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Renata Degani de Souza Bastos Criatividade em Outdoor: Um estudo da campanha Feito para você - Itaú Marília 2006

Criatividade em Outdoor: Um estudo da campanha Feito para ... · Rio de Janeiro: Bloch, 1997. e da propaganda ao ar livre perde-se na origem dos tempos. As inscrições pré- As inscrições

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Renata Degani de Souza Bastos

Criatividade em Outdoor:

Um estudo da campanha Feito para você - Itaú

Marília

2006

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Renata Degani de Souza Bastos

Criatividade em Outdoor:

Um estudo da campanha Feito para você - Itaú

Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de

Comunicação, Educação e Turismo da Universidade

de Marília, para a obtenção do título de Mestre em

Comunicação, área de concentração em “Mídia e

Cultura”.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Gottardi.

Marília

2006

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UNIMAR – UNIVERSIDADE DE MARÍLIA

Reitor: Márcio Mesquita Serva

PRÓ REITORIA DE PESQUISA E PÓS GRADUAÇÃO

Diretora: Profa. Dra. Suely Fadul Villibor Flory

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E TURISMO

Diretora: Profa. Dra. Suely Fadul Villibor Flory

CURSO DE PÓS GRADUAÇÂO EM “COMUNICAÇÃO E ESTUDOS DE LINGUAGENS”

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: “MÍDIA E CULTURA”

Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Gottardi

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NOTAS DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

RENATA DEGANI DE SOUZA BASTOS

Data de defesa: XX/05/2006

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Ana Maria Gottardi

Julgamento:_____________________________ Assinatura: ________________________________

Profa. Dra. Rosana Borges Zaccarias

Julgamento:_____________________________ Assinatura: ________________________________ Profa. Dra. Suely Fadul Villibor Flory - Nicia D`Avila

Julgamento:_____________________________ Assinatura: ________________________________

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Seja qual for a origem da comunicação entre os homens,

descobriu-se que, quando a emoção é expressa de um modo

particular e o receptor experimenta as mesmas emoções,

a comunicação é um sucesso

Roberta Defaveri

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DEDICATÓRIA:

A deus por me abençoar todos os dias.

Aos meus “anjos da guarda”, que me disseram que eu era capaz e

que jamais poderia desacreditar no meu potencial.

Este mestrado... foi feito para vocês !!!

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AGRADECIMENTO

É extremamente difícil agradecer a todos, sem me esquecer de alguns, que, de alguma forma

contribuíram para que este trabalho chegasse ao seu final. Sem dúvida, ele só foi possível graças à

colaboração de alguns SUPER AMIGOS, pelos livros emprestados, dicas e toques, o meu muito

obrigada, pela amizade e oportunidade de pesquisar, aprender e compartilhar conhecimentos.

Agradeço também a Joana, diretora de criação da agência África, que me forneceu

informações únicas e imprescindíveis para o desenvolvimento desta dissertação e por acreditar na

minha capacidade de dissertar sobre um trabalho que a consagrou uma das melhores criativas do

Brasil.

A Profa. Dra. Anna Maria Gottardi, pela paciência, competência e dedicação em cada

orientação.

Por último, e não menos importante, agradeço aos meus pais, que me conceberam com o

compromisso de me fazer ser, ter e acontecer, e a minha família, que seguramente são a força de que

necessito para tornar sonhos em REALIDADE.

A todos... agradeço de coração!!!

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SUMÁRIO

Introdução.........................................................................................................................................13

CAPÍTULO 1

1.1 História do outdoor.....................................................................................................................17

1.2 O início do Outdoor no Brasil.....................................................................................................18

1.3 O Outdoor...................................................................................................................................30

1.4 Ficha técnica do outdoor............................................................................................................32

1.5 A versatilidade do outdoor.........................................................................................................33

1.6 Tipos de Propaganda que são confundidos com outdoor..........................................................38

1.7 O uso da imagem.......................................................................................................................40

1.8 Como, onde, quando e por que utilizar o outdoor.....................................................................45

1.9 Comercialização do Outdoor.....................................................................................................46

1.10 Publicidade X Outdoor...........................................................................................................47

CAPÍTULO 2

2.1 E era industrial a publicidade e a persuasão............................................................................51

2.2 O raciocínio criativo................................................................................................................57

2.3 O texto publicitário.................................................................................................................62 2.4 Conhecendo o Consumidor.....................................................................................................64 2.5 Exemplos de campanhas feitas sob medida............................................................................69 CAPÍTULO 3

3.1 Breve histórico do Banco Itaú...............................................................................................77

3.2 A marca Itaú..........................................................................................................................80

3.3 Efeito das cores......................................................................................................................83

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3.4 Análise de campanha – Feito para você...............................................................................85

3.5 O outdoor na campanha.......................................................................................................91

3.5.1 Baladeiro...........................................................................................................................92

3.5.2 Tradicionais......................................................................................................................93

3.5.3 Descolados.......................................................................................................................94

3.5.4 Supersticiosos...................................................................................................................95

3.5.5 Engarrafados......................................................................................................................96

3.5.6 Apressados........................................................................................................................97

3.5.7 Ecológicos........................................................................................................................98

3.5.8 Distraídos.........................................................................................................................99

3.5.9 Desorganizados................................................................................................................100

3.5.10 Detalhistas......................................................................................................................101

3.5.11 Esquecidos......................................................................................................................102

3.5.12 Inovadores......................................................................................................................103

3.5.13 Clientes dos outros bancos.............................................................................................104

3.5.14 Pedestres........................................................................................................................105

3.5.15 Sobrecarregados............................................................................................................106

3.5.16 Sonhadores....................................................................................................................107

3.5.17 Surfistas.........................................................................................................................108

3.6 Depois do sucesso da campanha..........................................................................................110

3.7 Parodiando a campanha.......................................................................................................111

3.8 Conclusão............................................................................................................................116

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

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Lista de Figuras

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Resumo

Esta dissertação propõe-se a analisar a campanha; “Feito para você” do Banco Itaú, em

especial a veiculada por meio de outdoors. Para isso, estuda as teorias sobre técnicas de publicidade,

de marketing e alguns aspectos pertinentes à psicologia aplicada ao consumidor. Em primeira

instância analiso a história do outdoor, bem como seu surgimento no Brasil, apresentando conceitos

importantes a respeito deste veículo, bem como sua conceituação e evolução ao longo do tempo,

tanto nas suas características como meio publicitário, sua comercialização, versatilidade e veículos

que são confundidos com este meio, Em seguida, a pesquisa verifica os recursos utilizados para

atingir o consumidor em potencial, também aborda a era industrial, sua importância para a

publicidade, a persuasão, seu raciocínio criativo, o texto publicitário e o consumidor na sua essência.

Em seguida trabalha-se a seleção e análise do corpus deste trabalho, momento em que são vistas

campanhas feitas sob medida para grupos de consumidores, explorada pelo marketing one to one,

procurando assim, evidenciar o caráter segmentado das mensagens publicitárias.

Centramos então na análise de exemplos de outdoor da campanha Itaú, procurando demonstrar

que este foi um grande case de marketing da atualidade.

Key Words: outdoor, propaganda, mídia, persuasão, segmentação, raciocínio criativo, Banco Itaú.

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Abstract

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INTRODUÇÃO

Comunicação é o processo pelo qual o emissor de uma informação atinge o receptor através

de um veículo, dentro de um contexto de entendimento de ambas as partes, ou seja, para que exista a

comunicação, tanto o emissor como o receptor da mensagem devem estar falando a mesma língua.

Um dos princípios básicos da Teoria Geral de Comunicação é que o sinal emitido só tem

significado se o receptor souber interpretá-lo, uma vez que comunicação é o processo de transmitir

idéias entre indivíduos.

No campo da publicidade, é essencial para o profissional conhecer os elementos que

interagem no mecanismo de comunicação entre a peça publicitária e o consumidor, é preciso

conhecer os sonhos, as necessidades e o espírito crítico do receptor, pois há necessidade de conhecer

o meio, mas também de dominar a mediação com o público-alvo. Em conseqüência, dentre as

diversas características peculiares de um bom publicitário, podemos destacar duas: capacidade de

expressão e um amplo “repertório”.

Chamamos de “repertório” toda e qualquer informação que possa ser acumulada, e também

todo conhecimento que a pessoa possa adquirir e desenvolver, não importando sua origem: cultura

acadêmica, cultura de massa, cultura popular. Ter “repertório” é ter “assunto”, é ter um universo de

conhecimento tal que facilite, nas mais diversas situações, associar coisas, fatos, referências, idéias

que permitam encaminhar uma solução criativa.

Levando, ainda, em consideração que todo enunciado é dirigido a um interlocutor para quem o

texto publicitário é orientado, em função da intencionalidade com que o produtor efetivo do texto

constrói seu enunciado, visa este a persuasão por meio de uma (ou mais) voz(es) que seja(m)

capaz(es) de dialogar melhor com o alvo da mensagem publicitária.

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Tal linha de pensamento ajuda a desmistificar a falsa crença de que o trabalho de Redação

Publicitária e de Criação Publicitária como um todo é realizado sem planejamento, que surge apenas

da “inspiração” momentânea.

Esta dissertação Propõe-se a analisar a campanha; “Feito para você” do Banco Itaú, em

especial a veiculada por meio de outdoors, para isto, baseia-se em teorias sobre técnicas publicitárias,

estudos de marketing e alguns aspectos pertinentes à psicologia aplicada ao consumidor. A pesquisa

verificará os recursos utilizados para atingir o consumidor em potencial, bem como tentará

mensuarar o seu resultado.

Serão analisados, além da aplicabilidade da campanha, os recursos discursivos e visuais que

propiciou o seu resultado. Para compor o material a ser analisado, foram selecionados dezoito

outdoors, cuja seleção foi baseada na originalidade, na utilização de elementos de vivência do

interlocutor, e no melhor aproveitamento da mídia. Nesta campanha, o publicitário conseguiu

segmentar uma mídia de massa, aproveitando todo seu contexto, utilizando a palavra certa na hora e

local certo e focando as pessoas certas, tornando sua enunciação semelhante a do interlocutor,

aproveitando-se de seu cotidiano.

A presente dissertação está organizada em três capítulos. O primeiro trata da evolução do

outdoor desde seu início e seu percurso histórico, assim como sua implantação no Brasil, sua

versatilidade, suas características como veículo publicitário, aspectos essenciais para a criação de

mensagens para esse meio, os efeitos desta evolução na formulação das mensagens enviadas ao

público, além de apresentar o deslocamento do conteúdo da mensagem publicitária do produto para o

consumidor, ou, em outras palavras, do uso de aspectos racionais para afetivos.

No segundo capítulo, a dissertação aborda a era industrial, sua importância para a

publicidade, a persuasão, seu raciocínio criativo, o texto publicitário e o consumidor na sua essência.

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Também serão vistas campanhas feitas sob medida para grupos de consumidores, procurando assim,

evidenciar o caráter segmentado das mensagens publicitárias.

Já no terceiro capítulo, a presente dissertação volta-se para a análise da campanha

propriamente dita, iniciando com um breve histórico sobre o Banco Itaú, com a análise da sua marca

e suas cores de acordo com sua psicodinâmica, e a focalização específica da mídia outdoor na

campanha.

O principal objetivo desta pesquisa é mostrar que as agências de publicidade estão

modificando seu conceito e reciclando seus profissionais, para apresentar a seus clientes soluções de

comunicação que vão além da pura propaganda. Há a necessidade de aproximar a mídia dos

consumidores, associando o meio à mensagem. A relevância, a inserção no cotidiano e a criatividade

na abordagem são as molas propulsoras do sucesso em publicidade. Neste sentido, chegaram ao

conceito do marketing one to one cujo princípio é a comunicação individualizada.

Escolhi este tema, dentre tantos outros, pela escassez de informações sobre o meio Outdoor,

tema muito discutido porem pouco pesquisado. Optei por focar principalmente o case do banco Itaú

com a campanha, “Feito para você”, pois foi um case marcante na publicidade brasileira, já que a

agência de publicidade responsável pela campanha em questão, a agência África, usou de modo

envolvente esta mídia, quebrando paradigmas que orientavam os profissionais da área.

A abordagem presente neste material enfoca o compromisso em unir o embasamento teórico

fornecido pela academia às necessidades práticas do dia-a-dia das agências de publicidade. Deste

modo pensamos que este trabalho possa contribuir para o meio acadêmico e profissional, fornecendo

dados que auxiliem o mercado e os futuros publicitários a traçarem suas estratégias de comunicação.

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CAPÍTULO I

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1.1 HISTÓRIA DO OUTDOOR

A história do outdoor (1) Todas as afirmações a respeito da mídia outdoor feitas no presente capítulo originaram-se da

publicação: OUTDOOR: uma visão do meio por inteiro/ Central de Outdoor, [supervisão geral, Cláudio Pereira; atualização e texto, Celso Sabadin].

Rio de Janeiro: Bloch, 1997. e da propaganda ao ar livre perde-se na origem dos tempos. As inscrições pré-

históricas nas cavernas, os hieróglifos egípcios nas paredes externas dos templos evidenciam

algumas das mais antigas formas de se anunciar ao ar livre de que temos conhecimento na história da

humanidade. Na Mesopotâmia, os comerciantes de vinho anunciavam em axones, ou seja, pedras

talhadas em relevo, enquanto os gregos gravavam suas mensagens em rolos de madeira denominados

cyrbes.

Na Roma Antiga, entretanto, a este tipo de propaganda já era mais próxima do nosso atual

cartaz mural: retângulos divididos por tiras de metal eram instalados sobre muros e pintados com

cores claras; nelas qualquer interessado poderia escrever com carvão mensagens de venda, compra

ou troca de mercadorias. Estes cartazes veiculavam as mais diversas mensagens: feiras, festas

públicas, convocação de soldados para guerras e até esclarecimentos à população. (Central de

Outdoor).

O outdoor, na forma em que hoje o conhecemos, só passou a existir quando se tornou viável a

impressão sobre papel. Na Idade Média, a Igreja e o Estado passaram a utilizá-lo sob a forma de

monopólio; a primeira concedia indulgência através de seus “outdoors” e o segundo divulgava seus

feitos, convocava soldados para guerra, prestava esclarecimentos à população, entre outras coisas.

De 1480 até 1820, como diz no livro, outdoor: uma visão do meio por inteiro desenvolvido

pela Central de Outdoor, o cartaz não era nada além de um texto tipográfico com uma vinheta, mas já

em 1772, era tão grande a proliferação da propaganda que a profissão de colador foi regulamentada.

Em 28 de julho de 1791, o governo francês determinou que a impressão em preto e branco seria

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exclusiva para mensagens oficiais. E existe até uma lei, datada de 16 de maio de 1818, que tornava

obrigatória a selagem de cada cartaz colado sobre os muros de Paris, de forma semelhante a nossa

atual legislação.

Com a invenção da litografia em 1793, pelo austríaco Alois Senefelder, o aperfeiçoamento da

impressão dos cartazes passou a se desenvolver mais rapidamente, tornando-se mesmo objeto de

interesse dos artistas plásticos da época. A história registra o pintor Jules Cheret como o autor do

primeiro desenho litográfico a cores: Orphée aus Enfants, de 1858.

Arte e propaganda ao ar livre uniram-se por iniciativa do próprio Cheret, que reuniu alguns

colegas no projeto de transformar as ruas de Paris em verdadeiras galerias a céu aberto, para que o

público tivesse um maior acesso à arte. Cartazes multicoloridos de vários artistas foram então

afixados nas ruas parisienses.

Daí a estreita relação entre arte e propaganda, até mesmo com o famoso pintor Toulouse-

Lautrec trabalhando como ilustrador e "diretor de arte" dos cartazes de divulgação dos espetáculos do

Moulin Rouge.

Fonte: www.nga.gov/exhibitions/2005/toulouse/images

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1.2 O INÍCIO DO OUTDOOR NO BRASIL

Em São Paulo, data de agosto de 1929, foi instalada a primeira empresa exibidora de outdoor

do país: a Publix, em atividade até os dias de hoje. Seus fundadores foram o italiano Amadeo

Viggiani e Marta Paturan de Oliveira, provavelmente a única mulher publicitária daquele tempo. Na

época, os outdoors eram pequenos, recortados de forma oval e afixados em postes.

Pouco depois, a AER - Companhia Americana de Anúncios em Estradas de Rodagem, abre

uma subdivisão chamada Empresa Americana de Propaganda, destinada exclusivamente aos cartazes

urbanos.

Cada empresa que nascia dava uma feição particular à criação e ao uso dos outdoors.

Enquanto Viggiani colava cartazes sobre placas de ferro fundido, Antonio Barsanti, que fundaria a

Pintex, em 1936, como sucessora da empresa Pinx, pintava luminosos em vidro e cristal, e reclames

nas fachadas das lojas.

Os anúncios eram pintados à mão, o que propiciou o desenvolvimento de toda uma escola de

letristas e ilustradores de cartazes. Nos galpões das empresas falava-se um pouco de cada língua, já

que muitos destes profissionais vinham de várias regiões do mundo, trazendo sua arte a um país que

estava apenas aprendendo o que era industrialização. Cartazes de meia folha eram instalados nas

plataformas de bondes. Posteriormente, começaram a surgir os quadros de duas e até quatro folhas,

impressos em gráficas que estavam começando a se especializar em cartazes. Entre elas, destacava-se

a Andrade, na Ladeira São Francisco (São Paulo), a Empresa de Propaganda Época (São Paulo e

Rio); a Izidoro Nanô e Filhos, a Gráfica Record e a Benazzato, verdadeiras pioneiras da impressão de

outdoors (Central de Outdoor).

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O público, cada vez mais, começava a travar contato com aquelas mensagens coloridas que

anunciavam "Procópio Ferreira, o maior ator brasileiro, em espetáculos da mais rigorosa

moralidade". ou o tradicional "Larga-me! Deixa-me gritar! Xarope São João, contra tosse e

bronquite produz alívio imediato". Aliás, foi o famoso Xarope São João um dos primeiros

anunciantes a utilizar o outdoor de quatro folhas, juntamente com uma numerosa gama de remédios

variados:

Fonte: Central de Outdoor

Os desenhos eram feitos a mão, diretamente na chapa de impressão, cor por cor, chapa por

chapa, por desenhistas especializados conhecidos como decoradores. Neste período, alguns casos

extremos se tornaram conhecidos, como o de um cartaz para a Firestone que necessitou nada menos

que 116 chapas desenhadas.

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Já a implantação dos cartazes de oito folhas gerou um grande impulso para o meio, trazendo

para o outdoor importantes anunciantes como a Rhodia, a Alpargatas (com seu produto Lona Sempre

Viva) e a Água Facial Babalú para depois do barbear.

Fonte: Central de Outdoor

Aos poucos, o tamanho dos outdoors iam crescendo, mas até meados da década de 50 ainda

era possível ver nas grandes cidades os cartazes de quatro folhas.

Havia empresas, como o caso da Publix, cujas tabuletas eram um pouco maiores que o cartaz

propriamente dito, a fim de que entre a moldura de madeira e a mensagem pudesse ser formada uma

outra moldura formada de papel branco colado:

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Fonte: Central de Outdoor

Como não havia critérios de padronização entre as empresas exibidoras, proliferavam os

cartazes de 8,16, 32 folhas (tanto verticais como horizontais) ou até de 64. Havia até cartazes de

anunciantes multinacionais que já vinham prontos do exterior. Com uma dificuldade: pelos padrões

estrangeiros, os cartazes eram impressos no formato de 24 folhas, e não havia no Brasil tabuleta para

este padrão. Assim, todos eles tinham de ser refilados manualmente pelas exibidoras nacionais, com

o máximo de cuidado, e posteriormente colados nas tabuletas de 16 folhas, evidentemente sob as

vistas grossas do anunciante.

Fonte: Central de Outdoor

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O cartaz de 32 folhas nasce em meados dos anos 60, graças ao tradicional jeitinho brasileiro.

O formato quadrado das 16 folhas não estava agradando nem às agências nem aos anunciantes, pois

dificultava a criação e o layout. Como seria praticamente inviável a retirada de todos os cartazes de

16 folhas e sua conseqüente substituição pelos de 24 (padrão adotado em vários países estrangeiros),

optou-se simplesmente pela colocação de uma nova tabuleta de 16 ao lado da anterior, nascendo

assim o brasileiríssimo cartaz de 32 folhas.

Este desenho ilustra a disposição para a colagem das 32 folhas, com o número superior

esquerdo indicando a ordem da colagem e o inferior direito à numeração da gráfica.

Nasce em 1961, desenvolvido por Renato Nano, o processo de gigantografia, ou seja, o

processo de ampliação do fotolito na impressão off-set. No sistema off-set, utilizado para a impressão

de cartazes, a agência de propaganda ou o anunciante providencia para a gráfica o fotolito do cartaz a

ser impresso. Este fotolito é do mesmo tipo utilizado para a impressão de folhetos ou anúncios em

revistas. Ele deve ser fornecido para a gráfica no formato 16 x 48cm. É nela que o fotolito passará

pelo processo de gigantografia, sendo ampliado para o seu tamanho real de 8,80 x 2,90 metros.

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Obviamente não existe um fotolito nestas dimensões, nem máquinas capazes de imprimir um

cartaz por inteiro. Desta forma, o processo de gigantografia é realizado por partes, ou seja, cada uma

das 32 folhas tem o seu próprio fotolito e sua própria impressão, isoladamente.

Se a folha for impressa a quatro cores, ela terá quatro fotolitos, quatro chapas e passará por

quatro impressões, fazendo com que um cartaz de 32 folhas impresso em quadricromia total (quatro

cores em todas as suas folhas), necessite de (32 x 4 ) 128 fotolitos e 128 chapas de impressão.

A gráfica recebe da agência ou do anunciante a seleção de cores do cartaz a ser impresso - os

fotolitos amarelo, cyan, magenta e preto e suas respectivas provas - no tamanho 16 x 48cm,

positivos. Coloca-se sobre cada um destes quatro fotolitos um acetato transparente que demarca

proporcionalmente o tamanho das 32 folhas que comporão o cartaz. A partir daí, bate-se um negativo

dos fotolitos marcados, obtendo-se como resultado um filme negativo já quadriculado, como visto na

figura abaixo, crônica de outdorinho.

Fonte: Central de Outdoor - Outdorinho

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Estas marcas dividem o filme em retângulos de 4 x 6 cm, que são ampliados (sem que o filme

seja desmontado) um por um, já no tamanho real da folha (1,12 x 0,76m de área total, que resultam

em 1,10 x 0,74m de área útil de impressão).

Do pequeno retângulo negativo obtém-se uma ampliação positiva. Depois de ampliado, este

fotolito gigante é revelado, seco e utilizado para a gravação da chapa.

A gigantografia é facilmente perceptível quando nos aproximamos de um cartaz impresso a

partir de um fotolito reticulado: os pontos da retícula, que em uma impressão normal só poderiam ser

visto através de uma lente de aumento, são perfeitamente visíveis a olho nu no outdoor; essa

visibilidade dos pontos é possível, pois o fotolito em questão foi ampliado várias vezes, ou seja, ele

passou pelo processo de gigantografia, uma verdadeira revolução na área gráfica. O anunciante

pioneiro deste tipo de impressão foi a Nestlé, com o Leite Ninho, com uma criação da agência

McCann-Erickson, e neste primeiro serviço o processo ainda era batizado como sistema fotoplástico,

nome que não vingou.

O novo sistema só veio a se firmar com toda a qualidade necessária por volta de 1967, após

uma longa fase de aperfeiçoamento. Mesmo assim, permitiu a elaboração de pequenos milagres, pois

com a gigantografia, finalmente as campanhas de outdoor poderiam utilizar os mesmos cromos dos

anúncios de jornais ou revistas, dispensando os decoradores e facilitando muito a integração da

campanha publicitária como um todo, como no caso do curso pré-vestibular Anglo, de São Paulo,

que exigia que seu outdoor, com a figura de um leão, fosse impresso a partir de um pequeno cromo

de apenas 4 centímetros quadrados, vindo especialmente da África. Com muita técnica, os 4

centímetros se transformaram num cartaz de 64 folhas, graças à gigantografia.

Contudo, se a impressão dos cartazes evoluía cada vez mais, a instalação de tabuletas era feita

de maneira empírica e desorganizada. Praticamente a cada novo interesse do anunciante era

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desenvolvido um formato de tabuleta ou uma forma de colar diferente, o que acabou gerando uma

crescente desorganização visual nos centros urbanos. Todo terreno que pudesse ser alugado se

transformava em local para instalação de novas tabuletas, e com o desenvolvimento dos grandes

centros, a preocupação passou a residir muito mais sobre a quantidade que sobre a qualidade das

placas instaladas.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o outdoor teve célebres e famosos perseguidores, como

Carlos Lacerda, Chagas Freitas e Marcos Tamoio, que praticamente pôs fim à atividade, no final dos

anos 70. Tais perseguições, porém, eram baseadas apenas em fundamentos políticos, e nunca

técnicos. Os poderes municipais prejudicavam abertamente a propaganda ao ar livre de modo geral,

sem nunca se preocupar em convocar as partes interessadas para discutir parâmetros.

Assim, quando o outdoor convinha ao poder público, ele logo era solicitado. Em 1968, a

Prefeitura do Rio de Janeiro queria homenagear a estadia no Brasil da Rainha da Inglaterra, Elizabeth

II, e chegou à conclusão de que a melhor maneira de fazê-lo será por meio do outdoor, já que a

visitante certamente não tomaria contato com outros meios de comunicação durante sua passagem

por aqui. O prefeito solicitou às exibidoras cariocas que instalassem tabuletas ao longo do roteiro que

a rainha percorreria, de carro, do aeroporto até o hotel, para que a Prefeitura pudesse colar a sua

mensagem. E naquela oportunidade o outdoor foi útil ao poder público. Isso quando as tabuletas não

eram utilizadas "estrategicamente" para encobrir favelas e outras "realidades sociais".

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Fonte: Central de Outdoor

A falta de critérios padronizados entre as exibidoras é compreensível também quando se

analisa a origem de cada uma das empresas atuantes no mercado. A Publix, como já foi citado,

começou com cartazes ovais instalados em postes. A Pintex (fundada em janeiro de 1936) tem sua

origem na fabricação de luminosos e painéis. A Klimes é originária da Propag (fundada em 1954),

empresa que começou atuando no mercado de painéis rodoviários e urbanos. A Novelli comprou a

Karvas (que Carlos Vasques havia fundado em 1945) em março de 76, sendo que antes disso

trabalhava mais com painéis e luminosos. A Espaço (1966) nasceu como uma extensão da gráfica

Nanograf, enquanto a L & C iniciou suas atividades como representante comercial de veículos

publicitários. Enquanto isso nascia a Exibição e, com o decorrer do tempo, a Colagem, como

segunda exibidora deste grupo. A Local, em 1969, já foi fundada com o objetivo específico de

trabalhar com outdoor.

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Fora do eixo Rio - São Paulo há o exemplo da A. Linhares, de Salvador, fundada em 1931 por

Adherbal Linhares, e que iniciou suas atividades implantando grades para a proteção de árvores.

Nestes gradis, eram instalados pequenos painéis pintados ou colados com cartazetes publicitários.

Posteriormente, a Linhares passou a comercializar pequenos módulos nas estações de bondes e nos

próprios bondes.

É interessante ressaltar que, para comercializar cartazes nos abrigos de bondes, a Linhares

literalmente construiu tais abrigos, participando de concorrência na Prefeitura de Salvador.

Além dos cartazes, a Linhares também iniciou a instalação de luminosos de neon sobre os

telhados dos abrigos, uma chamativa novidade para aquele final de década de 30.

Cada uma destas empresas começou a crescer e a se desenvolver trabalhando com diferentes

orientações e parâmetros, causando um crescimento desordenado, resultante de um trabalho

individual que acabou gerando uma concorrência negativa entre as empresas. As diferentes

orientações passaram a confundir, por exemplo, as programações de compra, no mesmo momento em

que as exibidoras atingiam um grau de profissionalismo que não mais permitia este tipo de

desencontro.

O meio outdoor estava reunindo, assim, diversos empresários vindos de diversas atividades,

cada qual com sua maneira própria de negociar, de instalar tabuletas e de administrar suas empresas.

Tal desencontro de orientações começou a se refletir de maneira muito agressiva nas ruas e avenidas

das grandes cidades, poluídas por um número excessivo de tabuletas, que geravam uma manutenção

precária e um visual confuso. O outdoor passou a ser alvo de críticas e os empresários começaram a

sentir cada vez mais a necessidade de se reunirem em torno de uma mesma mesa para debaterem

seus problemas e possíveis soluções.

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Neste período surge então, a Central de Outdoor, uma entidade sem fins lucrativos que reúne

as empresas exibidoras de outdoor. De abrangência nacional, conta hoje com 1.017 afiliadas.

Fundada para organizar este setor da publicidade, a Central de Outdoor desenvolve serviços,

pesquisas e estudos para promover e confirmar a sua eficiência.

Fonte: Central de Outdoor

Graças ao esforço da entidade, pode-se perceber a união e evolução do meio outdoor pela

padronização do tamanho dos quadros e das formas de comercialização. Entretanto, isso não tira a

personalidade das exibidoras afiliadas, identificadas por placas na moldura de cada outdoor.

Também engajada no processo executivo do mercado publicitário, a Central de Outdoor teve

papel fundamental na criação e desenvolvimento de entidades que regulam e norteiam o setor, como

o CENP (Conselho Executivo de Normas Padrão) e o CONAR (Conselho Nacional de Auto-

Regulamentação Publicitária), dos quais é sócia - fundadora e integrante dos respectivos conselhos.

Além disso, o alto poder de comunicação do outdoor permite que a Central de Outdoor

participe indiretamente de campanhas de cunho social, responsabilidade que é encarada como

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compromisso com a população. Deste modo, já foram veiculadas mais de 2 mil campanhas nacionais

de interesse comunitário.

Fonte: Central de Outdoor

Mas a preocupação com o bem-estar do cidadão vai além disso, pois, baseada em estudos

nacionais e internacionais sobre a localização das peças e proximidade entre quadros, a Central de

Outdoor mantém um programa de implementação planejada de outdoors tanto nas ruas dos grandes

centros como em novos mercados em crescimento.

Apesar desse esforço, o outdoor ainda é constantemente confundido com todas as outras

manifestações de comunicação externa e injustamente responsabilizado pela poluição visual notada

nas grandes cidades. Apenas para ilustrar, em São Paulo existem entre 7 e 8 milhões de anúncios nas

ruas (indicativos ou publicitários). Dos quais apenas 7 mil são outdoors pertencentes às exibidoras

afiliadas à Central de Outdoor, todos identificados em termos publicitários e cadastrais,

características que constituem o grande diferencial das exibidoras afiliadas à Central de Outdoor,

qualificando seus quadros como "o verdadeiro outdoor".

32

1.3 O OUTDOOR

A tradução literal da expressão de origem inglesa outdoor é "do lado de fora da porta".

Publicitariamente é uma abreviatura da expressão outdoor advertising, que significa "propaganda ao

ar livre".

Em vários países do mundo, o termo outdoor designa todo e qualquer tipo de propaganda

exposta ao ar livre. Todavia, no Brasil, do ponto de vista publicitário, convencionou-se chamar de

outdoor apenas um meio específico com características próprias que o diferenciam das outras mídias

exteriores.

No dicionário Aurélio da Língua Portuguesa encontramos dois significados para a palavra:

“(1) Designação genérica de qualquer propaganda (painel, letreiro luminoso, parede pintada etc.)

exposta ao ar livre e que se caracteriza por forte apelo visual e comunicação instantânea. (2)

restritivamente, grande cartaz com essas qualidades colocando no exterior, à margem das vias

públicas ou em pontos de boa visibilidade”

O fato é que; A partir do surgimento da Central de Outdoor no Brasil, em 31 de agosto de

1977, passou-se, por convenção, a considerar como outdoor apenas as tabuletas de 03 metros de

altura por 09 metros de cumprimento, onde são coladas ou afixadas 32 folhas de papel que formarão

a mensagem publicitária, instalados a uma altura mínima do chão ou sobre muros, em terrenos

alugados, sempre respeitando a distância entre as peças previstas pela lei.

A Central de Outdoor criou também um padrão de comercialização, inicialmente baseado em

quinzenas fixas de veiculação das mensagens (sempre de 01 a 15 e de 16 a 30 de cada mês) e que

posteriormente (fato bastante recente) foi trocado pelo sistema de bi-semana (com as veiculações

33

iniciando sempre no primeiro sábado do mês, a partir de um calendário anual pré-estabelecido e fixo

de bi-semana).

O outdoor apresenta algumas vantagens em relação a outros meios publicitários, existe uma

frase que diz "Outdoor, sem querer você já leu", o que motiva a linguagem objetiva e direta dos

outdoors, bem como a sua versatilidade.

Com o processo cada vez maior de urbanização das cidades, as mídias externas cresceram de

uma forma espantosa, de modo que hoje é praticamente impossível uma pessoa não observar o

outdoor, o que o torna um mercado em franca expansão.

Além disso, outdoor é um meio de grande impacto, pois além de participar diretamente da

paisagem urbana e conseqüentemente no cotidiano das pessoas, com suas proporções ampliadas, o

outdoor está sempre diretamente relacionado com o conceito de impacto da comunicação. Assim

sempre que um produto ou serviço necessite ser anunciado com uma grande dose de impacto, o

outdoor é sempre um dos meios mais lembrados e utilizados.

1.4 FICHA TÉCNICA DE UM OUTDOOR

De acordo com a Central de Outdoor em outdoor: uma visão do meio por inteiro, 1997. O

outdoor atual é formado por chapas galvanizadas pregadas em armações de madeira, estas são feitas

com vigas de madeira, caibros e sarrafos. Cada quadro recebe uma moldura, também construída com

chapas galvanizadas pregadas sobre madeira.

A construção das tabuletas pode sofrer algumas variações, dependendo da empresa exibidora,

mas basicamente são as seguintes as especificações destes materiais:

34

- Chapas galvanizadas número 26

- Armações de madeira de 2,5cm por 5cm de espessura

- Vigas de madeira de 6 x 12cm

- Caibros de 6 x 8cm

- Sarrafos de 10 x 2,5cm e de 3 x 12cm

Cada empresa emprega o seu próprio método construtivo, mas podem identificar basicamente

as seguintes formas tradicionais para a colocação das tabuletas:

- Com escoras inclinadas feitas de vigas (6 x 12cm) colocadas na parte de trás da tabuleta, sistema

usado geralmente para a colocação de quadros em terrenos onde a estrutura pode tomar um espaço

maior.

- Colocação feita em caixa (duas linhas de vigas verticais em paralelo) com espaçamento de 80cm de

uma para a outra, ou sem escora, com vigas triplas, tabuletas estas que são colocadas normalmente

em locais onde há pouco espaço.

A partir da metade da década de 80, começaram a ser desenvolvida nova forma de

instalações, como, por exemplo, a colocação com o uso de tubulações de ferro de 4 polegadas e 7

metros de comprimento, com chumbadores concretados no solo.

Estes novos esquemas de instalação surgiram a partir de duas necessidades básicas:

- custo da madeira superou o custo do metal, nascendo assim à tendência da metalização

quase que completa das estruturas das tabuletas.

- os espaços urbanos passaram a se tornar cada vez menores, exigindo que as tabuletas fossem

instaladas ocupando o mínimo de área. A área útil da tabuleta pronta mede 8,80 x 2,90m (sem

moldura) ou 9 x 3m, incluindo a moldura.

35

É costume de cada empresa exibidora identificar suas tabuletas através da cor e/ou do formato

de suas molduras. Além disso, também são colocadas sobre os quadros pequenas placas de

identificação onde constam o logotipo e o telefone da empresa responsável. Estas placas medem, em

média, 80 x 60cm.

Todas as tabuletas são devidamente licenciadas e possuem seguro, sendo de responsabilidade

da empresa exibidora os danos materiais e pessoais que porventura as placas venham a causar.

As tabuletas são instaladas em terrenos alugados, e são regulamentadas pelo poder público,

gerando assim receitas de locações, taxas, impostos, enfim, riquezas para particulares e para a

municipalidade. Instaladas as tabuletas, elas estão prontas para receber o anúncio propriamente dito,

que é formado por 32 folhas de papel coladas, como dito anteriormente. Quando o anúncio contiver

aplique especial, qualquer elemento adicional as 32 folhas, aplicado sobre o cartaz, este é

confeccionado praticamente de forma artesanal, estudado e viabilizado caso a caso. O aplique é uma

ferramenta opcional para o publicitário, chamando assim uma maior atenção do publico ao se deparar

com o anúncio, como podemos ver no exemplo da figura X;

Fonte: 16* anuário de criação – peças outdoor

36

1.5 A VERSATILIDADE DO OUTDOOR

De uma forma geral, o mercado segue alguns preceitos básicos que podem ser sempre

questionados na hora de elaborar um planejamento publicitário.

O outdoor é um meio de grande impacto - Sempre que um produto ou serviço necessite ser

anunciado com uma grande dose de impacto, o outdoor é sempre um dos meios mais lembrados.

O outdoor é um dos meios que mais exibe o produto. E que menos explica. Poucas vezes um

produto é exibido em dimensões tão ampliadas e de forma tão intermitente como num outdoor. Suas

dimensões e o período em que ele exibe uma mensagem (24 horas por dia) o tornam um dos meios

que mais expõe, quantitativamente, um produto ou serviço.

O outdoor é uma mídia duplamente imediata, tanto na comunicação, pois consegue passar

uma mensagem de forma praticamente instantânea, como na colocação, pois é possível cobrir toda

uma cidade, da noite para o dia.

O outdoor é quinzenal, uma bi-semana, a renovação se dá no primeiro sábado de cada mês, o

que o torna ágil o suficiente para anunciar liquidações, promoções, cursos, exposições e qualquer

outro produto e serviço que exija essa rapidez.

Com as datas de colagem programadas, o outdoor se presta também a qualquer tipo de

mensagem que contenha uma data fixa ou um prazo de validade (promoções especiais, eventos, etc.).

Um bom planejamento, porém, deve sempre levar em consideração o prazo necessário à impressão

do cartaz.

37

Somente somando-se prazos de impressão aos de veiculação, um bom planejamento poderá

prever, por exemplo, grandes anúncios de oportunidade, ou campanhas específicas para data

comemorativas.

Pouquíssimos consumidores estão lendo jornais e revistas durante o ato da compra.

Tampouco vendo televisão ou escutando rádio. Porém, um cartaz bem colocado (na frente de um

supermercado, por exemplo) pode servir como um enorme material de ponto de venda, decidindo a

compra final por parte do consumidor, ou até mesmo informando sobre um produto que esse

consumidor não conhecia até passar em frente ao supermercado.

Fazendo uma analogia ao lugar-comum que diz que "a televisão invade os nossos lares",

podemos afirmar, da mesma forma, que o outdoor invade as nossas cidades". Com uma diferença:

ninguém desliga um outdoor.

Fonte: Central de Outdoor

Praticamente, o outdoor é uma mídia compulsória. Ela está nas ruas, praças e avenidas, aberta

a toda população. Não necessita ser comprada, nem ligada, nem folheada. Não se cobra ingresso para

vê-la.

38

O consumidor é indefeso a uma mensagem veiculada em outdoor. Por isso mesmo o outdoor

é um veículo que carrega consigo uma enorme responsabilidade social, maior até que a da televisão,

que pode dividir sua programação em faixas de horários. É importante que a mensagem a ser

veiculada num outdoor não venha a agredir, de forma nenhuma, aos diversos públicos-alvos a que ela

se expõe, sob pena de criar uma anti- propaganda.

Instalado no perímetro urbano das capitais e principais municípios brasileiros, o outdoor

dirige sua mensagem basicamente à população das cidades.

Alguns aspectos negativos que temos que levar em conta é o alto custo de produção,

principalmente nas campanhas regionais e nacionais pelo seu uso como mídia básica implicaria a um

alto investimento, lembrando também da dificuldade de escolha de locais específicos, principalmente

se o publicitário desconhece a região a ser anunciada e a vulnerabilidade quanto a intempéries e

vandalismo.

A segmentação de público que o outdoor propicia não se restringe apenas à sua versatilidade

geográfica. Pesquisas mostram que cada grupo social tem uma maneira diferente de observar um

cartaz.

De uma maneira geral, conclui-se que as classes mais elevadas tendem a prestar mais atenção

nos cartazes que as menos abastadas, por uma simples questão de interesse. Ou seja, o consumidor

que tem poder aquisitivo maior está mais aberto à mensagem publicitária do outdoor pelo simples

fato dele, potencialmente, ser um comprador daquilo que se anuncia. Em outras palavras, ninguém

presta muita atenção numa mensagem que não lhe diga respeito por mais que esta mensagem esteja

aberta e clara.

O fenômeno é interessante. Um cartaz de um automóvel de alto luxo pode até passar

despercebido se colado numa região geográfica pobre. Quatorze dias depois, colado exatamente

39

sobre a mesma tabuleta, um cartaz anunciando, digamos, um show popular, pode proporcionar um

enorme recall. Isto significa que a mensagem por si só escolhe o seu público alvo.

Da mesma forma, as crianças são mais impactadas pelo outdoor que os adultos, posto que elas

possuem maior percepção visual.

O outdoor também se mostra um meio de grande penetração entre os jovens adolescentes,

fato perfeitamente compreensível se levarmos em conta que geralmente o adolescente sai muito às

ruas, o que o coloca em contato constante com o outdoor.

Existem vários veículos de comunicação cuja freqüência (falando em termos específicos de

mídia) é perfeita e claramente mensurável. No rádio, por exemplo, o profissional de mídia trabalha

com números bastante concretos quando calcula o número de inserções que ele programará por dia,

bem como a audiência que as pesquisas indicam para esta ou aquela emissora.

Já no outdoor, o termo freqüência assume outras características. Isso porque o outdoor está no

ar 24 horas por dia, durante 14 dias ininterruptos, nas mais diferentes ruas e avenidas de várias

cidades. Como calcular sua freqüência? Como calcular quantas pessoas por dia estão vendo uma

mensagem em outdoor? Como calcular quantas vezes um consumidor foi impactado pelo mesmo

cartaz, num determinado período?

Como se percebe, as pesquisas de mídia para o meio assumem características bem

específicas.

De qualquer maneira, o outdoor é a forma mais eficiente e rápida de se massificar o tema de

uma campanha. Colocam-se anúncios no rádio, na televisão, na mídia impressa, mas efetivamente,

uma campanha só ganhará as ruas, ou massas que circulam, motorizadas ou não, quando seu tema é

estendido ao outdoor.

40

Em função do caráter compulsório do cartaz, pode-se concluir que ele atinge a toda a

população que circule pelas ruas, independente de sexo, classe social ou faixa etária, numa cobertura

abrangente que só excluiria, a rigor, os cegos ou as pessoas que não saíssem de casa.

Isso não significa, porém, que o outdoor não possa atingir a segmentos específicos da

população. Tal segmentação é perfeitamente viável na medida em que o anunciante tem total

liberdade, de acordo com o planejamento e os pontos possuídos pela empresa exibidora, para

escolher o local geográfico onde sua mensagem será veiculada.

A segmentação também é possível na medida em que podem ser estudados roteiros

específicos de veiculação que cubram, por exemplo, as imediações de escolas e faculdade, de

supermercados, shopping-centers, de estádio de futebol em dias de grandes jogos, de autódromo em

época de Fórmula-1 e assim por diante.

Em outras palavras, o outdoor, como meio de comunicação, tem um tipo de versatilidade que

permite diversas formas de segmentação de público. Tudo é uma questão de como a veiculação foi

planejada, podendo cobrir todo o país ou apenas um único bairro. Pode falar de produtos sofisticados

para um público residente nas regiões mais ricas de cada cidade, ou pode desencadear uma campanha

de higiene e saúde em volta de grandes favelas.

1.8 COMERCIALIZAÇÃO DO OUTDOOR

O outdoor é comprado por unidade e por bi-semana. A compra pode ser feita a partir de uma

única tabuleta, que exibirá a mensagem por um período fixo de 15 dias: do 1º sábado do mês ao 3º

sábado ou do 3º sábado ao 5º sábado de cada mês. Colagens especiais que necessitem da quebra deste

período podem ser estudadas caso a caso.

41

Até o final de 1984, o anunciante pagava um mesmo preço por tabuleta veiculada,

independentemente da região da cidade em que ela estivesse instalada, o preço da veiculação só

variava em função do município, sendo as capitais obviamente mais caras que as cidades do interior.

A partir do início de 1985, porém, a Central de Outdoor colocou à disposição dos anunciantes

dados que justificaram preços diferenciados de acordo com o local de instalação de cada tabuleta. A

primeira cidade a contar com esse tipo de comercialização foi São Paulo, que na época vendia os

seguintes tipos: setorizado A (tabuletas instaladas nas regiões Centro, Sul e Oeste da cidade),

setorizado B (regiões Norte e Leste da cidade), local determinado (o anunciante escolhe o local exato

onde sua mensagem será exibida), e tabuleta determinada (o anunciante escolhe não somente o local,

mas também a tabuleta exata, dentro desse local, onde ele deseja ver sua mensagem).

Pouco a pouco, várias cidades brasileiras passaram a aderir a esse tipo de comercialização. A

partir do final de 1986, foram criados mais dois tipos de possibilidades de comercialização, estes

exclusivos para a capital paulista. São eles:

Roteiro Nobre ou Roteiro Real é o conjunto de tabuletas de maior impacto e exposição nas

vias de maior fluxo de veículos da cidade. Proporciona uma cobertura nas regiões mais qualificadas

da cidade.

Roteiro Shopping é o conjunto de tabuletas que proporciona cobertura dos principais acessos

e arredores dos maiores shoppings instalados na área metropolitana da cidade.

Roteiro Supermercado elaborado para campanhas de produtos que tenham nos

hipermercados e supermercados o seu principal ponto-de-venda. Formado pelas tabuletas que cobrem

as vias de acesso aos principais hipermercados e supermercados, situados ao redor dos

estabelecimentos ou em seus estacionamentos.

42

Roteiro Diamante, Roteiro Esmeralda. Rubi e Safira, assim como nos roteiros Nobre e

Real, é o conjunto de tabuletas que cobre as vias de maior fluxo, os centros comerciais regionais e a

região central da cidades proporcionando um cobertura de major abrangência geográfica da cidade

Roteiro Perimetral é o conjunto de tabuletas localizadas nas principais entradas e saídas da

cidade, seus acessos e corredores de ligação e marginais, como, por exemplo, em São Paulo as

marginais pinheiros e tietê. Proporciona cobertura de toda a população flutuante em todos os meios

de transporte: rodoviário, aéreo e ferroviário.

Roteiros Alfa, Beta e Gama, constituem-se em roteiros proporcionais ao número de quadros

de outdoor existentes em toda a cidade. Acompanham a penetração do meio em todas as macro

regiões e proporcionam a campanha uma cobertura de toda a cidade, acompanhando a distribuição

dos quadros e o potencial do meio.

CUSTOS E DESCONTOS ADICIONAIS

- Tabuletas iluminadas, terão acréscimo de 30%

- Tabuletas duplas, triplas e quadruplas, acréscimo de 35% nas tabuletas adicionais (2ª e 4ª), exceto

São Paulo - capital, que tem custos específicos.

43

Fonte: www.shempo.com

- Apliques, (exceto São Paulo - Capital) só serão veiculados apliques acima de 1 metro da moldura

sob consulta. Os apliques com até 3 m2 terão acréscimo de 30% ; de 3 m2 a 7 m2 terão acréscimo de

50% e acima de 7 m2 terão acréscimo de 80% sobre o valor da veiculação, exceto São Paulo -

Capital, cujas condições são especiais.

- Litoral - as cidades litorâneas terão acréscimo de 50% durante os meses de dezembro, janeiro,

fevereiro e julho devido a alta temporada.

- Para a permanência de duas bissemanas sucessivas sem troca de cartazes, terão um desconto de

10% .

- Troca de cartazes dentro da bissemana, acréscimo único de 10%.

44

1.5 TIPOS DE PROPAGANDA QUE SÃO CONFUNDIDOS COM OUTDOOR

Mídia exterior é a denominação genérica dos meios de comunicação que expõem propaganda

ao ar livre. Assim como a mídia impressa inclui meios como revista e jornal; a mídia eletrônica,

rádio, televisão e internet; a mídia exterior engloba diversas formas de veicular mensagens

publicitárias. São muito variadas as formas de se anunciar ao ar livre. A pesquisa de materiais se

multiplica com a tecnologia, gerando vários veículos à disposição dos anunciantes. Muitos deles

conhecidos pelo nome comercial registrado pela empresa que o desenvolveu.

Existe, deste modo, uma série de mídias que são muitas vezes confundidas com outdoor,

vejamos alguns exemplos;

A Fachada, composta por um ou mais painéis, é a apresentação externa das instalações da

empresa, é o primeiro contato do cliente com sua loja ou estabelecimento, tendo como objetivo criar

uma identidade com o consumidor. Harmonia e equilíbrio das tonalidades, proporções corretas,

respeito às cores da marca e o cuidado para evitar excesso de mensagens, devem nortear a confecção

da fachada.

Fonte: : www.visuout.com.br/produtos_fachada

45

O Totem, normalmente trazendo o logotipo da empresa, fica sobre uma estrutura elevada e

quase sempre é iluminado interna ou externamente. Possui em várias dimensões, podendo ser

confeccionados em Back ou Front light, conforme a necessidade do cliente. São indicados para

propagandas com visualização à longa distância.

Fonte: www.atlasvisual.com.br_totem

O Front light é um tipo de mídia exterior de altíssimo impacto visual. Com formatos

avantajados, insere-se com destaque no ambiente dos grandes centros urbanos ou mesmo em trechos

rodoviários, pois possibilita visualização de longa distância.

Consiste em um painel com uma tela em lona impressa aplicada e refletores de iluminação

externos. É uma mídia extremamente versátil e possibilita a criatividade na criação das telas e

apliques, a utilização de uma ou duas faces, a produção de projetos especiais e seqüenciais, em

tamanhos e proporções, realizando assim os mais arrojados e impactantes resultados.

Sua característica de construção, iluminação e formato são os fatores que proporcionam um

dos mais altos índices de recall da categoria, pois impressiona pessoas em grande número, dia e

noite, tornando sua comunicação muito mais eficiente.

46

Fonte: www.visuout.com.br/produtos_frontlight

Já os Back lights são painéis confeccionados com lona translúcida, para uma iluminação com

mais qualidade. Este tipo de letreiro é indicado nos casos de estabelecimentos cuja fachada está

voltada para a rua ou interiores de shoppings e galerias. Trata-se de um painel de estrutura metálica,

sendo fixada em sua parte superior uma caixa metálica com iluminação interna. Considerado uma

ótima forma de divulgação de mídia exterior, valoriza seu anúncio devido ao alto grau de

luminosidade e visualização.

Fonte: www.visuout.com.br/produtos_backlight

47

O Painel Digital é praticamente uma televisão gigante em cruzamentos de grandes avenidas,

o painel digital transmite uma seqüência de animações e comerciais, controlada por computador.

Fonte: Agência África

O Painel tri-faces ou triedro é um produto de exibição de mídia externa ou interna impresso

em vinil adesivo com alternância de mensagens através do movimento. É um equipamento que

dispõe de um motor que gira laminas numa determinada seqüência compondo triedros em linha. É

versátil nas aplicações de mídia, possibilitando inovar na criatividade.

Podemos compor o equipamento com movimento de varias formas, sendo na horizontal ou

vertical e com efeitos como onda, nas laterais para o centro ou o inverso. É uma mídia indicada para

o mais alto nível de recall, pois alia a qualidade do impacto ao movimento. As vantagens de anunciar

em triedros são, garante exclusividade na categoria; pelo movimento, atrai mais a atenção; a

participação do espectador é menos passiva; ideal para comunicações complementares / seqüenciais;

produção e localização sob medida; imbatível quando próximo aos pontos de vendas.

48

Fonte: www.mediamarketing.com.br/portugues/produtos/displays/flextriedro.asp

O Painel Rodoviário é formado por placas de grandes dimensões, que aproveitam o

movimento dos consumidores pelas estradas. Seus contatos normalmente são anuais. Uma mídia de

alta durabilidade que proporciona um forte impacto, sendo ideal para utilização na comunicação

institucional e fixação de marca. Seu formato padrão é de 9m x 3m, mas pode ser adequado a

qualquer outro formato e dimensões. Podem ser confeccionados em chapas metálicas pintados ou

lonados - impressão digital ou traço, iluminados ou não. Normalmente utilizados as margens de

rodovia, leva sua marca a todos os segmentos da sociedade, pois estará exposto 24horas por dia.

Fonte: http://paginas.terra.com.br/servicos/decoracaomoderna/trabalhos.htm

49

A Empena, painel gigante que se adapta às dimensões da lateral de prédios de grande

visibilidade. Impressos em telas laminadas e digitalmente em lona, possui iluminação frontal, são

fixadas em estruturas metálicas nas laterais dos edifícios, conforme a necessidade do cliente e o tipo

de peça desenvolvida. As empenas destacam-se na paisagem das metrópoles pela sua grandiosidade e

beleza, produzindo alto impacto e visibilidade. Todas as empenas seguem rigorosamente as regras e

leis estipuladas pelo governo e órgãos deste segmento, sendo assegurados contra depredação,

defeitos e acidentes de estrutura.

Fonte: www.visuout.com.br/produtos_empena

O Topo é um painel de estrutura metálica que varia de acordo com as possibilidades de

fixação e aplicação. A legislação proíbe que o prédio tenha publicidade no topo e na parede ao

mesmo tempo. Instalados em lajes de edifícios e posicionados estrategicamente, destacam-se pela

sua altura e ótima visibilidade.

50

Fonte: www.shempo.com

Os Relógios / Termômetros, em canteiros de avenidas ou calçadões, disponibiliza espaço

para propaganda acima de um placar digital que indica horário e temperatura do ambiente.

Fonte: www.shempo.com

Os Luminosos são placas de comunicação, cuja iluminação é feita por trás do anúncio.

Tornando a sua comunicação mais visível durante a noite e utilizando a luz para embutir na sua

comunicação mais charme e credibilidade. Feito de néon, normalmente traz o nome da empresa ou

51

seu logotipo. Pode fazer parte da fachada ou estar em paredes e topos de prédios. São confeccionados

em qualquer dimensão e modelo, em impressão digital ou vinil adesivo.

Fonte: www.visuout.com.br/produtos_luminoso

As Placas de Esquina é um espaço que aproveita a utilidade pública da identificação das

ruas, indicando caminhos para lojas ou simplesmente expondo marcas. É um tipo de mídia de baixo

custo e de grande alcance, pois está direcionada a todos os segmentos da sociedade, por estar exposta

24 horas por dia nas ruas da cidade.

Ao mesmo tempo em que destaca a marca da sua empresa, presta um serviço de utilidade

pública, pois também é um veículo de sinalização para a localização de ruas, entre outros.

Fonte: Folder Plamarc

52

O Busdoor é uma mídia elaborada em adesivo de vinil de alta performance com 2,10m de

largura e 1m de altura, aplicado na parte traseira do ônibus. Sua durabilidade é de 8 meses a 1 ano.

Fonte: www.visuout.com.br/produtos_busdoor

Vale a pena lembrar que cada município tem sua própria legislação para regular as diversas

formas de propaganda ao ar livre. Isto possibilita o aparecimento de variações, como a publicidade

em lixeiras, protetores de árvores, abrigos de ônibus e tantas outras, que se somam a estas já

exemplificadas.

1.6 USO DA IMAGEM

Tanto na propaganda como nas artes em geral, cada veículo de comunicação tem sua

linguagem específica. Não é difícil perceber que uma mesma idéia pode e deve ser comunicada das

formas mais diferentes possíveis, dependendo do veículo usado. Como contar, por exemplo, a vida

53

de um personagem histórico? Depende de onde esta história será contada, se na televisão, no cinema,

no rádio ou num livro. Cada veículo irá necessitar de uma linguagem diferenciada. Em propaganda, o

raciocínio é exatamente o mesmo. Como criar uma peça publicitária? Depende de onde ela será

veiculada, se na televisão, no rádio, em revistas, jornais, cinema ou outdoor. E criar para outdoor

requer cuidados e habilidades específicas que todo criador publicitário deve levar em consideração

antes de começar a colocar suas idéias numa folha em branco.

Ninguém pára e fica olhando um outdoor. Quem vê um cartaz publicitário, quase sempre está

em movimento, seja de automóvel, de ônibus ou mesmo a pé. O consumidor senta-se para assistir

televisão, para ler jornais e revistas e para ir ao cinema, mas raramente alguém permanecerá de pé,

durante alguns segundos, em frente a um outdoor, só para vê-lo e entendê-lo. O fato é que o outdoor

eficiente deve comunicar a mensagem de forma extremamente concisa. Rapidez na comunicação é

fundamental.

Existe até mesmo uma tendência no mercado publicitário norte-americano, de que os

criadores desenvolvam o outdoor para a campanha, mesmo que não esteja previsto este tipo de mídia

para o produto em questão, pois criado o outdoor, o restante da campanha é desenvolvido em função

dele, tamanha é a sua capacidade de síntese, o que favorece bastante o resultado final, em termos

criativos.

Sem a pretensão de ditar regras ou prescrever receitas, alguns cuidados básicos são

importantes:

- Utilize tipos de letra de fácil visualização. Evite tipos enrolados, complicados, barrocos,

com muito rococó ou coisas do gênero.

- Quanto ao número máximo de palavras que devem constar num outdoor, não há nada

ortodoxamente definido. David Ogilvy, fundador da Ogilvy & Mather, uma das maiores agências de

54

propaganda do mundo, no livro redação publicitária: sedução pela palavra, defende a tese de que um

outdoor não pode ter mais do que cinco palavras, William Bernbach (da norte-americana DDB, uma

das agências mais criativas de que se tem notícia) é mais condescendente e amplia para oito este

limite. Já Washington Olivetto, da W/Brasil, argumenta que não deve ser colocado nenhum tipo de

limite numérico em relação a este assunto, defendendo a idéia de que uma boa idéia independe do

número de palavras necessárias para externá-la. Nos modernos centros urbanos, com o crescente

número de automóveis, a visualização de um outdoor acontece de forma cada vez mais compulsória,

mas, mesmo assim, alguns cuidados básicos são necessários para que esta visualização se torne ainda

mais eficiente:

- Não conte história. Tente sintetizar ao máximo a idéia e o conceito do produto ou serviço a

ser anunciado, tanto no texto, como no layout.

- Não abuse das informações visuais. Lembre-se que a proliferação de informações visuais

distintas (logotipo, chamada, foto, ilustração, endereço, tarja, etc.) só tende a poluir visualmente o

cartaz e, conseqüentemente, diminuir o seu impacto.

- É importante não apenas sintetizar o número de informações visuais, como também

apresentá-las da forma mais limpa, nítida e legível possível. Ao ilustrar um cartaz, por exemplo, com

um sapato, fica fácil perceber que ele ficará mais fácil de ser compreendido visualmente se ele for

fotografado de perfil, e não de frente. Sendo o outdoor um meio essencialmente visual, ele não pode

deixar dúvidas quanto às imagens selecionadas.

- É conveniente ainda que as cores utilizadas no cartaz apresentem um sensível contraste entre

si. A criação deve se aproveitar do fato de o outdoor estar em exibição também durante a noite, e

levar em conta que letras vermelhas sobre fundo preto poderão dar um resultado pouco satisfatório.

Um bom anúncio é aquele que se destaca.

55

- Em todos os veículos publicitários, o anúncio tenderá a ser mais eficiente, na medida em

que ele se destacar dos demais. Um spot de rádio, colocado no meio de meia dúzia de outros, deve ter

elementos que o façam sobressair dos demais e chamar a atenção para sua audição. Da mesma forma,

um pequeno anúncio de jornal ou revista deve se sobressair numa página, onde é veiculado ao lado

de vários outros, e assim sucessivamente com todos os meios de comunicação. Num outdoor, a

"concorrência", por assim dizer, é maior. Um anúncio de outdoor deve se sobressair não somente dos

outros outdoors colocados ao seu lado, como também dos prédios, das ruas, sinais de trânsito, placas

diversas, automóveis, postes, fios elétricos, do próprio céu.

Contrariamente aos demais veículos, o outdoor só veicula propaganda. Poucas pessoas ligam

a TV, compram jornais e revistas com a finalidade principal de ver os anúncios. No outdoor, não há

nada além dos anúncios para se ver, motivo pelo qual a criação deve realizar todos os esforços para

ser a mais atraente possível.

Há alguns anos dizia-se que o outdoor não era um veículo adequado à propaganda de bebidas

em função de sua horizontalidade (e as garrafas são verticais). Esta tese vigorou até o momento em

que ótimas criações foram desenvolvidas para a Caninha Pirassununga 51, que usavam e abusavam

desta mesma horizontalidade.

Fonte: Central de Outdoor

56

De uma forma geral, os produtos menos adequados à utilização do outdoor seriam aqueles

que necessitassem de maiores explicações e argumentações, ingredientes que, como já vimos, não

fazem parte de uma boa receita de outdoor. Nestes casos, o outdoor é mais indicado como sendo um

dos veículos da campanha, onde se supõe a existência de outros meios destinados à explicação do

produto propriamente dito. Exemplificando: é viável um outdoor onde conste o logotipo e o slogan

de um empreendimento imobiliário, desde que existam outros veículos como o jornal, por exemplo,

mostrando a planta, condições de pagamento, mapa de localização etc. Sobre este assunto, Roberto

Duailibi, da DPZ, é taxativo: "Na minha opinião, todo e qualquer produto pode ser anunciado em

outdoor" (Central de Outdoor).

Como para qualquer outro veículo, a criação para o outdoor deve ser específica, sendo

desaconselhável que a peça em outdoor seja uma pura e simples adaptação de um outro anúncio já

criado, para a mesma campanha, mas para um veículo diferente. Ou seja, dificilmente os resultados

são positivos quando se transpõe para o outdoor o mesmo layout e a mesma ilustração que foram

utilizados. É uma simples questão de linguagem: a melhor peça teatral do mundo ficaria sofrível se

fosse simplesmente filmada e transposta diretamente para o cinema, sem adaptações. Isto não

significa, porém, que a peça em outdoor não deva estar, tanto na forma como no conteúdo, integrada

ao resto da campanha. É certo que todas as peças da campanha devem trabalhar em conjunto, como

um todo, mas sempre respeitando a individualidade da linguagem de cada veículo.

Além disso, é preciso considerar que o outdoor tende a dar melhores resultados quando é

criado em conjunto com toda a campanha, e não quando apenas se torna um remendo das demais

peças já criadas.

57

1.7 COMO, ONDE, QUANDO, E POR QUE UTILIZAR O OUTDOOR

Como tudo em propaganda, não há regras definidas quanto à utilização ou não-utilização do

outdoor numa campanha publicitária. Existem apenas tendências.

Os planejadores de propaganda concordam que o outdoor é um meio praticamente

indispensável nos casos em que o impacto seja absolutamente necessário, como, por exemplo, para o

lançamento de novos produtos.

Tradicionalmente, inclusive, esta tem sido uma das grandes utilizações do outdoor. O que não

significa que o meio não seja recomendável para campanhas de sustentação. Afinal, as sustentações

também necessitam de impacto, e agilidade. No decorrer do tempo, foi criado um mito de que o

outdoor seria um meio indicado especificamente para campanhas de lançamento, mito este que não

encontra fundamentos na realidade. Seria até irônico imaginar que o público, ao ver os cartazes na

rua, ficasse dividindo as campanhas em "lançamento" e "sustentação".

A prática já provou que há casos muito bem-sucedidos de anunciantes que se utilizaram o

outdoor não só para lançamentos de produtos e sustentação de mensagem, mas também para várias

outras finalidades de marketing, como, por exemplo, fixação de marca, campanhas de varejo,

comunitárias, sociais, de utilidades públicas, cívicas e políticas.

Sobre algumas características dessa categoria de mídia, podemos citar a maleabilidade, pois

pode ser utilizada para cobrir extensas regiões ou apenas uma cidade ou bairro, sua ação rápida e

continua, ninguém desliga o outdoor, daí sua constância, além disso, ele está disponível ao mar de

pessoas que se deslocam pelas ruas diariamente, o impacto, devido suas dimensões e uso de cor,

fotos e ilustrações que causam forte impressão, a memorização, normalmente passamos todos os

58

dias por vários exemplares da mesma peça, o que facilita a fixação da mensagem e para finalizar a

simplicidade, por tratar-se de uma mensagem bastante breve e concisa, é de entendimento rápido e

fácil.

A experiência também já demonstrou não existir o "anunciante ideal" para o outdoor. Nas

relações de clientes das exibidoras de outdoor encontram-se, com freqüência, os nomes mais

variados, desde grandes empresas multinacionais até pequenos comércios locais que se beneficiam

com a possibilidade de segmentação da colagem. A rigor, não existem fórmulas prontas. Cada

problema de marketing deve ser analisado separadamente, levando em conta variáveis como produto,

público alvo, distribuição, área de atuação do cliente, momento econômico e, claro, a verba

disponível.

1.9 A PUBLICIDADE X OUTDOOR

O discurso publicitário deve ser tão curto quanto permitir a natureza do que se veicula, pois

para criar para outdoor, o publicitário precisa ter em mente que a síntese é o principio fundamental

para o sucesso a veiculação nesse meio, já que deve ser lido, decodificado e compreendido

rapidamente, textos longos, pouco comunicativos afugentam a atenção do leitor.

Quanto ao conteúdo, o discurso lança mão de uma série de artifícios de persuasão, quase

todos psicológicos, tais como, afagar o ego do leitor, envolvê-lo emocionalmente, buscar a sua

simpatia fazê-lo identificar-se com o apelo, fazê-lo crer que sua adesão ao apelo o torna superior em

status, qualificação, etc.

59

Para ser persuasiva, a linguagem publicitária deve buscar intimidade com o público. Deve,

portanto, ser coloquial, simples, pessoal e informal. O receptor é tratado por “você”. Na linguagem

publicitária aproveitam-se modismos, até gírias, sempre na busca da intimidade.

Apenas este dado já seria suficiente para provar que o outdoor é uma mídia muito específica

em relação às demais, mas o veículo ainda possui outras particularidades que devem ser levadas em

conta na hora da elaboração de um plano de mídia:

TV e outdoor - O outdoor penetra em áreas onde a veiculação em televisão não é adequada,

reforçando a campanha. O impacto visual proporcionado pelo outdoor explica a imagem transmitida

pela TV, incrementando a freqüência da mensagem.

Rádio e outdoor - Se, como dizem, o rádio é o teatro da mente, o outdoor fornece à

mensagem radiofônica uma poderosa associação gráfica visual. Combinando as significativas

qualidades de alcance e freqüência de ambos os meios, a eficiência da campanha fica multiplicada.

Revista e outdoor - O alcance seletivo da revista é excelente, mas freqüência é limitada. O

outdoor incrementa significativamente a freqüência, dentro de uma audiência segmentada precisa. E

adiciona também uma espécie de "sabor do local" junto aos pontos de venda do produto ou serviço.

Os avanços tecnológicos da produção gráfica possibilitam ao outdoor comunicar sua

mensagem com a mesma qualidade da revista.

Jornal e outdoor - A imagem gráfica do outdoor, combina com o jornal, gera um audacioso

impacto visual, que se soma aos benefícios das explanações detalhadas. O outdoor direciona o

consumidor ao anúncio de jornal.

Concluindo este capítulo, consideramos que o outdoor é mídia por natureza. Enquanto nos

demais veículos de comunicação, a propaganda é um suporte financeiro inserido dentro de um

contexto editorial, no outdoor ela é tudo: razão de existência do próprio meio. Uma emissora de rádio

60

ou TV, um jornal, uma revista ou um cinema podem sobreviver sem publicidade. O outdoor não; ele

é a própria propaganda em si. Apenas este dado já seria suficiente para provar que o outdoor é uma

mídia muito específica em relação às demais.

Para melhor compreender esta mídia, faz-se necessária uma análise da era industrial,

acompanhando o seu desenvolvimento até a época atual, com conseqüente valorização da atividade

publicitária e seus meios de persuasão, como veremos no capítulo seguinte.

61

CAPÍTULO II

62

2.1 A ERA INDUSTRIAL E A PROPAGANDA.

No seu início, na década de 50, a publicidade tentava convencer basicamente pelo apelo

informativo, descrevendo os atributos e qualidades do produto de maneira objetiva e racional e

baseando-se no produto, como podemos observar na ilustração:

Fonte: Central de Outdoor

Segundo SANT’ANNA (1998), embora a propaganda seja uma atividade bastante antiga, ela

é tida como um fenômeno resultante da era industrial. Mesmo em tempos mais recentes, a

propaganda não possuía os recursos de motivação e persuasão que hoje a identificam.

63

A produção em larga escala, que se iniciou com a Revolução Industrial, gerou um tipo

diferenciado de comunicação publicitária, que vai além da informação e chega até uma área mais

complexa e sofisticada: a motivação.

A Revolução Industrial trouxe, além da concentração de população nos grandes centros

urbanos, uma concentração de indústrias em determinadas regiões e um forte desenvolvimento dos

transportes. Em decorrência disso, houve, como conseqüências principais, um desenvolvimento ainda

maior da industrialização; redução dos fretes e aumento da demanda por decorrência do consumo e

da produção; a dependência de um intercâmbio econômico internacional e a especialização da

produção que, por sua vez, levou à divisão do mundo em países e blocos industrializados,

desenvolvidos, e países e blocos fornecedores de matéria-prima, subdesenvolvidos.

Ainda para SANT’ANNA (1998), a propaganda ligada ao mundo dos negócios, a chamada

propaganda comercial, da qual sentimos os efeitos, teve origem em dois fatores que se interligam: o

aperfeiçoamento dos meios físicos de comunicação e o aumento da produção industrial como o

aperfeiçoamento tecnológico.

A propaganda passou então a aprimorar suas técnicas de persuasão para poder induziras

grandes massas a aceitar e consumir produtos que não correspondessem apenas à satisfação de suas

necessidades básicas (SANT’ANNA, 1998). Como visto no exemplo da figura X que, conforme

segue, o anúncio não explorou apenas o produto, mas sim suas características subliminares, o que o

produto poderá proporcionar as pessoas, um corpo mais esbelto e curvilíneo, o sonho de qualquer

mulher e a valorização de seu patrimônio, o corpo e subseqüentemente o patrimônio econômico, pois

ela não precisará investir em plásticas ou outras manobras afortunadas para manter e valorizar seu

corpo.

64

Fonte: Central de Outdoor

Com a Revolução Industrial, temos o início da formação de uma sociedade capitalista, ligada

à produção e ao consumo de produtos industrializados, produzidos em série e em grande escala.

SANT’ANNA (1998) afirma:

Antes do impetuoso avanço da tecnologia, as fábricas se limitavam a produzir aquilo que o consumidor realmente necessitava e estava em condições de adquirir. Com o avanço da produção em massa para um mercado que já superava a fase de consumir apenas o essencial, viram-se os industriais forçados a encontrar meios rápidos de escoar o excesso de produção de máquinas cada vez mais aperfeiçoadas e velozes. E o meio encontrado foi à propaganda. Esta deixou de ser um simples instrumento de venda para se transformar num fator econômico e social dos mais relevantes. (pg. 45)

A produção em série passou a colocar no mercado centenas de produtos novos e

padronizados, o que fez com que fosse insuficiente apresentá-los de maneira objetiva. Passou a ser

necessário seduzir o consumidor, despertar desejos para levá-lo ao ato da compra.

Houve, portanto, um deslocamento da mensagem publicitária, que deixa de visar o produto e

passa a focar-se no consumidor e em suas vontades não expressas. A propaganda passa a representar

o produto, a posicioná-lo na mente do consumidor. Isso é muito mais complexo e sofisticado do que

simplesmente relatar uma série de pontos positivos do produto e suas vantagens reais.

65

Segundo FERRÉS (1998), há algum tempo que a publicidade uniu-se à psicologia para

desenvolver mensagens que visam captar aspectos emotivos do público, jogando com seus medos,

culpas, ansiedades e desejos, para obterem respostas positivas para o produto anunciado.

Dessa forma, o consumidor depara-se na publicidade com uma projeção dele mesmo. E os

próprios objetos anunciados são nossas projeções, já que se pretende que estes se transformem em

prolongamentos de nós mesmos.

FERRÉS (1998) afirma que a maioria dos produtos é adquirida não para a satisfação de

necessidades físicas, mas sim emotivas e psicológicas. Afirma ainda que geralmente isto é “criado

artificialmente”. Neste ponto podemos contestar perguntando o que hoje se configura como

necessidade real ou artificial e até que ponto a publicidade pode verdadeiramente gerar necessidades

ou só aproveitar necessidades latentes das pessoas e as despertar (CABRAL, 1990). Em apoio a essa

idéia, podemos citar CARVALHO (1996):

A função persuasiva da linguagem publicitária consiste em tentar mudar a atitude do receptor. Para isso, ao elaborar o texto o publicitário leva em conta o receptor ideal da mensagem, ou seja, o público para o qual a mensagem está sendo criada. O vocabulário é escolhido no registro referente a seus usos. Tomando por base o vazio interior de cada ser humano, a mensagem faz ver que falta algo para completar a pessoa: prestígio, amor, sucesso, lazer, vitória. Para completar esse vazio, utiliza palavras adequadas, que despertam o desejo de ser feliz, natural de cada ser. Por meio das palavras, o receptor “descobre” o que lhe faltava... (1996, p.19).

De todo modo, é claro que para vender mais o produto, a publicidade é muito mais emotiva,

para ser mais persuasiva, do que objetiva ou racional. O “posicionamento” domina totalmente o

cenário atual da propaganda. O posicionamento é a busca por um espaço, uma colocação para o

produto dentro da mente das pessoas ou do público-alvo do produto.

Para ALL RIES e JACK TROUT (2001), o conceito de posicionamento (no original

“positioning”) emerge de três fatores: o aumento do número de produtos similares que disputam os

66

mesmos consumidores oferecendo basicamente os mesmos benefícios, sem grandes e decisivos

diferenciais tecnológicos e tangíveis; o imenso volume, a verdadeira enxurrada de informações e de

propaganda que recebe diariamente o consumidor; e a incapacidade do ser humano de assimilar e

processar tamanho número de produtos ou marcas. Em síntese, o consumidor não consegue absorver

toda a quantidade de informação e de propaganda que o cerca, tornando-se necessário, posicionar o

produto ou marca num lugar único na mente das pessoas, CARRASCOZA afirma que:

Hoje, não há dúvida entre os estudiosos da comunicação de que a publicidade é um exemplo notável de discurso persuasivo, com a finalidade de chamar a atenção do público para as qualidades deste ou daquele produto / serviço, ou de uma marca em caso de campanhas corporativas. Seu objetivo preclaro não é apenas informar, mas informar e persuadir... (1999, p. 18).

Dentro dessa visão, os produtos são mais do que produtos. São imagens de seus próprios

consumidores. Trabalha-se com estratégias associativas, confere-se personalidade aos produtos

mediante a transferência de valores do contexto. É a emoção a serviço da sedução. O posicionamento

vincula necessidades do consumidor à personalidade do produto por meio de contextos associativos,

como vemos na figura X, a imagem da peça apenas explora a logomarca do veículo Audi. Sua

imagem já está implícita na mente do consumidor como um veículo de prestigio e status.

Fonte: Central de Outdoor

67

Na verdade, hoje, consome-se símbolos e não produtos. Buscam-se produtos pelo que eles

simbolizam. Dá-se personalidade ao produto para que o consumidor assuma personalidade através

dele (produto). Esse simbolismo não é artificial, pois está dentro das pessoas.

Na propaganda, além do produto em si, temos hoje a crescente importância da marca. E as

marcas são emocionais, são afetivas. O maior patrimônio de uma empresa é a sua marca. É ela que

comunica, que serve de “guarda-chuva” para uma série de produtos. O prestígio da marca e seu

posicionamento na mente dos consumidores são essenciais para o sucesso comercial de produtos e

serviços.

A transferência do prestígio de personalidades famosas às marcas é também uma estratégia

largamente utilizada pela publicidade. Evidentemente que, cada vez mais, a personalidade deve ter

um perfil adequado à marca que vai comunicar. Isso é essencial, pois o público pode detectar

erradamente a proposta do produto. Como no caso da figura X o humorista Renato Aragão – Didi,

usa seu famoso jargão para anunciar a poupança BCN criando um vínculo com o consumidor.

Fonte: Central de Outdoor

68

Dentro desse panorama, PERELMAN (1996) afirma que todo discurso parte de alguém, e é

dirigido para alguém, além de procurar, mesmo que em níveis mais ou menos elevados, convencer,

ou persuadir. E traça uma clara distinção entre convencer e persuadir. O discurso que pretende

convencer é dirigido à razão, ligando-se ao raciocínio lógico e utilizando-se de provas objetivas. Já o

discurso que almeja persuadir tem caráter ideológico, subjetivo, liga-se às vontades, desejos e

sentimentos do interlocutor.

2.2 O RACIOCÍNIO CRIATIVO

A maioria das mensagens publicitárias cria e exibe o que seria um mundo perfeito e ideal.

Essa mensagem, contudo, não se limita ao mundo dos sonhos. Ela concilia o princípio do prazer com

o da realidade, e indica o que deve ser usado ou comprado.

Por outro lado, é claro que todo indivíduo possui seus referenciais, sua bagagem cultural, um

repertório de experiências e vivências ligadas a seu meio e momento histórico. E será sobre esta

experiência individual que o trabalho do publicitário incidirá apresentando opções de escolha entre

um e outro serviço, entre um e outro produto para que o consumidor, projetando seus desejos

intrínsecos e usando sua capacidade de discernimento, faça sua opção.

Nenhum produtor deseja ver sua mensagem perdida, e toda peça publicitária quer obter um

elevado grau de persuasão, já que pretende ter como conseqüência uma ação, o ato de consumo.

(CARRASCOZA, 1999).

No seu trabalho; o publicitário é confrontado com o desafio de rentabilizar ao máximo cada

centavo aplicado na atividade pela qual é responsável. Como membro da sociedade, o publicitário é

69

formador de opinião, o que aumenta sua responsabilidade. Deve agir e induzir, eticamente, ajudando

a vender serviços que satisfaçam às necessidades do consumidor, embora nem sempre isso aconteça.

Ainda segundo CARRASCOZA (1999), o padrão criado nos anos 60 tem seu uso

intensificado nos anos 70 e 80, com o departamento de criação das agências de propaganda,

aperfeiçoando a interação imagem-texto. Os anos 90 podem ser considerados o apogeu criativo da

propaganda brasileira, com a conquista de inúmeros prêmios internacionais e um direcionamento dos

textos publicitários ainda maior para a informalidade, para “a conversa com o consumidor”.

Para reforçar ainda mais essa idéia podemos nos apoiar em CARVALHO (1996) que afirma -

muito embora não faça uma clara distinção entre convencer e persuadir – que quando tratamos de

analisar a linguagem publicitária quase sempre tratamos de manipulação e que devemos atentar para

o fato da publicidade usar recursos estilísticos e argumentativos da linguagem cotidiana, pois essa

também está voltada para manipular e informar. Como por exemplo, no outdoor a Dunkin`Donuts

faz uma referência satírica a um dos males das ruas da cidade de São Paulo:

Fonte: Central de Outdoor

Em propaganda, o produtor do texto irá usar e dispor de forma racional e intencional dos

elementos necessários à persuasão do interlocutor, mas o efeito que se pretende obter é emotivo,

70

subjetivo. Em outras palavras, a informação é manipulada tecnicamente, mas o produto textual (o

texto) visa à sedução.

A autora CARVALHO (1996), ainda analisa esses aspectos do ponto de vista da cultura, que

ela define como uma continuidade entre as culturas erudita e cotidiana, o que se aproxima de nosso

conceito de “repertório”, entendendo as palavras a partir de seu valor cultural. Em seguida trabalha

com a idéia feita intencionalmente com o objetivo de seduzir, mostrando que as escolhas das

palavras estão ligadas à cultura, ao repertório do enunciador e do interlocutor, afirmando:

A língua convém reiterar, é carregada de cultura em todos os níveis (fonológico, morfológico, sintático e lexical e até mesmo nos gestos e na mímica que reforçam a mensagem). Mas é o vocabulário (as palavras) que carrega consigo a maior carga cultural, a cultura comportamental comum. (p. 97)

A esta altura, podemos afirmar que não há comunicação publicitária sem efeitos persuasivos;

isso é feito intencionalmente e de maneira estruturada e planejada, o que acarreta, então, o caráter

eminentemente dialógico da mensagem publicitária.

Refletir sobre o raciocínio, seus mecanismos e suas conseqüências resultaria em uma

incidência na questão dos resultados psicológicos, sociais e de consumo que determinado produto

poderia despertar. ORLANDI (1996, p.101), escreve que não é só quem escreve que significa: quem

lê também reproduz sentidos. Diante da afirmação, é preciso se preocupar com o poder de

interpretação do leitor, do público, do receptor das mensagens publicitárias. Nesse caso, é preciso

conhecer as limitações socioculturais do target.

O publicitário viabiliza, através da persuasão, criatividade e conseqüente adesão, o consumo

de serviços, produtos e marcas. Desenvolve na mente da massa conceitos, valores e ideologias,

muitas vezes fazendo de bens supérfluos, gêneros de primeira necessidade. Partindo-se do

71

pressuposto de que todo discurso é dialógico, temos sempre um receptor, alvo da ação persuasiva do

emissor, incentivado a consumir para marcar seu lugar na sociedade de consumo. Nessa fase, a

publicidade direciona, portanto, os interesses e desejos de todos nós, possíveis consumidores, que

pretendemos usufruir e partilhar dos prazeres proporcionados pelos diversos serviços anunciados.

A mídia anuncia e todos os consumidores sentem-se no direito de consumir. Percebe-se então

a simulação de um igualitarismo aparente na busca pelo controle social. Portanto, é imprescindível

que se conheçam os princípios fundamentais da psicologia do consumidor, os valores culturais e

antropológicos, os símbolos sociais e as tendências de mercado do meio em que se insere. Assim,

num país de clima quente, como o nosso, o ar-condicionado tornou-se primeiramente um objeto de

desejo, depois, um eletrodoméstico necessário e altamente consumido, tornando-se

conseqüentemente um símbolo de bem-estar que serve de aval para um outro produto, mais modesto,

mas que também minora os efeitos do calor:

Fonte: Central de Outdoor

É sabido que as mídias poluem o cenário de consumo com as mais diversas propostas de

serviços que, teoricamente, prometem atributos similares. Na categoria banco, o mercado conta com

uma gama significativa de empresas, com os mesmos ingredientes e que proporcionam benefícios

72

semelhantes. Portanto, a necessidade de se diferenciar frente à concorrência é fundamental e impõe

às empresas o compromisso de agregar valores de fácil comprovação aos serviços que comercializa.

Um duplo desafio: encontrar diferenciais racionais ou emocionais capazes de envolver o

público alvo e despertar a certeza de estarem optando por um serviço de qualidade comprovada, que

atenda aos seus anseios. Porém, é preciso pesquisar o grau de conhecimento que o consumidor possui

do serviço, quais suas expectativas e como atingi-lo de modo criativo e inteligente. É preciso

direcionar estratégias a pessoas e suas necessidades.

Na campanha do Banco Itaú era preciso utilizar símbolos que realmente compusessem o

repertório cultural dos grupos focados para que, quando vissem a mensagem, se identificassem com o

serviço e a marca, participando do processo de produção dos sentidos, que se encontra no modo de

relação entre o que é dito, o que é visto e o que é compreendido.

É nesse momento que o consumidor armazena, inconscientemente, a marca ou produto

anunciado, seja através de um ícone visual, de um bordão ou frase de efeito, ou qualquer outro

elemento comunicativo. Esse consumidor pode não necessitar da compra do serviço, mas certamente,

quando surgir à necessidade, lembrar-se-á do serviço e efetuará a sua aquisição. Evidencia-se a

importância de uma comunicação coesa, clara, persuasiva e criativa por meio do veículo de

comunicação.

2.3 O TEXTO PUBLICITÁRIO

O discurso publicitário, em geral, tem como principal objetivo captar a atenção do receptor

para a mensagem e fazer com que esta permaneça na sua memória, podendo eventualmente

73

influenciá-lo quando da escolha de determinado produto ou serviço. Assim, o máximo de informação

é condensado no mínimo espaço possível. Uma das estratégias lingüísticas mais utilizadas quer na

condensação de significados, quer na captação da atenção do receptor, decorre da construção de

jogos de palavras. Neste âmbito, o limite é a imaginação, e todos os tipos de figuras de linguagem

encontram exemplos abundantes no texto publicitário. Desse modo, veja-se o uso de palavras, rituais

usados na cerimônia de casamento católico, uma situação solene, parodiada na situação comum de

escolha de um celular. O elo de ligação surge do fato do celular ser feito justamente para falar,

ficando, subliminarmente, a idéia de que um celular Nokia é “para sempre”.

Fonte: Central de Outdoor

Em termos de linguagem, pode-se dizer que a publicidade e a propaganda configuram um

universo de discurso persuasivo que se combina com o discurso sedutor (mágico, religioso), sendo

regido por uma estrutura de poder da ordem modal do querer. É uma vontade de ter ou ser algo a

partir de um bem de consumo.

O texto publicitário é construído em função do ouvinte ou do leitor virtual. Para que a

propaganda possa persuadir melhor o público ela é, geralmente, formada por um texto

cuidadosamente selecionado em seus componentes lingüísticos e, na maioria das vezes, em seus

componentes visuais. Palavra e imagem são fundamentais para a prática persuasiva desse tipo de

74

texto em que, até o verbal se faz imagem. Os atos discursivos procuram não só informar, como

também modificar comportamentos.

O público consome produtos, bem como se utiliza serviços, conceitos, idéias e modelos de

comportamento. Ele é seduzido por uma espécie de romance preparado para satisfazer suas

expectativas já existentes, quando muito re-elaboradas, reapresentadas.

As premissas para a comunicação estão se alterando, rapidamente, nos últimos tempos.

Devido à grande competitividade, os anúncios precisaram parecer mais com seu consumidor, o poder

mudou de mão, não é mais a empresa quem decide. A diferença é feita quando se fala a língua e usa

o contexto do consumidor, leitor virtual. Fica clara a concepção de linguagem vinculada à dinâmica

da vida social, em que os sentidos das palavras se vinculam às ações humanas. Logo, toda relação

que o indivíduo terá com a linguagem passará forçosamente pelo discurso.

O leitor virtual posiciona-se diante do texto publicitário, de acordo com seus interesses

pessoais, com a sua visão de mundo. Esse leitor faz as leituras a partir de premissas pré-construídas

pelo seu senso comum, pouco consciente dessas operações, feitas na vida cotidiana mecanicamente e

por hábitos cotidianos.

2.4 CONHECENDO O CONSUMIDOR

O principal propósito da publicidade é satisfazer as necessidades e os desejos dos

consumidores e, assim sendo, conhecer as pessoas, suas necessidades, seus desejos, e seus hábitos

torna-se indispensável para a eficácia da recepção da mensagem pelo consumidor.

Entender o comportamento do público envolve diversas áreas do conhecimento, como

psicologia, sociologia, religião, economia, entre outras, pois, antes de tudo, ele é um ser humano.

75

Analisar e compreender os diversos fatores que influenciam as pessoas em suas decisões de compra

são, pois, atividades desafiadoras para os publicitários.

Tudo o que as empresas fazem gira em torno da satisfação de seus clientes é o foco de todos

os seus negócios. Já diz o dito popular “O consumidor é rei”, e às empresas competem para

conquistá-lo, não poupando esforços. PETER DRUCKER (1998), apud. Comportamento do

Consumidor (2005), considera que o propósito de todo negócio é servir ao cliente. Sem ele, não há

razão para uma empresa existir. Assim, conhecer os mecanismos internos que levam o consumidor à

decisão de compra é, pois, atividade estratégica para as empresas no desenvolvimento e fornecimento

de bens e serviços oportunos, garantindo a conquista e a manutenção de clientes.

O perfil, as características, as motivações e os interesses do consumidor, sofrem todo o tipo

de influência. Desde aspectos sociais, demográficos, culturais, psicológicos e situacionais, até mesmo

os estímulos de uma publicidade bem elaborada afetam e impulsionam as atitudes e ações dos

indivíduos e suas decisões de compra.

Necessidades humanas fazem parte destas decisões e desejos. A mais conhecida abordagem

sobre como as necessidades motivam o comportamento humano foi desenvolvida pelo psicólogo

Abrham Maslow em 1970. Pioneiro no estudo da motivação humana, com base em experimentos

científicos com centenas de pessoas voluntárias, ele concebeu uma descrição útil e organizada de

como o comportamento humano movimenta-se por meio de uma hierarquia de importância e de

influência, numa pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais baixas (necessidades

fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização).

Essas necessidades, universais e comuns a todos os seres humanos em determinadas épocas e

situações, foram organizadas em cinco categorias, ordenadas da mais urgente para a menos urgente,

em uma escala piramidal de importância. Essa ordenação hierárquica parte do pressuposto de que o

76

individuo ascenderá na pirâmide à medida que for satisfazendo as necessidades do nível anterior na

escala. Por exemplo, um consumidor não conseguirá pensar em resolver suas necessidades de nível

superior, como estima, reconhecimento e auto-realização, enquanto não estiver com suas

necessidades fisiológicas, como fome e sede, plenamente satisfeitas.

Os motivos comuns a todas as pessoas foram tipificados por Maslow, 1970 e cinco categorias

de necessidades, descritas a seguir:

A primeira é a necessidade Fisiológica, que constitui a sobrevivência do indivíduo e a

preservação da espécie como alimentação, sono, repouso, abrigo, etc. São as mais fundamentais para

sustentar a vida humana. Depois temos a necessidade de Segurança, que constitui-se na busca de

proteção contra a ameaça ou privação, Leva a pessoa a proteger-se de qualquer perigo, seja ele real

ou imaginário. Incluem ordem, estabilidade, controle sobre a vida (saúde, por exemplo) e sobre o

ambiente. A terceira necessidade é a Social, que inclui a necessidade de associação, de participação,

no sentido de pertencer a um grupo, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade,

de afeto e amor. Refere-se à necessidade de afeto das pessoas que consideramos. Logo após nos

deparamos com a necessidade de reconhecimento, da Estima que envolve a auto-apreciação, a

autoconfiança, a necessidade de aprovação social, de status, prestígio e consideração, além de desejo

de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. Por fim a Auto

Realização, a mais elevada necessidade, é o desejo de um individuo de satisfazer todo o seu

potencial e alcançar tudo o que ele pode se tornar, no âmbito do ser ou do ter.

A Teoria de Maslow possibilita nos compreender os fatores psicológicos que interferem em

todo processo de compra, desde o reconhecimento de uma necessidade até a decisão e avaliação no

pós-compra. A comunicação publicitária deve despertar a necessidade e o reconhecimento como

soluções gerando assim a motivação e a interação entre produto e consumidor.

77

De acordo com o quadro a seguir, relacionam-se algumas mensagens publicitárias que podem

remeter ao estudo de necessidades humanas:

Necessidades Produtos Mensagens Publicitárias

Fisiológicas Alimento,

Remédios...

“Realmente, mata a sede!” (Gatorade)

“Tomou Doril, a dor sumiu” (Doril)

Segurança Seguros,

Investimentos...

“Potencia não é nada sem controle” (Pirelli)

“Porque a vida é agora” (Visa)

Sociais Vestuário,

Bancos...

“Os líderes vestem” (Hugo Boss)

“O banco da sua vida” (Banco Real)

Estima Cosméticos

Carros...

“Bem estar bem” (Natura)

“Deixe um Ford surpreender você” (Ford)

Auto-Realização Viagens

Bens de luxo

“A onda é ser feliz agora” (Beach Park)

“A Arte de escrever” (Montblanc)

Quadro: As necessidades humanas e os apelos de marketing, pg 105

Para LEWIS E BRIDGES (2004) em Comportamento do Consumidor, Conceitos e Casos, o

novo consumidor possui as seguintes características: individualista, envolvido, independente e

informado.

O excesso de informação e o baixo índice de disponibilidade têm ocasionado uma atenção

menos concentrada nas pessoas. Vivemos num mundo mais visual, onde as habilidades perceptivas

têm se condicionado, sobretudo por imagens simples e rápidas.

78

O novo consumidor exige novas atitudes e novas posturas do profissional de publicidade,

para conquistar e fidelizar o novo consumidor. A gestão mercadológica e o relacionamento com o

consumidor tendem a ser reinventado, continuamente, para acompanhar as mudanças e as

transformações, sob pena de se tornarem desatualizados e ineficazes. Assim, entre os principais

desafios do profissional de publicidade do século XXI estão a flexibilidade, a atualização e a

capacidade de antecipação para compreender intimamente a evolução permanente do consumidor e

satisfazer suas novas necessidades e desejos.

Desejos são as formas que as necessidades humanas assumem quando são particularizadas

por determinada cultura e pela personalidade do indivíduo. (KOTLER, 2000). Um jovem paulistano

precisa comer, mas deseja hambúrguer com batatas fritas e refrigerante; um baiano da mesma idade,

por outro lado, deseja moqueca de camarão; já o jovem gaúcho precisa comer, mas deseja churrasco.

Os desejos são compartilhados por um grupo social ou comunidade com base nas influências

socioculturais e psicológicas daquele ambiente. Na publicidade é importante converter as

necessidades em desejos ao destacar os benefícios dos produtos e serviços ofertados.

Os atributos de uma marca sejam racionais ou emocionais, ou seu posicionamento na mente

do consumidor (por meio de efetiva comunicação que enfatiza os diferenciais competitivos do

produto perante os concorrentes) pode também oferecer forte influência na decisão de compra. Ao

conhecer em profundidade as necessidades, motivação e preferência dos consumidores, o publicitário

poderá desenvolver mensagens mais apropriadas aos interesses do público-alvo, agregando-lhes

atributos e características que este valoriza. Além disso, o profissional de publicidade poderá

escolher os meios de comunicação mais eficazes para promover suas mensagens mais

pertinentemente, bem como estabelecer canais de relacionamento com os clientes.

79

O mercado pode ser fracionado de acordo com critérios variáveis, em função das

características relevantes as pessoas, grupos ou organizações que o compõe: segmentação,

geográfica, demográfica (por idade, sexo, renda, etnia), psicográfica (personalidade, motivação e

estilo de vida), por benefícios e por taxa de uso (quantidade comprada de um produto).

Uma das fontes mais poderosas de persuasão sobre o comportamento do consumidor é o

grupo (ou grupos) de referência de que ele faz parte; em Comportamento do consumidor, conceitos e

casos, os autores afirmam:

Grupo de referência: grupo com o qual o individuo se identifica e serve como ponto de comparação ou referência para formação geral ou específica de valores, atitudes ou comportamento, ditando-lhe um determinado padrão (p 71. )

O conceito de grupo de referência é amplo e pode incluir indivíduos e instituições, sejam reais

ou imaginárias, aos quais uma pessoa recorre para orientar seu próprio comportamento.

No âmbito da publicidade, o conhecimento da teoria dos grupos de referência pode ter uma

grande utilidade; por meio da influência, os consumidores podem substituir as informações objetivas

do produto ou serviço, pelas informações do grupo de referência, se o grupo de pessoas estão usando

o produto e dele obtendo satisfação; o consumidor poderá então basear nesta informação para sua

tomada de decisão.

2.5 EXEMPLOS DE CAMPANHAS FEITAS SOB MEDIDA

A busca por uma aproximação, cada vez maior, entre empresas e seus clientes sejam, eles

consumidores individuais ou outras organizações, não é recente. Desde meados do século XX, as

empresas privilegiam as necessidades e expectativas dos clientes para então projetar a

80

organização e os bens e serviços de modo a atendê-los. Um exemplo claro é o movimento pela

qualidade, que se espalhou pelo mundo a partir dos anos 60-70 e teve bastante força no Brasil

nos anos 80-90.

Essa nova conformação, altamente dinâmica, tem obrigado as organizações a reverem suas

estratégias de manutenção das relações comercias e da competição, conduzindo a um novo padrão de

medida de eficiência. Enquanto a medida do sucesso dos programas de marketing tradicional é o

aumento da participação no mercado medido por categoria de produto, uma de cada vez, os

programas one to one têm seu sucesso medido em termos da participação do cliente medindo cliente

a cliente.

Para PEPPERS E ROGERS, o processo de implementação de um programa de marketing one

to one pode ser pensado como uma série de quatro passos básicos: identifique seus clientes;

diferencie seus clientes; interaja com seus clientes; personalize.

Um fator fundamental no marketing individualizado é a capacidade em identificar a

ocorrência de eventos que determinam mudanças nas necessidades dos consumidores, participando,

assim, mais ativamente da vida de cada cliente. Até pouco tempo, a qualidade e a tecnologia eram

fatores chaves que determinavam o sucesso de uma empresa, servindo de diferenciais entre os

produtos. Atualmente essa concepção por si só não garante as possibilidades de sucesso, apesar de

serem de extrema importância, não devem ser considerados primordiais. A essência do marketing

one to one é tratar clientes diferentes de forma diferente pelo simples fato que os clientes são

diferentes, e ignorar essas diferenças, não os torna todos iguais. (PEPPERS E ROGERS, 2001) Essa

diferenciação deve ter como base o valor que o cliente tem para a organização e as diferentes

necessidades que cada um apresenta nas distintas situações em que ele interage com a empresa. É

importante tratar de forma especial os clientes especiais para desenvolver obstáculos que impeçam a

81

mudanças; maximize a sua fidelidade, concentrando-se ao máximo nas suas vontades e necessidades,

na busca de ser o “dono” de suas preferências. PEPPERS E ROGERS afirmam que o ser humano é

infiel por natureza, pelo menos como consumidor, sempre querendo experimentar novos serviços e

produtos, justamente por isso é importante tratar de forma especial os clientes especiais, de forma a

desenvolver obstáculos que impeçam a mudança e maximize a fidelidade, o que irá impedir que um

cliente troque de fornecedor é a inconveniência de mudar, ou seja, o custo de mudança.

... embora a televisão, a revista e outras mídias de massa continuem sendo muito importantes, este domínio está perdendo força. A fragmentação do mercado ocasionou a fragmentação da mídia, numa explosão de mídia mais dirigida que combina melhor com as estratégias mais bem direcionadas de hoje em dia, (KOTLER, 1999, p. 327).

Cada vez mais as campanhas publicitárias se segmentam, mesmo as dirigidas a um público

amplo, veiculadas em anúncios de jornais ou revistas e nos outdoors.

Partindo do pressuposto que os veículos de comunicação apresentam suas características e

peculiaridades, na forma como os produtos anunciados são percebidos e absorvidos pelo público –

alvo, o desafio do publicitário está em encontrar o equilíbrio e a pertinência para utilização desses

meios de comunicação, de forma criativa, eficiente e eficaz. O publicitário deve estar preparado para

utilizar os mais diversos veículos, aproximando-se do target, com uma linguagem adequada ao meio

e com tamanha precisão que consiga utilizar adequação de meio (veículo) e mensagem (conteúdo)

para aproximar-se ao máximo do target.

Quando fala-se em aproximação do target, temos que considerar que, antes de qualquer

passo, é impossível fazer mídia sem entrar na vida do consumidor. A eficácia na escolha da mídia a

ser utilizada está pautada na compreensão de que é necessário diagnosticar não só o que dizer, mas

82

também é essencial saber como dizer e quando dizer. Para que possamos refletir a esse respeito,

apresentamos a seguir alguns exemplos de interatividade com o target, que intervém no cotidiano e

liga o meio com os valores e necessidades desse público potencialmente consumidor.

A primeira delas, além de criativa é consideravelmente pertinente, ligando o meio a

mensagem e chegando bem perto do consumidor potencial. Com o título: Mordomia no ponto de

ônibus, a campanha realizada na Austrália em 2000, para o cliente SA Lotteries, que estava com o

prêmio acumulado em 12 milhões de dólares, resolveu criar um ambiente luxuoso nas paradas de

ônibus. O objetivo foi chamar a atenção das pessoas que se dirigiam à parada de ônibus, mostrando o

que poderia mudar em suas vidas se elas ganhassem o prêmio da lotto. Essa mídia foi selecionada

porque a grande maioria das pessoas que jogam em loterias utiliza transporte coletivo. Desse modo, a

campanha associou o meio, abrigo de ônibus, à mensagem é a exploração dos desejos das pessoas,

gerando uma mídia de grande repercussão e considerável aproximação com o público-alvo.

Fonte: www.brainstorm9.com.br

83

Na mídia a seguir, a premissa de gerar uma comunicação impactante foi levada ao pé da letra.

Transcrevendo a trilogia do filme Senhor dos Anéis, pelo seu sucesso, a agência de publicidade criou

uma ação de marketing e mídia, aproximado-se do target e o presenteando com pipoca. A mídia

caixa de pipoca apresentava o seguinte texto: “Em tempos de trilogias, a pipoca tem que ser

grande...”. Para esta ação do Portal BrTurbo, foi colocado no hall de um cinema um saco de pipoca

de 4.2 metros de altura, completamente cheio de pipoca.

A mídia caixa de pipoca foi baseada não só na intenção de aproximação e interação com o

público-alvo, mas também na teoria do marketing de impacto. O anunciante utiliza um espaço de

mídia, no caso, o Hall do cinema em um período de alta freqüência, causada pelo filme de sucesso

que está sendo veiculado, onde se encontra o target do produto, um portal web, tipo de produto

direcionado as classes sociais a partir de B, similar ao público do cinema. Desse modo, o anunciante

se fez notar, dentre muitos outros anúncios, através da adequação da mídia à mensagem.

Fonte: www.brainstorm9.com.br

84

Partindo da premissa que qualquer coisa pode servir de veículo para a publicidade,

principalmente quando oferece a possibilidade de dialogar com a mensagem criada, a cancela a

seguir foi usada para anunciar o Levitra, um medicamento contra a disfunção erétil. Além de ser um

veículo que, inevitavelmente, chama a atenção do motorista, já que ele tem que esperar a abertura da

passagem, a mensagem ainda nos transporta para o efeito resultante da utilização do medicamento. A

ação foi específica em congressos de medicina, atingindo justamente o público-alvo: médicos que

podem receitar o medicamento aos seus pacientes.

Fonte: www.brainstorm9.com.br

Uma grande vantagem de um produto, serviço ou marca que goza do respeito de todos os

consumidores é poder trazer para a roda outros consumidores, representantes de grupos sociais e de

85

comportamento, que possam despertar emoção e humor. Outro exemplo é da telefonia móvel

Motorola, que tem celulares para “patricinhas”, “mauricinhos” e para os que gostam de baladas

noturnas e raves, com uma campanha em que a Ogilvy Publicidade pode soltar a criatividade.

Fonte: www.motorola.com.br

Já a Nike desenvolveu e implantou o Nike ID, uma iniciativa de comércio eletrônico que

coloca a personalização em destaque. A peça-chave é o ID Configuration, que permite o internauta

customizar o seu tênis Nike, escolhendo entre centenas de possíveis combinações e cores e

adicionando seu nome à parte posterior do calçado. Os produtos mudam em tempo real, a partir de

cada decisão nova de design, com o sucesso desta estratégia a Nike recebeu o Grand Prix do cyber

Lions de Cannes 2001.

86

Fonte: Livro comportamento do consumidor: conceitos e casos

Tendo em vista a feição atual do marketing um a um, que leva em conta a tendência

individualista da sociedade atual, do mesmo passo que a extrema segmentação dos produtos e

serviços, o Banco Itaú lançou a campanha “Feito para você” que será o foco do nosso estudo no

próximo capítulo.

87

CAPÍTULO III

88

3.1 Breve Histórico do Banco Itaú S.A.:

O Banco Itaú Holding Financeira S.A. foi fundado em 1945, tendo sua origem no Banco

Central de Crédito, depois Banco Federal de Crédito; após um período de crescimento interno de

quase 20 anos, com a modernização do sistema financeiro brasileiro deflagrada pelo governo federal,

o Itaú Holding ingressou num período de fusões, sendo a primeira delas com o Banco Federal de

Crédito. Seguiram-se as fusões com o Banco Sul Americano e com o Banco da América. Esse

período se estendeu entre 1964 e 1969.

Fonte: Banco Itaú

A década de 70 foi um período de rápido crescimento não só pela expansão interna, mas pelas

sucessivas aquisições dos Bancos Aliança, Português do Brasil e União Comercial. No final dessa

década o Itaú Holding deu os primeiros passos para sua atuação internacional, com a abertura das

agências de New York e Buenos Aires. O conturbado ambiente político e econômico do país

aconselhavam o retorno ao crescimento interno, assim o Itaú Holding adquiriu apenas um pequeno

89

banco, o Pinto de Magalhães. No final da década de 80, o Itaú foi um dos primeiros a transformar-se

em banco múltiplo, formalizando juridicamente sua organização interna que já assim se delineara

desde os anos 70. Nessa década, entretanto, o Itaú Holding estabeleceu-se firmemente como “Banco

Eletrônico”, evidenciando sua prioridade quanto à tecnologia de ponta.

Já na Década de 90, começou com um novo ciclo organizacional, que se delineou a partir das

modificações do ambiente competitivo externo e de uma nova liderança interna, ciclo esse que se

estende até o presente momento. Sucessivamente, formou-se a nova infra-estrutura que daria base

não só a um novo período de forte expansão interna, como de total segmentação mercadológica.

Hoje, o Banco Itaú S.A., como é conhecido, é um dos maiores bancos privados do país, é o

87º maior banco do mundo por patrimônio líquido. No Brasil, opera com uma rede de atendimento

de 3.186 pontos. Detém 16.926 caixas eletrônicos, perfazendo a maior rede privada de caixas

eletrônicos multifuncionais do Brasil. Além disso, suas operações na América do Norte, Mercosul e

na União Européia, por meio de suas agências, subsidiárias e coligadas no exterior, qualificam o Itaú

como um canal de integração das empresas nacionais ao cenário internacional. O Itaú tem um

patrimônio líquido no exterior de US$ 2,0 bilhões.

O Itaú atua em todos os segmentos do mercado financeiro brasileiro, com ênfase no varejo e

conta com estruturas comerciais especializadas para atender os segmentos das pequenas empresas,

médias empresas, corporativo, clientes de alta renda, e os de elevado patrimônio, com produtos e

serviços sob medida para cada tipo de cliente. Atualmente, o Itaú atende 9,2 milhões de clientes

ativos no Brasil e no exterior.

A forte e consistente política de investimentos em tecnologia têm permitido ao Itaú a

constante melhoria na qualidade de seus produtos e serviços e a consolidação de sua imagem de

90

liderança em inovação tecnológica. Esse aspecto, aliado à solidez e performance financeira do

Banco, traz para a marca Itaú destacado prestígio no mercado brasileiro e importante diferencial

competitivo. A tecnologia disponível permite que 76% das transações de clientes sejam efetuadas por

meio dos canais de auto-atendimento, aumentando a conveniência para os clientes e reduzindo as

despesas para o Banco.

O Banco Itaú acredita que as pessoas são a base da construção do capital intelectual da

organização. Portanto, tem entre suas prioridades a tarefa de atrair, desenvolver e reter talento

humano.

A estratégia de segmentação da instituição é concentrar forças nos diversos setores de

mercado a que o Banco atende. Esta estratégia permite atender de forma particular cada segmento de

clientes, o que é fundamental para oferecer um serviço diferenciado que traga plena satisfação ao

cliente.

Foram criadas seis áreas separadas, cada qual especializada em um tipo diferente de cliente.

Essas áreas são:

Itaú Agências - O principal negócio é o banco de varejo, que inclui principalmente pessoas físicas e

micro-empresas. O negócio de varejo é uma fonte significativa de recursos e um relevante gerador de

receitas financeiras e tarifas para o Itaú.

Itaú Personnalité - É uma rede especial de agências para os clientes pessoas físicas que possuem

alta renda mensal e investimentos significativos. O Itaú Personnalité tem marca e marketing

separados das outras operações e agências, com uma disposição interna e arquitetura mais

sofisticada.

Itaú Private Bank - Os clientes do private banking são atendidos por gerentes de contas de private

banking em escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e em várias outras cidades no Brasil.

91

Segmento de Pequenas Empresas - As pequenas empresas são atendidas pela estrutura específica

de pequenas empresas, ou UPJ - Unidade de Pessoa Jurídica. Há pontos de atendimento

especializados deste segmento localizados em determinadas agências nas maiores cidades brasileiras,

com áreas e infra-estrutura especificamente dedicadas aos clientes pequenas empresas.

Segmento de Empresas de Médio Porte - O segmento Itaú Empresas, mantém a relação do dia-a-

dia com clientes corporativos de médio porte, que representam uma significativa parcela das

empresas brasileiras.

Segmento de Clientes Corporativos - Os clientes corporativos geralmente incluem empresas locais

e multinacionais com alto faturamento anual.

3.2 A MARCA ITAÚ

O Comitê de definições da American Marketing Association estabelece em 1960 os conceitos

da definição de marca:

Marca é o nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes. PINHO, 1996, p. 14

Criada em 1972 por Francesc Petit, da agência de publicidade DPZ, a marca original adotava

o branco nas letras e o preto no quadrado, mais conhecido como “bolacha preta” em alusão ao

significado da palavra Itaú em tupi-guarani - pedra preta.

92

Itaú

Fonte: Banco Itaú

Na década de 80, a marca passou por fortes transformações, entre elas, o emprego da família

tipográfica Helvetica Médium, e das cores preta na “bolacha” pela azul e as letras brancas passaram a

ser amarelas, dando ao banco Itaú uma cara mais jovem.

Fonte: Banco Itaú

Mas foi apenas na década de 90 que o azul e o amarelo combinando com o laranja, se

incorporaram à marca, Atualmente, mais precisamente entre 2003 e 2004, refletindo sobre questões

93

de adequação, modernidade e revitalização, o presidente do banco decidiu solicitar uma outra análise

a marca e chegaram à conclusão de que o redesign exigia somente duas tarefas: valorização do

formato e modernização da tipografia. Assim as quatro letras que dão nome ao banco e demais

instituições do grupo mudando do universo tipográfico da Helvetica para assumir os contornos da

família tipografica Myriad, que lhes reduz as formas, tornando-as mais leves e elegantes, sob o

mesmo tom de amarelo que ostentam desde os anos 90 e permanecendo sobrepostas ao quadrado

azul de cantos arredondados.

Fonte: Banco Itaú

Os clientes também foram consultados, mediante pesquisas quanti e qualitativas, que

detectaram a percepção do público em relação à marca e ao seu rejuvenescimento. Dentre outros

dados, os estudos identificaram que o quadrado azul é associado, na opinião dos clientes, a conceitos

de segurança, solidez e credibilidade, enquanto as cinco estrelas aludem à idéia de prestígio e status;

por sua vez, o "i" dentro do símbolo da arroba, marca do Itaú Bankline representa poder tecnológico,

modernidade e inovação.

94

Fonte: Agência África

Vale lembrar que, a marca Itaú é hoje a mais valiosa do País, estimada em US$ 1,093 bilhão.

Também no ano passado, ela foi à primeira do ranking brasileiro, levando em conta a série histórica

de resultados da empresa, sua relação com o mercado, a capacidade de atuar em cenários adversos e

competitivos, a sustentabilidade do negócio, a presença da empresa na vida da população ao longo do

tempo e seu posicionamento perante concorrentes e quanto à preferência dos consumidores.

3.3 EFEITO DAS CORES

A utilização das cores como recurso persuasivo é um expediente bastante eficaz em

publicidade. O estudo de FARINA (1990), no livro A Psicodinâmica das Cores em Comunicação,

demonstra o uso das cores em comunicação, tendo em vista as mais diversas faixas de consumidores,

destacando as cores adequadas para despertar impulsos, motivar compras e, conseqüentemente,

elevar as vendas.

O poder de fixar a atenção e conseguir do consumidor uma rápida assimilação da mensagem está ligado intimamente à simplicidade da imagem, à sua precisão, ao destaque dado ao fator que mais interesse represente, isto é, ao foco onde se concentra a idéia a ser assimilada. A cor mais forte nesse local, ou só utilizada nesse sentido dentro de um campo neutro, tem a capacidade de ser um estímulo produzido na retina. FARINA, 1990, p. 75

95

Analisando as cores e estudando suas associações, conclui-se que as cores mais suaves e

discretas possuem um comprimento de onda mais curto e rápido, mexendo com os nossos sentidos

mais elevados, os espirituais. São cores que acalmam a circulação do sangue, esfriando assim a

temperatura do corpo. Estas são as chamadas cores frias.

Já as cores quentes, que são cores que chamam mais a atenção, ficam mais em evidência, isto

é, tem um alto poder de penetração, são cores com uma onda de freqüência mais longa e lenta, que

envolve os sentidos instintivos-materiais. Estimulam a circulação sangüínea, elevando assim a

temperatura do corpo.

Com base nestas noções, a publicidade manipula o uso das cores para atrair a atenção do seu

público alvo, estimulando a compra de produtos. Nesta área vários fatores se misturam para poder

determinar a cor exata que irá representar a coloração e a intensidade contida em cada mensagem.

Assim, a escolha da cor em uma peça publicitária pode variar dependendo da categoria social e da

faixa etária do público consumidor potencial.

As cores fazem parte da vida do homem porque são vibrações do cosmo que penetram no cérebro, para continuar vibrando e provocando a psique, para dar um som e um colorido ao pensamento e às coisas que o rodeiam; enfim para dar sabor à vida, ao ambiente. É uma dádiva que lhe oferece a natureza na sua existência terrena. (Farina, 1986: 112)

Particularmente para o caso do banco Itaú, ao analisar suas cores emblemáticas segundo a

psicodinâmica das cores em comunicação do estudo de FARINA (1990) detectamos que:

Amarelo - Se em dado momento à mente precisa estar antenada, afiada e ágil, o amarelo torna

propicia esta situação. Ele abre os espaços do conhecimento, é uma cor de ambição e liderança,

simpatia e alegria.

96

Azul - Precisando de razão, o azul é a opção certa. É a cor da lógica e ponderação. Amplia nossos

horizontes, o que resulta em uma visão maior sobre os assuntos que estão a nossa volta. A cor

azul é adequadíssima àqueles locais em que os conflitos estão presentes.

Laranja - Arriscar, ir à busca do que está lá no horizonte, aventurar-se a descobrir as novidades

são as atitudes que envolvem a cor laranja. É ideal para quem precisa criar e também para

neutralizar o medo de críticas e de inovar. É a cor da liberdade, concentração e independência.

Branco - Vibrante e estimulante por ser a união de todas as cores, o branco é como se fosse um

arco-íris. Como cada uma das pessoas já carrega uma determinada vibração, é bom saber dosar o

uso dessa cor. Transmite higiene, claridade, amplia as situações. Produz troca de energia e capta

bem a energia solar. O branco favorece a clareza, mantendo a verdade nua e crua.

Com a união destas quatro cores, detectamos que o publicitário teve em mente esta

psicodinâmica para a elaboração das peças, pois, em suma, ao analisarmos o significado de cada

uma delas e o seu conjunto, percebemos o objetivo que o Banco Itaú e a campanha publicitária

pretendem em relação ao seu consumidor, sua visão de mercado, que é a de ser um banco líder

em performance, reconhecidamente sólido e confiável, destacando-se pelo uso agressivo de

marketing, tecnologia avançada e por equipes capacitadas, comprometidas com a qualidade total

e a satisfação dos clientes.

97

3.4 ANÁLISE DA CAMPANHA – “Feito para Você”

Problema: Com o objetivo de destacar os valores do banco, divulgar produtos e serviços e

aproveitar datas comemorativas para estreitar seus laços com os clientes, o Itaú decidiu investir numa

campanha institucional, utilizando o tema "Feito para você". A campanha deveria mostrar que todas

as ações do banco objetivam atender às necessidades de seus clientes, que podem contar com

atendimento integral, tanto nas agências como por meio dos serviços eletrônicos e Internet. As peças

publicitárias teriam, necessariamente, que destacar a disponibilidade do banco para responder

imediatamente às solicitações de seus clientes, reforçando o elo emocional da marca com todos os

seus clientes.

Diagnóstico: "Ajude o Itaú a ser o primeiro", tema criado nos anos 70, foi um dos primeiros a

envolver o cliente no desenvolvimento do banco. Em razão da resposta positiva do público-alvo, o

Itaú lançou em seguida o slogan "O banco que luta por você". "Pode entrar que a casa é sua", tema

criado no fim dos anos 70, utilizado pelo Itaú para divulgar sua presença em todo o país e colocar-se

à disposição da vizinhança em todas as localidades em que já atuava. Nos anos 80, em plena

revolução tecnológica, o banco fez do seu Caixa Eletrônico sinônimo de categoria e lançou os

apropriados temas "Seu banco 24 horas" e "O Itaú está onde você precisa".

Fonte: Banco Itaú

98

"Bem vindo ao ano 2000" foi o slogan, a assinatura qualificativa do serviço, que marcou os

anos 90, mostrando que o Itaú estava preparado para o futuro e para a chegada do terceiro milênio.

Ainda, nessa década, foi criada a assinatura do "i digital", utilizando o gestual que escrevia a palavra

"Itaú" no ar, feita por clientes em comerciais na TV, destacando a presença efetiva do banco na era

da Internet e a interatividade entre a tecnologia e o ser humano.

Fonte: Agência África

A palavra "Você" passou a ser priorizada na estratégia de marketing do Itaú a partir de 2001,

com o objetivo de mostrar que o Banco trabalha 24 horas por dia pensando em seus clientes. Dessa

forma, com uma história de 30 anos na propaganda e a experiência de várias campanhas dirigidas aos

seus clientes, o banco tinha know-how suficiente para promover uma ação institucional de sucesso

aproveitando o mais recente tema "Itaú, feito para você".

99

Fonte: Agência África

A idéia básica da campanha era mostrar que o Itaú está pronto para atender às necessidades

específicas dos clientes. Para isso, seria preciso desenvolver uma comunicação direta, one to one,

mas utilizando mídia de massa.

Plano: A estratégia, apresentada pela agência África, fundada pelo publicitário Nizan

Guanaes, propunha uma homenagem aos milhões de clientes e milhares de funcionários do Itaú, por

meio da elaboração de peças retratando situações com as quais os clientes se identificassem. Foram

selecionados clientes de verdade, representando os diversos grupos de clientes do banco.

A campanha também pretendia explorar ao máximo as particularidades e oportunidades de

cada mídia para atingir os diversos grupos de clientes, mostrando que o Itaú é feito para qualquer tipo

de pessoa, independente do perfil, classe social, profissão, grupo de referencia, entre outras

características.

100

Fonte: Agência África

Execução: Lançada em março de 2003, cada peça da campanha mostrou que o Banco Itaú é

feito para cada cliente, independentemente de quais sejam suas necessidades, permeando nas peças

os valores do banco, seus produtos e serviços, buscando reforçar as razões pelas quais o Itaú foi feito

para o cliente. Assim, foram produzidas as seguintes peças para a campanha: 30 comerciais - focados

em valores do banco como ética, transparência e comprometimento com os clientes e com o

mercado, e que ainda abordam sutilmente produtos e serviços como seguros, previdência,

capitalização, caixa-eletrônico e home banking, entre outros, para tanger sua importância na

construção do "Feito para Você";

Fonte: Agência África

101

Também foram veiculados 8 jingles - todos produzidos com a mesma melodia que soletra a

palavra Itaú em ritmos diferentes, de acordo com o estilo musical dos clientes (MPB, Jazz, Forró,

Bossa Nova, Dance, Rock, Sertanejo e Pagode); revistas segmentadas, como no caso da revista veja,

como vemos na figura X; dezenas de banners, com motivos adequados aos sites e aos horários de

navegação de vários grupos de internautas:

Fonte: Agência África

Utilizaram também, merchandising nas agências, reforçando o "O Itaú foi feito para você" e ousaram

na interatividade, pois além de serem colocadas no site do Itaú para votação dos clientes, todas as

peças foram também disponibilizadas para votação dos funcionários, que puderam escolher as peças

de que mais gostaram e fazer seus comentários sobre a campanha. As votações tiveram uma

102

repercussão muito boa junto ao público, que se sentiu prestigiado por poder acompanhar a campanha

pelo site e dar sua contribuição. (cd marketing best /outubro 2003)

3.5 O OUTDOOR NA CAMPANHA

Já os outdoors, o meio de maior importância para a pesquisa, ganhou as ruas como uma das

armas de maior sucesso da campanha do banco. Foram espalhados pela cidade de São Paulo com

anúncios focados, ilustrados e de fácil memorização, utilizando o elemento verbal (texto) e o não

verbal (imagem) que constituem a mensagem para os diversos grupos de referência: apressados,

atrasados, bem informados, baladeiros, clientes de outros bancos, dedutivos, descolados,

desorganizados, detalhistas, digitais, diplomatas, distraídos, ecológicos, esportistas, engarrafados,

esquecidos, estatísticos, formais, funcionários, inovadores, objetivos, passageiros, pedestres,

pontuais, sistemáticos, sobrecarregados, sonhadores, supersticiosos, surfistas, tradicionais e vossa

excelência. Aliás, a junção do verbal e o não verbal foram essenciais para esta campanha.

A junção entre verbal e não verbal tem relação com a abordagem criativa adotada pela

mensagem, Ao utilizar elementos de vivência do interlocutor, o texto consegue, não só aproveitar o

melhor da mídia, o que neste caso o publicitário conseguiu uma faceta de marketing, segmentar uma

mídia de massa, pois, aproveitou em cada outdoor, todo o seu contexto, utilizando a palavra certa na

hora e local certo focando as pessoas certas, tornando sua enunciação extremamente íntima do

interlocutor, aproveitando-se de seu cotidiano.

Procuramos selecionar para análise as mensagens mais criativas e que conseguem ter alto

grau de eficácia na comunicação, segmentação e posição geográfica. Nos outdoors, o produtor do

texto faz uma analogia sempre com a palavra e a localização da placa ou a palavra e o formato da

placa, sempre brincando com as possibilidades deste veículo de comunicação, de tal forma que cada

103

outdoor, se retirado do contexto, perde não só a força argumentativa como também o sentido da

mensagem.

Ao planejar a campanha dirigida a grupos de referência, a agência levou em conta esteriótipos

psicológicos e sociais, como também situações do cotidiano. O enfoque da campanha é jocoso,

lançando mão de recursos do humor, da sátira e da paródia, levando em conta, ainda, o repertório do

público-alvo.

Os outdoors em sua totalidade possuem algumas características comuns que identificam a

campanha “Feito para você”, a principal é que todos os anúncios foram em all type, isto é, um

anúncio composto apenas por texto, outras características foram: o mesmo layout aplicado para todas

as peça, com os dizeres centralizados e a assinatura no canto direito de quem vê o anúncio, as cores

também foram unificadas, utilizando sempre o laranja para o plano de fundo, a tipografia maior em

amarelo, para chamar a atenção dos passantes, ou melhor, dos parados no trânsito, focando o grupo

de referência focado no anúncio, o branco para o subtítulo da peça e a apresentação da situação, o

Itaú foi feito... conforme a referencia da peça, a função dessa parte do texto é a de envolver o leitor

mostrando uma situação semelhante àquela em que ele se encaixa e as cores já impostas da assinatura

da logomarca do banco, o azul e o amarelo. A fonte das letras usadas nesta campanha também foi

comum em todas as peças, intitulada de arial, uma fonte de fácil leitura e visualização e para

finalizar, em todas as peças o publicitário usou de um ícone que simbolizasse o grupo de referencia

em questão.

Percebe-se que, antes do publicitário listar as vantagens do anunciante, neste caso, o Banco

Itaú, é criada uma situação análoga à que o consumidor está experimentando naquele momento e que

104

poderia ser solucionada pelos serviços que o banco oferece. Foi criada uma ligação entre a situação

do consumidor e as vantagens do banco, isto é, aproximaram-se as partes. Vejamos alguns exemplos:

3.5.1 BALADEIROS

Fonte: Agência África

São Paulo é uma cidade famosa por sua boemia, o público freqüentador em sua maioria são

jovens, solteiros, que encontram na noite paulistana diversão, paquera e ponto de encontro com

amigos. Um dos lugares mais freqüentados e famosos deste reduto é a Vila Mariana, local onde este

outdoor foi afixado, reduto de bares, casas noturnas e badalações, freqüentado pelos paulistanos.

O outdoor se adaptou não só na mensagem escrita, mas também no aspecto visual, por usar o

artifício das luzes do front light, remetendo deste modo às luzes da vida noturna.

105

Para nomear este grupo, o termo utilizado foi, “baladeiro”, definição de balada, palavra que se

refere a festa e agitos na visão dos jovens. A palavra baladeiros fala diretamente com os

freqüentadores da noite, e foi usado para despertar no público a atenção e a valorização que o banco

dá para este grupo de referência.

3.5.2 TRADICIONAIS

Fonte: Agência África

O grupo de referência denominado pela agência África de “tradicionais”, foi valorizado e

utilizado ao mesmo momento em que o centro de São Paulo passa por uma reforma, não deixando os

aspectos originais serem destruídos. Um exemplo é o mercado municipal de São Paulo, que sofreu

uma restauração, valorizando sua arquitetura. Este grupo é visto como clássico de maneiras

tradicionais, o outdoor, veiculado neste centro de São Paulo, onde a tradição é muito valorizada pelas

106

pessoas, contou com uma moldura em estilo antigo e aspecto clássico que envolve a peça

publicitária, completando-se com a palavra “tradicionais”, que designa o segmento visado, dando

ênfase assim ao seu efeito de sentido.

3.5.3 DESCOLADOS

Fonte: Agência África

Ao utilizar a palavra “descolados” palavra usada jocosamente na linguagem cotidiana para

designar um grupo específico, que, atualmente é um termo utilizado para designar pessoas modernas,

bem informadas e que realizam novas atividades concomitantemente. Esta peça conforme vimos em

Carrascoza e Carvalho, busca trabalhar elementos estilísticos e argumentativos da linguagem do

107

cotidiano, aproximando ainda mais do interlocutor como se falasse direta e unicamente com ele. É a

busca da informalidade como elemento persuasivo, o que acarreta na apropriação, por parte do

produtor da mensagem, de um determinado gênero discursivo.

3.5.4 SUPERSTICIOSOS

Fonte: Agência África

Na peça “supersticiosos”, também há a conjunção texto-imagem que reforça a mensagem,

com o aplique da famosa fitinha do Senhor do Bonfim, de Salvador, um símbolo que representa a

supersticiosidade do Brasileiro, sem o aplique a peça não teria a mesma força persuasiva. Assim

108

vemos a exploração de uma característica da cultura brasileira, que marca a grande maioria da

população, a religiosidade e o misticismo com a mistura de espiritualismo e crendices populares,

constituindo-se, portanto, uma mensagem compartimentada para uma determinada cultura, que não

teria sentido em outros países. Revela-se afim à tendência da publicidade.

3.5.5 ENGARRAFADOS

Fonte: Agência África

Já na peça “Engarrafados” o outdoor foi localizado em um ponto onde o congestionamento é

constante, o publicitário inovou mais uma vez quebrando todas as leis do outdoor e criou um texto

109

bem grande e representativo para este momento, pois os carros ficam parados devido ao trânsito e o

condutor terá todo o tempo necessário para lê-lo. O texto diz o seguinte: “O Itaú foi feito para você

que vive numa cidade como esta, onde as pessoas conseguem ler um outdoor com 84 palavras,

Enquanto estão paradas no trânsito. Quem perde um tempão no transito, precisa ganhar tempo no

banco. Por isso, o itaú tem mais de 17 mil caixas eletrônicos, itau bankline e mais de 2 mil agências

em todo o Brasil. Com o itau seu carro pode ficar paradão, mas sua vida anda que é uma beleza”.

Nesta peça o publicitário lança mão do humor, recurso de grande poder persuasivo, pois o

consumidor prefere uma mensagem leve, que neutralize o stress do cotidiano, principalmente na

situação em que a mensagem é veiculada, extremamente pesada para a população das grandes

cidades.

3.5.6 APRESSADOS

Fonte: Agência África

110

Em “Apressados” há aqui também apropriação do recurso do humor, na palavra apressados, a

letra “o” foi cortada e a letra “s” não aparece , dando idéia da pressa das pessoas que estão vendo a

campanha, pois as características da conduta humana são vistas de modo divertido pelas mensagens

visuais, já que não se referem a questões importantes, mas a atitude com que as pessoas enfrentam

seu cotidiano e que, se às vezes são prejudicadas, prejudicam elas mesmas.

3.5.7 ECOLÓGICOS

Fonte: Agência África

Em Ecológicos, o outdoor foi produzido com um tipo de papel que lembrou o reciclável, a

explosão de consumo trouxe consigo não apenas uma maior prosperidade para a sociedade, mas

também uma variedade de questões ambientais e sociais que têm preocupado muito o consumidor, a

111

crise potencial de abastecimento de água no água, o reflorestamento, por exemplo, fizeram nascer um

consumidor mais consciente que se preocupa com a ecologia, foi nesta questão que o publicitário

quis fisgar seu consumidor com esta peça.

3.5.8 DISTRAÌDOS

Fonte: Agência África

Ser distraído é uma característica predominante em muitas pessoas. O distraído é calmo, está

sempre com suas contas atrasadas, se perde no trânsito, esquece datas importantes, enfim, é

desligado. Pensando nestas pessoas, a campanha resolveu, de forma bem humorada, falar diretamente

112

com este grupo. O outdoor tomou forma de flecha, indicando uma agência do banco que está logo ao

lado, com a frase: O Itaú aqui do lado foi feito para vocês. A intenção é chamar a atenção, até mesmo

dos desatentos de forma respeitosa, porém engraçada, pois se apropria de uma característica negativa

para passar uma mensagem positiva.

3.5.9 DESORGANIZADOS

Fonte: Agência África

Assim como os distraídos, os “desorganizados”, tem como característica principal a bagunça,

sua vida, pessoal e profissional está sempre em caos. Nunca acha o que precisa e conviver com este

tipo de pessoas requer paciência, eles geralmente possuem alguém de confiança, que organiza seus

113

compromissos financeiros e domésticos. Pensando neles, a campanha do banco Itaú vem mostrar

suas habilidades e facilidades, que até os desorganizados conseguem usufruir.

Ser desorganizado para o Itaú não é problema, porque o banco proporciona serviços que

possa organizar a vida dessas pessoas, fazendo-os ficar despreocupados.

A alusão aos desorganizados, é feita pela desorganização das letras e palavras que se mostram

desalinhadas.

3.5.10 DETALHISTAS

Fonte: Agência África

114

Toda instituição financeira passa a idéia de que o cliente sempre leva prejuízo. Esse

paradigma, erroneamente incorporado pela sociedade, leva a um desgaste moral difícil de ser

quebrado. A campanha do Itaú quer passar que o banco é tradicional e quer desmistificar este

preconceito. Nada melhor do que usar como grupo de referência o “detalhista”, para mostrar sua

idoneidade. Os detalhistas, nesta campanha, são consideradas aquelas pessoas sempre atentas a tudo,

que lêem detalhadamente todo os documentos e contratos antes que qualquer tomada de decisão,

assim o Itaú espera mostrar que não esconde nada, nem em pequenas rodas de rodapé, expressão esta

passada pelo ícone da lupa no aplique de outdoor. E para isso, os detalhistas vêem reforçar essa

posição e mostrar que o Itaú pensa nas pessoas em primeiro lugar.

3.5.11 ESQUECIDOS

Fonte: Agência África

115

Os “esquecidos” fazem parte do grupo de referência similar aos distraídos, por realizarem

múltiplas atividades no seu dia a dia, essas pessoas, tendem a esquecer seus compromissos,

principalmente os bancários por considerá-los enfadonhos. Nesta campanha o Itaú mais uma vez,

mostra sua preocupação em atender e auxiliar essas pessoas nesta tarefa diária e necessária,

subentende-se aí, todos os serviços e facilidades que o banco possa oferecer.

Nesta peça, o publicitário usou o “post it” material muito utilizado por eles, para colocar

recadinhos rápidos de qualquer origem para não esquecer de qualquer informação. O publicitário

vive a singularidade de sua personalidade, procurando a interatividade com elementos do cotidiano,

que o consumidor se sinta à vontade.

3.5.12 INOVADORES

Fonte: Agência África

116

O outdoor “Inovadores” foi afixado de maneira diferente, “inovadora” de forma vertical, para

assim atrair ainda mais aquele grupo de pessoas que gostam de inventar coisas diferentes. São

consumidores que dirigem seu comportamento de compra com base na autenticidade, são mais

preocupados em satisfazer seus desejos, não se deixam rotular pelas tradicionais tipologias, eles

transcendem as barreiras de fatores culturais, éticos, sociais, buscam produtos e serviços originais e

personalizados que consideram autênticos. A demografia bem definida deste grupo e sua confiança

nas mídias de massa ou segmentada para obter informações fazem de seus membros um alvo

atingível e atraente para esta peça publicitária.

3.5.13 CLIENTES DE OUTROS BANCOS

Fonte: Agência África

117

Em todas as cidades sempre existe uma avenida onde se concentram as instituições

financeiras; atualmente a concorrência é cada vez mais acirrada, a busca por novos clientes significa

tirá-lo de outra instituição, promovendo assim uma briga comparativa entre seus concorrentes.

Com o objetivo de demonstrar a inferioridade das mercadorias alheias em relação às suas próprias, o anunciante esforça-se por mostrar as diferenças existentes entre seus produtos e os da concorrência. PINHO, 1991 p.33.

Usando esta ferramenta, a campanha explorou este outdoor veiculando na avenida dos centros

financeiros junto aos concorrentes, abordando estes prospects (clientes potenciais) mostrando que o

Itaú pensa não somente em seus clientes, mas também em todas as pessoas que por qualquer

finalidade utilizam uma instituição financeira.

3.5.14 PEDESTRES

Fonte: Agência África

118

Reforçando a idéia de que o banco Itaú foi feito para qualquer pessoa, essa peça publicitária

vem falar exclusivamente com os “Pedestres”, por estar afixado na calçada, zona de visualização do

mesmo, Essa peça foi veiculada na avenida Paulista, rotulada do coração de São Paulo, que possui o

maior fluxo de circulação de paulistanos andando a pé. Aqui, podemos perceber a intenção do

publicitário em interagir com o interlocutor de forma humorística que seja capaz de simpatiza-lo para

o enunciado produzido. Também podemos notar a importância sócio-histórica na produção deste

enunciado e na compreensão do mesmo por parte do interlocutor, visto que esse enunciado só teria

sentido para as pessoas que estavam andando pelo local.

3.5.15 SOBRECARREGADOS

Fonte: Agência África

119

Em sobrecarregados, o outdoor lança mão também do humor, pois faz graça com o peso do

cotidiano do indivíduo que trabalha, que enfrenta filas, condução demorada, serviços ineficientes,

etc... ou seja, o cotidiano das pessoas que vivem e trabalham numa cidade grande principalmente. O

humor objetiva juntamente aliviar este peso, sugerindo o enfrentamento das próprias dificuldades

com uma visão irônica.

Nesta peça a linguagem visual é importantíssima, fala por si mesma, pois funciona como uma

alegoria do peso do cotidiano para as pessoas que trabalham e a peça foi afixada de maneira

inclinada.

3.5.16 SONHADORES

Fonte: Agência África

120

Na peça “Sonhadores”, nota-se que a mensagem visual é significativa: sugere o outdoor

impelindo pelo vento, com uma nuvem ou um travesseiro, que é onde, simbolicamente estão os

sonhadores, como diz a expressão popular para este grupo de referência, “ele vive no mundo das

nuvens”.

3.5.17 SURFISTAS

Fonte: Agência África

121

Na peça “Surfistas”, o publicitário, para conseguir a empatia instantânea deste grupo utilizou

o que mais simboliza este grupo, uma prancha de surf, este outdoor também foi afixado na descida

para a praia.

Depois de todo o sucesso que esta campanha obteve em São Paulo esta campanha foi

estendida de forma bem humorada em muitos anúncios para outras capitais como no caso de Porto

Alegre:

Fonte: Agência África

122

‘Guris e Gurias’. No meio da diversidade que caracteriza a cultura nacional, o estado do

extremo sul é fiel às suas tradições, e seu povo cultua amplamente hábitos e costumes cuja

singularidade e folclore se materializam numa figura típica e reconhecida em todo o país: o gaúcho,

marca da cidade de Porto Alegre, nesta peça o publicitário inteligentemente usou do seu linguajar

típico e corriqueiro.

Conforme segue, pelo resultado de pesquisas e respostas às várias ações promovidas, o Itaú

considera que a campanha "Feito para você" atingiu seu principal objetivo, ou seja, mostrar aos

clientes que o Itaú foi feito para eles, estreitando e valorizando o relacionamento dos clientes com o

banco. Até o mês de julho de 2003, o Instituto InterScience realizou três levantamentos abordando

vários comerciais veiculados no período, junto a grupos entre 150 e 700 pessoas. A primeira

avaliação mostrou que 79% das pessoas entrevistadas concordam que "O Itaú é feito para você",

comprovando o acerto da estratégia e a eficiência da comunicação. Numa pesquisa mais recente,

89% disseram que a campanha mostra o Itaú de forma simpática e valoriza o relacionamento com os

clientes. De acordo com o Interbrand, a marca Itaú, que em 2001 já havia sido eleita a marca mais

valiosa entre as marcas brasileiras, com valor de US$ 976 milhões, foi eleita novamente a marca

mais valiosa na pesquisa Interbrand de 2003, com valor de US$ 1,093 bilhão.

3.6 DEPOIS DO SUCESSO DA CAMPANHA

Depois do sucesso da campanha focado as pessoas de acordo com os grupos de referência, a

agência de publicidade decidiu usar o mesmo mote da campanha, mas agora para empresas como:

Restaurantes, Padarias, Atacadistas, Empresários, Empreendedores etc...

123

Nota-se sempre a preocupação com a mensagem visual que é realmente o forte dos outdoors,

enfatizando o seu aspecto alegórico. O “atacadista” simula a carga de um caminhão, o “restaurante”

uma mesa posta para a refeição.

Fonte: Agência África

3.7 PARODIANDO A CAMPANHA

Devido ao extremo sucesso e repercussão da campanha, internautas do

www.kibeloko.com.br, site de grande representatividade do humor pela Internet, lançaram os

124

outdoors que foram “censurados” pelo banco, parodiando os já existentes. Segundo BULIK, 2001,

p.122 “a paródia de uma forma pela outra implica a faculdade de imitar o outro, mas, sobretudo de

citá-lo, de reescrevê-lo, de se lhe apropriar” Eles utilizaram o mesmo formato da campanha mas

inserindo num contexto publicitário de forma cômica.

125

126

Já a Olla, marca registrada pela Indústria Nacional de Artigos de Latex (Inal) - o segundo

colocado no mercado brasileiro em unidades vendidas de preservativos, ousou em uma campanha

criada pela agência Age parodiando a campanha analisada, Feito para você, com o mesmo estilo,

mudando insignificantemente o mote – “Essa é pra vocês”, as placas também são dispostas de acordo

com o que manda o título, interagindo com a mensagem, a campanha contou com 15 outdoors

espalhados por pontos estratégicos, de maior fluxo, da cidade de São Paulo. A agência Age não

utilizou nenhuma outra mídia a não ser o outdoor e com esta campanha, a empresa tem o objetivo de

crescer 20% em 2005, o dobro do estimado para o mercado de preservativos.

A grande discussão agora é analisar se o consumidor brasileiro está maduro o suficiente para

encarar com humor nas ruas, cartazes que falam sobre sexualidade, além de abrir uma discussão ética

sobre plágio de idéias.

127

128

Fonte: www.marketingdeguerrilha.blogger.com.br

129

CONCLUSÃO

Depois de efetivada a análise dos elementos componentes do corpus desse trabalho, façamos

algumas considerações que possam apontar para novos caminhos e idéias em torno da segmentação

para textos publicitários para outdoor, notadamente naqueles em que há pouca materialidade textual,

como é o caso das mensagens publicitárias veiculadas em outdoor aqui analisadas. Em realidade, é

uma característica desta mídia a valorização da mensagem visual como forma de conseguir um

melhor efeito persuasivo.

A propaganda necessita falar a linguagem de seu tempo, de seu momento, de modo que, em

boa parte das peças analisadas, percebemos que, se deslocadas de seu contexto comportamental e

geográfico, ocorrerá uma perda de sentido e de força comunicativa.

A publicidade procura ainda selecionar imagens, palavras e expressões que façam parte do

repertório do interlocutor para melhor “conversar” com ele. Assim, o produtor do texto publicitário

deve conseguir trabalhar com diferentes gêneros discursivos para obter sucesso.

Estes elementos detectados nas análises corroboram a idéia inicial da necessidade de todo

publicitário possuir repertório e capacidade de expressão. O profissional de propaganda, mais

especificamente aquele que trabalha com a criação publicitária, deve estar ligado às coisas que

ocorrem em seu tempo, ser bem informado; ao mesmo tempo deve se empenhar para dominar

diferentes linguagens, saber se comunicar com diferentes públicos, transitando em diferentes gêneros

discursivos.

Um outro fator pinçado nas análises é a forte ligação entre a linguagem verbal e a não-verbal:

ressaltam nas peças analisadas a importância das imagens somadas ao texto na busca do efeito de

sentido pretendido e na busca da persuasão. A ligação entre o verbal e o não-verbal é bastante

significativa nas mensagens publicitárias desenvolvidas para outdoor. Isso provavelmente deve-se a

130

duas características intrínsecas desse meio: o fato de ser percebida pelo interlocutor casualmente e de

este estar quase sempre em movimento quando a percebe. Desse modo, a imagem consegue apoiar e

complementar o texto, pois é percebida mais rapidamente, ao mesmo tempo em que amplia a

possibilidade de influenciar e persuadir o receptor.

Fonte: Central de Outdoor - Outdorinho

Com o resultado da pesquisa verificou que a campanha do banco Itaú teve a capacidade de ser

simples e completa, adaptando em perfeita sintonia o verbal ao não verbal, o que a tornou atrativa,

inteligente e com uma pitada de humor que é notada na reação das pessoas que vêem a campanha.

Foi assim, um grande exemplo de criatividade na publicidade brasileira.

Este trabalho nos leva a perceber que os profissionais das agências de publicidade deverão ir

além de aptidões numéricas e criativas, eles terão que perceber os novos hábitos, novas atitudes e o

131

comportamento do consumidor, diante de tantos apelos de compra, e que estes só serão modificados

positivamente se houver um constante diálogo entre empresa e consumidor; até mesmo no outdoor a

interatividade está substituindo os “monólogos”, o despejar de informações de tempos atrás.

Em linhas gerais, os novos profissionais têm utilizado este veículo, associando o meio a

mensagem, para aproximar-se do target, abusando na criatividade, o que se destaca dentre tantas

outras campanhas publicitárias que “bombardeiam” as pessoas diariamente. É interessante, portanto

entendermos as novas utilizações desse meio como instrumento de aproximação com o publico alvo,

com vistas à eficiência em mídia. Tal fato consistirá não apenas na mensuração de um grande número

de pessoas alcançadas na exposição das peças, mas também na execusão de mídia relevante, com

algum significado para o consumidor.

Um dos grandes desafios da propaganda sempre foi atingir cada cliente em sua

individualidade, conversar com ele e satisfazê-lo em suas necessidades e desejos próprios, o que

explica a necessidade das marcas de emocionarem os consumidores e de se mostrarem cúmplices de

um grupo para angariar a simpatia dos demais. Considerando isto, a tendência atual da propaganda é

privilegiar o principio de marketing one to one, que atende à condição individualista da sociedade

atual, bem como à sofisticação do mercado consumidor. Passando de assim de uma comunicação de

massa segmentada para uma comunicação fragmentada, ou seja, busca-se um diálogo individualizado

com o consumidor, oferecendo-lhe um produto que satisfaça suas necessidades especificas. Este

“sonho dourado” da propaganda se realizou em uma campanha que conquistou a simpatia da maioria

das pessoas: a do Banco Itaú, com o mote: “Feito para você”.

As idéias que compões esta dissertação permitem que se acompanhem as mudanças ocorridas

na mídia outdoor, de modo a favorecer sua abrangência das diferentes formas de uso para beneficio e

relacionamento de empresa versus consumidor. Não pretende o trabalho, absolutamente, ter caráter

132

definitivo, mas sim ser uma contribuição a mais entre outras investigações científicas que percorrem

os caminhos da publicidade.

133

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Revista About - 16/06/2003 – “Toque de Midas” Propaganda & Marketing - 26/02/2003 – “Itaú lança Feito para você” Propaganda – janeio 2005 ano 49 – em busca da liderança Jornal: O Estado de S. Paulo - 12/09/2004 - CARLOS FRANCO – “Publicidade que fatia o público invade as ruas” CD - 16* anuário de criação – peças outdoor