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1 – Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais:
› a) Ao cônjuge ou ex-cônjuge;
› b) A pessoa de outro ou do mesmo sexo com quem o agente mantenha ou tenha mantido uma relação de namoro ou uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem coabitação;
› c) O progenitor de descendente comum em 1º grau; ou
› d) A pessoa particularmente indefesa, nomeadamente em razão da idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência económica, que com ele coabite;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
2 – No caso previsto no número anterior, se o agente praticar o facto contra menor, na presença de menor, no
domicílio comum ou no domicílio da vítima é punido com pena de prisão de dois a cinco anos.
3 – Se dos factos previstos no nº 1 resultar:
› a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos;
› b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.
4 – Nos casos previstos nos números anteriores, podem ser aplicadas ao arguido as penas acessórias de
proibição de contacto com a vítima e de proibição de uso e porte de armas, pelo período de seis meses a cinco anos, e de obrigação de frequência de programas específicos de prevenção da violência doméstica.
5 - A pena acessória de proibição de contacto com a vítima deve incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento deve ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância.
6 – Quem for condenado por crime previsto neste artigo pode, atenta a concreta gravidade do facto e a sua
conexão com a função exercida pelo agente, ser inibido do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela por um período de um a dez anos.
Crime público desde Lei 7/2000 de 27.05
Denúncia para além dos seis meses
Lei aplicável: vigente no momento
prática do último ato
Tribunal competente: o do último ato
que integra a continuidade da
atividade criminosa (consumação)
Por cada vítima, um crime
Crime contra pessoas
Mais do que a integridade física
Mais do que a proteção da comunidade familiar, conjugal, educacional ou laboral
Saúde: física, psíquica e mental assegurando o desenvolvimento pleno da vítima enquanto manifestação da dignidade da pessoa humana e da garantia da integridade pessoal contra os tratos cruéis
Cônjuge
Ex- Cônjuge (Lei 59/2007 de 04.09)
Pessoa do outro ou do mesmo sexo com quem mantém, ou
tenha mantido, em condições análogas às dos cônjuges (comunhão de leito e economia) ainda que sem
coabitação (Lei 59/2007 de 04.09)
Pessoa do outro ou do mesmo sexo com quem mantém, ou
tenha mantido, uma relação de namoro (Lei 19/2013 de 21.02)
Progenitor de descendente comum em 1.º grau (Lei 7/2000 de 27.05)
Pessoa particularmente indefesas, nomeadamente em razão
da idade, deficiência, doença, gravidez ou dependência
económica, que com ele coabite (idosos e crianças)
Violência física
Violência sexual
Violência psíquica (alteração DL 48/95 de 15.03) (injuria, difamação, ameaça)
Privação da liberdade (sequestro simples)
Privação do sono
Privação de meios de subsistência
Tratamento cruel, humilhante e com desprezo (reiterada omissão de fornecimento a horas de refeições, medicação, água, eletricidade, gás, correio)
Sobrecarga com trabalhos excessivos
Castigos corporais
Modo reiterado ou não
Por ação ou omissão
Vítima menor (PP 2-5 anos)
Factos praticados na presença de
menor (PP 2-5 anos),
Factos praticados no domicílio comum
ou no domicílio da vítima (PP 2-5 anos)
Vítima com ofensa à integridade física
grave (PP 2-8 anos)
Morte da vítima (PP 3-10 anos)
Proibição de contacto com a vítima (6 M a 5 A)
Proibição de uso e porte de armas (6M a 5 A)
Obrigação de frequência de programas específicos de prevenção da violência doméstica
Proibição de contacto com a vítima deve incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento deve ser fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância.
Inibição do exercício do poder paternal, da tutela ou da curatela (1 a 10 A)
Casa de apoio a mulheres vítimas de violência (Lei 107/99 de
03.08)
Estatuto de vítima
Natureza urgente do processo até ao trânsito em julgado
Utilização de meios técnicos para controlo à distância dos
agressores na pendencia do inquérito e após condenação
para controlo de afastamento da residência da vítima
Possibilidade de detenção do agressor fora de flagrante
delito para proteção da vítima ou cessar a atividade
criminosa
Direito das vítimas a indemnização e apoio judicial, médico,
social e laboral
Direito a proteção por teleassistência por sinalização das
entidades competentes (OPC, rede nacional de apoio às
vitimas de violência doméstica e CIG)
Requerimento livre e esclarecido por
parte da vítima
Ausência de condenação anterior por
crime da mesma natureza
Ausência de aplicação de suspensão
provisoria do processo por crime da
mesma natureza
2011
› Total de entradas: 1757
› VD: 266 (15,14%)
Arquivamentos: 142
Acusações: 34
Suspensões Provisórias do Processo: 24
2012
› Total de entradas: 1679
› VD: 205 (12,21%)
Arquivamentos: 150
Acusações: 22
Suspensões Provisórias do Processo: 17
2013
› Total de entradas: 1619
› VD: 188 (11,61%)
Arquivamentos: 105
Acusações: 24
Suspensões Provisórias do Processo: 14
Não comete o crime de violência doméstica, mas o de ofensa à integridade física simples quando apenas resulta provado que num determinado dia o arguido colocou com força na zona do pescoço da assistente e que, por essa forma, lhe causou lesões.
O arguido que, no decurso da vivência em comunhão de cama, mesa e habitação com a ofendida, a agarra e empurra, causando-lhe, como consequência direta e necessária dessa conduta, dores e equimoses no tórax e no braço esquerdo, lesões determinantes de cinco dias de doença sem afetação da capacidade de trabalho geral, comete, não o crime de violência doméstica, mas tão só o crime de ofensa à integridade física simples.
Para efeitos de integração do conceito de maus tratos referido no art.º 152º CP, assumem relevância não só as injúrias proferidas em alta voz que se prolongaram no tempo, durante meses, e se seguiram a comportamentos idênticos valorados no âmbito de anterior condenação, mas também a ameaça e o repetido bater com força a porta do frigorífico e as loiças, o que, tudo junto, provocou «estados de nervos constantes, angústia, privação de sono, excitação e irritabilidade permanentes e sentimentos de sujeição aos humores dele».
Concurso entre violência doméstica e homicídio doloso