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Universidade Federal do Triângulo Mineiro Curso de Graduação em Enfermagem Disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher, do Adolescente e da Criança. Breno Aparecido Damasceno Gabriela Nunes da Silva Roberta Kiara Talita Silva Alves Seminário II: Crianças e Adolescentes com Necessidades Especiais

Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

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Trabalho sobre: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais (Pediatria)

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Page 1: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Curso de Graduação em Enfermagem

Disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher, do Adolescente e da Criança.

Breno Aparecido Damasceno

Gabriela Nunes da Silva

Roberta Kiara

Talita Silva Alves

Seminário II: Crianças e Adolescentes com Necessidades Especiais

Uberaba-MG

Maio/2015

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................02

2. TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS................................................................03

3. VULNERABILIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTE COM

NECESSIDADES ESPECIAIS.......................................................................................07

4. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

NECESSIDADES ESPECIAIS; PRECONCEITO E INCLUSÃO

SOCIAL...........................................................................................................................09

5. DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NECESSIDADES

ESPECIAIS.....................................................................................................................11

6. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÁS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS.....................................................16

7. CONCLUSÃO.............................................................................................................20

8. REFERÊNCIAS..........................................................................................................21

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1. INTRODUÇÃO

A deficiência faz parte da condição humana (OMS, 2011). A relutância em aceitar o que

aparentemente escapa do que é considerado normal pela sociedade, é o primórdio do

preconceito. Os indivíduos temem o desconhecido.

A deficiência é uma questão de extrema importância, pois as evidencias apontam que

eles tem os piores índices socioeconômicos e de pobreza do que as pessoas não

deficientes (OMS, 2011).

Há muitas discussões acerca das definições e há pouca informação sobre a incidência,

distribuição e tendências da deficiência. Há escassos documentos com comprovação de

políticas desenvolvida para abordar esse público e que tivessem dado resultados

positivos (OMS, 2011).

Historicamente, as pessoas com deficiência têm em sua maioria sido atendidas através

de soluções segregacionistas, tais como instituições de abrigo e escolas especiais.

Porém, na atualidade as políticas mudaram em prol das comunidades e da inclusão

educacional, e as soluções focadas na medicina deram lugar a abordagens mais

interativas que reconhecem que as pessoas se tornam incapacitadas devido a fatores

ambientais e também por causa de seus corpos (PARMENTER,2008).

O ambiente de uma pessoa tem um enorme impacto sobre a experiência e a extensão da

deficiência. Ambientes inacessíveis criam deficiência ao criarem barreiras à

participação e inclusão. (WORLD HEALTH ORGANIZATION,2008)

As estimativas de prevalência de crianças com deficiências variam substancialmente

dependendo da definição e da mensuração da deficiência. A Carga Global de Doenças

estima o número de crianças com idades de 0–14 anos que enfrentam “deficiências

graves ou moderadas” em 93 milhões (5,1%), com 13 milhões (0,7%) de crianças

enfrentando dificuldades graves (WORLD HEALTH ORGANIZATION,2008).

As Crianças e Adolescentes com Necessidades Especiais de Saúde têm ou estão em

maior risco para desenvolver condição física, de desenvolvimento, de comportamento,

emocional ou crônica, que, em geral, exige um tipo e uma quantidade de serviços de

saúde para além das requeridas por outras crianças e adolescentes. Elas vulneráveis

socialmente pelas condições de moradia, renda familiar e por apresentarem relações

frouxas dentro da rede de cuidados em saúde. Apresentam riscos de vulnerabilidade

social pela dependência dos serviços de saúde público (REZENDE, 2010).

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2. TIPOS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

A deficiência interfere diretamente no crescimento e no desenvolvimento do indivíduo que a possui, e pode der classificada em:

• Visual

• Mental

• Física

• Auditiva

• Múltipla

Deficiência visual

Segundo a Fundação Dorina Nowill deficiência visual é definida como a perda total ou

parcial, congênita ou adquirida, da visão. O nível de acuidade visual pode variar, o que

determina dois grupos de deficiência: Cegueira - há perda total da visão ou pouquíssima

capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio

de leitura e escrita. E baixa visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo

comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou

correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com

uso de recursos óticos especiais.

As pessoas cegas tem uma sensibilidade acima do normal para o tato, a audição e o

olfato. Conhecimento do mundo pelo toque.

Para Gil (2000), a visão é o canal mais importante de relacionamento do indivíduo com

o mundo exterior. O desenvolvimento das funções visuais ocorre nos primeiros anos de

vida. Graças a testes de acuidade visual recentemente desenvolvidos, hoje é possível

fazer a avaliação funcional da visão de um recém-nascido, ainda no berçário.

Na idade pré-escolar, quando a criança está desenvolvendo sua capacidade de

socialização, isso prejudica (ou até mesmo impede) o conhecimento do mundo a seu

redor e seu relacionamento com outras pessoas. É um momento em que ela gosta de ter

amigos, brincar junto e compartilhar os brinquedos. Se estiver impossibilitada de

desempenhar esses papéis, ficará insatisfeita e isolada, e isso trará prejuízos a sua

aprendizagem (GIL,2000).

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A criança portadora de deficiência visual (cegueira ou baixa visão) deve ser avaliada

por profissionais da área da saúde e da educação, num trabalho conjunto, para

identificar suas necessidades específicas e sua potencialidade (GIL,2000).

Todos nós utilizamos uma variedade de recursos para nos orientar no espaço; a visão é

um deles. O bebê que enxerga é dotado de um potencial biológico para compreender

gradualmente o ambiente e se adaptar a ele, usando todos os sentidos. Já o bebê sem o

sentido da visão precisa integrar e sintetizar os dados e as informações captados no

ambiente usando os outros canais de percepção sensorial (GIL,2000).

Entre 12 e 16 meses de idade ocorre uma mudança significativa na forma de os bebês se

aproximarem dos objetos. É o momento em que a criança cega começa a utilizar mais

suas mãos, explorando cuidadosamente os objetos para identificá-los e dar-lhes um uso

funcional (GIL,2000).

Entre os 4 e os 6 anos, toda criança aprende a calçar sapatos, se vestir, tomar banho e

adquire várias outras habilidades, se encaminhando para a autonomia. Ao mesmo

tempo, constrói conceitos e utiliza formas de expressão que serão fundamentais para o

futuro aprendizado da leitura e da escrita. Mas, para isso, ela precisa ser orientada e

estimulada. A ausência de estímulos vindos da família e do grupo social e a limitação da

aquisição de experiências por meio da privação de um dos órgãos dos sentidos prejudica

o desenvolvimento (GIL,2000).

Entre os 7 e os 11 anos, mais ou menos, a principal atividade da criança consiste em

estudar. A escola constitui o foco de seu mundo, local de aprendizagem e de

socialização, determinante de toda a rotina e do ritmo de sua vida. Ela aprende a ler e a

escrever e vê se abrirem novos horizontes, incluindo os deficientes auditivos

(GIL,2000).

Na adolescência, esse indivíduo pode se sentir inseguro diante de novos

relacionamentos e de novos ambientes. O medo de se relacionar se torna um sentimento

constante e negativo, o adolescente se sente ameaçado por tudo e por todos. Para alguns

psicólogos, é nessa fase da adolescência que surge a raiva da própria deficiência

(GIL,2000).

Deficiência Mental

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É um atraso na adaptação ao aprendizado, ao convívio social e as funções motoras.

Quem tem esse tipo de deficiência é capaz de muita coisa: ler, escrever, fazer contas,

correr, brincar e até ser independente.

A principal característica da deficiência mental é a redução da capacidade intelectual,

situada abaixo dos padrões considerados normais para idade, se criança, ou inferiores à

média da população, quando adultas. A pessoa com deficiência na maioria das vezes

apresenta dificuldades ou nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor,

aquisição da fala e outras habilidades, um deficit no comportamento adaptativo, seja na

comunicação (linguagem), socialização ou aquisições práticas da vida cotidiana

(higiene, uso de roupas, etc.) (AAIDD (AAMR) - American Association on Intellectual

and Developmental Disabilities)

Se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir

em tudo o que ela faz. Dessa forma, deve-se respeitar o tempo de cada um.

Deficiência Física

O Decreto nª 3.298 de 1999 da legislação brasileira define como alteração completa ou

parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da

função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,

monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia,

amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade

congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam

dificuldades para o desempenho de funções.

O maior desafio das crianças com deficiência física está na capacidade de aprender, mas

na coordenação motora. É preciso aceitar que uma prótese em diversos casos, faz parte

da vida da criança.

Habilidades Básicas: para ajudar a criança, escolha atividades relacionadas às

exigências diárias, como deitar, sentar e levantar-se, arremessar e pegar objetos, parar e

mudar de direção. Propor jogos nos quais a criança faça escolhas (passar por cima ou

por baixo de cordas ou elásticos), para que ela perceba o controle que pode ter sobre o

corpo.

Estimule o contato da criança com as pessoas (os amigos ou conhecidos), permitindo a

troca de ideias, a expressão de sentimentos ou emoções e o contato físico para auxiliar

nas mais diversas atividades.

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Deficiência Auditiva

É de grande importância que a surdez seja diagnosticada o mais cedo possível. E que,

assim que for constatada, se inicie o atendimento especializado, que não se resume ao

trabalho com a criança, deve incluir também os pais (REDONDO,2000).

A partir de 2 a 3 anos toda criança, mesmo que seja surda, busca conhecer o mundo, se

torna cada vez mais consciente de si mesma como pessoa, no convívio com outras

crianças e com adultos. Para a criança surda o contato é feito por meio de sinais

espontâneos e expressões faciais, cujo significado deve ser compreendido pelos pais e

professores(REDONDO,2000).

O adolescente surdo vive sob os cuidados de pais superprotetores, que não acreditam

nas potencialidades do filho e veem a surdez como uma doença, imaginando que o

surdo é incapaz de se cuidar e de pensar. Nesses casos, a liberdade e a autonomia do

adolescente são seriamente prejudicadas e ele sente insegurança para se comunicar e

conviver com pessoas ouvintes(REDONDO,2000).

O mundo dos surdos não é uma calmaria só porque nele não existem sons. As pessoas

que não escutam são sensíveis a vibração do ar causada pelos ruídos e tem uma

percepção extra que faz reconhecer ritmos e notar quando alguém se aproxima.

Além de se comunicar por libras, o surdo também pode aprender a falar pela

metodologia da oralização.

Nela, treina o reconhecimento de ruídos e sons e exercita a respiração e os órgãos que

ajudam na fala. A técnica estimula o uso de aparelhos que amplifiquem os sons.

Deficiência Múltipla

O termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com frequência, para caracterizar o

conjunto de duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental,

emocional ou de comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas alterações

que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o nível de desenvolvimento, as

possibilidades funcionais, de comunicação, interação social e de aprendizagem que

determinam as necessidades educacionais dessas pessoas (GODÓI,2006).

Os alunos com deficiência múltipla podem apresentar alterações significativas no

processo de desenvolvimento, aprendizagem e adaptação social. Possuem variadas

potencialidades, possibilidades funcionais e necessidades concretas que necessitam ser

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compreendidas e consideradas. Apresentam, algumas vezes, interesses inusitados,

diferentes níveis de motivação, formas incomuns de agir, comunicar e expressar suas

necessidades, desejos e sentimentos (GODÓI,2006).

Para inclusão de crianças com múltipla deficiência em creches e pré-escolas há

necessidade de professores empenhados na interação, acolhida e escuta dessas crianças,

interessados em compreender suas necessidades e desejos, pessoas disponíveis para

interpretar suas formas de expressão e comunicação que, muitas vezes, as diferenciam

das demais crianças da mesma faixa etária. E, principalmente, professores desejosos e

empenhados em querer ajudá-las (GODÓI,2006).

3. VULNERABILIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTE COM

NECESSIDADES ESPECIAIS

As crianças e adolescentes com necessidades especiais geralmente, apresentam

fragilidade clínica e vulnerabilidade social. A fragilidade clínica é derivada das

possíveis complicações da malformação ou patologia, do risco de vida pela

descontinuidade no uso dos medicamentos que garantem a sobrevivência, pela

inadequação no manejo das tecnologias corporais ou dos equipamentos necessários para

administração de medicamentos. A vulnerabilidade social ocorre pela renda insuficiente

para cobrir as despesas da criança e do seu cuidador, associada, às vezes, ao

desconhecimento pelas famílias dos direitos das crianças aos programas sociais, que

garantem para essas crianças o auxilio doença, do INSS e em alguns casos o auxílio

transporte. Estas crianças dependem dos serviços públicos para acesso as terapias com

especialistas como fisioterapia, fonoaudiologia e outros, nem sempre inclusos nas

equipes da rede básica de atenção a saúde em todas as regiões.

O Beneficio da Prestação Continuada (BPC), regulamentado pelo decreto federal nº

1744, de 8 de dezembro de 1995, institui a garantia de um salário mínimo mensal a

pessoa portadora de deficiência ou idoso que comprove não possuir meios de prover a

própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.

A acessibilidade está definida no decreto federal Nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004,

em seu artigo 8o como: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou

assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos

serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e

informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. Essas

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famílias são obrigadas a custear o transporte, os medicamentos, os materiais de uso

específico da criança com necessidade especial, além da alimentação, higiene e todos os

outros cuidados, sendo que a renda familiar, às vezes já é insuficiente para o sustento de

uma criança saudável.

Geralmente o pai ou a mãe, os principais cuidadores, tem que abdicar do seu emprego

para se dedicar ao cuidado exclusivo da criança, sendo no hospital ou em casa. Além

disso, há também, o fator escolaridade, que na maioria dos casos é baixa, determinando

não só a maior dificuldade na interpretação das informações passadas pelos

profissionais de saúde, mas também uma maior dificuldade para encontrar empregos

que possam oferecer maior renda e melhores condições ao trabalhador. Nesses casos é

preciso considerar a capacidade da família para cuidar de seus membros, sendo que é

essencial uma boa compreensão e aprendizagem sobre cada caso, para assimilar os

novos cuidados, que não faziam parte do seu dia-a-dia e estão sendo inseridos nessa

nova fase da vida.

A baixa escolaridade pode ser relacionada a instituição local de pesquisa, que atende as

classes sociais menos favorecidas usuárias do Sistema Único de Saúde – SUS. Essa

situação da mãe ter que se dedicar aos cuidados em tempo integral ao filho, leva a

redução da renda familiar, justamente em um período da vida em que a família tem um

aumento das despesas. Isso traz um transtorno para a vida em família. A dificuldade

financeira é um problema importante vivenciado pelas famílias de pacientes crônicos,

sendo que pessoas de classes sociais mais baixas, por serem a maioria no Brasil, são

mais frequentemente acometidas por essas doenças. E a falta de recursos e estrutura

familiar diminui sua autoestima, interferindo na qualidade das relações familiares e,

consequentemente, afetando a saúde da criança. A dimensão financeira esta muito

presente na vida das famílias estudadas, principalmente porque a maioria delas tem

baixo nível socioeconômico e parte da renda familiar é utilizada para as atividades

curativas e de reabilitação dos filhos. Há uma constante peregrinação dessas cuidadoras

em busca por diversas especialidades, caracterizando uma rede de recursos da

comunidade dispersa e fragmentada. Além da constante busca por atendimento dessas

diversas especialidades, muitas vezes, elas ficam a mercê da disponibilidade de meio de

transporte para a locomoção, que em poucas vezes é publico, mas sim custeado pelo

próprio cuidador. As famílias necessitam de vários tipos de auxílio para cuidar de

crianças especiais, inclusive recursos financeiros.

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Todavia, essas famílias apresentam um rendimento mensal menor que um salário

mínimo, o que nos indica que as mesmas vivem abaixo do que consideramos pobreza,

deixando as crianças expostas à uma vulnerabilidade social. A percepção das

necessidades de cuidados especiais, acrescida da vontade de proporcionar o

desenvolvimento da criança, pode provocar a saída das mães do mercado de trabalho, o

que influencia na família como um todo.

4. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

NECESSIDADES ESPECIAIS; PRECONCEITO E INCLUSÃO SOCIAL.

O que se busca nos dias atuais é a igualdade, aos direitos legais e à inclusão para com

as crianças e adolescentes com necessidades especiais, porém a realidade não é essa,

eles sofrem preconceito, discriminação às diferenças pessoais; é essencial que se tenha

uma visão humanizadora dos processos sociais vigentes com a prática social que se

consiga efetivar. Há leis que garantem a igualdade de direitos sociais como condição

subjetiva a todos os cidadãos brasileiros (ORRÚ, SIQUELLI; 2012).

É de suma importância que nos preocupemos com a inclusão escolar desse público, as

mães dessas crianças e adolescentes tem um papel fundamental, a educação inclusiva

esta sendo amplamente discutida, é relevante que elas tenham ciência das leis e direitos

para que as mesmas lutem contra a discriminação que seus filhos possam vir a ter. As

mães identificam a importância da inclusão como estratégia para diminuir o preconceito

e favorecer a interação, porém reconhecem que ainda falta muito para que a inclusão

ocorra de forma efetiva (RESENDE, FERREIRA, ROSA; 2010).

Tem-se que realizar medidas para que realmente essa inclusão ocorra cada vez mais e

atinja um grande número da população, sendo assim, é importante que haja a atuação do

Ministério Público para a efetivação do direito fundamental à inclusão escolar das

crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais. Necessita-se de

perpassar por todos os nossos direitos dentre eles o direito à educação e à inclusão

escolar das crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais (direitos

fundamentais indisponíveis). A Constituição Brasileira nos traz que a educação é um

direito que deve ser zelado e cobrado (ALMEIDA, 2013).

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu em seu art. 205 que “a educação, direito de

todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração

da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício

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da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Determinou também que o dever do

Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional

especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de

ensino” (ALMEIDA, 2013).

A inclusão de que tanto falamos precisa englobar aspectos que possibilitem a

participação destas pessoas nos seus vários contextos de desempenho. Então devemos

nos ater aos benefícios e malefícios advindos do processo de inclusão de crianças com

necessidades especiais em escolas normais. E não devemos deixar de ressaltar que o

terapeuta ocupacional é essencial no contexto educacional (TEIXEIRA, SANTOS).

Percebe-se a notória necessidade de visualizar a deficiência em sua construção histórica;

é necessário acompanhar o processo de execução dos diversos serviços educacionais e

de apoio, bem como os dispositivos constitucionais que preconizaram a Educação

Especial. Esta exclusão que tanto falamos foi construída historicamente pela

humanidade e perpetuada, gradativamente, até os dias atuais, pela falta de compromisso

em assumir a problemática da deficiência verdadeiramente (VINCI).

As manifestações pelo respeito às pessoas com necessidades especiais são essenciais,

pois elas representam os passos de quem não pode andar, os gritos dos que não

conseguem falar ou ouvir, os gestos de quem não enxerga e as expressões daqueles com

dificuldades de raciocínio. “Ser diferente é normal” essa frase deveria ter maior

importância do que tem. “Há muito preconceito com as nossas crianças, nossos

adolescentes e adultos com deficiência. A gente quer que as pessoas se conscientizem e

vejam eles com os mesmos olhos que olham qualquer outra pessoa” (MAIKJOLI

DANIEL).

A população quer menos preconceito e mais respeito, há bastante preconceito por parte

da sociedade “A gente percebeu isso até quando foi pedir para o pessoal participar do

manifesto. Alguns davam risada, outros pegavam o nosso panfleto e jogavam fora. Tem

bastante gente que está consciente e sabe o que é uma pessoa com necessidades

especiais, mas boa parte ainda tem bastante preconceito” (MAIK).

Deve-se chamar a atenção do poder público e da sociedade civil “Eles são normais

como qualquer outra pessoa, só apenas com algumas limitações; a gente quer mais

recursos para eles, mais horas de fisioterapia, equoterapia e hidroterapia. Com

estimulação” disse Camila Johann.

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A violência moral e física contra estudantes com necessidades especiais é uma realidade

velada, normalmente os alunos falam grosserias, agridem fisicamente ou isolam um

colega, além de colocar apelidos grosseiros, isso trata-se de bullying, essas atitudes

costumam ser impulsionadas pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam

elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte, pelo preconceito trazido de casa. (NOVA

ESCOLA).

“Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos

lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza" (SANTOS).

“Tudo nasce a partir de um preconceito e ninguém está livre de senti-lo”

(GODOY,2011).

5. DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM

NECESSIDADES ESPECIAIS

A proteção da criança é abordada por muitas convenções internacionais. Ao dedicar um

artigo da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência às crianças, as

Nações Unidas reafirmam os direitos conquistados na Declaração dos Direitos da

Criança de 1959, bem como nas Regras de Beijing de 1985, na Convenção sobre os

Direitos da Criança (1989), nas Regras das Nações Unidas para a proteção dos menores

privados de liberdade (1990) e nas Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da

Delinquência Juvenil (Diretrizes de Riad – 1990).

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA é a norma aplicável a todos

com idade de até 18 anos e, em casos excepcionais, até 21 anos. O ECA foi criado em

consonância com a Convenção sobre os Direitos da Criança, ratificada pelo Brasil em

21 de novembro de 1990 pelo Decreto 99.710, com o objetivo de satisfazer e garantir os

direitos inerentes à criança e ao adolescente. Por falta de informação ou omissão da

família e do poder público, milhões de crianças com deficiência ainda vivem escondidas

em casa ou isoladas em instituições. O lugar destas crianças também é na escola.

A inclusão é um conceito defendido por educadores de todas as partes do mundo.

Atualmente, é difícil encontrar quem se oponha publicamente ao convívio de crianças

com algum tipo de deficiência com outras de sua idade, tanto para o desenvolvimento

social e educacional como para diminuir o preconceito. Porém, no Brasil, a realidade da

rede pública de ensino ainda é de salas superlotadas, baixos salários, má formação dos

professores, projetos pedagógicos ultrapassados e estrutura precária, o que dificulta a

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aprendizagem de qualquer criança. Os defensores da inclusão acreditam que a entrada

dos alunos com deficiência no ambiente educacional regular vai pressionar as escolas a

se reestruturarem física e pedagogicamente, respeitando o ritmo de aprendizagem de

cada aluno, tenha ele uma deficiência ou não.

A Constituição Brasileira de 1988 garante o acesso ao Ensino Fundamental regular a

todas as crianças, sem exceção. A inclusão ganhou reforço com a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001, que

proíbe qualquer tipo de restrição baseada na deficiência de uma pessoa.

Todos os instrumentos nacionais e internacionais criados para proteger os direitos da

criança, embora o âmbito possa variar, giram em torno do tema comum de promover

seu bem-estar e desenvolvimento. Deste modo, espera-se combater o ciclo da

invisibilidade das pessoas com deficiência. No Brasil, começam a aparecer os primeiros

resultados. A presença das pessoas com deficiência na mídia, especialmente nas

telenovelas, tem gerado reflexão do público a respeito da inclusão, como uma pauta

social inadiável.

O artigo 7 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência é o mais novo

instrumento que temos para trabalhar pela inclusão das crianças com deficiência em

todas as rotinas educacionais e sociais, garantindo seu direito ao desenvolvimento

pleno, saudável e seguro.

Leis e documentos internacionais que estabelecem os direitos das pessoas com

deficiência no país:

1988: Constituição da Republica: Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos,

sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de

discriminação.

1989 – Lei federal nº 7853/89: Dispõe sobre o apoio às pessoas portadores de

deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – corde - institui a tutela

jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a

atuação do ministério publico, define crimes, e dá outras providencias.

Em seu art. 8º prevê como crime punível com reclusão de um a quatro anos e multa:

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1- Recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência

médico-hospitalar e ambulatorial, quando possível à pessoa portadora de

deficiência.

2- Impedir o acesso de alguém a qualquer cargo público, por motivos derivados de

sua deficiência.

3- Negar emprego ou trabalho, por ser a pessoa portadora de deficiência.

4- Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa a matricula de um

estudante em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou

privado, porque é portador de deficiência.

1990 Estatuto da criança e do adolescente (ECA). De 13 de julho.

Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola

sendo o ensino fundamental obrigatório gratuito (também aos que não tiveram acesso na

idade própria); o respeito dos educadores, e atendimento educacional especializado

preferencialmente na rede regular.

Lei federal nº 8,213, de 24 de julho.

Consolida a legislação que dispõe sobre os planos de benefícios e custeio da previdência

social e sobre a organização da seguridade social.

Beneficio da prestação continuada (BPC)-

Pessoas portadoras de deficiência, incapacitadas para o trabalho e para a vida

independente, tem o direito de receber esse beneficio.

Não é necessário que o solicitante já tenha contribuído para a previdência social. Para

requerer o beneficio o individuo ou seu representante deve procurar uma agencia do

INSS.

1994 – Lei federal nº 8.899 de 29 de julho.

Concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência, comprovadamente carentes,

no sistema de transporte coletivo interestadual.

1994 declaração de Salamanca – documento sobre princípios de educação inclusiva

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Page 15: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

Estabelece que a escola inclusiva é aquela que contempla muitas outras necessidades

educacionais especiais: crianças que tem dificuldades temporárias ou permanentes, que

repetem de ano, sofrem exploração sexual, violação física ou emocional, são obrigadas

a trabalhar, moram na rua ou longe da escola, vivem em extrema condição de pobreza.

São desnutridas, vitimas de guerras ou conflitos armados, tem altas habilidades –

superdotadas- e as que, por qualquer motivo estão fora da escola – em atendimento

hospitalar, por exemplo -. Sem esquecer daquelas que, mesmo na escola, são excluídas

por cor, religião, peso, altura, aparência, modo de falar, vestir ou pensar.

1996 – lei federal nº 9.394 de 20 de dezembro. Diretrizes e bases da educação

nacional

Como qualquer cidadão, a pessoa com deficiência tem direito à educação publica e

gratuita assegurada por lei, preferencialmente na rede regular de ensino e, se for o caso,

à educação adaptada às suas necessidades em escolas especiais.

- A redação do parágrafo 2º do artigo 59, provocou confusão, dando a entender que

dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida em escola especial. Na

verdade, o texto diz que o atendimento especializado pode ocorrer em classes ou escolas

especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum.

O portador de deficiência internado em instituição hospitalar por prazo igual ou

superior a um ano, tem assegurado o atendimento pedagógico com o intuito de

viabilizar sua inclusão ou manutenção no processo educacional.

Em casos de provas ou exames de seleção, as instituições de ensino tem o dever de

oferecer adaptações necessárias aos portadores de deficiência, que deverão, que

deverão solicitá-la previamente.

2000 direito à acessibilidade

Lei federal nº 10.048 de 8 de novembro

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Page 16: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

-Da prioridade de atendimento às pessoas portadoras de deficiência física, aos idosos

com igual ou superior a sessenta e cinco anos, às gestantes, às lactantes e às pessoas

acompanhadas por crianças de colo.

Lei federal Nº 10.098 de 19 de dezembro

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das

pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de

barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos no mobiliário urbano na

construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.

2004 – decreto nº 5 296/2004

A substituição progressiva dos veículos de transporte coletivo por unidades acessíveis

aos portadores de deficiência.

Estabelece que tudo o que for construído após a sua publicação, isto é, 2 de dezembro

de 2004, seja acessível às pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

No campo das áreas técnicas, o decreto concede apoio à pesquisa científica e

tecnológica para o desenvolvimento de equipamentos, instrumentos e produtos.

2004 - direito à saúde.

O portador de deficiência tem direito a obter gratuitamente, órteses e próteses –

auditivas, visuais e físicas – junto às autoridades de saúde – federais, estaduais ou

municipais – a fim de compensar as limitações nas funções motoras, sensoriais ou

mentais.

O poder público está obrigado a fornecer uma rede de serviços especializados em

habilitação e reabilitação, bem como garantir o acesso nos estabelecimentos de saúde

público e privado, cabe também ao poder público fornecer gratuitamente medicamentos

necessários para o tratamento.

*Não havendo serviço de saúde no município onde o portador de deficiência mora, o

mesmo deverá ser encaminhado ao município mais próximo que contar com estrutura

hospitalar adequado para seu tratamento.

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Page 17: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

Aquisição de automóvel – instrução normativa SRF nº 442 de 12 agosto de 2004.

As pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda e/ou

autistas, ainda que menores de 18 anos, poderão adquirir com isenção do imposto sobre

produto industrializado (IPI), automóvel de passageiros ou veiculo de uso misto, de

fabricação nacional.

Para habilitar-se a pessoa interessada deverá dirigir-se, diretamente ou por intermédio

de seu representante legal, à unidade da secretaria da receita federal (SRF) de sua

jurisdição onde obterá todas as orientações necessárias.

6. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÁS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

A enfermagem é definida como arte e ciência de cuidar para promover e recuperar a

saúde, prevenir doenças ou suas complicações. O processo de cuidado inclui, além da

pessoa (foco da assistência), os familiares ou pessoas que participam da identificação e

atendimento das necessidades humanas, o que inclui os sentimentos. A enfermagem no

cuidado a criança e ao adolescente, envolve interação, vinculo, aconselhamento e,

sobretudo apoio à pessoa responsável pelo seu cuidado (SILVA; MARANHÃO, 2012).

As Crianças com Necessidades Especiais de Saúde (CRIANES), uma tradução da

expressão empregada na literatura internacional Children With Special Healthcare

Needs (CSHN), apresentam condições especiais de saúde com demandas de cuidados

contínuos, sejam eles de natureza temporária ou permanente (SILVA; MARANHÃO,

2012).

As crianças com necessidades especiais de saúde, quando no domicílio, demandam

cuidados contínuos de natureza complexa, constituindo-se em desafios para os seus

cuidadores familiares. Neste contexto, há a necessidade de se mediar práticas de

cuidado, tendo por base os saberes fundamentais da Enfermagem. Portanto, destaca-se a

educação em saúde como uma estratégia de intervenção importante, cujas premissas

apontam para o conhecimento dos familiares cuidadores, alvo da ação educativa, e de

suas demandas de aprendizagem para cuidar de uma CRIANES. A assistência de

enfermagem deve favorecer o empoderamento e apoio dos cuidadores de crianças com

necessidades especiais de saúde quanto à necessidade de autocuidado, sobre seus

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Page 18: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

direitos e de suas crianças a uma rede de apoio social efetiva (NEVES; CABRAL,

2009).

No que se referem à fragilidade clínica das CRIANES brasileiras, os distúrbios

respiratórios são apontados como a causa principal de internação hospitalar. Dados do

Ministério da Saúde relacionados com a hospitalização de crianças menores de cinco

anos indicam que só no ano de 2004, elas representaram 45% das internações nos

hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). A média de internação foi de 15 dias.

Outro estudo apontou que 6,3% crianças egressas da terapia intensiva pediátrica

pertenciam ao grupo das CRIANES (NEVES; CABRAL, 2009).

Portanto, para atender o portador de deficiência, faz-se necessário uma equipe

multiprofissional que tenha como pressuposto a globalidade do desenvolvimento das

potencialidades dessa população. Nessa equipe, a enfermagem, juntamente com a

equipe multiprofissional desenvolvem um importante papel na promoção do

autocuidado, tendo como função modificar o ambiente para aprendizagem e gerar

comportamentos mais independentes, ajudando os portadores de deficiências a

desenvolver seus talentos ao máximo e remover, quando possível, o preconceito que

existe em relação a eles. Desse modo, é imprescindível que o profissional de

enfermagem reflita sobre seu papel e sua responsabilidade diante dos portadores de

necessidades especiais, considerando que a educação em saúde é uma das alternativas

que a enfermagem dispõe para transformar os sujeitos em indivíduos ativos na

construção de sua vida e de sua independência, já que através da educação constroem-se

cidadãos (FERRAZ et al, 2007).

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

1- Interação social prejudicada definido por desconforto em situações sociais

relacionado a mobilidade física limitada.

2- Constipação definido pela frequência diminuída relacionado a fezes duras e formadas

ou ao uso de medicação anticonvulsivante, atividade física insuficiente.

3- Padrão respiratório ineficaz definido pela a dispneia ou Cianose relacionado com

disfunção neuromuscular ou lesão da medula espinal.

4- Integridade da pele prejudicada definido pelo rompimento da superfície da pele

relacionado a Escoliose ou a dermatite de fralda.

5- Risco para quedas relacionado a mobilidade física prejudicada

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Page 19: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

6 -Atraso no crescimento e desenvolvimento relacionado à consequências de

incapacidade física (Síndrome de Down), caracterizado por atraso e dificuldade em

desempenhar habilidades típicas do grupo etário.

7- Percepção sensorial perturbada: auditiva relacionada à recepção sensorial alterada

caracterizada por mudança na acuidade sensorial.

8- Dentição prejudicada relacionada à predisposição genética caracterizado por

desalinhamento dos dentes.

9- Deglutição prejudicada

10- Agitação

11- Incapacidade para executar a auto higiene

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Aconselhamento, apoio ao cuidador, estimulação, melhora no desenvolvimento e

crescimento da criança, orientação antecipada, encaminhamento para odontologia.

Cuidados contínuos gerais: monitoração de sinais vitais, monitoração respiratória,

estimulação cognitiva, melhora da comunicação, supervisão do déficit auditivo,

segurança, orientação quanto à higienização, criação de um ambiente seguro para

criança. Colocar coxins nas laterais do colchão como barreira para queda, manter a luz

próxima do quarto ligado, armazenamento do cateter nasal de oxigênio em saco plástico

limpo e seco, realizar higiene intima com água, realizar mudança de decúbito, usar

hidratante no corpo com massagem de conforto, manter decúbito elevado em 45º,

manter grades de leito elevadas.

Interação social prejudicada: Ouvir atentamente a criança e/ou acompanhante; Estimular

a comunicação; Identificar barreiras à comunicação; Deixar que a criança expresse seus

sentimentos e angústias; Monitorar as mudanças no padrão da fala do paciente e no

nível de orientação; Proporcionar métodos alternativos de comunicação.

Deglutição prejudicada: Orientar a criança para mastigar bem os alimentos; Manter o

ambiente tranquilo; Observar se a criança tem regurgitação; Observar a deglutição e o

esvaziamento da boca

Agitação: Escutar atentamente, permitindo à criança e/ou acompanhante expressar

sentimentos verbalmente; Solicitar à criança e/ou acompanhante que defina quais tipos

de atividades promovem conforto e incentivá-los a realizá-las; Identificar e reduzir

estressores ambientais; Apoiar a criança e/ou o acompanhante quanto ao enfrentamento

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Page 20: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

do comportamento ansioso; Oferecer atividades de diversão voltadas à redução da

tensão.

Incapacidade para executar auto higiene: Orientar a criança e/ou acompanhante quanto à

escovação correta dos dentes e no enxágue da boca, conforme a capacidade de

autocuidado da criança; Encorajar a criança e/ou acompanhante para continuação da

rotina de higiene quando retornar a casa; Estimular hábitos de higiene; Investigar as

necessidades de aprendizagem da criança e/ou acompanhante; Investigar se a criança

tem material para higiene pessoal; Trocar roupas de cama diariamente; Orientar a

criança e/ou acompanhante quanto à lavagem do couro cabeludo, limpeza das unhas e

higiene íntima, conforme a capacidade de autocuidado da criança; Orientar sobre

importância dos hábitos de higiene.

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Page 21: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

7. CONCLUSÃO

Embasado em todos os aspectos que foram abordados no decorrer do trabalho, é notória

a necessidade de cuidados intensivos e contínuos com essas crianças e adolescentes, os

familiares devem ser treinados para cuidar adequadamente desse público. Nós como

profissionais de saúde também devemos prestar uma atenção integral a eles e suprir toda

e qualquer necessidades que eles possam ter, porém sem tirar sua autonomia.

Também deve-se ressaltar que os direitos dessas pessoas devem ser supridos e é

essencial estarmos cientes dos mesmos e o que eles englobam, e dentre os direitos dos

deficientes físicos destaca-se: o direito a acessibilidade, a acessibilidade é uma das

principais bases de inclusão social das pessoas com deficiência, compreendendo a

retirada de barreiras e obstáculos, este trata-se do direito de ir e vir. O direito a

educação, este deve ser assegurado com ações de integração, levando-se em conta as

condições de deficiência (XAVIER, OLIVEIRA; 2006).

O direito ao esporte, turismo e lazer são condições que dizem respeito á qualidade de

vida, sendo direito de todos, deve-se atender as diferenças e peculiaridades das pessoas,

para que essas atividades sejam desenvolvidas. O direito a saúde garante que as pessoas

com deficiência auditiva, física, mental, visual ou múltipla, devem ter resguardado seus

direitos por meio de um conjunto de medidas apropriadas, como terapias, serviços

médicos e sociais necessários á sua plena integração na sociedade, além do direito ao

trabalho que garante a inclusão da pessoa com deficiência física no mercado de trabalho

(XAVIER, OLIVEIRA; 2006).

As leis garantem ainda mais os direitos que os deficientes têm, e os resguardam.

É muito importante que todos saibamos sobre cada uma dessas leis. A Legislação

Brasileira sobre Pessoas Portadoras de Deficiência Física nos traz que as leis foram

elaboradas para que haja mais empenho a favor das pessoas portadoras de deficiência e

que sejam efetivamente postas em prática em seu benefício, garantindo-lhes a proteção

e o amparo devidos (MICHEL TEMER, 2009).

Sendo assim não se pode perder de vista que a forma como se trata o portador de

deficiência, os cuidados e recursos disponíveis, as facilidades de locomoção e acesso,

inclusive a reserva de vagas no mercado de trabalho, fornecem, afinal, indicadores

evidentes do grau de cidadania e desenvolvimento do país (MICHEL TEMER, 2009).

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Page 22: Crianças e Adolescentes Com Necessidades Especiais

8. REFERÊNCIAS

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