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PÁGS. 8 E 9
Governo e Proifes impedem
avanços ao burocratizarem reunião e benefício fica restrito
CPRSC
Ano XVI | Nº 533 | 5 de outubro de 2013
Filiado à:
C E AC E AC E A
PÁGS. 10 E 11
SINASEFE apoia luta dos professores das redes esta-dual e municipal, e repudia violência de Cabral e Paes
Violência no RJ
CSP-Conlutas, Andes-SN e SINASEFE resgatamoperários em condições análogas à escravidão
destaques
Leia mais em nos-
so editorial e em
reportagem especi-
al deste boletim
Uma situação evidente de desrespeito
aos direitos humanos foi flagrada
pela CSP-Conlutas no último dia 30,
em Brasília/DF, quando uma
denúncia anônima levou nossa
central sindical e popular até 37
operários da construção civil, os
quais viviam em ambiente insalubre,
sem material de limpeza e higiene
pessoal, recebendo alimentação
e s t r a gada pa ra c onsumo e
submetidos à jornadas diárias que
chegaram a alcançar 17 horas. E o
mais grave: numa obra do Governo do
Distrito Federal, com financiamento
d o G o v e r n o F e d e r a l , s o b
responsabilidade da empreiteira JC
Gontigo, a qual pertence a um dos
financiadores do Mensalão do DEM
no DF.
Migrantes do norte e nordeste e sem
ter para onde ir, o SINASEFE acolheu
os trabalhadores em seu alojamento
até a resolução da questão, que se
deu de modo parcial na quinta (3).
Agora seguimos cobrando, junto à
CSP-Conlutas e ao Andes-SN, que o
crime de trabalho análogo à
escravidão seja devidamente apurado
pelo MPT/DF e que todos os
responsáveis sejam punidos.
CS
P-C
on
luta
s |
Div
ulg
ação
SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
BOLETIMSINASEFE
Trabalhadores denunciaram em ato forma desumanapor qual foram tratados pela empreiteira JC Gontijo
Conecte-se!
sinasefe.org.br
@SINASEFE
/sinasefe.nacional
Nosso sindicato existe para lutar em
defesa dos direitos da nossa categoria
e de toda a classe trabalhadora. A
solidariedade de classe é um
elemento basilar e indissociável ao
SINASEFE, e nesta semana o plantão
da ent idade pôde v i venc iar
intensamente este princípio e
experiência.
Em defesa de operár ios da
construção civil e por solidariedade
classista, nosso Sindicato acolheu,
entre os dias 30 de setembro e 03 de
outubro último, 37 trabalhadores
que estavam sem dinheiro, mal
alimentados, submetidos a jornada
de trabalho que alcançava 17 horas
diárias, vivendo em um ambiente
pequeno, fétido e insalubre, fornecido
e “organizado” pela quinta maior
empreiteira do país no ramo: a JC
Gontijo Engenharia S.A.
A CSP-Conlutas flagrou essa situação
em Brasília, após denúncia anônima,
e resgatou os trabalhadores, que
foram prontamente acolhidos pelo
SINASEFE em nosso alojamento, até
que – depois de muita luta – foram
indenizados pela empresa já estão
retornando às suas famílias no norte
e nordeste do Brasil.
Vale registrar que a JC Gontijo
pertence ao empresário Celso
Gontijo, acusado de ser um dos
abastecedores f inanceiros do
esquema do Mensalão do DEM no DF,
nos levando a crer que esse crime seja
a p e n a s u m a d a s i n ú m e r a s
irregularidades e crimes que esta
empresa possa estar envolvida (leia
mais nas páginas 6 e 7).
Ao lado da CSP-Conlutas cobramos –
de maneira contundente – que o
Ministério Público do Trabalho
(MPT/DF) arbitrasse uma resolução
rápida para o caso favorável aos
operários, com o pagamento dos
salários, das verbas trabalhistas e da
indenização pelo dano moral causado
aos operários, que viviam em
condição análoga ao de trabalho
escravo, numa obra pública do
Governo do Distrito Federal com
financiamento do Governo Federal.
Em parte, as nossas ações foram
vitoriosas: todos os direitos
trabalhistas foram pagos pela
empresa (incapaz de negar sua
culpa!) e esses trabalhadores
retornaram para seus lares com parte
da sua dignidade reconstituída. No
entanto, somente isso ainda é muito
pouco, já que nada foi decidido ainda
sobre a situação do trabalho análogo
à escravidão: não podemos aceitar o
e s q u e c i m e n t o d e p r á t i c a s
degradantes à dignidade humana,
análogas ao trabalho escravo. Esse
crime precisa ser apurado e o
SINASEFE estará junto com a CSP-
Conlutas buscando pressionar o
MPT/DF e os demais órgãos do
governo a apurarem seriamente tal
caso.
Cabem também aos dois governos
envolvidos na obra e contratação da
empreiteira (ambos do PT) se
pronunciar perante a opinião pública
diante da gravidade deste fato. Que
expliquem o porquê de terem contrato
vigente com o suposto financiador de
um crime do DEM e, também, terceiro
maior contribuidor do PSDB em
2010. Em virtude deste novo crime
praticado, flagrado pela CSP-
Conlutas, nada mais justo que tais
governos imponham a ruptura
imediata do contrato licitatório com a
JC Gontijo. Com o trabalho escravo, a
tolerância do poder público tem que
ser zero!
Nosso Sindicato entrou nessa luta
por compor a base da CSP-Conlutas e
por ter a solidariedade de classe como
um dos seus princípios. Somos
docentes e técnicos-administrativos
em educação, enquanto categoria,
m a s a n t e s d e t u d o s o m o s
trabalhadores, somos da classe-que-
vive-do-trabalho, da mesma maneira
que os operários da construção civil
que estiveram em nosso alojamento.
Muito nos orgulha fazermos parte
desta luta, que representa um
microcosmo diante do que temos
c o m o v e r d a d e i r o o b j e t i v o :
construirmos uma sociedade onde
nenhum ser humano passe pela
h u mi lh ação e s en sação d e
impotência diante da adversidade
que esses 37 homens passaram, onde
a exploração de um indivíduo pelo
outro não configure a lógica das
2
editoralSINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
Só a unidade da classe trabalhadorapode emancipá-la!
SINASEFE
continua...
CS
P-C
on
luta
s |
Div
ulg
ação
Trabalhador denuncia JC Gontijo
EDITORIAL: classe trabalhadora Só a unidade da
pode emancipá-la!EDITORIAL:
continuação...
3SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
agenda
4 a 6 de outubro
1º Encontro Nacional do Movimento
Mulheres em Luta (CSP-Conlutas) em
Sarzedo/MG
10 de outubro
Reunião GT Democratização em
Brasília/DF
16 de outubro
Reunião do CPRSC em Brasília/DF
18 a 20 de outubro
Encontro Regional Nordeste em São
Luís/MA
18 a 20 de outubro
Encontro Regional Sudeste em
Campos dos Goytacazes/RJ
23 de outubro
Reunião GT Dimensionamento em
Brasília/DF
agenda
relações de produção de riqueza da
sociedade. Compartilhamos desse
sonho, juntos, para que um dia o
mesmo se torne realidade!
Os problemas estruturais que
existem em nossa sociedade somente
se agudizam quando os educadores,
semeadores de futuro do país, não
são valorizados. O não atendimento
às reivindicações dos Grupos de
Trabalho (GTs) dos técnicos-
administrativos pelo Ministério da
Educação (MEC) e Ministério do
Planejamento e Gestão (MPOG) –
advindos do acordo de greve de 2012
– como no GT Racionalização
( ) e w w w . g o o . g l / 5 J u 6 m 1
Reposicionamento de Aposentados
( ), demonstra www.goo.gl/rnX4K9
que nossa mobilização precisa se
fortalecer ainda
mais.
A tão sonhada
carreira única e
p a r i t á r i a d o s
trabalhadores em
e d u c a ç ã o f o i
i m p e d i d a p o r
regras no RSC,
c o n t i d a n a
implementação
da carreira dos
d o c e n t e s d o
magistério EBTT,
na qual o SINASEFE requisitou sua
participação em GTs para construção
desta, porém sempre tivemos as
portas fechadas. Não assinaríamos
um acordo de greve, já que a base
docente não era contemplada, em
troca dessa participação.
Na contramão dos nossos interesses,
estamos assistindo as trapalhadas de
um embuste sindical! Temos
acompanhado os debates do
C o n s e l h o P e r m a n e n t e p a r a
Reconhecimento de Saberes e
Competências (CPRSC), onde o
governo define uma forma de
conceder um benefício e torná-lo
inalcançável aos docentes do EBTT,
justamente para que o impacto
orçamentário que o mesmo venha
gerar seja mínimo e que, ainda, seu
uso possa ser articulado pelas
gestões como moeda de troca e/ou
favorecimento político.
Definitivamente, não é o RSC que
pretendemos para a carreira docente!
Entretanto estamos lutando por
adequar tal ferramenta para que
possa ser a mais abrangente possível,
para minimizar as distorções
salar ia is geradas na últ ima
reestruturação na carreira (leia mais
nas páginas 8 e 9).
Buscando aplicar a sua lógica, o
governo vem se utilizando do
PROIFES para dar respaldo à sua
política nas mesas de negociação e
agora no Conselho Permanente da
RSC, mesmo que tal entidade não
p o s s u a b a s e , e q u e s e u s
posicionamentos
t e n h a m o
r e s p a l d o d e
c o n s u l t a s
i n e x p r e s s i v a s
pela internet.
Enfim, para que
p o s s a m o s
r e a r r u m a r a
situação que nos
encontramos, é
precisamos que
deixemos a lógica
estabelecida de
negociar perfumarias e que possamos
retomar um processo negocial, sem a
presença dos parceiros sindicais do
governo do PT e voltemos a construir
as nossas bandeiras e propostas
junto ao nosso patrão: Carreira Única
dos Trabalhadores em Educação,
reajuste salarial linear a cada ano,
equiparação dos benefícios junto aos
outros poderes da união, bem outros
pontos da nossa pauta já bem
conhecidos pelo governo federal.
Prec isamos, de f in i t ivamente ,
construir para o ano de 2014 uma
greve geral dos Servidores Federais e
com isso estabelecer um outro
patamar nas negociações com o
nosso patrão, o governo Dilma
Roussef.
Precisamos, definitiva-
mente, construir para
o ano de 2014 uma
greve geral dos
Servidores Federais
S o m e n t e a p ó s d e n ú n c i a
nacionalmente repercutida pelo
SINASEFE, por meio de reportagem
que ratificou a situação caótica vivida
há mais de cinco anos no campus
Altamira (do Instituto Federal do Pará
– IFPA), foi que o poder público se
movimentou e disponibilizou um
terreno para a construção de novo
prédio do Campus Altamira.
As instalações atuais estão sob risco
iminente de desabamento e os
gestores se negavam a providenciar
ações para evitar “complicações”
políticas.
O vídeo ( ) www.goo.gl/cJhmZZ
denunciou diversos elementos
precarizantes daquele campus, que,
por barreiras burocráticas, chegou ao
ponto de ter que ser fechado por
apresentar risco de morte aos
servidores e alunos.
Em nota, o SINASEFE-PA afirmou
que o próximo passo da luta será
conseguir o afastamento do Diretor
Geral, que foi incapaz de resolver as
pendências da unidade de ensino e se
abstinha de tomar providências. Em
sua substituição será reivindicada a
nomeação de um servidor local para
assumir a direção pro tempore até
que seja realizada uma eleição direta
no campus.
Durante reunião com a prefeitura de
A l t am i r a , o s t r aba lhado r e s
destacaram que a manutenção do
campus é essencial para oportunizar
melhor qualidade de vida à população
da região Transamazônica e do
Xingu. Agora, com 5,7 hectares de
terreno para construção do novo
campus, outras perspectivas se
abrem, fruto da luta em defesa da
educação que foi protagonizada pelos
trabalhadores – do contrário, o
campus seria fechado e seus
servidores remanejados.
O SINASEFE NACIONAL e nossa
seção sindical do Pará continuarão
acompanhando esse processo, parte
integrante da expansão irregular da
Rede Federal de Educação, que
nunca planejou localmente os
procedimentos necessários para cada
região. Essa luta pela qualidade da
educação em Altamira está apenas no
início!
Trabalhadores denunciam situação de
abandono do Campus Altamira noInstituto Federal do Pará
4SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
Arq
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essoal | D
ivu
lgação
Servidores e alunos protestam contraa precarização do campus Altamira
Base elege nova gestãoApós a reativação da seção sindical do
SINASEFE em Alagoas, o Sintietfal,
deliberada por assembleia da categoria
(leia sobre em nossos Boletins 530 –
www.goo.gl/Y0soMp – e 532 –
www.goo.gl/x5AwmE), foi escolhida –
por eleição direta – a nova diretoria do
sindicato, a qual conduzirá a entidade
no próximo mandato.
A chapa “Novo Sintietfal”, foi eleita com
246 votos, sendo a única inscrita no
processo. Foram anulados 21 votos e 19
ficaram em branco. Apesar de ter uma
única chapa inscrita no processo, esta
foi a maior votação da história da
entidade, contando com a participação
de 34% do colégio eleitoral.
O S INASEFE compareceu na
assembleia realizada no dia 3 de
setembro que deliberou pela destituição
da antiga gestão e também pelas
formações da diretoria pro tempore e da
comissão que realizou este processo
eleitoral. Sem apoiar nenhum grupo,
todo o nosso papel foi – e tem sido –
acompanhar o que a base do Sintietfal,
amparada por todos os dispositivos
l e g a i s , d e l i b e r o u ; e s e m p r e
respeitaremos as decisões desta base!
Apesar da tentativa de um grupo em
m o n o p o l i z a r o s i n d i c a t o , o s
trabalhadores demonstraram que é
possível se reorganizar pela base e
resgataram a entidade à luta.
Assim como o exemplo dessa seção,
nenhum sindicato pode falar em nome
dos trabalhadores sem que haja o
devido respeito à democracia interna e
deliberações das suas intâncias
coletivas. O SINASEFE vem oferecendo
todo auxíl io para acompanhar
s i t u a ç õ e s s e m e l h a n t e s d e
autoritarismos em gestões, ou mesmo
da ausência delas, sempre respeitando
as posições tomadas pela categoria e
não po r d i r i g en t e s s ind i ca i s
comprometidos com seu próprio
“umbigo”.
Parabéns à base do Sintietfal e boas-
vindas à luta para a gestão que se inicia!
Aos dirigentes da gestão anterior, que
teimam em continuar questionando a
democracia interna no Sintietfal,
comunicamos que iremos dar todo
respaldo às deliberações das instâncias
de base e ao que foi deliberado pela
categoria. Essa foi inclusive uma
decisão de nossa PLENA, garantindo
com isso que mexeu com a base do
Sintietfal, mexeu com todo o SINASEFE.
sintietfal
SINASEFE já pleiteou emação junto ao STF a equipa-
ração do auxílio-alimen-
tação dos Servidores da
Rede com o valor pagono TCU
Revogação da Reforma
da Previdência do Men-salão será requisitadaao STF
Mediante a ilegalidade da Emenda
Constitucional nº 43/2003, que
imp lementou a Re fo rma da
Previdência, com uso de dinheiro
público, roubado através do esquema
do Mensalão, a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) nº 4889
foi encaminhada ao Supremo
Tribunal Federal (STF) com objetivo
de revogar essa contrarreforma do
governo Lula. O SINASEFE, por meio
de sua Assessoria Jurídica Nacional
(AJN), estará na próxima semana
p r o t o c o l a n d o r e q u e r i m e n t o
solicitando a admissão como amicus
curiae (terceiro interessado) ao
Supremo.
A ADI, que pleiteia o cancelamento da
EC 43/2003, questionando sua
c o n s t i t u c i o n a l i d a d e , f o i
impulsionada pela comprovação de
c o r r u p ç ã o p o r p a r t e d o s
parlamentares que votaram e
aprovaram a PEC, conforme revelado
durante o julgamento da Ação Penal
nº 470, conhecida como o processo do
Mensalão.
A aprovação deste crime mascarado
como reforma promoveu profundas e
negativas alterações no sistema
previdenciário dos servidores
públicos federais, modificando as
r e g r a s d e c o n c e s s ã o d e
aposentadoria, os critérios de fixação,
a redução no valor dos benefícios e,
a inda , c r i ou a p r ev idênc i a
complementar (Funpresp) que
ins t i tu iu a pr i va t i zação da
contribuição previdenciária para os
Servidores Públicos.
Como se não bastasse, toda a
listagem de lesões aos nossos direitos
ficou evidenciada no processo no STF
que deputados envolvidos na
aprovação da emenda – entre eles
líderes partidários – compravam
votos e apoio político de acordo com
os interesses nefastos do governo
petista.
Sendo uma questão que afeta todos
os trabalhadores da educação
pública há tanto tempo, que nos
trouxe tantos prejuízos, o SINASEFE
ingressará na r e f e r ida ADI
representando e demandando os
interesses da categoria.
O SINASEFE ingressou no STF a
solicitação de admissão como terceiro
interessado no processo que busca a
equiparação do valor do auxílio-
alimentação pago a servidores
públicos federais de categorias
diferentes.
Trata-se de recurso extraordinário
que teve reconhecida a sua
repercussão geral pelo STF e,
portanto, cuja decisão servirá como
“decisão vinculante” para as demais
que vierem a ser proferidas sobre o
t e m a . S a i b a m a i s a q u i :
www.goo.gl/rggSgL.
No primeiro despacho, o Ministro
Relator Luiz Fux, indeferiu o pedido
de todas as entidades sindicais que
solicitaram ingresso e atuação no
processo. O SINASEFE já apresentou
recurso reiterando a necessidade e
relevância de sua atuação na referida
ação, pois representa nossos
interesses.
A AJN recomenda aos juristas das
seções evitarem dar entrada em
novas ações enquanto a decisão do
STF não se consolidar, visto que o
SINASEFE, como representante
nacional, já repete a solicitação. O
processo ainda aguarda data de
julgamento pelo Plenário do
Supremo.
5SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
jurídicojurídico
Licença para tratamento
de saúde e falta de perito
oficial no local
O Decreto nº 7003/200 regulamenta
a licença para tratamento de saúde,
estabelecendo a impossibilidade de
locomoção do servidor, indicando –
desta forma – que a avaliação pericial
será realizada no estabelecimento
hospitalar onde ele se encontrar
internado ou em domicílio.
Além disso, o Decreto preconiza que
inexistindo perito oficial, unidade de
saúde do órgão ou entidade no local
onde está em exercício o servidor, a
unidade empregadora celebrará
acordo de cooperação com outro
órgão ou entidade da administração
federal, ou firmará convênio com
unidade de atendimento do sistema
público de saúde ou com entidade da
área de saúde, sem fins lucrativos,
declarada de utilidade pública.
Na impossibilidade disso, que deverá
ser devidamente justificada, o
órgão/ent idade promoverá a
contratação da prestação de serviços
por pessoa jurídica, nas condições
previstas em lei.
Alguns servidores estão tendo que se
deslocar até outra cidade onde há
perito oficial da Instituição para que
possam ingressar na licença para
tratamento de saúde às suas
expensas. Esta conduta é ilegal por
parte da administração pública. Se a
i n s t i t u i ç ã o n ã o a d o t o u a s
providências contidas na lei, não é
dever do servidor realizar seu
deslocamento, ainda mais estando
enfermo e/ou com sua saúde
fragilizada.
No VI Encontro Jurídico do
S I N A S E F E ( v e j a r e l a t ó r i o :
www.goo.gl/AkS8eI) foi debatido que
a legislação prevê, na exigência de o
servidor passar por junta médica, que
esta junta se desloque até a cidade do
servidor. Nos casos em que não
houver, o servidor poderá apresentar
laudo elaborado por médico,
preferencialmente, de hospital
público. Dessa forma, nada poderá a
Instituição questionar, visto que a
inexistência de perito no local que
levou o servidor a tal procedimento.
Informes da Assessoria
Jurídica do SINASEFE
A condição do trabalho escravo é
desumana e só pode nos gerar
indignação. Todo ser humano nasce
livre e não é passível de aceitação o
fato de que um possa ser objeto de
trabalho pertencente a outro.
Infelizmente, mesmo com todo o
combate a esta prática por parte da
Organização Internacional do
Trabalho (OIT), da nossa legislação
trabalhista e de todo o movimento
sindical, o trabalho escravo e/ou
análogo ao mesmo está longe de
figurar somente nos livros de história.
A CSP-Conlutas, nossa central
sindical e popular, flagrou 37
o p e r á r i o s e m s i t u a ç ã o
constrangedora, trabalhando em
obra pública do “Programa Morar
Bem” (na cidade satélite de Riacho
Fundo 2), de responsabilidade do
Governo do Distrito Federal e com
financiamento do “Programa Minha
Casa, Minha Vida”, pertencente ao
Governo Federal. A empreiteira
contratada para a obra e responsável
pela condição dos trabalhadores é a
JC Gontijo Engenharia S.A.
Após receber denúncia anônima, o
representante da executiva nacional
da Central, Atnágoras Lopes, viajou
até Brasília/DF na segunda-feira
(30), com objetivo de visitar os
operários e ter conhecimento real do
fato. Para surpresa do mesmo, o que
fora visto superou a própria denuncia
e não restou alternativa à CSP que
não o resgate destes trabalhadores.
Em assembleia realizada no local que
f o r a m e n c o n t r a d o s p e l o
representante da CSP-Conlutas,
todos os 37 votaram por se retirar do
alojamento, rescindir o contrato de
trabalho com a JC Gontijo, processar
a empresa por dano moral individual
e coletivo e retornar aos seus lares –
nenhum deles residia no DF, todos
eram do norte e nordeste do país e
foram aliciados com promessas de
reembolso e propostas salariais que
jamais se concretizaram.
O SINASEFE prontamente amparou e
disponibilizou o alojamento para
abrigar os trabalhadores, a partir
daquele momento , mediante
exposição daquele drama pela CSP-
Conlutas.
Os relatos iniciais que nos chegaram
foram constrangedores: os primeiros
trabalhadores chegaram no dia 2 de
setembro, os últimos no dia 14. A
alimentação demorou cerca de 10
dias para começar a ser fornecida e
quando passou a ser fornecida não
chegava em número insuficiente (15
marmitas para 37 pessoas) e até
mesmo estragada. O reembolso das
passagens não tinha sido paga, assim
como prometiam os aliciadores e os
salários prometidos foram rebaixados
quando chegaram a Brasília: um
d e s r e s p e i t o a b s o l u t o a o s
trabalhadores! Além de todos estes
absurdos, as carteiras de trabalho
desses operários se encontrava retida
junto a JC Gontijo.
Além de todos estes desrespeitos,
prepostos da empresa diziam que os
37 trabalhadores migrantes teriam
que trabalhar mais do que os
residentes em Brasília, pois a
empresa teria um gasto extra com os
mesmos que prec i sar ia se r
justificado, tornando as horas extras
obrigatórias. A jornada de trabalho
deles, extenuante por natureza, que
em contrato deveria ser das 7 às 17
horas, nunca foi respeitada: o tempo
de refeição era de apenas meia hora e
as obras seguiam até às 2 horas da
madrugada, segundo relatos.
No alojamento em que estavam
abrigados, o qual foi fotografado (veja
aqui: ) em visita www.goo.gl/nzQqvm
da CSP-Conlutas, as condições eram
precárias e insalubres. O ambiente
era fétido e nenhum material de
limpeza e higiene pessoal foi cedido
pela empresa aos operários; o espaço
era pequeno e inadequado para 37
moradores, deixando improvisações
visíveis, como colchões na sala e
roupeiros na cozinha; e apenas um
banheiro, dos três existentes,
funcionava.
A m a i o r i a d o s o p e r á r i o s ,
desempregados em suas cidades,
conseguiram dinheiro emprestado
para viajar após o aliciamento da JC
Gontijo. Chegando à capital federal,
ao ver as promessas desfeitas e a
proposta salarial reduzida, não
restou alternativa que não fosse
aceitar aquele pouco, já que não
teriam como retornar.
Após o resgate, e abrigo fornecido pelo
capa
6SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICAcapaSINASEFE
continua...
CSP-Conlutas resgata trabalhadores
em condições análogas à escravidão
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Após resgate, operários foram abrigadosno alojamento do SINASEFE
7SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
CSP-Conlutas resgata trabalhadoresem condições análogas à escravidão
continuação...
SINASEFE, os trabalhadores e a CSP-
Conlutas iniciaram as denúncias ao
Ministério Público do Trabalho do
Distrito Federal (MPT/DF), já na terça
(01), levando ao conhecimento do
órgão toda a situação degradante a
que os trabalhadores estavam sendo
submetidos.
Sempre cobrando agilidade na
apuração do crime e resolução do
problema, houve retorno da CSP ao
MPT/DF na quarta (2) e, ainda sem
perspectiva de resolução, um ato foi
realizado pelas ruas de Brasília na
manhã de ontem, por deliberação dos
próprios trabalhadores, que,
portando cartazes, percorreram o
caminho do alojamento do SINASEFE
(703 sul) até a sede do MPT/DF
(quadra 513 norte) para
denunciar à população o
que estava acontecendo e
pressionar as autoridades
por um desfecho rápido do
problema, para retornarem
aos seus lares.
A pressão deu resultado e a
JC Gontijo se viu obrigada
pela nossa ação articulada
pela nossa central sindical e
popular a assinar um
acordo, garantindo todos os
d i r e i t o s t r aba lh i s t a s
previstos em Lei aos
trabalhadores: devolução
das carteiras de trabalho que
estavam retidas com assinatura das
mesmas a partir da data que saíram
de seus lares; av iso prévio
indenizado; reembolso de todas as
despesas com t ranspor t e e
alimentação que os trabalhadores
tiveram que arcar de quando
partiram até a data de regresso;
pagamento das passagens de retorno
de todos aos seus lares.
O processo por dano moral individual
e coletivo seguirá sendo investigado
pelo Ministério Público – pelo menos é
o que se espera –, e a CSP-Conlutas
mobilizará sua assessoria jurídica
para definir como cobrará a punição
pelo crime a todos os envolvidos:
empresa, empresário e governos
federal e distrital.
Vivemos um momento de vitória
parcial com o resgate desses 37
operários, mas essa luta está longe de
encerrar. Lamentamos a postura do
Ministério Público do Trabalho
(MPT/DF), que tomou conhecimento
do fato já na segunda-feira (30) e não
obrigou a empresa a pagar
alimentação e hospedagem (em
condições dignas!) dos trabalhadores
até que ela mesma resolvesse o
problema que criou (ou melhor
dizendo: o crime que cometeu). Por
mais que o SINASEFE e as demais
entidades que também apoiaram os
operários (Andes-SN e CSP-
Conlutas), abrigar os operários e
promover a sua alimentação eram
uma responsabilidade do estado e por
isso a surpresa e o lamento pela
postura do MPT/PF sempre estivesse
pronto a abrigar os operários, esta
não é uma obrigação das entidades
envolvidas no processo (CSP-
Conlutas, SINASEFE e Andes-SN).
As denúncias de trabalho análogo à
escravidão, que precisam ser
investigadas, sequer iniciaram por
parte do órgão. Resolver somente as
questões trabalhistas não nos é
suficiente, pois em nada isso garante
que essa empresa não irá repetir (se é
que já não repete) tal brutalidade com
outros trabalhadores.
E este crime cometido contra 37
operários parece estar longe de ser a
única ilegalidade cometida pela JC
G o n t i j o : o p r o p r i e t á r i o d a
empreiteira, José Celso Gontijo, foi
um dos investigados pela Polícia
F e d e r a l p o r a b a s t e c e r
monetariamente o Mensalão do DEM
no DF – o esquema de pagamento de
propina a deputados distritais
aliados, caso que levou o ex-
governador José Roberto Arruda à
prisão –, além de constar como o
terceiro maior doador do PSDB nas
eleições de 2010. Veja notícia aqui:
www.goo.gl/8Bhr3V.
Parece ilógico pensar que um possível
apoiador de uma política corrupta do
DEM e financiador de campanhas do
PSDB possa ter prestígio com o PT.
Mas o governo de Agnelo Queiroz
(usando financiamento do governo
Dilma) mantém contrato
com a empreiteira de
Gontijo, o que, se por um
lado não nos permite fazer
acusações de ilegalidade
contra esta “parceria”,
todavia não nos inibe de
p e n s a r e m q u a i s
formatações ela possa estar
se dando. Até porque não
estamos falando de uma
empresa idônea, mas de
empreiteira que, mesmo
sendo a quinta maior do
ramo no país, foi flagrada
d e s r e s p e i t a n d o
trabalhadores e a legislação
trabalhista vigente.
À CSP-Conlutas, ao SINASEFE e ao
Andes-SN, que vieram a somar nesta
luta, não importa se Celso Gontijo
tem rendimentos suficientemente
volumosos para doar de uma só
tacada R$ 8,2 milhões à campanha de
José Serra ou se pode pagar ao ex-
Ministro do STF, Sepúlveda Pertence,
para defendê-lo. O que importa é que
a situação de crime contra esses 37
operários foi f lagrante e os
responsáveis (Gontijo, sua empresa e
os governos federal e do DF) têm que
ser punidos.
Confira matéria da data do resgate
publicada em nosso site no início
desta semana: .www.goo.gl/nzQqvm
capacapa
SIN
AS
EFE
| M
ári
o J
ún
ior
Trabalhadores agradeceram ao SINA-SEFE pelo acolhimento e solidariedade
A quarta reunião do CPRSC
(Conselho Permanente do RSC), após
certo acúmulo de debates, teria tudo
para avançar alguns degraus em
nosso favor e minimizar graves
distorções na carreira dos docentes
do EBTT, mas, apesar dos nossos
esforços, consolidou-se o que já
prevíamos quando decidimos
participar deste fórum: os objetos em
d i s p u t a s ã o m e r a m e n t e
conf igurações acessór ias do
“benefício”; nada que não ao encontro
dos interesses do governo e possa
ampliar a abrangência na concessão
do RSC é aprovado neste Conselho.
O último encontro deste Conselho
aconteceu nos dias 30/09 e 01/10,
na sede do Ministério da Educação
(MEC). Na abertura da reunião, antes
mesmo da leitura da ata, o SINASEFE
cobrou resposta sobre a proposta que
fez nas últimas reuniões quanto ao
direito dos professores aposentados
em pleitear o RSC. Sem qualquer
constrangimento, o representante do
governo, Sr. Aléssio Trindade de
Barros, deixou claro que não existe
nenhum interesse ou disposição em
p e r m i t i r e s s e d i r e i t o a o s
aposentados, e que as entidades
sindicais presentes fizessem essa
requisição por outras vias, já que
naquele espaço não haveria
possibilidade alguma de propor esse
tipo de deliberação.
O SINASEFE, diferente do Proifes,
que apenas corroborou mais uma vez
com a política do nosso patrão,
afirmou que buscará de todas as
formas, indo inclusive à justiça, caso
necessár io , garant ir que os
aposentados possam requerer o RSC.
Diante dos ataques que os últimos
governos do PT já lançaram contra os
aposentados, sobretudo na Reforma
da Previdência e com a criação do
Funpresp, não nos surpreende que
t ratem este segmento como
trabalhadores que “já faleceram” ou
que sejam um estorvo para o estado
brasileiro, sem que nenhum novo
direito possa lhes ser estendido. A
paridade é um dos nossos princípios e
não permitiremos esse tipo de
exclusão: vamos à luta!
Sobre a retroatividade da RSC, que já
deveria estar estabelecida desde
março desse ano, o governo também
afirmou que esta não será paga
retroativamente. Mais um ponto que
nosso sindicato garantiu que
judicializará, pois entende que a
lentidão do governo em aprovar o RSC
não pode mais um vez trazer prejuízo
para os docentes.
Assim como na reunião anterior, a
grande polêmica do evento se deu
quanto ao reconhecimento de saberes
para os docentes com mais de 15
anos de serviços prestados, que
nunca tiveram incentivos na carreira
para registrar suas atividades,
diferentemente dos novos (inseridos
no produtivismo imposto pela
Plataforma Lattes). Como permitir
um mesmo julgamento para
profissionais com perfis diferentes? O
SINASEFE constrangeu todos no
Conselho, demonstrando onde
estavam inseridos os docentes que
entraram 15 anos atrás nas (ainda)
escolas técnicas federais, ao final do
primeiro mandato de Fernando
Henrique, onde planos de carreira e
c o n c u r s o s p ú b l i c o s e r a m
p r a t i c a m e n t e i n e x i s t e n t e s .
De f endemos , c om t odos o s
argumentos, que estes docentes
deveriam ser integrados ao RSC
prontamente, como premiação pelos
serviços prestados à população, já
que mesmo sem incentivo e com
direitos postos como objetos de
precarização, garantiram durante
muitos anos os níveis de excelência
vistos no ensino das escolas federais.
Proifes e Ministério da Defesa
ignoraram isso e achincalharam
nossa proposta, chamando-a de
“trem da alegria”.
Quanto ao Proifes, nossa base já
conhece bem e sabe a quem servem.
Já ao Ministério que representa dos
mi l i ta res , os qua is adoram
promoções – sobretudo automáticas
–, nos cabe ressaltar apenas o
corporativismo do mesmo ao querer
tornar a ferramenta o mais limitada
possível, já que os beneficiados com a
mesma serão civis. O SINASEFE
defende sua base e entende que o
quão mais amplo for a extensão de
um benefício aos trabalhadores
(ainda que este seja um benefício
limitado, que não contempla nossos
continua...
SIN
AS
EFE
| M
ári
o J
ún
ior
4ª reunião do CPRSC transformou o benefícioem algo quase inalcançável aos docentes
8SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
Governo e Proifes burocratizamreunião e impedem avanços
CPRSC
Governo e Proifes burocratizamreunião e impedem avanços
continuação...
9SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
anseios), melhor: quanto mais
docentes forem “premiados” com o
RSC, mais posit ivo para os
servidores! Se o Proifes enxerga
problema na larga extensão do
reconhecimento por descaracterizar o
instrumento de barganha que as
gestões podem transformá-lo para
usufruir politicamente do mesmo,
azar o deles.
Após sermos derrotados em votações
anteriores, mas demonstrando a
validade da nossa reivindicação, a
mesa se convenceu de que não
haveria como permitir a mesma
a v a l i a ç ã o p a r a o s
docentes com maior
t e m p o d e s e r v i ç o ,
inser idos antes da
habituação do Lattes. A
inclusão por tempo de
serviço não foi aprovada,
mas seguimos pautando
a necessidade de uma
avaliação diferenciada, a
qual seria feita a partir de
um memorial com as
atividades desenvolvidas
pelo docente, assinado
por duas testemunhas.
Mesmo assim, Proifes e
g o v e r n o n ã o s e
c o n v e n c e r a m e
apresentaram propostas
confusas, que buscavam
confluir com a nossa
(numa tentativa clara de
c o o p t a ç ã o ) , m a s
limitando o alcance do
memorial para concessão
do RSC. O Proifes, no segundo dia da
reunião (quando a questão foi
votada), chegou a validar uma
proposta praticamente idêntica a
nossa, a qual – para garantir nossa
vitória – aceitamos consensuar. Mas
o governo percebeu que ali poderia
ser derrotado e propôs meramente
uma comprovação diferenciada
ap en as p a ra a s a t i v i d ad es
desenvolvidas antes de 2003.
Os pelegos sindicais entenderam a
bronca de seu patrão e, como
“autores da proposta” (que antes
apresentaram apenas para propor a
nossa com outras palavras),
retiraram sua sustentação para
defender a posição do governo contra
a dos trabalhadores. Tal postura, já
adotada em reuniões anteriores, não
nos surpreende mais.
Restou para o SINASEFE sustentar a
proposta e ir à votação, onde nossos
três conselheiros votaram sozinhos
contra a bancada governista, Proifes
e Conselhos de Dirigentes, onde
acabamos derrotados.
Por fim, enquanto o SINASEFE
defendeu que 50% das diretrizes do
RSC pretendido fossem suficientes
para o ingresso no benefício, o
governo propôs irreais 80%, o que
tornará o mesmo praticamente
inalcançável. Então cai a máscara do
governo Dilma: o benefício existe,
mas só poucos privilegiados podem
alcançar seus índices abusivos de
ex igênc ias para receber ta l
concessão.
Com uma composição da mesa onde a
correlação de forças sempre foi
desfavorável ao extremo, com
entidades do governo que sequer
parecem existir marcando presença
dentro do conselho, os interesses dos
trabalhadores (antagônicos aos do
governo) sempre seriam diluídos em
“propostas consensua is ” ou
derrotados em votações. Nada que
não soubéssemos ao ingressar nesta
negociação, mas que ainda assim
avaliamos como importante a nossa
participação até este momento por
estarmos fiscalizando como decidem
questões da carreira dos docentes do
EBTT, como se comporta docilmente
o Proifes diante de negociações com o
governo, do qual seus dirigentes
parece quererem fazer parte, e por
ainda ser possível – mesmo que
derrotados em votações – jogar o
constrangimento ao MEC pela forma
precar i zada as qua is es tão
estruturadas as relações de trabalho
dos servidores da educação federal.
A próxima reunião do CPRSC será no
dia 16, tendo como pauta o
fechamento da Resolução que vai
definir os passos para os docentes
pleitearem o benefício. Confira aqui o
relatório da quarta reunião do
conselho: .www.goo.gl/v4tCUg
SIN
AS
EFE
| M
ário
Jú
nio
r
SINASEFE buscou, de todas, as formas ampliare facilitar o acesso dos docentes ao RSC
CPRSC
Desde oito de agosto os trabalhadores
da educação das redes municipal e
estadual do Rio de Janeiro entraram
em greve e foram às ruas cobrar
melhorias para a
e d u c a ç ã o
púb l i ca , com
u m a p a u t a
c o m p o s t a d e
d i v e r s a s
reiv indicações
em comum da
categor ia . As
paralisações no
centro do Rio e
e m f r e n t e à
A s s e m b l e i a
L e g i s l a t i v a
(ALERJ) tem atraído a atenção de
todo o país, entretanto da forma mais
triste: com muita truculência, balas
de borracha, gás lacrimogêneo e até
armas de choque por parte dos
policiais contra os trabalhadores. O
que estamos assistindo, neste
momento, trata-se de um desrespeito
à democracia e aos direitos humanos!
Diante da v io lência pol ic ia l
desproporcional e abusiva que vitima
os servidores da educação das duas
redes, o SINASEFE manifesta seu
tota l e i rrestr i to apoio aos
trabalhadores, que tudo que fazem é
utilizar de seu direito de greve e livre
manifestação de pensamento, sendo,
em contrapartida, massacrados por
uma pol íc ia mal treinada e
comandada por covardes.
Sem nenhuma credibilidade junto à
opinião pública, Eduardo Paes e
Sérgio Cabral intensificam o uso da
violência dia após dia, ao invés de
negociarem com os trabalhadores,
apelando à aplicação de multas ao
Sindicato Estadual dos Profissionais
da Educação do RJ (Sepe) por dissídio
coletivo. Com essas ações, ambos
escancaram a todos os olhares o
ideário fascista ao qual submetem a
população.
Na rede municipal
A mídia, por outro lado, não evidencia
os motivos pelos quais os professores
municipais se posicionam contra o
plano de carreira
d e P a e s ,
estabelecido pelo
PL 442, que fora
aprovado pelos
ve readores na
últ ima quarta-
feira (02), mesmo
c o m t o d a a
o c u p a ç ã o n a
frente da sede
legislat iva, em
repúdio ao PL.
P o r é m , a
unificação da classe demonstra que
todas as represálias não retirarão
esses trabalhadores das mobilizações
e que a resistência vai continuar!
É preciso lembrar que, ao contrário
do discurso do prefeito, esse Plano de
Carreira nunca foi debatido com os
trabalhadores e possibilita, por
e x e m p l o , a
polivalência de
e d u c a d o r e s ,
demonstrando a
f a l t a d e
compromisso de
P a e s c o m a
qua l i dade da
e d u c a ç ã o
p ú b l i c a , s e m
especialistas de
cada área do
conhec imen to
( c o m o
m a t e m á t i c a ,
história etc).
Um retrocesso que só poderia vir de
um político que já afirmou ter
dinheiro para não ter que matricular
seus filhos em escolas públicas.
Esses profissionais da educação
tomam as ruas, também por conta de
mais de 90% ficarem de fora desse
plano, que não apresenta paridade
para os aposentados e nem atende a
antiga solicitação de 30 horas para os
funcionários administrativos, além
de promover uma retaliação ao
docente que não migrar ao regime de
40 horas.
Na rede estadual
Com vários benefícios reduzidos, os
servidores da rede estadual
de l iberaram em assemble ia ,
realizada no dia dois de outubro, pela
continuidade da paralisação, já que o
governo do estado não acenou com
qualquer proposta visando o
atendimento às reivindicações da
categoria, segundo nota do Sepe.
O governador Sérgio Cabral não tem
respeitado o direito de greve e
manifestação desses trabalhadores,
enviando tropas de choque para
reprimir os educadores. Este
governador, inclusive, está em débito
com a educação: fechou mais de 50
escolas da rede estadual e, desde
então, tem explorado os professores,
obrigando-os a peregrinarem com
cargas horárias excessivas para
suprir as falhas que seu governo
criou/intensificou.
Há quase dois meses os professores
pedem jornada de trabalho em uma
só escola e que tenham um terço de
carga horária para planejar suas
10SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
violência no RJ
continua...
Professores do RJ tem nosso apoio;
Cabral e Paes, o nosso repúdio!
Estamos assistindo,
neste momento, um
desrespeito à
democracia e aos
direitos humanos
Sepe/R
J |
Div
ulg
ação
Assembleia de professores da redeestadual decide manter a greve
11SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES
FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA,
PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
SINASEFE
violência no RJ
aulas, como determina a Lei. A
imprensa está, como sempre,
criminalizando o movimento, como se
a democracia não concedesse aos
educadores o direito de lutar por um
Plano de Carreira digno e unificado, e
reajuste salarial para cobrir perdas e
demandas profissionais.
Violência não intimidará o
movimento
Como se não bastasse o que
diariamente esses professores estão
passando diante dos ataques das
forças policiais, houve a aplicação de
duas ações judiciais de dissídio
co le t ivo contra o Sepe, em
r e p r e e n s ã o / i n t i m i d a ç ã o à s
paralisações dos dias 8 e 9 de agosto,
com valores de R$ 300 mil e R$30 mil,
respectivamente. Isso mesmo,
punição pecuniária abusiva ao
sindicato por reivindicar os direitos
da categoria.
Um vídeo ( ) www.goo.gl/8PByvu
demonstra a realidade que a
imprensa esconde : nenhum
trabalhador atacou a polícia ou
iniciou atos de vandalismo, o
movimento foi pacífico e, mesmo
diante a tanto gás despejado em cima
dos manifestantes, tudo que fizeram
foi se sentar em demonstração de paz.
Bombas de efeito moral e até
morteiros foram utilizados pela
polícia contra os profissionais da
educação que apenas se contrapõem
às políticas desiguais e precárias dos
governos – um movimento mais do
que necessário para o futuro do país!
Diante deste cenário inaceitável, o
SINASEFE se solidariza à luta pela
dignidade de todos os professores do
Rio, bem como – mais uma vez –
agrega esforços contra esse
terrorismo por todo o país, certos de
que providências precisam ser
tomadas, sobretudo por entidades
ligadas à defesa dos direitos
humanos. Não admitiremos, NUNCA,
v e r q u a l q u e r c a t e g o r i a d e
t raba lhadores ag red ida po r
simplesmente lutar por seus direitos!
Professores do RJ tem nos-
so apoio; Cabral e Paes,o nosso repúdio!
continuação...
A Direção Nacional do SINASEFE, em
defesa do seu direito de representação
da categoria há mais de 25 anos desde
a fundação do SINASEFE, ingressou
com ação, e teve o pedido deferido (leia
mais aqui: ), www.goo.gl/u1nrYV
contra a pseudorepresentação
sindical junto ao governo, falando em
nome dos docentes da Rede Federal
de Ensino.
Tal “entidade”, ausente de razão e
representatividade, fez uma defesa
alucinada de um direito que,
comprovadamente, não possui, e até
tentou nos acusar de fazer aquilo que
ele próprio faz: política sindical sem
autonomia e de conciliação de
classes. Acusações tão infundadas
que não podem ser levadas a sério.
Não colou.
Em resposta ao Peleguifes, o
SINASEFE lançou uma nota
esclarecendo o porquê e de como
vimos representando os docentes do
EBTT e os técnicos-administrativos
do PCCTAE há 25 anos, enquanto
ferramenta de luta criada pelos
segmentos representados, diferente
daquela pelegada, com a sua entidade
que já nasceu a partir das mãos da
articulação governamental, devido à
época ter sido derrotada nas eleições
junto aos docentes universitários.
Qual autonomia pode ter uma
entidade cujo seu Presidente,
Eduardo Rolim de Oliveira, é membro
do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social (CDES) do
governo de Tarso Genro (PT), no Rio
Grande do Sul? Não são suposições
nossas: as informações estão no
próprio site do Peleguifes e do
CDES/RS!
Durante os debates no CPRSC,
chegamos ao limite do ridículo ao ver
os representantes deste embuste
sindical reformar propostas do
governo e deixá-las ainda mais
rebaixadas; ou ao ver colocarem
propostas sensivelmente melhores e
retirarem as mesmas de pauta
quando o governo lhes dá uma
“bronca”. Os representantes de Dilma
disseram claramente que não irão
conceder o direito do RSC aos
aposentados, o que é juridicamente
questionável. E o SINASEFE teve a
tarefa de defender sozinho esse direito
diante de um silêncio constrangedor
do Peleguifes.
Foi por isso que o SINASEFE
ingressou com ação contra o
Peleguifes: para respaldar nosso
direito legal e legítimo, consolidado a
quase três décadas, de representação
da categoria. Não podemos deixar que
nossos inimigos falem em nosso nome
e vendam nossos direitos: é isso que
está em jogo!
Não fomos nós e nem a decisão da
justiça em nosso favor que rejeitou
esse antissindicato, foi a base que deu
como resposta ao Peleguifes que eles
nunca falarão em seu nome.
Estamos, definitivamente, muito
tranquilos quanto a isso, pois dos 40
mil trabalhadores docentes e ténicos-
administrativos em educação que
compõem a Rede Federal Básica,
Profissional e Tecnológica, o
SINASEFE possui a filiação individual
e espontânea de mais de 25 mil
trabalhadores.
Leia a nota em resposta ao Peleguifes
aqui: .www.goo.gl/eQzWx3
SINASEFE lança nota aoPeleguifes
expedienteEste boletim é uma publicação do
SINASEFE NACIONAL
Responsáveis por este boletim
William Carvalho
Eulálio Costa
Jornalistas
Jéssica Fernandes MTb/DF 65335
Mário Júnior MTb/AL 1374
Sede e redação
SCS, Qd 02, Bl C, Sls 109/110,
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