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Mobilidade e Diversidade Cultural 4 A mobilidade da população é em parte, resultado da satisfação das várias necessidades do homem. Na medida em que este tende a abandonar, por esta ou aquela razão, áreas que lhe são menos favoráveis e a fixar-se noutras que lhe proporcionem melhores perspectivas de vida. Á mobilidade da população dá-se o nome de migração. Os motivos que levam os migrantes a deslocarem-se têm por base várias causas. Causas naturais A ocorrência de catástrofes naturais como a seca, sismos, erupções vulcânicas, inundações (figura 1), e outras levam ao abandono de determinadas áreas; provocando os Figura 1 - Migrantes Cruzam-se muitas e diversas gentes, Vindos de muitos e diversos mundos, Vestindo muitas e diversas roupas, Falando muitas e diversas línguas, Vêem de muitos e diversos ritos e cultos e culturas e paragens.” Sophia de Mello Breyner Anderssen in Nome das Coisas 1977 Figura 2 Cheia no Japão 12/09/2000 Fonte: Reuters Aplica os teus conhecimentos 1. Identifica em cada texto a causa que provocou a migração. Texto A A família Rodrigues costuma todos os anos ir passar as suas férias de verão ao Minho. Causa_______________ ___________________ Texto B O Michael é judeu e vivia na Alemanha. Devido à repressão do partido Nazi viu-se obrigado a migrar para Portugal. Causa_______________ ___________________ Texto C A Helena é romena e veio para Portugal à procura de melhores condições de vida, pois o salário que ganhava no seu país não chegava para sustentar a família. Causa_______________ ___________________

Cruzam-se muitas e diversas gentes, 1. Identifica … · Mobilidade e Diversidade Cultural ... Geografia Humana e Económica com o objectivo de lazer. ... consiste e quais as causas

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Mobilidade e Diversidade Cultural 4

A mobilidade da população é em parte, resultado da satisfação das

várias necessidades do homem. Na medida em que este tende a

abandonar, por esta ou aquela razão, áreas que lhe são menos

favoráveis e a fixar-se noutras que lhe proporcionem melhores

perspectivas de vida.

Á mobilidade da população dá-se o nome de migração.

Os motivos que levam os migrantes a deslocarem-se têm por base

várias causas.

Causas naturais

A ocorrência de

catástrofes naturais como a

seca, sismos, erupções

vulcânicas, inundações (figura

1), e outras levam ao

abandono de determinadas

áreas; provocando os

Figura 1 - Migrantes

“Cruzam-se muitas e diversas gentes, Vindos de muitos e diversos mundos, Vestindo muitas e diversas roupas, Falando muitas e diversas línguas,

Vêem de muitos e diversos ritos e cultos e culturas e paragens.”

Sophia de Mello Breyner Anderssen

in Nome das Coisas – 1977

Figura 2 – Cheia no Japão 12/09/2000

Fonte: Reuters

Aplica os teus

conhecimentos

1. Identifica em cada

texto a causa que

provocou a migração.

Texto A

A família Rodrigues

costuma todos os anos ir

passar as suas férias de

verão ao Minho.

Causa_______________

___________________

Texto B

O Michael é judeu e vivia

na Alemanha. Devido à

repressão do partido

Nazi viu-se obrigado a

migrar para Portugal.

Causa_______________

___________________

Texto C

A Helena é romena e veio

para Portugal à procura

de melhores condições de

vida, pois o salário que

ganhava no seu país não

chegava para sustentar a

família.

Causa_______________

___________________

Mobilidade e Diversidade Cultural 5

chamados refugiados ambientais.

Causas Políticas

As guerras, a privação da

liberdade e a existência de regimes

políticos repressivos provocam

migrações para áreas onde a

democracia e a liberdade sejam

respeitadas. Como por exemplo, o

conflito bélico na Coreia do Norte

originou a deslocação de muitos

coreanos.

Causas económicas

A razão económica é das

principais motivações que levam

a população a migrar. A

existência de baixos salários e o

elevado desemprego estão na

base da deslocação na procura

de melhores condições de vida.

Figura 3 – Conflito bélico na Coreia.

Fonte: National Geographic, 1998.

Doc. 1 Refugiados Ambientais

A desertificação mundial já originou cerca de dez milhões de “refugiados ambientais”,

número que poderá ascender, no ano de 2050, aos 150 milhões.

O conceito de “refugiado ambiental” surgiu com o fenómeno da desertificação e origina

movimentos transfronteiriços e transcontinentais, uma vez que as populações são forçadas a

procurar melhores condições de vida.

Enquanto o número de imigrantes internacionais se estimava, há cerca de dois anos,

em 100 milhões de pessoas, o nível de emigrantes em todo o mundo aumentava a um ritmo de

3 milhões por ano.

Fonte: Adaptado pelos autores

Figura 4 – Ucranianos a viver em Portugal

Fonte: Focus, 31 de Março de 2002

Texto D

As cheias em

Moçambique deixaram

muitas pessoas

desalojadas. Estas viram-

se obrigadas a sair da sua

residência.

Causa_______________

___________________

Texto E

Mais de um milhão de

habitantes do Sul do

Sudão

enfrentam graves

problemas alimentares à

vários anos. No leste do

país,

dezenas de milhares de

habitantes fugiram a

bombardeamentos da

vizinha Eritreia.

Causas_________________________________

O que deves reter

Migração ou movimento migratório: movimento de indivíduos dentro do mesmo país ou para fora do país de origem são emigrantes, relativamente ao país de acolhimenmto são imigrantes. Emigração: movimento de saída de população do seu país para outro durante um período prolongado de tempo. pessoas que entram e o número de pessoas que saem do país.

Mobilidade e Diversidade Cultural 6

Causas religiosas

Há áreas onde a

perseguição religiosa é uma

realidade, provocando grandes

movimentos migratórios. A

movimentação do povo judeu,

devido às perseguições de que

foram alvo durante a II Guerra

Mundial, constitui um dos

melhores exemplos.

Causas étnicas

As rivalidades étnicas são outra das causas do movimento de

populações, sobretudo nas

minorias ou das

comunidades mais fracas,

pois são frequentemente

expulsas dos locais onde

habitam.

Como por exemplo, deste

tipo de situação temos as

perseguições movidas

durante o recente conflito nas

ex-Jugoslávia.

Causas sócio-culturais

Dentro das causas sócio-culturais podemos identificar diversas

razões. Entre as diversas razões salientam-se as de motivo turístico e

cultural.

Figura 5 – Mulheres de Bagdad

Fonte: Visão, 6 de Novembro de 2003

Fig. 6 – Minorias Étnicas

Fonte: Santos, Fernando e outros – “Geo

População e Povoamento”, Edições Asa,

2003

Imigração: movimento de entrada de população num país que não é o seu, durante um longo período tempo.

Saldo migratório: cor - responde à diferença entre o número de pessoas que entram e o número de pessoas que saem do país. Crescimento Efectivo –

corresponde à soma do

crescimento natural e do

saldo migratório.

CE= CN+SM CE= (N-M)+(I-E)

Refugiado - pessoa que

abandonou o seu país para

escapar a perseguição,

condenação, guerra, entre

outras.

Geocuriosidades

Em Agosto de 1999, o exército da Indonésia lançou uma campanha de assassínios, pilhagens e incêndios em Dili (Timor Lorosae), que levou muitos timorenses a refugiarem-se nas montanhas do seu país. Walter Kohn, Prémio Nobel da Química em 1998, é um antigo refugiado. Durante a II Guerra Mundial deixou a Áustria, seu país natal, para fugir às perseguições nazis.

Mobilidade e Diversidade Cultural 7

Para passear e conhecer novos locais

as pessoas durante determinado período

de tempo deslocam-se. A procura da

valorização pessoal e de maior instrução

também são motivos que levam as

pessoas a sair do seu País.

Quadro 1 – Causas das Migrações

Fonte: Adaptado de J. A. Rastilla – Geografia Humana e Económica

Os movimentos da população não têm todos as mesmas

características, pelo que podemos considerar diferentes tipos de

migrações em função do espaço, do tempo, da forma e em relação à lei.

No Quadro 2, podes observar os diferentes tipos de migrações que

existem.

Figura 7 – Cidade de Honolulu

Fonte: Porto Editora, Diciopédia

2004

Aplica os teus

conhecimentos

Aplica os teus conhecimentos

2. Comenta a seguinte afirmação: "A migração é resultado de um desiquílibrio entre as àreas de partida e de chegada"

O que deves reter

Migrações internas –

São as migrações que se

realizam dentro do mesmo

País.

Mobilidade e Diversidade Cultural 8

Quadro 2 – Tipos de migrações

Fonte: Adaptado de J. A. Rastilla – Geografia Humana e Económica

Assim, quanto ao espaço podem ser migrações internas ou

migrações externas.

As migrações internas são as que se realizam de umas regiões para

outras dentro do mesmo país.

Quando as diferenças no desenvolvimento económico e social são

acentuadas, as populações deslocam-se das áreas menos favorecidas,

sobretudo das áreas rurais, para as áreas que oferecem melhores

condições de vida, principalmente as grandes cidades. Esta migração

interna chama-se êxodo rural.

Figura 8 – Êxodo rural

Migrações externas – são as que se realizam para fora do país. Migrações

Intercontinentais – são

as migrações que se

realizam entre continentes

diferentes.

Migrações

Intracontinentais – são

as migrações que se

realizam dentro de um

continente.

Movimentos Pendulares

– Deslocações diárias

entre o local de residência

e o local de trabalho.

Migração turística –

Movimento de pessoas

por motivo de lazer ou

com o objectivo de lazer.

O seu destino é muito

variável (deslocação por

motivos religiosos,

culturais ou recreativo).

Migrações sazonais –

são as migrações que se

verificam em certas épocas

do ano.

Migrações temporárias

– quando os migrantes

ficam pouco tempo no

local de acolhimento

(horas/dias/semanas/mes

es).

Migrações definitivas –

quando os migrantes ficam

durante muito tempo no

local de acolhimento, mais

de três anos.

Mobilidade e Diversidade Cultural 9

Actualmente, nos países desenvolvidos verifica-se um movimento

contrário (êxodo urbano), que resulta do cansaço provocado pela

agitação citadina.

Figura 9 – Êxodo Urbano

Normalmente, este tipo de migrações têm um carácter definitivo

(migração definitiva). No entanto, existe outro tipo de migração interna

que quanto ao tempo de duração é temporária, ou seja, as deslocações

que as pessoas realizam diariamente de casa para o trabalho de manhã e

à noite o percurso inverso. Estas migrações designamos de movimentos

pendulares.

Às migrações temporárias que se verificam em certas épocas do

ano, para a realização de determinadas tarefas, dá-se o nome de

migrações sazonais. Por exemplo, para a França e Espanha emigram

temporariamente, todos os anos, milhares de portugueses que ali se

Êxodo Rural – Saída de

população das áreas rurais

para as áreas urbanas.

Êxodo Urbano – Saída de

população das áreas

urbanas para as áreas

rurais.

Aplica os teus conhecimentos

1. Estabelece a distinção entre migrações temporárias e definitivas. 2. Distingue migrações

pendulares de migrações sazonais.

3. Procura saber junto dos teus familiares e\ou amigos se eles vivem, ou não, na localidade de onde são naturais. No caso de naturalidade e de residência não ser o mesmo informa-te das razões que levaram essas pessoas a migrar. 4. Explica em que consiste e quais as causas do êxodo Rural e Urbano.

Figura 10 - Exemplo de movimento pendular (Estação de S. Bento, no Porto)

Mobilidade e Diversidade Cultural 10

ocupam de trabalhos agrícolas (vindimas, colheita do tomate e de

morangos). Também para as áreas balneares de diversos países

convergem, no verão, centenas de milhares de trabalhadores que ali se

ocupam no comércio e na indústria hoteleira.

As migrações externas são as que se processam de um país para

outro. Podem ser intracontinentais, se os movimentos se realizam no

interior do mesmo continente, ou intercontinentais, no caso de se

processarem de um continente para outro (figura 11).

Nas migrações externas ou internacionais, deve-se fazer a distinção

entre emigração e imigração.

As migrações tomam o nome emigrações para os países de partida e

de imigrações para os países de acolhimento. Logo, os indivíduos

envolvidos nos movimentos migratórios são emigrantes para os países

de origem e imigrantes para os países de recepção.

As migrações são um dos factores responsáveis pela distribuição

da população na superfície terrestre, fazendo com que exista muita

população em determinados lugares (formigueiros humanos) e outros

0 5000 Kilometers

N

Figura 11 – Migração externa

km

Geocuriosidades

Em 2000 160 milhões de pessoas viviam fora do seu país de cidadania. A União Européia, a América do Norte, o Japão, a Austrália e e a Nova Zelândia são os principais focos de atracção de migrantes. Estes provêm, na sua maioria, da América Latina e de África.

Mobilidade e Diversidade Cultural 11

SM = I – E

quase vazios (vazios humanos). O saldo migratório permite saber

quantas pessoas entram e saem de um país.

Saldo migratório = Imigrantes – Emigrantes

O saldo migratório pode ser:

- Positivo, quando a imigração é maior que a emigração (I > E);

- Nulo, quando a imigração é igual à emigração (I = E);

- Negativo, quando a imigração é menor que a emigração (I < E).

Um olhar pelo Mundo

As antigas migrações transoceânicas

De todas as migrações intercontinentais que a história da

humanidade conheceu, as do século XIX e princípios do século XX

foram, sem duvida, as mais espectaculares, tendo como principal

região de origem a Europa (figura 12), então considerada

superpovoada e onde as condições de vida da maior parte da

população eram bastante precárias.

Assim, em menos de século e meio, cerca de 70 milhões de

pessoas (portugueses, espanhóis, britânicos, franceses, alemães,

italianos e irlandeses, suecos, dinamarqueses entre outros)

abandonaram o continente europeu emigraram, em busca de

melhores oportunidades económicas, para os grandes espaços então

ainda inexplorados, escassamente povoados e onde a terá fértil não

faltava e era inicialmente gratuita: Estados Unidos, Canadá, América

Latina, Austrália e Nova Zelândia.

Muitos emigraram também para a Ásia e para a África, mas em

muito menor número.

Aplica os teus conhecimentos

1. Calcula e classifica o

saldo migratório, com os

valores abaixo indicados,

(apresenta a fórmula

simbólica e os respectivos

cálculos).

Imigrantes = 7850 hab.

Emigrantes = 1340 hab.

Mobilidade e Diversidade Cultural 12

O país de eleição dos imigrantes portugueses foi, neste período,

o Brasil (com quase 70% do total da nossa emigração externa entre

1900 e 1960, correspondente a mais de um milhão de pessoas).

Em suma, estes gigantescos fluxos migratórios desempenharam

um papel na redistribuição da população, pois a eles deve o Novo

Mundo o seu povoamento em desfavor da Europa.

Figura 12

O retrocesso

No período compreendido entre as duas guerras mundiais, este

fluxo migratório transoceânico conheceu um decréscimo bastante

acentuado, devido não só a estes conflitos (que dificultavam os

movimentos dos transportes marítimos), mas sobretudo à grave crise

económica dos anos 30 (que se iniciou nos Estados Unidos e se

propagou a todo o mundo), que levou ao encerramento de um

número incalculável de empresas e à consequente desemprego de

milhões de trabalhadores.

Perante esta situação os países de acolhimento impuseram

restrições à imigração.

Actualidade

Entre os principais movimentos migratórios de trabalhadores

destaca-se actualmente três correntes: a corrente América

Central/EUA; África Ocidental/Europa Ocidental; Sudeste Asiático/

Austrália (figura 13).

Mobilidade e Diversidade Cultural 13

Doc.3 QUINZE IMIGRANTES AFRICANOS MORREM AO LARGO DAS CANÁRIAS

“Quinze imigrantes oriundos da África Subsariana morreram na noite passada,

ao largo das ilhas Canárias, quando tentavam entrar clandestinamente em

Espanha. O barco no qual queriam alcançar solo espanhol naufragou após ter

sido interceptado por uma lancha da Guarda Civil. (…)

(…) Segundo a Guarda Civil, a maioria dos imigrantes era de origem

marroquina. Detectam-se agora cada vez mais cidadãos oriundos de países

africanos do Sul do Sara. Após intermináveis caminhadas pelo continente

africano, chegam a Marrocos ou à Mauritânia, onde as máfias lhes cobram 200 a

500 contos pela travessia.”

Fonte: Diário de Noticias, 21 de Março de 2000

Prevê-se que estes fluxos se intensifiquem nos próximos anos: os

povos que habitam nos países em desenvolvimento dirigem-se cada

vez mais para os países desenvolvidos. Estes movimentos trazem

alguns problemas a nível económico e social. (Doc.3)

Um Olhar pela Europa

Após o fim da II Guerra Mundial, as grandes correntes

migratórias internacionais tomam agora outra direcção: a Europa,

terra de emigração, tornou-se agora um dos principais receptores de

imigrantes.

Figura 13 As principais migrações internacionais no mundo na

actualidade.

Fonte: Mota, Raquel; Atanásio, João – Geo população e povoamento,

Plátano Editora, 2002

N

Mobilidade e Diversidade Cultural 14

Com efeito, os países industrializados da Europa Ocidental,

parcialmente destruídos pela Guerra, procuram reconstruir e

desenvolver as suas economias. Mas os anteriores fluxos emigratórios

transoceânicos, atrás referidos, e as perdas humanas nas duas guerras

mundiais determinaram o envelhecimento da sua população e,

consequentemente, uma grande redução da população activa.

Deste modo, a falta de mão-de-obra constituía um sério obstáculo ao

desenvolvimento pretendido.

Em contrapartida, os países mediterrâneos, os países da África

do Norte e a ainda a Irlanda, a Turquia e a Polónia, além de outros,

apresentavam uma estrutura etária bastante jovem e uma economia

pouco desenvolvida, baseada essencialmente na agricultura e, por

isso, incapaz de absorver toda a mão-de-obra disponível. Perante

esta situação de altos níveis de desemprego e baixos salários, a

emigração constituía a única alternativa para melhorar o nível de

vida.

Estavam assim criadas as condições para o desencadeamento

de outro gigantesco fluxo emigratório internacional, mas agora para

os países industrializados da Europa Ocidental (figura 14).

Figura 14 - Principais países de origem e de destino das migrações europeias,

na década de 90

Fonte: Mendes, Ana e outros - População e Povoamento – Geografia 3º Ciclo,

Didáctica Editora, 2003

N N

Aplica os teus conhecimentos

1. Calcula e classifica o

saldo migratório, com os

valores abaixo indicados,

(apresenta a fórmula

simbólica e os respectivos

cálculos).

Imigrantes = 7850 hab.

Emigrantes = 1340 hab.

Mobilidade e Diversidade Cultural 15

Assim, nos últimos anos, a Europa ocidental tem sido “invadida”

por milhões de pessoas provenientes da Europa de leste, norte de

África, Ásia central e China. Próximo de dois milhões de imigrantes

legais e quinhentos mil ilegais todos os anos são atraídos pelas boas

condições de vida e oportunidades de emprego dos países da

Europa Ocidental (doc. 4).

Doc. 4 IMIGRANTES CHEGAM EM BUSCA DO “ELDORADO”

“A desagregação do bloco soviético, o derrube das fronteiras da União

Europeia, os conflitos na Jugoslávia, no Sri Lanka, no Iraque e em diversos países

africanos, contribuíram decisivamente para o aumento do fluxo migratório.

A Europa, com falta de mão-de-obra em sectores económicos cruciais, como a

construção civil, foi alimentando o sonho dos que se propunham abandonar

Afeganistão, Iraque, Albânia, China ou Cabo Verde, trocando o seu país pobre por

um “sonho” tantas vezes adiado.

Viajando de barco, carro, camião, comboio e até mesmo avião, centenas de

milhares de pessoas entram no espaço europeu, pedindo asilo, ou assumindo-se,

imediatamente, como imigrantes ilegais. Muitos vêm à procura de emprego,

melhores salários, enfim de uma vida melhor.”

Fonte: Público, 20 de Junho de 2000

Figura 15 – Principais países europeus de destino dos migrantes de 1992 a 2002.

Fonte: Adaptado de PEIXOTO, João., “Principais países europeus de destino dos

migrantes de 1992 a 2002”, INE, 2003.

Mobilidade e Diversidade Cultural 16

Existe uma cooperação

Doc. 5

“Cantar a emigração”

Este parte Aquele parte E todos, todos se vão Galiza ficas sem homens Que possam cortar teu pão. Tens em troca Órfãos e órfãs Tens campos de solidão Tens mães que não têm filhos E filhos que não têm pais. Coração que tens e sofre Longas ausências mortais Viúvas de vivos mortos Que ninguém consolará. Este parte Aquele parte E todos, todos se vão Galiza ficas sem homens Que possam cortar teu pão.

Adriano Correia de Oliveira

Os movimentos migratórios, sejam eles internos ou

externos, definitivos ou temporários, provocam, tanto nas áreas

de partida como nas de destino, uma série de alterações a

nível demográfico, económico, social e cultural (doc.6).

Mobilidade e Diversidade Cultural 17

Em termos demográficos essas alterações são particularmente

notórias:

na evolução da população, na medida em que o

crescimento efectivo não depende apenas do

crescimento natural, mas também do saldo migratório.

Significa isto que, nas áreas de origem, ocorre uma

diminuição da população, enquanto nas áreas de

destino se verifica uma aumento;

na estrutura demográfica, por gerarem frequentemente

desequilíbrios entre grupos etários e sexos.

A população migrante é predominantemente constituída por

jovens e adultos, sendo o sexo masculino maioritário. Este facto

reflecte-se no envelhecimento nas regiões de partida e,

consequentemente, num rejuvenescimento nas regiões de

chegada, fenómeno que se acentua se tivermos em conta que é

precisamente a população jovem aquela que tem capacidade de

procriar;

Doc.6 ATÉ 2050, SÃO PRECISOS 44 MILHÕES DE ESTRANGEIROS

“A população europeia vai reduzir-se de forma dramática

durante o século XXI e em 2050 representará apenas 7 por

cento da população mundial contra os 13 por cento que

representa actualmente (…).

(…) Para inverter esta situação, a Europa precisa de 44

milhões de imigrantes até 2050, avisa a Eurostat. E os

diferentes países começaram recentemente a adaptar as

suas políticas de imigração (…).

Fonte: Adaptado de Público, 1de Março de 2001

Mobilidade e Diversidade Cultural 18

na redistribuição da população, uma vez que os fluxos

migratórios tanto podem acentuar como atenuar os

desequilíbrios regionais. Aguns movimentos migratórios

têm frequentemente contribuído para acentuar

desequilíbrios já existentes, tal como aliás tem acontecido

no nosso país como o êxodo rural, ao provocar

simultaneamente a diminuição da população a viver no

espaço rural (desertificação) e o aumento da população

urbana.

No entanto, grande parte das vezes as migrações

desempenham um papel importante no atenuar dos desequilíbrios

entre as regiões de forte pressão demográfica e as de população

mais rarefeita.

Como exemplo desta situação temos o grande fluxo de

europeus, durante o século XIX e inicio do século XX, cujo principal

destino foi o continente americano, na altura ainda praticamente

despovoado.

Em termos económicos salienta-se:

a alteração da população activa, uma vez que se

verifica uma redução do número de trabalhadores em

resultado da saída maioritária de jovens e adultos, nas

áreas de partida e, consequentemente, um aumento nas

áreas de destino. As primeiras embora beneficiando de

algumas remessas de capital, vêem seriamente

comprometido o seu desenvolvimento. As segundas, em

resultado do aumento da força de trabalho, destinado

frequentemente a suprir problemas de carência de mão-

de-obra em áreas menos qualificadas e de menor

remuneração (construção civil, hotelaria, trabalhos

domésticos, …), vêem potenciada a sua capacidade de

desenvolvimento;

Mobilidade e Diversidade Cultural 19

a intensificação dos fluxos financeiros, principalmente

quando se trata de migrações externas.

Os emigrantes têm por norma enviar as suas poupanças para os

países de origem e investir uma parte significativa dessas remessas

na construção de uma habitação, na aquisição de propriedades,

entre outros investimentos. O facto reflecte-se positivamente na

economia do país de naturalidade.

Em termos sociais e culturais destaca-se:

a alteração nas relações pessoais, dado que a saída de

uma determinada região deixa sempre marcas nas

relações familiares e de amizade sendo, por isso, um

processo algo difícil tanto para quem parte como para

quem fica;

a dificuldade de integração e o aumento das tensões

sociais, uma vez que a entrada de estrangeiros provoca

frequentemente atitudes racistas e xenófobas devido aos

imigrantes serem, normalmente, apontados como causa

de situações de desemprego entre os naturais desse país

(exemplo da comunidade portuguesa na Alemanha). A

integração dos imigrantes é, por isso, difícil,

principalmente em períodos de crise económica (Doc.7 e

fig. 12).

Mobilidade e Diversidade Cultural 20

a alteração de alguns aspectos culturais, sobretudo

quando os migrantes permanecem um tempo

significativo nos locais de destino. Efectivamente, embora

estes adquiram hábitos (alimentares, linguísticos, …)

diferentes daqueles que tinham nos lugares de origem,

são também difusores das suas próprias referências

culturais. De igual modo, aquando do seu regresso às

áreas de partida, constituem-se como elementos

transmissores das novas vivências entretanto adquiridas.

Doc.7 OS NOVOS SEM ABRIGO FALAM RUSSO

“A crise e o desemprego não pouparam os imigrantes. Os ilegais de

Leste são a população mais vulnerável. Canalizados para o país através

de redes de tráfico e sem solidariedade familiar, vêm-se de um momento

para o outro sujeitos à lei da rua. Muitos dos que tentaram voltar, através

de um programa de repatriamento voluntário, não conseguiram:

burocracias à portuguesa. “

Fonte: Visão, 13 de Novembro de 2003

Figura 16 – Sem abrigo.

Fonte: Visão 13 de Novembro de 2003.

Mobilidade e Diversidade Cultural 21

Consequências nas áreas de

partida

Consequências nas áreas de

destino

Demográficas

- Diminuição da população absoluta

- Diminuição da densidade

populacional

- Diminuição da taxa de natalidade

- Diminuição da taxa de fecundidade

- Envelhecimento da população

- Aumento da taxa de mortalidade

- Diminuição da taxa de crescimento

natural

- Aumento da população absoluta

- Aumento da densidade populacional

- Aumento da taxa de natalidade

- Aumento da taxa de fecundidade

- Rejuvenescimento da população

- Diminuição da taxa de mortalidade

- Aumento da taxa de crescimento

natural

Económicas

- Diminuição da população activa

- Diminuição do dinamismo

económico

- Decréscimo do desemprego

- ligeira melhoria dos salários

- Entrada de divisas (no caso das

migrações externas)

- Aumento da população activa

- Aumento do dinamismo económico

- Aumento do desemprego

- Ligeira diminuição dos salários

- Saída das divisas (no caso das

migrações externas)

Sociais e

culturais

- Diminuição na intensidade das

relações familiares e de amizade

- Introdução de novas ideias e

culturas

- Dificuldades de integração

- Discriminação relativamente aos

naturais

- Crescimento da conflitualidade social

- Difusão de algumas referências

culturais

O estudo da população mundial e das migrações permite-nos

compreender melhor a diversidade da população cultural que se

reflecte pelo Mundo, devido em grande parte à mobilidade da

população.

De todas as características que diferenciam os povos a que é

mais perceptível é a cor da pele, tendo sido ao longo dos tempos

um parâmetro importante para a classificação e diferenciação dos

Quadro 3 – Consequências das migrações

Mobilidade e Diversidade Cultural 22

povos. No entanto a Diversidade Cultural não se esgota na cor da

pele mas em vários aspectos, como a Cultura, um conceito mais

abrangente, a Língua e a Religião.

Aspectos Culturais - Cultura

Cultura é um conceito amplo e de contornos pouco definidos.

Entendem-se assim por Cultura o que diz respeito ao modo como as

Doc. 8 – Extracto da Declaração da UNESCO sobre a raça e os preconceitos

raciais

Artigo 1º

1) Todos os homens pertencem à mesma espécie e têm a mesma origem. Todos

fazem parte integrante da Humanidade.

2) A identidade da origem não afecta em nada a faculdade que os seres humanos

têm de viver diferentemente, nem o direito dos homens e dos grupos a serem

diferentes…

3) Todos os povos do Mundo são dotados de potenciais iguais, permitindo-lhes

atingir qualquer nível de desenvolvimento intelectual, técnico, social, económico,

cultural e político, e as diferentes entre as suas realizações explicam-se

inteiramente por factores geográficos, históricos, económicos, sociais e

culturais…

Artigo nº5

1) A cultura, obra de todos os humanos e património comum da Humanidade, e a

educação no sentido mais lato, ofereceu aos homens e às mulheres meios cada

vez mais eficientes de adaptação, permitindo-lhes não somente afirmar que

nascem iguais em dignidade e em direitos, mas também que devem viver iguais,

com pleno reconhecimento do direito de todos os grupos humanos à identidade

cultural e ao desenvolvimento da sua vida cultural própria…

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura

Fonte: Adaptado de, Ribeiro e outros, Contrastes, População e Povoamento, pp.47,

2002

Aplica os teus conhecimentos

1. Refere três aspectos dos Elementos Culturais.

2. Na região onde vives identifica alguns Elementos Culturais característicos, construindo um cartaz para o efeito. Aproveita para tirar fotografias e inseri-las numa base cartográfica

O que deves reter

Elementos Culturais: – Elementos que constituem uma determinada cultura, como por exemplo, os usos e costumes, as crenças, a linguagem, as tradições culturais, a sabedoria, a língua a música, entre outros. Difusão: processo pelo

qual a informação,

materiais, moda, música

se espalham a partir de

uma determinada área de

origem.

Aculturação: modificação cultural resultante do contacto entre indivíduos de culturas diferentes.

Mobilidade e Diversidade Cultural 23

pessoas vivem em sociedade e está organizada. Deste modo a

Cultura está relacionada com as atitudes, valores, regras, costumes

reflectindo-se em vários aspectos.

A Cultura surgiu assim para responder a dois tipos de

necessidades humanas tanto ao nível material como ao nível

espiritual. Podemos pois identificar alguns Elementos Culturais que se

reflectem em dois grandes níveis, tanto na vida material e vida

espiritual. No que diz respeito à vida material de destacar

características como o vestuário, alimentação, habitação, transporte

entre outros. Em relação à vida espiritual a cultura reflecte-se nos

cultos religiosos, homenagens fúnebres, educação entre outros.

Deve-se compreender que os elementos culturais têm reflexos

espaciais surgindo deste modo as Áreas Culturais. Podem-se pois

observar as áreas culturais a diversas escalas de análise, como a

nacional e a regional.

Relações entre diferentes Culturas

Todas as culturas sofrem mudanças ao longo dos tempos. As

transformações culturais podem ocorrer de duas formas distintas.

Umas surgem dentro da própria sociedade resultado das

Subcultura: Cultura que

existe, porém é de menor

expressão que a cultura

dominante.

Aplica os teus conhecimentos

1. Dá uma noção de Difusão e Aculturação. 2. Dá dois exemplos de fenómenos de Aculturação sendo um deles relativo a Portugal. 3. Realiza um debate sobre a diversidade cultural existente nos diferentes grupos de imigrantes presentes em Portugal. Utiliza um mapa-mundo identificando os países de origem e alguns dos seus elementos culturais originários e elementos culturais adoptados em Portugal.

Fig. 17 – Casa Algarvia

Fonte: SANTOS, F., “Geo”, Asa, p.87

Fig. 18 – Casa Transmontana

Fonte: SANTOS, F., “Geo”, Asa, p.87

Mobilidade e Diversidade Cultural 24

descobertas ou inventadas por indivíduos pertencentes ao mesmo

grupo social. Este fenómeno intitula-se de difusão.

Quando um determinado grupo social entra em contacto com

terceiro (s) verificam-se contactos, verificando-se fenómenos de

troca de elementos culturais dos dois povos. A este facto dá-se o

nome de aculturação.

Um exemplo de aculturação ao nível mundial é o exemplo da

cultura norte – americana que influencia cada vez mais o modo

como nos vestimos, o que comemos, o tipo de música que ouvimos

entre outros aspectos.

Um exemplo de difusão é o caso da existência de grupos

minoritários no seio de determinadas sociedades, caso por exemplo

Geocuriosidades

Todas as sociedades

possuem uma cultura

própria, reflectindo-se na

sua maneira de se

relacionar com outras

sociedades e com a

Natureza.

A identidade cultural

resulta da existência de

elementos culturais

comuns a uma dada

sociedade.

As transformações

culturais podem ocorrer

de duas formas. Podem ter

lugar dentro da própria

sociedade, resultado de

invenções ou descobertas

ou surgirem em resultado

do contacto entre

indivíduos de diferentes

culturas.

As diferenças culturais

tendem-se a esbater

devido à difusão de

elementos culturais pelos

meios de comunicação

social, Internet e por uma

cada vez maior mobilidade

da população.

Fig. 19 – Ocidentalização dos hábitos Orientais

Fonte: SANTOS, F., “Geo”, Asa, p.87

Mobilidade e Diversidade Cultural 25

das diferentes comunidades imigrantes existentes em Portugal (cabo-

verdiana, angolana, guineense…).

A existência das subculturas tem dado origem a atitudes de

racismo e de xenofobia. Este tipo de atitudes resulta do facto de

indivíduos pertencentes à sociedade de acolhimento subvalorizarem

as culturas das minorias. Perante tais cenários torna-se mais difícil a

integração de alguns grupos minoritários.

- Inserir Imagem pp 98 fig 17 e 18 Fazer Geografia

Hoje em dia vivemos num mundo globalizado. Para um

aceleramento dos processos de globalização contribui com grande

importância os meios de comunicação, como a televisão, cinema,

Internet e outros. Apesar de as pessoas tenderem a identificarem-se

com determinados costumes e partilharem ideias, estilos de vida e

sistemas de valores os meios de comunicação vieram encurtar as

distâncias e potencializar fenómenos de difusão.

Fig. 22 – Ocidentalização dos hábitos Orientais

Fonte: SANTOS, F., “Geo”, Asa, p.87

Mobilidade e Diversidade Cultural 26

A emigração em Portugal foi, de um modo geral, sempre

elevada, embora tenha conhecido variações ao longo dos tempos,

nomeadamente ao longo do século XX (figura 17).

Os portugueses, primeiro, foram para o Brasil, depois para os

EUA, Canadá, Alemanha, França, Venezuela e África do Sul para fugir

à pobreza em que viviam, na esperança de poder encontrar uma

vida melhor. Hoje, os destinos bem como as causas são outros:

emigra-se por razões económicas, mas também à procura de novas

oportunidades, a nível cultural e pelo gosto da aventura.

Evolução da emigração portuguesa

Prova disso, mesmo é que actualmente calcula-se que vivam

no estrangeiro cerca de 4,3 milhões de portugueses, espalhados por

123 países do Mundo (diáspora portuguesa).

A maioria dos nossos emigrantes é originária sobretudo dos

distritos do noroeste e norte interior.

Em Portugal a emigração permanente ou definitiva está a

diminuir, tendo se verificado entre 1976 e 2002 uma diminuição de

cerca de 55%.

Figura 23 – Evolução da emigração portuguesa de 1860 a 2000. Fonte: Mendes, Ana e outros – População e Povoamento – Geografia 3º Ciclo – Didáctica

Editora, 2003

Mobilidade e Diversidade Cultural 27

O número de emigrantes temporários tem vindo a aumentar.

Passou de cerca de 8%, em 1976, para cerca de 62%, em 2002 (figura

18).

0

20

40

60

80

100

Perc

enta

gem

1976 1986 1996 2002

Anos

Emigração Permanente e Temporária - Análise

Comparativa, em Portugal

Permanente Temporária

Como podemos ver na figura 19, os principais países de destino

dos emigrantes portugueses são países europeus seguidos dos países

da América do Norte (Estados Unidos e Canadá) e outros países como

a África do Sul, Angola, Moçambique, Brasil, Venezuela e Austrália.

Figura 24 – Emigração Permanente e Temporária – Análise Comparativa, em

Portugal de 1976 a 2002. Fonte: Adaptado de Peixoto, João – “País de emigração ou país de imigração? Mudança e

continuidade no regime migratório em Portugal”, nº 2, 2004, SOCIUS Working Papers, página

18.

Figura 19

Figura 25 – Principais destinos dos emigrantes portugueses de 1992 a 2002

Fonte: Adaptado de Peixoto, João – “País de emigração ou país de imigração?

Mudança e continuidade no regime migratório em Portugal”, nº 2, 2004, SOCIUS

Working Papers, página 18.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Pe

rce

nta

ge

m

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Anos

Principais destinos dos emigrantes Portugueses

Europa América do Norte Outros

Mobilidade e Diversidade Cultural 28

Portugal, hoje é um país de imigração e a origem dessa

imigração é sobretudo dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial

Portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São

Tomé e Príncipe), do Brasil (a identidade da língua facilita a

adaptação) e do Leste da Europa. O elevado número de imigrantes

e a sua legalização trazem por vezes problemas para o nosso país

(doc.7).

Depois de um crescimento constante, o grande pulo

estatístico ter-se-á verificado de 2000 para 2001. Segundo dados

mais recentes, até 31 de Dezembro de 1999, o Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras havia registado 191 143 cidadãos

estrangeiros a viverem no nosso país, com autorizações de

Fonte: Visão 13 de Novembro de 2003

1999

2000

2001

2002

2003

Doc. 9

Aplica os teus conhecimentos

1. Realiza uma pequena

entrevista a alguns ex-

emigrantes teus

conhecidos no sentido

de, entre outras coisas,

saber:

- quais as suas regiões

de origem e países em

que estiveram

imigrados;

- há quanto tempo

emigraram e que idade

tinham quando o

fizeram;

- Qual a sua actividade

no país de destino e

quanto tempo lá

permaneceram;

- com que frequência

visitavam Portugal e

porque o faziam;

- que razões os levaram

a regressar

definitivamente ao país

de naturalidade.

2. Trata a informação

recolhida e apresenta-a

numa exposição oral à

turma.

Mobilidade e Diversidade Cultural 29

residência temporárias ou permanentes. Em 2002 o Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras (SEF) registavam já 413 304 cidadãos

estrangeiros a viverem no nosso país. Verificou-se no período

compreendido entre os anos 2000 e 2002 um aumento de cerca

de 99% no número de imigrantes (doc.8).

Fonte: Visão 13 de Novembro de 2003

Doc.9