Crise de 1929

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Grande depressão

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A instabilidade do capitalismo

So Paulo, 10 de Agosto de 99

Trabalho de Recuperao do Segundo Semestre

Matria - Histria

Professora Rosa

Tema abortado:

Crise de 1929 um perodo de

instabilidade do capitalismo

Alunos: Fabiano Takeda

Leandro Maraccini

Sala 508/509 3 ano

Fundao Escola de Comrcio lvares Penteado

Introduo

Crise de 1929, queda do ndice geral da bolsa de Nova York em 1929. Em 1927, aps um perodo de fortes investimentos no estrangeiro e com uma economia crescente, os financistas norte-americanos que operavam em Wall Street centraram-se no mercado interno. Quanto mais compravam, maior era a subida dos preos, o que atraa mais investimentos. Em 24 de outubro de 1929, conhecido como quinta-feira negra, iniciou-se um forte movimento vendedor, que produziu o colapso das cotaes na referida bolsa. Embora muitos analistas pensassem, no princpio, que se tratava de um ajuste passageiro do mercado, o crack de Wall Street marcou o incio da Grande Depresso, assentando as bases para a criao do New Deal de Franklin D. Roosevelt, em 1933.A instabilidade do capitalismo

A palavra "crise" sempre traz apreenso. Em 1929, os pases capitalistas enfrentaram a maior crise da sua histria. A crise de 1929 foi grave tanto pelos problemas sociais que ela causou quanto pela dimenso mundial que assumiu.

Para entender a natureza dessa crise, devemos perceber que a economia industrial capitalista composta de vrias atividades interdependentes.

Quando a economia de um pas se encontra num momento de funcionamento normal, as coisas procedem mais ou menos desta forma: os industriais, para produzir, necessitam comprar matria-prima e mquinas de outros empresrios. A produo de uma fbrica estimula a produo de outras. Os empresrios pagam salrios aos seus empregados. Estes compram alimentos e produtos industrializados. Com isso, o comrcio cresce. Outros setores, como o bancrio, de transporte, de diverso e de servios, tambm so incentivados pelo aumento da produo e do consumo.

Da mesma maneira que h uma interdependncia entre as atividades econmicas de um pas, ela existe tambm entre as economias de vrios pases. Com a expanso do capitalismo industrial, essa interao passou a ser cada vez maior. Os pases importam e exportam. Os capitalistas de um pas fazem investimentos em outros pases.

Nas fases de expanso, o crescimento econmico atinge vrios pases. Nas fases de crise, isto , de recesso, os efeitos negativos tambm se alastram igualmente.

Assim, por exemplo, se um determinado setor da indstria no conseguir vender a sua produo, muito provvel que ele ter de demitir funcionrios e deixar de comprar matria-prima e equipamentos. A crise se alastrar para esses dois outros setores. Novas demisses sero feitas. Sem emprego, os assalariados diminuiro o consumo. Isso levar a crise para as fazendas, fbricas de bens de consumo e para o comrcio. Com as atividades produtivas e comerciais em declnio, os bancos, os setores de diverses e de servios perdero os seus clientes.

0 resultado desse processo de recesso triste e doloroso. A maior parte da populao sente na pele os efeitos do desequilbrio econmico.

A histria do sistema capitalista tem apresentado fases de expanso seguidas de fases de recesso. Isso mostra que ele no um sistema estvel, mas sempre sujeito a crises cclicas. 0 prprio processo de expanso cria as condies para a crise, e as medidas para solucion-la criam as condies para uma nova fase de expanso.

O dlar dominou o mundo

Para muitos pases da Europa, a Primeira Guerra Mundial significou morte e destruio. Alguns pases chegaram a perder 10% da sua populao ativa. Muitos tiveram grande parte do seu parque industrial, rodovias e ferrovias destruda. A inflao alcanava ndices elevados. 0 cenrio era de desolao. Para os governantes desses pases, a tarefa prioritria consistia em recuperar a economia.

Se para os europeus a guerra trouxe enormes prejuzos, para os Estados Unidos resultou em progresso. 0 pas, que j vinha se consolidando como uma das mais poderosas naes industriais do mundo, aumentaram ainda mais distncia que o separava das demais naes.

Diviso do trabalho na indstria

A diviso do trabalho um princpio bsico da industrializao. Na diviso do trabalho, cada trabalhador designado a uma tarefa diferente, ou fase, no processo de fabricao, resultando da um aumento da produo total. Como mostra a ilustrao superior, se uma pessoa realizar as cinco fases na fabricao de um produto, poder produzir uma unidade ao dia. Cinco trabalhadores, cada um especializado em uma das cinco fases, podero produzir 10 unidades no mesmo tempo.Os EUA s entraram na guerra quando faltava um ano para que ela terminasse. Tiveram poucas perdas humanas e, alm disso, no houve guerra em seu territrio. Porm, a vantagem maior dos EUA foi ter fornecido matrias-primas, alimentos e armas, momentos para os vencedores impulsionando a sua economia.

Na dcada de 1920, a economia americana estava em plena expanso. Cidades cresciam por todo o territrio americano. 0 carro-chefe do crescimento industrial eram as fabrica de automveis. A Ford e a General Motors fabricavam mais de 1 milho de carros por ano. Isso estimula o crescimento de siderrgicas, metalrgicas, fbricas de pneus, vidros e estofamentos.

0 sistema de linha de montagem multiplicava rapidamente a produo. Nesse sistema, um operrio especializava-se em executar apenas uma tarefa. 0 carro resultava, ento, do trabalho combinado de centenas de operrios.

A produo em massa na indstria americana abrangeu tambm novos produtos, que, aos poucos, foram ganhando destaque na vida moderna. Na dcada de 1920, milhes de geladeiras, foges, rdios e gramofones saam das linhas de montagem. Esses produtos j existiam anteriormente, mas, com a massificao, ficaram ao alcance das famlias de classe mdia.

Os produtos industriais americanos eram exportados para a Europa e para o resto do mundo. Ao mesmo tempo, seus produtos culturais conquistavam amplos espaos. A msica americana, especialmente o jazz, era admirada por um pblico cada vez maior. Astros e estrelas do cinema americano, ainda mudo, faziam bater mais rpido o corao dos fs. As comdias de Carlitos causavam exploses de gargalhadas e, ao mesmo tempo, ajudavam a refletir sobre a sociedade moderna.

Count BasieNas dcadas de 1930 e 1950, quando as big bands estavam no auge da popularidade, o pianista Count Basie criou um estilo com razes no blues e no jazz em Nova Orlans. Sua obra One o'clock jump uma homenagem s longas noites que passava com seu grupo. As danas americanas, como o charleston, tomavam conta dos sales. Lentamente, o modo americano de vida ia sendo difundido.

Os Estados Unidos, na dcada de 1920, nadavam num mar de prosperidade. Enquanto isso, do outro lado do Atlntico, na Europa, a reconstruo caminhava a duras penas.

Os europeus necessitavam de dinheiro para recuperar a economia do continente. Uma grande parte dos recursos veio sob a forma de emprstimos dos Estados Unidos. Aumentava, assim, a interdependncia entre a economia europia e a americana.

A prosperidade trouxe a crise

A sade do capitalismo, em nvel mundial, dependia da economia dos Estados Unidos. Entretanto, a prosperidade americana apresentava pontos fracos. Um deles era a enorme concentrao da renda. Durante a dcada de 1920, a prosperidade fez os ricos ficar mais ricos e os pobres, mais pobres. A renda se concentrou nas mos dos grandes industriais, banqueiros e negociantes.

A economia era controlada pelas grandes empresas. Elas elevavam artificialmente os preos e rebaixavam os salrios.

Para os capitalistas, isso era bom, mas para a economia isso era ruim, pois a capacidade de consumo da populao, e, conseqentemente, a possibilidade de venda dos empresrios, diminua.

No campo, a situao tambm no estava boa. A mecanizao das fazendas e a ampliao das terras cultivadas provocaram uma superproduo, fazendo o preo dos produtos agrcolas despencar. A cada ano, crescia o nmero de agricultores endividados junto aos bancos. Esses agricultores passaram a comprar menos produtos industriais.

Apesar dessa gradativa reduo interna do consumo, a euforia no mundo dos negcios era imensa, pois as exportaes para a Europa e para a Amrica do Sul garantiam a expanso das vendas.

A idia de fazer fortuna rapidamente passou a ser o principal objetivo de muitos americanos. A Bolsa de Valores parecia ser o caminho mais curto para o enriquecimento.

Normalmente, quando um empresrio quer ampliar o seu negcio, ele recorre a um emprstimo bancrio ou venda de aes da sua empresa na Bolsa de Valores. As pessoas compram essas aes porque acreditam que a empresa dar lucro.

E, se isso vier a acontecer, o lucro ser dividido proporcionalmente entre os acionistas. Diariamente, as aes so negociadas segundo as expectativas de lucro dos investidores. Se a expectativa de alta, as aes sobem. Caso contrrio, caem.

Contudo, h momentos em que o preo das aes pode subir artificialmente, isto , acima das possibilidades reais de lucro. Nos ltimos anos da dcada de 1920, era 'isso que estava ocorrendo nos EUA. Alguns empresrios, aproveitando-se da euforia econmica e do desejo de lucro imediato, lanavam no mercado um nmero cada vez maior de aes. Assim, foram construindo um castelo de areia, que s se manteria de p se o pblico continuasse a investir em aes e a confiar no mercado.

No vero de 1929, a Bolsa de Nova York operava em ritmo frentico. Embora se percebesse a gravidade da situao, nenhuma atitude era tomada. Essa omisso se explica pelo fato de que, nessa poca, nos EUA, predominavam as idias do liberalismo econmico. Segundo elas, o governo jamais deveria intervir nas atividades econmicas, pois o prprio mercado se encarregaria de encontrar a melhor soluo.

A prosperidade norte-americana estava assentada em bases precrias. Um abalo levou-a ao cho.

O dia em que o Bolso quebrou

0 crescimento da economia americana revelou os seus problemas. No segundo semestre de 1929, eles j estavam bastante visveis. A produo das fbricas j no encontrava compradores com tanta facilidade. A concentrao de renda na sociedade americana, entre outros efeitos, diminua o consumo. As indstrias europias voltavam a produzir num ritmo acelerado. Conseqentemente, voltaram a fazer concorrncia aos produtos americanos. Delineou-se, assim, um processo de superproduo, provocando a queda dos preos e do lucro empresarial.

0 efeito disso sobre as cotaes das aes na Bolsa de Valores foi catastrfico. No dia 29 de outubro de 1929, o rosto dos corretores e dos investidores revelava o desespero da situao. Com os lucros em queda livre, a cotao das aes despencou vertiginosamente. Milhes de pessoas, que acalentavam o sonho de se tornar milionrias, ficaram na misria do dia para a noite. A economia americana entrava em um processo acelerado de desorganizao.

Todos passaram a ter medo de investir. Os empresrios evitavam at mesmo aplicar mais dinheiro nas suas fbricas. Milhares delas fechara.m as portas e despediram os empregados. 0 desemprego atingiu milhes de trabalhadores e agravou ainda mais a situao das empresas que sobreviveram. 0 mercado se restringiu. Os trabalhadores no tinham dinheiro para comprar mercadorias. A crise atingiu intensamente o comrcio e o setor de servios, se alastrando por toda a economia.

Os agricultores chegaram a queimar a produo, a pois os preos dos produtos a no compensavam o custo do transporte, A falta de abastecimento levou a fome para cidades americanas. As filas para conseguir comida, distribuda gratuitamente pelo governo, tornaram-se comuns nos grandes centros. A economia americana mergulhou na recesso.

A crise se espalhou pelo mundo capitalista

Em virtude da enorme importncia da economia americana na economia mundial, a crise logo atingiu outros pases. Rapidamente, os emprstimos e investimentos americanos foram retirados do continente europeu. Para a Europa, nada poderia ser pior. Na ustria, o principal banco faliu. Na Alemanha, o povo, com medo da inflao, correu aos bancos para retirar dinheiro e estocar mercadorias em casa. Isso abalou as finanas e colocou por terra os esforos que vinham sendo feitos para reerguer a economia alem, to prejudicada pela Primeira Guerra.

A sada, americano para a crise

A recuperao das economias capitalistas se deu em ritmos diferentes. At ento, as crises do capitalismo tinham sido resolvidas com a conquista de novos mercados em regies distantes. Entretanto, agora, com o mundo j dividido e com a criao de numerosos pases, isso se tornava perigoso. As chances de conflito eram grandes. Assim, a soluo teria de vir de uma reorganizao econmica interna de cada pas.

A recuperao americana um bom exemplo de como Isso se deu. Com algumas diferenas, as medidas adotadas nesse pas foram as mas utilizadas em outras naes capitalistas.

A crise de 1929 teve efeitos devazadores sobre a sociedade americana. Quinze milhes de desempregados, fbricas fechadas, agricultores vendo as suas propriedades tomadas pelos banqueiros, greves e revoltas agitando o pas. A Amrica estava beira de uma revoluo social. 0 povo culpava o presidente pela crise. Assim, nas eleies de 1932, votou no candidato da oposio, o representante do Partido Democrata, Franklin Roosevelt. Ele prometeu fazer a economia voltar a crescer. Seu programa ficou conhecido como New Deal. Esse programa implicou uma maior interveno do Estado na economia. Foram criadas agncias governamentais para administrar as inmeras obras pblicas, destinadas a reerguer a economia. Para dar emprego a milhes de desempregados, o governo mandou construir estradas, barragens, usinas hidreltricas, reflorestar florestas etc. Com isso, esses homens, agora empregados, voltam a consumir. As indstrias, o comrcio e os bancos retomaram lentamente suas atividades.

A agricultura foi beneficiada com muitos crditos e energia barata. Alm disso, o governo implementou obras em reas at ento inaproveitadas. Com a ampliao do mercado consumidor nas cidades e com a reorganizao dos transportes e da economia, os agricultores se sentiram novamente estimulados a plantar. As cidades voltavam a ser abastecidas regularmente.

A situao dos pobres melhorou. Estabeleceu-se o salrio desemprego e um salrio mnimo para os trabalhadores. Garantiu-se aos operrios o direito de ter seus sindicatos e de lutar por melhores salrios.

Os resultados dessas medidas foram bastante satisfatrios. Tanto que, em 1936, os indicadores econmicos mostravam que a recesso j tinha passado. A expanso se dava lentamente. De qualquer forma, os tempos de crise profunda tinham ficado para trs.

Bibliografia

Apostila de Estudo 02 (Humanas)

Faculdades Unip/Objetivo 1999

Enciclopdia Encarta 99

Microsoft Corp.

Abc, sua Enciclopdia Virtual

http://www.winbr.com/abc