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A Crise do Capitalismo nos Anos 30 . . .

Crise 1929

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Documento de apoio às aulas de 9º ano. http://historian.blogs.sapo.pt/

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A Crise do Capitalismo nos Anos 30

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A crise do capitalismo: Superprodução

Na década de 20, os EUA viveram um período de prosperidade económica para o qual contribuíram os seguintes factores:

crescimento de novas indústrias como a automóvel, química…; aumento da produção devido à aplicação de novos métodos de produção e aos

progressos técnicos; desenvolvimento da agricultura com a mecanização.

Este crescimento económico provocou um excesso de optimismo nos investidores. Na Bolsa de Nova Iorque, os títulos eram vendidos a preços muito altos, todos arriscavam investir na bolsa. Algumas pessoas chegavam a pedir empréstimos para investir. Como resultado da grande procura de acções, a cotação das empresas subia sem, contudo, terem aumentado os seus lucros. Era assim uma prosperidade frágil, falsa.

Entre 1924 e 1929 alguns sectores da indústria e da agricultura começaram a dar sinais de crise. A Mecanização e os novos métodos de produção levaram à saturação dos mercados e consequentemente a uma baixa dos preços = DEFLAÇÃO. A OFERTA tornou-se MAIOR do que a PROCURA = CRISE DE SUPERPRODUÇÃO

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O crash e a depressão económica As acções não paravam de subir. Os especuladores recorriam ao crédito. Em

Outubro de 1929 as acções começavam a descer. O pânico apoderou-se dos investidores que tentam vender a qualquer preço.

Em 24 de Outubro de 1929, a chamada Quinta-feira Negra, dá-se o Crash na Bolsa de Wall Street. Nesse dia numerosos accionistas tentaram vender as suas acções, fazendo com que o seu valor baixasse abruptamente, não havendo um único comprador.

A Bolsa entra em ruptura. À falência dos accionistas seguiu-se a falência dos bancos, uma vez que os especuladores não tinham como pagar os empréstimos.

A crise alastrou rapidamente levando à falência as empresas; Aumentou o desemprego, diminuiu o consumo… Entrou-se assim num

ciclo de crise em que crise gera crise…

As famílias que viviam bem, perderam os seus bens e viram-se em casa sem trabalho e sem meios de subsistência;

O desemprego levou a situações de fome.

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O “ciclo vicioso” da criseFalência dos Bancos

Fim do crédito

Desemprego

Falência das empresas

Diminuição do consumo

Diminuição da procura

Falência das empresas

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A crise do capitalismo: Superprodução A crise americana iniciada em 1929, teve uma dimensão mundial, com

algumas excepções, como é o caso da URSS;

Foi uma crise diferente das que até então ocorreram, porque se fez sentir em todos sectores da economia e porque foi devida à SUPERPRODUÇÃO. Não foi uma crise provocada pela subida de preços e pela quebra do poder de compra, como era habitual, mas ao contrário, ficou a dever-se à DEFLAÇÃO;

Esta crise pôs em causa o capitalismo liberal, que assentava na ideia de que os problemas económicos se resolveriam por eles mesmos, isto é sem intervenção do estado e pôs em causa a crença na capacidade das economias fazerem crescer continuamente a produção.

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Mundialização da crise A crise de 29 estendeu-se, primeiro à Europa e depois ao resto do mundo.

Como? Os EUA reduziram as suas importações da Europa, provocando a falência de

muitas empresas; Retiraram os capitais que tinham aplicado em bancos e empresas estrangeiras.

Resto do mundo: Como? A Europa e os EUA, em crise, deixam de comprar matérias-primas aos países e

às colónias de África, da Ásia, da América Latina; (no Brasil provocou a ruína dos produtores de café que foi lançado ao mar ou aproveitado para combustível das locomotivas)

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Consequências do crash da bolsa

CRASH DA BOLSA descida do valor das acções;

não reembolso dos empréstimos feitos aos especuladores;

levantamento maciço de capitais e de depósitos.

Levantamento de capitais investidos no estrangeiro Suspensão do crédito Falência dos bancos

A crise generaliza-se na Europa, no resto do

mundo capitalista e nas colónias.

ao consumo

diminuição do consumo

aumento dos stocks

baixa generalizada dos preços

Falência e contracção da produção

às empresas

Dificuldades financeiras com as empresas

Paragem dos investimentos

redução dos negócios e dos lucros das empresasdesemprego

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Os problemas sociais: desemprego

A crise económica foi de imediato seguida por uma profunda crise social:

despedimentos em massa; muita mão-de-obra disponível que se oferecia para trabalhar por

baixos salários; as entidades empregadoras não conseguiam escoar a produção e,

paradoxalmente, destroem os stocks para tentarem aumentar os preços de venda dos produtos;

milhões de trabalhadores ficam sem emprego e na miséria, sem quaisquer subsídio;

cresceu a mendicidade, a criminalidade, a prostituição, os suicídios e os antagonismos sociais;

a falência dos bancos trouxe a ruína de milhões de pequenos investidores e reformados que ficaram sem as suas poupanças.

Os vários sectores económicos e toda a população, reclamam do estado uma urgente intervenção económica e social;

Rapidamente, a crise económica e social se converte, igualmente, numa crise política.

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Actividades1 – Refere os factores que conduziram à crise de superprodução nos finais da

década de 20.

2 – Explica como se deu o crash na Bolsa de nova Iorque.

3 – Relaciona a crise na Bolsa de Nova Iorque com o desmoronamento da economia que se verificou a seguir.

4 – Caracteriza a situação social provocada pela crise económica.

5 – Justifica a mundialização da crise.

6 - Pensa: …” destroem os stocks para tentarem aumentar os preços de venda dos produtos”

De que forma as políticas económicas actuais, nomeadamente na União Europeia, procuram evitar esta situação?

7 – Pensa e comenta:

O capitalismo e o desenvolvimento económico dependem muito do recurso ao crédito. Seria impossível a criação de algumas empresas sem a ajuda do crédito bancário. Contudo, quando se abusa do recurso ao crédito, sobretudo para aplicar em actividades não lucrativas (férias, produtos de consumo diário…), as consequências são muitas vezes trágicas…

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A intervenção do estado na economia: New Deal

A gravidade da crise levou os estados a intervir na economia. As primeiras medidas foram a redução das importações e o fomento das exportações.

Nos EUA foi posto em prática, por Franklin Roosevelt, uma política de combate à crise, a New Deal:

Defendia a intervenção do estado na economia, tentando aumentar o consumo e dinamizar a economia.

Para tal tentou diminuir o desemprego e aumentar o poder de compra. Como?

Na indústria: limitou os níveis de produção, fixou preços mínimos para os produtos, baixou as taxas de juro do crédito bancário e diminuiu os impostos;

Combate ao desemprego: desenvolveu um programa de obras públicas, barragens, estradas, edifícios públicos, etc; desta forma criavam-se novos postos de trabalho e relançavam-se as empresas;

Domínio social: foi fixado o salário mínimo, 40h de trabalho semanal, criado o subsídio de desemprego, de doença, de invalidez e a reforma na velhice.

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Resultados da New Deal A aplicação das medidas teve como consequência:

Aumento do emprego; Aumento do poder de compra; Retoma do consumo.

A crise era um “ciclo vicioso negativo” a New Deal transformou-se num “ciclo de prosperidade”.

Com o aumento da procura, deu-se um aumento da produção, as fábricas voltaram a trabalhar e a contratar novos trabalhadores.

Na Europa A Grã-Bretanha e a França aplicaram medidas semelhantes às dos

EUA, com igual sucesso. Na Itália, Alemanha e Portugal, estas medidas não surtiram efeito. Os

governos foram considerados incapazes de resolver a situação e, consequentemente, o poder foi tomado por DITADORES.

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Actividades1 – Identifica o presidente americano que desenvolveu o New Deal.2 – Refere as principais medidas do New Deal.3 – Indica as medidas tomadas nos EUA para fazer face ao problema

do desemprego.4 – Explica o ciclo de prosperidade iniciado com a aplicação da New

Deal.5 – Avalia o resultado das medidas tomadas pelos principais países

europeus para recuperar da crise.

Doc. elaborado pela prof. Margarida Moreira