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Página 1 Boletim 634/14 – Ano VI – 23/10/2014 Cuidados para contratar empregados temporários nas vendas do fim de ano Se você, empresário, quiser acertar diretamente com funcionários extras para as vendas de Natal e Ano Novo, melhor parar e pensar: pode estar arrumando uma grande dor de cabeça Milton Paes Campinas - Com a chegada das festas do final de ano, algumas empresas têm um aumento significativo no volume de trabalho e precisam contratar funcionários para esse período, mas que nem sempre serão efetivados depois da época especial. Para preencher essas vagas temporárias e cumprir a legislação, o especialista em questões trabalhistas, advogado Agostinho Zechin Pereira, da Lemos e Associados Advocacia, de Campinas, alerta que entre outras coisas, é preciso, em primeiro lugar, contratar uma empresa de trabalho temporário, sendo vedada a contratação direta do trabalhador pelo tomador dos serviços. Não é seguro para a empresa. O registro profissional será feito pela empresa especializada em trabalho temporário. Determinação legal "Isso é uma determinação legal. Se você não cumprir a contratação através de uma empresa de trabalho temporário, você não está contratando um trabalhador temporário, mas um em definitivo. A lei 6019 de 1974 do trabalho temporário deixa muito claro que só há contrato de trabalho temporário se isso for realizado através de uma empresa de trabalho temporário", explica. Esses profissionais têm direitos semelhantes aos de um funcionário contratado diretamente por tempo determinado, mas como tem legislação específica, é necessária atenção às peculiaridades. O trabalhador contratado por tempo determinado, o temporário, tem direito ao registro em carteira profissional, como qualquer trabalhador. Esse profissional tem direito a 13º salário proporcional, jornada legal de 8 horas diárias, seguro contra acidente, vale-transporte, descanso semanal remunerado, vinculação à Previdência Social e férias proporcionais acrescidas de 1/3. Ou seja, será um custo grande.

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Boletim 634/14 – Ano VI – 23/10/2014

Cuidados para contratar empregados temporários nas vendas do fim de ano Se você, empresário, quiser acertar diretamente com funcionários extras para as vendas de Natal e Ano Novo, melhor parar e pensar: pode estar arrumando uma grande dor de cabeça Milton Paes Campinas - Com a chegada das festas do final de ano, algumas empresas têm um aumento significativo no volume de trabalho e precisam contratar funcionários para esse período, mas que nem sempre serão efetivados depois da época especial. Para preencher essas vagas temporárias e cumprir a legislação, o especialista em questões trabalhistas, advogado Agostinho Zechin Pereira, da Lemos e Associados Advocacia, de Campinas, alerta que entre outras coisas, é preciso, em primeiro lugar, contratar uma empresa de trabalho temporário, sendo vedada a contratação direta do trabalhador pelo tomador dos serviços. Não é seguro para a empresa. O registro profissional será feito pela empresa especializada em trabalho temporário. Determinação legal "Isso é uma determinação legal. Se você não cumprir a contratação através de uma empresa de trabalho temporário, você não está contratando um trabalhador temporário, mas um em definitivo. A lei 6019 de 1974 do trabalho temporário deixa muito claro que só há contrato de trabalho temporário se isso for realizado através de uma empresa de trabalho temporário", explica. Esses profissionais têm direitos semelhantes aos de um funcionário contratado diretamente por tempo determinado, mas como tem legislação específica, é necessária atenção às peculiaridades. O trabalhador contratado por tempo determinado, o temporário, tem direito ao registro em carteira profissional, como qualquer trabalhador. Esse profissional tem direito a 13º salário proporcional, jornada legal de 8 horas diárias, seguro contra acidente, vale-transporte, descanso semanal remunerado, vinculação à Previdência Social e férias proporcionais acrescidas de 1/3. Ou seja, será um custo grande.

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O advogado Agostinho Zechin Pereira, explica que a vantagem do contrato de trabalho temporário entra na modalidade que se chama contrato por prazo determinado. "Para a empresa é interessante o contrato a prazo porque quando ele chega no final, a empresa não tem o ônus de dar o aviso prévio e nem tão pouco o ônus de pagar a multa de 40% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)" ressalta. Ação na Justiça Agostinho Zechin lembra que mesmo sem o aviso prévio e nem multa do FGTS, o trabalhador pode sacar os depósitos. "Alguns juízes ainda entendem devida a indenização de 1/12 para cada mês trabalhado, prevista na Lei 6.019/74. Para outros, tal indenização foi substituída pelo FGTS", diz. O especialista destaca que muitas vezes o lojista burla a lei, ainda que inadvertidamente, e pode até ser alvo de uma ação na justiça do trabalho. "Dificilmente o lojista contrata um funcionário por uma empresa de trabalho temporário. Às vezes porque não sabe e às vezes porque o custo através de uma empresa de trabalho temporário é considerado mais elevado do que a simples contratação, sem mais. Além de você ter de pagar o temporário com a mesma remuneração de um trabalhador efetivo terá de pagar a taxa de administração para a empresa de trabalho temporário. Essa taxa pode sair cara. Em função disso muitas vezes o lojista ignora a lei e acaba contratando direto, mas o risco de uma ação trabalhista é grande", destaca Zechin Pereira. O advogado explicou que a empresa de trabalho temporário é que é responsável pela contratação e pagamento do funcionário temporário. A empresa contratante não tem nada com isso: por sua vez repassa à empresa de contrato temporário a remuneração do funcionário e a taxa de administração. E está livre de todos os problemas legais: tem apenas de fazer com que o empregado seja produtivo.

(Fonte: DCI dia 23-10-2014).

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Sindicato propõe suspensão remunerada para 800 na G M DE SÃO PAULO - Terminou sem acordo reunião realizada ontem entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano e a GM. Segundo o presidente do sindicato Aparecido Inácio da Silva, a montadora argumenta que há excedente de funcionários e acenou, na semana passada, com a demissão de 500 trabalhadores e lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) para outros 500. "Eles reafirmaram a intenção de demitir e disseram que entre 200 a 250 trabalhadores sairiam de imediato, mas não concordamos." O sindicato propôs que 800 trabalhadores entrem em lay-off e que não ocorram demissões. "A montadora vai avaliar a proposta e dará resposta nesta quinta-feira." Procurada a GM disse que não comentaria o assunto.

Menos trabalho Nova geração de sul-coreanos questiona cultura work aholic e pleiteia jornada menor e mais férias RICARDO MIOTODE SÃO PAULO "Pali, pali" é uma expressão muito famosa na Coreia do Sul e significa algo como "mais rápido, mais rápido", representando a forma dedicada e não procrastinadora de trabalhar dos coreanos. Isso está mudando, porém. Os mais jovens questionam hábitos das gerações que levaram o país ao desenvolvimento na segunda metade do século passado, como a jornada semanal de até 68 horas, férias de menos de uma semana e a tradição de que o subordinado deve chegar antes e sair depois do chefe. Tal pressão tem levado a mudanças na legislação trabalhista. A presidente Park Geun-hye tem um plano para reduzir a jornada máxima semanal para 52 horas. As férias legais de 15 dias estão sendo crescentemente respeitadas. Até 2022, todas as empresas coreanas serão obrigadas a dar aos seus funcionários um plano de previdência privado. Com tudo isso, o número médio de horas trabalhadas por semana, que se aproximou de 54 no fim dos anos 1980, agora caiu a 42 --e segue decrescendo. Esse valor, no Brasil, é de 35 horas.

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Além de estarem menos workaholics, os coreanos estão aliviando a rotina dos mais jovens. Nas admiradas escolas do país, a semana letiva não inclui mais o sábado, como antes. "No fim da tarde, as novas gerações querem estar em casa e relaxar. Isso era impensável há dez anos", afirma Kim Yong-hak, professor de sociologia na Yonsei University. Tal opinião é compartilhada pelo meio empresarial. "A geração que cresceu após a guerra [da Coreia] partiu de uma situação dificílima, de muita pobreza, e a prioridade era construir um país. Os coreanos que nascem agora partem de outro padrão, é natural que queiram desfrutar mais a vida", diz Zayong Koo, vice-presidente de Comunicação Global da Hyundai. TRABALHO MAIS CARO Uma outra consequência dessa transição é que os sindicatos têm se tornado mais fortes. Neste ano, por exemplo, empresas com a Hyundai e Samsung enfrentaram paralisações e dezenas de rodadas de negociação. A principal divergência era sobre jornada de trabalho e sobre o pagamento adequado das horas extras cumpridas pelos trabalhadores. É aguardada ainda uma decisão da Suprema Corte coreana que pode determinar que as empresas passem a pagar em dobro pelo trabalho durante feriados. Puxado por esse movimento, o turismo tem disparado na Coreia. Em dez anos, o número de viagens feitas por coreanos para fora do país duplicou: de 7 milhões para 14 milhões. Os destinos turísticos mais comuns são os vizinho Japão e China, os EUA (especialmente o Havai), a Tailândia e a Europa. Tal demanda crescente por menos trabalho e mais lazer tem o efeito colateral de tornar os custos trabalhistas da Coreia maiores. Os custos trabalhistas são bem menores na China, por exemplo, onde a Hyundai já produz 1 milhão de carros por ano (contra cerca de 1,8 milhão na Coreia e 167 mil no Brasil). Para Koo, porém, isso não significa que o país vizinho necessariamente tomará a produção coreana. "As horas diminuem, mas há um forte aumento da produtividade na Coreia", afirma o vice-presidente da montadora. "Utilizamos cada vez mais robôs, por exemplo." (Fonte: Folha de SP dia 23-10-2014).

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