Upload
vandiep
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
PÓS-GRADUAÇÃO EM ILUMINAÇÃO E DESIGN DE INTERIORES
ILUMINAÇÃO DE CENTROS DE COMPRAS E
NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA RECOMENDADOS PELA
NORMA ABNT NBR 5413
CRISTIANO DE SOUSA NASCIMENTO
BRASÍLIA
MARÇO 2006
CRISTIANO DE SOUSA NASCIMENTO Aluno do Curso de Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores da
Universidade Castelo Branco
ILUMINAÇÃO DE CENTROS DE COMPRAS E
NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA RECOMENDADOS PELA
NORMA ABNT NBR 5413
Trabalho monográfico de conclusão do
curso de especialização em iluminação e
design de interiores, apresentado à UCB
como requisito para a obtenção do título de
Especialista em Iluminação e Interiores, sob
a orientação do Prof. Nelson Alexandre
Ruscher, MSc.
BRASÍLIA
MARÇO 2006
ILUMINAÇÃO DE CENTROS DE COMPRAS E
NÍVEIS DE ILUMINÂNCIA RECOMENDADOS PELA
NORMA ABNT NBR 5413
Elaborado por Cristiano de Sousa Nascimento Aluno do Curso de Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores da UCB
Foi analisado e aprovado com grau:
Brasília , de de 2006.
Prof. José Valdez F. de Souza, Esp. - Co-orientador
Prof. Gláucia Yoshida, MSc.
Prof. Nelson Alexandre Ruscher, MSc. – Orientador
Brasília, junho de 2006 ii
Dedico este trabalho à minha família,
principalmente aos meus pais, que sempre
estiveram presentes me apoiando na
formação pessoal e profissional.
iii
Agradecimentos
À minha família que sempre me apoiou,
dando todas as condições para a elaboração
desta pesquisa;
Aos professores do curso que ao
compartilhar os seus conhecimentos nos
auxiliaram a trilhar o caminho da pesquisa;
Aos colegas sempre presentes e combativos,
pelo companheirismo e auxílio durante o
curso, em especial à Ivana e Bianca.
iv
"A coisa mais indispensável a um homem é
reconhecer o uso que deve fazer do seu
próprio conhecimento”.
Platão (427-347 A.C.)
v
RESUMO
O projeto de iluminação artificial em centros de compras
não vem sendo tratado na arquitetura contemporânea brasileira com a merecida
importância enquanto elemento fundamental na qualificação de espaços que
necessariamente revestem-se de caráter cênico ao criar atmosfera propícia a compras, lazer
e permanência prolongada. Esse trabalho é uma contribuição no estudo da iluminação
artificial comumente adotada na prática profissional em ambientes de Shopping Centers,
tratados sob a denominação de Centros de compras, de forma comparativa ao disposto pela
norma ABNT NBR 5413. Objetivou-se identificar os tipos de dispositivos de iluminação
bem como os níveis de iluminamento adotados nestes estabelecimentos. Para isso foram
realizadas medições de iluminância in loco de quatro Centros de compras na área de
influência do Plano Piloto de Brasília, Distrito Federal, seguindo o disposto na norma
ABNT NBR 5382, contextualizando o papel da luz frente ao espaço arquitetônico dos
centros de compras atuais.
Palavras-chave: ergonomia, luminotécnica, iluminação, iluminação artificial, shopping
center, centro de compras, NBR 5413.
NASCIMENTO, Cristiano de Sousa Título Orientador . Brasília: UCB/Pós-graduação em
iluminação e design de interiores, 2006. Dissertação (Especialista em Iluminação e Design
de Interiores).
vi
ABSTRACT
The artificial lighting design in shopping centers has not
been addressed in the contemporary brazilian architecture with the importance it deserves.
As a fundamental element in the qualification of spaces, the artificial lighting design
necessarily has a cenical personality that creates a proper atmosphere for shopping, leasure
and prolonged staying. This paper focus the artifical lighting commonly adopted in the
professional practice regarding Malls' environment, addressed here as Shopping Centers, as
determined by ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR (Norma
Brasileira) 5413. It aims to identify the types of lighting mechanisms and the levels of
illuminance adopted in these facilities. In order to do this, we have measured the
illuminance in four Shopping Centers in the Plano Piloto area, in Brasília, Distrito Federal,
according to the dispositions of ABNT NBR 5382, by putting the role of the light into
perspective in terms of Shopping Centers' architectural space known these days.
vii
SUMÁRIO
RESUMO vi
ABSTRACT vii
LISTA DE FIGURAS x
LISTA DE TABELAS xi
1-INTRODUÇÃO 01
1.1- JUSTIFICATIVA 02
1.2- OBJETIVO 03
1.3- DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 04
1.4- ESTRUTURA DA PESQUISA 04
2- LUMINOTÉCNICA 05
2.1- LUZ E GRANDEZAS 05
2.2 – LUZ E FISIOLOGIA 18
2.3- LUZ E SENSAÇÕES 24
2.4- LUZ E EQUIPAMENTOS 27
2.5- PROJETOS LUMINOTÉCNICOS 42
3- CENTROS DE COMPRAS 45
3.1- HISTÓRICO 45
3.2- TIPOLOGIAS 47
3.3- ILUMINAÇÃO COMERCIAL 49
4- NORMAS ABNT 55
4.1- NORMAS ABNT E ILUMINAÇÃO 57
5- METODOLOGIA PROPOSTA 61
5.1- DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES 63
viii
6- ANÁLISE DOS LEVANTAMENTOS 67
6.1- BRASÍLIA SHOPPING 67
6.2- CONJUNTO NACIONAL DE BRASÍLIA 69
6.3- PARK SHOPPING 71
6.4- PÁTIO BRASIL SHOPPING 73
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 81
ANEXOS 83
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO 05
FIGURA 2 - CURVA INTERNACIONAL DE LUMINOSIDADE ESPECTRAL RELATIVA 08
FIGURA 3 - COMPOSIÇÃO DAS CORES RGB 09
FIGURA 4 – TEMPERATURA DE COR 10
FIGURA 5 – ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR E LÂMPADAS OSRAM 11
FIGURA 6 - FLUXO LUMINOSO 12
FIGURA 7 – INTENSIDADE LUMINOSA 13
FIGURA 8 – ILUMINÂNCIA 14
FIGURA 9 – LUMINÂNCIA 14
FIGURA 10 - CURVA FOTOMÉTRICA NOS PLANOS TRANSVERSAL E LONGITUDINAL 15
FIGURA 11 – EFICIÊNCIA LUMINOSA 16
FIGURA 12 – ESTRUTURA DO OLHO HUMANO 18
FIGURA 13 – NÍVEIS DE CONTRASTES 19
FIGURA 14 – GLÂNDULA PINEAL 22
FIGURA 15 – LÂMPADA INCANDESCENTE 28
FIGURA 16 – LÂMPADAS HALÓGENAS 31
FIGURA 17 – LÂMPADAS FLUORESCENTES E FLUORESCENTES
COMPACTAS 33
FIGURA 18 – LÂMPADAS DE DESCARGA (ALTA E BAIXA POTÊNCIA) 36
FIGURA 19 – NOVAS SOLUÇÕES DE ILUMINAÇÃO EM LEDs 38
FIGURA 20 – NOVAS SOLUÇÕES DE ILUMINAÇÃO EM FIBRA ÓTICA 38
FIGURA 21 – CONTROLES DE AUTOMAÇÃO DE ILUMINAÇÃO 41
FIGURA 22 - APROVEITAMENTO DE ILUMINAÇÃO NATURAL DIFUSA 52
FIGURA 23 - CONCEITO DE BIO-LIGHT 54
FIGURA 24 – LUXÍMETRO 63
x
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR (IRC) 06
TABELA 2 - RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS 11
TABELA 3 – EFEITOS PSICOLÓGICOS DAS CORES 24
TABELA 4 – ILUMINÂNCIAS POR CLASSE DE TAREFAS VISUAIS 58
TABELA 5 – FATORES DETERMINANTES DA ILUMINÂNCIA ADEQUADA 58
xi
1.INTRODUÇÃO
A arquitetura contemporânea brasileira tem avançado
tecnicamente nos últimos anos, buscando diminuir a distância entre a prática nacional e os
projetos elaborados em países mais desenvolvidos. Nessa busca pela qualidade e utilização
de tecnologias atuais e novas soluções, os projetos de iluminação artificial infelizmente
não têm recebido a mesma atenção, especialmente na iluminação de espaços comerciais.
Iniciativas pontuais começam a surgir por meio principalmente das indústrias de
iluminação que vislumbram na formação do profissional luminotécnico o melhor caminho
para a divulgação dos seus produtos.
Contudo é necessário que o valor da iluminação, tanto
artificial quanto natural, seja reconhecido e resgatado no processo de projetos comerciais,
notadamente no caso de centros de compras que objetivam por sua natureza a criação de
atmosfera quase teatral, propícia a compras, lazer e permanência prolongada. A luz deve
ser entendida como meio de composição e caracterização dos espaços, uma ferramenta
importante de ambientação e de interferência nas soluções arquitetônicas adotadas, diante
da sua capacidade de influenciar cenicamente as cores, volumes, materiais e a percepção
do espaço de forma geral.
1
1.1.JUSTIFICATIVA
A importância do estudo da iluminação artificial em
centros de compras ou shopping centers pode ser entendida ao se perceber estes espaços
como o lugar cada vez mais consolidado de convivência da sociedade urbana
contemporânea, tentando se apropriar do valor simbólico antes ocupado pelas praças das
cidades tradicionais. Em que pese a polêmica da criação de espaços de segregação social,
as cidades modernas cada dia prezam mais espaços que ofereçam segurança e
exclusividade à classe média e alta. É nesse contexto que os centros de compras acabam
por cumprir o papel do local de encontro e lazer, além da função primordial de centro de
compras, destacando-se como conseqüência os longos períodos de permanência nesses
ambientes, com potencial ainda não devidamente estudado de interferências psicológicas e
fisiológicas no usuário de longa permanência.
É importante destacar que a iluminação artificial pode ser
analisada por meio de três aspectos fundamentais: técnico, psicológico e fisiológico.
Técnico enquanto utilização dos equipamentos e recursos disponibilizados pela indústria
com atenção para a eficiência energética e níveis de iluminância adequados, psicológico
enquanto forma de influenciar na percepção do ambiente, interferindo no estado emocional
do usuário, e fisiológico, enquanto atendimento do conforto visual e componente
importante no funcionamento do ritmo biológico do ser humano, notadamente no aspecto
do ciclo circadiano.
2
Assim a adoção de metodologias e técnicas eficientes de
projetação luminotécnica em centros de compras reflete-se na otimização dos
equipamentos utilizados a partir de um processo de especificação coerente e bem
direcionado, na utilização de níveis de iluminância adequados ao ambiente, na economia
energética, no diálogo entre as soluções adotadas, expectativas dos usuários e demandas
dos proprietários, influenciando psicologicamente de forma positiva a atividade
desenvolvida no âmbito das compras, vendas e lazer.
1.2.OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo contribuir na análise
destes aspectos na iluminação artificial em ambientes de centros de compras ou shopping
centers, de forma a identificar-se a existência de algum padrão de iluminação adotada na
prática profissional. Para isso foi realizado estudo de casos na área do Plano Piloto de
Brasília, comparando de forma crítica os resultados obtidos com as recomendações
técnicas da norma ABNT NBR 5413, observando-se a sua validade ou a necessidade de
modificações dos parâmetros técnicos existentes.
3
1.3.DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa de campo realizada para a realização deste trabalho
baseou-se no estudo de casos de áreas comuns de quatro centros de compras de grande
porte localizados na área do Plano Piloto de Brasília. A concentração dos levantamentos
nas áreas comuns sem inclusão das lojas em si objetivou a melhor apreensão dos padrões
de utilização utilizados e viabilizar uma análise comparativa das soluções adotadas pelos
diversos empreendimentos.
1.4.ESTRUTURA DA PESQUISA
A pesquisa desenvolvida está organizada em seis capítulos temáticos.
Nos três primeiros capítulos é abordada a fundamentação teórica discorrendo sobre o
fenômeno da luz e seus aspectos fisiológicos, psicológicos e técnicos, os projetos de
iluminação, os sistemas de iluminação, histórico, tipologias e tendências de iluminação de
centros de compras, além de considerações sobre a ABNT. Os capítulos seguintes trazem a
metodologia de trabalho proposta, o desenvolvimento das atividades e a análise dos
resultados obtidos. O sétimo capítulo trata das considerações finais acerca do levantamento
de campo em contraposição ao disposto pela norma ABNT NBR 5413, incluindo
recomendações quanto à conveniência de permanência ou alteração de aspectos da norma,
ou ainda a adequação dos sistemas de iluminação atualmente utilizados pelos
empreendimentos.
4
2.LUMINOTÉCNICA
A aplicação satisfatória dos princípios luminotécnicos
depende da compreensão dos fenômenos de formação e percepção da luz nos seus aspectos
fisiológicos, psicológicos e de aplicação técnica.
2.1.LUZ E GRANDEZAS
A norma NBR 5413 define a luz como uma potência
radiante que produz sensação visual ao estimular o olho humano (ABNT,1991). Luz
também é a designação dada à radiação eletromagnética que ao penetrar no olho humano
produz a sensação de claridade, sendo responsável pelo transporte de todas as informações
visuais que recebemos (NETO,1982). Dentre as infinidades de tipos de ondas produzidas
na natureza a faixa localizada entre 380 e 780 nanômetros, acima da radiação ultravioleta e
abaixo da radiação infravermelha, que têm a capacidade de estimular a retina do olho
humano produzindo a sensação luminosa (MOREIRA, 2001).
FIGURA 1 - ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
Fonte: OSRAM (2003), P.2
5
As radiações infravermelhas, invisíveis ao olho humano,
se caracterizam pela sua carga térmica, tendo uso na medicina, na preparação de alimentos
e em sistemas militares de rastreamento térmico. As radiações ultravioletas, também
invisíveis ao olho humano, por sua vez caracterizam-se pela elevada atividade química,
interferindo na estabilidade cromática de tintas, tecidos e plásticos e na excitação
fluorescente de algumas substâncias e é classificada como UV-A, UV-B e UV-C
(MOREIRA, 2001).
A radiação ultravioleta do tipo UV-A (luz negra) não age
perniciosamente sobre a pele humana mas possui grande efeito em material fotográfico, de
reprodução e heliográfico. A radiação ultravioleta do tipo UV-B (ultravioleta
intermediária) possui alta atividade pigmentária na pele humana e participa nos processos
metabólicos de formação da vitamina D. A radiação ultravioleta do tipo UV-C (ultravioleta
remota ou germicida) afeta a visão humana produzindo irritação nos olhos e tem ação
germicida.
COMPRIMENTO DE
ONDA OBTENÇÃO DENOMINAÇÃO
(UV-A) próximo 310 a 400 Luz solar e Vapor Mercúrio Alta
Pressão
(UV-B) intermediário Vapor de Mercúrio Alta Pressão
Lâmpada vapor Mercúrio 280 a 310
Lâmpada Fluorescente Tubo Quartzo
sem Fósforo (UV-C) remoto 200 a 300
TABELA 1 - RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS Fonte: ALVES (2001), P.5.
6
2.1.1.Reflexão, transmissão e absorção da luz
Ao se iluminar uma superfície opaca, por exemplo, uma
parte do fluxo luminoso é refletida, outra atravessa a superfície transmitindo-se ao outro
lado, e outra parte é absorvida pela própria superfície. Portanto o fluxo luminoso pode
dividir-se em três partes, definindo três fatores: refletância, transmitância e fator de
absorção.
A refletância (fator de reflexão) é a relação entre o fluxo
luminoso refletido por uma superfície e o fluxo luminoso incidente sobre ela, sendo um
valor dado em porcentagem. A transmitância (fator de transmissão) é a relação entre o
fluxo luminoso transmitido por uma superfície e o fluxo luminoso incidente.
Analogamente, o fator de absorção é a relação entre o fluxo luminoso absorvido por uma
superfície e o fluxo luminoso incidente (MOREIRA, 2001).
2.1.2.Espectro de cores
A radiação visível é percebida como impressão luminosa e
como impressão de cor, mas o olho humano não é igualmente sensível a todas as cores do
espectro visível. Pode-se observar na “curva internacional de luminosidade espectral
relativa” (figura 2) que a maior acuidade visual do olho humano para altos níveis de
iluminância (visão diurna ou fotópica) se dá próximo da faixa de onda de 555 nanômetros,
que corresponde ao amarelo-esverdeado. Para a faixa de onda do violeta e vermelho a
acuidade do olho humano é bastante reduzida. Já para baixos níveis de iluminância (visão
7
noturna ou escotópica), há deslocamento da melhor acuidade para a faixa de 500
nanômetros, ou seja, para a cor verde.
FIGURA 2 - CURVA INTERNACIONAL DE LUMINOSIDADE ESPECTRAL
RELATIVA - Fonte: OSRAM (2003), P.2
2.1.3.Luz e Cores
Diferentemente do sistema cromático de pigmentos, que
considera como cores primárias o azul, amarelo e vermelho, a composição cromática da
luz se dá pelas três cores primárias vermelha, verde e azul, conhecido como sistema RGB
(red, green, blue). A combinação das três cores básicas de luz permite a obtenção da luz
branca. A combinação de duas cores primárias produz as cores secundárias - magenta,
amarelo e cyan e as três cores primárias dosadas em diferentes quantidades permite
obtermos outras cores de luz.
8
As cores são formadas por três atributos: matiz, saturação
e luminância subjetiva. Matiz é o atributo que permite distinguir uma cor da outra, é a
sensação visual. A saturação é a pureza de determinado matiz, que diminui à medida que
se tende ao branco. A luminância subjetiva é o atributo pelo qual um corpo parece ser mais
ou menos luminoso que outro de mesmo matiz (MOREIRA,2001).
Da mesma forma que surgem diferenças na visualização
das cores ao longo do dia (diferenças da luz do sol ao meio-dia e no crepúsculo), as fontes
de luz artificiais também apresentam diferentes resultados. As lâmpadas incandescentes
oferecem uma luz com baixa temperatura de cor (luz “quente”), reproduzindo melhor os
tons de vermelho e amarelo do que as lâmpadas fluorescentes de alta temperatura de cor
(luz fria), que tendem a reproduzir com maior fidelidade as cores verde e azul.
FIGURA 3 - COMPOSIÇÃO DAS CORES RGB
Fonte: OSRAM (2003), P.2
9
2.1.4.Grandezas utilizadas em iluminação
A constatação, a aferição e o estudo comparativo de fontes
de luz levam em consideração a sensibilidade espectral do olho humano e devem estar de
acordo com os parâmetros e definições pré-estabelecidos conforme a norma ABNT NBR
5461 – Vocabulário de Iluminação – Terminologia. Seguem as principais grandezas e
unidades utilizadas pela luminotécnica atual.
2.1.3.1.Temperatura de Cor (K)
É a medida científica do equilíbrio dos comprimentos de
onda encontrados em qualquer luz branca. A temperatura de cor ou cromatricidade é
expressa em Kelvins (K) e costuma-se considerar que uma temperatura de cor mais alta
(cerca de 6000 K ou mais) descreve uma fonte de luz azulada, visualmente fria. A
temperatura de cor de aproximadamente 3000 K corresponde a luz quente, de aparência
amarelada. A “luz branca natural” emitida pelo sol em céu aberto ao meio dia aproxima-se
de uma temperatura de cor de 5800 K.
FIGURA 4 – TEMPERATURA DE COR
Fonte: OSRAM (2003), P.7
10
2.1.3.2.Índice de Reprodução de Cor (IRC ou RA)
Pode ser entendido como um índice utilizado para avaliar
a capacidade da lâmpada para representar com fidelidade a cor dos objetos. É medida
como um número abstrato variando de 0 (pior índice) a 100 (melhor índice). A capacidade
da lâmpada de reproduzir cores com fidelidade independe de sua temperatura de cor (K).
Classificação / nível Reprodução Aplicações 1a: 90<IRC<100 Excelente Nível 1
Muito boa Testes de cor, floricultura, lojas, shoppings, residências 1b: 80<IRC<90
2a: 70<IRC<80 Boa Nível 2 2b: 60<IRC<70 Razoável
Escritórios, ginásios, fábricas, oficinas
Nível 3 40<IRC<60 Regular Depósitos, postos de gasolina, pátios
IRC
100
80
60
40
20
Nível 4 20<IRC<40 Insuficiente Ruas, canteiro de obras, estacionamentos
TABELA 2 – ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR (IRC) Fonte: MOREIRA (2001), P.22
FIGURA 5 – ÍNDICE DE REPRODUÇÃO DE COR E LÂMPADAS OSRAM
Fonte: OSRAM (2003), P.7
11
2.1.3.3.Fluxo Luminoso
Segundo definição da ABNT(1998) “é a grandeza
característica de um fluxo energético, exprimindo sua aptidão de produzir uma sensação
luminosa no ser humano através do estímulo da retina ocular, avaliada segundo os valores
da eficácia luminosa relativa admitidos pela Comissão Internacional CIE”. É a quantidade
total de luz emitida a cada segundo por uma fonte luminosa e a sua unidade de medida é o
lúmen (lm).
FIGURA 6 - FLUXO LUMINOSO
Fonte: OSRAM (2003), P.3
2.1.3.4.Intensidade Luminosa
MOREIRA (2001) define a intensidade luminosa como o
“limite da relação entre o fluxo luminoso em um ângulo sólido em torno de uma direção
dada e o valor desse ângulo sólido, quando esse ângulo sólido tende para zero” e sua
unidade é a candela (cd). De acordo com NETO (1982) é o “valor da energia radiante
emitida por uma fonte de luz puntiforme em uma determinada direção, expressa em
candela”.
12
Uma fonte luminosa não irradia a luz uniformemente em
todas as direções, tornando-se necessário medir o valor dos lúmens emitidos em cada
direção (Figura 6). Assim a intensidade luminosa pode ser entendida como o Fluxo
Luminoso irradiado na direção de um determinado ponto (OSRAM, 2003).
FIGURA 7 – INTENSIDADE LUMINOSA
Fonte: OSRAM (2003), P.3
2.1.3.5.Iluminância ou iluminamento
É uma medida da densidade do fluxo luminoso incidente
em uma superfície, por meio do quociente do fluxo luminoso pela área da superfície
uniformemente iluminada. A iluminância é medida em footcandle ou lux (lx). Um lux
equivale a um lúmen por metro quadrado (lm/m2).
13
FIGURA 8 – ILUMINÂNCIA
Fonte: OSRAM (2003), P.4 2.1.3.6.Luminância
Segundo a ABNT(1998) luminância “é o limite da relação
entre a intensidade luminosa com a qual irradia em uma determinada direção uma
superfície elementar contendo um ponto dado e a área aparente dessa superfície para uma
direção considerada, quando essa área tende para zero”.
Luminância é a medida da sensação de claridade que o
olho humano percebe da superfície, o brilho. A luminância depende do tamanho aparente
da superfície, dada pelo ângulo do observador, e da Intensidade Luminosa emitida pela
superfície na direção do olho. Sua unidade é a candela por metro quadrado (cd/m2).
FIGURA 9 – LUMINÂNCIA
Fonte: OSRAM (2003), P.4
14
2.1.3.7.Diagrama fotométrico
A distribuição de luz realizada por uma fonte luminosa
pode ser representada por uma superfície definida pela distribuição espacial dos valores da
intensidade luminosa em cada direção. É a chamada superfície fotométrica, que tenderia a
uma esfera, caso a fonte de luz realizasse uma distribuição de luz uniforme.
Para que seja possível a representação da superfície
fotométrica em um diagrama de duas dimensões, adota-se uma projeção dessa superfície
sobre um plano. A intersecção da superfície com o plano é chamada de curva fotométrica,
horizontal ou vertical dependendo do “plano de corte”. Segundo a ABNT, a curva
fotométrica é uma “curva geralmente polar, que representa a variação da intensidade
luminosa de uma fonte segundo um plano passando pelo centro, em função da direção”.
FIGURA 10 - CURVA FOTOMÉTRICA NOS PLANOS TRANSVERSAL E
LONGITUDINAL PARA UMA LÂMPADA FLUORESCENTE ISOLADA (A) OU ASSOCIADA A UM REFLETOR (B)
Fonte: OSRAM (2003), P.3
15
2.1.3.8.Eficiência luminosa
É a relação entre o fluxo luminoso emitido em lúmens e a
potência consumida pela lâmpada em Watts. Uma lâmpada proporciona uma maior
eficiência luminosa quando a energia consumida para gerar um determinado fluxo
luminoso é menor em comparação a outra. Em geral as lâmpadas incandescentes
apresentam baixa eficiência luminosa, visto que a maior parte da potência empregada para
a produção de luz transforma-se em calor (radiação infravermelha), contudo é o tipo de
lâmpada que conta com os maiores IRCs disponíveis.
FIGURA 11 – EFICIÊNCIA LUMINOSA
Fonte: OSRAM (2003), P.5
16
2.1.3.9.Depreciação do fluxo luminoso Ao longo da vida útil de uma lâmpada há diminuição do
fluxo luminoso em razão da diminuição da eficiência de seus componentes e pelo acúmulo
de poeira sobre as superfícies da lâmpada. Este fator é considerado no cálculo do projeto
de iluminação a fim de preservar a iluminância média (lux) projetada sobre o ambiente ao
longo da vida útil da lâmpada.
2.1.3.10.Vida útil e vida mediana
A vida útil de uma lâmpada é definida como o tempo em
horas no qual 25% do fluxo luminoso das lâmpadas testadas foi depreciado.A vida
mediana de uma lâmpada é definida como o tempo em horas no qual 50% das lâmpadas de
um grupo representativo testado sob condições controladas de operação, tiveram queima.
17
2.2.LUZ E FISIOLOGIA
O olho humano basicamente realiza duas funções na visão:
focalização e controle de entrada de luz. Os objetos próximos ou distantes são focados por
meio da variação da curva da estrutura ocular chamada de cristalino, que tende a ficar
plano para a visão à distância e curvo para focalizar objetos próximos. Já a estrutura ocular
da pupila controla a entrada de luz contraindo-se na presença de grande luminosidade e
abrindo-se em ambientes de penumbra e escuros para captação do máximo possível de luz.
FIGURA 12 – ESTRUTURA DO OLHO HUMANO
FONTE: http://www.drvisao.com.br [3] 2.2.1.A luz e o aparelho da visão
O conforto visual depende do atendimento às seguintes
condições de iluminação: intensidade, uniformidade das densidades luminosas,
uniformidade temporal da luz e eliminação do ofuscamento (GRANDJEAN,1998).
2.2.1.1.Intensidade da iluminação
Níveis de iluminância acima de 1000 lux aumentam o
risco de reflexos perturbadores, sombras muito pronunciadas ou outros contrastes
exagerados. Quando condições especiais exigem intensidades de iluminação muito altas
18
recomenda-se focos de luz individuais em conjunto com a iluminação geral. A definição de
níveis de iluminância variam de acordo com a atividade desenvolvida, precisão, velocidade
e idade do usuário.
2.2.1.2.Uniformidade local das densidades luminosas
A distribuição da densidade luminosa (brilho) no campo
visual interfere fortemente no conforto visual. O ofuscamento é causado por contraste
excessivo de luminâncias, podendo ser perturbador (deslumbramento) ou inabilitador e
pode ser causado de forma direta, pela visão da fonte de luz, ou indireta, por reflexão. A
forma mais usual de medição das diferenças entre as densidades luminosas é a relação
entre as duas densidades havendo regras básicas quanto (GRANDJEAN, 1998):
• os maiores objetos no campo visual devem ter luminâncias (brilhos) semelhantes;
• no centro do campo visual, os contrastes não devem ser maiores que a relação 3:1;
• entre o centro e a periferia os contrastes não devem ultrapassar a relação 10:1;
• entre a fonte de luz e o fundo o contraste não deve superar a relação 20:1;
• a maior diferença permitida em um ambiente é de 40:1.
FIGURA 13 – NÍVEIS DE CONTRASTES ENTRE LUMINÂNCIAS
Fonte: GRANDJEAN (1998)
19
2.2.1.3.Uniformidade temporal da luz Outra fonte de desconforto visual importante é a
alternância na variação de claridades no campo visual como fontes de luz piscantes ou
movimentação rítimica de objetos refletivos, causando efeito estroboscópico. A pupila e a
sensibilidade da retina têm um tempo próprio de acomodação às claridades do ambiente, de
forma que a alternância rítimica de claridades provoca uma constante sub e superexposição
do aparelho visual. Pesquisas fisiológicas demonstram que a alternância de duas
superfícies com contrastes de 1:5 provocam uma diminuição da acuidade visual
equivalente à diminuição de uma iluminação de 1000 para 30 lux (GRANDJEAN,1998).
2.2.1.4.Eliminação do ofuscamento
O ofuscamento é uma perturbação do estado de adaptação
da retina e sempre diminui a acuidade e o conforto visuais. A ausência de ofuscamentos em
um ambiente pode ser considerada como uma das mais importantes condicionantes para
um bom projeto de iluminação. Dessa forma é indicado que o ângulo entre a direção
horizontal da visão e a luminária seja sempre maior que 30º, com o uso de aletas
bloqueadoras do ofuscamento sempre que possível.
20
2.2.2.A luz e o metabolismo humano
Além da influência direta na visão humana, a luz também
influencia os mecanismos fisiológicos internos. A cronobiologia é o ramo da ciência que
estuda como os organismos respondem às referências temporais e como são capazes de
sincronizarem-se fisiologicamente às suas variações. A alternância claro-escuro é a forma
básica de marcação do tempo e o seu acompanhamento se dá por meio de sensores fisio-
químicos e de sistemas humorais e neurais que informam a todo o organismo o estado de
iluminação ambiental (MARKUS,2003).
A influência da iluminação natural sobre as funções
fisiológicas dos seres vivos acontece sob dois aspectos: a exposição ao componente
ultravioleta da radiação solar, relacionada ao funcionamento do sistema nervoso, absorção
de vitamina D e defesa imunológica, e à intensidade da exposição à iluminação natural,
relacionada ao ciclo ou ritmo circadiano. O ritmo circadiano é “o ritmo das variações nas
funções fisiológicas, aumentando ou diminuindo de intensidade em ritmos aproximados de
vinte e quatro horas”. É o ritmo biológico no qual o organismo apresenta suas variações de
temperatura, batimentos cardíacos, pressão sanguínea, sono, vigília, fome, produção
hormonal, secreção de enzimas gástricas, número de leucócitos no sangue e que, quando
alterado, pode representar carga de trabalho que leva ao desgaste (BELLUSCI, 2001).
21
A glândula pineal localiza-se na base do cérebro e é
responsável pela produção do neuro-hormônio melatonina a partir de informações sobre os
níveis de luz recebidos pela retina (BAKER, 2002). A melatonina diminui com a idade e
tem influência sobre o ritmo das estações e sobre o ciclo circadiano, sobre o ciclo sono-
vigília, sobre a regulação térmica do corpo e sobre o comportamento sexual (BALLONE,
2002). Sob circunstâncias naturais de um ciclo claro-escuro ocorre uma produção rítmica
circadiana de melatonina que tem seu ápice às 4 horas da madrugada, entrando em declínio
e sendo interrompida pela exposição a luminosidade (luz brilhante).
FIGURA 14 – GLÂNDULA PINEAL FONTE: http://www.femar.org.br/epifise.pdf [4]
A influência da iluminação nos processos fisiológicos
também pode ser exemplificada pela “síndrome afetiva sazonal”, relacionada a uma
disfunção primária dos ritmos biológicos. As pessoas afetadas por esse distúrbio costumam
apresentar problemas à mudança das estações, por vezes severos, manifestando-se
possivelmente quando a quantidade de horas de luz por dia fica abaixo de um certo valor
22
crítico. Dessa forma usa-se um tratamento baseado na exposição do paciente à luz
artificial, buscando-se sincronizar suas relações de fase claro-escuro corretamente com os
ciclos ambientais, além de recuperar também outros ritmos internos como o de temperatura
corporal e o ritmo atividade/repouso, os quais usualmente se encontram desordenados
(NEVES, 2002).
Em síntese, pesquisas diversas têm apontado para a
existência de um sistema de regulação biológico-temporal que atua sincronizando todos os
sistemas do corpo aos grandes ciclos ambientais, exemplificados pelo ciclo dia-noite e
pelas estações do ano. Sabe-se atualmente que os organismos vivos, e em particular a
espécie humana, se preparam ativamente e preventivamente diante destas alterações de
ritmo ambiental. Apesar de ainda não haverem pesquisas aprofundadas sobre a
interferência de longos períodos de exposição à uma iluminação artificial constante e
monótona, há fortes indicativos que os ritmos biológicos sofram algum tipo de influência
físico-química na sua regulação com os ciclos claro/escuro.
23
2.3.LUZ E SENSAÇÕES
Pode-se afirmar que no processo visual há o estímulo
físico da luz sobre o mecanismo da visão e que, subjetivamente, as sensações e percepções
do ambiente são fortemente influenciadas pela qualidade da iluminação. O tipo de
iluminação utilizado pode estimular ou acalmar, com repercussões na sensação térmica,
nos humores do usuário e na indução à aproximação ou afastamento, assim como favorecer
ou prejudicar a orientabilidade e a acuidade visual, interferindo diretamente na sensação de
segurança ou insegurança. Especificamente em relação às cores, as sensações mais
importantes têm relação com distância, temperatura e disposição física em geral
(GRANDJEAN, 1998)
EFEITO DE
DISTÂNCIA
EFEITO DE
TEMPERATURA DISPOSIÇÃO PSÍQUICACOR
Azul Distância Frio Tranqüilizante
Verde Distância Frio a neutro Muito tranqüilizante
Vermelho Próximo Quente Muito irritante e
tranqüilizante
Laranja Muito próximo Muito quente Estimulante
Amarelo Próximo Muito quente Estimulante
Marrom Muito próximo
Contenção Neutro Estimulante
Agressivo, intranqüilizante,
desestimulante Violeta Muito próximo Frio a Neutro
TABELA 3 – EFEITOS PSICOLÓGICOS DAS CORES Fonte: GRANDJEAN (1998), P. 313.
24
Com a alternância de luzes e sombras é possível qualificar
um ambiente como dramático, clássico, alegre, ativo, aconchegante ou descontraído. Pode-
se ainda criar uma ambientação propícia ao trabalho com níveis de iluminância mais
precisos, ou de lazer, com o uso de cores e variações de piscar ou cintilar (SILVA, 2004).
Apesar da subjetividade implícita no campo de estudos das sensações humanas
influenciadas pela luz, há situações que via de regra ocasionam reações psicológicas já
conhecidas, como:
• a estimulação e produtividade são obtidos com a utilização de alta temperatura de
cor, que também é utilizada para reduzir o tempo de permanência do usuário no
ambiente. A alta temperatura de cor também relaciona-se à sensação térmica
negativa;
• estados de relaxamento, conforto e intimidade são obtidos com a utilização de
baixa temperatura de cor, que também é utilizada para favorecer o tempo de
permanência do usuário no ambiente. A baixa temperatura de cor também
relaciona-se à sensação térmica positiva;
• iluminação com baixo IRC em áreas de alimentação podem induzir à diminuição do
apetite diante da alteração da cor dos alimentos, diante do influência na percepção
subconsciente quanto às condições de consumo do alimento, por exemplo;
• iluminação sombria e deficiente causa desconforto psicológico, podendo remeter
até a uma sensação de insegurança, instintiva diante da diminuição da acuidade
25
visual. Este tipo de ambientação pode também induzir a um stress gradativo
dependendo da atividade ali desenvolvida;
• excesso de níveis de iluminamento também pode vir a causar desconforto e stress
por ofuscamento ou alta variação de contrastes, os quais exigem grande esforço de
adaptação do aparelho visual;
• a utilização de iluminação colorida também tem forte apelo emocional diante das já
conhecidas “sensações” provocadas pela cor. Assim a excitação e a sensação
térmica positiva relacionam-se com o uso dos tons quentes (vermelho, laranja,
amarelo) e o relaxamento e a sensação térmica negativa relaciona-se ao uso de tons
frios (verdes, azuis, violetas).
26
2.4.LUZ E EQUIPAMENTOS
Os sistemas de iluminação podem ser entendidos como
uma composição de lâmpadas, luminárias e controles de iluminação. As lâmpadas elétricas
são as fontes artificiais de luz que apresentam maior eficiência e possibilidades para se
obter resultados planejados na ambientação e o fenômeno de produção de luz artificial por
meio de lâmpadas pode ser entendido em analogia a três referências da própria iluminação
natural (SILVA,2004):
• incandescência : que na natureza é representada pelo sol e na iluminação artificial
encontra seu paralelo nas lâmpadas incandescentes;
• descarga: representada pela iluminação produzidas por relampejamentos e
artificialmente pelas lâmpadas de descarga;
• luminescência : princípio de produção de luz dos vaga-lumes e encontrando sua
analogia na luz produzidas por LEDs.
De forma geral, as lâmpadas incandescentes são mais
adequadas para aplicações pontuais, iluminação decorativa ou aplicações com
acionamentos intermitentes. Lâmpadas halógenas oferecem luz mais intensa e direcionada,
com maior durabilidade. Lâmpadas de descarga de baixa pressão são apropriadas para
sistemas de iluminação em ambientes climatizados (fluorescentes) e iluminação pública
(sódio de baixa pressão). Lâmpadas de descarga de alta pressão são adequadas para
iluminações de alta intensidade, eficientes e de funcionamento constante.
27
2.4.1.Lâmpadas Incandescentes
A lâmpada incandescente foi o primeiro tipo de lâmpada
elétrica produzida. Consiste em um filamento metálico de tungstênio levado à
incandescência pela passagem resistiva da corrente elétrica e está alojado no interior de um
bulbo de vidro preenchido por gás inerte ou vácuo, evitando o processo de oxidação do
filamento pelo oxigênio.
A lâmpada incandescente caracteriza-se pelo baixo custo,
excelente índice de reprodução de cores, temperatura de cor próxima a 2700K e
possibilidade de dimerização. Contudo possui baixa eficiência luminosa, pois somente
10% da energia consumida é transformada em fluxo luminoso e 90% traduz-se em
radiação infravermelha (calor). Durante seu período útil de funcionamento de cerca de mil
horas, a produção de fluxo luminoso decai em 20% acompanhando o processo de
desprendimento das moléculas do filamento de tungstênio que causa seu afinamento e
culmina com seu rompimento. Disponível no mercado com bulbo transparente, leitoso ou
espelhado.
FIGURA 15 – LÂMPADA INCANDESCENTE
Fonte: Philips (2004)
28
2.4.2.Lâmpadas Incandescen
As lâmpadas conhecidas como halógenas são um
aperfeiçoamento das lâmpadas incandescentes. Também produzem luz e calor pela
passagem da corrente elétrica através de um filamento resistivo mais compacto. Sua maior
diferença consiste na adoção do chamado “ciclo do halogênio”, processo pelo qual gases
halógenos no interior do bulbo reagem quimicamente com as partículas desprendidas do
filamento de tungstênio, fazendo com que estas partículas retornem ao filamento,
regenerando-o e evitando seu rompimento. Assim o filamento pode trabalhar em
temperaturas mais elevadas, obtendo maior eficiência luminosa em modelos mais
compactos, contudo com maior produção de radiação ultravioleta.
O bulbo que envolve o filamento da lâmpada halógena
deixa de ser de vidro comum e passa a ser de quartzo, de forma a resistir às temperaturas
bastante superiores e a filtrar a maior quantidade de radiação ultravioleta gerada. A
utilização de bulbos de quartzo encarece a produção e exige em certos modelos a adoção
de posições específicas de operação. Em geral as lâmpadas halógenas fornecem uma
radiação luminosa com temperatura de cor em torno de 3000K, ótima eficiência e
excelente IRC.
tes Halógenas
29
Há grande variedade das lâmpadas halógenas decorrentes
das diversas combinações com r
ão de rede;
• halógena AR (Aluminiu
ção de refletor parabólico em alumínio com lente frontal prismática. Pode
ser utilizada em áreas externas pela sua ótima estanqueidade. Trabalha em tensão
de rede;
efletores, lentes e soquetes disponíveis no mercado. Podem
ser classificadas entre as de baixa tensão, necessitando de transformador de corrente (12V),
e as de tensão de rede, ligadas diretamente na corrente elétrica e, portanto, dimerizáveis
(SILVA,2004):
• bipino – lâmpada super compacta com alta luminosidade, IRC e eficiência, com TC
de 2900K, operando em baixa tensão ou tensão de rede ;
• halógena com refletor dicróico – dotada de refletor especial que direciona até 2/3
da radiação infravermelha para trás oferecendo boa definição de foco. A maioria
dos modelos opera em baixa tensão, mas há opções para tens
m Reflector) – bipino dotada de capa antiofuscante na
ponta da lâmpada e refletor facetado de alumínio que possibilita excelente
definição de foco a longa distância. Não é indicada para iluminação próxima
devido à emissão considerável de radiação infravermelha. Opera em baixa tensão;
• halógena PAR (Parabolic Aluminium Reflector – PAR) – lâmpada com corpo de
“vidro duro” resistente ao calor. Possui alto controle do foco de luz por meio da
composi
30
• “lapiseira” – também conhecida como lâmpada palito, é utilizada com projetores ou
luminárias, para iluminação de fachadas, painéis e jardins. Produzem luz clara e
brilhante, com potência de até 1000w e operam em tensão de rede.
FIGURA 16 – LÂMPADAS HALÓGENAS
Fonte: Philips (2004)
2.4.3.L
qua
através
origina
neon e
met c
meio d
consum
passa p tor que fornece ao interior do bulbo tubular uma descarga de alta tensão,
permitindo a partida do sistema e estabilização da corrente. Em suas extremidades a
lâmpada contém eletrodos (filamentos) que liberam elétrons com a partida, reagindo com
âmpadas Fluorescentes
Fazem parte do grupo de lâmpadas de descarga elétrica, no
l o fluxo luminoso é gerado direta ou indiretamente pela passagem de corrente elétrica
de um gás ou mistura de gases. A pressão dos gases dentro do bulbo pode variar,
ndo a classificação de lâmpadas de descarga de baixa e alta pressão. Lâmpadas de
fluorescentes são de baixa pressão, as de vapor de mercúrio, de sódio, iodeto
áli o e xenônio são de alta pressão (MOREIRA,2001).
A lâmpada fluorescente é um sistema que produz luz por
e descarga elétrica a baixa pressão, de forma bastante econômica, com redução no
o de energia elétrica de 75% em relação às lâmpadas incandescentes. A eletricidade
or um rea
31
um
radiaçã
interna
As primeiras lâmpadas com esta tecnologia forneciam
radiação luminosa com temperatura de cor em torno de 4000K e baixo IRC, causados pela
pintura do bulbo com pó fluorescente comum. Os primeiros bulbos tubulares surgiram com
diâmetro de 12/8 polegada a evolução deste
po de lâmpada o diâmetro de tubo veio sendo reduzido, surgindo os modelos T-10, T-8,
bém trouxe uma nova tecnologia de pintura do bulbo
com “pó tri-fósforo”, resultando em
cor, na faixa de 85, e possibilitando uma duração média de 16.000 horas (SILVA,2004).
luz por meio de “dobras” duplas e triplas do bulbo, opções de temperatura de cor e melhora
inação (9W a 42W) e
possuem starter incorporado na base, conexão de 2 pinos utilizando reatores
a mínima quantidade de mercúrio existente dentro do bulbo e produzindo assim intensa
o ultravioleta. Esta radiação reage com a tinta à base de fósforo que recobre
mente o bulbo, gerando a luz visível (SILVA,2004).
s, recebendo a denominação de T-12, e com
ti
T-5 e novos formatos. A evolução tam
uma melhora expressiva no índice de reprodução de
As lâmpadas fluorescentes compactas são a miniaturização
da fonte de luz fluorescente. Sua evolução no mercado tendeu à compactação do tubo de
de IRC. São oferecidas em diversas potências nominais de ilum
eletromagnéticos separados do corpo da lâmpada, ou de 4 pinos utilizando reatores
eletrônicos.
32
As lâmpadas fluorescentes compactas originaram as
lâmpadas fluorescentes compactas eletrônicas, que possuem reator eletrônico incorporado
ao corpo da lâmpada, e com base de rosca E27 igual à das lâmpadas incandescentes
comuns, facilitando o processo de substituição. São dispositivos projetados para uso
residencial, oferecidos em tubos duplos, triplos e até mesmo espiralados, com variadas
potências nominais de iluminação (de 5W a 23W). Sua vida média está vinculada à cerca
de oito acendimentos diários, o que a torna não-recomendável a ambientes ou atividades
com acionamento e desligamento constantes.
FIGURA 17 – LÂMPADAS FLUORESCENTES E FLUORESCENTES COMPACTAS Fonte: Philips (2004)
33
2.4.4.Lâmpadas De Descar
conjunto com sistema auxiliar de ignição
externo ao tubo de descarga. Necessita de reator que propicia um funcionamento regular
diante de alterações de tensão, e é oferecida em potência de até 1000W. Fornece uma luz
com alta temperatura de cor, péssimo índice de reprodução de cor (40) e possui vida média
de 18.000 horas (SILVA,2004).
2.4.4.2.Lâmpada de descarga mista
Combinação de lâmpada a vapor de mercúrio e
i
ator, com a geração de luz p de forma análoga à lâmpada
fluorescente. Oferece potências de 160 a 500W, opera somente em tensão de rede de 220V
e desliga-se facilmente diante de variações de tensão. Possui temperatura de cor menor que
a de vapor de mercúrio, IRC de 60 e vida média de 6.000 horas. Também está em desuso
diante do alto consumo, dificuldades de operação e baixa durabilidade (SILVA,2004).
ga
Dentre as lâmpadas de descarga de alta pressão, que
caracterizam-se por altas potências e acendimento lento, destacam-se as lâmpadas de vapor
de mercúrio, lâmpadas mistas, lâmpadas de vapor de sódio e multivapores metálicos.
2.4.4.1.Lâmpada de descarga de vapor de mercúrio
Lâmpadas em desuso cujo funcionamento consiste num
tubo de descarga interno de quartzo que funciona semelhantemente às lâmpadas
fluorescentes e que entra em operação em
ncandescente, cujo filamento aquecido de tungstênio dá a partida no sistema no lugar do
re elo tubo de descarga
34
2.4.4.3.Lâmpada de descarga de vapor de sódio
iante
ite um fluxo luminoso de
alta intensidade, de alta eficiênc
atualmente. Têm o mesmo princípio de funcionamento
reator e ignitor com pulso de partida de alta
tensão (4500 volts). Utiliza tub
Lâmpada que utiliza reator e ignitor, proporcionando a
partida da lâmpada em alta tensão (4500 volts) e funciona com o mesmo princípio das
lâmpadas fluorescentes, mas utilizando tubo de descarga cerâmico (não de quartzo) d
do poder corrosivo do sódio utilizado em lugar do mercúrio. Em
ia energética, temperatura de cor baixa, e IRC menor que
25. Oferece potências de 70 a 1000W e operam em qualquer posição e tensão de rede. Vem
sendo amplamente utilizada na iluminação pública pelo seu baixo consumo, não sendo
recomendada para locais onde é importante a reprodução de cores (SILVA,2004).
2.4.4.4.Lâmpada de descarga de multivapores metálicos
São as lâmpadas de descarga de tecnologia mais avançada
e as mais amplamente utilizadas
das lâmpadas de vapor de sódio, utilizando
o de descarga de quartzo preenchido com variedades de
metais nobres que vaporizados resultam em emissão de luz branca e brilhante, com
excelente índice de reprodução de cores. São lâmpadas de alta eficiência energética e longa
durabilidade mas apresentam custo relativamente alto (SILVA,2004). Dentre os modelos
existentes destacam-se:
35
• tubulares – alta eficiência e IRC, nas versões de 250W a 2000W;
• de baixa potência – versões
potência
e menor emissão de
radiação infravermelha, cont
compactas de 70W e 150W;
• tubulares bi-pino – chamadas também de “metálicas bi-pino”, são compactas e usadas
em refletores cilíndricos com 70W e 150W;
• ovóides – também de baixa potência, tendo o formato ovóide e base de rosca E27,
possibilitando seu uso em substituição às incandescentes (com acoplamento de ignitor
e reator). Apresentam-se nas potências de 70W e 150W com bulbo transparente ou
leitoso;
• metálica refletora PAR – versão refletora das lâmpadas metálicas de baixa
sendo mais eficiente que a PAR-halógena, com excelente IRC
udo necessita de reator e ignitor para funcionamento;
• metálica com tubo cerâmico – versão premium com tubo de descarga cerâmico, melhor
IRC, aumento do fluxo luminoso e manutenção da estabilidade de temperatura de cor.
FIGURA 18 – LÂMPADAS DE DESCARGA (ALTA E BAIXA POTÊNCIA) Fonte: Philips (2004)
36
2.4.5.LEDs e fibras óticas
Inicialmente dispositivos coloridos de sinalização em
alca o de emissão de luz que utiliza materiais
m
form
efic
hor ução de luz colorida de alta pureza, alta resistência mecânica e produção de luz
(SIL
são
solu
de tráfego, luminosos, sinalização interna de edifícios, balizadores de chão e do tipo
espeto, iluminação decorativa em sancas e na substituição de iluminação neon que possui
alto custo e perigos de manutenção (tensão de rede muito alta). Há pesquisas sendo
efetuadas em todo o mundo visando o desenvolvimento de novos usos para a tecnologia
LED podendo-se destacar a criação de lâm
utilização de OLEDs (LEDs orgân os (luminosos) e até comunicação
óptica sem fios baseada em LEDs (INOVAÇÃO TECNOLÓGICA,2006).
equipamentos eletrônicos, os LEDs sofreram grande avanço tecnológico na última década,
nçando a produção de luz branca. É um tip
se icondutores especiais em que um átomo que recebe energia devolve essa energia na
a de luz. Além de oferecer luz com consumo energético mínimo (1W/LED) e alta
iência luminosa, possui tamanho bastante reduzido, longa durabilidade (até 10.000
as), prod
isenta de radiação infravermelha, tornando-se um promissor substituo às lâmpadas elétricas
VA, 2004).
Os sistemas de iluminação de LEDs disponíveis
compostos por agrupamentos em módulos que operam em baixa tensão, utilizando novas
ções de refletores e luminárias. Pode-se destacar os usos já comuns de LEDs em sinais
padas planas e transparentes por meio de
icos), tecidos fotônic
37
FIGURA 19 – NOVAS SOLUÇÕES DE ILUMINAÇÃO EM LEDs.
Fonte: www.crescent.co.uk [1]
Outra importante nova tecnologia é a da iluminação por
feixe de fibras óticas. A fibra ótica é constituída de silício e tem a capacidade de conduzir
um fluxo luminoso por um feixe flexível de cabos de forma segura e eficiente, podendo
alcançar longas distâncias. Neste processo não há condução de eletricidade nem radiação
infravermelha ou ultravioleta e centenas de pontos podem ser iluminados com origem em
somente uma fonte de luz de baixo consumo, que por sua vez pode contar com efeitos de
alternância de cores por exemplo. A emissão da luz pode se dar de forma pontual, havendo
transporte luminoso de uma ponta a outra da fibra, ou lateral, onde há emissão da luz pela
lateral da fibra.
FIGURA 20 – NOVAS SOLUÇÕES DE ILUMINAÇÃO EM FIBRA ÓTICA. Fonte: www.crescent.co.uk [2]
38
2.4.6.Luminárias e acessórios
As luminárias são os equipamentos que recebem a fonte
de luz e distribuem inoso
produzido. São compostas pe nosa (onde ocorre o contato
elétrico da fonte luminosa, o soquete), pelos dispositivos que modificam a distribuição do
fluxo luminoso (refletores, refra
fluxo luminoso, mas na maioria das vezes a sua função é a vedação da
luminária de forma a proteger os componentes internos da luminária contra agentes
externos e impactos. A utilização de refrator ou lente com objetivo de modificação do
fluxo luminoso se dá por meio de prismas e seu uso principal é em teatro, cinema e
televisão(MOREIRA, 2001).
Difusores, também chamados de grades, aletas ou
colmé e luz
com o objetivo de reduzir ofuscamentos ou aumentar abertura de facho de uma luminária.
, filtram e controlam a distribuição espacial do fluxo lum
lo suporte par a fonte lumia
tores e difusores ) e pela carcaça e demais acessórios como
reatores, ignitores, starters, relés fotoelétricos e sensores de presença (MOREIRA, 2001).
Refletor é o dispositivo refletivo composto por materiais
polidos ou brancos, sendo que os formatos mais utilizados são os de refletores
circulares/esféricos, parabólicos, elípticos e assimétricos. Os resultados na orientação do
fluxo luminoso da fonte de luz depende de onde ela esteja localizada e dos princípios de
ótica geométrica aplicados ao projeto do refletor.
Refrator e lente são dispositivos que podem interferir na
distribuição do
ias, são elementos translú cados em frente à fonte dcidos foscos ou leitosos, colo
39
A carcaça é o componente exterior da luminária e onde
mais manifesta-se o componen
ambiente do qual fará parte, assi
almente utilizadas para iluminação de
destaque
reamento, e geralmente são fontes de ofuscamento. Pode ser
exemplificado por uma l
te estético do sistema de iluminação. Há disponível no
mercado uma infinidade de modelos, em diversos materiais (metal, vidro, plástico,
cerâmica) e configurações (arandelas de parede, plafonds e pendentes de teto, pedestais,
abajures, balizadores) de acordo com o tipo de lâmpada utilizado. A luminária deve
contemplar a melhor performance da distribuição do fluxo luminoso de acordo com os
efeitos desejados, expondo ou ocultando a fonte de luz, oferecendo harmonia visual com o
m como facilidade de acesso e manutenção.
A composição entre as fontes de luz e as luminárias
originam quatro formas de sistemas de qualidade de luz (GRANDJEAN, 1998):
• fontes luminosas radiantes diretas – emitem 90% ou mais da luz em foco dirigido,
com forte demarcação de sombras. Ger
• fontes luminosas semidiretas ou semi-indiretas – emitem até 40% da luz em todas
as direções, de forma tênue por meio de materiais translúcidos, enquanto o restante
incide em paredes e teto. Indicadas para iluminação geral.
• fontes irradiantes livres – irradiam a luz uniformemente em todas as direções, com
pequeno a médio somb
âmpada incandescente opaca.
• fontes emissoras indiretas – emitem 90% da luz nas paredes ou teto, sendo refletida
para o restante do ambiente de forma difusa e quase sem apresentar sombras.
40
2.4.7.Dispositivos de contr
role de maior
complexidade que são integrado
lém disso,
sistema
desses
da auto idencial e comercial.
ole
Os dispositivos de controle de iluminação são um dos
componentes dos sistemas de iluminação menos conhecidos pelos profissionais. Há
dispositivos para produção de efeitos variados tais como Dimmers – que controlam a
intensidade da luz gerada pela fonte de luz - fotocélulas, sensores de presença - sensíveis à
radiação infravermelha ou ao ultra-som - sensores fotoelétricos, temporizadores,
seqüenciadores, minuterias, controles remotos e os simples interruptores.
Também estão disponíveis sistemas de cont
s eletronicamente permitindo ao usuário comando absoluto
da sua iluminação até mesmo por meio de telefone ou computador remoto. A
s de controle também estão disponíveis no mercado, associando dois ou mais
controles individuais citados, dando origem a um novo setor para estudos, o campo
mação res
FIGURA 21 – CONTROLES DE AUTOMAÇÃO DE ILUMINAÇÃO
41
2.5.PROJETOS LUMINO
o mediano seria
aquele que atende unicamente a
, e fisiológicos, ao evitar o ofuscamento direto ou
refletido, a fadiga visual por contraste excessivo e até ao trazer influências benéficas sobre
o sistema nervoso vegetativo. Dessa forma, uma boa iluminação faz com que se eleve o
rendimento do trabalho que se realiza e diminuam-se os erros e acidentes, contribuindo
para mais conforto, bem-estar e segurança.
TÉCNICOS
A qualidade de um projeto luminotécnico pode ser
avaliada de forma simplificada conforme os recursos utilizados e o grau de domínio
técnico do profissional. Um projeto deficiente pode ser entendido como aquele que se atém
somente bom senso, sem preocupações quanto às normas existentes, e costuma adotar
soluções limitadas pela escassez de recursos. Um projeto de iluminaçã
s normas de iluminação, especialmente a NBR 5413 que
apresenta valores de iluminância ideais para diversas atividades.
Um projeto luminotécnico de qualidade, além de atender
os níveis técnicos de iluminância, também se preocupa com outras questões objetivas e
subjetivas que interferem no bem estar do usuário, como considerar aspectos emocionais,
ao ambientar cenicamente o ambiente
42
Segundo MOREIRA (2001), entre os critérios para
• nível médio de iluminân
e influenciar o projeto
luminotécnico é o impacto no
avaliação de um projeto de iluminação podem ser citados:
cia de uma área (Eméd) : igual à média aritmética de todos
os valores de iluminância encontrados em pontos determinados dentro da área.
• fator de uniformidade: relação entre o nível médio de iluminância (Eméd) de uma
área e o nível mínimo de iluminância (Emin) encontrado nesta mesma área.
• fator de desuniformidade: é a relação entre o nível máximo de iluminância (Emáx)
de uma área e o nível mínimo de iluminância (Emín) encontrado nesta mesma área.
Um aspecto que também dev
consumo energético. No Brasil aproximadamente 25% do
consumo de energia elétrica está vinculada aos sistemas de iluminação (ABILUX, 1992).
Tal percentual em conjunto com o fato de que dispositivos de iluminação não-eficientes
ainda são largamente utilizados no país apontam para a existência de um grande potencial
de conservação de energia elétrica (LEONELLI,1997), não se restringindo à substituição
de equipamentos de iluminação mais modernos e eficientes mas também sendo observada
estreita ligação com a aplicação de níveis de iluminamento adequados e otimizados.
43
O domínio das opções de produtos oferecidos no mercado
é outro fator essencial em um bom projeto luminotécnico, visando conhecer-se as
cara e
apropri elos
div o
combin
torna-s
se restringir ao formalismo mat
ct rísticas e performances dos produtos para que possam ser utilizados de forma
ada. Os sistemas de iluminação disponíveis são compostos basicamente p
ers s tipos de luminárias, lâmpadas e controles de iluminação, que devem ser
adas de forma eficiente e consciente em busca de resultados planejados.
Sendo a boa iluminação um equilíbrio entre ciência e arte,
e cada vez mais importante também que os profissionais especializados deixem de
emático em busca da iluminância perfeita, e ampliem seus
conceitos em direção ao aspecto artístico da manipulação da luz, inclusive aplicando
noções de filosofia, fisiologia, psicologia e arte. Dentro desta perspectiva, uma metáfora
muito adequada refere-se ao conjunto luminária e lâmpada como um pincel, à luz
produzida como a tinta, e o profissional luminotécnico como o artista, sendo que a obra
final será tanto melhor quanto maior for a sensibilidade do profissional na ambientação
(SILVA,2004).
44
3.CENTROS DE CO
O ICSC - Internacional Council of Shopping Centers
(2003) define como centro de compras um edifício que possui sua localização
minimamente estudada, com a disposição planificada das lojas e a presença de pelo menos
uma “loja-âncora”. Geralmente são edificações com arquiteturas introspectivas, voltadas
para o seu centro, para o seu espaço interno projetado, onde se têm ambientes climatizados
artificialmente e alheios aos fatos que ocorrem nas vias públicas que as cercam.
3.1.HISTÓRICO
de arquitetura marcante, refletindo no costume de comprar a
vidade da época.
Com a expansão da economia mundial no século XX e
consolidação dos Estados Unidos como potência econômica, o modelo europeu de grandes
agazines foi amplamente adotado e implantado nas novas e modernas cidades norte-
mericanas que surgiam. Assim o conceito de “shopping centers” apareceu em território
mericano por meio de empreendimentos à beira das estradas que tinham por objetivo
atender as necessidades de compras da população que começava a povoar os bairros
MPRAS
Com o advento da Revolução Industrial, o tradicional
comércio de rua europeu buscou se adaptar à nova realidade de consumo e foram criados
novos modelos de vendas a varejo, com concentração espacial dos produtos e mudanças
nas relações monetárias com o consumidor. Assim em fins do século XIX surgem na
Europa os magazines
modernidade e progressi
m
a
a
45
planejados, afastados do centro histórico da cidade. Esta população foi transferindo seus
hábitos de compra para os novos centros, planejados especificamente para esse fim, como
interessante alternativa para se comprar em um local com concentração de vários tipos de
lojas, de fácil estacionamento e que oferecia a agradável sensação de tranqüilidade e
segurança.
O sucesso desse conceito de vendas tornou-se um modelo
exportado para outros países e a sua configuração foi moldando-se a variações de geração
de usuários, de motivação para atividades de compras ou mesmo de reorganização de
atividades comerciais já existentes. Considerando-se o Shopping Iguatemi de São Paulo
como marco do início do processo de implantação de “shopping centers” no Brasil em
1967, este tipo de empreendimento está atingindo
rimordial dos centros de compras era estimular
diretamente o consumo por meio do direciona
39 anos de existência no país. Apesar de
ser um fenômeno relativamente recente, o Brasil já é o terceiro no mundo em número de
estabelecimentos e área construída, contando com inúmeras tipologias que se adaptam à
sua grande diversidade econômica, social e climática.
Em termos de histórico da iluminação de centros de
compras, até a década de 90 o objetivo p
mento visual. Assim corredores baixos, com
pisos escuros, cansavam a vista e atraíam o olhar do consumidor para lojas com vitrines
bem iluminadas. Outra prática adotada na iluminação de centros de compras era a
monotonia e o isolamento total em relação ao meio ambiente exterior, de forma que o
usuário perdesse a noção do tempo e permanecesse mais horas no edifício. Contudo este
46
modelo favoreceu a construção de edifícios com pouca iluminação natural, amplo uso de
áreas fechadas e uma grande necessidade de ar-condicionado (FERRAZ,2004).
Da década de 90 aos dias atuais, cada vez mais vem sendo
adotada a tendência da “tropicalização” dos centros de compras, ora pela adoção cada vez
mais freqüente do conceito de Open Malls, ora com a adoção maciça de grandes áreas de
circulação servidas por clarab
gias (SÁ,2002):
• shopping de vizinhança a
óias transparentes, para aproveitamento racional da luz
natural e minimização dos custos operacionais com economia de energia.
3.2.TIPOLOGIAS
Com o aperfeiçoamento do conceito de “shopping
centers”, iniciou-se nos Estados Unidos o estabelecimento de padrões e classificações para
este tipo de estabelecimento de acordo com o tamanho - considerado como Área Bruta
Locável (ABL) - tipologia do “mix” de lojas e extensão da zona primária dos seus
consumidores. Dessa forma surgem as seguintes tipolo
té 5.000m2 de ABL
• shopping comunitários até 40.000m2 de ABL
• shopping regionais acima de 40.000m2 de ABL.
Como conceito fortemente adaptável às demandas do
mercado consumidor, nos últimos vinte anos os centros de compras passaram a adotar
outros tipos de lojas principais (âncoras) além dos tradicionais segmentos de moda,
eletrodomésticos ou decoração. Ainda que em menor escala que os centros de compras
47
tradicionais por oferecerem maior risco de fracasso diante da grande especialização
surgiram os:
• power-centers: concentra
tros de compras
resultando no aparecimento de novo nicho de mercado com outras atividades como:
s de cursos, escolas e universidades;
• saúde: clínicas médicas,
ização alternativos
(asp s ral), como ocorre no caso dos Open
Ma o e climatizado artificialmente, onde
a in f om utilização maciça de sistemas
de ar-condicionado e iluminação
ndo lojas de departamentos;
• festival malls: concentrando atividades de alimentação, entretenimento e lazer;
• shoppings temáticos: elegendo a tematização como partido da sua arquitetura.
Além desta diversificação tipológica, o consumidor
procura satisfazer outras necessidades urbanas no mesmo espaço dos cen
• educação: atravé
clubes de saúde;
• entretenimento e Lazer: parques, cinemas multiplex, boliche, casas de shows.
Outra variação tipológica que merece ser registrada é a
diferenciação de partido arquitetônico privilegiando arquitetura aberta com grande
interface com o meio exterior e utilização de sistemas de climat
er ores de água fria, sensores de iluminação natu
lls, em contraposição à tipologia de edifício fechad
ter ace com o meio exterior é praticamente anulada c
artificial.
48
É fundamental que a proposta do centro de compras
propicie o prazer no hábito de comprar, de forma que haja a satisfação durante as horas de
util ç o. O projeto arquitetônico de
um n de
mar t s ou
idosos) de forma que haja êxito
3.3
de iluminação para uma loja deve chamar
a a sua
permanência, integrar-se à a
e design interior (popular até exclusivo), a
diversidade de produtos (restrita até grante), estilo de vendas (personalizado até
impessoal).
iza ão deste espaço e que se provoque o desejo de retorn
ce tro de compras sempre deve estar baseado em estudos mercadológicos e
ke ing, com a identificação do público alvo (A, B ou C, jovens, adultos, criança
na ambientação de suas praças internas, circulações e áreas
de lazer (SÁ,2002).
.ILUMINAÇÃO COMERCIAL
Um bom projeto
tenção do usuário e gerar interesse, criando uma atmosfera agradável à
rquitetura e oferecer flexibilidade de configurações
(PHILIPS,2004). O destaque de uma loja frente às demais no espaço de um centro de
compras é um fator que gera o fenômeno da “competição lumínica”, com usos de níveis de
iluminância cada vez mais altos na tentativa de obter o almejado destaque.
O conceito de iluminação comercial das lojas também
deve levar em consideração uma série de variáveis que incluem faixas de variação de
preços dos produtos (barato até caro), d
49
Atualmente há a aplicação de matrizes a partir da
identificação do perfil da loja, com o objetivo de identificar-se o tipo de iluminação mais
adequado às suas necessidades quanto aos níveis de iluminância geral, nível e quantidade
de iluminação de destaque, temperatura de cor e índice de reprodução de cor. Inicialmente
as iluminações utilizadas em lojas se restringiam a oferecer altos níveis de iluminação
geral difusa, contudo atualmente um bom projeto de iluminação deve priorizar um nível de
iluminação geral satisfatório que permita a criação de pontos de contraste destacando os
produtos de forma eficiente (PHILIPS,2004).
à iluminação do centro de compras, trata-se de
um dos estímulos ambientais
mos em um país tropical privilegiado pela incidência solar durante todo o ano,
a adoção desta iluminação zenital torna-se uma adequação tipológica extremamente
Em relação
com maiores possibilidades cognitivas, emocionais,
funcionais e simbólicas na definição do “cenário de compras”. A iluminação é um dos
mais importantes componentes desta ambientação que tem por objetivo proporcionar ao
usuário o máximo de conforto para ampliar o quanto possível sua permanência no local e,
como conseqüência, as possibilidades de consumo em relação a compras de produtos nas
lojas que o compõem e a utilização das áreas de lazer e alimentação.
Uma forte tendência observada nos projetos arquitetônicos
de centros de compras desde a década de 90 consiste na adoção de grandes áreas de
clarabóias translúcidas localizadas em áreas centrais das edificações, visando aproveitar de
forma mais racional o grande nível de iluminação natural oferecido durante boa parte do
dia. Por estar
50
coerente e que vem de encontro
pisos claros e brilhantes que difundem a luz
pelo ambiente e de iluminação a
r pode reverter-se em
iluminação excessiva, causando
aos preceitos de edificações sustentáveis e ambientalmente
corretas. Tal solução vem sendo adotada nos novos projetos e nos projetos de reformas de
edifícios existentes.
Um exemplo é o caso de um centro de compras localizado
na cidade de Jundiaí, no estado de São Paulo. Houve expressiva transformação do edifício
desde sua inauguração nos anos 90, com projeto inspirado em centros de compras norte-
americanos, à sua ampliação em 2002. As novas alas privilegiaram a utilização de grande
cobertura de vidro para a entrada da luz solar,
rtificial direcionada somente nas áreas não alcançadas pela
luz natural. Segundo levantamento, a queda no consumo de energia elétrica nas novas
instalações chega a 25% . A experiência bem sucedida culminou com a reforma do restante
da área original do empreendimento com expectativas de redução de cerca de 40% dos
gastos com energia elétrica (FERRAZ,2004).
Contudo é importante salientar que a adoção maciça de
iluminação natural sem os devidos cuidados quanto à orientação sola
desconforto visual, ou em maiores gastos com os sistemas
de condicionamento de ar diante da incidência de radiação infra-vermelha proveniente do
exterior com a iluminação direta. A radiação solar que penetra na edificação pelos
elementos translúcidos juntamente com a iluminação natural pode acarretar o aumento da
carga térmica do edifício. Assim deve-se buscar o aproveitamento da iluminação natural de
forma difusa sempre que possível.
51
FIGURA 22 - APROVEITAMENTO DE ILUMINAÇÃO NATURAL DIFUSA
1.Iluminação indireta por reflexão da luz solar em painel com superfície polida;
controladora da luz solar;
Observa-se também a atualização dos sistemas de
iluminação com utilização de aparelhagem mais moderna, com maior preocupação tanto
em relação a desenhos de refletores mais eficientes e uso de materiais com melhor
performance em projetores e spots, quanto
Fonte: Vitruvius (2005)
2.Sistema de iluminação direta e indireta. Painéis em chapa perfurada funcionam como uma retícula
3.Shaft com espelho. Iluminação através de aberturas no forro e espelhos.
em relação à eficiência energética das
lâmpadas, possibilitando a produção de maior fluxo luminoso por dispositivos com
menores gastos de energia. Dessa forma detecta-se nos centros de compras mais modernos,
assim como nas últimas expansões dessas edificações, a utilização de lâmpadas de
descarga, lâmpadas fluorescentes compactas com maior capacidade de emissão luminosa e
tecnologias recentes. A utilização de sistemas de LEDS e fibras óticas vem se destacando
como inovações tecnológicas disponíveis no mercado que possibilitam o uso mais efetivo
da cor na iluminação com nível de iluminância considerável.
52
Ultimamente, uma tendência marcada pela sofisticação
técnica e que começa a ser adotada em projetos luminotécnicos de novos centros de
compras é o conceito de “Bio-Light” (VITRUVIUS,2005). Diante da marcante
característica dos centros de compras como edifícios de média e longa permanência,
período durante o qual o usuário pode ficar privado do contato com o exterior, trata-se de
uma r de
terior da edificação a
a possível à natural, como uma forma de respeitar as leis
naturais de iluminação, numa estreita relação com os aspectos fisiológicos dos ciclos
circadianos.
tendência que deve ser difundida em breve. Esse conceito de iluminação apesa
ainda incipiente no Brasil, tem por objetivo proporcionar ao in
tonalidade de luz mais próxim
Busca-se a repetição, nos ambientes internos, das mesmas
nuances da luz externa durante os diversos momentos do dia, por meio de variação na
temperatura de cor e intensidade de iluminação das lâmpadas. Dessa forma a iluminação
matutina tenderia a uma temperatura de cor média em torno de 3500 K, aumentando
bastante ao meio dia com indicies acima de 4500 K, e diminuindo-se no decorrer do dia até
atingir-se uma iluminação próxima a 2500 K no fim da tarde. Este efeito tem sido
alcançado por meio de utilização de mecanismos de timers, dimmers e conjuntos de
lâmpadas fluorescentes de temperaturas de cor “corrigidas”, com o auxílio de luxímetros
fotossensíveis que controlam a variação da iluminação.
53
Trabalhando com níveis de iluminâncias pré-definidas,
estes sistemas de leitura indicam a necessidade de acionamento dos sistemas de iluminação
artificial de forma progressiva, aumentando a eficiência do sistema com o mínimo de
desperdício de energia elétrica e luminosa.
FIGURA 23 - CONCEITO DE BIO-LIGHT
Fonte: Vitruvius (2005)
54
4.NORMAS ABNT
Quando a produção artesanal cedeu lugar à produção em
larga escala no século XIX e acarretou modificações substanciais nos processos
produtivos, houve a necessidade de criarem-se processos de normalização buscando a
padronização dos produtos em fabricação. Em 1906 foi criada em Londres a primeira
organização de normalização, a International Eletrotechnical Comission – IEC, para
gerenciar e divulgar normas de segurança na utilização de equipamentos elétricos. Em
1947 foi criada a Organização Internacional de Normalização – ISO que iniciou suas
atividades em âmbito in normas industriais.
O processo de elaboração de norma pode ocorrer no
âmbito internacional (normas ISSO e IEC), âmbito regional (Associação Mercosul de
Normalização, Comitê Europeu de Normalização), âmbito nacional (ABNT no Brasil, DIN
na Alemanha, BSI no Reino Unido) ou até mesmo no âmbito de uma empresa com a
finalidade de reduzir custos e evitar acidentes. No Brasil a Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT foi fundada em 1940, sendo a partir de então o órgão
responsável pela normalização técnica no país. Trata-se de uma entidade privada, sem fins
lucrativos reconhecida como Fórum Nacional de Normalização por meio da Resolução n°
07/92 do CONMETRO. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo e atualização são de
responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e Organismos de Normalização
Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudos (CE). Estas Comissões
de Estudo são integradas voluntariamente por produtores, consumidores e “neutros”
ternacional de forma a coordenar e unificar as
55
(universidades, laboratórios, centros de pesquisas e Governo), participantes responsáveis
pelas análises e debates das propostas de Projetos de Norma.
As normas podem ser entendidas como dados referenciais,
resultantes de uma escolha coletiva racional de forma a auxiliar o entendimento e solução
de problemas repetitivos e padronizáveis. A normalização é a atividade que estabelece
orientações referentes a procedimentos e produtos com vistas à obtenção do grau ótimo em
um dado contexto e busca proporcionar:
• compatibilidade entre a variedade de produtos e procedimentos oferecidos no
mercado;
• a compatibilidade entre regulamentos sobre produtos e serviços em diferentes
países, facilitando assim, o intercâmbio comercial;
• meios eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a
confiabilidade das relações comerciais e de serviços;
• proteção eficiente da vida humana e a saúde;
• prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos
consumidos.
56
4.1.NORMAS ABNT E ILUMINAÇÃO
O nível de iluminamento é um dos parâmetros mais
importantes na especificação de um sistema de iluminação, e corresponde à iluminância
em lux, medida na altura do campo de trabalho. O nível de iluminamento ideal está
diretamente relacionado com o tipo de tarefa visual desenvolvida e com a idade do usuário
e segue o disposto na norm
Comitê de Eletricidade (ABNT/CB-03), pela Comissão de Estudo de Iluminação
Inte a
tarefas
“Ilumin classes de iluminação A, B e
C d c desenvolvimento da atividade. Cada
clas é
níveis a ser adotada (TABELA 4).. A escolha da iluminância se dá pela
plicação acumulativa das variáveis dispostas na Tabela 2: idade do usuário, velocidade e
recisão da tarefa, assim como refletância do fundo da superfície onde a tarefa é realizada
ABELA 5).
a técnica da ABNT NBR 5413 (ABNT,1991), elaborada no
Brasileiro
rn . Esta norma apresenta dois tipos de determinação de iluminância: por classe de
visuais e por tipo de atividade ou local.
A princípio a NBR 5413 define a Tabela 1 de
âncias por classe de tarefas visuais”, distinguindo as
e a ordo com a acuidade visual necessária para o
se subdividida de acordo com os tipos de atividades e cada atividade conta com três
de iluminância
a
p
(T
57
Classe Iluminância (lux) Tipo de atividade
20-30-50 Áreas públicas com arredores escuros
50-7 Orientação simples para permanência curta 5-100 A
Iluminação geral para áreas usadas interruptamente ou com tarefas visuais simples
150-200 Recintos não usados para trabalho contínuo; depósitos 100-
200-300-500 Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, auditórios
500-750-1000 Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho médio de maquinaria, escritórios B
Iluminação geral Tarefas com requisitos especiais, gravação manual, inspeção, indústria de roupas para área de trabalho 1000-1500-2000
2000-3000-5000 eletrônica de tamanho pequeno Tarefas visuais exatas e prolongadas,
5000-7500-10000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de microeletrônica
C
Iluminação adicional para tarefas visuais
1000-15000-20000 difíceis
Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
TABELA 4 – ILUMINÂNCIAS POR CLASSE DE TAREFAS VISUAIS Fonte: ABNT (1991)
Peso Características da tarefa e do observador -1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e precisão Sem importância Importante Crítica
Refletância do fundo da tarefa Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
TABELA 5 – FATORES DETERMINANTES DA ILUMINÂNCIA ADEQUADA Fonte: ABNT (1991)
58
A seguir a NBR 5413 define no seu item 5.3 outra tabela
onde as iluminâncias são definidas para 77 tipos de atividade ou local. Novamente são
resentados três níveis d cia para cada tipo de espaço, sendo sugerida a
lo nid
etâncias e contrastes
na tarefa é de difícil correção, quando o trabalho visual é
ntes, o do
do a u ore
endados nos casos em cia ltos, a
ão na a
da ocasionalmente.
a pesquisa na
adoção da tabela de iluminâncias por tipo de atividade ou local, descrita no item 5.3 da
NBR 5413. A opção pela utilização dos valores de iluminância indicados nesta tabela, em
comparação à forma genérica descrita na tabela de iluminâncias por classe de tarefas
a uma melhor caracterização das atividad desenvolvidas em centro
mpras, vinculação ao onde viab
a influên a tarefa visual para as atividades exercidas.
ap e iluminân
utilização padrão dos va
recomendada somente em casos onde haja refl
res médios defi os. A utilização dos maiores valores é
baixos, quando o erro
crítico, quando a precisão e a
velocidade na tarefa visual são importa u quando há baixa capacidade visual
usuário. Por outro la tilização dos val s de iluminância mais baixos somente são
recom que as refletân s e contrastes sejam relativamente a
velocidade e a precis
executa
execução das tarefas não seja importante ou a tarefa sej
A presente análise optou pela delimitação d
visuais, se deveu es um
de co espaço físico é exercida ilizando o estudo
comparativo, e a pouc cia na precisão d
59
Assim, para o estudo de casos deste trabalho, os níveis de
iluminância recomendados para ambientes de Lojas seguem os seguintes valores descritos
no item 5.3.58:
• vitrinas e balcões (centros de compras de grandes cidades)
geral..............................................................................................750-1000-1500
• vitrinas e balcões (outros locais fora dos centros de compras)
geral...............................................................................................300-500-750
iluminação suplementar com facho concentrado........................1000-1500-2000
loja de artigos diversos..................................................................300-500-750
centros comerciais. .....................................................................300-500-750
outros locais......
iluminação suplementar com facho concentrado........................3000-5000-7500
• interior de
.............................................................................300-300-750
Analisando-se os níveis de iluminância definidos pela
NBR 5413 para atividades de lojas pode-se verificar que há destaque para a unidade
comercial isolada, que chega a ser classificada como componente ou não de um centro de
compras. Percebe-se que os centros de compras em si são considerados de forma genérica,
somente com a indicação dos níveis de iluminamento de seu interior, sem maiores
detalhamentos. É importante também destacar que curiosamente e de forma genérica a
NBR 5413 traz no seu item 5.3.10 os seguintes níveis de iluminância para áreas de
corredores e escadas: 75-10-150.
60
5. METODOLOGIA
O presente trabalho objetivou a medição de níveis de
iluminância artificial nas áreas comuns de shopping centers, aqui sendo denominados
centros de
iluminação
técn a res como arquitetura
interna, porte da loja,
out , iabilizaria a identificação eficiente de características ou padrões
utilizados.
dos centros de compras reveste-se de uma neutralidade propícia ao estudo de caso, além do
fato de ser uma área sob respon
PROPOSTA
compras. A delimitação do trabalho neste sentido baseou-se no fato de que a
utilizada nas lojas internamente caracteriza-se por uma infinidade de soluções
ic s e níveis de iluminamento diversos, influenciados por fato
perfil de usuário, mercadoria comercializada, estilo da marca, entre
ros o que inv
Por outro lado, a iluminação artificial das áreas comuns
sabilidade das administradoras dos empreendimentos. Uma
das hipóteses daí decorrentes seria a de privilegiar-se o aspecto econômico nas escolhas
projetuais das soluções de iluminação pelas administradoras, em detrimento do
estabelecimento de níveis de iluminamento maiores e mais adequados. Outra hipótese a ser
verificada seria o não atendimento às disposições da norma ABNT NBR 5413 por haverem
mais fatores subjetivos associados às soluções adotadas na prática do que somente níveis
técnicos visando o desenvolvimento de tarefas de forma satisfatória.
61
A classificação dos objetivos da pesquisa e a determinação
dos recursos e procedimentos utilizados para sua elaboração são fundamentais na definição
metodologia utilizada. Existem dois tipos de procedimentos envolvidos nas técnicas de
pesquisa: a documentação direta, relacionada com a pesquisa bibliográfica/documental, e a
indireta, baseada nas técnicas de observação (ANDRADE,2003).
A pesquisa de campo pode ser definida como o tipo de
pesquisa utilizada com o objetivo de conseguir-se informações ou conhecimentos acerca
do problema, para o qual se procura uma resposta, ou acerca de uma hipótese que se queira
comprovar ou, ainda, descobrir-se novos fenômenos ou as relações existentes entre eles
(ANDRADE,2003). As técnicas de pesquisa adotadas neste trabalho foram do tipo
documentação direta, com consulta a bibliografia disponível sobre o tema de iluminação
comercial, e do tipo documentação indireta, na medida em que o trabalho esteve
fortemente vinculado a pesquisa de campo.
Para a realização das leituras de níveis de iluminamento
foi utilizado um luxímetro digital portátil compacto modelo MLM-1010 da marca Minipa,
com fotosensor em Fotodiodo de Silício, com escalas de 2000, 20000 (leitura x10) e 50000
lux (leitura x100), resolução de 1 lux, 10 lux e 100 lux, respectivamente, e precisão de
±4% .
62
FIGURA 24 – LUXÍMETRO Fonte: <http://www.labcon.ufsc.br>. Acesso em : 15 abr. 2006
5.1 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
Para a realização da pesquisa de campo foram
selecionados quatro centros de compras de grande porte localizados na área do Plano
Piloto de Brasília, sendo excluídos dos trabalhos de aferição os centros de compras de
tipologia aberta (Open Malls), como o Terraço Shopping e Pier 21, tipologia que prejudica
a análise luminotécnica compar
al de Brasília.
ativa diante da grande variação das larguras de circulação,
localização de sistemas de iluminação e grande influência do ambiente externo. Dessa
forma para a presente análise foram selecionados os seguintes edifícios com tipologia
arquitetônica do tipo fechada: Pátio Brasil, Park Shopping, Brasília Shopping e Conjunto
Nacion
63
Observando-se o funcionamento dos centros de compras
analisados, foram identificados grupos de atividades muito característicos ocorrendo em
suas áreas comuns. Visando uma melhor análise comparativa das medições realizadas,
essas áreas comuns foram agrupadas em lógica semelhante à adotada pela ABNT NBR
5413, que vincula níveis de iluminamento a atividades. Assim foram identificados três
tipos de espaços nas áreas c idade principal de compras:
irculação, alimentação e lazer. É importante destacar que a NBR 5413 trata os espaços
os centros de compras de forma genérica, somente sob a classificação de “interior de
freqüenta o centro de compras em busca não só de compras.
omuns complementares à ativ
c
d
centros de compras”.
A atividade de circulação é uma das características mais
marcantes no conceito de centro de compras, caracterizado por restringir as atividades
antes desenvolvidas no comércio de rua a um edifício fechado. Dessa forma a circulação
interna dos centros de compras cumpre o papel da própria rua. A atividade de alimentação
é outro componente importante das áreas comuns de centros de compras atualmente e
atende o usuário viabilizando longos períodos de permanência no local de forma mais
confortável. A área comum caracterizada pela atividade de lazer refere-se às ambientações
específicas criadas nos acessos aos cinemas de forma a acentuar a atratividade destas áreas
junto a um público que
64
No presente estudo de caso a aferição dos níveis de
iluminância das áreas comuns caracterizadas pela atividade de lazer ficou prejudicada por
este tipo de espaço não existir na totalidade dos centros de compras estudados (Conjunto
Nacional de Brasília) ou sua dimensão não ser significativa (Brasília Shopping). Assim as
medições se ativeram às áreas comuns com atividades de circulação e alimentação.
As aferições foram baseadas nos critérios preconizados
pela norma ABNT NBR 5382 – Verificação de Iluminância de Interiores (ABNT,1985).
Esta norma fixa o modo pelo qual deva se dar a medição de iluminância de interiores em
áreas retangulares, indicando de forma geral que a superfície da fotocélula deva estar
localizada no plano horizontal a
os nas
circulações dos centros de comp s, evitando-se as interferências excessivas de iluminação
de lojas próximas. Assim for m realizadas cerca de 280 medições nas circulações
(corredores), em pontos médios localizados entre dois ou mais focos de luz, tomados de
cerca de 80 cm do piso, e define seis métodos de medição
em áreas retangulares. Diante da grande variação da geometria dos espaços de circulação
dos centros de compras verificados, foi adotado o tipo de leitura de uma “área retangular
com luminária central” (item 4.2. da norma), cujos lugares de verificação são definidos por
quatro pontos disposto nas diagonais que interceptam em planta a fonte de luz.
A partir da escolha do tipo de leitura para a verificação de
iluminância, foram adotados procedimentos específicos buscando o ajuste da forma de
medição indicada pela norma ABNT NBR 5382 à realidade espacial dos edifícios
pesquisados. Tal ajuste consistiu na identificação de áreas com iluminamento médi
ra
a
65
quatro em quatro medições por á
tros de
compras atualmente, no período
edificação,
quantidade de pavimentos, nov
rea e calculando-se a média aritmética de cada grupo, com
subtotais parciais, subtotal por área e total médio final do centro de compras por tipo de
atividade.
As medições foram realizadas no período noturno, para
que não houvesse a interferência da iluminação natural adotada pela maioria dos cen
compreendido entre as dezenove e vinte e duas horas, em
dias de semana, em período sem chuvas e sem interferência de relâmpagos, e em datas
não-comemorativas evitando-se assim também a interferência de iluminação promocional
instalada pelo centro de compras. Também houve especial atenção no sentido de não se
provocar sombra entre as fontes de luz e o aparelho de medição.
Para a aferição do nível médio de iluminância, evitou-se a
medição de áreas específicas, como acesso a elevadores, e de elementos pontuais como
clarabóias fluorescentes isoladas e lâmpadas neon isoladas. A quantidade de focos de luz
aferidos variou conforme a homogeneidade ou não dos espaços existentes na
as alas ou expansões significativas existentes. De forma
geral pode-se afirmar que se a disposição dos sistemas de iluminação foi adotado de forma
padronizada pelo centro de compras, não houve necessidade de um número maior de
pontos de medição.
66
6.ANÁLISE DOS LEVANTAMENTOS
Os sistemas de iluminação dos edifícios analisados são
descritos quanto ao tipo de luminária utilizada, tipo de lâmpada, disposição dos
equipamentos, conceito geral de iluminação adotada, configuração geral dos espaços e
níveis de iluminâncias aferidas.
6.1.BRASÍLIA SHOPPING
Inaugurado em 1997, tem projeto do arquiteto Ruy
Ohtake, faz parte de geração de edifícios comerciais recentes de Brasília e tem ABL de
18.500m . As soluções de iluminação adotadas neste centro de compras apontam para dois
tipos de ambientação nas áreas comuns com atividade de circulação (circulações gerais e
vãos centrais das clarabóias de iluminação) e dois tipos de ambientação nas áreas comuns
com atividade de alimentação (laterais e centro da praça de alimentação). Em todo o
edifício a iluminação utiliza alta temperatura de cor (>3500K).
2
67
A iluminação geral consiste na utilização de lâmpadas
fluorescentes compactas dispostas em spots embutidos em frente de vidro com tratamento
anti-ofuscamento, distribuídas uniformemente ao longo das áreas comuns.
Há utilização de projetores ao longo de todo o perímetro
do vazio formado pelas áreas de clarabóias translúcidas com pé-direito duplo, sendo
equipados com lâmpadas de descarga do tipo multivapor metálico e direcionados para o
vazio do nível térreo. Dessa forma há a iluminação eficiente de uma área onde a falta de
suporte horizontal superior no nível do térreo sugeriria a utilização de iluminação a grande
altura, na estrutura metálica de suporte das clarabóias. A solução adotada permitiu o uso de
fontes de luz de menor intensidade, com economia energética significativa. Contudo há
desperdício da iluminação gerada pelos projetores de mesmo tipo que estão direcionados
para cima objetivando iluminar a estrutura metálica das clarabóias.
A praça de alimentação caracteriza-se pela utilização de
baixos níveis de iluminância geral, com a utilização de lâmpadas do tipo fluorescente
compacta nas áreas laterais distribuídas de forma irregular. Na área central repete-se a
solução de projetores ao longo de todo o perímetro do vazio formado pelas áreas de
clarabóias translúcidas com pé-direito duplo, sendo equipados com lâmpadas de descarga
do tipo Multivapor Metálico direcionados para baixo. Na estrutura metálica da clarabóia
foi instalada iluminação decorativa por meio de lâmpadas do tipo fluorescente compacta de
cor azul.
68
Dentre as edificações analisadas, o centro de compras
Brasília Shopping é o que aparenta utilizar um sistema de iluminação mais moderno, com
melhor posicionamento das soluções de iluminação. Entretanto a utilização de iluminação
com alta temperatura de cor não favorece a criação de uma ambientação convidativa e há
bastante distorção cromática decorrente de baixo IRC, reforçando os espectros azuis e
verdes.
O valor médio final de iluminância encontrada nas áreas
comuns com atividade de circulação foi de 202 lux (parciais de 215 lux, 214 lux e 176
lux). Na área comum com atividade de alimentação o valor médio final resumiu-se a 89
lux.
6.2.CONJUNTO NACIONAL DE BRASÍLIA
Primeiro centro de compras de Brasília e segundo do
Brasil, foi construído entre 1971 e 1977, passa por constantes reformas de atualização e
tem ABL de 56.500m . Possui expressiva variação nas soluções de iluminação, com a
definição
2
de três tipos de ambientações nas áreas comuns com atividade de circulação
(circulações gerais de pé-direito baixo, circulações de pé-direito alto e entorno das escadas
69
rolantes) e uma ambientação n
circulação nos pisos com pé-direito padrão. No piso com pé-direito duplo há
utilização de lâmpadas de descar
escentes compactas em spots embutidos em frente de vidro com tratamento anti-
ção com lâmpadas de neon. São
áreas que no geral apresentam menores valores de iluminância.
A praça de alimentação caracteriza-se por valores de
iluminância acima de 250 lux, utilizando-se a combinação de iluminação do tipo indireta
por meio do uso de sancas com lâmpadas fluorescentes tubulares, dispostas de forma
aleatória, em conjunto com lâmp das fluorescentes compactas em spots embutidos em
frente de vidro com tratamento a
a área comum com atividade de alimentação. Em todo o
edifício a iluminação predominantemente adota baixa temperatura de cor (<3500K).
A iluminação das circulações gerais consistem na
utilização de lâmpadas fluorescentes compactas em spots embutidos em frente de vidro
com tratamento anti-ofuscamento, distribuídas de forma bastante uniforme ao longo das
áreas de
ga do tipo Multivapor Metálico em spots embutidos.
A iluminação das circulações em torno das escadas
rolantes, (denominados Praça das Gaivotas, Praça JK, entre outros) utiliza lâmpadas
fluor
ofuscamento, distribuídas de forma irregular, em combina
a
nti-ofuscamento dispostos de forma também aleatória. Foi
interessante observar que as zonas cujos níveis de iluminamento ultrapassaram 400 lux
coincidiram com as de menor número de usuários se alimentando. Tal constatação pode
indicar a preferência pelo usuário de níveis mais baixos de iluminamento para a execução
dessa atividade.
70
Cabe destacar que este centro de compras alcançou as
maiores médias parciais por grupos de medição, com média final prejudicado pelo baixo
nível de iluminamento do pavim
ento com pé-direito duplo. Tal desempenho positivo talvez
possa ser explicado pela própria arquitetura do edifício, com pé-direito padrão de cerca de
três metros em sua maior parte, bem como o trabalho freqüente de reformas do centro de
compras, que inclui mudanças na iluminação, com a conseqüente utilização de luminárias e
lâmpadas mais adequadas.
O valor médio final de iluminância encontrada nas áreas
comuns com atividade de circulação foi de 275 lux (médias parciais de 326 lux, 323 lux e
176 lux) e na área comum com atividade de alimentação o valor médio final foi de 320 lux.
6.3.PARK SHOPPING
Inaugurado em 1983, é um dos shoppings pioneiros de
Brasília, com ABL de 47.550m2. Pelo seu grande porte, quantidade de expansões pelas
quais já passou, e grande variação nas soluções de iluminação adotadas, apresenta grande
variação de ambientações e foi o centro de compras com a maior quantidade de aferições
dos níveis de iluminância. Foi identificado dois tipos de ambientação nas áreas comuns
71
com atividade de alimentação (
rculação. Na ala recente “Mont Blanc” há utilização da
combinação de lâmpadas de
scentes compactas, além de sancas contínuas com lâmpadas
fluorescentes tubulares.
A área comum com atividade de alimentação apresenta
iluminação perimetral por meio da combinação de lâmpadas de descarga do tipo
Multivapor Metálico (palito) e sanca fluorescente contínua com lâmpadas fluorescentes
tubulares. A iluminação central da aça de alimentação utiliza-se de iluminação bastante
pontual por meio de lâmpadas h
laterais e centro da praça de alimentação) e três tipos de
ambientação nas áreas comuns com atividades de circulação (circulação padrão original,
circulação ala “Mont Blanc” e circulação ala nova “FNAC”). Em todo o edifício a
iluminação predominantemente adota baixa temperatura de cor (<3500K).
A iluminação padrão original é feita por meio de lâmpadas
fluorescentes compactas em spots embutidos, distribuídos de forma relativamente uniforme
ao longo das áreas de ci
descarga do tipo Multivapor Metálico (palito) e sanca
fluorescente contínua com lâmpadas fluorescentes tubulares. Na ala nova “FNAC” há
utilização da combinação de lâmpadas de descarga do tipo Multivapor Metálico (palito),
plafonds com lâmpadas fluore
pr
alógenas bipino, além de spots com lâmpadas halógenas de
refletor dicróico. Repete-se aqui o padrão de baixo nível de iluminamento detectado
anteriormente.
72
Destaca-se que a maior média final de iluminância
detectada neste centro de compras foi influenciada pela boa performance da “ala nova
FNAC” apesar da performance de seus equipamentos de iluminação padrão original
estarem visualmente defasados em relação ao restante dos sistemas utilizados.
O valor médio final de iluminância encontrada nas áreas
comuns com atividade de circulação foi de 279 lux (médias parciais de 314 lux, 295 lux,
269 lux e 237 lux). Na área comum com atividade de alimentação o valor médio final
aferido foi de 172 lux.
6.4.PÁTIO BRASIL SHOPPING
Centro de compras inaugurado em 1997, contemporâneo
do Brasília Shopping e com ABL de 32.000m2. As soluções de iluminação adotadas neste
centro de compras seguem um padrão muito próximo nos três primeiros pisos, com certa
diferenciação no último (“piso lazer”). Há dois tipos de ambientações nas áreas comuns
com atividade de circulação (ci lações gerais com e sem uso de arandelas) e dois tipos
de ambientação na área comum com atividade de alimentação (áreas de consumação com e
rcu
73
sem clarabóias de lâmpadas
s compactas
em spots embutidos simples, sem
alógenas bipino. Foi possível identificar diversos pontos com níveis
e iluminância deficiente, inferiores a 70 lux, nas áreas próximas às escadas rolantes. Há
neon e clarabóia com lâmpadas fluorescentes,
notadamente no terceiro piso, de ocupação mais recente. Por fim destaca-se que o grande
átrio central do edifício é iluminado pela utilização de projetores de grande potência
equipados com lâmpadas de descarga do tipo Multivapor Metálico, posicionados no topo
do último pavimento, com utilização decorativa de lâmpadas neon azuis emoldurando
cada pavimento.
fluorescentes). Em todo o edifício a iluminação
predominantemente adota baixa temperatura de cor (<3500K), com exceção das áreas com
clarabóias.
Há utilização geral de lâmpadas fluorescente
acabamento frontal, distribuídos uniformemente ao longo
das áreas de circulação. No segundo piso, com pé-direito duplo, é mantido o uso de
lâmpadas fluorescentes compactas mas adota-se de forma complementar arandelas
providas de lâmpadas h
d
também utilização pontual de lâmpadas
No “piso lazer” a iluminação segue o padrão dos demais
pavimentos, contudo há utilização mais acentuada de lâmpadas neon com efeito
decorativo, bem como clarabóias providas de combinação de lâmpadas fluorescentes
tubulares vermelhas, verdes e azuis (RGB), cuja combinação ao final fornece iluminação
branca com alta intensidade luminosa e temperatura de cor. Merece destaque a verificação
do valor de iluminância de 2120 lux encontrado em uma clarabóia localizada em frente ao
74
hall do elevador panorâmico no piso da praça da alimentação que causa grande desconforto
visual em uma área de espera.
Na praça de alimentação foram criados dois tipos de área
de consumação. No primeiro tip
adas. O valor médio final de iluminância encontrada nas áreas comuns
com atividade de circulação foi
o, localizado na área central, utilizou-se a combinação de
iluminação por sancas com lâmpadas fluorescentes tubulares, dispostas de forma radial, em
conjunto com lâmpadas fluorescentes compactas em spots embutidos sem acabamento
frontal, complementados por iluminação decorativa neon de cor amarela. No segundo tipo,
localizado em duas áreas laterais, utilizou-se a combinação de iluminação periférica por
meio das já citadas clarabóias com lâmpadas fluorescentes tubulares vermelhas, verdes e
azuis, em conjunto com lâmpadas fluorescentes compactas em spots embutidos sem
acabamento frontal, também complementados por iluminação decorativa neon de cor
amarela.
Cabe destacar que apesar da relativa variação de soluções
adotadas, este centro de compras obteve o pior desempenho lumínico comparativo entre as
edificações estud
de 189 lux (médias parciais de 207 lux, 201 lux e 161 lux).
Contudo, na área comum com atividade de alimentação o valor médio final foi de 452 lux,
bem superior à média encontrada nos demais casos, fortemente influenciada pelos níveis
de iluminância alcançados pelas “clarabóias RGB”.
75
7.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conceito de centro de compras tem ultrapassado as
fronteiras das meras trocas comerciais, e devido às suas características de espaço
climatizado, privado e seguro ao usuário vem tornando-se um componente importante do
tecido urbano, agregando às funções de compras, o entretenimento, a alimentação e o
espaço de encontros. Estes múltiplos usos dos centros de compras também têm estimulado
o aumento dos períodos de permanência dos usuários em suas instalações, além da natural
longa permanência dos empregados dos estabelecimentos que o compõem. Diante disso o
estudo dos condicionantes ambientais destes edifícios e sua influência nos usuários tem
grande relevância, com destaque aos efeitos da iluminação artificial em seus aspectos
técnicos, psicológicos e fisiológicos.
Após a realização do estudo de casos constatou-se que o
nível de iluminância mínimo de 300 lux proposto pela NBR 5413 não foi alcançado por
nenhum dos centros comerciais analisados. Isto indica que os níveis propostos pela norma
são excessivos ou que não há interesse dos administradores de centro de compras para
aumentarem-se os níveis de iluminância atuais, provavelmente devido aos seus custos
operacionais agregados em relação ao consumo energético. A resposta a esta questão passa
essencialmente pela definição clara da intenção da iluminação das áreas comuns destes
centros comerciais.
76
A ambientação dos centros de compras deve privilegiar o
conforto do usuário de forma a garantir seu retorno posterior às suas instalações. Em
relação às atividades desenvolvidas nas áreas comuns dos centros de compras, não há
demanda quanto à precisão ou velocidade, e sua função primordial é de ambientação
cenográfica, com conforto visual que garanta a prevenção de ofuscamentos, contrastes
excessivos e cintilações.
Um fator importante a ser levado em consideração na
definição dos níveis de iluminância adequados às áreas comuns de centros de compras é a
necessidade das lojas se destacarem individualmente, principalmente por meio da
iluminação, o que leva a crer que a adoção de níveis mais altos de iluminância nas áreas de
circulação promoveria um aumento generalizado dos níveis de iluminância de todo o
empreendimento, com tendência a níveis causadores de desconforto visual.
Cabe destacar que na própria NBR 5413, há níveis
específicos de iluminância para áreas de corredores e escadas (75-10-150) ainda que
indicado de forma genérica, reforçando a idéia de que os níveis definidos para “interior de
centros de compras” necessitem de revisão. A prática demonstrou que os níveis médios de
iluminância de áreas de circulação de centros de compras não ultrapassam 290 lux, com
média geral de 236 lux, o que reforçaria a tese de que os níveis de iluminância propostos
pela norma estariam acima do necessário, com grande probabilidade de que o nível
indicado como mínimo deveria ser na verdade o nível médio ou até máximo recomendado.
77
Contudo é importante salientar que baixos níveis de
iluminância também causam desconforto visual pelo aumento excessivo de contrastes no
campo visual entre as circulações e as lojas, ou por sensações psicológicas negativas,
diante da diminuição excessiva da acuidade visual, e que a prática de corte de custos
operacionais das administradoras destes empreendimentos tenderia à adoção de níveis de
iluminamento tão baixos quanto possíveis.
incluídas pela
norma ABNT como “interior
Quanto às áreas comuns com atividade de alimentação,
comumente denominadas “praças de alimentação”, o estudo de casos detectou grande
variação nas soluções adotadas, identificando níveis de iluminância de 89 lux, 172 lux, 320
lux e 452 lux. Durante as aferições realizadas pôde-se verificar que mesas com
iluminâncias acima de 400 lux não favoreceram a permanência do usuário no local. Ainda
pode-se afirmar que é equivocada a forma genérica como estas áreas foram
de centros comerciais”, diante da existência de normas
específicas para ambientes de restaurantes, cuja ambientação é mais específica tanto em
termos de níveis de iluminância quanto temperatura de cor e IRC.
Portanto há necessidade de que a norma ABNT NBR 5413
seja revisada e atualizada, com definição de níveis de iluminância mais detalhados para a
categoria de “interiores de centros comerciais”, diante da diferenciação de atividades
desenvolvidas em suas áreas comuns, com inclusão de novos níveis de iluminâncias para
ambientes de circulação, praças de alimentação, fraldários, banheiros e áreas de lazer.
78
Quanto a recomendações gerais para os projetos
luminotécnicos elaborados para as áreas comuns de centros de compras, pode-se indicar:
• evitar-se nichos de sombra ou o excesso de iluminância pontual, conforme foi
detectado no presente estudo de caso com contrastes de até 1:9, o que causa grande
ofuscamento e desconforto visual;
• evitar-se a utilização excessiva de iluminação com alta temperatura de cor, que
interfere na sensação de
ndimento;
• estimular-se a utilização
acolhimento aconselhável para a permanência do usuário
no edifício com conseqüente aumento da probabilidade de compras. A alta
temperatura de cor aliada a baixos índices de IRC nas áreas de circulação também
pode afetar a percepção dos produtos expostos em vitrines pouco iluminadas.
• buscar-se uma maior homogeneidade na “linguagem de iluminação” utilizada
internamente, de forma similar à preocupação que existe com a linguagem externa
do edifício ou com o marketing utilizado na formação de sua imagem. Dessa forma
evita-se grandes disparidades no projeto de iluminação, com gradientes excessivos
de níveis de iluminâncias entre setores diferentes do empree
de iluminação zenital em projetos de centros de compras,
propiciando a economia energética com o uso da iluminação solar natural e a
criação de ambientes mais humanizados.
79
A evolução dos sistemas de iluminação de centros de
compras depende de investimentos das administradoras destes empreendimentos e dos
pro si
como L
tradicio icamente as possibilidades da iluminação na
cria o
e long
possíve
empree atural
esse i
acompa
buscam
condiçõ
confort prios ciclos
circ ia
fis onais responsáveis pelos projetos luminotécnicos em novos sistemas de iluminação
EDs e fibras óticas, assim como combinações pouco usuais dos tipos de iluminação
nais, de forma a explorar-se cen
çã de um ambiente propício às atividades de compras e lazer, priorizando uma média
a permanência por meio da disponibilização do maior conforto físico e visual
is.
Paralelamente à adoção de coberturas translúcidas nos
ndimentos de centros de compras, visando a utilização de iluminação n
nc almente visando a economia energética, é muito importante também que haja o
nhamento da evolução das iniciativas com sofisticados sistemas de iluminação que
a sincronia com os ritmos da iluminação externa, de forma a criar-se internamente
es lumínicas mais próximas às naturais, num esforço em direção a propiciar o
o fisiológico não só visual, mas também o relacionado aos pró
ad nos.
80
REFERÊNCIAS BIBLIO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Iluminação de Interiores –
NBR 5461. Rio de Janeiro, 1998.
ÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Verificação de Iluminância de Interiores – NBR 5382. Rio
BAKER, N. and STEEMERS, K. Daylighting Design of Buildings. James and James
<http://gballone.sites.uol.com.br/geriat/melatonina.html
GRÁFICAS
ABILUX; AGÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE ENERGIA; ELETROBRÁS; PROCEL. Uso racional de energia elétrica em edificações – iluminação. 2 ed. São Paulo, 1992.
ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: Elaboração de Trabalhos na Graduação. São Paulo, Editora Atlas, 2003.
NBR 5413: NB-57. Rio de Janeiro, 1991.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Iluminação - terminologia –
ASSOCIAÇ de Janeiro, 1985.
Editors, London, 2002.
BALLONE G. J. – Melatonina. PsiqWeb Psiquiatria Geral, 2002. Internet, disponível em > . Acesso em 3 de março de 2006.
BELUSCI, Silvia Meirelles. Doenças profissionais ou do trabalho. 3. ed. São Paulo: Editora SENAC-SP, 2001 (Série Apontamentos Saúde).
FERRAZ, E. Rompimento de antigas tendências poupa energia ao valorizar clima tropical. Com Ciência, n.76, 10/12/2004. Reportagens. Disponível em : <http://www.comciencia.br/reportagens/2004/12/04.shtml>. Acesso em: 10 de maio de 2006.
GRANDJEAN, Etienne. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. [trad. João Pedro Stein]. Porto Alegre, Ed. Bookman, 1998.
Iluminação Comercial - PHILIPS, 2004.
LEONELLI, P.; MONTEIRO, R.; ARAÚJO I.; POLIS, H.; GELLER H. Evolução do mercado para produtos eficientes de iluminação. Eletricidade Moderna, n.281, Ago. 1997.
Manual Luminotécnico prático – OSRAM, 2003
81
MARKUS R.; MORTANI E.; FERREIRA, Z. Ritmos biológicos: entendendo as horas, os ias e as estações do ano. Revista Einstein, vol.1, n.2, 2003. Revendo Ciências Básicas. isponível em : < http://www.einstein.br/biblioteca/artigos/143%20%20148.pdf
dD >. Acesso
her
es na Prática Médica. Revista
hb/Vol7-N1/5-cronobiologia.html
em: 15 de abril de 2006.
MOREIRA, Vinicius de Araújo. Iluminação Elétrica. São Paulo, Editora Edgard BlücLtda, 2001.
NEVES, William da Silva. Cronobiologia e suas AplicaçõHB Científica – FAMERP, Vol.7, n.1, janeiro 2000. Artigo de revisão. Disponível em : <http://www.famerp.br/publicacoes/revista > . Acesso em: 8 de março de 2006.
Opiniões. Disponível em : <http://www.camaradearquitetos.com.br/popups/textos.htm
NETO, Egydio Pilotto. Cor e Iluminação nos Ambientes de Trabalho. São Paulo, Livraria Ciência e Tecnologia Editora, 1982.
SÁ, André. Shopping Center. Revista Câmara Informa, n.3, maio 2002. Entrevistas e >.
Luz, Lâmpadas e Iluminação. Rio de Janeiro, Editora Ciência
Acesso em: 15 de março de 2006.
SILVA, Mauri Luiz da. Moderna Ltda, 2004.
Shopping Center na Unisinos. Vitruvius, jun. 2005. Disponível em : <http://www.vitruvius.com.br/institucional/inst110/inst110_02.asp>. Acesso em: 20 de maio de 2006.
Lâmpadas planas são criadas com LEDs orgânicos. Inovação Tecnológica, abr. 2006. Disponível em: <http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/meta.php?meta=LED>. Acesso em: 27 de maio de 2006.
[1] Disponível em : <http://www.crescent.co.uk/led_lumin/index.html>. Acesso em: 10 de
eoptics/pg_fol_03_newprods.htm
maio de 2006.
[2] Disponível em : <http://www.crescent.co.uk/fibr > . Acesso: em 10 de maio de 2006.
[3] Disponível em: <http://www.drvisao.com.br/imagem/conheca/globo_ocular.gif> . Acesso em: 10 de maio de 2006.
[4] Disponível em: < http://www.femar.org.br/epifise.pdf> . Acesso em 10 de maio de 2006
82
ANEXOS - Medições das iluminâncias CENTRO DE COMPRAS BRASÍLIA SHOPPING DATA: 12/5/2006
Área A Térreo
ição uniforme
HORÁRIO: 19h30 1) ATIVIDADE DE CIRCULAÇÃO
Pé-direito: Duplo Fonte de luz: Multivapor metálico, fluorescentes compactas embutidas e fluorescentes
em sancas, com TC>3500K Observações: Distribu
P1 P2 P3 P4 Média 1 187 394 221 284 272 196 206 180 206 197 197 238 215 246 224 140 153 192 161 162
Média Parcial A 214 lux Área B Primeiro Piso Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas embutidas e fluorescentes em sancas, com
TC>3500K. Observações: Distribuição uniforme
P1 P2 P3 P4 Média 1 157 145 165 154 155 228 218 156 167 192 200 211 174 178 191 185 168 153 157 166
Média Parcial B 176 lux Área C Acessos ao Centro de Compras Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Multivapor metálico, fluorescentes compactas embutidas e fluorescentes
P4 Média 1
em sancas, com TC>3500K Observações: Distribuição uniforme
P1 P2 P3 239 218 425 227 277 143 170 147 171 158 165 207 135 176 171 276 295 219 232 256
Média Parcial C 215 lux MÉDIA FINAL CIRCULAÇÃO BRASÍLIA SHOPPING - 202 LUX 2) ATIVIDADE DE ALIMENTAÇÃO
83
Área D: Áreas de consumação laterais Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas embutidas e fluorescentes em sancas, com
e Média
TC>3500K uniformObservações: Distribuição
P1 P2 P3 P4 8 96 7 97 101 100 142 113 90 112 114
Média Parcial D 105 lux
entral Pé-d to: plo Fon luz: ltivap etálico randel luorescentes compactas azuis, com
>3500Observações: stribuiç regula
Média
Área E: Área de consumação cirei Du
te de Mu or m em a as e fTC K Di ão ir r
P1 P2 P3 P4 74 68 51 68 65 96 51 95 79 80
Média Parcial E 73 lux
MÉDIA FINAL ALIMEN ÇÃO BRASÍLIA SHOPPING - 89 LUX
TA
84
CENTRO DE COMPRAS CONJUNTO NACIONAL DE BRASÍLIA
HORÁRIO:
1) ATIVIDADE DE CIRCULAÇÃO
Áre rreo Pé-direito: Padrão
onte de luz: Fluorescentes compactas embutidas, com TC<3500K bservações: Distribuição uniforme
DATA: 12/5/2006 20h30
a A Té
FO
P1 P2 P3 P4 Média 1 386 9 39 218 386 347 312 370 332 289 326 385 278 307 368 335 283 273 304 276 284
Média Parcial A 323 lux Área B imeiro Pé-dire :
onte de luz: Multivapor m butido, com TC<3500K. bservações: Distribuição uniforme
P1 P2 P3 P4 Média 1
PrDuplo
Pisoito
F etálico palito emO
289 146 225 130 198 163 169 164 160 164 196 131 175 143 161 213 149 189 177 182
Média Parcial B 176 lux Área C Segundo Piso Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas embutidas, com TC>3500K, e neon colorido Observações: Piso praça de alimentação
P1 P2 P3 P4 Média 1 379 327 355 287 337 240 316 280 310 287 352 353 316 335 339 324 360 354 320 340
Média Parcial C 326 lux MÉDIA FINAL CIRCULAÇÃO CONJUNTO NACIONAL BRASÍLIA - 275 LUX
85
3) ATIVIDADE DE ALIMENTAÇÃO
umação geral
embutidas, fluorescentes em sancas, com
: irregular de elementos variados
Área D: Áreas de consPé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas
TC>3500K, e neon Observações Distribuição
P1 P2 P3 P4 Média 237 320 236 258 263 418 238 275 349 320 342 294 301 402 335 320 466 374 293 363
Média Pa D 320 lux rcial MÉDIA FINAL ALIMENT NTO NACIONAL BRASÍLIA - 320 LUX AÇÃO CONJU
86
CENTRO DE COMPRAS PÁTIO BRASIL
E
é-direito: Duplo Fon luz: uoresce compactas embutidas, arandelas com halógenas (com
<3500 neon ido. Observações: istênci reas d bras.
Médias
DATA: 11/5/2006 HORÁRIO: 21h20 1) ATIVIDAD DE CIRCULAÇÃO
Área A Térreo P
te de Fl ntesTC K), e colorEx a de á e som
P1 P2 P3 P4 297 329 232 246 276 203 198 180 148 182 163 162 235 290 213 105 178 192 150 156
Média Parcial A 207 lux Área B Segundo Piso Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas embutidas, arandelas com halógenas (com
TC<3500K), e neon colorido. Observações: Existência de áreas de sombras.
P1 P2 P3 P4 Médias 176 189 196 204 191 245 275 221 212 238 130 148 150 290 180 188 231 204 150 193
Média Parcial B 201 lux Área C Terceiro Piso Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas embutidas, com TC<3500K, e neon colorido. Observações: Piso ocupado recentemente, com iluminação mais nova.
P1 P2 P3 P4 Médias 168 130 136 176 153 98 95 88 92 93 129 113 118 107 117 336 316 214 255 280
Média Parcial C 161 lux MÉDIA FINAL CIRCULAÇÃO PÁTIO BRASIL - 189 LUX
87
4) ATIVIDADE DE ALIMENTAÇÃO
nsumação laterais com clarabóias fluorescentes
clarabóisas com TC>3500K, e neon raça de alimentação
P P3 P4 Média
Área D: Áreas de coPé-direito: Baixo Fonte de luz: Fluorescentes RGB emObservações: Nova intervenção na p
P1 2 659 510 780 528 619 369 48 412 6 394 398
Média Parcial D 516 lux Área E: eas de umaçã drãoPé- o: ixo Fon luz: oresce comp butidas e fluorescentes em sancas, com
<3500 neon c do. Observações: Distribuição a
P4 Média 1
Ár cons o pa direit Bate de Flu ntes actas em
TC K, e olori radial bastante v riada.
P1 P2 P3 167 4 15 182 136 160 105 279 256 260 225 190 2 215 55 246 169 128 262 206 105 175
Média Pa l Ercia 388 lux MÉDIA FINAL ALIMENTAÇÃO PÁTIO BRASIL - 452 LUX
88
CENTRO DE COMPRAS PARK SHOPPING
rea A Expansão FNAC Pé-d to: drão Fonte de luz: ltivap etálico rescen pactas embutidas, fluorescentes
sanca, com TC<3500K. Ala nova co re fontes de luz
DATA: 11/5/2006 HORÁRIO: 20h30 1) ATIVIDADE DE CIRCULAÇÃO
Áirei Pa
Mu or m , fluo tes comem
Observações: m distribuição ir gular de P1 P2 P3 P4 Médias 373 327 340 360 350 270 0 37 365 300 326 271 268 233 329 275 308 2 305 68 302 342
Média Parcial A 314 lux Área B rreo Pé- o: drão Fon luz: oresce comp butidas e fluorescentes em sancas, com
<3500Observações: minaçã drão ge
P1 P2 P3
Tédireit Pate de Flu ntes actas em
TC K. Ilu o pa ral
P4 Médias 231 230 242 206 227 264 234 274 262 259 252 222 186 228 222 221 209 275 255 240
Média Parcial B 237 lux Área C Primeiro Piso Pé-direito: Padrão Fonte de luz: Fluorescentes compactas embutidas e fluorescentes em sancas, com
TC<3500K. Observações: Iluminação padrão geral
P1 P2 P3 P4 Médias 317 342 246 254 290 320 324 250 273 292 209 245 247 266 242 251 261 277 217 252
Média Parcial C 269 lux
89
Área D Ala recente Mont Blanc Pé-direito: Padrão
metálico palito e sanca fluorescente, com TC<3500K ição irregular com áreas de sombra
P1 P2 P3 P4 Médias
Fonte de luz: Multivapor Observações: Distribu
338 203 332 264 284 430 295 357 215 324 200 168 148 320 209 400 2 34 286 420 362
Média Parcial D 295 lux
5) IVIDA DE A
Área D: Áreas de co aié-direito: Padrão
lu entes compactas embutidas, com TC<3500K : ão padrão geral
MÉDIA FINAL CIRCULAÇÃO PARK SHOPPING - 279 LUX
AT DE LIMENTAÇÃO
nsumação later s PFonte de z: FluorescObservações Iluminaç
P1 P2 P3 P4 Média 2 207 2 154 194 41 173202 260 180 290 233
Média Parcial F 213 lux Área E: ea de maçã tral Pé- o: ixo Fon luz: lógena ino co m re r dicróico, com TC<3500K, e neon
colorido azubservações: Distribuição irregular em forro de espuma acústica azul.
P P4 Médias
Ár consu o cendireit Bate de Ha s bip m e se fleto
l em sanca. O
P1 2 P3 116 5 13 112 120 121 107 187 161 108 141
Média Parcial E 131 lux MÉDIA FINAL ALIMENTAÇÃO PÁTIO BRASIL - 172 LUX
90