Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO
CRISTIANE SIMOtildeES BENTO DE SOUZA
Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de
Sauacutede
Ribeiratildeo Preto
2011
CRISTIANE SIMOtildeES BENTO DE SOUZA
Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo
masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
da Universidade de Satildeo Paulo para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede da
Crianccedila e do Adolescente Opccedilatildeo
Investigaccedilatildeo em Pediatria
Orientador Prof Dr Ivan Savioli Ferraz
Ribeiratildeo Preto
2011
AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Souza Cristiane Simotildees Bento de
Deficiecircncia de vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma
unidade baacutesica de sauacutede
RIBEIRAtildeO PRETO 2011
86P IL 30 CM
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medina de
Ribeiratildeo Preto 2011
Orientador Ferraz Ivan Savioli
1 Deficiecircncia de vitamina A 2 Retinol 3 +S30DR 4 A dolescentes 5 Sauacutede
Puacuteblica
Nome SOUZA Cristiane Simotildees Bento de Tiacutetulo Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede da Crianccedila e do Adolescente Opccedilatildeo Investigaccedilatildeo em Pediatria Aprovada em ____________________ Banca Examinadora Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________
Dedicatoacuteria
Ao meu querido Deus que eacute a pessoa que eu mais amo na vida
ldquoOra agravequele que eacute poderoso para vos guardar de tropeccedilos e para vos apresentar com exultaccedilatildeo imaculados diante da sua gloacuteria ao uacutenico Deus nosso salvador mediante Jesus Cristo Senhor Nosso gloacuteria majestade impeacuterio e soberania antes de todas as eras e agora e por todos os seacuteculos Ameacutem
(Epiacutestola de Judas 24 e 25 ndash Biacuteblia Sagrada) Agrave minha querida famiacutelia Meu esposo Ronie Carlos Bento de Sousa ldquoMelhor eacute serem dois do que um Porque se caiacuterem um levanta o companheiro se algueacutem quiser prevalecer contra um os dois lhe resistiratildeo o cordatildeo de trecircs dobras natildeo se rebenta com facilidaderdquo
(Eclesiastes 49 10 e 12 Biacuteblia Sagrada) ldquo() Meu riso eacute tatildeo feliz contigo O meu melhor amigo eacute o meu amor () Seus olhos meu claratildeo Me guiam dentro da escuridatildeo Seus peacutes me abrem o caminho Eu sigo e nunca me sinto soacute Vocecirc eacute assim Um sonho pra mimrdquo
(Velha Infacircncia Tribalistas) Que bom compartilhar com vocecirc minha vida e meus sonhos Amo vocecirc Agradeccedilo a Deus por vocecirc ser quem vocecirc eacute saacutebio iacutentegro honesto trabalhador a pessoa mais humilde que eu jaacute conheci Obrigada por cuidar de mim e de nossos filhos Tenho muito orgulho de vocecirc
Agraves vezes a gente pergunta para as crianccedilas o quanto elas gostam da gente e elas abrem bem os braccedilos e dizem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Teve um dia em que vocecirc tinha feito uma das muitas viagens entre Ribeiratildeo Preto e Goiacircnia que vocecirc disse ldquodesde que vocecirc veio fazer o mestrado eu jaacute viajei tantos quilocircmetros que daria para eu ir ateacute a Luardquo Foi pra mim a sua resposta ldquoUm tantatildeo assimrdquo Obrigada por sonhar por mim e comigo Eu amo vocecirc tambeacutem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Meus filhos Isabela e Samuel ldquo Os filhos satildeo um presente do Senhor eles satildeo uma verdadeira benccedilatildeordquo
(Salmos 1273 ndash Biacuteblia NTLH) Ser matildee de vocecircs me faz querer ser melhor mais forte ir aleacutem para poder deixar para vocecircs um legado uma heranccedila natildeo corruptiacutevel da qual vocecircs possam se orgulhar e se espelhar Vocecircs satildeo os presentes mais preciosos e queridos que eu jaacute ganhei na vida Ouvir suas vozes ver vocecircs aprendendo com a vida escutar seu riso enxugar suas laacutegrimas curar suas dores segurar suas matildeozinhas eacute a maior riqueza que eu tenho Que eu possa sempre dizer ldquoolhem para mim sigam meus passos O caminho eacute seguro e eu estou ao seu lado Segure minha matildeo estou com vocecircsrdquo Sei que vai chegar o dia em que cada um de vocecircs vai seguir seu proacuteprio caminho Peccedilo a Deus que os guarde os livre do mal prepare pessoas boas para compartilharem a vida com vocecircs e principalmente que vocecircs guardem a feacuterdquo Um beijinho (com muitas estrelinhas para a Isabela) e um abraccedilo (de macaco da nave-matildee para o astronauta Samuel) A mamatildee ama vocecircs Agrave minha matildee Maria Luiacutesa Simotildees Dias
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
CRISTIANE SIMOtildeES BENTO DE SOUZA
Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo
masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada agrave
Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto
da Universidade de Satildeo Paulo para
obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede da
Crianccedila e do Adolescente Opccedilatildeo
Investigaccedilatildeo em Pediatria
Orientador Prof Dr Ivan Savioli Ferraz
Ribeiratildeo Preto
2011
AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Souza Cristiane Simotildees Bento de
Deficiecircncia de vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma
unidade baacutesica de sauacutede
RIBEIRAtildeO PRETO 2011
86P IL 30 CM
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medina de
Ribeiratildeo Preto 2011
Orientador Ferraz Ivan Savioli
1 Deficiecircncia de vitamina A 2 Retinol 3 +S30DR 4 A dolescentes 5 Sauacutede
Puacuteblica
Nome SOUZA Cristiane Simotildees Bento de Tiacutetulo Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede da Crianccedila e do Adolescente Opccedilatildeo Investigaccedilatildeo em Pediatria Aprovada em ____________________ Banca Examinadora Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________
Dedicatoacuteria
Ao meu querido Deus que eacute a pessoa que eu mais amo na vida
ldquoOra agravequele que eacute poderoso para vos guardar de tropeccedilos e para vos apresentar com exultaccedilatildeo imaculados diante da sua gloacuteria ao uacutenico Deus nosso salvador mediante Jesus Cristo Senhor Nosso gloacuteria majestade impeacuterio e soberania antes de todas as eras e agora e por todos os seacuteculos Ameacutem
(Epiacutestola de Judas 24 e 25 ndash Biacuteblia Sagrada) Agrave minha querida famiacutelia Meu esposo Ronie Carlos Bento de Sousa ldquoMelhor eacute serem dois do que um Porque se caiacuterem um levanta o companheiro se algueacutem quiser prevalecer contra um os dois lhe resistiratildeo o cordatildeo de trecircs dobras natildeo se rebenta com facilidaderdquo
(Eclesiastes 49 10 e 12 Biacuteblia Sagrada) ldquo() Meu riso eacute tatildeo feliz contigo O meu melhor amigo eacute o meu amor () Seus olhos meu claratildeo Me guiam dentro da escuridatildeo Seus peacutes me abrem o caminho Eu sigo e nunca me sinto soacute Vocecirc eacute assim Um sonho pra mimrdquo
(Velha Infacircncia Tribalistas) Que bom compartilhar com vocecirc minha vida e meus sonhos Amo vocecirc Agradeccedilo a Deus por vocecirc ser quem vocecirc eacute saacutebio iacutentegro honesto trabalhador a pessoa mais humilde que eu jaacute conheci Obrigada por cuidar de mim e de nossos filhos Tenho muito orgulho de vocecirc
Agraves vezes a gente pergunta para as crianccedilas o quanto elas gostam da gente e elas abrem bem os braccedilos e dizem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Teve um dia em que vocecirc tinha feito uma das muitas viagens entre Ribeiratildeo Preto e Goiacircnia que vocecirc disse ldquodesde que vocecirc veio fazer o mestrado eu jaacute viajei tantos quilocircmetros que daria para eu ir ateacute a Luardquo Foi pra mim a sua resposta ldquoUm tantatildeo assimrdquo Obrigada por sonhar por mim e comigo Eu amo vocecirc tambeacutem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Meus filhos Isabela e Samuel ldquo Os filhos satildeo um presente do Senhor eles satildeo uma verdadeira benccedilatildeordquo
(Salmos 1273 ndash Biacuteblia NTLH) Ser matildee de vocecircs me faz querer ser melhor mais forte ir aleacutem para poder deixar para vocecircs um legado uma heranccedila natildeo corruptiacutevel da qual vocecircs possam se orgulhar e se espelhar Vocecircs satildeo os presentes mais preciosos e queridos que eu jaacute ganhei na vida Ouvir suas vozes ver vocecircs aprendendo com a vida escutar seu riso enxugar suas laacutegrimas curar suas dores segurar suas matildeozinhas eacute a maior riqueza que eu tenho Que eu possa sempre dizer ldquoolhem para mim sigam meus passos O caminho eacute seguro e eu estou ao seu lado Segure minha matildeo estou com vocecircsrdquo Sei que vai chegar o dia em que cada um de vocecircs vai seguir seu proacuteprio caminho Peccedilo a Deus que os guarde os livre do mal prepare pessoas boas para compartilharem a vida com vocecircs e principalmente que vocecircs guardem a feacuterdquo Um beijinho (com muitas estrelinhas para a Isabela) e um abraccedilo (de macaco da nave-matildee para o astronauta Samuel) A mamatildee ama vocecircs Agrave minha matildee Maria Luiacutesa Simotildees Dias
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
AUTORIZO A REPRODUCcedilAtildeO E DIVULGACcedilAtildeO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETROcircNICO PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE
FICHA CATALOGRAacuteFICA
Souza Cristiane Simotildees Bento de
Deficiecircncia de vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma
unidade baacutesica de sauacutede
RIBEIRAtildeO PRETO 2011
86P IL 30 CM
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade de Satildeo Paulo Faculdade de Medina de
Ribeiratildeo Preto 2011
Orientador Ferraz Ivan Savioli
1 Deficiecircncia de vitamina A 2 Retinol 3 +S30DR 4 A dolescentes 5 Sauacutede
Puacuteblica
Nome SOUZA Cristiane Simotildees Bento de Tiacutetulo Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede da Crianccedila e do Adolescente Opccedilatildeo Investigaccedilatildeo em Pediatria Aprovada em ____________________ Banca Examinadora Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________
Dedicatoacuteria
Ao meu querido Deus que eacute a pessoa que eu mais amo na vida
ldquoOra agravequele que eacute poderoso para vos guardar de tropeccedilos e para vos apresentar com exultaccedilatildeo imaculados diante da sua gloacuteria ao uacutenico Deus nosso salvador mediante Jesus Cristo Senhor Nosso gloacuteria majestade impeacuterio e soberania antes de todas as eras e agora e por todos os seacuteculos Ameacutem
(Epiacutestola de Judas 24 e 25 ndash Biacuteblia Sagrada) Agrave minha querida famiacutelia Meu esposo Ronie Carlos Bento de Sousa ldquoMelhor eacute serem dois do que um Porque se caiacuterem um levanta o companheiro se algueacutem quiser prevalecer contra um os dois lhe resistiratildeo o cordatildeo de trecircs dobras natildeo se rebenta com facilidaderdquo
(Eclesiastes 49 10 e 12 Biacuteblia Sagrada) ldquo() Meu riso eacute tatildeo feliz contigo O meu melhor amigo eacute o meu amor () Seus olhos meu claratildeo Me guiam dentro da escuridatildeo Seus peacutes me abrem o caminho Eu sigo e nunca me sinto soacute Vocecirc eacute assim Um sonho pra mimrdquo
(Velha Infacircncia Tribalistas) Que bom compartilhar com vocecirc minha vida e meus sonhos Amo vocecirc Agradeccedilo a Deus por vocecirc ser quem vocecirc eacute saacutebio iacutentegro honesto trabalhador a pessoa mais humilde que eu jaacute conheci Obrigada por cuidar de mim e de nossos filhos Tenho muito orgulho de vocecirc
Agraves vezes a gente pergunta para as crianccedilas o quanto elas gostam da gente e elas abrem bem os braccedilos e dizem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Teve um dia em que vocecirc tinha feito uma das muitas viagens entre Ribeiratildeo Preto e Goiacircnia que vocecirc disse ldquodesde que vocecirc veio fazer o mestrado eu jaacute viajei tantos quilocircmetros que daria para eu ir ateacute a Luardquo Foi pra mim a sua resposta ldquoUm tantatildeo assimrdquo Obrigada por sonhar por mim e comigo Eu amo vocecirc tambeacutem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Meus filhos Isabela e Samuel ldquo Os filhos satildeo um presente do Senhor eles satildeo uma verdadeira benccedilatildeordquo
(Salmos 1273 ndash Biacuteblia NTLH) Ser matildee de vocecircs me faz querer ser melhor mais forte ir aleacutem para poder deixar para vocecircs um legado uma heranccedila natildeo corruptiacutevel da qual vocecircs possam se orgulhar e se espelhar Vocecircs satildeo os presentes mais preciosos e queridos que eu jaacute ganhei na vida Ouvir suas vozes ver vocecircs aprendendo com a vida escutar seu riso enxugar suas laacutegrimas curar suas dores segurar suas matildeozinhas eacute a maior riqueza que eu tenho Que eu possa sempre dizer ldquoolhem para mim sigam meus passos O caminho eacute seguro e eu estou ao seu lado Segure minha matildeo estou com vocecircsrdquo Sei que vai chegar o dia em que cada um de vocecircs vai seguir seu proacuteprio caminho Peccedilo a Deus que os guarde os livre do mal prepare pessoas boas para compartilharem a vida com vocecircs e principalmente que vocecircs guardem a feacuterdquo Um beijinho (com muitas estrelinhas para a Isabela) e um abraccedilo (de macaco da nave-matildee para o astronauta Samuel) A mamatildee ama vocecircs Agrave minha matildee Maria Luiacutesa Simotildees Dias
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Nome SOUZA Cristiane Simotildees Bento de Tiacutetulo Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede Dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Sauacutede da Crianccedila e do Adolescente Opccedilatildeo Investigaccedilatildeo em Pediatria Aprovada em ____________________ Banca Examinadora Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________ Prof Dr __________________________________Instituiccedilatildeo ___________________ Julgamento _______________________________ Assinatura __________________
Dedicatoacuteria
Ao meu querido Deus que eacute a pessoa que eu mais amo na vida
ldquoOra agravequele que eacute poderoso para vos guardar de tropeccedilos e para vos apresentar com exultaccedilatildeo imaculados diante da sua gloacuteria ao uacutenico Deus nosso salvador mediante Jesus Cristo Senhor Nosso gloacuteria majestade impeacuterio e soberania antes de todas as eras e agora e por todos os seacuteculos Ameacutem
(Epiacutestola de Judas 24 e 25 ndash Biacuteblia Sagrada) Agrave minha querida famiacutelia Meu esposo Ronie Carlos Bento de Sousa ldquoMelhor eacute serem dois do que um Porque se caiacuterem um levanta o companheiro se algueacutem quiser prevalecer contra um os dois lhe resistiratildeo o cordatildeo de trecircs dobras natildeo se rebenta com facilidaderdquo
(Eclesiastes 49 10 e 12 Biacuteblia Sagrada) ldquo() Meu riso eacute tatildeo feliz contigo O meu melhor amigo eacute o meu amor () Seus olhos meu claratildeo Me guiam dentro da escuridatildeo Seus peacutes me abrem o caminho Eu sigo e nunca me sinto soacute Vocecirc eacute assim Um sonho pra mimrdquo
(Velha Infacircncia Tribalistas) Que bom compartilhar com vocecirc minha vida e meus sonhos Amo vocecirc Agradeccedilo a Deus por vocecirc ser quem vocecirc eacute saacutebio iacutentegro honesto trabalhador a pessoa mais humilde que eu jaacute conheci Obrigada por cuidar de mim e de nossos filhos Tenho muito orgulho de vocecirc
Agraves vezes a gente pergunta para as crianccedilas o quanto elas gostam da gente e elas abrem bem os braccedilos e dizem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Teve um dia em que vocecirc tinha feito uma das muitas viagens entre Ribeiratildeo Preto e Goiacircnia que vocecirc disse ldquodesde que vocecirc veio fazer o mestrado eu jaacute viajei tantos quilocircmetros que daria para eu ir ateacute a Luardquo Foi pra mim a sua resposta ldquoUm tantatildeo assimrdquo Obrigada por sonhar por mim e comigo Eu amo vocecirc tambeacutem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Meus filhos Isabela e Samuel ldquo Os filhos satildeo um presente do Senhor eles satildeo uma verdadeira benccedilatildeordquo
(Salmos 1273 ndash Biacuteblia NTLH) Ser matildee de vocecircs me faz querer ser melhor mais forte ir aleacutem para poder deixar para vocecircs um legado uma heranccedila natildeo corruptiacutevel da qual vocecircs possam se orgulhar e se espelhar Vocecircs satildeo os presentes mais preciosos e queridos que eu jaacute ganhei na vida Ouvir suas vozes ver vocecircs aprendendo com a vida escutar seu riso enxugar suas laacutegrimas curar suas dores segurar suas matildeozinhas eacute a maior riqueza que eu tenho Que eu possa sempre dizer ldquoolhem para mim sigam meus passos O caminho eacute seguro e eu estou ao seu lado Segure minha matildeo estou com vocecircsrdquo Sei que vai chegar o dia em que cada um de vocecircs vai seguir seu proacuteprio caminho Peccedilo a Deus que os guarde os livre do mal prepare pessoas boas para compartilharem a vida com vocecircs e principalmente que vocecircs guardem a feacuterdquo Um beijinho (com muitas estrelinhas para a Isabela) e um abraccedilo (de macaco da nave-matildee para o astronauta Samuel) A mamatildee ama vocecircs Agrave minha matildee Maria Luiacutesa Simotildees Dias
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Dedicatoacuteria
Ao meu querido Deus que eacute a pessoa que eu mais amo na vida
ldquoOra agravequele que eacute poderoso para vos guardar de tropeccedilos e para vos apresentar com exultaccedilatildeo imaculados diante da sua gloacuteria ao uacutenico Deus nosso salvador mediante Jesus Cristo Senhor Nosso gloacuteria majestade impeacuterio e soberania antes de todas as eras e agora e por todos os seacuteculos Ameacutem
(Epiacutestola de Judas 24 e 25 ndash Biacuteblia Sagrada) Agrave minha querida famiacutelia Meu esposo Ronie Carlos Bento de Sousa ldquoMelhor eacute serem dois do que um Porque se caiacuterem um levanta o companheiro se algueacutem quiser prevalecer contra um os dois lhe resistiratildeo o cordatildeo de trecircs dobras natildeo se rebenta com facilidaderdquo
(Eclesiastes 49 10 e 12 Biacuteblia Sagrada) ldquo() Meu riso eacute tatildeo feliz contigo O meu melhor amigo eacute o meu amor () Seus olhos meu claratildeo Me guiam dentro da escuridatildeo Seus peacutes me abrem o caminho Eu sigo e nunca me sinto soacute Vocecirc eacute assim Um sonho pra mimrdquo
(Velha Infacircncia Tribalistas) Que bom compartilhar com vocecirc minha vida e meus sonhos Amo vocecirc Agradeccedilo a Deus por vocecirc ser quem vocecirc eacute saacutebio iacutentegro honesto trabalhador a pessoa mais humilde que eu jaacute conheci Obrigada por cuidar de mim e de nossos filhos Tenho muito orgulho de vocecirc
Agraves vezes a gente pergunta para as crianccedilas o quanto elas gostam da gente e elas abrem bem os braccedilos e dizem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Teve um dia em que vocecirc tinha feito uma das muitas viagens entre Ribeiratildeo Preto e Goiacircnia que vocecirc disse ldquodesde que vocecirc veio fazer o mestrado eu jaacute viajei tantos quilocircmetros que daria para eu ir ateacute a Luardquo Foi pra mim a sua resposta ldquoUm tantatildeo assimrdquo Obrigada por sonhar por mim e comigo Eu amo vocecirc tambeacutem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Meus filhos Isabela e Samuel ldquo Os filhos satildeo um presente do Senhor eles satildeo uma verdadeira benccedilatildeordquo
(Salmos 1273 ndash Biacuteblia NTLH) Ser matildee de vocecircs me faz querer ser melhor mais forte ir aleacutem para poder deixar para vocecircs um legado uma heranccedila natildeo corruptiacutevel da qual vocecircs possam se orgulhar e se espelhar Vocecircs satildeo os presentes mais preciosos e queridos que eu jaacute ganhei na vida Ouvir suas vozes ver vocecircs aprendendo com a vida escutar seu riso enxugar suas laacutegrimas curar suas dores segurar suas matildeozinhas eacute a maior riqueza que eu tenho Que eu possa sempre dizer ldquoolhem para mim sigam meus passos O caminho eacute seguro e eu estou ao seu lado Segure minha matildeo estou com vocecircsrdquo Sei que vai chegar o dia em que cada um de vocecircs vai seguir seu proacuteprio caminho Peccedilo a Deus que os guarde os livre do mal prepare pessoas boas para compartilharem a vida com vocecircs e principalmente que vocecircs guardem a feacuterdquo Um beijinho (com muitas estrelinhas para a Isabela) e um abraccedilo (de macaco da nave-matildee para o astronauta Samuel) A mamatildee ama vocecircs Agrave minha matildee Maria Luiacutesa Simotildees Dias
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Agraves vezes a gente pergunta para as crianccedilas o quanto elas gostam da gente e elas abrem bem os braccedilos e dizem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Teve um dia em que vocecirc tinha feito uma das muitas viagens entre Ribeiratildeo Preto e Goiacircnia que vocecirc disse ldquodesde que vocecirc veio fazer o mestrado eu jaacute viajei tantos quilocircmetros que daria para eu ir ateacute a Luardquo Foi pra mim a sua resposta ldquoUm tantatildeo assimrdquo Obrigada por sonhar por mim e comigo Eu amo vocecirc tambeacutem ldquoUm tantatildeo assimrdquo Meus filhos Isabela e Samuel ldquo Os filhos satildeo um presente do Senhor eles satildeo uma verdadeira benccedilatildeordquo
(Salmos 1273 ndash Biacuteblia NTLH) Ser matildee de vocecircs me faz querer ser melhor mais forte ir aleacutem para poder deixar para vocecircs um legado uma heranccedila natildeo corruptiacutevel da qual vocecircs possam se orgulhar e se espelhar Vocecircs satildeo os presentes mais preciosos e queridos que eu jaacute ganhei na vida Ouvir suas vozes ver vocecircs aprendendo com a vida escutar seu riso enxugar suas laacutegrimas curar suas dores segurar suas matildeozinhas eacute a maior riqueza que eu tenho Que eu possa sempre dizer ldquoolhem para mim sigam meus passos O caminho eacute seguro e eu estou ao seu lado Segure minha matildeo estou com vocecircsrdquo Sei que vai chegar o dia em que cada um de vocecircs vai seguir seu proacuteprio caminho Peccedilo a Deus que os guarde os livre do mal prepare pessoas boas para compartilharem a vida com vocecircs e principalmente que vocecircs guardem a feacuterdquo Um beijinho (com muitas estrelinhas para a Isabela) e um abraccedilo (de macaco da nave-matildee para o astronauta Samuel) A mamatildee ama vocecircs Agrave minha matildee Maria Luiacutesa Simotildees Dias
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Agradeccedilo a Deus por todos os momentos que vocecirc esteve ao meu lado Pelos momentos em que precisei e vocecirc esteve por perto Pelas coisas que aprendi e ainda aprendo com vocecirc e pelo seu exemplo Amo vocecirc A meu pai Obed de Souza (in memorian) Agraves vezes ainda me lembro da canccedilatildeo que vocecirc cantava para eu dormir quando eu tinha medo ldquoFinda-se este dia que meu Pai me deu sombras vespertinas cobrem jaacute os ceacuteus oh Jesus bendito Se comigo estaacutes eu natildeo temo a noite vou dormir em pazrdquo Vocecirc orava comigo e segurava as minhas matildeos que eram tatildeo pequenas E era segurando minha matildeo que vocecirc entrava no hospital orgulhoso de sua filha que seria meacutedica como vocecirc Vocecirc eacute meu exemplo Me ensinou a amar o estudo e o trabalho me ensinou princiacutepios que carrego ao longo da vida Vocecirc esteve comigo em momentos alegres e tristes Me lembro que liguei para vocecirc de dentro da ambulacircncia quando transportei para a UTI um RN pela primeira vez de quando operaacutevamos juntos de segurar sua matildeo e ouvir sua voz deitada em uma mesa de cirurgia Da mesma forma que natildeo pude compartilhar com vocecirc quando fiz a primeira punccedilatildeo lombar em um bebecirc natildeo tenho vocecirc por perto para repartir esta vitoacuteria de hoje que tambeacutem eacute sua pois vocecirc me ensinou a ser o que hoje eu sou Eu creio no ceacuteu Que um dia eu vou ver vocecirc de novo em um lugar em que a doenccedila e a morte natildeo tem mais poder E agradeccedilo a Deus por vocecirc ter sido o meu pai e por eu ainda hoje ser sua filha Agrave minha irmatilde Paulinne Simotildees de Souza Arruda (sistinha) ldquo() Sempre juntas ()rdquo Sei que sempre posso contar com vocecirc E mesmo longe sempre estou do seu lado e vocecirc do meu Porque estamos sempre juntas
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Admiro vocecirc sua forccedila sua praticidade sua coragem e integridade Tenho orgulho de ser sua irmatilde Amo vocecirc Aos meus irmatildeos Obed e Rafael Amo vocecircs do fundo do meu coraccedilatildeo Que Deus os abenccediloe e proteja sempre vocecircs e suas famiacutelias
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Agradecimentos Ao meu orientador Professor Doutor Ivan Savioli Ferraz Caro amigo que me orientou e me ensinou liccedilotildees valiosas do Mestrado e de vida Continuo contando com seu apoio e amizade Ao Professor Doutor Carlos Alberto Nogueira de Almeida Querido amigo obrigada por tudo em especial pela sua generosidade Conte sempre comigo tambeacutem Ao professor Doutor Heacutelio Vannucchi Pelas valiosas contribuiccedilotildees ao meu trabalho e agrave minha formaccedilatildeo acadecircmica Eacute um privileacutegio tecirc-lo nesta trajetoacuteria Ao professor Doutor Juacutelio Ceacutesar Daneluzzi Agradeccedilo pelo apoio e receptividade enquanto desenvolvi este trabalho Agrave Marlene Vera Sandra Silvandira Rosalina Cidinha Wanda Edna CeciacuteliaCreusaSocircnia Margarida Roseli Eliana Luacutecia Malu e Verinha Agradeccedilo pela acolhida apoio e amizade e pelas contribuiccedilotildees a este trabalho que eacute de todas noacutes Aos adolescentes participantes deste trabalho Tudo isso natildeo seria possiacutevel sem a colaboraccedilatildeo de vocecircs Desejo a vocecircs muita sauacutede e um crescimento e desenvolvimento sadio e feliz Agrave Sandra Oliveira Claacuteudia Mendes e Ana Takaasi Pelo apoio e pelas orientaccedilotildees pela amizade de vocecircs
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Aos professores do Mestrado Aqui representados pelos nomes de Heloiacutesa Bettiol Marisa Barbieri Luiacutes Antocircnio Del Ciampo Marisa Marisa Maacutercia Mussi Pintildeata e Marco Antocircnio Barbieri Por me abrirem as portas para um mundo novo Agraves minhas tias Odeth e Osame (in memorian) Oneme e Olga Agradeccedilo pelo cuidado na infacircncia Pelas histoacuterias muacutesicas brincadeiras pelos bolos e bolinhos suflecircs pavecircs passeios quintais e por tantas outras lembranccedilas queridas Vocecircs moram no meu coraccedilatildeo Agrave minha avoacute Maria (in memorian) Pela pessoa positiva e corajosa que foi e pelo exemplo que nos deixou Ao tio Toninho e agrave tia Luiacuteza Pelo carinho e cuidado quando eu era pequena e pelas lembranccedilas de tantos momentos queridos que passamos juntos Amo vocecircs A meu padrasto Marcos Tadeu Pereira de Carvalho Obrigada pelo carinho de sempre A meus sogros Manoel Bento de Souza e Fumico Maeda de Sousa Obrigada pelas oraccedilotildees e pela paciecircncia em ficar tanto tempo privados da companhia do Ronie e dos meninos enquanto estivemos fora Que Deus os recompense Agraves queridas sobrinhas Ceciacutelia e Heloiacutesa
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Amo vocecircs Desejo do fundo do coraccedilatildeo as becircnccedilatildeos do Papai do ceacuteu e tudo de bom nesta vida (incluindo vacinas e alimentaccedilatildeo saudaacutevel) Aos queridos sobrinhos Tamiris Lucas e Larissa Amo vocecircs Espero passarmos mais tempo juntos Vanessa Fernanda Daniel Lucas Caroline e Amanda Que Deus os abenccediloe sempre Vocecircs satildeo muito legais Aos meus cunhados Marcelo de Andrade Arruda Marcos Antocircnio Bento de Sousa Pelo apoio e pelas planilhas de EXCEL Conto com vocecircs no doutorado Agrave Professora Anne Mary Staunton Minha querida professora de Inglecircs que eacute um verdadeiro exemplo de vida amor a Deus e ao proacuteximo Agrave amiga Divina Romualda da Silva Pelo seu apoio amizade e carinho com minha famiacutelia Agrave amiga Rafaela Teixeira Por estarmos perto estando longe pelas oraccedilotildees e pela amizade de sempre Agrave Professora Doutora Rita Francis Gonzales Y Rodrigues Branco Pela amizade de sempre e pela acolhida no meu regresso agrave Goiacircnia Agrave Doutora Brasiacutelia Maria de Almeida Fonseca Pinheiro
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
Pela amizade de sempre e pela matildeo generosamente estendida Vocecirc eacute um exemplo para mim haacute tantos anos quando eu crescer quero ser igual a vocecirc Agrave doutora Luciana de Oliveira Silva Malafaia e Pastor Joel Obrigada pelo Carinho amizade exemplo de vida e famiacutelia que vocecircs representam para noacutes Que Deus abenccediloe vocecircs e sua casa Agrave Mestra Professora e Doutoranda Karla Cristina Malta Costa Companheira de jornada e amiga Admiro muito vocecirc sua coragem e sua forccedila Vocecirc eacute corajosa um exemplo para mim Agradeccedilo a Deus pela sua vida e pelo que aprendi com vocecirc Aos queridos Henrique Salles e famiacutelia Pelo apoio e acolhida em Ribeiratildeo Preto Vocecircs foram maravilhosos e moram em nossos coraccedilotildees Nunca esqueceremos de vocecircs Agrave Igreja Metodista Central de Ribeiratildeo Preto Pela acolhida e carinho e por tudo que aprendemos com vocecircs Agrave Igreja Bom Pastor em Goiacircnia Por nos receberem de volta com o amor de sempre
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________
RESUMO
SOUZA C S B S Deficiecircncia de Vitamina A em adolescentes do sexo masculino
atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Introduccedilatildeo A Deficiecircncia de vitamina A (DVA) eacute uma das carecircncias nutricionais mais
prevalentes no mundo Eacute um problema de sauacutede puacuteblica com elevada morbidade e
mortalidade em vaacuterios paiacuteses em desenvolvimento Acomete principalmente crianccedilas
preacute-escolares gestantes e nutrizes Poucos trabalhos estudam a prevalecircncia de DVA
entre adolescentes Objetivos verificar a prevalecircncia de DVA em adolescentes
atendidos em um ambulatoacuterio de pediatria geral no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP)
estudar a influecircncia de indicadores socioeconocircmicos e bioquiacutemicos no ldquostatusrdquo de
vitamina A desta populaccedilatildeo Materiais e meacutetodos Desenho estudo descritivo
transversal de prevalecircncia Amostragem 80 adolescentes do sexo masculino entre 10 e
19 anos Meacutetodos teste +S30DR (o adolescente recebeu uma dose oral de 200000UI
de vitamina A imediatamente antes da primeira coleta de sangue Uma segunda
amostra foi obtida 30 a 45 dias apoacutes para determinaccedilatildeo do +S30DR) dosagem da
Proteiacutena C Reativa entrevista e avaliaccedilatildeo antropomeacutetrica Resultados 438 (3580)
adolescentes apresentaram testes +S30DR positivos As meacutedias dos niacuteveis de retinol
seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo foram de 130 moll (DP041) e 154moll (DP041)
respectivamente (p= 001 teste ldquotrdquo de Student) Idade renda familiar nuacutemero de
pessoas no domiciacutelio e escolaridade dos pais natildeo se mostraram como fatores de risco
para a DVA Os niacuteveis seacutericos de PCR e os episoacutedios febris e diarreacuteicos natildeo alteraram
os valores finais de +S30DR Conclusotildees A elevada prevalecircncia de DVA nesta
populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos estudos que possam comprovar ser pertinente
a inclusatildeo desta faixa etaacuteria em programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia
nutricional
Descritores adolescente deficiecircncia de vitamina A retinol sauacutede puacuteblica
ABSTRACT
SOUZA C S B S Study of the prevalence of Vitamin A Deficiency among
adolescents attended at a day care centre 2011 68 f Dissertaccedilatildeo (mestrado) -
Faculdade de Medicina Universidade de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 2011
Background Vitamin A Deficiency (VAD) is one of the most prevalent nutritional
deficiencies in the world It constitutes a public health problem with high morbidity and
mortality rates for many developing countries It mainly affects preschool children
pregnant and lactating women and few studies have been done to evaluate its
prevalence among adolescents Objectives To determine the prevalence of VAD
among adolescents treated at a day-care pediatric clinic in Ribeiratildeo Preto (Satildeo Paulo)
to study the influence of socioeconomic and biochemical indicators on the bdquostatus‟ of
vitamin A in this population Materials and Method Design A descriptive cross-
sectional study of prevalence sampling 80 male 10 to 19-year-old adolescents
Methods +S30DR test (The adolescent received an oral dose of 200000 IU vitamin A
immediately after the first blood collection A second blood sample was obtained 30ndash45
days after supplementation in order to determine the +S30DR) dosage of C-reactive
protein interview and anthropometric measurements Results a total of 438 (3580)
adolescents presented positive +S30DR tests The mean serum retinol pre and pos-
supplementation levels were 130 moll (DP041) and 154moll (DP041)
respectively (p= 001 test ldquotrdquo of Student) Age income number of people in the home or
parents education did not present as risk factors for VAD Serum levels of CRP and
fever and diarrhea episodes did not alter the final values of + S30DR Conclusions The
high prevalence of VAD in this population would suggest the need for further studies
which could prove that it would be relevant to include this age group in programs for the
prevention and eradication of this nutritional deficiency
Descriptors adolescent vitamin A deficiency retinol public health
Sumaacuterio
1 Introduccedilatildeo 16
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A 18
12 Metabolismo da vitamina A 20
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A 23
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A 25
141 A prevalecircncia da DVA no mundo 26
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil 28
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes 29
16 O diagnoacutestico da DVA 31
17 Estrateacutegias para controle da DVA 33
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo 35
3 Objetivo 36
31 Objetivo Geral 36
32 Objetivos Especiacuteficos 36
4 Casuiacutestica e Metodologia 37
41 Desenho do estudo 37
42 Aspectos eacuteticos 37
43 Local de estudo 37
44 Determinaccedilatildeo da amostra 37
45 Criteacuterios de inclusatildeo 38
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo 39
47 Criteacuterios de exclusatildeo 39
48 Materiais e Meacutetodos 39
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados 44
5 Resultados 45
6 Discussatildeo 52
61 Consideraccedilotildees finais 60
7 Conclusatildeo 63
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 64
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO 83
APEcircNDICE B ndash TCLE 85
16
1 Introduccedilatildeo
A vitamina A (VA) eacute um termo que se refere a compostos alimentares essenciais
que possuem estrutura e propriedades bioloacutegicas do retinol (aacutelcool-lipiacutedico) Pertence
ao grupo das vitaminas lipossoluacuteveis e apresenta sensibilidade ao oxigecircnio ao calor e agrave
luz (em especial aos raios ultravioleta) (RONCADA 2008 IUCIF JR ANGELIS 2008
ROSS 2009)
A VA pode ser obtida a partir de dois grupos de alimentos os de origem animal
na forma de retinol ou vitamina A preacute-formada e os de origem vegetal os carotenoacuteides
da provitamina A Os dois grupos apresentam em sua estrutura ao menos um anel β-
ionona ligado a uma cadeia lateral composta de ligaccedilotildees duplas conjugadas carbono-
carbono (MATTOS et al 2007 RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
As fontes da vitamina A preacute-formada satildeo a carne principalmente as viacutesceras
apresentando elevadas concentraccedilotildees o fiacutegado dos mamiacuteferos e dos peixes marinhos
a gema do ovo os peixes o leite integral e seus derivados como iogurte natural
manteiga queijos e creme de leite Vaacuterios alimentos satildeo fortificados obrigatoriamente
durante sua fabricaccedilatildeo conforme preconizado pela legislaccedilatildeo bromatoloacutegica
(WEFFORT 2009)
Nos alimentos de origem animal a maior parte da VA encontra-se esterificada
com aacutecidos graxos formando eacutesteres retiniacutelicos (palmitato ou acetato) enquanto as
preparaccedilotildees farmacoloacutegicas contecircm palmitato ou acetato produzido sinteticamente
Ambos geram retinol e satildeo equivalentes nutricionalmente O all-trans-retinol in vivo eacute
oxidado e isomerizado a 11-cis ndashretinal e em seguida a all-trans e a 9-cis-aacutecido
retinoacuteico (IUCIF JR ANGELIS 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em provitamina A satildeo aqueles de origem vegetal com
coloraccedilatildeo amarelada alaranjada ou verde escura como manga mamatildeo caju goiaba
vermelha cenoura milho (amarelo) batata doce (amarela) aboacutebora (madura)
moranga couve mostarda espinafre broacutecolis caruru folhas de beterraba e cenoura
chicoacuteria alface e agriatildeo O azeite de dendecirc ou oacuteleo de palma apresenta elevadas
17
concentraccedilotildees enquanto as raiacutezes brancas tubeacuterculos e todos os gratildeos tecircm conteuacutedo
reduzido de provitamina A (WEFFORT 2009)
O termo provitamina A refere-se aos carotenoacuteides pigmentos lipossoluacuteveis e
poliinsaturados com atividade bioloacutegica de vitamina A Em geral estatildeo associados agrave
clorofila e outros pigmentos da fotossiacutentese nos cloroplastos Podem ser produzidos por
plantas e microorganismos inferiores como as algas Somente 10 dos mais de 600
carotenoacuteides isolados de fontes alimentares podem ser considerados precursores da
vitamina A a saber o α o β e o ɤ-caroteno e a β-criptoxantina (OLSON 1991 ROSS
2009)
Dentre eles o β-caroteno eacute o mais conhecido e constitui aproximadamente 20
dos carotenoacuteides totais estando presente nas cenouras e em vegetais de folhas
amarelas e verdes o α-caroteno eacute encontrado em cenouras e oacuteleo de palmeira
vermelha e a β-criptoxantina no pimentatildeo vermelho laranjas e mamatildeo papaia O
licopeno a luteiacutena e a cantaxantina tambeacutem satildeo carotenoacuteides mas natildeo possuem
atividade de vitamina A (RONCADA 2008 ROSS 2009)
Os alimentos ricos em carotenoacuteides da provitamina A tecircm custo mais acessiacuteveis
que os de origem animal Em paiacuteses subdesenvolvidos muitas vezes representam a
principal ou mesmo a uacutenica fonte disponiacutevel de vitamina A (OLSON 1991 SOUZA et
al 2002 ROSS 2009)
A vitamina A preacute-formada e a provitamina A diferem quanto agrave sua
biodisponibilidade e possuem atividade bioloacutegica diferente Para tornar possiacutevel a
comparaccedilatildeo entre as quantidades da vitamina presentes nos alimentos foram criadas
unidades ou fatores de equivalecircncia A unidade internacional (UI) foi uma das primeiras
unidades propostas mas natildeo levava em conta a absorccedilatildeo insuficiente dos carotenoacuteides
pelo sistema digestoacuterio humano Foi substituiacuteda em 1967 pelo retinol equivalente (ER)
que leva em conta o valor inferior de absorccedilatildeo de outros carotenoacuteides da provitamina A
em comparaccedilatildeo com o β-caroteno O equivalente agrave unidade de retinol (RAE) foi criado
em 2001 apoacutes a demonstraccedilatildeo de que a bioatividade dos carotenoacuteides era menor do
que se pensava (ROSS 2009)
As ingestotildees diaacuterias recomendadas (RDAs) determinam as necessidades meacutedias
estimadas (EARs) da VA que correspondem agrave ingestatildeo que atende agraves necessidades
18
nutricionais de metade dos indiviacuteduos do grupo estudado Satildeo expressas em
microgramas RAEdia e foram calculadas para homens e mulheres com base nas
reservas hepaacuteticas Em lactantes inclui a quantidade necessaacuteria para suprir as
necessidades de VA dos lactentes
Para crianccedilas e adolescentes os valores se baseiam nas EAR para adultos
reduzidos proporcionalmente com base no peso metaboacutelico Para menores de 12
meses natildeo haacute evidecircncias cientiacuteficas suficientes para derivar EAR Recomenda-se
entatildeo a ingestatildeo adequada (AI) baseada na quantidade de VA presente no leite
materno A tabela 1 apresenta a equivalecircncia de cada uma destas unidades (ROSS
2009)
Tabela 1 ndash Comparaccedilatildeo entre unidades de equivalecircncia de Vitamina A
Unidade Equivalecircncia
1 UI 030 microg de all-trans ndashretinol 06 microg de all-trans betacaroteno
1 RE 1microg de retinol 6microg de betacaroteno 12 microg de outros carotenoacuteides da provitamina A (todo-trans)
1 EAR 1 microg de all-trans-retinol 2 microg de all -trans -betacaroteno em oacuteleo 12 microg de all -trans betacaroteno 24 microg de all -trans carotenoacuteide da provitamina A
Fonte Ross 2009 com base alimentar
11 Alteraccedilotildees funcionais devido agrave deficiecircncia da Vitamina A
A VA eacute fundamental para o crescimento adequado do organismo para a
diferenciaccedilatildeo celular e manutenccedilatildeo da integridade dos epiteacutelios principalmente do trato
respiratoacuterio e gastrointestinal Tambeacutem tem importante papel na visatildeo e no
19
desenvolvimento e funcionamento do sistema imunoloacutegico (FERRAZ DEL CIAMPO
2005 ROSS 2010)
A VA atua na diferenciaccedilatildeo celular Experimentos realizados com ratos albinos
(WOLBACH HOWE 1925) demonstraram que o revestimento epitelial dos tecidos se
tornava raso (escamoso) ressecado e ceratinizado na presenccedila de DVA e que as
alteraccedilotildees eram mais precoces em animais mais jovens Na DVA ocorre queratinizaccedilatildeo
dos epiteacutelios respiratoacuterio gastrointestinal e genitourinaacuterio fazendo com que os tecidos
percam a funccedilatildeo de barreira natural contra agressotildees do meio externo Devido a este
fenocircmeno haacute dificuldade de passagem de imunoglobulinas secretoras nos tratos
gastrointestinal e respiratoacuterio o que favorece a translocaccedilatildeo bacteriana intestinal e
contribui para o pior prognoacutestico em casos de diarreacuteia e infecccedilotildees respiratoacuterias
(STEPHENSON CLARK 1920 VELAacuteSQUEZ-MELENDEZ et al 1994 GERALDO
2003 ROSS 2009)
Em recente revisatildeo de estudos experimentais Olson e Mello (2010) associaram
a DVA a alteraccedilotildees de comportamento e deficiecircncias de aprendizado e memoacuteria em
roedores os autores examinaram os efeitos dos retinoacuteides na sinalizaccedilatildeo do
aprendizado vocalauditivo em paacutessaros de canto sugerindo que a VA atue em
importantes funccedilotildees cerebrais tambeacutem no periacuteodo poacutes-embrionaacuterio na manutenccedilatildeo da
plasticidade neuronal e da funccedilatildeo cognitiva
A DVA se associa agrave resposta imune inadequada ao excesso de produccedilatildeo de
citocinas tipo 1 (ou Th1) e em alguns casos agrave reduccedilatildeo da resposta tipo 2 (Th2) aleacutem
disso haacute desregulaccedilatildeo na atividade microbicida dos neutroacutefilos na fagocitose mediada
por macroacutefagos e na citotoxicidade mediada por ceacutelulas natural killer Niacuteveis reduzidos
de VA prejudicam a diferenciaccedilatildeo celular o tratamento e a recuperaccedilatildeo de doenccedilas
infecciosas (ROSS 2009)
No desenvolvimento embrionaacuterio os retinoacuteides estatildeo envolvidos na regulaccedilatildeo do
desenvolvimento dos membros sistema nervoso central sistema cardiovascular
ouvidos olhos e sistema esqueleacutetico A DVA estaacute relacionada a defeitos na crista
neural retardo do crescimento intrauterino baixo peso ao nascer e mortalidade
neonatal precoce (MORRISS-KAY SOKOLOVA 1996 ROSS 2009)
20
No que se refere agrave visatildeo a VA atua na retina na transmissatildeo de informaccedilotildees ao
coacutertex visual do ceacuterebro e na manutenccedilatildeo da morfologia e funccedilotildees celulares das
membranas conjuntivais e coacuternea A VA liberada no liacutequido lacrimal manteacutem a
diferenciaccedilatildeo celular e a integridade estrutural da coacuternea que eacute um tecido avascular
Na DVA a produccedilatildeo reduzida de muco pelas ceacutelulas globulosas das membranas
conjuntivais leva ao ressecamento progressivo (xerose) da coacuternea e ao surgimento de
manchas de Bitot geralmente no quadrante externo dos olhos Ao contraacuterio da
ceratomalaacutecea e da ulceraccedilatildeo estas alteraccedilotildees satildeo reversiacuteveis com a instituiccedilatildeo do
tratamento (ROSS 2009)
Os carotenoacuteides interagem com radicais livres atuando no controle de processos
inflamatoacuterios em que satildeo produzidos oacutexido niacutetrico peroacutexido e peroxidonitrito Vaacuterios
estudos epidemioloacutegicos apontam para uma possiacutevel associaccedilatildeo entre a ingestatildeo de
frutas e vegetais ricos em carotenoacuteides e risco reduzido de cacircncer e de doenccedilas
cardiovasculares (MAYNE 1996 ROSS 2009 MAYNE 2010)
12 Metabolismo da vitamina A
A VA eacute obtida a partir da dieta na forma preacute-formada (eacutesteres de retinil) ou de
carotenoacuteides de provitamina A A eficiecircncia da absorccedilatildeo da VA preacute-formada eacute elevada e
permanece alta mesmo com o aumento da ingestatildeo o que favorece a recuperaccedilatildeo
raacutepida da DVA e faz parte da etiologia da hipervitaminose
O mesmo natildeo ocorre com os carotenoacuteides se a ingestatildeo aumenta a eficiecircncia
da absorccedilatildeo cai Possuem baixa biodisponibilidade com variaccedilatildeo interindividual e
dependente do tipo de alimento e do processamento a que o mesmo eacute submetido
(ROSS 2009)
Assim como os retinoacuteides os carotenoacuteides podem existir em muacuteltiplas formas
isomeacutericas Nos alimentos a maior parte se encontra em formas all ndashldquotransrdquo mas
alguns contecircm formas ldquocisrdquo (dependendo da forma de cultivo e do armazenamento dos
21
alimentos) que satildeo absorvidas com menos eficiecircncia mas podem em parte sofrer
isomerizaccedilatildeo a all-trans - carotenoacuteide no intestino (ROSS 2009)
Na luz intestinal a preacute-vitamina A eacute emulsificada formando micelas Os eacutesteres
de retinil sofrem a accedilatildeo de hidrolases (principalmente da lipase pancreaacutetica) no
intestino delgado liberando o retinol que eacute absorvido passivamente pelos enteroacutecitos na
presenccedila de sais biliares e gordura (ROSS et al 2009 ROSS 2009)
Os carotenoacuteides diferente do retinol natildeo possuem proteiacutenas citossoacutelicas ou
receptores nucleares especiacuteficos e podem ser transportados por diversas proteiacutenas
plasmaacuteticas Assim como o retinol satildeo tambeacutem emulsificados e solubilizados em
micelas para serem em seguida absorvidos pelos enteroacutecitos por difusatildeo passiva
Satildeo convertidos em retinol pela accedilatildeo de enzimas de clivagem (principalmente a
monoxigenase) na mucosa intestinal O primeiro produto da reaccedilatildeo eacute o retinal que
pode ser reduzido a retinol (em sua maior parte) ou oxidado em aacutecido retinoacuteico que eacute a
forma metabolicamente ativa nas ceacutelulas-alvo com exceccedilatildeo da retina onde o 11 cis-
retinal tem este papel (McLAREN FRIGG 2001 ROSS 2009)
No interior das ceacutelulas intestinais o retinol eacute reesterificado pela accedilatildeo da enzima
lecitina retinol aciltransferase (LRAT) que esterifica o retinol ligado a proteiacutenas de
ligaccedilatildeo dos retinoacuteides (CRBP-I e CRBP-II) Trata-se da principal via de esterificaccedilatildeo
Jaacute a enzima retinol aciltransferase (ARAT) age apenas na presenccedila de altas
concentraccedilotildees de retinol e esterifica exclusivamente o retinol ligado agrave CRBP-I (ROSS et
al2009 ROSS 2009)
Os eacutesteres de retinil misturam-se a outros lipiacutedios neutros para formarem os
quilomiacutecrons e satildeo transportados pelo sistema linfaacutetico intestinal para a circulaccedilatildeo
sistecircmica Nos casos de DVA os eacutesteres de retinil natildeo satildeo detectados nos
quilomiacutecrons mas aumentam consideravelmente apoacutes a administraccedilatildeo de altas doses
de retinol (ROSS et al ROSS 2009)
Os quilomiacutecrons transportados pelo sistema linfaacutetico satildeo conduzidos ateacute ao
fiacutegado onde os eacutesteres de retinil satildeo hidrolizados e captados no hepatoacutecito por
endocitose A seguir a VA segue ou por uma via secretoacuteria ou por uma via de
armazenamento dependendo do estado nutricional
22
A VA a ser armazenada eacute transferida na forma de retinol do hepatoacutecito para
ceacutelulas hepaacuteticas estreladas tambeacutem chamadas de ceacutelulas de Ito que conteacutem o maior
ldquopoolrdquo concentrado de VA no fiacutegado e se localizam no espaccedilo entre os capilares e os
hepatoacutecitos A VA eacute reesterificada e armazenada em gotiacuteculas de lipiacutedeo
citoplasmaacutetico sob a forma de palmitato de retinil (ROSS et al2009 ROSS 2009)
Durante processos inflamatoacuterios as reservas das ceacutelulas de Ito satildeo mobilizadas
A diminuiccedilatildeo do retinol seacuterico e do aacutecido retinoacuteico durante a inflamaccedilatildeo pode levar agrave
deficiecircncia aguda de vitamina A (ROSS 2009)
A VA armazenada como eacutester retiniacutelico no fiacutegado eacute convertida em retinol e
liberada na corrente sanguiacutenea em proporccedilotildees equimolares (111) com duas proteiacutenas
sintetizadas pelo fiacutegado a proteiacutena ligadora de retinol (RBP- retinol binding protein)
sintetizada pelas ceacutelulas do parecircnquima hepaacutetico e a transtirretina (TTR) (uma preacute-
albumina) que estabiliza o complexo RBP-retinol para que atinja os oacutergatildeos-alvo
protegendo-o do metabolismo e da excreccedilatildeo pelos glomeacuterulos renais (MATTOS 2007
RONCADA 2008 ROSS 2009 WEFFORT 2009)
O fiacutegado eacute oacutergatildeo importante para a regulaccedilatildeo da homeostase da VA no
organismo A RBP e a TTR possuem meia-vidas curtas e seus niacuteveis satildeo mantidos agrave
custa da siacutentese elevada Satildeo sensiacuteveis agraves alteraccedilotildees fisioloacutegicas e nutricionais e estatildeo
reduzidas na inflamaccedilatildeo e infecccedilatildeo no trauma e na desnutriccedilatildeo energeacutetico-proteacuteica
(ROSS 2009)
Diante de DVA a siacutentese de RBP manteacutem-se inalterada poreacutem a secreccedilatildeo de
holo-RBP eacute prejudicada com acuacutemulo de apo-RBP nas ceacutelulas parenquimatosas Se a
VA eacute administrada os niacuteveis de mRNA da LRAT e a atividade hepaacutetica aumentam
progressivamente sendo a holo-RBP rapidamente formada Estes eventos satildeo a base
fisioloacutegica dos testes de resposta a dose RDR (ldquorelative dose responserdquo) MRDR
(ldquomodified relative dose responserdquo) e +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo) nos
quais o aumento dos niacuteveis seacutericos de retinol poacutes-suplementaccedilatildeo ocorre pela liberaccedilatildeo
de retinol ligado agrave RBP acumulada durante o estado de carecircncia e refletem as reservas
hepaacuteticas de VA (WHO 1996 ROSS 2009 FUJITA et al 2009)
Nos tecidos o complexo TTR-RBP-retinol liga-se a um receptor celular de
membrana o ldquoreceptor de RBPrdquo e libera o retinol para dentro da ceacutelula-alvo O retinol
23
transformado em aacutecido retinoacuteico pode se ligar agrave proteiacutena CRABP (cellular retinoic acid
binding) para ser liberada posteriormente ou ligar-se diretamente a receptores
nucleares (RAR e RXR) que ativam os genes responsaacuteveis pelos efeitos da VA no
organismo (BAVIK etal 1993 McLAREN ROSS 2009)
Parte da holo-RBP plasmaacutetica eacute filtrada pelos glomeacuterulos A RBP e a TTR se
ligam agrave megalina receptor presente na superfiacutecie apical das ceacutelulas tubulares proximais
renais Parte da RBP captada sofre transcitose transversal agraves ceacutelulas renais e outra
parte eacute degradada no espaccedilo intracelular Cada moleacutecula de retinol pode ser reciclada
de sete a onze vezes entre o fiacutegado plasma rins e outros tecidos A RBP por sua vez
natildeo eacute reaproveitada Os mecanismos de descarte da VA pelo organismo satildeo bastante
limitados em comparaccedilatildeo agrave capacidade de armazenamento o que favorece o acuacutemulo
em niacuteveis toacutexicos quando a ingestatildeo excede agraves necessidades (ROSS 2009)
13 A ldquolinha do tempordquo da vitamina A
Documentos antigos como os escritos de Hipoacutecrates comprovam que a
cegueira noturna era conhecida e tratada pelos gregos com fiacutegado de animais O papiro
de Eber escrito no Egito haacute 3500 anos relata a xeroftalmia em um idoso (WOLF 1978
MAUMENEE 1993 VASCONCELOS et al 2007 SOMMER 2008 ROSS 2009)
David Livingstone explorador da Aacutefrica descreve como a administraccedilatildeo de fiacutegado
podia reverter a cegueira noturna e alteraccedilotildees epiteliais (WOLF 1996 GUNDERSEN
BLOMHOFF 2001)
Durante o seacuteculo XIX alteraccedilotildees oculares caracteriacutesticas como a xeroftalmia e
queratomalaacutecea foram observadas em escravos brasileiros oacuterfatildeos e camponeses
durante a quaresma Destaca-se o estudo do brasileiro Gama Lobo publicado em
1865 com o relato de quatro crianccedilas escravas com sinais e sintomas de DVA Ele
associou o quadro a uma carecircncia nutricional antes mesmo da descoberta de qualquer
vitamina Em 1860 Hubbenet observando crianccedilas de um orfanato descreveu
24
alteraccedilotildees metaplaacutesicas oculares que ficaram conhecidas como as manchas de Bitot
(VASCONCELOS 2007 SOMMER 2008)
Datam da metade do seacuteculo XIX as primeiras tentativas de associar as
deficiecircncias oftalmoloacutegicas agrave carecircncia nutricional No entanto a era moderna de
pesquisa da VA teve iniacutecio em 1913 com as pesquisas de Osborne e Mendel na
Universidade de Yale e de Mccollum e Davis na Universidade de Wisconsin Eles
observaram a capacidade de ldquolipinasrdquo (extraiacutedas de manteiga ovos e oacuteleo de fiacutegado de
bacalhau) promoverem a sobrevivecircncia de ratos alimentados com dietas em que a
banha de porco e oacuteleo de oliva eram fonte de gordura A VA foi chamada de
ldquolipossoluacutevel Ardquo (MCCOLLUM DAVIS 1913 OSBORNE MENDEL 1913 ROSS
2009)
Em seguida Steenbock extraiu de vegetais amarelo-escuros uma fraccedilatildeo lipiacutedica
(mais tarde chamada de β-caroteno) precursora da ldquolipinardquo hoje identificada como retinol
aacutelcool lipiacutedio Posteriormente entre as deacutecadas de 1920 a 1950 a DVA foi associada agrave
xeroftalmia agrave diferenciaccedilatildeo anormal dos tecidos e ao prejuiacutezo das funccedilotildees
imunoloacutegicas VASCONCELOS et al 2007 ROSS 2009)
Em 1928 a VA comeccedilou a ser utilizada no tratamento de algumas infecccedilotildees
como sarampo Os efeitos da DVA no crescimento e na defesa do organismo contra
outras infecccedilotildees foram descobertos na deacutecada de 1930 As estruturas quiacutemicas do
caroteno e da vitamina A foram determinadas entre os anos 1930 e 1932 (SOMMER
2008)
Karrer et al (1931 apud IUPAC-IUB JCBN) sintetizaram o retinol e determinaram
a estrutura do β-caroteno quase um seacuteculo apoacutes Wackenroder referir-se aos pigmentos
amarelo-alaranjados extraiacutedos de cenouras como carotenoacuteides Arens e van Dorp em
1946 sintetizaram o aacutecido retinoacuteico e demonstraram sua capacidade de restaurar o
crescimento mas natildeo a visatildeo de ratos Wald determinou o papel da VA na visatildeo
(ROSS 2009)
Durante as deacutecadas de 1960 a 1980 foram descobertas as proteiacutenas envolvidas
no transporte e metabolismo do retinol e em 1987 Chambon e Evans relataram a
clonagem do primeiro receptor de retinoacuteide nuclear (ROSS 2009)
25
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial as formas graves da DVA sofreram draacutestica
reduccedilatildeo no nuacutemero de casos em paiacuteses desenvolvidos fazendo com que o interesse
dos pesquisadores destes paiacuteses diminuiacutesse pelo assunto Poreacutem o interesse pelas
pesquisas sobre a vitamina A aumentou a partir de 1974 quando a Organizaccedilatildeo
Mundial da Sauacutede (OMS) e a US Agency for International Development promoveram
um encontro de meacutedicos e nutricionistas em Jacarta na Indoneacutesia no qual se discutiu a
associaccedilatildeo entre o aumento da mortalidade e a xeroftalmia (WOLF 1978 MAUMENEE
1993 SOMMER 1996 2008 ROSS 2009)
A partir da primeira metade da deacutecada de 80 do seacuteculo XX pesquisas visando
determinar a prevalecircncia da xeroftalmia demonstraram que a deficiecircncia subcliacutenica
ldquoleverdquo de VA se relacionava agrave maior mortalidade infantil Desde entatildeo a xeroftalmia eacute
considerada a ponta de um iceberg representando uma pequena proporccedilatildeo de formas
graves em populaccedilotildees em que formas subcliacutenicas estatildeo presentes em nuacutemero
consideravelmente maior Calcula-se que o nuacutemero de crianccedilas com DVA subcliacutenica
seja cinco a dez vezes maior que aquelas que apresentam formas cliacutenicas mais graves
(FAWZI et al 1993 GLASZIOU 1993)
Nos dias atuais os estudos sobre a VA englobam desde programas de sauacutede
puacuteblica com o objetivo de erradicar a DVA ateacute a pesquisa baacutesica visando a utilizaccedilatildeo
cliacutenica do retinol em especialidades como a dermatologia e a oncologia (ROSS 2009)
14 Aspectos epidemioloacutegicos da deficiecircncia da Vitamina A
Considerada uma das carecircncias nutricionais mais prevalentes no mundo e
problema grave de sauacutede puacuteblica em mais de sessenta paiacuteses (RAMAKRISHNAN
DARNTON-HILL 2010) a DVA acomete cerca de trecircs bilhotildees de pessoas dentre as
quais 250 a 500 milhotildees satildeo crianccedilas (WHO 2000) West Jr (2002) estima que 127
milhotildees de preacute-escolares apresentem DVA e 44 milhotildees xeroftalmia cliacutenica
Em paiacuteses em desenvolvimento a forma cliacutenica da DVA eacute causa de cegueira e
aumento da morbidade e da mortalidade por doenccedilas infecciosas principalmente
26
diarreacuteia e sarampo (SACHDEVA et al 2011) Uma metanaacutelise que reuniu estudos sobre
vacinaccedilatildeo contra o sarampo e suplementaccedilatildeo simultacircnea com VA durante o tratamento
da doenccedila concluiu que a medida foi capaz de reduzir a mortalidade em ateacute 62
(SUDFELD NAVAR HALSEY 2010)
Outra metanaacutelise avaliou o impacto da suplementaccedilatildeo de rotina com vitamina A -
uma das principais estrateacutegias da OMS para o combate agrave cegueira em paiacuteses em
desenvolvimento ndash como prevenccedilatildeo da cegueira causada pelo sarampo Os estudos
incluiacutedos no trabalho natildeo foram conclusivos em afirmar que a suplementaccedilatildeo eacute capaz
de evitar a cegueira relacionada agrave esta infecccedilatildeo viral (BELLO et al 2011)
Nos paiacuteses em desenvolvimento com frequumlecircncia a DVA estaacute associada agrave
desnutriccedilatildeo e agrave carecircncia de outros microelementos Gestantes nutrizes receacutem-
nascidos e preacute-escolares satildeo classicamente considerados grupos de risco sendo alvo
de estudos e de programas que visam agrave erradicaccedilatildeo da DVA Nos paiacuteses
desenvolvidos a DVA estaacute presente em geral na forma subcliacutenica e relacionada agrave
ingestatildeo inadequada de retinol e carotenoacuteides em indiviacuteduos sem desnutriccedilatildeo aparente
(STEPHENS et al WHO 1996)
A OMS considera a Deficiecircncia de Vitamina A (DVA) um problema de sauacutede
puacuteblica com base na prevalecircncia regional de sinais oculares tradicionais de deficiecircncia
grave (como a xerose da coacuternea e as manchas de Bitot) e em niacuteveis de retinol seacutericos
inferiores a 070 micromoll (DE PEE DARY 2002 ROSS 2009 TANUMIHARDJO 2010)
141 A prevalecircncia da DVA no mundo
Dois principais fatores causais estatildeo relacionados agrave DVA o primeiro a ingestatildeo
inadequada de VA para satisfazer as necessidades orgacircnicas O segundo o sinergismo
entre episoacutedios infecciosos e a carecircncia de vitamina A (MILAGRES et al 2007)
Miller et al (2002) acrescentam que crianccedilas de paiacuteses em desenvolvimento
apresentam vaacuterios episoacutedios infecciosos durante a infacircncia portanto apresentam maior
consumo de vitamina A pelo catabolismo gerado por perda urinaacuteria e maacute absorccedilatildeo
27
intestinal Tais crianccedilas geralmente satildeo amamentadas ao seio por matildees que tambeacutem
apresentam DVA e recebem por isso leite materno com baixas concentraccedilotildees de
retinol
Geraldo et al (2003) citam as publicaccedilotildees do Subcomitecirc da Organizaccedilatildeo das
Naccedilotildees Unidas (ONU) que associam a DVA agrave pobreza e agrave natureza dos alimentos
disponiacuteveis bem como agraves praacuteticas alimentares das populaccedilotildees
Ramalho et al (2002) observaram que nenhum paiacutes do mundo dispotildee de um
inqueacuterito populacional que permita descartar a DVA como um problema de sauacutede
puacuteblica Para comprovar os criteacuterios cliacutenicos definidos pela Organizaccedilatildeo Pan-americana
da Sauacutede (OPAS) e pela OMS para os diversos indicadores de deficiecircncia de vitamina
A os estudos necessitariam de amostras aleatoacuterias que poderiam chegar a 44 milhotildees
de crianccedilas e poucos paiacuteses teriam condiccedilotildees teacutecnicas e financeiras de realizar tais
inqueacuteritos cliacutenicos
A prevalecircncia da DVA eacute elevada na Aacutefrica Aacutesia e Ameacuterica Latina
Mora et al (1998) em revisatildeo sobre a prevalecircncia de DVA entre preacute-escolares na
Ameacuterica Latina e Caribe afirmaram que apesar dos efeitos da DVA serem bem
conhecidos desde a deacutecada de 60 do seacuteculo XX poucos esforccedilos tecircm sido feitos para
combater a forma subcliacutenica da doenccedila Eles encontraram taxas de prevalecircncia que
variavam de 6 no Panamaacute a 36 em El Salvador
Villalpando et al (2003) encontraram a prevalecircncia de 25 dosando o retinol
seacuterico de crianccedilas mexicanas com idade ateacute 12 anos e Castejon verificou a prevalecircncia
de 354 em crianccedilas de 2 a 6 anos na Venezuela Na Colocircmbia Navarro et al (1996)
observaram a prevalecircncia de 132 entre preacute-escolares e Maslova et al (2009) de
14 em 2811 crianccedilas entre 5 e 12 anos em Bogotaacute
A DVA tambeacutem tem sido encontrada na Aacutesia Estudando escolares Kathib
(2002) na Jordacircnia e Singh e West Jr (2004) no sudeste asiaacutetico observaram
prevalecircncias de DVA de respectivamente 218 e 234 Em outro estudo Pedro et
al (2004) observaram 38 de prevalecircncia em crianccedilas de 1 a 5 anos de idade nas
Filipinas Em um estudo do Distrito de Aligarh estado indiano de Uttar Pradesh
Sachdeva et al (2011) observaram que a xeroftalmia era um grave problema de sauacutede
puacuteblica entre crianccedilas de zero a 60 meses de idade os autores tambeacutem observaram
28
que a prevalecircncia das manifestaccedilotildees oculares aumentavam a medida que a idade das
crianccedilas se elevava
Na Aacutefrica Farbos et al (1995) encontraram 435 de prevalecircncia entre preacute-
escolares no Mali e Kassaye et al verificaram 585 entre crianccedilas de 6 a 9 anos na
Etioacutepia Daboneacute Delisle e Receveur (2011) observaram 387 de prevalecircncia entre
649 escolares de idades entre 7 e 14 anos em Ouagadougou Burkina Fasso
142 Histoacuterico e situaccedilatildeo da DVA no Brasil
Em junho de 1865 os Annaes Brazilienses de Medicina perioacutedico editado pela
Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro publicou pela primeira vez a
comunicaccedilatildeo cientiacutefica Da oftalmia brasiliana Neste estudo Gama Lobo relatou
quatro casos cliacutenicos de deficiecircncia de VA em crianccedilas escravas com idade entre
dezesseis meses e seis anos de idade
Aleacutem de descrever minuciosamente os sinais e sintomas da deficiecircncia
nutricional o autor apontou sua etiologia identificando um conjunto de fatores que
contribuiacuteam para a ocorrecircncia da doenccedila Demonstrando extraordinaacuterio raciociacutenio
cliacutenico associou a doenccedila a uma carecircncia nutricional especiacutefica em uma eacutepoca que
nenhuma das vitaminas havia sido descoberta (VASCONCELOS 2007)
Segundo os criteacuterios da OMS (WHOUNICEF 1994) o Brasil eacute considerado aacuterea
de prevalecircncia subcliacutenica grave para a DVA Uma revisatildeo dos trabalhos sobre a
prevalecircncia de DVA publicados no Brasil a partir da deacutecada de 60 do seacuteculo XX natildeo
constatou a xeroftalmia e a cegueira nutricional como um problema de sauacutede puacuteblica no
paiacutes No entanto cegueira noturna manchas de Bitot e xerose conjuntival foram
relatadas entre as deacutecadas de 70 e 80 na regiatildeo nordeste A revisatildeo aponta ainda
grupos populacionais onde ocorre a forma subcliacutenica da DVA incluindo capitais como
Rio de Janeiro e Recife e grandes cidades como Campinas e Ribeiratildeo Preto
(MILAGRES et al 2002 GERALDO et al 2003)
29
Prado et al (1995) encontraram 447 de prevalecircncia entre lactentes e preacute-
escolares com idade de 6 a 72 meses da zona rural do semi-aacuterido do estado da Bahia
Santos et al (1996) constataram que a DVA eacute um problema grave de sauacutede puacuteblica em
municiacutepios da mesma regiatildeo Martins et al (2004) verificaram 321 de niacuteveis de retinol
insuficientes em 607 crianccedilas entre 6 e 60 meses no ano de 1998 no estado de
Sergipe Vasconcelos e Ferreira (2007) em um grupo de 652 crianccedilas com menos de
60 meses de idade no estado de Alagoas identificaram uma prevalecircncia duas vezes
maior do que o valor estabelecido pela OMS para considerar a DVA como problema
grave de sauacutede puacuteblica
Na regiatildeo Norte os dados satildeo escassos Alencar et al (2002) estudaram uma
amostra de crianccedilas entre 2 a 5 anos no estado do Amazonas e natildeo encontraram sinais
cliacutenicos apesar de haver uma prevalecircncia de 25 de DVA subcliacutenica
Na regiatildeo Sudeste Ramalho et al (2001) registraram a prevalecircncia de 343 em
preacute-escolares de 2 a 5 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Santos et al (2005)
verificaram 29 na faixa etaacuteria de 6 a 14 anos no municiacutepio de Cruzeiro Novo Minas
Gerais No estado de Satildeo Paulo foram observadas prevalecircncias que variam de 176
em Campinas (GONCcedilALVES CARVALHO 1995) a 30 em outros sete municiacutepios
(SOUZA 1998)
Em Ribeiratildeo Preto Favaro et al (1986) estudando crianccedilas com idades entre 2
a 8 anos observaram 488 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos de retinol considerados
deficientes Neste mesmo municiacutepio mais especificamente na comunidade onde se
pretende desenvolver o presente trabalho Ferraz et al observaram prevalecircncia de
214 em lactentes (2000) e de 745 de DVA em preacute-escolares (2004) Custoacutedio et al
(2009) observaram prevalecircncia de DVA de 204 em escolares e Martins et al (2010)
em trabalho que estudou o binocircmio matildee e filho prevalecircncia de 661 de DVA
subcliacutenica em lactentes aos 3 meses
15 A deficiecircncia de vitamina A em adolescentes
30
Os adolescentes natildeo satildeo classicamente considerados como grupo de risco e
natildeo estatildeo incluiacutedos sistematicamente em estudos investigativos e nem em programas
de controle e combate agrave DVA Ross (1998) justifica a existecircncia de poucos estudos pela
diminuiccedilatildeo das taxas de mortalidade absoluta na adolescecircncia Olson (1984) natildeo
observou casos de DVA ao dosar as reservas hepaacuteticas de retinol em autoacutepsias de
adolescentes ateacute 15 anos que foram a oacutebito por diversas causas
Entretanto Bloem (1996) apontou que a DVA entre adolescentes tem
implicaccedilotildees em sauacutede puacuteblica no que se refere agrave mortalidade e anemia e interroga o
impacto sobre a morbidade e crescimento
Alguns estudos realizados na uacuteltima deacutecada tecircm apontado carecircncia de vitamina
A entre adolescentes em diferentes paiacuteses (RAMALHO et al 2004) Um estudo
transversal realizado entre meninas operaacuterias em uma faacutebrica de roupas em
Bangladesh com idades entre 12 e 19 anos (AHMED et al 1997) observou que 56
apresentavam niacuteveis de retinol seacuterico inferiores a 105 micromoll sendo que 14
apresentavam niacuteveis abaixo de 070 micromoll verificando associaccedilatildeo positiva do consumo
de vegetais verdes escuros com o ldquostatusrdquo de vitamina A
Adolescentes entre 16 a 20 anos em Valecircncia na Espanha foram investigados
acerca de sua dieta habitual com evidecircncias de que o consumo de vitamina A era
inadequado para suprir as necessidades nutricionais bem como de outros
micronutrientes A adolescecircncia foi considerada pelo estudo como sendo periacuteodo de
alto risco para carecircncia nutricional devido agraves alteraccedilotildees de estilo de vida adotadas tais
como haacutebitos alimentares fumo e consumo de aacutelcool (FARREacute et al 1999)
Neuhouser et al (2001) com base em dados do Third National Health and
Nutrition Examination Survey (NHANES III) encontraram baixos niacuteveis de retinol seacuterico
em adolescentes obesos entre 12 e 19 anos de idade quando comparados ao grupo-
controle de adolescentes sem obesidade os autores destacaram a escassez de dados
referentes a esta faixa etaacuteria
Goyle e Prakash (2009) encontraram 491 de prevalecircncia de baixos niacuteveis de
retinol em 111 meninas indianas entre 10 e 15 anos
31
No Brasil Ramalho et al (2004) estudando escolares e adolescentes na Favela
da Mareacute no Rio de Janeiro observaram baixos niacuteveis de retinol seacuterico em 1198 entre
escolares de 7 a 10 anos e de 792 em adolescentes com idade entre 10 a 17 anos
Em Ribeiratildeo Preto estudo transversal realizado com adolescentes migrantes
cortadores de cana aos doze anos de idade evidenciou consumo insuficiente de
vitamina A e de outros micronutrientes na dieta a partir de dados obtidos atraveacutes de
inqueacuterito nutricional Observou-se que a meacutedia do consumo de vitamina A e outros
micronutrientes nesta populaccedilatildeo eram equivalentes a dois terccedilos do recomendado pela
FAO (Food and Agricultural Organization) WHO (DESAI et al 1984)
Desse modo novos estudos que ajudem a definir o perfil epidemioloacutegico entre os
adolescentes certamente contribuiratildeo para a melhor compreensatildeo da DVA nesta faixa
etaacuteria
16 O diagnoacutestico da DVA
A OMS (1996) propocircs que o diagnoacutestico da DVA possa ser feito por meio de
alguns indicadores a saber
- citoloacutegicos exame da impressatildeo conjuntival
-fisioloacutegicos avaliando o comprometimento da visatildeo com prova de adaptaccedilatildeo
raacutepida ao escuro e tempo de restauraccedilatildeo da visatildeo avaliando a funccedilatildeo dos bastonetes
retinianos
- dieteacuteticos obtidos a partir de inqueacuteritos qualitativos e quantitativos
- bioquiacutemicos dosagem de retinol seacuterico e da proteiacutena ligadora do retinol (RBP)
no plasma ou na secreccedilatildeo lacrimal e os meacutetodos de resposta agrave dose RDR MRDR e o
+S30DR (OLSON 1991 WHO 1996 FERRAZ et al 2004 MATTOS et al 2007
MILAGRES et al 2007 WEFFORT et al 2009b)
A bioacutepsia hepaacutetica eacute o meacutetodo ideal de avaliaccedilatildeo dos estoques de vitamina A no
organismo poreacutem eacute eticamente impraticaacutevel a sua utilizaccedilatildeo para o diagnoacutestico tanto
na praacutetica cliacutenica quanto em populaccedilotildees
32
Uma alternativa eacute a utilizaccedilatildeo dos meacutetodos de resposta agrave dose que parte do
princiacutepio de que a proteiacutena transportadora de retinol a RBP continua sendo produzida
e acumulada no fiacutegado mesmo em situaccedilotildees de DVA
Quando administrada uma dose padratildeo de retinol o excesso de RBP
acumulado no fiacutegado eacute liberado sob a forma de holo-RBP (retinol ligado agrave RBP)
Comparando os niacuteveis seacutericos de retinol dosados antes e apoacutes a suplementaccedilatildeo com
vitamina A observa-se um aumento superior a 20 na segunda amostra de sangue de
indiviacuteduos com DVA causado pela liberaccedilatildeo na corrente sanguiacutenea do excesso de
RBP (ligado em uma proporccedilatildeo equimolar com o retinol) acumulado no fiacutegado
Os meacutetodos de resposta agrave dose portanto avaliam indiretamente as reservas
hepaacuteticas de retinol Dentre eles o RDR eacute considerado o ldquopadratildeo-ourordquo identificando
deficiecircncias marginais de vitamina A (RUSSEL 1983 FLORES et al 1984)
O exame consiste na dosagem de retinol seacuterico em jejum seguida
imediatamente pela suplementaccedilatildeo com retinol em geral na forma de palmitato Apoacutes
um periacuteodo de cinco horas realiza-se novamente a dosagem de retinol O aumento
igual ou maior do que 20 nos niacuteveis de retinol seacuterico na segunda coleta quando
comparado agrave primeira indica reservas hepaacuteticas de vitamina A diminuiacutedas (FLORES et
al 1984 FUJITA et al 2009)
Flores et al (1984) sugeriram que o RDR pudesse ser utilizado em pesquisas de
campo para diagnosticar populaccedilotildees em risco de DVA e para avaliar os resultados de
programas de erradicaccedilatildeo Estudando a prevalecircncia de DVA em 93 crianccedilas com idade
entre um ano e meio e sete anos em Recife (PE) os niacuteveis seacutericos de retinol em jejum
foram dosados antes da suplementaccedilatildeo com 200000 UI de palmitato de retinil e 30
120 e 180 dias apoacutes a administraccedilatildeo da referida suplementaccedilatildeo cuja dose eacute
recomendada pela OMS para o tratamento da DVA
Observaram um aumento significativo da meacutedia e da mediana apoacutes 30 dias da
suplementaccedilatildeo e em seguida uma reduccedilatildeo a niacuteveis proacuteximos aos valores preacute-
suplementaccedilatildeo apoacutes 120 dias e ainda menores apoacutes 180 dias
Baseado nestas observaccedilotildees o aumento nos niacuteveis de retinol acima de 20
apoacutes 30- 45 dias da suplementaccedilatildeo na dose recomendada para o tratamento da DVA
33
quando comparado aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo ocorre pela formaccedilatildeo do complexo
holo-RBP e indica positividade ao exame +S30DR (FLORES et al 1984 OMS 1995)
O estudo de Flores et al (1984) levando em conta a observaccedilatildeo de que o retinol
seacuterico declinou apoacutes 120 dias a niacuteveis proacuteximos aos da preacute-suplementaccedilatildeo propotildee
ainda que o intervalo de administraccedilatildeo da suplementaccedilatildeo de vitamina A ideal seja de
quatro meses e ao inveacutes do intervalo de seis meses habitualmente recomendado pela
OMS como intervalo entre as doses de tratamento da DVA
17 Estrateacutegias para controle da DVA
Dentre as estrateacutegias para controle da DVA incluem-se a suplementaccedilatildeo pela
fortificaccedilatildeo dos alimentos como a do accediluacutecar em El Salvador Guatemala e Honduras
(MORA et al 1998) A estrateacutegia de suplementaccedilatildeo com a vitamina A durante as
campanhas de imunizaccedilatildeo tem sido adotada em diversos paiacuteses inclusive no Brasil
(WHO 1998 BRASIL 2004)
No entanto em um ensaio cliacutenico duplo-cego realizado em Bangladesh natildeo foi
observada diferenccedila nas mortalidades materno fetal e infantil entre grupos de matildees de
13 e 45 anos de idade que receberam palmitato de retinol ou β-caroteno ou ainda
placebo do primeiro trimestre de gestaccedilatildeo ateacute a 12ordf semana poacutes-parto (WEST et al
2011)
O Banco Mundial lista esta medida como uma das intervenccedilotildees meacutedicas de
maior custo-efetividade (WORLD BANK 1994 RAMALHO 2002) Sem a
suplementaccedilatildeo populaccedilotildees de paiacuteses em desenvolvimento onde as fontes de vitamina
A satildeo predominantemente de origem vegetal natildeo satildeo capazes de manter um ldquostatusrdquo
adequado de VA (SOMMER DAVIDSON 2002 RAMAKRISHNAN DARNTON-HILL
2010)
Calcula-se que programas de intervenccedilatildeo nutricional ainda que natildeo integrados a
outros programas em sauacutede e nutriccedilatildeo possam evitar a cada ano a morte de 25
milhotildees de crianccedilas e salvar da cegueira nutricional irreversiacutevel outras 500 mil Estes
programas previnem ainda a siacutendrome de deficiecircncia imunoloacutegica nutricional em quase
34
um bilhatildeo de pessoas segundo prevalecircncia anual estimada (RAMALHO et al 2002
DE AZEVEDO PAIVA et al 2010)
35
2 Justificativa da Proposiccedilatildeo
Como jaacute citado anteriormente a DVA eacute um problema de sauacutede puacuteblica no Brasil
e no mundo Diante de seus efeitos adversos agrave sauacutede torna-se urgente reconhecer
populaccedilotildees de risco a fim de se tomar decisotildees efetivas no combate a esta carecircncia
nutricional Poucos satildeo os estudos na literatura nacional e internacional acerca da
prevalecircncia em adolescentes visto que esta faixa etaacuteria natildeo eacute classicamente
considerada grupo de risco para DVA
Estudos anteriores na comunidade onde seraacute realizado o estudo observaram
elevadas taxas de DVA entre lactentes e pueacuterperas (FERRAZ et al 2000 MARTINS et
al 2010) preacute-escolares (FERRAZ et al 2004) e escolares (CUSTOacuteDIO et al 2009)
Diante desta realidade levantou-se a hipoacutetese de serem observadas importantes
taxas de DVA entre os adolescentes Considerando que a quantidade de vitamina A
preconizada pela OMS para diagnoacutestico da DVA atraveacutes do teste +S30DR apresenta
risco potencial de teratogenicidade e diante da impossibilidade em assegurar que
participantes do sexo feminino natildeo estivessem graacutevidas no momento da coleta bem
como de que natildeo engravidariam nos cento e vinte dias seguintes agrave ingestatildeo do
palmitato de retinil optou-se por avaliar o status da vitamina A exclusivamente entre os
adolescentes do sexo masculino desta comunidade (FLORES 1984 GUILLONNEAU
JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
Desta forma foi objetivo deste trabalho conhecer a prevalecircncia de DVA entre os
adolescentes do sexo masculino e estudar a possiacutevel influecircncia de alguns fatores
cliacutenicos e soacutecio-demograacuteficos na DVA nesta populaccedilatildeo
36
3 Objetivo
31 Objetivo Geral
Estimar a prevalecircncia da DVA entre os adolescentes do sexo masculino da
comunidade atendida pelo CMSC Vila Lobato
32 Objetivos Especiacuteficos
a) Estimar a prevalecircncia da DVA entre adolescentes do sexo masculino com
idade entre 10 anos completos e 19 anos incompletos utilizando-se do
teste +S30DR (ldquoserum 30-day dose response testrdquo)
b) Avaliar o estado nutricional dos adolescentes participantes por meio de
medidas antropomeacutetricas e sua associaccedilatildeo com a DVA
c) Verificar a influecircncia de variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas sobre o
ldquostatusrdquo das reservas de vitamina A dos participantes do estudo
37
4 Casuiacutestica e Metodologia
41 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal de prevalecircncia
42 Aspectos eacuteticos
Todos os dados foram coletados apoacutes esclarecimento dos objetivos e
procedimentos do estudo aos participantes e a seus pais ou responsaacuteveis legais dos
quais foi obtido o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) apoacutes a
consentimento da participaccedilatildeo do adolescente no estudo
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa (CEP) do
Hospital das Cliacutenicas da Faculdade de Medicina de Ribeiratildeo Preto da Universidade de
Satildeo Paulo (processo HCRP nordm 67972009)
43 Local de estudo
Os dados foram colhidos entre adolescentes do sexo masculino da comunidade
atendida pelo serviccedilo de Pediatria do CMSC Vila Lobato unidade de atenccedilatildeo primaacuteria agrave
sauacutede localizada no municiacutepio de Ribeiratildeo Preto (SP) e ligada agrave Faculdade de Medicina
de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo (FMRP-USP) por um convecircnio
firmado entre o Hospital das Cliacutenicas da FMRP-USP e a Secretaria Municipal de Sauacutede
44 Determinaccedilatildeo da amostra
38
A amostra foi calculada levando-se em conta que a populaccedilatildeo total de Ribeiratildeo
Preto estimada pelo DATASUS (com base no censo do IBGE de 2000) para o ano de
2009 era de 563107 habitantes A proporccedilatildeo de adolescentes entre 10-19 anos de
idade no municiacutepio era de 82336 habitantes (1462)
Estimou-se que a populaccedilatildeo da aacuterea abrangida pelo CMSC Vila Lobato para o
ano de 2009 fosse de 17372 habitantes segundo dados fornecidos pela Secretaria
Municipal de Sauacutede Divisatildeo de Planejamento em Sauacutede Assim sendo aplicando-se o
percentual de adolescentes entre 10-19 anos da cidade de Ribeiratildeo Preto (1462) a
esta comunidade obteve-se uma populaccedilatildeo de 2562 adolescentes
O tamanho amostral foi calculado estimando uma prevalecircncia de DVA na
comunidade de 20 e em um valor de precisatildeo de 5 desta forma chegou-se ao
nuacutemero de 233 adolescentes considerando ainda que a distribuiccedilatildeo entre os sexos eacute
mais ou menos igualitaacuteria (50 de homens e 50 de mulheres) com pequenas
diferenccedilas locais a amostra calculada eacute de 117 adolescentes do sexo masculino Para
finalizar foi adicionado 20 visando compensar provaacuteveis perdas obtendo-se uma
amostra final de 140 adolescentes do sexo masculino
A caracterizaccedilatildeo social da populaccedilatildeo local foi realizada por Ferraz et al (2004)
observando que a renda per capta das famiacutelias eacute de US$ 11521mecircs (mediana US$
8600mecircs) e que 537 das matildees e 587 dos pais natildeo haviam completado o ensino
fundamental Infere-se a partir destes dados que quase a totalidade da populaccedilatildeo
objeto do estudo provavelmente frequumlenta as escolas puacuteblicas da regiatildeo e portanto a
pesquisa foi tambeacutem divulgada nestas escolas
45 Criteacuterios de inclusatildeo
A populaccedilatildeo de estudo eacute composta por adolescentes do sexo masculino (10
anos completos a 19 anos incompletos) residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila
Lobato e que natildeo se incluam nos grupos descritos no item ldquocriteacuterios de exclusatildeo rdquo deste
projeto
39
46 Criteacuterios de natildeo inclusatildeo
Adolescentes do sexo masculino portadores de doenccedilas crocircnicas que
comprometam o estado nutricional
Adolescentes do sexo feminino devido ao risco potencial de teratogenicidade
causada por doses elevadas de retinol Diante da dificuldade natildeo apenas de excluir o
diagnoacutestico de gravidez no momento em que ocorre a suplementaccedilatildeo mas tambeacutem de
garantir que natildeo ocorra concepccedilatildeo em um periacuteodo de ateacute 120 dias (periacuteodo em que os
niacuteveis de retinol retornam a valores proacuteximos agrave preacute-suplementaccedilatildeo) optou-se pela
realizaccedilatildeo da pesquisa apenas em adolescentes do sexo masculino (FLORES 1984
GUILLONNEAU JACQZ-AIGRAIN 1997 CHAGAS et al 2003)
47 Criteacuterios de exclusatildeo
Adolescentes que natildeo compareceram agrave segunda coleta de sangue foram
excluiacutedos do estudo
48 Materiais e Meacutetodos
Seleccedilatildeo dos participantes Os adolescentes do sexo masculino foram incluiacutedos agrave
medida que compareciam por demanda espontacircnea ao CMSC Vila Lobato e aceitavam
participar da pesquisa apoacutes a anuecircncia de seus pais ou responsaacuteveis legais Eram
entatildeo orientados a realizar a coleta de sangue na data aprazada A pesquisa foi
divulgada entre matriculados nas escolas estaduais da regiatildeo da aacuterea atendida pelo
CMSC Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto Todos os participantes residiam na aacuterea
geograacutefica estudada
Por meio da direccedilatildeo da Escola Estadual Professor Walter Ferreira estabeleceu-
se contato com os adolescentes da escola e com seus pais ou responsaacuteveis Durante
reuniotildees de pais e mestres em palestras aos alunos e professores e por meio de
40
contatos telefocircnicos foram explicados aos pais ou responsaacuteveis legais pelo adolescente
os objetivos do trabalho e os procedimentos a que seriam submetidos os participantes
do estudo Aqueles que concordaram com a participaccedilatildeo do menor sob sua guarda
assinaram o TCLE aprovado pelo CEP conforme especificado no item 42 deste
trabalho Duas outras escolas da regiatildeo natildeo permitiram a divulgaccedilatildeo da pesquisa entre
os alunos
Detecccedilatildeo da DVA atraveacutes do meacutetodo +S30DR O meacutetodo consiste na coleta de
uma amostra de sangue (5 ml) para dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico
imediatamente antes (T0) e outra 30-45 dias apoacutes (T1) a suplementaccedilatildeo com 200000
UI de palmitato de retinil (Arovitreg - Produtos Roche Quiacutemicos e Farmacecircuticos)
administrados por via oral As coletas foram realizadas no CMSC de Vila Lobato
Para caacutelculo do +S30DR aplica-se a foacutermula (T1-T0T1) x 100 Resultados
individuais 20 indicam baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A (WHO 1996)
Todas as coletas de amostras de sangue para a dosagem do retinol seacuterico foram
realizadas pela manhatilde apoacutes jejum miacutenimo de 6 a 8 horas Salienta-se que a dose de
palmitato de retinil utilizada para a realizaccedilatildeo do teste eacute segura conforme estabelecido
pela OMS (WHO 1996) e que efeitos colaterais satildeo muito raros (BAHL et al 2002)
Os efeitos colaterais mais comumente relatados satildeo vocircmitos e cefaleacuteia que cedem
espontaneamente ou com uso de analgeacutesicos comuns
Ferraz et al (2003) relataram que 11 (2188) dos preacute-escolares apresentaram
episoacutedios de cefaleacuteia (autolimitada cedendo espontaneamente sem deixar sequumlelas
neuroloacutegicas) referidos pelos pais ateacute 24 horas apoacutes a suplementaccedilatildeo com a vitamina
A aparentemente sem qualquer outra causa para o sintoma Os resultados dos exames
foram informados aos pais ou responsaacuteveis em retorno posterior do adolescente
agendado na unidade de sauacutede
A dosagem dos niacuteveis de retinol seacuterico foi realizada pelo meacutetodo da
cromatografia liacutequida de alta peformance (ldquohigh performance liquid chromatographyrdquo -
HPLC) que eacute preferencialmente recomendado pela OMS por apresentar melhor
sensibilidade e especificidade que outros meacutetodos como a fluorescecircncia e a
espectrofotometria A cromatografia baseia-se no princiacutepio de que as moleacuteculas
possuem pesos moleculares e cargas eleacutetricas de superfiacutecie diferentes e portanto
41
percorrem em tempos diferentes uma coluna contendo partiacuteculas eletricamente
carregadas (ARNAULD 1991 CRAFT 1996 WHO 1996 GUNDERSEN BLOMHOFF
2001 FERRAZ 2004 FUJITA et al 2009)
A teacutecnica realizada seguiu o seguinte protocolo de determinaccedilatildeo de retinol alfa-
tocoferol e beta-caroteno em amostras bioloacutegicas por HPLC2
Dados teacutecnicos
Coluna Tipo ODS (C18) de 25 cm por 46 mm
Fluxo de 10 ml por minuto
Fase moacutevel AcetonitrilaDiclorometanoMetanol (702010)
Detecccedilatildeo UVVis Retinol = 325 -tocoferol = 292 -caroteno = 450
Preparo da amostra
PLASMA Pipetar 05 ml de soro ou plasma em 1 ml de etanol absoluto e agitar
bem Pipetar em seguida 1 ml de n-hexano e agitar por 2 minutos Centrifugar por 10
minutos Retirar 05 ml do sobrenadante (n-hexano) e secar cuidadosamente sob
nitrogecircnio Ressuspender a amostra em 05 ml de fase moacutevel agitar e injetar no HPLC
Dados em micromolL
O aparelho utilizado para a anaacutelise das amostras foi um cromatoacutegrafo Shimadzu
(Japan) modelo LC9 de coluna tipo C18 (OD5) (25 cm x 046 cm) que realiza a leitura
em um comprimento de onda de 325 nm da quantidade de retinol presente na amostra
Tal quantidade eacute dada por um ldquopicordquo num cromatograma e comparado com um padratildeo
previamente jaacute conhecido O padratildeo externo de retinol utilizado nas dosagens foi o da
marca Sigma (ldquoall-trans retinolrdquo) Aleacutem da realizaccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo com padratildeo
externo foram realizados testes de reprodutibilidade e de recuperaccedilatildeo2 natildeo sendo
utilizado padratildeo interno (FERRAZ et al 2003)
As amostras de soro foram descongeladas e foram retirados 500 l para a
dosagem do retinol seacuterico pelo HPLC Para iniciar a extraccedilatildeo das vitaminas
2 Procedimento utilizado no Laboratoacuterio de Nutriccedilatildeo e Metabolismo da Faculdade de Medicina de
Ribeiratildeo Preto sob a coordenaccedilatildeo do Prof Dr Alceu Afonso Jordatildeo Juacutenior 2 No teste de reprodutibilidade a amostra a ser dosada eacute quantificada vaacuterias vezes no cromatoacutegrafo No
teste de recuperaccedilatildeo o padratildeo externo e a amostra a ser dosada satildeo quantificados juntos Em ambos os testes verifica-se se estaacute havendo grande variabilidade entre as dosagens (Arnaud et al Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography J Chromatogr Amsterdan v572 p103-116 1991)
42
lipossoluacuteveis adicionou-se 1 ml de metanol agitando-se em seguida Para continuar a
extraccedilatildeo adicionou-se tambeacutem 1 ml de N-hexano agitando a soluccedilatildeo por mais 2
minutos A amostra foi centrifugada por 10 minutos a 5000 rpm e em seguida
retiraram-se 05 ml do N-hexano (sobrenadante) onde estavam as vitaminas
lipossoluacuteveis e secou-se a mistura em vapor de nitrogecircnio
Para a leitura no HPLC dissolveu-se novamente a mistura em 05 ml da fase
moacutevel - eluente que eacute feito no proacuteprio laboratoacuterio (70 de acetonitrila 20 de
diclorometano 10 de metanol) - e injetou-se a soluccedilatildeo para a leitura pelo
cromatoacutegrafo jaacute calibrado por uma mistura ldquopadratildeordquo de retinol a um fluxo de 2 mlmin e
mediu-se a quantidade de retinol na amostra num comprimento de onda de 325 nm
sendo mostrado no cromatograma fornecido pelo aparelho como um pico naquele
comprimento de onda O tempo total da corrida na coluna utilizada no cromatoacutegrafo foi
de 7 minutos (3 minutos e 25 segundos para a ldquosaiacutedardquo do retinol)
Para se ter o resultado final do retinol seacuterico fez-se um caacutelculo atraveacutes da ldquoregra
de trecircsrdquo tomando por base a dosagem preacutevia do padratildeo usado (retinol puro) O limite
de detecccedilatildeo do meacutetodo eacute de 0016 moll (ARNAUD et al 1991)
Dosagem da PCR Para se estudar a possiacutevel interferecircncia de processos
inflamatoacuterios eou infecciosos nos resultados dos niacuteveis de retinol foram dosados os
niacuteveis seacutericos de proteiacutena C reativa (PCR) proteiacutena sintetizada pelos hepatoacutecitosusada
como um marcador bioquiacutemico de fase aguda de processos inflamatoacuterios (WINKLES
LUNEC DEVERILL FILTEAU 1993 VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ 1994b FUJITA et al
2009)
Para tanto durante a primeira coleta uma aliacutequota de 5 ml de sangue foi
destinada agrave dosagem seacuterica da PCR totalizando um volume de 10 ml colhido na
primeira coleta A dosagem foi feita pelo meacutetodo da turbidimetria (WINKLES et al
1987 LEDUE et al 1989) Avaliaccedilatildeo do estado nutricional No momento da primeira coleta de sangue as
medidas antropomeacutetricas (peso e altura) foram aferidas para o caacutelculo do indicador
estaturaidade e do iacutendice de massa corporal (IMC) e o estado nutricional foi
classificado segundo os pontos de corte propostos pela OMS (2007) e pelo SISVAN -
Ministeacuterio da Sauacutede (2008) conforme especificados nas tabelas 2 e 3
43
Tabela 2 ndash Pontos de corte de altura por idade estabelecidos para adolescentes
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixa estatura
Percentil 3 -2z score Estatura normal
ge Percentil 97 +2z score Alta estatura
Tabela 3 - Pontos de corte de IMC por idade estabelecidos para adolescentes
As medidas antropomeacutetricas dos adolescentes foram aferidas de acordo com as
normas da OMS (1995) pela pesquisadora ou por pessoal treinado do corpo de
enfermagem do CMSC Vila Lobato Utilizou-se balanccedila eletrocircnica digital da marca
Filizolareg com precisatildeo de 100 gramas e antropocircmetro vertical de madeira com precisatildeo
de 05 cm Os participantes foram pesados e medidos com roupas leves e descalccedilos
Os participantes que apresentavam febre (T axilar ge 38deg C aferida com
termocircmetro) ou diarreacuteia (trecircs ou mais episoacutedios de fezes amolecidas fezes amolecidas
com presenccedila visiacutevel de sangue agrave visatildeo desarmada independente do nuacutemero de
episoacutedios em um periacuteodo de vinte e quatro horas - BAQUI et al 1991) em um periacuteodo
de 15 dias anteriores da coleta da primeira amostra de sangue eram novamente
agendados para realizarem o exame quinze dias apoacutes a resoluccedilatildeo do quadro A
ocorrecircncia de tais eventos apoacutes a primeira coleta natildeo foi indicativo da suspensatildeo da
coleta da segunda amostra de sangue
Valores criacuteticos Diagnoacutestico Nutricional
lt Percentil 3 lt -2z score Baixo IMC para idade
ge Percentil 3 e lt Percentil 85 Escore-z -2 e lt Escore-z +1 IMC adequado ou eutroacutefico
ge Percentil 85 e lt Percentil 97 Escore-z +1 e lt Escore-z +2 Sobrepeso
ge Percentil 97 Escore-z +2 Obesidade
44
Entrevista Realizada para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo de indicadores
socioeconocircmicos e os niacuteveis de retinol A idade dos participantes foi calculada em
meses e classificada em menores de 14 anos (lt 168 meses) maiores de 14 anos (ge 168
meses) ateacute 19 anos incompletos A cor da pele foi observada e categorizada em
branca negra ou outra
Para verificar a possiacutevel associaccedilatildeo entre o niacutevel de escolaridade dos pais com
a DVA foi perguntado qual o uacuteltimo ano da seacuterie escolar cursado de forma completa e
com sucesso pela matildee pelo pai ou pelo responsaacutevel legal pelo adolescente A resposta
foi categorizada em menos de oito anos completos com sucesso ou mais de oito anos
completos com sucesso
A questatildeo referente agrave quantidade de pessoas moradoras no domiciacutelio foi
categorizada em ateacute quatro pessoas e mais de quatro pessoas Acerca da soma dos ganhos de todos os moradores do domiciacutelio incluindo a
renda proveniente de salaacuterios pensotildees alugueacuteis de bens ou imoacuteveis ldquoticketsrdquo ou
ldquobolsasrdquo fornecidas pelo governo O montante foi categorizado em ateacute trecircs salaacuterios
miacutenimos e mais de trecircs salaacuterios miacutenimos
Vide apecircndice A
49 Anaacutelise estatiacutestica dos dados
Para verificar a diferenccedila entre as meacutedias dos valores de retinol preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo foi utilizado o teste t de Student Na anaacutelise dos fatores de risco para a
DVA foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se medidas de risco
chamadas ldquoodds ratiordquo (OR) e seus intervalos de confianccedila 95 (IC 95)
O software utilizado foi o SAS 90
45
5 Resultados
O caacutelculo amostral estimava a participaccedilatildeo de 140 adolescentes A pesquisa foi
divulgada a um nuacutemero consideravelmente maior natildeo apenas entre os atendidos
regularmente no CMSC Vila Lobato mas tambeacutem entre estudantes de escolas da
regiatildeo em que estudam moradores da aacuterea habitualmente atendidos em serviccedilos
ligados a planos de sauacutede
Cem adolescentes do sexo masculino concordaram em participar da pesquisa
comparecendo agrave primeira coleta Seus pais ou responsaacuteveis autorizaram e assinaram o
TCLE
Deste total 20 natildeo compareceram no tempo aprazado para a segunda coleta e
seus dados natildeo foram incluiacutedos no estudo Da amostra prevista previa-se um
acreacutescimo de 20 (resultando 140 participantes ao final) ao nuacutemero calculado
inicialmente (117 adolescentes) A obtenccedilatildeo de 80 participantes equivale a 684 da
amostra inicial
Dos 80 adolescentes estudados 438 (3580) apresentaram teste +S30DR
indicativos de baixas reservas hepaacuteticas de VA
A meacutedia dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo foi de 130 moll
(desvio-padratildeo - DP - = 041) O valor miacutenimo preacute-suplementaccedilatildeo foi igual a 068 moll
enquanto o maacuteximo foi igual a 270 moll O valor da mediana foi de 129 moll
A meacutedia poacutes-suplementaccedilatildeo foi igual a 154 moll (DP = 041) com os valores
miacutenimo e maacuteximo poacutes-suplementaccedilatildeo de 067 moll e 273 moll respectivamente
Houve diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias preacute e poacutes-
suplementaccedilatildeo (plt001 teste ldquotrdquo de Student) O valor da mediana foi de 148 moll
Estes valores assim como os de primeiro e terceiro quartis estatildeo representados no
graacutefico 1
Em 25 dos participantes (280) os niacuteveis seacutericos de retinol foram inferiores a
070 micromolL e 30 (2480) apresentaram valores inferiores a 105 micromolL
46
Graacutefico 1 ndash Boxplot dos valores de retinol seacuterico preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo com 200000 UI de vitamina A
de adolescentes do sexo masculino atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009 -2010)
10
15
20
25
Periacuteodo
Vita
min
a A
Preacute Poacutes
47
Observa-se diferenccedila estatisticamente significante entre as meacutedias dos niacuteveis
seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154 moll respectivamente
plt001) com deslocamento do poliacutegono de frequumlecircncias dos niacuteveis seacutericos de retinol
para a direita (graacutefico 2)
Graacutefico 2ndash Poliacutegono de frequecircncias dos intervalos dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo
com 200000 UI de palmitato de retinil por via oral em adolescentes entre 10 e 19 anos atendidos no
CMSC Vila Lobato (2009-2010)
Observou-se que alguns adolescentes com niacuteveis relativamente elevados de
retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo ainda apresentavam resultados de +S30DR indicativos
de DVA
Para se verificar a melhor relaccedilatildeo sensibilidadeespecificidade para o +S30DR da
populaccedilatildeo estudada e a partir dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute-suplementaccedilatildeo
construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo) Como apenas dois
adolescentes apresentavam retinol seacuterico menor que 070 moll valor fixado pela OMS
como ponto de corte para a classificaccedilatildeo da DVA (WHO 1996 de PEE amp DARY 2002)
foi utilizado o valor de 105 moll como ldquopadratildeo-ourordquo para a definiccedilatildeo de niacuteveis
inadequados de vitamina A na construccedilatildeo da curva ROC
0
5
10
15
20
25
30
35
Nuacute
me
ro d
e a
do
lesc
en
tes
Niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo (micromolL)
niacuteveis seacutericos poacutes-suplementaccedilatildeo (micromolL)
48
Observou-se que o ponto de corte de 20 possui 79 de sensibilidade e 69
de especificidade sendo o mais adequado para a populaccedilatildeo estudada (NEWMAN et al
2007)
Em relaccedilatildeo agrave distribuiccedilatildeo das idades dos adolescentes 625 (5080) tinham
entre 10 e 14 anos e 375 (3080) tinham mais de 14 anos ateacute 19 anos incompletos
conforme exposto na Tabela 4
Tabela 4 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas dos adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato (2009-2010)
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
IDADE 14 anos 17(3400) 33(6600) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
gt 14 anos 18(6000) 12(4000) 292 114 742
346 013 921
COR Branca 17(3953) 26(6047) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Negra 8(5714) 6(4286) 204 060 692
223 065 771 Outra 10(4348) 13(5652) 118 042 328
121 043 339
ESCOLARIDADE
MAtildeE
gt 8 anos 19(4419) 24(5581) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 16(4324) 21(5676) 096 040 233
096 040 236
ESCOLARIDADE
PAI
gt 8 anos 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Ateacute 8 anos 17(4857) 18(5143) 145 057 367
153 060 393
Desconhece 3(4286) 4(5714) 115 023 588
126 040 987
Nordm PESSOAS NO DOMICIacuteLIO
Ateacute 4 15(3947) 23(6053) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Mais de 4 20(4762) 22(5238) 139 057 339
138 057 338
RENDA DA
FAMIacuteLIA
Ateacute 3 miacutenimos 24(4615) 28(5385) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref Acima de 3 11(3929) 17(6071) 076 029 192
079 031 202
ldquoodds ratiordquo ldquoodds ratiordquo ajustado pelo valor da PCR
49
Entre os participantes 534 (4380) eram brancos 145 (1780) eram negros
enquanto as categorias parda e amarela somando 287 foram reclassificadas como
outras Natildeo houve associaccedilatildeo desta variaacutevel com a DVA
Observou-se quanto agrave escolaridade dos pais dos adolescentes que 537
(4380) das matildees tinham mais de oito anos de estudos completados com sucesso e
462 (3780) tinham ateacute oito anos de escolaridade Quanto aos pais 475 (3880)
tinham mais de oito anos de estudo e 437 (3580) ateacute oito anos de estudo
completos trecircs participantes (37) natildeo sabiam informar a escolaridade paterna
(Tabela 4)
Em relaccedilatildeo ao nuacutemero de pessoas vivendo em um mesmo domiciacutelio viviam em
residecircncias com ateacute quatro pessoas 475 (3880) dos adolescentes os demais
525 (4280) viviam em domiciacutelios com mais de quatro pessoas (Tabela 4)
A renda familiar de 650 (5280) dos adolescentes era inferior a trecircs salaacuterios
miacutenimos e de 350 (2880) superior a trecircs salaacuterios miacutenimos mensais (Tabela 4)
A proteiacutena C reativa foi positiva em 5 (480) dos adolescentes com DVA e em
37 daqueles sem DVA Foi negativa em 387 (3180) dos participantes com DVA e
em 525 daqueles sem DVA
Um dos participantes (125) com DVA referiu ter apresentado diarreacuteia segundo
os criteacuterios definidos neste trabalho dentro do periacuteodo de 15 dias que antecederam a
coleta natildeo apresentando poreacutem o quadro durante o exame (Tabela 5)
Natildeo houve relato de febre segundo a definiccedilatildeo de criteacuterios deste estudo pelos
adolescentes (Tabela 5)
A classificaccedilatildeo do estado nutricional mostrou que 65 (5280) dos adolescentes
eram eutroacuteficos 175 (1480) apresentavam sobrepeso e 175 (1480) eram obesos
(Tabela 5)
Em relaccedilatildeo aos dados antropomeacutetricos 900 (7280) dos adolescentes
apresentavam altura normal para idade enquanto 75 (680) apresentavam alta
estatura e 25 (280) baixa estatura (Tabela 5)
50
Tabela 5 ndash Variaacuteveis cliacutenicas e sua associaccedilatildeo com a deficiecircncia de vitamina A em adolescentes atendidos no CMSC de Vila Lobato
Odds Odds ratio ajustado pelo valor da PCR
Um dos participantes apresentou trecircs episoacutedios de vocircmitos nas 24 horas
seguintes agrave suplementaccedilatildeo com vitamina A Tratou-se de quadro autolimitado sem
outras causas aparentes que cedeu espontaneamente natildeo sendo relatado novamente
em consultas subsequumlentes Durante o periacuteodo o adolescente fez uso de sais de
reidrataccedilatildeo oral
Para verificar se as variaacuteveis estudadas seriam fatores de risco para DVA nesta
populaccedilatildeo foi aplicada a metodologia de regressatildeo logiacutestica obtendo-se o ldquoodds ratiordquo
Deficiecircncia Vit A
IC 95
IC 95
Sim Natildeo OR1 LI LS OR2 LI LS
PCR lt 05 31(4247) 42(5753) Ref Ref Ref
gt= 05 4(5714) 3(4286) 180 037 866
DIARREacuteIA
Sim 1(3333) 2(6667) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 34(4416) 43(5584) 158 014 1818
190 015 2359
FEBRE
Sim 0(000) 0(000) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Natildeo 35(4375) 45(5625)
Z-SCORE IMC
Eutrofia 23(4423) 29(5577) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Sobrepeso 7(5000) 7(5000) 126 039 411
109 031 384
Obesidade 3(3000) 7(7000) 054 013 232
052 012 226
Desnutriccedilatildeo 2(5000) 2(5000) 126 017 965
129 017 988
Z-SCORE ALT
Estatura normal 30(4167) 42(5833) Ref Ref Ref
Ref Ref Ref
Baixa estatura 1(5000) 1(5000) 140 008 2328
147 009 2447
Alta estatura 4(6667) 2(3333) 280 048 1628
270 046 1584
51
(OR) e seus respectivos intervalos de confianccedila com 95 de confiabilidade (IC 95)
Os resultados satildeo apresentados nas tabelas 4 e 5
Cada variaacutevel foi ajustada pela PCR por ser esta variaacutevel capaz de influenciar a
relaccedilatildeo entre as demais e os niacuteveis da vitamina A tentando-se assim controlar o seu
efeito de possiacutevel variaacutevel de confusatildeo
Nenhuma das variaacuteveis analisadas se mostrou associada agrave DVA Ter mais de 14
anos mostrou associaccedilatildeo agrave maior chance de apresentar DVA poreacutem esta associaccedilatildeo
natildeo se manteve apoacutes o ajuste pela PCR (Tabela 4)
52
6 Discussatildeo
O objetivo deste estudo foi verificar a prevalecircncia de DVA utilizando o exame
+S30DR em adolescentes do sexo masculino com idades entre 10 anos completos e 19
anos incompletos atendidos em uma Unidade Baacutesica de Sauacutede
Sabe-se que a DVA eacute um importante problema de sauacutede puacuteblica nos paiacuteses em
desenvolvimento contribuindo para o aumento da mortalidade e da morbidade
principalmente por doenccedilas infecto-contagiosas como sarampo e diarreacuteia Niacuteveis
seacutericos reduzidos de vitamina A associam-se tambeacutem ao retardo do crescimento
queratinizaccedilatildeo de epiteacutelios e comprometimento do sistema imune (WHO 1996
SOMMER WEST 1996 WEST JR 2002 BLACK 2003 FERRAZ et al 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2009 DE AZEVEDO PAIVA 2010)
Os adolescentes natildeo satildeo considerados como uma populaccedilatildeo de risco para DVA
e poucos trabalhos na literatura estudam esta faixa etaacuteria Alguns trabalhos
demonstram que os niacuteveis seacutericos de retinol satildeo maiores quanto maior a idade da
crianccedila Poreacutem sabe-se que durante a adolescecircncia haacute um aumento das necessidades
metaboacutelicas devido ao crescimento intenso ao desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundaacuterios e da capacidade reprodutiva fenocircmenos que aumentam o consumo de
vitamina A em consequumlecircncia agrave variaccedilatildeo hormonal tambeacutem haacute aumento da demanda
de vitamina A no sexo feminino durante o ciclo menstrual (LEWIS et al 1990 BRABIN
BRABIN 1992 ZEFERINO et al 2003)
A dosagem seacuterica de retinol eacute o meacutetodo recomendado pela OMS e o mais
utilizado em pesquisas para o diagnoacutestico de DVA em populaccedilotildees Entretanto os niacuteveis
seacutericos de retinol sofrem influecircncia da quantidade de proteiacutena presente na dieta e do
mecanismo pelo qual a vitamina A eacute ldquorecicladardquo pelo organismo durante o seu
metabolismo Por se tratar de um nutriente de depoacutesito se manteacutem em niacuteveis normais
mesmo em quadros iniciais de depleccedilatildeo
Sabe-se que a dosagem seacuterica de retinol apresenta boa correlaccedilatildeo com as
reservas do organismo quando os resultados satildeo inferiores a 070 micromolL ou superiores
53
a 105 micromolL poreacutem tem valor limitado em diagnosticar a DVA em valores
intermediaacuterios (UNDERWOOD 1980 KELLEHER amp LOumlNNERDAL 2001)
Visando contornar as limitaccedilotildees da dosagem isolada do retinol foram
desenvolvidos os meacutetodos de resposta dos niacuteveis seacutericos apoacutes a administraccedilatildeo de uma
dose padratildeo de vitamina A Estes meacutetodos conhecidos como ldquomeacutetodos de resposta agrave
doserdquo estimam indiretamente as reservas hepaacuteticas de vitamina A Baseiam-se no
princiacutepio de que a proteiacutena RBP transportadora da vitamina A continua a ser produzida
no fiacutegado mesmo durante estados carenciais
Diante da administraccedilatildeo de vitamina A seja medicamentosa ou pela dieta o
excesso de RBP eacute liberado na corrente sanguiacutenea ligado ao retinol em concentraccedilotildees
equimolares promovendo um aumento dos niacuteveis poacutes-suplementaccedilatildeo quando
comparados aos niacuteveis preacute-suplementaccedilatildeo (AMEacuteDEacuteE-MANESME et al 1984 FLORES
et al 1984 AMEacuteDEacuteE-MANESME et al1987)
Na comunidade em que foi realizado o presente estudo foi demonstrada
anteriormente a prevalecircncia de DVA em outras faixas etaacuterias (FERRAZ et al 2000
FERRAZ et al 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al 2010)
Dos cem participantes que realizaram a primeira coleta vinte natildeo compareceram
agrave segunda coleta Utilizando o meacutetodo +S30DR encontrou-se 4375 (3580) de
prevalecircncia de DVA entre adolescentes do sexo masculino Observou-se ainda que
alguns participantes mesmo com valores relativamente elevados de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo apresentavam resultados de +S30DR indicativos de DVA
Dos 80 participantes do estudo 56 (70) tiveram valores de retinol seacuterico preacute-
suplementaccedilatildeo acima de 105 micromolL Dentre eles 17 (303) apresentaram o teste
+S30DR positivo demonstrando que apesar do niacutevel seacuterico ser considerado adequado
eles ainda poderiam apresentar baixas reservas hepaacuteticas de vitamina A
Observando-se que alguns adolescentes com niacuteveis de retinol seacutericos normais
ainda apresentavam testes +S30DR compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas de
DVA levantou-se a hipoacutetese de que a utilizaccedilatildeo do ponto de corte de 20 proposto por
Flores et al (1984) poderia natildeo ser o mais adequado para adolescentes considerando
ainda que o +S30DR foi elaborado originalmente para a detecccedilatildeo de DVA em preacute-
escolares (FLORES et al 1984 WHO 1996)
54
Desta forma construiu-se uma curva ROC (ldquoreceiver operating characteristicrdquo)
para tentar estabelecer um novo ponto de corte que representasse a melhor relaccedilatildeo
sensibilidadeespecificidade para o +S30DR nesta faixa etaacuteria
Para a construccedilatildeo da curva ROC definiu-se como DVA aqueles participantes
que possuiacutessem niacuteveis seacutericos de retinol inferiores a 105 micromoll visto que vaacuterios
autores defendem este valor como o mais apropriado para considerar como adequados
os niacuteveis de vitamina A em populaccedilotildees com bom estado nutricional (SOMMER
DAVIDSON 2002)
No entanto apoacutes a construccedilatildeo da curva ROC observou-se que o ponto de corte
de 20 manteve-se como o que apresentava melhor relaccedilatildeo entre especificidade e
sensibilidade para a populaccedilatildeo estudada Tal resultado foi diferente do encontrado por
Ferraz et al (2004) em estudo que verificou a prevalecircncia de DVA utilizando o +S30DR
em preacute-escolares tambeacutem residentes na aacuterea atendida pelo CMSC Vila Lobato
Construindo a curva ROC o estudo de Ferraz et al (2004) mostrou que o valor de 45
seria o ponto de corte mais adequado para a populaccedilatildeo estudada
Por apresentar uma boa sensibilidade e utilizar uma dose de vitamina A que
possibilita a correccedilatildeo de uma forma segura dos niacuteveis seacutericos de retinol em indiviacuteduos
deficientes conforme observado pelo desvio do poliacutegono de frequumlecircncias (graacutefico 2) e
natildeo se observando niacuteveis considerados toacutexicos acredita-se que o +S30DR seja um
teste uacutetil para a detecccedilatildeo da DVA em adolescentes Entretanto reconhece-se a
necessidade de mais estudos para corroborem esta hipoacutetese
Verificou-se que 25 (280) dos adolescentes apresentaram niacuteveis de retinol
seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo le 070 moll enquanto 125 (180) tiveram valores abaixo
deste ponto de corte apoacutes a suplementaccedilatildeo
Considerando como ponto de corte o valor de 105 moll observa-se 30
(2480) de prevalecircncia de DVA na dosagem preacute-suplementaccedilatildeo e 875 (780) apoacutes a
suplementaccedilatildeo Tal achado mostra que a suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de
palmitato de retinol contribuiu de forma positiva para a mudanccedila do ldquostatusrdquo de vitamina
A da populaccedilatildeo estudada Verifica-se que houve diferenccedila estatisticamente significante
entre estas duas prevalecircncias (p-valor lt001 teste binomial para comparaccedilatildeo de duas
proporccedilotildees)
55
A prevalecircncia de DVA obtida atraveacutes do teste +S30DR possui valor mais proacuteximo
agrave verificada pela dosagem de retinol utilizando como ponto de corte 105 micromoll (30)
do que agravequela observada com o ponto de corte de 070 micromoll (25) tal achado
tambeacutem foi observado por Ferraz et al (2004) trabalhando na mesma comunidade com
preacute-escolares
No presente estudo observou-se diferenccedila estatisticamente significante entre as
meacutedias dos niacuteveis seacutericos de retinol preacute e poacutes-suplementaccedilatildeo (130 moll e 154
moll respectivamente plt001) mostrando-se mais uma a contribuiccedilatildeo da
suplementaccedilatildeo oral com 200000 UI de palmitato de retinol modificando o ldquostatusrdquo de
vitamina A da populaccedilatildeo estudada
Ahmed et al (2005) estudando adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16
anos de idade em Bangladesh verificaram uma meacutedia de niacuteveis de retinol seacuterico iguais
aos encontrados na preacute-suplemetaccedilatildeo do presente estudo (130 moll)
Viacutetolo et al (2004) em trabalho realizado com estudantes da rede privada de
ensino do municiacutepio de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram meacutedias
de 140 micromolL para meninos e 138 micromolL para meninas estes valores estatildeo muito
proacuteximos aos verificados pelo NHANES III no qual os valores meacutedios de retinol seacuterico
verificados para crianccedilas de 9 a 13 anos de idade do sexo masculino e feminino foram
respectivamente 143 micromolL e140 micromolL
Em estudo brasileiro Ramalho et al (2004) encontraram uma meacutedia de 166
micromolL em estudantes com idades entre 7 e 17 anos na Favela da Mareacute no Rio de
Janeiro Meacutedias mais elevadas foram observadas em estudo americano conduzido por
Neuhouser et al (2001) que encontraram valores de 157 micromolL entre meninos e 150
micromolL entre meninas em uma populaccedilatildeo de 285 adolescentes entre 12 e 17 anos de
idade Por outro lado Seal et al (2007) estudando adolescentes de um campo de
refugiados em Zacircmbia observaram uma meacutedia de retinol seacuterico de 073 micromolL
Apesar da elevada prevalecircncia de DVA detectada pelo +S30DR observa-se que
a meacutedia de retinol seacuterico antes da suplementaccedilatildeo estaacute dentro da faixa da normalidade e
muito proacutexima a de outros trabalhos citados com o exceccedilatildeo ao estudo de SEAL et al
(2007)
56
Considerando os valores de retinol seacuterico preacute-suplementaccedilatildeo observamos que
25 (280) dos adolescentes estudados apresentaram niacuteveis le070 micromoll e 30
(2480) le105 micromoll Os niacuteveis seacutericos preacute-suplementaccedilatildeo de 30 (2480) dos
adolescentes com valores le 105 micromoll eacute prevalecircncia superior agraves relatadas na maioria
dos trabalhos da literatura para esta faixa etaacuteria
Ahmed et al (1997) encontraram 14 e 56 de prevalecircncia de niacuteveis seacutericos
deficientes para os referidos pontos de corte em adolescentes com idades entre 12 e 19
anos trabalhadoras de uma faacutebrica em Bangladesh Ahmed et al (2006) estudando
adolescentes do sexo masculino com idades entre 11 e 16 anos de dez escolas em
Bangladesh observaram prevalecircncias de DVA de 15 e 22 considerando os pontos
de corte de 070 micromoll e 105 micromolL respectivamente
Na Iacutendia Goyle e Parash (2009) verificaram 491 de niacuteveis seacutericos de retinol
le070 micromolL entre meninas de 10 a 15 anos de idade Seal et al (2009) estudando o
impacto da fortificaccedilatildeo de farinha de milho com vitamina A e outros micronutrientes em
uma populaccedilatildeo de 207 adolescentes de ambos os sexos com idades entre 10 e 19
anos de um campo de refugiados em Zacircmbia observaram prevalecircncias de niacuteveis
seacutericos de retinol le070 micromolL de 464 e 203 antes e apoacutes a intervenccedilatildeo
respectivamente Na Costa Rica por sua vez Monge-Rojas et al (2006) encontraram
10 de prevalecircncia de DVA entre adolescentes indiacutegenas entre 10 e 16 anos de ambos
os sexos
No Brasil utilizando-se da dosagem capilar de retinol pelo HPLC teacutecnica
conhecida como DBS (Dried Blood Spots ndash ldquogota secardquo) verificou-se a prevalecircncia de
112 de niacuteveis seacutericos de retinol seacuterico inferiores a 070 micromoll entre participantes do
sexo feminino das cinco macrorregiotildees do Brasil com idades de 15 a 19 anos (PNDS
2006)
Por sua vez Viacutetolo et al (2007) em uma populaccedilatildeo de estudantes da rede
privada de ensino na cidade de Satildeo Paulo com idade entre 10 e 19 anos observaram
prevalecircncias de 10 e 30 considerando como pontos de corte os valores de 070
micromolL e 105 micromolL respectivamente Em outro estudo brasileiro Ramalho et al
(2004) verificaram prevalecircncia de 792 de niacuteveis seacutericos de retinol le105 micromoll entre
57
adolescentes com 10 a 17 anos de idade de ambos os sexos em uma comunidade de
baixa renda no municiacutepio do Rio de Janeiro
O presente estudo observou uma prevalecircncia de DVA mais elevada entre
adolescentes que a maioria dos trabalhos citados pela literatura A maior sensibilidade
do teste (+S30DR) utilizado em nosso estudo poderia explicar tal observaccedilatildeo
Sabe-se que durante a adolescecircncia ocorrem mudanccedilas no padratildeo alimentar
com aquisiccedilatildeo de novos valores e pela influecircncia da famiacutelia da miacutedia e dos grupos
sociais a que pertence o indiviacuteduo (FARREacute et al 1999 RAMALHO et al 2004)
Sugere-se a realizaccedilatildeo de novos estudos que envolvam inqueacuteritos alimentares que
apontem as causas da elevada prevalecircncia encontrada no trabalho ora realizado
Observou-se tambeacutem que 30 (2480) dos participantes estavam com excesso
de peso e entre estes quase a metade (417 1024) apresentavam testes +S30DR
compatiacuteveis com baixas reservas hepaacuteticas Por outro lado dos 5 (480) com o IMC
abaixo do percentil 5 metade apresentava DVA pelo +S30DR
Verifica-se uma baixa prevalecircncia de desnutriccedilatildeo (5) e elevada prevalecircncia de
adolescentes com excesso de peso (30) nesta comunidade Haacutebitos alimentares
inadequados ndash inclusive no que se refere ao baixo consumo de alimentos ricos em
vitamina A e seus precursores - poderiam ajudar a explicar tais resultados
No estudo de Viacutetolo et al (2004) os autores encontraram prevalecircncias muito
semelhantes quanto ao estado nutricional natildeo sendo observada tambeacutem associaccedilatildeo
entre o estado nutricional e DVA
Mesmo em meio a populaccedilotildees consideradas bem nutridas carecircncias de
micronutrientes podem estar presentes devido ao consumo de alimentos com baixo teor
destes elementos Estes padrotildees de consumo alimentar poderiam explicar tais achados
entre adolescentes e em outras faixas etaacuterias nas quais forma observadas a existecircncia
de DVA subcliacutenica em populaccedilotildees com status nutricional adequado (DONNEN et al
1996 CASTEJOacuteN et al 2001)
Na comunidade onde se realizou o presente estudo FERRAZ et al (2004)
tambeacutem natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e o estado nutricional em preacute-
escolares da mesma forma que CUSTOacuteDIO et al (2009) em outro estudo no mesmo
58
local estudando escolares em ambos os casos os autores observaram elevadas
prevalecircncias de DVA apesar de baixa taxa de desnutriccedilatildeo
Neuhouser et al (2002) natildeo observaram associaccedilatildeo entre a obesidade e a DVA
em adolescentes americanos Jaacute Herberth et al (2001) relataram uma correlaccedilatildeo
positiva entre aumento de massa corporal e niacuteveis de vitamina A na populaccedilatildeo de 509
adolescentes franceses entre 10 a 15 anos de idade dos quais 263 eram do sexo
masculino e 246 do sexo feminino
Resultados semelhantes foram observados por Hu et al (2001) Estudando 143
adolescentes entre quinze e dezenove anos de idade na China verificaram correlaccedilatildeo
positiva entre vitamina A e o peso e tambeacutem entre a referida vitamina e o iacutendice de
massa corporal Por outro lado o NHANES III constatou niacuteveis menores de vitamina A
e outros micronutrientes entre os indiviacuteduos obesos
Buscando avaliar a possiacutevel interferecircncia dos processos inflamatoacuterios e
infecciosos nos resultados do +S30DR e consequentemente na prevalecircncia de DVA
utilizou-se em no presente estudo um marcador bioquiacutemico (PCR) e dois ldquomarcadoresrdquo
bioloacutegicos (febre e diarreacuteia)
Sabe-se que a presenccedila de niacuteveis elevados de reagentes de fase aguda mesmo
diante da ausecircncia de sinais cliacutenicos sugestivos de processos inflamatoacuterios pode
interferir nos niacuteveis seacutericos de retinol promovendo sua reduccedilatildeo (FILTEAU et al 1993
FILTEAU et al 1995 NCUBE et al 2001)
Na literatura alguns estudos natildeo observaram associaccedilatildeo entre DVA e estados
ligados aos processos inflamatoacuterios em especial agraves doenccedilas infecto-parasitaacuterias
(BLOEM et al 1990 CABALLERO et al 1996 STEPHENS JACKSON GUTIERREZ
1996) Outros estudos tambeacutem natildeo encontraram associaccedilatildeo entre DVA e inflamaccedilatildeo
eou infecccedilatildeo (FERRAZ et al 2000 2004 CUSTOacuteDIO et al 2009 MARTINS et al
2010)
As baixas taxas de episoacutedios febris diarreacuteicos e de niacuteveis de PCR alterados
podem explicar o fato destes processos natildeo haverem interferido nos resultados do
+S30DR aleacutem disso o tamanho amostral relativamente pequeno tambeacutem pode natildeo ter
permitido a observaccedilatildeo da interferecircncia dos processos inflamatoacuterios infecciosos na
prevalecircncia de DVA
59
A princiacutepio adolescentes com gt 14 anos de idade apresentaram um maior risco
para a DVA (OR 292 IC= 114 - 742) poreacutem numa segunda anaacutelise ajustada pelo
valor da PCR esta variaacutevel natildeo mais se mostrou como associada agrave DVA (OR 346 IC=
013 ndash 941)
A idade dos participantes tambeacutem natildeo se mostrou associada agrave DVA nos
trabalhos de Viacutetolo et al (2004) e Ramalho et al (2004) neste uacuteltimo estudo os autores
observaram aumento de 13 nos niacuteveis seacutericos de retinol em adolescentes com idade
entre 15 e 17 anos quando comparados aos de 10 a 17 anos poreacutem este resultado natildeo
foi estatisticamente significante A ausecircncia de grandes variaccedilotildees entre as dietas
consumidas nas mais diversas faixas etaacuterias poderia explicar tais observaccedilotildees
Por outro lado no estudo de Herberth et al (2001) os niacuteveis de retinol se
elevaram com o aumento da idade e da maturaccedilatildeo em adolescentes de ambos os
sexos Mais uma vez inqueacuteritos alimentares ajudariam a responder esta questatildeo
O niacutevel de escolaridade dos pais nuacutemero de moradores no domiciacutelio e renda
familiar natildeo se apresentaram como fatores de risco para a DVA entre os adolescentes
de nosso estudo Achados semelhantes foram observados em estudos anteriores
realizados na comunidade atendida pelo CMSC de Vila Lobato (FERRAZ 2000 2004
CUSTOacuteDIO 2009 MARTINS 2010)
Uma grande proporccedilatildeo dos participantes do estudo provinham de famiacutelias de
baixa escolaridade e tambeacutem de baixa renda 4625 (3780) de matildees e 4375
(3580) de pais possuiacuteam menos de oito anos de estudo completos 65 (5280) das
famiacutelias declararam renda mensal de ateacute trecircs salaacuterios miacutenimos e 525 (4280)
residirem em casas com 4 ou mais pessoas
A ausecircncia de grandes diferenccedilas sociais pode ajudar a explicar a observaccedilatildeo
de natildeo haver sido encontradas associaccedilotildees entre as variaacuteveis demograacuteficas e a DVA
Mais uma vez o tamanho amostral deste estudo tambeacutem pode natildeo ter permitido a
observaccedilatildeo desta associaccedilatildeo
A elevada prevalecircncia de DVA nesta populaccedilatildeo sugere a realizaccedilatildeo de novos
estudos que possam comprovar ser pertinente a inclusatildeo de adolescentes em
programas de prevenccedilatildeo e erradicaccedilatildeo desta carecircncia nutricional
60
61 Consideraccedilotildees finais
Diante dos resultados do estudo torna-se imperativo sugerir e abordar
brevemente medidas de combate e prevenccedilatildeo agrave DVA em especial na populaccedilatildeo
estudada Conforme visto anteriormente eacute consenso entre vaacuterios autores que as
estrateacutegias de controle e erradicaccedilatildeo da DVA envolve medidas a curto meacutedio e longo
prazos (RAMALINGASWAMI 1992 KENNEDY amp ONIANG‟O 1993 UNDERWOOD
1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
As medidas a curto prazo envolvem accedilotildees emergenciais como a suplementaccedilatildeo
sistemaacutetica universal e perioacutedica das populaccedilotildees identificadas como de risco para DVA
(WORLD HEALTH ORGANIZATION 1997) A suplementaccedilatildeo eacute de faacutecil aplicabilidade
baixo custo efeitos adversos miacutenimos e eficaacutecia comprovada na reduccedilatildeo da
morbimortalidade infantil (FAWZI et al 1993 GLASZIOU amp MACKERRAS 1993
BEATON et al 1994 LOEVINSOHN et al 1997 SOMMER 1997 WORLD HEALTH
ORGANIZATION 1997 RAMAKRISHNAN MARTORELL1998 FAWZI et al 1999
SHANKAR et al 1999)
A suplementaccedilatildeo deve ser feita enquanto outras medidas de impacto a meacutedio e
longo prazos estiverem sendo implementadas Pode ser administrada em retornos de
rotina durante as campanhas de vacinaccedilatildeo e no periacuteodo poacutes-parto imediato
(DOMMARCO 1998 ROBLES-SARDIN et al 1998 UNDERWOOD 1998 WORLD
HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-
LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP 1998 CHING et al 2000
GOODMAN et al 2000 LOEVINSOHN et al 2002 ROSS 2002)
Como exemplo de medidas com impacto a longo prazo sugere-se a realizaccedilatildeo
de campanhas educacionais visando estimular a ingestatildeo de alimentos ricos em
vitamina A que poderiam ser realizadas em escolas da comunidade (em reuniotildees de
pais e mestres) e no proacuteprio posto de sauacutede (por exemplo enquanto os responsaacuteveis
pelas crianccedilas aguardam o atendimento)
Tais campanhas poderiam se estender a todas as faixas etaacuterias visto que o
indiviacuteduo com DVA apenas reflete os padrotildees alimentares adotados em seu domiciacutelio
(KATZ et al 1993 SHANKAR et al 1996 FARREacute et al 1999) contemplando inclusive
61
assuntos como o incentivo ao aleitamento materno e outras orientaccedilotildees nutricionais
(LESHER et al 1945 GEBRE-MEDHIN et al 1976 TARWOTJO et al 1982
STANTON et al 1986 DE SOLE et al 1987 MAHALANABIS 1991 NEWMAN 1994
BLOEM et al 1995 KHATRY et al 1995 CABALLERO et al 1996 PACHECO-
SANTOS et al 1996 SCHAUMBERG et al 1996 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996
WORLD HEALTH ORGANIZATION 1996 FERRAZ et al 2000)
Outra forma de combate agrave DVA eacute a fortificaccedilatildeo de alimentos de uso diaacuterio com a
vitamina A (DARY amp MORA 2002) conforme preconizado pela legislaccedilatildeo
bromatoloacutegica brasileira (WEFFORT 2009) que prevecirc o a adiccedilatildeo de vitamina A em
oacuteleos vegetais aleacutem de experiecircncias bem sucedidas tambeacutem em outros paiacuteses Como
exemplo tem-se a Guatemala (ARROYAVE et al 1981 MEJIacuteA amp ARROYAVE 1982)
com a fortificaccedilatildeo do accediluacutecar a Indoneacutesia (MUHILAL et aL 1988A MUHILAL et al
1988b) e Filipinas (SOLON et al 1979) do glutamato monossoacutedico no Zacircmbia (SEAL
et al 2007) com o uso de farinha de milho observando-se que os iacutendices de DVA
reduziram-se nesses paiacuteses
A fortificaccedilatildeo eacute tecnicamente possiacutevel sendo uma das mais efetivas e eficientes
medidas de combate agrave DVA com baixa relaccedilatildeo custo-benefiacutecio No entanto a
viabilidade desta medida estaacute condicionada agrave comprovaccedilatildeo de que grande parte da
populaccedilatildeo - aleacutem da comunidade estudada - esteja realmente em situaccedilatildeo de risco
para DVA
O controle de doenccedilas infecciosas por accedilotildees preventivas como a vacinaccedilatildeo
tambeacutem eacute uma importante medida pois sabe-se que o consumo de vitamina A aumenta
durante episoacutedios infecciosos (SOMMER 1990 UNDERWOOD amp ARTHUR 1996)
O seguimento regular de puericultura tambeacutem se constitui em outra plano de
combate agrave DVA em crianccedilas obtendo-se dessa forma vigilacircncia mais estreita sobre o
estado nutricional e vacinal de crianccedilas e adolescentes
Outra medida de impacto a meacutedio e a longo prazo no combate agrave DVA seria a
inclusatildeo do problema da DVA nos cursos de treinamento de profissionais de sauacutede do
posto de sauacutede que serve agrave comunidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1999)
Caso se comprove que a magnitude do problema da DVA seja de importacircncia regional
62
tal medida pode se estender a outros postos de sauacutede e o assunto poderia ser incluiacutedo
nos curriacuteculos das escolas meacutedicas e de enfermagem
A DVA ocorre mais frequentemente em paiacuteses subdesenvolvidos fruto da
pobreza que gera maacutes condiccedilotildees de vida e desinformaccedilatildeo Assim a melhoria das
condiccedilotildees de vida moradia e salaacuterio tambeacutem satildeo medidas eficazes de combate agrave DVA
as quais podem ser alcanccediladas com a participaccedilatildeo natildeo apenas dos profissionais de
sauacutede mas de toda a sociedade
63
7 Conclusatildeo
a) A prevalecircncia de DVA ndash obtida atraveacutes do teste +S30DR (ldquoserum 30-day
dose response testrdquo) - entre adolescentes do sexo masculino com idade
entre 10 anos completos e 19 anos incompletos foi de 438
b) Natildeo houve associaccedilatildeo entre a DVA e o estado nutricional dos
adolescentes participantes
c) As variaacuteveis sociodemograacuteficas e cliacutenicas avaliadas natildeo foram associadas
agrave DVA
64
8 Referecircncias Bibliograacuteficas 3
AHMED F HASAN N KABIR Y Vitamin A deficiency among adolescent female garment factory workers in Bangladesh European Journal of Clinical Nutrition v51 p698ndash702 1997
AHMED F Vitamin A deficiency in Bangladesh a review and recommendations for improvement Public Health Nutrition v2 n1 p 1-14 1999
AHMED F RAHMAN A NOOR A N AKTHARUZZAMAN M HUGHES R Anaemia and vitamin A status among adolescent schoolboys in Dhaka city Bangladesh Public Health Nutrition v9 n3 p 345-50 2006
ALENCAR F H CASTRO J S YUYAMA L K O MARINHO H A NAGAHAMA D Diagnoacutestico da realidade nutricional no estado do Amazonas Brasil I ndash
Hipovitaminose A Acta Amazonica v 32 p 613-23 2002
ARNAUD J FORTIS I BLACHIER S KIA D FAVIER A Simultaneous
determination of retinol -tocopherol and -carotene in serum by isocratic high-performance liquid chromatography Journal of Chromatography Amsterdan v572 p103-26 1991
ARROYAVE G MEJIacuteA LA AGUILAR JR The effect of vitamin A fortification of sugar on the serum vitamin A levels of preschool Guatemalan children a longitudinal evaluation American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v34 p41-9 1981
BAHL R BHANDARI N KANT S MOslashLBAK K OslashSTERGAARD E BHAN M K Effect of vitamin A administered at Expanded Program on Immunization contacts on
3 De acordo com a Associaccedilatildeo Brasileira de Normas e Teacutecnicas NBR 6023
65
antibody response to oral polio vaccine European Journal of Clinical Nutrition London v56 p321-5 2002 BALLEW C BOWMAN BA SOWELL AL GILLESPIE C Serum retinol distributions in residents of the United States third National Health and Nutrition Examination Survey 1988-1994 American Journal of Clinical Nutrition v73 p586-93 2001 BEATON G H MARTOREL R ARONSON K A EDMONSTON B McCABE G ROSS C Vitamin A supplementation and child morbidity and mortality in developing countries Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana v117 n6 p 506-17 1994
BELLO S MEREMIKWU M M EJEMOT-NWADIARO R I ODUWOLE O Routine vitamin A supplementation for the prevention of blindness due to measles infection in children Cochrane Database System Review v 4 CD007719 2011
BLACK M M Micronutrient deficiencies and cognitive functioning Journal of Nutrition v 133 n 11 p S3927-31 2003 Supplement 2
BLOEM MW HYE A WIJNROKS M RALTE A WEST JR KP SOMMER A The role of universal distribuition of vitamin A capsules in combatting vitamin A deficiency in Bangladesh American Journal of Epidemiology Cary v142 n8 p843-55 1995 BLOEM M W de PEE S DARNTON-HILL I New issues in developing effective approaches for the prevention and control of vitamin A deficiency Special Issue based on the Regional Conference on Food Fortification Science Technology and Policy held in Manila Philippines 3ndash5 December p137-48 1996
BRABIN L BRABIN B The cost successful adolescent growth and development in girls in relation to iron and vitamin A status The American Journal of Clinical Nutrition v 55 (5) p955-8 1992
66
BRASIL MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Pesquisa Nacional de Democracia e Sauacutede da Crianccedila e da Mulher ndash PNDS 2006 dimensotildees do processo reprodutivo e da sauacutede da crianccedila Ministeacuterio da Sauacutede Centro Brasileiro de Anaacutelise e Planejamento ndash Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2009 CABALLERO E RIVERA G NELSON DP Encuesta nacional sobre la vitamina A en Panamaacute Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 p181-8 1996 CASTEJON H V ORTEGA P DIAZ M E AMAVA D GOMEZ G RAMOS M ALVARADO M V URRIETA J R Prevalence of sub-clinical vitamin A deficiency and malnutrition in slum children in Maracaibo ndash Venezuela Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v51 p25-32 Mar 2001
CHING P BIRMINGHAM M GOODMAN T SUTTER R LOEVINSOHN B Childhood mortality impact and costs of integrating vitamin A supplementation into immunization campaigns American Journal of Public Health Washington Washington v90 p1526-9 2000
CUSTODIO V I DANELUZZI J C CUSTODIO R J DEL CIAMPO L A FERRAZ I S MARTINELLI C E RICCO R G CUPO P HERING S E MEIRELLES M SVANNUCCHI H Vitamin A deficiency among Brazilian school-aged children in a healthy child service European Journal of Clinical Nutrition v63 n4 p485-90 2009
DABONEacute C DELISLE H F RECEVEUR O Poor nutritional status of schoolchildren in urban and peri-urban areas of Ouagadougou (Burkina Faso) Nutrition Journal v 10 p 34 2011 DARY O MORA JO Food fortification to reduce vitamin A deficiency International Vitamin A Consultative Group Recommendations Journal of Nutrition Bethesda v132 p2927S-33S 2002 Supplement
DE AZEVEDO PAIVA A RONDOacute PH REHDER VAZ-DE-LIMA L DE FREITAS OLIVEIRA CUEDA M GONCcedilALVES-CARVALHO C REINALDO L G The impact of vitamin A supplementation on the immune system of vitamin A-deficient children International Journal for Vitamin and Nutrition Research v 80 p 188-96 2010
67
DE NAVARRO L C NICHOLLS S Deficiecircncia de hierro vitamina A y prevalencia de parasitismo intestinal em la poblacion infantil de Colocircmbia Informe de Republica de Colombia Minesterio de Salud Instituto Nacional de Salud Subdireccioacuten de Investigacioacuten y Desarrollo Laboratorio de Nutricioacuten Bogota Minesterio de Salud 1996
DESAI I D WADELL C DUTRA S OLIVEIRA S DUARTE E ROBAZZI M L CEVALLOS ROMERO L S DESAI M I VICHI F L BRADFIELD R B OLIVEIRA J E D Marginal malnutrition and reduced physical work capacity of migrant adolescent boys in Southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v 40 p135-45 1984 DE PEE S DARY O Biochemical indicators of vitamin A deficiency serum retinol and serum retinol binding protein Journal of Nutrition v132 p2895S-2901S 2002 Supplement DE SOLE G BELAY Y ZEGEYE B Vitamin A deficiency in southern Ethiopia American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v45 p780-4 1987 DOMMARCO JR Editorial Salud Publica Mex Mexico City v40 307-8 1998 DONNEN P BRASSEUR D DRAMAIX M VERTONGEN F NGOY B ZIHINDULA M HENNART P Vitamin A deficiency and protein-energy malnutrition in a sample of pre-school age children in the Kivu Province in Zaire European Journal of Clinical Nutrition v50 p456-461 1996
FARBOS S RESNIKOFF S PEYRAMAURE F Castan R Xerophthalmia Identification des populations agrave risque intermeacutediaire Cahiers Santeacute v5 p159-61 1995
FARREacute ROVIRA R FRASQUET PONS I MARTIacuteNEZ MARTIacuteNEZ I ROMAacute SANCHEZ R The usual diet of a group of adolescents from Valencia Nutricioacuten Hospitalaria v14 n6 p223-30 1999
FAVARO R M D SOUZA N V BATISTA S M FERRIANI M G C DESAI I D DUTRA DE OLIVEIRA J E Vitamin A status of young children in southern Brazil American Journal of Clinical Nutrition v43 n5 p852-8 1986
68
FAWZI W W CHALMERS T C HERRERA M G MOSTELLER F Vitamin A supplementation and child mortality - a meta-analysis Journal of the American Medical Association v 269 n 7 p898-903 1993
FAWZI WW MBISE RL HERTZMARK E FATAKI MR HERRERA MG NDOSSI G SPIEGELMAN D A randomized trial of vitamin A supplements in relation to mortality among human immunodeficiency virus-infected and unifected children in Tanzania The Pediatric Infectious Disease Journal Baltimore v18 p127-33 1999
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H Vitamin A deficiency in children aged 6 to 24 months in Satildeo Paulo state Brazil Nutrition Research v20 p757-68 2000
FERRAZ I S DANELUZZI J C VANNUCCHI H JORDAtildeO Jr A A RICCO R G DEL CIAMPO L A MARTINELLI C E ENGELBERG A A D BONILHA R C M FLORES H Detection of vitamin A deficiency European Journal of Clinical Nutrition v58 n10 p1372-7 2004
FERRAZ I S DEL CIAMPO L A O papel da vitamina A na morbidade e mortalidade infantis Revista Paulista de Pediatria v23 n2 p61 20005 FILTEAU S M MORRIS S S ABBOTT R A TOMKINS A M KIRKWOOD B R ARTHUR P Influence of morbidity on serum retinol of children in a community-based study in northern Ghana The American Journal of Clinical Nutrition v58 p192-71993 FLORES H CAMPOS F ARAUacuteJO CRC UNDERWOOD B Assesment of vitamin A deficiency in Brasilian children using the relative dose response procedure The American Journal of Clinical Nutrition v40 p1281-9 1984 FLORES H AZEVEDO MNA CAMPOS FACS BARRETO-LINS MC CAVALCANTI AA SALZANO AC VARELA RM UNDERWOOD B A Serum vitamin A distribution curve for chidren aged 2-6 y known to have adequate vitamin A
69
status a reference population American Journal of Clinical Nutrition v54 p707-11 1991 FUJITA M BRINDLE E ROCHA A SHELL-DUNCAN B NDEMWA P OCONNOR K Assessment of the relative dose-response test based on serum retinol-binding protein instead of serum retinol in determining low hepatic vitamin A stores The American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v90 n 1 p217-24 2009 GEBRE-MEDHIN M VAHLQUIST A HOFVANDER Y UPPSAumlLL L VAHLQUIST
B Breast milk composition in Ethiopian and Swedish mothers I Vitamin A and -carotene American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v29 p441-51 1976 GERALDO R R C PAIVA S A R PITAS A M C S GODOY I CAMPANA A O Distribuiccedilatildeo da hipovitaminose A no Brasil nas uacuteltimas quatro deacutecadas ingestatildeo alimentar sinais cliacutenicos e dados bioquiacutemicos Revista de Nutriccedilatildeo Campinas v16 n4 p 443-60 OctDec 2003 GLASZIOU P P MACKERRAS D E M Vitamin A supplementation in infectious diseases a meta-analysis British Medical Journal v306 v 6874 p 366-70 feb1993
GONCcedilALVES-CARVALHO C M R AMAYA-FARFAN J WILKE B C VENCOVSKY R Prevalecircncia de hipovitaminose A em crianccedilas da periferia do municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil Cadernos de Sauacutede Puacuteblica v11 n1 p85-96 1995
GOODMAN T DALMIYA N DE BENOIST B SCHULTINK W Polio as a platform using national immunization days to deliver vitamin A supplements Bulletin of the World Health Organization Geneva v78(3) p305-14 2000
GOYLE A PRAKASH S Serum total proteins and vitamin A levels of adolescent girls (10-15 years) attending a government school in Jaipur city India Nepal Medical College Journal v11 n 2 p79-82 Jun 2009
GUILLONNEAU M JACQZ-AIGRAIN E Teratogenic effects of vitamin A and its derivates Archives de Peacutediatrie v 4 n 9 p867-74 1997
70
HERBERTHB SPYCKERELLE Y DESCHAMPS J P Determinants of plasma retinol β-carotenoid and α-tocopherol during adolescence The American Journal of Clinical Nutrition v54 p884-9 1991
HU W TONG S OLDENBURG B FENG X Serum vitamin A concentrations and growth in children and adolescents in Gansu Province China Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition v 10 n1 p 63-6 2001 HUMPHREY JH WEST JR KP MUHILAL SEE LC NATADISASTRA G SOMMER A A priming dose of oral vitamin A given to preschool children may extend protection conferred by a subsequent large dose of vitamin A Journal of Nutrition v123 p1363-9 1993 KASSAYE T RECEVEUR O JOHNS T BECKLAKE MR Prevalence of vitamin A deficiency in children aged 6-9 years in Wukro Northern Ethiopia Bulletin of World Health Organization v 79 p 415-22 2001
KHATRY SK WEST JR KP KATZ J LECLERQ SC PRADHAN EK WU LSF THAPA POKHREL RP SARLAHI STUDY GROUP Epidemiology of xerophthalmia in Nepal Archives of Ophthalmology Chicago v113 p425-9 1995 KATZ J ZEGER SL WEST JR KP TIELSCH JM SOMMER A Clustering of xerophtalmia within households and villages International Journal of Epidemiology London v22 p709-15 1993
KELLEHER SL LOumlNNERDAL B Long-term marginal intakes of zinc and retinol affect retinol homeostasis without comprimising circulating levels during lactation in rats Journal of Nutrition v131 p3237-42 2001 KENNEDY ET ONIANG‟O R Household and preschooler vitamin A consumption Southwestern Kenya Journal of Nutrition Bethesda v123 p841-6 1993
KHATIB I M High prevalence of subclinical vitamin A deficiency in Jordan a forgotten risk Food and Nutrition Bulletin v23 p228-362002 (Supplement 3)
71
LEDUE TB POULIN SE LEAVITT LF JOHNSON AM Evaluation of a particleenhanced immunoassay for quantifying C-reactive protein Clinical Chemistry v35 n9 p2001-2 1989 LESHER M BRODY JK WILLIAMS HH MACY IG Human milk studies American Journal of Disease of Children Chicago v70 p182-92 1945
LEWIS C J MacDOWELL M A SEMPOS C T LEWIS K C YETLEY E A Relationship between age and serum vitamin A in children age 4-11 The American Journal of Clinical Nutrition v52 n 2 p353-60 1990
LOERCH JD UNDERWOOD BA LEWIS KC Response of plasma levels of vitamin A to a dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition Bethesda v109 p778-861979 LOEVINSOHN BP SUTTER RW COSTALES MO Using cost-effectiveness analysis to evaluate targeting strategies the case of vitamin A supplementation Health Policy Planning Oxford v12 p29-37 1997 LOEVISOHN BP AYLWARD B STEINGLASS R OGDEN E GOODMAN T MELGAARD B Impact of targeted programs on health systems a case study of the polio eradication initiative American Journal of Public Health Washington v92 p 19-23 2002
MAUMENEE A E The history of Vitamin A and its ophthalmic implications Archives of Ophthalmology Chicago v111 n4 p547-50 1993
MARTINS M C SANTOS L M P ASSIS A M O Prevalecircncia da hipovitaminose A em preacute-escolares no Estado de Sergipe 1998 Revista de Sauacutede Puacuteblica v38 n4 p537-42 2004
72
MARTINS T M FERRAZ I S DANELUZZI J C MARTINELLI C E Jr DEL CIAMPO L A RICCO R G JORDAtildeO A A Jr PATTA M C VANNUCCHI H Impact of maternal vitamin A supplementation on the mother-infant pair in Brazil European Journal of Clinical Nutrition v64 n11 p1302-7 Nov 2010
MAHALANABIS D Breast feeding and vitamin A deficiency among children attending a diarrhoea treatment centre in Bangladesh a case-control study British Medical Journal London v303 p493-6 1991
MATTOS A P KOCHI C FIGUEIREDO FILHO P P Carecircncias de micronutrientes In LOPES F A CAMPOS JUacuteNIOR D (orgs) Tratado de pediatria - Sociedade Brasileira de Pediatria - Barueri SP Manole 2007 Seccedilatildeo 20 Cap 5 p1503-16
MAYNE S T beta-carotene carotenoids and disease prevention in humans FASEB Journal v10 n7 p690-701 1996
MCCOLLUM E V DAVIS M The necessity of certain lipins in the diet during growth Journal of Biological Chemistry Baltimore v15 p167-1751913
MEJIacuteA L A ARROYAVE G The effect of vitamin A fortification of sugar on iron metabolism in preschool children in Guatemala American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v36 p87-93 1982
MILAGRES R C RODRIGUES M NUNES L C PINHEIRO-SANTANA H M A deficiecircncia de vitamina A em crianccedilas no Brasil e no mundo Ciecircncia amp sauacutede coletiva Oct v12 n5 p1253-66 2007
MILLER M HUMPHREYJ JOHNSON E MARINDA E BROOKMEYER R KATZ J Why do children become vitamin A deficient Proceeding of the XX InternationalVitamin A Consultative Group Meeting Journal of Nutrition v132 p2867-80 2002
73
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Vigilacircncia alimentar e nutricional - SISVAN Norma teacutecnica preeliminar Orientaccedilotildees para coleta e anaacutelise de dados antropomeacutetricos em serviccedilos de sauacutede Norma teacutecnica ndash SISVAN Material preeliminar Fevereiro 2008
MONGE-ROJAS R BARRANTES M HOLST I NUNtildeEZ-RIVASH ALFARO T RODRIacuteGUEZ S CUNNINGHAM L CAMBRONERO P SALAZAR LHERRMANN F H Biochemical indicators of nutritional status and dietary intake in Costa Rican Cabeacutecar Indian adolescents Food and Nutrition Bulletin v 26 n 1 p 3-16 2005
MORA J O GUERI M MORA O L Vitamin A deficiency in Latin America and the Caribbean an overview Revista Panamericana de Salud Publica v4 n3 p178-86 1998
MORINOBU T MURATA T TAKAYA R TAMAI H Nutritional status of beta-carotene alpha-tocopherol and retinol in obese children International Journal of Vitamin and Nutrition Research v72 n3 p119-23 2003
MORRISS-KAY G M SOKOLOVA N Embryonic development and pattern formation The FASEB Journal v10 p961-68 1996
MUHILAL MURDIANA A AZIS I SAIDIN S JAHARI AB KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and vitamin A status a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1265-70 1988a MUHILAL PERMEISIH D IDJRADINATA YR MUHERDIYANTININGSIH KARYADI D Vitamin A-fortified monosodium glutamate and health growth and survival of children a controlled field trial American Journal Clinical Nutrition Bethesda v48 p1271-6 1988b
NCUBE TN MALABA L GREINER T GEBRE-MEDHIN M Evidence of grave vitamin A deficiency among lactating women in the semi-arid rural area of Makhaza in Zimbabwe A population-based study European Journal of Clinical Nutrition v55 p229-34 2001
74
NEUHOUSER M L ROCK C L ELDRIDGE A L KRISTAL A R PATTERSON R E COOPER D A NEUMARK-SZTAINER D CHESKIN L J THORNQUIST MD Serum Concentrations of Retinol -Tocopherol and the Carotenoids Are Influenced by Diet Race and Obesity in a Sample of Healthy Adolescents Journal of Nutrition v131 p 2184-91 2001
NEWMAN V Vitamin A and breast-feeding A comparison of data from developed and developing countries Food and Nutrition Bulletin Tokyo v15 p161-76 1994
NEWMAN TB BROWNER WS CUMMINGS SR HULLEY SB Delineando estudos sobre testes medicos In HULLEY SB CUMMINGS SR BROWNER WS GRADY DG NEWMAN TB Delineando a pesquisa cliacutenica uma abordagem epidemioloacutegica Saacuteo Paulo 2007 Cap 12 p 201-23
OSBORNE T B MENDEL L B Relation on growth to diet Journal of Biological Chemistry Baltimore v16 p423-4 1913
OLSON JA GUNNING DB TILTON RA Liver concentrations of vitamin A and carotenoids as a function of age and other parameters of American children who died of various causes The American Journal of Clinical Nutrition v39 p903-10 1984
OLSON J A Vitamin A In MACHLIN LJ The handbook of vitamins New YorkMarcel Dekker p1-57 1991 OLSONC R MELLO CV Significance of vitamin A to brain function behavior and learning Molecular Nutrition amp Food Research v54 p 489-95 2010 PACHECO-SANTOS L M BATISTA FILHO M SILVA DINIZ A Epidemiologia da carecircncia de vitamina A no Nordeste do Brasil Boletiacuten de la Oficina Sanitaria Panamericana Washington v120 n6 p525-37 1996
PEDRO M R MADRIAGA J R BARBA C V HABITO R C GANA A E DEITCHER M MASON J B The national Vitamin A Supplementation Program and
75
subclinical vitamin A deficiency among preschool children in the Philippines Food Nutrition Bulletin v25 p 319-29 2004
PRADO M S ASSIS A M O CRUZ M M ARAUacuteJO N M P BONFIM R I F PEREIRA C M E Hipovitaminose A em crianccedilas de aacutereas rurais do semi-aacuterido baiano Revista de Sauacutede Puacuteblica n4 v29 p295-300 1995
RAMALINGASWAMI V Challenges and opportunities ndash one vitamin two minerals World Health Forum Geneva v13 p222-31 1992 RAMAKRISHNAN U MARTORELL R The role of vitamin A in reducing child mortality and morbidity and improving growth Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p189-198 1998
RAMAKRISHNAN U DARNTON-HILL I Assessment and Control of Vitamin A Deficiency Disorders Journal of Nutrition v132 p2947S-53S Sept 2010
RAMALHO R A ANJOS L A FLORES H Valores seacutericos de vitamina A e teste terapecircutico em preacute-escolares atendidos em uma unidade de sauacutede do Rio de Janeiro Brasil Revista de Nutriccedilatildeo v14 p5-12 2001
RAMALHO RA FLORES H SAUNDERS C Hipovitaminose A no Brasil um problema de sauacutede puacuteblica Revista Panamericana de Salud Publica v12 n 2 p 117-22 2002
RAMALHO RA SAUNDERS C NATALIZI D A CARDOSO L O ACCIOLY E Niacuteveis seacutericos de retinol em escolares de 7 a 17 anos no municiacutepio do Rio de Janeiro Revista de Nutriccedilatildeo v17 n4 p 461-8 2004 RAMALHO RA DAVIDSON F R Assessment and Control of Vitamin A Deficiency The Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p 2845S-2850 2002
76
RAMALHO RA Vitamin A deficiency and clinical disease an historical overview Journal of Nutrition v138 n10 p1835-9 2008 RAMALHO RA Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical review Journal of Nutrition v 138 p1835-9 2008 ROBLES-SARDIN AE ASTIAZARAN-GARCIA H DAVALOS-NAVARRO R QUIHUI-COTA L CABRERA-PACHECO RM VALENCIA ME Effect of supplementation with a massive dose of vitamin A in children 6 to 36 months of age Salud Publica de Meacutexico Mexico City v40 p309-15 1998 RONCADA M J Vitaminas Lipossoluacuteveis In DUTRA-de-OLIVEIRA J E MARCHINI J S (orgs) Ciecircncias Nutricionais aprendendo a aprender Satildeo Paulo SP Sarvier 2009 Cap 10 p209-18
ROSS D A Proceedings of the Nutrition Society Vitamin A and public health challenges for the next decade v57 p159-65 1998
ROSS DA Recommendations for vitamin A supplementation Journal of Nutrition Bethesda v132 p2902S-6 2002 Supplement ROSS A C RUSSELL R MMILLER S A MUNRO I C RODRICKS J V YETLEY E A JULIEN E Application of a Key Events Dose-Response Analysis to Nutrients A Case Study with Vitamin A (Retinol)Food and Science Nutition v49 n8 p708-17 Sep 2009 ROSS A C Vitamina A e carotenoacuteides In SHILS M E SHIKE M ROSS A C CABALLERO B COUSINS R J (Ed) Nutriccedilatildeo moderna na sauacutede e na doenccedila Barueri SP Manole 2009 Parte IIc Cap 19 p378-404
ROSS A C Diet in vitamin A research In Clifton N J Methods in Molecular Biology v652 p295-313 2010
77
RUSSEL R M IBER F L KRASISKI S D MILLER P Protein-energy malnutrition and liver dysfunction limit the usefulness of the relative dose response (RDR) test for predicting vitamin A deficiency Human Nutrition Clinical Nutrition v 37C p 361-71 1983
SACHDEVA S ALAM S BEIG F K KHAN Z KHALIQUE N Determinants of vitamin A deficiency amongst children in Aligarth District Uttar Pradesh Indian Pediatrics Mar 15 pii S0974755910INPE00040-1 2011
SCHAUMBERG DA CONNOR JO SEMBA RD Risk factors for xerophthalmia in the Republic of Kiribati The European Journal of Clinical Nutrition London v50 p761-4 1996
SHANKAR AV WEST JR KP GITTELSOHN J KATZ J PRADHAN R Chronic low intakes of vitamin A-rich foods in households with xephthalmic children a case-control study in Nepal American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v64 p242-8 1996
SHANKAR AV GENTON B SEMBA RD BAISOR M PAINO J TAMJA S ADIGUMA T RARE L TIELSCH JM ALPERS MP WEST JR KP Effect of vitamin A supplementation on morbidity due to Plasmodium falciparum young children in Papua New Guinea a randomised trial The Lancet London v354 p203-209 1999
SEAL A KAFWEMBE E KASSIM I A R HONG M WESLEY A WOOD J ABDALLA F BRIEL T Maize meal fortification is associated with improved vitamin A and iron status in adolescents and reduced childhood anaemia in a food aid-dependent refugee population Public Health Nutrition v 11(7) p 720-8 2007
SINGH V WEST JR K P Vitamin A deficiency and xerophthalmia among school-aged children in Southeastern Asia European Journal of Clinical Nutrition v58 p1342-9 2004
78
SOLON FS FERNANDEZ TL LATHAM MC POPKIN BM An evaluation of strategies to control vitamin A deficiency in the Philippines American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v32 p1445-53 1979
SOMMER A HUSSAINI G TARWOTJO I SUSANTO D Increased mortality in children with mild vitamin A deficiency The Lancet London v2 p585-8 1983
SOMMER A Vitamin A status resistance to infection and childhood Mortality Annals of the New York Academy of Sciences New York v587 p17-23 1990
SOMMER A Vitamin A deficiency and its consequences A field guide to detection and control epidemiology 3rd ed Geneva World Health Organization 1995
SOMMER A Vitamin A prophylaxis Archives of Disease in Childhood London v77 p191-4 1997
SOMMER A DAVIDSON FR Assessment and control of vitamin A deficiency the Annecy Accords Journal of Nutrition v132 p2845S-50S 2002 Supplement
SOMMER A Vitamin A Deficiency and Clinical Disease An Historical Overview Journal of Nutrition v138 N 10 p 1835-39 2008
SOUZA Q S SATO K TORRES M A A Detection of the prevalence of hipovitaminose A in children under 2 years of age enrolled in basic health care units cities of state of Satildeo Paulo Proceedings of the 16th Congress of Nutrition Montreacuteal p 292 1998
SOUZA WA VILAS BOAS OMGC A deficiecircncia de vitamina A no Brasil um panorama Revista Panamericana de Salud Publica [online] 2002 vol12 n3
79
STANTON BF CLEMENS JD WOJTYNIAK B KHAIR T Risk factors for developing mild nutritional blindness in urban Bangladesh American Journal of Disease of Childhood Chicago v140 p584-8 1986
STEPHENS D JACKSON P L GUTIERREZ Y Subclinical vitamin A deficiency a potentially unrecognized problem in the United States Pediatric Nursing Journal v22 n5 p377-89 456 1996 STEPHENSEN C B GILDENGORIN G Serum retinol the acute phase response and the apparent misclassification of vitamin A status in the third National Health and Nutrition Examination Survey American Journal of Clinical Nutrition v72 p1170-8 2008 STEPHENSON M CLARK A B A Contribution to the Study of Keratomalacia among Rats Biochemical Journal v14 p502-211920 SUDFELD C R NAVAR A M HALSEY N A Effectiveness of measles vaccination and vitamin A treatment International Journal of Epidemiologyv39 p48ndash55 2010 TARWOTJO I SOMMER A SOEGIHARTO BST SUSANTO D MUHILAL Dietary practices and xerophthalmia among Indonesian children American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v35 p574-81 1982 UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO Sistema Integrado de Bibliotecas da USP Diretrizes para a apresentaccedilatildeo de dissertaccedilotildees e teses da USP documento eletrocircnico e impresso parte I (ABNT) Sistema Integrado de Bibliotecas da USP FUNARO V M B O (org) et al 2 ed rev ampl Satildeo Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas da USP 2009102 p (Cadernos de Estudos 9) UNDERWOOD BA Effect of protein quantity and quality on plasma response to an oral dose of vitamin A as an indicator of hepatic vitamin A reserves in rats Journal of Nutrition v110 p1635-401980 UNDERWOOD BA Vitamin A deficiency Bulletin World Health Organization Geneva v76 p124-5 1998 Supplement 2
80
UNDERWOOD BA ARTHUR P The contribution of vitamin A to public health FASEB Journal Bethesda v10 p 1040-8 1996 VASCONCELOS F A G Tributo a Manoel da Gama Lobo (1835-1883) pioneiro na epidemiologia da deficiecircncia de vitamina A no Brasil Histoacuteria ciecircncias e saude-Manguinhos v14 n4 2004 VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n2 p152-8 Jun 2009 Correccedilatildeo de VASCONCELOS A M A FERREIRA H S Prevalence of hypovitaminosis A in children from the semiarid region of Alagoas northeastern Brazil 2007 Archivos Latinoamericanos de Nutricioacuten v 59 n4 p448 Dec 2009 VELASQUEZ-MELENDEZ G OKANI ET KIERTSMAN B RONCADA MJ Niacuteveis plasmaacuteticos de vitamina A carotenoacuteides e proteiacutena ligadora de retinol em crianccedilas com infecccedilotildees respiratoacuterias agudas e doenccedilas diarreacuteicas Revista de Sauacutede Puacuteblica v28 n5 p357-641994a VELAacuteSQUEZ-MELEacuteNDEZ G RONCADA M J Deficiecircncia de vitamina A e sua relaccedilatildeo com a morbi-mortalidade infantil aspectos epidemioloacutegicos Cadernos de Nutriccedilatildeo 1994b VILLALPANDO S MONTALVO-VELARDE I ZAMBRANO N GARCIacuteA-GUERRA A RAMIacuteREZ-SILVA C I SHAMAH-LEVY T RIVERA J A Vitamins A and C and folate status in Mexican children under 12 years and women 12-49 years A probabilistic national survey Salud Publica de Mexico v45 p508-18 2003 (Supplement 4) VIacuteTALO M R GAMA C M QUEIROZ S S LOPES F A COLUGNATI F A B Retinol seacuterico de adolescentes de uma escola de Satildeo Paulo Revista de Nutriccedilatildeo v 17 (3) p 291-9 2004
WEFFORT V R S Carecircncias vitamiacutenicas In WEFFORT LAMOUNIER J A (Coords) Nutriccedilatildeo em pediatria da neonatologia agrave adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap34 p 161-83
WEFFORTV R S NORTON R C LEAtildeO E Deficiecircncias vitamiacutenicas In PALMA D ESCRIVAtildeO M A M S OLIVEIRA F L C Guia de nutriccedilatildeo cliacutenica na infacircncia e
81
na adolescecircncia Barueri SP Manole 2009 Cap16 p 243-57 (Seacuterie guias de medicina ambulatorial e hospitalar Nestor Schor)
WEST Jr K P Extent of Vitamin A Deficiency among Preschool Children and Women of Reproductive Age Journal of Nutrition v132 p 2857S-66 2002 WEST K P CHRISTIAN P LABRIQUE A B RASHID M SHAMIM A A KLEMM R D MASSIE A B MEHRA S SCHULZE K J ALI H ULLAH B WU L S KATZ J BANU H AKHTER H H SOMMER A Effects of vitamin A r beta carotene supplementation on pregnancy-related mortality in rural Bangladesh a cluster randomizes trial Journal of American Medical Association v 305 n 19 p 1986-95 2007 WINKLES J LUNEC J DEVERILL I Enhanced-latex-agglutination assay for C-reactive protein in serum with use of a centrifugal analyzer Clinical Chemistry v33 n5 p685-9 1987 WOLBACH S B HOWE P R Tissue Changes following deprivation of fat soluble A vitamin The Journal of Experimental Medicine v42 p753-77 1925TISSUE CHANGES FOLLOWING WOLF G A historical note on the mode of administration of vitamin A for the cure of night blindness American Journal of Clinical Nutrition Bethesda v31 n2 p290-292 1978 WORLD HEALTH ORGANIZATIONUNICEF Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes report of a joint WHOUNICEF consultation Geneva 1994
WORLD HEALTH ORGANIZATION Physical status the use and interpretation of anthropometry Report of a WHO Expert Committee (Technical Report Series 854) Geneva World Health Organization 1995
WORLD HEALTH ORGANIZATION Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes (Micronutrient Series10) Geneva WHO 1996
82
WORLD HEALTH ORGANIZATION Expanded Programme on Immunization (EPI) Safety and efficacy of measles vaccinevitamin A supplementation The Weekly Epidemiological Record Geneva v72 p329-31 1997
WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization policy and programme implications Report of a meeting New York WHO 1998 WORLD HEALTH ORGANIZATION Integration of vitamin A supplementation with immunization The Weekly Epidemiological Record Geneva v74 p1-8 1999 WORLD HEALTH ORGANIZATIONCHILD HEALTH AND DEVELOPMENT IMMUNISATION-LINKED VITAMIN A SUPPLEMENTATION STUDY GROUP Randomised trial to assess benefits and safety of vitamin A supplementation linked immunization in early infancy The Lancet London v352 p1257-63 1998 (Erratum in The Lancet London v353 p154 1999) WORLD HEALTH ORGANIZATION Nutrition for Health and Development A global agenda for combating malnutrition Progress Report France WHO 2000 WORLD HEALTH ORGANIZATION DE ONIS M ONYANGO A W BORGHI E SIYAM A NISHIDA CSIEKMANN J Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents Bulletin of the World Health Organization v85 p 660-667 2007
WORLD BANK Enriching lives overcoming vitamin and mineral malnutrition in developing countries Washington DC The International Bank for Reconstruction and Development 1994
ZEFERINO A M B BARROS FILHO A A BETTIOL H BARBIERI M A onitoring growth Jornal de Pediatria v 79(1) p 23-32 2003
83
APEcircNDICE A ndash QUESTIONAacuteRIO
Estimativa da prevalecircncia de deficiecircncia de Vitamina A entre adolescentes de aacuterea atendida pelo CMSC de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto atraveacutes do meacutetodo +S30DR
Nome __________________________________________________Reg_____
Endereccedilo________________________________________________________
Telefone _____________________
Escola em que estuda ______________________________________________
1 Haacute quanto tempo reside nesta aacuterea
(1) menos de 1 ano ____________
(2) mais de 1 ano _____________
[___]
2 Data de nascimento
(1) ____________ [___]
anos
3 Data das coletas
1ordf____________
2ordf ____________
[___]
dias
4 Sexo
(1) feminino
(2) masculino
[___]
5 Cor
(1) branca
(2) negra
(3) parda
(4) amarela
[____]
Dados soacutecio-econocircmicos da famiacutelia do adolescente
6 Escolaridade da matildee
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
7 Escolaridade do pai
(1) mais de oito anos de estudo com sucesso
(2) menos de oito anos de estudo com sucesso
[____]
8 Nuacutemero de pessoas residentes no domiciacutelio
84
(1) ateacute 4 pessoas
(2) mais de 4 pessoas
[____]
9 Soma dos ganhos de todos os trabalhadores no domiciacutelio
(1) ateacute 3 salaacuterios miacutenimos
(2) mais de 3 salaacuterios miacutenimos
[____]
Dados relacionados agraves doenccedilas
10 Episoacutedio de diarreacuteia nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
11 Episoacutedio febril nas uacuteltimas 2 semanas
(1) sim
(2) natildeo
[____]
Dados antropomeacutetricos
12 peso e altura
(1) Peso _________
(2) Altura_________
[____]
[____]
13 Iacutendices em Score ldquoZrdquo
(1) Alturaidade ___________ [____]
14 IMC
(1) IMC ________ [____]
Dados cliacutenico-laboratoriais
15 Antes da coleta certificar-se que estaacute em jejum
(1) sim estaacute em jejum [____]
16Retinol seacuterico
(1) Preacute-suplementaccedilatildeo (T0)_________ moll
(2) Poacutes suplementaccedilatildeo (T1) _________ moll
[____]
[____]
17 +S30DR(1) +S30DR ________ [____]
85
APEcircNDICE B ndash TCLE
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRAtildeO PRETO DEPARTAMENTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Informaccedilotildees sobre a pesquisa Tiacutetulo do Projeto Estimativa da prevalecircncia da Deficiecircncia de vitamina A entre adolescentes moradores do Bairro de Vila Lobato em Ribeiratildeo Preto
Pesquisadores Responsaacuteveis Prof Dr Ivan Savioli Ferraz e Cristiane Simotildees Bento de Souza (meacutedicos pediatras) Telefones para contato (16) 3602-2573 (Departamento de Puericultura e Pediatria da FMRP - USP) ou
(16) 9701-8441 (Cristiane)
1 O QUE Eacute ESTA PESQUISA
Seu filho estaacute sendo convidado para participar de uma pesquisa Esta pesquisa quer estudar se ele tem deficiecircncia de vitamina A A vitamina A eacute importante para a visatildeo e tambeacutem para proteger o organismo de certos tipos de doenccedilas e infecccedilotildees Ela eacute encontrada em vegetais amarelos (manga e cenoura por exemplo) e verdes escuros (espinafre e broacutecolis por exemplo) eacute tambeacutem encontrada em ovos de galinha no leite e no fiacutegado dos animais que comemos normalmente como por exemplo galinha e vaca ou boi
2 COMO SERAacute FEITA ESTA PESQUISA
Para dosarmos a vitamina A pediremos que seu filho esteja sem comer por mais ou menos oito horas (natildeo comer apoacutes o jantar da noite anterior) para que pela manhatilde do dia seguinte seja coletado 10 ml de sangue (mais ou menos duas colheres de sopa) de uma veia proacutexima da dobra de um dos braccedilos de seu filho Seraacute usada uma agulha bem fininha para causar o menor desconforto possiacutevel Tambeacutem seraacute preciso tirar uma gotinha de sangue do dedo dele atraveacutes de uma picadinha de agulha tambeacutem Tanto no sangue coletado do braccedilo como no do dedo seraacute medida a quantidade de vitamina A existente em ambos No sangue retirado do braccedilo seraacute dosada ainda uma substacircncia (proteiacutena C reativa) que verificaraacute se o seu filho tem alguma inflamaccedilatildeo no organismo Esta inflamaccedilatildeo pode alterar os resultados da mediccedilatildeo da vitamina A no sangue
Assim que o sangue for colhido seraacute oferecida uma quantidade de vitamina A (2 ml - meia colher de sopa) para beber que serviraacute para trataacute-lo por um tempo se ele tiver carecircncia de vitamina A e tambeacutem para preparar o organismo para a proacutexima parte do exame Se ele natildeo tiver deficiecircncia de vitamina A tomar este remeacutedio natildeo faraacute mal a ele pois jaacute foi estudado que esta eacute uma quantidade segura e que natildeo faz mal agrave sauacutede
Esta vitamina praticamente natildeo tem efeitos indesejados nas raras vezes em que esses efeitos acontecem pode haver uma leve dor de cabeccedila ou vontade de vomitar que passam sozinhos em pouco tempo ou com o uso de algum analgeacutesico (remeacutedio para dor)
86
Para finalizar neste nosso primeiro encontro seraacute realizada uma breve entrevista (de mais ou menos 10 minutos de duraccedilatildeo) na qual seratildeo feitas algumas perguntas e seraacute medida a altura e o peso de seu filho
Teremos um segundo encontro 30 dias depois do primeiro Nesta ocasiatildeo colheremos 5 ml de sangue (mais ou menos uma colher de sopa) para medirmos apenas a quantidade de vitamina A
3 PRECISO PARTICIPAR
A participaccedilatildeo na pesquisa eacute voluntaacuteria ou seja seu filho soacute participaraacute da pesquisa se quiser Ele natildeo eacute obrigado a participar da pesquisa Natildeo haveraacute problema algum se ele natildeo concordar em participar Mesmo depois de aceitar se seu filho quiser sair da pesquisa ou mesmo o senhor (a) quiser que ele natildeo participe mais isto poderaacute ser feito a qualquer momento
4 O QUE SERAacute FEITO COM OS RESULTADOS DOS EXAMES
Todos os resultados dos exames individuais satildeo confidenciais e o resultado do exame dele seraacute informado apenas a vocecircs que poderatildeo buscar o resultado no CMSC da Vila Lobato Se com os exames noacutes descobrirmos que ele tem falta de vitamina A no organismo noacutes faremos a reposiccedilatildeo da vitamina no CMSC da Vila Lobato gratuitamente
Os dados coletivos da pesquisa seratildeo utilizados no trabalho de dissertaccedilatildeo de mestrado da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza e poderatildeo ser divulgados em revistas especializadas e em congressos da aacuterea
CONSENTIMENTO DA PARTICIPACcedilAtildeO DA PESSOA COMO SUJEITO
Por favor leia atentamente este papel (ele se chama ldquoTermo de Consentimento Livre Esclarecidordquo) Se ele tiver sido explicado para o (a) senhor (a) se o (a) senhor (a) entendeu o que foi explicado se o (a) senhor (a) teve oportunidade de tirar suas duacutevidas sobre a pesquisa concordando de livre e espontacircnea vontade que seu filho participe por favor assine abaixo
Nome completo do pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente participante _________________________________________________________________ _________________________________________ Data ________________ Assinatura do responsaacutevel pelo participante
Eu expliquei o propoacutesito deste estudo ao pai matildee ou responsaacutevel pelo adolescente voluntaacuterio (a) _____________________________________________ e estou certa de que ele (a) entendeu o motivo os procedimentos riscos e benefiacutecios do estudo
Nome da pesquisadora Cristiane Simotildees Bento de Souza (CRM-SP 137746) _________________________________________ Assinatura da pesquisadora _______________