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Créditos - Instituto Arte na Escolaartenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/geraldo_de...ao som da trilha sonora do músico suíço Peter Scerer. Imagens e sons traçam o percurso

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Geraldo de Barros: sobras em obras / Instituto Arte na Escola ; autoria de

Christiane Coutinho e Erick Orloski ; coordenação de Mirian Celeste Martins

e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 58)

Foco: SE-14/2006 Saberes Estéticos e Culturais

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-37-7

1. Artes - Estudo e ensino 2. Arte concreta - Brasil 3. Fotografia 4. Bar-

ros, Geraldo de I. Coutinho, Christiane II. Orloski, Erick III. Martins, Mirian

Celeste IV. Picosque, Gisa V. Título VI. Série

CDD-700.7

GERALDO DE BARROS: sobras em obras

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autores deste material: Christiane Coutinho e Erick Orloski

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

DVDGERALDO DE BARROS: sobras em obras

Ficha técnica

Gênero: Documentário sobre a vida e a obra do artista, comimagens de arquivo da família, entrevistas com artistas e efei-tos especiais artesanais.

Palavras-chave: Percurso artístico; arte concreta; artista e so-ciedade; fotografia; design; mobiliário; pensamento visual; his-tória do Brasil.

Foco: Saberes Estéticos e Culturais.

Tema: A trajetória artística de Geraldo de Barros em contra-ponto com a história contemporânea do Brasil.

Artistas abordados: Geraldo de Barros, Augusto de Campos,Hermelindo Fiaminghi, Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, entreoutros.

Indicação: Ensino Médio.

Direção: Michel Favre, Fabiana de Barros e Cláudio Kahns.

Realização/Produção: Tradam Productions e Tatu Filmes,São Paulo.

Ano de produção: 1999.

Duração: 77’.

SinopseO documentário estabelece um paralelo entre o percurso artísticode Geraldo de Barros e momentos da história do Brasil. Imagense sons vão revelando as primeiras experiências do artista com afotografia e o seu envolvimento com o design e com a pintura, alémde depoimentos de artistas, da esposa e filhas, bem como cenasde arquivo da família. A direção do cineasta suíço Michel Favreusa, em contraponto, o recorte, a sobreposição e a colagem, pro-cedimentos da “lucidez lúdica” de Geraldo de Barros. Através das

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imagens cortadas do artista, vazam as imagens filmadas de Favre.Através de vazios na fotografia imóvel (p&b e sépia), projeta-se omovimento (cor). Com fotografia assinada por Mário Carneiro, ofilme proporciona um ponto de vista mais íntimo e pessoal sobrea vida e obra de Geraldo de Barros.

Trama inventivaHá saberes em arte que são como estrelas para aclarar o cami-nho de um território que se quer conhecer. Na cartografia, parapensar-sentir sobre uma obra ou artista, as ferramentas sãocomo lentes: lente microscópica, para chegar pertinho davisualidade, dos signos e códigos da linguagem da arte, ou len-te telescópica para o olhar ampliado sobre a experiência esté-tica e estésica das práticas culturais, ou, ainda, lente com zoomque vai se abrindo na história da arte, passando pela estéticae filosofia em associações com outros campos de saberes. Porassim dizer, neste documentário, tudo parece se deixar ver pelaluz intermitente de um vaga-lume a brilhar no território dosSaberes Estéticos e Culturais.

O passeio da câmeraA memória como se sabe é seletiva. Feita de camadas de uma vida,

ela guarda o registro da vida. Organização. Ou melhor, defesa do in-

consciente. Vazio. Cheio. Vazio. Cheio. A memória. Na memória o vazio

nunca é o nada, sempre sobra alguma coisa. Geraldo Barros sabia

bem disso. Recortes. Colagens. Memória íntima que ele manipula li-

vremente. Com o fio de uma lâmina ou com a espessura do nanquim,

ele mostra que atrás da transparência, ou da sombra, existe uma his-

tória. A sua própria. Se só guardamos lembranças dos momentos

tristes ou alegres, enlouquecemos, dizia Geraldo. Felizmente existem

os restos. Vazio. Cheio. Vazio. Hoje é a ausência de Geraldo, o vazio,

que me levou a conhecê-lo melhor.

Michel Favre

A voz em off de Michel Favre, genro de Geraldo de Barros, abreo documentário com o texto citado na epígrafe. O silêncio daausência de Geraldo de Barros acaba por se fazer ouvir pelaescuta do texto e pelas imagens de suas mãos trabalhando so-

material educativo para o professor-propositor

GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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bras de negativos, vestígios em fotogramas da sua própria vida.

Textos e imagens revelam o sentimento afetuoso de Favre comodiretor e narrador deste documentário para cinema e tv reali-zado em 1999, um ano após o falecimento de Barros, aos 75anos. Favre mergulha no labirinto do tempo. Em 77 minutos, ofilme estabelece um paralelo entre o trabalho de Geraldo deBarros e o cenário cultural-político-econômico do Brasil a par-tir dos anos 40. São imagens como as de um álbum de fotogra-fias, ou uma exibição de um vídeo antigo passada frame a frame,ao som da trilha sonora do músico suíço Peter Scerer.

Imagens e sons traçam o percurso artístico e o vigor de Barros,reapropriando-se de sua obra num ritmo desacelerado. Parafalar sobre o contato pessoal com Barros, a esposa Electra, asfilhas artistas Lenora e Fabiana, o fotógrafo Thomas Farkas, ocrítico de arte Paulo Herkenhoff, os artistas HermelindoFiaminghi, Nelson Leirner e Wesley Duke Lee1 , entre outros,dão depoimentos para a câmera. Um dos achados nodocumentário é o poema Geraldo, de Augusto de Campos, emlinha de montagem geométrica com o quadro-matriz da sérieJogo de dados, de Barros.

Para homenagear o artista, Favre desenvolve um processo de fil-magem que incorpora a técnica de manipulação de negativos queGeraldo de Barros inventou. Favre filma as fotomontagens deBarros e, usando um processo de trucagem2 , sobrepõe outrascenas nos espaços vazios da imagem. Produz, assim, um estimu-lante diálogo entre passado e presente no interior das “sobras”.

Em Geraldo de Barros - sobras em obras, podemos encontrarmúltiplos focos para estudo, dentre eles: Linguagens Artísti-cas, a vertente abstrata da fotografia e a fotomontagem; Pro-cesso de Criação, a poética pessoal (racionalidade e experi-mentação), o pensamento visual na fotografia, no desenho in-dustrial, no design gráfico; Materialidade, a poética do negativoe os procedimentos técnicos inventivos; Forma-Conteúdo, re-lação figura/fundo, branco/preto, a linha e a temática abstra-ta; Conexões Transdisciplinares, em arte e ciências humanas, ahistória do Brasil e o cenário cultural a partir dos anos 40.

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Neste material, movemos o documentário ao território Sabe-

res Estéticos e Culturais para olhar de perto o percurso ar-tístico de Geraldo de Barros como criador e produtor de arteno contexto do cenário político e cultural do país.

Sobre Geraldo de Barros(Chavantes/SP, 1923 – São Paulo/SP, 1998)

A fotografia é para mim um processo de gravura. Defendi esse pen-

samento quando tentei introduzi-la como categoria artística, na 2ª

Bienal Internacional de São Paulo. Acredito também que é no “erro”,

na exploração e domínio do acaso, que reside a criação fotográfica.

Me preocupei em conhecer a técnica apenas o suficiente para me

expressar, sem me deixar levar por excessivos virtuosismos.

Geraldo de Barros3

Fotos das filhas – a poeta e artista gráfica Lenora e a artistamultimídia Fabiana –, da mulher Electra, do amigo CláudioAbramo, das férias em Bariloche, de objetos do cotidiano. Fo-tografias como outras quaisquer são a matéria-prima dos últi-mos trabalhos de Geraldo de Barros: sobras de sua vida e suacarreira que ele manipula criando novas imagens.

Geraldo de Barros, desde 1983, com o lado direito do corpoparalisado por uma isquemia, expressa no documentário que aparalisia lhe deu tempo para pensar melhor o trabalho. Paracriar, recorre a auxiliares, como nas obras geométricas emfórmica mostradas no documentário, executadas por marcenei-ros. Seus últimos trabalhos fotográficos4 são mais de cento ecinqüenta fotomontagens, as “sobras” de sua memória afetiva.

Em Geraldo de Barros, há muitos Geraldos: fotógrafo, pin-tor, desenhista industrial, designer gráfico, professor, indus-trial. Paulo Herkenhoff diz que ele “era um construtor comum pé na racionalidade e outro na experimentação. Suapoética nasce disso”.5

Inicia seus estudos em artes plásticas em 1945, sempre com-prometido com a inovação e a experimentação das linguagensvisuais. Conhece, em livros, os trabalhos de Klee e Kandinsky,

material educativo para o professor-propositor

GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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bem como os fundamentos da Bauhaus e do desenho industri-al. A partir daí, tem uma carreira meteórica.

Desde 1946, faz pesquisas em fotografia e gravura. Em seusprimeiros experimentos com uma câmera, construída por elemesmo, Barros já experimenta resultados partindo de interfe-rências nos negativos. Junto a outros fotógrafos, exerce forteinfluência na fotografia brasileira, questionando o formato re-tangular convencional e as regras de composição.

O encontro com o crítico Mário Pedrosa se faz determinante,pois toma conhecimento da psicologia da forma, a gestalt, in-tegrando-a como poética à sua pratica. Desse percurso, nasceem 1950 a exposição, hoje antológica, no Museu de Arte deSão Paulo/MASP. Em Fotoformas, não se distingue a fotogra-fia da gravura e do desenho. Os negativos são sobrepostos,recortados, pintados com nanquim ou ponta seca e até perfu-rados, ampliando os limites do suporte. Imagens do docu-mentário mostram a exposição e como as fotos foram dispos-tas sobre suportes especialmente projetados. Por esses traba-lhos, Barros é considerado um dos responsáveis pela fotografiamoderna brasileira e um dos pioneiros, no mundo, nesse pro-cesso de intervenção direta no negativo.

Em 1951, viaja para Paris com uma bolsa de estudos do gover-no francês. Lá estuda litografia, gravura e interessa-se pordesign gráfico. Conhece o pintor Giorgio Morandi e o fotógrafoCartier-Bresson. Em viagem à Suíça, conhece Max Bill, cujostextos teóricos sobre a arte e a função social do artista o influ-enciam profundamente. Freqüenta também a Escola Superiorda Forma, em Ulm/Alemanha.

Geraldo de Barros volta ao Brasil inspirado politicamente. Em1952, em São Paulo, participa da fundação do Grupo Ruptura6 ,que defende o fim do naturalismo que domina a arte brasileira epropõe uma nova sensibilidade, sintonizada com a industrializa-ção, encabeçando o movimento geométrico da arte concreta.

É um dos fundadores, em 1954, da comunidade de trabalho Unilabor,cooperativa produtora de móveis que existe até 1964, mantendo

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uma escola de arte infantil e um posto de saúde. Em 1964, a utopiaganha escala industrial com a criação da fábrica de móveis Hobjeto,que provoca uma reviravolta no design e na indústria.

Em 1966, mais uma vez, Barros atua numa vertente que privi-legia o público com exposições de rua, criando o Grupo Rex7 .Na década seguinte, seus trabalhos se aproximam da pop artee dos cartazes publicitários. O alvo é a comunicação de massa.Barros trabalha com recortes escolhidos de outdoor, coladosem um suporte e depois pintados com novas cores8 . O proces-so gestáltico e a tendência de transformar a realidade vista portodos se manifestam novamente.

Mas é como fotógrafo que Geraldo de Barros institui um novoolhar. A câmera não é a caixa mágica de surpresas, efeitos earmadilha de congelamento do real. Fotografia, para Geraldode Barros, é construir um sistema de pensamento visual e nãoum espelho congelado do real. Sua fotografia não tem cânonestécnicos nem estéticos. Experimenta. Sobrepõe negativos. Emsuas mãos, a lâmina que corta os negativos também parte opassado em pedaços, compondo novas e surpreendes imagens.

Os olhos da arteAcredito que a exagerada sofisticação técnica, o culto da perfeição

técnica, leva a um empobrecimento dos resultados, da imaginação e

da criatividade, o que é negativo para a arte fotográfica. O lado téc-

nico não faz senão duplicar nossas possibilidades de descoberta.

Geraldo de Barros9

O que sobra, na memória das pessoas, de uma vida, de umpercurso artístico, de uma história?

A memória é “feita de camadas de uma vida”, nos fala MichelFavre. A idéia de camadas, de certo modo, explicita a formacomo a “realidade” da vida artística de Geraldo de Barros étraduzida ou construída por Favre no documentário. Em ima-gens e depoimentos, Favre nos oferece as camadas que seentrecruzam, dialogam e geram, no jogo estabelecido entre elas,o contexto sócio-político-cultural da vida e obra de Geraldo de

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GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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Barros. Recompensada escavação ofereci-da ao nosso olhar.

Geraldo de Barros-so-bras em obras, comouma história contadapor imagens, parecenos dizer que, para servisto melhor, Geraldode Barros requer quesuas muitas faces se-jam vistas e ouvidas.Não que suas obrasnão tenham autonomiacom relação à históriado artista, mas seu

percurso artístico revela um homem, criador e produtor de arte,cuja atuação em diversas áreas está estreitamente conectadaao contexto histórico e artístico em que se desenvolveu.

Barros se deixa atravessar por um diversificado arsenal artís-tico afinado à história, dissolvendo a “marca” pessoal no “mer-cado” social. Seu percurso artístico é construído no embatecultural da sociedade. Politicamente engajado, milita em fren-tes múltiplas, acreditando na função social do artista, apostan-do que cabe ao artista educar o gosto das massas.

É significativo, assim, que a estirpe operária de sua arte tenhacomo emblema a Unilabor10 , uma fábrica de móveis organizada,do ponto de vista da produção, nos moldes da Bauhaus. Barrosparticipa da criação da fábrica e, como artesão da indústria, faza aclimatação tropical da utopia utilitária da Bauhaus em obje-tos mobiliários de desenho modernista produzidos em escala,recuperando o fazer artesão vinculado a um projeto moderno.

A divulgação da arte, do projeto, ou seja, a boa forma ao alcan-ce de todos, comanda a vida de Geraldo de Barros, aproximan-do-o do discurso das vanguardas artísticas que se desenvol-vem no Brasil nos anos 60 e 70. É por aí que o Grupo Rex, do

Geraldo de Barros - Movimento contra movimento,

1952 - Kelmite s/ eucatex, 60 x 60 cm - © família G.

de Barros

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qual Barros é um dosintegrantes, ganha umaposição de destaque naconjuntura da vanguar-da nacional.

O grupo tem sua gale-ria, Rex Gallery, insta-lada no mesmo espaçodo show room da lojade móveis Hobjeto, deBarros. Em abril de1967, num Brasil coma presença de um go-verno militar violento,a galeria anuncia emjornais que um deter-minado artista promoveria uma certa não-exposição na qual,curiosamente, seriam doados todos os seus quadros a quemcomparecesse na data e horário previsto.

A Rex Gallery é invadida por uma multidão de centenas depessoas que, quase transtornadas, retiram os vários quadrosque se encontram pendurados nas paredes. A situação absur-da poderia parecer mera excentricidade ao olhar mais ingênuoou menos acostumado aos códigos histórico-culturais das van-guardas da época. Mas, como uma proposta cultural, seu obje-to artístico ou anti-artístico - ou mesmo sua obra aberta, comoestava em voga dizer desde a publicação do livro homônimo deUmberto Eco - não reside exatamente nas obras arrancadasdas paredes; a proposta se torna obra na medida em que car-rega em si uma contra-função da circulação social da arte. Aproposta também se torna obra de arte principalmente porqueé reconhecida enquanto tal por alguns agentes-chave da artebrasileira. Um deles, Frederico Morais, crítico e historiador daarte, chancela o evento de happening, e, ao fazê-lo, deposita oefêmero episódio, na época pouquíssimo inteligível, em soloseguro, sob o teto de uma legitimidade terminológica.

Geraldo de Barros - Fotoforma, 1950

Fotografia, cópia a partir de negativos recortados,

prensado entre duas placas de vidro - Local: Estação da

Luz –São Paulo © família G. de Barros

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GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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Se as camadas do documentário reconciliam as diferentesfacetas do percurso artístico de Geraldo de Barros, aos olhosda arte, seu percurso artístico põe em xeque aquela noção deidentidade artística, de unidade da obra, em favor de uma idéiade multiplicidade, de espessura do sujeito histórico.

Nas pegadas culturais de seu tempo, Geraldo de Barros trans-forma qualquer situação da vida em potência criativa, fazendoda sua estética um convite à ética. Tanto é assim que se preo-cupou em não deixar nenhuma “sobra” perante a vida.

O passeio dos olhos do professor

Registrar é um ato bastante importante, pois ajuda a organizaros pensamentos e a sintetizar as informações. Ao assistir aodocumentário, anote os pontos que você considerar mais im-portantes, iniciando um diário de bordo. Sugerimos uma pautado olhar, que poderá ajudá-lo com as anotações:

O que o documentário desperta em você?

Como você percebe a linguagem fotográfica presente nodocumentário?

Quais elementos são utilizados para a representação do tem-po no documentário?

Quais relações podem ser estabelecidas entre as produçõesde pintura, design e fotografia de Geraldo de Barros?

Quais relações podem ser percebidas entre a vida e obra doartista e os momentos históricos do país?

O documentário lhe faz perguntas? Quais?

De acordo com o repertório de seus alunos, quais temas in-seridos no documentário você considera mais relevantes parao trabalho?

Você acha possível trabalhar com trechos do documentário?Quais trechos você usaria? Como?

qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpando

suporte

poéticas da materialidade

poética da fotografia

negativo, placa de vidro

Materialidade

procedimentos

procedimentos técnicos inventivos,processos técnicos artesanais e industriais

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

temáticas

relações entre elementosda visualidade

não-figurativas: abstração geométrica

forma geométrica, branco e preto, linha

sobreposição, composição,relação figura/fundo,relação forma/função

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte fotografia moderna, arte concreta,Bauhaus, Grupo Ruptura, Grupo Rex,mobília moderna, vanguardas artísticas

bolsas de estudo

gestalt

artista e sociedade

política cultural

sociologia da arte

psicologia da arte

práticas culturais

criadores e produtores de arte e cultura

cooperativa

percurso artístico, militância política

Linguagens Artísticas

meiostradicionais

meios novos

desenho

fotografia,fotograma,fotomontagem

artesvisuais

linguagensconvergentes

design gráfico,mobiliário,desenho industrial

Processo deCriação

ação criadora

poética pessoal

pensamento visual, repertório pessoal e cultural,investigação sobre arte potências criadoras

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

história do Brasil,contexto cultural e político

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Agora que você está com suas impressões registradas em seudiário de bordo, perceba quais foram suas escolhas, e por quelhe despertaram maior interesse. Essa síntese poderá lhe auxi-liar a pensar nos principais pontos a serem trabalhados com osalunos. Você pode também criar uma pauta do olhar para a tur-ma, pois, por se tratar de um documentário longo, isso ajudará afocar algumas questões para o trabalho posteriormente.

Percursos com desafios estéticosSão muitas as possibilidades de trabalho oferecidas pelodocumentário. Localizando-o no território de Saberes Estéticos

e Culturais, nosso olhar se volta ao estudo do percurso artísticode Geraldo de Barros. Porém, no mapa, você perceberá outrosterritórios que podem ser percorridos. Sugerimos alguns percur-sos para que você adapte ou amplie de acordo com o repertórioque seus alunos já possuem e suas necessidades.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Fotos da família, quem não as tem? Organizadas em álbuns,com mais ou menos fotos, mais antigas ou mais atuais; àsvezes até fora do álbum, em caixas de sapato, embrulhadasem papel pardo ou amarradas com barbantes. Com elas, opassado vem à tona, despertando lembranças e sentimen-tos; trazendo, para o presente, pessoas e situações. Vocêpode combinar com os alunos para que tragam para a aulafotos da família. Proponha uma rodada das fotos, para queos alunos possam olhar e fazer comentários. Problematize,perguntando: por que as pessoas guardam fotos? A conversapode gerar diferentes opiniões e você pode continuarproblematizando: podemos guardar uma foto para recordar?E os negativos da foto, devem ser guardados? Após essaconversa, você pode exibir o documentário a partir de umdos primeiros depoimentos, que é de Fabiana, filha de Ge-raldo de Barros, contando o dia em que encontrou no fundo

material educativo para o professor-propositor

GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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do armário os negativos “com umas técnicas loucas que eununca tinha visto, que eram riscos no negativo, pintado comnanquim”. O que o documentário provoca nos alunos sobreo trabalho fotográfico de Geraldo de Barros?

Quem somos nós senão uma combinatória de experiências, informa-

ções, de leitura, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma

biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde

tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as

maneiras possíveis.

Italo Calvino 11 .

Calvino fala da nossa vida atravessada pela multiplicidadede coisas, fatos, pessoas. Lendo o texto com os alunos, oque eles pensam sobre isso? E sobre a vida e a obra de umartista, o que pensam os alunos? Há facetas múltiplas noartista ou ele possui um único estilo, por exemplo? Após aconversa, você pode exibir o documentário. O que os alu-nos percebem entre a vida e obra de Geraldo de Barros e osmomentos da história do Brasil?

O ponto de partida pode ser uma conversa sobre marcas deprodutos. Quais marcas os alunos se lembram? O design grá-fico das marcas lembradas também está na memória deles?Após a conversa, você pode exibir o documentário, começan-do pelo momento em que é mostrado o estudo da mudançado design gráfico da marca Hobjeto, empresa de móveis deGeraldo de Barros. O que os alunos percebem no redesenhode letras da marca e no percurso de design do artista?

Além dessas sugestões, como você pode notar no mapa po-tencial, são várias as abordagens que o documentário permite.Você pode criar outras possibilidades, focando inclusive outrostemas que estão presentes no documentário como a históriapolítica e cultural do Brasil.

Desvelando a poética pessoalA fotografia foi uma paixão na vida de Geraldo de Barros. Otrabalho com essa linguagem é uma possibilidade para que osalunos tenham uma atitude investigativa de seu próprio modo

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de expressão na linguagem visual. As proposições sugeridas aseguir não se resumem à realização de um único trabalho, mas àcriação de uma série que possa, depois, ser apreciada e discutidasob a perspectiva da pesquisa da poética pessoal de cada aluno.

Abrir a possibilidade para a construção da linguagem foto-gráfica com câmera convencional, instantânea ou digital.Como forma de exercício do olhar, proponha o enquadramentoem ângulos inusitados, de temáticas como: escadas, telhas,janelas, o pavimento das ruas, outdoors, entre outras.

O olhar fotográfico pode ser desenvolvido também pelaobservação e apropriação de fotografias já existentes. Es-timule um trabalho de colagem, partindo de fotos de famí-lia, que poderão ser xerocadas, ampliadas ou reduzidas,criando uma composição.

Durante o período de produção, acompanhe a atuação dos alu-nos, incentivando-os a estarem sempre atentos à própria pro-dução, buscando a experimentação das linguagens. Ao final daetapa de produção desses trabalhos, propicie uma discussãopara que haja uma troca entre os alunos. Essa troca é funda-mental, pois enriquece o conhecimento de todos.

Ampliando o olharUm ponto bastante presente na linguagem fotográfica é arelação figura/fundo, especialmente quando tratamos deenquadramento. Para chamar a atenção dos alunos para aquestão, você pode propor uma atividade de colagem em queuma mesma imagem seja reproduzida diversas vezes com umfundo variado, ou vice-versa. Ao final da produção, investi-guem se a percepção se difere em cada um dos casos.

Geraldo de Barros, além das produções de fotografia, tam-bém desenvolveu um trabalho muito importante comodesigner. Hermelindo Fiaminghi, no filme, cita que, paramuitos artistas das décadas de 50 e 60, o design estavapresente em liquidificadores, móveis e outros utensílios.Porém, será que está claro para todos o que é o design?

material educativo para o professor-propositor

GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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Investigue isso junto aos alunos e convide-os a buscar odesign em móveis e objetos do dia-a-dia, tentando perce-ber as relações entre estética e funcionalidade que deveri-am estar integradas em cada uma das peças.

Outra vertente do trabalho de Geraldo de Barros é a pintura.Participante do Grupo Ruptura, o artista desenvolve umapintura concreta que se relacionava inteiramente com o pe-ríodo de industrialização de São Paulo. Sugira aos alunos umabreve pesquisa sobre o que foi esse movimento, buscandorelações entre a pintura concreta, a fotografia e o design.

No documentário, percebemos uma forte admiração dasfilhas de Geraldo de Barros – Fabiana e Lenora de Barros –por sua atuação artística, inclusive, por elas também seremartistas. Que tal conhecer um pouco sobre essas duas ar-tistas contemporâneas? Será que podemos perceber a in-fluência de Barros em suas produções?

O documentário tem fotografia assinada por Mário Carnei-ro, um dos mais sofisticados diretores de fotografia do ci-nema brasileiro e intimamente ligado às origens do cinemanovo. Entre outros, Carneiro fotografou O padre e a moçae Porto das caixas. Conhecer o trabalho de Mário Carneiroe do cinema novo pode ampliar o olhar dos alunos sobre afotografia de cinema.

O que é o negativo? E as recriações feitas no momento daprodução da foto no laboratório fotográfico? Hoje, o quemuda com as máquinas digitais? Uma visita ao fotógrafo dobairro pode ampliar a compreensão da linguagem da foto-grafia e dos procedimentos técnicos e criativos.

Conhecendo pela pesquisaNa fotografia contemporânea, existem diversas vertentes,pois a criatividade e a imaginação também não obedecem apadrões. O crítico Tadeu Chiarelli12 afirma:

Se esses seis artistas mencionados [Rosângela Rennó, Mario Cravo

Neto, Sebastião Salgado, Geraldo de Barros, José Oiticica e Alair

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Gomes] não formaram propriamente ‘escolas’ dentro do campo da

fotografia brasileira, podemos dizer que a presença de suas produções

viabilizou e vem viabilizando a ampliação do meio fotográfico local,

tornando-o menos concentrado em apenas uma ou outra tendência.

Sobre quais tendências Chiarelli se refere? Quais outrostipos de produção fotográfica encontramos no Brasil doséculo 21?

A história do Brasil está inserida no documentário, consti-tuindo o contexto da produção de Geraldo de Barros. Parainiciar uma pesquisa sobre o cenário da política brasileiradurante todos os anos de vida de Geraldo de Barros, vocêpode partir das próprias colocações do narrador e das ima-gens escolhidas para representar alguns momentos políti-cos marcantes. A ditadura de Getúlio Vargas, o AI5 e asDiretas Já talvez sejam os pontos-chave, mas existem mui-tos outros acontecimentos importantes que também influ-enciaram, direta ou indiretamente, a produção artística na-cional. Nesse estudo, é possível trabalhar junto ao pro-fessor de história, possivelmente desenvolvendo um projetointerdisciplinar.

Como surge o design no Brasil? Quais foram os artistas queexploraram essa linguagem? Quando, como e onde surgi-ram as primeiras escolas de design no Brasil? Podemos con-siderar o design uma linguagem das artes? Por quê? Essessão alguns questionamentos que podem ser estudados e,se possível, ampliados para a origem do design internacio-nalmente, lembrando do processo vivido pelos cons-trutivistas russos e pela Bauhaus, que tiveram grande influ-ência em toda a produção mundial.

Complementando os estudos de história e se valendo daestética adotada no documentário, o que os alunos podempesquisar sobre o cinema brasileiro? Quando essa lingua-gem surge em nosso país? Quais foram os primeiros filmesbrasileiros? Qual a importância do estúdio Vera Cruz e doempresário Franco Zampari para o desenvolvimento do ci-nema nacional?

material educativo para o professor-propositor

GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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Após a década de 90, houve uma revalorização de nossasproduções cinematográficas. Se possível, propicie aos alu-nos exibições integrais ou partes de filmes antigos e recen-tes, compare as produções, percebendo as transformaçõesque ocorreram no tipo de interpretação, nos efeitos utiliza-dos e na qualidade de imagem e som. Crie uma roda dediscussão sobre o assunto.

O documentário é um gênero dentro das categorias de ci-nema, existindo festivais exclusivos dessa categoria, como,por exemplo, o festival É tudo verdade, que está em sua 10ªedição neste ano de 2005. O que diferencia um documentáriode um filme de ficção? É possível integrar essas duas cate-gorias? Em Geraldo de Barros: sobras em obras, optou-sepor uma narração. Existem outras possibilidades de se con-tar uma história real? Quais?

Amarrações de sentidos: portfólio

Para finalização do projeto desenvolvido a partir do documentário,é importante retomar tudo o que foi estudado pelos alunos. Paraque esse fechamento dê continuidade à produção individual dosalunos, proponha a criação de um portfólio, ou seja, um trabalhoque sintetize os conhecimentos e agrupe as produções escolhi-das por eles.

São muitas as possibilidades de formato, porém, já que trabalha-mos com a linguagem fotográfica, você pode sugerir um formatode álbum fotográfico ou caixa de fotografias, na qual os alunosorganizem as diferentes produções: textos escritos, pesquisasrealizadas, trabalhos de investigação no fazer-artístico, etc.

Valorizando a processualidadeEsse é o momento de avaliar o projeto como um todo, especi-almente a sua atuação diante dos desafios que surgiram. Comos alunos, você pode fazer uma avaliação considerando a dis-cussão dos portfólios.

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A avaliação pode ser feita partindo das anotações de seu diá-rio de bordo. Ele foi seu companheiro durante todo o percursodo trabalho e possui seus registros de expectativas e inquieta-ções. Tente buscar quais foram resolvidas e como foi esse pro-cesso. Quais proposições tiveram um resultado melhor? Porquê? O que precisa ser modificado? O que os alunos conhece-ram realmente? Surgiram novas idéias de projetos? Quais?

GlossárioDesign (pronuncia-se “dizáin”) – a palavra design origina-se do latim “de

+ signare”, e este de signum, sinal, símbolo, e, em inglês, projeto e/ouesboço. O termo está inserido no que se convencionou chamar de artesaplicadas, conectadas diretamente com o mundo cotidiano. É utilizado paradefinir genericamente a atividade de planejamento e projeto em suas vá-rias habilitações: design de produto, design gráfico, webdesign, design demoda, entre outros. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais<www.itaucultural.org.br.>.

Fotomontagem – “Fotografia na qual os negativos inteiros, ou em parte,são combinados para formar uma nova imagem. Técnica muito utilizadapelos dadaístas na década de 1920.” Fonte: JANSON, H. W. Iniciação à

história da arte. São Paulo: Martins Fontes: 1996.

Gestalt – utilizado para abarcar a teoria da percepção visual baseada napsicologia da forma, este termo alemão é geralmente traduzido como fi-gura, forma, estrutura, e se vulgarizou como “boa forma” em termos dedesign. Em 1890, o psicólogo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932)lançou as bases do que viria mais tarde a ser os estudos da psicologia daforma (originalmente, Gestaltpsychologie), que considera que nossa es-trutura cerebral não vê partes isoladas, mas relações. Fonte: GOMESFILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. SãoPaulo: Escrituras, 2000.

Grupo Ruptura – tratava-se de um grupo formado inicialmente por WaldemarCordeiro, Lothar Charoux, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Kazmer Féjer, AnatolWladyslaw e Leopoldo Haar, que, desde a década anterior, realizava experiênciascom a abstração, abandonando a representação da realidade em suas obras. Aidéia era organizar um projeto de reforma para a cultura brasileira, pois a arterepresentativa não respondia às novas questões do mundo industrial. Fonte:<www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/ruptura.html>.

Grupo Rex – o Grupo Rex tem início em junho de 1966, sendo seus fundado-res os artistas Carlos Fajardo, Frederico Nasser, Geraldo de Barros, JoséResende, Nelson Leirner e Wesley Duke Lee. Inaugura suas atividades com

material educativo para o professor-propositor

GERALDO DE BARROS – SOBRAS EM OBRAS

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a abertura de um espaço de exposições, a Rex Gallery & Sons, e o lançamen-to de um jornal-boletim, o Rex Time. Desse modo, reage ao circuito tradicio-nal do mercado e das mostras de arte, buscando novas formas de comunica-ção com o público e propondo uma arte experimental que vai sendo exibida àmedida que é desenvolvida. Contrapõe-se também à crítica de arte dominan-te nos jornais, apontando a falta de informações dos artistas e do público. Ogrupo tem uma atuação marcada pela irreverência e pelo humor. Encerra suasatividades em maio de 1967 com a Exposição-não-exposição. Fonte: Enciclo-pédia Itaú Cultural de Artes Visuais <www.itaucultural.org.br>.

BibliografiaACAYABA, Marlene Milan. Branco & preto: uma história de design brasi-

leiro nos anos 50. São Paulo: Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1994.

AMARAL, Aracy (org.). Arte construtiva no Brasil. São Paulo: CompanhiaMelhoramentos: DBA Artes Gráficas, 1998.

CHIARELLI, Tadeu. Arte internacional brasileira. São Paulo: Lemos-Edi-torial, 2002.

COSTA, Helouise; SILVA, Renato Rodrigues da. A fotografia moderna no

Brasil. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

LEAL, Joice Joppert. Um olhar sobre o design brasileiro. São Paulo: Ob-jeto Brasil: Instituto Unmep: Imprensa Oficial do Estado, 2002.

Seleção de endereços de artistas e sobre arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 09 set. 2005.

ARTE CONCRETA. Disponível em: <www.artemoderna.art.br/artebr/concretis.htm>.

BARROS, Fabiana de. Disponível em: <www.kiosqueaculture.ch/FabCV.htm>.

BARROS, Geraldo de. Disponível em: <www.mac.usp.br/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/barros/bio.html>.

BARROS, Lenora de. Disponível em: <www.imediata.com/BVP/Lenora_de_Barros/index.html>.

____. Disponível em:<www.britocimino.com.br/port/artistas/barros/obras-barros.htm>.

BAUHAUS, A escola de. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/art_data/bauhaus.htm>.

CARNEIRO, Mário. Disponível em: <www.abcine.org.br/ABC_html/tex-tos/mario_carneiro/mariocarneiro.htm>.

CINEMA. Disponível em: <www.abcine.org.br/>

____. Disponível em: <www.cinemando.com.br>.

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DESIGN. Disponível em: <www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/artecult/design/apresent/>.

FOTOGRAFIA. Disponível em: <www.fotoclub.art.br/>.

Notas1 Consulte na DVDteca Arte na Escola os documentários sobre esses artistas.2 Trucagem é uma técnica cinematográfica que permite a direção de fusãode imagens, inserção de letreiros e símbolos e outros efeitos visuais nosfilmes, realizada no aparelho que se chama truca. Fonte: <http://arthurvarela.ubbihp.com.br/glossariovideo.htm>. Acesso em 30 set. 2005.3 Geraldo de BARROS, Fotoformas, s/página.4 A fotógrafa Ana Moraes é sua assistente nas fotomontagens que foramrealizadas entre março de 1996 e dezembro de 1997. Assim, as antigasimagens são montadas, sobrepostas e coladas sobre uma pequena placade vidro (7 cm x 6 cm), dando à luz um novo negativo. A ampliação em papelé feita diretamente da plaquinha de vidro, já transformada em negativo.5 HERKENHOFF, Paulo. Memória: um pé na racionalidade, outro na expe-rimentação. Folha de S. Paulo, São Paulo, Caderno Ilustrada, 18/04/98.6 Entre os artistas do Grupo Ruptura encontram-se Waldemar Cordeiro,Luiz Sacilotto, Lothar Charoux, entre outros.7 Com Geraldo de Barros, formam o Grupo Rex os artistas Wesley DukeLee, Nelson Leirner, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende.8 Devido ao seu tamanho as pinturas são trabalhadas na posição hori-zontal. Não se trata de transpor das vias urbanas um pedaço do outdoorapenas. Ele era trabalhado pelo artista e transformado em algo novo. Estasérie é considerada pelo artista como a mais próxima da obra do artistapop Lichtenstein, mas, ao contrário desse, que procura transpor para assuas telas a história em quadrinhos ou uma imagem publicitária ampliadacom os seus mínimos detalhes, Barros altera e elimina as retículas deimpressão e as cores originais do outdoor.9 Op. cit., Geraldo de BARROS, Fotoformas, s/página.10 A Unilabor é uma fábrica de móveis que funcionou entre 1954 e 1967,na capital paulista, movida pela ação autogestionária e que mesclou artemoderna, religião e ação política. Iniciativa do frei dominicano João Batis-ta Pereira dos Santos, em meio a um ambiente de forte inserção da IgrejaCatólica nos movimentos sociais - período da existência de gruposengajados nas áreas universitárias e operárias.11 CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo:Companhia das Letras, 1990, p. 138.12 Tadeu CHIARELLI. Arte internacional brasileira, p. 142.