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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MESTRADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Frequência de Cryptosporidium spp. e Cystoisospora spp. em pacientes HIV/AIDS internados no Hospital Giselda Trigueiro, Natal/RN TENILLE KARINANNA DE MORAIS PAIVA MOURA NATAL/RN 2017

Cryptosporidium spp. e Cystoisospora · 2019-02-07 · Cystoisospora spp., acometem pacientes HIV/AIDS e induzem quadros graves de diarreia e/ou um histórico de diarreia alternadamente

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MESTRADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Frequência de Cryptosporidium spp. e Cystoisospora

spp. em pacientes HIV/AIDS internados no Hospital

Giselda Trigueiro, Natal/RN

TENILLE KARINANNA DE MORAIS PAIVA MOURA

NATAL/RN

2017

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TENILLE KARINANNA DE MORAIS PAIVA MOURA

Frequência de Cryptosporidium spp. e Cystoisospora spp. em pacientes

HIV/AIDS internados no Hospital Giselda Trigueiro, Natal/RN

Orientador: Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto

Co – orientador: Prof. Dr. Claudio Bruno Silva de Oliveira

NATAL/RN

2017

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação

em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte como requisito parcial à obtenção do

título de Mestre em Ciências Biológicas. Área de

concentração: Biodiversidade.

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“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a Deus, não

sou o que era antes”. (Marthin Luther King)

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Agradeço ao meu esposo e companheiro de lutas diárias, Yale Leite, que sempre me apoia e incentiva. E aos meus filhos, Isabela e Heitor,

que suportaram minha ausência para que esse trabalho fosse realizado. A vocês todo meu amor!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me acompanhado durante todo o

mestrado, me dando forças para lutar e não desistir, mesmo diante das

adversidades da vida. Obrigada Pai, por guiar meus caminhos.

Agradeço aos meus pais, Irio e Deborah, e aos meus irmãos, Ursula e

Fred, pelo amor incondicional, pelo constante apoio, pela torcida e por sempre

acreditarem em mim.

Aos meus sogros, Helena e Antonio, e cunhada, Yara, por cuidarem dos

meus filhos quando eu mais precisei.

Ao meu orientador Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto agradeço

por abrir as portas para mim. Nada disso teria acontecido sem essa chance

que me deu. Serei eternamente grata por isso.

À meu co-orientador Prof. Dr. Cláudio Bruno, por sempre ter acreditado

em mim, por me apoiar e não deixar que eu desista. Deus nos manda anjos em

forma de amigo. Muito obrigada!

A Ywlliane Meurer pelo auxilio na pesquisa e dados estatísticos,

contribuindo de forma singular para esse projeto. Você foi essencial!

Às minhas primas Veruska e Karina e toda equipe da Creche Escola

Passo a Passo, em especial Tia Samara, que foram essenciais na adaptação e

cuidados com meu bebê Heitor. Obrigada pela imensa ajuda sempre que

precisei.

Agradeço de modo especial às alunas que passaram pelo projeto e que

tiveram imensa contribuição com ele, Lizzyane, Kalyne, Priscila, Val. Sem

vocês não teria conseguido. Obrigada!!

Aos pacientes voluntários, por aceitarem participar desse projeto,

acreditando na ciência e pelas lições de vida. Com certeza vejo o mundo

diferente com essa experiência.

Ao Hospital Giselda Trigueiro e toda sua equipe pelo apoio e ajuda para

que o projeto pudesse acontecer.

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À Louise por ter sido sempre prestativa e disponível em ajudar sempre

todos os alunos da pós graduação. Meu muito obrigada!

À Rizia Maria, agradeço de forma muito especial por toda a sua

generosa contribuição durante a realização desse trabalho. Obrigada pela

paciência e ajuda.

À equipe LabMaT pelos anos de parceria, momentos de alegria e troca

de conhecimentos. Ficaram amizades para vida toda, Marianne, Joelma.

A Jully pelo apoio que me deu em alguns momentos. Muito obrigada!

A CAPES pelo apoio financeiro que possibilitou a realização deste

trabalho.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Progressão da infecção pelo HIV ....................................................... 14

Figura 2: Oocistos de Cystoisospora spp ......................................................... 15

Figura 3:. Representação do ciclo de vida do Cystoisospora spp .................... 16

Figura 4: Oocistos de Cryptosporidium parvum, corados pela técnica de Ziehl-

Neelsen modificado. .........................................................................................19

Figura 5:.Representação do ciclo de vida de Crypotsporidium spp..................20

Figura 6: Cystoisospora spp. por método de Shether e coloração Ziehl-Neelsen

modificado.................................................................................................32

Figura 7: Teste de Elisa Cryptosporidium......................................................... 33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1:: Análise parasitológica dos coccídeos intestinais .............................33

Tabela 2: Características gerais dos pacientes ................................................ 35

Tabela 3: Aspectos comportamentais relacionados à ingestão de oocisto.......37

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................... 11 ABSTRACT ................................................................................................................ 12 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 HIV E DOENÇAS OPORTUNISTAS............................................................................ 13

1.2 BIOLOGIA E MORFOLOGIA DO Cystoisospora spp................................................. 15

1.3 CISTOISOSPOROSE.................................................................................................... 17

1.4 BIOLOGIA E MORFOLOGIA DO Cryptosporidium .................................................... 18

1.5 CRIPTOSPORIDIOSE .................................................................................................. 21

1.6 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE

COCCIDIOSES.......................................................... ...........................................................22

2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 25 3. OBJETIVOS ........................................................................................................... 26

3.1 OBJETIVO GERAL: ....................................................................................................... 26

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ....................................................................................... 26

4. METODOLOGIA ..................................................................................................... 27

4.1 TIPO E LOCAL DE ESTUDO ....................................................................................... 27

4.2 POPULAÇÃO ESTUDADA .......................................................................................... 27

4.3 COLETA E ANÁLISE DAS AMOSTRAS FECAIS ...................................................... 27

4.3.1 Coleta das amostras ........................................................................................... 27

4.3.2 Análise parasitológica das amostras fecais ...................................................... 28

4.3.3 Detecção de antígeno de Cryptosporidium spp. .............................................. 30

4.4 AVALIAÇÃO DE PRONTUÁRIOS MÉDICOS ............................................................ 31

4.5 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA ...................................................................................... 31

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................... 31

5 RESULTADOS ........................................................................................................ 32

5.1 PARASITOSES DIAGNOSTICADAS .......................................................................... 32

5.2 ANÁLISE DE COPROANTÍGENO PARA Cryptosporidium spp.: ............................. 33

5.3 AVALIAÇÕES CLÍNICAS .............................................................................................. 34

5.4 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA: ..................................................................................... 35

5.4.1 Características socioeconômicas dos pacientes: ............................................ 35

5.4. 2 Variáveis relacionadas à infecção por oocistos. ............................................. 36

6. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 39 7. CONCLUSÕES: ..................................................................................................... 44 8. REFERENCIAS ...................................................................................................... 45

ANEXOS

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11

RESUMO

As infecções oportunistas são reconhecidas como uma das complicações mais

comuns em pacientes imunocomprometidos, incluindo aqueles que são

infectados pelo HIV, os quais estão em maior risco de doença crônica e

debilitante. Nesse contexto, dois coccídeos intestinais, Cryptosporidium spp. e

Cystoisospora spp., acometem pacientes HIV/AIDS e induzem quadros graves

de diarreia e/ou um histórico de diarreia alternadamente com um intervalo

assintomático. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a frequência de

Cryptosporidium spp. e Cystoisospora spp. em pacientes internados com

HIV/AIDS no Hospital Giselda Trigueiro, no período de novembro de 2015 a

março de 2017. Neste estudo foi aplicado questionário sócio-econômico, feita

consulta dos prontuários, e também foram colhidas 72 amostras fecais para

investigação parasitológica pelos métodos de concentração de Seather, Ritchie

e Coloração Ziehl-Neelsen modificado; bem como, detecção de coproantígeno

de Cryptosporidium spp. utilizando o ensaio imunoenzimático (ELISA). A

amostra foi composta de 75% de homens e 25% de mulheres com idade

variando entre 20 e 80 anos. A frequência de Cryptosporidium spp foi de 2,2%,

através do ensaio imunoenzimático, e de Cystoisospora spp. foi de 6,9%,

através dos métodos de Ritchie e coloração Zeehl-Neelsen modificado. Todos

os pacientes faziam uso de Sulfametaxol e Trimetoprim e apresentavam no

momento da coleta um quadro clínico de diarréia. Entre os pacientes positivos

para estes coccídeos, a contagem de linfócitos T CD4+ foi abaixo de 200

células/mm3 de sangue.

PALAVRAS-CHAVES: Coccidioses; HIV/AIDS; epidemiologia.

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12

ABSTRACT

Opportunistic infections are recognized as one of the most common

complications in immunocompromised patients, including those who are

infected with HIV, who are at increased risk of chronic and illness.In this

context, two intestinal coccidians, Cryptosporidium spp. and Cystoisospora

spp., affect HIV / AIDS patients and induce severe diarrhea and / or a history of

diarrhea alternately with an asymptomatic interval. Therefore, the objective of

this study was to evaluate the frequency of Cryptosporidium spp.

and Cystoisospora spp. in patients hospitalized with HIV/AIDS at the Hospital

Giselda Trigueiro, between 2015 and 2017. In this study, a socioeconomic

questionnaire was applied, and 72 fecal samples were collected for

parasitological investigation using the methods of Seather, Ritchie and Modified

Ziehl-Neelsen staining; as well as, detection of Cryptosporidium spp.

coproantigen by enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). The sample

consisted of 75% of men and 25% of women with ages ranging from 20 to 80

years. The frequency of Cryptosporidium spp. was 2.2%, through the

immunoenzymatic assay, and Cystoisospora spp. was 6.9%, using Richie's

methods and modified Ziehl-Neelsen staining. All patients used trimethoprim-

sulfamethoxazole and presented diarrhea at the time of collection. Among the

positive patients for these coccidians, the CD4 + T lymphocyte count was below

200 cells/mm3 of blood.

KEYWORDS: Coccidiosis; HIV/AIDS; epidemiology.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 HIV E DOENÇAS OPORTUNISTAS

Os primeiros casos no Brasil de AIDS (Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida) surgiram nos anos 80. Estes foram inicialmente registrados na

África, entre 1977 e 78, e tornou-se um marco na história da humanidade,

destacando-se como uma epidemia complexa e de grande magnitude de danos

causados aos indivíduos infectados pelo vírus (CASTILHO et al., 1999). No

Bras i l , no i n íc i o dos anos 80 , a ep ide mia a fe tava principalmente

homo/bissexuais masculinos, brancos e de classe média ou alta, habitantes

das grandes metrópoles. Na segunda década da epidemia, homens

heterossexuais, mulheres, crianças e todas as classes sociais eram atingidas

(SILVA et al., 2008).

A AIDS tem como agente etiológico o vírus HIV (Human

immunodeficiency virus), um retrovírus da subfamília Lentivirinae. O HIV

consiste de duas cadeias de RNA e enzimas associadas, armazenadas no

núcleo, e todo envolto por um envelope de membrana de fosfolipídeos

derivados das células do hospedeiro, onde se encontram os receptores dos

linfócitos T CD4+, causando sua destruição progressiva. Sendo assim, o quadro

clínico da AIDS se dá em função da contagem de linfócitos T CD4+, e das

condições clínicas a ele relacionado (SILVA et al., 2008).

Do ponto de vista da interação parasito-hospedeiro, a primeira etapa

para o início da infecção é a ligação da partícula viral a receptores específicos

na superfície da célula alvo. A replicação do HIV ocorre rapidamente na fase

aguda da infecção, onde há ausência de uma resposta imune adaptativa,

decorrente do ataque do vírus aos linfócitos T CD4+, macrófagos e células

dendríticas. Desse modo, a viremia do HIV pode alcançar níveis acima de 100

milhões de cópias/mL de sangue. Contudo, em algumas semanas, a resposta

humoral e mediada por célula contribui para uma supressão da replicação viral,

com isso a viremia declina, e o indivíduo entra na fase crônica da infecção

(MELLORS et al., 1995; Figura 1).

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Figura 1: Progressão da infecção pelo HIV

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/especial/1357_biologia_aids/page4.shtml

Com a contínua agressão ao sistema imune e à mucosa, bem como a

redução paulatina dos linfócitos T CD4+, o indivíduo se torna predisposto a

outros tipos de infecções. Isso ocorre em média cinco ou dez anos após a

primoinfecção. As infecções oportunistas são mais frequentes quando a

contagem de linfócitos T CD4+ são menores que 200 células/ mm3 de sangue

(BRUM et al., 2013).

Infecções oportunistas são doenças que se aproveitam da debilidade do

sistema imunológico e são reconhecidas como as complicações mais comuns

da infecção pelo HIV (TULI et al, 2008). A disseminação rápida do vírus

contribue para um aumento significativo da prevalência dessas infecções,

sendo Cystoisospora spp. e Cryptosporidium spp. os parasitas unicelulares

intestinais mais frequentes (ASSIS et al., 2013).

A terapia antirretroviral (TARV) é bem efetiva na supressão do HIV, e

leva a um aumento substancial nos níveis de linfócitos T CD4+ circulantes

(SCHMIDT et al., 2001). Segundo Carr e colaboradores (1998) uma melhora

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clínica foi observada em pacientes com AIDS/Criptoporidiose que faziam uso

regular de TARV. Esses achados podem indicar uma possível restauração

parcial da imunidade da mucosa (SCHMIDT et al., 2001).

O uso em larga escala do TARV mostrou uma mudança significativa de

enteroparasitoses que infectam pacientes imunocomprometidos (CIMERMAN

et al., 2002). O TARV promove a reconstituição da mucosa intestinal e

restauração da imunidade da lâmina própria, criando condições desfavoráveis

para o ciclo de vida dos parasitos, mesmo que não seja uma reconstituição

completa (KOTLER, 2005).

1.2 BIOLOGIA E MORFOLOGIA DO Cystoisospora spp.

Cystoisospora spp. são parasitos do grupo Apicomplexa, que tem como

hospedeiros humanos e outros vertebrados, como gatos, cães, porcos, entre

outros (NEIRA-OTELO et al., 2010; ADM, SM et al., 2012).

O parasito apresenta um oocisto oval medindo de 22 a 32 µm por 12 a

15 µm de largura, possuindo dois esporocistos com quatro esporozoítos cada

(Figura 2). O tamanho, cor, textura e conteúdo interno são importantes

características morfológicas usadas na identificação do parasito (LINDSAY et

al., 1997).

Figura 2: Oocistos de Cystoisospora spp.

Fonte: Próprio autor

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A infecção se dá por via pessoa-a-pessoa e fecal-oral, através da

ingestão de oocistos esporulados em água e alimentos contaminados. Estudos

indicam que pode ser transmitida por relação sexual via oro-anal, mas em

menor frequência (NEIRA-OTELO, 2010).

Após ingestão dos oocistos, eles se rompem no intestino delgado e

liberam seus esporozoitos, que invadem as células epiteliais e iniciam a

esquizogonia. Após a ruptura do esquizonte, os merozoítos são liberados e

invadem as células epiteliais, dando continuidade a sua multiplicação

assexuada. Os trofozoítos se desenvolvem em esquizontes que contêm

múltiplos merozoítos. Após um mínimo de uma semana, o estágio sexual

começa com o desenvolvimento de de gametas masculino (microgameta) e

feminino (macrogameta). A fertilização resulta no desenvolvimento de oocistos

que são excretados nas fezes. No momento da eliminação, o oocisto imaturo

contém geralmente um esporoblastos (mais raramente dois). Apos excreção,

ele amadurece e os esporoblastos se dividem em dois (o oocisto agora contém

dois esporoblastos); Os esporoblastos secretam uma parede de cisto,

tornando-se assim esporocistos; os esporocistos dividem-se duas vezes para

produzir quatro esporozoítos cada (CDC, 2016; Figura 3).

Figura 3: Representação do ciclo de vida do Cystoisospora spp.

Fonte: Adaptado CDC, 2011

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1.3 CISTOISOSPOROSE

Cystoisospora foi observado pela primeira vez em 1839 por Hake, ainda

sendo denominado Isospora. Em 1860, foi descrito no intestino delgado do

homem por Kjellberg e Virchow (NEIRA-OTELO et al., 2010). Em 1923,

Wenyon fez a primeira descrição detalhada dos oocistos e seus esporozoítos,

chamando-os de Isospora belli, as espécies que infectam o homem. Até 1935,

Magath relatou apenas 200 casos humanos no mundo. É um parasito

endêmico na África, Sudeste da Ásia e América (CERDAT et al., 2003;

CRANENDONK et al., 2003; GIRMA et al., 2014).). Está relacionado com a

falta de saneamento básico, sendo mais comum em países em

desenvolvimento, onde predomina a transmissão fecal-oral (NEIRA-OTELO et

al., 2010).

A prevalência de Cystoisospora spp. em pacientes HIV/AIDS varia de

0,2 - 6,0% na América do Norte e 1,8 - 32,2% na América do Sul (SORVILLO et

al., 1995; GAMBOA et al, 1999; CIMERMAN et al., 1999; ROCHA E SANTOS,

2002). No Espanha, entre 1997 e 2003, a incidência diminuiu após introdução

da terapia antirretroviral (GUIGET et al., 2007).

Cystoisospora spp. é um parasito intestinal responsável por causar

cistoisosporose, infecção prevalente em regiões tropicais e subtropicais. Ele é

responsável por produzir quadros de diarreia com fezes esteatorréicas, dor

abdominal e perda de peso (OLIVEIRA-SILVA et al., 2006). Em pessoas

imunocompetentes, é um processo infeccioso benigno e autolimitado, mas em

indivíduos com sistema imune comprometido, com alta prevalência como

doença oportunista, causa desidratação e caquexia, chegando até ser fatal

(OLIVEIRA-SILVA et al., 2006; RESENDE et al., 2014).

São comuns ocorrerem recorrências de infecção por Cystoisospora spp.,

aumentando, assim, a morbidade e mortalidade em indivíduos

imunocomprometidos. Foi descrito pela primeira vez no Brasil cistoisosporose

humana com localização extra intestinal, este fôra o quinto na litaratura. Todos

esses casos descritos foram associados a pacientes HIV/AIDS, com oocistos

unizóicos localizados em linfonodos mesentéricos, fígado e baço. Outro fato

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importante na literatura é a frequente ocorrência de recidivas por pacientes

infectados por Cystoisospora belli, tanto em imunocompetetes como

imunocomprometidos (FRENKEL et al., 2003). Essas recidivas, provavelmente,

são decorrentes da presença de zoítos quiescentes dentro de oocistos extra

intestinais, sendo menos susceptíveis aos tratamentos convencionais

(LINDSAY et al., 1997).

Pacientes HIV/AIDS infectados por Cystoisospora spp. apresentam um

quadro diarreico com 6 a 10 evacuações ao dia e de curso prolongado,

precisando ser hospitalizado na maioria das vezes (PEREIRA et al., 2009;

CERTAD, G. et al., 2003).

Resende e colaboradores (2011) estudaram a heterogeneidade dos

genótipos relacionados com as manifestações clínicas e observaram que C.

belli está ligado a episódios diarreicos de longa duração em pacientes com a

contagem de linfócitos T CD4+ abaixo de 100 células/ mm³, e que o número de

oocistos ingeridos e o estado imunológico do paciente estão relacionados com

a gravidade da infecção.

1.4 BIOLOGIA E MORFOLOGIA DO Cryptosporidium

Cryptosporidium spp. é um dos parasitos mais importantes causadores

de diarreia no mundo, especialmente em pessoas infectadas com HIV

(PEREIRA et al., 2008). O gênero têm 21 espécies e aproximadamente 40

genótipos, sendo um parasito que possui diferentes tipos de hospedeiros, tais

como mamíferos, aves, répteis, peixes e anfíbios (XIAO e FAYER, 2008;

FAYER, 2009; FAYER E SANTÍN, 2009).

Uma análise de mais de 3000 amostras foi realizada por Morga-Ryan e

colaboradores (2002), os quais identificaram, como mais frequentes em seres

humanos, as espécies C. parvum e C. hominis, onde sua prevalência varia em

diferentes estudos a partir de vários países. Porém, já foi relatado parasitando

o homem espécies de C. meleagridis, C. felis, C. canis, C. suis e C. muris

(PEREIRA et al., 2008). Nas América do Norte e América do Sul o C. hominis é

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o mais comum, enquanto que na Europa é a espécie C. parvum (SAVIOLI et

al., 2006).

O Cryptosporidium spp. é um coccídeo de importância médica e

veterinária, apresentando complexo apical composto por roptrias, micronemas,

grânulos densos e microtúbulos, estruturas fundamentais responsáveis pela

motilidade e para completar todo o processo de invasão celular e ciclo biológico

(FRANCO et al., 2001; ADM, SM et al., 2012). São parasitos ubiquitários,

antropozoonóticos e causam gastroenterites em uma variedade de hospedeiros

vertebrados (TZIPORI, 2002; BOUZID et al., 2013).

Também é importante ressaltar que esses parasitos produzem oocistos,

que são formas resistentes liberadas nas fezes, que tem por função propiciar a

esporogonia e servir de forma de resistência e disseminação no ambiente. Os

oocistos possuem uma parede dupla que o mantém viável no meio ambiente

por um longo período de tempo (BOUZID et al., 2013). Os oocistos medem

cerca de 4 a 6 µm de diâmetro e são esporulados, contendo 4 esporozoitos

(RIGO e FRANCO, 2011; Figura 4).

Figura 4: Oocisto de C. Parvum, corados pela técnica de Ziehl-Neelsen

modificado

Fonte: Rigo e Franco, 2011

Cryptosporidium spp. Possui um ciclo evolutivo monoxênico e a

transmissão se dá de forma indireta através do consumo de água, alimentos

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contaminados e inalação de oocistos em solo, e de forma direta, contato

pessoa-pessoa ou pessoa-animais (CACCIÓ et al., 2005; HONG et al., 2014;

PEDERSEN et al., 2014).

Os oocistos esporulados são eliminados nas fezes de seu hospedeiro.

Após ingestão (ou possível inalação), os esporozoítos são liberados e

parasitam células epiteliais do trato gastrointestinal (ou outros tecidos como

trato respiratório). Nessas células, os parasitos sofrem uma multiplicação

assexuada (esquizogonia ou merogonia) e depois uma multiplicação sexual

(gametogonia) produzindo microgametas (masculino) e macrogameta

(feminino). Após fertilização dos macrogametas pelos microgametas, os

oocistos esporulados são produzidos. Dois tipos de oocistos são produzidos, os

de parede grossa, que são excretados pelo hospedeiro, e os de parede

delgada, que estão envolvidos principalmente na autoinfecção. Os oocistos são

infectantes já no momento da eliminação, permitindo a transmissão fecal-oral,

direta e indiretamente (DUBEY et al., 1990; BOUZID et al., 2013; Figura 5).

Figura 5: Representação do ciclo biológico do Cryptosporidium spp.

Fonte: Bouzid et al., 2013.

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21

1.5 CRIPTOSPORIDIOSE

Foi Tyzzer, em 1907, que observou pela primeira vez o Cryptosporidium

no tubo digestivo de um camundongo de laboratório aparentemente sadio.

Cryptosporidium parvum e Cryptosporidium muris foram às primeiras espécies

descritas (revisado por PEREIRA et al., 2008). Não havia sido associado à

doença em animais, até Slavin (1955) atribuir-lhe o papel de agente causal de

diarréia em perus e bezerros (revisado por PEREIRA et al., 2008).

Em 1976, foi relatado o primeiro caso em humano, em uma criança de 3

anos que residia na zona rural em Tennessee, EUA (NIME et al., 1976). No

mesmo ano Meisel e colaboradores (1976), também nos EUA, relataram um

caso de criptosporidiose em um adulto imunossuprimido. Porém, somente nos

anos 80, com o advento da AIDS e surtos de veiculação hídrica, a

criptosporidiose passou a ter importância em saúde pública como doença

emergente (SMITH E ROSE, 1998). Relatos evidenciam que o parasito está

presente em 80 a 97% das águas superficiais e em 26 a 54% das águas

tratadas (SMITH E ROSE, 1998; LUNA et al., 2002).

Em 1993, ocorreu uma epidemia de grande proporção em Milwaukee

(EUA), onde 403.000 pessoas foram infectadas após ingerirem água

supostamente potável, contaminada com oocistos desse parasito (MACKENZIE

et al., 1994).

No Brasil, a crisptosporidiose se mostra bastante importante em crianças

de até cinco anos e pacientes portadores do HIV; causando elevada morbidade

e, em casso mais graves, levando a óbito (OSHIRO et al., 2000). O clima

tropical do Brasil favorece a disseminação parasitária, proporcionando

condições ideais para que eles completem seu ciclo de vida (ANDRADE et al.,

2010). O Ministério da Saúde publicou em 12 de dezembro de 2011, a Portaria

de número 2.914, que dispõe de parâmetros para o controle e vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e

tratamento, onde há recomendação de pesquisa de organismos patogênicos,

entre eles o Cryptosporidium spp. (MS, 2011).

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A epidemiologia dessa zoonose se dá por vários fatores associados:

apresentarem tamanho reduzido, o que facilita sua passagem em filtros

convencionais usados nos processos de tratamento da água; baixas doses

infectantes (C. parvum varia de 9 a 1042 oocistos); serem resistentes a

desinfetantes utilizados em tratamento de água (PEREIRA et al., 2008);

apresentarem como reservatório tanto animais como homens (SMITH et al.,

2001).

De um modo geral, parasitos unicelulares de veiculação hídrica são

resistentes ao ambiente externo, em especial na água (PEREIRA et al., 2008).

O estágio de oocisto é primordial para dispersão, sobrevivência e infectividade

do parasito e de grande importância para detecção e identificação (FAYER et

al., 2000).

Oocistos de Cryptosporidium spp. podem sobreviver por até um ano a

4ºC, na água são viáveis por até 176 dias, em fezes por 130 dias

(TAMBURRINI et al., 1999). A dessecação afeta sua sobrevivência, onde

podem morrer com quatro horas (ROBERTSON et al., 1992).

Um fator importante associado à transmissão se dá em recreação na

água, como piscina, rios, açudes, onde há um grande número de banhistas e

por C. parvum ser resistente aos desinfetantes utilizados, como por exemplo, o

cloro (CARPENTER et al., 1999). Já o uso de adubo orgânico em plantações

pode causar infecção por formações de aerossóis ou contaminar água

superficiais e subterrâneas (PEREIRA et al., 2008). Fayer e seus

colaboradores observaram que a ingestão por água contaminada é a principal

via de infecção humana. Cerca de 165 surtos epidêmicos foram registrados nos

últimos 10 anos por consumo de água contaminada com C. parvum (KARANIS

et al., 2007).

A criptosporidiose é uma zoonose, com distribuição global, encontrada

tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, sendo responsável

por um quadro de diarreia aquosa que pode ser profusa e prolongada

(PEREIRA et al, 2008). A doença em imunocompetentes costuma ser

transitória e autolimitada, contudo em indivíduos imunocomprometidos,

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especialmente os pacientes HIV/AIDS, os sintomas podem ser persistentes os

quais levam a desidratação, perda de peso, quadros diarreicos intensos,

levando à síndrome de má absorção (FAYER, 2000). A infecção por

Cryptosporidium em imunocomprometidos também pode ocasionar

manifestações atípicas, tais como doença no trato biliar, respiratória e

pancreatite (BOUZID et al., 2013).

A doença em seres humanos pode se manifestar de quatro maneiras:

assintomática (sub-clínica), aguda, crônica e/ou fulminante (intensa e rápida)

(PEREIRA et al, 2008). A forma aguda geralmente é observada em crianças

menores de cinco anos, e a forma crônica acomete indivíduos

imunocomprometidos e/ou desnutridos (GRIFFTHS, 1998). Em pessoas

imunocomprometidas, como pacientes HIV positivos que apresentam linfócitos

T CD4 + abaixo de 200 cél./mm3 de sangue, a infecção pode ser fatal (POZIO

et al., 1997).

Outros achados mostram que a criptosporidiose ainda pode se

apresentar de forma digestiva, com mais de 10 episódios de diarreia líquida,

proporcionando perda de peso, caquexia e morte do indivíduo (PEREIRA et al.,

2009).

1.6 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOS COCCÍDEOS INTESTINAIS

O diagnóstico dos coccídeos intestinais é feito por métodos

convencionais utilizados nas rotinas laboratoriais, como métodos de

concentração para demonstração dos seus oocistos, como o método de

centrífugo-sedimentação em formol-éter, seguido de técnicas de coloração

para visualização dos oocistos, como Ziehl-Neelsen modificado, Kinyoun, entre

outros. Essa técnica além de fácil manejo permite um registro permanente, por

fixação do esfregaço (NEIRA-OTELO, 2010). A coloração de Ziehl-Neelsen

modificada é o método de diagnóstico diferencial para identificar oocistos

(VALENZUELA et al., 2014; CLAVELA, et al., 1996). É o método mais utilizado

em laboratórios de análises clínicas, por ser de fácil preparação de corantes e

reagentes e que usa equipamentos já existentes, porém esse método identifica

apenas morfologicamente os oocistos, não havendo diferenciação das

espécies (TROTZ-WILLIAMS et al., 2006).

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Para o diagnóstico imunológico, existem kits comerciais de reação

imunoenzimática (ELISA), que detectam coproantígenos em amostras fecais, e

de imunofluorescência direta (IFD), que empregam anticorpos monoclonais

anti-Cryptosporidium (BIALEK et al., 2002). Esses testes tem maior

sensibilidade que os métodos parasitológicos (JOHNSTON et al., 2003), porém

tem alto custo, inviabilizando seu uso em rotinas laboratoriais (BIALEK et al.,

2002). Taniuchi e colaboradores (2011) demonstraram que a aplicação de

técnicas moleculares tais como PCR multiplex apresenta maior sensibilidade

de detecção e poderá ser aplicado a fim de aperfeiçoar a epidemiologia destas

infecções.

Até o momento, não existe um fármaco eficaz para combater as

coccidioses. Em pacientes imunocomprometidos deve ser feito hidratação para

reposição de fluidos e eletrólitos. Em pacientes com AIDS, que apresentam

contagem de Linfócitos T CD4+ baixa, com um quadro grave de diarreia, é

indicado o uso de antirretrovirais, que agem como inibidores de proteinase,

diminuindo a carga viral e aumentando linfócitos T CD4+, melhorando a

resposta imune do paciente. A droga indicada é o sulfametoxazol-trimetopim,

até a resolução da diarreia e o desaparecimento dos oocistos nas fezes

(NEIRA-OTELO, 2010). Porém, ainda se encontram oocistos nas amostras

fecais, mesmo o paciente estando tomando o medicamento e fazendo uso da

terapia antirretroviral (FRENKEL et al., 003).

É recomendada a adoção de medidas de controle, como bons hábitos de

higiene, tais como lavar frutas, legumes e as mãos antes de alimentar-se ou

preparar alimentos, a fim de impedir a disseminação de oocistos para

ambiente. Além disso, a adequação de saneamento básico é de extrema

importância, uma vez que esses coccídeos intestinais são de veiculação hídrica

(BORGES et al., 2007). Infecções por coccídeos intestinais são importantes em

pacientes HIV/AIDS, tornando-se necessário a realização de diagnóstico e

tratamento precoce, evitando, com isso, um agravamento no seu quadro

clínico, muitas vezes de caráter crônico.

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2. JUSTIFICATIVA

No Brasil, e em especial no Nordeste, são poucos os estudos de

frequência de Cryptosporidium spp e Cystoisospora spp., muitas vezes essa

negligência pode ser a responsável pela disseminação desses parasitos. Uma

possível causa para tal se deve ao fato de que, em pacientes

imunocompetentes, esta infecção apresenta um caráter comumente

assintomático, porém em pacientes imunossuprimidos o quadro clínico

apresenta-se de forma mais grave. Também é importante ressaltar que o

Cryptosporidium spp. é um parasito muito pequeno, de difícil visualização em

exames parasitológicos, e os métodos sorológicos são raramente solicitados

pelos médicos. E o Cystoisospora spp. possui característica de reincidir e

cronificar, mesmo se o indivíduo fizer o tratamento indicado. Dessa forma o

presente trabalho é um dos poucos estudos no estado que visa determinar a

frequência destes parasitos em pacientes internados e infectados com o vírus

HIV no principal hospital referência de doenças infecciosas do estado do Rio

Grande do Norte, revelando também fatores de risco que podem contribuir para

o conhecimento da dinâmica de transmissão dessas coccidioses emergentes.

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL:

Estudar a frequência das espécies de Cryptosporidium spp. e

Cystoisospora spp. em pacientes internados com HIV/AIDS no Hospital

Giselda Trigueiro, Rio Grande do Norte, Brasil.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Determinar a frequência de Cryptosporidium spp. e Cystoisospora spp.,

através de métodos parasitológicos.

- Determinar a frequência Cryptosporidium spp através da detecção de

coproantígenos, por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA).

- Verificar a associação entre os aspectos comportamentais com os

resultados obtidos.

- Relatar a presença de diarreia, carga viral, contagem de Linfócitos T

CD4+ e uso de terapia antirretroviral, destacando os pacientes positivos para os

parasitos estudados.

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4. METODOLOGIA

4.1 TIPO E LOCAL DE ESTUDO

Foi realizado um estudo transversal, onde foi avaliada uma população de

139 pacientes portadores do vírus HIV internados nos alas I e II do Hospital

Giselda Trigueiro (HGT), hospital de referência no tratamento de doenças

infecciosas no estado do Rio Grande do Norte, no período de novembro de

2015 a março de 2017.

4.2 POPULAÇÃO ESTUDADA

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres

humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o número do

parecer Número do Parecer:1.053.738 (ANEXO 1).

Os pacientes voluntários que aceitaram participar do estudo assinaram

um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE – ANEXO 2) e

responderam ao questionário (ANEXO 3). Dados clínicos sobre a ocorrência de

diarreia, uso de Sulfametoxazol + Trimetoprim, contagem de linfócitos T CD4+ e

carga viral, foram coletados a partir dos prontuários dos mesmos.

Para o recrutamento dos pacientes, foram levados em conta os

seguintes critérios de inclusão:

Pacientes com sorologia positiva para HIV internados no HGT;

Pacientes com idade a partir de 18 anos;

Pacientes que estivessem conscientes e aptos para realizar a

coleta.

4.3 COLETA E ANÁLISE DAS AMOSTRAS FECAIS

4.3.1 Coleta das amostras

Cada participante da pesquisa recebeu um kit contento dois coletores de

fezes bem como a indicação de como proceder no momento da coleta. Cada

coletor continha um tipo de conservante, um formalina a 10%, e o outro

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continha bicromato de potássio 2,5%. Era marcado com o paciente o retorno

para recebimento da amostra.

Após o recebimento das amostras, as mesmas foram levadas sob

refrigeração para o Laboratório de Ensino em Parasitologia da UFRN. A seguir,

foram colocados na geladeira para posterior processamento.

4.3.2 Análise parasitológica das amostras fecais

As amostras foram processadas pelos métodos de Sheather, de Ritchie

e Coloração Ziehl-Neelsen modificado, para pesquisa de oocistos de

Cryptosporidium spp. e Cystoisospora spp.

Método de Sheather:

Esse método se baseia na centrífugo-flutuação em sacarose. Para

separação dos oocistos, foi retirado 3 ml da suspensão contendo a amostra

fecal e adicionado 12 ml de solução de sacarose (500 g de sacarose, 350 ml de

água da torneira, 5 ml de fenol) em um tubo de ensaio com tampa e,

posteriormente, centrifugado a 1500 rpm por 5 minutos. Após a centrifugação,

o tubo foi colocado numa estante para tubos, retirado, cuidadosamente, a

tampa, e colocado sob o tubo uma lâmina de vidro, e reservado por 15 minutos.

Isso permite que o açúcar ao longo das bordas endureça e minimize o

movimento dos oocistos durante a observação dos mesmos. Após os 15

minutos, as lâminas foram lidas no microscópio óptico comum, com uso do óleo

de imersão (DUSZYNSKI; WIIBER, 1996).

Método de Ritchie:

Esse método se baseia na diferença de densidade dos meios, pela ação

do formol e do éter, onde se formarão 4 camadas no tubo. Os parasitos são

sedimentados por centrifugação e as gorduras fecais são eliminadas.

Inicialmente foi colocado uma gaze seca dobrada 4 vezes em um cálice cônico

de 200 ml e filtrado, aproximadamente, 10 ml da suspensão de fezes contendo

formalina. Depois transferido o filtrado para um tubo de ensaio com tampa.

Dentro da capela, foi adicionado 2 ml do desengordurante, o acetato de etila,

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para cada 5 ml do filtrado. Então, fechado o tubo de ensaio e agitado

invertendo o tubo. Entre uma agitação e outra, foi destampado o tubo,

cuidadosamente, para facilitar a saída de vapores formados sob a pressão do

desengordurante. Após esse procedimento, foi centrifugado a 2500 rpm por 10

minutos e desprezado o sobrenadante, invertendo o tubo no recipiente de

descarte de material, contendo hipoclorito 2%. O sedimento foi

homogeneizado, preparado a lâmina e feito o exame microscópico, de acordo

com os procedimentos do método utilizado, com lugol e esfregaço para

coloração (MS, 2011).

Método de Ziehl Neelsen modificado:

Consiste na coloração de organismos álcool-ácidos resistentes, para

pesquisa de oocistos de coccídeos nas fezes. Foi colocada uma gota do

sedimento da amostra sobre a lâmina previamente identificada, utilizando uma

pipeta descartável, e então distendida fazendo movimento de “vai-e-vem”, de

maneira a obter um esfregaço delgado e homogêneo que cubra

aproximadamente 2/3 da lâmina. A lâmina contendo o esfregaço foi colocada

para secar a temperatura ambiente, em uma superfície forrada com papel seco.

Depois de seco, foram preparados os procedimentos de fixação e coloração,

onde as lâminas foram cobertas com metanol, utilizando uma pipeta de

Pasteur. Após os 5 minutos de repouso, cada lâmina foi inclinada para retirada

o metanol e deixado secar em temperatura ambiente. Depois de secos, as

lâminas foram cobertas com a fucsina fenicada a 1% filtrada e deixadas em

repouso por 30 minutos. Após o repouso, o excesso de corante foi retirado, e

lavado com água da torneira, a fim de eliminar todo o corante. Jatos muito

fortes de água podem desprender o esfregaço. Após lavagem, cada lâmina foi

coberta com a solução álcool-ácido sulfúrico, e deixadas em repouso por 1

minuto. Cada lâmina foi inclinada para retirado o excesso do álcool-ácido e

lavadas novamente com água corrente para eliminar todo o álcool-ácido. Por

ultimo, foram cobertas com o azul de metileno filtrado, deixado em repouso por

1 minuto e lavado. As lâminas foram colocadas inclinadas para secar em uma

estante forrada com papel absorvente, em temperatura ambiente e ao abrigo

da luz solar. Para leitura das lâminas, adiciona uma gota de óleo de imersão

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sob o esfregaço, focalizada na objetiva de 40x; depois trocada pela objetiva de

100x imergindo-a no óleo. Foco foi ajustado e percorrido todos os campos do

esfregaço (MS, 2011).

4.3.3 Detecção de antígeno de Cryptosporidium spp.

Para determinação qualitativa da presença do antígeno de

Cryptosporidium em amostras fecais foi realizado o ensaio imunoenzimático

com o kit Cryptosporidium Stool Antign Detection Microwell ELISA (IVD

Research inc, CA, USA). Este apresenta alta sensibilidade, de fácil execução e

não exige observação de organismos intactos.

Durante a primeira incubação, o antígeno específico do Cryptosporidium

presente nas amostras de fezes é capturado por anticorpos ligados nos

micropoços. Os poços são incubados e lavados antes que os anticorpos anti-

Cryptosporidium conjugados com peroxidase contendo timerosal sejam

adicionados. Este conjugado de enzima fará um “sanduíche” com qualquer

antígeno ligado aos poços. Após as lavagens (tampão concentrado com

detergente e timerosal) para remover a enzima não ligada, um cromógeno

(tetrametilbenzidina e peróxido) é adicionado, ele desenvolve a cor azul na

presença do complexo enzimático. A solução de bloqueio (solução de ácido

fosfórico 5%) encerra a reação e a cor azul se torna amarela. Se nenhum

antígeno for capturado ou se existir um nível insuficiente de antígeno, não

ocorrerá reação de cor. A leitura foi realizada visualmente, não sendo

necessário o uso do leitor de ELISA. Assim, foram selecionadas 46 amostras

para realização da detecção de antígeno, seguindo os seguintes critérios:

Pacientes com diarreia;

Pacientes positivos para Cystoisospora spp.;

Pacientes com contagem de linfócitos T CD4+ menor

que 200 células/mm3 de sangue.

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4.4 AVALIAÇÃO DE PRONTUÁRIOS MÉDICOS

Para a avaliação do perfil clínico dos pacientes HIV/AIDS, foi realizada a

busca de dados clínicos desses pacientes. Esta busca se deu através do

acesso ao prontuário médico de cada paciente. A partir desta análise, foram

observados os seguintes parâmetros: contagem mais recente de linfócito T

CD4+, quantificação da carga viral, uso de terapia antirretroviral, dados clínicos

referentes à diarreia e uso de Bactrim® (sulfametoxazol e trimetropim).

4.5 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA

Os pacientes foram submetidos a um questionário socioeconômico, onde

dados gerais e sócioecnômicos foram abordados, bem como os possíveis

fatores de risco relacionados à infecção desses pacientes.

4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Neste estudo foi realizada a análise descritiva das informações obtidas

dos pacientes HIV positivos atendidos no ambulatório de referência do Hospital

Giselda Trigueiro. A organização foi realizada em tabelas e gráficos contendo

as frequências absoluta e relativa. Quando necessário e possível foi utilizado o

teste Exato de Fisher para avaliação e comparação da frequência em

comparação ao esperado. Um nível de significância alfa menor ou igual a 0,1

foi adotado nas análises realizadas no software IBM SPSS Statistics v.22.

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5 RESULTADOS

A população do presente estudo foi composta de 138 pacientes

portadores de HIV/AIDS internados no Hospital Giselda Trigueiro (HGT). Por

ser um hospital de referência em doenças infecciosas no estado do Rio Grande

do Norte, este estudo abrangeu pacientes provenientes de diversas cidades do

estado, mas a maioria dos pacientes eram da capital, Natal. Dos 138 pacientes

que assinaram o TCLE e responderam questionário sócio-econômico, apenas

72 amostras foram coletadas.

5.1 PARASITOSES DIAGNOSTICADAS

Das 72 amostras coletadas, cinco (6,9%) foram positivas para

Cystoisospora spp., pelos métodos de Richie e coloração Ziehl-Neelsen

modificado. Pelo método de Sheather, apenas uma amostra foi positiva para

Cystoisospora spp. (Figura 6). Não houve amostra positiva para

Cryptosporidium spp. em nenhum dos métodos parasitológicos aplicados

(Tabela 1).

Figura 6: Cystoisospora spp. por método de Shether e coloração Ziehl-Neelsen

modificado

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Tabela 1: Análise parasitológica dos coccídeos intestinais.

Parasitoses Método de

Ritchie

Coloração Ziehl-

Neelsen

modificado

Método de

Sheater

Crypstoporidium spp. - - -

Cystoisospora spp. 5 5 1

5.2 ANÁLISE DE COPROANTÍGENO PARA Cryptosporidium spp.:

Para realização do teste de ELISA, foram utilizados 46 amostras do

estudo. Dessas 46 amostras, apenas uma (2,2%) foi positiva para

Cryptosporidium spp. (Figura 7).

Figura 7: Teste de Elisa Cryptosporidium spp. Amostras positivas destacadas em vermelha (poços A1 e A2 são os controles positivos).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

A

B

C

D

E

F

G

H

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5.3 AVALIAÇÕES CLÍNICAS

Dos 72 pacientes participantes da pesquisa, 58 tiveram seus prontuários

médicos analisados, onde 14 deles não apresentavam exames de contagem de

linfócitos T CD4+ e carga viral. Para 14 pacientes, não foram realizadas

consultas aos seus prontuários.

A quantidade de linfócitos T CD4+ variou entre 14 e 1114 células/mm3

no sangue. Observou-se que 28 pacientes apresentavam contagem sanguínea

de linfócitos T CD4+ menor que 200 células/mm3.

Em relação à carga viral, 12 pacientes apresentaram níveis indetectáveis

(<40 cópias/mm³). O tratamento antirretroviral foi avaliado com base no

questionário e confirmados através dos prontuários, apesar da informação não

estar descrita em alguns casos. Foi observado que 30 pacientes relataram o

uso regular de TARV.

Os pacientes positivos para Cystoisospora spp. apresentavam diarreia

no momento da coleta da amostra fecal, bem como faziam uso do Bactrim®

(Trimetoprim e Sulfametoxazol). A variação dos níveis de célulasTCD4+ foi de

14 a 152 céls/mm³ no sangue, onde apenas um (1) paciente não possuía

resultado da contagem de linfócitos T CD4+. Todos os pacientes também se

encontravam com níveis de carga viral acima de 100 cópias/mm³ no sangue.

Três desses pacientes relataram fazer uso regular da terapia antirretroviral. Um

(1) paciente veio a óbito.

O paciente positivo para Cryptosporidium spp., apresentava diarreia no

momento da coleta, fazia uso de Bactrim® e apresentava linfócitos T CD4+

abaixo de 200 células/mm3 de sangue e não fazia uso regular da terapia

antirretroviral. Todos os pacientes também se encontravam com níveis de

carga viral acima de 100 cópias/mm³ no sangue. O paciente positivo veio a

óbito.

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5.4 ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA:

5.4.1 Características socioeconômicas dos pacientes:

Dos 72 pacientes analisados, 54 homens e 18 mulheres, com idade

variável entre 20 e 80 anos. O grau de escolaridade foi dividido em categorias,

das quais a categoria “fundamental incompleto” foi a de maior frequência,

apresentando 40,3% dos pacientes. Foram diversas atividades profissionais

observadas na amostra, onde 38,9% encontravam-se desempregados no

momento da aplicação do questionário. Apenas 4,2% dos pacientes

trabalhavam com manipulação de solo. Com relação a renda familiar, 49,7%

dos pacientes tem renda de até um salário mínimo, seguida de 30,1% sem

renda nenhuma (Tabela 2).

Tabela 2: Características gerais dos pacientes

Características dos pacientes N %

Gênero

Feminino

Masculino

18,0

54,0

25,0

75,0

Idade

≥20 a <35

>35 a ≤50

>50 a ≤65

>65 a ≤80

20,0

37,0

11,0

4,0

27,8

51,4

15,3

5,5

Grau de escolaridade

Analfabeto

Fundamental incompleto

Fundamental completo

Médio incompleto

Médio completo

Superior incompleto

Superior completo

Não respondeu

6,0

29,0

4,0

8,0

17,0

3,0

1,0

4,0

8,3

40,3

5,5

11,1

23,6

4,2

1,4

5,5

Profissão

Trabalhador de empresa privada

Autônomo

Servidor público

Trabalhador rural

12,0

12,0

1,0

3,0

16,6

16,6

1,4

4,2

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Do lar

Empregada/diarista/babá/cuidadora

Aposentado ou pensionista

Desempregado

Não respondeu

1,0

5,0

8,0

28,0

2,0

1,4

6,9

11,1

38,9

2,8

Renda familiar

Sem renda

Até 1 salário mínimo

Entre 1 e 2 salários mínimos

Entre 2 e 3 salários mínimos

Entre 3 e 4 salários mínimos

Não sabe/Não respondeu

22,0

36,0

7,0

5,0

1,0

1,0

30,1

49,7

9,6

6,8

1,4

2,4

5.4. 2 Variáveis relacionadas à infecção por oocistos.

A ingestão de salada crua foi relatada por 69,4% dos pacientes, dos

quais 55,6% comiam salada crua fora de casa. Ainda com relação aos hábitos

alimentares, observou-se que 68% dos pacientes costumam lavar as mãos

antes das refeições, e 66,7% deles relatam que tem hábito de lavar as mãos

após uso do banheiro (Tabela 3).

Em relação a manipulação de jardim/horta, 68,1% dos pacientes

relataram não possuir esse hábito, e 13,9% costuma mexer em jardim/horta,

onde 8,3% diz utilizar adubo orgânico (Tabela 3).

Ainda de acordo com as características relacionadas à infecção de

oocistos, 52,8% dos pacientes do estudo consomem água não tratada. 59,7%

dos pacientes afirmam terem caixa d’agua coberta em suas casas. Embora

94,4% dos pacientes tenham relatado que eliminam dejetos em vaso sanitário,

apenas 52,8% deles afirmaram não possuir rede coletora de esgoto.

E 63,8% dos pacientes disseram ter quintal em suas casas, onde 27,8%

disse ter quinta de terra batida. Quanto a recreação, 61,1% dos pacientes

relatam que costumam tomar banho de piscina, praia, açudes ou rios.

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37

Tabela 3: Aspectos comportamentais relacionados à ingestão de oocisto

Características dos Pacientes

Freq. absoluta (N = 72)

Freq. relativa

(%)

Cytoisospora spp.

+ -

Exato de Fisher Valor

(p)

Come salada crua Sim Não Não respondeu

50,0 8,0 14,0

69,4 11,1 19,4

5,0 0,0 0,0

45,00 8,00 14,00

1,224 (0,613)

Come salada crua fora de casa

Sim Não Não respondeu

40,0 16,0 16,0

55,6 22,2 22,2

4,0 1,0 0,0

36,00 15,00 16,00

1,362 (0,605)

Lava as mãos antes da refeição

Sim Não ou as vezes Não respondeu

49,0 20,0 3,0

68,0 27,8 4,2

4,0 1,0 0,0

45,00 19,00 3,00

0,482 (1,000)

Lava as mãos depois do banheiro

Sim Não Não respondeu

48,0 11,0 13,0

66,7 15,3 18,0

4,0 1,0 0,0

44,00 10,00 13,00

0,482 (1,000)

Manipula terra

Sim Não Não respondeu

10,0 49,0 13,0

13,9 68,1 18,0

0,0 5,0 0,0

10,0 44,0 13,0

1,468 (0,493)

Usa adubo orgânico

Sim Não Não respondeu

6,0 5,0 61,0

8,3 4,2 87,5

0,0 5,0 0,0

6,0 0,0 63,0

2,646 (0,276)

Consome agua não tratada

Sim Não Não respondeu

38,0 31,0 3,0

52,8 43,1 4,1

3,0 2,0 0,0

35,0 29,0 3,0

3,895 (0,210)

Possui caixa d’agua coberta na residência

Sim Não Não respondeu

43,0 16,0 13,0

59,7 22,2 18,1

4,0 1,0 0,0

39,0 15,0 13,0

0,120 (0,729)

Elimina dejetos em fossa asséptica

Sim Não Não respondeu

68,0 3,0 1,0

94,4 4,2 1,4

5,0 0,0 0,0

63,0 3,0 1,0

0,986 (1,000)

Possui rede coletora de esgoto

Sim Não Não respondeu

38,0 20,0 14,0

52,8 27,8 19,4

4,0 1,0 0,0

34,0 19,0 14,0

1,293 (0,626)

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38

Possui quintal na residência

Sim Não Não respondeu

46,0 13,0 13,0

63,8 18,1 18,1

4,0 1,0 0,0

42,0 12,0 13,0

0,894 (0,817)

Possui quintal de terra batida

Sim Não Não respondeu

20,0 26,0 26,0

27,8 36,1 36,1

2,0 3,0 0,0

18,0 23,0 26,0

3,255 (0,250)

Realiza recreação em piscina/praia/rios

Sim Não Não respondeu

44,0 28,0 0,0

61,1 38,9 0,0

4,0 1,0 0,0

40,0 27,0 0,0

0,892 (0,642)

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39

6. DISCUSSÃO

No presente estudo, a frequência de enteroparasitos oportunistas em

pacientes HIV/AIDS sororeativos foi de 2,2% e 6,9% para Cryptosporidium spp.

e Cystoisospora spp., respectivamente. Infecções intestinais em pacientes

HIV/AIDS causadas por coccidioses estão entre os principais responsáveis

pelo agravamento do estado clinico dos pacientes uma vez que produzem

quadros graves de diarreia volumosa (PUPULIN et al., 2009). Relatos de

enteroparasitoses em pacientes imunossuprimidos são pouco estudados na

região nordeste, em particular no Rio Grande do Norte. O Brasil não possui

dados sistematizados para esses parasitos, sendo subestimado e

negligenciado. Acreditamos que o país apresenta taxas de frequência elevadas

para essas coccidioses em pacientes imunossuprimidos, o que torna urgente a

identificação de casos e os relatos dos fatores de risco associado.

A taxa de frequência para a criptosporidiose é elevada na Índia e em

diversos países da África. Nosso estudo é corroborado por Cimerman e

colaboradores (1999), no qual detectaram uma taxa de 7%. Porém diverge das

taxas de 30% na França (COTTE et al., 1993), 21,54% na Itália

(BRANDONISIO et al., 1999) e 11,9% em Cuba (ESCOBEDO et al., 1999). Em

um estudo realizado por Rocha e Santos (2002), no município de Natal, foi

relatada uma frequência de 13,3% para Cystoisospora belli. Contudo, no

referido trabalho, foram avaliados 422 amostras laboratoriais em um período de

3 anos. Outro fato importante a se levar em conta é que uma parte desses

pacientes estava sendo diagnosticada para o HIV naquele período e, que a

institucionalização da terapia anti-retroviral, só foi estabelecida no Brasil, a

partir de 1996. Desse modo, a queda imunológica nos primeiros anos, após o

uso hospitalar sistematizado da TARV, ainda era algo marcante, o que explica

a frequência de 13,3% entre 1996 e 1999.

Em contrapartida, Capuano e seus colaboradores (2001) realizaram um

estudo da frequência desses coccídeos em Ribeirão Preto – SP e obtiveram

como resultados 4,4% de frequência para Cystoisospora belli e 6,4% para

Cryptosporidium spp. Esses achados foram inferiores, também, aos estudos

realizados em Uberaba, onde Rigo e Franco (2002) obtiveram resultados

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18,3% para Cryptosporidium spp e 6,6% para Cystoisospora belli. A frequência

de infecção por Cystoisospora spp. em nosso estudo foi maior que a

encontrada por Cimerman et al. (1999), no qual observou apenas 2% de

frequência em sua amostra. Em contrapartida, foi similar a outros relatos como

o encontrado na Korea (7,5%) por Guk et al. (2005). Porém menor ao

encontrado por Prasad et al. (2000) na India (26,9%) e por Lebbad et al. (2001)

em Guine-Bissau (11%). A padronização dos métodos de coleta e análise ou

as diferentes condições sanitárias observadas nesses países podem explicar

estas diferenças.

A coloração de Ziehl-Neelsen modificado se mostrou bastante eficaz no

que diz identificação morfológica do Cystoisospora spp., que propiciou uma

excelente visualização dos seus oocistos corados, com um fundo azulado bem

definido como bom contraste, deferentemente do método de Sheater, que só

apresentou positividade apenas em uma amostra. Já para Cryptosporidium

spp., não houve o mesmo sucesso, uma vez que por métodos parasitológicos

não apresentou positividade. Esses resultados foram diferentes do encontrados

por Rigo e Franco, 2002, onde nos seus achados o Cryptosporidium spp. foi

bem corado e visualizado. Um fator que pode ter dado discrepância dos

achados da literatura pode ser o fato de que o uso do medicamento diminui a

presença de oocistos nas fezes diarreicas, bem como as amostras estarem

contaminas com grande quantidade de leveduras e a correta identificação dos

oocistos ao microscópio requer um profissional experiente e bem treinado

(DOING et al., 1990). Os coccídeos intestinais possuem uma membrana

externa que retém o corante fucsina, não descolorindo mesmo depois de lavar

com álcool-ácido. O diagnóstico dos coccídeos pela técnica de coloração Ziehl-

Neelsen modificado continua sendo uma boa opção de diagnóstico, uma vez

que têm boa sensibilidade e baixo custo, embora apresente limitações quanto a

subjetividade na microscopia e tempo para execução de todas as etapas

(GOMES et al., 2004). O método de centrífugo-concentração em formalina-éter

também é recomendado como o mais adequado para o diagnóstico dos

coccídeos intestinais quando associado às técnicas de coloração específicas

(RIGO e FRANCO, 2002).

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41

O Cryptosporidium spp. foi positivo apenas pela técnica de ELISA,

corroborando com outros estudos onde mostraram índices baixos (DOING, et

al., 1999). É um teste de fácil manuseio, realizado de maneira rápida e onde

não é necessário usar o leitor de microplacas. Sendo um teste de alta

sensibilidade, ele é considerado superior aos métodos parasitológicos (DOING

et al., 1999). O teste de ELISA, devido à possibilidade de automação, é muito

utilizado para estudos epidemiológicos, bem como para investigar surtos de

diarreia, onde têm um grande número de amostras (GOMES et al., 2004). Em

nosso contexto, esse método seria uma alternativa viável e prática que poderia

ajudar no tratamento apenas dos pacientes realmente infectados, o que

diminuiria de forma contundente os tratamentos desnecessários, podendo

baratear o método se fosse adotado com premissa pelo Ministério da Saúde e

órgãos competentes.

No presente estudo não foi encontrado diferenças significativas em

relação aos aspectos comportamentais relacionados à ingestão de oocisto.

Segundo Leite (2005), pacientes portadores do vírus HIV/AIDS que não adotam

práticas de segurança alimentar, deixa-os mais suscetíveis as infecções

parasitárias desta origem. Conforme a literatura, a ingestão de oocistos

presentes no ambiente, água ou em alimentos está entre os mais importantes

mecanismos de transmissão dessas parasitoses (PEREIRA et. al., 2008). Os

bons hábitos de higiene se faz necessário para prevenção de doenças

transmitidas por água e alimentos (MEDEIROS et al., 2001).

As águas de recreação constituem um risco de aquisição de doenças.

De acordo com a literatura, espécies de protozoários foram encontradas em

diversas regiões do mundo, em águas superficiais de rios e lagos, bem como

em águas tratadas (FRANCO, 2007). Estudos evidenciam presença de

oocistos de protozoários patogênicos em água de piscina, uma vez que são

resistentes às condições adversas do meio, vivendo em água clorada por

vários meses (LOUISE et al., 2004; ABDEL-HAFEEZ, et al., 2012).

Uma possível causa de baixa positividade de coccideos no presente

estudo pode ser devido a inclusão, não só apenas de pacientes com diarreia,

mas de pacientes com outros agravos e assintomáticos, inclusive HIV sem

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AIDS que participaram da pesquisa. Outra possível causa, pode ser o fato de

que para pesquisa de antígeno de Cryptosporidium spp, não utilizamos todas

as 72 amostras disponíveis, bem como a baixa adesão dos pacientes, uma vez

que muitos recusaram a participação e, alguns que aceitaram, não retornaram

com as amostras fecais.

As maiores morbidades decorrentes da infecção causada por

Cryptosporidium spp. em seres humanos, ocorrem principalmente em crianças

e pacientes com a HIV/AIDS (OSHIRO et al., 2000; PEREIRA et al., 2002).

Esses pacientes fazem parte do grupo de risco para diferentes infecções

oportunistas, que estão ligadas diretamente aos níveis de linfócitos T CD4+,

responsáveis pela resposta imune de parasitos intracelulares. Níveis baixos de

linfócito T CD4+ aumentam o risco de reativação da infecção bem como de

uma primo-infecção (ALBUQUERQUE et al., 2012).

Nossos resultados mostram que todos os pacientes positivos para esses

coccídeos apresentaram contagem de linfócitos T CD4+ abaixo de 200

células\mm3 no sangue, bem como diarreia no momento da coleta,

corroborando com resultados obtidos por Nsagha et al. (2016) que

demonstraram que as frequências desses parasitas em pacientes foram

maiores em pacientes que apresentavam a contagem de linfócitos T CD4+

abaixo de 200 cel/mm3 no sangue, bem como apresentaram diarreia crônica

em seu quadro clínico.

O uso da terapia antirretroviral tem sido relatado como protetora contra

parasitoses, uma vez que ela suprime a replicação viral, aumentando a

contagem de linfócitos T CD4+ circulantes e melhorando a mucosa intestinal

(SHMIDT et al., 2001). Os resultados obtidos mostraram que 60% dos

pacientes positivos para Cystosisospora spp. faziam uso de regular da terapia

anti-retroviral, enquanto que todos os pacientes positivos para Cryptosporidium

spp., não faziam uso regular da terapia. Mengist e seus colaboradores, 2015,

encontraram maior prevalência de parasitos intestinais em crianças portadoras

do vírus HIV/AIDS que ainda não faziam uso da respectiva terapia. O uso do

TARV não é totalmente eficiente para combater infecções oportunistas, uma

vez que ele apenas auxilia na supressão da HIV. Contudo uma melhora clínica

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43

foi observada em pacientes com AIDS e criptosporidiose que faziam uso

regular de TARV (CARR et al., 1998).

Todos os pacientes que foram positivos para Cryptosporidium spp. e

Cystosisopora spp. do presente estudo faziam uso de sulfametoxazol-

trimetopim, fármaco utilizado em pacientes com diarreia internados no Hospital

Giselda Trigueiro. Mesmo fazendo uso desse fármaco, esses pacientes

apresentaram oocistos em suas amostras fecais. Esses dados corroboram com

o estudo caso clínico realizado por Frankel e colaboradores, (2002) onde o

paciente foi tratado repetidas vezes com sulfametoxazol-trimetopim e fez uso

regular do TARV, a infecção persistiu com a detecção de oocistos de C. belli na

sua amostra fecal. Nesse paciente foi encontrado cistos unizóicos, revelando

ter uma certa resistência à quimioterapia, devido estar ocorrendo recidivas da

infecção. De acordo com estes achados, fica evidente a necessidade de mais

estudos sobre a importância da resposta celular do hospedeiro em relação à

infecção por C. belli e ainda, se a presença tecidual dos cistos unizóicos extra

intestinais, seria um mecanismo de escape do parasito à ação dessas drogas

(FRENKEL et al., 2002).

Este trabalho permitiu visualizar as características desses parasitos em

nosso contexto, elucidando sua frequência atual e possíveis fatores de risco,

permitindo concluir que as infecções intestinais em pacientes HIV/AIDS

constituem, também nessa região, um problema de saúde pública. Tais fatos

ressaltam a importância da realização de exames parasitológicos de fezes na

rotina desses pacientes, principalmente àqueles que apresentam uma

contagem baixa de linfócitos T CD4+, pois eles são mais susceptíveis às

complicações dessas parasitoses. Ainda, esse estudo também permitiu ver que

diversos fatores são condicionantes para o quadro clínico das parasitoses,

como por exemplo, a resposta imune do paciente, hábitos de higiene pessoal,

estilo de vida. Assim, o diagnóstico correto e precoce dessas parasitoses, o

uso regular do anti-retroviral e monitoramento das manifestações clínicas e

características imunológicas desses pacientes é imprescindível para melhoraria

da qualidade de vida dos mesmos.

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7. CONCLUSÕES:

- Foi verificada uma baixa frequência de Cryptosporidium spp. e

Cystoisospora spp. nos pacientes HIV/AIDS analisados nessa pesquisa.

- O método de coloração de Ziehl-Neelsen modificado foi eficiente

apenas para Cystoisospora spp. na pesquisa para o grupo analisado.

- Só foi possível verificar a presença de Cryptosporidium spp. pelo

método de ensaio imunoenzimático.

- A presença de diarreia, alta carga viral, baixa contagem de Linfócitos T

CD4+ e uso de terapia antirretroviral foi observada em todos os pacientes

positivos para esses parasitos.

- Não foram encontradas associações significativas com relação aos

aspectos comportamentais relacionados à presença de infecção.

- O presente trabalho sugere que algumas medidas simples, como

diagnóstico correto e precoce dessas parasitoses, uso regular da terapia

antirretroviral e monitoramento das características clínicas e imunológicas,

auxiliariam na melhoria de qualidade de vida desses pacientes.

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ANEXOS

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: “Aspectos epidemiológicos das

espécies de Cryptosporidium e da criptosporidiose em pacientes HIV/SIDA no Estado do

Rio Grande do Norte, Brasil.”, que tem como pesquisador as alunas Rízia Maria da Silva e

Tenille Karinanna de Morais Paiva Moura, devidamente assistidas pelo orientador Prof. Dr.

Valter Ferreira de Andrade Neto.

Esta pesquisa pretende estudar a criptosporidiose que é uma doença causada por um

micróbio chamado de Cryptosporidium que pode se multiplicar no intestino de seres humanos e

animais causando, principalmente, diarreia. As pessoas com as defesas baixa do corpo, como

os pacientes com HIV/SIDA, podem ter a criptosporidiose complicada com problemas em

vários órgãos, além de forte diarreia por muitos dias.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é investigar se os pacientes HIV/SIDA do

nosso Estado têm o Cryptosporidium, e qual possível fonte de transmissão. Compreendendo

isso, o paciente acometido com Cryptoporidium será devidamente tratado, bem como trabalhar

melhor a prevenção dos demais pacientes.

Para saber se a pessoa têm Cryptoporidium é necessário fazer um exame especial de

análise de suas fezes no laboratório. Caso você decida participar, você deverá assinar o

presente termo, preencher um questionário com informações pessoais e a providenciar uma

amostra de fezes.

Durante a realização a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é

semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa, você

terá direito a assistência gratuita que será prestada no próprio Hospital Giselda Trigueiro pela

Dra. Mônica Baumgardt Bay.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para Prof.

Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto no número (84)88320018 ou com Rízia Maria, telefone (84)

88095661.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer

fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados que você nos fornecerá serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em

local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido

pelo pesquisador e reembolsado para você.

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56

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será

indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o

pesquisador responsável Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados

serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que

ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da

pesquisa Aspectos epidemiológicos das espécies de Cryptosporidium e da criptosporidiose em

pacientes HIV/SIDA no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil e autorizo a divulgação das

informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas desde que

nenhum dado possa me identificar.

Natal,___ de __________ de 20___.

_______________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Aspectos epidemiológicos das espécies

de Cryptosporidium e da criptosporidiose em pacientes HIV/SIDA no Estado do Rio Grande do

Norte, Brasil.”, declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os

procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao

participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do

mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal,___ de __________ de 20___.

_____________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

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57

ID N°____________

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE : INTERNADO ENF.:______/LEITO:_______ AMBULATORIAL

1.NOME:

2.SEXO: 0. F 1. M 3. DATA DE NASCIMENTO: ___/____/_______ 4. IDADE:

5.ENDEREÇO RESIDENCIAL:

N°: ESTADO: MUNICÍPIO:

6. COMPLEMENTO:

7. .RESIDÊNCIA: ZONA URBANA ZONA RURAL

8. TELEFONE PARA RETORNO: CELULAR 1:

DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS

9. ESCOLARIDADE: 1. ANALFABETO 2. FUNDAMENTAL INCOMPLETO 3. FUNDAMENTAL COMPLETO 4. MÉDIO

INCOMPLETO

5. MÉDIO COMPLETO/TÉCNICO 6. SUPERIOR INCOMPLETO 7. SUPERIOR COMPLETO 8. PÓS-

GRADUAÇÃO

10. QUAL SUA OCUPAÇÃO/TRABALHO

1. TRABALHADOR DE EMPRESA PRIVADA 2. AUTÔNOMO 3. SERVIDOR PÚBLICO 4. TRABALHADOR

RURAL

5. DO LAR 6. EMPREGADA DOMÉSTICA/DIARISTA/BABÁ/CUIDADOR DE IDOSOS 7. APOSENTADO OU

PENSIONISTA 8. PROFESSOR 9. ESTUDANTE 10. DESEMPREGADO

11. RENDA FAMILIAR MENSAL 1. SEM RENDA

2. ATÉ 1 SALÁRIO MÍNIMO (ATÉ R$788,00)

3. ENTRE 1 E 2 SALÁRIOS MÍNIMOS( R$788,00 A R$1.576,00 )

4 . ENTRE 2 E 3 SALÁRIOS MÍNIMOS (R$1.576,00 A 2.364,00)

5. ENTRE 3 E 4 SALÁRIOS MÍNIMOS (R$2.364,00 A 3.152,00)

6. ENTRE 4 A 7 SALÁRIOS MÍNIMOS (R$ 3.152,00 A 5.516,00)

7. ENTRE 10 A 20 SALÁRIOS MÍNIMOS (R$ 7.888,00 A 15.760,00)

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8. ACIMA DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS (ACIMA DE R$ 15.760,00)

9. NÃO SABE

10. NÃO RESPONDEU

12. QUAL SEU ESTADO CIVIL 1. SOLTEIRO(A) 2. CASADO(A) 3. SEPARADO(A) 4. VIÚVO(A) 5. NÃO RESPONDEU 13. TIPO DE RELAÇÃO SEXUAL 1. HETEROSEXUAL 2. HOMOSSEXUAL 3. BISSEXUAL 4. NÃO RESPONDEU 5. NÃO SE APLICA

14. DE ONDE VEM A ÁGUA QUE CONSOME? 1. TORNEIRA 2. TORNEIRA FILTRADA 3. VEM DA RUA, PORÉM FERVIDA 4. RIO 5. POÇO 6. VEM DA RUA E NÃO É FERVIDA 7. ENGARRAFADA/MINERAL 8. NÃO LEMBRA 9. NÃO SABE

15. TEM CAIXA DÁGUA EM CASA? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO SABE 4. NÃO RESPONDEU 16. A CAIXA DÁGUA É COBERTA? (SE FOR APENAS UMA TELHA COLOCAR NÃO) 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO SABE 4. NÃO RESPONDEU

17. A CASA TEM REDE COLETORA DE ESGOTO? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO SABE 4. NÃO RESPONDEU 18. EM QUE LOCAL É ELIMINADO OS DEJETOS (FEZES E URINA)? 1. VASO SANITÁRIO 2. TERRENO 3. RIO 4. FOSSA 5. NÃO SABE 6. NÃO RESPONDEU

19. TEM QUINTAL EM SUA RESIDÊNCIA? ( CASO NÃO, SIGA PARA A PERGUNTA 21) 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO SE APLICA 20. SE SIM, QUAL TIPO DE PISO DO QUINTAL? 1. TERRA/BARRO/AREIA/ GRAMA 2. CIMENTO/MADEIRA/CERÂMICA 3. NÃO SE APLICA

21.QUANTAS PESSOAS NA RESIDÊNCIA? 1. 1PESSOAS 2. 2PESSOAS 3. 3PESSOAS 4. 4PESSOAS 5. 5PESSOAS 6. MAIS DE 5 PESSOAS

HÁBITOS COMPORTAMENTAIS E ALIMENTARES

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22. COSTUMA LAVAR AS MÃOS ANTES DAS REFEIÇÕES? 1. SIM 2. NÃO 3. AS VEZES 4. NÃO SE APLICA 5. NÃO LEMBRA

23. COSTUMA LAVAR AS MÃOS APÓS USAR O BANHEIRO? 1. SIM 2. NÃO 3. AS VEZES 4. NÃO SE APLICA 5. NÃO LEMBRA

24. COSTUMA LAVAR AS FRUTAS E HORTALIÇAS ANTES DE COMÊ-LAS? 1. SIM 2. NÃO 3. AS VEZES 4. NÃO SE APLICA 5. NÃO LEMBRA

25. COSTUMA COMER ALIMENTOS CRUS (SALADA, FRUTAS) EM CASA? 1. SIM 2. NÃO 3. AS VEZES 4. NÃO SE APLICA 5. NÃO LEMBRA

26. COSTUMA COMER ALIMENTOS CRUS (SALADA, FRUTAS) FORA DE CASA? 1. SIM 2. NÃO 3. AS VEZES 4. NÃO SE APLICA 5. NÃO LEMBRA

27. COM QUE FREQUENCIA COME SALADA CRUA(HORTALIÇAS E FRUTAS) FORA DE CASA? 1. UMA VEZ POR SEMANA 2. MAIS DE UMA VEZ POR SEMANA 3. MENOS DE UMA VEZ POR SEMANA 4. NÃO SE APLICA 5. NÃO LEMBRA

28. COSTUMA COMPRAR NA RUA: 1. DINDIN 2. AÇAÍ 3. SUCO 4. SALADA DE FRUTAS 5. TODOS 6. NÃO SE APLICA

5. NÃO LEMBRA

29.VOCÊ BEBEU ALGUMA VEZ NA VIDA ÁGUA DE? 1. POÇO OU CISTERNA 1. SIM 2. NÃO 3. N.S. 4. N.A. 2. AÇUDE, LAGO OU RIO 1. SIM 2. NÃO 3. N.S. 4. N.A. 3. CAMINHÃO PIPA 1. SIM 2. NÃO 3. N.S. 4. N.A.

30. TEM ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO SE APLICA (CASO NÃO, SIGA PARA A PERGUNTA 32) 31. SE SIM, QUAIS? 1. GATO 2. CACHORRO 3. PAPAGAIO 4. OUTROS -_________________________

32. TEM CONTATO OU CRIA ANIMAIS DE SITIO/FAZENDA? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 33. SE SIM, QUAIS? 1. GALINHA/GALO 2. PATO(A) 3. OVELHA/CARNEIRO 4. BODE/CABRA 2. COELHO(A) 3. BOI/VACA

34. COSTUMA NADAR OU BANHAR-SE EM RIOS, AÇUDES, LAGOAS OU PISCINAS? 0. RIOS/LAGOA 1. AÇUDES 2. PISCINAS 3. PRAIA 4. NÃO SE APLICA

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35. COSTUMA ANDAR SEM CALÇADOS OU SANDÁLIAS NOS PÉS EM CASA/ QUINTAL? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA NÃO SE APLICA

36. MEXE COM HORTA OU JARDIM? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SE APLICA (CASO NÃO, SIGA PARA A PERGUNTA 39) 37. USA ADUBO ORGÂNICO (FEZES DE ANIMAIS) NA HORTA OU JARDIM? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SE APLICA 38. SE SIM, QUAL ADUBO ORGÂNICO (FEZES DE ANIMAIS) UTILIZADO NA HORTA OU JARDIM? 1. GADO 2. CARNEIRO/BODE 3. GALINHA 4. ANDORINHA 5. NÃO SABE 6. NÃO LEMBRA

QUADRO CLÍNICO

39. JÁ OUVIU FALAR EM CRIPTOSPORIDIOSE? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA

40. APRESENTOU DIARRÉIA RECENTEMENTE (ULTIMO MÊS)? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SABE 5. NÃO RESPONDEU

41. JÁ APRESENTOU DIARREIA ? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SABE 5. NÃO RESPONDEU

42. COM QUE FREQUÊNCIA APRESENTA QUADRO DE DIARREIA? 1. SEMANAL 2. MENSAL 3. A CADA 2 MESES 4. UM VEZ AO ANO 5. NÃO SABE 6. NÃO

LEMBRA

7. NÃO RESPONDEU

43. JÁ APRESENTOU DIARREIA POR UM PERÍODO SUPERIOR A 14 DIAS? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SABE 5. NÃO RESPONDEU

44. JÁ APRESENTOU DIARREIA POR UM PERÍODO SUPERIOR A 30 DIAS? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SABE 5. NÃO RESPONDEU

45. QUANTAS VEZES POR DIA VOCÊ EVACUA QUANDO APRESENTA DIARREIA? 1. 1 A 2 2. 3 A 4 3. 5 A 6 4. NÃO SABE 5. NÃO RESPONDEU NÃO LEMBRA

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46.QUAL O ASPECTO DAS FEZES QUANDO APRESENTA DIAREIA? 1.LÍQUIDA 2. PASTOSA 3. NÃO SABE 4. NÃO RESPONDEU 5. NÃO LEMBRA

47. QUAL COLORAÇÃO DAS FEZES QUANDO APRESENTA DIARREIA?

1. AMARELADA 2. ESVERDIADA 3. ESBRANQUIÇADA 4. MARROM 5. ESCURA/PRETA

6. NÃO RESPONDEU 7. NÃO LEMBRA

48. TOMOU REMÉDIO PARA VERME NOS ÚLTIMOS 2 MESES? 1. SIM 2. NÃO 3. NÃO LEMBRA 4. NÃO SABE 5. NÃO RESPONDEU

49. DIARREIA NOS OUTROS MEMBROS DA FAMÍLIA? SIM NÃO NÃO SE APLICA

NATAL-RN, _____DE __________________DE 20_____. ENTREVISTADORA:___________________________________________________

ID:_________________ DATA:

____/_____/_______

INFORMAÇÕES RETIRADAS DO PRONTUÁRIO DO PACIENTE

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE : INTERNADO ENF.:______/LEITO:_______ AMBULATORIAL

1.NOME:

2.SEXO: 0. F 1. M 3. DATA DE NASCIMENTO: ___/____/_______ 4. IDADE:

5.ENDEREÇO RESIDENCIAL:

N°: ESTADO: MUNICÍPIO:

6. COMPLEMENTO:

7. .RESIDÊNCIA: ZONA URBANA ZONA RURAL

8. TELEFONE PARA RETORNO: CELULAR 1:

50. HISTÓRICO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR SIM NÃO 51. DATA DA ÚLTIMA INTERNAÇÃO:____/____/_______ 52. DIAGNÓSTICO OU MOTIVO DA INTERNAÇÃO:___________________________________________________

53. HISTÓRICO DE DIARREIA? SIM NÃO Obs.:________________________________________________________________________ (AGUDA/ CRÔNICA/FREQUENCIA DE EVACUAÇÕES, QUALQUER INFORMAÇÕES SOBRE DIARREIA) 54. ÚLTIMO EXAME

DATA CARGA VIRAL/MÉTODO CD4 CD8 RELAÇÃO CD4/CD8

MÉTODO

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Valor absoluto

% Valor absoluto

%

55.INFORMAÇÕES DOS EXAMES APÓS EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES

DATA CARGA VIRAL/MÉTODO CD4 CD8 RELAÇÃO CD4/CD8

MÉTODO

Valor absoluto

% Valor absoluto

%

56. USO DA TARV (TERAPIA ANTIRRETROVIRAL) SIM NÃO 16. TEMPO DE USO DA TARV: _______________

57. REALIZOU EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES? SIM NÃO 58. RESULTADO DO ÚLTIMO EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES: DATA:_____/______/_______ HELMINTOS:_____________________________________________________________________________ PROTOZOÁRIOS:__________________________________________________________________________ MÉTODO:_______________________________________________________________________________

HISTÓRICO CLÍNICO NA ÚLTIMA INTERNAÇÃO

59.PERDA DE PESO SIM NÃO 60.DOR ABDOMINAL SIM NÃO 61.DESIDRATAÇÃO SIM NÃO 62.FEBRE SIM NÃO 63.FAZ USO REGULAR DO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL? SIM NÃO, SE SIM TEMPO DE USO:________________ 64.NO MOMENTO, FAZ USO DE ANTIBIÓTICOS? SIM NÃO QUAL?________________________________________________________________________________ 65.VÔMITO SIM NÃO 66.NÁUSEA SIM NÃO 67.ASTENIA SIM NÃO

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