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1 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL & O desafio da implantação da cultura da autoavaliação (Autoavaliação e CPA) Temas: Criação de estratégias e metodologias para o trabalho das CPA e a Autonomia e influências sobre o modo de atuação. CLEVERSON TABAJARA VIANNA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina IFSC Mestre em Adminitração) [email protected] RESUMO Avaliar e julgar fazem parte do cotidiano. O processo de avaliar, não é ingênuo, permeado não apenas por teorias, mas também por ideologias, é implicitamente uma demonstração de poder, com diversas variáveis subjetivas, muitas das quais incontroláveis no processo de avaliação. O modelo brasileiro de avaliação institucional no ensino superior, é um universo robusto e complexo de instituições, onde há coleções de exames intrincados e classificações transformadas em grandes eventos da mídia. Envolvendo milhares e milhares de estudantes, centenas e Instituições de Ensino Superior (IES), a avaliação em cursos de graduação no Brasil é regulamentada pelo governo, e conduzida pelo Conselho Nacional de Avaliação Superior CONAES.O objetivo deste trabalho é analisar e detalhar a implantação do processo de autoavaliação das Instituições de Ensino Superior no Brasil, contribuindo teoricamente na revisão do tema, evidenciando a cultura da autoavaliação e trazendo à tona as principais dificuldades para a implantação das Comissões Próprias de Avaliação e apresentando os possíveis pontos de contorno destas dificuldades, servindo assim de subsídio à sua instalação e formação (contribuição prática). Percorrendo a história da avaliação e trazendo o pensamento de muitos autores, este trabalho revisita o campo e os fins da avaliação institucional em suas funções regulatórias e de aperfeiçoamento; valendo-se de uma pesquisa bibliográfica, descritiva e qualitativa, utilizando o método de levantamento de fontes primárias e secundárias, como relatórios, relatos, entrevistas e constatações do autor (participante de CPA). Ainda com base em experiências documentadas em artigos científicos e ação direta do autor na CPA, este trabalho destaca os desafios e soluções para a constituição das comissões, fornecendo uma contribuição prática para a autoavaliação e CPAs. É um tema fascinante que gera múltiplas discussões, e que adequadamente conduzido fornece informações úteis para as instituições que buscam a excelência. Palavras Chave: Desafios do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior SINAES: Autoavaliação Institucional; Comissão Própria de Avaliação CPA.

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Desafios da CPA nas Instituições de Ensino Superior

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    AVALIAO INSTITUCIONAL &

    O desafio da implantao da cultura da autoavaliao

    (Autoavaliao e CPA)

    Temas: Criao de estratgias e metodologias para o trabalho das CPA e a

    Autonomia e influncias sobre o modo de atuao.

    CLEVERSON TABAJARA VIANNA (Instituto Federal de Educao, Cincia e

    Tecnologia de Santa Catarina IFSC Mestre em Adminitrao) [email protected]

    RESUMO

    Avaliar e julgar fazem parte do cotidiano. O processo de avaliar, no ingnuo,

    permeado no apenas por teorias, mas tambm por ideologias, implicitamente uma

    demonstrao de poder, com diversas variveis subjetivas, muitas das quais incontrolveis no

    processo de avaliao. O modelo brasileiro de avaliao institucional no ensino superior, um

    universo robusto e complexo de instituies, onde h colees de exames intrincados e

    classificaes transformadas em grandes eventos da mdia. Envolvendo milhares e milhares de

    estudantes, centenas e Instituies de Ensino Superior (IES), a avaliao em cursos de

    graduao no Brasil regulamentada pelo governo, e conduzida pelo Conselho Nacional de

    Avaliao Superior CONAES.O objetivo deste trabalho analisar e detalhar a implantao do

    processo de autoavaliao das Instituies de Ensino Superior no Brasil, contribuindo

    teoricamente na reviso do tema, evidenciando a cultura da autoavaliao e trazendo tona as

    principais dificuldades para a implantao das Comisses Prprias de Avaliao e apresentando

    os possveis pontos de contorno destas dificuldades, servindo assim de subsdio sua instalao

    e formao (contribuio prtica). Percorrendo a histria da avaliao e trazendo o pensamento

    de muitos autores, este trabalho revisita o campo e os fins da avaliao institucional em suas

    funes regulatrias e de aperfeioamento; valendo-se de uma pesquisa bibliogrfica, descritiva

    e qualitativa, utilizando o mtodo de levantamento de fontes primrias e secundrias, como

    relatrios, relatos, entrevistas e constataes do autor (participante de CPA). Ainda com base

    em experincias documentadas em artigos cientficos e ao direta do autor na CPA, este

    trabalho destaca os desafios e solues para a constituio das comisses, fornecendo uma

    contribuio prtica para a autoavaliao e CPAs. um tema fascinante que gera mltiplas

    discusses, e que adequadamente conduzido fornece informaes teis para as instituies que

    buscam a excelncia.

    Palavras Chave: Desafios do Sistema Nacional de Avaliao do Ensino Superior SINAES: Autoavaliao Institucional; Comisso Prpria de Avaliao CPA.

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    1 INTRODUO

    Contemplando aspectos formativos, punitivos, polticos e repercusses sociais, a

    avaliao institucional, percorreu um longo caminho at os dias de hoje, perpassando

    diversos conceitos apropriados das mais diversas reas cientficas.

    A avaliao do Ensino Superior no Brasil e o credenciamento das Instituies de

    Ensino Superior IES atribuio do Estado, atravs do Sistema Nacional de Avaliao do Ensino Superior SINAES. A autoavaliao entendida no SINAES como um processo cclico, criativo e renovador de anlise e sntese das dimenses que

    definem a instituio. O processo contnuo de auto-avaliao ser um instrumento de construo e

    ou consolidao da cultura de avaliao na instituio, em que a comunidade

    interna se identificar e se comprometer. O carter formativo deve

    possibilitar o aperfeioamento tanto pessoal dos membros da comunidade

    acadmica, quanto institucional, pelo fato de fazer com que todos os

    envolvidos se coloquem em um processo de reflexo e autoconscincia

    institucional (SINAES, 2004).

    Formar uma cultura da autoavaliao nas Instituies de Ensino Superior (IES)

    um dos desafios do SINAES, pois o contexto geral da Avaliao deve ser formativa e no apenas punitiva (descredenciamento). Assim autoavaliao institucional, a qual faz parte do processo avaliativo, deve preceder a avaliao externa (avaliadores do

    MEC) e deve ser desenvolvida internamente atravs das Comisses Prprias de

    Avaliao CPAs envolvendo toda a comunidade escolar. No Brasil, o ensino superior tem suas regras estabelecidas no Sistema Nacional

    de Avaliao do Ensino Superior (SINAES), onde os diversos stakeholders1 atuam em

    contnua interao: A comunidade acadmica com os discentes, docentes e tcnicos,

    clamando por seus espaos e a busca e manuteno do poder. A sociedade, procurando a

    integrao entre mercado de trabalho e academia, e tendo um sistema gigantesco e

    complexo como o ensino superior no Brasil, procura fazer a distino entre as boas

    IES e as de desempenho abaixo do conceito definido como mdia quando surgem os diversos rankings cuja publicao pela imprensa um grande evento. O Governo,

    regulador e credenciador, estabelecendo megaeventos como o Exame Nacional do

    Ensino Mdio (ENEM)..

    Iremos nesse trabalho detalhar e analisar a implantao do processo de

    autoavaliao das Instituies de Ensino Superior no Brasil apresentando: a trajetria

    histrica do processo de avaliao; evidenciar o desafio da cultura da autoavaliao

    entre os principais desafios iniciais

    do SINAES (Quadro 1), includa

    a a implantao da Comisso

    Prpria de Avaliao CPA, apresentando dificuldades e

    contornos da sua implementao.

    A contribuio terica ser

    evidenciada pela reviso das

    principais literaturas no que tange

    avaliao institucional e no

    aspecto prtico o estudo contribui

    com a descrio e anlise de

    diversos fatores encontrados no

    cotidiano da CPA, servindo assim

    como preparo para esses desafios,

    QUADRO 1 Desafios iniciais do SINAES

    Ter como centro, a avaliao institucional.

    Construir e integrar os instrumentos avaliativos nos diversos nveis (Federal, Estadual e Municipal)

    capacitando permanentemente os avaliadores.

    Consolidar a CTA e as CPAS buscando uma integrao da comunidade acadmica.

    Buscar maior intercmbio e integrao com organismos internacionais e o prprio Mercosul.

    Administrar, controlar e regular cursos e instituies e observar os princpios da democratizao do acesso e

    permanncia do aluno na IES e as necessidades atuais

    e futuras da nao.

    Estabelecer um processo amplo, aberto e racional de avaliar a avaliao.

    Fonte: Adaptado do Manual SINAES-MEC (2008)

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    bem como podendo se servir das possveis solues adotadas em outras IES que o texto

    apresenta, sem perder de vista a relevncia do tema ao remeter o estudo para os milhares

    de alunos concluintes, nas centenas de IES do Pas.

    Em Lima et al (2011,p.18) apresentado no III Seminrio de Pesquisa

    Interdisciplinar UNISUL, temos um ponto de vista a ser considerado: Por entender que as IES so de natureza complexa, ambgua e anrquica, e

    que, em decorrncia deste contexto complexo, que se sugere a realizao de

    estudos que estejam voltados para o desenvolvimento metodologias para

    processo de construo da autoavaliao, de tal forma que, este processo represente de forma alinhada os anseios e os desejos de sua comunidade

    acadmica e institucional.

    A abordagem aqui apresentada do processo de autoavaliao institucional, visa

    no apenas atender ao paradigma funcionalista dominante, mas trazer atravs da

    vivncia e experimentao ao participar das CPAs, um novo paradigma emergente, que

    conecta-se ao pensamento complexo, mostrando as diversas nuances que envolvem a

    avaliao, que vo alm de uma simples classificao de desempenho.

    2 OBJETIVOS Este trabalho busca uma contribuio terica e prtica para todos aqueles que

    passam a se envolver com a Avaliao Institucional, especialmente no que tange

    autoavaliao. Apresenta uma rpida reviso terica sobre o tema, apresentando um

    histrico fora e dentro do Brasil, indicando suas origens e principais focos de discusso.

    A seguir apresenta a viso pratica da formao da CPA, seus desafios e conquistas.

    Tem como objetivo principal, evidenciar a importncia formativa da CPA dentro

    do contexto da avaliao institucional. Para tanto, apresenta trs objetivos menores de:

    Trazer discusso o referencial terico que trata da avaliao e seus aspectos doutrinrios e histricos;

    Evidenciar os aspectos conceituais na construo do processo de avaliao institucional e da autoavaliao no Brasil;

    Apresentar dificuldades e indicar possveis caminhos de contorno na formao, atuao e resultados das CPAs.

    3 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada na medida que indica processos e

    caminhos que possam ser utilizada no dia a dia, com objetivos descritivos e

    explicativos, valendo-se do mtodo observacional comumente utilizado pelas cincias

    sociais: Por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e, consequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como

    um dos mais modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de

    preciso nas cincias sociais. (GIL, 2008, p. 16).

    Vale-se do mtodo explicativo, na medida que aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razo, o porqu das coisas. (GIL, 2010, p. 28). Ainda em Gil (2008) vale-se do mtodo documental, com dados primrios sem tratamento

    (documentos oficiais) e secundrios que j foram pesquisados (relatrios de pesquisas,

    tabelas). tambm bibliogrfica na medida que se vale de materiais existentes (livros,

    revistas, artigos) e utiliza um pequeno questionrio semiestruturado.

    Ao valer-se de estudos anteriores, utiliza-se mtodo comparativo ao ocupar-se da

    explicao dos fenmenos e permite analisar o dado concreto, deduzindo desse os elementos constantes, abstratos e gerais. (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 107).

    um estudo de caso, com a participao do autor na CPA, coleta e analisa

    informaes sobre o grupo, com o fim de estudar aspectos variados que sejam objeto da

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    pesquisa. Yin (2005, p.28), ressalta que a utilizao do estudo de caso torna-se adequada quando se pretende investigar o como e o porqu de um conjunto de eventos

    contemporneos. Sobre a forma de anlise dos dados, Godoy (1995, p.33) afirma que com a

    abordagem qualitativa possvel obter dados descritivos sobre pessoas, processos

    interativos, atravs do contato direto do pesquisador com a situao a ser estudada; ainda afirma Godoy: Os pesquisadores qualitativos esto preocupados com o processo e no simplesmente com os resultados ou produto. (1995, p.63)

    4 AVALIAO E AVALIAO INSTITUCIONAL (brevssima reviso)

    4.1 Consideraes sobre o campo e sua abrangncia A avaliao ir expressar as aes, atitudes e valores e tanto de indivduos,

    quanto comunidades, ou a prpria cincia em si; se possvel dever contemplar as suas

    mltiplas dimenses e inter-relaes. Sempre produzir efeitos ao longo do tempo,

    sejam eles polticos ou pedaggicos. Uma parte importante da avaliao se refere aos

    testes aplicados, questionrios a responder e os resultados obtidos esta o que chama-se de parte tcnica da avaliao; logo, medir faz parte da avaliao, mas a avaliao no

    se esgota na medio. Isto significa que no basta atribuir-se notas, pesos e conceitos.

    Sendo fruto da complexidade crescente da Sociedade, a avaliao passou a partir

    do sculo XVIII a ser estruturada visando estabelecer requisitos de objetividade,

    transparncia, legitimidade e seleo, apresentando muitos significados polticos e

    sociais; surge em 1808, o DIPLOME DU BACCALAUREAT GENERAL2. Com a era da administrao cientfica surgiram os testes que atravs do rigor e transparncia, deveriam legitimar saberes, profisses e indivduos e definindo hierarquias de poder e

    privilgios. (REED, 2012, p.61-97) e (CHIAVENATTO, 2008, Parte 1). Iniciada com

    Tyler e Merton (1940-1950) a avaliao adquire aspectos quantificveis e no final dos

    anos 90 torna-se uma indstria profissionalizada com revistas, prmios, convenes e padres. A qualidade da avaliao geral tambm aperfeioada atravs da contribuio das demais cincias como psicologia, filosofia, etnografia, fenomenologia,

    antropologia social, etc. ; docimologia3, psicometria4, edumetria

    5, bibliometria

    6, passam

    a fazer parte das medies.

    Em 1965 o presidente americano Lyndon Johnson e o Senador Robert Kennedy,

    estabelecem nos Estados Unidos a Lei sobre Educao primria e secundria

    formalizando a avaliao. Os anos de 60 marcaram pela crena de que os conflitos

    sociais, a pobreza e outras mazelas, seriam resolvidos com investimentos macios nas

    polticas sociais. A crise mundial do petrleo (1973) acelera a emergncia do

    neoliberalismo tendo seus expoentes em Reagan e Tatcher e, surgem os profundos

    cortes nos programas sociais e na educao7. A partir da o mercado o rei,

    valorizando a competncia, as habilidades, a eficincia e provendo a accountability8;

    prolifera a padronizao de testes e mesmo de currculos, permitindo a imediata

    comparao e exames de abrangncia nacional e facilitando o aspecto regulatrio do

    Estado (accreditation9).

    O financiamento de programas sociais, associados aos organismos estrangeiros

    de fomento, estavam todos impregnados pelas demandas de mercado, da

    empregabilidade e da competitividade mundial, representando certamente o interesse

    dos pases frente destas entidades, gerando a dominao econmica-ideolgica e o

    Estado Avaliador. Foram surgindo ento as fundaes, os cursos de curta durao, a

    terceirizao e estabelecidos dezenas de indicadores relacionando despesas/PIB, crdito

    por nvel de ensino, taxas de acesso, despesas por aluno, relao alunos/professor, etc. A

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    avaliao de um modo geral, se especializa e passa a ser importante instrumento que

    valida (ou no) as transformaes (e medidas impopulares) promovidas pelo governo,

    quase sempre aplicadas, produzidas e interpretadas pela tecnocracia de planto. Ao recolher e sintetizar evidncias, o processo avaliativo uma investigao

    aplicada visando coletar e sintetizar as evidncias e provendo concluses sobre a

    situao em que se encontram os assuntos, o valor, o mrito, o significado, ou qualidade

    de um programa, produto, pessoa, poltica, proposta, ou plano. o aspecto de valor que distingue a avaliao de outros tipos de investigao, tais como a pesquisa cientfica

    bsica, epidemiologia clnica, jornalismo investigativo, ou mesmo pesquisas.

    (Fournier10

    , 2005, p.140) apud (Patton, 2008, p.4).

    Neste perodo, praticamente desaparece a avaliao formativa, construtora de

    relaes e ilaes e que gera a autonomia do pensar; em seu lugar se estabelece o

    controle pela avaliao e atende-se ao modelo produtivo de mercado, o qual passa a

    dominar o pensamento da academia e sua pedagogia.

    4.2 A linha do tempo A seguir apresenta-se um resumo histrico-bibliogrfica:

    QUADRO 2 - Autores e os seus conceitos centrais relativos avaliao.

    Autor Temas centrais 1950 - Ralph Tyler

    A avaliao est sempre associada a objetivos.

    Avaliao um processo para determinar at que ponto os objetivos educacionais

    foram realmente alcanados.

    1963 - Cronbach

    A avaliao deve produzir dados que servem Gesto

    O juzo a ser emitido est intrinsecamente ligado aos indicadores selecionados.

    Avaliao a coleta de informaes com vistas tomada de decises

    1969 - Stake

    Tem como objetivo identificar no Objeto: Substncia; Funo e Valor

    Tem como propsitos: Descrever, mritos e demritos

    Tem como consequencias: Identificar causas/efeitos; Tirar concluses; Prever o

    futuro

    1981 Join Comitee on

    Standards for

    Evaluation

    Definio predominante comit (conjunto de Univ. americanas):

    Carter investigativo

    Natureza sistemtica

    Objetos tem valor intrnseco e de mercado

    Investigao sistemtica do valor e do mrito de algum objeto

    1983 Evaluations Models

    Daniel Stufflebeam

    OBJETIVOS:

    Julgar o valor (que mutvel) e est no domnio do prprio objeto e de quem o

    estuda.

    Estudo orientativo para decises.

    USO: Proativo (aperfeioar) e retroativo (julgar) ; Deve servir de prestao contas e

    atribuio de responsabilidades

    UTILIDADE: Formativa (interfere no processo) e somativa (resultado)

    Avaliao educacional o estudo concebido e conduzido para ajudar o publico a julgar e aperfeioar o valor de algum objeto educacional

    1986 Stephen Kemmis

    um processo de legitimao poltica na medida que no estabelece verdade e sim

    abre a participao do grupo no debate.

    Avaliao o processo de reorganizao de informaes e argumentos que permitam aos indivduos ou grupos participarem do debate critico sobre programas

    especficos.

    1989 Guba e Lincoln: Fourth Generation Evaluation

    No existe maneira correta de definir, pois isto impor um cenrio (compreenso

    da realidade) o que congela procedimentos e objetivos.

    uma construo mental no havendo importncia se corresponde ou no

    realidade.

    1991 Michael Sriven

    Avaliao: O processo avaliativo determina o valor ao invs de estud-lo.

    avaliado pelo que se constri a partir do que encontrado.

    Ao Avaliar, ajusta ao molde aquilo que encontra e difere da Mensurao que tem apenas natureza descritiva

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    CONCEITOS EM DESTAQUE

    DAVID NEVO

    Joint Comitee

    Investigao sistemtica do valor e do mrito de um objeto

    Avaliador deve emitir juzos, no existe uma neutralidade deste. H um valor intrnseco da organizao.

    CRONBACH

    Stanford Evaluation

    Consortium

    Conduzir um estudo sistemtico do que ocorre com a instituio com o objetivo de

    melhorar e instrumentalizar outros programas e instituies.

    O avaliador no tem o papel de Juiz.

    Michael Quinn

    Patton

    Utilization-Focused Evaluation

    Caractersticas: Mtodos qualitativos; Avaliao formativa; Promover discusso

    com os interessados (stakeholders)

    Como definimos avaliao e que nome dar a uma avaliao especfica so questes que precisam ser discutidas, classificadas e negociadas. O que no

    negocivel que a avaliao esteja baseada em fatos, intencional e sistemtica

    NO BRASIL

    Jos Dias Sobrinho

    Um empreendimento sistemtico que busca a compreenso global da universidade, pelo reconhecimento e pela integrao de suas diversas dimenses

    Isaura Belloni a) Preocupao com o processo educacional da avaliao como meio para o

    despertar da conscincia.

    b) Processo constante de negociao em todas as fases (deciso, implementao e

    uso dos resultados).

    Avaliao institucional... um empreendimento que busca a promoo da tomada de conscincia sobre a instituio Ver artigo em EDUCACIN SUPERIOR y SOCIEDAD - VOL 5 N 1 y 2: 51-70,

    1994 - Proposta de avaliao institucional da Universidade de Braslia

    Fonte: Jos Dias Sobrinho e Dilvo Ristoff (2002, p.21 -31)

    As universidades, ao longo dos anos perdem seu conceito como centro de

    pesquisa, cincia e saber, assumidos pelo mercado. O enriquecimento cultural da humanidade: Ao lado das duas finalidades bsicas11 a reforma da universidade brasileira

    no pode perder de vista a finalidade complementar de ser instrumento do

    enriquecimento cultural de toda humanidade. (BUARQUE, 2005, p.24) Boaventura de Sousa Santos (2004) nos recorda do papel da Universidade e de

    como ela se colocou a servio da injustia social. ... Ou seja, a injustia social, contem no seu mago uma injustia cognitiva.

    Isto particularmente bvio escala global j que os pases perifricos, rico

    em saberes no cientficos, mas pobres em conhecimento cientfico, viram este

    ltimo, sob a forma da cincia econmica, destruir suas formas de

    sociabilidade, as suas economias, as suas sociedades indgenas e camponesas,

    o seu meio ambiente12

    . (SANTOS, 2004, p.76)

    O neoliberalismo conduziu a universidade diretamente para o mercado e

    produo, onde o sucesso pessoal, a formao tcnica, a busca da eficincia funcional, e

    dos resultados imediatos fortaleceu ainda mais o paradigma dominante. Deve a

    universidade apenas produzir indivduos especialistas para o mercado, ou tem algo mais

    substantivo a ser considerado? Ao voltar-se para a sociedade e para o indivduo, a

    universidade deixa de olhar apenas a tcnica e a cincia e, passa a apreciar toda a vida

    humana em sua forma substantiva: Uma teoria da vida humana associada substantiva quando a razo, no sentido substantivo, sua principal categoria de anlise Ramos (1989, p.26). Mas a universidade pblica, submissa e dependente dos aspectos

    econmicos se curva fora das ideologias e paradigmas: Assim, os indivduos conhecem, pensam e agem segundo os paradigmas inscritos culturalmente neles. Os

    sistemas de ideias so radicalmente organizados em virtude dos paradigmas. (MORIN, 1991:188).

    4.3 Avaliao no Brasil A avaliao apresenta incontveis nuances e vrios caminhos, mas a aparente

    nobreza deste processo est no fato de transform-la em algo til ao aperfeioamento;

    quando colocada neste contexto, ela deixa de ser punitiva, classificatria ou um premio,

  • 7

    para ser formativa, fornecendo subsdios

    para a evoluo da IES. Ao servir a

    comunidade, a universidade tende a

    buscar a excelncia na produo,

    sistematizao e democratizao do saber,

    e neste caso o papel principal da

    avaliao institucional deve ser o de

    conduzir ao aperfeioamento constante

    dos empreendimentos humanos. Para

    Merion Bordas (1994) a universidade,

    deve gerar respostas efetivas aos

    problemas mais concretos que sufocam a

    sociedade.

    Quatro aspectos envolvem a

    avaliao: a preocupao com a tomada

    de conscincia sobre a instituio; o seu papel como instrumento aos tomadores de

    deciso; o carter formativo e de aperfeioamento individual e institucional;

    participao coletiva em todo o processo avaliativo (Isaura Belloni, 1980, 1995). Neste

    processo avaliativo, coletar dados, para Dborah Founier (1995) papel fundamental do

    avaliador.

    H em toda avaliao uma evidente demonstrao de poder e cada pergunta formulada no ser jamais inocente; de se supor que sempre tenha a intencionalidade

    de fixar valores.

    4.4 SINAES Neste inicio da apreciao do tema, apresentam-se algumas das mais importantes

    caractersticas, pois as discusses sobre avaliao no Brasil passaram por diversas

    etapas e culminaram (2003) com o SINAES, o qual representava o modelo conceitual

    dos debates da poca (Quadro 2), sobre o tema avaliao, embora a partir da sofra a

    influncia forte dos preceitos utilitaristas afirmados com a legislao. Sua gesto pela

    Comisso Nacional de Avaliao da Educao Superior CONAES constituda por 13 membros, dos quais cinco representantes de rgos governamentais (INEP, CAPES,

    MEC), cinco indicados pelo ministro da Educao e trs representantes da comunidade

    acadmica.

    Alm da avaliao externa o sistema prev a avaliao interna ou autoavaliao

    que dever anteceder externa. Estas avaliaes so conduzidas internamente por uma

    comisso autnoma em relao aos conselhos e colegiados internos, chamada CPA

    (Comisso Permanente de Avaliao).

    4.5 Indicadores Educacionais Algumas siglas muito conhecidas, representam os indicadores entre os quais,

    trazemos alguns ligados diretamente ao tema:

    Enade - leva em conta a nota dos ingressantes e concluintes nos cursos de graduao. Composto de prova dos alunos e os questionrios: a) de impresses

    dos estudantes sobre a prova; b) socioeconmico; c) do coordenador do curso.

    Veio a substituir o Provo que existiu de 1996 a 2003.

    O Enade aplicado todos os anos a parte das graduaes do pas e os cursos so

    avaliados a cada trs anos.

    IDD (Indicador de Diferena entre os Desempenhos) procura mostrar o quanto a IES contribuiu para a formao do aluno, buscando isolar o efeito ingresso.

    FIGURA 1 - Avaliao das IES

    Fonte: Adaptada dos Instrumentos de Avaliao

    do Roteiro de Avaliao do MEC-INEP-

    CONAES (publicado a partir de 2004)

  • 8

    CPC (Conceito Preliminar de Curso) um indicador que

    considera diversos aspectos:

    alunos, docentes, a infraestrutura

    e prticas pedaggicas.

    H que observar que os

    ranqueamentos produzidos pelo

    ENADE, embora tenham seus efeitos

    pirotcnicos fascinantes, no trazem

    fidelidade aos preceitos avaliativos

    bsicos, neles includos o orientativo e

    formativo; a nota do ENADE deve ser

    sempre parte de um sistema global.

    4.6 Autoavaliao e CPAs Um dos primeiros passos para o

    interessado inteirar-se no tema

    especfico da autoavaliao ler o Roteiro de Avaliao do MEC-INEP-SINAES, o

    qual inicia com a autoavaliao dirigindo-se aos professores, estudantes e tcnicos,

    encontraremos as diversas consideraes, recomendaes e normativas relativas ao

    tema. Roteiro e Diretrizes: Inicia o documento, recordando os princpios do SINAES

    (RISTOFF, 1994) e os seus instrumentos (Figura 2). A seguir o manual, considera as

    caractersticas do processo avaliativo o qual deve ter o carter formativo, visando

    sempre o aperfeioamento dos agentes. Naturalmente para que isto possa ocorrer

    fundamental a participao efetiva da comunidade interna gerando a autoavaliao e

    avaliao externa, produzida pelos avaliadores externos.

    A incorporao destes processos e mtodos de Avaliao vida da IES tende a

    produzir conhecimentos, identificando pontos fortes e fracos e servido para questionar

    as causas dos problemas. Enquanto as dificuldades so vencidas, aumenta a capacidade

    tanto dos docentes como os tcnicos e proporciona um aumento da conscincia

    pedaggica. Presta contas sociedade a qual em conjunto julga a relevncia social das

    atividades e produtos daquela instituio de ensino superior. Essa instituio, enfrenta

    uma crise de legitimidade, porque a prpria condio do conhecimento como bem social

    questionada, pela incorporao da lgica de mercado a mltiplos aspectos da vida

    social (Barreyro, 2003).

    H que destacar o conceito de avaliao interna, explicitado no documento, para

    o qual cabe leitura, releitura e reflexes: A avaliao interna um processo contnuo por meio do qual uma

    instituio constri conhecimento sobre sua prpria realidade, buscando

    compreender os significados do conjunto de suas atividades para melhorar

    a qualidade educativa e alcanar maior relevncia social.[...]

    um processo cclico, criativo e renovador de anlise, interpretao e sntese

    das dimenses que definem a IES. (SINAES, 2008)

    Para empreendimento de tal monta, muito empenho, constncia e esforos sero

    necessrios, tanto na PREPARAO, DESENVOLVIMENTO e CONSOLIDAO do

    processo; neste aspecto alguns requisitos so fundamentais como: A Coordenao; a

    participao efetiva da comunidade; o compromisso dos Dirigentes; validade e

    confiabilidade de mtodos e o uso efetivo dos resultados.

    A avaliao interna composta de quatro dimenses e dividida em ncleos

    representativos, que permeiam estes eixos; assim cada eixo Ensino, Pesquisa, Extenso

    e Ps Graduao apresentam ncleos bsicos, optativos e documentos a serem gerados.

    FIGURA 2 - Objetivos da Autoavaliao

    Fonte: Adaptado do Roteiro de Avaliao do

    MEC-INEP-CONAES (SINAES, 2004)

  • 9

    5 RESULTADOS E DISCUSSOES

    5.1 Comisso Prpria de Avaliao Fases de ao O primeiro passo a criao da CPA a qual cabe ao dirigente mximo da

    Instituio (Reitor) estabelecer a relevncia do tema e promover o esprito de

    necessidade e urgncia. Criar a massa crtica, promover, apoiar e nomear a comisso

    fundamental. Seu interesse deve ser manifestado no apenas na criao da CPA, mas no

    acompanhamento de suas atividades e no provimento dos meios para sua efetiva atuao

    local fsico, atribuio de tarefas, suporte tcnico, capacitao, etc. Os objetivos das CPAs so decorrentes dos objetivos da autoavaliao: Avaliar a

    sua Instituio de forma Global e Integral, estabelecendo todo o seu cronograma de

    eventos e atravs deles verificar a aderncia das atividades exercidas com a misso e as

    polticas institucionais estabelecidas; promover a prtica institucional da avaliao

    como um mecanismo de melhoria de qualidade da instituio fazendo com que se tenha

    a participao efetiva da comunidade acadmica. Uma de suas tarefas iniciais

    regulamentar seu funcionamento, aprovando este regulamento nas instancias superiores

    (na internet voc vai encontrar diversos regimentos internos de CPAs).

    Recorda-se neste momento um dos princpios basilares da avaliao, que a

    autoavaliao, quando em PRINCPIOS do PAIUB13 (RISTOFF, 1994): O que se busca,

    repito, a instalao da cultura da avaliao para que se perceba diuturnamente a

    importncia da preocupao com processos e resultados. (grifo nosso). Para atingir estes objetivos maiores, necessria uma preparao, pois contar

    com o acaso bastante temerrio, desta forma a fase preparatria envolve inmeras

    tarefas, entre as quais o conhecimento de todo este processo, como descrito neste artigo.

    Outro fator a capacitao tcnica no que se refere aos requisitos tcnicos para

    elaborao de questionrios, disponibilizao, tabulao e interpretao de dados. Quase

    sempre o conhecimento estatstico importante, o uso de ferramentas para gerao de

    grficos e uso de softwares para elaborao de questionrios.

    Outra fase organizar os materiais disponveis, planejar e divulgar os eventos e

    promover todos os meios de sensibilizao da comunidade acadmica (folders,

    apresentaes, jornais internos, manuais, etc.). Os cuidados na elaborao dos

    questionrios so extremamente relevantes, visto que no podem ser excessivamente

    longos a ponto de cansar o pesquisado, nem curtos em demasia, deixando lacunas nos

    objetivos a serem alcanados.

    Chega-se ao momento de pico das atividades externas, onde todo o planejado

    colocado em ao para a comunidade coleta dos dados. Depois dos ensaios, da preparao, do samba enredo necessrio colocar a escola na avenida, e so momentos cruciais, onde no se pode atravessar o samba, nem perder o ritmo e o timing; ou seja, os formulrios eletrnicos vo ser acessados ou os em papel sero preenchidos. Cada local, cada curso, cada sala de aula dever ser acompanhada e as

    dvidas devem ser dissipadas pela comisso em tempo real, significando que tudo esteja

    bem planejado e em cada local se possa ter pessoal capacitado para apoiar os eventos.

    coleta de dados seguir-se- a analise e consistncia de dados procedendo-se

    aos relatrios parciais e relatrios de fechamento. Dados interpretados e unidos aos

    demais instrumentos vo gerar as informaes a serem analisadas. Chega-se assim ao

    detalhamento do processo avaliativo interno com a elaborao dos manuais,

    apresentaes e demais documentos, inclusive os relatrios finais que serviro para

    alimentar o site do MEC (com vistas avaliao externa).

  • 10

    Para que atinja seus objetivos temos a sua consolidao, o debate a ser

    promovido, ou seja o processo crtico interno a cada campus, cada curso, cada funo,

    cada local, com vistas a melhoria de qualidade, apropriando este conhecimento para a

    cultura da organizao.

    5.2 CPAs Formao e Estruturao

    5.2.1 Constituio e Autonomia No aspecto inicial, da constituio da CPA, o principio da autonomia da

    comisso, pode esbarrar em algumas dificuldades polticas e disputas de poder, uma vez

    que a comisso avalia aspectos docentes-pedaggicos e tambm a gesto; atuar com

    autonomia, no necessariamente significa independncia, pois depender sempre a CPA

    de toda uma infraestrutura proporcionada pela alta administrao. Isto poder

    transparecer em alguns momentos como uma troca de favores, prejudicando

    sobremaneira os objetivos maiores.

    O outro aspecto constitutivo se refere representatividade (e legitimidade) da

    comisso, o que significa que no basta uma indicao inicial dos membros, preciso um processo aberto que permita sensibilizar e trazer tona o processo poltico que

    venha a estabelecer os representantes (docentes, tcnicos e estudantes). A sensibilizao

    ir se valer dos diversos meios disponveis, mas todos aqueles que convivem no

    ambiente acadmico sabem das dificuldades para a alocao de eventos que no sejam

    diretamente ligados ao ensino; desta forma, professores interessados e com

    disponibilidade de tempo, tcnicos capacitados e disponveis e mesmo alunos, tero

    muita resistncia em deixar sua zona de conforto se no existir um real envolvimento de

    todos.

    As discusses em reunies e o contraditrio que iro gerar o volume

    motivacional, devendo-se abrir espao para que elas existam e procurando a

    conciliao, com uma agenda mnima consensual.

    5.2.2 Aspectos formativos O conhecimento conceitual sobre Avaliao da comisso, com a leitura dos

    diversos materiais (tal como este trabalho), condio sine quae non para que seja vista

    como um eficaz instrumento para o aperfeioamento institucional.

    Alm do cenrio interno na Instituio, outros estudos14

    se referem, o

    distanciamento do CONAES e outros organismos das comisses prprias de avaliao

    das instituies, ou seja, os avaliadores externos, so formados, capacitados, avaliados e

    remunerados externamente, o que no ocorre com os avaliadores internos.

    Ao final do processo interno de autoavaliao, os relatrios finais produzidos

    so encaminhados ao rgos externos competentes (postados via upload), mas

    permanece o distanciamento, no existindo qualquer feedback sobre o documento. Em

    resumo h evidencias de um dilogo insuficiente entre CPAs e CONAES-INEP, no

    apenas com o feedback final, mas inclusive sobre as diversas publicaes, notas

    tcnicas, normativas, etc. Ou seja, da parte do governo, a implementao de

    mecanismos de comunicao tais como redes sociais, emails, comunicaes para as

    CPAs inexistente, embora fcil de ser implementada, especialmente considerando os

    recursos proporcionados pelo sistema BASis15

    .

    Outro ponto de fragilidade o aspecto formativo-tcnico dos membros da CPA

    que deve iniciar com a familiaridade dos princpios e conceitos do SINAES, e a seguir

    com o apoio tcnico das TICs (Tecnologias de Informao e Comunicao) para a

    elaborao de questionrios, documentos, tabelas, grficos, relatrios, etc. onde

    geralmente falta gente habilitada tanto na captao, publicao, anlise, estatstica e

  • 11

    produo de materiais internos ou mesmo no caso de existncia destas pessoas, elas

    esto sem disponibilidade adequada.

    5.2.3 Inexistncia da Cultura de autoavaliao institucional Tambm h que ressaltar que a inexistncia da cultura de avaliao nas IES

    deixa uma grande lacuna, quando se trata de documentos relativos ao processo,

    inclusive a precariedade dos disponveis (inclusive PDI e PPI) gerando um ciclo

    vicioso.

    Decorrente de obrigatoriedade legal, dos conflitos de poder, ou de

    incompetncia tcnica e formativa da comisso, inexiste muitas vezes as condies

    mnimas de trabalho, envolvendo espao fsico, logstica, estrutura e materiais,

    equipamentos e condies de trabalho. Observe que embora os membros da CPA

    possam ser transitrios, importante que estas condies de funcionamento persistam

    ao longo do tempo, criando as condies para a transmisso do conhecimento e

    incorporao cultura da empresa; ou seja, preciso que tenham mesas, cadeiras,

    computadores, arquivos onde possam permanentemente se reunir.

    Alie estes fatores resistncia a mudanas e inrcia para movimentar as IES

    devido aos entraves legais, e ento teremos um grande desafio.

    5.3 Autoavaliao um grande desafio Para se chegar autoavaliao preciso ter a clareza do que a avaliao e do

    que avaliao externa: Como visto anteriormente a avaliao consiste num processo

    sistemtico e estruturado de revisar o existente determinando seu valor e decidindo o

    que deve ser mudado ou melhorado. Neste caso, temos dois grupos de processos, os

    externos e os internos ou autoavaliao.

    A avaliao externa independente e feita por algum externo instituio,

    normalmente uma comisso de avaliadores, e que avalia todo o conjunto institucional de

    acordo com parmetros e objetivos estabelecidos externamente (de conhecimento do

    avaliado) e que quase sempre tem carter coercitivo. A autoavaliao um processo reflexivo interno, onde um grupo avaliativo

    interno define os propsitos (imediatos, mdio e longo prazo) do trabalho, definem

    como o trabalho ser feito, quem estar envolvido e como utilizar os resultados obtidos.

    Quase sempre tem um carter formativo. Segundo A Guide to Self-Evaluation, surgem as perguntas bsicas devem ser respondidas: O que estamos fazendo? Estamos de acordo com aquilo que nos propomos fazer? Como melhorar o que

    fazemos? (Clarke, 1996, p.1) Traduo nossa.

    No fluxo (Figura 3) a avaliao

    externa dever ser precedida pela

    interna e a CPA que efetiva o

    processo avaliativo interno; mas acatar,

    analisar e melhorar o que se faz, deve

    ser um esforo constante e repetido da

    instituio como um todo.

    5.4 Desafios passo a passo.

    5.4.1 Passo 1 - Planejar No passo que o planejamento

    natural que quando voc saiba o

    porque est sendo feita a avaliao

    FIGURA 3 - O processo de autoavaliao

    Fonte: Adaptado de MEC/INEP e Clarke

    (1996, p.5)

  • 12

    seja muito mais fcil concordar sobre o que deve ser avaliado. Mas na realidade o que

    acontece que muitas vezes o objetivo, o porque no claro, uma vez que o conflito de interesses dos diversos stakeholders usual.

    Embora avaliar seja parte de nossa rotina, autoavaliar incomum pois significa refletir sobre as prprias aes, reconhecer as limitaes e quase sempre isto

    doloroso; ento a primeira dificuldade reconhecer as limitaes e a segunda e maior

    ainda estabelecer o que deve ser mudado, pois isto requer esforo e honestidade.

    improvvel que se possa conquistar uma posio melhor e perene,

    fortuitamente, quase sempre necessrio empenho, esforo e constncia.

    Observa-se que o planejamento e especialmente o cronograma que no

    contempla algumas folgas, ou um coeficiente de segurana, comumente fadado ao insucesso, porque durante o processo, os membros da equipe so solicitados a tarefas

    fora da CPA e que fazem parte do dia a dia da instituio. Como a funo na CPA no

    perene, do conhecimento do participante que poder atrasar suas obrigaes na CPA

    toda vez que for solicitado para atuar em outra atividade que faz parte da rotina da IES.

    Outro ponto desafiador a natural resistncia s mudanas e neste caso, uma das fontes importantes para orientar as organizaes nas mudanas, Harvard, com os 8

    passos de Koter (2012) conforme observa-se no Quadro 3.

    Para colocar em movimento toda a estrutura organizacional em torno da avaliao quase sempre requerido um esforo, para deixar claros os valores e objetivos

    e compartilh-los com a instituio, visando minimizar situaes pontencialmente

    problemticas como:

    Alm dos processos institucionais regulares da IES, outro fator que drena o potencial humano disposio da CPA, so as necessidades particulares de cada

    membro que devem ser atendidas, tais como capacitaes, cursos internos e externos,

    programas de ps-graduao (especializao, mestrado e doutorado) que comumente

    requerem dedicao e tempo e que muitas das vezes representam uma retribuio

    financeira futura da qual o servidor/colaborador no ir abrir mo. Divulgar e tornar

    pblico estes cronogramas, datas limite, recursos envolvidos pode ser um bom fator

    para desencadear o processo de forma clara e evitar desculpas como desconhecimento e/ou no fui avisado disso.

    Olhando para aos aspectos organizacionais, temos a estrutura da gesto da IES,

    papis e atribuies, responsabilidades, processos de tomada de deciso, eficincia e

    eficcia, comunicao, uso de recursos, planejamento participativo e efetividade das

    decises tomadas e, todos so tpicos que podem vir tona, toda a vez que se fala em

    avaliao pois esto ligados

    diretamente ao poder, da que pode surgir o conflito entre

    a administrao da instituio e

    a equipe que implementar o

    processo avaliativo interno.

    Dentre estes conflitos pode ser

    citado:

    A equipe ajudar a mostrar os pontos fracos da gesto

    atual o que pode no ser

    adequado especialmente se

    tratando de cargos diretivos

    eletivos.

    QUADRO 3 - Passos de Kotter para liderar as mudanas

    Em seu livro liderando a mudana, Kotter enumera oito pontos, apresentados aqui de forma sucinta:

    1. Estabelea um "senso de urgncia" (crise sinal de oportunidade);

    2. Crie uma coalizo administrativa forte; 3. Desenvolva uma Viso de Futuro e Estratgia; 4. Comunique-se exaustivamente apresentando uma Viso

    das Mudanas (exemplifique); 5. D poder aos envolvidos (remova obstculos); 6. Realize conquistas a curto-prazo (vitrias imediatas); 7. Consolide os ganhos e vitrias e divulgue-os;

    8. Estabelea novas metodologias na organizao (integrar cultura organizacional)

    Fonte: Kotter (1997, 2012)

  • 13

    Decorrente do temor ocasionado pelo item anterior poder inexistir qualquer apoio

    logstico ao processo e equipe; lgico que o escalo superior no queira dar

    munio a quem vai deton-los. So comuns:

    No ter apoio logstico: Sala, materiais, equipamentos;

    No liberar os componentes das tarefas pr-existentes, fazendo com que a participao no processo seja um encargo adicional e desgastante, prejudicando o

    desempenho regular do envolvido.

    No proporcionar suporte tcnico adequado: Tecnologia da informao e Comunicaes, estatstica, softwares, etc.

    Desinformao o que produz conflitos entre as diversas reas da instituio (cursos, departamentos) e a CPA e muitas vezes gerando conflitos internos na prpria

    equipe.

    Embora a conduo do processo seja pela CPA (interna), esta poder necessitar

    de recursos externos, e pessoas, tais como especialistas no preparo de formulrios,

    questionrios, tabulao de resultados e estatstica, editorao e impresso, etc. A no

    liberao destes recursos implica na prtica na fragilidade da equipe, falta de

    confiabilidade dos resultados e na aniquilao do processo.

    Falta de habilidade do presidente da comisso em apresentar os dados de forma isenta e imparcial. Apresentar os dados comprovados fundamental; a avaliao no

    pode prescindir de dados fidedignos.

    Falta de interesse dos componentes da equipe uma vez que foram designados arbitrariamente para tal.

    Falta de habilidade da CPA e transmitir os valores e objetivos da Instituio e de como os resultados da avaliao podem conduzir a IES a patamares mais elevados.

    Maior interesse da administrao no ranking representado pelo provo que na evoluo da IES; o que significa: Do ponto de vista interno, investir o mnimo

    suficiente para manter o credenciamento da instituio e do curso e investir apenas

    no preparo da grande prova dos alunos, a qual detm toda a ateno da mdia o marketing. Dir-se-ia mais que isso, o TER sobrepujando o SER, quando os dois poderiam estar aliados; a aparncia vencendo o real. No caso das IES pblicas

    governamentais e especialmente as Federais, esta situao adquire outras

    conotaes, uma vez que o descredenciamento quase que impraticvel. Neste caso a comisso de avaliao interna (CPA) tem apenas papel Figurativo.

    Felizmente esta ideia de apenas aparncia praticamente inexistente nas IES pblicas.

    Falta de clareza por parte da CPA dos valores, objetivos e da metodologia a ser aplicada e que estes possam refletir a tica organizacional.

    Existe aqui o pressuposto de que os objetivos maiores da avaliao interna

    dentro da IES sejam formativos, proporcionando um aperfeioamento institucional

    servindo de base para a tomada de decises que impliquem em evoluo da instituio;

    claro que se o objetivo for apenas maquiar a Instituio para que obtenha uma boa pontuao junto aos avaliadores externos, isto ter outra conotao e outra abrangncia.

    Embora abordados cada um dos pontos de forma isolada, cabe ressaltar que

    todos estes tpicos atuam de forma concorrente e muitas vezes simultnea cada um dos

    componentes da CPA, o que evidencia que a natureza desta forma de pensar e agir no

    simples, e sim bastante complexa requerendo da coordenao esforos para manter o

    foco nos aspectos relevantes e/ou substantivos da autoavaliao.

    Novamente cabe recordar Ramos (1989) e Morin (2000), o primeiro quando

    evidencia a racionalidade substantiva e o paradigma multidimensional, ao invs de um

  • 14

    nico paradigma (econmico) voltado para o mercado e produo; j Morin nos

    apresenta que a realidade o pensamento complexo e no o pensamento simplista, que

    ora funde, ora separa (unir sem fundir, distinguir sem separar). Para Patton (2008) a avaliao deve estar voltada apara os objetivos da

    organizao e toda avaliao que no tenha como foco sua utilizao futura deve ser

    abandonada nem deve ser feita. Cabe observar que no modelo americano, o processo avaliativo para a acreditao

    16 por adeso voluntria e no obrigatrio como no

    Brasil17

    .

    5.4.2 Passo 2: Implementar (executar o processo de autoavaliao) Nesta parte, no que tange s perguntas a serem conduzidas, questionrios,

    entrevistas, no SINAES, h uma srie de sugestes em cada uma das dimenses; no

    entanto alm dos objetivos explcitos h outra srie de perguntas implcitas no tema

    central, cuja formulao ir depender da experincia dos membros da CPA nas

    atividades de avaliao institucional.

    Ao conduzir o processo avaliativo, tenha claro como e quanto a equipe ir

    atingir seus objetivos e quais os critrios podem ser utilizados para saber se os

    resultados foram satisfatrios. Ao estabelecer estes critrios, voc est estabelecendo os

    indicadores. H tambm a necessidade da definio de quais informaes devem ser

    coletadas e como sero coletadas fundamental e deve estar completamente entendida

    por todos os membros da comisso, sabendo ainda que meios sero utilizados para obt-

    los e/ou elucid-los: questionrios, observaes, entrevistas, visitas.

    recomendvel que cada atividade realizada fora do mbito da comisso e que

    tenha a participao de outros envolvidos ou interessados, seja precedida de uma clara

    exposio de seus objetivos e tenha ao final, uma avaliao forma de como foi o

    encontro. Isto pode ser muito til para a readequao de reunies, estabelecimento de

    novos encontros ou mesmo como documentao do processo para futuras auditorias e

    necessidades de justificativas.

    Todas as concluses e sugestes devem ser registradas para anlise e avaliao

    posterior.

    5.4.3 Passo 3: Resultados Antes de chegar aos resultados (coleta, tabulao e anlise) importante que

    saber de antemo como chegaremos a eles e como sero apresentados; ou seja se voc

    no pensou previamente em como apresent-los poder se deparar com informaes

    incompletas, incongruentes e inconclusivas, que no podero mais ser obtidas, a no ser

    com grande esforo adicional e certamente custos elevados. Como os recursos

    disponibilizados s CPAs, no so ilimitados, importante estar preparado; com o

    passar do tempo, a CPA ter aprendido com os erros do passado e este item ser

    minimizado em sua importncia.

    A divulgao dos resultados algo, fundamental e tambm deve ser planejado

    minuciosamente. O uso de arquivos digitais ou a mdia impressa necessria que

    significa que alm dos pontos tcnicos que iremos discutir, alguns aspectos de

    diagramao, padres da instituio, layout deve ser obedecido para que torne sua

    leitura agradvel e til.

    Os relatrios podem ter classificaes conforme sua destinao:

    INTERNO CPA: Completos contendo todos os dados.

    CIRCULAO INTERNA: Apresentando os resultados importantes

    CIRCULAO EXTERNA: Obedecendo aos critrios de regulao

  • 15

    Observando os relatrios das IES publicados e que so considerados adequados,

    pode-se destacar alguns requisitos que parecem ser comuns a todos; esta a estrutura

    comum de relatrio final:

    Introduo conceitual com arrazoado legal, histrico organizacional e descries gerais. Nesta etapa comum ser apresentada a estrutura

    organizacional da IES, os responsveis e a estrutura da CPA.

    Propsitos e objetivos, indicando dimenses, cronograma de execuo e a abrangncia do processo. Uso de diagramas esquemticos, e cronogramas.

    Foco, misso, viso (PDI, etc.) geralmente so abordados neste item ou no

    item anterior.

    As informaes coletadas, normalmente apresentadas atravs de tabelas e grficos indicativos e comentrios. A metodologia empregada.

    Resultados e concluses e/ou comentrios.

    Recomendaes: interessante observar que este item no ocorre em todos, pois h uma suposio de que estas recomendaes devem ser feitas nas

    reas envolvidas, onde cada curso, cada departamento, cada instituto, a partir

    dos resultados evidenciados no item anterior.

    H uma grande diversidade e alguns muito singelos sem qualquer contedo

    relevante (observado nos sites); aparentemente pelo que se observa h sempre uma

    reunio formal onde um resumo deste relatrio apresentado alta administrao.

    De forma predominante, estes relatrios so publicados no site da IES em

    formato digital e (muito provavelmente) sua verso impressa deve estar disponvel na

    biblioteca central da instituio (pesquisadas apenas 3 instituies e no foram

    encontradas) ou na prpria CPA.

    possvel observar que o trabalho no encerra com uma apresentao para a alta

    administrao, mas sim deveria promover encontros com a comunidade atravs de

    seminrios e outras apresentaes e a promoo de workshops com as diversas reas

    (cursos, departamentos, campi) com vistas a planejar e estabelecer metas de superao,

    que deveriam ser acompanhadas periodicamente. O trabalho real comea agora e no termina aqui, como comum acontecer.

    5.4.4 Passo 4: Uso dos resultados Para Patton (2008), o uso dos resultados obtidos fundamental e neste quesito,

    entre os inmeros questionamentos surgidos, parece que temos alguns pontos comuns e

    velhos conhecidos nossos: O que aprendemos ou podemos aprender a partir dos resultados apresentados?

    Onde a Instituio est melhor ou pior? Quais nossos pontos fortes e fracos?

    Temos a possibilidade de um benchmark?

    Posso estabelecer um plano de ao? O que deve ser mudado; como; quando;

    quem est envolvido e quem so os responsveis? Como acompanhar as aes definidas

    para o melhoramento da instituio?

    Em princpio, este tempo dedicado ao aperfeioamento institucional um tempo

    nobre do processo; pois apenas indicar os pontos a serem melhorados no deve bastar; a

    preservar as conquistas j alcanadas, e fazer novas conquistas o fundamental.

    Isto pode nos levar a concluir que a CPA no deveria ser uma comisso eventual

    de vida efmera, nas deveria fazer parte da instituio de modo permanente.

    5.4.5 Passo 5: Avaliando a autoavaliao. Em minha experincia pessoal, esta uma fase muito subjetiva, superficial e

    quase sempre dispensada; e porque isto ocorre?

  • 16

    Se observa que ao final do processo de coleta, tabulao e apresentao dos

    dados alta, esto os membros da CPA exauridos em suas energias, pois para a maioria

    dos membros, a CPA foi um encargo adicional. Todos querem voltar rotina.

    Prosseguir o trabalho, com workshops, viagens, deslocamentos diversos e enfrentar os

    diversos envolvidos, coordenaes, diretorias e chefias pode ser algo penoso e

    geralmente impensvel; mas observe que encerrar o trabalho por aqui, garante um

    sucesso parcial, sem estar comprometido com os resultados. Existem coisas simples que podem ser feitas para que possa aperfeioar o

    processo de autoavaliao e facilitar os trabalhos das CPA subsequentes, e que devem

    estar documentadas: 1. Quais dificuldades e facilidades

    encontradas e que solues foram

    adotadas.

    2. O que/quem contribuiu para que chegssemos ao resultado atual?

    3. O que no pudemos observar e que deveramos observar futuramente?

    4. Nossa estrutura foi adequada? 5. A comunidade foi envolvida e participou

    satisfatoriamente?

    6. Quando reiniciaremos este ciclo novamente?

    7. Os resultados podero ser usados com eficcia? Os resultados foram utilizados?

    8. O que recomendaremos para as futuras atuaes, relativos a:

    Encontros, workshops e seminrios.

    Capacitao e treinamento da equipe e dos envolvidos

    Cronogramas, divulgao e apresentao de resultados.

    Logstica e suporte.

    Processo decisrio interno

    Estruturao: Comisses, subcomisses, representatividade, etc.

    Papeis e responsabilidades

    Uma forma simples de avaliar a efetividade da CPA observar a reincidncia

    dos pontos de um ano para outro; isto significa que pontos so abordados e apontados

    todos os anos, mas no existiu ao eficaz para modificar o status quo. Aparentemente esta autoavaliao da CPA deve ser feita periodicamente e no

    apenas ao final (quando j esquecemos muita coisa), desta forma parece lgico que ao

    final de cada um dos 5 passos apresentados, se faa uma reunio de avaliao da

    atuao da comisso.

    6 CONSIDERAES FINAIS

    6.1 O Fundamental: Pessoas, pessoas, pessoas ... Na epgrafe deste trabalho, d-se o destaque seguinte frase de Halcolm:

    H cinco variveis que so absolutamente crticas no uso da avaliao. So

    elas, em ordem de importncia: pessoas, pessoas, pessoas, pessoas, e pessoas.

    - Halcolm (in Patton, 2012, p.61 - traduo nossa)

    Sendo pessoas o elemento realmente fundamental, apresenta-se neste final o comentrio da entrevista que foi feita com elementos componentes de CPA (anexo B)

    onde cabe destacar os aspectos positivos de que proporcionou aos participantes a oportunidade de um amplo conhecimento da instituio e novos vnculos profissionais.

    Igual destaque cabe ao apoio institucional presente, situao atual18 e que diverge dos diversos estudos anteriores em outras instituies, a qual pode ser reflexo

    da instalao desta cultura, e da importncia da CPA. Interessante observar que no caso

    do IFSC, no apenas os cursos de graduao foram avaliados, mas todos os cursos

    tcnicos regulares, o que demonstra o interesse em conhecer a si mesmo. De uma lado o

    apoio institucional, de outro o individual dos membros, com forte disposio e conciliando a CPA com outras tarefas. Neste caso, h que ressaltar que muito do sucesso fruto da disposio e desprendimento individuais, pois mesmo com suas

  • 17

    atividades cotidianas, o servidor pblico comprometido busca conciliar tarefas e atender

    prioridades.

    Como pontos que merecem ateno surge no questionrio a questo do

    envolvimento discente, pois para os alunos (interessados diretos), se observa em

    conversas informais com dezenas deles, esta apenas mais uma obrigao que no traz

    resultados prticos. A participao fundamental e a razo simplista nos diz que

    podemos convidar a participar, mas no obrig-los; embora verdadeira esta afirmativa,

    falaciosa na medida em que cabe ao administrador pblico sensibilizar todas as partes

    interessadas para que participem e contribuam no processo. A administrao estratgica

    (top-down19

    ), no cabe ao administrador pblico, pois efetivamente no se trata apenas

    de um negcio, com reas sistmicas, reas de negcios, clientes e fornecedores. No apenas uma boa prtica de governana e responsabilidade social da instituio; trata-se

    de uma instituio pblica, mantida com o dinheiro pblico e cujas polticas pblicas

    devem ser implementadas, dentro de uma gesto social (bottom-up20

    ) na busca de uma

    cidadania deliberativa. O processo da poltica deliberativa no fica restrito as corporaes

    parlamentares, mas orienta-se atravs da esfera pblica poltica fundada

    numa teoria de discurso, de pressupostos comunicativos e procedimentais, sob

    a qual o processo deliberativo surge por meio do melhor argumento, da ao

    comunicativa. (TENRIO, 1999, p.158)

    Outro ponto a ser aprimorado se reporta ao fator financeiro, onde a CPA reclama

    Condies oramentrias independentes para que o contingenciamento de recursos no comprometa o funcionamento da CPA. Pessoas envolvidas nestas tarefas necessitam deslocar-se, alimentar-se, matrias de trabalho, etc. tudo isto precisa ser negociado, cada

    item individualmente, gerando desgastes desnecessrios e gerando por vezes a perda do

    foco principal o processo avaliativo.

    6.2 E agora ? Identidade, a organizao racional e burocrtica, seus objetivos so parte

    fundamental dos estudos organizacionais (REED, 2012) e refletem sua cultura organizacional e o principio de que a organizao social atribui racionalmente a cada

    indivduo sua funo tcnica cai por terra. Observa-se desta forma nas organizaes o que diz REED (2012, p.112): um emaranhado de atividades, delegaes e responsabilidades desconexas.

    Nas organizaes pblicas no seria diferente e por consequncia, tambm no

    nas Instituies de Ensino. Em Vianna (2011), dentre os desafios para o gestor da nova

    administrao pblica, encontramos Desenvolver a cultura da qualidade, a qual baseada na premissas de:

    Apontar as caractersticas e valores das organizaes no Sculo 21

    Distinguir cultura organizacional e cultura de servio

    Identificar os fundamentos constitucionais e gerenciais da cultura de

    qualidade no servio pblico. (VIANNA, 2011, p.108)

    No h como ter qualidade, desenvolver valores se no possui uma avaliao

    crtica e permanente de sua atuao, eis a o fundamental numa Instituio de Ensino:

    No olharmos para a avaliao apenas do ponto da acreditao, mas do ponto de vista

    de aperfeioamento interno e da superao.

    Neste desiderato, percorremos os principais conceitos de avaliao,

    evidenciando os pensadores expoentes no tema. Ao aportarmos no Brasil, no adotamos

    o simples conceito reducionista e sim, trouxemos junto com os tericos a experincia

    prtica da CPA, servindo-nos de artigos anteriormente publicados sobre a atuao destas

    comisses. Vimos que a aplicao e a necessidade de um processo avaliativo, nunca

    inocente e est impregnado de poder; ou seja o avaliador dar maior peso aos pontos

  • 18

    que considera mais importantes, fazendo com que o avaliado responda (e atue) de

    acordo com seus pontos de vista. Vimos tambm que a despeito de evidenciar este

    poder, deve sempre estar apoiado em dados e fatos e seu ponto mais vulnervel o ser

    humano.

    Apresentamos a gnese do SINAES e os principais princpios observamos a sociedade, seu clamor para o ranqueamento e como este processo deixa de ser

    substantivo, na medida que no contempla as idiossincrasias de cada instituio;

    abordamos o antigo provo, o ENEM, e no que tange autoavaliao nos concentramos no aspecto conceitual do processo, na cultura organizacional da

    autoavaliao e na atuao cotidiana das CPAs. Com a autoavaliao, o processo

    avaliativo permite que o avaliado olhe para si mesmo, avalie sua real situao, melhore

    seus resultados e evolua, de modo que a avaliao externa seja um complementar ao que

    j feito.

    Cabe-nos constatar que a despeito de no estar incorporada cultura da

    instituio, a autoavaliao deixou de ser uma mera coleo de dados, e j supera a fase

    da informao transformando-se em conhecimento. No Instituto Federal de Santa

    Catarina (IFSC), a comparao dos resultados atuais, com experincias anteriores j

    demonstra que se est trilhando um novo caminho, inclusive avaliando no apenas os

    cursos de graduao, mas tambm os cursos tcnicos (alm da obrigatoriedade legal).

    Embora timidamente e ainda sem utilizar os resultados de forma rotineira, se percebe

    sua necessidade e possvel contribuio na busca da excelncia. Embora citada, a

    dificuldade da inexistncia de um oramento prprio pode ser superada, mas

    aparentemente o problema maior que no permite dar o grande passo e buscar a

    superao, reside no fato de que a CPA no uma estrutura perene como em algumas

    instituies, com maior tradio a equipe circunstancial e a fora tarefa, uma vez montada, executa a coleta de dados, tabulao e divulgao, sem dar o aporte necessrio

    para o acompanhamento das possveis correes de rumo como analisar, fazer recomendaes, acompanhar solues e a partir do sucesso de algumas destas

    alternativas, indicar para outros.

    Nossa sugesto para futuras pesquisas no sentido de avaliar os resultados

    efetivamente conquistados a partir dos relatrios da CPA, comparando-se os relatrios

    ano a ano e verificando os pontos de reincidncia em vrias instituies. Outro tema de

    grande praticidade observar os padres, formatos, profundidade e extenso dos

    relatrios das CPAs, buscando os tpicos mais comumente abordados e indicados para

    melhoria.

    Nesta pesquisa foram apresentados os aspectos tericos, prticos e a constatao

    de que na instituio da qual o pesquisador participou, a expectativa futura promissora

    a despeito das dificuldades at o momento encontradas. Apoiada no desempenho

    individual, na disposio de seus elementos, nos multiplicadores e na capilaridade de

    sua atuao em cada campus, floresce uma nova cultura organizacional, tendo como

    ponto central a excelncia do ensino e a formao no apenas de tcnicos, mas tambm

    de cidados onde floresce a cultura da autoavaliao.

    7 REFERNCIAS Barreyro, G. B. Do Provo ao SINAES: o processo de construo de um novo modelo

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    NOTAS DE FINAL DE TEXTO

    1 Stakeholder: Termo utilizado em administrao para indicar partes interessadas, tais como fornecedores,

    clientes, scios, colaboradores, proprietrios, governo, etc. 2 Criado em 1808, o bacharelado um diploma do sistema educativo Frances que apresenta uma dupla

    particularidade de sancionar o fim dos estudos secundrios e abre o acesso ao ensino superior. Ele

    constitui primeiro diploma universitrio. (Ministrio da Educao do Governo Frances, 2012) traduo do autor. 3 Docimologia: Estudo sistemtico dos exames, em particular da atribuio de notas e dos

    comportamentos de examinadores e examinados. 4 Psicometria: Testes padres e objetivos para medir inteligncia e desempenho.

    5 Edumetria: a cincia da medida aplicada s cincias da educao.

    6 Bibliometria: Um conjunto de leis e princpios empricos que contribuem para estabelecer os

    fundamentos tericos da Cincia da Informao. O termo statistical bibliography hoje Bibliometria foi usado pela primeira vez em 1922 por E. Wyndham Hulme. 7 Discurso Ruskin Oxford: Em outubro de 1976, James Callaghan, eleito primeiro-ministro trabalhista

    da Inglaterra, pronuncia seu famoso discurso no College Ruskin de Oxford, lanando suspeitas em

    relao ao baixo padro de ensino, gerando grande repercusso. Logo a seguir, no mesmo ms, numa

    conferncia do Partido Trabalhista, preocupava-se com as despesas muito elevadas em educao. Surge

    ento o Yellow Book, elaborado pelos conselheiros de Callaghan, que era um documento com 60 pginas fazendo um balano da educao. 8 Accountability: Termo em ingls utilizado na administrao que corresponde prestao de contas.

    9 Acreditation: Termo em ingls, utilizado pelos autores em avaliao e que significa que a Instituio foi

    oficialmente reconhecida como satisfazendo os requisitos essenciais de excelncia acadmica. No Brasil

    os principais autores a traduziram como acreditao. 10

    Fournier, Deborah M. Evaluation. In S. Mathison,(ed.) Encyclopedia of Evaluation. Thousand Oaks,

    CA: Sage Publications, 2005, p. 139140

  • 21

    11

    Finalidades bsicas: 1. O sucesso pessoal 2. A construo da nao e a transformao social), 12

    A vinculao recproca entre injustia social e injustia cognitiva ser uma das idias que mais

    resistncia encontrar no seio da universidade uma vez que esta foi historicamente o grande agente do

    epistemicdio cometido contra os saberes locais, leigos, indgenas, populares em nome da cincia

    moderna. No Brasil, a resistncia ser qui maior uma vez que a elite universitria se deixou facilmente

    iludir pela a idia auto-congratulatria do pas novo, pas sem histria, como se no Brasil s houvesse

    descendentes de imigrantes europeus dos sculos XIX e XX e no, portanto, tambm povos ancestrais,

    indgenas e descendentes de escravos. 13

    PAIUB - iniciado em 1993 se estende at 2004, pois com a LDB em 96 (Art. 9) a Unio deve assegurar

    processo nacional de avaliao do rendimento; surge ento a necessidade de definir o padro e tem

    origem o Sistema Nacional de Avaliao Educao Superior (SINAES).

    - Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. Lei n 9.394 - 20/12/1996

    - Lei Federal n 10.861 14/04/2004 -Institui o Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior SINAES 14

    Revista Avaliao (Campinas), Sorocaba, v. 16, n. 3, nov. 2011 - Avaliao institucional no contexto

    do SINAES: a CPA em questo. 15

    INEP - Banco de Avaliadores dos Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior - BASis 16

    Acreditao termo que vem sendo utilizado pelos especialista nas rea da avaliao, que derivado do

    termo accreditation (ingls), significa o credenciamento para funcionamento de uma instituio de ensino

    superior. 17

    No que se refere ao marco legal, sugere-se o estudo da Lei n 10.861/04 (SINAES). 18

    2011 - Talvez neste caso considerar que o maior apoio CPA, decorre de que a autoridade mxima,

    recm constituda na instituio (Reitora) era membro efetivo do CONAES e participou diretamente do

    SINAES. 19

    Top-down: Termo em administrao que indica que as decises partem do nvel hierrquico superior,

    sempre de carter mandatrio. 20

    Bottom-up: Termo em administrao que indica que as decises so participativas, tomadas sempre

    com a interlocuo de todos (de baixo para cima).