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CRIMES ELEITORAIS

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CRIMES

ELEITORAIS

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PREVISÃO LEGAL

LEGISLAÇÃO ELEITORAL COM FIGURAS TÍPICAS PENAIS:

. Lei 4.737/65 – Código Eleitoral

. Lei 6.091/74 – Transporte de eleitores

. Lei 6.996/82 – Processamento Eletrônico de Dados nos ServiçosEleitoraisEleitorais. Lei 7.021/82 – Escrutínio. Lei Complementar 64/90 – Inelegibilidades. Lei 9.504/97 – Lei das Eleições

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BENS JURÍDICOS TUTELADOS

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LIBERDADE DO DIREITO

DE SUFRÁGIODE SUFRÁGIO

PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO

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Art. 287 do Código Eleitoral: Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei asregras gerais do Código Penal.

APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CÓDIGO PENAL

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PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE: LIMITE MÍNIMO

Art. 284 do Código Eleitoral: Sempre que este Código não indicar o graumínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção ede um ano para a de reclusão.Exemplo:

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Ex.: Corrupção eleitoral: Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar oureceber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outravantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção,ainda que a oferta não seja aceita:

Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

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PARTICULARIDADES DA TIPIFICAÇÃO PENAL ELEITORAL

Não contempla contravenções penais

Contraria a própria definição de crime dada pela LICP, em seu art. 1º:

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pela LICP, em seu art. 1º:“Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou dedetenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a penade multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente,pena de prisão simples ou de multa, ou ambas alternativa oucumulativamente.”

Não contempla delitos culposos

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES ELEITORAIS

. ESPECÍFICO/PURO

Somente podem ser praticados na seara eleitoral.

Lei 9.504/97 (boca de urna), Art. 39. Arealização de qualquer ato de

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realização de qualquer ato depropaganda partidária ou eleitoral, emrecinto aberto ou fechado, nãodepende de licença da polícia.§ 5º Constituem crimes, no dia daeleição, puníveis com detenção, de seismeses a um ano, com a alternativa deprestação de serviços à comunidadepelo mesmo período, e multa no valorde cinco mil a quinze mil UFIR:II - a arregimentação de eleitor ou apropaganda de boca de urna.

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES ELEITORAIS

. ESPECÍFICO/PURO

Art. 289, do Código Eleitoral: Inscrever-se fraudulentamente eleitor:

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Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.

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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES ELEITORAIS

. ACIDENTAL

A conduta é tipificada como crime,tanto na legislação eleitoral, quantona comum. Nesse caso, o delito seráeleitoral apenas se o fato revestir-se

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eleitoral apenas se o fato revestir-sede características ofensivas a bensjurídicos eleitorais.

art. 348 do Código Eleitoral e 297 doCódigo Penal – falsificação dedocumento público.

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CRIMES ELEITORAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

Art. 61 da Lei 9.099/95: Consideram-se infrações penais de menor potencialofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a

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ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que alei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não commulta.

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NATUREZA DA AÇÃO PENAL ELEITORAL E PARTICIPAÇÃO DO MP

DO PROCESSO DAS INFRAÇÕESArt. 355 do Código Eleitoral: As infrações penais definidas neste Código sãode ação pública.

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AUTOR: Ministério Público Eleitoral.

Criticado pela doutrina - DEFASAGEM DO DIREITO PENAL ELEITORAL

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TIPIFICAÇÃO DE NOVO CRIME: APROPRIAÇÃO INDÉBITA ELEITORAL

A Lei nº 13.488/2017 criou um novo crime previsto no art. 354-A do Código Eleitoral:

Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da

CRIMES ELEITORAIS

Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro dacampanha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valoresdestinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio:Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

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INDEPENDÊNCIA ENTRE AS ESFERAS DE RESPONSABILIZAÇÃO CÍVEL-ELEITORAL

TSE:

Ação Penal. Corrupção Eleitoral (art. 299, do Código Eleitoral).Admissibilidade. Representação por captação ilícita de sufrágio.

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Admissibilidade. Representação por captação ilícita de sufrágio.Improcedência. Trânsito em julgado. Irrelevância. Agravo regimentalimprovido. A absolvição na representação por captação ilícita de sufrágio,na esfera cível-eleitoral, ainda que acobertada pelo manto da coisajulgada, não obsta a persecutio criminis pela prática do tipo penal descritono art. 299, do Código Eleitoral. (Agravo Regimental em Agravo deInstrumento nº 6553 - SÃO PAULO - Relator Min. Antonio Cezar Peluso - DJde 12/12/2007).

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CRÍTICA DOUTRINÁRIA

Nelson Hungria: “A legislação penal eleitoral funciona como uma espécie deespantalho que, perdido no milharal, não é capaz de espantar o mais tímido dos pardais”.

Excessivo número de tipos penais eleitorais (mais de 70).

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Preocupação com condutas irrelevantes

Ex.: art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados avotar:Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.

Mudança importante: art. 41-A, introduzido pela Lei 9.840/99 (captação ilícitade sufrágio).

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LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO

PROCESSO ELEITORALPROCESSO ELEITORAL

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LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PRCESSO ELEITORAL

Art. 14, §9º, da Constituição Federal: Lei Complementar deverá estabeleceráoutros casos de inelegibilidade (infraconstitucionais), a fim de proteger:

. a probidade administrativa;

. a moralidade para exercício de mandato considerada a vida pregressa docandidato;. a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder. a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do podereconômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego naadministração direta ou indireta.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90(Lei das Inelegibilidades)

LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

Criou hipóteses de inelegibilidade

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ELEIÇÕES DE 2006 – TRE-RJ

Denegou, por unanimidade, os pedidos de registro de candidatos em decorrência da “vida pregressa” deles, pois eram réus em processos

criminais.

LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

criminais.

Apesar de não haver sentença penal condenatória, para o Tribunal, tais cidadãos não detinham os necessários adornos morais para

exercer mandato eletivo.

Não eram elegíveis.

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TSE – REJEITOU A TESE, POR 4 VOTOS A 3

“Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado federal. Inelegibilidade.Idoneidade moral. Art. 14, § 9º, da Constituição Federal.1. O art. 14, § 9°, da Constituição não é auto-aplicável (Súmula nº 13 doTribunal Superior Eleitoral).

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Tribunal Superior Eleitoral).2. Na ausência de lei complementar estabelecendo os casos em que a vidapregressa do candidato implicará inelegibilidade, não pode o julgador,sem se substituir ao legislador, defini-los.Recurso provido para deferir o registro.”(RO nº 1069 - RIO DE JANEIRO – RJ – Acórdão de 20/09/2006 - Relator Min.Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira - Publicado em Sessão de20/09/2006)

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TSE – CONSULTA Nº 1.621/PB (10.06.2008): Sem o trânsito em julgado desentença penal condenatória, nenhum pré-candidato pode terseu registro de candidatura recusado pela Justiça Eleitoral.

STF – ADPF Nº 1.444/DF (agosto/2008):

O §9º do art. 14 da Constituição não é autoaplicável.

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A definição de novos casos de inelegibilidade e a estipulação dos prazos de sua cessação, dependem, exclusivamente, da edição de lei complementar.

A ausência de LC não pode ser suprida mediante interpretação judicial

“A mera existência de inquéritos policiais em curso ou de processos judiciais emandamento ou de sentença penal condenatória ainda não transitada emjulgado, além de não configurar, só por si, hipótese de inelegibilidade, tambémnão impede o registro de candidatura de qualquer cidadão”.

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Lei 12.034/2009: A Emenda nº 54, apresentada no Senado, inseria no artigo 11da Eleitoral o parágrafo 1º-A, cuja redação era a seguinte:

“O registro de candidatura será deferido aos candidatos que comprovemidoneidade moral e reputação ilibada”.

Aprovada no Senado, mas rejeitada na Câmara de Deputados.

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Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE): colheu mais de 1 milhãode assinaturas e apresentou, em 29.09.2009, Projeto de Lei ao CongressoNacional que impedia a candidatura de pessoas inidôneas para ocupar cargopúblico, principalmente as que tivessem contra si sentença penal condenatóriaem determinados delitos.

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LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

LEI COMPLENTAR Nº 135/2010

. Aumentou de 3 para 8 anos o prazo dainelegibilidade.

. Acrescentou novas hipóteses de inelegibilidade,dentre as quais a de condenação por determinados

crimes (acrescentou a alínea e ao inciso I do art. 1ºda LC 64/90).

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CRIMES ESPECIFICADOS NA LC 64/90 (art. 1º, I, e):1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e opatrimônio público;2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitaise os previstos na lei que regula a falência;3. contra o meio ambiente e a saúde pública;4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;

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4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perdado cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo ehediondos;8. de redução à condição análoga à de escravo;9. contra a vida e a dignidade sexual; e10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;

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INOVAÇÃO POLÊMICA

DESNECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO

LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

BASTA HAVER DECISÃO DE ÓRGÃO COLEGIADO (TJ, TER, TRF, TRIBUNAL DO JÚRI)

VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

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ADC 29, ADC 30, ADI 45/2012 - STF: declarou a constitucionalidade da lei

Somente será aplicada após as eleições de 2010 (promulgada em 4 de junho de 2010).

LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

Art. 16, da CRFB. A lei que alterar o processo eleitoralentrará em vigor na data de sua publicação, não seaplicando à eleição que ocorra até um ano da data de suavigência

princípio da anualidade

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REQUISITOS DA INELEGIBILIDADE POR CONDENAÇÃOCRIMINAL:

Crimes especificados na LC 64/90 (art. 1º, I, e);

Decisão confirmada ou originariamente proferida por

APLICAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA AOS CONDENADOS CRIMINALMENTE

Decisão confirmada ou originariamente proferida porórgão judicial Colegiado (TJ, TRE, TRF, Tribunal do Júri);

Que o interessado não logre junto ao órgão competentea suspensão da inelegibilidade (art. 25-C, da LC 64/90).

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Qual é o termo inicial do prazo de inelegibilidade

nos casos de condenação

LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

nos casos de condenação criminal?

“desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 anos, após o cumprimento da pena”

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CONDENAÇÃO CRIMINAL POR ÓRGÃO COLEGIADO

8 anos

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Publicação da Trânsito em julgado cumprimentodecisão condenatória da condenação (direitos da pena (recuperaçãodo órgão Colegiado políticos suspensos) dos direitos políticos*)

*Súmula 9, do TSE: “A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminaltransitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo dereabilitação ou de prova de reparação dos danos”.

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Crimes excluídos da Lei de Ficha Limpa:

culposos;

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de menor potencial ofensivo;

de ação penal privada

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SUSPENSÃO DA INELEGIBILIDADE (ART. 25-C, DA LC 64/90)

hipóteses das alíneas d, e, h, j, l e n, do inciso I, do art.1º, da LC 64/90

plausibilidade da pretensão recursal

APLICAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA AOS CONDENADOS CRIMINALMENTE

plausibilidade da pretensão recursal(fumus boni juris)

expressamente requerida

NÃO SE CONFUNDE COM A SUSPENSÃO DO ATO JUDICIAL.

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TSE: As hipóteses das alíneas d, e, h, j, l e n, do inciso I, doart. 1º, da LC 64/90 são meramente exemplificativas,comportando outras situações não expressas:

Respe nº 229-91/TO – Dje 04/09/2014

APLICAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA AOS CONDENADOS CRIMINALMENTE

“[...] 3. A interpretação do art. 26-C da Lei Complementar no 64/1990compatível com a Constituição Federal de 1988 é no sentido de que nãoapenas as decisões colegiadas enumeradas nesse dispositivo poderão sersuspensas por força de decisão liminar, mas também outras que lesem ouameacem direitos do cidadão, suscetíveis de provimento cautelar.4. Suspensa liminarmente a decisão colegiada de condenação por doaçãoacima do limite legal (art. 23 da Lei no 9.504/1997), consequentementesuspensa estará a inelegibilidade decorrente daquela decisão. 5. Recursoespecial eleitoral provido”.

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Competência para apreciar a suspensão (alínea e, do incisoI, do art. 1º, da LC 64/90 – crimes):

STJ – decisão proferida por TJ ou TRF

TJ ou TRF – decisão proferida pelo Tribunal do Júri

APLICAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA AOS CONDENADOS CRIMINALMENTE

TJ ou TRF – decisão proferida pelo Tribunal do Júri

Súmula 44, TSE: O disposto no art. 26-C da LC nº 64/1990 não afasta opoder geral de cautela conferido ao magistrado pelo Código de ProcessoCivil.

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CANDIDATO ELEITO BENEFICIADO COM A SUSPENSÃO DAELEGIBILIDADE:

. Absolvido – consolidação a diplomação e a investidura nomandato;. Mantida a condenação ou revogada a liminar –

APLICAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA AOS CONDENADOS CRIMINALMENTE

. Mantida a condenação ou revogada a liminar –desconstituição do registro ou do diploma, devendo ocandidato ser desinvestido do cargo público-eletivo;

CRÍTICA: não é automático

Súmula 66, TSE: A incidência do § 2º do art. 26-C da LC nº 64/1990 nãoacarreta o imediato indeferimento do registro ou o cancelamento dodiploma, sendo necessário o exame da presença de todos os requisitosessenciais à configuração da inelegibilidade, observados os princípios docontraditório e da ampla defesa.

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EFEITOS DOS RECURSOS

EM MATÉRIAEM MATÉRIAELEITORAL

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EFEITOS DOS RECURSOS EM MATÉRIA ELEITORAL

REGRA: não terão efeito suspensivo(art. 257, caput, do Código Eleitoral).

EXCEÇÃO: recurso ordinário que resultar em: (art. 257, §2º, do Código Eleitoral –

incluído pela Lei 13.165/2015).

. cassação de registro;

. afastamento do titular; ou

. perda de mandato eletivo.

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decisão proferida pelo juiz eleitoral ou TRE em sua competência originária

Recurso ordinário

EFEITOS DOS RECURSOS EM MATÉRIA ELEITORAL

acórdãos do TRE em sua competência recursal

Recurso especial(sem efeito suspensivo)

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EFEITO IMEDIATO DO ACÓRDÃO QUE CASSA DIPLOMA

AFASTAMENTO DO MANDATÁRIO CASSADO(art. 224, do CE)

EFEITOS DOS RECURSOS EM MATÉRIA ELEITORAL

(art. 224, do CE)

EXCEÇÃO: PLEITO MAJORITÁRIO(art. 224, §3º, do CE – incluído pela Lei 13.165/2015)

NECESSIDADE DE TRÂNSITO EM JULGADO PARA A REALIZAÇÃO DE NOVA ELEIÇÃO

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AFASTAMENTO DO CARGO

EFEITOS DOS RECURSOS EM MATÉRIA ELEITORAL

REALIZAÇÃO DE NOVA ELEIÇÃO

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JURISPRUDÊNCIA DO TSE – deve-se ter cautela no afastamento

“[…] 2. É de todo inconveniente a sucessividade de alterações nasuperior direção do Poder Executivo, pelo seu indiscutível efeitoinstabilizador na condução da máquina administrativa e no próprioquadro psicológico dos munícipes, tudo a acarretar descrédito para oDireito e a Justiça Eleitoral. […]. ”(TSE – AMC nº2. 241/RN – DJ v.1, 1-

EFEITOS DOS RECURSOS EM MATÉRIA ELEITORAL

Direito e a Justiça Eleitoral. […]. ”(TSE – AMC nº2. 241/RN – DJ v.1, 1-2-2008, p. 35).

“[…] 4. Este Tribunal Superior tem ponderado ser conveniente evitarsucessivas alterações no exercício dos mandatos eletivos, emespecial, da Chefia do Poder Executivo. Agravo regimental a que senega provimento” (TSE – AMC nº 1. 709/SP – DJ 9-12-2005, p. 143).

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ADI 5.525/DF (março/2018): STF – declarou ainconstitucionalidade da locução “após o trânsitoem julgado”, que consta no art. 224, §3º, do CE:

“A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do

LEI DA FICHA LIMPA E SEUS EFEITOS NO PROCESSO ELEITORAL

“A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento doregistro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidatoeleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, arealização de novas eleições, independentemente do número devotos anulados.”

VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICO E DASOBERANIA POPULAR

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VOTO IMPRESSO

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VOTO IMPRESSO

Eleições 2002 – Lei nº 10.408/2002Art. 1º. O art. 59 da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997, passa a vigorar acrescido dos §§4o a 8o, com a seguinte redação:"Art.59§ 4o A urna eletrônica disporá de mecanismo que permita a impressão do voto, suaconferência visual e depósito automático, sem contato manual, em local previamente lacrado,após conferência pelo eleitor.§ 5o Se, ao conferir o voto impresso, o eleitor não concordar com os dados nele registrados,poderá cancelá-lo e repetir a votação pelo sistema eletrônico. Caso reitere a discordância entrepoderá cancelá-lo e repetir a votação pelo sistema eletrônico. Caso reitere a discordância entreos dados da tela da urna eletrônica e o voto impresso, seu voto será colhido em separado eapurado na forma que for regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral, observado, no quecouber, o disposto no art. 82 desta Lei.§ 6o Na véspera do dia da votação, o juiz eleitoral, em audiência pública, sorteará três porcento das urnas de cada zona eleitoral, respeitado o limite mínimo de três urnas por Município,que deverão ter seus votos impressos contados e conferidos com os resultados apresentadospelo respectivo boletim de urna.§ 7o A diferença entre o resultado apresentado no boletim de urna e o da contagem dos votosimpressos será resolvida pelo juiz eleitoral, que também decidirá sobre a conferência de outrasurnas.

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VOTO IMPRESSO – ELEIÇÕES 2002

votoimpresso6,18% *

0% 0%

VOTO IMPRESSO – ELEIÇÕES 2002

RELATÓRIO DAS ELEIÇÕES DE 2002 DO TSE

voto não impresso

94%

* 7.128.233 eleitores de 150 municípios (19.373 seções).No Distrito Federal e no estado de Sergipe todas as seçõeseleitorais contaram com urnas com módulo de impressão externo.

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VOTO IMPRESSO – ELEIÇÕES 2002

RELATÓRIO DAS ELEIÇÕES DE 2002 DO TSEProblemas encontrados:. Altos custos para implantação do sistema;. Desconhecimento por parte de eleitores quanto ao novo mecanismo;. Grande número de falhas devido à natureza mecânica do processo de impressão;. Número significativo de eleitores que saíram da cabine sem confirmar o votoimpresso;. Necessidade de procedimentos de transporte, de guarda e de segurança física das. Necessidade de procedimentos de transporte, de guarda e de segurança física dasurnas de lona com os votos impressos;. Treinamento mais complexo para os mesários, contrariando a orientação geral desimplificação do processo eleitoral;. Nas seções com voto impresso foi maior o tamanho das filas, o número de votosnulos e brancos, o percentual de urnas com votação por cédula (com todo o riscodecorrente desse procedimento) e o percentual de urnas que apresentaram defeito.

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30,20%

voto cantado

VOTO IMPRESSO – ELEIÇÕES 2002

RELATÓRIO DAS ELEIÇÕES DE 2002 DO TSE

0,68%

com voto impresso

sem voto impresso

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VOTO IMPRESSO – ELEIÇÕES 2002

OUTROS DADOS DO RELATÓRIO QUE SUGEREM A DESNECESSIDADEDA IMPRESSÃO DO VOTO:

. Rio de Janeiro – cerca de 60% dos eleitores não examinaram oespelho do voto na impressora.espelho do voto na impressora.

. Bahia – por problemas de imperícia, muitos eleitores nãoconseguiram finalizar sua votação, sendo-lhe então facultado votarem cédula de papel, na urna de lona.

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VOTO IMPRESSO

Lei nº 10.740, de outubro de 2003 – instituiu o Registro Digital do Voto (RDV)e revogou os dispositivos da Lei nº 10.408/2002 que determinavam aimpressão do voto.

Desde então, os votos passaram a ser armazenados digitalmente, da formacomo foram proferidos pelo eleitor.como foram proferidos pelo eleitor.

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VOTO IMPRESSO

Lei 12.034/2009 - criou o voto impresso, a partir das eleições de 2014Art. 5º: Fica criado, a partir das eleições de 2014, inclusive, o voto impresso conferido peloeleitor, garantido o total sigilo do voto e observadas as seguintes regras: (Vide ADIN 4543)§ 1o A máquina de votar exibirá para o eleitor, primeiramente, as telas referentes às eleiçõesproporcionais; em seguida, as referentes às eleições majoritárias; finalmente, o voto completopara conferência visual do eleitor e confirmação final do voto.para conferência visual do eleitor e confirmação final do voto.§ 2o Após a confirmação final do voto pelo eleitor, a urna eletrônica imprimirá um númeroúnico de identificação do voto associado à sua própria assinatura digital.§ 3o O voto deverá ser depositado de forma automática, sem contato manual do eleitor, emlocal previamente lacrado.§ 4o Após o fim da votação, a Justiça Eleitoral realizará, em audiência pública, auditoriaindependente do software mediante o sorteio de 2% (dois por cento) das urnas eletrônicas decada Zona Eleitoral, respeitado o limite mínimo de 3 (três) máquinas por município, quedeverão ter seus votos em papel contados e comparados com os resultados apresentados pelorespectivo boletim de urna.§ 5o É permitido o uso de identificação do eleitor por sua biometria ou pela digitação do seunome ou número de eleitor, desde que a máquina de identificar não tenha nenhuma conexãocom a urna eletrônica.

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VOTO IMPRESSO

ADI 4543 – janeiro/2011: visava a declaração de inconstitucionalidadedo art. 5º.

. Liminar – outubro/2011: foi deferida, a fim de suspender a norma.

. Mérito – novembro/2013: por unanimidade, foi julgadoinconstitucional o dispositivo. Entendeu-se que a impressão do votocolocava em risco o processo eleitoral por violar o sigilo davotação, além de propiciar eventual coação do eleitor por terceiros.

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VOTO IMPRESSO

Lei 13.165/2015 - criação do voto impresso para as eleições de 2018

Art. 59-A. No processo de votação eletrônica, a urna imprimirá oregistro de cada voto, que será depositado, de forma automática esem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado.Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que oeleitor confirme a correspondência entre o teor de seu voto e oregistro impresso e exibido pela urna eletrônica.

Art. 12. Até a primeira eleição geral subsequente à aprovação destaLei, será implantado o processo de votação eletrônica com impressãodo registro do voto a que se refere o art. 59-A da Lei no 9.504, de 30de setembro de 1997.

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VOTO IMPRESSO

O dispositivo foi vetado pela então presidente Dilma Rousseff.Justificativas:

“O Tribunal Superior Eleitoral - TSE manifestou-se contrariamente àsanção dos dispositivos, apontando para os altos custos para suasanção dos dispositivos, apontando para os altos custos para suaimplementação. A medida geraria um impacto aproximado de R$1.800.000.000,00 entre o investimento necessário para a aquisição deequipamentos e as despesas de custeio das eleições. Além disso, esseaumento significativo de despesas não veio acompanhado da estimativado impacto orçamentário-financeiro, nem da comprovação deadequação orçamentária, em descumprimento do que dispõem os arts.16 e 17 da Lei de Responsabilidade Fiscal, assim como o art. 108 da Leide Diretrizes Orçamentárias de 2015.”

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ADI 5.889 – ajuizada pela PGR em fevereiro de 2018

Trechos do documento:

“A norma não explicita quais dados estarão contidos na versão impressa do voto, o queabre demasiadas perspectivas de risco quanto à identificação pessoal do eleitor, comprejuízo à inviolabilidade do voto secreto.”abre demasiadas perspectivas de risco quanto à identificação pessoal do eleitor, comprejuízo à inviolabilidade do voto secreto.”

“Há ainda que se considerar a situação das pessoas com deficiência visual e asanalfabetas, que não terão condições de conferir o voto impresso sem o auxílio deterceiros, o que, mais uma vez, importará quebra do sigilo de voto”.

“Embora o art. 59-A da Lei 9.504/1997 não possua normas com conteúdo exatamenteigual, a obrigatoriedade do voto impresso nele contida traz implicações semelhantes àsanalisadas pelo STF naquele julgamento, tanto porque o anonimato do voto serámitigado, como porque coloca em risco efetivo a confiabilidade do sistema eleitoral.”

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REAÇÃO LEGISLATIVA

SUPERAÇÃO LEGISLATIVASUPERAÇÃO LEGISLATIVA

EFEITO BACKLASH

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VOTO IMPRESSO

TSE

A expectativa inicial era de que a implementação fosse emtodas as sessões a partir de 2018. No entanto, trabalha-secom a nova previsão de ter apenas 35 mil urnas do novocom a nova previsão de ter apenas 35 mil urnas do novomodelo (de um total de 600 mil) sendo utilizadas na próximaeleição. O novo equipamento custa 800 dólares, contra 600dólares da versão anterior.

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TEMAS DA MINIRREFORMA

ELEITORAL DE 2017ELEITORAL DE 2017(Leis nº 13.487 e 13.488 e EC 97)

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TEMPO DE ANTERIORIDADE DO REGISTRO PARTIDÁRIO

LEI 9.504/97 (LEI DAS ELEIÇÕES)

Redação anterior Redação atual

Art. 4º Poderá participar das Art. 4º Poderá participar dasArt. 4º Poderá participar daseleições o partido que, até umano antes do pleito, tenharegistrado seu estatuto noTribunal Superior Eleitoral,conforme o disposto em lei, etenha, até a data daconvenção, órgão de direçãoconstituído na circunscrição,de acordo com o respectivoestatuto.

Art. 4º Poderá participar daseleições o partido que, até seismeses antes do pleito, tenharegistrado seu estatuto noTribunal Superior Eleitoral,conforme o disposto em lei, etenha, até a data daconvenção, órgão de direçãoconstituído na circunscrição,de acordo com o respectivoestatuto.

ANTES: 1 ano AGORA: 6 meses

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TEMPO DO DOMICÍLIO ELEITORAL

LEI 9.504/97 (LEI DAS ELEIÇÕES)

Redação anterior Redação atual

Art. 9º Para concorrer às Art. 9º Para concorrer àsArt. 9º Para concorrer àseleições, o candidato deverápossuir domicílio eleitoral narespectiva circunscrição peloprazo de, pelo menos, um anoantes do pleito, e estar com afiliação deferida pelo partidono mínimo seis meses antesda data da eleição.

Art. 9º Para concorrer àseleições, o candidato deverápossuir domicílio eleitoral narespectiva circunscrição peloprazo de seis meses e estarcom a filiação deferida pelopartido no mesmo prazo.

ANTES: 1 ano AGORA: 6 meses

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FIM DAS COLIGAÇÕES NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS

EMENDA CONSTITUCIONAL 97/2017

O § 1º do art. 17 da CF/88 foi alterado pela EC 97/2017 e passou a prever que é vedada a celebração de coligações nas eleições proporcionais.

Atualmente só se permite coligação partidária para eleições majoritárias.

A EC somente passará a produzir efeitos a partir das eleições de 2020.