20
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul - Ano VI / N o 47 / Fevereiro 2008 Informativo Avenida Princesa Isabel, 921 Porto Alegre/RS 90620-001 Páginas 4 e 5 SUS: chegamos ao limite Páginas 10 e 11 Cremers entrega dossiê à CPI do Detran com denúncias de desvio da remuneração dos médicos para outros fins Página 8 Conselho repudia ações que obrigam médicos não ligados ao SUS a atender pelo Sistema Página 19 Reunião com médicos de Bento Gonçalves para sustar a criação de uma faculdade de Medicina na região Cremers, Simers e Amrigs estão organizando grande manifestação para o dia 25 de abril. Será uma mobilização em defesa de melhorias no SUS, com maior valorização do trabalho médico e mais qualidade no atendimento à população SUS: chegamos ao limite

Cremers ed 47 · Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul ... hall tsc Got Mascia Antônio Carlos ... s o d a d i v a o c s i r m e o d n o p e o t n e m

Embed Size (px)

Citation preview

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul - Ano VI / No 47 / Fevereiro 2008

Informativo

Avenida Princesa Isabel, 921Porto Alegre/RS

90620-001

Páginas 4 e 5

SUS: chegamos ao limite

Páginas 10 e 11

Cremers entrega dossiê à CPI do Detran com denúncias de desvio da remuneração dos médicos para outros fins

Página 8

Conselho repudia ações que obrigam médicos não ligados ao SUS a atender pelo Sistema

Página 19

Reunião com médicos de Bento Gonçalves para sustar a criação de uma faculdade de Medicina na região

Cremers, Simers e Amrigs estão organizando grande manifestação para o dia 25 de abril. Será uma mobilização em defesa de melhorias

no SUS, com maior valorização do trabalho médico e mais qualidadeno atendimento à população

SUS: chegamos ao limite

Informativo

2JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Notas

Presidente: Marco Antônio BeckerVice-presidente: Cláudio Balduíno Souto Franzen

1º Secretário: Fernando Weber da Silva Matos 2º Secretário: Ismael Maguilnik

Tesoureiro: Isaias Levy Corregedores: Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier

Conselheiros Antônio Celso Koehler Ayub | Carlos Antônio Mascia Gottschall

Céo Paranhos de Lima | Cláudio Balduíno Souto FranzenErcio Amaro de Oliveira Filho | Fernando Weber da Silva Matos

Flávio José Mombrú Job | Isaias Levy | Ismael MaguilnikIvan de Mello Chemale | João Pedro Escobar Marques Pereira

Joaquim José Xavier | José de Jesus Peixoto CamargoJosé Pio Rodrigues Furtado | Luiz Augusto Pereira

Marco Antônio Becker | Marineide Gonçalves de Melo Martinho Alexandre Reis Álvares da Silva

Newton Monteiro de Barros | Régis de Freitas Porto Rogério Wolf de Aguiar | Alberi Nascimento Grando

Cláudio André Klein | Cléber Ribeiro Álvares da Silva Douglas Pedroso | Enio Rotta | Euclides Viríssimo Santos Pires

Fernando Antônio Lucchese | Geraldo Druck Sant’Anna Ibrahim El Ammar | Iseu Milman | Izaias Ortiz Pinto

Jefferson Pedro Piva | José Pedro LaudaLuciano Bauer Gröhs | Magno José Spadari

Marco Antônio Oliveira de Azevedo Maria Lúcia da Rocha Oppermann

Mário Antônio Fedrizzi | Moacir Assein ArúsSilvio Pereira Coelho | Tomaz Barbosa Isolan

O Informativo Cremers é uma publicação doConselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul

Av. Princesa Isabel, 921 CEP 90620-001 – Porto Alegre/RSFone (51) 3219.7544 Fax (51) 3217.1968

E-mail: [email protected] – www.cremers.com.br

Conselho EditorialMarco Antônio Becker, Cláudio Balduíno Souto Franzen,

Fernando Weber da Silva Matos, Ismael Maguilnik e Isaias Levy

Redação: W/COMM Comunicação Jornalista Responsável: Ilgo Wink – Mat. 2556

Repórter: Viviane Schwäger – Reg. 10233Revisão: Raul Rubenich

Estagiários: Luis Felipe dos Santos e Aline CamargoFotos: W/COMM Comunicação, Still Fotografias e

Olderige Zardo

Projeto e Produção Gráfica Stampa Design

Direção: Eliane CasassolaEditoração: Fernanda Pinheiro

CTI: Ana Paula AlmeidaIlustrações: Ana Paula Almeida e Fernanda Pinheiro

(51) 3023.4866 [email protected]

Tiragem: 30.000 exemplares

A Redação reserva-se o direito de publicar ou não o material a ela enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da Diretoria do Cremers. O conteúdo do Informativo Cremers pode ser reproduzido, desde que mencionados o autor e a fonte.

O Conselho Federal de Medicina aprovou na Sessão Plenária do dia 20 de fevereiro resolução que regulamenta a organização de serviços médicos, em instituições de prática desportiva para competições oficiais. O respon-sável técnico pelo Serviço deve ser inscrito no CRM da região. A estrutura mínima fixa ou móvel do Serviço ainda será definida pela Câmara Técnica de Medicina do Esporte do CFM, de acordo com a Resolução aprovada.

Na exposição de motivos da Resolução, o coordenador da Câmara Técni-ca, Marco Antônio Becker, fala sobre o significado da Resolução. “É de capital importância um planejamento global das instituições que se dediquem à forma-ção e manutenção de atletas, não só para um melhor desempenho da atividade desportiva, como para a adequação e segurança física dos praticantes”.

CFM aprova resolução que regulamenta serviços médicos em organizações esportivas

A decisão do Grupo Hospitalar Conceição em relação à jor-nada de trabalho de seus mé-

dicos gerou reação dos profissionais e do Cremers. No dia 30 de janeiro, o Conselho enviou ofício à Superin-tendência do GHC manifestando sua contrariedade diante da decisão, defi-nida como “incompatível com o exer-cício da Medicina”, já que obriga o “médico a interromper o atendimento por dez minutos a cada noventa mi-nutos trabalhados, registrando este intervalo no ponto eletrônico e, em consequência, prejudicando o aten-dimento e pondo em risco a vida dos pacientes”.

O Cremers decidiu, então, denun-ciar a decisão do GHC à comunidade, o que fez em notas veiculadas em emissoras de rádio (confira abaixo), alertando sobre a perda na qualida-de do atendimento médico a partir da determinação de pausa obrigatória. “Imaginem o médico ser obrigado a interromper um procedimento cirúr-gico, um parto, por exemplo, porque

precisar bater o ponto eletrônico. Isso é inadmissível”, protesta o presidente do Cremers, Marco Antônio Becker.

No dia 25 de fevereiro, o Cremers enviou ofício à direção do GHC e aos médicos da instituição informando so-bre o parecer de sua Assessoria Jurídica sobre o assunto.

Cremers protesta contra decisão do GHC

O Grupo Hospitalar Concei-ção obriga seus médicos a cum-prir dez minutos de intervalo a cada 90 de trabalho. É inaceitável a interrupção do atendimento, in-clusive de cirurgias, para registrar o ponto. Essa decisão é incompa-tível com a prática médica.

Cremers, em defesa de uma medicina eficiente, digna e igua-litária.

Nota veiculada em emissoras de rádio

em fevereiro

3JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Editorial

Mobilização para salvar a Saúde

D

"As entidades

médicas agem como

catalisadoras da

indignação de todos

os médicos, que

precisam assumir

agora, de uma vez

por todas, como

protagonistas de uma

mobilização que busca

com toda a sociedade,

acima de tudo, uma

saúde pública eficiente,

digna e igualitária."

Dr. Marco Antônio BeckerPresidente do Cremers

esde a sua criação, em 1988,

o Sistema Único de Saúde tem

como alicerce de sua gigantesca

estrutura o médico. Contudo,

apesar de sua inquestionável im-

portância dentro do sistema, por-

que está na linha de frente.

O SUS é formado hoje por

6.797 hospitais, 369 mil leitos

e onze mil postos de saúde.

Todo esse aparato só funciona

com a presença do médico,

por mais que o atual governo

busque diminuir sua impor-

tância dentro de determinados

programas. Na hora da dor, do

sofrimento e da doença, a po-

pulação recorre ao médico.

Em pesquisa realizada recen-

temente pelo Ibope, a saúde foi

considerada a principal insatisfa-

ção da sociedade, superando a

violência, a educação, etc. Outra

pesquisa, esta de dois anos atrás,

apontou que o médico é a ins-

tituição de maior credibilidade

perante a população.

Se a saúde é o bem maior de

todos, preocupação maior das

pessoas, e se o médico tem toda

essa importância social, por que

não há mais investimentos no

SUS? E por que o médico não

tem seu trabalho remunerado

dignamente?

A tabela do SUS ficou prati-

camente congelada durante mais

de uma década. No final do ano

passado, o Ministério da Saúde

anunciou um reajuste médio de

32%, que ficou longe de cobrir

as perdas acumuladas.

Diante disso, o médico pre-

cisa ter vários empregos pa-

ra garantir um padrão salarial

aceitável, mas ainda abaixo de

sua imensa responsabilidade. No

ano passado, os médicos do

Nordeste, cansados da humi-

lhante remuneração que rece-

biam do SUS, algo em torno de

R$ 1,2 mil, fizeram greve.

Greve de médico é algo mui-

to sério, muito delicado. Causa

sofrimento ao profissional e aos

pacientes. Mas foi só assim que

os colegas nordestinos conse-

guiram a atenção do governo e

reajuste salarial.

O governo sempre alega que

não há recursos. O Brasil é um

dos países que menos investe

em saúde, superado até por paí-

ses como Argentina, Colômbia e

Chile. A perda da Contribuição

Provisória sobre Movimentação

Financeira (CPMF) foi lamentada

pela União. A choradeira foi tan-

ta que parecia o fim do SUS.

Em janeiro, no primeiro mês

sem a CPMF, o governo bateu

recorde em arrecadação, atin-

gindo a impressionante volume

de R$ 62,5 bilhões, o segundo

maior da história.

E não há dinheiro para a saú-

de. Uma cantilena repetida ano

após ano e que só se sustenta

porque os médicos seguem tra-

balhando, mantendo o sistema

à custo de seu esforço, de seu

suor e do seu amor pelo seme-

lhantes, tendo em contrapartida

remuneração irrisória, um fla-

grante contraste com os cartões

corporativos.

Estamos no limite.

As entidades médicas agem

como catalisadoras da indigna-

ção de todos os médicos, que

precisam assumir agora, de uma

vez por todas, como protago-

nistas de uma mobilização que

busca com toda a sociedade, aci-

ma de tudo, uma saúde pública

eficiente, digna e igualitária.

4JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Mobilização

Tabela SUS: defasagem altíssimaem relação aos custos e à inflação

A defasagem da tabela do SUS

ainda é alta, mesmo com o

reajuste que atingiu quase to-

dos os procedimentos com baixa e

média complexidade. Os honorários

pagos aos médicos não acompanham

os custos nem os valores pagos aos

hospitais, configurando um quadro

altamente nocivo à saúde pública. Os

problemas são principalmente obser-

vados na área da pediatria, na qual o

valor pago aos médicos pelos procedi-

mentos é muito baixo.

Confira na tabela ao lado algumas

comparações:

Procedimento Valor pago SUS

(em R$)Valor pago ao

médico (em R$)Porcentagem

Custo do hospital (em R$)

Apendicectomia 366,90 146,39 * 39% 1.573,47

Pneumonia (lactente)

554,68 83,88 ** 15% 3.784,19

Insuficiência Respiratória

Aguda - Pediatria557,96 28,00 ** 5% N/I

Insuficiencia Cardíaca - Pediatria

635,87 36,52 ** 5,74%

Colecistectomia 608,19 226,01 37,16% 2.898,72

Herniorrafia Inguinal

Unilateral372,44 133,60 35,87% 463,70

Crise Asmática - Pediatria

437,10 22,93 5,24%

Segundo o Dr. Júlio Matos, presidente

da Federação dos Hospitais Filantrópicos,

em média, desde o início do Plano Real

em julho de 1994, os valores da tabela

do SUS foram aumentados em 46,52%. O

índice da inflação, medido pelo IGP-M,

chegou a 450%. Veja na próxima tabela

a relação com outros valores:

Procedimento Reajuste em média (1994-2008)

Tabela SUS 46,52%

Inflação (IGP-M) 450%

Custos dos Hospitais 410%

Energia Elétrica 490%

Comunicações 630%

Água 550%

"É preocupante o descaso dos

governos em relação a saúde

pública. A baixa remuneração

e as más condições de trabalho

são os principais motivos pelos

quais os médicos têm se sentido

cada vez menos incentivados a

atenderem pelo SUS. O pagamento

de uma consulta pelo sistema a

um especialista, por exemplo,

é de apenas R$ 10,00, com o

aumento de janeiro último."

Marco Antônio Becker

5JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Mobilização

Cremers, Simers e Amrigs es-tão organizando o movimento Pró-SUS a ser realizado no dia

25 de abril. A diretoria do Conselho vem há muito tempo alertando para a gradativa e constante desvalorização do médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Chegou-se à conclusão de que fazer um grande evento com todas as entidades médicas e a socie-dade é o primeiro passo para sensibi-lizar os governos.

– É preocupante o descaso dos governos em relação a saúde pública. A baixa remuneração e as más con-dições de trabalho são os principais motivos pelos quais os médicos têm se sentido cada vez menos incentiva-dos a atenderem pelo SUS. O paga-mento de uma consulta pelo sistema a um especialista, por exemplo, é de apenas R$ 10,00, com o aumento de janeiro último – comenta o presidente do Cremers Marco Antônio Becker.

No Rio Grande do Sul, pacientes em muitos casos têm que aguardar dois anos por uma cirurgia eletiva. E a tendência é que esse tempo de espera aumente. Grande parte dos hospitais que atendem pelo SUS estão em condi-ções deploráveis de estruturas física e financeira e não oferecem as condições necessárias básicas para que o médico exerça seu trabalho de forma adequada. Nos últimos anos, milhares de leitos em todo o país foram indisponibilizados. A situação torna-se insustentável.

Pesquisa recente do Ibope mostrou que a saúde é a principal insatisfação dos brasileiros. Os índices de mortali-dade e morbidade do Brasil são supe-riores aos dos países da América Latina com a mesma renda per capita, além do fato de que o SUS está repleto de projetos inacabados.

Em 21 de novembro de 2007 ocorreu o Dia Nacional do Protesto organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM),

Associação Médica Brasileira (AMB), Fe-deração Nacional dos Médicos (Fenam) e outras entidades da área da saúde. Nesse dia iniciou-se o Movimento de Valoriza-ção do SUS e do Trabalho Médico.

É o momento para pautar a discus-são e refletir sobre mudanças urgentes para melhorar as condições de trabalho dos médicos. Priorizar a educação pa-ra a saúde a fim de prevenir doenças, embasar a infra-estrutura das unidades básicas de saúde com diversas especia-lidades de médicos para aliviar hospitais e pronto-socorros, e reconsiderar o re-passe de verbas destinados ao SUS para uma remuneração melhor do médico.

Com a classe médica valorizada, o SUS funcionará melhor. E é com esse pensamento que a manifestação públi-ca está sendo organizada. Neste dia, to-dos os médicos, estudantes, pacientes e a sociedade como um todo deverão ir às ruas de Porto Alegre para apoiar melhorias no SUS.

Entidades Médicas organizammanifestação Pró-SUS

Evento acontecerá dia 25 de abril e tem como objetivo conseguir melhorias no Sistema Único de Saúde

Serão contatadas as seguintes entidades e instituições:■ Associações de portadores de doença

■ Médicos residentes■ Estudantes de medicina■ Professores■ Centros Acadêmicos das Faculdades de Medicina■ Secretarias de Saúde do Estado e dos municípios

■ Conselhos de Saúde do Estado

e dos municípios

■ Conselhos e sindicatos das áreas

da saúde

■ Delegacias Seccionais do Cremers,

Simers e Amrigs

■ Comissões de Saúde das Câmaras de

vereadores e da Assembléia Legislativa

■ Câmaras Técnicas

■ Conselho Deliberativo da Amrigs

■ Diretores Técnicos e Clínicos

■ Diretores das Faculdades

de Medicina

■ Fóruns de Defesa do Consumidor e

dos Conselhos Profissionais (Conselhão)

■ Ministério Público

■ Ordem dos Advogados do Brasil

■ Sindicato dos Empregados

em Saúde

Todos deverão participar do movimento

6JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Exercício Profissional

Em função de seu rigor na avaliação dos diplomas emitidos no Exterior, o Cremers descobriu um diploma falso emitido por faculdade boliviana.O suposto médico tentou transferir sua carteira, que já estava registrada no CRM do Amazonas (revalidado pela

Universidade Federal do Ceará), para o Rio Grande do Sul, de onde ele é natural. Após uma análise minuciosa, inclusive com consulta à faculdade emitente do documento, foi constatado que o diploma era falso.

O portador do diploma sequer estava inscrito nessa faculdade da Bolívia, mas já havia conseguido se registrar em outros Estados. O que prova que o Cremers está muito certo ao não ceder a carteira sem antes uma apurada investigação - destaca o presidente Marco Antônio Becker.

Rigor do Cremers descobre diploma falso

O Conselho Regional de Medicina do

Estado do Rio Grande do Sul, no uso das

atribuições, conferidas pela Lei nº 3.268, de

30 de setembro de 1957, regulamentada pelo

Decreto nº 44.045,de 19 de julho de 1958, e,

CONSIDERANDO que o artigo 5º, inciso

XIII, da Constituição Federal de 1988, assegu-

ra ser livre o exercício de qualquer trabalho,

ofício ou profissão, atendidas as qualificações

profissionais que a lei estabelecer;

CONSIDERANDO que o artigo 2º da Lei

nº 3.268/57 dispõe que os Conselhos Regio-

nais de Medicina são os órgãos supervisores

da ética profissional em toda a República e ao

mesmo tempo julgadores e disciplinadores da

classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar,

por todos os meios ao seu alcance, pelo per-

feito desempenho ético da medicina e pelo

prestígio e bom conceito da profissão e dos

que a exerçam legalmente;

CONSIDERANDO que de acordo com o

artigo 15, letra “c”, da Lei nº 3.268/57 os Con-

selhos Regionais de Medicina são incumbidos da

fiscalização do exercício da profissão médica;

CONSIDERANDO que de acordo com o

artigo 15, letra “h”, da Lei nº 3.268/57 os Con-

selhos Regionais de Medicina são incumbidos

de promover, por todos os meios a seu alcan-

ce, o perfeito desempenho técnico e moral

da medicina e o prestígio e bom conceito da

medicina, da profissão e dos que a exerçam;

CONSIDERANDO o disposto no § 3º do

artigo 2º do Decreto nº 44.045/58, que au-

toriza os Conselhos Regionais de Medicina

a exigir dos postulantes à inscrição “outros

documentos que sejam julgados necessários

para a complementação da inscrição”;

CONSIDERANDO os casos comprova-

dos de diplomas falsos apresentados por pes-

soas supostamente formadas no Exterior;

CONSIDERANDO que há faculdades no

Exterior que ministram “cursos” de medicina

sem estarem autorizadas pelos respectivos

Ministérios da Educação.

RESOLVE:

Art. 1º - Nos processos administrativos de

inscrição cujos interessados sejam formados

em faculdades estrangeiras, deverão ser ob-

servadas as diligências a seguir expostas, sem

prejuízo dos demais documentos exigidos no

Manual Técnico Disciplinar:

I – expedir ofício ao Ministério da Educa-

ção do País de origem para que informe se a

faculdade em questão é oficialmente reconhe-

cida para oferecer o curso de Medicina e qual

o ato normativo autorizativo;

II – expedir ofício à faculdade emissora

do diploma, para que informe se o postulante

à inscrição efetivamente colou grau naquela

instituição no curso de Medicina;

III – expedir ofício à faculdade que reva-

lidou o diploma para que confirme a efetiva

revalidação, bem como informe se o ato

foi realizado mediante regular processo de

avaliação na forma da Lei, ou se por ordem

judicial, neste caso devendo ser informada a

fase do respectivo processo judicial.

Art. 2º - As determinações constantes do

artigo anterior não excluem a possibilidade de

serem determinadas novas diligências ou exigi-

da a apresentação de novos documentos que

se julguem necessários ao pedido de inscrição.

Art. 3º - Esta Resolução entrará em vigor

na data de sua publicação, revogando-se as

disposições em contrário.

Porto Alegre, 12 de fevereiro de 2008.

Dr. Marco Antônio Becker

Presidente

Dr. Fernando Weber Matos

Primeiro-Secretário

RESOLUÇÃO CREMERS Nº 02/2008Ementa: Dispõe sobre diligências complementares necessárias ao registro de médicos

formados em faculdades do Exterior.

7JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Exercício Profissional

A diretoria do Cremers está preocupada com a facili-dade que médicos brasi-

leiros formados no exterior estão encontrando para obter liminares na 4ª Vara Federal, de Porto Ale-gre, autorizando o exercício da medicina no país. Estes médicos conseguem a autorização sem revalidar os seus diplomas em universidades públicas brasileiras como preceitua a legislação.

Alguns juízes, infelizmente, fazem até a compatibilização de currículos médicos, atribuição exclusiva das universidades bra-sileiras através de professores médicos. Essas decisões judiciais obrigam as universidades a re-validar diplomas sem nenhuma análise técnica e os conselhos de Medicina a registrar esses diplo-

mas”, lamenta o vice-presidente do Cremers, Cláudio Balduíno Souto Franzen, destacando que “decisões desse tipo deixam a sociedade desprotegida, pois es-ses médicos não foram avaliados pelos órgãos que têm compe-tência e amparo legal para isso”. Franzen enfatiza que os "médi-cos formados no Exterior devem seguir a legislação" para poder exercer a profissão no Brasil, e não recorrer à Justiça para atingir esse objetivo. O Cremers recor-rendo dessas decisões.

Existem hoje aproximada-mente seis mil brasileiros cursan-do medicina na Bolívia, grande parte em faculdades com precá-rias condições técnicas.

- Na realidade, existe uma verdadeira indústria de diplomas

hoje, e não apenas na Bolívia. Existem empresas especializadas em mandar brasileiros para estu-dar medicina em outros países, onde os candidatos não precisam sequer prestar o vestibular.

O problema se agrava com a existência de cursos de medicina que não são reconhecidos pelos próprios países de origem. Marco Antônio Becker, que é presiden-te da Confemel (Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe), informa que existem fa-culdades funcionando sem esta-rem autorizadas pelos respecti-vos Ministérios de Educação. “O Cremers está oficiando a todos os governos para que mandem a relação das faculdades de me-dicina realmente legalizadas e regularizadas”, destaca.

‘Médicos formados no Exterior devem seguir a legislação'

No dia 11 de fevereiro, o Cremers conseguiu agravo de instrumento

contra a decisão que obriga a entidade a registrar médico for-mado na Bolívia e que não pas-sou pelo processo de revalidação. Esse médico conseguiu, através de decisão judicial, a revalidação automática do diploma, mesmo sem a avaliação técnica neces-sária e indispensável. A Juíza fe-deral Ingrid Schroder Sliwka deu ao Cremers prazo de 30 dias para comunicar ao juiz que concedeu

a liminar anterior a sua decisão sobre a revalidação do diploma.

A Juíza baseou a sua deci-são em parecer da Juíza federal Maria Helena Marques de Cas-tro, que, em outra ação ajui-zada pelo Cremers (processo 2006.71.00.039889-0/RS) em re-lação a egresso de universidade boliviana, afirma:

“... a autarquia profissional editou ato normativo que impõe a prévia consulta à universidade estrangeira acerca de legitimi-dade do diploma por ela expe-

dido, disposição esta fruto da constatação de casos anteriores onde restou comprovada a fal-sificação de documentos. O que se percebe desta forma, é que a autarquia não pretende negar o registro ao impetrante, mas apenas o condiciona ao proce-dimento previsto no ato norma-tivo antes mencionado. Trata-se de precaução, que além de não ferir o direito aqui pretendido de registro profissional, visa a tutelar um bem maior coletivo, qual seja, a saúde pública.”

Formado na Bolívia: Cremers consegue vitória na Justiça

Seis mil brasileiros estudam medicina na Bolívia

8JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Atuação

A aprovação do Projeto de Lei 65/03, que limita a criação e a ampliação de cursos de medicina no Brasil por dez anos, é um alento na grave questão do ensi-no médico. O projeto, de autoria do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), passou com alterações pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), mas ainda depende de aprovação do Plenário da Câmara Federal.

O Cremers tem mantido luta incessante contra a prolife-ração de faculdades de medici-na, usando para isso espaços na

mídia, nos quais destaca que o país já tem médicos em dema-sia e que é preciso uma política pública eficiente para distribui-ção dos profissionais, como a criação de um plano de carreira para os médicos do SUS.

O fato é que o descontrole na abertura de faculdades de medicina continua. Somente em 2007, outras 12 foram reconhe-cidas pelo Ministério da Educa-ção (MEC). Neste ano, no dia 7 de fevereiro, o MEC reco-nheceu mais duas faculdades de medicina, uma em Cascavel,

no Paraná, e outra em Anápo-lis, Goiás.

Com isso, o Brasil tem hoje 175 faculdades de medicina. O País é um dos campeões mun-diais em número de escolas de medicina, figurando no segundo lugar do ranking. No topo da lista a Índia, com 252 faculdades. Em segundo está o Brasil; em terceiro, vem a China, com 150. Cabe ressaltar que Índia e China são os países mais populosos do mundo, com mais de um bilhão de habitantes cada. O Brasil não chega a 200 milhões.

Avança o Projeto de Lei que limita criação de cursos de medicina

Desde 2003,

quando o projeto

começou a tramitar,

já foram abertas

47 faculdades de

medicina no Brasil

Conselho denuncia pressão doMinistério Público sobre a prática médica

Diante da série de ações do Minis-

tério Público em relação à prática

médica em cidades do Interior, o

Cremers publicou nota oficial nos principais

jornais do Estado repudiando com veemên-

cia essas iniciativas. “Está havendo uma

pressão indevida sobre o trabalho médico,

o que não podemos aceitar. O médico não

pode ser responsabilizado pelas falhas do

SUS, que realmente não consegue prestar

um serviço de qualidade à toda a popula-

ção. A pressão do Ministério Público e da

sociedade como um todo deve ser sobre os

governos, não sobre o médico”, protesta o

presidente Marco Antônio Becker.

Em várias cidades do Interior, promotores

públicos estão obrigando médicos não vincu-

lados ao SUS a prestar atendimento pelo sis-

tema, mesmo que eles não recebam qualquer

remuneração pelo seu trabalho.

Confira a nota publicada nos principais jor-

nais gaúchos nos dias 18 e 19 de fevereiro.

“A pressão do Ministério Público e da sociedade como um

todo deve ser sobre os governos, não sobre o médico”.

Marco Antônio Becker

Conselho Regional de Medicinado Estado do Rio Grande do Sul

SUS: DESRESPEITO AOS MÉDICOS

Os médicos não vinculados ao SUS estão desobrigados de atender beneficiários do Sistema. Se chamados a prestar atendimento nos casos de urgência e emergência, os médicos, como profissionais liberais, têm direito a fixar e receber seus honorários.

A Constituição Federal estabelece que a saúde é dever do Poder Público, cabendo a ele prover as condições de assistência à população. Portanto, não pode transferir toda a responsabilidade para os médicos, que há anos estão recebendo remuneração aviltante.

De 1993 até hoje, a inflação atingiu 450%, enquanto o reajuste dos procedimentos do SUS foi, em média, de apenas 35%.

Porto Alegre, 15 de fevereiro de 2008

Marco Antônio BeckerPresidente

Fernando Weber MatosPrimeiro-Secretário

9JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Participação

O trabalho dos médicos residentes do Complexo Hospitalar Santa Casa,

em Porto Alegre, passou por sé-rios problemas no início deste ano. Profissionais da residência denunciaram a falta de médicos anestesistas no bloco cirúrgico, prejudicando o andamento do trabalho e a orientação adequada dos médicos. As cirurgias que

necessitavam desses especialistas estavam suspensas, bem como outros procedimentos.

No dia 7 de fevereiro, o Cre-mers promoveu reunião com a diretoria técnica da Santa Casa, através do diretor Jorge Hetzel; os preceptores da residência em Urologia, pela Universidade Fede-ral de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Ernani Rhoden

e Beatriz Targa; Geraldo Jotz, pre-sidente da Comissão Estadual de Residência Médica; e Nélson Lima, residente em urologia.

Na ocasião, o diretor técnico da Santa Casa Jorge Hetzel as-sumiu o compromisso de enca-minhar a solução do problema. “Vamos contratar médicos anes-tesistas o quanto antes, para reto-mar o trabalho no bloco cirúrgico o mais rápido possível”. Geraldo Jotz, presidente da COREME/RS, acenou com a hipótese de descre-denciamento do programa pelo MEC caso o problema não for re-solvido. No dia 19 de fevereiro, o Ministério Público e a Santa Casa firmaram um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Segundo o pre-sidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes, Paulo Amaral, tal iniciativa não previa a contratação em regime de urgên-cia, mas sim o deslocamento de anestesistas de outras unidades para resolver os problemas do

bloco cirúrgico. Na mesma data, foi estabelecido o prazo de 15 de março para que a entidade completasse o quadro necessário de 32 anestesistas. No dia 20 de fevereiro, os residentes decidiram parar as suas atividades por 24 horas, exigindo soluções imedia-tas para o problema.

Quando da reunião no dia 7, os diretores do Cremers decla-raram total apoio à causa dos residentes, assim como sauda-ram a iniciativa de diálogo entre a Santa Casa e os profissionais. Declarou, entretanto, que este problema é mais uma conseqü-ência da situação terrível na qual se encontra o Sistema Único de Saúde, constantemente lesado pela falta de verbas e pela negli-gência dos gestores públicos. “É por situações como estas que os médicos devem se unir e protes-tar contra este quadro, cada vez mais prejudicial ao trabalho dos profissionais”, reiterou.

Cremers apóia movimento dos residentes da Santa Casa

Médicos residentes cobram melhores condições de trabalho Santa Casa promete contratar mais anestesistas para atender reivindicação

Reunião com diretores da Santa Casa para resolver o impasse

10JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Denúncia

O Cremers encaminhou no dia 03 de março um dossiê de irregularida-

des à CPI do Detran, instalada na Assembléia Legislativa do Estado. O documento foi entregue ao deputado Paulo Azeredo pelo presidente Marco Antônio Be-cker, acompanhado dos diretores Isaías Levy e Iseu Milman.

Antes de tomar essa provi-dência, o presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, além de participar de um debate sobre o tema no programa Conversas Cruzadas, na TVCOM, deu entre-vistas a veículos de comunicação alertando para a gravidade da situação.

– Metade do valor arreca-dado pelo Detran através da taxa do exame médico não vai a quem de direito, o próprio médico, o que é uma indecên-cia. A CPI precisa verificar por que os CFCs seguem recebendo

R$ 15,28 de cada taxa destinada ao médico a título de aluguel de sala, secretária e computador. Essa relação tão amigável do

Detran com os CFCs precisa ser investiga-da com profundidade – sugere Becker.

Desde 2002, os CFCs, que são institui-ções privadas, recebe-ram aproximadamente R$ 100 milhões sob o pretexto de pagamento de aluguel de salas.

No começo de 2005, o Cremers en-caminhou ao Ministé-rio Público um dossiê sobre irregularidades na autarquia estadu-al, sugerindo, publi-camente, que fosse aberta a “caixa-preta

do Detran”, expressão utilizada por Becker na ocasião.

Durante 2007, os 273 CFCs do Estado arrecadaram R$ 17 mi-lhões sobre os exames de saúde, o que perfaz, desde 2002, cerca de R$ 100 milhões, faturando fortunas às custas do trabalho médico.

O primeiro secretário do Cre-mers, Fernando Matos, lembra que nos outros Estados o exa-me de saúde é desvinculado dos CFCs, sendo realizado locais exclusivos para essa atividade. “Não é possível que o médico exerça a medicina subjugado aos CFCs”, protesta Matos.

O Cremers quer que os 393 médicos peritos recebam o valor integral, descontados os tributos e a taxa de administra-ção da autarquia, que é de 10%, fixada em Lei.

Cremers entrega dossiê

“A CPI precisa verificar

por que os CFCs seguem

recebendo mais de

R$ 15,28 de cada taxa

destinada ao médico

a título de aluguel de

sala. Essa relação tão

amigável do Detran

com os CFCs precisa

ser investigada com

profundidade”.

Marco Antônio Becker

Presidente Marco Antônio Becker, acompanhado dos diretores, Drs. Isaías Levy e Iseu Milman, entregou o dossiê ao deputado Paulo Azeredo

Presidente Marco Antônio Becker, em entrevista coletiva, ressaltou que a CPI deve investigar para onde vai o dinheiro desviado dos médicos

11JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Resumo da denúncia entregue à CPI do Detran A primeira irregularidade reside na retenção ilegal de valores

pagos pelo candidato a título do chamado Exame de Saúde, que, até 31 de janeiro de 2008, estava fixado em R$ 40,24. Desse total, o médico recebia por exame apenas R$ 22,93, bruto, e líquido, R$ 17,99, deduzidos o Imposto de Renda e INSS. Já o CFC rece-bia do DETRAN-RS, por perícia realizada pelo médico, R$ 15,28, a título de aluguel de sala de exames e custos operacionais. Cum-pre ressaltar que o médico até hoje não tem opção, uma vez que compulsoriamente é obrigado a usar essas salas, enquanto em todos os outros Estados da Federação o exame pericial médico é feito fora dos CFCs.

Em 2007 os CFCs faturaram R$ 17 milhões (dados fornecidos pelo DETRAN-RS), apenas a título de “cedência” dos espaços para que os médicos pudessem realizar os exames.

Ora, não é admissível que o CFC receba uma remuneração pelo aluguel da sala de exame médico tendo por critério a quan-tidade de perícias médicas, quando todos os aluguéis são pagos pela área, localização e importância do imóvel.

Toda taxa tem caráter retributivo, e, portanto, o seu valor deve ter correlação direta com o custo do serviço prestado. É ilegal o desvio de finalidade.

Para exemplificar o grau de distorção que essa sistemática ge-rou, basta ver que, segundo dados fornecidos pelo DETRAN-RS, somente num CFC, em 2007, foram realizados 12.720 exames pe-riciais, chegando à exorbitante soma de R$ 194.361,00 desviados da finalidade precípua, sob o pretexto de aluguel de salas.

Atualmente, está em vigor a Resolução DETRAN n.º 02, de 31 de janeiro de 2008, que não obstante tenha estipulado um valor fixo de R$ 1.500,00 por mês, a título de aluguel das salas de exames, a ser pago pelo DETRAN-RS aos CFCs, agravou ain-da mais a situação, pois manteve a remuneração dos médicos no patamar bruto de R$ 22,93 e elevou para R$ 41,99 o valor do Exame de Saúde a ser pago pelos candidatos à carteira de habi-litação. Se, antes, a taxa de Exame de Saúde era desviada para os CFCs, agora é abocanhada ilegalmente pelo DETRAN-RS.

Aliás, considerando-se que o Exame de Saúde é um dos mais importantes, principalmente com as inovações da última Reso-lução CONTRAN, que o torna ainda mais minucioso, o médico continua recebendo somente 3,08% do montante das taxas pagas pelo candidato à carteira de motorista.

Já em 23 de maio de 2005, o CREMERS fez um acordo com o DETRAN, após denúncias veiculadas na imprensa e entregues ao Ministério Público Estadual, em que eram apontados indícios de sonegação de tributos, pois os CFCs recebiam o valor global das taxas de Exame de Saúde, descontados os 10% para a Au-tarquia, e pagavam diretamente o médico, sem reter na fonte os tributos, como determina a legislação para remunerações acima de determinados valores.

E tamanha é a distorção, que, no sistema posto, ao candidato é possível a escolha de seu médico examinador de acordo com a op-ção do respectivo CFC, pois o rodízio preconizado no acordo até hoje não foi implantado, violando a regra básica do exame pericial que é a impessoalidade e absoluta autonomia do examinador.

Há, pois, indícios de graves irregularidades, porque a sistemáti-ca ora denunciada foge de todo e qualquer critério de razoabili-dade que deve nortear a Administração Pública.

Por derradeiro, alerta esta Comissão Parlamentar de Inquérito de que os CFCs - pessoas jurídicas de direito privado - foram de-signados para realizar serviço público por uma Autarquia Estadual sem a devida licitação, conforme preconiza o art. 2º e parágrafo único, da Lei n. 8.666/93, não se configurando caso de dispensa ou inexigibilidade de licitação.

Portanto, em face de todas essas graves distorções existentes no DETRAN-RS, o Conselho Regional de Medicina traz essas de-núncias e pede a apuração dos fatos, e que, ao final, sejam tomadas providências corretivas que resgatem os princípios fundamentais da Administração Pública.

Presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, participou de debateno programa Conversas Cruzadas defendendo o pagamento integral

das taxas aos médicos do Detran

para a CPI do Detran

Observação: no dia 3 de março, data de entrega do dossiê, a Governadora do Estado revogou a resolução Detran 02/2008. Diante disso, parte da taxa do exame de saúde que deveria ser destinada aos médicos, continua sendo desviada para outros fins.

12JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Ciência

Pesquisa sobre violência causa polêmica

O projeto de pesquisa ela-borado por professores da UFRGS e da PUCRS

que pretende estudar jovens ho-micidas internados na Fundação de Atendimento Socioeducativo do RGS (Fase) gerou muita polê-mica neste começo de ano. Mes-mo sendo liderado por pesqui-sadores conceituados, o projeto, que tem por objetivo identificar as origens do comportamento agressivo, causou a revolta de alguns setores da sociedade. Em um documento publicado na in-ternet, os grupos oposiocinistas ao estudo atacam principalmente

a questão de privilegiar no traba-lho os aspectos biológicos.

O neurologista e professor do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS, Dr. Jaderson Costa da Costa, um dos líderes da pesqui-sa, acredita que a reação ocorreu porque talvez o método da pesqui-sa tenha sido mal-compreendido. “Serão considerados vários aspec-tos, inclusive psicológicos e sociais, tentando verificar qual é o peso de cada elemento no comportamen-to violento. Vamos começar pela Fase e depois ampliar a pesquisa para outros grupos”, declarou o pesquisador ao jornal “Zero Hora”.

A idéia, segundo ele, é utilizar a pesquisa para impulsionar políticas públicas de prevenção à violência.

A pesquisa ganhou o apoio de inúmeros setores, princi-palmente de pesquisadores. O Dr. Ivan Izquierdo, integrante da Academia Brasileira de Ci-ências e do Centro de Memória da PUCRS, saiu em defesa do projeto, que conta ainda com a participação do secretário da Saúde do RS, Osmar Terra, e do Prof. Renato Zamora Flores, do departamento de Genética da UFRGS. O projeto “trará luz a um problema que deve ser

abordado de muitos ângulos, e só assim encontrará solução alguma vez”, afirmou.

Dr. Jaderson Costa da Costa

A pesquisa e o bem-estar socialArtigo publicado no espaço de Opinião do jornal Zero Hora no dia 16 de fevereiro de 2008.

Não fosse o Brasil um dos países mais violen-tos do mundo, com ín-

dice de homicídios que supera em aproximadamente 20 vezes a taxa verificada nos países europeus, sem contar o com-portamento agressivo de moto-ristas, contribuindo fortemente para a perda de muitas vidas, até poderia entender essa rea-ção contra uma pesquisa que busca aprofundar e ampliar o conhecimento sobre os fatores geradores da violência.

Não sei exatamente o que move os oponentes da proposta de estudo liderada por pesqui-sadores respeitados. Estes críti-cos de plantão talvez nem eles mesmos saibam por que são contrários a um trabalho que

visa unicamente a identificar os fatores que podem estimular a agressividade.

São várias as alegações, ne-nhuma delas consistente, até porque realmente não têm co-nhecimento pleno do conteúdo do trabalho, que se encontra hoje sob análise dos comitês de ética de duas das mais impor-tantes universidades brasileiras, a UFRGS e a PUCRS. A pesquisa somente será levada adiante se tiver a aprovação dessas insti-tuições, a partir do exame sério e minucioso de especialistas, não de curiosos, muitos sem formação para opinar sobre te-ma tão complexo, mas que não vacilaram em empregar termos como “práticas de extermínio e exclusão”, referindo-se ao tema,

como se adivinhassem “a prio-ri” o resultado e projetassem as conseqüências desta pesquisa.

O fato é que ninguém com legítima preocupação social po-de ser contrário a uma propos-ta que busca avaliar aspectos do funcionamento do cérebro e que possam ou não estar ligados a comportamentos vio-lentos, sem ignorar estudos já desenvolvidos em outras áreas de cunho psicossocial, socio-educativo, entre outros. Ainda mais se esse trabalho obedecer a critérios éticos e científicos reconhecidos pelas convenções internacionais e exigidos pelo Comitê Nacional de Ética e Pes-quisa (Conep) e de acordo com as normas emanadas do Conse-lho Federal de Medicina.

Não podemos aceitar que posicionamentos radicais, fun-damentados essencialmente em posições ideológicas, corporati-vas e dogmáticas, tentem impe-dir que uma pesquisa desse por-te, uma vez aprovada, deixe de ser realizada. Afinal, não é pos-sível esquecer que por trás de todos os avanços tecnológicos do mundo contemporâneo está sempre a pesquisa embasada na ética, tendo como finalidade precípua o bem-estar social.

Romper com paradigmas é um mister muito difícil, quase impossível, para quem se as-senta sobre prejulgamentos e preconceitos inadmissíveis.

Dr. Marco Antônio BeckerPresidente do Cremers

13JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Ensino Médico

Faculdades de medicina em situação irregular na América Latina

A existência de faculdades de medicina não re-conhecidas pelos governos de seus próprios países foi um dos temas debatidos durante o

6º Congresso Médico-Social realizado nos dias 24 e 25 de janeiro em Cumana, na Venezuela. O presiden-te do Cremers, Marco Antônio Becker, na condição de presidente da Confederação Médica Latino-Ame-ricana e do Caribe (Confemel), participou como pa-lestrante do encontro a convite da Federação Médica Venezuelana. Becker destacou que esse é mais um problema que acaba repercutindo no atendimento de saúde à população.

“Cursos de medicina não reconhecidos pelos próprios ministérios de Educação de seus países são ameaça à saúde pública. Muitos médicos com diplomas dessas faculdades entram no Brasil tentando trabalhar e, em alguns casos, conse-guem revalidá-los por via judicial”, alerta Fer-nando Matos, primeiro secretário do Cremers, revelando que no Conselho já foram registradas situações desse tipo.

O Cremers está intensifican-do contatos com os ministérios de Educação de todos os países latino-americanos para saber quais as faculdades que são legalizadas, para avaliar melhor a procedência de médicos formados no Exterior.

Não há necessidade de importar médicos de outros países. Em muitos casos, médicos de formação duvidosa, que servem apenas para atender interesses de governantes. No caso do Brasil, por exem-plo, existem mais de 320 mil médicos em atividade. O governo precisa criar um plano de carreira para médicos do SUS e efetuar medidas que promovam a interiorização dos médicos de modo a atingir as áreas mais distantes -, destaca Marco Antônio Be-cker, acrescentando que “os problemas de assis-tência de saúde são praticamente iguais em toda a América Latina”.

MEC instala comissão para construir universidade latino-americana

O Ministério da Educação constituiu uma comissão de 13 professores e especialistas para planejar a insta-lação da Universidade Federal da Integração Latino-

Americana (Unila). A universidade, com sede em Foz do Igua-çu (PR) tem como objetivo integrar professores e alunos da América Latina. De acordo com Hélgio Trindade, presidente da comissão, metade dos alunos e professores serão brasileiros, mas a outra metade será composta por professores e alunos de outros países do continente.

A universidade foi estabelecida de acordo com a portaria nº 43, publicada no Diário Oficial da União em 18 de janeiro. Porém, a portaria necessita de aprovação do Congresso Na-

cional para virar lei. De acordo com o Ministério da Educação, os cursos ministrados na Unila serão em áreas de interesse mútuo dos países-mem-bros do Mercosul. Será dada ênfase a temas sobre exploração de recursos naturais e biodiversidades transfron-teiriças, estudos sociais e linguísticos regionais, relações internacionais e áreas estratégicas para o desenvolvimento regional. A universidade deve funcionar em uma área cedida pela hidrelétrica de Itaipu.

14JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Artigo

Às 11 horas da manhã de 22 de janeiro de 1808, as naus da esquadra do

Príncipe Regente Dom João apor-taram em Salvador, onde hoje se encontra o Mercado Modelo da capital baiana. A descida da fa-mília real portuguesa ocorreu no dia seguinte com uma multidão congestionando o Cais da Ribei-ra, com o troar dos canhões dos quartéis e fortes espalhados ao longo da costa e com o badalar incessante dos sinos de todas as igrejas que existiam à época. Assim, resumidamente, é descrita pelo escritor Laurentino Gomes a chegada da real família lusi-tana ao Brasil, tendo partido de Portugal em 29 de novembro de 1807 ante a iminente invasão dos exércitos de Napoleão Bonaparte, comandados pelo General Junot.

Durante os 36 dias que per-maneceu na Bahia – até o dia 26 de fevereiro quando a corte iniciou viagem para o Rio de Ja-neiro – Dom João decretou não somente a abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior mas também a abertura de estra-das, um plano de defesa e a for-tificação da capitania, construção de fábricas de vidro e pólvora e a criação da primeira escola de medicina do Brasil, em 18 de fevereiro de 1808.

É no marco das comemora-ções dos duzentos anos da es-cola mater da Medicina brasileira que pretendo demonstrar que este fato histórico mudou drama-ticamente o perfil da assistência médica no Brasil.

Dom João atendeu a um pe-dido de Dom José Correa Pi-canço, pernambucano, cirurgião da Real Câmara e lente jubilado da Faculdade de Medicina de Coimbra. A decisão régia dizia da “necessidade que havia de uma escola de cirurgia no Hospital Real desta cidade para instrução dos que se destinam ao exercício desta arte.” A Escola de Cirurgia da Bahia ficou então situada no Hospital Real Militar, no antigo prédio do Colégio dos Jesuítas, no Largo Terreiro de Jesus. E lá se encontra o prédio até hoje, restaurado para as comemora-ções dos 200 anos.

Até então, e desde o século XVI, a medicina no Brasil colo-nial vinha sendo praticada pelos jesuítas. Até o século XVIII não era incomum a instalação de bo-ticas (farmácias) e hospitais nos colégios da Companhia de Jesus, onde seus integrantes, mesclan-do os conhecimentos médicos europeus com os dos indígenas sobre plantas, tornaram-se médi-cos e enfermeiros da colônia.

Além do mais, e até o início do século XIX, eram os físicos, barbeiros, boticários e cirurgiões que aplicavam seus conheci-mentos no combate às doenças. Os físicos eram formados por universidades européias, mas não praticavam a cirurgia que era exclusiva dos cirurgiões. Es-tes aprendiam o seu ofício de um cirurgião já habilitado, mas antes de exercerem a medici-na eram submetidos a exames perante a autoridade sanitária

competente, obtendo a “carta de examinação”.

Em 1830, um anteprojeto redi-gido pela Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro foi aceito tanto na Câmara como no Senado do Império. As escolas deveriam emitir títulos de doutor em medi-cina conforme rezava o Plano de Organização das Escolas Médicas do Império. Em 3 de janeiro de 1832, a lei do ensino médico foi assinada pela Regência Trina Per-manente, formada por Francisco de Lima e Silva, José da Costa Carvalho e João Bráulio Muniz e referendada pelo Ministro do Im-pério Nicolau Pereira de Campos Vergueiro.

Em 16 de setembro de 1834 essa mesma Regência sancionou Resolução da Assembléia Geral Legislativa autorizando as Es-colas de Medicina e os Cursos de Direito a conferir o grau de Doutor a todos os seus egressos (lentes), passando então a re-conhecer oficialmente o que já era costume popular em nome-ar esses profissionais com um tratamento respeitoso que per-dura ainda hoje, apesar das ma-zelas que envolvem essas duas carreiras. O ato parlamentar do

Império não foi até hoje revo-gado, segundo pesquisa junto ao Arquivo Histórico Nacional. Portanto, tanto médicos como advogados podem usar o Dr. ou Doutor antes de seu nome, não devendo substituí-lo por outras siglas.

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia como foi rebatizada em 1965 tornou-se pioneira também pelo estabelecimento de um programa de ensino médico básico, que seria modelo para as outras es-colas criadas posteriormente em outros estados. Até 1898, quando da criação da Faculdade de Medi-cina e Farmácia de Porto Alegre, as escolas baiana e carioca eram as únicas existentes em todo o território nacional.

A Bahia também formou a primeira mulher médica brasileira. Em 1887, com a permissão dada às mulheres de se diplomarem, Rita Lobato Velho Lopes, natural do Rio Grande do Sul, recebeu o seu diploma ao defender a tese “Paralelos entre os métodos preco-nizados na operação cesariana”.

Dr. Isaías Levy Tesoureiro do Cremers

Os duzentos anos da medicina oficial no Brasil

15JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Homenagem

Não fossem o choro forte de recém-nascido e os cuidados de uma tia teimosa e a vida do Dr. Fernando Pombo Dornelles pouco teria passado do nascimen-to em 1913. O parto foi de gêmeos e ele, inesperado, foi o segundo a nascer numa estância em terras do Garupá, entre Alegrete e Uru-guaiana, em pleno pampa gaúcho. Fez o curso primário na estância, como acontecia com os guris da campanha naquele tempo. Integrou a primeira turma a concluir o cur-so secundário no Ginásio Santana de Uruguaiana em 1928 e logo se transferiu para Porto Alegre, onde ingressou na Faculdade de Medicina. Formou-se na chamada Turma Far-roupilha em 1935, ano de intensos festejos pelo centenário da grande revolução. Fez muitos cursos e estágios no Brasil e no exterior. Buenos Aires, Montevidéu, Rio de Janeiro e São Paulo foram revisita-dos algumas vezes revisitadas pelo Dr. Fernando, sempre na busca de aperfeiçoamento profissional. Em 1951 tornou-se fellow do Colégio Internacional de Cirurgiões.

Na Santa Casa ocupou muitos cargos, tais como a direção do Hospital São Francisco e a Direção Geral de Clínicas Hospitalares. Em 1957 foi promovido a Irmão Be-nemérito da Irmandade. Mas sua

atuação inesquecível foi na Décima Enfermaria, em que sucedeu ao Dr. Alfeu Bicca de Medeiros, grande formador de cirurgiões de Porto Alegre. Junto com o Dr. Telmo Kruse e mais alguns cirurgiões, manteve a tradição do ensino da cirurgia na Enfermaria até a sua incorporação pela Faculdade Cató-lica de Medicina. Era difícil chegar antes que ele nas madrugadas, para iniciar as atividades na enfermaria. O normal é que já encontrassem a irmã Euzébia assessorando os dou-tores Fernando Dornelles, Telmo Kruse e mais alguns madrugadores em plena atividade bem antes do início das cirurgias.

Em 1943, o Dr. Pombo Dor-nelles fez brilhante concurso para o Hospital de Pronto Socorro da capital gaúcha. Nele, começou em 1944 e assumiu por mere-cimentos os cargos de chefe de Clínicas e da Divisão de Cirur-gia e Traumatologia. Neste último cargo, aposentou-se em 1965. O Dr. Fernando foi ainda professor assistente de Clínica Cirúrgica da URGS de 1938 a 1940 e médi-co do Departamento Estadual de Saúde, de 1941 a 1944.

Fernando Pombo Dornelles sempre foi líder na atividade médi-ca e fora dela. Iniciou representan-do sua turma no Centro Acadêmi-

co Sarmento Leite e representou o próprio órgão acadêmico em atividades no Uruguai. Foi funda-dor da Sociedade de Cirurgia de Porto Alegre e um de seus presi-dentes. Também ajudou a fundar a AMRIGS, que representou junto ao CREMERS e junto à Associa-ção Médica Brasileira, da qual foi vice-presidente em 1970 e em 1972. No Conselho Regional de Medicina, foi eleito presidente por duas vezes e desempenhou impor-tante papel na defesa da profissão e dos médicos. Como represen-tante junto ao Conselho Federal, foi ativo participante da comissão que elaborou o Código de Ética Médica em 1965. Fernando Pombo Dornelles idealizou e fundou, junto com o amigo Telmo Kruse, a Aca-demia Sul-Rio-Grandense de Medi-cina. Foi seu primeiro presidente e ocupou a cadeira número Um, cujo patrono é seu mestre Alfeu Bicca de Medeiros. Participativo e pre-sente em quase todas as sessões da academia, ele foi distinguido por seus colegas com o título de Acadêmico Emérito.

De boa estampa e com a simpa-tia de fronteirista, Fernando Pombo Dornelles cultivava a poesia e era um repentista de muitos méritos, sobretudo quando cantava a beleza feminina. Casado com Lygia Bitten-

court, falecida poucos dias antes de completarem sessenta anos de casamento, foi pai de um casal de fi-lhos. Fernando Carlos, o mais velho, tornou-se veterinário e administrou a fazenda até a sua morte prematu-ra. Deixou-lhe cinco netos. Tânia, a única filha, tornou-se médica e faz gastroenterologia em Porto Alegre. Deu-lhe um casal de netos, um de-les o Alberto, que cuida da Fazenda Sossego, pertencente à família.

Sabendo ouvir e avesso a pre-conceitos, Fernando Pombo Dor-nelles viu os doutores nascidos nas estâncias do pampa cederem espaço aos emergentes das áreas de colonização ou da periferia das cidades. Em tempos de transição e incertezas, na Décima Enfermaria o aprendizado da cirurgia sempre uniu a todos e dignificou o exercício da medicina, ciência e arte a serviço do homem. A morte do Dr. Fernan-do Pombo Dornelles, aos noventa e quatro anos de idade, ocorrida no dia 11 de janeiro, reuniu discípulos, líderes da categoria médica, amigos e parentes numa atmosfera de ho-menagem e de agradecimento pelo muito que ele fez.

Dr. Blau SouzaMembro da Academia Sul-

Rio-Grandense de Medicina

Falecimento de ex-presidente do Cremers

Dr. Fernando Pombo Dornelles,

ex-presidente do Conselho

Regional de Medicina do

Rio Grande do Sul e da Academia

Sul-Rio-Grandense de Medicina, fa-

leceu no dia 11 de janeiro, aos 94

anos. Nasceu em Uruguaiana, no

dia 20 de março de 1913, e formou-

se em Medicina pela UFRGS, em

1935. Em 1940, participou da fun-

dação do curso de Biopsicologia

Infantil do Hospital Psiquiátrico

São Pedro.

O Dr. Dornelles foi presidente

do Cremers no período de 1965 a

1971 e presidente da Academia Sul-

Rio-Grandense de Medicina de 1991

a 1993, participando da fundação da

entidade. Fundou a cadeira nº 1 da

Academia, escolhendo como patrono

o Dr. Alfeu Bicca de Medeiros. Ocu-

pou também o cargo de vice-presi-

dente da Associação Médica Brasileira

entre 1969 e 1971.

No sábado, dia 12 de janeiro, o

Cremers publicou nota oficial de pe-

sar pela morte do ex-presidente.

Segue artigo do membro da Aca-

demia Sul-Rio-Grandense de Medici-

na, Blau Souza, sobre o amigo.

Fernando Pombo Dornelles

16JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Evento

Novos médicos recebem suas carteirasAcompanhados de familiares, mais de 240 jovens profissionais lotaram o auditório do Cremers

Mais de 240 novos mé-dicos, muitos acompa-nhados de amigos e

familiares, lotaram o auditório do Cremers no dia 17 de janei-ro. Animados e manifestando confiança no futuro, os jovens profissionais da medicina, oriun-dos de faculdades da Capital e do Interior, foram recebidos pela diretoria do Cremers. O evento contou com a participação tam-bém do Simers e da Amrigs, e de representantes das faculdades de Medicina da Ufrgs e da Ulbra.

Ao cumprimentar os médicos e seus familiares, o presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, disse que uma de suas maio-res preocupações no Conselho é combater as circunstâncias que levam o médico a ter procedi-mentos antiéticos:

- Uma das situações é o avil-tamento da profissão, com má remuneração e condições inade-quadas de trabalho. Existe ho-je uma tentativa de denegrir a imagem do médico, e isso é de interesse daqueles que querem

explorar o trabalho dos médicos. É só com muita luta, muita união, amor e conduta ética é que pode-remos mudar esse quadro.

Becker enfatizou que o médi-co precisa entender antes de tudo que o colega não é um adversá-rio, mas um parceiro. “Devemos nos unir em torno das entidades representativas dos médicos para atuarmos em conjunto”, acen-tuou. O presidente do Cremers criticou a criação indiscriminada de faculdades de medicina, mui-tas sem condições de oferecer um ensino de qualidade.

Becker defendeu um plano de carreira para os médicos do SUS, visando à interiorização. Comen-tou que os juízes e promotores públicos só vão para o Interior porque têm plano de carreira, que lhes permite a ascensão na profis-são e lhes dá mais segurança.

O vice-presidente do Cremers, Cláudio Balduíno Souto Franzen, apresentou um relato sobre as ati-vidades e atribuições do Conselho, destacando que se trata de uma autarquia com atuação cartorial,

fiscalizadora, normativa e judican-te. Criticou uma portaria do gover-no que quer transformar o médico recém-formado em bacharel e exi-gir uma prova posterior para que ele possa exercer a medicina.

- Querem enfiar isso goela abaixo da sociedade, reclamou.

Franzen também manifestou indignação com o projeto do governo que pretende facilitar a revalidação de diploma dos médicos brasileiros formados em Cuba. “Não podemos aceitar ne-nhum tipo de privilégio a médi-cos formados no exterior, porque está em jogo principalmente a saúde da população”, afirmou.

O presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, salientou que a entrega de carteiras era “um ritual de passagem” para um con-tingente de novos médicos que “se dispõem ao cultivo de virtudes humanistas e que darão continui-dade a uma história milenar”.

O diretor da Amrigs, Dirceu Rodrigues, representando o pre-sidente Newton Barros, destacou a importância daquele momento

para os jovens que ingressam na profissão e colocou a entidade à disposição dos novos médicos. “A Amrigs reúne 43 entidades de especialidades médicas”, referiu, convidando os médicos a parti-ciparem das atividades da enti-dade, que incluem programas de educação médica continuada.

Também se manifestaram sau-dando os novos médicos o dire-tor da Faculdade de Medicina da Ufrgs, Prof. Mauro Czepielewski, lembrando que a instituição, a mais antiga do Estado, já formou 30 mil profissionais; o coordena-dor-adjunto da Ulbra, Prof. Leonel Lietzke; e o presidente da Comis-são Estadual de Residência Médi-ca, Dr. Geraldo Pereira Jotz.

Na ocasião, exemplares da nova edição do Código de Ética Médica foram distribuídos aos profissionais. A cada ano, as on-ze faculdades de medicina do Es-tado formam cerca de 900 novos médicos. No Brasil, existem hoje 175 faculdades de medicina, que formam aproximadamente 10 mil médicos anualmente.

O auditório do Cremers ficou quase lotadoCerimônia contou com as presenças de representantes das entidades médicas e também de faculdades de medicina

17JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Evento

Jovens profissionais manifestam entusiasmo

e amor à profissão

Drs. Antonio Lima, Andre Luiz Perettie Régis Rosa

Dr. Leonardo Librelotto Rubin

Drs. Sabrina Dequi, Virginia Nobrega e Marcelo Seidl Gomes

Existe hoje uma tentativa de denegrir a imagem do médico,

e isso é de interesse daqueles que querem explorar o trabalho

dos médicos. É só com muita luta, muita união, amor e

conduta ética é que poderemos mudar esse quadro.

Marco Antônio Becker

Drs. Chenia Blessmann, Mario Barcellos, Vitor Martins e Joel Lavinsky

Drs. Gilberto Passos, Wagner Dias, Kenia Ramos, Bruna Thones, Juliana Pimentel e

Jucimara Dall Agnol

Dra. Roberta Puig

Foi com muito entusiasmo que os no-vos médicos receberam suas carteiras no Cremers. Mesmo conscientes de

todas as dificuldades que afetam o exercício da medicina no Brasil atualmente, todos se manifestaram confiantes de que irão dar uma contribuição importante à sociedade como médicos.

Régis Rosa, formado na Ufrgs, sabe que a profissão já não proporciona a mesma remuneração do passado, mas isso não o preocupa: “Ninguém mais enriquece como médico em função dessa política de barate-amento da medicina. O que vale mesmo é o amor à profissão”.

Formada na Fundação Universidade Fe-deral de Rio Grande, Roberta Puig se mostra inclinada a trabalhar no Interior, desde que lhe sejam fornecidas as condições necessárias: “Me adapto bem no Interior. Com uma estru-

tura básica é possível fazer um bom trabalho em cidades menores”.

Chenia Blessmann, da Ufrgs, já está traba-lhando como médica, mas sua preocupação é entrar para a Residência Médica. “Meu objetivo é especialização em otorrinolarin-gologia”, diz.

Outra jovem médica que já está trabalhan-do na nova profissão é Sabrina Dequi, for-mada na PUC. “Assim que me formei recebi convites para trabalhar. Trabalhar na medicina não é como antigamente, mas as oportunida-des aparecem”, afirma Sabrina, que espera fazer Residência em Clínica Médica.

O médico formado pela Ulbra Leonardo Librelotto Rubin, que vai fazer Residência em Medicina de Família e Comunidade, avalia que a medicina “já não dá o status de anti-gamente, mas ainda oferece segurança e é muito respeitada pela sociedade”.

18JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Delegacias

Seção Delegado Fone Endereço

Alegrete Dr. Décio Passos Sampaio Péres (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402

Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204

Cachoeira do Sul Dr. Osmar Fernando Tesch (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | [email protected]

Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235

Carazinho Dr. Airton Luís Fiebig (54) 3330.1038 R. Bernardo Paz, 162

Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | [email protected]

Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | [email protected]

Erechim Dr. Juliano Sartori (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | [email protected]

Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wahys (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | [email protected]

Lajeado Dr. Roberto da Cunha Wagner (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | [email protected]

Novo Hamburgo Dr. Jorge Luiz Siebel (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/sl. 55/56

Osório Dr. Ângelo Mazon Netto (51) 3663.2755 R. Barão do Rio Branco, 261/08-9

Palmeira das Missões Dr. Áttila Sarlo Maia Júnior (55) 3742.1503 R. César Westphalen, 195

Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Bento Gonçalves, 190/207 | [email protected]

Pelotas Dr. Marco Antônio Silveira Funchal (53) 3227.1363 R. General Osório, 754/602 | [email protected]

Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | [email protected]

Santa Cruz do Sul Dr. Mauro José Thies (51) 3713.1532 R. Ramiro Barcelos, 1365

Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | [email protected]

Santa Rosa Dr. Omar Celso Ceccagno dos Reis (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | [email protected]

Santana do Livramento Dr. Leandro Nin Tholozan (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501

Santo Ângelo Dr. Ubiratã Gomes de Almeida (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | [email protected]

São Borja Dr. João Umberto Del Fabro (55) 3431.3433 Av. Presidente Vargas, 1440

São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636

São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435

São Leopoldo Dr. Renato Brufatto Machado (51) 3592.1646 R. Feitoria, 178

Três Passos Dr. Dary Pretto Filho (55) 3522.2324 R. Bento Gonçalves, 222 | CEP 98600-000

Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5068 R. Dr. Domingos de Almeida, 3.801

Criadas pela Resolução Cremers n.º 5/1984, ini-ciativa pioneira no Brasil,

as Delegacias Seccionais cons-tituem os braços regionais do Conselho. São 27 as Delega-cias, das quais 15 contam com sede própria. “Descentralizando as atividades do Cremers, per-mitem que os médicos do In-terior disponham de um canal de comunicação mais direto e uma representação mais ligada

às peculiaridades locais”, diz o Manual Técnico Disciplinar edi-tado pela nossa autarquia. Suas direções são constituídas por um Delegado Seccional, dois secre-tários e três suplentes. Todas as Delegacias possuem secretárias remuneradas e suas despesas são custeadas pelo Cremers, anotan-do-se como principais os salá-rios, seguidos dos gastos com condomínios e telefonia. Coor-denados pelo Vice-Presidente

Dr. Cláudio Balduino Souto Fran-zen, têm os Delegados Seccio-nais cumprido com todas as ta-refas a eles pertinentes e que são: orientar os médicos nas questões relacionadas à ética e ao exercício profissional; repre-sentar o Conselho em atos pú-blicos da comunidade; fiscalizar o cumprimento do Código de Ética Médica e as Resoluções do Cremers e do CFM, instaurar sin-dicâncias para apurar fatos que

envolvam possíveis infrações ético-profissionais e guardar o material administrativo colocado à sua disposição. Além do mais, os Delegados, pela sua represen-tatividade junto às comunidades médicas regionais, têm liderado os movimentos de melhoria das condições de trabalho dos profis-sionais e da atenção à saúde da população.

Isaias Levy

As atividades das Delegacias Seccionaise sua importância

19JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Delegacias

Nos dias 15 e 16 de feve-reiro, o Presidente Marco Antônio Becker, o vice-

presidente Cláudio Balduino Sou-to Franzen, o diretor Isaías Levy e o corregedor Régis Porto entrega-ram carteiras aos novos médicos de Pelotas e de Rio Grande.

Em Pelotas, estavama presen-tes também o delegado seccional de Pelotas, Dr. Marco Antônio Funchal, o conselheiro Tomaz Barbosa Isolan (representando o prefeito de Pelotas), o reitor da UFPEL Antonio César Borges, o presidente da Associação Médica de Pelotas Enio Araújo e a direto-ra do SIMERS Gislaine Vargas.

O delegado Marco Antônio Funchal considerou muito gratifi-cante receber os membros da di-retoria do CREMERS em Pelotas: “É benéfico para todos aproximar o Conselho dos jovens médicos. A vinda da diretoria do Cremers para o interior demonstra interes-se e proatividade”.

Já no dia 16 de fevereiro, a diretoria viajou a Rio Gran-de para entregar as carteiras aos novos médicos da cidade. Compuseram a mesa diretora o delegado secccional da cidade,

Dr. Job José Teixeira Gomes, o presidente da Sociedade de Medicina de Rio Grande, Paulo Figueiredo, além dos membros do Cremers. O evento foi reali-zado pela manhã, na Sociedade de Medicina de Rio Grande.

O delegado Job Gomes de-clarou que é um prestígio muito grande para a delegacia e para a classe médica da cidade receber o Cremers para um evento tão significativo: “O diploma por si só não permite o exercício da Medi-cina. Já a carteira profissional é a autorização oficial. É nela que vai ser registrada toda a carreira do médico. E recebê-la pelo Cremers é uma grande alegria para todos”.

Entrega de carteiras em Pelotas e Rio Grande

Evento em Pelotas foi prestigiado pelo reitor da Universidade Federal de Pelotas, prof. Antônio César Borges (C), entre outras importantes lideranças, e organizado pelo Dr. Marco Antônio Funchal (1o à esq.), delegado do Cremers

Lideranças médicas da região também participaram do evento

Dirigentes do Cremers fizeram a entrega de carteiras em Rio Grande

Bento Gonçalves: combate à criação de outro curso de medicina no RS

Cremers, Simers e Amrigs deverão ir a Bento Gonçalves para discutir com os médicos da região a intenção da Facul-

dade Cenecista de Bento Gonçalves de abrir uma faculdade de medicina na cidade.

O presidente Marco Antônio Becker diz que será preciso grande mobilização para impedir a criação de outro curso de medicina no Estado. “Já existem cursos em excesso,

formando médicos muito acima do número necessário. O que falta mesmo é uma política de governo que valorize o trabalho médico e faça um plano de carreira que vise a inte-riorização do médico”, sustenta Becker. O Estado já possui onze cursos de medicina. No Brasil já existem 175, número superior ao dos Estados Unidos, que tem 126 cursos e 110 milhões de habitantes a mais.

"O que falta mesmo é uma

política de governo que valorize

o trabalho médico e faça um

plano de carreira que vise a

interiorização do médico".

Marco Antônio Becker

20JORNAL DO CREMERS ● FEVEREIRO 2008

Evento

No dia 25 de fevereiro, o Cremers entregou mais 152 carteiras profissio-nais a novos médicos gaúchos, em

evento no auditório do Conselho. A mesa da cerimônia teve a seguinte composição: o pre-sidente do Cremers, Marco Antônio Becker; o vice-presidente Cláudio Franzen; o diretor da Faculdade de Medicina da UFRGS Mauro Cziepelewski; o diretor do Simers Sami El Jundi; o diretor da Faculdade de Medicina da Ulbra Luciano Bastos Moreira; o coordenador da Faculdade de Medicina da UFCSPA, dr. Ajacio Brandão; o diretor da Faculdade de Medicina da PUCRS, Ivan Antonello, e o pre-sidente da Comissão Estadual de Residência Médica Geraldo Jotz.

O presidente Marco Antônio Becker saudou os presentes informando a respeito dos grandes problemas éticos e legais do exercício da medicina.

- Aqui no Conselho temos o lema de não somente julgar e registrar médicos, mas prin-cipalmente combater as causas que levam o médico a ter atitudes antiéticas. E dentre essas causas, se sobressai o aviltamento da profis-são – declarou Becker.

No seu discurso de apresentação, o vice-presidente do Cremers Cláudio Franzen fez um relato das atribuições do Conselho e as principais lutas travadas pela entidade no presente momento, entre elas a abertura in-discriminada de faculdades de medicina

- Sem uma estrutura adequada de ensino e pesquisa, não há porque abrir novas faculda-des – considera Franzen.

O momento foi de grande emoção para os mais novos médicos gaúchos e também para seus familiares. A médica formada pela Ulbra Fernanda Dubin Ochman recebeu a sua car-teira acompanhada do pai, Sidney Ochman, e do irmão, Daniel Dubin Ochman.

- Esta é a finalização de um processo. Acho importante acompanhar esse início da vida pro-fissional, porque a caminhada dos pais com os filhos não termina neste momento – ponderou Sidney. Fernanda atualmente trabalha como médica pelo Programa de Saúde da Família no posto de saúde Augusta Meneghini, onde tem acesso à realidade do Sistema Único de Saúde.

- Realizei um sonho, depois de seis anos de muito estudo – comemora Fernanda.

O médico traumatologista do Grêmio Alarico Endres prestigiou a entrega da car-teira profissional ao seu filho, André Luiz Miranda Endres.

- Eu me sinto emocionado. Quando ele resolveu optar pela carreira, talvez eu tenha tentado desestimulá-lo, mas no fundo, que-ria que ele superasse as dificuldades para tornar-se médico – declarou Alarico. André Luiz pretende ser cirurgião. A sua mãe, Anna Elizabeth Miranda, é pediatra e coordenadora do programa de controle do tabagismo da Secretaria Estadual de Saúde. “Eu estou muito feliz, é a realização de um sonho”, declarou Anna Elizabeth.

Entrega de carteiras na ‘casa do médico’Em janeiro e fevereiro foram entregues mais de 500 carteirasaos novos médicos formados pelas onze faculdades gaúchas

O presidente do Cremers, Dr. Marco Antônio Becker, voltou a defendera criação de um plano de carreira para os médicos do SUS

Dr. Marco Antônio Becker e Dra. Rosana Cardoso Manique Rosa

Dra. Fernanda Dubin Ochman, Dr. Sidnei Ochman e Daniel Ochman

Mariana Endres, Dra. Anna Elizabeth Miranda, Dr. André Luiz Endres e Dr. Alarico Endres