ati-vidade econmica mais intensa, nos moldes de umaagricultura empresarial e, em muitos casos, ligada aagricultura familiar. So exemplos: o cultivo do aba-caxi em Itaberaba, hoje j exportado, mas com maiorvolume da produo sendo consumido nos mercadosprximos; e o plantio de feijo na regio de Irec, queatende os mercados locais e regionais.

    Em sntese, pode-se dizer, com o apoio de (ALCO-

    FORADO, 2003), que o semi-rido possui agriculturacom baixa produtividade, h poucas unidades indus-

    triais, e os setores de comrcio e servios so poucodinmicos em relao s demais regies do estado. Ainsero da regio no circuito dos mercados nacionale externo demandaria investimentos privados que aregio incapaz de atrair. Em sentido contrrio, en-contra-se a Regio Metropolitana de Salvador (RMS),onde a presena das atividades industrial e de servios

    gera economias de escala e aglomerao, tornando-aatraente para a captao de novos investimentos. claro que a aplicao de uma tica estritamente demercado incapaz de romper esse ciclo vicioso.

    Diante das difculdades expostas,

    cabe ao Estado formular

    estratgias de desenvolvimento

    alternativas

    Diante das dificuldades expostas, cabe ao Estadoformular estratgias de desenvolvimento alternativas.Uma delas o investimento em capital social, esti-mulando cooperativas, associaes e o empreende-dorismo; outra a focalizao nos mercados locais eregionais como demandantes da produo. O apro-

    veitamento das vocaes naturais do semi-rido, emque se destaca a agricultura familiar, tambm umaestratgia vivel, conforme se ver na seo seguinte.

    Lgica da agriculturafamiliarNa agricultura familiar, a produo se decompe emuma parcela destinada ao consumo domstico e ou-tra, excedente, destinada comercializao. Com a

    ampliao do crdito e do apoio tcnico (uma pro-messa permanente das autoridades governamentais),tende a crescer a produtividade do setor, o que repre-sentar acrscimos no excedente a ser comercializa-do, gerando uma demanda crescente por infra-estru-tura em logstica. Esta a tendncia natural entre osagricultores consolidados (capazes de acompanharo progresso tcnico) e os que esto em consolida-o (que se esforam para acompanhar o progres-so), embora persista no semi-rido a predominncia

    de agricultores que utilizam tcnicas e instrumentosrudimentares (BRITTO; SANTOS, 2006).

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    A importncia da logstica no desenvolvimento da agricultura familiar no semi-rido baiano

    Nesse processo, a organizao dos pequenos pro-dutores cresce em relevncia, j que associaes ecooperativas so elementos-chave na circulao daproduo. Identificar os nichos de mercado, avaliar ademanda, orientar a produo e o armazenamento soatribuies melhor desempenhadas por essas entida-des. A ao coletiva e orientada implica em maiorespossibilidades de xito que a iniciativa individual. A dis-seminao do empreendedorismo e da cooperao de-

    pendem do estabelecimento de uma cultura que podeser mediada pelos entes governamentais. quando orural arcaico e de subsistncia cede espao lgica domercado, ainda que produzindo para mercados prxi-mos, estabelecendo-se uma rotina capitalista.

    Mesmo que na Bahia ainda exista um rduo trajetoa ser cumprido at que as atividades dos pequenosprodutores rurais tornem-se sustentveis, neces-srio considerar as demandas da agricultura familiarem relao logstica, favorecendo a formulao

    de polticas para o segmento. No se percebe essapreocupao no Programa Estadual de Logstica deTransporte, cujo objetivo definir estratgias de in-terveno pblica e privada voltadas articulao f-sica do estado da Bahia e a reorganizao de suascadeias logsticas, tendo como horizonte temporal osprximos 20 a 25 anos (BAHIA, 2004, p. 17).

    A relevncia dos custos com transporte na determina-o do preo final dos produtos agrcolas pode ser umtrunfo nas mos dos pequenos produtores baianosem relao concorrncia, dada a proximidade dospotenciais mercados regionais. O raciocnio aplic-vel ao semi-rido baiano, j que cidades que podemrepresentar mercados robustos para a agricultura fa-miliar encontram-se distantes centenas de quilmetrosdas regies litorneas. So as cidades polarizadorascomo Senhor do Bonfim, Vitria da Conquista, Jacobi-na, Itaberaba, Ipir e Irec (BAHIA, 2004).

    Entretanto, necessrio efetivar essas vantagens

    comparativas em relao logstica, entendendo aagricultura familiar como uma atividade econmica

    de relevo, principalmente no que se refere geraode emprego e fixao de famlias no campo. Nes-se sentido j existem linhas de financiamento parainvestimentos em infra-estrutura, como o caso doPrograma Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF),que dispe de uma linha especfica em Infra-Estruturae Servios. Por meio dela, o governo federal disponi-

    biliza recursos no-reembolsveis e atua em parceriacom municpios, investindo em infra-estrutura pblicae servios de apoio agricultura familiar.

    Para obteno dos recursos, necessria a aprova-o do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural. Osmunicpios prioritariamente contemplados so os demenor renda rural (mensurada pelo IBGE), populaocom predomnio de agricultura familiar, baixo IDH edeficincia em infra-estrutura produtiva (PROGRAMANACIONAL DE AGRICULTURA FAMILIAR, 2007). No

    semi-rido baiano, boa parte dos municpios se en-caixa nesse perfil.

    Logstica na BahiaA logstica no representa somente a movimentaodo produto, embora essa seja a etapa mais importan-te do processo. Envolve tambm a carga e descar-ga, assim como o armazenamento temporrio (HORI,2003). Nas sociedades contemporneas, os custos

    de produo tendem a se igualar, o que desloca osdiferenciais de preos para os gastos com transporte,armazenamento e estocagem. Oferecer mercadoriascom preos competitivos significa dispor de uma lo-gstica adequada, em que se combinam infra-estrutu-ra, planejamento e gerenciamento eficientes, ou seja,a oferta se ajusta demanda.

    A ao coletiva e orientada implica

    em maiores possibilidades de xito

    que a iniciativa individual

    Na Bahia, 92% do volume de

    cargas transportado pela via

    rodoviria, percentual que no

    semi-rido tende a ser maior,

    pois, praticamente, inexiste o

    transporte hidrovirio

    Na Bahia, 92% do volume de cargas transportado

    pela via rodoviria, percentual que no semi-rido ten-de a ser maior, pois, praticamente, inexiste o transpor-

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    19Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.16-20, Fevereiro/2007

    Andr Pomponet

    infra-estrutura da agricultura familiar voltada para osmercados regionais com as necessidades da agroin-dstria voltada para a exportao, como o caso daproduo da soja no oeste. O que preocupante emrelao logstica no a ausncia de propostas paradesenvolver a agricultura familiar no semi-rido, emparticular, mas a inexistncia de propostas que lhe

    assegurem alguma competitividade e que, por con-seqncia, incluam socialmente toda a populao daregio. No Programa Estadual de Logstica de Trans-porte no se evidenciam proposies nesse sentido.

    A economia baiana, desde o perodo colonial, possuium eixo dinmico no entorno da Baa de Todos osSantos e uma faixa litornea com algum dinamismo.O semi-rido, por sua vez, sempre esteve relegado satividades agrcolas de baixa produtividade, com in-dstria e comrcio dbeis. Essa precariedade sempre

    se refletiu nas opes por investimentos, fortementeconcentrados na Regio Metropolitana de Salvadorou em atividades voltadas para o mercado externo, oque acarretou profundas desigualdades regionais.

    Quando se discute a promoo do desenvolvimentoequilibrado da Bahia e se formula polticas, lgicoconsiderar o argumento de que a melhor alternativapara reduzir a pobreza no semi-rido o aproveita-mento das vocaes econmicas locais, com a per-manncia da populao nativa na regio. Por outrolado, sem a oferta de uma infra-estrutura adequadahaver gargalos e, por conseqncia, no se alcan-ar o desenvolvimento almejado, condenando-se apopulao ao crculo vicioso da pobreza e da ausn-cia de alternativas.

    Longe de esgotar o debate sobre a questo, a preten-so foi realar um aspecto relevante de um tema deimportncia crucial no Brasil contemporneo, que areduo da pobreza com incluso social. A logstica

    um instrumento essencial tambm no desenvolvimen-to econmico e na reduo da pobreza, mas aindano objeto da ateno necessria.

    RefernciasALCOFORADO, Fernando. Os condicionantes do de-senvolvimento do Estado da Bahia. 2003. Tese (Dou-torado em Planificacion Territorial e Desarrollo Re-gional)-. Universidade de Barcelona. Disponvel em:

    . Acesso em:12 jan. 2006.

    te hidrovirio (j que o So Francisco, principal rio daregio, pouco utilizado) e o ferrovirio, alm de termalha pouco densa, subutilizado. Como improv-vel que haja no mdio prazo uma alterao radical nosistema modal do semi-rido, a rodovia permanecercomo principal meio de circulao de mercadorias epessoas, mesmo que ocorra maior dinamizao das

    economias locais.

    Todavia o sistema rodovirio no semi-rido exige inter-venes. A pavimentao da maioria das estradas, porexemplo, pode ser considerada entre regular e ruim,o que contribui para encarecer o transporte (BAHIA,2004). Com a ausncia de outros modais na regio, oproblema se agrava. H tambm pouca densidade namalha rodoviria, principalmente no que se refere srodovias federais, quase sempre em pssimas condi-es de conservao. Cortando o semi-rido no sen-

    tido leste-oeste, h apenas a BR 242 e duas rodoviasfederais que se estendem pelo semi-rido ao norte: aBR 324 e a BR 116; esta ltima tambm margeia partedo semi-rido ao leste.

    Em relao s rodovias estaduais, deduz-se que oadensamento da malha, com a construo ou a recu-perao de estradas que interligam cidades prximas,pode ser uma alternativa para intensificar as ativida-des econmicas no semi-rido. Para tanto, porm, necessrio que a agricultura familiar vocao naturalda regio tenha um impulso inicial, e que o gover-no estadual incorpore as necessidades do setor aosinvestimentos em infra-estrutura, combinando-os coms linhas de crdito ofertadas pelo PRONAF.

    As demais atividades logsticas, como o armazena-mento, a carga e a descarga, tambm exigem inves-timentos em infra-estrutura, embora em menor mag-nitude que o transporte. Nessas atividades, ganhamimportncia o acmulo de informaes e as formas de

    gesto, que exigem a atuao mais direta de coope-rativas e associaes. a etapa em que a dissemina-o da cultura empreendedora e cooperativa comeaa apresentar resultados.

    Consideraes fnais

    evidente que num cenrio de escassez de recursospara investimentos, no se vai formular uma poltica deinfra-estrutura voltada exclusivamente para atender s

    demandas da agricultura familiar do semi-rido. Nadaimpede, todavia, que se combine as necessidades em

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    20 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.16-20, Fevereiro/2007

    A importncia da logstica no desenvolvimento da agricultura familiar no semi-rido baiano

    BAHIA. Secretaria de Infra-Estrutura. Programa Estadualde Logstica de Transportes. Salvador: SEINFRA, 2004.

    BRASIL. Constituio (1988). Constituio da RepblicaFederativa do Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 19 jan. 2007.

    BRITTO, Elissandra; SANTOS, Ncia. O semi-ridobaiano sob o olhar do desenvolvimento rural susten-tvel. Conjuntura & Planejamento, Salvador: SEI, n.150, nov. 2006.

    HORI, Jorge. A Bahia como um plo logstico dentroda cadeia da globalizao. Bahia Anlise e Dados,Salvador: SEI, v. 13, n. 2, p. 239-246, set. 2003.

    PROGRAMA Nacional de Agricultura Familiar. Pro-naf infra-estrutura e servios. Disponvel em: . Acesso em: 29jan. 2007.

    SOUZA, Dorac; PEDREIRA, Mrcia. O Pronaf e asperspectivas para a agricultura familiar baiana. In:

    AVENA, Armando. (Org.). Bahia Sculo XXI. Salvador:SEPLANTEC, 2002, p. 305-342.

    SUPERINTENDNCIA DE ESTUDOS ECONMICOSE SOCIAIS DA BAHIA. Identificao e anlise da evolu-o temporal das manchas de pobreza na Bahia. Ban-co de Dados dos Municpios da Bahia. Produzido pelaDiretoria de Estudos (DIREST). Salvador, 2006.

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    21Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.21-25, Fevereiro/2007

    Fbio Batista Mota*

    Flvio Carvalho Pinheiro Simes**Lcio Flvio da Silva Freitas*

    Educao e capital humano: evidnciaspara o caso brasileiro

    * Economistas e mestrandos em economia (UFBA).

    ** Engenheiro mecnico e mestrando em economia (UFBA).

    Harrod, R. (1948). Towards dynamic economics, Macmillan, lecture 3.

    Domar, E. (1946). Capital expansion, rate of growth and unemployment. Eco-nometrica, 14 (2), 137-147.

    O trabalho de Arrow (1962), intitulado The EconomicImplications of Learning by Doing, parece, de certaforma, ter servido de base s novas teorias do cres-cimento, ao menos no que tange formalizao dos

    modelos de crescimento econmico. Arrow afastan-do-se das solues que aceitavam, por componentede crescimento no explicvel, o resduo de Solow argumentava que processos de learning-by-doing,entendidos como acumulao de conhecimento de-rivada da experincia no uso do capital, explicavamos aumentos de eficincia que resultavam em cresci-mento econmico.

    Em Increasing returns and long-run growth, Romer(1986) mostrou ser possvel aplicar a racionalidade de

    Arrow tambm a outras formas de acumulao de co-nhecimento. A importncia da obra de Romer est noestmulo retomada das pesquisas tericas e emp-ricas no campo do crescimento econmico. Sumaria-mente, as novas teorias do crescimento tm buscadodemonstrar a importncia de instituies como a edu-cao, a investigao e a inovao como meio paraprecipitar processos de aprendizagem e, conseqen-temente, o crescimento. De forma geral, On the me-chanisms of economic development, de Lucas (1988),tem servido de base para os modelos que do nfa-se educao, enquanto Endogenous technologicalchange, de Romer (1990a), e Innovation and Growth inthe Global Economy, de Grossman e Helpman (1991),esto relacionados aos modelos que atribuem maiorimportncia investigao e inovao, como fonteendgena de crescimento.

    Contudo, apesar dos avanos tericos na literaturarecente do crescimento econmico, as solues dosmodelos dos estudos empricos que procuram provar

    as implicaes do capital humano para o crescimentoainda no podem ser tomadas como conclusivas.

    Os modelos de crescimento neoclssicos derivamdo descontentamento com os trabalhos dos autoreskeynesianos Harrod (1948) e Domar (1946) maisconhecido como modelo Harrod-Domar que assu-

    miam funes de produo com retornos constantese taxas de crescimento endgenas, dependentes dapropenso a poupar. Estes autores empreenderam es-foros com o fim de entender em que condies umaeconomia poderia apresentar crescimento no estadoestacionrio (steady-state) a uma taxa constante. Har-rod e Domar terminaram por concluir que uma econo-mia, para manter crescimento no estado estacionrio,precisa igualar a taxa de poupana nacional ao pro-duto da razo capital-produto e taxa de crescimen-to da demanda efetiva. Crtico deste modelo, Solow

    (1956) discordava da hiptese que fazia constante ataxa de crescimento da fora de trabalho, a taxa depoupana e a razo capital-output. Mais ainda, paraSolow (2000), o crescimento no estado estacionrio,tal como em Harrod e Domar, dava-se de maneira de-masiadamente instvel, sendo, portanto, passvel deno ser alcanado ou mantido.

    Os trabalhos de Solow (1956) e Swan (1956) o cha-mado modelo Solow-Swan consideravam a acumu-lao de capital derivada do investimento o principaldeterminante do crescimento econmico no curtoprazo. Tendo em vista que, neste modelo, o financia-mento do investimento dava-se por meio da poupan-a, aumentos persistentes nos seus nveis implicariamexperienciar crescimento econmico. Por outro lado,

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    Educao e capital humano: evidncias para o caso brasileiro

    sendo a produtividade marginal do capital decres-cente com o seu incremento, economia no se afi-gurava factvel elevar constantemente a sua taxa decrescimento. Desta forma, o progresso tcnico seria,para Solow (1956), o principal determinante do cresci-mento de uma economia no longo prazo.

    Com vistas a contribuir com o entendimento dessasnovas abordagens em economia, este artigo traz,alm desta introdutria, mais uma seo. Nesta soapresentadas evidncias para o caso brasileiro. AsConsideraes finais encerram a exposio.

    Implicaes doconhecimento nocrescimento econmico

    evidncias empricaspara o Brasil

    O exerccio emprico aqui proposto uma variaodaquele elaborado por Hall e Jones (1998). Partimosda estimao de uma funo de produo padro, dotipo Cobb-Douglas, acrescida de capital humano. As-sim, toma-se:

    Yi= Ki(AiHi)

    1-

    Onde Yi a produo em nvel, Kidenota o estoquede capital fsico, Hi a quantidade de trabalho aumen-tado de capital humano utilizado na produo. O lti-mo termo A, tambm associado ao trabalho, umamedida da produtividade e calculado por resduo.O subscrito i indexa cada estado brasileiro. Agora,tomando-se a equao (1) em logaritmo e dividindo-a em ambos os lados pelo nmero de trabalhadores

    empregados no processo produtivo (Li), podemos re-escrev-la como:

    ln Yi/Li=ln Ki/Li + (1-)lnHi/Li+ (1-)lnAi (2)

    Subtraindoln(Yi/Li) dos dois lados:

    (1-)lnYi/Li = (lnKi/Li lnYi/Li) + (1-)lnHi/Li + (1-)lnAi

    (1-)lnYi/L

    i=lnK

    i/Y

    i+ (1-)lnH

    i/L

    i+ (1-)lnA

    i

    E dividindo os dois lados por (1-):

    lnYi/Li = (/1-)lnKi/Yi+ lnHi/Li+ lnAi (3)

    Seguindo procedimento j usual na macroeconomiado crescimento, foi tomado como 1/3, de acordocom trabalhos anteriores e em funo da estabilidadedessa proporo ao longo do tempo.

    Hall e Jones (1988) trabalharam dados em cross-

    country para o ano de 1988 e para 127 pases. Di-ferentemente de abordagens anteriores, destacada-mente Mankiw, Romer e Weil (1992) e tambm Barroe Sala-i-Martin (1992), a forma funcional de Hall eJones (1988) permitiu-nos estimar a regresso combase no PIB em nvel, que se mostra a formataomais adequada para os objetivos deste artigo. Istoporque temos o interesse de verificar a existncia ouno de correlao entre o capital humano e o resul-tado econmico, no longo prazo, desconsiderandoflutuaes na taxa de crescimento. Aqui aplicadoum modelo de efeitos fixos para dados em painel,com 25 estados brasileiros e estimativas decenais doestoque de capital fsico, capital humano, produto in-terno bruto e populao economicamente ativa. Soconsiderados os anos de 1980, 1990 e 2000. Justifi-ca-se a escolha do modelo em funo deste fornecerresultados mais seguros quanto possvel existnciade correlao entre o termo de erro e uma ou maisvariveis independentes j esperada, uma vez queo termo de erro especfico para cada unidade da Fe-

    derao. Ademais, tambm ficam explicitadas nesteprocedimento as preferncias de tecnologia de cadaestado. Com efeitos fixos, as diferenas observadasentre eles podem ser tomadas como mudanas pa-ramtricas na funo de produo.

    O progresso tcnico seria,

    para Solow (1956), o principal

    determinante do crescimento de

    uma economia no longo prazo

    Se essa especicidade no estiver mais nos resduos, a probabilidade decorrelao com uma das variveis independentes menor. Como a esti-mao em painel com efeitos aleatrios traz a suposio de ausncia decorrelao entre a perturbao e os regressores, foi feita a opo por efeitos

    xos, j que se espera que o capital humano inuencie outras variveis. Cf.Figueiredo e Nakabashi (2005).

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    23Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.21-25, Fevereiro/2007

    Fbio Batista Mota, Flvio Carvalho Pinheiro Simes e Lcio Flvio da Silva Freitas

    A especificao adotada permite que a produo portrabalhador seja decomposta em insumos e produtivi-dade e, em particular, possibilita a comparao inte-restadual e a verificao da influncia da intensidadede capital, da produtividade e do capital humano naproduo de cada estado. Esta seo do artigo dedi-ca-se avaliao deste ltimo aspecto.

    A disposio dos dados em forma de painel admiteo tratamento em duas dimenses: tempo e espao.O modelo de efeitos fixos assume que as diferenasentre as unidades observadas podem ser captura-das no termo de intercepto da regresso; implicaainda que os atributos individuais no resultem devariao randmica e permaneam constantes aolongo do tempo. Em funo do perodo considera-do e dos 25 estados examinados, em trs momen-

    tos distintos, temos, no total, 75 observaes. Osdados decenais foram compilados ora pelo Insti-tuto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), orapela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia eEstatstica (IBGE). Como proxy para o estoque decapital fsico (Ki), adotamos a varivel capital resi-dencial4. O produto total dos estados (Yi) ou PIB estimado pelo IBGE; o capital humano (H i) foi aquelecalculado pelo IPEA5. Com isto, possvel estimardiretamente o impacto do capital humano sobre oproduto por trabalhador, como um dos canais que

    afeta o crescimento econmico. Esclarecemos quea excluso dos estados do Mato Grosso do Sul eTocantins deve-se falta de dados. O nmero detrabalhadores na Populao Economicamente Ativa(PEA), disponvel nos anos censitrios desde 1950,foi adotado como medida do insumo trabalho (L i).Este ltimo dado calculado pelo IBGE.

    Os coeficientes s, neste caso, identificam as res-pectivas elasticidades da produo s variaes narelao capital-produto e capital humano. Com isto, aregresso estimada consiste em:

    ln Yi/Li=0(/1-)lnKi/Yi +1lnHi/Li+ lnAi+ i

    Nesta seo, so discutidos os resultados encontra-dos, apresentados em tabelas no apndice. A regres-so estimada do produto interno bruto por trabalhadordos estados, em funo da razo capital-trabalho edo capital humano por trabalhador, dispensou corre-o para heteroscedasticidade (que consiste em va-

    rincias distintas para os distrbios) e autocorrelaoserial entre os termos de perturbao.

    Apenas sete estados indicaram intercepto diferencialestatisticamente significativo, a 99% de confiana: RioGrande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondnia, Ro-raima, Santa Catarina, Sergipe e Distrito Federal. Ointercepto de referncia foi o do estado de So Paulo,que tambm se mostrou vlido para o mesmo nvelde significncia. O valor mdio desse parmetro re-

    presenta o efeito do avano tecnolgico para cresci-mento do PIB per captado estado de So Paulo; foicalculado em 4,201, o que representa efeito positivo.Vale destacar que o fato do intercepto diferencial serno significativo para um estado isoladamente, noest relacionado com ausncia de efeito da tecnolo-gia sobre o crescimento do PIB nesse estado, e simcom a ausncia de diferena significativa do efeito datecnologia nesse estado comparativamente ao efeitoem So Paulo, tomado como referncia.

    O coeficiente de elasticidade da varivel capital-pro-duto apresentou-se significativo a nveis elevados deconfiana, de 99% (conforme demonstrado pelo p-va-lor da estatstica t). Esta varivel, logaritmo do estoquede capital fsico sobre o produto interno dos estados,apresentou elasticidade, cujo valor mdio 0ficou em-0,658. O valor negativo para o parmetro no o es-perado pela teoria do crescimento. Possivelmente, esteresultado deve-se proxyescolhida para o estoque decapital fsico, o capital residencial urbano, uma opo

    frente ausncia daqueles dados para o perodo es-tudado. Alternativamente, poderamos aplicar algumametodologia de clculo do estoque de capital baseadano fluxo de investimentos, contudo, esta tentativa fogeao escopo deste trabalho e constituiria um desvio gran-de em relao aos objetivos aqui propostos. Todavia assolues do modelo relativamente ao impacto do capi-tal humano sobre o crescimento permanecem vlidasdo ponto de vista terico-metodolgico.

    Resumidamente, e a despeito das afirmaes teri-

    cas de que haveria uma relao direta entre acumula-

    4 Denida como o valor presente do uxo perptuo constante dos aluguis

    mensais descontado taxa de desconto de 0,75% a.m., deacionado peloIGP-DI, segundo metodologia do IPEA.

    5Conforme metodologia do IPEA, o capital humano calculado como

    segue: Valor esperado presente dos rendimentos anuais (descontados a10% a.a.) associados escolaridade e experincia (idade) da populaoem idade ativa (15 a 65 anos). O estoque de capital humano calculadopela diferena entre o rendimento obtido no mercado de trabalho e aestimativa daquele obtido por um trabalhador sem escolaridade e expe-

    rincia. Para se estimar os rendimentos futuros esperados, utilizam-seos coecientes de retorno educao e experincia, estimados pelos

    dados do Censo Demogrcos para os anos 1980, 1991 e 2000 e da PNADnos demais anos do perodo 1981-99.

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    24 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.21-25, Fevereiro/2007

    Educao e capital humano: evidncias para o caso brasileiro

    o de capital humano e crescimento econmico, osresultados empricos das correntes do pensamentoapresentadas ao longo do texto variam, no extremo,entre a confirmao e a negao daquela relao,podendo existir correlaes positivas, nulas ou nega-tivas. No nosso caso, a varivel logaritmo da razocapital humano por trabalhador da PEA no foi obtida

    estatisticamente diferente de zero, e apresentou comovalor do coeficiente1, -0,558.

    Com o fim de tentar entender porque certas evidn-cias empricas parecem negar a teoria, poderamos,por exemplo, fazer uso da argumentao de Pritchett(1996), que sugere trs explicaes. A primeira se d,quando a criao de novos conhecimentos orientadapara atividades improdutivas do ponto de vista social.Este fato estaria relacionado questo da estabilidadee especificidades institucionais dos pases, que induzi-

    riam a diferenas nos nveis de inverso em educao.A segunda remete s diferenas nas taxas de cresci-mento da procura de fora de trabalho instruda. O autorsugere que diferenas nos retornos marginais educa-o de dados pases sejam decrescentes, constan-tes ou crescentes podem ocorrer mesmo que estesapresentem nveis iguais de retorno ao investimentoem educao. Significa dizer que, por exemplo, umimpacto negativo poderia ser o resultado da diminui-o dos retornos marginais educao, ocasionando

    um descompasso entre oferta e demanda de trabalhoinstrudo. Por fim, a ltima explicao relacionar-se-ia qualidade da educao. Pritchett (1996) afirma que,

    na relao produto por trabalhador. Deste modo, a es-timao para o estado de So Paulo6foi:

    LnYi/Li= -0,698 lnKi/Yi- 0,558 ln Hi/Li+ 4,201 (4)

    (0,074) (0,394) (1,610)

    R2= 0,75

    R2ajustado= 0,63.

    Consideraes fnais

    De forma geral, os trabalhos empricos macroecono-mtricos, que se dedicam investigao do capitalhumano, tm buscado aferir os benefcios da educa-o para a produtividade com base em variveis qua-se sempre quantitativas, como nveis de educao etaxas de crescimento. Todavia, as suas solues aindano so passveis de serem tomadas por conclusivas,pelo menos no que tange prova cabal da existnciade uma relao direta entre capital humano e cresci-mento, tal como pressuposto pelas abordagens te-ricas. Parte dos estudos sequer consegue encontraruma correlao entre a acumulao de capital humanoe o crescimento econmico. Por outro lado, no campomicroeconomtrico, as evidncias empricas parecemcontribuir para ratificar aquela hiptese terica.

    As anlises empricas de autores como Mankiw, Ro-mer e Weil (1992), Hall e Jones (1998) e Barro (1991)buscaram demonstrar a relao direta existente entreo nvel de instruo de um pas e o crescimento eco-nmico. Tambm as solues de Barro e Sala-i-Mar-tin (1995) sugeriam a ratificao das expectativas te-ricas que previam o impacto positivo da educaono crescimento. Por outro lado, ao abandonar a hip-tese do estado estacionrio, os resultados de Benha-bib e Spiegel (1994), por exemplo, que tinham por

    base a obra de Nelson e Phelps (1966), indicavamno haver qualquer daquela correlao. Em alterna-tiva, propuseram um modelo no qual a capacidadeinovativa de um pas, bem como a sua capacidadepara adotar novas tecnologias de origem exgena,era uma varivel dependente do seustockde capitalhumano, que, por sua vez, influenciava a velocidadedo catch-uptecnolgico.

    Acrscimos na relao capital

    humano por trabalhador no tero

    implicaes na relao produto

    por trabalhador

    em determinados pases, notadamente nos subdesen-volvidos, a difuso de conhecimentos nas instituieseducacionais pode ocorrer de forma bastante reduzi-da, podendo sequer alcanar qualquer efeito sobre aacumulao de capital humano.

    A equao abaixo revela que acrscimos na relaocapital humano por trabalhador no tero implicaes6 Estado tomado como referncia de anlise / uso do mtodo de efeitosxos / assumido o valor de 1/3 para .

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    25Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.21-25, Fevereiro/2007

    Fbio Batista Mota, Flvio Carvalho Pinheiro Simes e Lcio Flvio da Silva Freitas

    Sumariamente, a literatura trabalhada neste artigo bus-cou, terica e empiricamente, demonstrar a relevnciado conhecimento, materializado na forma de progressotcnico e/ou capital humano, para o crescimento de umaeconomia no longo prazo. Naturalmente, as diferenasde mtodo e adoo de hipteses implicaram no sur-gimento de certa dificuldade quanto comprovao da

    existncia de uma correlao positiva entre conhecimen-to e crescimento econmico, podendo mesmo havercorrelaes nulas ou negativas. Os resultados empricostm atestado ora a favor dos efeitos altamente positivosda educao no crescimento, ora questionando porcompleto a existncia dos mesmos. No presente estudo,os resultados alcanados para o Brasil retornaram umacorrelao no significativa entre acumulao de capitalhumano e crescimento econmico. Significa dizer queparece no haver qualquer influncia comprovada docapital humano sobre o PIB dos estados.

    Observamos que grande parte dos trabalhos empricosnesta rea tem feito uso de medidas quantitativas deeducao comoproxipara o capital humano, minimizan-do, conseqentemente, a importncia da sua qualidade.Considerando a discusso em torno dos controversosachados empricos, chamamos ateno para o fato deque o uso dessas medidas tem se mostrado insuficientepara a anlise dos efeitos do conhecimento no cresci-mento econmico, bem como da forma como se proces-

    sam. Contudo, esperamos que, com o aperfeioamentodos mtodos de estimao e a utilizao de medidasqualitativas para a educao, os resultados da literaturaemprica possam ratificar as previses dos modelos te-ricos, confirmando, desta forma, a expectativa de um im-pacto positivo da educao no crescimento econmico.

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    26 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.26-30, Fevereiro/2007

    Economia mundial: como as condiesinternacionais tm ajudado os pasesemergentes e at quando?

    Paulo Srgio Souza Ferreira*

    O PIB mundial, em 2006, teve um crescimento expres-sivo, impulsionado principalmente pelos EUA e a Chi-na, com destaque para as recuperaes recentes doJapo e da Europa. Os pases perifricos e o Brasil,particularmente, foram beneficiados pela conjunturainternacional extremamente favorvel, que proporcio-nou um afluxo crescente de capitais a esses pases.Segundo as projees mais recentes, publicadaspor organismos internacionais, a exemplo do FundoMonetrio Internacional (FMI), em seu relatrio WorldEconomic Outlook, a economia mundial deve conti-nuar a ter um crescimento expressivo em 2007.

    A continuidade deste perodo expansionista da eco-nomia mundial deve ocorrer em funo de dois mo-tivos: 1) em perodos normais (sem turbulncias), osinvestidores internacionais preferem aplicar em ttulosmenos seguros, mas que rendem mais, como os dospases emergentes, o que aumenta a liquidez interna-cional, tornando as condies monetrias e financei-ras mais propcias aos pases em desenvolvimento; 2)o incremento do comrcio global torna mais aquecidaa demanda externa pelos produtos dos pases peri-fricos, acarretando maior entrada de divisas nessespases, o que possibilita proteg-los de possveis ata-ques especulativos contra suas respectivas moedasnacionais, tendo em vista a grande facilidade com que

    os capitais entram e saem nesses pases, dada a suahistrica carncia de capitais.

    Neste sentido, o objetivo deste artigo apontar os re-sultados alcanados em 2006 e os possveis rumosque a economia mundial poder seguir em 2007, con-tando com a ajuda da anlise conjuntural.

    EUA

    Em dezembro de 2006, foram criados 167 mil empre-gos fora do setor agrcola nos EUA, mas a taxa de

    desemprego manteve-se em 4,5%, de acordo com oDepartamento do Trabalho. Segundo o rgo, os se-tores que mais empregaram estavam ligados pres-tao de servios, incluindo servios profissionais, eos setores de negcios, sade e alimentao.

    * Estudante da Faculdade de Cincias Econmicas da Universidade Federal daBahia (UFBA) e membro do Ncleo de Estudos Conjunturais (NEC). [email protected].

    Este estudo, realizado em setembro de 2006, aponta as estimativas sobrea economia mundial para os anos de 2006 e 2007. Trata tambm dos dese-quilbrios sistmicos que podem afetar negativamente o PIB global. A prxima

    atualizao ser realizada em abril de 2007.

    Primeiro trimestre do novo ano scal do pas. O ano scal americano terminaem 30 de setembro.

    Em dezembro de 2006,

    foram criados 167 mil empregos

    fora do setor agrcola nos EUA,

    mas a taxa de desemprego

    manteve-se em 4,5%

    Este dado representa um avano considervel em re-lao ao ms de outubro, quando foram criadas 86mil vagas. No ms de novembro, foram abertas 154mil novas oportunidades de trabalho. O nmero depessoas desempregadas nos EUA totalizou cerca de6,8 milhes, permanecendo praticamente inalteradoem relao a novembro.

    No que tange ao dficitoramentrio dos EUA, caiupara US$ 80,4 bilhes entre outubro e dezembro doano passado, resultado 32,6% inferior ao alcanado

    no mesmo perodo de 2005 (US$ 119,4 bilhes) e omenor apurado desde 2002, segundo o Departamen-to do Tesouro. Neste perodo, as receitas chegaram a

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    Paulo Srgio Souza Ferreira

    US$ 573,5 bilhes. Os gastos, por sua vez, totalizaramUS$ 653,9 bilhes. As receitas com coleta de impos-tos cresceram 8,2% acima do registrado no mesmoperodo de 2005, enquanto os gastos governamentaiscresceram apenas 0,7% na mesma comparao.

    Espera-se, no atual ano fiscal, que o dficitsupere o

    resultado alcanado no perodo anterior (encerradoem 30 de setembro de 2006). Segundo o Escritriodo Congresso, a previso de um dficitde US$ 286bilhes, 15,2% a mais que ano fiscal imediatamenteanterior (US$ 248,2 bilhes). A Casa Branca, porm,projeta um dficitoramentrio de US$ 339,2 bilhesno atual ano fiscal.

    Quanto poltica monetria, o CPI (ndice de preosao consumidor na sigla em ingls) registrou alta de2,5% em 2006, o menor ndice desde 2003, segundo

    o Departamento de Trabalho. Entretanto, o ncleo depreos, que exclui os preos de alimentos e energia,teve alta de 2,6%, o maior resultado desde 2001. As ca-tegorias que mais contriburam para a alta dos preosem 2006 foram a de energia ligada a commodities, comalta de 6,1%, seguro-sade (3,6%) e moradia (3%).

    Em dezembro, a alta de preos ficou acima do pre-visto, com aumento de 0,5%, mas o ncleo mostroucomportamento mais moderado, com alta de 0,2%,

    menor desde junho (quando a alta foi de 0,3%).

    Unio EuropiaNa zona do euro, os preos ao consumidor tiveramalta de 1,9% em dezembro, segundo a Eurostat, aagncia de estatsticas europia. O ncleo da infla-o teve acrscimo de 1,5%. Entre os pases da zonado euro, a Finlndia (1,2%) registrou o menor ndice,seguido da Alemanha (1,4%). A Grcia e a Espanha

    registraram 3,2% e 2,7%, respectivamente.

    O preo do gs natural na regio foi o elemento quemais pressionou o ndice de inflao no bloco, mas ospreos do caf, dos restaurantes, alm dos preos daeletricidade e das hortalias, itens de peso mais sazo-nal, tambm influenciaram os preos ao consumidor.

    A expectativa dos analistas de que, em janeiro, ondice fique acima do nvel considerado normal peloBanco Central Europeu (BCE), ou seja, 2%. O Banco

    elevou a taxa de juros para 3,5% em dezembro ea manteve no primeiro ms de 2007. A expectativa

    agora de que o BCE eleve a taxa de juros para3,75% a.a., mais provavelmente na reunio do msde maro.

    AlemanhaO PIB alemo registrou um crescimento de 2,5% em2006, melhor resultado desde 2000 (3,5%), segundo oDestatis (Escritrio Federal de Estatsticas da Alema-

    nha). Tal desempenho deveu-se ao fortalecimento dademanda domstica, gerao de empregos e maisgastos por parte das empresas. Alm disso, a Copado Mundo e os incentivos fiscais contriburam paraalavancar a economia alem.

    O Destatis no fez projees para o ano de 2007, masespera-se uma desacelerao econmica dos EUAe a apreciao do euro, o que pode desestimular asexportaes na Alemanha. Alm disso, o BCE sinalizacom novas altas nas taxas de juros, a fim de conterpossveis surtos inflacionrios.

    No tocante ao mercado de trabalho alemo, foi divul-gado um estudo preliminar sobre o desemprego nopas. Em novembro, a taxa foi de 8%, ligeiramenteabaixo do registrado em outubro (8,1%), mas signifi-cativamente mais baixa que a assinalada em novem-bro de 2005, quando foi registrada uma taxa de de-semprego de 9,3%.

    ChinaO PIB chins registrou aumento de 10,7% em 2006, omais alto ndice desde 1995, quando a expanso foide 10,9%. Tal desempenho ficou acima das estimati-vas (10,5%) e colocou o pas prximo da Alemanha,que a 3 norankingdas maiores economias do mun-do, atrs apenas dos EUA e Japo. O crescimento de

    O ncleo da inao exclui os preos de alimentos, energia, bebidas alcolicase tabacos.

    A expectativa agora de que o

    BCE eleve a taxa de juros para

    3,75% a.a.

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    Economia mundial: como as condies internacionais tm ajudado os pases emergentes e at quando?

    10,7% conduziu o PIB chins ordem de US$ 2,68trilhes. No caso da Alemanha, o PIB calculado foi deUS$ 2,89 trilhes, segundo o FMI. Em 2008, a econo-mia chinesa deve superar a economia alem.

    Os principais motores da economia chinesa foram oalto volume de investimentos e as exportaes. Os

    investimentos cresceram 24% e atingiram US$ 1,4 tri-lhes, o que representa 52% do PIB. Os investimentosso feitos em ativos fixos, tais como: construo defbricas, compra de mquinas e equipamentos, aber-tura de estradas, entre outros.

    O setor externo tambm teve um papel fundamentalno crescimento econmico da China. As exportaescresceram 27,2%, registrando US$ 969,1 bilhes, o queficou acima do percentual de 20% de acrscimo dasimportaes, que totalizaram US$ 791,6 bilhes. O sal-

    do comercial obteve o recorde de US$ 177,5 bilhes,cifra que supera em 74% o valor obtido em 2005.

    Em 2006, a China recebeu um volume recorde de in-vestimentos estrangeiros diretos, alcanando US$ 63bilhes, resultado que supera em 4,5% o registradoem 2005.

    O crescimento observado na China torna-se mais re-levante, quando se leva em considerao as medidastomadas pelo governo na tentativa de conter o cresci-

    mento acelerado. A mais importante dessas medidasfoi o aumento da quantidade de dinheiro que os ban-cos deveriam deixar imobilizado no banco central da-quele pas. O depsito compulsrio subiu trs vezes ereduziu em US$ 38 bilhes os recursos disponveis paraemprstimos, uma das principais alavancas do investi-mento. Na tentativa de conter o aumento da demandaagregada, o banco central chins elevou as taxas dejuros em abril, que passaram de 5,58% para 5,85% aoano, sem, entretanto, alcanar o xito esperado.

    Amrica LatinaO fluxo de capitais para a Amrica Latina deve au-mentar, passando de US$ 46 bilhes em 2006 paraUS$ 55 bilhes no ano corrente, segundo o relatrioFluxo de Capitais para Mercados Emergentes 2007, doInstituto Internacional de Finanas (IIF). A associaoglobal de instituies financeiras rene 360 membrosde 60 pases e realiza anualmente projees sobre

    desempenho econmico e capitais externos que en-tram na economia de 30 pases considerados emer-

    gentes, segundo a referida instituio. O Brasil deveser o principal responsvel por este incremento, poisseria o nico pas da regio a apresentar um cresci-mento no nvel de investimento em 2007, superior aoobservado em 2006.

    Segundo o mesmo estudo, a taxa de crescimento do

    PIB da Amrica Latina cair de 4,8% para 4,2%. Po-rm o relatrio otimista em relao ao desempenhoeconmico global dos emergentes em geral, pois ofluxo de capitais deve situar-se em torno de US$ 470bilhes em 2007, valor considervel se comparadoaos valores do comeo desta dcada.

    A taxa de crescimento do PIB

    da Amrica Latina cair de

    4,8% para 4,2%

    Para o diretor-gerente do IIF, Charles Dallara, os pasesda Amrica Latina deveriam seguir o caminho trilhadopelo Brasil e Mxico, que alcanaram a estabilidademacroeconmica e baixa inflao. Ele tambm nodescarta o risco de uma mudana de humor por partedos investidores internacionais a respeito da regio,como conseqncia das medidas em direo nacio-nalizao de setores considerados estratgicos dosgovernos da Venezuela e da Bolvia: Seria lamentvelse as percepes globais sobre a regio fossem afe-tadas por pases como Venezuela, Bolvia e Equador,que correspondem a menos de 10% do PIB da regio[...] Mas existe um risco, e isso pode deixar os investi-dores inquietos (DVILA, 2007).

    VenezuelaComo resposta s quedas sucessivas dos preos dopetrleo desde julho, o governo venezuelano pressio-na por uma reunio de emergncia da Organizaodos Pases Exportadores de Petrleo (Opep), paratentar diminuir a oferta e aumentar o preo do barril.

    O presidente Hugo Chvez depende da renda do pe-trleo, que responsvel por 80% das exportaesvenezuelanas, para manter os programas sociais deseu governo e os que mantm com outros pases la-

    tino-americanos como Bolvia e Nicargua. Parte dasdivisas obtidas com as exportaes alimenta o Fundo

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    Paulo Srgio Souza Ferreira

    emergentes depende fortemente das economias nor-te-americana e europia e isto explicado em partepela estreita vinculao existente entre os dois gruposde pases. Especialmente a China tem contribudopara manter aquecida a demanda externa pelas com-moditiesno mercado internacional.

    Neste sentido, o retorno a perodos recessivos daeconomia mundial colocaria um obstculo ao de-senvolvimento socioeconmico das economiasemergentes, ao restringir substancialmente o afluxode capitais a esses pases, tornando mais visveis osproblemas estruturais tpicos dos pases subdesen-volvidos, expressos pela vulnerabilidade externa e agrande carncia de capitais. Ainda que os proble-mas relacionados grande desigualdade da rendano tenham sido solucionados, mesmo no perodomais recente de crescimento da economia em esca-la mundial, o crescimento econmico destes pasescontinua sendo uma condio sine qua nonpara oalcance de melhorias no padro de desenvolvimen-to das naes.

    RefernciasALBUQUERQUE, Vincius. Inflao nos EUA sobe2,5% em 2006, menor desde 2003. Folha de So Pau-

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    BLUM, Srgio. Economia da ndia ferve e j preocupa:

    ritmo de expanso, que pode chegar a dois dgitoseste ano, parece no ser sustentvel. Valor Econmi-co, So Paulo, 8 fev. 2007. Especial, p. A-14.

    DVILA, Srgio. Cresce fluxo de capitais para paseslatinos: regio deve receber US$ 55 bilhes em 2007,US$ 10 bilhes a mais que o registrado no ano pas-sado, prev estudo do IIF. Folha de So Paulo, SoPaulo, 19 jan. 2007. Folha Dinheiro, p. B-3.

    ECONOMIA da Alemanha tem crescimento de 2,5%

    em 2006. Folha de So Paulo, So Paulo, 11 jan. 2007.Folha Dinheiro. Disponvel em:

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    30 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.26-30, Fevereiro/2007

    Economia mundial: como as condies internacionais tm ajudado os pases emergentes e at quando?

    uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u113641.shtml>. Aces-so em: 30 jan. 2007.

    FUNDO MONETRIO INTERNACIONAL. World Eco-nomic Outlook, Sep. 2006. Disponvel em: . Acesso em: 07 fev. 2007.

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    MAISONNAVE, Fabiano. Pacto econmico aproximaainda mais Correa e Chvez: pelo acordo, Equador

    receber derivados de petrleo da Venezuela a pre-os menores. Folha de So Paulo, So Paulo, 17 jan.2007. Folha Mundo, p. A-9.

    TREVISAN, Cladia. PIB chins cresce 10,7% em 2006,maior taxa em 11 anos: volume de investimentos de52% do PIB; no Brasil, ndice est em torno de 20,5%.

    Folha de So Paulo, So Paulo, 26 jan. 2007. FolhaDinheiro, p. B-6.

    VENEZUELA negocia para aumentar preo do petr-leo: governo cortou exportaes de petrolferas pri-vadas. Folha de So Paulo, So Paulo, 17 jan. 2007.Folha Mundo, p. A-9.

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    Investimentos industriais previstostotalizam R$ 9,8 bi

    Os investimentos industriais anunciados para o estado da Bahia, a serem realizados no perodo de 2007-2011,totalizam um volume da ordem de R$ 9,8 bilhes, agregando 434 projetos. Esto subdivididos em treze eixos dedesenvolvimento e em nove complexos de atividade econmica.

    No que diz respeito ao complexo de atividade econmica, o Madeireiro (31,5%), Qumico-Petroqumico (16,9%) eAgroalimentar (13,1%) respondem por 61,5% dos investimentos industriais previstos, perfazendo R$ 6,0 bilhes em177 projetos. Os demais agregam recursos na ordem de R$ 3,8 bilhes, distribudos em 257 projetos.

    Quanto situao, 55,5% dos investimentos convergem para implantaes de novas unidades industriais, repre-sentando um aporte de R$ 5,5 bilhes alocados em 354 projetos. Ampliaes e reativaes somam 44,5% dosinvestimentos, totalizando recursos na ordem de R$ 4,4 bilhes, em 80 projetos.

    No que se refere localizao, indicada pelos eixos de desenvolvimento, os eixos Metropolitano e Extremo Sulconcentram 72% dos investimentos previstos, representados num volume de R$ 7,0 bilhes, respondendo por 53%dos projetos (232). Os demais eixos so responsveis por um montante na ordem de R$ 2,8 bilhes, alocados em202 projetos.

    Em relao ao nmero de empregos previstos, tem-se a expectativa que os empreendimentos industriais gerem57,7 mil postos de trabalho; os eixos Metropolitano (38,7%) e Grande Recncavo (15,8%) absorvem aproximada-mente 54,5% dos empregos, ou 31,4 mil novos postos. Os restantes respondem por 45,4% dos empregos, espe-cialmente o eixo Planalto Sudoeste, respondendo por 15%.

    A poltica de atrao de investimentos industriais, promovida pelo governo do estado, tem contribudo significati-

    vamente para a diversificao do parque industrial. Este fato vem ocorrendo desde 1991, com a implantao deprogramas de incentivos fiscais, como o Probahia. Estes programas se intensificaram, destacando-se: em 1995,com os incentivos especiais para o setor de informtica; em 1997, com o Procomex, para o setor de calados eseus componentes; em 1998, com o Bahiaplast, para o setor de transformao plstica; alm do Procobre e Profi-bra. A partir de 2002, o programa Desenvolve substituiu os demais programas implantados anteriormente. Dentreas principais indstrias que esto se instalando e ampliando a sua capacidade em 2007, encontram-se a IndstriaNacional de Asfaltos Ltda., Marinho Indstria e Comrcio Txtil Ltda., Nutriara Alimentos Ltda., T&A ConstruoPr-fabricada Ltda. e a Curt Bahia Indstria e Comrcio de Couros Ltda.

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    Eixo Metropolitano concentra aproximadamente metade dos investimentos industriais previstos para o estado da Bahia

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    34 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.32-34, Fevereiro/2007

    Eixo Metropolitano concentra aproximadamente metade dos investimentos industriais previstos para o estado da Bahia

    Metodologia da pesquisa de investimentosindustriais previstos no Estado da Bahia

    A metodologia utilizada pela Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia SEI para

    levantar as intenes de investimentos industriais previstos para os prximos quatro anos no estado

    da Bahia, desenvolvida inicialmente pela Secretaria de Planejamento do Estado da Bahia - SEPLAN,

    consiste em coletar diariamente as informaes primrias dos provveis investimentos a serem implan-

    tados no estado, divulgadas pelos principais meios de comunicao, e obter sua confirmao junto s

    respectivas empresas. Essas informaes so coletadas nas seguintes publicaes: Gazeta Mercantil,

    Valor Econmico, A Tarde, Correio da Bahia e Dirio Oficial do Estado da Bahia. O levantamento des-

    ses dados tambm obtido junto Secretaria de Indstria, Comrcio e Minerao do Estado da Bahia

    SICM atravs dos protocolos de inteno e projetos econmico-financeiros entregues Secretaria

    para o requerimento de incentivos dos programas PROBAHIA, BAHIAPLAST e do atual DESENVOLVE.

    Aps a verificao dos dados coletados e a confirmao das empresas a serem implantadas no es-

    tado, identifica-se a existncia de dupla contagem dos dados. Depois de consistidos, os dados sero

    apresentados sob a forma de tabelas e grficos contendo o volume e a participao dos investimentos

    industriais por complexo de atividade, por eixo de desenvolvimento e o nmero de projetos. Os valores

    dos investimentos anunciados esto expressos em reais.

    Os dados mais desagregados esto sendo disponibilizados e atualizados mensalmente nositeda SEI,

    com dados a partir de 1997, apresentando valores acumulados.

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    Negcios

    Novos investimentos para o complexo

    automotivo baiano

    Empresa aplicar pelo menos R$ 1,8 bilho no Nor-

    deste, consolidando ainda mais a sua participao naregio. Em audincia no Palcio do Planalto, o pre-sidente da Ford Amrica do Sul, Dominic DiMarco,anunciou ontem ao presidente da Repblica, Luiz In-cio Lula da Silva, e ao governador da Bahia, JaquesWagner, investimentos de R$ 2,2 bilhes para o Brasil,de 2007 a 2011. Tambm participou do encontro o go-vernador do Cear, Cid Gomes.

    Os recursos sero aplicados na Bahia, no Cear e emSo Paulo. Entretanto, grande parte da verba ir para o

    Nordeste, sendo uma quantia significativa para o PloPetroqumico de Camaari, na Bahia. Wagner disseque ficou muito satisfeito com o anncio, pois vai gerara abertura de novos postos de trabalho e o incremento indstria do biodiesel. O presidente da Ford declarouque o objetivo da empresa fortalecer sua presenana regio, mas no especificou o valor exato para aBahia, alegando ser uma estratgia da Ford no an-tecipar o cronograma de aplicao dos valores.

    Durante a audincia, foi informado ao presidente Lula

    que pelo menos R$ 1,8 bilho ser direcionado aosdois estados do Nordeste, sendo parte para o de-senvolvimento da rea de engenharia e a compra daTroller, no Cear, empresa brasileira fabricante de uti-litrios, veculos off-road. Na Bahia, sero aplicadosrecursos em programas de incentivo ao biodiesel.Haver um esforo de desenvolvimento na rea deengenharia para atingir em pouco tempo o nvel B-5, osegundo ciclo do biodiesel, e a forte capacitao paragarantir a competitividade do setor a longo prazo.

    Ford anuncia novos investimentos para o complexo automotivobaiano. Dirio Oficial, 05/01/2007.

    Grandes grupos anunciam novosinvestimentos

    Alm dos cincoshopping centersque esto para serinstalados na capital baiana, incluindo o SalvadorShopping e Shopping Paralela, grandes redes comoa Ricardo Eletro esto decididas a ampliar a presena

    na Bahia, abrindo lojas em vrias cidades. Somenteo projeto de expanso da rede mineira inclui um totalde 22 unidades no estado, sendo seis em Salvador e16 no interior. Apenas em uma delas, o investimentoinicial ser de R$ 1,5 milho. Outras redes ansiosaspor uma maior fatia no mercado varejista local so Ro-melsa, Renner e Bompreo.

    O movimento refora a vocao da capital baiana paraa rea do comrcio, que, de acordo com o IBGE, re-presenta o mais forte setor, juntamente com a rea de

    servios. A capital e interior vm atraindo nos ltimosanos pessoas de outros estados para trabalhar nasunidades industriais recm-instaladas, assim comonos grandes hotis que por aqui vem aportando. Aofinal de 2007, a rede ter 64 lojas na Bahia, empregan-do uma mdia de 30 funcionrios por unidade. Entreos municpios contemplados, esto Barreiras, Juazei-ro, Alagoinhas, Porto Seguro, Jacobina, Serrinha, Pau-lo Afonso e Senhor do Bonfim.

    Vale ainda destacar a pujana do setor imobilirio,

    com empreendimentos que incluem desde a revitaliza-o da Barra, at os condomnios luxuosos erguidosna rota de crescimento da cidade, regio da Paralela,at Camaari, a exemplo do Alfaville. Pela fora comque as redes esto ampliando sua atuao no merca-do baiano, os consumidores sero disputados comvigor. A julgar pela guerra de preos entre as redes, osclientes podem sair ganhando. Em um aspecto, j ho que comemorar: essas redes esto interessadas emfisgar os potenciais compradores atravs de facilida-des, que incluem conforto, com a disponibilizao delojas mais amplas e bonitas, e comodidade mximana hora de pagar as contas.

    Renner e Wal-Mart Outras redes esto ampliandoatuao na Bahia como parte de seu projeto de ex-panso no Nordeste. o caso da Renner, uma dasmaiores redes de lojas de departamentos de vesturiono Brasil, que est instalando sua segunda unidadena capital baiana, no Salvador Shopping. O empre-endimento vai gerar cem empregos diretos. A rede

    Wal-Mart tambm anuncia que, das 28 lojas a seremabertas este ano, dez sero na regio. O investimento

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    37Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.36-39, Fevereiro/2007

    Notcias

    total para 2007 ser de R$ 850 milhes em inaugura-es e reformas. Os estados que iro ganhar as no-vas unidades ainda esto sendo definidos. No estadoda Bahia, a rede Wal-Mart conta atualmente com 47lojas, sendo sete Hiperbompreo, 32 supermercadosBompreo, sete Todo Dia e um Sams Club, alm deadministrar 35 farmcias Bompreo. A expanso nes-

    te ano vai abranger todos os formatos da rede.

    A inteno de conquistar os clientes com vantagenspode ser comprovada com a deciso das redes eminstalar as chamadas megastores, lojas bem maisamplas que trazem uma maior variedade em produ-tos e servios. o caso da Romelsa. Das sete no-vas unidades, quatro sero master. A Ricardo Elec-tro tem um exemplo bem expressivo de como essasgrandes lojas podem mexer com o comportamentodo consumidor. A rede est trazendo para o Salva-

    dor Shopping uma unidade dentro de uma concep-o totalmente inovadora. Possui modelo semelhanteapenas em Belo Horizonte, onde funciona a sede daempresa. Entre os diferenciais, o amplo espao de2,8 mil metros quadros, e um estande para prova deprodutos antes da aquisio. Para efeito comparati-vo, a loja do Shopping Iguatemi tem 800 metros qua-drados. A exemplo doboomque aconteceu na Bahianos ltimos anos com a vinda de inmeras indstrias,incentivadas pelo programa de atrao de empresas,

    agora o estado assiste a um verdadeiro fenmeno nosetor do comrcio.

    Grandes grupos de varejo anunciam novos investimentos. Correio

    da Bahia, 29/01/2007.

    Indicadores

    Crise na aviao pode reduzir turismona Bahia em at 25%

    O trade turstico baiano prev queda no faturamentode at 25% em toda a temporada do Vero caso osproblemas nos aeroportos do pas no sejam resol-vidos at o incio do prximo ano. Empresrios estocontabilizando grande reduo nos negcios do Re-veillon, de at 20%, e a expectativa de que a situa-o se reverta at o perodo de pico da alta estao,que vai de janeiro at o Carnaval.

    O receio do segmento no acompanha as expectati-

    vas otimistas do governo do estado, que calcula que aBahia deve atrair quase 2,1 milhes de turistas no Ve-

    ro 2006/2007, nmero recorde em relao aos anosanteriores e 6% maior que 2005/2006. A receita de-corrente desse fluxo estimada em US$364 milhes,o que representa um crescimento da ordem de 8%em comparao a 2005/2006, segundo a Secretariada Cultura e Turismo.

    O presidente do Sindicato de Hotis, Restaurantes,Bares e Similares (SHRBS), seccional Bahia, SlvioPessoa, diz que os hotis j calculam um decrsci-mo de 10% nos negcios na alta estao. Nossapreviso era de um Vero bem melhor que o do anopassado, mas com o apago areo estamos traba-lhando com uma meta bem abaixo do esperado. NoReveillon, por exemplo, estvamos projetando mdiade 92% de ocupao nos hotis, com picos de 100%,e agora est muito bem quem fechar com 80%.

    O Tropical Hotel da Bahia, no Campo Grande, registrouuma reduo de 20 pontos percentuais no volume deocupao em comparao ao mesmo perodo do anoanterior e j considera uma mdia de ocupao entre75% e 80% para o vero, estao que em outros anos sinnimo de casa lotada. O aquecimento maior dosnegcios em bares e restaurantes baianos comea apartir de janeiro e at agora o segmento espera umincremento de 30% neste vero. Entretanto, calculao presidente da Associao de Bares e Restaurantes(Abrasel), Jos Ronaldo Teixeira, se a situao nosaeroportos permanece, os nmeros positivos darolugar a uma queda de at 25%.

    O diretor-presidente da agncia de viagens VisoTurismo, Victor Abdon, afirma que, desde o acidentecom o avio da Gol, a empresa teve um refluxo no vo-lume de turistas, que veio a se intensificar com os pro-blemas da crise dos controladores de vo, seguranaarea e overbookingnas aeronaves. J o proprietrioda agncia Alcance Turismo, Luiz Zelada, garante que

    ainda no registrou queda nas vendas e que cedopara temer prejuzos.

    Crise na aviao pode reduzir turismo na Bahia em at 25%. Dirio

    Oficial, 02/01/2007.

    Bahiacal espera gerar R$ 50 milhesem negcios

    uma grande ousadia dos baianos, duas semanasaps a Couromoda (So Paulo), fazer o lanamento da

    coleo outono-inverno aqui na Bahiacal. Mas uma ou-sadia saudvel, baseada na competncia e na pujana

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    38 Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.36-39, Fevereiro/2007

    Notcias

    do setor, alicerada tambm na fora e na qualidadede nossa indstria caladista, afirmou o secretrio daIndstria, Comrcio e Minerao, Rafael Amoedo.

    Ele abriu ontem a quarta edio da Feira de Negciosde Calados, no Centro de Convenes. Promovidopela Associao Baiana das Empresas de Representa-

    o de Calados e Afins (Aberc).

    O secretrio do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte,Nilton Vasconcelos, destacou a importncia da feira,pelo estmulo que representa para a cadeia produtivalocal, no apenas no segmento das representaes(comrcio e servios), responsvel pela gerao deaproximadamente 2,5 mil postos de trabalho, comona indstria caladista.

    Para Vasconcelos, a Bahiacal contribui tambm para

    qualificar a mo-de-obra e para a fixao dos empre-endimentos produtivos no estado.

    Bahiacal espera gerar R$ 50 milhes em negcios. Dirio Oficial,

    26/01/2007.

    Estado vai produzir 100 mil metroscbicos de biodiesel por ano

    A produo de biodiesel da Indstria Brasileira de Resi-nas Ltda. (IBR), prevista inicialmente para 20 mil metros

    cbicos anuais, ser ampliada para 100 mil metros c-bicos anuais a partir da parceria recm-formada com aempresa norte-americana Comanche Energia S/A.

    Representantes das duas empresas se reuniram como governador Jaques Wagner e com o secretrio doPlanejamento, Ronald Lobato, para discutir os deta-lhes da ampliao. Para Lobato, o projeto de amplia-o importante, pois se soma inteno do governode diversificar operadores e fornecedores e de disse-minar o biodiesel junto agricultura familiar.

    O empreendimento, segundo Lobato, no envolve re-cursos pblicos e a participao do Governo do Esta-do se d pela iseno do ICMS. Outro ponto positivo,disse, o envolvimento de vrias secretarias, princi-palmente as da Indstria, Comrcio e Minerao, daAgricultura e de Desenvolvimento Social.

    O diretor financeiro da Comanche, Ricardo Kume, afir-mou que os investimentos necessrios na rea indus-trial para a ampliao da produo so de cerca de R$

    100 milhes. A operao deve comear aps o leiloda Petrobras, em fevereiro, e a fbrica estar em pleno

    funcionamento at setembro deste ano. Ele explicouque a Bahia foi escolhida para o investimento por di-versos motivos. A proximidade com o porto, que faci-lita a exportao, e com as refinarias e distribuidorasde petrleo; o mercado consumidor de leo diesel ebiodiesel, que aqui representa quase 10% do merca-do brasileiro; e tambm porque a IBR j estava pronta

    para comear a produo, enquanto outras empresasestavam apenas na fase do projeto, informou.

    Estado vai produzir 100 mil metros cbicos de biodiesel por ano.

    Dirio Oficial, 31/01/2007.

    Ao Governamental

    Governo vai aperfeioar o Parque daLagoa

    O projeto do Parque Empresarial da Lagoa ser am-pliado pelo governo estadual e pode servir de modelopara outros municpios baianos. O empreendimentodeve sofrer algumas intervenes para ser concludoe poder cumprir seu objetivo de promover a inclusosocial em comunidades carentes como a de Coutos.

    Em maro, novas empresas devem entrar em funcio-namento no parque empresarial. Uma delas ser aNatybel, fabricante de roupas femininas populares,

    que instala seus equipamentos e se prepara paraproduzir 160 mil peas/ms, gerando 180 empregosdiretos. Enquanto a unidade industrial de Coutos noentra em operao, 80 habitantes de Moradas daLagoa foram contratados e esto trabalhando pro-visoriamente no centro de Salvador, aguardando atransferncia para o subrbio.

    Outra unidade industrial com previso de iniciar suaproduo em maro a Via Marina, fabricante demoda praia e fitness. Para o gerente de Produo,

    Ricardo Candeias, a fbrica tem 48 pessoas contra-tadas, produzindo em um galpo provisrio. Todasforam treinadas pela prpria Via Marina.

    Empreendimento projetado para abrigar 14 inds-trias no-poluentes no bairro de Coutos, um dosmais carentes de Salvador, o Parque Empresarialda Lagoa deve gerar quase 3 mil empregos diretospara moradores do Loteamento Moradas da Lagoae seus arredores.

    Governo vai aprimorar o Parque da Lagoa. Dirio Oficial,30/01/2007.

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    39Conjuntura e Planejamento, Salvador: SEI, n.153, p.36-39, Fevereiro/2007

    Notcias

    Prodecar vai benefciar regio do

    semi-rido

    Cerca de 90 mil pessoas que moram na zona ruraldos 32 municpios da Bahia com menores ndices dedesenvolvimento humano (IDHs) sero beneficiadas,a partir de maro, com aes voltadas para gerao

    de emprego e renda e para a melhoria da qualidadede vida. A iniciativa faz parte do Projeto de Desenvolvi-mento Comunitrio das reas Mais Carentes do Esta-do da Bahia (Prodecar), a ser realizado pelo governoestadual, contando com a parceria do Fundo Interna-cional de Desenvolvimento Agrcola (Fida).

    Orado em US$ 60 milhes, o projeto ter a metadedos recursos financiada pelo Fida. Os 50% restantesfazem parte da contrapartida estadual. Sediado na It-lia, o Fida quer combater a pobreza rural nos pases

    em desenvolvimento. Uma das recomendaes dogovernador do estado foi para que as aes na reade gerao de renda evitassem o estmulo monocul-tura. A preocupao do governador com a possibili-dade de que as famlias carentes acabem sendo pre-judicadas com a instabilidade de preos no mercado,at mesmo por conta de fatores internacionais.

    Os municpios beneficiados so Aracatu, Boa Nova,Bom Jesus da Serra, Caetanos, Cndido Sales, Ma-noel Vitorino, Mirante, Planalto e Poes, na regio su-

    doeste, e Abar, Adustina, Antas, Banza, Canudos,Chorroch, Ccero Dantas