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CPC 09 – DEMONSTRAÇÃO DO CPC 09 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO VALOR ADICIONADO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS Janayna Katyuscia Freire Janayna Katyuscia Freire 1

CPC 09 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E

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  • CPC 09 DEMONSTRAO DO VALOR ADICIONADOUNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE CINCIAS SOCIAIS APLICADASDEPARTAMENTO DE CINCIAS CONTBEIS E ATUARIAISJanayna Katyuscia Freire

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  • ESTRUTURA DO CAPTULOViso Geral da Estruturao, Tpicos e Contedos Trabalhados*

  • 1. INTRODUO

    2. VALOR ADICIONADO2.1 Conceito Econmico x Conceito Contbil de Valor Adicionado

    3. A DVA3.1 CPC 09 Normatizao, Objetivo e Alcance3.2 Aspectos Conceituais3.3 Eficcia Informacional da DVA - Limitaes e Crticas DVA

    5. Modelo e Elaborao da DVA

    6. Exerccios e Exemplos Resolvidos*

  • INTRODUOContextualizaoO Objetivo da Contabilidade INFORMAO PARA TOMADA DE DECISO.Relao: ENTIDADE AMBIENTE*

  • *A Contabilidade uma cincia social que estuda a riqueza patrimonial individualizada, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo entre seus objetivos a gerao de informaes e a explicao dos fenmenos patrimoniais, possibilitando o controle, o planejamento e a tomada de deciso, no enfoque passado/presente/futuro. Tudo isso, servindo aos mais diversos usurios, para que eles possam, por meio de seus atos buscarem a prosperidade da entidade e da sociedade (KROETZ, 1998, p. 6)

  • *O FASB, no SFAC 1 (Statement of Financial Accounting Concept 1) considera que a divulgao financeira deve fornecer informaes que sejam teis para investidores e credores atuais e em potencial, bem como para outros usurios que visem a tomada racional de decises de investimento, crdito e outras semelhantes; devendo fornecer tambm informaes sobre os recursos econmicos de uma empresa, os direitos sobre esses recursos, bem como os efeitos de transaes, eventos e circunstncias que alterem seus recursos e os direitos sobre os mesmos (FASB, 1978).

  • *Lopes e Martins (2005, p. 65) observam que a relevncia da informao contbil est relacionada com a capacidade da contabilidade em demonstrar a realidade econmica, de tal forma que seja possvel, econmica e informacionalmente, projetar fluxos de caixa futuros. Teoricamente, quanto mais prxima daquilo que se determina ser a realidade econmica, maior a relevncia da informao contbil.

    Normalmente os usurios internos possuem maior acesso s informaes contbeis do que os usurios externos, por conta disso, podem surgir problemas de conflito de agncia, ou conflito de interesses, e de assimetria informacional, relacionada aos diferentes nveis de conhecimento das informaes(SCHERER, 2006, p. 8).

  • * possvel compreender a entidade como uma relao entre pessoas, produo e plenitude onde, por meio da mutao da riqueza individualizada, ocorre a interligao com o ambiente externo, influenciando-o diretamente e, tambm, recebendo influncias provenientes do mundo exterior (KROETZ, 1998, p. 9). A contabilidade como cincia social, prope uma reflexo sobre a responsabilidade social de seus profissionais, uma vez que fornecem os dados necessrios visualizao do futuro. Assim, a contabilidade social tem como objetivo as interaes internas e externas da empresa e, por intermdio de demonstraes que se procura identificar os reflexos que as variaes patrimoniais exercem na sociedade e no meio ambiente; busca-se a verdade (impactos) sobre a circulao da riqueza entre a entidade e a sociedade - causa e efeito (KROETZ, 1998; Flores e Pinto, 2002).

  • VALOR ADICIONADOCONCEITO CONTBILXCONCEITO ECONMICO*

  • *Haller e Stolowy (1998) definem valor adicionado como o incremento na riqueza de uma entidade econmica durante um determinado perodo.

    O termo valor adicionado foi utilizado pela primeira vez em 1790, quando da elaborao do primeiro censo de produo dos Estados Unidos (VAN STADEN, 2003), e deriva do conceito macroeconmico de produto nacional. J dentro de uma viso microeconmica, [...] o valor adicionado representa o incremento de valor que se atribui a um bem durante o processo produtivo. (SANTOS, 2003, p. 27).

  • *Simonsen e Cysne (1995, p. 130) observam que a determinao do produto nacional pode ser feita pelo somatrio dos valores adicionados gerados durante um perodo por todas as unidades produtivas do pas, de tal forma que o valor adicionado em uma etapa de produo corresponde [...] a diferena entre o valor bruto produzido nessa etapa (igual a vendas mais acrscimo de estoques) e os consumos intermedirios. Economistas corroboram esses conceitos. Mankiw (1998, p. 16), por exemplo, afirma que o [...] valor adicionado de uma empresa corresponde ao valor da produo da empresa menos o valor dos bens intermedirios que ela compra em outro lugar [...], e, ao se somar o valor adicionado de todas as empresas de um pas, obtm-se o PIB desse pas (STIGLITZ; WALSCH, 2003, p. 94).

  • *A Empresa Jean SA adquire um caminho por R$ 150 mil e o revende por R$ 180 mil, o valor adicionado gerado corresponde a R$ 30 mil (R$ 180 R$ 150).

    Supondo agora que a Empresa Vera LTDA fabrique Tortas para Festas que tenham um preo unitrio de R$ 100, sendo que para produzir cada Torta so consumidos R$ 40 de matrias primas e R$ 30 de mo-de-obra. Ao vender esse produto, a empresa ter um lucro de $ 30 (R$ 100 de Receita de vendas menos R$ 70 de custo do produto vendido); porm, o valor adicionado por ela gerado ser $ 60, que corresponde diferena entre o valor de sua produo, que $ 100 e o valor dos insumos bsicos (nesse caso as matrias primas) de $ 40. EXEMPLO

  • *Ao se considerar o valor adicionado como [...] a diferena entre o valor da produo e os consumos intermedirios (compras a outras empresas) num determinado perodo [...] (DE LUCA, 1998, p. 31), deve-se levar em conta o conceito de bem intermedirio, a fim de distinguir esses dos bens finais. Assim: [...] valor dos bens finais inclui o valor dos bens intermedirios que entram em sua composio. Quando a Ford vende um veculo por US$ 15.000, nesse preo esto includos pneus que custam US$ 150. Se inclussemos no clculo do PIB tanto o valor dos veculos quanto o dos pneus que vm junto, estaramos incorrendo em dupla contagem. O mesmo pode ser dito em relao a ao, plstico, vidro e quaisquer outros componentes do veculo. Na verdade, h casos em que alguns bens intermedirios so usados na fabricao de outros bens intermedirios, de modo que poderamos ter at tripla ou qudrupla contagem. (STIGLITZ; WALSCH, 2003, p. 93).

  • *Est claro que o conceito de valor adicionado derivado do conceito macroeconmico de produto nacional. Entretanto, os economistas consideram uma srie de conceitos para o produto nacional, tais como PIB, PIL, PNB, PNL.CONCEITO ECONMICO DE VALOR ADICIONADO

    PIB - Produto Interno BrutoPNB - Produto Nacional BrutoCONCEITOSValor monetrio de todos os bens e servios finais produzidos dentro das fronteiras nacionais durante dado perodo (STIGLITZ E WALSCH, 2003, p. 91) composto de bens e servios produzidos pelo trabalho e capital fornecidos pelos cidados residentes no pas, quer a produo real ocorra dentro das fronteiras ou em um pas estrangeiro (GORDON, 2000, p. 27)EXEMPLOSO PIB brasileiro considera a produo da GM e da Ford.O PNB brasileiro desconsidera as remessas de lucros que essas duas montadoras fazem para suas matrizes nos Estados UnidosO clculo do PIB brasileiro no considera os resultados auferidos pela Petrobrs em suas subsidirias estrangeirasPorm o PNB considera as remessas de lucros que essas subsidirias fazem, por exemplo, vindos da Argentina, para a matriz no Brasil

  • *Assim como o conceito econmico, o conceito contbil de valor adicionado tambm corresponde diferena entre os valores de sada do produto da entidade econmica e os valores de entrada dos insumos bsicos. A diferena, nesse caso, reside na forma de mensurao desses valores de sada e de entrada. De acordo com Santos (2003), contabilmente se considera o valor adicionado gerado por uma empresa como a diferena entre a receita de vendas e o custo dos insumos adquiridos de terceiros (matrias primas constantes do custo dos produtos vendidos ou o prprio custo das mercadorias vendidas). CONCEITO CONTBIL DE VALOR ADICIONADO

  • *No Brasil o IBGE para finalidades de clculo do PIB, considera que o valor adicionado corresponde [...] diferena entre o valor da produo e o consumo intermedirio. (DE LUCA, 1998, p. 66), sendo que o valor da produo corresponde ao que foi fabricado pela empresa em um perodo e o consumo intermedirio corresponde [...] aos custos diretamente envolvidos na operao da empresa, com exceo dos salrios e encargos, e aos custos indiretos de operao (despesas administrativas, financeiras, comerciais e gerais) excluindo aquelas relacionadas depreciao, amortizao, e exausto, aos salrios e encargos e aos impostos e taxas. (DE LUCA, 1998, p. 66). J a contabilidade considera o valor adicionado bruto a diferena entre a receita de vendas da empresa e os insumos e servios adquiridos de terceiros que fazem parte do custo das mercadorias, produtos ou servios vendidos.

    CONCEITO CONTBIL X CONCEITO ECONMICO

  • *O conceito de valor adicionado nico, e corresponde agregao de valor que acontece em cada etapa do processo produtivo de um sistema econmico, sendo que as diferenas entre os conceitos contbil e econmico esto na forma de mensurao e no momento de apurao do valor adicionado.

    Na Cincia Econmica obtido em funo da produo e na Cincia Contbil, na maioria dos modelos, sugerido em funo das vendas, o que leva a no considerar na riqueza gerada em determinado perodo o que foi produzido, mas no foi vendido, ou seja, desconsidera o produto ou mercadoria em estoque (LUCA, 1998).

  • *Apenas para exemplificar uma possvel diferena: imagine-se uma empresa que, em determinado perodo, no consiga realizar uma venda sequer. Dentro do conceito contbil, nesse perodo, o valor adicionado por essa empresa, isto , a riqueza gerada e distribuda por ela, seria igual a zero. Nesse aspecto, o conceito econmico mais consistente que o contbil e apresentaria como valor adicionado, dentro dos critrios do conceito de produo, a diferena entre o valor de mercado e os insumos pagos a terceiros no processo produtivo. Por outro lado, se uma empresa no produzir nada em um perodo, mas vender estoques produzidos em perodos anteriores, sob o ponto de vista econmico no h gerao de valor adicionado, mas sob a tica contbil sim (SANTOS, 2003, p. 32).

  • A DEMONSTRAO DO VALOR ADICIONADOCPC 09 Normatizao, Objetivo e AlcanceAspectos ConceituaisEficcia Informacional da DVA - Limitaes e Crticas DVA*

  • CPC 09 DEMONSTRAO DO VALOR ADICIONADONORMATIZAOOBJETIVOALCANCE*

  • Aprovado na 29 Reunio Ordinria do Comit de Pronunciamentos Contbeis em 30 de outubro de 2008.Referendado pelas entidades reguladoras brasileiras visando sua adoo pelas normas:

    *CPC 09 DVA

    rgo ReguladorNormatizaoCVMDeliberao CVM n 557/08;CFCNBC T 3.7 - Resoluo CFC n 1.138/08; eResoluo n 1.162/09 (altera o item 3 da NBC T 3.7);SUSEPCircular SUSEP n 379/08 (anexo I);ANEELDespacho n 4.796/08; eOfcio-Circular n 2.775/08-SFF/ANEEL;ANTTComunicado SUREG n 1/09.

  • OBJETIVOEstabelecer critrios para elaborao e apresentao da DVA, a qual representa um dos elementos componentes do Balano Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuio, durante determinado perodo.

    Sua elaborao deve levar em conta a Estrutura Conceitual Bsica para a Elaborao e Apresentao das Demonstraes Contbeis (CPC), e seus dados, em sua grande maioria, so obtidos principalmente a partir da DRE.

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  • ALCANCE E APRESENTAOParte das demonstraes contbeis divulgadas ao final de cada exerccio social.A DVA deve proporcionar aos usurios das demonstraes contbeis informaes relativas riqueza criada pela entidade em determinado perodo e a forma como tais riquezas foram distribudas.A distribuio da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma:(a) pessoal e encargos;(b) impostos, taxas e contribuies;(c) juros e aluguis;(d) juros sobre o capital prprio (JCP) e dividendos;(e) lucros retidos/prejuzos do exerccio.*

  • ENTIDADES MERCANTIS (Comerciais e Industriais) e PRESTADORAS DE SERVIOS MODELO I ATIVIDADES ESPECFICAS (Atividades de Intermediao Financeira e de Seguros) MODELOS ESPECFICOS (II e III)*

  • A DVA exigida pela Lei brasileira (Lei n 11.638/07) para as companhias abertas a partir dos exerccios iniciados a partir do primeiro dia de 2008, mas no exigida pelo IASB International Accounting Standards Board, apesar de incentivado por ele e, tambm, pela ONU Organizao das Naes Unidas.

    Dada a relevncia dessa Demonstrao e da utilidade de suas informaes para todos os usurios, deve ela ser incentivada para ser divulgada por todas as demais sociedades comerciais brasileiras (CPC 09, 2008).

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  • ASPECTOS CONCEITUAIS DA DVA*

  • O conceito de DVA, segundo GALLIZO (1990), pode ser delimitado no mbito de uma informao econmico-financeira de natureza histrica, que evidencia a circulao real do patrimnio e mostra o valor econmico que foi gerado por uma entidade durante um certo perodo de tempo e, simultaneamente, descreve como este valor foi distribudo entre aqueles que contriburam para a sua criao. Ou seja, a demonstrao contbil que divulga a gerao de valor produzido pela prpria empresa, mediante suas prprias atividades, e a retribuio aos componentes econmicos que formaram esse valor adicionado. Ao eliminar todos aqueles elementos que vm fixados do exterior (compras e aquisies realizadas), permite valorar com preciso a gesto interna da empresa, definida fundamentalmente em trs aspectos: os equipamentos, a mo-de-obra e os recursos financeiros prprios e de terceiros utilizados (COSENZA, 2003).*

  • Segundo Santos (2003, p. 35), a forma mais competente criada pela contabilidade, para auxiliar na medio e demonstrao da capacidade de gerao, bem como de distribuio, da riqueza de uma entidade.

    Para os investidores e outros usurios, essa demonstrao proporciona o conhecimento de informaes de natureza econmica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliao das atividades da entidade dentro da sociedade na qual est inserida. *

  • A DVA se difere da DRE no que se refere ao tipo de informao evidenciada.

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  • A DVA surge como instrumento de estreita relao com o tema responsabilidade social. No sentido de responder a esse novo cenrio, segundo Santos (2003), a DVA comea a materializar uma forma de visualizao dos benefcios ou malefcios a respeito da participao das empresas no contexto social em que esto inseridas. Ela permite analisar a capacidade de gerar riquezas e sua gesto na distribuio dessa riqueza, em relao ao nvel de remunerao aos colaboradores, o retorno da empresa para a sociedade em forma de impostos que devem ser vistos como investimentos necessrios ao bem-estar da comunidade, em relao ao nvel de pagamento de juros de financiamentos, remunerao do capital aos scios e quanto est sendo reinvestido na empresa.

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  • DISTRIBUIO DA RIQUEZA Remunerao do Trabalho: Para GALLIZO (1990) e De LUCA (1998), a retribuio aos empregados uma das mais importantes entre os diversos grupos que participam do valor adicionado. A participao dos trabalhadores no valor adicionado compreende todos os gastos efetuados com pessoal, em contrapartida ao trabalho realizado no perodo. Assim, deve conter os pagamentos feitos diretamente aos empregados, como, por exemplo, os salrios, as contribuies de seguridade ou sociais, e quaisquer outras vantagens oferecidas por conta de participar na atividade produtiva da companhia. *

  • DISTRIBUIO DA RIQUEZA Remunerao do Governo: Apesar de no ser considerado um dos fatores diretos de produo, o governo tambm participa na criao de riqueza para a entidade, pois apia suas atividades produtivas atravs de investimentos em infra-estrutura, incentivos fiscais e subvenes. Os impostos pagos ou devidos pela companhia representam, na riqueza gerada, a remunerao do Estado por seu apoio para que a empresa tenha condies de realizar suas atividades em seu ambiente.

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  • DISTRIBUIO DA RIQUEZA Remunerao dos Credores: Representa a remunerao dos recursos de terceiros, sob a forma de custo financeiro, por conta do fornecimento de capital para aplicao na atividade produtiva da companhia. Remunerao dos Acionistas: Evidencia a parcela do lucro destinada queles que aplicaram os recursos prprios, reembolsados sob a forma de pagamento de dividendos ou juros sobre o capital prprio, por conta das capitalizaes realizadas na empresa.*

  • A EFICCIA INFORMACIONAL DA DVAINFORMAO PARA TOMADA DE DECISOLIMITAES E CRTICAS DA DVA

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  • inegvel que um maior comprometimento corporativo social tende a agregar valor s operaes da empresa, logo, de grande importncia para a sociedade a existncia de uma ferramenta que permita avaliar o grau de comprometimento da empresa com o saneamento dos problemas sociais (SIQUEIRA, 2007). As organizaes atuam em um ambiente amplo, complexo e em rpida mutao. As empresas tradicionalmente monitoravam e estavam atentas s mudanas que ocorriam no ambiente mais prximo delas, ou seja, clientes, fornecedores e concorrentes, entre outros. Contudo, este microcosmo se encontra entranhado em um ambiente de maior complexidade, onde se inserem variveis polticas, econmicas, sociais e culturais, entre outras elencveis. Tais variveis podem e geralmente o fazem afetar decisivamente as operaes das organizaes empresariais.*

  • De acordo com BENTLEY (1981), permite avaliar a performance e propiciar ferramentas para a tomada de deciso baseada em critrios eficazes de desempenho.

    Alm disso, segundo COSENZA et al. (2002), o valor adicionado importante por traduzir a interveno da empresa no processo econmico seqencial no mbito de um determinado sistema econmico e permitir a obteno de informaes sobre a gerao e a distribuio de renda. Tambm importante, no mbito macroeconmico, como gerador de subsdios para medir a produo nacional, calcular e analisar a produo e a riqueza de uma economia, em qualquer magnitude *

  • *Fonte: Cosenza (2003)

  • ELABORAO DA DVA*

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    FORMAO DA RIQUEZA (Riqueza criada pela Entidade)RECEITASVenda de mercadorias, produtos e servios e Outras Receitas- inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstrao do resultado tais tributos estejam fora do cmputo dessas receitas.PCLDConstituio/Reverso - inclui os valores relativos constituio e reverso dessa proviso.INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROSCusto dos produtos, das mercadorias e dos servios vendidosInclui os valores das matrias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos servios vendidos adquiridos de terceiros; no inclui gastos com pessoal prprio.Materiais, energia, servios de terceiros e outrosinclui valores relativos s despesas originadas da utilizao desses bens, utilidades e servios adquiridos junto a terceiros.Perda e recuperao de valores ativosInclui valores relativos a ajustes por avaliao a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Tambm devem ser includos os valores reconhecidos no resultado do perodo, tanto na constituio quanto na reverso de proviso para perdas por desvalorizao de ativos, conforme aplicao do CPC 01 Reduo ao Valor Recupervel de Ativos (se no perodo o valor lquido for positivo, deve ser somado).Depreciao, amortizao e exaustoInclui a despesa ou o custo contabilizados no perodo.VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERNCIAResultado de equivalncia patrimonialO resultado da equivalncia pode representar receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como reduo ou valor negativo.Receitas financeirasinclui todas as receitas financeiras, inclusive as variaes cambiais ativas, independentemente de sua origem.Outras receitasInclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguis, direitos de franquia, etc.

  • **Para os impostos compensveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou j recolhidos, e representam a diferena entre os impostos e contribuies incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como insumos adquiridos de terceiros.

    DISTRIBUIO DA RIQUEZAPESSOALRemunerao diretaRepresentada pelos valores relativos a salrios, 13 salrio, honorrios da administrao (inclusive os pagamentos baseados em aes), frias, comisses, horas extras, participao de empregados nos resultados, etc.BenefciosRepresentados pelos valores relativos a assistncia mdica, alimentao, transporte, planos de aposentadoria etc.FGTSRepresentado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados.IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIES*Valores relativos ao imposto de renda, contribuio social sobre o lucro, contribuies aos INSS (includos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam nus do empregador, bem como os demais impostos e contribuies a que a empresa esteja sujeita.FederaisInclui os tributos devidos Unio, inclusive aqueles que so repassados no todo ou em parte aos Estados, Municpios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui tambm a contribuio sindical patronal.EstaduaisInclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que so repassados no todo ou em parte aos Municpios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.MunicipaisInclui os tributos devidos aos Municpios, inclusive aqueles que so repassados no todo ou em parte s Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.

  • *** As quantias destinadas aos scios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Prprio JCP, independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exerccio a que devem ser imputados.

    DISTRIBUIO DA RIQUEZA (Cont.)REMUNERAO DE CAPITAIS DE TERCEIROSValores pagos ou creditados aos financiadores externos de capitalJurosinclui as despesas financeiras, inclusive as variaes cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de emprstimos e financiamentos junto a instituies financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obteno de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no perodo.AluguisInclui os aluguis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.OutrasInclui outras remuneraes que configurem transferncia de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.REMUNERAO DE CAPITAIS PRPRIOSValores relativos remunerao atribuda aos scios e acionistas.Juros sobre o capital prprio (JCP) e dividendosInclui os valores pagos ou creditados aos scios e acionistas por conta do resultado do perodo, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser includos apenas os valores distribudos com base no resultado do prprio exerccio, desconsiderando-se os dividendos distribudos com base em lucros acumulados de exerccios anteriores, uma vez que j foram tratados como lucros retidos no exerccio em que foram gerados.Lucros retidos e prejuzos do exerccioInclui os valores relativos ao lucro do exerccio destinados s reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuzo, esse valor deve ser includo com sinal negativo. **

  • MODELOS DE DVA*

  • MODELO I (DVA) - Geral*MODELO II (DVA) Instituies Financeiras bancriasMODELO III (DVA) - Seguradoras

  • EXEMPLO E EXERCCIOEm Construo*

  • *Exemplo: Com base nos valores da DRE elabora-se a DVA.OBS: Ao lado de cada valor classificam-se quais so os valores de GERAO (G) e DISTRIBUIO (D)

    Receita de Vendas120.000 GImpostos-30.000 DReceita Lquida90.000 CMV-15.000 GRec. Oper. Bruta75.000 Desp. Operacional-3.330 Salrios-1.100 DDepreciao-900 Ggua e luz-300 GAluguis-200 DPropaganda-500 GIPTU-50 DMat. Escritrio-60 GEncargos sociais-190 DJuros-30 DLAIRCSLL71.670 IRCSLL-17.200 DLucro Lquido54.470 D

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    Demonstrao do Valor AdicionadoDESCRIO (em R$ mil)20X11-RECEITAS1.1) Vendas de mercadoria, produtos e servios120.0001.2) Proviso p/devedores duvidosos Reverso/(Constituio)1.3) No operacionais 2-INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)2.1) Matrias-Primas consumidas2.2) Custos das mercadorias e servios vendidos 15.0002.3) Materiais, energia, servios de terceiros e outros8602.4) Perda/Recuperao de valores ativos3 VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)104.1404 RETENES4.1) Depreciao, amortizao e exausto9005 VALOR ADICIONADO LQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)103.2406 VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERNCIA6.1) Resultado de equivalncia patrimonial6.2) Receitas financeiras7 VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)103.2408 DISTRIBUIO DO VALOR ADICIONADO 103.2408.1) Pessoal e encargos1.1008.2) Impostos, taxas e contribuies * (30.000 + 50 + 190 + 17.200)47.440*8.3) Juros e aluguis2308.4) Juros s/ capital prprio e dividendos 8.5) Lucros retidos / prejuzo do exerccio54.470

  • [email protected]*

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