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Criatividade e Inovação Revisado - Curso de Engenharia ... · CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 4 TEMA 01 TEMA 01 ---- AS AS AS QUATROQUATROQUATRO DIMENSÕES DA DIMENSÕES DA CRIATIVIDADECRIATIVIDADE

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CRIATIVIDADE

E INOVAÇÃO

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

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IMES Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C Ltda.

William Oliveira Presidente

MATERIAL DIDÁTICO

Produção Acadêmica Produção Técnica Aníbal Viegas | Autor Márcio Magno Ribeiro de Melo | Revisão de Texto

Equipe

Ana Carolina Paschoal, Andrei Bittencourt, Augusto Sansão, Aurélio Corujeira, Fernando Fonseca,

João Jacomel, João Paulo Neto, José Cupertino, Júlia Centurião, Lorena Porto Seróes, Luís Alberto Bacelar,

Paulo Vinicius Figueiredo, Roberto Ribeiro, Paulo Vinicius Figueiredo e Roberto Ribeiro.

Imagens Corbis/Image100/Imagemsource

© 2009 by IMES

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida

ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, tampouco poderá ser utilizado

qualquer tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem a prévia autorização, por escrito, do

Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia S/C Ltda.

2009

Direitos exclusivos cedidos ao Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia S/C Ltda.

www.ftc.br

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

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SUMÁRIO

TEMA 01 - AS QUATRO DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE................................................................................... 4

1.1 Por que Estudar Criatividade? .......................................................................................................... 5

1.2 A Pessoa Criativa.............................................................................................................................. 8

1.3 Produto e Ambiente Criativo ........................................................................................................... 16

1.4 Processo Criativo ............................................................................................................................ 22

2 TEMA 02 - BLOQUEIOS ATIVADORES ..................................................................................................... 28

2.1 Pensamento Divergente.................................................................................................................. 29

2.2 Geração de Ideias - Brainstorm ...................................................................................................... 32

2.3 Barreiras da Criatividade................................................................................................................. 33

2.4 PERCEPÇÃO.................................................................................................................................. 38

3 TEMA 03 - INOVAÇÃO................................................................................................................................ 42

3.1 INVENÇÃO X INOVAÇÃO .............................................................................................................. 42

3.2 Criatividade X Inovação .................................................................................................................. 43

3.3 Como Criar uma Cultura da Inovação............................................................................................. 45

3.4 Como Inovar?.................................................................................................................................. 49

4 TEMA 04 - GESTÃO DA INOVAÇÃO E MUDANÇAS ................................................................................ 51

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

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TEMA 01 TEMA 01 TEMA 01 TEMA 01 ---- AS AS AS AS QUATROQUATROQUATROQUATRO DIMENSÕES DA DIMENSÕES DA DIMENSÕES DA DIMENSÕES DA CRIATIVIDADECRIATIVIDADECRIATIVIDADECRIATIVIDADE

"Criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo"

(STEIN, 1974)

"Criatividade representa a emergência de algo único e original"

(ANDERSON, 1965)

"Criatividade é o processo de tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas no conhecimento, desar-monia; identificar a dificuldade, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências; testar e retestar estas hipóteses; e, finalmente, comunicar os resultados"

(TORRANCE, 1965)

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1.1 PORPORPORPOR QUE ESTUDAR CRIATIQUE ESTUDAR CRIATIQUE ESTUDAR CRIATIQUE ESTUDAR CRIATIVIDADE?VIDADE?VIDADE?VIDADE?

ONDE EU POSSO APLICAR A CRIATIVIDADE?

POR QUE ELA É IMPORTANTE NA MINHA FUTURA (E ATUAL) PROFISSÃO?

Criatividade não é um dom (apenas)!

Primeiro, porque acreditamos que criatividade não é apenas um dom, é uma habilidade, que assim como outras: jogar bola, surfar, cantar, escrever, dançar, cozinhar etc., pode ser desenvolvi-da. Todos nós, “escute” bem, todos nós podemos ser criativos. Claro que alguns podem ser mais criativos que outros. Assim, como determinados dançarinos podem ser melhores que outros, de-terminados médicos podem ser melhores que outros também. Existe uma parte da criatividade que pode ser uma predisposição que a pessoa tenha. Imagine que Ivete Sangalo deve ter uma pre-disposição natural para cantar e outra foi desenvolvida depois de muito treino. Ronaldinho Gaú-cho também deve possuir essa predisposição física, mas foi o treino, a disciplina que o fez se tornar um dos melhores jogadores do mundo. Assim também acontece com a criatividade, ela pode ser desenvolvida, treinada como qualquer outra habilidade.

Algumas pessoas podem ser mais criativas do que as outras. Parte por terem uma predispo-sição e parte por terem sido estimuladas intencionalmente, ou não. Os estudos mostram que as pessoas quando estimuladas a pensar criativamente, através de técnicas e exercícios, tendem a de-senvolver a capacidade de criar mais do que aquelas que não foram estimuladas.

Os grandes centros de pesquisa do mundo, como a Universidade de Buffalo, nos Estados U-nidos, entre outros, e alguns núcleos de estudos aqui no Brasil, comprovam que é possível desen-volver e estimular a criatividade das pessoas. Por que não lapidarmos um pouco a nossa habilida-de criativa?

A habilidade que faz a diferença!

O que queremos aqui nesta disciplina é fazer com que você também desenvolva sua habili-dade criativa e aplique no seu dia a dia, seja qual for o curso que você esteja fazendo para desen-volver a habilidade de ser criativo, irá fazer uma diferença incrível, seja na sua vida pessoal ou profissional. Estudar a criatividade vai possibilitar a você enxergar grandes oportunidades, que talvez outras pessoas não consigam ver. Desenvolver algumas soluções que venham ajudar muita gente. Ter ideias que surpreendam a você mesmo. Se destacar em qualquer coisa que você faça, dando respostas mais ousadas, sugerindo coisas novas, apresentando rapidez de pensamento, ha-bilidade para encontrar alternativas às situações propostas, indo além do que normalmente as pes-soas vão. E isto faz uma grande diferença.

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• Você já fez algo que considerou criativo?

• Algo diferente da grande maioria? Tente lembrar o que você obteve com isso?

• Você se destacou?

• Foi elogiado?

• As pessoas passaram a prestar mais atenção em você?

• Se você já fez algo novo, diferente e que tivesse alguma utilidade, qual foi o impacto disso em sua vida?

Possivelmente você fez algo diferente, algo que fugiu dos padrões, da normalidade.

Como você se sentiu com isso?

Pare e pense um pouco sobre isso e compartilhe sua experiência no fórum.

Novas perguntas para velhos problemas

Desenvolver a habilidade de fazer novas perguntas.

• O que?

• Para que isso?

• Para que eu quero fazer novas perguntas?

• Por que o mundo esta precisando disso?

Talvez a grande maioria dos problemas que temos hoje exista porque nós não estamos fa-zendo a pergunta mais adequada. Será que a questão: “como acabar com a fome no mundo?” é uma boa pergunta? Será que não teríamos outra forma de olhar essa questão? Será que a pergunta “como chegarmos a paz mundial?” é uma pergunta mais adequada...hummmm, não sei!

A habilidade de pensar criativamente vai permitir pensarmos o mundo de forma diferente. Será que as velhas perguntas não poderiam ser revistas. Vamos aprender que podemos começar a ver o mundo de outras maneiras. Vai mudar a nossa atitude de mero espectador da realidade para alguém que intervém, interage, transforma. Um agente de mudanças.

Imagine você que está estudando para atuar na área de saúde, será que os procedimentos e-xistentes hoje não poderiam ser revistos? Será que a tecnologia disponível não poderia possibilitar tratamentos mais eficazes?

Você que é da área de direito não pode tentar ver uma lei sob uma nova perspectiva?

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Você que é da área de tecnologia poderia buscar um novo conceito, uma forma nova de inte-grar as tecnologias existentes, estabelecer um novo padrão tecnológico?

Não importa sua área, criatividade pode ser aplicada em qualquer campo de atuação. Quan-do se fala em criatividade, não se fala apenas em criar produtos, mas sim principalmente formas alternativas de perceber a realidade existente, buscando formas alternativas de atuar nela, seja um gesto, uma canção, uma tecnologia, uma frase publicitária, um interpretação nova de um texto, isso pode gerar uma mudança significativa para você e outras pessoas.

Mas calma! Não estamos esperando que você transforme o mundo, o que não deixa de ser uma boa ideia, queremos que saiba utilizar isso na vida diária. Em coisas simples, em coisas que façam parte da sua realidade mais próxima. Fazer a pergunta “como posso obter um emprego?”, pode ser apenas um tipo de pergunta. Você pode utilizar a habilidade criativa e fazer outra pergunta “como ob-ter renda”? A resposta para essa pergunta pode ser: obtendo um em-prego, mas pode ser também, fazendo algo que me gere uma renda como dar aulas particulares de alguma disciplina que eu domine, arranjando um trabalho temporário no final do ano, vendendo algum produto (legal) para alguns colegas que não tem tempo para com-prar, descobrindo alguma habilidade que você tem e que pode trans-formar em dinheiro.

Quais coisas na sua vida você gostaria de fazer novas perguntas e quem sabe encontrar as respostas que você sempre procurou? Pense nisso!

Volte a fazer perguntas tidas como “bobas” e veja que respostas elas podem lhe dar.

E como se estuda Criatividade?

Primeiro sabendo que as pessoas criativas usam algumas estratégias que ajudam a sair do lugar comum. Esses conhecidos “criativos” têm alguns segredinhos, que vêm sendo estudados por alguns pesquisadores, há quase um século. Buscando entender como eles pensam e agem, e que outros fatores podem contribuir para que essas pessoas tenham ideias fantásticas, estes pesquisa-dores, seguem os rastros de milhares de pessoas reconhecidas como criativas, e ai vão descobrindo uma série de coisas. E são estas “coisas” que nós vamos estudar aqui.

E que “coisas” são essas?

Vamos estudar as características das pessoas criativas, como elas normalmente se compor-tam. Vamos saber também como o local, o ambiente, a cultura da qual fazemos parte, influencia na nossa criatividade. Vamos descobrir o que nós podemos chamar realmente de produto, ideia, solu-ção criativa. Que muitas vezes algo que parece ser criativo na realidade nada mais é do que bizar-ro. Ainda vamos saber que a partir da forma como nós pensamos, organizamos as ideias na nossa cabeça, percebemos o mundo e geramos ideias novas podem ser vista como o que chamamos de processos criativos.

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Sacou?

Portanto, estudaremos as quatro dimensões da Criatividade: •Pessoas •Processo •Produto •Ambiente

1.2 A PESSOA CRIATIVAA PESSOA CRIATIVAA PESSOA CRIATIVAA PESSOA CRIATIVA

As pessoas reconhecidas como criativas normalmente são muito flexíveis. Elas conseguem “assobiar e chupar cana” ao mesmo tempo, ou seja, elas conseguem fazer coisas que parecem ser contraditórias, ambíguas, quase que simultaneamente. Conseguem combinar coisas tidas como incombináveis.

Você conhece pessoas assim?

Se conhece, ou você mesmo se identifica, isso é um bom sinal. Você já está começando a enten-der que essas pessoas apresentam algumas características que nos dão pistas que ajudam por onde nós podemos começar a perceber algumas das características nossas e de outras pessoas. É importan-te reconhecermos estas características, porque podemos intencionalmente buscar desenvolvê-las.

Existem vários pesquisadores no mundo que buscam identificar as características comuns nas pessoas que são reconhecidamente consideradas criativas. Um deles é o pesquisador Mihaly (1988). Ele estuda pessoas criativas há mais de trinta anos e diz que os criativos são normalmente tidos como pessoas complexas. O que ele chamou de complexas quer dizer que estas pessoas po-dem apresentar características aparentemente antagônicas (ou opostas) ao mesmo tempo. Estas pessoas conseguem ser brincalhonas e disciplinadas, conseguem ser introvertidas e extrovertidas, até mesmo tradicionais e irreverentes, humildes e orgulhosos.

O que você achar disso? Tem a ver com você ou com alguém que você conhece?

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Outros pesquisadores acrescentam dizendo que as pessoas criativas são curiosas, correm ris-cos (bem calculados), que estão sempre buscando coisas novas, novas terras (como os grandes des-cobridores da idade média). São pessoas inconformadas com as coisas atuais. Normalmente, são pessoas que têm muita energia, são obstinadas, trabalham numa ideia sem parar, com uma grande persistência. A frase famosa atribuída ao cientista Thomas Edison, um dos maiores inventores de todos os tempos, que criou a lâmpada, diz: “invenção é 1% de inspiração e 99% de transpiração”. Tenho falado sempre para os meus alunos, seja nas faculdades ou nas empresas, que a pessoa cria-tiva é a pessoa “raladora”, parafraseando o Thomas Edison, poderíamos dizer que toda invenção é 1% de inspiração e 99% de “ralação”. É isso mesmo, para criar tem que ralar.

Você pode ter até uma grande ideia aparentemente vinda do nada, mas não o comum. To-da ideia genial é normalmente precedida de muita “RALAÇÃO”.

Você sabia?

Você sabia que Thomas Edison, tentou mais de mil maneiras para fazer a lâmpada funcio-nar?

A pessoa criativa tem muita energia. Aí você pergunta: de onde vem essa energia? Eu não tenho muita energia, então não sou criativo? Não, você é sim, normalmente essas pessoas têm mui-ta energia quando estão buscando algo novo, porque elas têm algo que alguns pesquisadores ou-sam chamar de “paixão pelo que faz”. Quando você gosta de alguém você se senti capaz de fazer loucuras por esta pessoa (loucuras bem calculadas), ficar horas esperando por ela; pensa o tempo todo nela. Pois é, o criativo, quando encontra uma ideia que ele se apaixona, ele tem essa energia toda, ele parece não esgotar, ele busca milhares de alternativas, perde noites, tem muita paciência esperando a ideia amadurecer, os resultados aparecerem.

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Em sua vida, você teve alguma situação em que você teve que: insistir? Tentar várias ve-zes? Esperar por um longo tempo? Chegar ao seu limite?

As pessoas que criam são movidas por um ideal, um forte

propósito, algo que as façam correr riscos.

Uma pesquisadora da Universidade de Harvard, Teresa Amabile, chama isso de motivação intrínseca, que é um tipo de motivação que vem de dentro, que não precisa de nenhum estimulo externo.

O legal é que os criativos, pela sua grande curiosidade, sua vontade de buscar coisas novas, e principalmente pela sua coragem de enfrentar os desafios, as dificuldades, as resistências da socie-dade estão sempre em busca da mudança.

Wechsler (1998) Apud Gallesse (1985) – fala da coragem de arriscar: Eu quero dizer: se você quer ser um escritor, você tem que escrever e mostrar o que

escreveu para as pessoas que podem publicar, mesmo que estas pessoas possam ser in-sultantes e cruéis, como poderão ser; se você quer ser político, você tem que sair nas ruas e falar, mesmo que as pessoas comecem a dormir na sua frente e o tratem como uma pe-ça de um mobiliário; se você quer ser um ator, você tem que representar na frente de homens e mulheres de rostos impassíveis e olhares envidraçados que poderão tratá-lo como um pedaço de carne. [...] mas enquanto estas coisas estiverem acontecendo com você, você estará na mesa do jogo e você não pode ganhar se você não estiver jogando. E finalmente, se você tiver um pouquinho de talento, você conseguirá ser percebido, mesmo que a aposta seja pequena no princípio [...] (p.14).

Os criativos são inconformados com a maneira com que as coisas são feitas, dentro de sua área de atuação ou em outras áreas. São eles que fizeram e fazem aquilo que nós temos e usamos no mundo hoje. Imagine agora mesmo, como você poderia estar estudando, usando esses recursos da tecnologia se milhares de pessoas não passassem a sua vida inteira estudando maneiras de tor-nar o computador menor, mais barato, além de criar uma rede na qual as pessoas pudessem se conectar e trocar informações com qualquer outra pessoa, em qualquer parte do mundo. Que seria do mundo se Thomas Edison não continuasse tentando centenas e centenas de vezes fazer uma lâmpada funcionar?

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• O que seria das fábricas se o Henry Ford não criasse a linha de produção para dinamizar a indús-

tria automobilística tornando o carro mais barato e acessível?

• E se o Cristóvão Colombo não inventasse de ir em direção ao nada, arriscando a sua própria vida

e de toda tripulação em busca de um lugar que veio chamar de América?

• E caso Charles Darwin não tivesse saído pelo mundo observando os seres vivos e produzido

estudos que resultaram na Teoria de Evolução das Espécies?

• O que seria se não tivéssemos o Albert Einstein que nos diz que: “a imaginação é mais impor-

tante que o conhecimento”. E ele não insistisse nas suas viagens imaginativas e construísse entre

outras coisas a Teoria da Relatividade?

• O que seria da arquitetura sem o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, que ficou em nono lugar

entre os cem maiores gênios vivos, em um levantamento realizado por uma empresa de consulto-

ria global?

Estas e outras pessoas fazem o nosso pensamento ir onde jamais esteve. Criam coisas que jamais imaginamos um dia que poderiam existir.

Hoje em dia, os criativos estão no mundo dos negócios, nas universidades, nos hospitais, nas agências de publicidade, nas empresas de TI (Tecnologia da Informação), nos laboratórios de pes-quisas, nos pequenos negócios que surgem no fundo do quintal, na padaria da esquina. Eles, de vez em quando, criam um YouTube, um Orkut, um iPod, um iPhone, criam um medicamento no-vo (o viagra, por exemplo), criam um novo ritmo musical, um novo estilo de tomar café (link Star-bucks), um novo instrumento para facilitar uma cirurgia, um novo tipo de tratamento corporal que ajuda a corrigir nossas posturas, novos passos de dança para o carnaval do próximo ano, criam um prato novo no restaurante, um novo tipo de circo, uma nova forma de tornar nossa cabelos mais lisos, vistosos, volumosos, ou mesmo um novo estilo de se vestir, um novo corte de biquine, um estilo novo de fotografia e filmagem, um novo software revolucionário, um novo jeito de vender pamonha.Ter aquela ideia fantástica para uma campanha publicitária. Criam um novo site na web totalmente diferente, fazem surgir um Harry Potter e vendem milhões e milhões de livros. Estes criativos são danados.

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O mais importante disso tudo é que todos nós, de uma maneira ou outra, podemos usar a nossa criatividade, para benefício nosso e também da humanidade, para isso, temos que primei-ro nos reconhecer criativos. E ai, topa?

O importante agora é saber que podemos identificar algumas características das pessoas cria-tivas e principalmente em nós mesmos, aceitando e sabendo que elas nos ajudam a ser criativos.

A PESSOA CRIATIVA • Qual foi a última coisa diferente e interessante que você fez? • O que você aprendeu de novo nos últimos meses? • Qual o último lugar interessante que você visitou? O que tinha de novo neste local? • Qual a última pessoa “diferente” que você andou conversando? • O que acontece quando alguém discorda de você? Quando alguém pensa totalmente diferente de você? • O que acontece quando alguém lhe dá algo para você fazer que você nunca tinha feito antes? • Como você se comporta quando você vai para um local novo (bairro, cidade, estado, país)? • O que acontece com você quando aparece algo totalmente novo? • Qual foi a ultima vez que você experimentou um prato de comida novo? • Você já vestiu uma roupa que você normalmente não vestiria? Como você se sentiu?

Hummmmmmmmm! Pois é pessoal, essas perguntas são para vocês pensarem um pouco nas suas vidas, no quanto vocês têm praticado o que a gente chama de atitude criativa da abertura a experiência. Cla-ro que não dá para experimentar tudo na vida. Devemos experimentar aquilo que sabemos, que não nos gere nenhum mal, nem aos outros. Senão este mundo se tornaria um profundo caos. Mas podemos experimentar um prato novo de comida, um modo de vestir diferente (que seja adequa-do a situação), escutar uma música de um ritmo completamente diferente do que estamos acostu-mados a ouvir. Tentar uns passos de dança que nunca tentamos antes. Falar com pessoas que se-jam completamente diferentes da gente: com pensamentos distintos, que tenham outros valores, outra classe social, falem de coisas que nunca falamos, ou seja, vivam em outro mundo.

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Veja abaixo as características da pessoa criativa:

Como podemos criar algo novo se não nos abrirmos para o novo? O diferente, o não conven-cional? Se ficarmos seguindo os velhos trilhos, fazendo sempre as mesmas coisas, falando das mes-mas pessoas, fazendo as mesmas fofocas, indo aos mesmos lugares, comendo sempre as mesmas comidas, rido das velhas piadas. Não que tenhamos que abandonar tudo, fazer tudo diferente, es-quecer o passado, nada disso. O que quero dizer a vocês é que podemos fazer de forma deliberada (ou seja, com intenção)., De vez em quando, fazer algo que seja diferente, com vontade de realmente aprender ou mesmo desaprender para aprender de novo. Fazer uma imersão dos sentidos. Isto é abertura a experiência. Algo que temos quando jovens e a medida do tempo vamos esquecendo.

Crescendo ouvindo tanto NÃO acabamos por deixar de experimentar. Vamos perdendo a curiosidade, que mencionamos no módulo anterior e vamos nos conformado com aquilo que nos aparece, que é dado, que é mostrado. Passamos a não pintar fora dos contornos, mas aprendemos a andar sempre nos caminhos já feitos. Se algo diferente do que estamos acostumados aparece, tendemos a rejeitar, só porque é diferente.

A vantagem de experimentarmos hoje em relação a quando éramos crianças é que hoje nós sabemos que tomada dá choque, que o fogo queima, que cair a partir de uma determinada altura machuca, que cabeça não é martelo etc. Hoje podemos experimentar com cuidado, sabendo até onde podemos ir. Podemos ousar, experimentar, mas sabendo cuidar das suas consequências.

Os criativos estão abertos a novas experiências, ao novo, ao diferente, ao que gera surpre-sa, ao que sai do convencional.

Como podemos criar algo novo se não gostamos de coisas novas? O novo em princípio é es-tranho.

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Voltando ao Thomas Edison, dizem que ele experimentou até queijo, na tentativa de encon-trar algo para ser filamento da lâmpada.

A pessoa criativa faz o olhar inocente sobre as coisas. Olha as coisas com surpresa, como no-vidade, como se nunca tivesse visto. Isto permite um olhar menos viciado, uma atitude sempre aberta ao aprendizado do novo. Para isso, é necessário saber adiar o julgamento. Isso significa ten-tar “enquadrar” as coisas no primeiro momento, achar que certo ou errado, bonito ou feio, forte ou fraco, isso ou aquilo. Adiar o julgamento é uma atitude muito importante para que estejamos aber-tos ao novo, ao diferente, ao inusitado. Voltaremos a falar sobre adiar o julgamento mais adiante em nosso curso.

Voltando ao queijo que Thomas Edison usou na lâmpada – realmente não resolveu nada – mas a sua atitude de abertura a experiência e o seu olhar inocente permitiu testar coisas inusitadas até que funcionasse. E você que experiências loucas você já fez? Tente lembrar-se de algo em que você tentou um caminho novo, uma maneira que ninguém tenha experimentado antes, quando foi que você não julgou algo logo que surgiu e permitiu você criar algo novo? Conte aos seus colegas no fórum, compartilhe uma experiência nova que permitiu você aprender algo novo, criar algo diferente, surpreenda alguém.

“Não deve ser difícil, para você parar de vez em quando e observar as manchas das paredes, as cinzas do fogo, as nuvens, a lama ou lugares semelhantes em que se podem encontrar ideias realmente maravilhosas”.

Leonardo da Vinci

Mas isso não faz com que os criativos se arrisquem?

Correr riscos é uma atitude necessária que cultiva a sua criatividade. E quem quer continuar sendo criativo tem que saber arriscar-se. Se tivéssemos que montar uma fórmula da criatividade, o risco apareceria como um coeficiente bastante alto. Sempre que ousamos questionar o que existe, nos arriscamos. Sempre que perguntamos algo ao professor que desafiei o que ele (ou ela) apre-sentou na sala da aula, nós nos arriscamos. Sempre que apresentamos algo novo a sociedade, tentamos algo diferente, também nos arriscamos.

Citação do livro de George Land, sobre o risco:

Wally “Famous” Amos sugeriu: “Há muitos tipos de riscos na vida: emocionais, intelectuais e físicos. Os importantes são os que nos fazem crescer e exprimir os nossos valores. Rir é correr o risco de pa-recer tolo; chorar é correr o risco de parecer sentimental. Procurar uma outra pessoa envolve o risco de se envolver; expor sentimentos envolve o risco de revelar o seu verdadeiro eu. Apresentar à mul-tidão as suas próprias ideias e sonhos é correr o risco da perda; amar é correr o risco de não ser cor-respondido. Viver é arriscar-se a morrer; esperar é arriscar-se a se desesperar. Tentar qualquer coisa traz o risco do fracasso. Mas temos de correr riscos, porque o maior risco e nada arriscar”.

“A mente como é como paraquedas, só fun-

ciona quando aberta”.

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Humor

As pessoas criativas normalmente são dotadas de um senso de humor. Edward de Bono, um dos grandes pesquisadores da criatividade - e que inven-tou a expressão Pensamento Lateral -, sempre menciona o humor como parente da criatividade. Ele explica que os processos mentais do humor são muito seme-lhantes quando você tem uma ideia nova. Se você tem “umas tiradas” e faz todo mundo rir, ou conhece alguém que faz isso, você encontrou mais uma caracte-rística de uma pessoa criativa. O humor sempre brinca com o imprevisto, faz conexões inesperadas, faz você pensar sobre algo e logo depois muda de dire-ção repentinamente. As pessoas que gostam de fazer piada, gostam de brincar

com as palavras, gostam de ver as coisas por vários ângulos, combinar coisas de um modo único, exagerar algumas partes de uma situação, minimizar outras, inverter alguns fatos, reverter outros, virar as coisas de ponta a cabeça. O que vemos nisso tudo são coisas muito parecidas como cria-mos algo novo, diferente. Nós invertemos padrões, combinamos coisas, maximizamos outras, mi-nimizamos, brincamos com a realidade com o propósito de gerar algo que realmente seja novo. O humor ajudar a quebrar a rigidez das coisas, quebrar a ordem preestabelecida, fazer as pessoas relaxarem sobre um determinado tema, brincar com a realidade que, muitas vezes, está mais na nossa cabeça (realidade subjetiva) do que lá fora (realidade objetiva).

Na Idade Média tínhamos a figura do bobo da corte ou o Bufão. Esta figura era necessária, o bobo da corte fazia piadas com os assuntos sérios do reino, fazia o rei ver as coisas em outras pers-pectivas. Só o bobo da corte podia dizer certas coisas ao rei, em forma de brincadeira, é claro, algo que os seus assessores, normalmente puxasacos, não tinham coragem de dizer, ou só diziam ao rei o aquilo que ele queria ouvir. Além de divertir, o bobo da corte provocava o pensamento do rei.

O Charles Chaplin usou o humor para criticar a sociedade industrial, mostrando que o ho-mem estava sendo transformado em máquina. O homem era visto como máquina. Usou o humor, fazendo com que o personagem Carlitos (como era conhecido) sofresse de uma histeria e manti-vesse os movimentos mecânicos mesmo quando não estava mais trabalhando.

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1.3 PRODUTO E AMBIENTE CPRODUTO E AMBIENTE CPRODUTO E AMBIENTE CPRODUTO E AMBIENTE CRIATIVORIATIVORIATIVORIATIVO

Produto Criativo

O que é algo criativo para você? Entre no fórum! Responda e veja as respostas dos seus co-legas.

Você já fez algo que você considerou criativo?

Pare um pouco! Tente lembrar-se de algo que você acha que foi diferente, original e ao mes-mo tempo útil. Isso afetou a quem? A você mesmo ou a outras pessoas? Melhorou a sua vida? As vidas das pessoas?

• O que poderíamos considerar criativo?

• Será que fazer algo diferente é ser criativo?

• Algo para ser criativo tem que ser totalmente inédito?

• Qual a diferença entre ser criativo e bizarro?

• Onde achar “o ouro”?

Você reconhece uma ideia criativa?

Assim como podemos reconhecer algumas características das pessoas criativas, alguns pes-quisadores da criatividade definiram alguns aspectos que devem ser observados para reconhecer um produto criativo. Se não soubermos reconhecer algo como criativo, como vamos poder valori-zar, apreciar, ou mesmo admirar o resultado do nosso empenho ou de outras pessoas?

“Criatividade é o processo que resulta em um produto novo, que é aceito como útil, e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo”.

(STEIN, 1974)

Reconhecer algo como criativo vai nos ajudar a valorizar mais nossas próprias ideias e ver que para ser criativo não precisa ser nada de outro mundo. Você fazer coisas que sejam criativas apenas para você, para seus colegas e amigos e assim e desenvolvendo sua capacidade de criar coisas cada vez melhores e para mais pessoas. O importante é você saber que nem tudo que é no-vo, diferente, é criativo. Mas qualquer coisa que você faça que seja diferente, não muito comum, e que seja útil, resolvendo alguma questão para alguma coisa que você está vivenciando, e não causa nenhum dano a alguém ou a natureza, existe uma elegância, isso pode ser considerado criativo, mesma que seja para você. Saber reconhecer uma ideia criativa ajuda a gente encontrar mais ideias criativas e valorizar mais as pequenas ideias que temos no dia a dia, e quem sabe, peneirando isso, todos os dias você ache uma ideia com um grande “C” (GARDNER,1993).

As três peneiras e os três “C” para encontrar um diamante – Uma ideia criativa

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As pessoas, normalmente, confundem o criativo com o bizarro. Tem coisas que simplesmen-te são diferentes ou até mesmo originais, mas não quer dizer que sejam necessariamente criativas. Segundo algumas definições, um produto é considerado criativo quando além de ser original, no-vo ou incomum, ele se apresente útil ou mesmo relevante. Mas útil para quem? Relevante para quem? Se ele for relevante e/ou útil para mim, posso considerá-lo criativo, mesmo que a sociedade onde eu vivo não considere? Sim, pode. Por isso que alguns autores dizem que pode haver vários níveis de criatividade. A criatividade do “czinho”, o “c” pequeno, que é relevante para mim. A-quela que o “c” é uma boa ideia que é reconhecida por pessoas no seu entorno como algo novo e útil. E, por último, o que poderíamos chamar o “Czão”, ou seja, a criatividade que é relevante para toda humanidade por meio da transformação de princípios antigos, que transforme ou revolucione os princípios até então aceitos em relação aquela área. Produtos considerados nesse nível podem ser exemplificados pela Teoria Heliocêntrica de Copérnico, a Teoria Evolucionista de Darwin ou a Teoria Psicanalítica de Freud, como citado por Wechsler (1998), e que outros autores também cha-mam de Criatividade Revolucionária.

Você tem exemplos de outras criações revolucionárias ou de “Czões”? Entre no

fórum e participe!

Definir um produto como criativo é algo de profunda discussão entre os pesquisadores do tema, mas aqui, vamos tentar apresentar as coisas de maneira mais simples que se aproxima de algumas principais linhas de estudo.

Vamos imaginar alguns exemplos bem simples:

Você está voltando da faculdade para casa, vai para o ponto e acaba de passar o “seu” ôni-bus, o próximo só vai passar em uma hora, e você para variar, está “cheio (a)” de coisas para fazer em casa: aquele trabalho que professor passou que você precisa terminar; tem dentista marcado há mais de um mês para fazer manutenção no seu aparelho dental; aquela pessoa que disse que pas-saria para resolver aquela conversa mal resolvida desde a última vez. Bom, você está “morrendo” de pressa. O que fazer? O dinheiro não dá para pegar o táxi, e você não vai gastar o dinheiro do final de semana nisso. Ai você pensa, tenho que dar um jeito! Você começa pensar em possibilida-des. E se eu pegar outro ônibus que me deixe próximo? Se eu pegar um ônibus até um local e de lá pegar outro (que passa com maior frequência)? Pronto, você tem uma alternativa, teve uma solu-ção, que para você é original e útil, você nunca tinha feito isso antes.

Se você já dirige e pega um mega engarrafamento e, para variar, também está atrasado, você

resolve pegar um atalho, pegar outra avenida, faz um retorno e chega ao destino por outro lado.

Isso também é uma solução original e útil para você. Vamos chamar esta criatividade de “czinho”

do “c” minúsculo da criatividade. Algo que você criou uma alternativa que foi original para você.

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Pegando o mesmo exemplo do ônibus, imagino que envolvido nesta mesma situação, você constantemente perde o ônibus e, às vezes, fica esperando uma hora por outro. Você poderia pensar e sugerir a prefeitura um novo modelo de transporte, baseado em microônibus que poderia sair das faculdades para locais onde tivesse maior disponibilidade de ônibus para outros locais. A ideia des-te modelo, que estamos exercitando em criar aqui, poderia ser considerado, se fosse original na sua cidade, e reconhecido como útil e viável, poderia ser considerado uma criatividade de “c” médio.

E finalmente, pegando o exemplo da necessidade de deslocar-se em diferente horário, não dependendo de forma tão rígida, você desenvolve junto com seus colegas de outros cursos um veículo pequeno, leve, barato, dobrável, não poluente, reciclável, e com um esquema de financia-mento que todo estudante possa adquirir um e isso passa a ser adotado em quase todo mundo. Meu amigo ou minha amiga, você acabou de criar algo na categoria do grande “C” da criatividade. Algo revolucionário que mudou a forma como as pessoas se deslocarem em todo o mundo. Aí vo-cê entra no seleto grupo das pessoas que ajudaram a mudar o mundo.

Muitas vezes, uma grande ideia é uma soma de um monte de pequenas ideias. O que tornou o iPod da Apple, entre outras coisas, foi a ideia criativa que um físico alemão teve de como fazer gravar mais informações em menor espaço de um disco rígido - HD. Isto possibilitou a fabricação de HD´s super pequenos, possibilitando assim a sua utilização no iPod´s. Podemos ter grandes ideias quando utilizamos pequenas ideias de outras de outras pessoas. Logo um Czão = czinho + czinho + czinho...

O queremos aqui nesse curso, é que VOCÊ comece a pensar em coisas que poderiam ser fei-tas para melhorar a sua vida, ao invés de ficar esperando que uma solução caia dos céus. PENSE: “o que eu poderia começar a fazer para melhorar a minha vida? seja melhorando a minha capaci-dade de aprender, o meu aproveitamento do tempo, aumentar a minha velocidade e qualidade do meu aprendizado, o que eu poderia fazer para criar uma renda que fosse legal para me manter ao longo do curso e quem sabe depois dele”? Ou PENSE em coisas que possam além de melhorar a sua vida serem capazes de melhorar a vida de outras pessoas. Que outra forma poderia existir para que eu e meus colegas se locomoverem para faculdade? Como nós poderíamos nos organizar em uma espécie de cooperativa para resolver os problemas do dia a dia(como transporte, alimentação, horários, conseguir dar contas das tarefas, trabalhos, trabalhos em equipe, conciliar estudo e traba-lho, estudar e diverti-se, fazer do estudo uma diversão etc.)?

Essa sensibilidade às necessidades, problemas, oportunidades que falamos no Conteúdo a Pes-

soa Criativa, é uma das características das pessoas criativas. Buscar formas de resolver ou preencher esta lacuna com algo que seja original, que seja realmente útil (reduzindo custos, trazendo mais conforto, poluindo menos o meio ambiente, melhorando o aproveitamento do tempo, dando mais agilidade, trazendo algum tipo de renda).

Bom, já falamos que a criatividade pode ter vários níveis, você pode fazer uma coisa que seja útil e original para você, para sua comunidade ou mesmo para a humanidade (como Einstein, Dar-win, Thomas Edison, e outros tantos). Que algo para ser considerado criativo precisa ser original e útil. Mas nem sempre o que é original e útil, pode ser considerando criativo.

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Temos que levar em conta um terceiro aspecto: a estética, a elegância, ou mesmo a beleza da solução. Os nossos professores de matemática chamam de solução elegante, quando você deixa uma expressão matemática mais simples, quando você elimina aqueles elementos desnecessários. Elegância muitas vezes pode ser representada pela beleza, outras vezes pode ser representada pela simplicidade, pela simetria.

De acordo com o Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa:

Elegância

sf (lat elegantia) 1 Qualidade daquele ou daquilo que é elegante. 2 Donaire. 3 Distinção. 4 Distinção

na linguagem e no estilo sem afetação. 5 Boa proporção de formas; gentileza, graça.

O que é elegância para você? Entre no fórum e responda, veja o que seus colegas responderam.

Reconhece?

Assim, como podemos reconhecer algumas características das pessoas criativas? Alguns pes-quisadores da criatividade definiram alguns aspectos que devem ser observados para reconhecer um produto criativo. Se não soubermos reconhecer algo como criativo como vamos poder valori-zar, apreciar, admirar o resultado do nosso empenho ou de outras pessoas?

Reconhecer algo como criativo vai nos ajudar a valorizar mais nossas próprias ideias e ver que para ser criativo não precisa ser nada de outro mundo. Você fazer coisas que sejam criativas apenas para você, para seus colegas e amigos e assim e desenvolvendo sua capacidade de criar coisas cada vez melhores e para mais pessoas. O importante é você saber que nem tudo que é no-vo, diferente, é criativo. Mas qualquer coisa que você faça que seja diferente, não muito comum, e que seja útil, resolvendo alguma questão para alguma coisa que você está vivenciando, e não causa nenhum dano a alguém ou a natureza, existe uma elegância, isso pode ser considerado criativo, mesmo que seja para você. Saber reconhecer uma ideia criativa nos ajuda a encontrar mais ideias criativas e valorizar mais as pequenas ideias que temos no dia a dia, e quem sabe, peneirando isso todos os dias você ache uma ideia com um grande “C”.

Mas como saber se uma ideia é realmente boa ou não?

Uma ideia não nasce pronta. Então o czinho pode virar um czão. Uma ideia tem que ser tra-balhada, portanto, muitas vezes temos que aprender a reconhecer o potencial de algo que pode “decolar”. Para isso, temos que ter em mente como avaliar uma boa ideia.

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Uma ideia, às vezes, nasce desajeitada, sem formas bem definidas, uma pedra bruta que pre-cisa ser lapidada. Muitas ideias inovadoras foram massacradas quando surgiram em determinado tempo.

Ambiente Criativo

Onde acontecem as suas melhores ideias: no chuveiro, no banheiro, na cozinha, no carro, na praia, na fazenda, no local afastado, dentro de sua sala de trabalho, na sua mesa de estudo, no meio da rua, em um shopping?

Será que podemos criar ou buscar um ambiente que estimule a criatividade?

O que podemos fazer para que um lugar permita as ideias fluírem de forma mais livre?

É necessário criar um ambiente que permita novas ideias florescerem. É difícil plantar rosas no deserto, fazer algo florescer em um ambiente árido. O ambiente criativo deve ser regado e cui-dado como um jardim. Existe um ditado chinês que diz: “não é necessário caçar borboletas, é ne-cessário que você cuide do seu jardim”. Csikszentmihalyi (é isto mesmo, o nome do cara é “com-plicado pra xuxu”) sugere que ao invés de se perguntar, “o que é criatividade?”, se deveria per-guntar “onde está a criatividade?” (CSIKSZENTMIHALYI, 1988, p.325). Ele quer dizer que os in-divíduos podem ser julgados de forma diferente a depender de onde eles estejam. Eles devem es-tar no lugar certo, no tempo certo para serem reconhecidos como criativos.

O grande desafio é encontrar um ambiente no qual haja liberdade para tentar fazer as coisas de outras maneiras. Onde cada diferença individual seja respeitada. Sabendo que isto pode estimu-lar o surgimento de outros pontos de vistas, muitas vezes enriquecedores. Fazer com que as pesso-as que pensem diferentes se sintam seguras em manifestar suas ideias. Não tenham a sensação que serão punidas caso algo não funcione ou não dê certo. Claro que isso não quer dizer que a pessoa pode errar o tempo todo, e sim que o erro é aceito quando a pessoa estava de forma intencional tentando melhorar algo, criar algo novo, que venha trazer algum benefício para a organização, o que é diferente do erro causado por displicência, imperícia ou mesmo negligência.

Um médico que erra em tentar criar um último recurso para salvar uma vida é diferente da-quele que esquece um instrumento cirúrgico dentro do corpo da pessoa. Claro que somos huma-

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nos e erros podem acontecer em qualquer profissão, mas devemos distinguir o erro que deve ser perdoado dentro do ambiente criativo.

Além disso, devemos envolver as pessoas nos mais diversos projetos, para que elas se sintam parte de algo que faça sentido para elas. As pessoas gostam de se sentir “donas” daquilo que estão fazendo, para que elas possam dar ideias, sugestões de como poderiam fazer as coisas de uma for-ma melhor.

Outro fator apontado também como importante é ter um ambiente que tolera certa comple-xidade e desordem temporária. Tem que haver um espaço para flexibilidade e afrouxamento das regras e normas. Muitas normas são criadas em função de uma circunstância pontual, as coisas mudam e as regras persistem muitas vezes enrijecendo as coisas. Às vezes para que uma nova i-deia tenha espaço, inclusive para ser testada, precisamos esquecer as regras, as limitações.

Para promover um ambiente que estimule a criatividade temos que pensar ainda em uma

forma de sempre manter as pessoas estimuladas, desafiadas, fazendo constantemente perguntas desafiadoras, perguntando: por que não? Instigando: e se tentarmos de outra maneira? E se fizer-mos ao contrário? E se não fizermos? Provocando as pessoas o tempo todo ajuda manter essa at-mosfera criativa.

Devemos estimular um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para expressarem li-vremente as suas ideias, sejam estas quais forem. Claro que pertinentes ao ambiente que estejam trabalhando. Não vou chegar no meu trabalho falando de criações relativas a minha vida afetiva ou minhas peripécias no final de semana no meio de uma reunião, se isso não tem nenhuma rela-ção com o meu trabalho ou o assunto em questão no momento, repito seja original, mas seja útil ou pertinente.

Como veremos no Conteúdo Brainstorm, geração de ideias, é muito importante que no ambi-ente criativo haja o critério do julgamento adiado. Em não querer julgar a ideia no nascedouro. O humor e a espontaneidade também sempre são apontados como elementos importantes no ambi-ente no qual se deseja ser criativo. O humor reduz a tensão, alivia o estresse, faz com que vejamos as coisas de forma menos rígida.

Pense, em sua turma aqui na faculdade, o que poderia ser feito para que as pessoas se sentis-sem mais a vontade para mostrar as suas ideias? O que poderia ser feito no ambiente físico para que ele se tornasse mais estimulante?

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O que vocês fazem quando uma ideia de alguém do grupo for muito diferente do pensamen-to da equipe?

1.4 PROCESSO CRIATIVOPROCESSO CRIATIVOPROCESSO CRIATIVOPROCESSO CRIATIVO

Como é que surgem as ideias? Você já pensou nisso?

• Qual foi a última vez que você teve uma boa ideia (lembre-se que já estudamos o que é uma boa

ideia em Produto e Ambiente Criativo)?

• É possível provocar uma boa ideia?

• O que é necessário para se ter uma boa ideia?

• As boas ideias surgem do nada?

• De onde vêm as ideias?

Bom, eu posso começar dizendo uma coisa muito importante: “não espere a maça cair na sua cabeça”. O que é isso? “Não esperar uma maçã cair na minha cabeça”. Exato, não sei se você está lembra-do da história de Isaac Newton, um grande cientista, físico, astrôno-mo. Contam que ele teve a ideia da Lei Gravidade quando estava debaixo de uma macieira e caiu uma maçã na cabeça dele. Bom se você fizer o mesmo, ficar debaixo de uma macieira, esperando uma maçã cair, e se caso ela caia e acerte sua cabeça. Eu não vou dizer que você não vai ter uma grande ideia. Mas posso afirmar que, com cer-teza, você vai ficar com uma dor na cabeça por algum tempo.

A maçã foi só o gatilho, foi só o toque, o zap, o tchum, o blum, o famoso A-HÁ. Aquela sensa-ção que “bateu”, deu click ou um estalo na cabeça (que não foi da pancada da maçã), a sensação que você desvendou um enigma. Você já teve alguma sensação parecida na sua vida? A queda da maçã foi um estímulo que serviu para ele fazer a associação inesperada, entre duas coisas aparentemente não relevantes: a maçã e a Lua. Newton, após a queda da maça se perguntou: “Por que a maçã cai da

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árvore e a lua não cai?” O que impede a Lua de sair de sua órbita em torno da Terra exatamente co-mo acontece ao cortarmos a corda que prende uma bola que está sendo girada? Newton raciocinou que a Lua pode ser vista como perpetuamente caindo da tangente que ela descreveria em sua contí-nua órbita em torno da Terra se não fosse atraída pelo nosso planeta. E ai foi que começou a reorga-nizar seu pensamento. Esse fato “empurrou” o pensamento dele para um lugar que ele nunca tinha pensado antes, gerando uma grande contribuição para humanidade e criando mais um conceito para estudarmos na física.

Muitos relatos de novas ideias surgem mais ou menos assim, algo que aparentemente surgiu do nada. Mas se colocarmos uma lupa na história, esquecermos um pouco esta visão romântica da criatividade, veremos que as coisas não são bem assim, no caso de Newton, a maçã é a ponta do ice-berg. Existe uma citação famosa atribuída a ele que diz: “eu repouso no ombro de gigantes”. Você sabe o que ele queria dizer com isso? Que ele usava o conhecimento de outras pessoas, ele usava como base nos seus estudos, trabalhos feitos anteriormente, pesquisas, observações, insights. Dizem, também, que Newton comentava que durante mais de dez anos, antes da maçã cair na cabeça dele, ele não pensava em outra coisa, do que entender o movimento dos corpos celestes.

Não sabemos exatamente como uma nova ideia é construída. Mas sabemos como podemos provocar ou mesmo estimular o surgimento de novas ideias. Nós não esperamos a maçã cair, balançamos a macieira. Mas a macieira tem que ter frutos (o conhecimento), tem tam-bém relação com o QI (quociente de inteligência).

A primeira descrição desse processo criativo que se tem noticia, é de Wallas (1926), no qual ele descreve o processo criativo em quatro etapas: preparação, incuba-ção, iluminação e verificação. Preparação aqui quer dizer busca por todas as informações em relação a um determi-nado tema que você tenha interesse, algum problema que você esteja querendo resolver. No exemplo que citamos

acima, do Newton, foi mencionado que ele passou dez anos sem pensar em outro assunto, que ele repousava no ombro dos gigantes (aprendendo com quem mais sabia sobre o tema, na época). Isto representa muito bem a fase da Preparação. Vocês que entraram na universidade, em termo de carreira profissional, estão nesta fase. Estão aprendendo com os gigantes (professores, autores de livros, profissionais que atuam na área, assistindo palestras de autoridades nos temas de interesse de vocês). Estão preparando a base, para quando a “maçã cair na cabeça” de vocês, que estejam preparados para fazer as associações, prontos para ter insights, que sejam produtivos, que levem a uma ideia interessante.

Diante de um problema ou desafio do dia a dia como: onde tirar férias com pouco dinheiro ou mesmo nenhum? O que fazer para conciliar estudo e trabalho (ou obtenção de renda)? Como dar atenção a minha namorada (o) e conseguir cumprir meus prazos de estudo? O que fazemos é buscar o máximo de informações possíveis em relação à situação. É pesquisar como outras pessoas resolveram situações semelhantes, e conhecer experiências de outras pessoas que já passaram pela mesma situação, buscando olhar sempre em várias direções, procurando entender a situação por várias perspectivas diferentes, as suas e as das outras pessoas. Isto é a Preparação.

Dificilmente você vai criar do nada. O conhecimento em relação a situação que você esta tra-balhando ou mesmo situação semelhante é essencial para você ter um insight, saber o que “a queda da maça” pode significar muito mais do que parece, é precedido de uma preparação. Não dá para

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reconhecer aquilo que não estamos preparados para tal. A preparação é fundamental em processo criativo.

Todo músico criativo houve muita música, dos mais diferentes estilos. Um cineasta que inova, normalmente vê muitos filmes. Um bom escritor sempre ler muito sobre mui-ta coisa. Os publicitários de sucesso assistem muitos comer-ciais do mundo inteiro. O bom advogado esta sempre se atu-alizando em relação às leis. Os profissionais de saúde estão sempre aprendendo alguma nova técnica, procedimento, terapia. O pessoal de tecnologia está sempre antenado com as novas tecnologias, as possibilidades de integração destas tecnologias. O profissional que se destaca, normalmente pesquisa muito, está sempre participando de congressos, seminários, lendo muito livros. Um estudante que apresenta um bom trabalho, normalmente ele pesquisa várias fontes, mostrando as mais diferentes percep-ções sobre um mesmo tema que vem sendo trabalhado. Nós poderíamos sugerir que para criar é necessário um repertório de conhecimentos na sua área de atuação. Por isso, que nem sempre a pessoa consegue ser criativa em todas as coisas, em todas as áreas do conhecimento. Isso vai de-pender muito da área de estudo que ele se preparou por algum tempo.

Ruth Noller, uma pesquisadora americana sobre criatividade, destaca o conhecimento como um fator importante na criatividade e sugere que esta poderia ser descrita como combinação de três fatores: conhecimento (a preparação), imaginação e avaliação. Uma criança é muito imaginativa, mas não é muito criativa (em termos de produto criativo, como foi definido no Conteúdo a Pessoa Criativa), porque não tem o conhecimento necessário para aplicar a sua imaginação. O adulto, por sua vez, tem o conhecimento, mas em função de uma série de fatores, não faz uso imaginativo deste.

Em relação ao conhecimento também é importante frisar que a diversidade de conhecimen-tos também é importante no processo criativo. Você conhecer sobre TI (Tecnologia da Informação) e conhecer um pouco de medicina pode lhe permitir ter uma ideia da área tecnológica que facilite a vida do médico ou do paciente. O médico que conhece um pouco de TI pode aproveitar algum seus recursos e também aplicar na medicina ou mesmo em algum procedimento médico que possa ser aplicado de forma adaptada no mundo de TI. Isso que normalmente é chamado de “poliniza-ção cruzada”, quando usamos o conhecimento que aplicamos de uma área em outra área distinta, fazendo algumas adaptações.

Solange Wechsler (1998) destaca: “As fases ou estágios que culminam na produção criativa têm sido a preocupação de

muitos estudiosos. Um ponto comum entre estes estudos é que nenhum dos pesquisa-dores da área acredita que a criatividade aparece subitamente, como se fosse um estalo, uma inspiração divina ou um momento de sorte. Estudiosos do assunto têm mostrado o contrário. Todos enfatizam a grande necessidade de um esforço mental concentrado sob o tema em questão, a fim de que possam encontrar uma solução criativa para esta”.

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Incubação

Você já teve a experiência de ficar trabalhando num problema por horas e não conseguir resolvê-lo e depois de um tempo, fazendo alguma coisa completamente diferente do que você estava trabalhando, surge uma ideia, aparentemente do nada, que ajuda a você resolver o problema?

Você já ficou um “tempão” tentando resolver uma questão de uma prova. Você desiste, entrega a prova e sai da sala, encontra alguns colegas, conversa sobre outro assunto qualquer, quando de repente aparece a solu-ção na sua cabeça?

A segunda fase do processo de criativo, segundo Wallas, é a incuba-ção.

Incubar significa o esforço não consciente em busca de uma solução. É quando diante de um problema, e após várias tentativas de solucioná-lo, sem sucesso, você o abandona e vai fazer outra coisa completamente diferente, esquecendo o problema que estava trabalhando. Esta fase depende muito do esforço que foi empreendido na primeira fase do processo: a preparação. É como a gente dissesse para o nosso inconsciente – “já fiz minha parte, procurei o máximo de informações que pude ter acesso, já pensei em várias direções, já repousei no ombro de vários gigantes, já vi um monte de coisa, o trabalho agora é seu”. E deixa o trabalho só para o inconsciente. A única questão é que a incubação não tem prazo de entrega, e nem dá previsão. Pode ser hoje mesmo, daqui a um minutinho ou levar anos e anos. Mesmo assim, os pesquisadores atribuem a incubação como um grande recurso no processo criativo. Existem vários relatos de compositores, escritores, cientistas e outras profissões que reconhecem a importância de muitas vezes deixar de lado os problemas que estão trabalhando, buscando pensar e fazer outras coisas, deixando as coisas incubadas.

Algumas pessoas gostam de deixar as coisas para o travesseiro resolver. Não gostam de tomar uma decisão na hora, esperando que alguma ideia melhor surja. Acreditam no poder da incubação, dei-xando os problemas em aberto, sabendo que podem encontrar uma solução melhor.

A Iluminação Quando a maçã cai na cabeça.

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Este é o momento quando a ideia surge. Quando recebemos um beijo da musa criativa. É quando sentimos o beliscão. Quando dizemos é isso! Quando gritamos A-HÁ. Quando acredita-mos que realmente apareceu a solução que tanto se esperava. Talvez seja o momento mais lembra-do do processo criativo, o que dá a falsa sensação de que a ideia surgiu do nada, não tendo consci-ência da influência das fases anteriores: A preparação e a incubação.

A Verificação

Colocando a ideia em prática.

Está é a fase que se verifica se a ideia realmente funciona. É a fase de colocar a ideia em práti-ca, ver se é possível fazer as coisas acontecerem, em fazer os ajustes necessários, buscar ajuda das pessoas, convencer algumas pessoas sobre a ideia, fazer uma boa campanha de marketing, saber comunicar a ideia, saber “educar” o público alvo para entender e comprar a ideia.

Muitas ideias morrem nesta etapa. Algumas porque não conseguem sair do seu estágio inici-al de ideia bruta e são massacradas neste momento por pessoas que não conseguem enxergar o potencial da ideia. Outras porque não conseguem comunicar bem a ideia em busca de pessoas que a comprem. Algumas pessoas são muito entusiasmadas em ter uma boa ideia, mas só isso. Não querem ter o esforço necessário para colocar a ideia em prática.

Alguns autores chegam a mencionar que ter uma boa ideia é menos de cinquenta por cento de esforço. São necessárias várias boas ideias para colocar uma boa ideia em prática.

Pense um pouco, você já teve uma grande ideia e ela nunca se tornou realidade? Não foi le-vada a prática? O que você atribui a isso? Você soube vender a ideia? Você adaptou levando em conta o perfil das pessoas que poderiam comprar? A ideia foi apresentada em seu “estado bruto”, ou seja, do jeito que nasceu, ou você melhorou esta ideia antes de apresentar?

Temos que ter consciência que muitas vezes uma ideia nasce de uma forma desajeitada, sem suas formas ainda bem definidas, ela dificilmente nasce pronta, em condições de uso. Como uma criança, uma nova ideia tem que ser protegida, alimentada e preparada para enfrentar o mundo. Por isso, temos que tomar cuidado antes de apresentá-la as “feras” precisamos fortalecer a nossa ideia.

O Newton, depois da queda da maçã, teve que verificar a sua teoria, por meio de cálculos e observações. Existem ideias maravilhosas de novos negócios que, muitas vezes, fracassam porque as pessoas esquecem de verificar os diversos aspectos que envolvem o processo, como mercado, fornecedor, a comunicação com o publico alvo, fazer testes e simulações.

Como já foi mencionado, uma criança normalmente é bastante imaginativa, que é um aspec-to importante da criatividade. Mas uma criança não pode ser considerada criativa, pelo menos no contexto adulto, porque ela não possui o conhecimento necessário e nem a capacidade de verificar a viabilidade de uma ideia e fazer os ajustes necessários. Muitas pessoas que têm facilidade em ter boas ideias, agem como crianças, não verificando.

Visão romântica da criatividade

A visão romântica da criatividade é a imagem do gênio criativo isolado no seu canto, pen-sando horas e horas, quando de repente, do nada, surge uma grande ideia. Outra visão, são aque-las pessoas “loucas”, totalmente alienadas, totalmente foras da realidade, os lunáticos. A outra visão é dos cientistas loucos. A mídia adora reforçar estes estereótipos do criativo: o louco, o luná-tico, o alienado, o gênio solitário, a ideia que surge de repente, do nada, sem nenhuma referência a

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um esforço anterior. Alguns ainda chegam a acreditar no famoso beijo da musa, ou então que cria-tividade é apenas para alguns escolhidos. Hoje se sabe que as boas ideias são fruto de um trabalho coletivo, que uma boa ideia, normalmente, é resultante de uma combinação inesperada de ideias pré-existentes e não fruto de um beijo de uma Musa. As ideias também são oriundas de um esforço consciente, de um desejo, uma vontade de exprimir algo novo (que falamos no Conteúdo – A Pes-soa Criativa).

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TEMA 02 TEMA 02 TEMA 02 TEMA 02 ---- BLOQUEIOS ATIVADORE BLOQUEIOS ATIVADORE BLOQUEIOS ATIVADORE BLOQUEIOS ATIVADORESSSS

A prática da divergência pode levar seu pensamento para onde ele jamais esteve.

Pensamento Cidade Negra Você precisa saber O que passa aqui dentro Eu vou falar pra você Você vai entender A força de um pensamento Pra nunca mais esquecer Pensamento é um momento Que nos leva a emoção Pensamento positivo Que faz bem ao coração O mal não O mal não

Sempre que para você chegar Terá que atravessar A fronteira do pensar A fronteira do pensar...

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1.5 PENSAMENTO DIVERGENTPENSAMENTO DIVERGENTPENSAMENTO DIVERGENTPENSAMENTO DIVERGENTEEEE

SAIA DO TRILHO

PENSE SEM FRONTEIRAS

BOTE SEU PENSAMENTO PARA "CAIR NO MUNDO"

Faça uma lista de quantas utilidades você pode dar a uma caneta Bic sem tinta? (Você tem 03 minutos para fazer este exercício)

Veja quantas ideias você gerou.

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Imagine que você recebeu como forma de pagamento de uma dívida de alguém um galpão com duas mil banheiras, antigas, todas em bom estado, que nunca foram utilizadas. Você com intenção de recuperar o dinheiro da dívida que a pessoa tinha com você, tenta encontrar utilidade criativa para essas banheiras, que não seja tomar banho, e sim que permita comercializar ou mesmo utilizar como elemento importante

em um novo negócio. Você deverá gerar a maior quantidade de ideias possíveis para realizar este exercício, depois escolher a ideia que você achar mais original e útil e apresentar no fórum.

Este exercício será feito de forma mais eficaz se você fizer uso do que é conhecido como pen-samento divergente, chamado muitas vezes de pensamento criativo, ou mesmo de pensamento lateral. A prática do pensamento divergente é que nos faz pensar em várias direções a partir de um simples ponto de partida. Fazer um olhar 360 graus sobre qualquer situação que você venha traba-lhar é uma forma de praticar o pensamento divergente. Ver uma mesma situação por vários ângu-los, usando várias formas de descrever a mesma situação. Tentar responder um mesmo problema de diversas maneiras.

O pensamento divergente é fantasioso, trabalha com a possibilidade. É o inverso do pensa-mento lógico, no qual as coisas têm que estar certas, existe uma reposta definida para cada situa-ção. O pensamento divergente ao contrario é a busca incessante de possibilidade. Consegue perce-ber o que esta nas entrelinhas, o que falta, o que complementa, ver de forma contrária, invertida, maximizada, minimizada. Ele combina ideias, recombina, faz uma “zona”, é como fosse uma “bi-ruta” do pensamento, vai para todas as direções. Explora todas as direções.

Responder uma pergunta de forma divergente é dar múltiplas respostas com o mesmo enfo-que e com enfoques diferentes. E ter capacidade de encontrar respostas completamente diferentes, respostas bastante elaboradas ou mesmo repostas que demonstrem uma redefinição da pergunta ou problema.

O pensamento divergente é o livre pensar. É a “fixação” do pensamento. É como sair beijan-do todas ideias que surgem. É o livre compromisso com a realidade, com a possibilidade de pensar como fosse um desenho animado, onde a fantasia impera, onde os limites não existem, onde o pra-zer de dar ideias é maior que quaisquer regras que possam existir. O exercício do direito pleno da expressão das idéias, garantido pela nossa constituição.

A ideia é que com toda essa potência, a prática do pensamento divergente leva nosso pensa-mento para onde ele jamais esteve. Rompe algumas fronteiras. Tira nosso pensamento dos trilhos

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da certeza, da verdade, da lógica e busca outros caminhos. O pensamento divergente tende explo-rar outros espaços da possibilidade. Aqui vale pular as fronteiras da lógica e da racionalidade. A-qui você estica o que você conhecia como realidade até um novo limite.

O pensamento divergente é o grande segredo das pessoas criativas. A grande maioria faz de forma inconsciente, outras já aprenderam e fazem de sua prática uma forma de superação diária nas mais diversas situações.

Existe uma série de técnicas que ajudam a pensar de forma divergente. Uma delas é o SCAMPER, que é um acróstico com verbos que nos ajudam a brincar com as ideias.

Um bom exemplo que poderíamos dar de um pensamento divergente é você me dizer quan-tas maneiras diferentes você pode utilizar clips, ou então uma caneta, um pedaço de cordão.

Pensar divergente é muitas vezes pegar o caminho menos trilhado, é buscar incessantemente por alternativa. No momento do pensamento divergente o que vale é quantidade de alternativas que você consegue dar em relação a um tema, uma palavra, um objeto.

É composto basicamente por 04 componentes:

Fluência

Habilidade para gerar um grande volume de ideias, conceitos ou respostas a uma questão ou pro-blema.

Flexibilidade

Habilidade para manejar e produzir diferentes tipos de informações e pensamentos. Ver a partir de outros ângulos.

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Originalidade

Habilidade para gerar o novo, a novidade, o diferente.

Elaboração

Habilidade para desenvolver ou construir um pensamento ou conceito.

1.6 GERAÇÃO DE IDGERAÇÃO DE IDGERAÇÃO DE IDGERAÇÃO DE IDEEEEIIIIAS AS AS AS ---- BRAINSTORM BRAINSTORM BRAINSTORM BRAINSTORM

Existe uma série de técnicas que são conhecidas como ativadores criativos. Estas técnicas ati-

vadoras são estimuladores eficazes para desencadear diversos processos e atividades divergentes. Na essência os ativadores criativos se fundamentam nas formas básicas de pensar e imaginar, que as pessoas criativas usam, muitas vezes, de forma inconsciente.

Os ativadores criativos servem como uma ferramenta de desencadeamento e estímulo de forma sistemática do pensamento divergente, considerado vital na criatividade. A utilização dos ativadores permite a obtenção de novas perspectivas e enfoques, tendo a sua aplicação extensiva a qualquer domínio do conhecimento humano.

Os ativadores criativos quando usados adequadamente também podem servir para ter uma função analítica e/ou integradora, para se buscar fluência, flexibilidade e originalidade.

Os ativadores, normalmente, são baseados na análise ou síntese. No pensamento divergente e convergente. Em busca de conexões entre coisas que aparentemente são desconexas.

Cada ativador tem a função de desenvolver algum aspecto específico e parcial da criativida-de, seja ela aplicada ao campo pessoal ou profissional.

A Tempestade de Ideias (Brainstorm)

Criada originalmente por Osborn (1954) com o nome de Brainstorm. Este ativador tem como meta obter o maior número e variedade de ideias, com o máximo de originalidade possível e com o menor tempo possível, sobre um tema ou uma questão.

O Brainstorm é um ativador criativo que tem como propósito básico fomentar a liberdade de expressão, a fluência, agilidade e flexibilidade mental. É uma técnica de dinâmica de grupos, que também pode ser utilizada de forma individual.

Em uma sessão brainstorm é muito importante que se use um estímulo que possa desencadear ideias. Para isso, são feitas perguntas abertas e divergentes. Estas perguntas devem ser formuladas

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de forma tal que permitam múltiplas respostas com enfoques diferentes. A pergunta feita influencia-rá fortemente os tipos de respostas a serem obtidas.

Exemplos de estímulos:

Como eu posso utilizar melhor meu tempo?

Para realização de uma sessão de brainstorm, devem ser seguidas quatro regras fundamentais:

- Não censurar nenhum tipo de ideia. Todas as ideias devem ser escritas da maneiras que são ditas;

- Adiar o julgamento, sem pensar ou discutir com o resto do grupo;

- “Pegar a carona”, escutar as ideias dos outros, melhorando, completando, combinando.

- Buscar por quantidade de ideias. Quanto mais ideias melhor. Acreditando que a quantidade de ideias leva a ideias de qualidade.

O Brainstorm será feito de forma mais eficaz se você fizer uso do que é conhecido (STEIN, 1974), visto no conteúdo anterior.

1.7 BARREIRAS DA CRIATIVBARREIRAS DA CRIATIVBARREIRAS DA CRIATIVBARREIRAS DA CRIATIVIDADEIDADEIDADEIDADE

Por que será que algumas pessoas conseguem ser mais criativas do que outras?

Por que será que algumas pessoas conseguem expressar mais sua criatividade do que outras?

Por que não consigo ser criativo, apesar de sempre ter boas ideias?

Por que não tenho coragem de apresentar minhas ideias?

Você já teve uma grande ideia, mas ficou com medo, vergonha, ou mesmo achou que era uma “besteira”? E aí, um engraçadinho do seu la-do, “BUM”, falou algo muito parecido com o que você tinha pensado? E você ficou com a cara assim?

Você já olhou para alguém, ficou interessado na pessoa e então fi-cou naquela de não querer se aproximar? Medo de se expor? Então veio outra pessoa, que chegou depois de você, viu depois de você, muito de-pois de você, foi lá e se aproximou e pronto, já era sua chance meu amigo ou minha amiga.

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Algumas pessoas parecem que são alérgicas a novidades. Outras pessoas têm aversão ao ris-co, outras não conseguem nem perceber nada, outras têm dificuldades de distinguir as coisas de uma forma geral, são completamente míopes.

Ainda existem os “gatos escaldados” que têm medo de tentar outra vez. Ainda temos aque-las que vivem no ambiente de pura repressão, onde nada pode mudar, “tem que andar nos tri-lhos”, não pintar fora dos contornos, se não será punido.

Novidade requer da pessoa uma mudança na maneira de ver as coisas, no compor-tamento e na maneira de pensar. Isto requer uma nova aprendizagem e talvez um au-mento da possibilidade que alguma falha ocorra. Por isso, muitas vezes, é natural que ocorra resistência a coisas novas.

Para melhor entender e estabelecer um clima propício à manifestação da criatividade é necessário que se examine o ambiente “interno”. Um dos aspectos que orientam o es-tudo da criatividade é a conscientização dos bloqueios ao pensamento e ao comporta-mento criativo.

A identificação dos bloqueios, sua presença e impacto permitem o desenvolvimento de estratégias para sua superação. Neste estudo serão analisados alguns dos bloqueios pessoais, ambientais e relacionados diretamente na solução de problemas.

É importante tomarmos consciência daquilo que nos impede de ser criativos, da mesma ma-neira que é importante tomar consciência de não gostar de alguma coisa. Muitas vezes, criamos algumas barreiras para nos proteger de algo que nos dá medo. As causas do nosso medo, às vezes, somem e nós continuamos a manter as barreiras que nos protegiam.

Ao longo do tempo nos disseram tanta coisa. Que não poderíamos brincar com determinadas coisas que seriam perigosas, e quando éramos crianças realmente eram, mas só que nos tornamos adultos e nós continuamos com medo.

Educaram-nos para encontrar uma única resposta, pois só havia uma reposta certa. Os pro-blemas, esses já vinham formulados, as perguntas já elaboradas. A nossa educação era muito vol-tada a reproduzir aquilo que se esperava. Não fomos educados para criar. Pois podemos, ou pelo menos, podíamos fazer boa parte das coisas do dia a dia sem ter necessidade de sermos criativos: escovar dentes, calçar sapatos, preencher um formulário, pagar alguma coisa no banco, dirigir etc.

Chamamos essas coisas que afetam a nossa liberdade de pensar mais livremente e de tentar agir de uma forma mais autêntica de barreiras.

Para sermos criativos temos que aprender a saltar algumas barreiras da criatividade.

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Se essas três barreiras vierem em conjunto, fica complicado. Mas “vamú” lá, não podemos

desistir de querermos ser criativos.

Barreira nº. 1 – Barreira Cultural

Você já se sentiu de uma maneira que parecia que ninguém de onde você mora lhe entendia?

Parecia que tudo que você falava, pensava, sugeria, parecia coisa de outro mundo, ou mesmo sem sentido?

“O medo de ser ridicularizado, o medo de não ser amado faz com que o indivíduo acabe por aceitar, muitas vezes, as barreiras impostas pela sociedade”.

WECHSLER, 1998.

Você já se sentiu na “contramão”. Calma, por favor, respeite as regras do trânsito, uma coisa é ser criativo, outra coisa é ser bizarro ou ser maluco e irresponsável.

Quando falo “andar na contramão” é você sentir que está indo na direção contrária de todo mundo. É uma ovelha desgarrada da multidão. Suas opiniões parecerem ser diferentes das opini-ões de todo mundo. Temos duas chances, ou você é louco, ou você tem ideias realmente novas e criativas. Então, meu amigo e minha amiga, tem que ter coragem para “segurar a onda”.

Se você viver numa terra onde tudo é proibido, onde a repressão está por todo o canto, vai ser difícil ir à contramão da ideias vigentes, mesmo que apareça um grupo de meninos dançando e can-tando “não se reprima, não se reprima”. A sociedade, de uma forma geral, por incrível que pareça, não gosta muito de novidades, principalmente quando isto questiona o que a sociedade considerou como certo, correto, verdadeiro.

Viver em um ambiente “árido” dificulta o surgimento de novas ideias da mesma maneira que é difícil nascer uma planta no deserto. Imagine que um homem queira ser um dançarino em lugar onde a cultura seja machista, ou uma mulher queira exercer uma profissão tipicamente mas-

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culina, a repressão será completa. Em nossa sociedade, o homem que parecer um pouco mais sen-sível vai ser visto com certas reticências em relação à sua preferência sexual e a mulher que se mos-trar um pouco mais “dura” também. E então, não tem “não se reprima” que dê jeito.

A sociedade tende a reprimir aquilo que é novo, diferente, o que quebra as tradições, as re-gras que, muitas vezes, não são escritas e que ao longo do tempo foram estabelecidas pela socieda-de. Ser diferente, ou apresentar ideias que sejam diferentes do convencional é duro meu “brother”.

Ser criativo, inovador e quebrar ou romper o que o está estabelecido requer coragem, adesão ao risco. Correr o risco de parecer “ridículo”, “maluco”, “extravagante”. Precisa ter coragem para romper os valores vigentes, questionar o que existe, ver as coisas por outro ângulo. Muitas vezes a liberdade está apenas no discurso, mas na prática a “banda toca diferente”.

Neste caso, você tem que ter uma persistência muito grande. Vou repetir, PERSISTÊNCIA, e não insistência. Persistir em manter seu objetivo, sua ideia, mas ir tentando diferentes abordagens, buscando diferentes formas de apoio, apresentando sua ideia de diferentes maneiras. Lembre-se, ao longo da história, muitas ideias novas foram rejeitadas pela sociedade. Grandes pintores só ti-veram o valor das obras reconhecidas depois de mortos – não, você não precisa esperar por isso. Às vezes o mundo, nossos colegas, família, amigos e a sociedade de forma geral, não estão prepa-rados para entender nossas ideias e vão dizer: “você está maluco?”.

Raul Seixas mostra bem isso nas suas canções:

Metamorfose Ambulante Raul Seixas

Prefiro ser Essa metamorfose ambulante Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo...

Eu quero dizer Agora o oposto Do que eu disse antes Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo...

Sobre o que é o amor Sobre o que eu Nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela Amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor Eu sou um ator...

É chato chegar A um objetivo num instante Eu quero viver Nessa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo...

Eu vou desdizer Aquilo tudo que eu Lhe disse antes Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião Formada sobre tudo...

Do que ter aquela velha, velha Velha, velha, velha Opinião formada sobre tudo...

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Mas, vamos com calma. Podemos fazer tudo isso sabendo apresentar nossas ideias de forma criativa.

O indivíduo que diverge das normas da sociedade incomoda, quebra estruturas. A sociedade se agarra em regras e tradições para justificar a importância do status quo e desvaloriza o que é sub-jetivo, não mensurável, como a fantasia e a imaginação. O medo de ser ridicularizado, o medo de não ser amado faz com que o indivíduo acabe por aceitar, muitas vezes, as barreiras impostas pela sociedade (WECHSLER, 1998).

Barreira nº 2 – do pensamento

Pense quantas utilidades você pode dar para uma caneta?

Pensou? Quantas ideias você teve?

O que você pode fazer com o seu celular além das funções que ele já oferece (tirar fotos, ou-vir música, comunicar)?

As barreiras do pensamento apresentam-se de maneira tão viciadas, internalizadas, que há alguns tipos de pensamento nos quais elas não conseguem pensar em nada novo e diferente. É de tal “mesmice”, que fica complicado ser criativo.

Tem gente que não consegue perceber o tempo passar e que insisti em manter velhos com-portamentos e pensamentos e sofre com o que alguns autores, aqui no Brasil, costumam chamar de A Síndrome da Gabriela, ao contrário do pensamento de Raul Seixas (metamorfose ambulante).

Barreira nº 3 – Emocional

Se você não gosta do que faz, fica complicado fazer algo novo, ser criativo dentro da sua área de atuação. Ou você gosta do que faz, ou aprende a gostar, caso contrário, meu amigo, minha ami-ga, DESISTA!

A não ser que você queira ser aquele “zumbi” na sua organização. Aquele cara que finge que trabalha, ou aquele que só faz o “feijão com arroz”. Aquele que só faz o que o chefe pede, não toma nenhuma iniciativa. Na faculdade, só faz aquilo que dá para passar, pescando, copiando, fazendo clonagem do trabalho dos colegas, é o tal do “zé colinha”, sempre está dizendo para aos colegas “tô colado”. É o verdadeiro “abeiro”, vive na aba dos colegas o tempo todo. Pega carona em todos os trabalhos.

Se você tem medo de arriscar, como dizia minha avó: “quem não arrisca não petisca”. É difí-cil ganhar na mega sena, agora é impossível se você não jogar. Não tentar, não correr o risco de abrir mão de algo é uma grande barreira da criatividade. Gosto de dizer aos meus alunos que para criar a gente tem que, muitas vezes, “pagar o mico”. Acho difícil alguém gostar de “pagar o mico”. Mas, faz parte do repertório dos criativos ter coragem de parecer bobo, louco, ridículo, alienado, lunático etc. Se na primeira vez que te disserem um não e você desistir, já era. Os criativos têm coragem, persistem, são auto motivados, apaixonados pelo que fazem e não medem esforços para levar em frente suas idéias, seus sonhos. Ouvir “NÃO!”, ou “LEVAR UM NÃO NA CARA”, como dizem, faz parte do jogo.

Qual o tênis que devo usar para saltar estas barreiras?

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1.8 PERCEPÇÃOPERCEPÇÃOPERCEPÇÃOPERCEPÇÃO

O que você consegue enxergar nestas figuras?

Observado que é uma mesma imagem, podemos ter múltiplas realidades, várias coisas acon-tecendo ao mesmo tempo. Não sabemos o que a imagem realmente estava querendo mostrar. En-tão, podemos dizer que nem tudo parece o que é, a primeira vista, ou mesmo, dizer que existem múltiplas realidades, a realidade é ambígua e que podemos fazer múltiplas interpretações dela, tudo depende da maneira que nós escolhemos olhar, consciente ou inconscientemente.

As informações, os fatos, os textos, as palavras e as imagens podem ter múltiplos significados, podem esconder coisas, camu-flando. A natureza é mestra nisso.

O que isto tem haver com criatividade?

A forma como vemos o mundo, como percebemos os proble-mas, entendemos o que nos foi dito, depende muito da forma como

percebemos o mundo. Logo, com criatividade, muitas vezes, dependemos da forma como olha-mos as coisas, olhar o que todo mundo olha e ver o que ninguém viu. Isto está muito relacionado com a percepção. Alguns autores chegam a arriscar que a realidade está mais dentro da nossa ca-beça do que fora dela.

Se vocês assistirem ao filme Quem somos nós? irão perceber que nem tudo o que vemos signi-fica o que realmente esteja acontecendo. É como se existissem duas realidades, uma objetiva e ou-tra subjetiva.

Os construtivismos sociais pregam que a realidade é formada pela linguagem, por aquilo que constantemente falamos, ou seja, a linguagem molda a realidade.

Às vezes ficamos presos a uma única forma de ver as coisas. Seja em casa, no trabalho, na esco-la, com os amigos, nos nossos relacionamentos. Temos uma tendência a aprisionar a nossa percep-ção numa via única. Esquecemos que a realidade não é assim.

Tendemos a classificar tudo. É isso, é aquilo, é uma coisa ou outra, uma coisa é uma coisa, ou-tra coisa é outra coisa. Isto pode ser útil, quando estamos agindo de forma prática, operacional, no

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dia a dia. Mas, volta e meia, temos que aprender a dissolver as fronteiras e trabalhar o nosso pen-samento de forma mais livre. Usando a “liberdade pra dentro da cabeça” como na famosa música.

Liberdade pra dentro da cabeça (Nativus) Composição: Alexandre Carlo

Liberdade Prá dentro da cabeça...

Quando você for embora Não precisa me dizer O que eu não quero jogo fora Você pode entender...

Desigualdades que a luta A fim de encontrar A liberdade e a paz Que a alma precisa ter Oh! Baby!

Estar com você Na virada do sol É compreender Que o que há de melhor Tá na vida Na transformação Da natureza Que me traz a noção...

Na verdade Eu não vou chorar Eu não Hoje sei, sei O que a terra Veio me ensinar Sobre as coisas Que vêm do coração Prá que eu possa trazer Prá mim e prá você...

As pessoas que pensam criativamente sabem que podem escolher a forma de ver as coisas. Mudam de perspectivas, mudam o foco, olham para o outro lado da moeda, mudam de posição, buscam ver as coisas de outro ponto de vista: do cliente, do amigo, do pai, da mãe, do filho, do vizinho, do professor, do aluno.

Não é muito comum escutarmos “cada cabeça é um mundo”? O ser humano desde sempre buscou formas de “controlar” a realidade, dar nomes as coisas, ou tentar traduzir o mundo dentro da sua realidade mais próxima.

Exemplos de como ganhar melhor percepção mental:

1. Aprender a observar com mínimo condicionamento. Não se basear totalmente em sua experiência para classificar o que está vendo. Dar crédito à dúvida, o que, por vezes, vem de uma posição mais “ingênua” e, outras vezes, mais “maliciosa”. Não deduzir que tudo é uma questão de “dois mais dois são quatro”. 2. Procurar a essência do fato observado. Trata-se aqui de desenvolver um verdadeiro “olhar zen”, que se caracteriza por uma observação não apresentada, até mesmo insis-tente, e uma análise daí decorrente. Tenta-se, assim, penetrar no âmago dos assuntos e nas razões primeiras de um fato. 3. Levar em conta o caráter sistêmico dos processos. Considerando que “tudo influi em tudo”, procurar conhecer a periferia dos fatos, seus antecedentes e seus múltiplos fatores determinantes. Lembrar-se de coisas como “o caminho da vaca é traçado pelo cresci-mento do capim”, bem como “nem tudo acontece por desígnios lógicos”. 4. Aprender a desaprender. As três sugestões acima estão também contidas no princípio de aceitação do novo, ainda que ele não se ajuste ao que se conhece. O capital cognitivo e o baú das experiências não podem ser usados como um programa de computador para processar tudo o que aparece a nossa frente, a fim de julgar o que está certo ou errado, o que é útil ou bobagem e assim por diante. Até porque muita coisa simplesmente estará além do nosso alcance, como Goethe teria dito: “Não é inteligente pensar que se pode entender tudo”.

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5. Humildade mental. Decorrência do item anterior, uma posição menos radical nos fará chegar mais longe. Agora eu cito Marx: “É preciso duvidar de tudo”, para acrescentar: até do que acreditamos ser a verdade.

Esses caminhos podem dar uma ideia de como deveremos usar nossa experiência, de como devemos considerar o resultado de uma observação. Os dados devem ser usados sem ser conside-rados infalíveis. Lá no fundo, estaremos desenvolvendo nossa intuição, que nos dá um julgamento sintético e não científico.

Creio que a intuição é prima da percepção mental, e as duas devem ter certo paralelismo em seus desenvolvimentos. Os budistas dizem que as verdades profundas são intuitivas, e podemos admitir, igualmente, que as razões totais ficam além da lógica.

“Fora da lógica navegaremos melhor com boa percepção mental; aqui está o ponto capital deste assunto, navegando melhor fora da lógica podemos exercer melhor nossa criatividade”.

(José Predebon, 1999)

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TEMA 03 TEMA 03 TEMA 03 TEMA 03 ---- INOVAÇÃO INOVAÇÃO INOVAÇÃO INOVAÇÃO

Vamos começar pela etimologia da palavra inovar. Do latim innovare, significa tornar novo. Mudar ou alteras as coisas, introduzindo-lhes novidade, renovação.

Apesar da sua importância crescente no mundo dos negócios e na sociedade de uma forma geral, o conceito de inovação ainda não é muito claro para a maioria das pessoas. Tem muita gente que confunde inovação com invenção, com algo que é novo. Como já vimos, nem tudo que é novo significa que seja criativo e principalmente inovador. A inovação significa renovar ou introduzir novidade. Está presente em qualquer atividade humana, mas hoje está fundamentalmente ligada a missão de desempenhar um papel fundamental para qualquer tipo de organização que pretende sobreviver e/ou crescer.

A inovação, hoje, faz parte da estratégia da empresa que pensa em crescer, posicionar-se no mercado, ou mesmo, apenas manter-se no atual patamar. O foco da inovação é o desempenho eco-nômico e a criação de valor.

O que se espera da inovação, que surge como uma novidade para organização e para o mer-cado, é que ela traga um resultado econômico para empresa, seja por meio da tecnologia, gestão de processos ou modelo de negócio. Alguns autores chegam a arriscar em dizer que a empresa des-preocupada em inovar evapora, morre, some, é engolida pela concorrência.

"Não inovar é morrer"

Freeman & Soete

1.9 INVENÇÃO X INOVAÇÃOINVENÇÃO X INOVAÇÃOINVENÇÃO X INOVAÇÃOINVENÇÃO X INOVAÇÃO

Mas, é bom voltar a lembrar que inovação não é sinônimo de invenção. Às vezes uma inven-ção, ou melhor, muitas das vezes, uma invenção não traz nenhum tipo de retorno econômico que seja considerado relevante.

Nem sempre quando as pessoas resolvem inovar, elas saem com um iPod, um iPhone. Nem sempre alguém consegue inventar o YouTube, um Google. Aliás, como já vimos anteriormente, algo novo, útil, que seja rele-

vante para um determinado número de pessoas, em um determinado pon-to do tempo e que como os grandes Gurus pregam: tragam um retorno

econômico; não surge a todo o momento e quase nunca é na primeira ten-tativa. Inovar é saber lidar com fracasso das primeiras tentativas.

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“Inovação não é invenção, nem descoberta. Ela pode requerer as duas – e com frequência o faz. Mas seu foco não é o conhecimento, mas o desempenho – e numa empresa isso significa desempenho econômico. A inova-ção é aplicável à descoberta do negócio e à criação do futuro. Mas sua primeira aplicação é como estratégia, para tornar o dia de hoje plenamente eficaz e para levar a empresa existente para mais perto do ideal”.

(Drucker, 1998:129)

1.10 CRIATIVIDADE X INOVACRIATIVIDADE X INOVACRIATIVIDADE X INOVACRIATIVIDADE X INOVAÇÃOÇÃOÇÃOÇÃO

Bom, já sabemos que nem toda invenção é uma inovação. Mas existe outra confusão muito grande que nós vamos resolver agora. A diferença entre criatividade e inovação. Quando falamos em criatividade, nós falamos no processo utilizado pelas pessoas, um conjunto de atitudes, em um ambiente propício, o conhecimento que ela tem no uso do tipo de pensamento divergente de forma equilibrada com o convergente, ou seja, o processo de se obter uma ideia nova, que pode ser obtida de uma forma espontânea ou através de alguma das técnicas que estudamos. Já a inovação torna ideias criativas em produtos, serviços ou métodos que agreguem valor. Resumindo, criatividade é processo e inovação, é o produto (serviço, método etc.). Apesar de ainda existirem algumas discus-sões acadêmicas em relação aos dois conceitos, o que apresentamos aqui é o que seja adotado em nosso curso.

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Por que Inovação?

Podemos dizer que inovação é primordial no desenvolvimento econômico seja de uma empre-sa, uma comunidade ou mesmo um país. Uma empresa para se tornar competitiva ela precisa ino-var, seja com novos produtos ou mesmo na maneira de fazer velhos produtos, ou ainda, novas ma-neiras de fazer velhos produtos. A inovação é crucial para solução dos mais diversos problemas am-bientais que enfrentamos. A inovação pode criar novas tecnologias consideradas limpas ou que te-nham menos impacto ambiental. Podemos produzir carros e máquinas que consumam menos ener-gia. Criar maneiras de fazer as coisas de uma forma mais econômica, utilizando menos recursos na-turais. Se a humanidade não tivesse inovado, é bem possível que ainda morássemos em cavernas.

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Inovação e as Organizações

O reconhecido guru da administração, Peter Drucker, ressalta a inovação com uma das duas únicas funções básicas da empresa. A outra é o marketing.

A necessidade de se obter melhor desempenho com menos esforço (consumo de menos re-cursos) exige uma mudança de abordagem, uma descontinuidade obtida através da inovação. Po-deríamos pensar em carros mais potentes consumindo menos combustível, ou consumindo outros tipos de combustíveis, ou simplesmente um novo tipo de locomoção.

A inovação tem sido uma das prioridades em muitas organizações no mundo todo. Existe uma ideia: “inove ou evapore”, mostrando que é a única fronteira que pode diferenciar qualquer tipo de organização, e que garanta a sua sustentação. Algumas empresas correm para poder inovar em al-gum produto/serviço, processo ou mesmo criando um novo tipo de negócio, porque sabem que se não fizerem outras empresas farão. Existe a crença de que a inovação pode trazer lucros significati-vos para a empresa e um diferencial competitivo, até que ela seja copiada por alguém. Por isso a ino-vação tem que ser uma constante, para que se possa manter sempre com um novo produto ou uma “carta na manga” contra a concorrência. Além dessa visão empresarial e econômica, podemos ver a inovação como uma maneira de resolvermos os atuais desafios que enfrentamos no mundo, proble-mas de meio ambiente, problemas de transporte, alimentação, saúde, energia.

1.11 COMO CRIAR UMA CULTUCOMO CRIAR UMA CULTUCOMO CRIAR UMA CULTUCOMO CRIAR UMA CULTURA DA INOVAÇÃORA DA INOVAÇÃORA DA INOVAÇÃORA DA INOVAÇÃO

Essa é uma grande questão que várias empresas enfrentam hoje em dia. Não existem regras, um método específico. Não podemos simplesmente copiar modelos, mas podemos aprender al-guns princípios que podem ajudar a desenvolver esta cultura inovadora.

Algo que sempre é citado na literatura especializada é estimular o espírito empreendedor dentro da organização e criar forma de sistematizar a inovação. Não esperar apenas pela manifes-tação espontânea de novas ideias. Criar maneiras para que as ideias possam ser estimuladas den-tro da organização e que haja um fluxo formal para que elas possam ser levadas adiante.

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Uma empresa para ser considerada inovadora ela precisa ter pelo menos 30% do seu fatura-mento oriundo de produtos ou serviços lançados há menos de cinco anos e que constantemente conseguem reinventar.

Para que isso seja possível é necessário que haja uma mudança de cultura na organização. Em muitos casos uma mudança da cultura proibitiva para a cultura questionadora.

Cultura Proibitiva

Cultura proibitiva é aquela cheia de reuniões formais (que nor-malmente são muito pouco produtivas), na qual apenas se reconhece e premia o sucesso, fazendo com que as pessoas tenham medo de tentar algo novo ou diferente, porque se errar, já viu. É uma cultura ainda onde há pouca troca de conhecimento. Cada um fica dentro de sua caixinha, escondendo o jogo, há um clima de desconfiança. Além dis-so, muita gente valoriza os comportamentos tradicionais. A formali-dade exagerada. O status é mais importante que a flexibilidade, a agi-lidade, a capacidade de se adequar rapidamente às mudanças. Na cul-

tura proibitiva existe um medo muito grande de errar, há uma aversão enorme ao risco. Agora me diga, depois de tudo que estudamos no primeiro bloco temático de criatividade, como podemos obter novas ideias sem um determinado risco.

Outra característica presente também nas organizações da cultura proibitiva é o forte contro-le gerencial, uma excessiva centralização do poder. As pessoas não se sentem livres ou mesmo com uma pequena autonomia para tomar decisões, imaginar, arriscar algo novo, propor algo diferente do tradicional.

Nesta cultura é muito comum também só se pensar em curto, ou mesmo, em curtíssimo pra-zo. Nada de coisa para o futuro, nada de investir em futuras tendências, pesquisas. O que nor-malmente se faz nesta cultura é seguir os outros, e fazer quando quase todo mundo já fez. É copiar o concorrente em algo que já deu certo.

Vale lembrar também que na cultura proibitiva, as organizações ficam ilhadas. Elas não inte-ragem com outras organizações. Ficam dentro do seu “mundinho”, envolvidas na sua própria bu-rocracia, problemas etc.

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• Reuniões formais;

• Reconhece e premia apenas o sucesso;

• Sem troca de conhecimento;

• Aversão ao risco;

• Valoriza comportamentos tradicionais;

• Fonte de controle gerencial;

• Performance de curto prazo;

• Interação apenas dentro da empresa.

Cultura Questionadora

Já nas organizações onde existe uma cultura questionadora, as interações informais são valo-rizadas, a famosa máquina do cafezinho, o bebedouro, são lugares onde grandes ideias podem surgir. Onde pessoas de áreas diferentes podem descobrir que estão trabalhando em projetos se-melhantes ou mesmo que estão relacionados. Onde você descobre que seu colega de outro setor talvez conheça um “programinha” ou um software que pode resolver o problema que você está tendo no seu computador. Descobre que alguém esteve em um seminário e aprendeu uma nova técnica que pode ser útil no projeto que você está trabalhando.

Outra característica da cultura questionadora é reconhecer e premiar as iniciativas, mesmo que isso não gere necessariamente um produto ou processo de sucesso.

Ao contrário da cultura proibitiva a cultura questionadora tem adesão ao risco. Sabe que pa-ra fazer algo diferente, tentar algo novo, o risco está sempre presente e isto é aceito nesta cultura. O que muitas vezes provoca um questionamento nas tradições. Pois nesta cultura se sabe que muitas regras tendem a durar mais do que as razões pelas quais foram criadas, por isso, o tempo todo questionam as tradições. As perguntas “por que tem que ser assim?” ou “por que não?” estão sempre presentes. As pessoas estão sempre perguntando se as coisas não poderiam ser feitas de outra maneira. Por que determinadas regras devem ser cumpridas. Questionam as fronteiras e os limites que são dados em cada situação.

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Outra característica importante também apontada nas empresas de cultura questionadora é o foco na performance ou resultado em longo prazo. São empresas que sabem que a inovação, os resultados não aparecem de forma imediata, que as ideias precisam de um tempo para amadure-cer. Que muitas tentativas fracassam, mas mesmo assim, a inovação continua trazendo um retorno em longo prazo. A cultura questionadora estimula a interação entre as áreas, entre empresas. Veja quantos projetos hoje são desenvolvidos em parcerias entre empresas, entre os departamentos. Mas para que isso aconteça sabemos que é necessária uma flexibilidade gerencial, que tenha a ha-bilidade de conciliar a emergência dos problemas do dia a dia, da lógica de sustentação do que já existe, funcionar e dar certo, com o novo, o improvável e o risco. E isto não é algo fácil de ser en-contrado, mas é algo que estamos procurando construir aqui.

• Interações formais;

• Reconhece e premia as iniciativas;

• Encoraja a troca de conhecimento;

• Aceita o risco;

• Questiona a tradição;

• Flexibilidade gerencial;

• Foco na performance de longo prazo;

• Interação interdepartamental e com clientes (estudantes).

Por isso, as empresas para criarem uma cultura inovadora devem definir alguns desafios como citados por Barbieri (2004):

Desafios da Empresa Inovadora

• Ampliar competências internas e assegurar o aprendizado de inovar;

• Criar um ambiente sem pressão sobre os riscos;

• Garantir a sinergia entre as áreas de negócio;

• Oferecer métodos e ferramentas, como softwares que controlam o fluxo de ideias;

• Fixar métricas quantitativas, como o percentual de receitas obtido pelas inovações.

O que vem sendo observado em várias empresas que são consideradas inovadoras é que o trabalho em equipe é privilegiado. Essas empresas não alimentam a imagem do gênio solitário, e sim é necessário um trabalho de equipe, que seja estimulado para concretizar as ideias. Além disso, devem ser oferecidos os recursos necessários para que as pessoas possam desenvolver o seu trabalho, os prazos, recursos financeiros devem ser adequados. É bom lembrar também que algumas organizações já possuam profissionais dedica-dos exclusivamente a inovação, mas em uma cultura inovadora todos são

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responsáveis pela inovação. Esse comprometimento dever fazer parte do DNA de cada funcionário.

A obstinação, aliada à necessidade, ao estímulo de ideias e resultados mensuráveis, possi-bilitarão a conscientização dos gestores, que porventura ainda não estão sensibilizados com a causa da inovação e o desenvolvimento da sua cultura dentro do ambiente organizacional.

1.12 COMO INOVAR?COMO INOVAR?COMO INOVAR?COMO INOVAR?

“A inovação não acontece num vácuo. Quanto mais rápido você puder apresentar desenvolvimentos ou produtos genuinamente novos, mais provável será que venha a ter sucesso no mercado. Mas você não en-comenda simplesmente a velocidade. E o caminho para a inovação superior raramente é uma linha direta de A a B.”

Tom Kelley

Segundo Tom Kelley, no seu livro A Arte da Inovação, a inovação dever ser realizada em cinco etapas.

O que torna possível a inovação

• 1º passo: Observar e investigar as pessoas de modo a descobrir suas reais necessidades e as situ-ações que as envolvem e ter força para implementar mudanças que se façam necessárias.

• 2º passo: Monitorar continuamente o que fazemos, procurando maneiras melhores de prestar serviços.

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• 3º passo: Observar a si mesmo: ver, ouvir e sentir as coisas com seus próprios sentidos é o primeiro passo para aperfeiçoar um produto ou criar algo revolucionário. É preciso aproximar-se da ação.

• 4º passo: Acrescentar entusiasmo e ânimo por trás das observações garante a qualidade deste processo. • 5º passo: Sensibilizar-se para a variedade infindável da natureza humana e, depois, importar-se com as pessoas que realmente usarão o produto visando prever seus interesses e necessidades. • 6º passo: Incorporar seu usuário: além de procurar as nuances do comportamento humano, em-penhe-se em deduzir a motivação e a emoção, a fim de compreender a psicologia subjacente das interações de uma pessoa com produtos e serviços.

• 7º passo: Conduzir verificações de identificação periódicas: redescobrir o real motivo que o faz estar nos negócios, de quem você está na verdade tentando atender e quais necessidades você está tentando satisfazer.

• 8º passo: Observar os produtos e as pessoas em movimento. Pensar em termos de verbos, em vez de substantivos.

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TEMA 04 TEMA 04 TEMA 04 TEMA 04 ---- GESTÃO DA GESTÃO DA GESTÃO DA GESTÃO DA INOVAÇÃO E INOVAÇÃO E INOVAÇÃO E INOVAÇÃO E MUDAMUDAMUDAMUDANNNNÇASÇASÇASÇAS

A tecnologia, cada vez mais, faz parte das nossas vidas. Nas organizações, a inovação tecno-lógica é crucial para que a empresa possa ter sua capacidade de competir de uma forma sustentá-vel. Por isso, independente da área que estejamos atuando é crucial entender alguns aspecto que devem ser levados em conta na prospecção e implementação da inovação tecnológica.

Quando pensamos em inovação tecnológica devemos pensar em dois vetores:

Vetor Tecnologia

Muitas vezes as empresas gastam milhões e descobrem que investiram muito, mas os resul-tados estão bastante a quem do esperado:

• Investiu-se em uma tecnologia a qual será rapidamente tornada obsoleta. Como se comprasse um carro novo que acabou de sair de linha.

• Uma tecnologia muito maior do que sua necessidade atual e futura. Um canhão para matar um mosquito. • Uma tecnologia inútil para o negócio, ou seja, não se resolvem os problemas. Um elefante branco.

• Uma tecnologia muito enxuta, ou mesmo, com a possibilidade de crescimento ou expansão mui-to restrita. A verdadeira “saia justa”, não dá nem para se mexer.

É muito comum que as pessoas comprem uma nova tecnologia e cometam alguns erros clás-sicos. Poderíamos comparar com uma pessoa que compra uma roupa para criança e não imagina que ela logo vai crescer ou uma pessoa adulta que compra uma roupa tão apertada, mas tão aper-tada que não imagina que pode engordar um pouco e perder a roupa.

Vetor pessoas

As empresas investem em equipamento, máquinas, computadores, softwares, tudo de ponta, última tecnologia. Mas muitas vezes esquecem em investir nas pessoas que vão utilizar estas tec-nologias. Superestimam a capacidade das máquinas e minimizam a importância das pessoas. É necessário preparar as pessoas. Tem gente dirigindo uma Ferrari como fosse um fusquinha. Prepa-rar as pessoas para inovação é fundamental. Saber que muitas vezes temos dificuldade em usar o novo porque estamos presos a velhos modelos mentais.

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Ao investir em uma nova tecnologia a empresa deve sempre pensar em possibilidades futu-ras, inclusive em crescimento.

Para que se tenha sucesso na inovação tecnológica é necessário que haja prospecção e sele-ção. Qualquer erro nesta etapa o resultado ficará comprometido como um todo, mesmo que no início você tenha a sensação que está tudo bem. Devemos tomar muito cuidados nesta etapa.

Você pode especificar mal uma máquina ou um computador e/ou mesmo um sistema, e isso pode comprometer os resultados que você esperava. E todo seu esforço de investimento em inova-ção fique comprometido, ou não traga os resultados concretos que eram esperados, ou que justifi-quem o investimento. Por isso temos que tomar cuidado para investir em tecnológicas inadequa-das, pois isso pode gerar resultados catastróficos para a organização. Essa fase é que muitas vezes vai determinar o fracasso ou não da inovação, falhas nesta fase são responsáveis por boa parte pela decepção que existe após se investir tempo e dinheiro em alguma tecnologia que não resulta em um ganho substancial ou esperado.

Portanto, nem tudo que é novo, ou que funcione bem para uma empresa significa que seja boa para organização que você esta trabalhando. Temos que definir alguns critérios que nos permi-ta minimizar a possibilidade de uma escolha errada ou uma tecnologia errada.

Tecnologia Dominante As tecnologias dominantes são aquelas que se consolidaram como padrões de mer-

cado. Este conceito pode ser aplicado a qualquer área. Ou seja, qual o padrão tecnológi-co dominante em uma determinada área. É importante reconhecer a tecnologia domi-nante porque na maior parte dos casos é mais fácil dar preferência aos padrões de mer-cado, pois isso simplifica a integração e facilita a manutenção e reduz as chances de de-parar-se com tecnologias que venham a ser descontinuadas em médio prazo.

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Tecnologia Emergente Descobrimos também que existe a tecnologia emergente, ou seja, aquela que está

surgindo como uma possível alternativa aos padrões dominantes, seja um nicho especí-fico, seja para uma eventual competição pelo o mercado como um todo.

Dominante X Emergente Um exemplo de tecnologia dominante é o Windows; e uma tecnologia emergente é o

Linux. Mas devemos ficar atentos, pois nem sempre a tecnologia emergente alcança o desempenho esperado que anuncie no seu surgimento. Normalmente elas chegam pro-metendo muito.

É muito importante conhecer estas tecnologias emergentes, mesmo que você não as utilize de imediato, pois elas podem estar apontando para uma nova tendência, que po-de fazer rever os seus projetos.

Discuta no fórum que tipos de tecnologias emergentes estão surgindo e como isso pode interferir no seu trabalho ou futuro trabalho e na sua vida.

Para preservar o investimento e garantir futuras expansões a organização deve pensar tam-bém em mais dois aspectos:

Escalabilidade O quanto de capacidade a tecnologia pode suportar em um futuro próximo, até onde podemos

expandir. Se eu comprar um computador, quanto mais de memória ele poderia suportar. O que mais eu posso comprar para que a máquina da minha fábrica possa ser expandida e produzir mais.

Modularidade Possibilita adquirir as coisas à medida que se tenha necessidade, ou

tenha condições de investir. Você não precisa comprar toda a máquina e seus acessórios de uma só vez. Você pode comprar a(s) parte(s) necessá-ria(s) para o funcionamento e aos poucos ir adquirido outras partes. Com essa visão de modularidade você pode adiar um pesado investimento inicial e correr menos risco se a tecnologia não se ajustar ao seu negócio ou mesmo ser descontinuada.

Definição de postura em relação à inovação. É importante a organização definir sua postura em relação à inovação, pois esta definição fa-

cilitará as escolhas a serem realizadas, a maneira como a empresa vai se comportar diante das di-versas inovações que irão surgir. Saber no que investir e quando investir em termos de inovação tecnológica vai fazer uma grande diferença no desempenho da empresa. Por isso, deve-se saber ou adotar uma postura em relação à inovação.

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Aqui falaremos de quatro posturas:

• O pioneiro;

• O seguidor rápido;

• O seguidor lento;

• O não seguidor.

O Pioneiro

A estratégia de ser o primeiro, ou o pioneiro da inovação é aquela que efetivamente incorpo-ra como pioneiro as novas tecnologias para sua empresa, normalmente paga os preço mais altos. Quanto custa um equipamento logo que lançado e quanto ele passa a custar depois. O pioneiro também usa de uma forma nova a tecnologia já existente.

O lado negativo desta postura é pagar um preço muito alto. Quando você resolver desenvol-ver uma nova tecnologia ou mesmo adquirir, você paga um custo alto do seu desenvolvimento. Além disso, o pioneiro corre um grande risco da tecnologia não dar certo ou simplesmente não ser aceita no mercado e/ou mesmo não gerar o resultado que se esperava. O que pode levar a uma grande frustração dos investidores. Quem resolve investir em inovação e ser o pioneiro tem que estar preparado para possíveis problemas que poderão surgir no meio do caminho. Mas isso pode ser o lado positivo também: sair na frente, com uma tecnologia pioneira, que pode lhe dar uma vantagem em relação aos concorrentes. Se a empresa conseguir investir em uma tecnologia que realmente gere o resultado esperado, ela pode obter uma vantagem competitiva e manter-se a fren-te em relação aos concorrentes por meio da redução de custos e/ou por meio da diferenciação.

O Seguidor Rápido

O seguidor rápido é aquele que fica ligado no que esta acontecendo. Vendo alguém comprar a tecnologia, ele compra logo em seguida, ou mesmo copia. O seguidor rápido não tem coragem de ser o primeiro, mas está sempre colado neste. Ele não quer se distanciar do pioneiro. O seguidor rápido é que dita o ritmo da inovação. Já que o pioneiro gosta sempre de estar na frente. Quando ele nota que o seguidor rápido já esta fazendo a mesma coisa que ele, o pioneiro busca logo outra forma de inovar, mesmo com todo o risco envolvido.

O Seguidor Lento

O seguidor lento só adota uma tecnologia depois que já tem outras pessoas utilizando. Paga por preços mais baixos porque a tecnologia quando vira uma commodity, já teve seu custo de de-senvolvimento bancado pelos pioneiros e seguidores rápidos, têm os seus preços reduzidos. Ou seja, já existe um volume e uma curva de aprendizagem que provocam uma queda dos preços da tecnologia.

O Não Seguidor

O Não Seguidor é aquele que não adere a uma inovação tecnológica, só faz quando não tem mais jeito. Algo que está se tornando praticamente impossível hoje. O não seguidor apesar de pe-gar a tecnologia com o preço bastante baixo tem uma séria desvantagem de pegar algo próximo à

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obsolescência, ou seja, um produto próximo de sair de linha e perder todas as vantagens que uma inovação tecnológica pode trazer, inclusive colocando seu negócio em um sério risco em termos de competitividade.

É importante que se tenha uma postura definida e consciente em relação a inovação definin-do se você ou sua empresa são pioneiros, um seguidor rápido, um seguido lento ou um não segui-dor. A definição destas posturas vai servir para que você tenha consistência nas suas decisões.

E como obter informações sobre estas tecnologias?

Devemos prospectar novas tecnologias, participando de seminários, acompanhando revistas especializadas, seja qual for nossa profissão.

As pessoas devem se envolver cada vez mais com a inovação tecnológica. Qualquer profis-sional de qualquer área. Pense no seu trabalho hoje, quanto você depende de tecnologia, desde o computador que você usar para acessar este conteúdo, aos equipamentos que você usar para exe-cutar o seu trabalho. A escolha de tecnologia não é mais apenas uma questão das áreas técnicas, e sim de qualquer área envolvida e principalmente nas áreas usuária da tecnologia. A inovação tec-nológica pode afetar o seu desempenho em relação aos seus concorrentes, saber prospectar, sele-cionar e implementar novas tecnologias para que uma organização possa se manter viva.

Para conhecer ou prospectar novas tecnologi-as é importante que você acompanhe revistas espe-cializadas da sua área de atuação. Participe constan-temente de seminários. Conheça outras organiza-ções. Participe de grupos de estudo da sua área de trabalho. Viaje para outras cidades, estados e países para descobrir o que esta sendo utilizado. Visite sites especializados em tecnologia na sua área de atuação. O importante é que você saiba o que está acontecendo e o que irá acontecer nos próximos

anos na sua área de atuação e qual impacto que isso poderá ter no seu trabalho e na sua vida.

Você sabe quanto as empresas brasileiras inovam?

Sabia que temos empresas que vêm inovando tanto em tecnológica (ou seja, produto e pro-cessos) quanto em inovação de marketing e negócios?

Mas quais são essas empresas? E como elas inovam?

Bom, nossas empresas não estão entre as mais inovadoras do mundo, em termo de registro de patentes. Esse título pertence à americana IBM, que em 2006 registrou 3.651 patentes, depois vem a Coreana, Samsung, às japonesas, Cânon e Matsushita, e logo depois outra americana, a HP.

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Mas, a inovação nas empresas brasileiras vem ganhando, a cada dia, mais espaço e força. Aos poucos, algumas empresas estão destinando um percentual cada vez maior às inovações apesar de ser pouco em relação às outras empresas no mundo.

Além disso, existem hoje no Brasil, algumas políticas de incentivo a inovação, sendo dispo-nibilizadas em vários estados verbas para pequenas e médias empresas que queiram desenvolver projetos ligados a inovação tecnológica.

O importante aqui é saber que já estamos com o pé na estrada. Cada vez mais os empresários brasileiros estão se tornando conscientes da importância da inovação, para que se possa garantir o investimento sustentável da empresa. Algumas empresas investem na inovação de novos equipa-mentos, sistemas, computadores, inovando nos seus processos internos, reduzindo custos de pro-dução, tornando os processos mais eficientes, mais econômicos, consumindo menos recursos natu-rais, possibilitando fazer produtos de maior qualidade, enquanto outras focam, além disso, a ino-vação em produto e serviços. Trazendo novos produtos e serviços para consumidores cada vez mais exigentes.

Temos empresas também que buscam novas formas de gestão, novas formas de liderar equi-pes de trabalho. E por últimos temos empresas que criam novos mercados, novas formas de distribu-ição e vendas aqui no Brasil. Sabemos que, hoje em dia, não dá para fazer as coisas do jeito que fazí-amos antes, e as empresas brasileiras sabem disso. E se elas querem estar preparadas para enfrentar uma concorrência global e um consumidor mais exigente e louco por novidades, que tornem a vida deles cada vez mais simples e fácil, estas empresas têm que colocar o pé na estrada da inovação.

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Rede FTC

Faculdade de Tecnologia e Ciências

Faculdade da Cidade do Salvador

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