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UFMG-COLTEC Setor de Ciências Sociais Geopolítica Prof a Rogata M36 Química Brasil: Mudanças no quadro Político, social e econômico da República Velha ao Estado Novo André Santos Camilla Mara

Crise de 29 no Brasil

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Trabalho apresentado no Coltec pelos alunos da turma de quimica sobre os efeitos da crise de 1929 no Brasil. é de extrema importancia mencionar os autores quando este for utilizado como fonte.

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Page 1: Crise de 29 no Brasil

UFMG-COLTEC

Setor de Ciências Sociais

Geopolítica

Profa Rogata

M36

Química

Brasil:

Mudanças no quadro

Político, social e

econômico da República

Velha ao Estado Novo

André Santos

Camilla Mara

Danielle Campos

Jeniffer Rosa

Laiane Tábata

Nayara Carolina

Rafael Mota

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Belo Horizonte, agosto de 2008

Introdução

A República herdou da monarquia um grande desequilíbrio no balanço de

pagamentos. Os gastos com as importações eram enormes. No final do século, as

despesas com o desenvolvimento de atividades urbanas e industriais eram elevadas:

expansão da rede ferroviária, melhoria dos portos, instalação de fábricas, tudo exigia

mais e mais recursos. A abolição também representou aumento dos déficits do Tesouro

Nacional: os fazendeiros – escravocratas ou não – precisavam de recursos (em forma de

créditos), sobretudo para a remuneração da nova força de trabalho, os assalariados.

A instauração da República Brasileira se deu no momento em que o país se

inseria na divisão internacional do trabalho, o que lhe conferia a qualidade de país

agroexportador. A monocultura cafeeira estava centrada nas regiões de São Paulo e

Minas Gerais, e foram os latifundiários dessas regiões que, de modo geral, ficaram no

poder depois do período de transição.

Segundo alguns, a República Velha pode ser dividida em dois períodos: O

primeiro período chamado República da Espada, de 1889 a 1894 e o segundo período

chamado República Oligárquica que durou de 1895 a 1930.

No primeiro período predominou o elemento militar e um grande receio da parte

dos republicanos de uma restauração da monarquia. No segundo período, predominou

os Presidentes dos Estados, na chamada Política dos Estados, vulgarmente conhecida

por política dos governadores, criada por Campos Sales, e sustentada em sua base

municipal pelo tipo carismático do "Coronel".

A República velha conheceu seu fim na tarde de 3 de novembro de 1930, quando

Getúlio Vargas tomou posse como Chefe do "Governo Provisório" da Revolução de

1930.

A República Velha

O Governo Provisório da República tinha lideranças militares, como o general

Deodoro da Fonseca e o tenente-coronel Benjamin Constant; republicanos históricos do

grupo moderado, como Quintino Bocaiúva, Campos Sales e Aristides Lobo; e um

político desencantado com a monarquia e favorável à federação, Rui Barbosa. Nele não

havia ninguém que pudesse ser considerado um representante das camadas populares.

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As primeiras medidas implantadas visavam eliminar órgãos imperiais: dissolveu

as câmaras, aboliu o conselho de estado, transformou as províncias em estados e

nomeou o primeiro ministério da República.

Um problema enfrentado pelo Governo Provisório foi gerado pela política

financeira de Rui Barbosa, ministro da Fazenda. Para ele, a República só se consolidaria

“sobre alicerces seguros quando suas funções se firmarem na democracia do trabalho

industrial”. Apoiada pela pequena burguesia urbana, essa política emissionista e de

facilitação de créditos para a indústria não seria bem aceita pelas oligarquias dos

principais Estados e até por seus colegas de ministério, como Campos Sales, da Justiça.

Para muitos, inclusive Rui, a melhor solução era estimular a produção interna:

ele aumentou as tarifas alfandegárias sobre os produtos aqui existentes, como os fios

para as manufaturas têxteis, e facilitou a entrada de matérias-primas. Por um tratado de

comércio com os Estados Unidos – que desde a Proclamação tentavam substituir a

Inglaterra na influência sobre o Brasil – ele tentou aumentar as exportação do açúcar.

Mas o que mais se destacou na política financeira de Rui Barbosa foi à emissão de papel

moeda em larga escala.

A enorme quantidade de dinheiro que passou a circular não tinha

correspondência com a produção real da economia, resultando em uma grande inflação,

além de estimular o surgimento de empresas fantasmas. Conseqüentemente a economia

se tornou insustentável. A facilidade de créditos levou, por outro lado, a uma

desenfreada especulação com os papéis e ações das novas empresas. Essa especulação

foi apelidada de encilhamento, pois a euforia barulhenta da Bolsa de Valores lembrava o

local de apostas no Jóquei, quando os cavalos se preparavam para um páreo.

Em meados de 1890, o governo tentou conter as especulações, só permitindo a

fundação de sociedades anônimas com um capital subscrito por inteiro, ou seja, com

garantia da existência de todo o capital necessário. Mas o descontrole financeiro já era

quase total, pois o orçamento de vários Estados estava a ponto de quebrar.

No final desse ano, as falências começaram. Por causa da inflação, muitas

empresas não puderam saldar suas dividas e com isso caía o valor de suas ações e o

volume dos seus negócios. Era a crise: prejuízo para muitos que investiram suas

poupanças e lucros para uns poucos, os especuladores. A estabilização da economia

foi atingida no governo Campos Sales.

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Coronelismo e Política dos Governadores

O controle político dos Estados pela aristocracia contava com a participação

importante dos "coronéis", geralmente grandes latifundiários. O título de coronel era

originado da antiga Guarda Nacional, sendo ele o mandão no município ou na região.

Um dos principais objetivos do coronel era o controle do voto de seus

dependentes. Pelo “voto de cabresto”, ele garantia para seus candidatos o apoio dos que

lhe deviam favores. Como um animal doméstico, o eleitor era conduzido de acordo com

a vontade de quem o submetia.

O domínio do coronel tornava-se incontestável em sua fazenda. Estendia-se ao

município, se ele era o chefe dos fazendeiros dos distritos rurais. Os chefes municipais,

por sua vez, se agrupavam em torno dos líderes da cidade mais importante de uma

região. Havia uma dependência mútua entre os chefes municipais e os chefes estaduais.

O governo federal, é claro, aproveitava-se do controle dos votos dos

trabalhadores do campo, a ponto de um presidente da República, Campos Salles, ter-se

preocupado em regularizar as ligações políticas entre o governo federal, o estadual e os

coronéis.

Campos Sales concebeu, então, um plano destinado a obter a “paz política” entre

o Governo e as oligarquias dominantes nos estados. O que foi chamado de “política dos

Estados”, mais conhecida como política dos governadores.

Foi criada a Comissão de Verificação dos Diplomas dos Eleitos, que tinha o

poder de reconhecer, ou não, a eleição do presidente, vice-presidente, senadores e

deputados.

Em retribuição ao reconhecimento pelos poderes federais do seu domínio

regional, as oligarquias estaduais comprometiam-se a apoiar a política presidencial e,

fortalecidas pelo apoio federal, as oligarquias estaduais aumentavam o controle sobre os

“coronéis” municipais. Estes, por sua vez, como precisassem de verbas governamentais,

obrigavam todos os seus dependentes (curral eleitoral) a votar nos candidatos do

governo (federal e estadual), pondo em funcionamento assim a “maquina eleitoral”.

Café-com-Leite

Com a montagem da política dos governadores por Campos Salles, as

oligarquias paulista e mineira passaram a dispor de melhores condições para exercer a

direção política do país. E foi o que aconteceu entre 1889 e 1930.

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Em 1899, Silviano Brandão, governador de Minas Gerais, aceitou o pacto com

São Paulo para alternar-se com este estado no poder, usufruindo ambos de sua vantagem

econômica sobre o restante dos estados - era a grande oportunidade para Minas Gerais

ocupar uma situação privilegiada, tirando vantagens políticas e econômicas para a elite

mineira. Esse acordo entre os fazendeiros exportadores paulistas e mineiros, sedentos de

um poder político que estivesse à altura do poder financeiro que acumularam no final do

século XIX, transformou o federalismo no Brasil ao estabelecer privilégios oficiais aos

dois estados durante a República Velha

A política do café-com-leite, como ficou conhecida essa aliança, permitiu à

burguesia cafeeira paulista controlar, no âmbito nacional, a política monetária e

cambial, e a negociação no exterior de empréstimos para a compra das sacas de café

excedentes, enfim, a política de intervenção ainda mais ativa que garantia aos

cafeicultores lucros seguros. Para Minas Gerais, o apoio a São Paulo garantia a

nomeação dos membros da elite mineira para cargos na área federal e verbas para obras

públicas, como a construção de ferrovias.

O poder financeiro das aristocracias rurais daqueles dois estados, crescente

durante o século anterior, havia permitido que seus políticos adquirissem projeção

nacional. Desta forma, a política do café-com-leite consolidou o poder das famílias mais

abastadas, formando as oligarquias. Os paulistas e os mineiros ocupavam os cargos de

presidente da República, vice-presidente e os Ministérios da Justiça, das Finanças e da

Agricultura, entre outros.

A política do café-com-leite, que teve início com o governo de Campos Sales na

década de 1890, só terminou oficialmente com a Revolução de 30, quando Getúlio

Vargas assumiu o governo do Brasil. Outro fator para a queda desta política foi a Crise

de 1929, quando os preços do café brasileiro despencaram no mercado internacional,

retirando dos barões do café seu poder político.

O Carro chefe da economia: O Café

O café, durante a República Velha, foi o líder das exportações brasileiras. Sem

concorrentes no mercado internacional, o Brasil atendia a dois terços do mundo. Além

disso, a própria utilização de mão de obra imigrante aumentava a capacidade de

produção.

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Não faltavam razões para a euforia, pelo menos dos que negociavam o café –

plantadores, comerciantes e banqueiros. Investindo quantidades crescentes de capital na

ampliação das lavouras e vivendo e participando diretamente das transações comerciais

e financeiras nas cidades, eles constituíam, a essa altura, uma enriquecida e próspera

burguesia do café.

A expansão capitalista da economia cafeeira promoveu o desenvolvimento da

rede ferroviária e a ampliação dos portos e dos serviços urbanos. Além disso, difundiu o

trabalho assalariado no campo e na cidade, possibilitando o alargamento do mercado

interno, de modo a estimular a produção manufatureira e industrial.

No início do século XX, a produção nacional superou a demanda mundial. Os

estoques começaram a crescer e se acumular, chegando a atingir 60% da demanda

mundial. Os preços começaram a cair, e, somado isso à política de valorização cambial

de Campos Salles, a cafeicultura realmente sentiu os efeitos da crise.

Como fatores para essa crise podemos citar:

O café era o único produto nacional com mercado assegurado o exterior. Por

isso, havia uma forte tendência ao investimento excessivo em novas plantações;

Como a distribuição e o comércio no exterior estavam sob o controle dos

exportadores estrangeiros, sobretudo ingleses, tornava-se difícil aos fazendeiros

o acompanhamento do mercado. Dispondo de recursos, os exportadores

compravam a preços baixos os excessos de café, que eram estocados e vendidos

a preços maiores quando o consumo voltava a aumentar;

O café era colhido normalmente quatro ou cinco anos depois do plantio. Isso

dificultava ainda mais o ajuste entre a quantidade produzida e o consumo.

Os cafeicultores começaram a pressionar o governo para que resolvesse a crise e, em

1906, quando a crise atingiu o auge, os governadores dos três principais estados

tomaram a iniciativa de dar aos cafeicultores o que eles queriam.

Os governadores de Minas Gerais (Francisco Sales), São Paulo (Jorge Tibiriçá) e

do Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) reuniram-se na cidade paulista de Taubaté, no Vale do

Paraíba. Esta reunião, conhecida como Convênio de Taubaté, propunha que o governo

comprasse o excedente de café com o objetivo de provocar a alta cotação do café. Para

isso, o governo faria empréstimos (15 milhões de libras esterlinas). Quanto ao excedente

de café, este seria estocado até que mercado se normalizasse.

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A proposta foi levada para o presidente Rodrigues Alves para que a aprovasse,

mas ele se negou. Apesar deste empecilho, meses depois Afonso Pena ganhou as

eleições para presidente, e já de início aprovou facilmente o Convênio de Taubaté.

Num primeiro momento o convênio foi um sucesso, pois os preços começaram a

subir e o empréstimo foi pago. Porém, com o passar do tempo, causou problemas

maiores, pois, ao terem garantido um preço compensador para o café, o governo

estimulou o próprio plantio de café, aumentando assim o excedente e os estoques do

governo.

Em 1929 ocorreu, com grande depressão, o comercial mundial estava abalado,

os estoques de café estavam altos e a oportunidade de vendê-lo mais tarde era mínima.

Assim, a alternativa tomada pelo governo (Getulio Vargas) foi queimar as sacas

estocadas.

O governo de Campos Sales, 1898-1902

As ações de Campos Sales se concentraram em recuperar a situação econômica

do Brasil, prejudicada pela política do encilhamento do governo anterior, Prudente de

Moraes. A política do encilhamento fez com que o Brasil recorresse a empréstimos da

Inglaterra, aumentando consideravelmente a dívida externa. Por isso, o governo se

preocupou em amenizar o efeito desta dívida estabelecendo um acordo denominado

“funding loan”. Este acordo visava à suspensão dos juros da dívida por certo tempo e

como garantia as rendas da alfândega do Rio de Janeiro e Santos ficariam hipotecadas

aos banqueiros ingleses.

Campos Sales combateu também a inflação e a desvalorização da moeda,

queimando células de mil-réis e proibindo os bancos a fazerem emissões, pois com

menos dinheiro em circulação a moeda valorizava. Outras atitudes que fizeram parte do

“saneamento econômico” foram a redução das despesas e aumento das receitas através

da criação de uma série de novos impostos. implementou medidas antiinflacionárias ;

cortou despesas; criou novos impostos ; aumentou a carga tributaria.

O aumento da carga tributária, principalmente pela chamada “Lei do Selo”

causou aumento nos preços dos alimentos e gerou o descontentamento da população,

que, mesmo com os preços caindo, ainda reclamava da pobreza e das más situações que

viviam. Assim, para garantir a manutenção do poder, Campos Sales desenvolveu uma

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política de favorecimento entre o governo central e os governadores, a chamada política

dos governadores, onde essas duas esferas de poder se articulavam.

Urbanização

Percebe-se que as regiões economicamente mais desenvolvidas atraem os

contingentes populacionais marginalizados pela manutenção da estrutura latifundiária.

Aquelas que são capitais regionais ou que representam etapas importantes nos

corredores de exportação são as que mais atraem, pela perspectiva de emprego que

podem oferecer.

Com a prosperidade econômica, motivada pelo comercio do café, havia um

incentivo ao crescimento urbano, o que aumentava a diferenciação da sociedade

brasileira em classes e camadas sociais. A fisionomia das cidades mudava, as áreas

centrais foram remodeladas e saneadas, principalmente no Rio de Janeiro no início do

século. Serviços básicos de água, esgoto e coleta de lixo atendiam as classes favorecidas

desde o final do século passado e os transportes modernizados (os bondes elétricos

serviam as classes medias e baixa dos subúrbios). É preciso notar, porém, que 70% da

população nacional vinha do campo.

Um episódio interessante dentro desse contexto de urbanização foi a Revolta da

Vacina, ocorrida em 1904. O Rio de Janeiro como capital da República, apesar de

possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de

água e esgoto, coleta de lixo precária e cortiços super povoados. Nesse ambiente

proliferavam muitas doenças, como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase.

Alastravam-se, sobretudo, grandes epidemias de febre amarela, varíola e peste

bubônica.

O governo desejava que a cidade se tornasse um exemplo de progresso, e, então,

inicia a reforma e a modernização, o que incluiu o combate de epidemias. Para isso o

governo convidou o médico e sanitarista Osvaldo Cruz, que convenceu o presidente de

decretar a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. A população, no entanto,

desconhecia as necessidades da vacina. Conseqüentemente vários setores da sociedade

reagiram contra a vacina, causando uma grande revolta nas ruas do Rio de Janeiro.

A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a

declarar estado de sítio. A rebelião foi contida, deixando 50 mortos e 110 feridos.

Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre. Ao reassumir

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o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco

tempo sido erradicada da capital.

Nessa primeira parte do século XX, o sudeste não só vê crescer sua população

como um todo, como apresenta um crescimento urbano maior do que as demais regiões.

O Rio de Janeiro, capital federal, passa de 91.565 habitantes em 1900, para 1.896.998

em 1939. Já São Paulo, passa de 239.820 para 1.322.643 habitantes, nesse mesmo

período. Vale ressaltar que esses números não podem ser generalizados para o caso

brasileiro.

A maioria desses habitantes pertencia às camadas médias: funcionários públicos,

profissionais liberais, empregados de firmas de serviços públicos e do comércio. Outros

faziam parte do proletariado que começava a se formar. Tanto as camadas médias

quando o proletariado originava-se dos processos de urbanização e industrialização. A

contradição entre a burguesia que se enriquecia e o proletariado miserável, gerava sérios

e violentos conflitos a partir do final dos anos 20. Ainda que os industriais e as camadas

médias não se opusessem de forma radical aos proprietários de terra, o surgimento

dessas novas forças sociais ameaçava o rígido sistema oligárquico.

O fato é que a maioria das camadas médias e o proletariado eram os mais

prejudicados pelas freqüentes elevações do custo de vida, além de estarem excluídos das

decisões políticas.

O sudeste mostrava uma franca vantagem sobre as demais regiões, não só em

teremos absolutos quanto em termos percentuais. Estava acontecendo o fenômeno já

descrito, o processo de urbanização, que refletia um paralelo ao processo de

industrialização. Em pouco tempo os proprietários escravocratas deram origem, em

particular no estado de São Paulo, a fazendeiros com mentalidade empresarial, ao lado

dos comerciantes e dos banqueiros. Ligados direta ou indiretamente ao café, eles

formavam a burguesia agrária e rural. O antigo barão do café desaparece, dando origem

ao “coronel”, residente em palacetes na cidade. Dos núcleos urbanos da região, o que

revelou mais desenvolvimento foi a cidade de São Paulo, que passou por profundas

transformações, inclusive pela diversidade dos estilos de construções. Apesar de suas

ruas acanhadas, seus bodinhos puxados por burro, a cidade já podia deslumbrar, por

exemplo, os estudantes de Minas Gerais: “para quem viera de Ouro Preto, aquilo era

uma Paris em ponto pequeno”. Logo depois suas ruas tiveram a eletricidade competindo

com os lampiões de gás e os bondes elétricos.

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“É São Paulo que distribui pelas diversas zonas cafeeiras a onda dos imigrantes

e é também onde se reúnem os operários que deixaram as fazendas e procuraram novo

amo.”(Pierre Denis). Aí esta um motivo do crescimento rápido e desordenado da

cidade. No começo do século, notava Artur Dias, que a cidade vista do alto, mostrava

blocos que davam idéia de varias cidades sucessivamente agrupadas dentro da linha

exterior instável. Desse crescimento pode se ter a medida desse crescimento, sabendo

que a cidade passou de sessenta mil edificações no tempo da Primeira Guerra Mundial

para quase cem mil dez anos depois.

O desenvolvimento brasileiro era desigual, típico do modo de produção

capitalista, onde quer que ele exista. Mas no caso brasileiro, que era uma economia

dependente de grandes grupos capitalistas internacionais, essa desigualdade era

acentuada e tinhas aspectos peculiares. Uma característica dessa desigualdade e

dependência do desenvolvimento brasileiro era a concentração regional de renda. A

elevação do nível de investimentos, a diversificação da economia, o progresso das

cidades, enfim, toda a prosperidade era privilégio do sudeste. Esse desenvolvimento da

produção e das cidades e as mudanças sociais determinavam a modificação de muitos

hábitos, e o café era responsável por alguns. Os cafés eram lugares de encontro

obrigatório da população dos bairros das zonas norte e sul.

O Tenentismo

O tenentismo foi o movimento da jovem oficialidade do Exército contra as

estruturas de pode da República Velha. Nem todos eram tenentes como os principais

líderes. Havia também capitães, majores e coronéis, todos com a aspiração de intervir na

vida pública. A maioria deles era proveniente das camadas de menor renda da

sociedade. Esses militares criticavam tanto a oligarquia quanto seus superiores,

defensores da conciliação com poder estabelecido. Sem ter meios institucionais de

expressar o descontentamento, um grupo mais radical dos “tenentes” se decidiu pela

revolta armada.

O movimento teve seu início em 1922 e pretendia derrubar o presidente Epitácio

Pessoa e impedir a posse do presidente eleito Artur Bernardes. Iniciada para resgatar a

honra do exército, a revolta só entrou na história devido ao desfecho trágico e heróico

ocorrido no Forte de Copacabana (Os dezoito de Forte), onde trezentos homens lutavam

contra as tropas do governo no Rio de Janeiro, cercados por pelo menos 3 mil soldados.

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Diante da ameaça de um banho de sangue, Siqueira Campos , um dos principais líderes

da guarnição desobrigou seus homens de permanecer amotinados. A maioria abandonou

o combate restante menos de trinta soldados entrincheirados. Diante da perspectiva de

uma rendição humilhante, porém, eles tomaram a decisão suicida da enfrentar as tropas

leais do governo de peito aberto. Num gesto simbólico, retalharam a bandeira nacional

e, cada um ostentando um pedaço, cruzaram os portões do forte, armados de revólveres

e fuzis. Alguns desertaram e dos que seguiram a diante, 18 foram captados numa

fotografia que se tornaria histórica por ter dado origem à legenda dos 18 do forte. A

maioria deles morreria em seguida, atingidos por tiros disparados de ruas adjacentes.

O acontecido marcou o inicio do tenentismo, que teria forte influencia nas

futuros acontecimentos do país.

O “tenentes” defendiam o voto secreto, a liberdade de imprensa, protestavam

contra os preços altos e à corrupção administrativa. Por tudo isso, conquistaram a

simpatia de amplos segmentos da classe média urbana, bem. E, apesar de defenderem

estas causas, não se mostravam predispostos ao jogo democrático.

Após o acontecido 18 do Forte não houveram mais batalhas conhecidas até o

ano de 1924, quando ocorreu a Revolução de 1924 em São Paulo, após a condenação

severa dos militares participantes do levante do Forte.

A Revolução de 1924 teve por Liderança o general reformado Isidoro Dias

Lopes e o major Miguel Costa. A partir de 5 de junho os revoltosos ocuparam lugares

estratégicos da cidade, mas devido à grande vantagem das tropas federais, em número

de homens, novamente foram derrotados.

Após a derrota, os militares se dirigiram para o Sul do país e devido a

desentendimentos em relação a política local o movimento se reacendeu e o batalhão

passou a ser liderado pelo capitão Luis Carlos Prestes, que já fazia parte do movimento,

mas não participara dos levantes porque estava doente.

Em 1925 Prestes juntou cerca de 1500 homens que percorreram 25 mil

quilômetros através dos estados brasileiros, procurando despertar na população a revolta

contra o poder das oligarquias, mas apesar de insatisfeita a população não queria se

envolver numa revolução. O movimento ficou conhecido como Coluna Prestes e teve

seu fim em 1927, quando Prestes entrou na Bolívia com 600 homens pedindo asilo

político. Carlos Prestes ficou conhecido como Cavaleiro da Esperança.

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Conseqüências da crise de 1929 no Brasil

Em 1929 ocorreu a Grande Depressão nos Estados Unidos. No Brasil este

acontecimento está entrelaçado com a Revolução de 30 e a Crise do café. Apesar disto

as causas da crise do café não foi apenas esta.

O café, em toda a República Velha, foi um produto de grande representatividade

em nossa economia, chegando a atingir até 70% das exportações. Por isto, a decadência

do café era um dos grandes problemas e medo do governo brasileiro, já que se o café

padecia, a economia padecia também.

Na realidade, os problemas com o café, já vinham destes 1900 , quando as

plantações começaram a produzir super-safras, e como já foi dito anteriormente uma das

medidas para resolver esta situação foi o convenio de Taubaté, que acabou por estimular

o surgimento de novas áreas de plantio.

Então, para piorar a situação, ocorre a crise de 1929, contribuindo ainda mais

para diminuição do preço do café. Além disto, a crise do café também esta vinculada

com a produção arcaica e sem planificação do café, trazendo como conseqüência

imediata à oscilação de preços e ruína de muitos produtores, a crise na infra-estrutura

econômica do país, a política de valorização que enriquecia os intermediários e

especuladores em detrimento dos produtos, o que abriu caminho para os países

concorrentes.

A crise, porém, não foi apenas no setor cafeeiro. Vários outros produtos também

foram atingidos, como a carne em conserva, couro, manganês, açúcar, borracha, cacau,

fumo, erva mate e óleos.

O setor industrial também foi atingido. Inúmeras empresas faliram, outras

reduziram sua carga horária. Além disto, os salários abaixaram, tanto no setor industrial

quanto no setor agrícola.

Assim podemos ver que a crise no Brasil não foi apenas no setor cafeeiro, mas

de toda a economia brasileira. Além disto, a crise não era apenas um reflexo da grande

depressão, mas uma crise causada por um sistema econômico com diversos problemas.

Vale ressaltar que a crise afetou, também, na política. Na Europa, foi uma das

causas dos regimes totalitaristas se espalharem, o que influenciou Vargas no Estado

Novo. Nos Estados Unidos, com Roosevelt e o New Deal, uma política reparadora para

a crise que influenciou algumas decisões do governo de Vargas.

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Revolução de 30

Em novembro de 1926, Artur Bernardes (mineiro), passou a faixa presidencial à

Washington Luís (paulista), dando continuidade a política do café-com-leite.

Washington Luis exerceu forte pressão sobre revoltosos, apesar de parecer preocupado

com isso no início do seu mandato. Seis meses após sua posse entrou em vigor a

chamada Lei Celerada, que inviabilizava reivindicações salariais, além de dar total

poder ao governo de fechar sindicato e sujeitar os grevistas à duras penas de prisão. A

lei não só prejudicou o movimento operário como também colocou na ilegalidade o

Partido Comunista.

O presidente, por ter sido eleito por um arranjo de cúpula de partido

conservadores, deveria atender os desejos e interesses das elites, entretanto, ele não

seguia à risca o roteiro padrão da República Velha. Ao invés de indicar um mineiro

como candidato oficial a sucessão, o governador de Minas, Antônio Carlos de Andrada,

o presidente não abriu mão do nome de sua preferência: o paulista Júlio Prestes. A

aliança então existente entre São Paulo e Minas Gerais é rompida.

Washington Luís queria garantir a continuidade de sua política no governo de

Julio Prestes, mas ao ter passado por cima da política do café-com-leite, o presidente

cometeu um grande erro de avaliação. O governador de Minas, ao contrário do que

imaginava o presidente, não se resignou com a derrota. Ao invés disso, passou a

articular um movimento de contestação à candidatura de Prestes, articulando-se ao Rio

Grande do Sul e apoiando o candidato do estado Getúlio Vargas.

A Aliança Liberal

O acerto entre Minas e Rio Grande do Sul foi selado em junho de 1929. Em

setembro do mesmo ano, seis meses antes do pleito, foi anunciado que o vice de Getúlio

seria João Pessoa, governador da Paraíba, que teria negado ser vice do candidato oficial,

Júlio Prestes. Estava fundada a Aliança Liberal. A Aliança era apoiada pelo Partido

Democrático (fundado antes da posse de Washington Luís, em 1926)

A plataforma da AL tinha apelo popular: defendia o voto secreto, propunha

anistia aos “tenentes” e acenava política trabalhista, em que a questão social não seria

mais tratada como caso de polícia.

Page 14: Crise de 29 no Brasil

Mesmo com a crise e com a forte campanha de Vargas, no dia 1° de março de

1930, Júlio Prestes se elegeu com folgada maioria. Após a derrota, o partido se dividiu

entre aqueles que queriam a luta armada e aqueles que preferiam deixar as coisas como

estavam. Alguns membros da AL passaram, então, a se encontrar com líderes

tenentistas. Entre os defensores da luta armada estava Oswaldo Aranha, principal

secretário de Getúlio. Aranha foi procurado por “tenentes”, sobretudo aqueles exilados.

Coube a ela a tarefa de construir uma nova ponte entre os militares e os civis de

oposição. Apesar de seu empenho a revolução não avançava.

Aos poucos, as perspectivas revolucionárias se desfaziam. Mas, quando os

planos de revolucionários estavam para ser cancelados, o acaso inverteu o curso dos

acontecimentos. João Pessoa foi assassinado. O crime teve motivações pessoais, o vice

foi baleado por um adversário político.

Então, no dia 3 de outubro, eclodiu a revolução. A capital gaúcha logo foi

dominada pelos rebeldes. Em Minas Gerais, a ação militar também foi eficiente. Outras

capitais também foram dominadas, e a essa altura, só faltava São Paulo, o maior foco de

resistência. Na véspera do ataque, o presidente foi deposto (25 de outubro de 1930) e o

presidente eleito, Júlio Prestes, devidas acusações de assassinato de João Pessoa,

renunciou o cargo, nem chegando a assumir a presidência. Getulio Dorneles Vargas

assume, então o poder no dia 3 de novembro de 1930. Estava inaugurada a Era Vargas.

A Era Vargas, de 30 a 45

Com o golpe de 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder do Estado,

permanecendo ali por um período de quinze anos, quando, ao final de 1945, foi deposto

pelos mesmos que o apoiaram na candidatura.

Na primeira parte do governo de Vargas, compreendida entre 30 a 34, temos um

presidente com poderes quase que ilimitados, que, aproveitando-se deles, começou a

tomar políticas de modernização no Brasil. Ele criou, por exemplo, novos ministérios,

como o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério da Educação e

Saúde. Como uma das primeiras medidas, Vargas suspendeu o pagamento da dívida

externa. Mais tarde, com o Instituto do Açúcar e do Álcool, tentou coordenar a

produção, comércio e exportação de álcool e açúcar.

Esse primeiro período foi fortemente atingido pela crise mundial de 1929. A

economia do país despencou, a receita da união diminuiu e a moeda conversível

Page 15: Crise de 29 no Brasil

evaporava. Muitas das medidas tomadas por Vargas, na economia, resultaram das

circunstâncias provocadas pela crise. Vargas continuou com a Política de Valorização

do Café e criou o Conselho Nacional do Café e o Instituto do Cacau, atendendo assim a

algumas das reivindicações das oligarquias cafeeiras. A política de valorização do café

incluía medidas para tentar baixar os preços do café no mercado externo. Entretanto,

esse foi um período de repetidas super-safras e o governo chegou a queimar, até fins de

1945, 80 milhões de sacas de café.

A crise por um lado foi boa, uma vez que permitiu uma maior diversificação dos

produtos de exportação brasileiros, como por exemplo, o algodão, frutas, óleos vegetais

e minérios, o que ainda não conseguiu equilibrar a economia brasileira. Além de

desenvolver esse outro lado agrário foi importante para o desenvolvimento industrial

desse período. O desenvolvimento industrial desse período deveu-se muito às

intervenções estadistas que tangiam a emissão de créditos e controle dos preços, além de

que, com a Grande Guerra, os fornecedores de produtos industrializados não mais

podiam fornecer devido a investimentos voltados à indústria bélica e, posteriormente, as

gastos pós-guerra.

Ao contrário do que muitos pensam, a expansão das atividades econômicas não

diminuiu a dependência econômica do Brasil. Uma diversificação da economia

necessitava de gastos como, por exemplo, capital, matéria–prima e combustíveis. Com

isso, as emissões de moeda e os empréstimos estrangeiros se tornam mais freqüentes.

Resultado, o país atravessava uma grande crise econômico-financeira no período.

A Getúlio Vargas também é creditado, nesta época, a Lei da Sindicalização, que

vinculava os sindicatos brasileiros ao presidente. Vargas pretendia, assim, tentar ganhar

o apoio popular, para que estes apoiassem suas decisões (a política conhecida como

populismo). Mesmo assim, houve, na Era Vargas, grandes avanços na legislação

trabalhista brasileira, que perduram até hoje.

Apoiado por setores do exército, Vargas fez seu governo de forma centralizada.

Enfrentou muitos problemas com as oligarquias regionais, principalmente em São

Paulo, o que veio a culminar na Revolução Constitucionalista de 1932. As oligarquias

não agradavam muito do governo Vargas por terem perdido parte da sua autonomia nos

estados devido à nomeação de interventores. Entretanto, os tenentes nomeados

interventores conseguiram convencer as elites locais e assumiram o poder da região.

Com isso diminuíram o poder dos coronéis e a interferência política. Na prática, os

estados perdiam grande parte da sua autonomia política para o presidente.

Page 16: Crise de 29 no Brasil

Percebe-se que Vargas vem com seu governo “quebrando” a política antes

vigente, a qual era regida pelo café-com-leite. È interessante notar que ainda que seu

governo mudasse a ordem vigente, ainda assim ele conseguiu o apóio necessário para

levar a cabo seu governo. A política café-com-leite só dava certo devido ao coronelismo

regional, e como os interventores nomeados por Vargas convenceram as elites

regionais, Vargas conseguiu, assim, se estabelecer.

A mobilização de 1932 forçou Vargas a convocar ma Assembléia Constituinte

para elaborar a constituição. Em 1934, a nova constituição foi promulgada, e entre os

destaques de seu conteúdo estão os direitos trabalhistas e a educação.

O período seguinte a promulgação da Constituição, que vai de 1934 – 1937, no

âmbito político, foi marcado pelo surgimento de duas correntes político-ideológicas. A

Aliança Nacional Libertadora (ANL), vinculada a ideais socialistas, defendia um

governo centralizador e forte, enquanto a Ação Integralista Brasileira (AIB), era

vinculada ao fascismo. Contando com esse espírito revolucionário e a orientação dos

altos escalões do comunismo soviético, a ANL promoveu uma tentativa de golpe contra

o governo de Getúlio Vargas que ficou conhecida como Intentona Comunista. Contudo,

Vargas conseguiu controlar o levante. Mais tarde, divulgou um dossiê comunista (Plano

Cohen) na qual vários políticos e personalidades estavam marcados pela “ameaça

comunista”.

Vargas declarou, então, estado de sitio, aumentando seu poderes, anulando a

constituição de 1934 e dissolvendo o congresso. Estava instaurado o Estado Novo,

última fase de seu governo, marcada por um regime totalitarista.

O Estado Novo

Como já foi dito anteriormente, em 1937 Getúlio Vargas declarou estado sítio

devido ao perigo eminente dos comunistas, não obtendo assim opositores. Em seguida

deu um golpe no estado dissolvendo o congresso e instalando o Estado Novo.

Assim que instalou o Estado Novo, sua primeira medida foi outorgar uma nova

constituição, inspirada na Carta Del Lavoro italiana e na carta fascista polonesa de

1935; por esse motivo a constituição de 1937 foi apelidada de “polaca”. A nova

constituição possuía como características a concentração de poderes nas mãos do

Executivo e ainda a subordinação do Legislativo e Judiciário a mesmo. Outras normas

da nova constituição também incluíam o fato de o presidente poder nomear

Page 17: Crise de 29 no Brasil

interventores para os estados, a pena de morte e a censura à imprensa, além de aumentar

o mandato presidencial para seis anos.

Além disto, no Estado Novo foram extintos os partidos políticos, suspensas as

eleições democráticas e proibidas greves contrárias ao governo.

Foram também criações do governo de Vargas o DIP e o DASP. O DASP,

Departamento Administrativo do Serviço Público, tinha como objetivo aumentar a

eficiência administrativa do Estado, aumentando a competência dos servidores públicos.

Surgiram então os concursos públicos para cargos no estado. Já o DIP, Departamento de

Imprensa e Propaganda tinha como função garantir que a imprensa transmitisse imagens

positivas do governo. Um dos meios utilizados pelo governo foi “A Hora do Brasil” ,

transmitida no rádio todos os dias , mostrando o crescimento do país e a criações do

presidente. Hoje, a Hora do Brasil ainda existe, e é conhecida como a Voz do Brasil,

diariamente às 19 horas.

Durante todo o Estado Novo, agentes da polícia e do serviço de informações das

forças armadas estiveram colocaram em mira milhares de pessoas suspeitas como

opositoras ao regime. Estas pessoas sofriam freqüentes perseguições, eram torturadas,

presas, algumas foram exiladas do país ou até mesmo mortas. Dentre os presos políticos

temos Monteiro Lobato e Graciliano Ramos.

Outra criação de Getulista foi a Consolidação das Leis Trabalhista (CLT), que

asseguravam aos operários direitos básicos, como salário mínimo, férias remuneradas,

jornada diária de no máximo 8 horas, proteção ao trabalho da mulher e do menor e

estabilidade no emprego. Estas leis representaram um marco importante na história da

legislação trabalhista. Mas devemos ficar atentos, pois Vargas concedeu estes direitos

para evitar que os operários se voltassem contra o governo e apoiassem o comunismo.

Podemos notar também que a criação das CLT e outras de suas medidas durante o

Estado Novo foram inspiradas nas teorias do economista John Maynard Keynes, as

quais também inspiraram o New Deal do presidente estado-unidense Roosevelt. Dentre

desse contexto entra a velha e conhecida frase: “Pai dos pobres e mãe dos ricos”, uma

vez que durante seu governo, Vargas tentava sempre conciliar interesses das diferentes

classes brasileiras. Esse foi um dos motivos pelos quais ele ficou tanto tempo no poder.

Uma caractrística marcante do governo Vargas foi também o nacionalismo,

sendo uma de suas metas construir uma identidade nacional brasileira. Por isso

preocupava-se com a valorização do nacional, desde a indústria até a própria língua

portuguesa. Uma de suas medidas para alcançar este objetivo foi o aumento das redes

Page 18: Crise de 29 no Brasil

publicas de educação. Estes nacionalismos de Vargas provêm, também, das ideologias

fascistas, as quais eles apoiava. Foi também no Estado Novo que ocorreu a criação do

SENAI (1942) e o SESI (1943).

Em 1939 começou a Segunda Guerra mundial. Durante três anos o Brasil

permaneceu neutro ao conflito, pois assim poderia obter maiores vantagens econômicas.

Além disso, havia muita divergência no próprio governo, alguns apoiavam o Eixo e

outros os Aliados.

Em março de 1942 Brasil fez acordo um econômico com os EUA e em troca o

Brasil apoiou os aliados. O dinheiro do acordo foi utilizado pelo governo para a

construção da Usina de Volta Redonda e, em contrapartida, o país comprometeu-se em

fornecer borracha e minérios para aos norte-americanos, permitindo que eles

estabelecessem bases no nordeste.

Entre os dias 15 e 19 de agosto de 1942 seis navios mercantes foram

torpedeados no Atlântico pela marinha alemã. No dia 11, o governo brasileiro declarou

guerra à Alemanha, chegando a enviar suas tropas (FEB) para as linhas de combate.

Uma observação importante é que Vargas era fascista e sua decisão de apoiar os

Aliados deu oportunidade para os grupos liberais combaterem Vargas. Os liberais se

questionavam que, como um país governado por um ditador manda tropas para

combater o nazi-fascismo?

A pressão dos opositores cresceu, e em 1943 ocorreu o manifesto dos mineiros,

que consistiu em uma carta publicada no dia do aniversário da Revolução de 30, por

intelectuais desejosos do fim do Estado Novo.

Com a aproximação do fim da Segunda Guerra Mundial, e o crescimento dos

movimentos de democratização, Getulio Vargas marcou a data das eleições, concedeu

anistia, liberou comunistas presos, inclusive Luís Carlos Prestes. Neste período também

ocorreu à organização de partidos políticos.

Com a data marcada para as futuras eleições (2 de dezembro de 1945), os

candidatos à presidência, general Eurico Gaspar Dutra e o brigadeiro Eduardo Gomes,

já iniciavam suas campanhas. Getúlio, com seu jogo político, apoiava Dutra para a

presidência e ao mesmo tempo estimulava o movimento popular que pedia sua

permanecia no governo, conhecido como queremismo.

Em junho de 1945, Vargas decretou a lei antitruste, que consistia em dificultar a

entrada de capital estrangeiro no país, o que descontentou as empresas estrangeiras no

país. A oposição, temendo que Vargas permanecesse no poder, no dia 29 de outubro de

Page 19: Crise de 29 no Brasil

1945 , o depõe do governo. Mas história de Vargas não terminaria aqui ainda, uma vez

que ele voltou a ser presidente por meio de eleições ano de 1954, encerrando sua vida

política ai se “suicidar”.

Correntes Migratórias Internas

Nos últimos anos da República Velha, devido à urbanização e industrialização,

o Brasil apresentou um grande número de correntes migratórias. Essas correntes são

oriundas do nordeste brasileiro, com uma grande quantidade de retirantes. Um outro

grupo, o dos imigrantes europeus que se estabeleceram no sul do país, migraram em

partes, para os novos centros urbanos industriais.

Um dos fatores da mudança do eixo de imigração foi a industrialização ocorrida

nas décadas de 20 e 30 no Brasil. Essa industrialização se deu, principalmente em São

Paulo, que passou a ser uma das mais importantes cidades brasileiras, senão a mais.

Talvez o Rio de Janeiro ainda fosse a mais importante porque era a capital do país.

Tanto os imigrantes europeus quanto os retirantes vieram à procura de emprego.

Entretanto, nem sempre encontraram o que queriam. A vinda dos imigrantes europeus

seja ela no sul do país ou na própria Europa contribuiu para a formação dos sindicatos

dos operários. Entretanto, seus países de origem começaram a desenvolver uma política

nacionalista, o que dificultou a migração.

O país passava por uma demanda de mão de obra muito grande para o

desenvolvimento industrial. Contudo essa mão de obra passou a ser suprida, cada vez

mais, pelas migrações internas. Habitantes do Nordeste do País e do estado de Minas

Gerais abandonaram suas regiões em busca do "El-Dorado Paulista".

Transporte e Energia

Energia

Um substituto do carvão como fonte de energia estava chegando ao Brasil

naquela época. O carvão tinha sido uma fonte de energia importantíssima no século

XIX, e a falta de carvão de boa qualidade era o obstáculo mais sério. As primeiras

cidades do Brasil a instalar geradores elétricos acionados por água foram Campos, no

Estado do Rio, e Rio Claro, no Estado de São Paulo em 1883 e 1884. A capacidade

Page 20: Crise de 29 no Brasil

elétrica instalada no Brasil atingia dez megawatts por volta de 1900, cem por volta de

1908 e chegou a mil por volta de 1938.

A energia hidrelétrica foi um avanço tecnológico para o Brasil quanto o coque

havia sido para os ingleses três séculos antes. Não é possível imaginar o

desenvolvimento da indústria na base limitada do carvão feito de eucalipto, e o custo do

carvão importado teria sido nocivo ao desenvolvimento industrial do Brasil.

Ferrovias

As estradas de ferro eram tão essenciais ao desenvolvimento econômico quanto

o fornecimento de energia. As linhas de estradas de ferro se destinavam a levar os

produtos de exportação aos portos. Também serviam aos propósitos da industrialização

nacional, trazendo matérias-primas e combustível dos portos e do interior permitindo a

distribuição de bens de consumo por áreas extensas.

O rompimento da Primeira Guerra Mundial teria como conseqüência, quanto ao

desenvolvimento ferroviário brasileiro, nova e impressionante queda dos índices de

crescimento. À vista da crise financeira então vigente, o governo determinou a revisão

de todos os contratos de construção, tendo em vista reajustar às possibilidades do

Tesouro os encargos assumidos. De um crescimento de, em média, 3000 kilômetros de

malha ferroviária entre 1906 e 1914 por ano, nos anos seguintes baixou o total para 585

km em 1915, 368 em1916, 459 em 1917, 281 em 1918, 377 em 1919 e 331 em 1920.

Rodovias

Exatamente quando os trabalhos de construção de ferrovias eram mais intensos,

o uso de veículos automotores cresceu significativamente. Porém as estradas, trafegadas

principalmente por carros de bois, carroças e animais de sela, precisavam de melhoras

principalmente naquelas que ligavam cidade a cidade. Os possuidores de automóveis

começaram a solicitar a atenção dos governadores para esse problema.

Coube ao Estado de São Paulo a primazia no assunto. Assim, já em 1913 foi

criada a Estrada do Vergueiro, entre Santos e São Paulo. Quando Washington Luís

assumiu a presidência em 1920, foi iniciada a construção da rede rodoviária paulista.

Em 1925 aí foi inaugurado o primeiro trecho sul-americano de estrada de concreto, na

região da Serra do Mar. Em 1928, as duas primeiras estradas destinadas a serem os

troncos iniciais da nossa rede rodoviária, para o sul e para o norte, respectivamente a

Rio-São Paulo e a Rio-Petrópolis foram entregues. Aquela, como disse o então

Page 21: Crise de 29 no Brasil

Presidente da República, Washington Luís, fiel ao seu lema “governar é abrir

estradas”, marcava o primeiro passo para um grande sistema de comunicações que num

futuro não distante se estenderia a todos os Estados do Brasil, ligando-os entre si.

Desde que se esboçou, no Brasil, uma tendência favorável às rodovias,

começaram a aparecer planos relativos à respectiva articulação interestadual e mesmo

internacional. Deles, o primeiro foi em 1926, em que se propunham duas categorias de

rodovias:

1) Estradas Federais ou troncos de penetração;

2) Estradas Estaduais ou de União de Estados.

Navegação

Apesar da enorme extensão em rede fluvial do Brasil, de algumas dezenas de

milhares de quilômetros, ela só é plenamente favorável à navegação em boa parte, mas

não na totalidade da região amazônica, exatamente a menos povoada. Isto porque os

grandes rios que descem do planalto central, o Madeira, Tapajós, Xingu, Tocantins,

Araguaia, têm trechos encachoeirados que impedem ou dificultam a passagem de

embarcações.

Resulta daí a situação especial a navegação fluvial do Brasil: importante e quase

exclusiva, quando complementar à marítima, na Amazônia e Lagoa dos Patos;

deficiente, quando limitada aos próprios recursos, como acontece no Maranhão, no

Parnaíba, São Francisco; autônoma, mas também deficiente, quando isolada pelos

fatores naturais, como acontece na bacia platina.

A Industrialização

O café trazia muita riqueza e concentrava enormes lucros, principalmente nas

mãos dos paulistas. Essa burguesia do café não aplicava somente nas fazendas: fazia

investimentos em bancos, em estradas de ferro e fábricas. Os exportadores estrangeiros

também se aventuravam no campo da industrialização. A Companhia Antártica Paulista,

por exemplo, era propriedade de exportadores alemães. No princípio, os interesses

agrários não permitiam que se adotasse uma política ostensivamente protecionista, com

tarifas suficientemente elevadas para o desenvolvimento de uma indústria autônoma.

Com o capital que vinha da exportação do café, importavam-se ferramentas,

maquinas necessárias para as indústrias e equipamentos. Todos esses materiais

Page 22: Crise de 29 no Brasil

transformavam-se em empresas produtoras de bens de consumo não duráveis (alimentos

e têxteis). O crescimento da demanda levava o importador a fabricar determinados

produtos no Brasil, principalmente os alimentícios, pois, demorado o transporte do

exterior para cá, fazia com que certos produtos corressem os riscos de chegarem

deteriorados. As indústrias de base (metalurgia, mecânica e química) ainda não

representavam um setor em expansão. O Brasil continuava um país agrário.

Na primeira metade do século XX, conjugam-se fatores excepcionais para o

processo: capital, mão-de-obra, mercado relativamente concentrado, matéria-prima

disponível e barata, capacidade geradora de energia e um sistema de transportes ligado

aos portos. Essa concentração tem no sudeste, sobretudo em São Paulo, sua melhor

conjugação e, na medida em que cresceu e melhor se integrou, a região recebeu os

maiores investimentos, liderando a corrida industrial frente as demais regiões do país.

Entre 1920 e 1940, do total de estabelecimentos industriais do país, localizavam-se na

região mais de 53%, mais de 67% da força motriz nacional eram ali utilizadas, e mais de

64% da classe operária ocupada estava também na região sudeste.

A industrialização brasileira não nasce como substituta de importações do país,

mas sim da decorrência das crises internacionais, tais como a Grande Guerra e

depressões conjunturais. A indústria brasileira desenvolve-se a partir de capitais

nacionais, como já foi dito. O que ocorre em época de crises é a utilização plena da

capacidade instalada, e não a criação ou ampliação em número das unidades fabris de

produção. O sudeste concentrava mais indústrias, e, conseqüentemente, mais

desenvolvimento das cidades, que apresentavam maior urbanização.

Desde o começo em que a indústria mostrou-se rentável e que um mercado

consumidor nacional (elite principalmente do eixo Rio-São Paulo) apresentou-se com

razoável poder de compra, os capitais estrangeiros foram investidos em setores ainda

cobertos pelos nacionais, associando-se aos nacionais ou concorrendo no mesmo ramo.

Essa fase fica mais clara com a Primeira Guerra Mundial, coincidindo com a

substituição da Grã-Bretanha pelos EUA como predomínio econômico na América. A

substituição não era só de um país, mudava-se a natureza da presença estrangeira. Os

capitais ingleses destinavam-se preferencialmente ao setor terciário (estradas de ferro,

companhia de seguro) ou eram emprestados aos governos, além de a Inglaterra ter

atrasado a industrialização brasileira devido a muitos tratados feitos na época auge da

Revolução Industrial. Os capitais norte-americanos eram aplicados em atividades

produtivas no setor secundário ou no primário.

Page 23: Crise de 29 no Brasil

Com a Primeira Guerra, não houve propriamente um surto de industrialização,

como se chegou a pensar um tempo. O que houve na verdade foi que o desenvolvimento

do conflito europeu forçou a produção de determinadas matérias primas, que antes eram

importadas: o ferro-gusa e o carvão-de-pedra, dois importantes exemplos.

A falta de uma política tarifária que protegesse a agressividade econômica dos

capitais norte-americanos fez com que, ao crescer, a indústria brasileira se visse rodeada

de problemas para desenvolver-se, tendo que conviver com esse parceiro poderoso.

As firmas estrangeiras aproveitavam-se de vantagens alfandegárias e da mão-de-

obra barata para assegurar o mercado brasileiro para tais produtos. Usavam matérias

prima nacionais ou mesmo importavam parte dela. O ideal era que o produto fosse

montado ou fabricado aqui, para se beneficiarem de baixos custos.

Enquanto os capitais estrangeiros eram investidos em atividades sofisticadas

para atender a um mercado consumidor de elite ou o mercado externo (caso da carne),

os capitais nacionais iriam se especializar, preferencialmente, na produção de artigos

leves, de baixo valor, para um mercado popular, de menor poder aquisitivo.

Na década de 20, já existiam mais de 13 mil fábricas, empregando 270 mil

operários. Com o desenvolvimento da indústria, em especial a de Base, começa a surgir

a classe de operários, super-explorados pela burguesia industrial em uma situação

adiante, particularmente na década de 1920.

A partir da década de 1930 houve alguma melhoria devido à legislação

trabalhista que lhes foi concedida. Porém os baixos salários, as precárias condições de

vida, grande freqüência de doenças, fruto da desnutrição e da insalubridade, elevada

taxa de mortalidade e as péssimas condições de moradia, são retrato da condição do

trabalhador e dão uma idéia sobre a base da acumulação de capital no país, que repousa

menos na elevação da produtividade do que na exploração absoluta da mão-de-obra.

O desequilíbrio setorial, representado pela longa duração (cerca de um século)

da preponderância do café, gerou as condições para industrialização, para a

concentração demográfica e para urbanização do sudeste, em particular, São Paulo.

Desde então, entre o sudeste e as demais regiões do Brasil, foram se aprofundando as

disparidades, à medida que crescia o parque industrial. A tendência foi a especialização

regional forçada, em função desse novo centro dinâmico da economia nacional,

fornecendo matérias-primas ou alimentos, enfim, artigos primários em troca de

manufaturados, reproduzindo internamente uma relação que já conhecíamos em termos

de comércio internacional.

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Mesmo dentro do sudeste, a situação não foi bem uniforme. As outras unidades

federativas não puderam acompanhá-la e ficaram em posição secundária. O Rio de

Janeiro conservou, ainda, alguma proeminência, mas ficando sempre em posição

inferior em relação a São Paulo. As demais não se beneficiaram dessa industrialização,

a não ser muito precariamente e em um momento posterior.

Percebe-se, então que a industrialização brasileira começa a se dar na década de

20, tendo seu estirão na Era Vargas. A política nacionalista de Vargas foi de grande

importância para isso.

Page 25: Crise de 29 no Brasil

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