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Londrina 2012 CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO CRISTIANE GOLIAS GONÇALVES O TESTE DE CAMPO “INCREMENTAL SHUTTLE WALKING TESTIMPÕE ESFORÇO MÁXIMO A INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS?

CRISTIANE GOLIAS GONÇALVES - Cloud Object Storage · QR Quociente Respiratório SNA Sistema Nervoso Central SPSS Statistical Package for the Social Sciences TC6min Teste de Caminhada

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Londrina 2012

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

CRISTIANE GOLIAS GONÇALVES

O TESTE DE CAMPO “INCREMENTAL SHUTTLE WALKING TEST” IMPÕE ESFORÇO MÁXIMO A INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS?

Londrina 2012

CRISTIANE GOLIAS GONÇALVES

O TESTE DE CAMPO “INCREMENTAL SHUTTLE WALKING TEST” IMPÕE ESFORÇO MÁXIMO A INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS?

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação. Orientadora: Prof. Dra. Vanessa Suziane Probst

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Gonçalves, Cristiane Golias.

G625t O teste de campo “Incremental Shuttle Walking Teste” impõe esforço

máximo a indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias? / Cristiane Golias

Gonçalves. Londrina: [s.n], 2012.

xi; 67p.

Dissertação (Mestrado). Ciências da Reabilitação. Universidade Norte do

Paraná e Universidade Estadual de Londrina.

Orientadora: Profª Drª. Vanessa Suziane Probst.

1- Ciências da reabilitação - dissertação de mestrado – UNOPAR/UEL 2-

Frequência cardíaca 3- Exercício 4- Teste de esforço 5- Tolerância ao exercício I-

Probst, Vanessa Suziane, orient. II- Universidade Norte do Paraná. III-

Universidade Estadual de Londrina.

CDU 615.8:612.766.1

CRISTIANE GOLIAS GONÇALVES

O TESTE DE CAMPO “INCREMENTAL SHUTTLE WALKING TEST” IMPÕE ESFORÇO MÁXIMO A INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DE

DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS?

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Profa. Dra. Vanessa Suziane Probst

Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Prof. Dr. Fabio Pitta

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Profa. Dra. Elaine Paulin Ferrazeane

Universidade do Estado de Santa Catarina

Londrina, 24 de fevereiro de 2012.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por sempre colocar pessoas muito especiais em minha vida

e iluminar sempre o meu caminho, me dando força e coragem para enfrentar todos

os desafios.

Agradeço, especialmente, a minha orientadora Profa. Dra. Vanessa

Suziane Probst, pelo incentivo, por acreditar em minha capacidade, por compartilhar

seu conhecimento científico ao longo desta jornada. Muito obrigada pela confiança,

paciência, dedicação e amizade sempre demonstrados. Minha admiração, respeito e

carinho só cresceram durante esses dois anos de intensa convivência.

Ao Prof. Fabio Pitta, pelo amor à Fisioterapia, pelo exemplo

profissional, pela dedicação diária em construir minha formação científica no período

de inciação científica e por ser um exemplo de humildade e generosidade,

características dignas de um mestre.

A minha mãe (Olivia) e meu pai (Milton - in memorian), por todo

amor, carinho e dedicação sempre tão presentes em minha vida; pelo apoio

incondicional, incentivo, paciência e compreensão durante a realização deste

trabalho; pelo exemplo de caráter, amor ao próximo e amizade ao longo de suas

vidas, o que me faz admirá-los e amá-los cada vez mais.

A minha irmã, Cristina, por tantos momentos felizes compartilhados,

pelo apoio e compreensão nas horas dífíceis e pela amizade. É um privilégio tê-la

como irmã.

Agradeço muito a minha querida amiga Daniela, por poder contar

sempre com sua amizade e pelos momentos inesquecíveis vividos durante o

mestrado. Muito obrigada pela parceria fiel, sinceridade e momentos especiais

compartilhados ao longo desta jornada.

Aos meus grandes amigos Lissandra, Cristiani Martins, Ana Lúcia

Bagatin, Maria Cláudia, Claudiane Rodrigues, Heloisa Tsukamoto, Rafael Mesquita,

Juliana Zabatiero, Luis Alves, Rodolfo Parreira, Luciane Corrêia, Daniela Pagel,

Wellington Yamaguti, Aline e João Paulo, Patricia Hyppolito e Marianna Hyppolito

por serem companheiros de viajem, pelas conversas filosóficas e por enriquecerem

minha vida. Os desafios ficam sempre mais fáceis quando se tem pessoas especiais

por perto.

Muito obrigada a todos os professores do Programa de Mestrado em

Ciências da Reabilitação UEL/UNOPAR que não mediram esforços para fazer um

curso de qualidade e excelência, e também aos professores convidados que juntos

contribuiram para o meu crescimento científico e profissional.

Aos amigos do Mestrado, pelos bons momentos compartilhados,

pelas brincadeiras que descontraíam a turma, pelo apoio e colaboração.

Por fim, agradeço a todas as pessoas que aqui não foram citadas,

mas que de alguma forma contribuiram para a realização desse trabalho.

“Uma vida não basta ser apenas vivida, também precisa ser sonhada.”

Mario Quintana

GONÇALVES, Cristiane Golias. O teste de campo “Incremental Shuttle Walking Test” impõe esforço máximo a indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias?. 2012. 69fls. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2012.

RESUMO

Contextualização: O “Incremental Shuttle Walking Test” (ISWT) foi desenvolvido como um teste de campo para avaliação da capacidade máxima de exercício. No entanto, ainda não está claro se tal teste de fato requer esforço máximo em indivíduos de diferentes idades. Objetivo: Avaliar se o ISWT impõe esforço máximo a indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias. Métodos: 353 indivíduos (166 homens), de 18 a 83 anos, realizaram dois ISWT, nos quais foi permitido ultrapassar 12 níveis, quando necessário. A freqüência cardíaca (FC) e sintomas de dispnéia e fadiga foram verificados antes e após cada teste. Os indivíduos foram separados em seis grupos de acordo com a faixa etária (G1: 18-28, G2: 29-39, G3: 40-50, G4: 51- 61, G5: 62-72 e G6: 73-83 anos). A FC obtida ao final do teste foi expressa em porcentagem da frequência cardíaca máxima (FCmax), estimada pela equação: 208-(0,7 x idade). Resultados: Da amostra estudada, 29% alcançou mais de 12 níveis de velocidade no ISWT. A maioria dos indivíduos atingiu FC superior a 90% da FCmax prevista ao final do teste com mediana [intervalo interquartílico] de G1: 100[95-104]%; G2: 100[96-105]%; G3: 102[96-106]%; G4: 98[90-105]%; G5: 95[86-106]% e G6: 94[84-106]%FCmax. Ao comparar os sintomas de dispnéia e fadiga antes e após o teste, todos os grupos apresentaram maiores valores ao final do teste (p<0,05 para todos). Conclusão: O “Incremental Shuttle Walking Test” é um teste de campo que impõe esforço máximo à maioria dos indivíduos saudáveis, independente da idade. Para isso, é necessário que o teste não seja limitado em 12 níveis de velocidade.

Palavras-chave: Freqüência cardíaca. Exercício. Teste de esforço. Tolerância ao

exercício.

GONÇALVES, Cristiane Golias. Does the Incremental Shuttle Walking Test require maximal effort in healthy subjects of different ages?. 2012. 69fls. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2012.

ABSTRACT

Background: The Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) was developed as a field test to assess maximal exercise capacity. However, it is unclear whether this test actually requires maximum effort in individuals of different ages. Objective: To evaluate if the ISWT requires maximal effort in healthy subjects of different ages. Methods: 353 individuals (166 men), 18 to 83 years, performed two ISWT, allowing more than 12 levels of the test, if necessary. Heart rate (HR) and symptoms of dyspnea and fatigue were recorded before and after each test. The participants were separated into six groups according to their age (G1: 18-28, G2: 29-39, G3: 40-50, G4: 51-61, G5: 62-72 and G6: 73-83 years). The HR achieved at the end of the test was expressed as a percentage of the maximum heart rate (HRmax), estimated according to the equation: 208 - (0.7 x age). Results: 29% of the subjects achieved more than 12 speed levels in the ISWT. The majority of subjects reached HR values greater than 90% of HRmax at the end of the test with a median [interquartile range] of G1: 100 [95-104]%, G2: 100 [96-105]%, G3: 102 [96-106]%, G4: 98 [90-105]%, G5: 95 [86-106]% and G6: 94 [84-106]% HRmax. When comparing the symptoms of dyspnea and fatigue before and after the test, all groups showed higher values at the end of the test (p < 0.05 for all). Conclusion: The Incremental Shuttle Walking Test is a field test that requires maximum effort for most healthy individuals, regardless of age. For that, it is necessary not to limit the test in twelve speed levels.

Key words: Heart rate. Exercise. Exercise test. Exercise tolerance.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Frequência cardíaca (FC) ao final do teste expressa em %FCmax

prevista. A linha pontilhada indica que a grande maioria dos indivíduos atingiu FC ao

final do teste correspondente a mais de 90% da FCmax prevista pela fórmula

208-(0,7 x idade) ...................................................................................................... 43

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características dos indivíduos estudados .............................................. 40

Tabela 2 – Desempenho dos grupos no Incremental Shuttle Walking Test ............. 41

Tabela 3 – Respostas cardiovasculares e sintomatológicas referentes ao ISWT

no qual os indivíduos tiveram melhor desempenho ................................................. 42

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Borg D Escala de Borg percepção Dispnéia

Borg F Escala de Borg percepção Fadiga

CVF Capacidade Vital Forçada

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

FC Frequência Cardíaca

FCmax Frequência Cardíaca Máxima

HR Heart Rate

HRmax Maximal Heart Rate

ICC Insuficiência Cardíaca Crônica

IMC Índice de Massa Corpórea

ISWT Incremental Shuttle Walking Test

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAS Pressão Arterial Sistólica

QR Quociente Respiratório

SNA Sistema Nervoso Central

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

TC6min Teste de Caminhada de seis minutos

UNOPAR Universidade Norte do Paraná

VCO2 Produção de Dióxido de Carbono

VE Volume Minuto

VEF1 Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo

VO2max Consumo Máximo de Oxigênio

VVM Ventilação Voluntária Máxima

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................... 15

2.1 CAPACIDADE DE EXERCÍCIO .................................................................................... 15

2.2 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE EXERCÍCIO .............................................................. 16

2.2.1 Testes de Exercício ......................................................................................... 16

2.2.1.1Teste cardiopulmonar de esforço ................................................................... 16

2.2.1.2 Teste de caminhada de seis minutos ............................................................ 17

2.2.1.3 Incremental shuttle walking test .................................................................... 17

2.2.2 Variáveis Fisiológicas e Desfechos Relatados pelo Indivíduo .......................... 19

3 ARTIGO: O TESTE DE CAMPO “INCREMENTAL SHUTTLE WALKING TEST”

IMPÕE ESFORÇO MÁXIMO A INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DE DIFERENTES

FAIXAS ETÁRIAS?. .................................................................................................. 23

CONCLUSÃO GERAL .............................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45

ANEXOS ................................................................................................................... 50

ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa .............................................. 51

ANEXO B - Termo de Consentimento Esclarecido ................................................... 53

ANEXO C - Questionário sobre estado de saúde, medicamentos, hábitos

tabagísticos e nível de atividade física regular. ........................................................ 57

ANEXO D - Ficha de avaliação da capacidade de exercício - Teste de campo

“Incremental Shuttle Walking Test” (ISWT) ............................................................... 59

ANEXO E - Normas de Formatação do periódico Revista Brasileira de Fisioterapia/

Brazilian Journal of Physical Therapy (RBF/BJPT)

http://www.scielo.br/revistas/rbfis/pinstruc.htm .......................................................... 60

12

1 INTRODUÇÃO

Testes para avaliar a capacidade de exercício são comumente

utilizados tanto na prática clínica como em investigações científicas. A avaliação

objetiva da capacidade de exercício por meio do teste ergoespirométrico fornece

informações sobre causas de redução da tolerância ao exercício, que pode ser

melhorada com intervenções específicas1;2. Além disso, o resultado dos parâmetros

dos testes de exercício são usados como guia para a prescrição de carga de

trabalho durante intervenções com exercício3.

Atualmente existem diferentes tipos de testes para avaliar a

capacidade máxima de exercício, porém a grande maioria é restrita aos laboratórios

de fisiologia do exercício1. Essa limitação se deve à necessidade de equipamentos

específicos que envolvem alto custo financeiro e espaço físico adequado para a

realização dos testes. Por outro lado, testes de campo têm sido utilizados há alguns

anos para avaliação da capacidade funcional de exercício, como por exemplo, o

teste de caminhada de seis minutos (TC6min)4. Este teste é amplamente utilizado

devido à praticidade na sua execução (já que não necessita de equipamentos

sofisticados) e devido ao fato de que ele reflete a capacidade funcional (ou a

capacidade de realizar atividades do dia-a-dia) do indivíduo5. Apesar da grande

utilização, o TC6min não tem característica de teste incremental de esforço, uma vez

que a velocidade adotada pelos indivíduos geralmente não se altera a partir do

terceiro minuto6;7. Como não há incrementos de carga de maneira gradativa ao longo

do tempo, não deve ser considerado um teste capaz de avaliar a capacidade

máxima de exercício.

Com o intuito de se aplicar um teste de campo com características

de teste incremental de esforço, o Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) foi

desenvolvido. Trata-se de um teste no qual a capacidade de exercício é avaliada

baseada na distância máxima percorrida pelo indivíduo ao redor de um percurso de

acordo com velocidades crescentes ditadas por um sinal sonoro1;5. O protocolo

original elaborado por Leger e Lambert8 para a avaliação de atletas utilizava um

circuito de 20 metros e 12 níveis crescentes de velocidade. Singh et al.9 modificaram

o teste com o objetivo de avaliar indivíduos portadores de obstrução crônica de vias

aéreas, reduzindo o circuito de 20 para 10 metros. Desde então, este novo percurso

é o que tem sido mais utilizado em diferentes tipos de estudo10-13. Para avaliar a

13

capacidade de exercício em indivíduos saudáveis, Probst et al.14 modificaram o

protocolo de Singh et al.9 permitindo que os 12 níveis do teste fossem excedidos,

quando necessário. Dessa forma, possibilitaram que todos os indivíduos avaliados

alcançassem a exaustão, evitando o efeito teto que os 12 níveis de velocidade

poderiam criar em indivíduos saudáveis, principalmente para os mais jovens.

A literatura científica mundial inclui diversos estudos que utilizam o

ISWT para avaliação da capacidade de exercício em indivíduos com diferentes tipos

de doença10-13;15;16. Um estudo realizado por Dyer et al., demonstrou que o teste é

uma medida de capacidade de exercício viável e reprodutível tanto em idosos

saudáveis quanto naqueles com obstrução pulmonar17. Estudos envolvendo

indivíduos com insuficiência cardíaca crônica (ICC) mostraram que o ISWT é um

teste reprodutível e seguro, apresentando boa correlação com o pico de consumo de

oxigênio e sendo capaz de predizer o consumo máximo de oxigênio nesse grupo de

pacientes16;18. O ISWT também demonstrou ser um teste útil para identificar risco de

complicações pós-operatórias em pacientes com câncer pulmonar e função

pulmonar limítrofe, apontando os que apresentavam menor chance de complicações

e, portanto, potencialmente operáveis19. O ISWT também é muito utilizado como

desfecho na avaliação de diversas intervenções em pacientes com doença pulmonar

obstrutiva crônica (DPOC)20-22. Evidências apontam que existe uma boa relação

entre a distância percorrida ao final do ISWT e o consumo de oxigênio de pico

(r=0,81) em pacientes com obstrução crônica ao fluxo aéreo, semelhante à obtida

em testes máximos realizados na esteira (r=0,88)22.

Apesar do ISWT ser bastante utilizado para avaliação da capacidade

de exercício de indivíduos com doenças cardiorrespiratórias, este teste ainda é

pouco explorado em indivíduos saudáveis. Um estudo realizado por Spagnuolo et

al.23, demonstrou uma boa correlação entre a distância percorrida ao final do ISWT e

a escala de equilíbrio de Berg que avalia o equilíbrio funcional (r=0,61) em indivíduos

saudáveis de 40 a 84 anos. Probst et al.14, em um estudo com sujeitos saudáveis de

18 a 83 anos, determinou uma equação de predição para os valores de referência

para o ISWT, assim como, verificou uma alta correlação negativa entre a distância

percorrida no ISWT e a idade.

Porém, apesar dos achados da literatura demonstrarem que o ISWT

leva a um estresse cardiorrespiratório semelhante ao imposto por um teste

cardiopulmonar de esforço em indivíduos com obstrução ao fluxo aéreo22, ainda não

14

está claro se tal teste de fato requer esforço máximo em indivíduos saudáveis de

diferentes idades. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar se o ISWT impõe

esforço máximo a indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias.

15

2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 CAPACIDADE DE EXERCÍCIO

O corpo humano apresenta-se em estado de repouso e de exercício,

sendo que na maior parte do tempo, a intensidade do exercício é baixa ou similar ao

repouso, embora podendo chegar a níveis bastante elevados. Em qualquer destas

situações, mecanismos fisiológicos são acionados e atuam no sentido de minimizar

as alterações do meio interno, preservando a homoestase24. A realização de

exercício constitui um estresse fisiológico para o organismo em função do grande

aumento da demanda energética em relação ao repouso, o que provoca grande

liberação de calor e intensa modificação do ambiente químico muscular e

sistêmico25. A capacidade de exercício pode ser definida como a quantidade máxima

de esforço físico que um indivíduo pode sustentar26.

Segundo Weineck27, capacidade aeróbia pode ser considerada

como a condição que um indivíduo tem de realizar um esforço contínuo e

prolongado e seu organismo possa absorver, transportar e utilizar a maior

quantidade possível de oxigênio sem diminuição de desempenho. Essa capacidade

pode ser facilmente estimada, de maneira direta ou indireta e está diretamente

relacionada ao consumo máximo de oxigênio (VO2max).

De todas as alterações fisiológicas que ocorrem durante o processo

de envelhecimento do ser humano, entre as mais importantes relacionadas à

qualidade de vida e à independência funcional está a redução da força muscular e

da capacidade aeróbica28;29. Numerosos estudos30-32 já demonstraram que existe um

declínio no pico de consumo de oxigênio de 5% a 10% por década em indivíduos

não treinados e uma diminuição de aproximadamente 1% por ano da capacidade

aeróbica máxima durante a senescência33. Embora a idade por si só seja tida como

um contribuinte para esse declínio, a redução na atividade física vigorosa30;31;34 e da

massa muscular31 associado ao envelhecimento acaba por acelerar o processo.

Existem diferentes testes que são utilizados de maneira a quantificar

a capacidade de exercício. Os mais populares testes clínicos de exercício em ordem

de complexidade são o Teste da Escada, o Teste de caminhada de seis minutos

(TC6min), o Incremental Shuttle Walking Test (ISWT), teste para detecção de asma

induzida pelo exercício, teste de estresse cardíaco (ex. protocolo de Bruce) e teste

16

cardiopulmonar de exercício4. A avaliação objetiva da capacidade máxima de

exercício por meio de um teste de exercício cardiopulmonar fornece informações

sobre a redução da tolerância ao exercício, o que pode ser eventualmente

melhorada com intervenções específicas1;2. Além disso, o resultado dos parâmetros

do teste de exercício pode ser utilizado como guia para a prescrição da carga de

trabalho durante os exercícios de intervenção2;3;25. No entanto, uma vez que

avaliações laboratoriais não são amplamente disponíveis e envolvem alto custo

financeiro, testes de campo como o TC6min7;35-39 e o ISWT tem se tornado cada vez

mais populares9;13;14;16;22.

2.2 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE EXERCÍCIO

Diferentes métodos estão disponíveis para a avaliação da

capacidade de exercício, tais como o teste cardiopulmonar de esforço e os testes de

campo. Os testes mais comumente utilizados, as variáveis fisiológicas medidas com

frequência, bem como os desfechos mais importantes relatados pelos indivíduos são

descritos em detalhes a seguir.

2.2.1 Testes de Exercício

2.2.1.1Teste cardiopulmonar de esforço

O teste cardiopulmonar de esforço tem por objetivo submeter o

indivíduo a estresse físico programado e personalizado, com finalidade de avaliar a

resposta clínica, hemodinâmica, eletrocardiográfica e metabólica ao esforço, com

pretensões diagnósticas e prognósticas40;41. Neste teste, tanto a atividade cardíaca

quanto a ventilatória e a metabólica são monitoradas e registradas durante a

realização do protocolo de esforço, geralmente máximo, com a intenção de se

analisar as diferentes variáveis coletadas, possibilitando o real conhecimento da

condição física do indivíduo e a presença ou a ausência de patologias, e de se

determinar o limiar anaeróbico, o ponto de compensação ventilatória e o pico de

esforço, entre outras variáveis41. O teste cardiopulmonar de esforço tem, portanto,

indicação precisa na avaliação da capacidade cardiorrespiratória de pessoas

saudáveis, atletas e portadores de insuficiência cardíaca, sendo muito importante na

17

diferenciação da dispnéia de origem cardíaca e respiratória42.

O exercício físico envolve, inevitavelmente, um aumento das

necessidades orgânicas de suprimento de energia para a contração muscular41. Os

protocolos progressivos de esforço máximo durante o teste cardiopulmonar

constituem a forma ideal para avaliação de variáveis fisiológicas importantes como o

volume minuto (VE), o consumo de oxigênio (VO2), a produção de dióxido de

carbono (VCO2), o quociente respiratório (QR) e a Frequência Cardíaca Máxima

(FCmax). No entanto, para a realização de tais medidas, é necessário a utilização de

equipamentos específicos de alto custo, bem como de espaço físico adequado.

Dessa forma, a realização dos testes acaba ficando restrita, na maioria das vezes,

aos laboratórios de fisiologia do exercício1;2.

2.2.1.2 Teste de caminhada de seis minutos

Testes de campo têm sido utilizados, há alguns anos, para avaliação

da capacidade funcional de exercício, como por exemplo, o teste de caminhada de

seis minutos (TC6min)4. A grande difusão e utilização do TC6min7;35-39 estão

baseadas principalmente pela suas qualidades como a simplicidade, a praticidade,

por ser um teste de fácil realização, ter baixo custo e por ser altamente reproduzível

na prática clínica43. A realização do TC6min consiste em caminhar em terreno plano,

perfazendo a distância entre dois cones, ou uma marcação do solo, separada por no

mínimo 30 metros, a uma velocidade auto-imposta pelo próprio Indivíduo, com

frases padronizadas de incentivo a cada minuto4. Este teste têm sido utilizado para

avaliação clínica da capacidade de exercício em diversas patologias respiratórias

como a DPOC, fibrose cística, asma, pré e pós-operatório de ressecção pulmonar ou

transplante pulmonar, entre outras6;16;35;43;44. Atualmente, o teste da caminhada

dispõe de uma estandardização que assegura a qualidade das medidas realizadas

estabelecida pela AmericanThoracic Society4. Contudo, este teste tem característica

de desempenho funcional, não sendo capaz de avaliar a capacidade máxima de

exercício6;7.

2.2.1.3 Incremental shuttle walking test

Com o intuito de se aplicar um teste de campo com características

18

de teste incremental de esforço, o Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) foi

desenvolvido. Trata-se de um teste no qual a capacidade de exercício é avaliada

baseada na distância máxima percorrida pelo indivíduo ao redor de um percurso de

acordo com velocidades crescentes ditadas por um sinal sonoro1;5. O protocolo

original elaborado por Leger e Lambert8 para a avaliação de atletas utilizava um

circuito de 20 metros e 12 níveis crescentes de velocidade. Singh et al.9 modificaram

o teste com o objetivo de avaliar indivíduos portadores de obstrução crônica de vias

aéreas, reduzindo o circuito de 20 para 10 metros. Desde então, este novo percurso

é o que tem sido mais utilizado em diferentes tipos de estudo10-13. O teste consiste

no indivíduo percorrer um circuito de 10 m identificado por dois cones localizados a

0,5 m de cada ponto final. O sujeito avaliado deve andar (ou correr) ao redor do

circuito de acordo com a velocidade ditada por um sinal de áudio. A velocidade

inicial de caminhada é de 0,5 m/s e recebe acréscimos de 0,17 m/s a cada minuto; o

incremento de velocidade é sempre indicado por um sinal triplo. O ISWT é

interrompido quando o indivíduo avaliado apresentar uma das seguintes condições:

se não conseguiu manter a velocidade requerida devido dispnéia ou fadiga; ou se

falhar em completar a volta no tempo permitido pela segunda vez.

A literatura científica mundial inclui diversos estudos que utilizam o

ISWT para avaliação da capacidade de exercício em indivíduos com diferentes tipos

de doenças10-13;15;16. Um estudo realizado por Dyer et al., demonstrou que o teste é

uma medida de capacidade de exercício viável e reprodutível tanto em idosos

saudáveis quanto naqueles com obstrução pulmonar17. Estudos envolvendo

indivíduos com insuficiência cardíaca crônica (ICC) mostraram que o ISWT é um

teste reprodutível e seguro, apresentando boa correlação com o pico de consumo de

oxigênio e sendo capaz de predizer o consumo máximo de oxigênio nesse grupo de

pacientes16;18.

Para avaliar a capacidade de exercício em indivíduos saudáveis,

Probst et al.14 modificaram o protocolo de Singh et al.9 permitindo que os 12 níveis

do teste fossem excedidos, quando necessário. Dessa forma, possibilitaram que

todos os indivíduos avaliados alcançassem a exaustão, evitando o efeito teto que os

12 níveis de velocidade poderiam criar em indivíduos saudáveis, principalmente para

os mais jovens.

19

2.2.2 Variáveis Fisiológicas e Desfechos Relatados pelo Indivíduo

Durante o exercício de intensidade incremental, os valores de

frequência cardíaca (FC) aumentam progressivamente e de forma proporcional ao

trabalho que está sendo realizado, até ser atingido um valor máximo, o qual não

pode ser superado a despeito de aumentos subsequentes na carga do exercício45.

Esse ponto é denominado freqüência cardíaca máxima (FCmax) e é usualmente

considerado o limite superior do sistema cardiovascular central46.

Em outras palavras, significa que, apesar da aplicação de maiores

incrementos de potência, a FC não se eleva mais, apresentando uma estabilização.

Nessas condições, pode-se dizer que realmente foi atingido o valor de FCmax do

individuo, valor este que pode ser usado em determinados cálculos para a

prescrição adequada de exercício. A FCmax é uma importante variável fisiológica

utilizada como um dos critérios para se verificar o esforço máximo durante um teste

incremental máximo2;40;41, sendo o parâmetro de 90% FCmax utilizado como

referência para assegurar esforço máximo durante o teste de exercício2.

A determinação da FCmax realizada de maneira direta por meio de

protocolos progressivos de esforço máximo durante o teste cardiopulmonar é a

forma ideal para avaliação dessa variável fisiológica. A mensuração de outras

variáveis também é importante, tais como o volume minuto (VE), o consumo máximo

de oxigênio (VO2max), a produção de dióxido de carbono (VCO2) e o quociente

respiratório (QR). No entanto, para a medida dessas variáveis, necessita-se de

equipamentos específicos de alto custo e espaço físico adequado para a realização

dos testes, ficando restrita, na maioria das vezes, aos laboratórios de fisiologia do

exercício2;41. Dessa forma, a utilização de equações preditivas para estimativa da

FCmax torna-se uma alternativa mais acessível e viável, uma vez que pode ser

comparada à FCmax obtida de maneira direta por meio de protocolos incrementais

de esforço2;41;46;47. A principal característica dessas fórmulas utilizadas para predizer

a FCmax é a de que todas consideram que essa variável decresce com a

idade2;47;48.

As equações preditivas da FCmax são válidas quando aplicadas em

populações com características semelhantes às da amostra a partir da qual a

equação foi gerada47. Dessa forma, apesar da ampla utilização, a fórmula de

Karvonen et al.49 que utiliza o cálculo 220 – idade, é discutida na literatura, pois

20

existem vários questionamentos referentes ao seu desenvolvimento e real autoria.

Os relatos originais propondo essa equação parecem ter sido de Fox et al.46;50. Mais

recentemente, Tanaka et al.51 desenvolveram uma outra equação utilizando um

modelo de regressão, recomendando a fórmula 208- (0,7 x idade) para estimar a

mesma variável.

Em relação à pressão arterial sistólica e diastólica durante o

exercício, essas variáveis cardiovasculares apresentam comportamentos

diferentes2;24;25;40;41. A pressão arterial sistólica (PAS) é uma variável que deve se

elevar de acordo com o aumento da carga de trabalho físico realizado. Desde o

início do exercício os valores da PAS devem aumentar, pois maiores volumes de

sangue têm de circular com o decorrer do exercício2;25;40;41. Esse aumento da PAS,

que também é modulado pelo Sistema Nervoso Central (SNA), tem a finalidade de

proporcionar uma aceleração do fluxo sanguíneo para que o oxigênio e os

substratos nutrientes possam abastecer mais rapidamente a musculatura em

trabalho. Essa elevação dos valores de PAS depende de vários mecanismos que, de

maneira harmônica, informam o SNC sobre a necessidade de elevação do valor da

variável, incumbindo, a partir dessa informação, a excitação do coração pelo SNC,

simultaneamente aos ajustes vasculares periféricos2;41. Ao término do esforço, o

valor do PAS deve diminuir imediatamente, de acordo com a conseqüente

metabolização das substâncias que haviam sido liberadas na circulação, mesmo

localmente pelos nervos excitatórios cardíacos que provocaram a elevação da PAS.

Por exemplo, a metabolização das catecolaminas e a própria cessação dos

estímulos, promovidos por receptores musculares durante o exercício, têm

importante contribuição na redução dos valores de PA após esforço42.

A pressão arterial diastólica (PAD) tem um comportamento

completamente diferente da PAS durante a realização de exercícios com intensidade

crescente e contínua, ou seja, enquanto a PAS deve se elevar proporcionalmente à

intensidade do tratamento realizado, a PAD pode ter leve oscilação, entre 5 e 10

mmHg, que tanto pode ser ascendente como descendente2;40;41. Elevações da PAD

a valores acima de 15 mmHg são preocupantes e indicam presença de

anormalidades, sendo, inclusive, um dos fatores para interrupção de protocolos de

avaliação diagnóstica ou protocolos de tratamento42. Em relação à queda do valor da

PAD logo após o esforço de protocolo incremental de esforço, obviamente ela é de

menor magnitude da observada na PAS. Porém, é preciso ressaltar que o valor de

21

PAD nessas condições pós-esforço tenderá a se restabelecer ao mesmo valor de

antes do inicio do esforço físico41.

Outro ponto importante durante a realização de um exercício

incremental de esforço é a capacidade do organismo de efetuar trabalho que

depende, fundamentalmente, da possibilidade de captar, transportar e utilizar

oxigênio pelo organismo. O oxigênio consumido no metabolismo da célula muscular

aumenta proporcionalmente à intensidade de esforço físico até um valor limite

denominado consumo máximo de oxigênio (VO2max), expresso em litros/min52. Para

avaliar a capacidade de produção de energia pelo sistema aeróbico, a primeira

alternativa é a medida do VO2max, que expressa a capacidade dos sistemas

respiratório, circulatório e metabólico. O VO2max é um parâmetro usado para a

avaliação da função cardiorrespiratória máxima e reserva funcional2;41. Além disso, a

mensuração do VO2max pode ser indicada por várias razões, desde a análise da

função cardiorrespiratória, em pneumopatas e cardiopatas, até para a predição de

desempenho físico41. Além disso, é um indicador independente de mortalidade

principalmente para as etiologias cardiovasculares53-56. É realizada de forma direta

por meio de teste cardiopulmonar de esforço utilizando um analisador de gazes que

analisa as frações expiradas de oxigênio e dióxido de carbono durante o esforço,

além da ventilação pulmonar. Esse tipo de procedimento é considerado padrão-ouro

para esse fim2;5;41. Entretanto, seu custo é alto, são necessários equipamentos

sofisticados e equipe especializada para a realização do teste. Evidências apontam

que existe uma boa relação entre a distância percorrida ao final do ISWT e o

consumo de oxigênio de pico (r=0,81) em pacientes com obstrução crônica ao fluxo

aéreo, semelhante à obtida em testes máximos realizados na esteira (r=0,88)22.

Além das variáveis fisiológicas, os desfechos relatados pelo

indivíduo ao final do teste de esforço máximo são fundamentais para complementar

os parâmetros fisiológicos. Um método simples, prático e de baixo custo financeiro

de monitorizar a intensidade de esforço em um teste incremental é por meio da

percepção subjetiva de esforço, cuja escala mais difundida é a de Borg57;58. A escala

de Borg foi inicialmente formulada na década de 70, pelo fisiologista sueco Gunnar

Borg, com o propósito de quantificar os sintomas dos pacientes, como falta de ar e

dor torácica57;59. Existem duas versões da escala de Borg: a original57 na qual a

escala corresponde a valores de seis a vinte e a modificada58 que varia de zero a

dez. Atualmente, a escala de Borg tornou-se um dos instrumentos mais utilizados

22

para a mensuração da dispnéia e a percepção subjetiva do esforço pela sua

praticidade, baixo custo financeiro e sua relação com importantes variáveis

fisiológicas60.

23

3 ARTIGO

O TESTE DE CAMPO “INCREMENTAL SHUTTLE WALKING TEST” IMPÕE

ESFORÇO MÁXIMO A INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS DE DIFERENTES FAIXAS

ETÁRIAS?

Cristiane Golias Gonçalves1,2, Daniela Hayashi1,2, Rafael Mesquita1-3,

Fábio Pitta2,3, Karen Barros Parron Fernandes1,2, Vanessa Suziane Probst1-3

1Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde (CPCS), Centro de Ciências Biológicas

e da Saúde (CCBS) Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina-PR.

2Programa de Mestrado Associado UEL-UNOPAR em Ciências da Reabilitação,

Londrina-PR.

3Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar (LFIP), Universidade Estadual

de Londrina, Londrina-PR.

Contato:

Vanessa Suziane Probst

Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)

Av. Paris, 675 - Jd. Piza - CEP 86041-140 - Cx. P. 401 Londrina – PR

Cel. (43) 9917-0581

E-mail: [email protected]

24

Resumo

Contextualização: O “Incremental Shuttle Walking Test” (ISWT) foi desenvolvido como um teste de campo para avaliação da capacidade máxima de exercício. No entanto, ainda não está claro se tal teste de fato requer esforço máximo em indivíduos de diferentes idades. Objetivo: Avaliar se o ISWT impõe esforço máximo a indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias. Métodos: 353 indivíduos (166 homens), de 18 a 83 anos, realizaram dois ISWT, nos quais foi permitido ultrapassar 12 níveis, quando necessário. A freqüência cardíaca (FC) e sintomas de dispnéia e fadiga foram verificados antes e após cada teste. Os indivíduos foram separados em seis grupos de acordo com a faixa etária (G1: 18-28, G2: 29-39, G3: 40-50, G4: 51- 61, G5: 62-72 e G6: 73-83 anos). A FC obtida ao final do teste foi expressa em porcentagem da frequência cardíaca máxima (FCmax), estimada pela equação: 208-(0,7 x idade). Resultados: Da amostra estudada, 29% alcançou mais de 12 níveis de velocidade no ISWT. A maioria dos indivíduos atingiu FC superior a 90% da FCmax prevista ao final do teste com mediana [intervalo interquartílico] de G1: 100[95-104]%; G2: 100[96-105]%; G3: 102[96-106]%; G4: 98[90-105]%; G5: 95[86-106]% e G6: 94[84-106]%FCmax. Ao comparar os sintomas de dispnéia e fadiga antes e após o teste, todos os grupos apresentaram maiores valores ao final do teste (p<0,05 para todos). Conclusão: O “Incremental Shuttle Walking Test” é um teste de campo que impõe esforço máximo à maioria dos indivíduos saudáveis, independente da idade. Para isso, é necessário que o teste não seja limitado em 12 níveis de velocidade.

Palavras-chave: freqüência cardíaca, exercício, teste de esforço, tolerância ao

exercício.

25

Abstract

Background: The Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) was developed as a field test to assess maximal exercise capacity. However, it is unclear whether this test actually requires maximum effort in individuals of different ages. Objective: To evaluate if the ISWT requires maximal effort in healthy subjects of different ages. Methods: 353 individuals (166 men), 18 to 83 years, performed two ISWT, allowing more than 12 levels of the test, if necessary. Heart rate (HR) and symptoms of dyspnea and fatigue were recorded before and after each test. The participants were separated into six groups according to their age (G1: 18-28, G2: 29-39, G3: 40-50, G4: 51-61, G5: 62-72 and G6: 73-83 years). The HR achieved at the end of the test was expressed as a percentage of the maximum heart rate (HRmax), estimated according to the equation: 208 - (0.7 x age). Results: 29% of the subjects achieved more than 12 speed levels in the ISWT. The majority of subjects reached HR values greater than 90% of HRmax at the end of the test with a median [interquartile range] of G1: 100 [95-104]%, G2: 100 [96-105]%, G3: 102 [96-106]%, G4: 98 [90-105]%, G5: 95 [86-106]% and G6: 94 [84-106]% HRmax. When comparing the symptoms of dyspnea and fatigue before and after the test, all groups showed higher values at the end of the test (p < 0.05 for all). Conclusion: The Incremental Shuttle Walking Test is a field test that requires maximum effort for most healthy individuals, regardless of age. For that, it is necessary not to limit the test in twelve speed levels.

Keywords: heart rate, exercise, exercise test, exercise tolerance.

26

Introdução

Atualmente existem diferentes tipos de testes para avaliar a capacidade

máxima de exercício, porém a grande maioria é restrita aos laboratórios de fisiologia

do exercício1. Essa limitação se deve à necessidade de equipamentos específicos

que envolvem alto custo financeiro e espaço físico adequado para a realização dos

testes. Visando facilitar o acesso à avaliação da capacidade de exercício, testes de

campo como o Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) têm sido desenvolvidos.

Trata-se de um teste no qual a capacidade de exercício é avaliada baseada na

distância máxima percorrida pelo indivíduo ao redor de um percurso de acordo com

velocidades crescentes ditadas por um sinal sonoro1;2.

O protocolo original elaborado por Leger e Lambert3 para a avaliação de

atletas utilizava um circuito de 20 metros com 12 níveis crescentes de velocidade

Singh et al.4 modificaram o teste com o objetivo de avaliar indivíduos portadores de

obstrução crônica das vias aéreas, reduzindo o circuito de 20 para 10 metros. Desde

então, este novo percurso tem sido o mais utilizado em diferentes tipos de estudos5-

8. Para avaliar a capacidade de exercício em indivíduos saudáveis, Probst et al.9

modificaram o protocolo de Singh et al.4 permitindo que os 12 níveis do teste fossem

excedidos, quando necessário. Dessa forma, possibilitaram que todos os indivíduos

avaliados alcançassem a exaustão, evitando o efeito teto que os 12 níveis de

velocidade poderiam criar em indivíduos saudáveis, principalmente para os mais

jovens.

A literatura científica mundial inclui diversos estudos que utilizam o ISWT para

avaliação da capacidade de exercício em indivíduos com diferentes tipos de

doenças5-8;10;11. Um estudo realizado por Dyer et al., demonstrou que o teste é uma

medida de capacidade de exercício viável e reprodutível tanto em idosos saudáveis

quanto naqueles com obstrução pulmona12. Estudos envolvendo indivíduos com

insuficiência cardíaca crônica (ICC) mostraram que o ISWT é um teste reprodutível e

seguro, apresentando boa correlação com o pico de consumo de oxigênio e sendo

capaz de predizer o consumo máximo de oxigênio nesse grupo de pacientes11;13. O

ISWT demonstrou ser um teste útil para identificar risco de complicações pós-

operatórias em pacientes com câncer pulmonar e função pulmonar limítrofe,

apontando os que apresentavam menor chance de complicações e, portanto,

potencialmente operáveis14. O ISWT também é muito utilizado como desfecho na

27

avaliação de diversas intervenções em pacientes com doença pulmonar obstrutiva

crônica (DPOC)15-17. Evidências apontam que existe uma boa relação entre a

distância percorrida ao final do ISWT e o consumo de oxigênio de pico (r=0,81) em

pacientes com obstrução crônica ao fluxo aéreo, semelhante à obtida em testes

máximos realizados na esteira (r=0,88)17.

Apesar do ISWT ser bastante utilizado para avaliação da capacidade de

exercício de indivíduos com doenças cardiorrespiratórias, ainda é pouco explorado

para avaliação de indivíduos saudáveis. Um estudo realizado por Spagnuolo et al.18

em indivíduos saudáveis de 40 a 84 anos, demonstrou uma boa correlação entre a

distância percorrida ao final do ISWT e a escala de equilíbrio de Berg que avalia o

equilíbrio funcional (r=0,61). Probst et al.9 em um estudo com sujeitos saudáveis de

18 a 83 anos determinou uma equação de predição para os valores de referência

para o ISWT, assim como, verificou uma alta correlação negativa entre a distância

percorrida no ISWT e a idade.

Porém, apesar dos achados da literatura demonstrarem que o ISWT leva a

um estresse cardiorrespiratório semelhante ao imposto por um teste cardiopulmonar

de esforço em indivíduos com obstrução ao fluxo aéreo17, ainda não está claro se tal

teste de fato requer esforço máximo em indivíduos saudáveis de diferentes idades.

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar se o ISWT impõe esforço máximo a

indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias.

28

Materiais e métodos

Delineamento do estudo e Sujeitos

Foi realizado um estudo transversal em que 353 indivíduos aparentemente

saudáveis foram incluídos em uma amostra de conveniência. Os participantes do

estudo foram recrutados entre alunos e funcionários de duas universidades em

Londrina (Brasil), bem como seus parentes. Parte da amostra de indivíduos com

idade superior a 60 anos foi composta por indivíduos participantes de um projeto que

investiga as condições de saúde dos idosos em Londrina, Brasil (Projeto EELO –

Estudo sobre Envelhecimento e LOngevidade).

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Norte do Paraná (UNOPAR), Brasil (n˚ PP000709). Todos os participantes

receberam informações sobre os procedimentos realizados no estudo e assinaram

um termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão no estudo

foram: indivíduos de ambos os sexos com idades entre 18 e 83 anos; ausência de

doença grave e/ou instável que pudesse limitar a tolerância ao exercício; e ausência

de alterações osteoneuromusculares que limitassem o desempenho durante o teste

para avaliação da capacidade de exercício. Foram excluídos os participantes que

eram incapazes de compreender ou realizar qualquer procedimento durante o

protocolo ou se eles solicitassem deixar o estudo por qualquer razão.

Procedimentos

Todos os indivíduos tiveram sua função pulmonar, capacidade de exercício,

dados antropométricos e demográficos avaliados. Os dados foram coletados de

março de 2009 a outubro de 2011.

Após a obtenção do termo de consentimento, um questionário foi aplicado a

fim de investigar o estado de saúde, medicamentos utilizados, hábitos tabagísticos e

se os participantes estavam envolvidos em atividade física regular. O peso corporal

(Kg) e a estatura (m) foram mensurados numa balança antropométrica da marca

Filizola® (Filizola, São Paulo, Brasil), sendo utilizados para o cálculo do índice de

massa corpórea (IMC). Obesidade foi definida como IMC igual ou acima de 30 Kg/m2

19.

29

Função Pulmonar

Espirometria simples foi realizada para assegurar que os indivíduos avaliados

não apresentassem nenhuma doença pulmonar crônica, ou seja função pulmonar

normal. O teste foi realizado com o espirômetro Pony (Cosmed, Itália) seguindo

padronizações internacionais20. Os parâmetros de função pulmonar obtidos foram

capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo

(VEF1), a relação VEF1/CVF e a medida direta da ventilação voluntária máxima

(VVM). Os valores de referência adotados foram os referidos por Pereira et al.

específicos para a população brasileira21.

Capacidade de Exercício

O Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) foi usado para determinar a

capacidade máxima de exercício. Foram realizados dois ISWT com, pelo menos, 30

minutos de descanso entre eles. O melhor teste, isto é, a maior distância percorrida

foi considerada para análise. Os testes foram realizados em um circuito de 10

metros identificado por dois cones localizados a 0,5 metros de cada extremidade

final. Os participantes deveriam caminhar (ou correr) ao redor do circuito de acordo

com a velocidade ditada por um sinal de áudio. A velocidade inicial de caminhada

era de 0,5 metros(m)/segundo(s) e recebia acréscimos de 0,17 m/s a cada minuto; o

incremento de velocidade era sempre indicado por um sinal triplo. Uma adaptação

ao protocolo modificado4 foi utilizada, que consistiu no sinal sonoro continuar até os

indivíduos atingirem a exaustão, excedendo os 12 níveis de velocidade, quando

necessário9. Estes autores optaram por adaptar o protocolo a fim de evitar o efeito

teto uma vez que os participantes eram indivíduos saudáveis e poderiam ultrapassar

o 12º nível a fim de assegurar seu esforço máximo.

Os testes foram executados por um fisioterapeuta ou estudante de fisioterapia

familiarizado com aplicação do teste de campo ISWT, sendo os dois testes

realizados pelo mesmo avaliador. A explicação inicial foi padronizada e nenhuma

frase de incentivo foi dada aos participantes durante o teste. O ISWT foi interrompido

quando os participantes apresentaram uma das seguintes condições: não conseguir

manter a velocidade requerida devido à dispnéia ou fadiga; ou falha em completar a

volta no tempo permitido pela segunda vez consecutiva. Calculou-se os valores de

30

referência para o ISWT para cada indivíduo utilizando a equação de predição

proposta por Probst et al.9.

A frequência cardíaca (FC) foi mensurada por um frequencímetro (Polar

RS100, Brasil). A FC, pressão arterial (estetoscópio Littmann e esfigmomanômetro

Welch Allyn/Tycos), percepção de dispnéia e fadiga de membros inferiores (escala

de Borg modificada)22 foram avaliados imediatamente antes e após os testes. A FC

obtida ao final do teste foi expressa em porcentagem da frequência cardíaca máxima

(FCmax), sendo a FCmax estimada segundo Tanaka et al.23 por meio da fórmula

208-(0,7 x idade). O parâmetro de 90% FCmax foi utilizado como referência para

assegurar esforço máximo durante o teste de exercício24.

Análise estatística

Para análise dos dados, os indivíduos foram separados em seis grupos de

acordo com a faixa etária: G1: 18 a 28 anos; G2: 29 a 39 anos; G3: 40 a 50 anos;

G4: 51 a 61 anos; G5: 62 a 72 anos e G6: 73 a 83 anos. Os dados coletados foram

analisados nos programas estatísticos GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Software

Inc., San Diego, CA, USA) e Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

versão 15.0 para Windows. A normalidade dos dados foi verificada utilizando-se o

teste de Shapiro-Wilk. Devido à distribuição não normal da maior parte das variáveis,

a análise descritiva dos dados foi representada por mediana [intervalo-interquartílico]

e optou-se por utilizar estatística não paramétrica para as análises. A proporção de

homens e mulheres em cada grupo foi avaliada pelo teste de qui-quadrado. A

análise intragrupo (antes e após o teste) das variáveis cardiovasculares e

sintomatológicas foi realizada pelo teste de Wilcoxon. A comparação entre os grupos

foi realizada pelo teste de Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunns. O coeficiente de

correlação de Spearman foi utilizado para análise da relação entre as variáveis

estudadas. Foi realizada análise de regressão múltipla para identificar as variáveis

que contribuíram para que os indivíduos não atingissem 90%FCmax. A significância

estatística adotada foi de p<0,05 para todos os testes.

Foi realizado o cálculo retrospectivo de poder baseado na proporção de

indivíduos que atingiu ou não 90%FCmax prevista. O teste qui-quadrado foi

calculado no programa estatístico BioEstat 5.0 obtendo o valor de 21.537, com

p=0,0006. Posteriormente, utilizou-se o programa G*Power 3.1.3. Considerando um

31

alfa de 0,05 e o qui-quadrado de 21.537, o estudo teve um poder de 97% de

detectar os indivíduos que atingem ou não 90%FCmax durante o ISWT.

Resultados

A amostra do estudo foi composta por indivíduos aparentemente saudáveis,

sendo 166 homens e 187 mulheres. A idade dos participantes variou de 18 a 83

anos. Os indivíduos não tiveram alterações espirométricas, ou seja, apresentaram

função pulmonar normal. Não houve diferença na distribuição de gênero entre os

grupos (Tabela 1). As demais variáveis demográficas e antropométricas encontram-

se descritas na tabela 1. O Grupo G1 apresentou IMC menor em comparação aos

demais grupos (Tabela 1). Não foi observada diferença na proporção de indívíduos

obesos (IMC ≥ 30 Kg/m2) entre os grupos (qui-quadrado 3.268; p=0.658).

Em relação às comorbidades apresentadas pelos indivíduos, as mais

prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica (39%), seguida por doença vascular

periférica (24%), artrite (23%) e artrose (18%). Outras comorbidades relatadas

foram: diabetes mellitus (17%), doença cardíaca estável (14%), distúrbios da tireóide

(9%), osteoporose (9%) e asma (8%). Cento e cinquenta e dois participantes (43%

entre os que eram idosos) utilizavam algum medicamento de uso contínuo. Os

medicamentos foram prescritos por médicos e foram relacionados para o específico

estado de saúde apresentado pelo indivíduo. Entre as medicações em uso, 42%

eram fármacos para controle da pressão arterial. Aproximadamente 34% dos

indivíduos eram fumantes. Em relação à nível de atividade física, 68% dos

participantes não estavam envolvidos em atividade física regular.

Considerando-se o ISWT no qual os indivíduos tiveram melhor desempenho,

a amostra total percorreu 870 [630-1050] metros, ou seja, 105 [90-118] % do

previsto. Vinte e nove por cento dos indivíduos ultrapassaram o 12˚ nível do

protocolo, apresentando uma distância percorrida superior a 1020 metros. Sessenta

e oito porcento dos indivíduos apresentaram melhor desempenho (maior distância

percorrida) no segundo ISWT e 21% no primeiro teste, enquanto 11% dos

participantes do estudo percorreram a mesma distância nos dois testes. Ao

comparar os gêneros, o masculino percorreu maior distância que o feminino (1015

[776-1203] metros versus 760 [500-930] metros, respectivamente; p<0,0001).

Porém, quando a distância percorrida foi analisada em relação à porcentagem do

32

valor previsto, não foi observada diferença entre os gêneros masculino e feminino

(107 [93-119] % do previsto versus 104 [89-117] % do previsto, respectivamente;

p=0,287). Em relação ao desempenho de cada grupo no ISWT, os resultados

encontram-se descritos na tabela 2.

A tabela 3 mostra a comparação intergrupo das variáveis cardiovasculares e

sintomatológicas referentes ao ISWT no qual os indivíduos tiveram melhor

desempenho. Ao comparar os sintomas de dispnéia e fadiga antes e após o teste

(análise intragrupo), todos os grupos apresentaram maiores valores ao final do teste

(0,0001≤ p <0,05).

A Figura 1 mostra a % FCmax atingida ao final do ISWT nos diferentes

grupos avaliados, sendo que a maioria dos indivíduos (78%) atingiu valores ao final

do teste superiores a 90% da FCmax estimada. Em relação aos indivíduos que não

atingiram esse limiar (22%), a análise de regressão múltipla mostrou que a idade e a

distância percorrida no ISWT contribuíram para a variação da FC ao final do teste

(r2= 0,53; p<0,0001).

Observou-se, no grupo todo, correlação positiva (r=0,48) entre a %FCmax

atingida ao final do ISWT e a distância percorrida em metros nesse teste. Essa

correlação se manteve quando considerada a distância em porcentagem do previsto

(r=0,44). Valores semelhantes de correlação foram observados quando os grupos

foram analisados separadamente de acordo com a idade (0,30 ≤ r ≤ 0,60).

Observou-se ainda correlação negativa (r= -0,65; p<0,0001) entre idade e FC ao

final do teste no grupo todo.

33

Discussão

O presente estudo mostrou que o teste de campo ISWT é um teste

incremental de esforço que pode ser utilizado para medir a capacidade máxima de

exercício de indivíduos saudáveis de diferentes idades, uma vez que a maioria dos

participantes do estudo atingiu 90% ou mais da FCmax estimada durante o teste. De

acordo com as recomendações da ATS/ACCP24, uma das respostas esperadas

durante um teste incremental de esforço que assegura desempenho máximo é o fato

da FC atingir valores iguais ou superiores a 90% da FCmax prevista. De fato, 78%

dos indivíduos do presente estudo atingiram esse limiar durante o ISWT,

assegurando desempenho máximo durante esse teste de campo na maioria dos

indivíduos. No entanto, é importante ressaltar que 22% dos indivíduos não

alcançaram esse limiar. A análise de regressão revelou que a idade e o

desempenho no ISWT (distância percorrida em metros) foram as variáveis

determinantes da variação da FC neste subgrupo, contribuindo para 53% da

variação da FC. Assim, a idade mais elevada e o pior desempenho dos indivíduos

desse subgrupo não permitiram que a FC atingisse valores mais altos ao fim do

teste.

A determinação da FCmax realizada de maneira direta por meio de protocolos

progressivos de esforço máximo durante o teste cardiopulmonar é a forma ideal para

avaliação dessa variável fisiológica. A mensuração de outras variáveis também é

importante, tais como o volume minuto (VE), o consumo máximo de oxigênio

(VO2max), a produção de dióxido de carbono (VCO2) e o quociente respiratório

(QR). No entanto, para a medida dessas variáveis, necessita-se de equipamentos

específicos de alto custo e espaço físico adequado para a realização dos testes,

ficando restrita, na maioria das vezes, aos laboratórios de fisiologia do exercício24.

Dessa forma, a utilização de equações preditivas para estimativa da FCmax torna-se

uma alternativa mais acessível e viável, uma vez que pode ser comparada à FCmax

obtida de maneira direta por meio de protocolos incrementais de esforço24-27.

A principal característica das fórmulas utilizadas para predição da FCmax é

que todas consideram que essa variável decresce com a idade24;25;28. É sabido,

também, que as equações preditivas da FCmax são válidas quando aplicadas em

populações com características semelhantes às da amostra a partir da qual a

equação foi gerada25. Dessa forma, apesar da ampla utilização, a fórmula de

34

Karvonen et al.29, que utiliza o cálculo 220 – idade, é criticada na literatura, pois

existem vários questionamentos referentes ao seu desenvolvimento e real autoria27.

Discute-se que ela não foi desenvolvida a partir de pesquisa original, mas resultou

da observação com base em dados de cerca de 11 estudos que consistiam em

pesquisas publicadas ou inéditas coletâneas científicas27,28. Além disso, a fórmula foi

desenvolvida baseada em uma amostra pequena de indivíduos25. Esses fatores

contribuem para a redução do uso da fórmula de Karvonen na área da fisiologia do

exercício e afins27. Já a equação de Tanaka et al.23, que considera 208 – (0,7 x

idade), foi gerada pela análise de regressão linear de 18.712 indivíduos entre as

idades de 20 e 70 anos. Sendo assim, optou-se pela utilização da equação proposta

por Tanaka et al.23 devido a amostra deste estudo envolver uma população com

faixa etária semelhante à amostra utilizada para geração da fórmula.

Em relação à resposta sintomatológica, foi utilizada no presente estudo a

escala modificada de Borg22. Essa escala é amplamente utilizada na investigação de

percepção subjetiva de esforço30-32 e recomendada pelas diretrizes da ATS/ACCP24

durante a realização de teste de exercíco cardiopulmonar. A mensuração da

sensação de dispnéia e fadiga de membros inferiores durante o ISWT foi feita uma

vez que podem fornecer informações úteis sobre a limitação dos sintomas, que é

complementar aos dados fisiológicos. A grande maioria dos indivíduos do presente

estudo não apresentou dispnéia antes do teste, havendo um aumento ao final do

mesmo. Esse aumento não foi diferente entre os grupos. Em relação à percepção de

fadiga de membros inferiores, esta não foi diferente entre os grupos antes do teste,

mas ao final, observou-se uma diferença, sendo que o grupo na faixa etária de 62 a

72 anos relatou menor fadiga que o grupo entre 18 e 28 anos. Esta diferença foi

estatisticamente significante, mas não parece ser clinicamente relevante uma vez

que os indivíduos mais jovens provavelmente relataram maior fadiga por terem

percorrido maior distância no ISWT em comparação aos mais velhos. Estudos

anteriores relataram valores semelhantes de percepção de esforço para dispnéia e

fadiga em indivíduos saudáveis durante o ISWT9;33.

Considerando o desempenho dos indivíduos durante o ISWT, o uso de

valores absolutos geralmente induz a erros de interpretação dos resultados, uma vez

que o desempenho durante o teste é influenciado por variáveis antropométricas e

demográficas, sendo distinto para cada sujeito conforme suas características

individuais. O uso de uma equação de referência para o desempenho no ISWT

35

levando em consideração sexo, idade e IMC permite interpretação dos resultados de

forma mais adequada, fornecendo maior confiabilidade nas comparações

intergrupos. Observou-se que além dos indivíduos alcançarem a FCmax

recomendada para um teste incremental de esforço, quando utilizada a equação de

predição para o ISWT, a amostra total apresentou uma mediana de distância

percorrida superior a 100% do previsto. Essa é mais uma informação que aponta

para o bom desempenho da maioria dos indivíduos durante o teste.

É importante ressaltar que o fato do ISWT ter sido realizado permitindo que os

12 níveis do teste fossem excedidos9 foi fundamental. Tal abordagem possibilitou

que os indivíduos avaliados alcançassem a exaustão, evitando o efeito teto que os

12 níveis poderiam criar nos indivíduos saudáveis, principalmente nos mais jovens.

Dessa forma, demonstrou-se que o teste impõe esforço máximo ao indivíduo

aparentemente saudável de diferentes faixas etárias. Isso leva à ampliação da

aplicabilidade do teste, sendo um instrumento com metodologia de baixo custo, fácil

realização, que necessita apenas de um pequeno percurso (10 metros) e é capaz de

avaliar a capacidade máxima de exercício de indivíduos jovens até idosos.

Apesar dos resultados positivos, o presente estudo apresenta algumas

limitações, dentre elas, a impossibilidade de mensuração de variáveis fisiológicas

importantes como o VO2max, VE, VCO2, e o QR. Apesar de existir diferentes

analisadores de gases portáteis no mercado que poderiam ter sido utilizados durante

o ISWT, o grande número de indivíduos estudados (353 pessoas), elevaria muito os

custos envolvidos no estudo, além de aumentar grandemente o tempo de coleta dos

dados. Outra limitação se deve ao fato da utilização de fórmula de predição para

estabelecer a FCmax. Segundo as diretrizes da ATS/ACCP24, as equações de

estimativa de FCmax são metodologias de baixo custo e de fácil aplicabilidade.

Porém, essas equações podem apresentar margem de erro e, por isso, existe

conflito na literatura sobre a aplicação das equações para predição da FCmax.

Alguns estudos demonstram boa correlação entre FCmax predita por fórmula e a

FCmax medida de forma direta, porém outros estudos, observaram fraca correlação

entre essas variáveis23;28;37. Parte disso se dá devido à diversidade de condições

experimentais, como tipo de população, amostra pequena, variedade de protocolos

de avaliação, equipamentos para análise e ergômetros utilizados. É fato que

métodos diretos de medição possuem maior eficácia para determinação da FCmax.

No entanto, continua sendo grande a utilização de fórmulas de predição e,

36

especificamente em relação à fórmula utilizada no presente estudo, há relatos na

literatura que mostram boa correlação entre a FCmax medida e a calculada pela

fórmula de Tanaka et al.23;28.

Em resumo, o presente estudo mostrou que o “Incremental Shuttle Walking

Test” é um teste de campo que impõe esforço máximo à maioria dos indivíduos

saudáveis, independente da idade. Para isso, é necessário que o teste não seja

limitado em 12 níveis de velocidade.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer aos professores e alunos do Centro de

Pesquisa em Ciências da Saúde pelo apoio e auxílio na coleta dos dados e aos

colegas do Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Pulmonar (LFIP).

37

Referências

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40

Os dados são expressos em mediana [intervalo interquartílico 25-75%], exceto para o gênero. F: feminino; M: masculino; IMC: Índice de massa corpórea; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada; VVM: ventilação voluntária máxima; %prev: porcentagem do valor previsto. * p<0,05 vs Grupo G1; # p<0,05 vs Grupo G2; § p<0,05 vs Grupo G3; Y p<0,05 vs Grupo G4; ¥ p<0,05 vs Grupo G5.

G1 (n=55)

G2 (n=57)

G3 (n=61)

G4 (n=52)

G5 (n=67)

G6 (n=61)

valor p

Idade (anos) 22[21-24] 35[31-37] 45[42-48]*# 58[53-60]*# 66[64-69]*#§Y 76[74-79]*#§Y¥ <0,0001

Gênero (F/M) 29/26 31/26 32/29 28/24 35/32 32/29 0,999

IMC (Kg/m2) 22[21-26] 25[23-28] 26[24-28]* 26[24-29]* 26[23-29]* 26[23-28]* <0,0001

VEF1/CVF 90[88-93] 85[81-88]* 85[81-89]* 88[82-103] 103[94-109]*#§Y 93[83-106]#§¥ <0,0001

VEF1 (%prev) 93[87-101] 100[93-104] 99[93-107] 94[87-106] 100[91-107] 92[84-112] 0,09

CVF (%prev) 94[86-104] 99[92-108] 95[89-104] 91[84-103]# 92[85-101] 90[80-102]# 0,007

VVM (%prev) 108[99-119] 97[90-109] 101[88-109] 90[77-105]* 91[77-106]* 85[60-106]*#§ <0,0001

Tabela 1 - Características dos indivíduos estudados.

41

Os dados são expressos em mediana [intervalo interquartílico 25-75%]. ISWT: Incremental shuttle walking test, m: metros, (%prev): porcentagem do valor previsto. * p<0,05 vs

Grupo G1; # p<0,05 vs Grupo G2; § p<0,05 vs Grupo G3; Y p<0,05 vs Grupo G4; ¥ p<0,05 vs Grupo G5.

Tabela 2 - Desempenho dos grupos no Incremental Shuttle Walking Test.

G1 (n=55)

G2 (n=57)

G3 (n=61)

G4 (n=52)

G5 (n=67)

G6 (n=61)

valor p

ISWT (m) 1110[1000-1290] 1110[920-1215] 950[850-1165] 780[670-958]*#§ 680[550-820]*#§ 460[365-615]*#§Y¥ <0,0001

ISWT (%prev) 96[82-107] 107[94-115] 113[99-122]* 110[90-122]* 107[93-123]* 95[82-115]§ 0,0001

42

Tabela 3 – Respostas cardiovascular e sintomatológica referentes ao ISWT no qual os indivíduos tiveram melhor desempenho.

G1

(18 a 28 anos) G2

(29 a 39 anos) G3

(40 a 50 anos) G4

(51 a 61 anos) G5

(62 a 72 anos) G6

(73 a 83 anos) valor p

%FC max (%) 100[95-104] 100[96-105] 102[96-106] 98[90-105] 95[86-106] 94[84-106] 0,082

PASi (mmHg) 120[110-130] 120[105-120] 120[110-130] 120[120-130]# 130[120-140]*#§ 130[120-140]*#§ <0,0001

PASf (mmHg) 160[150-180] 150[140-170] 160[150-190] 170[150-190]# 170[160-190]# 170[150-185] 0,002

∆PAS (mmHg) 40[30-60] 40[30-50] 50[30-70] 40[20-60] 40[30-60] 40[20-50] 0,119

PADi (mmHg) 80[70-80] 70[70-80] 80[70-80] 80[80-90]# 80[70-80]# 80[75-80]# 0,002

PADf (mmHg) 80[70-90] 80[70-85] 80[80-90] 90[80-90]*# 90[80-90]*# 80[80-90]*# <0,0001

∆PAD (mmHg) 0[-10-10] 10[0-10] 0[0-10] 10[0-10] 10[0-10] 10[0-10] 0,164

Borg Di (pts) 0[0-0,5] 0[0-0] 0[0-0]* 0[0-0] 0[0-0]* 0[0-0]* 0,0006

Borg Df (pts) 5[3-7] 4[3-6] 4[3-5] 4[3-6] 5[3-8] 5[3-7] 0,243

∆Borg D (pts) 4[2-6] 4[2-5] 4[2-5] 3[2-5] 5[3-7] 4[3-7] 0,153

Borg Fi (pts) 0[0-1] 0[0-0] 0[0-0] 0[0-0] 0[0-0] 0[0-0] 0,131

Borg Ff (pts) 4[2-5] 4[3-6] 2[0-3]* 3[0-5] 0[0-3]* 2[0-5]* 0,0002

∆Borg F (pts) 3[1-4] 2[0-3] 1[0-3] 2[0-3] 0[0-3]* 2[0-3] 0,019

Os dados são expressos em mediana [intervalo interquartílico 25-75%]. ISWT: Incremental shuttle walking test; %FCmax: porcentagem da frequência cardíaca máxima prevista; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; Borg D: escala de Borg dispnéia; Borg F: escala de Borg de fadiga; ∆= diferença entre o valor final e inicial; i: inicial; f: final. * p<0,05 vs Grupo G1; # p<0,05 vs Grupo G2; § p<0,05 vs Grupo G3.

43

Figura 1. Frequência cardíaca (FC) ao final do teste expressa em %FCmax prevista. A linha pontilhada indica que a grande maioria dos indivíduos atingiu FC ao final do teste correspondente a mais de 90% da FCmax prevista pela fórmula 208-(0,7xidade).

44

CONCLUSÃO GERAL

Os resultados do presente estudo sugerem que o “Incremental

Shuttle Walking Test” é um teste de campo que impõe esforço máximo à maioria dos

indivíduos saudáveis de diferentes faixas etárias. Para isso, é necessário que o

protocolo do ISWT não seja limitado em 12 níveis de velocidade para assegurar que

todos os indivíduos tenham desempenho máximo durante o teste. Tal abordagem

amplia a possibilidade de utilização do ISWT para avaliação da capacidade de

exercício de indivíduos saudáveis de diferentes idades.

45

REFERÊNCIAS

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53. Blair SN, Kohl HW, III, Barlow CE et al. Changes in physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of healthy and unhealthy men. JAMA 1995; 273(14):1093-1098.

54. Erikssen G, Liestol K, Bjornholt J et al. Changes in physical fitness and changes in mortality. Lancet 1998; 352(9130):759-762.

55. Kavanagh T, Mertens DJ, Hamm LF et al. Prediction of long-term prognosis in 12 169 men referred for cardiac rehabilitation. Circulation 2002; 106(6):666-671.

56. Laukkanen JA, Lakka TA, Rauramaa R et al. Cardiovascular fitness as a predictor of mortality in men. Arch Intern Med 2001; 161(6):825-831.

57. Borg GA. Perceived exertion. Exerc Sport Sci Rev 1974; 2:131-153.

58. Borg GA. Psychophysical bases of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc 1982; 14(5):377-381.

59. Borg GA. Perceived exertion: a note on "history" and methods. Med Sci Sports 1973; 5(2):90-93.

60. Chen MJ, Fan X, Moe ST. Criterion-related validity of the Borg ratings of perceived exertion scale in healthy individuals: a meta-analysis. J Sports Sci 2002; 20(11):873-899.

50

ANEXOS

51

ANEXO A

Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

52

53

ANEXO B

Termo de Consentimento Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

INFORMAÇÕES SOBRE O ESTUDO

Título do estudo: Incremental Shuttle Walk Test em indivíduos saudáveis: estudo sobre o teste incremental de caminhada de Shuttle em indivíduos saudáveis como gerador de valores de normalidade. Pesquisador responsável: Profa. Dra. Vanessa Suziane Probst Prezados(as) Senhores(as):

O Incremental Shuttle Walk Test (ISWT) é um teste de avaliação da capacidade de exercício amplamente utilizado. No entanto, ainda não se dispõe de valores de normalidade para que se julgue se a distância percorrida no SWT por um indivíduo se encontra ou não dentro dos valores esperados de acordo com as suas características físicas. Levando em consideração que os valores em metros (ou absolutos) do SWT têm interpretação dificultada pelas marcantes diferenças entre os indivíduos devido a fatores como idade, gênero, peso e altura, espera-se que o desenvolvimento de uma fórmula de predição de valores de normalidade para este teste facilitará grandemente a interpretação dos resultados e contribuirá para que o teste seja ainda mais difundido.

Objetivo: Avaliar quais variáveis (idade, gênero, peso, altura) influenciam o desempenho no teste de caminhada de Shuttle em indivíduos saudáveis de 18 aos 83 anos e elaborar uma equação de predição dos valores normais para a distância caminhada no SWT. Procedimentos: Todos os indivíduos incluídos serão submetidos a uma avaliação única composta pelos seguintes testes: avaliação antropométrica (medidas de peso e altura); espirometria (teste simples e não invasivo que avalia a função pulmonar; e teste de caminhada de Shuttle, para avaliação da tolerância ao exercício. Custos: A pesquisa é gratuita e, portanto, não envolve qualquer custo por parte dos indivíduos. Não haverá qualquer gratificação financeira pela participação. Riscos: Nenhum dos procedimentos a serem utilizados constitui risco direto para a integridade física ou moral dos participantes. Além disso, os participantes poderão abandonar o procedimento a qualquer momento que acharem conveniente, sem qualquer prejuízo para si ou qualquer outra pessoa. Sigilo: A identidade dos participantes será sempre preservada, embora os resultados da pesquisa possam ser divulgados em publicações e eventos científicos. Colocamo-nos à disposição nos telefones (43) 3371-7962 ou 3371-7816 para qualquer esclarecimento que se fizer necessário para o estudo. Atenciosamente,

Profa. Vanessa Suziane Probst Coordenadora do Projeto

54

CONSENTIMENTO EM PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO

Eu, ______________________________________________________, RG/ CPF

______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do

“Estudo sobre o teste incremental de caminhada de Shuttle em indivíduos

saudáveis como gerador de valores de normalidade”. Fui devidamente

informado e esclarecido pelo pesquisador(a) ______________________________

sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos

e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar

meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade

ou prejuízo para o indivíduo ou qualquer outra pessoa.

Local e data: ______________________________________________________

Nome: ____________________________________________________________

Assinatura do sujeito ou responsável: _______________________________________

55

Termo de consentimento livre e esclarecido

Termo de consentimento livre e esclarecido para participação na pesquisa intitulada “PROJETO ELLO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E

INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR” (de acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde). Eu,_______________________________________________________________________, RG nº __________________________ livremente, consinto em participar da pesquisa “PROJETO ELLO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE

LONDRINA-PR” sob responsabilidade da professora Audrey Marquez de Souza, diretora do Centro de Pesquisa em Saúde da Universidade do Paraná, localizada à Av. Paris, 675, Jardim Piza, Londrina/PR. Objetivo da pesquisa: Este estudo pretende avaliar os fatores sócio-demográficos e os indicadores das condições de saúde de idosos independentes do munícipio de Londrina/PR,. Procedimentos que serão necessários: A pesquisa será conduzida da seguinte maneira: a) inicialmente será realizada uma entrevista estruturada com o objetivo de obter

informações sobre perfil sociodemográfico, capacidade cognitiva, uso de medicamentos, consumo alimentar entre outros;

b) será necessário coletar uma pequena quantidade de sangue em jejum para realizar exames de sangue e extração de DNA; Esclarecemos que o risco decorrente da sua participação é o mesmo de procedimentos rotineiros de coleta de sangue, ou seja, não haverá nenhum risco porque será utilizado material descartável e as pessoas são totalmente treinadas para realizar esta tarefa.

c) será realizado um exame físico, denominado de bioimpedância, que tem por objetivo medir a massa gorda e magra. Será necessário estar de jejum por pelo menos 5 horas. E também não há nenhum risco a sua saúde.

d) será necessário coletar urina de 24 horas. O recipiente será fornecido pelos pesquisadores e esses orientarão o procedimento de coleta que será realizado em sua residência. Não há nenhum risco a sua saúde durante a coleta.

e) serão necessários aferir o peso, a altura, circunferências do braço, panturrilha, cintura. Estes procedimentos não causam nenhum dano físico e nem mental.

f) Será necessário submeter-se a alguns testes físicos para avaliar a capacidade funcional, de exercício e atividade físcia diária. Estes procedimentos não causam nenhum dano físico e nem mental.

g) será necessário fazer um bochecho durante um minuto para a coleta da saliva. Obs. Serão solicitadas duas autorizações aos doadores de sangue. A primeira é uma autorização específica para o estudo discutido acima, a segunda é uma permissão para usar o DNA, extraído das células do sangue, e as alíquotas de soro que serão guardadas para o uso em outros estudos que porventura a UNOPAR venha a desenvolver no futuro, sempre com a aprovação das comissões de ética da instituição. O DNA e o soro estocados poderão ser guardados por mais de 10 anos desde que em condições ideais de preservação. Caso o doador concorde em participar somente do primeiro estudo, ao final deste

56

todo o material colhido do participante será descartado e não mais será usado em outras pesquisas.

______________________________ ______________________________ Autorização para participar somente Autorização para usar a doação em no primeiro estudo. futuros estudos da UNOPAR. Privacidade: Os dados individualizados serão confidenciais. Os resultados coletivos serão divulgados apenas em eventos e revistas meios científicos e não é possível a sua identificação. Benefícios: As informações obtidas nesta pesquisa poderão ser úteis cientificamente e de ajuda para todos, porém não receberei nenhuma compensação financeira por participar deste estudo. Riscos: Não haverá nenhum risco para a minha integridade física, mental ou moral por participar desta pesquisa. Desistência: Poderei desistir a qualquer momento deste estudo, sem qualquer conseqüência para mim. O(a) senhor(a) tem o direito de pedir outros esclarecimentos sobre a pesquisa que considerar necessário e de se recusar a participar ou interromper a sua participação a qualquer momento, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo. Contato com os pesquisadores: Caso haja necessidade de esclarecimento de dúvidas ou reclamações ligue para o Centro de Pesquisa em Saúde da UNOPAR, (43) 3371-7990, nos seguintes horários: 8h:00min. às 12h:00min. e das 14h:00min às 17h:00min. Declaro estar ciente das informações deste termo de consentimento livre e esclarecido e concordo em participar desta pesquisa.

________________________________ Assinatura do entrevistado

_______________________________ Assinatura do(a) Pesquisador(a)

57

ANEXO C

Questionário sobre estado de saúde, medicamentos, hábitos tabagísticos e

nível de atividade física regular.

Projeto de pesquisa: Estudo sobre o teste incremental de caminhada de Shuttle em indivíduos saudáveis como gerador de valores de normalidade Pesquisadores responsáveis: Prof. Dra. Vanessa S. Probst Prof. Dr. Fabio Pitta Prezado participante, Para obtermos informações mais detalhadas sobre sua saúde e estilo de vida, nós pedimos sua colaboração no preenchimento deste questionário. Desta maneira poderemos obter informações que são importantes para a nossa pesquisa, embora sua identidade nunca será revelada e esses dados nunca serão fornecidos a mais ninguém sem sua autorização. Pedimos sua colaboração para o preenchimento completo do questionário abaixo e sua devolução o mais rápido possível. Agradecemos muito sua participação!

QUESTIONÁRIO

Por favor, responda as questões abaixo:

1) O Sr./Sra. teve alguma doença grave no passado? Sim Não

Se sim, qual?…………………………………………………………………….. Com qual idade?……………………………………………………………………. 2) O Sr./Sra. tem: Asma ou outra doença pulmonar Sim Não

Artrose / Artrite Sim Não

Doença do coração Sim Não

Pressão alta Sim Não

Diabetes Sim Não

Osteoporose Sim Não

Problema de tireóide (qual ?) Sim Não …………………

Problema vascular (qual ?) Sim Não …………………

Alergia (a quê ?) Sim Não …………………

Doença cardíaca na família (qual?) Sim Não …………………

3) O Sr./Sra. toma alguma medicação no momento? Sim Não

58

Se sim, qual o nome e a dose do medicamento? ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..................................

4) O Sr./Sra tomou algum medicamento nos últimos 12 meses que não esteja mais

tomando no momento ? Sim Não

Se sim, qual o nome e a dose do medicamento?

………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 5) O Sr./Sra já foi hospitalizado(a) por um período maior do que um dia?

Sim Não

Se sim, quando (aproximadamente)?…………………………………………… Por qual razão?……………………………………………………………………

6) O Sr./Sra fuma ou já fumou? Sim Não

Se sim, quantos cigarros/maços por dia e desde quando / até quando? …………………………………………………………………………………………. 7) O Sr. Sra teve algum problema ortopédico que gerou alguma limitação importante nas suas atividades da vida diária? (por exemplo, problemas sérios nas costas ou

joelho) Sim Não

Se sim, qual era o problema e desde quando /até quando? ………………………………………………………………………………………….

8) O Sr./Sra ainda trabalha (profissionalmente) ? Sim Não

Se sim, por quantas horas e quantos dias por semana? …………………………………………………………………………………………. 9) Qual é a atividade mais cansativa que o Sr./Sra realiza toda semana? ………………………………………………………………………………………….

10) O Sr./Sra participa de competições esportivas? Sim Não

Se sim, qual esporte, com qual freqüência e por há quanto tempo? …………………………………………………………………………………………. 11) Qual é o seu peso hoje (aproximadamente)? ……………………Kg Qual era o seu peso há um ano (aproximadamente)?…………………..Kg PARTICIPANTE Nome e sobrenome: ............................................................................................... Data de Nascimento: ............................................................................................... Data de Avaliação: .................................................................................................. Assinatura:

59

ANEXO D

Ficha de avaliação da capacidade de exercício

Teste de campo “Incremental Shuttle Walking Test” (ISWT)

Ficha de Avaliação – "Incremental Shuttle Walking Test"

Data de Avaliação: __/__/____

DADOS PESSOAIS Nome:

__________________________________________________________________________

Idade: _________ Data de Nascimento: ____/___/_____

Peso: ________ Kg Altura: _____ m IMC: ______ Kg/m2

OBSERVAÇÕES ___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

________

DADOS VITAIS

FC

PA

Borg D

Borg F

vel

Nº de Shuttle (10 m cada)

FC (bpm)

Distância

de cada

estágio (m)

Velocidade

(m/s)

Intervalo de

tempo entre

os Beeps (s)

Distância

total (m)

VO2 max

calculado

ml/Kg/min

1 0 0 0 30 0,5 20 30 4,94

2 0 0 0 0 40 0,67 15 70 5,94

3 0 0 0 0 0 50 0,83 12 120 7,19

4 0 0 0 0 0 0 60 1 10 180 8,69

5 0 0 0 0 0 0 0 70 1,16 8,57 250 10,44

6 0 0 0 0 0 0 0 0 80 1,33 7,5 330 12,44

7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 90 1,5 6,66 420 14,69

8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 1,66 6 520 17,19

9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 110 1,83 5,45 630 19,94

10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 120 2 5 750 22,94

11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 130 2,16 4,61 880 26,19

12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 140 2,33 4,2 1020 29,69

13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 150 2,5 4 1170 33,44

14 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 160 2,66 3,75 1330 37,44

15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 170 2,83 3,53 1500 41,69

___________________________

Fisioterapeuta

60

ANEXO E

Normas de Formatação do periódico Revista Brasileira de Fisioterapia/

Brazilian Journal of Physical Therapy (RBF/BJPT)

http://www.scielo.br/revistas/rbfis/pinstruc.htm

ISSN 1413-3555 versão impressa

ISSN 1809-9246 versão online

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Objetivos, escopo e política

Processo de revisão de manuscritos

Instruções aos autores

Objetivos, escopo e política

A Revista Brasileira de Fisioterapia/Brazilian Journal of Physical

Therapy (RBF/BJPT) publica relatos originais de pesquisa concernentes

ao objeto principal de estudo da Fisioterapia e Ciências da Reabilitação, e

ao seu campo de atuação profissional, veiculando estudos básicos sobre a

motricidade humana e investigações clínicas sobre a prevenção, o

tratamento e a reabilitação das disfunções do movimento. A RBF/BJPT

publica artigos nas seguintes áreas de conhecimento, que estão assim

divididas: Ensino, Ética, Deontologia e História da Fisioterapia; Fisiologia,

Cinesiologia e Biomecânica; Cinesioterapia/Recursos Terapêuticos;

Controle Motor, Comportamento e Motricidade; Fisioterapia nas Condições

Cardiovasculares e Respiratórias; Fisioterapia em Gerontologia;

Fisioterapia nas Condições Musculoesqueléticas; Fisioterapia nas Condições

Neurológicas; Fisioterapia na Saúde da Mulher; Avaliação e mensuração em Fisioterapia; Prevenção em Fisioterapia/Ergonomia.

Os artigos submetidos à RBF/BJPT devem preferencialmente enquadrar-

se na categoria de Artigos Originais (novas informações com materiais e

métodos e resultados sistematicamente relatados). Artigos de Revisão

(síntese atualizada de assuntos bem estabelecidos, com análise crítica da

literatura consultada e conclusões) são publicados apenas a convite dos

editores. Artigos de Revisão Passiva submetidos espontaneamente não

serão aceitos; Artigos de Revisão Sistemática e Metanálises, Artigos

Metodológicos apresentando aspectos metodológicos de pesquisa ou de

ensino e Estudos de Caso são publicados num percentual de até 20% do

total de manuscritos.

A RBF/BJPT publica ainda: Seção Editorial; Cartas ao Editor; Resenhas de

Livros (por solicitação dos editores); Resumos de Eventos como

Suplemento após submissão e aprovação de proposta ao Conselho

Editorial. A submissão de proposta para publicação de Suplemento será

anual e realizada por edital, atendendo às "Normas para publicação de suplementos" que podem ser obtidas no site http://www.rbf-bjpt.org.br.

Os manuscritos publicados são de propriedade da RBF/BJPT, e é vedada

61

tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos, bem como a tradução para outro idioma sem a autorização dos Editores.

A RBF/BJPT apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da

Organização Mundial da Saúde (OMS) (http://www.who.int/ictrp/en/) e do

International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE)

(http://www.wame.org/resources/policies#trialreg e

http://www.icmje.org/publishing_10register.html), reconhecendo a

importância dessas iniciativas para o registro e a divulgação internacional

de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim,

somente serão aceitos para publicação, a partir de 2007, os artigos de

ensaios clínicos que tenham recebido um número de identificação em um

dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos

pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE:

http://www.icmje.org/faq.html.

A RBF/BJPT suporta o Consolidated Standards of Reporting Trials

(CONSORT) statement. O CONSORT statement fornece recomendações

para autores sobre como preparar relatos de resultados de estudos. Dessa

forma, a análise de estudos clínicos levará em consideração essas

recomendações. A versão atualizada das recomendações do CONSORT

está disponível em http://www.consort-statement.org/consort-statement.

Processo de revisão de manuscritos

Os manuscritos submetidos que atenderem às normas estabelecidas nas

"Instruções aos Autores" e que se apresentarem em conformidade com

política editorial da RBF/BJPT serão encaminhados para os Editores de

Área que julgarão a aceitabilidade dos mesmos, quanto à sua

originalidade, pertinência e relevância clínica e metodologia. Durante esse

processo, os Editores de Área não terão conhecimento da identidade dos autores.

Os manuscritos que não apresentarem mérito na fase de pré-análise serão

rejeitados, mesmo quando o texto e a qualidade metodológica estiverem

adequados. Dessa forma, o manuscrito poderá ser rejeitado com base

apenas no parecer do Editor de Área, sem necessidade de novas

avaliações. Os manuscritos selecionados na pré-análise serão submetidos

à avaliação de especialistas, os quais trabalharão de maneira

independente. Os pareceristas permanecerão anônimos aos autores, assim

como os autores não serão identificados pelos pareceristas. Os editores

coordenarão as informações entre os autores e os pareceristas, cabendo-

lhes a decisão final sobre quais artigos serão publicados com base nas

recomendações feitas pelos pareceristas. Quando aceitos para publicação,

os artigos estarão sujeitos a pequenas correções ou modificações que não

alterem o estilo do autor. Quando recusados, os artigos serão

acompanhados de justificativa do editor.

62

Instruções aos autores

INFORMAÇÕES GERAIS

A submissão dos manuscritos deverá ser efetuada por via eletrônica, no

site http://www.scielo.br/rbfis e implica que o trabalho não tenha sido

publicado e não esteja sob consideração para publicação em outro periódico.

Quando parte do material já tiver sido apresentada em uma comunicação

preliminar, em Simpósio, Congresso, etc., deve ser citada como nota de

rodapé na página de título, e uma cópia do texto da apresentação deve acompanhar a submissão do manuscrito.

Os artigos submetidos e aceitos em português serão traduzidos para o

inglês por tradutores da RBF/BJPT. Os artigos submetidos e aceitos em

inglês também serão encaminhados aos revisores de inglês da RBF/BJPT

para revisão final.

Taxa de processamento e publicação

A RBF/BJPT solicitará, ao autor de correspondência ou pessoa por ele

indicada, o pagamento de taxa de tradução/publicação para os artigos

aceitos para publicação, conforme valores definidos em reunião do seu

Conselho Editorial.

Procedimentos para pagamentos

a) No Brasil, os pagamentos serão feitos por meio da quitação de boleto

bancário que deverão ser gerados acessando o site http://www.rbf-

bjpt.org.br;

b) Outros paises: solicite informações sobre como efetuar os pagamentos

para [email protected];

c) Não haverá cobrança de taxas dos artigos submetidos por autores convidados formalmente pelos Editores da RBF.

FORMA E PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS

A RBF/BJPT aceita, no máximo, 6 (seis) autores em um manuscrito. O

manuscrito deve ser escrito preferencialmente em inglês e pode conter até

3.500 palavras (excluindo Resumo/Abstract, Referências, Figuras, Tabelas

e Anexos). Estudos de Caso não devem ultrapassar 1.600 palavras, excluindo Resumo/Abstract, Referências, Figuras, Tabelas e Anexos.

Ao submeter um manuscrito para publicação (http://www.scielo.br/rbfis),

os autores devem inserir no sistema, todos os dados dos autores e ainda inserir como documento(s) suplementar(es):

1) Carta de encaminhamento do material, contendo as seguintes

informações:

a) Nomes completos dos autores;

b) Tipo e área principal do artigo (ver OBJETIVOS, ESCOPO E POLÍTICA);

c) Número e nome da Instituição que emitiu o parecer do Comitê de Ética

para pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais.

Para as pesquisas em seres humanos, incluir também uma declaração de

que foi obtido o Termo de Consentimento dos participantes do estudo;

d) Número de Ensaio Clínico - Conforme descritos em OBJETIVOS,

63

ESCOPO E POLÍTICA, os manuscritos com resultados relativos aos ensaios

clínicos deverão apresentar número de identificação, que deverá ser

registrado no final do Resumo/Abstract.

(Sugestão de site para registro:

http://www.anzctr.org.au/Survey/UserQuestion.aspx);

2) Declaração de responsabilidade de conflitos de interesse. Os autores

devem declarar a existência ou não de eventuais conflitos de interesse

(profissionais, financeiros e benefícios diretos e indiretos) que possam influenciar os resultados da pesquisa;

3) Declaração assinada por todos os autores, com o número de CPF,

indicando a responsabilidade pelo conteúdo do manuscrito e transferência

de direitos autorais (copyright) para a RBF/BJPT, caso o artigo venha a ser aceito pelos Editores.

Os modelos da carta de encaminhamento e das declarações encontram-se disponíveis no site da RBF/BJPT: http://www.rbf-bjpt.org.br.

É de responsabilidade dos autores a eliminação de todas as informações

(exceto na página do título e identificação) que possam identificar a

origem ou autoria do artigo.

FORMATO DO MANUSCRITO

O manuscrito deve ser elaborado com todas as páginas numeradas

consecutivamente na margem superior direita, com início na página de

título. Os Artigos Originais devem ser estruturados conforme sequência

abaixo:

Página de título e identificação (1ª. página)

A página de identificação deve conter os seguintes dados:

a) Título do manuscrito em letras maiúsculas;

b) Autor: nome e sobrenome de cada autor em letras maiúsculas, sem

titulação, seguidos por número sobrescrito (expoente), identificando a

afiliação institucional/vínculo (Unidade/ Instituição/ Cidade/ Estado/ País);

para mais de um autor, separar por vírgula;

c) Nome e endereço completo. (É de responsabilidade do autor

correspondente manter atualizado o endereço e e-mail para contatos);

d) Título para as páginas do artigo: indicar um título curto, em Português

e em Inglês, para ser usado no cabeçalho das páginas do artigo, não

excedendo 60 caracteres;

e) Palavras-chave: termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis),

em Português e em Inglês. A RBF/BJPT recomenda o uso do DeCS -

Descritores em Ciências da Saúde para consulta aos termos de indexação (palavras-chave) a serem utilizados no artigo <http://decs.bvs.br/>.

Resumo/Abstract

Uma exposição concisa, que não exceda 250 palavras em um único

parágrafo, em português (Resumo) e em Inglês (Abstract) deve ser escrita

e colocada logo após a página de título. Notas de rodapé e abreviações

não definidas não devem ser usadas. Se for preciso citar uma referência, a

64

citação completa deve ser feita dentro do resumo. O Resumo e o Abstract

devem ser apresentados em formato estruturado, incluindo os seguintes

itens separadamente: Contextualização (Background), Objetivos

(Objectives), Métodos (Methods), Resultados (Results) e Conclusões

(Conclusions).

Corpo do texto: Introdução, Materiais e Métodos, Resultados e

Discussão

Incluir, em itens destacados:

Introdução: deve informar sobre o objeto investigado e conter os objetivos

da investigação, suas relações com outros trabalhos da área e os motivos

que levaram o(s) autor(es) a empreender a pesquisa.

Materiais e Métodos: descrever de modo a permitir que o trabalho possa

ser inteiramente repetido por outros pesquisadores. Incluir todas as

informações necessárias - ou fazer referências a artigos publicados em

outras revistas científicas - para permitir a replicabilidade dos dados

coletados. Recomenda-se fortemente que estudos de intervenção

apresentem grupo controle e, quando possível, aleatorização da amostra.

Resultados: devem ser apresentados de forma breve e concisa. Tabelas,

Figuras e Anexos podem ser incluídos quando necessários para garantir

melhor e mais efetiva compreensão dos dados.

Discussão: o objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-

los aos conhecimentos já existentes e disponíveis, principalmente àqueles

que foram indicados na Introdução do trabalho. As informações dadas

anteriormente no texto podem ser citadas, mas não devem ser repetidas

em detalhes na discussão.

Os artigos de Revisão Sistemática e Metanálises devem incluir uma seção

que descreva os métodos empregados para localizar, selecionar, obter,

classificar e sintetizar as informações.

Agradecimentos

Quando apropriados, os agradecimentos poderão ser incluídos, de forma

concisa, no final do texto, antes das Referências Bibliográficas,

especificando: assistências técnicas, subvenções para a pesquisa e bolsa

de estudo e colaboração de pessoas que merecem reconhecimento

(aconselhamento e assistência). Os autores são responsáveis pela

obtenção da permissão documentada das pessoas cujos nomes constam

dos Agradecimentos.

Referências Bibliográficas

O número recomendado é de, no mínimo, 50 (cinquenta) referências

bibliográficas para Artigo de Revisão; 30 (trinta) referências bibliográficas

para Artigo Original, Metanálise, Revisão Sistemática e Metodológico. Para

Estudos de Caso recomenda-se, no máximo, 10 (dez) referências

bibliográficas.

As referências bibliográficas devem ser organizadas em sequência

numérica, de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela

primeira vez no texto, seguindo os Requisitos Uniformizados para

Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborados pelo Comitê

Internacional de Editores de Revistas Médicas - ICMJE

<http://www.icmje.org/index.html>.

Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de

acordo com a List of Journals do Index Medicus <http://www.index-

medicus.com>. As revistas não indexadas não deverão ter seus nomes

abreviados.

As citações das referências bibliográficas devem ser mencionadas no texto

em números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das

referências bibliográficas constantes no manuscrito e a correta citação no

texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do manuscrito. (Ver

exemplos no site:

65

<http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html>).

Tabelas, Figuras e Anexos: as Tabelas, Figuras e Anexos são

limitados a 5 (cinco) no total.

-Tabelas: devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se

tabelas muito longas (tamanho máximo permitido: uma página em

espaço duplo), e devem ser numeradas, consecutivamente, com

algarismos arábicos e inseridas no final do texto. Título descritivo e

legendas devem torná-las compreensíveis, sem necessidade de consulta

ao texto do artigo. Não devem ser formatadas com marcadores horizontais

nem verticais, apenas necessitam de linhas horizontais para a separação

de suas seções principais. Devem ser usados parágrafos ou recuos e

espaços verticais e horizontais para agrupar os dados.

-Figuras: as Figuras não devem repetir os dados já descritos nas Tabelas.

Todas devem ser citadas e devem ser numeradas, consecutivamente, em

arábico, na ordem em que aparecem no texto. Não é recomendado o uso

de cores. As legendas devem torná-las compreensíveis, sem necessidade

de consulta ao texto. Digitar todas as legendas em espaço duplo e explicar

todos os símbolos e abreviações. Usar letras em caixa-alta (A, B, C, etc.)

para identificar as partes individuais de figuras múltiplas. Se possível,

todos os símbolos devem aparecer nas legendas; entretanto, símbolos

para identificação de curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo

de uma figura, desde que isso não dificulte a análise dos dados.

Em relação à arte final, todas as Figuras devem estar em alta resolução.

Figuras de baixa qualidade podem resultar em atrasos na aceitação e

publicação do artigo.

As Tabelas, Figuras e Anexos publicados em outras revistas ou livros

devem conter as respectivas referências e o consentimento, por escrito,

do autor ou editores.

Para artigos submetidos em língua portuguesa, um conjunto adicional em

inglês das Tabelas, Figuras, Anexos e suas respectivas legendas deve ser

anexado como documento suplementar.

Notas de Rodapé

As notas de rodapé do texto, se imprescindíveis, devem ser numeradas

consecutivamente em sobrescrito no manuscrito e escritas em folha

separada, colocada no final do texto.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Unidades: usar o Sistema Internacional (SI) de unidades métricas para as medidas e abreviações das unidades.

Cartas ao Editor: críticas às matérias publicadas de maneira construtiva,

objetiva e educativa; consultas às situações clínicas e discussões de

assuntos específicos da Fisioterapia serão publicados a critério dos

editores (com até 700 palavras e até 8 referências). Quando a carta se

referir a comentários técnicos (réplicas) sobre os artigos publicados na

RBF/BJPT, esta será publicada junto com a tréplica dos autores do artigo

objeto de análise e/ou crítica.

Estudos de Caso: devem ser restritos às condições de saúde ou

métodos/procedimentos incomuns sobre os quais o desenvolvimento de

artigo original seja impraticável. Dessa forma, os relatos de casos clínicos

não precisam necessariamente seguir a estrutura canônica dos artigos

originais, mas devem apresentar um delineamento metodológico que

permita a reprodutibilidade das intervenções ou procedimentos relatados.

66

Recomenda-se muito cuidado ao propor generalizações de resultados a

partir desses estudos. Desenhos experimentais de caso único serão

tratados como artigos originais e devem seguir as normas estabelecidas pela RBF/BJPT.

Estudos de Revisão Sistemática com Metanálise: Devem incluir: a)

uma seção que descreva os métodos empregados para localizar,

selecionar, obter, classificar e sintetizar as informações, b) número

suficiente de artigos, com qualidade metodológica alta (segundo

mecanismos próprios de avaliação) de tal forma que seja possível uma

análise apropriada sobre o tema de investigação, e c) técnica de

metanálise, que integre os resultados dos estudos selecionados, sobre a

questão de pesquisa. Manuscritos de revisão sistemática com metanálise

que apresentem uma quantidade insuficiente de artigos selecionados e/ou

artigos de baixa qualidade, que não utilizem técnica estatística para

síntese ponderada dos efeitos dos estudos (metanálise) e que não

apresentem uma conclusão assertiva e válida sobre o tema, não serão

considerados para análise de revisão por pares.

Conflitos de Interesse: os autores são responsáveis pela declaração de

qualquer tipo de conflito de interesse na realização da pesquisa, tanto de ordem financeira como de qualquer outra natureza.

O relator deve comunicar aos editores quaisquer conflitos de interesse que

possam influenciar a emissão de parecer sobre o manuscrito e, quando

couber, deve declarar-se não qualificado para revisá-lo.

Considerações Éticas e Legais: evitar o uso de iniciais, nomes ou

números de registros hospitalares dos pacientes. Um paciente não poderá

ser identificado em fotografias, exceto com consentimento expresso, por escrito, acompanhando o trabalho original.

Estudos realizados em humanos devem estar de acordo com os padrões

éticos e com o devido consentimento livre e esclarecido dos participantes

(reporte-se à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que trata do Código de Ética para Pesquisa em Seres Humanos).

Para os experimentos em animais, considerar as diretrizes internacionais

(por exemplo, a do Committee for Research and Ethical Issues of the

International Association for the Study of Pain, publicada em PAIN, 16:109-110, 1983).

Para as pesquisas em humanos e em animais, deve-se incluir, no

manuscrito, o número do Parecer da aprovação das mesmas pela

Comissão de Ética em Pesquisa, que deve ser devidamente registrado no

Conselho Nacional de Saúde do Hospital ou Universidade ou no mais próximo de sua região.

A RBF/BJPT reserva-se o direito de não publicar trabalhos que não

obedeçam às normas legais e éticas para pesquisas em seres humanos e para os experimentos em animais.

É recomendável que estudos relatando resultados eletromiográficos sigam

os "Standards for Reporting EMG Data", recomendados pela ISEK.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se o artigo for encaminhado aos autores para revisão e não retornar à

RBF/BJPT dentro de 6 (seis) semanas, o processo de revisão será

considerado encerrado. Caso o mesmo artigo seja reencaminhado, um

novo processo será iniciado, com data atualizada. A data do aceite será

registrada quando os autores retornarem o manuscrito após a correção final aceita pelos Editores.

As provas finais serão enviadas aos autores por e-mail, no endereço

indicado na submissão, para revisão final (dúvidas e/ou discordâncias de

revisão), não sendo permitidas quaisquer outras alterações. Manuscrito

em prova final não devolvido em 48 horas poderá, a critério dos editores,

ser publicado na forma em que se apresenta ou ter sua publicação postergada para um próximo número.

Após publicação do artigo ou processo de revisão encerrado, toda

documentação referente ao processo de revisão será incinerada.