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,~ Ministério da Agricultura, ~pecuár;a e Abastecimento Macapá, AP Novembro, 2001 Autores Aderaldo Batista Gazel Filho Eng. Agr., M. Sc. Embrapa Amapá Rodovia Juscelino Kubitschek km 05 CEP:68.903-000 Macapá - AP Jorge Araújo de Souza Lima Eng. Agr., M. Sc. Embrapa Solos Rua Jardim Botânico, 1024 CEP:22.460-000 Rio de Janeiro - RJ ~a ISSN 1517-4980 Cultivo da Pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.) para Produção de Fruto no Amapá A pupunha é uma das frutas regionais mais apreciadas no Estado do Amapá, sendo o seu fruto cozido acompanhado de café, a forma mais tradicional de consumo. É comum sua oferta nas ruas de Macapá já cozida por vendedores ambulantes durante a época de sua safra, que ocorre, normalmente, de fevereiro a junho. É uma espécie que apresenta uma gama de aproveitamentos (fruto cozido, palmito, óleo, ração animal, farinha para panificação e madeira de seu esttpe). Localidades situadas ao longo da Rodovia Perimetral Norte, são as maiores produtoras de pupunha no Estado, favorecidas, talvez por fatores relacionados à precipitação pluviométrica, já que de acordo com a classificação de Koppen, naquelas localidades o clima é do tipo Af, com boa distribuição das chuvas ao longo do ano e sem períodos de déficit hídrico. A pupunheira é uma palmeira nativa da América Tropical que foi muito utilizada pelos indígenas desta região, os quais tiveram grande importância em seu processo de melhoramento, tendo seu processo de domesticação ocorrido provavelmente na Bacia Amazônica. Descrição Botânica É uma palmeira monóica, cespitosa, com o estipe alcançando cerca de 20 metros de altura e diâmetro de 15 a 25 cm, nos indíviduos adultos. As folhas são em número de 20 por planta e têm de 3 a 4 metros de comprimento, revestidas de espinhos bem pequenos na raque e bainha. As inflorescências nascem abaixo das folhas e são protegidas por espatas. Cada planta pode emitir de 8 a 10 inflorescências por ano, sendo normalmente 3 a 4. As flores masculinas são maiores e mais numerosas que as femininas. Algumas vezes são encontradas flores - hermafroditas. Os frutos são do tipo drupa, com forma, tamanho e coloração variáveis; ao amadurecerem podem apresentar o epicarpo vermelho, amarelo, alaranjado ou verde; têm formas ovóide, globosa, cônico-globosa; o tamanho varia de 1 a 1,5 cm em frutos partenocárpicos, chegando a 7 cm nos frutos normais. Apesar de ser caracterizada como planta possuidora de espinhos no estipe, há genótipos sem estes, como alguns materiais encontrados no Peru.

Cultivo da Pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.) para ... · é por sementes, observando-se os seguintes critérios: Seleção da planta matriz O tamanho do fruto, qualidade da polpa,

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,~ Ministério da Agricultura,~pecuár;a e Abastecimento

Macapá, APNovembro, 2001

Autores

Aderaldo BatistaGazel Filho

Eng. Agr., M. Sc.Embrapa Amapá

Rodovia JuscelinoKubitschek

km 05CEP:68.903-000

Macapá - AP

Jorge Araújo deSouza Lima

Eng. Agr., M. Sc.Embrapa Solos

Rua JardimBotânico, 1024

CEP:22.460-000Rio de Janeiro -

RJ

~a

ISSN 1517-4980

Cultivo da Pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.)para Produção de Fruto no Amapá

A pupunha é uma das frutas regionais mais apreciadas no Estado doAmapá, sendo o seu fruto cozido acompanhado de café, a forma maistradicional de consumo. É comum sua oferta nas ruas de Macapá jácozida por vendedores ambulantes durante a época de sua safra, queocorre, normalmente, de fevereiro a junho. É uma espécie que apresentauma gama de aproveitamentos (fruto cozido, palmito, óleo, raçãoanimal, farinha para panificação e madeira de seu esttpe).

Localidades situadas ao longo da Rodovia Perimetral Norte, são asmaiores produtoras de pupunha no Estado, favorecidas, talvez porfatores relacionados à precipitação pluviométrica, já que de acordo coma classificação de Koppen, naquelas localidades o clima é do tipo Af,com boa distribuição das chuvas ao longo do ano e sem períodos dedéficit hídrico.

A pupunheira é uma palmeira nativa da América Tropical que foi muitoutilizada pelos indígenas desta região, os quais tiveram grandeimportância em seu processo de melhoramento, tendo seu processo dedomesticação ocorrido provavelmente na Bacia Amazônica.

Descrição BotânicaÉ uma palmeira monóica, cespitosa, com o estipe alcançando cerca de20 metros de altura e diâmetro de 15 a 25 cm, nos indíviduos adultos.As folhas são em número de 20 por planta e têm de 3 a 4 metros decomprimento, revestidas de espinhos bem pequenos na raque e bainha.As inflorescências nascem abaixo das folhas e são protegidas porespatas. Cada planta pode emitir de 8 a 10 inflorescências por ano,sendo normalmente 3 a 4. As flores masculinas são maiores e maisnumerosas que as femininas. Algumas vezes são encontradas flores

- hermafroditas. Os frutos são do tipodrupa, com forma, tamanho e coloraçãovariáveis; ao amadurecerem podemapresentar o epicarpo vermelho,amarelo, alaranjado ou verde; têmformas ovóide, globosa, cônico-globosa;o tamanho varia de 1 a 1,5 cm emfrutos partenocárpicos, chegando a 7cm nos frutos normais. Apesar de sercaracterizada como planta possuidorade espinhos no estipe, há genótipos semestes, como alguns materiaisencontrados no Peru.

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EcologiaSua distribuição geográfica é muitoextensa, havendo relatos de que habitadesde o norte de Honduras até a Bolívia eBrasil, além de certas ilhas das Antilhas, oque compreende a faixa entre 14° deLatitude Norte e 14° de Latitude Sul. Éencontrada normalmente em climasquentes e úmidos, em altitudes até 900metros, embora existam registros de suaocorrência em até 1800 metros de altitudee em climas mais secos.

Precipitação anual de 2500 mm, altitudeentre O a 800 metros e temperaturas entre24 e 28°C, são apontadas comosatisfatórias para o desenvolvimento daespécie.

Formas de AproveitamentoÉ uma planta com potencial de utilizaçãomuito variado: os frutos são utilizados paraconsumo humano (cozidos), farinha parapanificação, extração de óleo, raçãoanimal, e a madeira de seu estipe pode serutilizada para construções.

FrutoO fruto cozido acompanhado de café é aforma mais tradicional de consumo, sendoapreciado na Amazônia brasileira e emalguns países da América Central. Emanálises do fruto constata-se sua riquezaem proteínas, carboidratos e gorduras,evidenciando assim, sua importâncianutricional. Em 100 g de polpa, encontra-se: 14.800 U.1. de Vitamina A; 45% deumidade; 3,5 g de proteínas; 27 g degorduras, 27,6 g de carboidratos; 0,9 g decinzas; 3,8 g de fibras; e 351,4 kcal.

Alimentação AnimalO mesocarpo (polpa) do fruto pode serusado na alimentação animal,principalmente em locais em que otransporte eleva consideravelmente opreço de rações industrializadas, como é o

caso do Amapá. No entanto, deve-seressaltar que a pupunha é principalmenteuma alternativa para pequenos produtorescomplementarem a dieta de animais e nãopara ser usada como alimentaçãoexclusiva.

Farinha para PanificaçãoA fabricação de farinha para panificação éoutra perspectiva para a pupunha.Experiências comprovaram que estafarinha pode entrar na proporção de até15% misturada com trigo na fabricação depães. Na proporção de 10% não alterousignificativamente o sabor do pão, tendo oproduto apresentado mais caroteno e óleoe menos proteínas. Pode ser usadatambém em bolos, panquecas e bolachas.Um grau de umidade de 12% é indicadocomo aceitável para a farinha entrar noprocesso de panificação. É recomendávelutilizar farinha de pupunha moída comcasca, pois apresenta menor perda dematéria-prima e contém maiorespercentuais de proteínas, cinzas e graxas,tornando-a mais nutritiva.

ÓleoO óleo extraído do mesocarpo da pupunhaé rico em ácidos graxos não saturados etem boa aceitação no mercadointernacional. A substituição de outrosóleos vegetais por óleo de pupunha poderáser viável, desde que haja um programa demelhoramento genético que proporcione aseleção de variedades de pupunha capazesde produzir quantidades econômicas deóleo maiores que outras espéciesoleaginosas.

MadeiraOs estipes de pupunheiras que ficammuito altos e dificultam a prática dacolheita, podem ser aproveitados comomadeira para a construção de jiraus, pisosrústicos e também de cercas paracontenção de animais. O manejo do

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número de estipes por touceira,eliminando-se as plantas mais altas, podefornecer madeira de forma sustentada paraesses usos.

Clima e SoloAdapta-se a diferentes condiçõesclimáticas, embora vegete melhor emclima quente e úmido, com temperaturamédia anual acima de 22°C e regimepluviométrico acima de 1800mm/ano,sendo fator importante na precipitação suadistribuição ao longo do ano.

A espécie exige solos bem drenados, defertilidade média e pH na faixa de 6,0. Ossolos devem ter textura de leve a média.Solos encharcados são apontados comolimitantes para o desenvolvimento dapupunheira.

VariedadesDe maneira geral, os tipos ou variedadesde pupunheira são classificados segundo acoloração da casca dos frutos (vermelhoforte ao alaranjado e amarelo ao rajado deverde-amarelo), assim como o teor de óleona polpa. A figo 1 apresenta as variaçõesdos frutos quanto à forma, tamanho ecoloração da casca.

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Fig. 1. Variação de cor do epicarpo , forma etamanho, em frutos de pupunha. \..

A seleção da variedade ou tipo é feita deacordo com o destino da produção. Parafruto cozido, as plantas devem produzirfrutos grandes, com 10 a 20% de óleo napolpa e bom teor de caroteno. Para aprodução de farinha, devem ter frutos de

elevada percentagem de polpa. Para raçãoanimal, as pupunhas devem conter até14% de proteína na polpa.

PropagaçãoA maneira usual de propagar a pupunheiraé por sementes, observando-se osseguintes critérios:

Seleção da planta matrizO tamanho do fruto, qualidade da polpa,produtividade e estado sanitário devem serlevados em consideração.

Preparo da sementeAs sementes devem ser colhidas de frutoscompletamente maduros, quando obtem-se maior percentual de germinação. Assementes devem ser separadas da polpacom um corte e em seguida imersas emágua por um a dois dias para facilitar aseparação total da polpa, deve-se duranteesse processo eliminar as sementes queflutuarem. Após a remoção da polpa, trataras sementes com solução de hipoclorito desódio (água sanitária), colocando-as porcerca de 15 minutos numa proporção de9: 1 de água e água sanitária,respectivamente. Em seguida as sementesdevem ser secas à sombra e postas paragerminar.

GerminaçãoUma maneira simples e prática é colocaras sementes para pré-germinar em sacosde plásticos transparentes. Em sacos comcapacidade para 5 kg, colocar as sementesjuntamente com um substrato de pó deserra, sendo que este deve estar bemcurtido. Em cada saco pode ser colocadocerca de 0,5 kg de sementes (mais oumenos 200 a 250 sementes). Deixar assementes bem envolvidas pela serragem efechar o saco, armazenando-o em localventilado. Após 35 a 45 dias as sementesiniciam o processo de germinação e àmedida que atingem o tamanho de 3 a5 em podem ser transplantadas para coposde plástico ou para sacos de polietileno,com dimensões de 17 x 27 em. Estes

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devem ser preenchidos com mistura deterra preta peneirada e esterco de gado naproporção de 3 :1. Após o transplante, asmudas devem ficar parcialmente abrigadasdo sol, fazendo-se uma aclimataçãogradativa até a época de plantio. Desde oinício da germinação, decorre em médiaoito a nove meses até o plantio definitivoda muda. Nas figuras 2, 3, 4 e 5 mostram-se diferentes etapas do processo depreparo da muda.

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Fig. 2. Sementes pré-germinadas em substratode serragem.

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Fig. 3. Diferentes fases de sementes pré-germinadas

Fig. 4. Mudas em copos de plástico

Fig. 5. Mudas a pleno sol

PlantioA melhor época para o plantio é no iníciodo período das chuvas, que nas condiçõesdo Amapá ocorre em janeiro e fevereiro. Oespaçamento indicado é 6,0 x 6,Om ou7,0 x 7,0 m. As covas devem ser abertascom 40 a 50 cm nas três dimensões.

A adubação das covas deve serrecomendada em função da análise dosolo, entretanto, como regra geral, indica-se a seguinte: 10 kg de esterco de curral,300 g de superfosfato simples e 500 g decalcário dolomítico.

Tratos Culturais

CoroamentoCapina ao redor das plantas eliminando-seas plantas invasoras. Normalmente quatrono primeiro ano, três no segundo e dois doterceiro em diante.

RoçagemA área das entrelinhas poderá ser roçadasem revolver o solo. As roçagens podemser executadas na mesma época doscoroamentos.

Cobertura mortaRealizada para manter a umidade do solo,principalmente na época do verão. Pode-seutilizar o material vegetal eliminado noscoroamentos e nas roçagens.

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Desbaste de perfilhosÉ muito importante para a produção defrutos, pois possibilita a formação deplantas mais aptas à produção ..Recomenda-se manter três ou quatroplantas por touceira, eliminando-se asplantas mais altas e que dificultam aoperação da colheita. Na Figura 6 observa-se uma touceira conduzida com trêsestipes.

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Fig. 6. Touceira conduzida com três estipes.

AdubaçãoA adubação deve ser baseada na análisedo solo, porém na ausência desta, comocritério geral recomenda-se comodosagens mínimas:

1° ano:100 9 de uréia, parceladas em duasaplicações (fevereiro e maio)100 9 de cloreto de potássio, parceladasem duas aplicações (fevereiro e maio)

2° ano:120 9 de uréia, parceladas em duas vezesno decorrer do período chuvoso.120 9 de cloreto de potássio, parceladasem duas vezes no decorrer do períodochuvoso.150 9 de superfosfato triplo em aplicaçãoúnica no início do período chuvoso.

3° ano:150 9 de uréia, parceladas em três vezesno decorrer do período chuvoso.180 9 de cloreto de potássio, parceladasem três vezes no decorrer do períodochuvoso.200 9 de superfosfato triplo em aplicaçãoúnica no início do período chuvoso.

4° ano em diante:180 9 de uréia, parceladas em três vezesno decorrer do período chuvoso.200 9 de cloreto de potássio, parceladasem três vezes no decorrer do períodochuvoso.250 9 de superfosfato triplo em aplicaçãoúnica no início do período chuvoso.

Adubação orgânicaA cada ano colocar 5 a 10 kg de estercode gado por planta. Esta adubação deveser realizada no final do período chuvoso,para manter a umidade na região do coloda planta.

IrrigaçãoNas localidades em que o período seco émuito acentuado, deve-se buscar umaforma de atenuar o déficit hídrico do solo,principalmente no ano de estabelecimentodo cultivo.

Pragas e Doenças

PragasAbelha cachorro (Melipona ruficrus): é aprincipal praga da cultura, durante afloração, destruindo flores e botões florais.

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Como medida de controle indica-se aeliminação de ninhos, encontrados emmatas e capoeiras próximos ao plantio.

Broca-do-bulbo (Strategus a/oeus): osdanos são causados por um besourocastanho-escuro, de hábito noturno,medindo aproximadamente 6 cm decomprimento por 4 cm de largura (Fig. 7).O adulto cava uma galeria no solo,próximo às palmeiras novas, ondepermanece abrigado durante o dia, e outragaleria no coleto da planta, logo acima dasuperfície do solo ou ligeiramente abaixodela, onde se alimenta durante a noite. Éuma praga de ocorrência eventual emplantas jovens de coqueiro, tendo sidoencontrada no Amapá atacando plantas depupunheira sem espinho com cerca de trêsanos de idade. O adulto ao penetrar nobulbo em busca de alimento (Fig. 8), vaiabrindo uma galeria que, ao atingir a partemeristemática, provoca o murchamento econseqüentemente a morte da planta (Fig.9). Como medidas de controle recomenda-se inspeções periódicas do plantio,principalmente aqueles entre dois e trêsanos de idade, para se detectar as plantasatacadas. Caso sejam encontradas galeriascaracterísticas da praga, retirar ouesmagar os insetos dentro delas comarame grosso. Outra alternativa consisteem se injetar inseticidas de contato nointerior das galerias, por polvilhamento oupulverização.

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Fig. 7. Broca-do-bulbo

Fig. 8. Danos da broca-do-bulbo no colo da planta

Fig. 9. Planta morta pelo ataque da broca-do-bulbo.

DoençasAntracnose: Causada pelo fungoColletotrichum g/oeosporioides Penz. atacadesde mudas em viveiros até plantasadultas. Em mudas os sintomas sãomanchas irregulares nas folhas, iniciando-se na borda e mostrando-se mais nítidasno centro da área foliar. Em plantas entreum e três anos de idade, provoca queima eseca em folíolos da segunda e terceirafolhas. Os frutos infectados sofremmudança de cor, tornando-se mais clarosque a tonalidade verde normal,apresentando em seguida enegrecimento.Como medidas de controle recomenda-se:manejo equilibrado da adubação;eliminação e queima de folhas e frutosdoentes; e aplicações de fungicidas à basede benomyl, com 0,5 g p.c. (gramas doproduto comercial) por litro de água.

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Podridão negra dos frutos: doença causadapelo fungo Thielaviopsis paradoxa. Nosfrutos atacados o epicarpo toma coloraçãonegra à medida que a doença avança. Apolpa adquire uma coloração amarela maisintensa que a normal e em seguida torna-se enegrecida. Observa-se a doença commais freqüência durante o transporte e acomercialização. Como medida de controlerecomenda-se inspecionar os cachoscolhidos, removendo-se os frutos doentes.

Colheita e Produtividade

As plantas iniciam a produção de frutosentre três e quatro anos após o plantio. Asafra é concentrada na época das chuvas,chegando-se a encontrar frutos atémeados de junho. Cerca de 90 dias após aemissão da espata, o cacho está apto paraa colheita.

Uma das maiores dificuldades no manejoda pupunheira para fruto, é a operação decolheita dos cachos, já que o crescimentoem altura e a presença de espinhos noestipe dificultam esta operação. Anecessidade dos frutos não sofrereminjúrias mecânicas, faz com que estaprática seja às vezes realizada por duas outrês pessoas, o que onera o preço final doproduto.

Conforme a altura das plantas, a colheitapode ser realizada por um, dois ou trêshomens. Em plantas com baixa altura deinserção dos cachos, a colheita pode serfeita por apenas um homem. Em plantascom altura entre três e quatro metros, érealizada por dois homens: um corta ocacho com um facão amarrado a uma varae outro apara o cacho com um saco ou umpedaço de encerado. Quando a plantaapresenta-se mais alta, são necessáriostrês homens para realizar a colheita, sendoum para cortar o cacho e dois para apará-10.

Em plantios com produção estável (cinco aseis anos de idade), uma produtividade defrutos de 12 a 15 t/ha/ano, é tida comosatisfatória.

Bibliografia Consultada

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Circular Exemplares desta edição podem serTécnica, 14 adquiridos na:

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1" Edição1a Impressão 2001: tiragem 150exemplares

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