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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CRIATIVIDADE E CIDADANIA Dária Maria Cardoso Nascimento 1 Denize Santos Gomes 2 Maria Elvira Passos Costa 3 Taís Meireles Oliveira 4 A Educação Ambiental pode ser entendida como uma via de conscientização dos problemas ambientais originados a partir da relação dos indivíduos com o ambiente e partir desta, estimular a busca de possíveis soluções e construção de novas atitudes (REIGOTA, 2001). A escola foi escolhida para o trabalho por apresentar potencial, considerando os jovens agentes multiplicadores de uma nova proposta de relação sócio-ambiental. O presente trabalho foi realizado no distrito de Oliveira dos Campinhos/Santo Amaro - Ba, na Escola Municipal que leva o nome do distrito, com o objetivo de proporcionar aos alunos da rede pública municipal a valorização do meio ambiente através de oficinas temáticas. Participaram 91 alunos de 7 à 17 anos, da alfabetização ao 2.º ano do ensino médio de várias escolas da sede e da zona rural. O meio ambiente onde vive a comunidade foi o ponto de partida para o levantamento dos principais problemas ambientais vividos na área de estudo. Diante da identificação do grau de informação que os estudantes possuíam sobre os problemas ambientais preponderantes verificados no município, foram organizadas três atividades principais: Oficina de Integração, Oficina de Reciclagem e Oficina de Cidadania (esta última subdividida em Oficina de Construção do Cenário e Oficina de Dança). A partir dessas atividades tentou-se incentivar a criatividade, a preocupação pelo meio ambiente em geral (fauna, flora, produção e destino final do lixo, escassez da água, poluição do rio Subaé), o uso de novas formas para materiais descartáveis, assim como formas de promover a conscientização de toda a comunidade, com a apresentação de uma peça, no Teatro Caetano Veloso. Palavras chaves: Educação Ambiental, Interdisciplinaridade, Cidadania, Trabalho em comunidade. 1 – INTRODUÇÃO O presente trabalho é resultado da Atividade Curricular em Comunidade – ACC, desenvolvida por professores e estudantes dos cursos de Biologia, Ciências Naturais , Engenharia Sanitária e Ambiental e Geografia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, através da Pró-Reitoria de Extensão, em parceria com grupos comunitários, integrando ensino, pesquisa/extensão e sociedade. A atividade foi realizada, no ano de 2004, no distrito de Oliveira dos Campinhos, situado no município de Santo Amaro, no médio curso da Bacia do Rio Subaé, Estado da Bahia/Brasil. A vila dista 90 Km de Salvador, capital do Estado, e 20 Km da sede do município ao qual pertence. Possui uma população total de 5.040 habitantes (IBGE, 2000), sendo que desta, 20% residentes na zona urbana e 80% na zona rural, possuindo dois povoados: Canoas e Tanque de Senzala. O referido distrito teve sua ocupação iniciada desde o período colonial estando relacionada à monocultura de cana-de-açúcar (séc. XVI), atualmente tem sua atividade econômica na horticultura irrigada e pecuária. ______________________________________________________________________ 1 Professora do Departamento de Geografia. Coordenadora do Projeto Subaé – UFBA 2 Graduação em Geografia – UFBA 3 Professora do Departamento de Geografia. Pesquisadora do Projeto Subaé – UFBA 4 Bolsista/Monitora do Projeto Subaé/ACC-Geo 455. Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental - UFBA

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CRIATIVIDADE E CIDADANIA

Dária Maria Cardoso Nascimento 1

Denize Santos Gomes 2 Maria Elvira Passos Costa 3

Taís Meireles Oliveira 4 A Educação Ambiental pode ser entendida como uma via de conscientização dos problemas ambientais originados a partir da relação dos indivíduos com o ambiente e partir desta, estimular a busca de possíveis soluções e construção de novas atitudes (REIGOTA, 2001). A escola foi escolhida para o trabalho por apresentar potencial, considerando os jovens agentes multiplicadores de uma nova proposta de relação sócio-ambiental. O presente trabalho foi realizado no distrito de Oliveira dos Campinhos/Santo Amaro - Ba, na Escola Municipal que leva o nome do distrito, com o objetivo de proporcionar aos alunos da rede pública municipal a valorização do meio ambiente através de oficinas temáticas. Participaram 91 alunos de 7 à 17 anos, da alfabetização ao 2.º ano do ensino médio de várias escolas da sede e da zona rural. O meio ambiente onde vive a comunidade foi o ponto de partida para o levantamento dos principais problemas ambientais vividos na área de estudo.

Diante da identificação do grau de informação que os estudantes possuíam sobre os problemas ambientais preponderantes verificados no município, foram organizadas três atividades principais: Oficina de Integração, Oficina de Reciclagem e Oficina de Cidadania (esta última subdividida em Oficina de Construção do Cenário e Oficina de Dança). A partir dessas atividades tentou-se incentivar a criatividade, a preocupação pelo meio ambiente em geral (fauna, flora, produção e destino final do lixo, escassez da água, poluição do rio Subaé), o uso de novas formas para materiais descartáveis, assim como formas de promover a conscientização de toda a comunidade, com a apresentação de uma peça, no Teatro Caetano Veloso. Palavras chaves: Educação Ambiental, Interdisciplinaridade, Cidadania, Trabalho em comunidade. 1 – INTRODUÇÃO

O presente trabalho é resultado da Atividade Curricular em Comunidade – ACC, desenvolvida por professores e estudantes dos cursos de Biologia, Ciências Naturais , Engenharia Sanitária e Ambiental e Geografia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, através da Pró-Reitoria de Extensão, em parceria com grupos comunitários, integrando ensino, pesquisa/extensão e sociedade. A atividade foi realizada, no ano de 2004, no distrito de Oliveira dos Campinhos, situado no município de Santo Amaro, no médio curso da Bacia do Rio Subaé, Estado da Bahia/Brasil.

A vila dista 90 Km de Salvador, capital do Estado, e 20 Km da sede do município ao qual pertence. Possui uma população total de 5.040 habitantes (IBGE, 2000), sendo que desta, 20% residentes na zona urbana e 80% na zona rural, possuindo dois povoados: Canoas e Tanque de Senzala. O referido distrito teve sua ocupação iniciada desde o período colonial estando relacionada à monocultura de cana-de-açúcar (séc. XVI), atualmente tem sua atividade econômica na horticultura irrigada e pecuária.

______________________________________________________________________ 1 Professora do Departamento de Geografia. Coordenadora do Projeto Subaé – UFBA 2 Graduação em Geografia – UFBA 3 Professora do Departamento de Geografia. Pesquisadora do Projeto Subaé – UFBA 4 Bolsista/Monitora do Projeto Subaé/ACC-Geo 455. Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental - UFBA

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Como atividade de extensão, a ACC tem como fim promover o diálogo da Academia com a sociedade, reformulando e produzindo conhecimento sobre a realidade, de forma compartilhada. Como prática de construção da cidadania do estudante, a ACC trabalha com: - a compreensão do conhecimento como ferramenta de transformação; - a compreensão do caráter multidisciplinar dos problemas da realidade; - e a reflexão sobre temas desafiadores, tais como: conhecimento e poder, conhecimento e cidadania, conhecimento e transformação da realidade (UFBA, 2004).

Do ponto de vista da sociedade ou do contexto em que a UFBA está inserida, a ACC constitui uma oportunidade de a comunidade interagir com a Universidade, construindo parcerias, para usufruir a contribuição que o saber acadêmico tem a dar na identificação, análise e enfrentamento dos seus problemas.

Sob a perspectiva da Educação Ambiental pode ser entendida como uma via de conscientização dos problemas originados a partir das relações dos indivíduos com o ambiente e desta estimular a busca de possíveis soluções e construção de novas atitudes (REIGOTA, 2001). Apesar desta proposta pedagógica não figurar como uma resposta única e imediata para as questões ambientais identificadas em todos os níveis dos ecossistemas, ela pode ser uma alternativa, visto que contribui para a construção da cidadania.

Vários são os ambientes onde este trabalho poderia ser realizado, no entanto, a escola foi entendida como um espaço privilegiado para a realização desta atividade por congregar estudantes de vários ramos do conhecimento (alunos de diversos cursos da Universidade) e estudantes do ensino fundamental que sem limite de idades, representam, potencialmente, agentes multiplicadores de uma nova proposta de relação sócio-ambiental.

Após ser definido o tema Educação Ambiental, com os estudantes matriculados na Escola Municipal de Oliveira dos Campinhos e no Centro Educacional Municipal Armando Sampaio Tavares, participaram cerca de 91 alunos de 7 à 17 anos, da alfabetização ao 2.º ano do ensino médio, no período da Atividade.

2 – OBJETIVOS Neste contexto está atividade tive como objetivo proporcionar aos alunos da rede pública municipal do ensino fundamental a valorização do meio ambiente através de oficinas temáticas. Visando, desta maneira: (i) estimular à criatividade através de brincadeiras, a reutilização de materiais descartáveis para a construção de brinquedos; (ii) despertar o interesse pelo teatro e o desenvolvimento artístico através de encenação de peça, contextualizando o meio ambiente; (iii) desenvolver a percepção de que eles podem influenciar positivamente ou negativamente no meio ambiente e as conseqüências desses atos em suas vidas. 3 – METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos, tornou-se necessário utilizar a “mobilização social”, com a convocação da presença dos alunos ao pátio da Escola de Oliveira dos Campinhos - EMOC, nos dias de sábados à tarde, apresentando um calendário de atividades. O grupo decidiu pelas datas mais convenientes para a elaboração das atividades das três oficinas. Esta tarefa foi muito importante, uma vez que muitos alunos ajudam seus familiares nos fins de semana em tarefas domésticas e nas lavouras de hortaliças.

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Para maior êxito do trabalho, foi utilizado como ponto principal de discussão o meio ambiente onde vive a comunidade, considerando o levantamento dos principais problemas ambientais vividos na área de estudo – este feito pela equipe de ACC em parceria com a comunidade em semestres anteriores (UFBA, 2001; 2002; 2003) sendo assim, tornou-se mais fácil sensibilizar os estudantes na participação das oficinas.

A partir da identificação do grau de informação dos estudantes sobre os principais problemas ambientais do distrito, verificados pela oficina de integração, no primeiro contato da equipe com estes, foi discutido coletivamente formas de mitigar alguns problemas. Os alunos da ACC/UFBA, na tentativa de trabalharem o tema ambiental com as crianças e jovens da comunidade de Oliveira dos Campinhos, desenvolveram atividades educativas e recreativas, valendo-se do envolvimento dos alunos estimulados a levarem o tema para as suas realidades.

As etapas metodológicas foram as seguintes: (i)levantamento Bibliográfico; (ii) reconhecimento da área de estudo; (iii) oficina de Integração; (iv) oficina de Reciclagem; (v) oficina de Arte e Cidadania: teatro, dança e construção de cenário.

A metodologia utilizada seguiu a seqüência citada, e a técnica empregada buscou um conhecimento da área por parte dos alunos da UFBA que trabalharam na atividade, a fim de que, já familiarizados com o local, desenvolvessem estratégias de aproximação dos membros da comunidade e a conscientização através de oficinas relacionadas à questão ambiental, em cada viagem. Todas as oficinas foram desenvolvidas no prédio da Escola Municipal de Oliveira dos Campinhos - EMOC, onde também funciona o Centro Educacional Municipal Armando Sampaio Tavares - CEMAST, que congregou jovens de outros centros educacionais. Assim, as oficinas realizadas no decorrer do processo da Atividade, foram programadas visando a criatividade de novas formas de uso para material descartável, coletados pelos alunos da comunidade, na comunidade, assim como promover a conservação da natureza. O resultado final culminou com a apresentação teatral, com a presença de cem pessoas (pais, alunos e professores) da comunidade, em um Seminário Final, em dezembro de 2004. 4 – OFICINA DE INTEGRAÇÃO

Nesta oficina, estavam presentes 54 estudantes de 7 à 17 anos, 4 professores, um funcionário da escola e uma mãe de aluno (Foto 1).

No contato inicial com os alunos do distrito de Oliveira dos Campinhos, foi possível interagir e definir equipes para as próximas atividades – as oficinas de: teatro, dança, aproveitamento de material descartável.

Ainda neste primeiro contato foi possível avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o tema meio ambiente, ecologia e degradação ambiental, através de uma atividade lúdica, constando de perguntas e respostas, que funcionou também como ação mobilizadora.

No final a Comissão responsável pelo controle das respostas das cinco equipes participantes proferiu o resultado com a classificação das equipes: Força Ambiental, Girassol, Água Viva, Ecossistema e Água Cristalina.

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Foto 1 Oficina de Integração

5 - OFICINA DE RECICLAGEM

A oficina de reciclagem foi desenvolvida com material reciclável, na confecção de brinquedos e porta retratos com papel reciclado. Teve como objetivo sensibilizar as crianças e adolescentes sobre atitudes e valores que envolvam a preocupação com o meio ambiente, a importância da reciclagem e seus benefícios e estimular a criatividade na busca de soluções de baixo custo, com recursos alternativos.

Primeiramente foi feita uma demonstração ensinando todas as etapas para confeccionar o papel reciclado. A “polpa” de papel foi previamente preparada, em função da necessidade do uso do liquidificador no preparo da mesma, por esse motivo os alunos somente não participaram desta etapa.

Depois de feita a apresentação, agrupou-se os estudantes em 5 equipes de dez alunos, sendo que cada aluno da ACC ficou responsável por um grupo. Nesta atividade, os alunos de todas as idades demonstraram grande interesse e motivação. Na conclusão da oficina de reciclagem, produziu-se com papel reciclado e garrafas Pets bolsas, flores, sossega menino, vai e vem e portas retratos (Foto 2 e 3).

Foto 2 e 3 Oficina de Reciclagem

6 – OFICINAS DE ARTE E CIDADANIA

Esta oficina teve o objetivo de colocar em prática a decisão de se fazer uma peça teatral onde se encaixariam todas as atividades previstas para serem realizadas durante o semestre, com os alunos da Escola Municipal de Oliveira dos Campinhos - EMOC e outras.

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A aluna da ACC/UFBA, Elisandra Chagas de Oliveira preparou o roteiro da peça teatral, a partir de outra existente do professor Ricardo Carvalho, distribuindo primeiro as tarefas entre os monitores - os alunos da disciplina ACC – a quem delegou as várias atividades que iriam desempenhar cada grupo de alunos da comunidade como ator, confecção do cenário (Fotos 4), confecção dos figurinos, e dança. Em seguida procedeu-se a leitura do primeiro trecho da peça elaborada por ela e que se completou a partir das sugestões dos estudantes das Escolas locais, os alunos da comunidade com as suas idéias contribuíram para o desenvolvimento do roteiro, finalizando assim a última parte da peça. Os alunos se dividiram por atividade e cada monitor deu início às atividades com um grupo de alunos. Para a construção do cenário, um grupo de alunos da comunidade, acompanhado pelo monitor da ACC, foi ao teatro Caetano Veloso para a mensuração do palco, que consistiu de duas partes: em um lado do palco deveria ser construída uma cidade e do outro lado uma floresta, o que foi realizado durante as oficinas seguintes. Em reuniões subseqüentes com os jovens foi discutida a melhor maneira de construção desse cenário. As idéias oferecidas por eles foram as seguintes:

Fotos 4 Construção do cenário pelas crianças e jovens da comunidade

Para separar a cidade da floresta, deveriam construir uma cerca com varas de bambu presos numa lata de tinta cheia de areia, e forrada com pitomba (folha de uma espécie de palmeira), encontrada na região; • Cobrir o lado do cenário correspondente ao da floresta com folhas secas; • Manter os desenhos das árvores e das casas, que ilustrariam os cenários, suspensos por um varal de cordão. Na construção do palco foi utilizado cola e fita adesiva, barbante, plástico usado na contenção de encosta, papel metro - no tamanho da extensão da parede e largura do palco, cartolina de várias cores, tintas e pincel, plástico azul, para representação do

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Rio Subaé, e assim, construíram todas as partes do cenário, utilizando motivos da própria vila, orientados pelos alunos da ACC. Os alunos também deram idéias para a confecção dos figurinos, e fizeram a maior parte destes, bem como os acabamentos e peças decorativas (Fotos 5). A peça se chamou, “A Cinderela Nordestina”, abordava a conquista de um amor para salvar a natureza, diante da destruição pela qual vem passando.

Fotos 5 A dança e a representação da peça no Teatro Caetano Veloso, em Oliveira dos Campinhos – Santo Amaro/Bahia/Brasil.

Projeto Geo 455, Atividade Curricular em Comunidade – ACC/UFBA (dezembro/2004)

7 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

Um dos aspectos fundamentais deste trabalho é o registro de práticas sócio educativas no âmbito da educação ambiental, onde alunos e professores estão realmente envolvidos, apesar das limitações de suas condições de trabalho e formação. Podem ser destacados alguns aspectos gerais que merecem atenção sistemática em estudos anteriores como a interação universidade e comunidade, numa inter-relação que caracteriza a importância deste trabalho. Assim, pôde-se verificar que as formas metodológicas adotadas, por sua vez, encontravam-se vinculadas às manifestações afetivas dos alunos, levando, conseqüentemente, a um interesse e uma vibração pela abordagem da Educação Ambiental em suas múltiplas dimensões: estética, política, social, econômica, pedagógica etc. Outro aspecto bastante sugestivo observado foi a diversidade existente entre os alunos, no contexto da Educação Ambiental e a arte, inserida no seu ambiente natural.

Observando-se a heterogeneidade, dos mais variados grupos, pode-se concluir pela impossibilidade de identificar um modelo único diante da diversidade cultural dos alunos e professores da referida instituição. Julga-se categórico, porém, neste estudo, nossa tentativa de buscar aspectos sócio-ambientais que ajudem a redescobrir

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caminhos ainda obscuros, que nos permitam uma maior integração da universidade com a sociedade. Esta integração vem sendo a grande luta dos educadores brasileiros: "Educação destinada às camadas populares", no intuito de torná-la "de todos" para melhoria da qualidade de vida de todos. Caminhar na direção da melhoria da qualidade de vida da comunidade, a mobilização deve permanecer como processo contínuo, através de gestos, mudanças de atitudes (TORO & WERNECK, 1997), a fim de gerar ações voltadas para objetos comuns, fazendo com que o cidadão se inclua em todas as atividades.

Nesse sentido, as observações feitas e as respectivas análises, constituem subsídios para a formulação de estratégias na formação de agentes multiplicadores em sua própria comunidade, pois, mais importante que ir à comunidade é a certeza de que aqueles que participaram das oficinas, tiveram a oportunidade de retratar os problemas ambientais de forma diferenciada, “fazendo ou representando”, interagindo com o teatro. Assim, a presença deste equipamento em Oliveira dos Campinhos exerce um papel importante no cumprimento de sua finalidade, para o incentivo do desenvolvimento artístico, aumento da alta estima e através dele mostrar como interagi-lo sem danificá-lo. Este espaço cultural, público, poderia ser ainda melhor ocupado, com oficinas dessa natureza de caráter permanente.

AGRADECIMENTOS, os autores agradecem a participação e contribuição da

equipe da ACC, 2004.1, Augusto C. da Silva Rattes, Cíntia M. dos Santos, Elisandra S. Gomes, Elizabete O. de Deus, Graziela Q. de Souza, Tainara F. Nogueira e Verônica L. Ramos. A Ademilton Alburquerque Costa Junior como colaborador na oficina de reciclagem e à comunidade de Oliveira dos Campinhos, principalmente às crianças e jovens que participaram das oficinas. À FAPESB pelo apoio financeiro.

BIBLIOGRAFIA IBGE, Censo Demográfico de 2000, 2000. LUDKE, M. & MARLI, A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas, São Paulo: EPU, 1986. REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2001. SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA BAHIA, Análise dos Atributos climáticos do Estado da Bahia, Salvador: SEI, 1998. 85 p. (Série Estudos e Pesquisas, 38). TORO, A. J. B. & WERNECK, N. M. D. Mobilização social:movimento de cidadania pelas águas. Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, 1997. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Arte, Qualidade da Água e Cidadania - Oliveira dos Campinhos, Santo Amaro – BA. Relatório Final. ACC GEO 455 – 2001.2, UFBA. 2002. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Educação Ambiental: Criatividade e Cidadania - Oliveira dos Campinhos, Santo Amaro – BA. Relatório Final. ACC GEO 455 – 2004.1, UFBA. 2004. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. O Subaé Agoniza. E nós, o que vamos fazer? – Oliveira dos Campinhos, Santo Amaro – BA. Relatório Final. ACC GEO 455 - 2002.2, UFBA. 2003. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. Subaé: Vida de uma Comunidade – Oliveira dos Campinhos, Santo Amaro – BA. Relatório Final. ACC.UFBA. ACC GEO 455 - 2003.1, UFBA. 2003.

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Obs.: Este trabalho foi apresentado no I Congresso Internacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano – MADEHUMANI, no período de 12 a 15 de junho de 2006, realizado pela Unión Panamericana de Asociaciones de Ingenieros. Corresponde ao relatório da ACC (Atividade Curricular em Comunidade) realizada no 2º semestre de 2004, intitulado Educação Ambiental: Criatividade e Cidadania.

Adaptação do texto para o site subaegeo.ufba Celaine Falcão do Sacramento - Geografia (bolsista do Projeto Aplicação da

Cartografia Digital na Representação dos Recursos Ambientais – 2007 – Programa Permanecer)

Dária Maria Cardoso Nascimento - Orientadora Maria Elvira Passos Costa - Colaboradora