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Diego Brito C riação de S ites na era da Web 2.0 Desenvolva sites profissionais através de uma metodologia completa com um exclusivo artigo de Tim O’Reilly & John Battelle

Criação de Sites na era da Web 2.0 (primeiro capitulo)

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Possuir um site é uma necessidade de comunicação para empresas e pessoas nos dias de hoje. Construir um site sem seguir as tendências e padrões da Web 2.0 é como utilizar a Internet da era da “pedra lascada”. Ensinar você como lidar com essa poderosa forma de comunicação é o objetivo do publicitário Diego Brito, que revela seus segredos e coloca no papel uma metodologia eficaz para que você crie sites Web 2.0. Este livro cobre as etapas de Atendimento, Planejamento, Arquitetura de Informação, Redação, Criação, Desenvolvimento e Otimização (SEO) – sete áreas fundamentais para que você tenha uma visão ampla de todo o processo de criação de um site.

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Diego Brito

Criação de Sitesna era da Web 2.0

Desenvolva sites profissionais atravésde uma metodologia completa

com um exclusivo artigo de

Tim O’Reilly &John Battelle

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Copyright© 2011 por Brasport Livros e Multimídia Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, sob qualquer meio, especialmente em fotocópia (xerox), sem a permissão, por escrito, da Editora.

Editor: Sergio Martins de OliveiraDiretora: Rosa Maria Oliveira de QueirozGerente de Produção Editorial: Marina dos Anjos Martins de OliveiraRevisão de Texto: Maria Inês GalvãoEditoração Eletrônica: Diego Brito e D2B ComunicaçãoCapa: Diego Brito Técnica e muita atenção foram empregadas na produção deste livro. Porém, erros de digitação e/ou impressão podem ocorrer. Qualquer dúvida, inclusive de conceito, solicitamos enviar mensagem para [email protected], para que nossa equipe, juntamente com o autor, possa esclarecer. A Brasport e o(s) autor(es) não assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso deste livro.

BRASPORT Livros e Multimídia Ltda.site: www.brasport.com.brRua Pardal Mallet, 23 – Tijuca20270-280 Rio de Janeiro-RJTels. Fax: (21)2568.1415/2568.1507e-mails: [email protected] [email protected] [email protected]

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Brito, DiegoCriação de sites na era da Web 2.0 / Diego Brito. -- Rio de Janeiro : Brasport, 2011.

ISBN 978-85-7452-466-5

1. Internet (Rede de computadores) 2. Websites - Desenvolvimento I. Título.

11-00920 CDD-005.133

Índices para catálogo sistemático:1. Web 2.0 : Desenvolvimento de sites : Ciência da computação 005.133

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Dedico esta obra à minha esposa, companheira, sócia e amiga Daniella Borges de Brito pelo

incentivo, carinho e cumplicidade sempre.

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VII

Com este trabalho espero conseguir evangelizar o conhecimento em torno da criação de sites, no contexto da Web 2.0, para você leitor. Realizar este livro foi, além de uma satisfação pessoal, um enorme prazer. Sinto-me realizado pelo fato de saber que pude dividir uma parcela de

conhecimento com pessoas que poderão fazer da Internet uma plataforma cada vez mais poderosa e útil na vida de todos.

— Agradeço aos meus leitores pela oportunidade de poder plantar uma semente de conhecimento em cada um de vocês.

­­—­ Aos­ profissionais­ de­ Internet­ que­ lutam­ pelo­ amadurecimento­ e­melhora dos processos na web.

— A minha família pelos conselhos, ensinamentos e virtudes que me foram passados.

— Ao Sergio Martins de Oliveira, Diretor Executivo da Editora Brasport, por ter me oferecido a oportunidade de poder escrever esta obra.

— E, em especial, a minha querida esposa Daniella Borges de Brito, que me acompanhou durante todo o processo de concepção do livro e que sempre contribui comigo com sua experiência e sabedoria.

— Não poderia deixar de citar também meus bichinhos que sempre estão ao meu lado: Simba (o cão coragem), Morpheus (a besteira em forma de cachorro) e especialmente ao meu gato Tigrinho, que nos deixou recentemente, causando uma enorme saudade.

Agradecimentos

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IX

Sumário

Introdução: o que é Web 2.0? .......................................................... 1Saiba o que mudou ...........................................................................................................2

Capítulo 1: Atendimento .................................................................. 7Como lidar com clientes .................................................................................................8Como lidar com as expectativas do cliente ............................................................9

Maratonista ...........................................................................................................10Deslumbrado ........................................................................................................11Cartesiano ..............................................................................................................12Indeciso ..................................................................................................................12Coerente .................................................................................................................13Enrolado .................................................................................................................14Espião ......................................................................................................................15Hidra ........................................................................................................................16

Como lidar com freelancers.......................................................................................17Freelancer part time .........................................................................................18Freelancer full time ...........................................................................................19

Como lidar com a criação ...........................................................................................21Como lidar com desenvolvedores ...........................................................................23Briefing ...............................................................................................................................25Escopo do projeto ..........................................................................................................27Cronograma ......................................................................................................................28Entrevista ..........................................................................................................................30Sobre a área de Atendimento ....................................................................................33

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X Criação de Sites na era da Web 2.0

Capítulo 2: Planejamento ..............................................................34Tempestade de ideias (brainstorming) ................................................................35

1.­Identificar­o­problema .................................................................................352. Pegar papel e caneta .....................................................................................363. Formar uma equipe ......................................................................................364.­Definição­de­papéis .......................................................................................365. Início ...................................................................................................................36

Planejando um site de sucesso .................................................................................37Análises prognósticas ..................................................................................................39

Documento de Prognóstico ............................................................................40Estratégia do projeto ....................................................................................................45Entrevista ..........................................................................................................................47Sobre a área de Planejamento ..................................................................................50

Capítulo 3: Arquitetura de Informação ....................................51Sete dicas práticas de AI .............................................................................................52Tópicos de usabilidade ................................................................................................53

Logo ..........................................................................................................................55Menu ........................................................................................................................56Campo de pesquisa ............................................................................................57Conteúdo ................................................................................................................57

Melhorando o ROI através da usabilidade ..........................................................60Construindo sites acessíveis .....................................................................................61

Princípio 1: Perceptível ....................................................................................63Princípio 2: Operável ........................................................................................63Princípio 3: Compreensível ............................................................................63Princípio 4: Robusto ..........................................................................................63

Fluxo de navegação .......................................................................................................64Seja “pão duro” (no bom sentido) ...............................................................65

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Sumário XI

Pense de forma lógica .......................................................................................66Crie pequenas “ondas” .....................................................................................66Nem tudo é página .............................................................................................66Seja organizado, mas nem tanto ..................................................................67

Como e por que elaborar um wireframe ..............................................................67Não pense demais ..............................................................................................71Inspire-se ...............................................................................................................71Siga as tendências ..............................................................................................71Teste .........................................................................................................................71

Entrevista ..........................................................................................................................72Sobre a área de Arquitetura de Informação .......................................................78

Capítulo 4: Redação ............................................................79O meio e a mensagem ..................................................................................................79A técnica da pirâmide invertida ...............................................................................81

1. O que é mais importante para o usuário saber? ...............................842. O que é importante mas não fundamental? .......................................843. O que é complementar? ..............................................................................854. O que você quer dizer mas o usuário não tem muito interesse em saber? ..............................................................................................................865. O que é irrelevante? ......................................................................................876. O que é dispensável? ....................................................................................887. O que é inútil? ..................................................................................................88

Entrevista ..........................................................................................................................90Sobre a área de Redação .............................................................................................92

Capítulo 5: Criação ..............................................................93Criação não é um dom .................................................................................................93

Um desenvolvedor pode ser designer? .....................................................94

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XII Criação de Sites na era da Web 2.0

Qual é o segredo? ................................................................................................96Controle de variáveis na criação..............................................................................96

Contraste ................................................................................................................97Psicologia das cores ...........................................................................................98Margens ............................................................................................................... 102Alinhamentos .................................................................................................... 105Proporção e equilíbrio .................................................................................. 107Conceito ............................................................................................................... 113

Web­design­x­design­gráfico ................................................................................... 114Vamos por partes ........................................................................................................ 116

Topo ....................................................................................................................... 116Menu ..................................................................................................................... 117Miolo ..................................................................................................................... 117Barra lateral ....................................................................................................... 118Rodapé ................................................................................................................. 118

Entrevista .......................................................................................................................119Sobre a área de Criação ............................................................................................125

Capítulo 6: Desenvolvimento .......................................126Sites estáticos ............................................................................................................... 128Sites dinâmicos ............................................................................................................ 129

Sites institucionais .......................................................................................... 130Lojas virtuais ..................................................................................................... 131Blogs ...................................................................................................................... 132Aplicações web (web apps) ......................................................................... 132Sistemas colaborativos .................................................................................. 133

Linguagens de programação e frameworks .................................................... 135Qual tecnologia escolher para o meu site? ........................................... 136

Entrevista .......................................................................................................................138

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Sumário XIII

Sobre a área de Desenvolvimento ........................................................................ 142

Capítulo 7: Otimização de Sites (SEO) ....................... 143Como funciona a otimização do site? ................................................................. 146

On-page (dentro do site) .............................................................................. 146Off-page (fora do site) ................................................................................... 148

White Hat, Gray Hat e Black Hat .......................................................................... 152Ferramentas para avaliar e monitorar o SEO .................................................. 154Entrevista ....................................................................................................................... 156Sobre a área de Otimização de Sites (SEO) ...................................................... 161

Anexo 1: Briefing (preenchido) ........................................... 163

Anexo 2: Prognóstico (preenchido) ................................... 168

Anexo 3: A web de Tim O’Reilly e John Battelle .............. 181

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1

O que é a Web 2.0? Se eu pudesse resumir em uma frase seria: uma Internet para os usuários. Há quem discorde deste ponto de vista, pois podemos dizer que a Internet desde seus primórdios, entre as décadas de 80 e 90, já era uma rede de interação entre as pessoas. De fato isso é verdade e um dado incontestável. Com este discurso ambíguo surge uma pergunta: o que mudou com a chegada da Web 2.0? A Web 2.0 não é uma atualização de software ou hardware, não é nenhuma tecnologia por si só, não representa nenhum avanço tecnológico de forma separada. A Web 2.0 é um conceito! Um conceito que foi amadurecendo com o tempo e que foi mencionado pela primeira vez no ano de 2004 pela empresa norte-americana O’Reilly Media e MediaLive International (confira­no­final­do­livro um artigo de Tim O’Reilly e John Battelle, com tradução exclusiva) como nome de um conjunto de conferências sobre o tema. Desde então o assunto­tornou-se­cada­vez­mais­presente­entre­profissionais­das­áreas­de publicidade e propaganda, marketing e tecnologia. Eu gosto de pensar que a Web 2.0 é uma releitura da utilização da Internet, tendo como objetivo­torná-la­mais­poderosa­e­eficaz­na­supressão­das­desigualdades­e na democratização do conteúdo. Foi com o advento da Web 2.0 que as lojas virtuais, por exemplo, passaram a dar mais importância sobre os comentários dos usuários em seus produtos, pois, quando não são bem qualificados,­podem­representar­queda­nas­vendas.­

Os­ grandes­ jornais­ online­ contam­ com­ profissionais­ prestigiados,­ no­entanto, muitas vezes, os holofotes de uma matéria jornalística poderão se voltar a um usuário que fez um comentário sobre esta, o que pode até

Introdução: o que é Web 2.0?

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2 Criação de Sites na era da Web 2.0

mesmo­gerar­um­novo­debate.­Sendo­assim,­um­conteúdo,­e­aqui­refiro-me a toda informação contida na Internet, passou a ser mais importante à medida que as pessoas começam a se interessar mais. De certo modo, usuários comuns, ou seja, pessoas do nosso cotidiano, frequentemente assumem o status de “celebridade virtual temporária”. Pois o efeito viral 1 é tão forte na Internet que em pouquíssimo tempo é possível transformar um anônimo em famoso. O cenário retratado é consequência de um amadurecimento da Internet como meio de comunicação, uma evolução natural, tal como já ocorreu de forma similar com outros meios, como a televisão e o rádio que, desde seu surgimento, se esforçam, cada vez mais, para permitir maior proximidade entre seus interlocutores e seus respectivos telespectadores e ouvintes.

Saiba o que mudou

Não há uma data exata no calendário de quando ou como a Web 2.0 se iniciou,­mas­posso­afirmar­que­no­momento­de­lançamento­deste­livro­podemos considerar que estamos no “epicentro” da Web 2.0. Segundo Tim O’Reilly (considerado o criador do termo Web 2.0) e John Battelle “...de 1990 a 2004 seria o fósforo sendo aceso, de 2005 a 2009 o fusível e em

2010 a explosão”. Isso mesmo, para quem ainda não entende muito sobre o termo é importante saber que a grande maioria dos sites construídos hoje são feitos tendo por base as premissas da Web 2.0, como podemos ver a seguir:

1 Na Internet o termo viral refere-se a algo que se espalha rapidamente e torna-se do conhecimento de várias pessoas. Principalmente por conta das redes sociais e blogs, uma notícia pode ser divulgada em questão de poucos minutos para milhares de pessoas, o que pode torná-la tão conhecida entre as pessoas assim como a notícia destaque da capa de um jornal impresso.

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Introdução: o que é Web 2.0? 3

O que é e o que não é Web 2.0?Não é Web 2.0 É Web 2.0

Código produzido em HTML 1. Código produzido em XHTML 2 ou HTML 5.

Utilização de tabelas 3 na construção do código para estruturar o layout e o conteúdo.

Código produzido em Tableless 4, ou seja, sem tabelas para estruturar o layout, mas com o uso de CSS 5 (Cascading Style Sheets).

Sites construídos sem estrutura semântica. Sites produzidos com SEO 6 (Search Engine Optimization) e código semântico 7.

Código escrito sem seguir as melhores práticas. Código produzido de acordo com padrões web (webstandards 8).

Internet Explorer 6 (navegador muito antigo). Firefox, IE 9, Safari, Google Chrome.

Sites que restringem através de severas moderações a participação dos usuários.

Wikis 9 e sistemas de participação onde o usuário pode expor sua opinião de forma simples e transparente.

Utilização excessiva de recursos visuais em Flash 10.Utilização de bibliotecas javascript para efeitos visuais, tais como Jquery, Prototype, MooTools 11, etc.

Conexão discada (rede dial-up). Conexão por banda larga (Internet rápida).

Conversas em salas de bate-papo (chat). Conversas por áudio e vídeo (por exemplo: Chatroulette 12).

Acessar diversos sites para ver informações e notícias de seu interesse.

Utilizar Feeds 13 (RSS), blogs e microblog (ex: Twitter) para se manter informado.

Sites que “funcionam” somente em computadores.Sites cross-platform, ou seja, que “funcionam” em outras plataformas, tais como dispositivos móveis (celulares, smartphones, etc.).

“Web folders”, ou seja, sites que apenas fazem o papel de ser um material da empresa na Internet, sem estratégia de marketing digital.

Sites utilizados como ferramentas importantes no mix de comunicação de uma empresa, tornando-se responsáveis pela captação de novos clientes.

Internet sem resultados mensuráveis.

Estratégias de web analytics 14 que possibilitam extrair relatórios detalhados sobre a experiência do usuário e retorno sobre o investimento (ROI).

:( :)

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4 Criação de Sites na era da Web 2.0

Referências: O que é e o que não é Web 2.0?

1 O HTML (HyperText Markup Language) é uma linguagem de marcação utilizada para produzir páginas na Internet. Os arquivos feitos em HTML são interpretados pelos navegadores, que são responsáveis por exibirem os sites para os internautas. A linguagem HTML é basicamente formada por tags que, como característica principal, começam com um sinal de menor “<” e terminam com um sinal de maior “>”. Exemplo: <html> </html> (tags utilizadas para iniciar e finalizar um documento em HTML).

2 O XHTML, ou eXtensible Hypertext Markup Language, é uma reformulação da linguagem de marcação HTML, baseada em XML. Combina as tags de marcação HTML com regras da XML. Este processo de padronização tem em vista a exibição de páginas Web em diversos dispositivos (televisão, palm, celular, etc). Sua intenção é melhorar a acessibilidade (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Xhtml).

3 Um site construído em tabelas utiliza-se da tag “<table></table>” da linguagem HTML. Com essa técnica o layout de um site é encaixado dentro das células dessa tabela de forma modular. Hoje em dia essa forma de montar uma página para a Internet é considerada como “código sujo”, pois implica em diversas complicações em termos de acessibilidade, otimização do site para busca, tempo de carregamento, entre outras questões. Construir um site nos dias de hoje utilizando essa técnica é algo totalmente desaconselhável – a maneira adequada é utilizar o tableless.

4 Tableless é uma forma de construir o código fonte de um site de maneira a não utilizar tabelas (forma muito utilizada no HTML 1.0). A técnica consiste em colocar o conteúdo de um site (textos e imagens) no código XHTML e o layout separado em um arquivo CSS (Cascading Style Sheets).

5 Cascading Style Sheets (CSS) é uma linguagem de estilo utilizada para definir a apresentação de documentos escritos em uma linguagem de marcação, como HTML ou XML. Seu principal benefício é prover a separação entre o formato e o conteúdo de um documento (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cascading_Style_Sheets).

6 Otimização de Sites é o conjunto de estratégias com o objetivo de potencializar e melhorar o posicionamento de um site nas páginas de resultados naturais (orgânicos) nos sites de busca. O termo SEO (Search Engine Optimization, Acrônimo SEO, também traduzido no Brasil como “otimização para mecanismos de busca”), também se refere à indústria de consultoria, que trabalha na otimização de projetos e websites de seus clientes. Alguns comentaristas, e também alguns profissionais de SEO, dividiram os métodos usados por seus praticantes em categorias como os “SEO de White Hat” (geralmente utilizam métodos aprovados pelos sistemas de busca, como a prática de construção de conteúdo relevante e melhoria da qualidade do site), ou “SEO de Black Hat” (utilizam truques como “Cloaking”, que é a camuflagem do conteúdo real da página, e spamdexing). O termo “spamdexing” (originado da fusão de spam e indexing) refere-se à pratica de spam direcionada aos motores de busca (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/SEO).

7 Um código semântico é aquele que utiliza de forma correta as propriedades do código fonte, ou seja, utilizando cada coisa para o fim que ela é designada.

8 Normas e padrões de código sugeridos pela W3C (World Wide Web Consortium) para que os sites na Internet sejam acessíveis em diversos navegadores e dispositivos (celulares, PDAs, smartphones, etc.).

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Introdução: o que é Web 2.0? 5

9 Sistema onde é possível que os usuários criem e modifiquem conteúdos. Um sistema de wiki mundialmente conhecido é a Wikipédia (enciclopédia online).

10 Programa da empresa Adobe para criação de animações, sites ou sistemas. O Flash possibilita a criação de animações muito atraentes, no entanto, se usado de maneira exagerada ou sem critérios, pode prejudicar o aparecimento de um site no Google.

11 São frameworks, ou seja, ambientes de trabalho com recursos predefinidos que agilizam o desenvolvimento e a criação de recursos visuais utilizando as tecnologias Javascript e Ajax. Um grande diferencial é que eles possibilitam a construção de diversos efeitos visuais que antigamente eram possíveis apenas utilizando o software Flash.

12 Chatroulette é um site onde duplas de desconhecidos interagem tendo como base principal a webcam. Dois usuários comunicam-se por um chat de conversa online (podendo usar o vídeo, áudio e textos). A qualquer momento, um dos dois usuários poderá trocar de pessoa com quem está interagindo, iniciando nova comunicação com outro usuário de forma aleatória (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Chatroulette).

13 Web Feed (vindo do verbo em inglês “alimentar”) é um formato de dados usado em formas de comunicação com conteúdo atualizado frequentemente, como sites de notícias ou blogs. Distribuidores de informação, blogueiros ou canais de notícias disponibilizam um feed ao qual usuários podem se inscrever, no formato de um link. Outros formatos de dado possíveis de serem comunicados por feeds são arquivos de áudio, podcasts e vídeos (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Feed).

14 Web analytics é o processo de medição, coleta, análise e produção de relatórios de dados de navegação e interação com o objetivo de entender e otimizar o uso dos sites e páginas na Internet (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_analytics).

Como demonstra a tabela anterior, as mudanças são para melhorar a experiência do usuário e aumentar as possibilidades de interação. Quando disse no início que a Web 2.0 em uma frase seria “uma Internet para os usuários”, era justamente nesse ponto que eu gostaria de chegar. A tecnologia evoluiu bastante e com ela surgiram novas ideias, como foi o caso das redes sociais, que hoje no Brasil estão entre os sites mais acessados. Segundo pesquisa realizada pela ferramenta de audiência Alexa (fonte: “http://www.alexa.com/topsites/countries/BR”), a rede social Orkut está em quarto lugar entre os sites mais acessados

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6 Criação de Sites na era da Web 2.0

do Brasil, conforme pesquisa realizada em 11/03/2011; já nos Estados Unidos, a rede social Facebook ocupa o segundo lugar entre os sites mais acessados daquele país e hoje também é o segundo lugar entre os sites mais acessados no mundo todo (perdendo apenas para o Google), segundo a mesma pesquisa. Esses dados servem para nos mostrar uma coisa: a Internet hoje não é vista mais apenas como um lugar voltado para as empresas que infestaram a rede, lá no início, com seus sites institucionais. Hoje, muitos empresários que procuram fazer um site acabam fazendo um blog, uma loja virtual ou até mesmo não fazendo “nada” e simplesmente investem em serviços mais estratégicos. Quando pensamos em construir um projeto na Internet as primeiras perguntas devem ser: por que, para quem e por quanto tempo devo fazer esse projeto? Antigamente os empresários pensavam assim: preciso de um site­ para­ não­ ficar­ atrás­ do­ meu­ concorrente.­ Hoje,­ os­ empresários­pensam assim: preciso de um site para aparecer no Google e conquistar muitos­clientes!­É­nesse­cenário­que­os­profissionais­de­comunicação,­marketing e tecnologia estão trabalhando nos dias de hoje, em busca de soluções não só atrativas, mas também lucrativas.

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7

A segunda etapa de todo projeto para uma agência digital (agência especializada em desenvolver projetos para Internet, ex.: sites, blogs, lojas virtuais, etc.), logo após o comercial, é o atendimento. É nessa fase que detectamos mais a fundo o que o nosso cliente deseja. Esse trabalho­nem­sempre­é­realizado­por­um­profissional­exclusivo­para­essa­atividade,­também­é­comum­vermos­no­mercado­profissionais­“híbridos”,­ou seja, que atuem como atendimento/planejamento, atendimento/gerenciamento de projetos, atendimento/comercial, etc. O importante aqui é termos o real entendimento do compromisso dessa etapa para zelar pela saúde e sucesso de um projeto 2 .

Trabalhar com atendimento é estar em contato com pessoas de skills

muito diferentes. Sendo assim, explicarei como lidar com os principais perfis:­cliente,­freelancer,­criação­e­desenvolvedor­(considero­serem­estes­os­perfis­mais­“críticos”,­ou­seja,­que­requerem­um­maior­conhecimento,­no­intuito­de­minimizar­conflitos­e­melhorar­empatia).

2 Entendemos como projeto toda a solicitação feita pelo cliente para a agência, que compreenda um trabalho com início, meio e fim e que seja em prol de realizar alguma atividade para um cliente, por exemplo a criação de um site ou de uma logomarca. Também é bastante utilizado o termo job para designar um projeto.

Capítulo 1:

Atendimento

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8 Criação de Sites na era da Web 2.0

Como lidar com clientes

Os clientes são a alma do negócio. Sem o cliente, não há agência. Pensando assim, podemos tirar uma conclusão: o cliente é a peça mais importante. Esse raciocínio serve para que você compreenda que o cliente espera algo de você. Lembra quando você precisa contratar um serviço­para­a­ sua­ casa,­ comprar­algo­para­o­ seu­ filho,­ou­até­mesmo­ir ao shopping fazer compras? Bom, esse é o momento onde você é o cliente. Nesses momentos você possui expectativas acerca dos produtos/serviços que deseja adquirir e, caso estas não sejam alcançadas, você ficará­decepcionado.­É­exatamente­assim­que­ocorre­do­outro­lado.­O­seu­cliente quando lhe procura possui muitas expectativas sobre o trabalho que ele contratou, ele até mesmo pode lidar com isso como realização pessoal ou sonho de vida.

O papel do atendimento é compreender o que o cliente deseja e saber extrair­de­sua­equipe,­através­do­briefing 3 , soluções que melhor atendam as necessidades do cliente. Nesse ponto estamos lidando com sensações e requisições não muito objetivas que, quando não compreendidas, podem ocasionar um grande ruído de comunicação. Para que a comunicação esteja sempre alinhada entre as partes, é importante documentar toda conversa referente à tomada de decisões durante os trabalhos, que pode ser em documento por escrito, ou simplesmente por e-mail. Toda decisão que for tomada por telefone deve ser transcrita, sendo assim é necessário obter documentação de tudo, pois os clientes às vezes esquecem suas próprias decisões. Sim, eles esquecem porque são tão

3 O briefing é um documento fundamental para a criação de qualquer projeto de comunicação. Nele devem estar contidas informações fundamentais, tais como: o que precisa ser feito, para quando, por qual motivo, etc.

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Capítulo 1: Atendimento 9

humanos quanto nós, e quando não comprovado que algo já havia sido acordado­anteriormente,­será­o­profissional­de­atendimento­que­ficará­em uma “saia justa”.

No início dos trabalhos deve ser informado ao cliente como o processo será conduzido, qual o tempo estimado, quando serão concluídas as tarefas, algo que pode ser feito mensalmente, semanalmente ou até mesmo diariamente; dependendo do tamanho do projeto e da agência, existe­ um­ profissional­ de­ gerenciamento­ de­ projetos­ que­ ficaria­incumbido desta tarefa. Caso ele não exista na equipe, certamente essa tarefa­estaria­nas­mãos­do­profissional­responsável­pelo­atendimento.­O­cliente­desde­o­início­precisa­ser­posicionado­sobre­como­será­o­fluxo­das­atividades, pois assim serão evitados possíveis desgastes que poderiam ocorrer. Também é importante mencionar tudo, absolutamente tudo, o que a agência tem em mente. Não subestime a capacidade do cliente em avaliar a condução dos trabalhos, bem como as atividades que estão sendo desenvolvidas. Como o processo de criação de um site nem sempre é um conhecimento do cotidiano dos clientes, é de suma importância deixar tudo o mais transparente possível, evitando desta forma possíveis desgastes. Acredito que, seguindo essas premissas básicas, a relação entre cliente e agência será duradoura.

Como lidar com as expectativas do cliente

Primeiramente precisamos entender que compreender as expectativas do­ cliente­ é­ algo­que­vai­ além­de­ redigir­um­briefing,­ é­ algo­que­deve­estar­no­âmago­de­todo­profissional­de­comunicação,­é­a­sensibilidade­que distingue o ato de “fabricar sites” da sinergia necessária para criar

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10 Criação de Sites na era da Web 2.0

soluções que agreguem valor. Como já dizia o escritor José Saramago, não basta ver, é preciso enxergar. Sendo assim, é necessário entender primeiramente os motivos e desejos do cliente, sejam quais forem. O profissional­que­capta­essa­mensagem­não­precisa­mandar­“X”­versões­de layout para tentar agradar na base da tentativa e erro – é sabido que quantidade não gera qualidade, mas com toda certeza gera stress, seja do criativo ou do cliente.

Existem­diversos­tipos­de­cliente­e­detectar­o­perfil­na­hora­de­realizar­um­projeto é algo que irá lhe dar uma ligeira vantagem para conseguir a tão desejada aprovação. A seguir, veja alguns tipos que eu já encontrei:

Maratonista

Esse­ é­ um­ dos­melhores­ clientes,­ pois­ o­ projeto­ não­ fica­ parado­ e­ as­respostas são sempre no estilo “toma lá, dá cá”. Ele geralmente tem um bom conhecimento de Internet e irá responder prontamente os seus contatos, seja de seu escritório, celular, ou até mesmo de casa, pois para ele o importante é não lhe deixar parado por falta de aprovações, informações ou quaisquer outras questões que dependam dele. Seu maior desejo é que o projeto avance o quanto mais ágil possível.

Pontos positivos: o projeto seguirá o cronograma provavelmente sem atrasos e não haverá desgaste entre as partes envolvidas.

Pontos negativos: por conta de sua presteza e agilidade, o cliente acaba tendendo­a­ser­menos­reflexivo­em­suas­decisões­e­certamente­haverão ajustes a serem feitos depois que o trabalho estiver pronto. Ou seja, esse

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Capítulo 1: Atendimento 11

perfil­não­costuma­revisar­muito­bem­as­coisas,­resultando­em­trabalho­redobrado para você nesse ponto.

Expectativa: possuir um site rapidamente, mesmo que não seja uma versão completa. Para ele o importante é colocar algo no ar o mais breve possível e ir aperfeiçoando com o tempo.

Deslumbrado

Para ele a Internet é uma das melhores invenções da humanidade. Independentemente­de­sua­profissão,­saiba­que­ele­gostaria­de­trabalhar­com­ web­ assim­ como­ você.­ Possui­ perfil­ em­ diversas­ redes­ sociais­ e­certamente­irá­adicioná-lo­como­amigo.­Esse­perfil­adora­inovação,­ideias­criativas e ousadas, talvez seja o melhor tipo de cliente para quem quer fazer um bom portfólio.

Pontos positivos: se­ele­possuir­uma­boa­confiança­no­seu­trabalho­será­ótima a relação, pois não irão ocorrer transtornos e ainda ele irá regá-lo com elogios.

Pontos negativos: muitas vezes quer que o site contenha tudo que ele acha legal em outros sites. Se você não tiver uma boa lábia para defender o­conceito­criativo­o­site­irá­ficar­com­aspecto­de­“frankenstein”,­ou­seja,­com muitos remendos, pois ele irá querer colocar tudo que gosta no site.

Expectativa: ter um projeto moderno e inovador e que seja motivo de vários elogios.

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Cartesiano

Possui a necessidade de obter resultados tangíveis e mensuráveis. Sua estratégia com o novo site é aumentar o seu lucro. Esse tipo de cliente é muito­difícil­de­ser­persuadido­por­ideias­conceituais,­portanto­o­melhor­a fazer é utilizar a estratégia de evidenciar o ROI 4 do projeto, que pode ser mensurado através de ferramentas como o Google Analytics 5 .

Pontos positivos: sabe o que quer­ e­ confia­ em­ você­ para­ cuidar­ do­projeto dele.

Pontos negativos: racionaliza demais a comunicação e não consegue perceber fatores como ganho de marca, imagem e posicionamento.

Expectativa: obtenção de lucro através do novo site.

Indeciso

Geralmente ele procura fazer um site novo por aconselhamento de alguma outra pessoa. Nesse tipo de cliente você irá perceber que ele mesmo não sabe­o­que­quer­e­o­que­um­novo­site­poderá­ lhe­ trazer­de­benefícios.­Sendo assim, o importante é atendê-lo como um consultor, sanando suas dúvidas e orientando-o.

4 Retorno sobre investimento (Return on Investment ou ROI) é o termo utilizado para designar o ganho que será obtido através de uma ação. Em outras palavras, é o quanto deve ser investido para se obter um determinado retorno (lucro).

5 O Google Analytics é um serviço oferecido pelo Google gratuitamente e tem a finalidade de emitir estatísticas acerca da visitação de um site.

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Pontos positivos: é maleável e sabe ouvir sugestões. A tendência é cada vez­mais­ele­confiar­em­você­e­indicar­os­seus­serviços­para­os­amigos.

Pontos negativos: você deverá ter muita paciência, pois esse tipo de cliente é muito confuso e exige muito tempo para que você explique o projeto.

Expectativa: que­o­profissional­capte­as­suas­necessidades­e­lhe­oriente­na tomada de decisões durante o decorrer do projeto.

Coerente

É um cliente “nota dez” e muito raro de encontrar. Sabe o que quer e o que pode exigir de você. Está bem informado sobre Internet e já pesquisou bastante sobre o novo site antes de lhe contatar. Seus pedidos são todos coerentes e objetivos. Questões sobre o que é Web 2.0 ou para que servem as redes sociais são assuntos de seu pleno domínio.

Pontos positivos: é um cliente inteligente e que sabe delegar as suas necessidades­para­o­atendimento.­Entende­as­dificuldades­envolvidas­no­processo e por conta disso é maleável em relação ao prazo de entrega.

Pontos negativos: esse cliente costuma ser impaciente e intolerante a possíveis erros ou atrasos no projeto. Solicita muitos ajustes e revisões, pois gosta de sempre colocar uma pitada da sua opinião nos trabalhos.

Expectativa: que o site novo seja de acordo com o que ele idealizou no início e que seja executado de forma organizada.

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Enrolado

Esse cliente é complicado de ser atendido. Os clientes enrolados são aqueles que falam bastante, solicitam reuniões e explicações, você despende­ tempo­ e­ dedicação,­ mas,­ no­ final­ das­ contas,­ o­ serviço­ que­é bom, nada. Ou seja, os enrolados são os clientes que não dão muita atenção ao projeto, de maneira que o prazo inicial de entrega do site pode aumentar em vários meses, por conta de atrasos em aprovações e material enviado de forma incompleta.

Colocando­numa­balança,­atender­um­cliente­enrolado­dificilmente­será­gratificante­ do­ ponto­ de­ vista­ financeiro,­ pois­ o­ tempo­ que­ leva­ para­as­coisas­andarem­de­ fato­é­muito­grande,­e­você­ fica­“amarrado”­com­esse projeto que certamente será um prejuízo, pois tempo é dinheiro. Por incrível que pareça, eu já tive projetos onde um site de apenas uma página demorou cerca de um ano para ser entregue, pois o cliente era enrolado e lento em aprovar as tarefas e enviar material, além de mudar de ideia constantemente. O ideal para que você não se sinta lesado nessa relação duradoura é cobrar um valor pelo projeto onde você se sinta confortável para entregar o site nem que seja no dia de “são nunca”. Lembre-se também de fazer um contrato de prestação de serviços com uma­cláusula­onde,­se­o­cliente­ficar­um­determinado­tempo­sem­aprovar­algo, a aprovação ocorre automaticamente, além de outras cláusulas que possam defender os seus interesses.

Pontos positivos: você irá apenas ganhar experiência.

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Pontos negativos: é um tipo de cliente que somente lhe fará perder tempo­e­no­final­das­contas­o­valor­recebido,­na­maioria­das­vezes,­não­compensará o desgaste.

Expectativa: ele não sabe, hehe.

Espião

O espião é muito parecido com o enrolado em alguns pontos, a diferença é que ele não irá fechar negócio com você. O cliente espião está interessado em fazer orçamentos, solicitar reuniões, requisitar apresentações da empresa com cases. E também existem os “caras de pau” que, por mais incrível­que­pareça,­simulam­projetos­fictícios­somente­para­lhe­espionar,­leia-se­ fazer­ você­ perder­ tempo.­ O­ ideal­ é­ possuir­ um­ firewall 6 para esse tipo de cliente e não sucumbir à tentação, pois o espião é maroto e de poderio retórico nato. O espião quer informações sobre sua forma de trabalho, valores praticados, modelo de negócio, metodologia de trabalho, dicas de como fazer as coisas e o que mais ele puder extrair. Geralmente esse cliente é um concorrente que está tentando fazer uma análise da concorrência ou um cliente que se acha muito esperto a ponto de extrair tudo o que você sabe e ele mesmo fazer o trabalho. Não preciso dizer o quanto isso é antiético, não?

Pontos positivos: nenhum.

6 Firewall é um termo da informática para designar um sistema de proteção contra ataques ao seu computador ou a uma rede de computadores.

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Pontos negativos: você irá despender tempo e atenção em atendê-lo, no entanto, o máximo que você conseguirá é que ele explore o seu conhecimento e “roube” informações do seu negócio.

Expectativa: é obter o maior número de informações sobre o seu negócio.

Hidra 7

Uma empresa com muitos sócios ou pessoas envolvidas no projeto. Clientes­ do­ tipo­ hidra­ são­ burocráticos­ em­ aprovações­ e­ difíceis­ de­agradar. Nesses casos o projeto sempre é avaliado por um conjunto de pessoas onde cada uma pensa de uma maneira. O ideal é colocar uma cláusula no contrato onde apenas uma pessoa é responsável por enviar os ajustes e aprovações pertinentes ao projeto, pois pode ocorrer de várias pessoas se envolverem no processo e, ao invés de ajudarem, irão acabar tumultuando. Sendo assim, o cliente poderá solicitar que sejam feitas mais de uma versão de layout para que ele faça uma votação – no meu ponto de vista acho esse tipo de situação desgastante e para mim um­briefing­é­ igual­a­um­layout­(no­sentido­de­que­para­um­problema­há uma solução que você considera a mais viável). Caso você perceba a necessidade de produzir mais de um layout, o ideal é já contabilizar isso no valor do projeto.

Pontos positivos: devido ao grande número de pessoas, são diminuídas as possibilidades de erros – no entanto, poderão ocorrer confusões pelo volume de informações que, às vezes, poderão ser contraditórias.

7 A Hydra é um animal da mitologia grega que possui corpo de dragão e diversas cabeças de serpente.

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Pontos negativos: o trabalho evolui de forma muito lenta, pois o trâmite de aprovações envolve muitas pessoas. É comum sempre uma ou mais pessoas envolvidas não gostarem do resultado, porém isso não é algo que invalide­a­qualidade­do­projeto,­ somente­valida­a­afirmação­de­que­as­pessoas possuem opiniões diferentes.

Expectativa: ser reconhecido dentro da empresa como responsável pela condução de um projeto importante. Nesses casos o maior objetivo do cliente é­o­aumento­de­seu­status­profissional­dentro­da­empresa­em­que­atua.

Como lidar com freelancers

Os­ profissionais­ freelancers 8 são muito comuns dentro do mercado de Internet, pois as agências os contratam dependendo de demanda específica­e­ aptidão.­O­atendimento­precisa­ entender­que­o­ freelancer­possui uma forma de trabalho diferente dos funcionários da agência, o que requer uma atenção diferenciada para conduzir o projeto da melhor maneira­possível.­Os­freelancers­em­termos­gerais­podem­ser­classificados­em dois tipos: full time e part time. Veja as particularidades de cada um:

8 Freelancer é o termo em inglês para denominar o profissional autônomo, que se autoemprega em diferentes empresas ou, ainda, guia seus trabalhos por projetos, captando e atendendo seus clientes de forma independente. É uma tendência muito em voga no mercado de jornalismo, design, propaganda, web, tecnologia da informação, música e muitos outros. No Brasil, utiliza-se mais o termo freela como uma referência aos profissionais freelancers ou em relação aos trabalhos realizados. Exemplo: “Estou fazendo um “freela” para a empresa tal” (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Freelancer).

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Freelancer part time

Esse­ profissional­ está­ envolvido­ em­ cerca­ de­ 70%­ de­ sua­ jornada­ de­trabalho­em­um­emprego­fixo­e­utiliza­os­30%­restantes­para­vender­sua­mão de obra para agências (ou até mesmo diretamente para clientes) em projetos pontuais. O seu objetivo é complementar a sua renda mensal através­do­trabalho­freelancer.­Geralmente­esse­profissional­tende­a­não­cumprir prazos muito justos, pois ele está envolvido prioritariamente com o seu emprego e somente estará disponível em horas vagas. Nesse caso, o freela (trabalho efetuado pelo freelancer) está em segundo plano para ele, podendo atrasar o prazo. Também existe o risco de ele desistir do projeto no meio do caminho por falta de disponibilidade de tempo.

Pontos fortes: domina muito bem um determinado assunto e possui uma boa experiência com o que faz. Está acostumado com cronogramas e metodologias de trabalho, pois já os utiliza na empresa em que está atualmente empregado.

Pontos fracos: por possuir pouco tempo livre, não consegue desenvolver projetos muito extensos. A sua disponibilidade para falar sobre o projeto será­ provavelmente­ em­horários­ não­ convencionais,­ finais­ de­ semana,­ou somente por e-mail – o que pode prejudicar a comunicação e gerar ruídos no entendimento das tarefas.

Ameaça: existe­o­risco­desse­profissional­desistir­do­projeto,­pois­ele­o­conduz em segundo plano, em conjunto com o emprego. Por não depender financeiramente­do­trabalho­freelancer­para­manter­a­sua­renda­mensal,­caso ele se sinta pressionado, ou acredite que tenha cobrado menos que deveria, poderá “sumir” sem deixar vestígios. Já tive uma experiência

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Capítulo 1: Atendimento 19

onde um desenvolvedor freelancer me deixou na mão em um projeto para viajar para Buenos Aires para se divertir.

Oportunidade: você­pode­contratar­profissionais­com­conhecimentos­muito­ específicos­ sem­ o­ custo­ e­ encargos­ de­ mantê-lo­ fixo­ na­empresa. Desta maneira, é possível aumentar a qualidade dos projetos desenvolvidos e certamente essa será uma vantagem competitiva perante a concorrência.

Freelancer full time

A diferença entre o freelancer part time e o full time é que este último dedica­100%­do­seu­tempo­ao­projeto.­Ou­seja,­ele­optou­por­não­ter­chefe­e trabalhar para agências ou clientes em projetos pontuais em período integral. Nesse caso, o freelancer é muito comprometido com o trabalho desenvolvido e faz questão de demonstrar prestatividade e qualidade, afinal­o­“ganha­pão”­dele­está­vinculado­aos­projetos­de­que­participa.­Por­estar­dedicado­em­maior­tempo­no­projeto,­esse­tipo­de­profissional­pode ser mais caro que o anterior, porém oferece uma maior segurança quanto ao comprometimento com a entrega do trabalho.

Pontos fortes: possui tempo integral para dedicar-se ao trabalho freelancer. Desta maneira, os prazos de entrega serão ágeis e o trabalho poderá ser acompanhado em horário comercial. O comprometimento com­a­entrega­do­trabalho­é­grande,­pois­o­profissional­depende­desse­dinheiro para compor a sua renda.

Pontos fracos: esse­ profissional­ tende­ a­ ser­ menos­ especializado­ do­

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que o part time e possui um menor conhecimento de cronogramas e metodologias­ (porém,­ isso­ não­ é­ uma­ regra).­ Como­ esse­ profissional­presta serviço para diversas empresas/clientes, ele está envolvido com questões comerciais e de atendimento e não possui um foco na execução das tarefas, o que às vezes nos dá a impressão de uma “falsa” disponibilidade de tempo.

Ameaças: você­ poderá­ ficar­ “refém”­ desse­ freelancer,­ caso­ ele­ fique­responsável por pontos cruciais do projeto. Portanto, o ideal é não terceirizar etapas de grande importância. Uma forma de contornar esse problema é possuir uma metodologia de trabalho que implique no acompanhamento e na documentação constante das tarefas executadas. Já­ fiquei­ sabendo­ de­ relatos­ onde­ o­ freelancer,­ percebendo­ a­ sua­importância para o projeto, solicitou um aumento vertiginoso de sua remuneração para entregar o trabalho, aproveitando-se do fato de que o prazo­de­entrega­já­estava­chegando­ao­fim.

Oportunidades: é­possível­firmar­parcerias­de­confiança­e­duradouras­com­esse­tipo­de­freelancer.­Você­também­poderá­reduzir­o­custo­final­dos­serviços que estão sendo desenvolvidos, pois o freela tende a ser mais barato­financeiramente­do­que­manter­um­funcionário­que­representaria­um­custo­fixo.

Uma boa dica para trabalhar com freelancers é não estipular prazos de entrega muito curtos e nunca expor o seu verdadeiro cronograma de entrega das atividades, pois a tendência é que eles atrasem na entrega das tarefas. Também é importante combinar o pagamento vinculado ao trabalho entregue, para estimular o cumprimento dos prazos, bem como o comprometimento com as tarefas que estão sendo

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Capítulo 1: Atendimento 21

desenvolvidas. É fundamental fazer um contrato de prestação de serviços para a formalização do que está sendo realizado, para que não haja desentendimentos acerca do escopo 9 do projeto.

Como lidar com a criação

O­ profissional­ de­ criação­ tende­ a­ ser­ extrovertido,­ culto,­moderno­ e­numa equipe gosta de expor suas ideias. Um dos maiores objetivos da criação é que o trabalho salte aos olhos das pessoas como uma boa concepção de design, porém nem sempre esse é o foco do projeto. Uma das­grandes­dificuldades­em­dialogar­com­a­criação­é­ tentar­explicar­que­ ficar­ com­ layout­ “bonito”­é­ consequência­de­atender­o­propósito­colocado­ no­ briefing.­ Uma­ boa­ maneira­ de­ conduzir­ o­ processo­ de­criação é estar sempre atento e presente; caso você perceba que o trabalho está perdendo o rumo, deve-se redirecionar a equipe para que o projeto atenda ao escopo.

É­ comum­vermos­desentendimentos­ entre­ os­ profissionais­ da­ área­ de­criação e o desenvolvimento, pois uma etapa é dependente da outra e as­duas­áreas­são­muito­distintas.­Nesses­momentos,­o­profissional­de­atendimento é fundamental para fazer a ponte na comunicação, para que o projeto caminhe da melhor forma possível. Um bom layout para Internet é aquele que é funcional, objetivo e explicitamente fácil de ser compreendido pelo usuário ao qual se destina. Sem isso, não há teoria das cores, semiótica ou conceito artístico que irá “salvar” o projeto.

9 O escopo é todo o trabalho necessário a ser realizado para entregar um projeto. Na criação de sites entendemos como escopo: quantidade de seções, forma de construção do código, conteúdo, etc.

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O atendimento precisará ter empatia para colocar-se no lugar do usuário e­avaliar­o­design­e­sua­adequação­ao­briefing­proposto­pelo­cliente.­Não­significa­que­a­opinião­do­atendimento­está­acima­da­criação,­no­entanto,­a­melhor­forma­de­encarar­isso­é­com­muita­diplomacia­–­pois,­no­final­das contas, existem três pontos de vista que terão que ser respeitados: cliente, agência e o mais importante: o do usuário.

O tempo é uma das variáveis mais importantes para o atendimento, pois ele deve honrar com seus compromissos em submeter o trabalho ao cliente para que sejam feitas as revisões e aprovações. No entanto, na etapa de criação, caso não haja uma metodologia para o controle de horas e entregas, atrasos contínuos são comuns. Nesses casos é fundamental a implementação de um sistema de gerenciamento de projetos que possa ajudar no controle das atividades. É necessário bastante jogo de cintura, pois criativos tendem a ser egocêntricos, e paciência é uma das melhores ferramentas­do­atendimento­para­ lidar­ com­o­profissional­de­criação.­Sem isso, é fato consumado que ocorrerão sérios desentendimentos. A melhor dica que eu poderia dar é: seja cauteloso e diplomático, pois é comum a autodefesa e o protecionismo do criativo sobre a sua obra (talvez isso seja um indício maior da arte que habita o criativo e esteja intrinsecamente ligado à explosão de ideias que surgem em sua mente).­O­processo­criativo­é­algo­que­pode­começar­de­“A”­e­finalizar­em­ “Z”.­ Sendo­ assim,­ quando­ uma­ pessoa­ estiver­ criando,­ não­ fique­questionando até que ela lhe pergunte “O que você acha?”. Pois ser interrompido é algo extremamente desagradável, falo por experiência própria, na hora que alguém se aproxima e diz: “desse jeito acho que não­vai­ficar­legal...”,­isso­basta­para­deixar­um­criativo­louco,­pois,­no­momento da criação, você brinca com elementos, se abstrai às vezes da­linha­lógica­e,­por­fim,­tira­uma­conclusão­e­apresenta­o­trabalho.­

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Capítulo 1: Atendimento 23

Ser interrompido é como atrapalhar esse processo que ocorre naturalmente. Por isso, lembre-se de não interromper.

Como lidar com desenvolvedores

A etapa de desenvolvimento é responsável pela mágica que ocorre atrás das cortinas, ou seja, tudo aquilo que muitas pessoas nem imaginam que existe,­mas­é­o­que­dá­vida­aos­sites.­Temos­os­profissionais­responsáveis­pela interface, que são conhecidos como designers de interface e os profissionais­ (também­ chamados­ de­ programadores)­ que­ trabalham­com linguagens dinâmicas (PHP, Ruby, JAVA, etc.) e que lidam com banco de­dados.­Além­desses,­temos­os­DBAs­e­especificadores.­Embora­existam­profissionais­ com­ especializações­ distintas,­ todos­ possuem­ muito­em comum: são cartesianos e necessitam de uma boa explicação para poder executar as tarefas. Não é bom deixar nada subentendido para um desenvolvedor, pois isso certamente irá gerar um ruído de comunicação e prejudicar o andamento do trabalho. O ideal é detalhar muito bem o escopo e o que precisa ser realizado.

Diferentemente de lidar com a criação, com o desenvolvimento é necessário questionar e interromper, caso você veja que algo não está indo pelo caminho lógico. Trabalhar em conjunto não é algo encarado negativamente pelos desenvolvedores, mas sim uma boa estratégia, pois certamente irá evitar um retrabalho desnecessário. Por isso, esteja sempre atento e acompanhe o desenvolvimento de perto. É fundamental entender pelo menos o mínimo sobre como as coisas funcionam, pois o que pode parecer fácil para um leigo pode ser complexo para um desenvolvedor. Portanto, estude o máximo que puder para entender o “feijão com arroz”

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de como as coisas funcionam. Não precisa se aprofundar em nenhuma linguagem, porém leia o básico de alguns conceitos, tais como: lógica de programação, banco de dados, linguagens dinâmicas, novas tecnologias, programação orientada a objetos e por aí vai.

Saiba se expressar de forma clara e objetiva, se possível, através de exemplos e referências em outros sites. Seja paciente, pois às vezes podem surgir problemas cabeludos. O desenvolvedor precisa de tempo para resolvê-los e não do atendimento lhe pressionando de forma desesperada­–­o­ideal­mesmo­é­possuir­uma­boa­especificação­do­projeto.­O­ desenvolvedor­ raramente­ trabalha­ sob­ pressão,­ o­ melhor­ é­ definir­milestones 10 onde o projeto possa ser avaliado continuamente.

Para melhor gerir o desenvolvimento das tarefas é fundamental a adoção de uma ferramenta de gerenciamento de projetos. Utilize um sistema para gerenciar tasks, milestones, bugs, etc; um exemplo mundialmente conhecido é o http://basecamphq.com/. O ideal é procurar no Google algo como “project management web application” que você irá encontrar diversas referências, tanto gratuitas como pagas (infelizmente a maioria é em inglês, mas algumas também possuem versão em português). Entendendo o que o desenvolvedor faz e sabendo controlar as datas de entregas das milestones,­dificilmente­o­atendimento­terá­problemas­com­um desenvolvedor, pelo menos problemas que possam ser originados por conta de uma má gestão do recurso 11 .

10 Uma milestone é um marco em um projeto. É um ponto onde um determinado conjunto de tarefas foi executado e é possível testar o resultado.

11 Em gerenciamento de projetos as pessoas envolvidas no desenvolvimento das tarefas são chamadas de recursos, ou seja, recursos humanos.

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Capítulo 1: Atendimento 25

Briefing

O­ briefing­ é­ o­ principal­ documento­ gerado­ na­ etapa­ de­ atendimento.­O­ objetivo­ do­ briefing­ é­ coletar­ informações­ sobre­ a­ empresa­ que­sejam relevantes para a elaboração do projeto. Sendo assim, é de suma importância que esse documento seja preenchido com bastante atenção e empenho. Nem todos os clientes “colaboram” como deveriam no momento­de­coleta­do­briefing,­nesses­casos,­você­deve­resaltar­que­esse­documento será o registro inicial do projeto e é com ele que poderemos extrair informações importantes para elaborar o escopo do projeto. Veja a­seguir­um­questionário­para­elaboração­de­um­briefing:

1. Resumo sobre a empresa.

Resposta:

2. Breve histórico.

Resposta:

3. Qual é o público-alvo da empresa?

Resposta:

4. Como a empresa se posiciona no mercado?

Resposta:

5. Qual é o principal produto/serviço da empresa?

Resposta:

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6. Qual é a relação da empresa com a Internet?

Resposta:

7. Motivo de criação do novo site?

Resposta:

8. Retorno esperado?

Resposta:

9. O cliente já possui o conteúdo para incluir no site?

Resposta:

10. Qual é a expectativa de conclusão do projeto?

Resposta:

11. Quais são os sites dos principais concorrentes?

Resposta:

12. De quais sites a empresa mais gosta?

Resposta:

Nota: você encontrará nos anexos deste livro um modelo de briefing preenchido. Utilize-o como referência na hora de preencher o seu.

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Capítulo 1: Atendimento 27

Escopo do projeto

Na etapa de atendimento deverá ser gerado um documento com o escopo do­projeto.­Este­documento­é­complementar­ao­briefing­e­visa­descrever­o­projeto.­Então,­ recapitulando:­você­deverá­ redigir­um­briefing­e­ logo­depois o escopo do projeto – somente após a confecção desses dois documentos o projeto poderá avançar para as etapas seguintes. Veja um­ exemplo­ de­ escopo­ do­ projeto,­ tendo­ por­ base­ a­ empresa­ fictícia­Turislandy (uma agência de turismo):

1. Qual é o objetivo do projeto?

R: Elaborar o novo site da empresa de acordo com a Web 2.0.

2. Definição do problema ou situação geradora do projeto (problema,

necessidade, desafio, oportunidades):

R: A empresa percebeu que os concorrentes possuem sites mais modernos e pretende aumentar seus investimentos na Internet. Com o novo site “no ar” a empresa também deseja aumentar suas vendas.

3. Detalhamento do escopo:

R: Possuir visual alinhado com a Web 2.0 e arquitetura de informação usual. As seções do site deverão ser: sobre a empresa, pacotes nacionais, pacotes internacionais, trilhas ecológicas, cruzeiros, blog, promoções e formulário de contato. Todas as seções do site serão dinâmicas, ou seja, administráveis pela Turislandy através de um ambiente administrativo.

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4. Restrições, premissas e o que fica fora do escopo:

R: Deverá ser aproveitado o conteúdo do site anterior, no entanto, ele deverá ser mais bem trabalhado. Não está contemplada a criação de interface compatível com o navegador Internet Explorer 6. O site só poderá conter imagens do banco de imagens de preferência do cliente (que será indicado futuramente).

Cronograma

O cronograma é o instrumento para mensurar quanto tempo o projeto levará para ser entregue e com quais etapas. A elaboração do cronograma é­ responsabilidade­ do­ profissional­ de­ atendimento,­ caso­ não­ haja­um gerente de projetos na equipe – se existir um gerente do projetos, escopo­e­cronograma­ficam­sendo­tarefas­de­sua­responsabilidade.­Um­cronograma pode ser criado com diferentes níveis de detalhamento, e qual caminho seguir dependerá do tamanho do projeto e do número de pessoas envolvidas. Você poderá ter um cronograma baseado em fases, contemplando as aprovações com o cliente, delimitando um período para testes em cada fase e, se assim desejar, poderá indicar os responsáveis por cada tarefa que precisa ser realizada. Para montá-lo eu indico dois programas de computador: Microsoft Project (para PC) e OmniPlan (para Mac – este é o que utilizei para elaborar o exemplo a seguir). De acordo com a metodologia proposta no livro, veja um exemplo de cronograma para a criação de um site:

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Capítulo 1: Atendimento 29

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EntrevistaPara complementar o conteúdo deste capítulo eu entrevistei Daniella Brito, especialista em atendimento e gerenciamento de projetos para Internet e autora do livro Construindo

um blog de sucesso com o WordPress 3

(Ed. Brasport).­Confira­o­que­rolou:

1. Você acredita que a Web 2.0 também pode ser entendida como uma fase de amadurecimento nos processos e metodologias para a criação de sites?

R: Eu diria que é exatamente o contrário, ou seja, conforme nos adentramos em novas fases da Internet, os processos e metodologias evoluem­para­se­adaptar­às­mesmas,­afinal­de­contas­o­processo­é­que­tem que se adaptar ao negócio da empresa e não o contrário.

2. O que é gerenciamento de projetos?

R: Gerenciamento de projetos é uma área responsável por aplicar processos preestabelecidos e das quais sejam capazes de organizar um sistema.­O­gerente­de­projetos­fica­responsável­por­organizar­processos­e recursos de diversos tipos, tais como: recursos humanos, tecnológicos, financeiros,­etc.

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Capítulo 1: Atendimento 31

3. O gerente de projetos é um profissional relativamente novo dentro das agências digitais. O que você pensa sobre essa inovação?

R: Na maioria dos casos o gerenciamento de projetos é uma atividade que está­sendo­aplicada­pelos­profissionais­de­atendimento.­O­profissional­de­atendimento acabou absorvendo essa nova responsabilidade e, com isso, passou a ter uma grande importância nas agências. O gerenciamento de projetos é fundamental para uma agência que pretende trabalhar de forma organizada e estruturada e assim conseguir mensurar corretamente os seus custos, evitando sempre investimentos desnecessários ou projetos que apenas dão prejuízos.

4. Qual é o maior desafio do gerente de projetos numa agência digital?

R:­ Acredito­ que­ o­maior­ desafio­ fique­ com­ o­ PMO,­ profissional­ que­ é­responsável por desenvolver os processos. É extremamente complicado desenvolver processos que não “engessem” uma agência, uma vez que toda­ agência­ depende­ de­ liberdade­ e­ flexibilidade­ para­ gerir­ cada­ vez­mais­projetos­criativos.­O­maior­desafio­é­aplicar­esses­processos,­uma­vez que o gerente de projetos de agência lida com pessoas de skills (habilidades para realizar uma tarefa) totalmente diferentes, como é o caso de programadores e criadores, por exemplo. É necessário muito “jogo­de­cintura”,­flexibilidade,­conhecimento­do­negócio,­liderança­e­ser­político e polido sempre.

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32 Criação de Sites na era da Web 2.0

5. Na sua visão, qual o maior ganho para um projeto quando ele é conduzido por um gerente de projetos?

R: O gerente de projetos tem os conhecimentos necessários para conduzir um projeto ao sucesso. O gerente de projetos é capacitado para analisar os riscos e dessa forma evitar que o projeto vire um fracasso. Ele­ também­é­capacitado­para­precificar­um­projeto­de­ forma­correta,­além de gerenciar os recursos com uma visão global do negócio. Ter um projeto sem gerente de projetos é o mesmo que ter um navio sem capitão.

Empresária, publicitária, professora e escritora, Daniella Borges de Brito

possui 11 anos de experiência com marketing digital. Já atuou em grandes

agências na área de criação e gerenciamento de projetos, como Leo Burnett,

Full Jazz e AgênciaClick Isobar. Atualmente é sócia da D2B Comunicação e

mantém seu blog pessoal: “http://www.daniellaborges.com.br”.

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Sobre a área de AtendimentoPerfil profissional: Atendimento, Gerente de Projetos, Planejador.

Programas utilizados: editor de texto, editor de apresentações, software de gestão de projetos, software para criação de mapas mentais.

Função na criação de um site: é o profissional responsável por atender e fazer a entrega do trabalho ao cliente, bem como repassar as demandas para os profissionais da equipe.

Fluxo de trabalho: este­profissional­participa­do­início­ao­fim­do­projeto.

Responsabilidades: zelar pelo bom atendimento ao cliente e orientar a equipe durante o desenvolvimento do projeto.

Artefatos gerados: briefing,­escopo­do­projeto,­cronograma.