32

crie! - agencia.ecclesia.pt · porque o amor de Deus foi ... “Viver de esperança, não é viver à espera”, mas partir e testemunhar até aos confins da terra ... É preciso

  • Upload
    dolien

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio

CarmoRedação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe

Santos, Margarida Duarte, Rui Jorge Martins, SóniaNeves.

Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações

Sociais Diretor: Cónego João Aguiar Campos

Pessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 000010124457001 82.

Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D -1885-076 MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax:

218855473. [email protected];www.agencia.ecclesia.pt;

04 - Editorial: padre João Aguiar06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional12 - Igreja Local14- Opinião: D. Pio Alves16 - Opinião Maria da Glória Garcia18 - Espaço Ecclesia: Também há alegrias nohospital20 - A semana de... Paulo Rocha22 - Internacional

26 - JMJ Rio 201327 - Por estes dias28-41 - Dossier: Felicidade34- Entrevista: Jacinto Jardim42 - história44 - 50 Anos do Vaticano II46 - Estante48 - Liturgia50 - Fundação AIS52 - Agenda54 - Cinema56 - Multimédia58- Ecclesia nos Media59 - Aplicações Móveis

Foto da capa: DRFoto da contra-capa: João Aguiar

2

Em tempos de crise,crie!Entrevista ao autor do livro «10 competênciasrumo á felicidade», Jacinto Jardim [ver+]

Culturas juvenisemergentes Bento XVI recebeu os participantes naassembleia plenária anual do Conselho Pontifíciopara a Cultura.[ver+]

UCPOpinião de D. Pio Alves, Presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturais eComunicações Sociais [ver+]

3

Alegres na esperança

João Aguiar Campos

“Sede alegres na esperança, pacientes naaflição, perseverantes na oração”.Esta exortação do Apóstolo Paulo aos cristãos deRoma (Rom. 12, 12) atingiu-me, há dias, emcheio, quando me pediram para escrever sobre aalegria. Estava então em Fátima, sob uma acesatempestade que derrubou árvores, afugentoupessoas e lavou o largo terreiro com vigorosasbátegas de água. Mas foi precisamente ali, e nascircunstâncias telegraficamente descritas, que oessencial da reflexão nasceu.Confirmei, dias depois, a atualidade do temaquando os olhos poisaram num artigo danewsletter do portal Ver, intitulado “Fomos feitospara sorrir”.Nele ressaltam conclusões de um estudo doLaboratório de Expressão Facial da Emoção,dando conta de que, em 2012, houve uma“diminuição relevantíssima na frequência eintensidade do sorriso” dos portugueses,acentuando uma tendência que vem emcrescendo desde 2003.Esta tendência para o rosto fechado ou “a faceneutra da expressão”, revela quanto a situaçãoque o país vive incide sobre os sinais deesperança. Mas importa contrariar uma talausência de alma… 1. “Alegres na esperança” - eis um lema queseria bom ver impresso na vida de cada homeme

4

mulher deste tempo atormentado;mas, ainda com mais obrigação eurgência, na vida de cada crente.É, de facto, em momentos deacentuada neblina que maisindispensável se torna quem sabe ocaminho. Ora os crentes devem ser“apóstolos esperançosos, queconfiem com alegria nas promessasde Deus” - como lembrou o PapaBento XVI quando, em 23 desetembro de 2005, recebeu, emvisita ad limina, o terceiro grupo debispos do México.Viver e propor a esperança não é,evidentemente, iludir a fragilidadehumana ou camuflar a presença domal e da dor. Também não é cultivarou confessar um mero otimismo.Viver e propor a esperança é estarseguro da bondade e benevolênciade Deus: “a esperança não engana,porque o amor de Deus foiderramado nos nossos coraçõespelo Espírito Santo que nos foidado” (Rom. 5,5). 2. “Viver de esperança, não é viverà espera”, mas partir e testemunharaté aos confins da terra (Act 1,8). Écompreender que a virtudecomporta

“o compromisso de transformaçãodo mundo à luz do Evangelho e tem,como único manancial, o EspíritoSanto” - como afirmou João Paulo II.Quem viva alegre na esperançalevará ao mundo o “óleo da alegria”,convicto de que o mesmo mundo,apesar das suas feridas, merece seramado, pois que também Deus oamou ao ponto de lhe entregar oSeu próprio Filho. Em Jesus, defacto, “apareceu a bondade deDeus” (Tit 3,4).É verdade que ninguém deve serpateta alegre ou vestir umapermanente máscara de carnaval;mas não deixa de ser doentio opessimismo impede de levantar osolhos e ver “os campos que estãodoirados para a colheita” (Jo 4,35). Para muitos já vai demasiado longeo Ano Paulino… Mas está na horade recordar que perante osCoríntios, “firmes na fé”, o Apóstolose apresentou como servidor da suaalegria (2 Cor 1,24).Entendo que só coraçõesenamorados revelam, sem rugasnem distorções de vidro embaciado,o rosto de Cristo.

5

Bento XVI e opresidente italianoGiorgio Napolitano

Vaticano, 04.02.2013REUTERS/Osservatore Romano

6

“Às vezes, quando as coisasque são boas se recomendam, omelhor que podemos fazer éficarmos calados e indicarmos,com uma suave cotovelada, quea felicidade, apanhada numaobra de arte, existe”Miguel Esteves Cardoso, “Público”,04.02.2013 “Vivemos numa sociedade debolhas. Grandes ou pequenas,fugazes ou persistentes,inócuas ou danosas, as bolhassão novelos de ilusões sobre ovalor de ações, de bens ou depessoas, que são criadas ealimentadas através dos media,e que crescem sem verdadeiracorrespondência com arealidade”Manuel Maria Carrilho, “DN”,07.02.2013 “A sociedade portuguesa temmais continuidades do queaquelas que nós, crentes nademocracia, estamos dispostosa ver. E, quando recusamos veressas continuidades, acabamospor trair a geração que começoua fazer a mudança”Henrique Raposo, “Expresso”,07.02.2013

“Frequentemente dizemos ‘alíngua de Camões’, mas, parasermos totalmente honestos,ninguém a dignificou mais,ninguém a usou e engrandeceumais do que [o Padre António]Vieira. (…) Um país que tem àsua disposição um criador comoVieira devia proteger a línguaem que ele escreveu e divulgá-lo mais junto dos seus. Talvez,mesmo, seguir um pouco do seuexemplo (tolerância, ironia ecoragem).Francisco José Viegas, “Correio daManhã”, 06.02.2013 “As demonstrações infindáveisde estupidez, compõem umaverdadeira enciclopédia,enriquecida diariamente. Àsvezes tais expressões deverdadeira idiotice fazem-nosduvidar da capacidade racionalda raça humana”D. Aloísio Roque Oppermann,arcebispo emérito de Uberaba,Conferência Nacional dos Bispos doBrasil, 05.02.2013

7

Catolicismo só sobreviverá se for«evangelizador e missionário»

O bispo do Porto sustenta que o catolicismoeuropeu só sobreviverá se conseguir ser“declaradamente evangelizador e missionário”no ambiente globalizado e secularista quecarateriza a sociedade atual.Numa mensagem deixada durante a últimaassembleia dos Párocos Dehonianos, queterminou esta quarta-feira no Seminário deAlfragide, em Lisboa, D. Manuel Clementesublinha a urgência de anunciar a mensagemde Cristo “começando na gentilidade do própriobairro, escola ou hospital, quando não naprópria casa e família de cada um”.“O que noutros tempos pôde ser umageografia, é agora e prevalentemente umaatitude, mesmo sem sair da mesma terra, masganhando com o que se acompanhar, direta ouindiretamente, nas outras todas, perto oulonge”, sustenta o prelado, citado pela páginada Diocese do Porto na internet.Para o vice-presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa, o sucesso da NovaEvangelização depende muito também dacapacidade que a Igreja Católica terá em“compreender a metamorfose social e cultural”que se está a verificar.De acordo com aquele responsável, “a crisedeste ano ou fase da vida coletiva, a que a fétem de

8

(cor)responder com práticasconsequentes, é de particularprofundidade e exige umacompreensão não meramentecircunstancial das coisas, para sepoder ensaiar respostas capazes decriar futuro e não apenas suportarinevitáveis consequências”.E as soluções a implementar pelaIgreja, acrescenta D. ManuelClemente, devem “radicar-se,necessariamente, em experiênciascomunitárias autênticas, queeduquem segundo o Deus Amor”, eque nunca se desviem da verdadeda Palavra de Deus.O bispo do Porto destaca ainda aimportância dos cristãos nãobasearem a sua ação em outracoisa que não “o Deus que Cristorevelou,

tão diverso das inveteradascongeminações e inadvertências”humanas.É preciso uma “Igreja una, santa,católica e apostólica”, de “tradiçãoviva e insistente envio”, que não “senegue a si mesma”.“Cristãos é a melhor definição doque é ser discípulo de Cristo, istomesmo e não outra coisa, colada aqualquer religiosidade difusa e àescolha, old ou new age que seja”,conclui.A 14.ª Assembleia de PárocosDehonianos contou com a presençade 42 religiosos, provenientes emgrande parte de paróquias, reitoriase capelanias de diversos pontos dopaís. O tema em reflexão foi «Vive,proclama e testemunha a fé emCristo: ‘Eu sei em quem pus a minhafé’ (2 Tim 1, 12)».

9

A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizados emwww.agencia.ecclesia.pt

10

Contra casamentos low cost

O Centro de Preparação para oMatrimónio (CPM) de Esporões, emBraga, vai começar no próximodomingo uma etapa de formaçãopara casais da região, sob o lema“Não case em low cost”.Em comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, o padre José Torres,responsável pela comunidadecatólica e um dos sacerdotesassistentes do CPM, diz que “énecessária por parte da Igrejamaior seriedade na formação dosfuturos casais”.“O direito a contrair matrimónio éum direito natural, mas deveria serregulamentado. A Igreja católicatem que ser mais exigente comaqueles que se propõem a casar”,sustenta o responsável católico.A campanha “não case em lowcost…” alerta também os noivospara a importância de privilegiarema preparação humana e espiritual,que fica muitas vezes “esquecida”em detrimento de outros aspetosrelacionados “com a exterioridadedo casamento”, como os “fatos, osconvites, as prendas”.

Um “ticket barato”, ou seja, ummatrimónio mal preparado “irá deixarmarcas para toda a vida”, sublinha opadre José Torres.O CPM de Esporões conta na suaequipa de formação com 12 casais eassenta a sua missão em “três pilaresessenciais: revisão de vida, diálogodos noivos entre si e em grupo epartilha de testemunhos”.As sessões de preparação vão terlugar entre 10 de fevereiro e 17 demarço, aos domingos, entre as 9h15e as 12h30. Os casais interessadospodem inscrever-se através dos e-mails [email protected] [email protected] oudiretamente com os seus párocos.

11

O Patriarcado de Lisboa inicia este mês asemissões de um canal na televisão, que vaitransmitir em direto as seis catequeses que ocardeal-patriarca, D. José Policarpo, proferehabitualmente durante a Quaresma. Asintervenções e a restante programação podemser vistas no canal 210021 do Meo Kanal. “Cada vez mais podemos perceber que oshomens e mulheres que vivem junto ao mar sãopessoas de fé, particularmente nestas épocas demaior dificuldade”, disse à Agência ECCLESIA opadre Sílvio Couto, em Fátima, durante um retiropromovido pelo Apostolado do Mar. A dirigente nacional da Juventude OperáriaCatólica (JOC) denunciou a Agência ECCLESIAque há alunos com “bastantes dificuldadesalimentares nas escolas”. Elisabete Silva referiuque a “pobreza envergonhada” é notória e quealguns estudantes passam por “dificuldades aonível da alimentação”. A Fundação Fé e Cooperação (FEC) recolheu2049 «Presentes Solidários» na sua últimacampanha de Natal, um número inferior aos 3229de 2011. Emanuel Oliveira, coordenador dacampanha, deixa uma palavra de “gratidão”,considerando “surpreendente” a adesão mesmoem tempos de dificuldades.

12

O bispo de Angra considera que “o melhor jejume penitência” que os católicos podem fazer naQuaresma é “socorrer” quem precisa. Nocontexto de "uma crise muito grave", os fiéisdevem “reforçar a partilha de bens”, frisa D.António Sousa Braga na mensagem daQuaresma. O arcebispo de Braga considera que a fé “ésolução de muitos problemas” e salienta que asofertas para as pessoas carenciadas não devemser “uma mera esmola” resultante das “sobras”da “opulência”. Na mensagem para a Quaresma,D. Jorge Ortiga sugere a celebração de um ‘diada fé’ nas paróquias durante o Tempo Pascal. O bispo de Setúbal afirma na sua mensagempara a Quaresma que os comentários e análisesà atual crise económico-financeira sãoinsuficientes e apelou à solidariedade paraidosos e desempregados. “Abundamcomentários, análises, estudos sobre a situação,tal como previsões sobre o próximo futuro. Sãobem-vindos, mas há que ir mais longe na visãoda realidade e na resposta aos desafios”, refereD. Gilberto Reis. O diretor da Faculdade de Teologia daUniversidade Católica considera que os“vendedores de ilusões e fantasias que semultiplicaram ao longo das últimas décadas” emPortugal têm conduzido a juventude “para becossem saída”. O padre João Lourenço na missa aque presidiu este domingo, em Lisboa,assinalando o Dia da Universidade CatólicaPortuguesa

13

UCP

+ Pio AlvesPresidente da ComissãoEpiscopal da Cultura,Bens Culturais eComunicações Sociais

UCP (Universidade Católica Portuguesa) é,desde 1967, marca de qualidade. Que o digamgerações de estudantes que encontraram nosbancos desta instituição da Igreja Católica abússola para o seu rumo pessoal e profissional.Muitos deles, independentemente da sua maiorou menor proximidade formal à Igreja, pesamsensível e positivamente na vida da Sociedade.A rememoração desses anos encontrará,inevitavelmente, sinais das limitações humanas:um gesto menos cuidado, um docenteconsiderado menos capaz, um chumboinesperado. Mas o que dará consistênca aosaldo positivo é a resultante da harmoniosaconjugação dos conteúdos implicados no nomeda instituição: universidade (compromisso com asabedoria); católica (aberta à universalidade);portuguesa (uma cultura, um povo aberto a todosos povos).

14

Esta matriz, por si só, não seriagarantia de qualidade se nãotivesse atrás de si a generosadisponibilidade de nomesconhecidos que marcam a suahistória. Mas não são menosimportantes quantos e quantas,dentro e fora de portas, noanonimato de vidas que não sãonotícia, lhe deram consistência eajudaram a marcar os traços do seurosto. E aqui entra o povo anónimoque lhe confiou a educação dosseus filhos; os jovens, de todas asclasses e condições, que, com oseu esforço,validaram a qualidade das suasofertas formativas; os profissionaisque deram aí continuidade à suaformação; os docentes efuncionários que vestiram acamisola; os benfeitores quetornaram possíveis investimentos ougarantiram a sustentabilidade

financeira do dia a dia.É todo este património – de cultura,de solidariedade, de respeito dadignidade humana, de busca daverdade, de fermento cristão daSociedade – que está detrás damarca UCP. Universidade CatólicaPortuguesa, com as inevitáveislimitações e dificuldades de umainstituição humana, no nosso tempo,não é um discurso teórico sobrequalquer um destes valores.Juntamente com outras beneméritasinstituições da Igreja, não é umdiscurso, é uma realidade. Temméritos e limitações, porque existe.A celebração nacional do Dia daUniversidade Católica Portuguesa(primeiro domingo de fevereiro) éuma excelente oportunidade pararepensar a relação afetiva e efetivada Igreja e da Sociedade com estainstituição; uma excelenteoportunidade para arrumar clichêsdesfasados e, isso sim, arrimar oombro.Cuidar o que se tem é sempre bemmais útil que chorar o que seperdeu!

15

Formar para a confiançaO lema do Dia Nacional daUniversidade Católica Portuguesa, em2013, é «formar para a confiança» eserve de pretexto para meditar sobre osentido da ação desta universidade nasociedade portuguesa e refletir sobre ocaminho, sempre em construção, deuma universidade católica, com o qualdesde a primeira hora a Igreja estácomprometida.Porquê, então, formar para a confiança?Entendo que é no silêncio provocadopela interrogação e exigindo a respostaque conforte a ação, que a confiançasurge, em toda a sua pujança, comorealidade subjacente à relação com ooutro ou os outros. Não admira que aconfiança comece por ser fundamentalna família, se revele essencial nas maisdiferentes relações humanas, se projetedepois nas relações entre pessoas einstituições, dentro do Estado, e seapresente nuclear no plano global, o dorelacionamento mais vasto entrepessoas, organizações, Estados. Enfime em suma, a confiança é umadimensão essencial da convivênciahumana.Não, porém, de uma qualquerconvivência, antes a que se desenvolve

num clima de respeito e de procura deverdade, justiça e paz, porque sóaquele respeito e esta procura são geradores de confiança. Isto significaque a confiança, mais do que o efeitoda ação, ou de uma particular ação, é arazão estruturante de uma certa formade estar e interagir em comunidade.A perceção da diferença entre aspessoas, se não for acompanhada dorespeito por essa diferença, tende adesencadear sentimentos dehostilidade e, mesmo, conflitos que, porsua vez, dão origem a clivagens sociaise instalam a desconfiança. Respeitar ooutro partindo da igual dignidade daspessoas é, por isso, «tocar» aessência da relação de confiança, oque a torna reflexo, expresso ou tácito,de uma relação de responsabilidade.Mas atenção: respeitar o outro, nasdiferenças que o distinguem, no quadroda responsabilidade, não implica cederou transigir na defesa dos valores. Nãoimplica tolerar o intolerável. No seumais recente texto, o filósofo e juristanorte-americano Ronald Dworkin usauma expressiva imagem a partir de umaafirmação de um autor

16

grego da Antiguidade Clássica: «araposa sabe muitas coisas, mas oouriço sabe uma coisa muitoimportante». Ora é na defesa daessencialidade dos valores que aconfiança se forma e evolui, emliberdade. Uma liberdade comocapacidade psicológica de optar e optarfundadamente; uma liberdade comocapacidade sociológica de contribuirpara o bem-comum e ser fonte dedesenvolvimento em comunidade, comoAmartya Sen evidencia, acentuando aimportância da educação; umaliberdade, enfim, como capacidade deprolongar o amor de Deus entre aspessoas, levando a que cada um saiade si próprio e se aproxime do outro.Na ação formativa, em especial auniversitária, a confiança não pode,pois, ser lateral, nem deve sernegligenciada. É indispensável educarpara o respeito dos valores, para acapacidade de os assegurar ao longoda vida, para a capacidade de rompercom a distância entre as grandesdeclarações e as realizações doquotidiano, porque nessa rotura está agarantia do essencial.A Universidade Católica Portuguesa,desde logo porque, para além deuniversidade, é católica, tem um papeldecisivo a desempenhar nesteparticular, eliminando a distância entreo

pensamento e a realidade,transformando em ação os grandesditos, enfim, formando para aconfiança. Tudo porque o que medeiaas grandes declarações e a atividadeconcretizadora é o coração; o que ligaos grandes ditos e as realizaçõesrespetivas são os afetos e a coragemque resulta da confiança transmitidapelo amor a Deus, entretecido pelaspessoas em comunidade.Além disso, formar para a confiançatem o sentido de levar cada um aacreditar nas suas potencialidades,capacidade de afirmação pessoal e deinovação, força para superaradversidades e ser motor de mudançaem sociedade.E não resisto a citar o inspirador PapaJoão XXIII: «Não consultes os teusmedos, mas as tuas esperanças e osteus sonhos; não penses nas tuasfrustrações, mas nas tuaspotencialidades, ainda que nãoexploradas; não te preocupes com oque tentaste e falhaste, mas com o queainda é possível fazer». Este é um hinoà confiança.Através do lema que escolheu para oseu Dia Nacional, a UniversidadeCatólica Portuguesa só deseja acentuara importância decisiva da cultura daconfiança na sociedade, enquantogarante de um futuro melhor, porquemais humano.

Maria da Glória Garcia

17

Também há alegrias no hospital

No XXI dia mundial do Doente, celebrado a 11 defevereiro, o Papa pede a todos os cristãos que rezempor quem sofre e que “reconheçam no irmão enfermoa face de Cristo”. O padre José Cruz é capelão do Hospital dosCapuchos e das Descobertas, em Lisboa. Dia após diaestá, acompanha e escuta aqueles que “estão nacondição de doença”, como prefere dizer.“O capelão ou assistente hospitalar e religioso éaquele que está para quem precisa… Estas pessoassentem-se perdidas na cama de um hospital e deixamde ter o seu ritmo natural, o seu dia a dia, a sua camaou até o seu pijama”, afirmou à Agência ECCLESIA.“Estou aqui para o ser o colo que escuta tudo, aslágrimas, a revolta, muitas vezes a revolta contra Deusou as tentativas de aproximação à fé, onde até mepedem orações…”, acrescenta.O capelão sente que não está só nesta missão masque trabalha em equipa, o que para si se torna umaalegria. Muitas vezes são os próprios médicos,enfermeiros ou auxiliares que o chamam ou sugerem asua presença.“Às vezes nem é o próprio doente e chegam-mepapelinhos com a mensagem que a ‘esposa do doentetal precisa de apoio, está triste, talvez uma palavrasua, ajude’”, confessa o padre José Cruz.

18

Todos precisam de palavras dealento num hospital, desde osclínicos aos auxiliares. Por isso, opadre José Cruz faz questão de nãoesquecer ninguém, porque “ocapelão tem de ser aquele que estápara todos”.A condição de doença leva aodespojamento total de uma lista debens adquiridos ao longo da vida. Osacerdote anda muitas vezes peloscorredores dos hospitais, fala commuitas pessoas e escuta outrastantas.“Muitas pessoas fazem o seu lutoaqui, nos hospitais. Por exemplo, nohospital dos Capuchos há o“aconchego”, um momento dedicadoaos familiares, onde a oração, areflexão e a descontração sãopontos-chave para recordar quem jápartiu”, diz o padre José Cruz.O conforto e a serenidade sãoatitudes de todos os dias mas asalegrias surgem a horasinesperadas. O nascimento de umacriança é sempre um momento decelebrar a vida,mesmo quando alguma coisa corremenos bem.“Há poucos dias uma família unia-seà volta de um recém-nascido que,com a sua simplicidade, encantavatodos. Mas a mãe estava à beira deum grande perigo e a noite foi desofrimento”, recorda.

“Houve oração, acompanhamento eapoio a todos, a mãe recuperou eestá já com o seu filho nos braços”,diz com satisfação o capelãohospitalar.“Estes são momentos de olhar parao céu, agradecer a vida e asalegrias que acontecem noshospitais e que nos fazem acreditara cada dia”, confessou.Para o dia do doente o padre JoséCruz apenas pede que todas aspessoas em condição de doençapossam “abrir o coração e estaratentos à sua história de Amor”,conclui.A experiência do padre José Cruzserá apresentada no programaEcclesia, na Antena 1, dia 11 defevereiro, Dia Mundial do Doente,pelas 22h45.

19

Paulo RochaDiretor da AgênciaEcclesia

Começo por um acontecimento local, que poucodirá à generalidade dos públicos e dos leitores.Mas o querer que atinja mais do que um gruporestrito faz com que o coloque – correndo osperigos de qualquer regionalismo – na minhasemana… Em causa, apenas uma corrida demontanha: 25 quilómetros nas encostas doDouro (o bastante para valer a pena), visitadaspor mais de 400 pessoas. Nesta “prova” osaspetos mais meritórios estão nos meses que aprecederam. Ela nasceu do espíritoempreendedor de um pequeno grupo, apostadosem dinamizar a vida de uma aldeia com poucascentenas de habitantes. Falo do “I Trail SantaIria”, estimulado a cada passo pelo desafio queacompanhava qualquer convite ou divulgação:“Já treinaste hoje?” A pergunta não motivouapenas quem quis participar. Provocousobretudo os que dinamizaram a iniciativa ,transformando uma porção de ambiente rural,muitas vezes entregue a rotinas sem motivação,em autêntica “aldeia olímpica”! O início de fevereiro traz sempre o Dia daInternet Segura. O tema preocupatransversalmente pessoas mais velhas,nomeadamente os educadores. Mas todos,também adolescentes e jovens, incluem nasinquietações do quotidiano a segurança nomundo virtual. E quando a

20

imprudência motiva passos emfalso, depressa chega a consciênciade que a utilização das ferramentasweb e as vivências no ambientedigital tem de merecer a mesmaatenção que o atravessar equalquer rua. Uma imposição detodos os dias, a exigir ensaiospermanentemente motivados pelapergunta – também virtualmente –“já treinaste hoje?”. “Culturas juvenis emergentes”. Elasestão em debate no Vaticano poriniciativa do Conselho Pontifício daCultura. Em causa a importânciados ambientes digitais, dos desafiosde uma nova cultura, natural paraquem nasceu nas suas entranhas,para os nativos digitais, mas muito“moderna” para gerações maisadultas. O tema, em debate nestaAssembleia Plenária, é umaafirmação de disponibilidade paraacolher e integrar umacultura com marcas distintas.Não acontecerá de um dia parao outro… Irá antes implicaraproximações permanentes,avaliadas a cada passopela interpelação“já treinaste hoje?”

“O melhor jejum e penitência, quepodemos fazer na Quaresma é,precisamente, socorrer o nossopróximo”. A frase é de D. AntónioSousa Braga, bispo de Angra. Namensagem para a Quaresma desteano, prestes a iniciar, sugereatitudes de “cidadania ativa” queajudem quem precisa e sobretudoque promovam o desenvolvimentointegral de todas as pessoas. Porisso, valerão a pena todas asabstinências, jejuns e penitências.Um desafio pertinente sobretudo nocontexto atual a exigir treinoconstante. A propósito: “já treinastehoje?”

21

«Incerteza e instabilidade» estão acolocar muitos jovens à margem dasociedade Bento XVI recebeu esta quinta-feira em audiência no Vaticano osparticipantes na assembleia plenáriaanual do Conselho Pontifício para aCultura (CPC), iniciativa quedecorre até sábado subordinada aotema das “culturas juvenisemergentes”.Em declarações publicadas peloserviço informativo da Santa Sé, oPapa “reafirmou a confiança e aesperança que a Igreja Católica temnos jovens”, classificando a sua“energia e vitalidade” como“essenciais” para a realização damissão de Cristo no mundo.De acordo com o Papa, essa força,“decisiva” também para o futuro dasociedade, não pode ser“descurada” nem encarada a partirde “paradigmas culturais e métodoshá muito desatualizados einadequados”.Bento XVI abordou tambémquestões como o desempregocrescente, a exclusão social, o cultoda celebridade

e a tendência para o individualismo“fenómenos que estão a afetar osmais novos no plano psicológico erelacional” e que resultam dediversos fatores, como os meios decomunicação, que estão a favorecero aparecimento de “uma culturacada vez mais fragmentada”.“A incerteza e a fragilidade quecarateriza hoje tantos jovens,empurra-os frequentemente para amargem, tornando-os quaseinvisíveis e ausentes do processocultural e histórico das sociedades”,salientou.De acordo com o Papa, “nem adimensão religiosa” escapa a esteproblema, uma vez que os maisnovos “vivem muitas vezes a suaexperiência de fé e de pertença àIgreja segundo uma perspetivaindividual e emocional”.Bento XVI concluiu a sua mensagemaos participantes na assembleiaplenária do CPC sublinhando que“se

22

os jovens perderem a esperança, apossibilidade de progredir, decontribuir para a dinâmica socialcom a sua energia e capacidade deantecipar o futuro, a humanidadeficará muito mais enfraquecida nasua capacidade de caminhar emdireção a um futuro melhor”.Limitado a membro e consultores,entre os quais se conta o padreTolentino Mendonça, diretor doSecretariado Nacional da Pastoralda Cultura da Igreja Católica emPortugal, a reunião magna do CPCtem como grande objetivo refletirsobre as novas

formas de comunicação com ascamadas juvenis nascidas na eradigital.A iniciativa abriu quarta-feira comum concerto rock do grupo italiano“The Sun”, na Aula Magna daUniversidade Lumsa (LiberaUniversità Maria SantissimaAssunta).Para abrir mais canais de diálogoentre a Igreja e os mais novos, ocardeal Gianfranco Ravasi,presidente do CPC, desafiou osjovens a enviarem questões ecomentários relacionados com atemática da assembleia, através dasua conta na rede social Twitter.

23

Bento XVI em defesa da «caridade»

Bento XVI afirma na sua mensagempara a Quaresma 2013 que a“caridade” é uma das marcas maisimportantes da fé católica e deveser vista como mais do que “ajudahumanitária” ou “ativismomoralista”.“Por vezes tende-se acircunscrever a palavra ‘caridade’à solidariedade ou à mera ajudahumanitária”, escreve o Papa, numtexto em que apela à“evangelização”, como a forma de“promoção mais alta e integral dapessoa humana”.O documento, sobre o tema ‘Crerna caridade suscita caridade’, foiapresentado aos jornalistas emconferência de imprensa.“Se, por um lado, é redutora aposição de quem acentua de talmaneira o caráter prioritário edecisivo da fé que acaba porsubestimar ou quase desprezar asobras concretas da caridade -reduzindo-a a um genéricohumanitarismo -, por outro éigualmente redutivo defender uma

exagerada supremacia da caridade esua operatividade, pensando que asobras substituem a fé”, assinalaBento XVI.Na reflexão sobre a importância da fée da ação em favor do outro, o Papasublinha que os católicos têm de“saber amar a Deus e ao próximo”.“A fé precede a caridade, mas só serevela genuína se for coroada porela”, acrescenta.A Quaresma, que começa este ano a13 de fevereiro, com a celebraçãodas Cinzas, é um período depreparação para a Páscoa, maiorfesta do calendário litúrgico cristão,com a duração de 40 dias.

24

Os membros do comité conjunto do Conselho dasConferências Episcopais da Europa e daConferência das Igrejas Europeias, reunidos emVarsóvia, manifestaram a sua intenção detrabalhar em conjunto na “evangelização“ e“renovação” das suas comunidades, pararesponderem aos desafios colocados pelosfenómenos migratórios e o surgimento de novosgrupos e movimentos religiosos. Bento XVI foi presenteado com um concertopromovido pela embaixada italiana junto da SantaSé, por ocasião do 84.º aniversário do Tratado deLatrão, que oficializou a independência doVaticano, a 11 de fevereiro de 1929. Um acordoincluído nos “Pactos de Latrão”. O Museu Nacional de Castel Sant’Angelo, emRoma, está a acolher a exposição “O Caminho dePedro”, iniciativa dedicada ao apóstolo e que,segundo presidente do Conselho Pontifício para aPromoção da Nova Evangelização, D. RinoFisichella, é a primeira de um conjunto de“manifestações artísticas” que para acentuar “ocaráter cultural da fé”. O presidente do Conselho Pontifício para aFamília, D. Vicenzo Paglia, considera que o mundoestá hoje a ser influenciado por uma “escalada deindividualismo que ameaça a família e todas asoutras formas de sociedade”. O alerta foi deixadodurante a apresentação das conclusões do 7.ºEncontro Mundial das Famílias, que decorreu noúltimo mês de junho, em Milão.

25

JMJ2013 vai ser convite à práticada solidariedade cristãA Igreja Católica quer fazer da 28.ªedição das Jornadas Mundiais daJuventude (JMJ), entre 23 e 28 dejulho, no Rio de Janeiro, Brasil,uma oportunidade dos mais novosexperimentarem a “beleza” doencontro e da prática da“solidariedade” cristã.Em entrevista à ECCLESIA, odiretor do Departamento Nacionalde Pastoral Juvenil, padre EduardoNovo, sublinha que “a Igreja não seesconde nem se fecha à realidadedos problemas do Homem”.Apesar do desenvolvimento que acidade do Rio de Janeiro está a ter,muito por culpa de projetosrelacionados com a organizaçãobrasileira do Mundial de Futebol de2014, ela continua a ser atingidapor problemas como “a pobreza, adesigualdade social e a corrupção”,realça o sacerdote.Por isso, as pré-jornadas desteano, entre 17 e 21de julho, vão seruma oportunidade para cadaparticipante

“se sentir missionário, portadordaquilo que vive interiormente”, juntodo mais necessitados.Ao mesmo tempo, serão umaoportunidade dos mais novosconhecerem o trabalho pastoral quea Igreja Católica está a realizar juntodas diversas comunidades da região.O padre Eduardo Novo, que esteverecentemente no Rio de Janeiro paraparticipar num encontro depreparação da JMJ, teveoportunidade de testemunhar otrabalho de “homens e mulheres queincansavelmente se dedicam aoserviço dos outros, levando Cristonão apenas como alimento mas comopresença amiga”.

26

→ O Teatro da Cornucópia estreia na noite destaquinta-feira a peça «O Estado do Bosque», escritapelo padre e diretor do Secretariado Nacional daPastoral da Cultura, José Tolentino Mendonça. Aencenação está a cargo de Luís Miguel Cintra e estaráem cena até 24 de fevereiro. → Três anos depois do Encontro Ibérico de Taizé, aigreja da Trindade, no Porto, acolhe no dia 9 umaoração evocativa das «Fontes da Alegria». Durante odia os jovens são chamados a participar emworkshops sobre temas como o desemprego, oecumenismo, o Concílio Vaticano II, a Fé ousimplesmente visitar a igreja e a torre dos Clérigos. → Dia 11 de fevereiro a Igreja católica assinala o 21ºDia Mundial do Doente. O Papa escreveu umamensagem apelando para que este seja um “momentoparticular de reflexão” “renovada atenção” a todosaqueles que estão a sofrer. → Os 40 dias rumo à Páscoa têm o seu início a 13 defevereiro. Depois da folia nos três dias de Carnaval, oscristãos impõem as cinzas nesta quarta-feira comosinal de conversão e iniciam o caminho da Quaresmacom atos de jejum, esmola e oração. → No dia atribuído aos Namorados, o SecretariadoDiocesano da Pastoral Vocacional do Funchalorganiza a conferência «Viver o namoro» e umacelebração eucarística com bênção aos casais.

27

Diante da crise, crie! A área do empreendedorismo,do desenvolvimento decompetências,autoconhecimento e otimizaçãode recursos está a merecer ainvestigação de Jacinto Jardim.Professor universitário, dedicamuito do seu tempo àinvestigação e também àexposição dos temas queestuda. Doutor em Ciências deEducação, escreveu o livro «10competências rumo àfelicidade». Ele é o ponto departida para a entrevista àAgência ECCLESIA.

28

29

Agência Ecclesia - O que é afelicidade?Jacinto Jardim - O conceito defelicidade relaciona-se com a buscapermanente de qualquer pessoa. Ésobretudo uma busca não é umponto de chegada. É um processopara um estado de satisfação com avida. AE - No seu livro «10competências rumo àfelicidade», que fórmula“mágica” é apresentada para aconquista da felicidade?JJ - O ponto de partida do livro sãoas características individuais, osonho da pessoa, que é a parteemocional. Este conceito que reconhece ostalentos pessoais permite que cadaum sonhe à sua medida edesenvolva os seus talentosconforme as suas características.Se assim for, todos seremos umamais-valia, sem concorrência.Colocar-nos-emos em colaboraçãoultrapassando um modeloindividualista. Esta é uma propostaevangélica pois pede a todos o seucontributo.

AE - O livro apresenta dezcompetências. A primeira é oAuto conhecimento. JJ - O auto conhecimento éessencialmente a capacidade daspessoas identificarem as suaspotencialidades. Qualquer pessoatem enormes potencialidades massão tesouros que estão escondidose precisam ser desembrulhados. A grande dificuldade é a pessoaconhecer-se e identificar qual o seutesouro, qual o seu aspetodiferenciador. A partir daí podecolocar o que tem de melhor aoserviço dos outros. AE - A segunda competência é aauto estima.JJ - Esta competência refere-se aossentimentos positivos que a pessoatem sobre si. Sem este sentimentopositivo não é possível a pessoafazer nada. Com isto não quer dizerque se deva considerar a melhor domundo, mas perceber que estamostodos no mesmo barco onde cadaum deve se valorizar.

30

AE - A Auto realização é aterceira competênciaapresentada.JJ - Esta competência aponta paraos objetivos que uma pessoa tem eo que faz para se superar. Há umconjunto de competênciasindividuais que a pessoa gosta(recuperamos as competências doauto conhecimento e da autoestima) e posteriormentetransforma-as em projeto, emmissão. AE - A Empatia é a próximacompetência.JJ - Esta competência é muitonecessária para ter noção de quemé o outro, para uma escuta ativa deexperiências e ideias dos outros. Omundo de hoje leva-nos aoautismo. AE - A Assertividade é a quintacompetência apresentada.JJ - Esta é a capacidade de umapessoa se auto afirmar nainteração. Corresponde àcapacidade de dizer o que sepensa, dar a opinião, expressarsentimentos, solicitar mudança decomportamentos quando seconsidera ser preciso mudar.A tendência natural do homem é seragressivo ou passivo. O problemada assertividade

manifesta-se quando na relaçãocom os outros nos tornamosagressivos ou passivos. Ninguémgosta de comunicar com alguémagressivo. Por outro lado, apassividade leva a pessoa adistanciar-se do outro e do quepensa. A assertividade está no meio.É a comunicação equilibrada ondeacontece a expressão do que sepensa e quer.Não é fácil desenvolver aassertividade quando vivemosdurante muitos anos num regimeditatorial.

31

AE - Surge depois o SuporteSocial.JJ - Quando se fala de suportesocial referimo-nos à ajuda quepodemos dar e que nós própriosprecisamos: apoiar e ajudar quemprecisa, mas também procurar quemnos pode ajudar. A primeira área onde nos podemosajudar mutuamente é a existencial.Os progenitores dão suporteexistencial aos seus filhos... AE - A Criatividade é a sétimacompetência apresentada.JJ - Corresponde à capacidade de apessoa desenvolver a arte de serempreendedora, ser original no quefaz, no que é, no que diz, no quesente, ao ponto de criar algo quetenha valor.Precisamos muito desta atitudeempreendedora. Diria até queprecisamos sobretudo de recriar: avida, a sociedade, o modo deestar na universidade, a forma deestar em sociedade.O contexto que atravessamosconduz muitas pessoas a iniciativasinesperadas. Sente-se uma busca eisso implica criatividade.

O contexto queatravessamos conduzmuitas pessoas ainiciativas inesperadas.Sente-se uma busca eisso implica criatividade. AE - Surge depois a Cooperação.JJ - Esta competência relaciona-secom a capacidade de trabalhar emequipa que implica o sentidocomunitário e social da pessoa.Atualmente as empresas melhorsucedidas no mercado são as quepromovem a cooperação entretodos os seus trabalhadores. Estacompetência é essencial parasobreviver no contexto que vivemos. A cooperação pressupõeeu contribuir com o que sou e o quetenho, e todos enriquecerem com oque sou. AE - Surge depois a Liderança.JJ - Esta competência refere-se àinfluência positiva de alguém quepode levar uma equipa àconcretização de um objetivo.Requer uma comunicaçãointerpelativa e motivante para queos objetivos delineados se realizem.

32

AE - A última competênciaapresentada é a Resiliência.JJ - Esta competência define todasas anteriores. Assemelha-se ao queacontece com um elástico: estica-see depois volta à sua posição inicial.Na vida, a pessoa é resiliente se asfrustrações, as crises e osobstáculos esticarem a pessoa, masela não rebentar e conseguir voltarà normalidade. Este conceito é muito atual devido àcrise que atravessamos. Existemindicadores de quem não conseguelidar positivamente com estasituação, mas a resiliência,enquanto competência, diz-nos quedevemos recriar positivamente asociedade e a vida. Fazer cair o “s” AE - De que forma é que a crisepode ser reinventada e estasdez competências podem ajudara ultrapassá-la?JJ - Estas competências sãoessenciais para criar algo de novo.Numa situação de crise o desafio éfazer cair o “s”. Crie, tenha iniciativa,seja original.

Para que isso aconteça énecessário perceber quais osnossos talentos, gostar de nóspróprios, definir objetivos, escutarativamente, ser assertivos, é precisosuportarmo-nos socialmente para superarmos estetempo. Estas competências sãoúteis porque nos ajudam aidentificar líderes e unem aspessoas em cooperação. Este é um desafio brilhante numtempo que é um dos melhores dahistória da humanidade porquecorresponde ao nosso tempo. AE - Que mais valia pode ter aatitude crente? JJ - Acho que quem crê tem maiscapacidade de criar. No livro «10competências rumo à felicidade»privilegio uma abordagem do pontode vista humano, psicológico, sociale profissional. Numa abordagem defé, a pessoa percebe que tem maisforça dentro de si porque tem acerteza de que isto não vai terminarmal. Toda a força da fé nasce daconfiança total na mão de Deus queguia a pessoa. A fé é uma grandeajuda para superar todas assituações desafiantes da vida.

33

365 maneiras de ser felizO Felicidário propõe que ao longodeste ano cada pessoa descubra365 formas de ser feliz. Este desafiolançado pela associação Encontrar-se, uma Instituição Particular deSolidariedade Social que luta contraa discriminação causada pelasdoenças mentais, à agência criativaLintas traduz-se num calendário queé também um dicionário.“Geralmente associa-se a felicidadea ganhar o euromilhões, a fazeruma viagem, ter muita saúde mas afelicidade está também naspequeninas coisas, sobretudo nodomínio do fazer”, explica à Ecclesiaa diretora criativa SusanaAlbuquerque, exemplificando com afelicidade encontrada num galão euma torrada ou em deixar um livronum banco de um jardim para umdesconhecido.“Existem tantas definições quantasas possibilidades de nósconseguirmos ser e fazer alguémfeliz”, acrescenta a diretora daLintas.A cada dia o calendário apresentaum desafio em forma de ilustraçãoque

tanto pode incentivar a encontrar afelicidade em algo de novo como acimentar esse bem-estar num gestoquotidiano.Segundo o supervisor criativo,Pedro Santos, as definiçõeschegaram de pessoas que estão naterceira idade, também de entre os12 ilustradores do Felicidário mas osconceitos em aberto, havendosempre mais espaço para se serfeliz.Susana Albuquerque admite queeste é um projeto que interessa atodas as gerações, não apenas amaiores de 65, promovendoinclusivamente o contato entrediferentes idades, na senda do AnoEuropeu do Envelhecimento Ativo eda Solidariedade Entre Gerações.“Para algumas ideias a idade podeser limitativa mas na sua maioria, esobretudo nas que nos fazem maisfelizes, não importa se a pessoa tem20, 30 ou 65 anos”, sustenta.Para a diretora criativa o Felicidárioprovoca um efeito de contágio e éuma forma de “cultivar a felicidade”.“Vivemos numa altura em que

34

olhamos à volta e encontramosmuitas coisas más mas se olharmospara as boas elas também têm omesmo efeito de contágio. Não nospodemos é deixar levar apenaspelas más”.Em breve, quem pretender, poderáadquirir um quadro, com base nasilustrações de felicidade e ajudar aEncontrar-se na luta contra adescriminação causada pordoenças mentais, estando tambémem

planeamento a divulgação depequenos vídeos de pessoas maisvelhas que envelhecem felizes.O Felicidário é feito de formagratuita e assenta na colaboraçãodos 12 ilustradores que secomprometeram com 30 desenhos,cada um, ao longo do ano. Porque afelicidade também é fazer algogratuito.Para mais informaçõeswww.felicidario.encontrase.pt

35

Levar a vida a rir... José Pedro Cobra, tem 40 anos, é advogado e

“faz comédia em pé”, como gosta de lhe chamar.Contrariando a imagem do advogado, sisudo,coloca nas sessões de comédia o entusiasmo eas cenas do quotidiano.“Ganhei o gosto pela boa disposição no seiofamiliar, aquele gosto de contar histórias paratodos rirem... Depois os amigos incentivaram-mea partilhar”, conta à Agência ECCLESIA.Este advogado acredita que para fazer comédianão há nenhuma transformação em si, apenasmostra um “lado diferente, aquele que leva otrabalho a sorrir, por exemplo”.“Tudo se torna mais fácil com um sorriso, jápensaram?”, acrescentou.As sessões de comédia em pé foram-semultiplicando e José Pedro Cobra sente desde oinício que “fazer rir é muito mais do que isso.”

A alegria que partilha com os outros faz com queolhe para a vida de outras perspectivas. Apartilha é uma delas.“Os espetáculos que faço revertem paraassociações de solidariedade, já imaginaram rir eainda poder ajudar outros?”, interpela.

36

Além disso, uma vez por semana,José Pedro Cobra desloca-se aoHospital de Santa Maria, em Lisboa,onde inventa e conta histórias,numa rubrica a que chamou “trocouma história por um sorriso”.“Dispo o fato de todos os dias,invento e revelo personagens...mostro outro lado de mim que mefaz trazer sorrisos e receber muitomais do que aquilo que dou”, afirma.

“Agradeço a vida todos os dias epor isso tento retribuir-lhe, dando omelhor de mim”, declara oadvogado. A experiência de fazer comédia empé de José Pedro Cobra pode servista no programa 70x7 destedomingo (na RTP2, pelas 11h30), etambém ouvida no programaEcclesia no dia de Carnaval, naAntena1, pelas 22h45.

37

Experiência de Taizé:Uma alegria sem ressaca

A comunidade de Taizé tem por base osilêncio e a meditação, tentandoorientar os jovens num sentido para avida. Na comunidade a oração, oscânticos e o silêncio estão semprepresentes. Em Taizé vivemos umaalegria imensa que vem em grandeparte da oração, da comunhão comDeus e com os outros. Ir a Taizé éencontrar as fontes da alegria plena.Uma alegria que não deixa ressaca masque se renova a cada oração, cadapartilha e cada encontro com Deus.

Rita Monteiro

Ir a Taizé ou participar de umencontro europeu é, certamente,uma experiência única de profundapartilha com outros que apresentam realidades sociais, culturais,religiosas e étnicas diferentes denós. Todavia, Taizé faz-nos relembrarque, mais do que pontos dediferença, o foco da sua vivênciareside naquilo que nos une. A alegriae felicidade surgem, exactamente,quando se compreende isto.Nélson Ramalho

38

A experiência partilhada de Taizé étransmitida em alegria que marca.Marca, porque não vemespecialmente do “espírito de Taizé”,vem do próprio Espírito Santo. Não éalegria oca, saudosa dessaexperiência. É alegria de paz queatravessa tudo, até a dor e atristeza. É a alegria de nos sabermosacompanhados por tantos outrosque procuram o mesmo Bem, omesmo Amor. É alegria dosencontrados em Deus e por isso,permanece.

Andreia Carvalho

Ir a um Encontro de Taizé, quandotodos procuram a passagem de anomais divertida? Um encontro comIrmãos? Para rezar pela Paz? Se háexperiência que marca é esta: viverdurante cinco dias, a alegria doEncontro com os outros, da partilha eda confiança. São dias de festa,animados por uma alegria interior, quese vive no concreto e se estende atoda a cidade! Não uma alegriaqualquer, mas a que Cristo nos dá eque trazemos connosco na bagagem eno coração!

Hugo Casanova

39

Portugueses sorriem cada vez menosO Laboratório de Expressão Facialda Emoção estudou o sorriso dosportugueses e, numa análiserealizada em 2012, verificou-se umadiminuição na frequência eintensidade dos sorrisos, desde oinício do estudo há nove anos.No âmbito do projeto pioneiro “UmaDécada de Sorriso em Portugal”,que integra este estudodesenvolvido pelo Laboratório daFaculdade de Ciências da Saúde daUniversidade Fernando Pessoa(UFP), foram analisadas no anopassado, 13604 fotografias queretratam o sorriso dos portugueses.Ao analisar estas imagens osinvestigadores concluíram que,independentemente da idade, asmulheres continuam a sorrir mais doque os homens, apesar de severificar um “registo descendenteacentuadíssimo” em relação a 2011.Em relação aos homens, estesapresentam um sorriso maisfechado a partir dos 60 anos.As crianças são as que continuam a

apresentar, em maior número efrequência, um sorriso largo.A face neutra foi “a expressão maisexibida” em 2012 e o sorriso“rasgado” foi tendencialmente“substituído pelo sorriso fechado”.Os dados globais do FEELab (apartir de mais 367 mil fotografias)revelam que os portugueses estão asorrir “muito, muito menos, desde2003”. Indicadores preocupantespara os investigadores porque afelicidade está na cara das pessoase o sorriso é um sinal que está adesaparecer a ‘olhos vistos”.

40

A Felicidade tem de ser um bemcomumÉ professora universitária na áreada psicologia. No ensino superior,em muitas conferências ou emcontexto empresarial ou escolar,Helena fala de psicoterapia e deaconselhamento educacional. Esempre tendo no horizonte ootimismo, a felicidade.Situações concretas, as pessoais,não a impedem de ser feliz e defazer felizes

todas as pessoas que com ela secruzam.“O fundamental é ter com quemcontar”, diz Helena Marujo, queencontra na relação entre pessoaso caminho essencial para aconstrução da felicidade.Uma temática abordada numrecente programa 70x7, ao iniciar oano 2013.

41

Surgindo em janeiro de 1963, aRevista «O Tempo e o Modo» foi oresultado do percurso dum grupo decatólicos, constituído em 1958, emanteria a mesma intencionalidadeoriginal até finais de 1967. Ao longode cerca de dez anos (1958-1967),o projeto de «O Tempo e o Modo»justificou um conjunto de iniciativasculturais, das quais a revistaconstituiria a referênciafundamental. Assim, motivou aprodução da Livraria «MoraisEditora» e a edição em portuguêsda «Concilium» (Revistainternacional de Teologia).As origens do projeto de «O Tempoe o Modo» situam-se no encontrodas expectativas face à Igreja entreduas gerações de católicos. Opercurso pessoal de António AlçadaBaptista encontrou correspondênciadevida

num grupo de militantes da JUC,quase dez anos mais novos:“Entretanto, tinha tomado contactocom uma nova geração de católicoscom preocupações idênticas àsminhas. Todos recém-formados,tinham-se ligado através do jornal“Encontro” e do “Cine-ClubeCatólico”. Eram o Pedro Tamen, oJoão Bénard da Costa, o Nuno deBragança e o Alberto Vaz da Silva,entre outros (In: A. Alçada Baptista,Depoimento sobre o Tempo e oModo, no ciclo de conferências «OsAnos 60: Os fatores de mudança».)Nestes dois percursos, o de AlçadaBaptista marcado pelo períodosubsequente à II Guerra e o dosmilitantes da JUC (JuventudeUniversitária Católica) caracterizadopelo contexto do final da década de50, desenvolveram-se idênticas

42

preocupações relativas àexperiência de fé. (In: NunoEstêvão, «O Tempo e o Modo –Revista de Pensamento e Ação[1963-1967])O impacto da Revista «Esprit» nacultura francesa permitiuenquadrar todo um conjunto deinterrogações comuns às duasgerações de católicos que viriam aprotagonizar o projeto de «OTempo e o Modo». De facto, opersonalismo cristão abriu apossibilidade duma presençaintelectual e cívica a partir dumcatolicismo aberto e interventor,radicada na consciência profundade que há uma só História e umasó Humanidade, constituídas emsacramento coletivo do Reino deDeus.“A ação começa na consciência. Aconsciência, pela ação, insere-seno tempo. Assim, a consciênciaatenta e virtuosa procurará o modode influir no tempo. Por isso, se aconsciência for atenta e virtuosa,assim será o tempo e o modo.”Com esta fórmula Pedro Tamendefiniu o projeto. Uma revista depensamento e ação, que foi“expressão do nosso mal-estar

em relação à sociedade em quevivíamos”, como disse António AlçadaBaptista.O número um de «O Tempo e oModo» - cujo editorial - seriaprofético, pelos artigos assinados deAlçada Baptista, Mário Soares, JorgeSampaio. Ao longo dos meses,seguiram-se páginas exemplarespara a abertura de horizontes deliberdade, diversidade e a diferença,a discussão e o diálogo. Para umolhar sobre as grandes questões doséculo XX e a consciência daliberdade desejada. Um olhar sobreos temas que inquietavam o mundo,em definitivas mudanças. Sobre acriação literária, tão versátil nosmoldes, estilos e estéticas, com seusconflitos e confrontos. (In: Textopublicado no site da Hemeroteca)

43

Consagrado português acompanhouo fervilhar dos debates conciliares

Depois de terminar o percurso no seminário e recebera ordenação presbiteral em 1960, o padre Américo M.Veiga, missionário redentorista, foi enviado para Romadois anos depois. Chegou à capital italiana doismeses antes do início do II Concílio do Vaticano.Ao dar o seu testemunho na XXVII Semana de Estudosde Vida Consagrada, o padre Américo Veiga recordouque a “grande maioria ou a totalidade dosprofessores” da Academia de Moral dosRedentoristas, a funcionar na casa onde residiaquando esteve em Roma, “eram consultores ouperitos do Concílio”.Em Roma, o fervilhar de debates, conferências,colóquios e testemunhos era constante. Paraentender isto, basta recordar que a capital italianaacolheu cerca de 2500 bispos, “um significativonúmero de peritos do Concílio e ainda numerososconselheiros ou consultores de cada bispo ou degrupos de bispos”, disse o padre redentorista eacrescenta: “Todos eles sentiam necessidade dedesabafar e dizer qualquer coisa”.Na casa onde residia este missionário português,estavam hospedados uns “25 bispos redentoristas detodo o mundo”.Quando os estudantes redentoristas que ali viviamsaiam para as diferentes universidades, os bisposconciliares diziam “com alguma graça: «Ide, que nóstambém vamos para a nossa [referiam-se aoConcílio]»”. Segundo o

44

testemunho deste missionário, estaassembleia magna “foi um autêntico,amplo e profundo curso dereciclagem”.Na sua comunicação aosparticipantes na Semana deEstudos de Vida Consagrada, opadre Américo Veiga recorda que “agrande maioria dos bisposconciliares estava à margem dosgrandes debates que ali serealizavam e dos grandes voosteológicos que supunham”. A Igreja“teve a sorte e a graça” de possuirnaquela época um número deteólogos “extraordinários” e umgrupo de bispos, “reduzido é certo,mas muito bem preparadoteologicamente, de grande aberturae experiência pastoral”.Para o padre Américo Veiga, o IIConcílio do Vaticano foi “umaexplosão de alegria” e oacontecimento mais marcante” dasua vida. E adianta: “Sempreinquieto e interrogativo, muito doque me tinham ensinado eaprendido não me convenciatotalmente, nem me deixavatranquilo”.Passados 50 anos do início (11 deoutubro de 1962) desta assembleiamagna convocada pelo Papa JoãoXXIII, o missionário português

Não me imagino sem oconcílio nem queroimaginar o que seriam asrelações da Igreja com omundo sem o concílio confessa: “Não me imagino sem oconcílio nem quero imaginar o queseriam as relações da Igreja com omundo sem o concílio”. Esteacontecimento “foi a luz tãodesejada e ardentementeprocurada, a luz cheia de vida aofundo do túnel para muitasinterrogações que me dominavam”.Quando morre o Papa João XXIII (03de junho de 1963) coloca-se oproblema da sucessão e dacontinuação do concílio. O padreAmérico Veiga recorda umaconversa entre o cardeal Cerejeira eo redentorista Bernhard Haring(especialista na área da Moral).Nesse diálogo, o cardeal portuguêspergunta ao moralista quem eram oscardeais mais «papáveis». Na suaresposta, Bernhard Haring diz: “Oscardeais Lercaro, arcebispo deBolonha, e Montini, arcebispo deMilão”. As previsões de BernhardHaring estavam certas…

45

Paciência com DeusUm crente que diz que os ateus não estão errados

Tomáš Halik produz com este livrouma das mais estimulantesrespostas ao diálogo, nem semprepacífico, entre fé e ateísmo. O seuargumento é de que a única grandediferença entre ateus e crentes é apaciência. Os ateus não estãoerrados, apenas impacientes. Nofundo, pretendem resolver rapidamente as dúvidas em vez de

suportá-las. Mas a insistência dosateus em afirmar que o mundonatural não prova a existência deDeus está correta. E a suaexperiência da ausência de Deus éuma experiência verdadeira,compartilhada também peloscrentes.A fé não é uma negação de nadadisso. Pelo contrário, é umaresistência paciente face àambiguidade do

46

mundo e uma espera confiada naausência de Deus. A fé não ésenão, como o sugestivo título deHalik indica, a paciência com Deus.Em contraste com a retóricafechada de alguma apologética –que com uma ingenuidade drásticatenta simplesmente contornar aambivalência do mundo natural e asdificuldades reais do ato de crer,Tomáš Halik dá, de facto, umareposta sensível e realista, doponto de vista

cristão, às interrogações doateísmo. “Paciência com Deus”constitui, no seu efeito surpresa, umgrande acontecimento editorial. Éum livro premiadointernacionalmente que por toda aparte suscita debates apaixonados.Tomáš Halik é não só o maisimportante intelectual católico daRepública Checa, mas tornou-se,com esta obra, um autor europeu dereferência.

Título: Paciência com DeusSubtítulo: Oportunidade para um encontroAutor: Tomáš HalíkEditora: Paulinas EditoraColeção: Poéticas do Viver Crente – sérieLinhas de RumoDireção e Coordenação: José TolentinoMendonçaPáginas: 288Formato: 14x2,2x21 cmPVP: € 14,90CB: 5603658156874ISBN: 97898967328511ª Edição: 18 fevereiro 2013Book trailer:http://youtu.be/E72Mt5YWk2MExcerto: http://www.readoz.com/publication/read?i=1054320&designmode=true

47

Ano C – 5º Domingo do TempoComum Deixar tudopara seguirJesus? Só emplenaconfiança!

O Evangelho deste quinto domingo do tempo comum,em que Lucas apresenta um grupo de discípulos quedeixaram tudo para seguir Jesus na mesma barca davida, faz-nos pensar na nossa identidade cristã, nanossa vocação e missão.O quadro apresenta o chamamento aos discípulospara serem pescadores de homens, depois de Jesuslhes ter mandado lançar as redes ao mar para umapesca que, na perspetiva de profissionais do ramo,não daria qualquer fruto. Da pesca no lago deGenesaré percebiam eles.Primeira provocação de Jesus a Simão: “Faz-te aolargo e lançai as redes para a pesca”. Respostaprofissional de Pedro, mas também de início deconfiança: “Mestre, andámos na faina toda a noite enão apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei asredes”. A sequência dá-nos conta da grandequantidade de peixes recolhida, onde em princípio nãodeveria haver nada, e a profissão de fé de Pedro aospés de Jesus: “Senhor, afasta-Te de mim, que sou umhomem pecador”. E termina com o convite à confiança:“Não temas. Daqui em diante serás pescador dehomens”. A resposta final de vida é plenamenteconfiante no Senhor: “Eles deixaram tudo e seguiramJesus”.Reconhecemos aqui o mesmo caminho que somoschamados a percorrer na fé. Ser cristão é confiar emJesus. Isso implica estar com Ele no mesmo barco,escutar

48

as suas propostas, fazer o que Elediz, cumprir as suas indicações,lançar as redes ao mar. Às vezes,as propostas de Jesus podemparecer ilógicas, incoerentes eridículas, face aos esquemas evalores do mundo; mas é precisoconfiar incondicionalmente,entregar-se nas mãos d’Ele ecumprir à risca as suas indicações.No ideário judaico, o mar era o lugardos monstros, onde residiam osespíritos e as forças demoníacasque procuravam roubar a vida e afelicidade do homem. Confiar emJesus é reconhecer que Ele é oSenhor, que preside com amor aomundo e à história.Só com plena confiançano Senhor os

discípulos podem continuar a obralibertadora de Jesus, procurandolibertar o homem de tudo aquilo quelhe rouba a vida e a felicidade,salvar o homem de morrer afogadonos mares da opressão, doegoísmo, do sofrimento, do medo,enfim, das forças contrárias queimpedem a sua felicidade.Deixar tudo e seguir Jesus exigeplena confiança e totalgenerosidade, como sinaisdistintivos dos crentes e dascomunidades cristãs. Oxalá sejamestas as ondas radicais ondecontinuamos a navegar nos maresda vida.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

49

50

Síria. O sofrimento indizíveldos refugiados cristãos

Vidas desfeitasSão mais de 600 mil os refugiadossírios que vivem em camposimprovisados nos países da região.A guerra civil já matou mais de 70mil pessoas mas não há sinais deque este inferno venha a acabar tãocedo. Os cristãos, no meio dohorror, estão encurralados. Se nãofizermos nada, ficam abandonadosà sua sorte.Medo. Tudo se resume a umapalavra: medo. Os cristãos queainda estão na Síria vivemapavorados. A guerra civil está aesventrar o país desde há doisanos. Não há lugar que não tenhacicatrizes de balas, estilhaços debombas, marcas de sangue. Nãohá, neste momento, cidade que nãoexiba marcas de bombardeamentos.É difícil estimar a barbárie. Osnúmeros são dantescos: 70 milmortos, centenas de milhares derefugiados. Um país paralisado.No meio disto, os cristãos estãoencurralados. E com medo. EmHoms, os poucos que ainda residemna cidade estão alojados numantigo convento. Só a coragem doPadre Frans van der Lugt mantémde porta

aberta o velho edifício que maisparece um farrapo. Ao todo vivem ali89 pessoas. Quase nunca háeletricidade. Raramente têm sequerpão para comer. Mas lá fora asbalas continuam a zumbir e todos osdias há notícias de mais mortos eferidos. Necessidades urgentesCom o país paralisado, osrefugiados amontoam-se nos paíseslimítrofes onde também tudo falta.Os cristãos na Síria ou em camposimprovisados na Jordânia, Líbano,Turquia e no Iraque, pedem ajuda. Éum eco distante, dramático, envoltoem lágrimas. A Igreja tem procuradoajudar mas falta tanto ainda… AFundação AIS disponibilizou já 155mil euros para as necessidadesmais urgentes: medicamentos,geradores, roupa, cuidadosmédicos. O dinheiro é entregue àIgreja local, única forma de segarantir que a ajuda chega mesmo aquem precisa. Os cristãos que aindavivem na Síria pedem-nos ajuda.Não os escutam? Saiba mais em www.fundacao-ais.pt

51

fevereiro 2013

Dia 09 - Sábado* Porto - Igreja da Trindade(21h30m) - Oração de Taizé queevoca o Encontro Ibérico de 2010,realizado no Porto e denominado«Fontes da Alegria». * Lamego - Santa Marinha deTrevões - Bênção do Museu de ArteSacra por D. António Couto.* Portalegre - Vila de Rei - Diadiocesano do acólito.* Leiria - Seminário - Acção deformação para conselhoseconómicos e comissões de igrejas. * Braga - Sala Emaús - Reunião doConselho Arquidiocesano para aPastoral Catequética.* Viseu - Conferência sobre a fépara responsáveis dos grupossinodais da diocese de Viseu por D.Manuel Felício.

* Santarém - Torres Novas (Sala deSanta Maria no Edifício São Pedro) -Colóquio celebrativo do centenárioda Conferência de São Vicente dePaulo de Torres Novas.* Beja - Mértola (EB1 de Mértola) -Encontro de formação paraanimadores da comunidade sobre«Nova evangelização e missãohoje» orientado pelo padre TonyNeves.* Aveiro - Salão dos Bombeirosvelhos - Jantar de angariação defundos para o órgão de tubos da Séorganizado pela paróquia da Glória.* Lamego - Sever - Acção deformação para jovens namoradospromovido pelo SecretariadoDiocesano da Pastoral Juvenil.* Lisboa - Colares (FundaçãoBetânia) - Encontro sobre «Afinal hápessoas!» orientado pelo padreJoaquim Cerqueira Gonçalves. * Lisboa - Oeiras (Paróquia de SãoJulião da Barra) - Noite de fadospromovida pelo secretariado deLisboa e Cascais das EquipasJovens de Nossa Senhora (EJNS).

52

* Lisboa - Convento de SãoDomingos de Lisboa - Conferênciasobre «Fé, virtude teologal» por freiMateus Peres e integrada no ciclo«As linguagens da Fé». * Fátima - Centro Catequético -Encontro Interdiocesano decatequistas com o tema «Com Cristoda morte à ressurreição». (09 e 10)* Porto - Maia - Jornadas vicariaisda fé. (09 e 10)* Viana do Castelo - Darque(Auditório do Centro Pastoral PauloVI) - Encontro diocesano dePastoral Litúrgica sobre «Da FéProfessada e Celebrada à Fé Vivida». (09 e 10)* Fátima - Centro PauloVI - XXVIII Semana de Estudos sobrea Vida Consagrada sobre «Fé evida consagrada - renovação para anova evangelização». (09 a 12)* - Bicigrinação de Leiria a Santiagode Compostela. (09 a 12)* França - Taizé - Peregrinação doSecretariado da Pastoral Juvenil dadiocese de Coimbra a Taizé. (09 a18)

Dia 10 - Domingo*Fátima - Peregrinação nacional ebênção dos ciclistas.

* Fátima - Basílica de NossaSenhora do Rosário - Conferênciasobre «Deus na arte do nossotempo: o silêncio e a inquietude»por Paulo Pires do Vale. * Braga - Igreja de São Lázaro -Encontro missionário anualpromovido pelos Combonianos deFamalicão. * Guarda - Casa de Saúde BentoMenni - Celebraçãodo Dia Mundialdo Doente com a actuação doGrupo Folclórico “Ó da Guarda” edo Orfeão da Liga de Amigos doTortosendo. * Porto - Paróquia do SantíssimoSacramento - 40 horas deadoração. (10 a 12)* Viana do Castelo - Paredes deCoura - Cerimónias das «XL Horas»promovida pela Real Confraria doDivino Espírito Santo de Paredes deCoura. (10 a 12) Dia 11 - Segunda-feira* Dia Mundial do doente. * Vaticano - sala régia do PalácioApostólico - Consistório público,iniciativa que será dedicada àanálise de diversas causas decanonização.

53

The master - O MentorLonge vão os tempos das curtas‘The Dirk Driggler’ (1988) e‘Cigarrettes and Coffee’ (1993),suas primeiras experiências derealização que originariam ‘Jogos dePrazer’ (1997) e ‘PassadoSangrento’ (1996), respetivamente -ambos merecendo rasgados elogiosda crítica a partir de Cannes eSundance, destacando no último ointeress de Paul Thomas Andersonpela mente humana.Duas décadas mais tarde, após‘Embriagado de Amor’ e ‘HaveráSangue’, ‘The Master- O Mentor’é amais impressionante prova dofascínio do realizador pelacomplexidade da mente e doespírito humanos, numa abordagemextraordinariamente sensível e aomesmo tempo crua sobre apossibilidade, não declarada, desalvação da alma.Numa sequência de aberturanotável, Freddie Quell (JoaquínPhoenix)é um homem à deriva: entre o serviço militar naval emplena II Guerra, o emprego numaquinta e outro como fotógrafo,Freddy evidencia-se impetuoso efragilmente primário,

54

dependente do alcool, com umafixação psicossexual perturbante eum frágil intelecto, reagindoviolentamente à contrariedade.Numa das suas muitasdeambulações noturnas queacabam erraticamente a bordodum barco, conhece LancasterDodd (Philip Seymour Hoffman),carismático líder dum sistema deculto, ‘A Causa’, queimediatamente se interessa poreste ‘caso’. Inicia-se um processoexaustivo em torno da evocação davida de Quell e da possibilidadedede libertá-lo dos mais íntimos eassombrosos demónios, naperspetiva de lhe devolver a plenahumanidade. O processo, em quese imiscui a adoção de Quell noseio da família e da organizaçãoDodd é longo, penoso e osmétodos usados questionáveis.Não explícita mas implicitamenteconotado com a cientologia, ‘TheMaster – O Mentor’ interessamenos pela polémica que estaquestão levanta do que pelacuidadosa forma como expõe porum lado a fragilidadee o sofrimento humanos,magnificamente encarnados porJoaquín Phoenix e muito assentesno abandono afetivo, e por outroos

aturados processos que se criam,com ou sem culto, benefício colateralepessoal (que aqui é grande), napresunção de conceder a alguém asua integral humanidade. Neste caso,recorre-se à hipnose e a métodosrepetitivos, conjugados com umaideia de pertença aplicados, ouinflingidos, a um homem que caminhacomo um primata e se aposta podertransformar num ser ‘normal’.É notável a realização de Anderson eo trabalho de equipa, numa obra bemestruturada e contextualizada,apaixonante, difícil e inquietante, comexcelentes desempenhos. Sempretensão a conclusões, o filme deixaem aberto um rol de questões em quese impõe a de ser possível a plenahumanidade num processo ou vidaque exclui o Amor...

Margarida Ataíde

55

Cancioneiro de música litúrgicaonline

http://www.canticos.orgUma das áreas da liturgia combastante relevo e que merecesempre um grande empenho eesforço por parte dos intervenientesé o cântico litúrgico. No entanto,apesar de tanta importância dada,curiosamente na internet não sãoassim tantos os sítios que sededicam exclusivamente a estavertente.Assim, esta semana propomos umavisita atenta e cuidada ao sítio do

cancioneiro de música litúrgica. Daresponsabilidade da diocese deLeiria-Fátima o sítiowww.canticos.org disponibiliza ummanancial de cânticos litúrgicos comrecursos interessantes.Ao entrarmos neste espaço virtualencontramos, além do habitualmenu, o calendário litúrgico paratodos os dias do ano, um motor depesquisa e uma área depublicidade. Poderemos acharestranho encontrarmos um

56

espaço de publicidade num sítiodeste género, no entanto, conformereferem os responsáveis “os custosde alojamento dos ficheiros sãoparcialmente suportados porpublicidade, que apesar de filtradapode em alguns casos serincompatível com os propósitos dositio”.Na opção “A-Z”, temos a listacompleta de todos os cânticos quese encontram disponíveis,ordenados alfabeticamente. Aoclicarmos no título, acedemosdiretamente à letra da música,existindo ainda a possibilidade deconsultarmos a partitura, deouvirmos o cântico e assistirmos aorespetivo vídeo (caso se encontredisponível). No item “Fórum”, éoferecida a possibilidade de osutilizadores trocarem ideias com aadministração do sítio e outrosvisitantes, através de um espaçocriado para o efeito.Em “calendário litúrgico”, podemosconsultar detalhadamente e paracada dia do ano, informaçõesrelativas à liturgia diária (Santo dodia, ofício litúrgico, leituras, etc.).

Caso pretenda saber quais assugestões de cânticos para cadadomingo ou dia santo, basta queclique em “ciclo litúrgico”. Aíencontra uma tabela sinóptica doano litúrgico, onde facilmente podeaceder ao domingo ou dia santopretendido. Depois de escolhido ociclo anual (A, B ou C) encontra asrespetivas propostas para osdiferentes momentos da eucaristia.Em “autores”, temos uma listagemcompleta de todos os compositoresque incorporam a atual lista decânticos, onde, ao clicarmos nonome do criador encontramos assuas músicas.Por último em “salmos”, podemosaceder aos diversos “hinos delouvor” que já se estão disponíveispara consulta (letra, partitura emúsica).Aqui fica então mais uma sugestãobastante interessante,principalmente se possui interessepor esta área tão importante daliturgia.

Fernando Cassola Marques

57

Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00 RTP1, 10h00Transmissão damissa

11h00 - Transmissãoda missa da paróquiado Lavradio (Setúbal.12h15 - 8º Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h30Domingo, dia 10 - Alegria e felicidade: uma atitude quetambém se aprende.

RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 11 - Entrevista ao monsehor VitorFeytor Pinto.Terça-feira, dia 12 - Informação e rubrica sobre os 50anos do Concílio Vaticano II com o padre AntónioMartins, secretário da Faculdade de Teologia.Quarta-feira, dia 13 - Informação e rubrica sobreDoutrina Social da Igreja com padre José ManuelPereira de AlmeidaQuinta-feira, dia 14 - Informação e rubrica "O Passadodo Presente", com D. Manuel ClementeSexta-feira, dia 15 - Apresentação da liturgia dominicalpelo padre João Lourenço e frei José Nunes Antena 1Domingo, dia 10, 06h00 - FelicidadeSegunda a sexta-feira, 22h45

58

Apps pastorais: bible.is, em portuguêsHoje em dia trazer a bíblia nocoração é difícil, mas trazê-la nobolso é cada vez mais fácil, simplese prático.Hoje propomos a aplicação bible.is. DescriçãoAplicativo gratuito da Bíblia. Estaaplicação utiliza, na versão emportuguês, o texto de a Bíblia paratodos e a edição Almeida Revista eatualizada.Com esta aplicação podemos ler apalavra de Deus (partilhando-a nasredes sociais com todos os nossosamigos e seguidores); escutar abíblia através do seu sistema deáudio dramatizado e ver umconjunto de 61

episódios bíblicos, através de OProjeto Filme JESUS,essencialmente vídeos compassagens dos evangelhos, emportuguês do brasil (áudio).Caso assim o pretendamospodemos descarregar para o nossosmartphone toda a bíblia em versãoáudio. IdiomasEste aplicativo pode serdescarregado em várias línguascomo o português, espanhol,francês, alemão, italiano, inglês, etc. LinksiPhone | iPad | Androide

59

Depois da chuva Abre a janela, e olha! Tudo o que vires é teu. A seiva que lutou em cada folha, E a fé que teve medo e se perdeu. Abre a janela, e colhe! É o que quiser a tua mão atenta: Água barrenta, Água que molhe, Água que mate a sede... Abre a janela, quanto mais não seja Para que haja um sorriso na parede! Miguel Torga - Diário IV Poesia Completa, Volume I Publicações Dom Quixote Lisboa, 2007

60