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1 Cultura A minha adolescência tal como a de muitas crianças guineenses foi marcada com a participação de em quase todas as manifestações culturais da maior festa popular do país o Carnaval. Confecionei máscaras e vesti de trajes tradicionais. No ano lectivo de 1982/83, integrei o grupo teatral da escola EBC “23 de Janeiro” - Ciclo de Bula como dançarino quando andava na 5ª Classe. Quando retomei as actividades políticas-partidárias no Secretariado Regional da Organização dos Pioneiros Abel Djassido Sector Autónomo de Bissau (OPAD/SAB), estive ligado ao grupo teatral “Netos de Kansala” enquanto 2º Secretário Regional da organização na Capital Bissau (Secretário Regional do Departamento da Organização e Controle DOC). O grupo “Netos de Kansala” tinha por missão, incutir desde cedo nas crianças o gosto e o respeito pela cultura bem como dar a oportunidade de participação na promoção e divulgação da cultura guineense através da representação e interpretação da cultura dos diferentes grupos éticos do país com trajes tradicionais, dança, teatro, canções e recital de poesias. Em 1997, fui responsável pela Comunicação Social da ONG AMIC, (Associação de Amigos da Criança) departamento encarregue de coordenação, supervisão e seguimento de grupos teatrais infantis criados em todos os seis sectores formam a região de Bafata no âmbito da parceria entre a AMIC e a Foster Parents Plan International com vista a implementação do projecto ”What’s Plan” na região de Bafatá? Também no quadro do projecto PDDP (Programa de Promoção da Democracia e Direitos da Pessoa) financiado pelo FCIL/CECI/Canadá, foram criados grupos teatrais infantis para promover os direitos das crianças em todas as regiões.

Cultura e desporto

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Cultura

A minha adolescência tal como a de muitas crianças guineenses foi

marcada com a participação de em quase todas as manifestações culturais da

maior festa popular do país – o Carnaval. Confecionei máscaras e vesti de trajes

tradicionais.

No ano lectivo de 1982/83, integrei o grupo teatral da escola EBC “23 de

Janeiro” - Ciclo de Bula como dançarino quando andava na 5ª Classe.

Quando retomei as actividades políticas-partidárias no Secretariado

Regional da Organização dos Pioneiros “Abel Djassi” do Sector Autónomo de

Bissau (OPAD/SAB), estive ligado ao grupo teatral “Netos de Kansala” enquanto

2º Secretário Regional da organização na Capital Bissau (Secretário Regional do

Departamento da Organização e Controle “DOC”). O grupo “Netos de Kansala”

tinha por missão, incutir desde cedo nas crianças o gosto e o respeito pela

cultura bem como dar a oportunidade de participação na promoção e divulgação

da cultura guineense através da representação e interpretação da cultura dos

diferentes grupos éticos do país com trajes tradicionais, dança, teatro, canções e

recital de poesias.

Em 1997, fui responsável pela Comunicação Social da ONG AMIC,

(Associação de Amigos da Criança) departamento encarregue de coordenação,

supervisão e seguimento de grupos teatrais infantis criados em todos os seis

sectores formam a região de Bafata no âmbito da parceria entre a AMIC e a Foster

Parents Plan International com vista a implementação do projecto ”What’s Plan”

na região de Bafatá?

Também no quadro do projecto PDDP (Programa de Promoção da

Democracia e Direitos da Pessoa) financiado pelo FCIL/CECI/Canadá, foram

criados grupos teatrais infantis para promover os direitos das crianças em todas

as regiões.

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A selecção de crianças de grupos teatrais baseia-se nos critérios elaborados

pelo Departamento de Comunicação Social com os respectivos módulos de

formação de acordo com os objectivos de cada projecto. Também são preparados

os guiões de animação de grupos teatrais no terreno.

Em Maio de 1998, no quadro da parceria entre as duas ONG’s de direitos

da criança, a AMIC e a Plan Internacional através do projecto “What´s Plan na

Região de Bafatá? organizei o primeiro festival regional de grupos teatrais e de

pequenos cantores na região de Bafatá.

Em Setembro de 1991, fui responsável de informação do 1º Acampamento

Nacional das Crianças organizado pela AMIC no internato Frantz Fanon de Bôr.

Antes tinha exercido as mesmas funções no 1º Acampamento Regional “Alberto

da Silva” da OPAD/SAB, também realizado no internato de Bôr, em Setembro de

1989.

Grupo de Jovens Lavradores

Em Farim, organizamos um grupo de jovens lavradores do bairro de Nema,

denominado “MAMBAR”. O grupo era composto de cerca de 40 elementos de

ambos os sexos. A inter-ajudar e a solidariedade foram os objectivos que

nortearam a sua criação, mas sobretudo de ajudar os nossos familiares no

trabalho do campo nomeadamente na cultura do amendoim (mancarra).

O grupo praticava um preço simbólico e dava crédito a quem não estava em

condições de pronto pagamento com a possibilidade de regularizar a dívida só

Dezembro antes do natal.

Os fundos angariados (dinheiro) com a lavoura e capina destinavam única e

exclusivamente para a quadra festiva do natal e do ano novo. Ou seja,

anualmente, o grupo organiza no bairro um acampamento denominado barraca

de festa, normalmente debaixo de uma mangueira, e o espaço era vedado com

ramos de palmeiras.

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O acampamento é aberto a 23 de Dezembro e encerra a 3 de Janeiro do ano

novo. O grupo convida o chefe de tabanca e os anciões para a abertura da

barraca e que também dão a bênção aos jovens acampados. O acampamento tem

o seu regulamento próprio e a infracção é penalizada. Com a excepção dos

convidados, todos os membros do grupo são obrigados a pernoitar no

acampamento e de informarem sobre as suas ausências.

Exerci entre 1983 e 1985, as funções de Responsável de Propaganda e

Animação Cultural do grupo. As minhas atribuições eram de comunicar aos

membros do grupo das convocatórias de reuniões; das alterações no calendário

de actividades produtivas, normalmente afixado no espaço de diversão

denominado de Bantabá; das decisões da direcção; propor o aluguer do aparelho

de som durante a quadra festiva e angariar novidades musicais; confeccionar

instrumentos de dança tradicional mancanha e de Gumbé (tambores, tanque

velho, cabaças, palmas de madeira e latas com vidros ou pedras); organizar

sessões de diversão fora de portas para a demonstração da cultura e da tradição

da etnia mancanha “Brame” e ornamentar o local da festa.

Futebolista amador

Tradicional na Guiné-Bissau, no final de cada época desportiva oficial

organiza-se um pouco por todo o país, os campeonatos de defeso para angariar

novos talentos.

Em 1985, joguei o futebol 11 na equipa militar do Batalhão de Infantaria de

Gabu no campeonato defeso local. A nossa equipa ficou na cauda da tabela

classificativa – ultimo lugar.

Já em Farim, sagrei campeão do campeonato de defeso organizado pela

primeira vez na Missão Católica local, em 1987. Quatro equipas todas elas com

nomes de clubes italianos, Nápoles, Juventus, Inter de Milão e Verona estiveram

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em competição. Militei-me na turma de Inter de Milão como avançado e fui titular

apenas por duas vezes.

Pois, participava muito pouco nos treinos da equipa por falta de tempo

devido o trabalho de campo - a lavoura. Aliás, o meu avô só nos deixava sair mais

cedo do campo de cultivo apenas nos dias do jogo.

A equipa recebeu como prémios uma taça, sabonetes e chapeus. Depois

deste campeonato pendurei as chuteiras, claro de plástico vulgarmente conhecido

por “Krintin”.