16
%ROHWLPGD$3(%²-DQHLUR)HYHUHLUR (GLWRULDO Crescente participação dos sócios crescente participação dos sócios, na vida associativa, ficou evidenciada na recen- temente efectuada Assembleia Geral. Estes saudaram também a apresentação de uma lista pela direcção cessante para dirigir a APEB no ano de 2003, que depois do debate e dos devidos esclarecimentos sobre os seus projectos, foi eleita por larga maioria. É também histórico que a APEB tenha pela primeira vez uma mulher como presidente. E esta deve ser, em nosso entender, a principal preocupação dos nossos sócios, isto é, assegurar a continuação da nossa associação, estimulando a participação o mais alargada de todos. O bom ambiente é fundamental para alcançar este objectivo. A critica gratuita e o fomentar da intriga e do ataque pessoal não aproveita nem à APEB nem aqueles que a fomentam, acabando por se virar contra os seus autores. Há muito que fazer e há espaço e possibilidades de acção para todos que o queiram. Infelizmente nem tudo foram rosas e embora contando com uma preciosa ajuda por parte dos sócios tivemos o infortúnio de nos bater com uma programação de trabalhos, na nossa sede, imprevisível. Há muitos meses que continuamos sem porta. A FKDXIIDJH é insuficiente para aquecer uma grande sala e nas secções continua por reparar o sistema de aquecimento. As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente eléctrica, a sujidade e a poeira (mas continuamos sem campainha). Apesar de tudo isto e dos nossos sócios continuarem a estar presentes nas nossas inicia- tivas, a todos pedimos desculpa pelos incómodos causados e sobretudo pelo frio que tem apanhado. Cabe nestas palavras alinhadas à pressa incluir uma saudação muito especial aos novos sócios (ver p. 12). A eles devemos entre outras coisas o reforço da nossa direcção cessante e actual, a renovação do nosso mobiliário, a refinada sessão de folclore equa- toriano, o jantar da festa de fim de ano que contou com um numeroso grupo de voluntários e recen- tíssimos sócios. $5HQGDGD&DVD Foram já feitos contactos com a Comuna. A nossa Presidente deslocou-se no dia 30 de Janeiro, ao gabinete do Burgomestre tendo sido recebido pela Sr.ª Christine Andries que lhe prometeu a pronta resolução destes problemas e uma resposta sobre o montante de renda a pagar pela APEB. Na sequência deste primeiro encontro foi a Presidente contactada pela Sr.ª. Heymans que informou ser ela — e não o Sr. Spinetti — a pessoa encarregue dos contactos com a APEB por parte da Comuna. A Sr.ª Heymans, que é a responsável no gabinete do Burgomestre pela &HOOXOH 5pQRYDWLRQ XUEDLQH — a qual se encarrega dos seguintes projectos 2EMHFWLI , XUEDQ , 3URJUDPPH ©*UDQGHV 9LOOHVª FRQWUDW GH TXDUWLHU, GpYHORSSHPHQW pFRQRPLTXH ORFDO ³, revelou ainda ter a Comuna respondido à nossa carta de 19 de Novembro. Resposta de que não temos conhecimento na direcção da APEB, que prontamente solicitou o envio de cópia da referida resposta. 2HVSDoRHDVHJXUDQoD Quando realizamos grandes festas — como por exemplo no fim-de-ano ou para comemorar o 25 de Abril — o espaço é pouco, privando uma boa parte de associados do seu direito ao convívio em boas condições. Por outro lado se não há iniciativas ao fim-de-semana ou durante os dias úteis sobra imenso espaço. É de igual modo primordial a questão da segurança. É urgente verificar o estado do equipa- mento que utilizamos fogões, extintores, etc. (o esquentador foi recentemente limpo do calcário pelo que já há água quente). 3UHoRV Brevemente será feito um estudo comparativo sobre os preços praticados pelos nossos fornecedores e estudada uma conveniente margem de lucro para cada produto. %ROHWLP Prometemos envidar todos os esforços para o envio atempado do boletim permitindo assim a todos a informação das nossas actividades. Pedimos pois o envio de artigos, poemas, etc. E claro, relembra-se às secções que este é o espaço delas! F. P. A

Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

���������

Crescente participação dos sócios

crescente participação dos sócios, na vidaassociativa, ficou evidenciada na recen-temente efectuada Assembleia Geral. Estes

saudaram também a apresentação de uma lista peladirecção cessante para dirigir a APEB no ano de 2003,que depois do debate e dos devidos esclarecimentossobre os seus projectos, foi eleita por larga maioria.É também histórico que a APEB tenha pela primeiravez uma mulher como presidente.

E esta deve ser, em nosso entender, a principalpreocupação dos nossos sócios, isto é, assegurar acontinuação da nossa associação, estimulando aparticipação o mais alargada de todos.

O bom ambiente é fundamental para alcançar esteobjectivo. A critica gratuita e o fomentar da intriga edo ataque pessoal não aproveita nem à APEB nemaqueles que a fomentam, acabando por se virarcontra os seus autores.

Há muito que fazer e há espaço e possibilidades deacção para todos que o queiram. Infelizmente nemtudo foram rosas e embora contando com umapreciosa ajuda por parte dos sócios tivemos oinfortúnio de nos bater com uma programação detrabalhos, na nossa sede, imprevisível.

Há muitos meses que continuamos sem porta. A��������� é insuficiente para aquecer uma grandesala e nas secções continua por reparar o sistema deaquecimento.

As outras dificuldades fomos resolvendo à nossaconta, o telefone, a água, a corrente eléctrica, asujidade e a poeira (mas continuamos semcampainha).

Apesar de tudo isto e dos nossos sócioscontinuarem a estar presentes nas nossas inicia-tivas, a todos pedimos desculpa pelos incómodoscausados e sobretudo pelo frio que tem apanhado.

Cabe nestas palavras alinhadas à pressa incluir umasaudação muito especial aos novos sócios (verp. 12).

A eles devemos entre outras coisas o reforço danossa direcção cessante e actual, a renovação donosso mobiliário, a refinada sessão de folclore equa-toriano, o jantar da festa de fim de ano que contoucom um numeroso grupo de voluntários e recen-tíssimos sócios.

��������������

Foram já feitos contactos com a Comuna.

A nossa Presidente deslocou-se no dia 30 deJaneiro, ao gabinete do Burgomestre tendo sidorecebido pela Sr.ª Christine Andries que lheprometeu a pronta resolução destes problemas euma resposta sobre o montante de renda a pagarpela APEB.

Na sequência deste primeiro encontro foi aPresidente contactada pela Sr.ª. Heymans queinformou ser ela — e não o Sr. Spinetti — a pessoaencarregue dos contactos com a APEB por parte daComuna. A Sr.ª Heymans, que é a responsável nogabinete do Burgomestre pela ���� �� ������ ����� � — a qual se encarrega dos seguintesprojectos �������� �, ���� �, ��������� ���� ��������� �� ���� �� ��������, ���������� � ��� ��������� , revelou ainda ter a Comuna respondido ànossa carta de 19 de Novembro. Resposta de quenão temos conhecimento na direcção da APEB, queprontamente solicitou o envio de cópia da referidaresposta.

����� �������������

Quando realizamos grandes festas — como porexemplo no fim-de-ano ou para comemorar o 25 deAbril — o espaço é pouco, privando uma boa partede associados do seu direito ao convívio em boascondições. Por outro lado se não há iniciativas aofim-de-semana ou durante os dias úteis sobraimenso espaço.

É de igual modo primordial a questão dasegurança. É urgente verificar o estado do equipa-mento que utilizamos fogões, extintores, etc. (oesquentador foi recentemente limpo do calcáriopelo que já há água quente).

����

Brevemente será feito um estudo comparativo sobreos preços praticados pelos nossos fornecedores eestudada uma conveniente margem de lucro paracada produto.

� �����

Prometemos envidar todos os esforços para o envioatempado do boletim permitindo assim a todos ainformação das nossas actividades. Pedimos pois oenvio de artigos, poemas, etc. E claro, relembra-seàs secções que este é o espaço delas!

F. P.

A

Page 2: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

�������������

��������������������� ��

������������������� ��������

�������������

�� �� ������������������������������

�������������������������� ����������!������� ��

�� �����������������������

��� ��

���"���������������������

7 ����#���������$�%�����������&�����'������

(

�� �� ��������������'����������)�%���*�%����������� �+,-

21 �� ��������������.���"%�����

28 ������#����������

�/

�����������������������

��� !������"��!�����"#������$����%�����#���"������������""%�����"��#��"��������%����&��'���("

��"#��")�����������������#���������!*+

������������� ����������

Page 3: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� �������������������������

�����������

�����������������������������������������������

NTÓNIO AFONSO RODRIGUES,nascido em Santana de Cambas,Concelho de Mértola, a 9 de Maio

de 1938.

O Afonso tinha vinte e seis anos quandoveio trabalhar por conta do Estado, paraas minas de Liége; era Salazar primeiro--ministro na altura.

Ao fim de ano e meio de trabalho nasminas, o Afonso decidiu vir trabalharpara Bruxelas, para uma fábrica debaterias de automóveis acabando porficar definitivamente na Bélgica. O nívelde vida era melhor, em Portugal haviauma ditadura, as pessoas tinham fome enão podiam dizer que tinham fome e aquisempre havia mais liberdade.

Naquele tempo, na época de sessenta,vinham para a Bélgica muitos rapazesfugidos à guerra do Ultramar. Decidiramentão os mais velhos, os que já cá estavamhá mais tempo de criar uma associação,uma casa portuguesa. Seriam na altura,dez ou doze pessoas e pensaram naassociação com objectivo de ajudar osrapazes que vinham fugidos da guerra eem busca de trabalho.

«Éramos sócios da FGTB — sindicatosocialista — pedimos a sala dosindicato emprestada para nosreunirmos. O Sindicato emprestou asala, a pedido da Maria Alice e doAugusto Gil que trabalhavam naFGTB, e que estava situada na Praçados Heróis. Passámos a reunir-nosali, só que o prédio estava muitovelho e não tinha condiçõesnenhumas.»

esse tempo não havia subsídios,os sócios quotizavam-se entre si.Havia um pequeno bar que

permitia fazer algum dinheiro e osamigos auxiliavam-se muito uns aosoutros. Foram criados nesta altura osestatutos da associação.

Depois resolveram alugar uma casa quetinha pertencido a um alfaiate queentretanto falira. A Direcção da asso-ciação saiu daqui mesmo desta casa naPraça dos Heróis. Corria o ano de 1968, aoAfonso, calhou o n.° 1 por ter no nomedois AAs, foi portanto a ordem alfabéticado nome que contou para a atribuição don.° de sócio. Foi também decidido o nomea dar à associação: APEB — Associaçãodos Portugueses emigrados na Bélgica.

A

N

Page 4: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

Para poderem existir legalmente tiveramque arranjar seis belgas e quatro portu-gueses. Os belgas que arranjaram erammaioritariamente advogados.

Na Praça dos Heróis praticavam-se jádiversas actividades: folclore, teatro,desporto.

m finais de 1969, introduziu-se nogrupo dos sócios, um elemento daPIDE que deitou abaixo a

associação. Para não perderem o direito àcasa continuaram a pagar durante seismeses 50 francos belgas cada um semusufruir da casa e para poder continuarcom a associação tiveram que guardar ospoucos pertences que tinham na garagemdo Sr. Armando Francisco durante quaseum ano.

Até que um dia resolveram organizaruma festa na sala do Joseph II, a sala dosCombatentes, festa essa que lhes rendeucerca de cinquenta e três mil francosbelgas. Com esse dinheiro arranjaramuma sala na rue du Trône, 95. O desejo decontinuar era muito grande…

Durante dois anos foi esta a nova sede daAPEB. O número de sócios aumentou,vinha muita gente de todas as partes dePortugal que era acolhida pela associaçãoe a quem era dada comida e alojamento.Como entretanto as instalações setornaram pequenas resolveram mudarpara a rue de la Cuve, aí já havia maisajudas, os emigrantes entravam com maisfacilidade na Bélgica, estava-se nos anos70, 71, 72.

A Embaixada Portuguesa dizia desco-nhecer a existência desta Associação masaos que se apresentavam com pedidos deajuda encaminhavam-nos para a APEBpara serem auxiliados. A APEB era aúnica associação portuguesa que existiaem toda a área do Benelux. Só quando semudaram para a rua de Belgrado em 1991é que a embaixada se interessou e lhesatribuiu um subsídio, um só.

Dezasseis anos presidente da APEB, dezanos no grupo folclórico, participou nogrupo coral alentejano e no teatro. Passou

treze vezes pela direcção principal,organizou viagens a Portugal, resumindoo Afonso tem tido uma vida associativabem preenchida.

Do grupo inicial de sócios, restam três,alguns regressaram a Portugal, outrosmorreram.

Saudades de Portugal, tem muitas. Saiude lá com vinte e seis anos, nunca maispassou um Natal em Portugal.

Em resposta à questão de como é quegostaria que fosse o futuro da APEB, oAfonso responde:

«Gostaria de ver esta casa sempreacolhedora, que acolhesse semprebem os portugueses que apareçampor cá e os que já cá estão possampassar um bom bocadinho com osamigos, é esse o meu desejo, a APEBacolhedora até ao fim.»

Bruxelas, 23 de Dezembro de 2002

A.M.

���������������������������

����������� ��!�����

���"�

E

Page 5: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

����������#�����������

A nossa biblioteca acaba de ser enriquecida com mais algumas obras literáriasoferecidas pela ������������� ������������http://www.gulbenkian.pt).

Assim sendo, estão à vossa disposição as seguintes obras:

de ������������– O homem duplicado– História do cerco de Lisboa– Os apontamentos– O Evangelho segundo Jesus Cristo– Cadernos de Lanzarote (I, II, III, IV)– A segunda vida de Francisco de Assis– Que farei com este livro?– A bagagem do viajante– O ano da morte de Ricardo Reis– O canto da Ilha desconhecida– Os poemas possíveis– Levantado do chão– A noite– Deste mundo e do outro– Objecto quase– Folhas políticas– A caverna– A jangada de pedra– Todos os nomes– Memorial do convento– Manual de Pintura e Caligrafia– Viagem a Portugal– Terra do pecado– Provavelmente alegria– In nomine dei– Ensaio sobre a cegueira– Discursos de Estocolmo– A maior flor do mundo

de ��������� ���

– A arte da fuga– Tudo o que temos cá dentro– A cinza do tempo– Ninguém morre sozinho– Vivemos livres numa prisão– Vozes e ruídos– Voltei à escola– Inventem-se novos pais

de �!�������"��#�

– O livro grande de Tebas

– Contos da sétima esfera– Fabulário– Era bom que trocássemos umas ideiassobre o assunto– Casos do beco das sardinheiras– Quatrocentos mil sestércios seguido de oConde Jano– Se perguntarem por mim, não estou– Os alferes– Contos vagabundos– A inaudita guerra da Avenida GagoCoutinho– A paixão do Conde de Fróis– Um Deus passeando pela brisa da tarde

de �����$��������%�������

– Água em pena de pato de Mário deCarvalho

de ����"�����

– A espada do Rei Afonso– Flor de mel– Este rei que eu escolhi– Um fio de fumo nos confins do mar– Trisavó de pistola à cinta– El-rei Tadinho– Águas de Verão– Se perguntarem por mim digam que voei– Caderno de Agosto– Paulina ao Piano– Promontório da Lua– A lua não está à venda– Ursula, a maior– Os olhos de Ana Marta– Leandro, rei da Helíria– Rosa minha irmã Rosa– Chocolate à chuva– Lote 12°-2° frente– Viagem à roda do meu nome– Às dez a porta fecha

Page 6: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

������������������

������������������

�!�����"#�������$�������%�����&���$��%�������'�%�

����������������������(������������������%������������

���� �� ��� !����� ���� �� �"#��'� ���&�)*��� �&���$�������������%�������%����+������ �� ���(�� ���� ��� !����'� ����� �������%����� �������� ��� ����� ������ �� &�)�� ������+�,��&����������������"���������&����������$�'����*��������-�*�����&���+���� �� ��� ������ ��� �������� �� ������*��� ������'������.������������������������+�/����*������� ���� %���� ��� �������� 0��� %�&�1����� �����2�������������%����������&���'����������������3�����$������������������4������������'����������������4����������������%������+����� ����%���������������������������������%.� �� ���� ��� &���� &���� %��� ������ �� ���&�����+

����������� �� ��� � ��� �� ���� ������ ����� �� ����� �� �������� � ����� ��� �������������� ����������������� ������������ ������ �� ����!�� �� "��������

"�������������

�����������������

���$����������$�����"#�����$��������������������5�

���$����������$����&���$������$��������$����&������

���� �� ��� !����� ���� �� �"#��� �� �� %����� �%��������*��������������������������5����-�������%�+������ �� ��%���� !����������� �� &���$���� %�&��� ��� ������ ��� �������� ���� ������ ��� �%�������������������������+���� ��� &���� ��� &���� %��� �����6� ��)����� 3���%�����������+

7����8��.�������$����)���

9����������#����������������� ���� �

Imagine que cada sócio da APEB desseum dia por ano de ajuda à associação…estariam assim largamente garantidas aspermanências no bar, na cozinha, nabiblioteca… nas várias secções que nãopodem viver sem a contribuição��������� dos sócios e amigos da APEB.��������� � um pouco do seu ����� àAPEB. ���������������������������������������� �������������������������

Pode usar o ����� seguinte:

����:...................................................�:...................................................

� ���, a APEB pode contar comigo paraa(s) secção(ões) seguinte(s):

� Desportiva� Gastronomia (bar, cozinha)� Multimédia/Biblioteca� Rancho/Coral� Teatro

-------------------------------------------Estou ��������� nos seguintes dias (oufins-de-semana):Fevereiro: .............................................Março: ..................................................Abril: ....................................................Maio: ....................................................Junho:...............................................................................................................

Page 7: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� :

9�&������;���&����$� ��%��

���������� Pedro Verona Rodri-gues Pires

����� Praia, na Ilha de Santiago

���� ������ Com uma superfícietotal de 4.033 km², as ilhas doarquipélago de Cabo Verde situam-se na parte meridional do AtlânticoNorte, ao largo do Senegal e daMauritânia, distando cerca de 500Km do continente. O arquipélago éconstituído por 10 ilhas e 8 ilhéus,agrupados em dois conjuntosdefinidos pela sua posição emrelação aos ventos predominantes, ode Barlavento ( Santo Antão, SãoVicente, Santa Luzia, S. Nicolau, Sal,Boavista e os ilhéus de Branco eRaso) e o Sotavento (Maio, Santiago,Fogo, Brava e os ilhéus Secos ou doRombo). Outras cidades importantes:Mindelo, S. Filipe, Espargos, PedraBadejo e Porto Novo.

�� ����� ���������� �� �����������Com excepção das Ilhas Sal,Boavista e Maio, que são planas, oarquipélago é montanhoso, escar-pado e sulcado pela erosão e aactividade vulcânica. A falta devegetação nos planaltos contribuipara a erosão do solo. A hidrografiaé insignificante.

��� O clima é tropical seco, masas temperaturas são relativamenteamenas, devido à influência dosventos alísios. A pluviosidade é irre-gular, chegando a ser nula durantelongos períodos, muito embora sedistingam duas estações - a daschuvas, de Agosto a Outubro, e aseca nos restantes meses.

���� ���� Segundo o BancoMundial, a população das Ilhas deCabo Verde era, em 1994, de 372 milhabitantes. Estimativas da ONUapontam para 390,25 mil em 1995,

dos quais cerca de metade na Ilha deSantiago. A distribuição pelas ilhas ébastante desigual, com uma forteconcentração (89,3%) nas quatroilhas principais. No entanto, estima-se que viva fora do país quase odobro dos cabo-verdianos queresidem no arquipélago; a escassezde recursos naturais e os ciclosprolongados de seca provocam gran-des fluxos migratórios. A maioria dapopulação emigrada vive nos Esta-dos Unidos (cerca de 350 mil), Portu-gal, Senegal e Angola (cerca de 40mil, cada) e ainda na Holanda, Fran-ça e Brasil.

������� ����� ���� ������ Osgrupos existentes são o crioulo (mis-tura de africano e português), o afri-cano e o europeu; os vestígios dacultura africana são mais pronuncia-dos na Ilha de Santiago. A língua ofi-cial é o Português, mas quase todosos cabo-verdianos falam o Crioulo.

Apesar de ser um país de recursosmuito escassos, Cabo Verdeapresenta indicadores demográficose sociais muito favoráveis relativa-mente a outros países africanos.Desde a independência, o país temformado, em média, 1.5000 quadrossuperiores por ano.

!���"��� Diogo Gomes, chegou aterras de Cabo Verde no ano de1460, iniciando-se então o processode colonização. Em 1587 aadministração das ilhas encontrava-se ao cargo de um Governadorportuguês. Cabo Verde viria a tornar-se uma Província Ultramarina Portu-guesa no dia 11 de Julho de 1951.No dia 30 de Dezembro de 1974Portugal transferiu o poder sobre aIlha, para um Governo transicionalchefiado por um Alto ComissárioPortuguês. Cabo Verde tornou-se

independente no dia 5 de Julho de1975.

�� ���� República de Cabo Verde.Constituição: a primeira desde aindependência do país, em 1975, foiaprovada em 5 de Setembro de1980, e revista em Fevereiro de1981, em 1988, 1990 e em 1992. Amais recente revisão, em Agosto de1992, aumentou os poderes deAssembleia Nacional, e limitou ospoderes do Presidente da Repúblicana condução da política geral. Aeleição para a Presidência daRepública é por sufrágio universal. Opoder legislativo é exercido pelaAssembleia Nacional Popular, com-posta por 72 deputados. As primeiraseleições legislativas realizaram-seem Janeiro de 1991.

����� �����"����

Moeda: escudo do Cabo Verde;cotação para US$ 1: 128,83(jul./2001).PIB: US$ 581 milhões (1999).PIB agropecuária: 12%.PIB indústria: 16%.PIB serviços: 72% (1999).Crescimento do PIB: 8% ao ano(1999).Renda ����������: US$ 1.330 (1999).Força de trabalho: 200 mil (1999).Exportações: US$ 10 milhões (1998).Importações: US$ 240 milhões(1998).Parceiros comerciais: Portugal,França, Holanda (Países Baixos),Reino Unido.Defesa — Exército: mil; Marinha:100; Aeronáutica: 100 (2000).Gastos: US$ 7 milhões (1999).

Estes dados foram retirados do ������������� � � e ������������������e complementados por ��������������������������������������������� ����������������, Éditions La Découverte, Paris e Revista !������"���� Maio de 1996.

(o original encontra-se na seguinte página da internet: http://www.cplp.org/paises/paises_caboverde2.htm)

Page 8: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

8�������

&� �����'����(�������������� )��������������

��!� ������"����#������ �������� $��������� �����%&�'(����')*�� �+��������������������%���������&��������������� ������� ������������

� ����� %&���������������������� �����%&�'

ulgo que quase todos temos uma imagemdominante e quase idílica do montado, àqual não falta o sobreiro, a azinheira e à

sombra desta, a vida no Alentejo. A cançãoreza, em parte, assim. Esta imagem é tambémde tranquilidade e de harmonia. Sem perce-bermos, ou sem nos interrogarmos porquê,sentimos que há uma harmonia da paisagemque resulta de um território ordenado,contrastando com o resto do país, e talvez,para muitos, esta seja a única paisagempossível na região do Alentejo. A verdade éque, para quem lá vive e para quem visita, omontado é a genuína paisagem alentejana e hámuitos tempo que assim é.

A história da agriculturana Europa, inclui umconjunto de sistemas agro--silvo-pastoris de desen-volvimento regional, comuma profunda relaçãoentre a natureza e acultura. Tais sistemas deprodução, são cada vezmais reconhecidos comosistemas sustentáveis deprática agrícola, os quaisrepresentam um valiosoapoio da transição parauma futura utilização maissustentável do solo. Doponto de vista agrícola eambiental, os montadosconstituem um dos exem-plos de sistemas tradi-cionais de uso do solo naEuropa que se podemconsiderar sustentáveis.

Uma parte importante daspaisagens europeias maisvaliosas são um resultado

da actividade agrícola, que permite práticas deuso do solo nas quais os processos ecológicostêm lugar. Apesar destes sistemas teremsempre sido dinâmicos, respondendo a muitasalterações, em particular os sistemas depastoreio, têm uma longa história de relaçãocom a vida selvagem. A manutenção destaspaisagens e do seu valor natural, exige acontinuação da gestão tradicional daactividade e tipos de pastoreio.

om efeito, a gestão tradicional domontado, envolve pouca perturbaçãodo meio ambiente, pelo que, estes

ecossistemas suportam uma elevadabiodiversidade, que é mesmo superior à dos

bosques climax mediter-rânicos a partir dosquais o montado evo-luiu. A elevada biodi-versidade que osmontados preservam,também faz com quesejam considerados ummodelo de desenvolvi-mento sustentável, con-ciliando a exploração ea conservação.

Não obstante este en-quadramento agrícola eambiental favorável, aoqual se tem de acres-centar a mais valia eco-nómica resultante daprodução de cortiça as-sociada ao montado desobro que, para além deconstituir um impor-tante produto de expor-tação, garante empregoa milhares de portugue-ses, e ainda, de um en-

J

C

Page 9: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

quadramento legal favorável — a necessidadede preservar os ecossistemas de Montado é,actualmente, consagrada por políticasnacionais e europeias — a verdade é que,estamos a assistir à degradação e destruição degrandes manchas de montado em Portugal,em particular nos locais onde a pressãoimobiliária é maior e em resultado doabandono da terra.

Ao mesmo tempo que em Portugal se assiste àdestruição do montado, surge agora uma novaameaça: uma forte e vergonhosa campanhainternacional contra a cortiça, através dadisseminação de um discurso demagógico efalso sobre as práticas de obtenção de cortiça edos seus impactos sobre a natureza, riscospara a saúde pública, etc., numa tentativa semprecedentes para acabar com o monopólioportuguês, substituindo-o, naturalmente, poroutro, o das rolhas de plástico. É preciso fazero possível e o impossível — Estado, Indústriae Cidadãos — para combater esta campanhainternacional que pode pôr em causa asobrevivência do montado.

e a demanda internacional de cortiçadiminuir, poderemos vir a assistir àsubstituição de montados por opções não

agrícolas, muito provavelmente semviabilidade económica e ambiental a médio oulongo-prazo. Não há dúvida que, a produçãode cortiça, juntamente com as outras acti-vidades económicas complementares, sãofundamentais para manter a sua actualexploração. Se esta actividade económica forreduzida ou mesmo eliminada, em algumasáreas, as actividades complementares, comopor exemplo, os animais ou a recolha decogumelos, não são suficientes para manter aactividade agrícola e, inevitavelmente, outraspossibilidades se passarão a contemplar paratransformar o actual uso do solo.

Se perdermos a importância económica daindústria corticeira, receio bem que perde-remos um forte aliado da agricultura ambien-talmente favorável e o futuro do montado seráincerto. Teremos, provavelmente, a pola-rização das práticas agrícolas, de sistemasextensivos para sistemas intensivos, ou oabandono via marginalização, promovendo--se, em ambos os casos, a perda da biodiver-sidade nas áreas semi-naturais. Ao mesmotempo, assistiremos ao despovoamento destasáreas, tantas vezes semi-áridas e sem outrotipo de vocação agrícola.

Estes agrossistemas têm um indiscutível valorpara a conservação da natureza. Acolhem umagrande biodiversidade e, além disso, consti-tuem uma actividade económica capaz depreservar a ruralidade, mantendo o tecidosocial em zonas frequentemente marginais. Aperda da actividade corticeira, pode vir asignificar também o abandono das terrasagrícolas e o despovoamento de zonas, queapesar de serem actualmente pouco povoadas,são ainda zonas vivas e com capacidade deregeneração social e demográfica.

Em algumas zonas do país, a pressão paradestruir áreas de montado é enorme e cres-cente. Em particular, na área metropolitana deLisboa e ao longo dos eixos rodoviáriosprincipais de ligação à capital, a pressão urba-nística tem vindo a destruir montados, apesarda existência de uma lei que protege o sobreiroe penaliza quem os corta. A verdade é que,nem as coimas têm sido suficientes paradissuadir os infractores nem a fiscalização setem revelado eficaz. A constatação desta situa-ção levou o Ministério da Agricultura a propora alteraração da lei, por forma a incluir maisobstáculos e coimas a aplicar ao corte desobreiros, e cuja aprovação final aguardamos.Infelizmente, parece-me que as alteraçõespositivas introduzidas, não serão suficientespara impedir a destruição do montado, emparticular nas zonas acima mencionadas. Emmeu entender, justifica-se uma moratóriapara grande parte dessas zonas e o reforçourgente da fiscalização.

*�� �+������Professora da Universidade de Coimbra

Liga para a Protecção da Natureza

(� http://www.naturlink.pt)

S

Page 10: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

<��������������"(�

#�����'' ���Aquando da mais recente Assembleia Geral, alguns vozes manifestaram o interesse em ver publicadaa identidade dos novos sócios. Assim, a partir deste número, passar-se-á a publicar a lista, como se vêa seguir, correspondendo esta ao movimento desde o mês de Setembro de 2002.

������������ ���� � �����

����������� ���������

479 José Alberto Cardoso 1030 Bruxelles480 Paulo Rosado 1130 Bruxelles481 Daniel Prateiro Carrapato 1190 Bruxelles482 Margarida Mira 1050 Bruxelles483 António Ferreira 1000 Bruxelles484 Maria E. das Neves Oliveira 1000 Bruxelles485 Ludovina do Céu Carvalho 1190 Forest486 Teodora Ferreira 1190 Forest487 Isabel Tolda Abreu Morais 1000 Bruxelles488 José Avelino da Silva Sousa 1060 Bruxelles489 Peter James Soares Pinto 1933 Sterrebeek490 Gladys Vallejo Vallejo 1060 Bruxelles491 Fernando Abílio Silva Briga 1070 Bruxelles492 Joaquim Alves da Costa 1070 Anderlecht493 João Manuel Alves Simões 1070 Anderlecht494 Manuel Gomes Ribeiro 1060 St Gilles495 Manuel António Pereira Gouveia Boisfort496 Pedro Sérgio Martins Teixeira 1040 Bruxelas497 Van Den Broeck Marc 1020 Bruxelles498 Isabel Helena de Brito Manique 1090 Bruxelles499 Maria Paula Guedes Luz 1180 Uccle500 Bjorg Martinsen 3090 Overijse501 Albano Vieira 1081 Bruxelles502 José Julio Barros Mesquita 1060 St. Gilles503 Arlindo Bento de Sá Pinto 1200 Bruxelles504 Paulo Jorge Costa Soares 1200 W. St. Lambert505 Didier Cador 1180 Uccle506 Jean Marie Duwé 1390 Nethen507 Octávio Augusto Dias Carvalho 1070 Saint Gilles508 Joaquim Cardoso da Fonseca 1060 St. Gilles509 Rogério de Jesus Pereira Pimenta 1380 Lasne510 Antonio Da Costa 1410 Waterloo511 Rosario Scarano 1180 Uccle512 Joao Borges Bernardo 1040 Etterbeek513 Maria Fernanda Pereira da Silva 1200 Woluwe Saint Lambert514 Marco Scelsi 1190 Uccle515 Alberto Nunes Teixeira 1060 St Gilles516 Maria do Carmo Borges Pereira 1060 St Gilles517 Miguel A. Villanueva Prado 1060 St Gilles518 Manuel Marques Loureiro 1190 Forest519 Adolfo Pinto Osório 1060 St Gilles520 Antonio José Pacheco de Almeida 1040 Etterbeek521 Bety Maria Perez Ramirez 1030 Schaerbeek522 Maria Ernestina Perez Ramirez 1030 Bruxelles523 Mauricio Rigoberto Semblantes 1180 Bruxelles524 Angela Cabrera 1180 Bruxelles525 Marly Quintana 1060 Bruxelles526 Jimena Montera 1210 Bruxelles527 Maria Elena Sandoval 1210 Bruxelles528 Veronica Villalba 1070 Bruxelles529 Avelina Sandoval 1210 Bruxelles530 Rocio Sandoval 1210 Bruxelles531 Jeanette Pazmiño 1060 Bruxelles532 Rui Jorge Antunes Cândido 1040 Bruxelles533 Ricardo Martins 1060 Bruxelles

Page 11: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

#������������������������"

Na Assembleia Geral de 26 de Janeiro de 2003, foi eleita por maioria a lista proposta pela direcçãocessante. A anterior direcção agradece aos membros cessantes o trabalho prestado, assim como atodos os colaboradores dos vários grupos de trabalho, sem o qual a APEB não pode existir.

������������� ����!���Presidente: Maria Conceição AraújoVice Presidente: Célia Maria Seixas AlvesMatosSecretário: Fátima Soares

"����#��$����Presidente: António Afonso1.° Secretário: Francisco Nunes2.° Secretário: Marçalo Duarte

�������Presidente: Vitória Palma BritoVice Presidente: Fernando PenteadoVice Presidente: Luís Albuquerque1.° Tesoureiro: Álvaro Pereira2.° Tesoureiro: Paulo Gomes1.° Secretário: Maria Conceição China2.° Secretário: Carlos ReisVogal: Joaquim AlvesVogal: Paulo CostaVogal: Isabel MoraisVogal: Joaquim Alexandre

9�����

������������� ��

���������� ����������������������� �� ������� ������������������ ��������� ��� ���

������������������������������������������������������ ���� � ������� ������ �����������

!� �������� ������� ���� ���������"���������������� ������������� ��#������������"�

��������������������������� ����������������� � ���������������� ���������$�

����������� �� ���� ����� �����%������� &��� ��� �� ����������������$������ ��������'���������(�������� ��������

&��� ���#����������� �� ���������������� ���������� �� ������ ��� �� ��� ���� ���� ������

)��� �������� ������*������������������ ���%����!������������������ ����(������� ���������

+�����������������*���� ���������� ��,���������������������-���� ����� ���� ��

��������������. ����������������������������������&��� ����������������������

/���� �0 ����

Page 12: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

����%���1����

Bruxelas, 3 de Dezembro de 2002

O barco que atravessa o rio Tejo,e que liga o Barreiro a Lisboa,leva cerca de trinta minutos noseu percurso. Para quem tem deatravessar o Tejo todos os diaspara trabalhar em Lisboa, a viagemé uma rotina: ou se dorme, ou selê, ou se estuda, ou se faz renda,ou simplesmente se conversa com ocompanheiro do lado.

Para quem, como eu, atravessa orio quatro ou cinco vezes por ano,a travessia não é de modo nenhumuma rotina, é pelo contrário umgrande prazer.

Cá fora, na amurada avista-se tudoao nosso redor: o Seixal primeiro,que em tempos esteve ligado aoBarreiro por uma ponteferroviária, a Escola Alfredo daSilva e os três moinhos da praiade Alburrica, agora em bom estadode conservação; a Moita, oMontijo, a Ponte Vasco da Gamacomprida com os seus dezoitoquilómetros de comprimento, amaior da Europa; a ponte 25 deAbril à minha esquerda e o Cristo--Rei em Almada.

A torre de Belém e a «Sagres»também lá estão. À minha direita,o Panteão ou as «obras de S.taEngrácia», é como lhe quiseremchamar, e à medida que nosaproximamos é a beleza do Castelode São Jorge e mais abaixo a Sé.

O Terreiro do Paço abre-se paranós na sua monumentalidade, com aestátua de D. José montado no seucavalo e o arco da Rua Augusta.

A beleza do Tejo é qualquer coisadifícil de esquecer. A água érelativamente limpa, o cheiro amaresia entra-nos pelo narizadentro e embriaga-noscompletamente.

Ouve-se um ruído, o barco atraca,as gaivotas que nos acompanharamna viagem ficaram para trás. Aspessoas precipitam-se para asaída, a vida tem de continuar.

Com as obras do metro no Terreirodo Paço, os mendigos deitados nochão embrulhados numa manta suja,Lisboa perde um pedacinho do seucharme, mas logo mais à frente vemo cheiro das castanhas assadas e équase impossível resistir-lhes.

Quando se entra na rua Augusta, asensação que se tem é a doregresso a casa; a luz, aclaridade, a música, os quiosques,o homem das cautelas e asesplanadas.

Adoro percorrer a rua dosFanqueiros, tem imensas lojas eencontra-se de tudo.

Lisboa tem um encanto muitoespecial, onde antigo e modernocoabitam em perfeita harmonia.Lisboa tem cor, tem vidaautêntica, tem passado, tempresente e tem futuro.

Em tempos em conversa com umaamiga francesa ela dizia-me que oencanto de Lisboa se devia aofacto de ela ter permanecido fiela si própria. O cheiro a carneassada; a café, as floristas quese encontram a cada passo, oseléctricos, os cauteleiros, osmendigos, as estátuas, tudo semistura num festival de som echeiro que nos embriaga e seduz.

Gosto muito de passear na Baixa doChiado, um café tomado na«Brasileira» tem um gostoexcepcional e se for acompanhadode um pastel de nata com canela,então, não há nada que se lhecompare!

Amélia Militão

Page 13: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� �

9!������������������

�% � � ����

=����5�!�������������5�����������!�'�������%��������+4��������������"�������(��!�������5�!�����%�(�>7�!�*���%�������%��������������+=����������$�%����������(������%�?��+=���������$������������������������%�����������������&�������������%��������������������������������������������������&�������������������������'������������+

��������������,����*�����«&��������»�&����������"�'�����"������������'�����%����&�����%����*����������������������.���"����%�(�+���������%�(�������'�����«�������»+@���%��������$��%���������%������������%����+

«����*��»���%�(��������������&�))��+++��+++��+++��+++

8��%�(�������������������(����������$������*�$��«�������»+

A��1����%������%�?��B4��������%��&���4������������0%��&����������24�����������"��0���"�����2+

��������������C�����(��������������������������%�����'�&�)*�$�����&�����������*�$������������%��&���+�,����-����%���"����������������������������&��(�'������*������&������������&���������+�D�)'������!����'���%�����%��������������������'����&����'&�)*�$�����������������������)�����%�(�+D���������'�����-���+

8����$�������������������$����&��-�+

E������������(��&�����'���%�(���������������������������«�����»�0������2+

http://www.terravista.pt/baiagatas/2302/jogpi%C3%A3o.htm

Page 14: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

�����������������������)�

���&����� �&������� ����������������, ������������������������� �������� ������������� ��� �%-�������� ������ �� �.������ ����������������������������'(������.��-��

�� ����������������� ���/������������������� ��/����������� ����� ���������� ���������������'0���� &��&��������������%��������������1���� ������������ ���������

�� ������������� ��� ������$�����������.

om excepção da carrapeta, que é toda demadeira, rodando graças a um rápido giro feitosobre a ponta, entre os dedos polegar e

indicador, todos os outros piões são providos de umaponta de ferro, mais ou menos afiada, que serve de pé,colocada no ápice, sobre o qual rodopia pelo impulso deum cordão, o pião, atirado no chão, gira com mais oumenos velocidade, conforme a violência com que éjogado. Na gíria do jogo, costuma-se dizer que estádormindo, quando roda com velocidade. Fica sereno, oque significa a mesma coisa.

Do brinquedo participam vários meninos, de quatro aseis, na maioria das vezes, cada qual munido de seupião. O jogo deve processar-se em chão de terra batida,onde não haja pedras. Antes de começar, um dosparceiros, de pé descalço, com o calcanhar fincado nochão, dá um giro com o pé meio arqueado, os dedosencurvados para baixo, de modo a formar no chão umcírculo completo. No pequeno círculo circunscrito, queo calcanhar fez, coloca-se um pião velho quebrado, paraservir de alvo. É a carniça. Cada um, por sua vez,visando o alvo, tenta picá-lo, jogando o pião. O queconsegue picá-lo tem a preferência da saída. Quandodois ou mais conseguem atingir a carniça, tem o direitode sair em primeiro lugar o que mais estrago provocou.De acordo com a aproximação do alvo, seguem-se osdemais.

Vale a pena chamar atenção para as particularidadestécnicas no jogar o pião. Há duas maneiras ou técnicasprincipais bem características, chamadas de pontos, noarremesso do pião. O fincão, que só os bem treinadossão capazes de executá-lo, arremessando com violênciao pião sobre a carniça, chegando a lascá-los em duasbandas, quando a acerta, e o ponto de camarão, quecaracteriza os iniciante, ainda sem prática no jogo. Noponto fincão, o parceiro, depois de enrolar fortemente aenfieira, prende a extremidade no dedo indicador,levantando o braço e arremessando o pião, com o ápicepara cima, com muita força, num gesto brusco fazendo--o cair de ponta no chão. É nesta ocasião em que o piãodorme, fica sereno, assobia levemente, permitindo que ojogador o apanhe, estendendo a mão com o dorsovirado para baixo, de modo a colhê-lo, rapidamente,entre os dedos indicador e médio. O pião escorrega paraa palma estirada da mão, onde dança suavemente.

o ponto de camarão, o jogador inexperiente,depois de enrolado o pião, prende aextremidade do cordão no dedo indicador,

colocando-o de ponta para baixo, sacudindo-o parafrente e puxando timidamente a enfieira, que se desen-rola devagar, fazendo com que o pião dance meiobamboleante, sem força, em pouco tempo arriando.Dificilmente há tempo para apoiá-lo na palma da mão.

Num caso ou noutro – no ponto de camarão com maisfrequência – pode acontecer que o jogador falhe, e opião, em lugar de cair de ponta para baixo, cai de bojo

ou de ponta para cima. Rolando no chão violentamente.Diz-se que o jogador matou cobra quando assimacontece.

Na brincadeira do pião, em geral, só participam os bemtraquejados, aqueles que jogam com performance.Existem excelentes jogadores de pião, jogadores que sãocapazes de verdadeiros malabarismos. Um deles:sacudir o pião no ar, apanhando-o na mão sem alcançaro chão. Outro: suspender o pião, girando no chão comocordel de modo a alcançar a palma da mão. Rodando namão espalmada, colhido, após um ponto fincão, pareceparado, tal a velocidade do giro. Diz-se que o pião está«sereno» ou «dormindo».

Começado o jogo, o que saiu em primeiro lugar atira opião visando a carniça, de modo a arrastá-lo para umburaco, feito à distância, que pode variar, às vezes doismetros, às vezes menos, a contar da linha de saída.

e o pião jogado não atingir a carniça ou se apenasdela se aproxima, roçando-a de leve – bojando,como se diz na gíria do jogo – o parceiro perde a

vez, sendo obrigado a colocar, em lugar da carniça,outro pião.

Se o jogador acertar, pode apanhar o seu pião na mãouma ou mais vezes, conforme a força do giro, com omovimento da mão jogando-o sobre a carniça.

Em seguida, vem outro jogador, repetindo o processo,até chegar o último, caso os anteriores não tenhamcolocado o pião inerte dentro do buraco. Aquele queconseguir deve receber de cada um dos parceiro umpião novo ou em boas condições. Há, como é de esperar,alternativas nas convenções, que podem mudar, àsvezes, até no decorrer de uma partida.

Waldemar Valente

�� Folclore Brasileiro: Pernambuco. Funarte, 1979

http://jangadabrasil.com.br/abril/ca80400e.htm

C

N

S

Page 15: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

F���������E������������������%!�������89,������������'���5����!���������������!����������������������������%����������4�%���-��%�����%���������������������G��������������89,��4�����������!�����������"�B

$��%BGGHHH+�%��+��

E������������%������������%������������������������"(��!�����.�������������������������������I��������������>

@�����&������������.�����%�����������I�������89,�+

9�����������������*��������������������0��������� �2����89,�+������*�$�%��������������"����������*�����.�����������������������!�����)��0������������������-��2������!�����������"�������.����B

89,�*��-����*��������JK�$��!��%�+���9������������������������������'�������������������������������������)��������������������%�%��0��)*������������������%�������!�1������2'���%���������$� '������������������������������&��3�%!���

$��%BGG�+!��%�+K�$��+���G!��%G89,�*��-����9�����%�����E��"(��F�������������89,�L

Page 16: Crescente participação dos sócios - users.skynet.beusers.skynet.be/fa025883//bol_2003_01.pdf · As outras dificuldades fomos resolvendo à nossa conta, o telefone, a água, a corrente

����������� ������������������������� ��

�������������������� !�����"���������#

�� �����������������

���������

��!��'����/!����(������"���������������0������1���/���/2/�0�3�����������������#������$�4� � 5����������6*6�6)7�89��%6)�

:�) ��%����*�)")�3����"�;��79�������*�6��

�������$%����&����' (������)����*�+�*������*�&���,������������!�-��&������� ����������