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Curso Avançado de aposentadoria especial: prática e atualidades 1 – Origem da aposentadoria especial A aposentadoria especial surge com a Lei 3.807/60, tendo a seguinte redação: Art 31. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 50 (cinqüenta) anos de idade e 15 (quinze) anos de contribuições tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços, que, para êsse efeito, forem considerados penosos, insalubres ou perigosos, por Decreto do Poder Executivo. Tal como a aposentadoria por tempo de serviço vigente à época, exige uma idade mínima para a sua concessão: Art 32. A aposentadoria por tempo de serviço será concedida ao segurado que completar 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) anos de serviço, respectivamente, com 80% (oitenta por cento) do "salário de benefício" no primeiro caso, e, integralmente, no segundo. § 1º Em qualquer caso, exigir-se-á que o segurado tenha completado 55 (cinqüenta e cinco) anos de idade. § 2º O segurado que continuar em atividade após 30 (trinta) anos de serviço terá assegurado a percepção da aposentadoria acrescida de mais 4% (quatro por cento) do "salário de benefício" para cada grupo de 12 (doze) contribuições mensais até o máximo de 20% (vinte por cento). A idade mínima para a concessão da aposentadoria especial foi extinta com a Lei 5440-A/68. 2. Fundamento constitucional da aposentadoria especial As aposentadorias especiais encontram amparo Constitucional no artigo 201,§1º, para os segurados do RGPS, e no artigo 40, §4º para os servidores públicos.

Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

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Curso Avançado de aposentadoria especial: prática e atualidades

1 – Origem da aposentadoria especial

A aposentadoria especial surge com a Lei 3.807/60, tendo a seguinte redação:

Art 31. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que, contando no mínimo 50 (cinqüenta) anos de idade e 15 (quinze) anos de contribuições tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em serviços, que, para êsse efeito, forem considerados penosos, insalubres ou perigosos, por Decreto do Poder Executivo.

Tal como a aposentadoria por tempo de serviço vigente à época, exige uma idade mínima para a sua concessão:

Art 32. A aposentadoria por tempo de serviço será concedida ao segurado que completar 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) anos de serviço, respectivamente, com 80% (oitenta por cento) do "salário de benefício" no primeiro caso, e, integralmente, no segundo.

§ 1º Em qualquer caso, exigir-se-á que o segurado tenha completado 55 (cinqüenta e cinco) anos de idade.

§ 2º O segurado que continuar em atividade após 30 (trinta) anos de serviço terá assegurado a percepção da aposentadoria acrescida de mais 4% (quatro por cento) do "salário de benefício" para cada grupo de 12 (doze) contribuições mensais até o máximo de 20% (vinte por cento).

A idade mínima para a concessão da aposentadoria especial foi extinta com a

Lei 5440-A/68.

2. Fundamento constitucional da aposentadoria especial

As aposentadorias especiais encontram amparo Constitucional no artigo

201,§1º, para os segurados do RGPS, e no artigo 40, §4º para os servidores públicos.

CF/88, art. 201, § 1º

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime

geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados

critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos

termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

Page 2: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a

concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de

previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob

condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e

quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos

definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

CF/88, art. 40, § 4º

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias

e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo

e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos

servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que

preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a

concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata

este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares,

os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que

prejudiquem a saúde ou a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47,

de 2005)

A aposentadoria especial é forma de proteção ao trabalhador, consoante com os

direitos fundamentais estabelecidos na CF 88, representando uma dupla proteção ao

trabalhador submetido a condições potencialmente nocivas à sua saúde ou integridade

física: a) com o adicional de remuneração, b) com a sua retirada antecipada do

mercado de trabalho.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que

visem à melhoria de sua condição social:

Page 3: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,

higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou

perigosas, na forma da lei;

3 – Conceito:

Tese 1 – Segundo parte da doutrina, é espécie de aposentadoria por invalidez,

antecipada (corrente minoritária).

Tese 2 – Entendimento majoritário na doutrina e na jurisprudência é que se

trata de espécie de aposentadoria por tempo de contribuição.

É espécie de aposentadoria por tempo de contribuição, com tempo reduzido,

em razão da nocividade das atividades desenvolvidas. Diferente dos demais

benefícios previdenciários, este tem natureza preventiva, pois visa possibilitar que o

trabalhador submetido a condições potencialmente danosas à sua saúde ou

integridade física se aposente de forma antecipada, visando impedir ou diminuir os

danos à sua saúde.

Ao possibilitar que o trabalhador se retire de forma antecipada do mercado de

trabalho, dá cumprimento à disposição constitucional de proteção da saúde e

integridade física, antes que ocorram danos a esta. Evita assim a concessão de

benefícios por incapacidade e o custo de tratamento médico (SUS), diminuindo, em

tese, o custo do Estado com este indivíduo.

Não há a necessidade de comprovação do dano à saúde, mas sim da

exposição a condições com potencial de causar dano! Caráter preventivo!

Inicialmente fazia referência expressa à trabalhadores expostos a condições

insalubres, perigosas e penosas. Posteriormente passou a tratar de trabalhadores

expostos a condições nocivas à saúde, aparentemente visando desvincular estas

expressões!

Este é o posicionamento, também, da Jurisprudência:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADES ESPECIAIS. CONVERSÃO. LEI Nº 9.711/98. DECRETO Nº 3.048/99. TUTELA ESPECÍFICA. 1. (...)

Page 4: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

2. A aposentadoria especial é uma modalidade de aposentadoria por tempo de

serviço com tempo mínimo reduzido em razão de o trabalhador exercer

atividade nociva à saúde ou à integridade física. 3. (...).

(APELREEX 200871000072270, JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, TRF4 - SEXTA TURMA, 06/05/2010)

4 - Fundamentação legal:

No Regime Geral de Previdência Social, Lei 8213/91, art. 57 e 58:

Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência

exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições

especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze),

20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada

pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 2º A data de início do benefício será fixada da mesma forma que a da aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49.

§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

§ 7º  O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas no caput. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

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§ 8º  Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)

§ 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

§ 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)

§ 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)

Nos Regimes Próprios de Previdência (Aposentadoria especial para o Servidor

Público):

Ante à ausência de regulamentação da aposentadoria especial para os

Servidores Públicos, o STJ tem decidido reiteradamente, pela aplicação dos critérios

estabelecidos pela Lei 8.213/91:

MANDADO DE INJUNÇÃO - NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI

do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção

quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das

prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação

mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de

declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser

formalizada. MANDADO DE INJUNÇÃO - DECISÃO - BALIZAS. Tratando-se

de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica

Page 6: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

nele revelada. APOSENTADORIA - TRABALHO EM CONDIÇÕES

ESPECIAIS - PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR - INEXISTÊNCIA DE LEI

COMPLEMENTAR - ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor,

impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos

trabalhadores em geral - artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91.

APOSENTADORIA ESPECIAL - SERVIDOR PÚBLICO - TRABALHO EM

AMBIENTE INSALUBRE - PARÂMETROS. Os parâmetros alusivos à

aposentadoria especial, enquanto não editada a lei exigida pelo texto

constitucional, são aqueles contidos na Lei nº 8.213/91, não cabendo

mesclar sistemas para, com isso, cogitar-se de idade mínima.

(MANDADO DE INJUNÇÃO MI 1083 / DF, Relator  Min. MARCO AURÉLIO,

Tribunal Pleno, 02/08/2010)

Porém, antes da entrada em vigor da Lei 8.112/90, eram regidos pelas regras

do regime geral e a atividade desenvolvida naquela época pode ser convertida em

tempo comum e utilizada para aposentadoria no RPP:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE INSALUBRE. PERÍODO ANTERIOR À LEI 8112/90. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. DIREITO RECONHECIDO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL PARCIALMENTE PROVIDO. 1. As Turmas que compõem a Terceira Seção desta Corte firmaram

entendimento no sentido de que os servidores públicos têm direito à

contagem do tempo de serviço celetista prestado em condições

perigosas, insalubres ou penosas, antes da Lei nº 8.112/90, nos termos

estabelecidos pela legislação previdenciária vigente à época das

atividades exercidas.

2. A contagem de tempo de serviço especial, prestado sob condições penosas, insalubres ou perigosas, após o advento da Lei n.º 8.112/90, necessita de regulamentação do art. 40, § 4º, da Constituição Federal. Precedentes. 3. Agravo regimental parcialmente provido.(AGRESP 200500549219, JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/MG), STJ - SEXTA TURMA, 16/02/2009)

A conversão da atividade especial desenvolvida por servidor público quando

vinculado ao regime celetista deve ser feita pelo INSS:

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM PRESTADO SOB O REGIME CELETISTA. DEMANDA AJUIZADA CONTRA A UNIÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD

Page 7: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

CAUSAM RECONHECIDA PARCIALMENTE. MÉDICO. DIREITO AO CÔMPUTO DO TEMPO PRESTADO NO REGIME ESTATUTÁRIO ATÉ A VIGÊNCIA DA LEI 9.032/95. DECRETOS 53.831/64 E 83080/79. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE: IMPOSSIBILIDADE. VANTAGEM DE NATUREZA TRANSITÓRIA. REMESSA OFICIAL, TIDA POR INTERPOSTA, E APELAÇÃO DA AUTORA PARCIALMENTE PROVIDAS. APELAÇÃO DA UNIÃO NÃO PROVIDA. 1. É pacífico o entendimento desta Corte e do STJ no sentido de que cabe ao

INSS a conversão do tempo de serviço prestado pelo servidor em

atividade especial em tempo comum, sob o regime celetista, porquanto se

refere a período em que esteve vinculado ao Regime Geral de Previdência

Social, não possuindo a União legitimidade para responder a esse pleito.

Preliminar parcialmente acolhida.

2. O Plenário do STF, no julgamento do MI 721/DF, alterando sua posição definiu que, inexistindo legislação aplicável ao servidor público referente à aposentadoria especial ou mesmo à contagem do tempo de serviço especial, é de se aplicar a legislação previdenciária. 3. Na época dos fatos, a matéria estava disciplinada pelos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, que exigiam para a comprovação do tempo de atividade especial apenas o enquadramento da atividade profissional perigosa, insalubre ou penosa naquelas arroladas nos quadros de seus anexos. 4. Somente com o advento da Lei 9.032/95, é que a comprovação do tempo de atividade especial passou a ser feita por meio de formulários SB-40 e DSS-8030, até a edição do Decreto 2.172/97, que regulamentou a MP 1.523/96, posteriormente convertida na Lei 9.528/97, quando se passou a exigir do segurado a comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos pelo período equivalente por meio de laudo técnico. 5. Na hipótese dos autos, considerando que a atividade exercida pela autora consta do Decreto 53.831/64 no item no item 2.1.3 do Quadro Anexo do Decreto n. 53.831/64 e item 2.1.3 do Quadro Anexo de Decreto n. 83.080/79 2.1.1 - médico, ela faz jus ao cômputo do tempo de atividade especial, no período de 12.12.1990 até 28.4.95, data da vigência da Lei 9.032/95. 6. Não há direito adquirido à incorporação do adicional de insalubridade, porquanto se trata de vantagem transitória, paga somente enquanto estiverem presentes as circunstâncias que expõem o trabalhador a fatores adversos no trabalho. Cessadas tais condições, cessa também o pagamento do adicional. Precedentes. 7. Remessa oficial, tida por interposta, e apelação da autora a que se dá parcial provimento. Apelação da União não provida.(AC 200333000313384, JUIZ MARCOS AUGUSTO DE SOUSA (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, 08/02/2011)

5 – Idade mínima e conversão de atividades especiais

Originalmente a legislação previdenciária brasileira previa idade mínima (55

anos) para a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição (L 3807/60, art.

32, §1º). A aposentadoria especial, quando criada, também trazia previsão de idade

mínima de 50 anos.

Tal limite etário foi expressamente suprimido pela Lei 5440-A/68 alterou o

artigo 31 da Lei 3.807/60.

Page 8: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

Neste sentido, Súmula 33 do TRF 1ª Região:

A Aposentadoria especial decorrente do exercício de atividade perigosa,

insalubre ou penosa não exige idade mínima do segurado.

Somente com a Lei 6.887/80, que entrou em vigor em 01/01/1981, passou a

ser possível a conversão de tempo de serviço especial em comum, e vice-versa,

trazendo a seguinte redação:

O tempo de serviço exercido alternadamente em atividades comuns e em

atividades que, na vigência desta Lei, sejam ou venham a ser consideradas

penosas, insalubres ou perigosas, será somado, após a respectiva conversão,

segundo critérios de equivalência a serem fixados pelo Ministério da

Previdência Social, para efeito de aposentadoria de qualquer espécie.

Importante observar que à época, o tempo de contribuição necessário para a

aposentadoria por tempo de contribuição, para os homens, era de 30 anos, e não 35,

como atualmente.

6 - Possibilidade de reconhecimento de atividade especial desenvolvida antes de 1960

É possível reconhecer o exercício de atividades especiais desenvolvidas antes

da publicação da Lei 3807/60, que criou a aposentadoria especial, conforme

posicionamento da 6ª Turma do STJ:

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE ESPECIAL PARA FINS DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. ARTIGO 162 DA LEI 3.807/1960 (LOPS). RETROATIVIDADE. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A controvérsia a ser dirimida nos presentes autos está em saber se é

possível o reconhecimento do exercício de atividade insalubre e perigosa, para

fins de conversão do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição em

aposentadoria especial, em período anterior à edição da Lei Orgânica da

Previdência Social, Lei nº 3.807/60, diploma legal que instituiu a mencionada

aposentação.

II- A Lei nº 3.807/60, em seu art. 162, traz determinação expressa no

sentido de se assegurar aos beneficiários todos os direitos outorgados

pelas respectivas legislações, levando, pois, à conclusão de ser possível

Page 9: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

o reconhecimento de tempo de serviço especial exercido antes do

aludido diploma.

III- Tal hipótese não diz respeito à concessão retroativa do benefício de

aposentadoria especial, tampouco à possibilidade de aplicação retroativa de lei

nova que estabeleça restrição ao cômputo do tempo de serviço, hipóteses nas

quais prevalece a aplicação do princípio do tempus regit actum.

IV- In casu, discute-se a possibilidade do reconhecimento do exercício de atividade especial em data anterior à legislação que teria trazido tal benefício ao mundo jurídico. V- Se de fato ocorreu a especialidade do tempo de serviço, com exercício em data anterior à legislação que criou a aposentadoria especial, é possível o reconhecimento da atividade especial em período anterior a legislação instituidora. VI- Interpretação diversa levaria à conclusão de que o segurado, sujeito a condições insalubres de trabalho, só teria direito à aposentadoria especial após 15, 20 e 25 anos de trabalho exercido depois da Lei nº 3.807/60, desconsiderando, portanto, todo o período de labor, também exercido em tal situação, porém em data anterior à lei de regência. VII- Ademais, o objetivo da norma restaria prejudicado pois tornaria a aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade mais célere do que a especial, vez que o segurado preencheria, com menor lapso de tempo, os requisitos para a obtenção da aposentadoria comum. VIII- Agravo Regimental improvido.(AGRESP 200702972508, MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, STJ - SEXTA TURMA, 01/02/2011)

Todavia, este entendimento do STJ não é acompanhado pelos Tribunais

Regionais, conforme se observa em decisão do TRF 4:

TEMPO ESPECIAL. RECONHECIMENTO. TEMPO DE SERVIÇO ANTERIOR À PUBLICAÇÃO DA LEI Nº 3.807, DE 26 DE AGOSTO DE 1960. IMPOSSIBILIDADE. Não se reconhece como especial tempo de serviço prestado em data anterior à publicação da Lei nº 3.807, de 1960, porquanto somente a partir de então o ordenamento jurídico passou a prever aposentadoria especial aos segurados do Regime Geral de Previdência Social. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. SUJEIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. CONVERSÃO. Comprovada a efetiva exposição a agentes nocivos à saúde do segurado, no período de 26-08-1960 a 16-10-1980, a atividade deve ser reconhecida como especial e o respectivo tempo de serviço, convertido para comum.(APELREEX 200772990024557, RÔMULO PIZZOLATTI, TRF4 - QUINTA TURMA, 14/06/2010)

O posicionamento do STJ autoriza o reconhecimento do exercício de atividades

especiais anteriormente à criação da LOPS, porém, não possibilita a conversão de

aposentadoria por tempo de serviço anteriormente deferida, conforme decisão da 5ª

Turma:

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CÔMPUTO. LEI EM VIGOR AO TEMPO DO EFETIVO EXERCÍCIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. INSTITUIÇÃO. LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

Page 10: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

ARTIGO 162 DA LEI 3.807/1960 (LOPS). RETROATIVIDADE. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. OFENSA AO ARTIGO 6º DA LICC. RECURSO PROVIDO. I - O tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, por força do princípio tempus regit actum. Desta forma, integra, como direito autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador. A lei nova que venha a estabelecer restrição ao cômputo do tempo de serviço não pode ser aplicada retroativamente. II - A aposentadoria especial somente surgiu no mundo jurídico em 1960

pela publicação da Lei 3.807 (Lei Orgânica da Previdência Social-LOPS).

III - O artigo 162 da Lei 3.807/60 não garantia a retroação de seus

benefícios, mas tão-somente resguardava os direitos já outorgados pelas

respectivas legislações vigentes. Assim, verifica-se que antes da Lei

Orgânica da Previdência Social (LOPS), não existia a possibilidade de

concessão do benefício aposentadoria especial.

IV - Considerando que o tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, impossível retroagir norma regulamentadora sem expressa previsão legal, sob pena de ofensa ao disposto no artigo 6ª da Lei de Introdução ao Código Civil. V - Recurso conhecido e provido.(RESP 201001511450, GILSON DIPP, STJ - QUINTA TURMA, 06/12/2010)

7 – Atividades especiais por enquadramento profissional:

Originalmente, algumas profissões tinham presunção de insalubridade,

periculosidade ou nocividade. Período em que era possível o enquadramento por

grupo profissional. (Dec. 53831/64 e 83080/79), vigentes até 28 de abril de 1995,

quando foram extintas as categorias profissionais e passou a ser necessária a

comprovação da exposição habitual e permanente a agentes nocivos à saúde.

O reconhecimento da atividade especial se dá pelo enquadramento por

categoria profissional, sendo suficiente o registro na CTPS, ou qualquer outro meio de

prova do exercício daquela profissão. Não é necessária a apresentação de laudo

técnico ou formulários específicos e não demanda análise do setor técnico do INSS

pois é irrelevante a comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos, uma vez

que tal condição é presumida.

Tal hipótese contempla supervisores e auxiliares, quando desenvolvem as

atividades características da profissão;

A norma restritiva de direitos não tem aplicabilidade retroativa em direito social,

de maneira que não aplicação de critérios novos (necessidade de prova da efetiva

exposição a agentes nocivos) aos fatos ocorridos na vigência da norma antiga;

Page 11: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

Decisões:

SÚMULA Nº 04 – TR-SC

“O enquadramento do tempo de atividade especial por categoria profissional

prevalece somente até 28-04-1995 (LEI 9032/95)“.

SÚMULA N. 26 - TNU

A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se à de

guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/64.

SÚMULA Nº 10 – TRU4

É indispensável o porte de arma de fogo à equiparação da atividade de

vigilante à de guarda, elencada no item 2.5.7 do anexo III do Decreto nº

53.831/64.

SÚMULA Nº 20 ENUNCIADOS UNIFICADOS DAS TURMAS RECURSAIS DE

MINAS GERAIS

Antes do advento da Lei 9.032/95, não era exigível, para fins de classificação

da atividade como especial, que a exposição do trabalhador aos agentes

considerados prejudiciais à saúde e à integridade física se desse de forma

permanente e habitual, não ocasional nem intermitente, razão pela qual não se

admite a imposição de tais requisitos em relação aos serviços prestados

anteriormente à sua vigência.

Em consonância com a Súmula 198 do TFR, o rol de atividades especiais

legalmente apresentado é meramente exemplificativo, sendo possível admitir-se

como especiais outras atividades não elencadas. Neste sentido:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. ATIVIDADE NÃO ENQUADRADA. AUSÊNCIA DE PROVA PERICIAL. INCABIMENTO. 1. No regime anterior à Lei nº 8.213/91, para a comprovação do tempo de serviço especial que prejudique a saúde ou a integridade física, era suficiente que a atividade exercida pelo segurado estivesse enquadrada em qualquer das atividades arroladas nos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79. 2. A jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no sentido de que o rol de atividades consideradas insalubres, perigosas ou penosas é exemplificativo, pelo que, a ausência do enquadramento da atividade desempenhada não inviabiliza a sua consideração para fins de concessão de aposentadoria. 3. É que o fato das atividades enquadradas serem consideradas especiais por presunção legal, não impede, por óbvio, que outras atividades, não

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enquadradas, sejam reconhecidas como insalubres, perigosas ou penosas por meio de comprovação pericial. 4. "Atendidos os demais requisitos, é devida a aposentadoria especial, se perícia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa, mesmo não inscrita em Regulamento." (Súmula do extinto TFR, Enunciado nº 198). 5. Incabível o reconhecimento do exercício de atividade não enquadrada como especial, se o trabalhador não comprova que efetivamente a exerceu sob condições especiais. 6. Agravo regimental improvido.(AGRESP 200600869519, HAMILTON CARVALHIDO, STJ - SEXTA TURMA, 05/02/2007)

No mesmo sentido, decisão do TRF 5:

PREVIDENCIÁRIO E PROC. CIVIL. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CONVERSÃO EM TEMPO COMUM. SERVIDOR PÚBLICO. PERÍODO ANTERIOR À MUDANÇA DE REGIME. POSSIBILIDADE. ENGENHEIRO MECÂNICO. ROL EXEMPLIFICATIVO. ATIVIDADE PRESTADA EM CONDIÇÕES DE INSALUBRIDADE COMPROVADA. DIREITO RECONHECIDO. 1. O servidor público, ex-celetista, tem direito adquirido, para fins de aposentadoria, ao cômputo do tempo de serviço prestado sob condições de insalubridade, periculosidade e penosidade, em período anterior à conversão ao regime jurídico, e sua conversão em tempo comum. 2. A jurisprudência pátria tem entendido ser cabível o reconhecimento do

tempo de serviço especial, mesmo não estando a atividade inscrita em

regulamento, mediante comprovação de que a atividade exercida pelo

segurado é perigosa, insalubre ou penosa. 3. O rol das profissões sujeitas a

condições prejudiciais à saúde e à integridade física e que conferem o direito

ao benefício de aposentadoria especial não é taxativo, mas meramente

exemplificativo.

4. (...)(AC 200881000097865, Desembargador Federal Hélio Sílvio Ourem Campos, TRF5 - Primeira Turma, 18/02/2011)

Todavia, para tal possibilidade, é necessário comprovar-se a condição de

nocividade da atividade desenvolvida, conforme se observa no seguinte acórdão:

AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. CATEGORIA PROFISSIONAL NÃO ENQUADRADA COMO ESPECIAL PELA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA EM QUE PRESTADO O SERVIÇO. IMPOSSIBILIDADE. COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DANOSA DA ATIVIDADE LABORAL. SÚMULA 07/STJ. I - O segurado que presta serviço em condições especiais, nos termos da legislação então vigente, e que teria direito por isso à aposentadoria especial, faz jus ao cômputo do tempo nos moldes previstos à época em que realizada a atividade. Isso se verifica à medida em que se trabalha.

Page 13: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

II - In casu, a legislação vigente à época em que o serviço foi prestado não

contemplava a categoria dos tratoristas e operadores de cana para fins de

reconhecimento da atividade como especial.

III - O e. Tribunal a quo, com base na análise do acervo probatório produzido

nos autos, não reconheceu a condição de insalubridade da atividade laboral

exercida pelo obreiro, sendo assim, a análise da quaestio esbarraria no óbice

da Súmula nº 07/STJ. Agravo regimental desprovido.

(AGRESP 200601325090, FELIX FISCHER, STJ - QUINTA TURMA, 30/10/2006)

No mesmo sentido, decisão do TRF 3:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. BANCÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL NÃO CARACTERIZADA. I - A jurisprudência firmou-se no sentido de que a legislação aplicável para a caracterização do denominado serviço especial é a vigente no período em que a atividade a ser avaliada foi efetivamente exercida, devendo, assim, no caso em tela, ser levado em consideração o critério estabelecido pelos Decretos nº 53.831/64, nº 83.080/79 e nº 2.172/97. II - Argumentos genéricos e subjetivos quanto à existência de possíveis agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física no ambiente de trabalho e descrição de prováveis patologias que os bancários podem desenvolver, as quais a maioria dos trabalhadores, atualmente, também estão sujeitos, não justifica a contagem diferenciada para fins previdenciários. III - Não há de ser reconhecida atividade especial sem comprovação, por laudo técnico, da prejudicialidade das condições de trabalho ou que não possa ser enquadrada, no período anterior a 10.12.1997, advento da Lei 9.528/97, segundo o grupo profissional enumerado nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79. IV - Remessa oficial provida.(REO 200261830015800, DESEMBARGADOR FEDERAL SERGIO NASCIMENTO, TRF3 - DÉCIMA TURMA, 09/03/2011)

Decisão da TNU entendendo que, apesar de a Lei 9032/95 extinguir as

categorias profissionais, ela somente foi regulamentada pelo Dec. 2172/97, razão pela

qual, comprovada a periculosidade, atividade como a de guarda ou vigilante podem

ser reconhecidas até então:

PREVIDENCIÁRIO. VIGILANTE. PERÍODO POSTERIOR AO ADVENTO DA LEI Nº 9.032, DE 1995. PROVA. USO DE ARMA DE FOGO. DECRETO Nº 2.172, DE 1997. TERMO FINAL. EXCLUSÃO DA ATIVIDADE DE GUARDA, ANTERIORMENTE PREVISTA NO DECRETO Nº 53.831, DE 1964. PARCIAL PROVIMENTO DO INCIDENTE. 1. Incidente de uniformização oferecido em face de acórdão que não reconheceu como especial o tempo de serviço prestado pelo autor na função de vigilante, após o advento da Lei nº 9.032, de 28.04.1995. 2. Esta Turma Nacional, através do enunciado nº 26 de sua súmula de jurisprudência, sedimentou o entendimento de que “A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se à de guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/64”. Mediante leitura do precedente desta TNU que deu origem à súmula (Incidente no Processo nº 2002.83.20.00.2734-4/PE), observa-se que o mesmo envolvia situação na qual o trabalho de vigilante fora

Page 14: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

desempenhado entre 04.07.1976 e 30.09.1980. 3. O entendimento sedimentado na súmula desta TNU somente deve se estender até a data em que deixaram de viger as tabelas anexas ao Decreto nº 53.831, de 1964, é dizer, até o advento do Decreto nº 2.172, de 05.03.1997. 4. A despeito de haver a Lei nº 9.032, de 28.04.1995, estabelecido que o reconhecimento de determinado tempo de serviço como especial dependeria da comprovação da exposição a condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, não veio acompanhada da regulamentação pertinente, o que somente veio a ocorrer com o Decreto nº 2.172, de 05.03.1997. Até então, estavam a ser utilizadas as tabelas anexas aos Decretos 53.831, de 1964, e 83.080, de 1979. A utilização das tabelas de tais regulamentos, entretanto, não subtraía do trabalhador a obrigação de, após o advento da citada Lei nº 9.032, comprovar o exercício de atividade sob condições prejudiciais à saúde ou à integridade física. 5. Com o Decreto nº 2.172, de 05.03.1997, deixou de haver a enumeração de ocupações. Passaram a ser listados apenas os agentes considerados nocivos ao trabalhador, e os agentes assim considerados seriam, tão-somente, aqueles classificados como químicos, físicos ou biológicos. Não havia no Decreto nenhuma menção ao item periculosidade e, menos ainda, ao uso de arma de fogo. 6. Compreende-se que o intuito do legislador – com as Leis nº 9.032, de 1995, e 9.528, de 1997 – e, por extensão, do Poder Executivo – com o Decreto mencionado – tenha sido o de limitar e reduzir as hipóteses que acarretam contagem especial do tempo de serviço. Ainda que, consoante vários precedentes jurisprudenciais, se autorize estender tal contagem a atividades ali não previstas (o próprio Decreto adverte que “A relação das atividades profissionais correspondentes a cada agente patogênico tem caráter exemplificativo”), deve a extensão se dar com parcimônia e critério. 7. Entre a Lei nº 9.032, de 28.04.1995, e o Decreto nº 2.172, de 05.03.1997, é admissível a qualificação como especial da atividade de vigilante, eis que prevista no item 2.5.7 do anexo ao Decreto nº 53.831, de 1964, cujas tabelas vigoraram até o advento daquele, sendo necessária a prova da periculosidade (mediante, por exemplo, prova do uso de arma de fogo). No período posterior ao citado Decreto nº 2.172, de 05.03.1997, o exercício da atividade de vigilante deixou de ser previsto como apto a gerar a contagem em condições especiais. 8. No caso ‘sub examine’, porque demonstrado o uso de arma de fogo durante o exercício da vigilância (o que foi averbado no próprio acórdão), é de ser admitido o cômputo do tempo de serviço, em condições especiais, até o advento do Decreto nº 2.172, de 05.03.1997. 3. Pedido de uniformização provido em parte.(PEDIDO 200783005072123, JUÍZA FEDERAL JOANA CAROLINA LINS PEREIRA, , 24/06/2010)

8 – Atividade especial decorrente da exposição a agentes nocivos:

- Evolução das relações de atividades especiais;Contempla agentes característicos de atividades tipicamente industriais (ruído,

frio, calor, radiações, produtos químicos);Profissões não industriais (médicos, engenheiros, vigilantes, motoristas) foram

excluídas;Fim do benefício com a evolução tecnológica?Condições atuais potencialmente nocivas à saúde não são contempladas

(estresse)

- caracterizar ambiente potencialmente nocivo à saúde;

Page 15: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

Condições nocivas à integridade física (v.g. eletricidade e uso de arma de fogo) foram excluídas do rol

- necessidade de descrição específica dos agentes nocivos nos formulários- descrever agentes físicos, químicos e biológicos;- relacionados com possíveis doenças profissionais ou do trabalho;

- Súmula 198 TFR – outros agentes não relacionados – rol exemplificativo;

- formas de avaliação dos riscos;Observando parâmetros da legislação trabalhista (Normas Regulamentadoras,

especialmente NR 15 – insalubridade)

- calor; superior a 28ºC, proveniente de fonte artificial, avaliação pelo método IBUTG;

- ruído; observar parâmetros da NR 15,

SÚMULA N. 32 - TNUO tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado

especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003.

SÚMULA Nº 16 - TRSC“É considerado especial, até 5-3-1997 (Decreto n. 2.172), o trabalho exercido com sujeição a ruído superior a 80 dB".

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. IDADE MÍNIMA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVO RUÍDO. FATOR DE CONVERSÃO. (...) 3. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador; diferentemente, o fator de conversão do tempo de serviço especial em comum rege-se pela lei vigente na data do implemento dos requisitos legais para a concessão do benefício. 4. Considerando que o § 5.º do art. 57 da Lei n. 8.213/91 não foi revogado pela Lei n. 9.711/98, e que, por disposição constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benefícios até que a lei complementar a que se refere o art. 201, § 1.º, da Constituição Federal, seja publicada, é possível a conversão de tempo de serviço especial em comum inclusive após 28-05-1998. Precedentes do STJ. 5. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 6. É admitida como especial a atividade em que o segurado ficou exposto

a ruídos superiores a 80 decibéis até 05-03-1997, em que aplicáveis

concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n.

Page 16: Curso Aposentadorias Especiais - Apostila

53.831/64, 72.771/73 e 83.080/79, e, a partir da publicação do Decreto n.

2.172/97, é considerada especial a atividade em que o segurado ficou

exposto à pressão sonora superior a 85 decibéis, tendo em vista que, se o

Decreto n. 4.882, de 18-11-2003, reduziu, a partir dessa data, o nível de

ruído de 90 dB(A) estipulado pelo Dec. n. 3.048/99, para 85 dB(A), deve-se

aplicar aquela norma legal desde então.

(TRF4, APELREEX 2005.72.01.051292-9, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 27/10/2010)

Em sentido contrário, entendimento do STJ:

PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. CÔMPUTO. LEI EM VIGOR AO TEMPO DO EFETIVO EXERCÍCIO. OBSERVÂNCIA. DECRETOS 53.831/1964 E 83.080/1979. REPRISTINAÇÃO DADA PELOS DECRETOS 357/1991 E 611/1992. RUÍDO. LIMITE DE TOLERÂNCIA. 80 OU 90 DECIBÉIS ATÉ A ENTRADA EM VIGOR DO DECRETO N. 2.172/1997. PRECEDENTE DA TERCEIRA SEÇÃO. DECRETO 3.048/1999 ALTERADO PELO 4.882/2003. RETROAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O tempo de serviço é regido pela legislação em vigor ao tempo em que efetivamente exercido, o qual é incorporado ao patrimônio jurídico do segurado, que não pode sofrer prejuízo em virtude de inovação legal. 2. Embora tenha havido revogação do Decreto n. 53.831/1964 pelo artigo 2º do Decreto n. 72.771/1973, o certo é que o artigo 295 do Decreto n. 357/1991, seguido do Decreto n. 611/1992, em franca repristinação, determinou a observância dos Anexos I e II do Decreto n. 83.080/1979 e o Anexo do Decreto n. 53.831/1964 para efeito de concessão de aposentadorias especiais, o qual estabelecia como nociva a atividade sujeita a exposição ao ruído de 80 dB. 3. A Terceira Seção desta Corte firmou a compreensão de que deve ser considerado insalubre o tempo de exposição permanente a pressões sonoras superiores a 80 e a 90 decibéis até a vigência do Decreto n. 2.172/1997, que revogou o Decreto n. 611/1992. 4. Hipótese em que a própria Autarquia reconheceu os percentuais de 80 dB ou 90 dB, conforme disposto no artigo 173, inciso I, da Instrução Normativa INSS/DC n. 57, de 10 de outubro de 2001. 5. O Decreto n. 4.882/2003, ao alterar o item 2.0.1 de seu anexo IV do Decreto n. 3.048/1999, reduziu o limite de tolerância do agente físico ruído para 85 decibéis. No entanto, sua observância se dará somente a partir de sua entrada em vigor, em 18/11/2003. 6. Uma vez que o tempo de serviço rege-se pela legislação vigente ao tempo do efetivo exercício, não há como atribuir retroatividade à norma regulamentadora sem expressa previsão legal, sob pena de ofensa ao disposto no artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil. 7. Recurso especial parcialmente provido.(RESP 200802621090, JORGE MUSSI, STJ - QUINTA TURMA, 03/08/2009)

- IN 45/2010

Art. 236. Para os fins da análise do benefício de aposentadoria especial, consideram-se: I - nocividade: situação combinada ou não de substâncias, energias e demais fatores de riscos reconhecidos, presentes no ambiente de trabalho, capazes de trazer ou ocasionar danos à saúde ou à integridade física do trabalhador; e II - permanência: trabalho não ocasional nem intermitente, durante quinze, vinte ou vinte cinco anos, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso

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ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da subordinação jurídica a qual se submete.

§ 1º Para a apuração do disposto no inciso I do caput, há que se considerar se a avaliação do agente nocivo é: I - apenas qualitativo, sendo a nocividade presumida e independente de mensuração, constatada pela simples presença do agente no ambiente de trabalho, conforme constante nos Anexos 6, 13, 13-A e 14 da Norma Regulamentadora nº 15 – NR-15 do MTE, e no Anexo IV do RPS, para os agentes iodo e níquel; ou II - quantitativo, sendo a nocividade considerada pela ultrapassagem dos limites de tolerância ou doses, dispostos nos Anexos 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12 da NR-15 do MTE, por meio da mensuração da intensidade ou da concentração, consideradas no tempo efetivo da exposição no ambiente de trabalho.§ 2º Quanto ao disposto no inciso II do § 1º deste artigo, não quebra a permanência o exercício de função de supervisão, controle ou comando em geral ou outra atividade equivalente, desde que seja exclusivamente em ambientes de trabalho cuja nocividade tenha sido constatada.

- Formas de proteção:

SÚMULA Nº 09 - TNUAposentadoria Especial – Equipamento de Proteção IndividualO uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.

JR/CRPS - Enunciado nº 21O simples fornecimento de equipamento de proteção individual de trabalho pelo empregador não exclui a hipótese de exposição do trabalhador aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo o ambiente de trabalho.

- IN 45/2010IN 45, Art. 238

§ 5º Será considerada a adoção de Equipamento de Proteção Coletiva - EPC, que elimine ou neutralize a nocividade, desde que asseguradas as condições de funcionamento do EPC ao longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante e respectivo plano de manutenção, estando essas devidamente registradas pela empresa. § 6º Somente será considerada a adoção de Equipamento de Proteção Individual - EPI em demonstrações ambientais emitidas a partir de 3 de dezembro de 1998, data da publicação da MP nº 1.729, de 2 de dezembro de 1998, convertida na Lei nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, e desde que comprovadamente elimine ou neutralize a nocividade e seja respeitado o disposto na NR-06 do MTE, havendo ainda necessidade de que seja assegurada e devidamente registrada pela empresa, no PPP, a observância: I - da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do MTE, ou seja, medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho e utilização de EPI, nesta ordem, admitindo-se a utilização de EPI somente em situações de inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade à implementação do EPC ou, ainda, em caráter complementar ou emergencial;

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II - das condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante, ajustada às condições de campo; III - do prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação do MTE; IV - da periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em época própria; e V - da higienização.

NORMA REGULAMENTADORA 6 -  NR 6 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL6.1 - Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.6.3 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência.

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais9.3.5.2 O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia:a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde;b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho;a) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho.9.3.5.3 A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de treinamento dos trabalhadores quanto os procedimentos que assegurem a sua eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que ofereçam.9.3.5.4 Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à seguinte hierarquia:a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

Utilização de EPI, decisão do TRF 5:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. APRESENTAÇÃO DE PPP E DE LAUDO TÉCNICO PERICIAL. COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E JUROS DE MORA. CRITÉRIOS 1. A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos é feita mediante formulário próprio do INSS, DIRBEN 8030 (antigo SB40),

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posteriormente substituído pelo PPP (Perfil Profissiografico Previdenciário), preenchido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais de trabalho, expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, nos termos da legislação trabalhista. 2. A apresentação do Laudo Técnico será exigida para os períodos de atividade exercida sob condições especiais apenas a partir de 14 de outubro de 1996, exceto no caso do agente nocivo ruído, que exige apresentação de laudo para todos os períodos declarados. 3. (...) 4. (...) 5. O uso de EPI não descaracteriza a atividade como insalubre. A prevalecer o entendimento do Instituto Nacional do Seguro Social, de que o uso de EPI neutralizaria os efeitos do agente nocivo, em verdade, quedariam os trabalhadores, na contramão da política nacional de segurança do trabalho, estimulados a não usarem o EPI, haja vista que o seu uso afastaria o direito à aposentadoria especial (ou à contagem do tempo de serviço em condições especiais). 6. (..). 7. (...) 8. (...) (APELREEX 200985000067801, Desembargador Federal Emiliano Zapata Leitão, TRF5 - Primeira Turma, 04/03/2011)

Posicionamento do TRF 4 sobre EPI:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. LEI N. 9.711/98. DECRETO N. 3.048/99. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. EPI. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACÓRDÃO. 1. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então e até 28-05-1998, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 2. Para a caracterização da especialidade, não se reclama exposição às condições insalubres durante todos os momentos da prática laboral, visto que habitualidade e permanência hábeis para os fins visados pela norma - que é protetiva - devem ser analisadas à luz do serviço cometido ao trabalhador, cujo desempenho, não descontínuo ou eventual, exponha sua saúde à prejudicialidade das condições físicas, químicas, biológicas ou associadas que degradam o meio ambiente do trabalho. 3. Os equipamentos de proteção individual não são suficientes para

descaracterizar a especialidade da atividade exercida, porquanto não

comprovada a sua real efetividade por meio de perícia técnica

especializada e não demonstrado o uso permanente pelo empregado

durante a jornada de trabalho.

4. A aposentadoria especial, prevista no art. 57 da Lei n. 8.213/91, é devida ao segurado que, além da carência, tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física durante 15, 20 ou 25 anos. 5. Em se tratando de aposentadoria especial, portanto, não há conversão de tempo de serviço especial em comum, visto que o que enseja a outorga do benefício é o labor, durante todo o período mínimo exigido na norma em comento (15, 20, ou 25 anos), sob condições nocivas. 6. Comprovado o exercício de atividades em condições especiais por mais de 25 anos, tem o autor direito à concessão do benefício de aposentadoria especial, com renda mensal inicial equivalente a 100% do valor do salário-de-benefício, a contar da data do requerimento administrativo. 7. Determinado o cumprimento imediato

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do acórdão no tocante à implantação do benefício, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do art. 461 do CPC.(APELREEX 00129886620084047100, CELSO KIPPER, TRF4 - SEXTA TURMA, 29/03/2010)

Exposição habitual e permanente, não ocasional ou intermitente:

(IN 45, Art. 236.) Para os fins da análise do benefício de aposentadoria especial, consideram-se: II - permanência: trabalho não ocasional nem intermitente, (...) no qual a exposição (...) ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço, em decorrência da subordinação jurídica a qual se submete.

Compreende os períodos em gozo de benefícios por incapacidade de natureza acidentária, férias, salário maternidade, intervalos e demais afastamentos decorrentes do exercício da atividade.

Compreendia, no passado, períodos em gozo de benefício por incapacidade não acidentária e períodos na condição de dirigente sindical;

Redação do artigo 65 do RPS:

        Art. 65. Considera-se tempo de trabalho, para efeito desta Subseção, os períodos correspondentes ao exercício de atividade permanente e habitual (não ocasional nem intermitente), durante a jornada integral, em cada vínculo trabalhista, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, inclusive férias, licença médica e auxílio-doença decorrente do exercício dessas atividades.

        Art. 65.  Considera-se tempo de trabalho, para efeito desta Subseção, os períodos correspondentes ao exercício de atividade permanente e habitual (não ocasional nem intermitente), durante toda a jornada de trabalho, em cada vínculo, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, inclusive férias, licença médica e auxílio-doença decorrente do exercício dessas atividades.(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)

        Art. 65.  Considera-se trabalho permanente, para efeito desta Subseção, aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço. (Redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)

A exigência de exposição habitual e permanente não pode ser aplicada para

período de trabalho anterior à 28/04/1995, conforme entendimento da TNU, :

PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. FRENTISTA. ATIVIDADE NÃO INCLUÍDA NO ROL PREVISTO NOS DEC. 53.831/64 E 83.080/79. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA ESPECIALIDADE. LAUDO ATESTA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS DE

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FORMA HABITUAL E INTERMITENTE. TEMPO ESPECIAL RECONHECIDO ATÉ A ENTRADA EM VIGOR DA LEI 9032/95. ACÓRDÃO PARCIALMENTE REFORMADO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. I - A atividade de frentista não está incluída no rol daquelas categorias profissionais dos Decretos n.º 53.831/64 e 83.080/79, a serem consideradas como insalubres, tendo a jurisprudência evoluído para que pudesse vir a sê-lo, inclusive quanto a períodos anteriores ao Dec. n.º 2.172/97, desde que comprovado por laudo pericial. II - O laudo pericial, trazido pela empregadora do Autor, afirma que sua exposição a agentes nocivos à saúde era habitual e intermitente, quando seria necessário que fosse habitual e permanente. III – Entendimento pacífico da Turma Nacional de Uniformização,

reconhecendo tempo especial até a Lei 9032/95, em atividade habitual e

intermitente

IV - Incidente conhecido e provido em parte.(PEDIDO 200772510043472, JUIZ FEDERAL EDUARDO ANDRÉ BRANDÃO DE BRITO FERNANDES, , 11/06/2010)

Do TRF 4 sobre habitualidade e permanência:

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PERÍODO RECONHECIDO ADMINISTRATIVAMENTE. CARÊNCIA DE AÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. 1. Tendo o INSS reconhecido administrativamente interstício de labor especial postulado na inicial, carece de ação a parte autora no ponto, devendo tal pedido ser extinto sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, inc. VI, do CPC. 2. É devida a aposentadoria especial se comprovada a carência e o tempo de serviço exigidos pela legislação previdenciária. 3. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 4. Para a caracterização da especialidade, não se reclama exposição às condições insalubres durante todos os momentos da prática laboral, visto que habitualidade e permanência hábeis para os fins visados pela norma - que é protetiva - devem ser analisadas à luz do serviço cometido ao trabalhador, cujo desempenho, não descontínuo ou eventual, exponha sua saúde à prejudicialidade das condições físicas, químicas, biológicas ou associadas que degradam o meio ambiente do trabalho. 5. Comprovado o exercício de atividades em condições especiais em período suficiente à concessão de aposentadoria especial, tem o autor direito à concessão do benefício, a contar da data do requerimento administrativo, observada a prescrição quinquenal.(APELREEX 00275914720084047100, CELSO KIPPER, TRF4 - SEXTA TURMA, 05/04/2010)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. INTERMITÊNCIA. (...).

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3. Os requisitos da habitualidade e da permanência devem ser entendidos como não eventualidade e efetividade da função insalutífera, continuidade e não interrupção da exposição ao agente nocivo. A intermitência refere-se ao exercício da atividade em local insalubre de modo descontínuo, ou seja, somente em determinadas ocasiões. 4. Se o trabalhador desempenha diuturnamente suas funções em locais insalubres, mesmo que apenas em metade de sua jornada de trabalho, tem direito ao cômputo do tempo de serviço especial, porque estava exposto ao agente agressivo de modo constante, efetivo, habitual e permanente. (TRF4ª, AC n.º 2000.04.01.073799-6, 6ª Turma, Rel. Des. Federal Luiz Carlos de Castro Lugon, DJU, Seção II, de 09-05-2001).

PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. IMPUGNAÇÃO A MATÉRIA DE DIREITO EM SEDE DE APELAÇÃO. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. CONCESSÃO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. DESCONTINUIDADE X EVENTUALIDADE. PRECEDENTE DA SEÇÃO. 1. Não se opera o instituto da preclusão nos casos em que, conquanto apresentados argumentos novos em sede de apelo, se impugnou questão não só de fato, mas também jurídica. 2. Não há falar em eventualidade e intermitência, se a exposição ao agente nocivo é não eventual, diurna e contínua; mesmo que, durante parte de sua jornada de trabalho, não haja contato ou presença de agentes insalutíferos, o trabalhador tem direito ao cômputo do tempo de serviço especial, entendimento prevalente na Egrégia 3ª Seção. (TRF4ª, EIAC n.º 2000.04.01.136176-1/PR, 3ª Seção, Rel. Des. Federal Victor Luiz dos Santos Laus, j. em 09-12-2004, DJU, Seção 2, de 19-01-2005).

EMBARGOS INFRINGENTES. ATIVIDADE ESPECIAL. INSALUBRIDADE. COMPROVAÇÃO. EXPOSIÇÃO HABITUAL E PERMANENTE A RUÍDOS ACIMA DE 80 DB.Prevaleceu o entendimento de que a exposição habitual e permanente a ruídos superiores a 80 dB caracteriza atividade especial, segundo o Decreto 53.831/64, devendo ser aplicado o limite mais favorável ao segurado. Não há falar em eventualidade e intermitência se a exposição ao agente nocivo é não eventual, diurna, contínua; mesmo que durante parte de sua jornada de trabalho não haja contato ou presença de agentes insalutíferos, o trabalhador tem direito ao cômputo do tempo de serviço especial. Embargos providos.(TRF4ª, EIAC n.º 1998.04.01.077475-3, 3ª Seção, Rel. Juiz Federal Fernando Quadros da Silva, DJU, Seção 2, de 21-01-2004). (Grifou-se).

A expressão “decorrente do exercício desta atividade” guarda relação com o

exercício de dupla atividade, e não com a origem do afastamento!

- associação de agentes –precisam ser acima dos LT?

5- Provas do exercício de atividades especiais:

SÚMULA Nº 05 - TRSC“Exige-se laudo técnico para comprovação da efetiva sujeição do segurado a agentes agressivos somente em relação à atividade prestada a partir de

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06/03/1997 (DECRETO 2172/97), exceto quanto ao ruído, para o qual é imprescindível aquela prova também no período anterior“.

JR/CRPS - Enunciado nº 20Salvo em relação ao agente agressivo ruído, não será obrigatória a apresentação de laudo técnico pericial para períodos de atividades anteriores à edição da Medida Provisória n.º 1.523 -10, de 11/10/96, facultando-se ao segurado a comprovação de efetiva exposição a agentes agressivos à sua saúde ou integridade física mencionados nos formulários SB-40 ou DSS-8030, mediante o emprego de qualquer meio de prova em direito admitido.

PREVIDENCIÁRIO. REVISIONAL. CONVERSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO EM APOSENTADORIA ESPECIAL. CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. COMPROVAÇÃO. REQUISITOS PREENCHIDOS. REVISÃO CONCEDIDA. 1. Até 28/04/1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29/04/1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05/03/1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 2. Comprovado o exercício de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus à concessão da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e § 1º da Lei 8.213, de 24-07-1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, "d" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo.(APELREEX 00031820720084047003, RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, TRF4 - QUINTA TURMA, 03/05/2010)

Jurisprudência do TRF 2, distinguindo os critérios para concessão de adicional

de insalubridade e aposentadoria especial:

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – NÃO IMPLEMENTAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO – EXPOSIÇÃO A RUÍDO SUPERIOR AO LIMITE LEGAL NÃO COMPROVADA – EXPOSIÇÃO A ÓLEO SOLÚVEL – AGENTE QUÍMICO NÃO PREVISTO NO DECRETO 3.048/99 – ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – APELAÇÃO DESPROVIDA. I – Quanto aos meios de comprovação do trabalho exercido sob condições especiais, devemos analisar a legislação vigente à época do exercício da atividade da seguinte maneira: no período anterior à Lei nº 9.032, de 28/04/1995, verifica-se se a atividade é especial ou não pela comprovação da categoria profissional consoante os Decretos nºs. 53.831/1964 e 83.080/1979; do advento da Lei nº 9.032, em 29/04/1995, até a vigência do Decreto nº 2.172, de 05/03/1997, tal verificação se dá por meio dos formulários SB-40 e DSS-8030; após a edição do referido Decreto, comprova-se a efetiva exposição a agentes nocivos por laudo técnico na forma prevista na MP nº 1.523/1996, convertida na Lei nº 9.528/1997; II – De acordo como o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP de fls. 68/72, o autor trabalhou no período de 06/03/97 a 17/11/03 exposto a ruído que variou de 87,90 dB a 86,70 dB e a óleo solúvel (hidrocarboneto); e no período de 18/06/2007 a 20/10/2009 a ruído de 82,90 dB e a óleo solúvel (hidrocarboneto) na intensidade de 8,28 mg/m3; III – O nível de ruído a que o autor esteve submetido nos períodos acima mencionados está abaixo daquele previsto na Súmula nº 32 da TNU, razão pela qual não há como se considerar que, em razão de tal agente físico, tenha trabalhado em condições especiais; IV – O agente químico óleo solúvel não se encontra previsto no Anexo IV, do

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Decreto nº 3.048 de 06/05/1999, a ensejar o seu reconhecimento como de atividade especial; V – O recebimento do adicional de periculosidade ou insalubridade não dá

direito à chamada aposentadoria especial ou contagem especial. Isto porque

os pressupostos para a concessão de um e outro instituto são diversos.

Conforme decisões da Justiça do Trabalho sobre a matéria, o contato

intermitente com o agente nocivo não é suficiente para afastar o direito à

percepção do adicional. No entanto, no que tange à aposentadoria, a lei

previdenciária exige que a exposição ao agente nocivo se dê de forma habitual,

permanente e não intermitente. Vale dizer, os requisitos para a percepção do

adicional se apresentam com um minus em relação àqueles fixados para a

contagem de tempo especial;

VI -Recurso desprovido.(AC 201050010001919, Desembargador Federal ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, 03/03/2011)

A necessidade estabelecida pela jurisprudência de que apresentação de início

de prova material da atividade, contemporânea ao seu exercício, significa que o

formulário de atividades especiais ou laudo técnico também deva ser contemporâneo?

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. REVISOR DE ÓLEO. NÃO INCLUSÃO DA PROFISSÃO NO ROL DAQUELAS ENSEJADORAS DESSE BENEFÍCIO. SUJEIÇÃO A AGENTES QUÍMICOS DERIVADOS DE CARVÃO MINERAL E HIDROCARBONETOS. DECRETOS NºS 53.831/64 E 2.172/97 E ANEXO III DA NR- 15 DO INSS. POSSIBILIDADE. LAUDO EXTEMPORÂNEO. VALIDADE. APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. JUROS MORATÓRIOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. A qualificação do tempo de serviço como especial para efeito de sua conversão em tempo comum ou para concessão de aposentadoria especial se dá de acordo com a legislação em vigor à época da prestação do serviço. 2. Para o reconhecimento das condições especiais em que foi prestado o serviço pelo segurado, para fins de aposentadoria especial, até a vigência da Lei nº 9032/95, não se fazia necessária a apresentação de laudos periciais para comprovar a sua exposição aos agentes nocivos à saúde e à integridade física, à exceção do ruído, bastando para tanto a previsão dos referidos agentes nos Anexos aos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79. 3. Somente após a edição da Lei nº 9032, de 28.04.95, o legislador ordinário passou a condicionar o reconhecimento do tempo de serviço em condições especiais à comprovação da exposição efetiva aos agentes nocivos à saúde e à integridade física do segurado, para fins de aposentadoria especial, que se dava através dos formulários SB-40 e DSS-8030. 4. Após a edição da Medida Provisória nº 1523, de 11.10.96, posteriormente convertida na Lei nº 9528, de 10.12.97, passou-se a exigir a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos, através de formulário emitido pela empresa, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 5. A jurisprudência pátria tem entendido ser cabível a concessão do benefício de aposentadoria especial, mesmo não estando a

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atividade inscrita em regulamento, mas desde que atendidos os requisitos legais e seja constatado, através de perícia judicial, que a atividade exercida pelo segurado é perigosa, insalubre ou penosa. 6. O rol das profissões sujeitas a condições prejudiciais à saúde e à integridade físisca e que conferem o direito ao benefício de aposentadoria especial não é taxativo, mas meramente exemplificativo. 7. Na hipótese dos autos, restou comprovada, através de laudo pericial e de perfil profissiográfico, a prestação do serviço em condições especiais, por mais de 25 anos, com exposição, de forma habitual e permanente, à substâncias químicas, tais como solventes, óleos minerais, derivados de hidrocarbonetos e do carvão mineral, apontados como agentes causadores de insalubridade pelo Anexo ao Decreto nº 53.831/64, item 1.2.11, pelo item 1.0.7 do Anexo IV do Decreto nº 2.172/97 e pelo Anexo III da NR- 15 do INSS, razão pela qual se configurou o direito do segurado à aposentadoria especial nos termos do art. 57 da Lei nº 8.213/91. 8. A extemporaneidade do laudo pericial não compromete a sua validade probatória acerca da insalubridade da atividade desempenhada uma vez que a atribuição da responsabilidade pela manutenção dos dados atualizados sobre as condições especiais de prestação do serviço, a teor do art. 58 da Lei nº 8.213/91, recai sobre a empresa empregadora e não sobre o segurado empregado. Precedentes desta e. Primeira Turma, a saber, APELREEX 200783000213841, Desembargador Federal Rogério Fialho Moreira, TRF5 - Primeira Turma, 21/05/2010). 9. Direito reconhecido ao autor à aposentadoria especial com o pagamento das parcelas vencidas a contar do pleito administrativo com correção monetária nos termos do Manual de Cálculos da Justiça Federal até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/09. 10. Juros moratórios a partir da citação, conforme o teor da Súmula nº 204 do STJ. A norma do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, segundo entendeu o STF no AG. Reg. No RE nº 559.445/PR, deve ser aplicada imediatamente aos processos em curso. Assim, os juros moratórios devem ser fixados no percentual de 0,5% (meio por cento) ao mês, inclusive em se tratando de débitos de natureza previdenciária, desde a edição da MP nº 2.180/2001, até a vigência da Lei nº 11.960/09, quando passarão a ser calculados conforme os ditames desta novel legislação. Apelação do INSS improvida e remessa obrigatória parcialmente provida.(APELREEX 200985000053085, Desembargador Federal José Maria Lucena, TRF5 - Primeira Turma, 13/01/2011)

PREVIDENCIÁRIO. REEXAME NECESSÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. EC 20/98. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO. LEI N. 9.711/98. DECRETO N. 3.048/99. LAUDO CONTEMPORÂNEO. DESNECESSIDADE. PERÍCIA POR SIMILARIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HONORÁRIOS PERICIAIS. OMISSÃO SUPRIDA. MARCO INICIAL DO BENEFÍCIO. 1 a 4. Omissis. 5. O fato de o laudo pericial não ser contemporâneo ao exercício das atividades laborativas não é óbice ao reconhecimento do tempo de serviço especial, visto que, se em data posterior ao labor despendido, foi constatada a presença de agentes nocivos, mesmo com as inovações tecnológicas e de medicina e segurança do trabalho que advieram com o passar do tempo, reputa-se que, à época do labor, a agressão dos agentes era igual, ou até maior, dada a escassez de recursos materiais existentes para atenuar sua nocividade e a evolução dos equipamentos utilizados no desempenho das tarefas. 6 a 12. Omissis. (TRF4ª, AC n.º 2003.04.01057335-6, 5ª Turma, DE em 30-04-2007).

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Decisão do TRF 1, reconhecendo laudo extemporâneo emitido por empresa

sucessora:

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA. RECONHECIMENTO DE TEMPO LABORADO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. AGENTES QUÍMICOS. RUÍDO. LEGISLAÇÃO VIGENTE. ENQUADRAMENTO LEGAL. EXIGÊNCIA DE FORMULÁRIO. LAUDO PERICIAL NÃO CONTEMPORÂNEO. CABIMENTO. EPI. JUROS. CORREÇÃO. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. 1. O cômputo do tempo de serviço deverá observar a legislação vigente à época da prestação laboral, tal como disposto no § 1º, art. 70, do Decreto nº 3.048/99, com redação do Decreto nº 4.827/03. 2. Até o advento da Lei nº. 9.032/95 era desnecessária a apresentação de laudo pericial para fins de aposentadoria especial ou respectiva averbação, sendo suficiente que o trabalhador pertencesse à categoria profissional relacionada pelos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, exceto quanto às atividades submetidas a ruídos acima do patamar legal, em que se exige a apresentação do respectivo laudo pericial. 3. O formulário DSS 8030 e o respectivo laudo pericial, referente ao trabalho prestado na empresa JAMAUTO - Jampará Automóveis S.A. em períodos que se estendem de 1975 a 1996, ainda que não contemporâneos ao exercício das atividades, são suficientes para a comprovação da exposição a ruídos acima de 90 dB, na medida em que expedidos pela ex-empregadora em conformidade com as disposições contidas nos artigos 57 e 58 da Lei de Benefícios (8.213/91), dizendo respeito a empresa que sempre esteve localizada no mesmo endereço, sem qualquer alteração no ambiente de trabalho que tenha sido ressalvada pelo perito. Precedentes. 4. O desempenho de atividade laboral exposta a ruído superior a 80 decibéis, atestado por laudo pericial da empresa empregadora, enquadra-se como insalubre, estando classificada no Quadro Anexo do Decreto nº 53.831/64, código 1.1.6. 5. Igualmente é considerada insalubre, para fins de contagem de tempo especial, a atividade desenvolvida com exposição a produtos químicos, conforme os itens 1.2.10 e 1.2.11 do Anexo ao Decreto 83.080/79. 6. O fornecimento de equipamentos de proteção individual não é suficiente para elidir a insalubridade do trabalho prestado com exposição a nível de ruído superior ao tolerável, prestando-se tão somente para atenuar os efeitos nocivos decorrentes de tal exposição. 7. O segurado ainda mantém o direito de converter o tempo de serviço especial em comum mediante a apresentação dos formulários SB-40, DSS 8030 e laudos periciais, já que não foi editada a Lei Complementar a que se refere o art. 201, §1º, da Constituição Federal/88. 8. O tempo de serviço prestado em atividade especial, após a conversão em tempo comum, enseja a concessão da aposentadoria por tempo de serviço desde a data do requerimento administrativo (20.04.1998), eis que o segurado demonstrou ter atingido à época o tempo mínimo necessário de contribuição (35 anos). 9. Juros de mora majorados para o patamar de 1% (um por cento) ao mês, a partir da citação; quanto às parcelas vencidas posteriormente à citação, são devidos a partir da data em que se tornaram devidas, ocasião em que se verificou a mora. 10. A correção monetária, aplicável desde a data em que cada parcela se tornou devida, deve ser calculada com a utilização dos índices constantes do Manual de Cálculos da Justiça Federal. 11. Honorários advocatícios mantidos em 10% sobre o valor da condenação, calculados apenas sobre as parcelas vencidas, não incidindo sobre as parcelas vincendas (Súmula n. 111 do STJ). 12. Determinada a implantação imediata do benefício previdenciário em decorrência de antecipação de tutela deferida. 13. Apelação do INSS não provida. Remessa oficial parcialmente provida. Apelação do autor provida.

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(AC 200901990603209, JUIZ FEDERAL MIGUEL ANGELO DE ALVARENGA LOPES (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, 15/03/2011)

Novamente, do TRF 1:PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL - EXPOSIÇÃO A AGENTES INSALUBRES OU PERIGOSOS CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. PRELIMINAR AFASTADA. DECRETOS Nº 53.831/64, 83.080/79 E 2.172/97. RUÍDO MÉDIO SUPERIOR A 80 DECIBÉIS ATÉ 05/03/97, SUPERIOR A 90 DECIBÉIS DESTA DATA ATÉ 18/11/2003, E SUPERIOR A 85 DECIBÉIS A PARTIR DE ENTÃO. POSSIBILIDADE DE CONTAGEM DIFERENCIADA. ENUNCIADO AGU Nº 29, DE 9 DE JUNHO DE 2008. . ELETRICISTA. ENQUADRAMENTO NO ITEM 1.1.8 DO ANEXO DO DECRETO Nº 53.831/64. ART. 3º DA EC Nº 20/98. UTILIZAÇÃO DE EPI. CORREÇÃO MONETÁRIA. CUSTAS. ISENÇÃO. 1. (...) 5. É pacífico que o uso de Equipamento de Proteção Individual - EPI não descaracteriza a nocividade causada ao ser humano, não sendo motivo para se afastar a conversão do tempo de serviço para trabalho especial, quando não houver prova da neutralização por completo da insalubridade para o trabalhador. 6. Ademais, não é obrigatória a autenticação dos documentos acostados aos autos, incumbindo à parte contrária o ônus de alegar o vício de forma ou defeito substancial, sob pena de serem considerados autênticos. (AC 94.01.35403-0/DF, Rel. Desembargadora Federal Neuza Maria Alves Da Silva, Segunda Turma, e-DJF1 p.50 de 19/11/2009). 7. Oportuno consignar que o reconhecimento do tempo especial não pode ser afastado em razão de os laudos serem extemporâneos à prestação do serviço. Desde que comprovado o exercício da atividade especial, através de formulários e laudos periciais, com os requisitos necessários, embora tais documentos tenham sido elaborados em data posterior à prestação dos serviços, tal fato não compromete a prova do exercício de atividade em condições especiais. 8. Na hipótese dos autos, infere-se que deve incidir o fator multiplicador 1.4 no período que o autor pretende ver reconhecido como atividade especial entre 17.09.1973 a 26.07.1976 e de 02.08.1976 a 31.12.1998, uma vez que o demandante exerceu suas atividades laborativas exposto a intensidade média de ruído prejudicial à saúde. As referidas atividades descritas têm enquadramento nos Decretos nºs 53.831/64 (itens 1.1.6 - ruído), 83.080/79 2.172/97 (itens 2.0.1 - ruído) e 3.048/99 (item 2.0.1 - ruído) e exposto a situações de periculosidade, qual seja, energia elétrica a tensões superiores a 250 v, conforme comprovado por formulários DIRBEN 8030 e respectivo laudo pericial (fls. 19/28). 9. Nesta senda, preenchidos os requisitos de tempo de serviço até 16/12/98, como no caso em questão, é devida ao segurado a aposentadoria proporcional independentemente de qualquer outra exigência. 10. A correção monetária incide sobre o débito previdenciário, a partir do vencimento de cada prestação, nos termos da Lei nº 6.899, de 8 de abril de 1981, conforme Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal. 11. O INSS goza de isenção de custas nas ações ajuizadas perante a Justiça Federal (Lei nº. 9.289/96). 12. Apelação improvida. Remessa oficial parcialmente provida, nos termos dos itens 10 e 11.(AMS 200338000711175, DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, TRF1 - SEGUNDA TURMA, 17/02/2011)

Prova da atividade especial se dá tão somente com PPP e Laudos Técnicos,

não permitindo outra forma de comprovação?

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PREVIDENCIÁRIO. PLEITO DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. NECESSÁRIA CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM. SEGURADO SUPOSTAMENTE SUJEITO A AGENTES NOCIVOS DE RUÍDO POR LONGOS ANOS. VENTILADA PERDA AUDITIVA. AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE LAUDO TÉCNICO. IMPOSSIBILIDADE DE SUCESSO DO RECURSO. APELO DESPROVIDO. 1. Apelação Cível em Ação Ordinária, interposta contra sentença prolatada pelo Juízo Federal a quo, que julgou improcedente o pleito autoral, formulado no sentido de se proceder à conversão de tempo de serviço especial em comum, concedendo-lhe, por conseguinte, a aposentadoria por tempo de contribuição, tudo em decorrência de ter se exposto, por longos anos, aos agentes nocivos do ruído, período que, se computados de forma especial, garantem-lhe o direito à aposentadoria por tempo de contribuição. O magistrado entendeu que a ausência de laudo técnico comprovando os agentes nocivos do ruído é óbice intransponível ao deferimento do pleito do autor. 2. O benefício previdenciário é regido pela lei vigente ao tempo da aquisição do direito, dessa forma, tratando-se de tempo de serviço prestado no exercício de atividade sujeita a agente nocivo a saúde, deve ser levado em consideração a lei vigente ao tempo em que foram exercidas as atividades tidas como prejudiciais à saúde. Como se vê, a despeito das alterações promovidas, a Lei nº 9.711/98 e o Decreto nº 3.048/99 resguardam o direito do segurado de converter o tempo de serviço especial em tempo de serviço comum, nos termos da legislação em vigor à época da prestação do serviço. 3. Quanto à comprovação da exposição ao agente insalubre, tratando-se de período anterior à vigência da Lei nº 9.032, de 28.04.95, que deu nova redação ao PARÁGRAFO 3º do art. 57 da Lei 8213/91, basta que a atividade seja enquadrada nas relações dos Decretos nºs 53.831/64 ou 83.080/79, não sendo necessário laudo pericial, exceto para a atividade com exposição à ruído. 4. Precedente do STJ: AgRg-REsp 941.885 - (2007/0082811-1) - Rel. Min. Jorge Mussi - DJe 04.08.2008 - p. 5578. 5. Apelo conhecido, mas desprovido.(AC 200984000071139, Desembargador Federal Francisco Barros Dias, TRF5 - Segunda Turma, 24/02/2011)

Sobre a forma de comprovação, segundo o TRF 4:

PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO ADMINISTRATIVO. EXTINÇÃO SEM EXAME DO MÉRITO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVO RUÍDO E POEIRAS MINERAIS NOCIVAS - SÍLICA. 1. Tendo o INSS reconhecido administrativamente interstícios de labor especial postulados na inicial, carece de ação a parte autora no ponto, devendo tal pedido ser extinto sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, inc. VI, do CPC. 2 O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. 3. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 4. É admitida como especial a atividade em que o segurado ficou exposto a ruídos superiores a 80 decibéis até 05-03-1997, em que aplicáveis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64,

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72.771/73 e 83.080/79, e, a partir da publicação do Decreto n. 2.172/97, é considerada especial a atividade em que o segurado ficou exposto à pressão sonora superior a 85 decibéis, tendo em vista que, se o Decreto n. 4.882, de 18-11-2003, reduziu, a partir dessa data, o nível de ruído de 90 dB(A) estipulado pelo Dec. n. 3.048/99, para 85 dB(A), deve-se aplicar aquela norma legal desde então. 5. A exposição a poeiras minerais nocivas provenientes da sílica enseja o reconhecimento do tempo de serviço como especial. 6. Implementados mais de 25 anos de tempo de atividade sob condições nocivas e cumprida a carência mínima, é devida a concessão do benefício de aposentadoria especial, a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do § 2º do art. 57 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.(APELREEX 200472040035335, CELSO KIPPER, TRF4 - SEXTA TURMA, 08/06/2010)

Questões a debater:

- quantas vezes o PPP pode/deve ser fornecido pelo empregador?

- qual a origem dos dados constantes no PPP?;

- data de início de vigência (passou a ser emitido a partir de 01/01/2004)

- há possibilidade de apresentação de outras provas da exposição à condições

nocivas;

- JA para comprovar atividades especiais;

- PPP/formulários fornecidos em branco ou com informações erradas;

consequencias?

Algumas decisões do TST:

RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EMISSÃO DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO TÍPICA DA RELAÇÃO DE TRABALHO. ARTIGO 114, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. O artigo 58, § 4º, da Lei nº 8.213/91, ao estipular que -a empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento-, impõe obrigação típica da relação de trabalho, ainda que tenha implicações previdenciárias; logo, trata-se de matéria abrangida pela competência da Justiça do Trabalho. Recurso de revista provido. (...)(RR - 271000-52.2005.5.12.0031, TST, Relator Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, Data de Julgamento: 02/03/2011, 3ª Turma, Data de Publicação: 18/03/2011)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO DE REVISTA EM AÇÃO DECLARATÓRIA. RECLAMAÇÃO PLÚRIMA MOVIDA CONTRA O EMPREGADOR PARA APURAÇÃO TÉCNICA DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO. RECURSO DO INSS. COMPETÊNCIA JURISDICIONAL. AÇÃO DE NATUREZA NITIDAMENTE TRABALHISTA, E NÃO PREVIDENCIÁRIA. INGRESSO DO INSS NO FEITO, COMO MERO ASSISTENTE, QUE NÃO COMPORTA

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O DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA FEDERAL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 109, I, DA CONSTITUIÇÃO, MERECENDO CONFIRMAÇÃO O DESPACHO AGRAVADO AO ENTENDER AUSENTES, NA HIPÓTESE, OS PRESSUPOSTOS DE CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA. O acórdão regional, ao proclamar que não estão em discussão aspectos técnicos acerca da viabilidade, ou não, para os autores, de aposentadorias especiais - esta, sim, uma questão previdenciária -, mas tão somente a obrigação patronal de reconhecer, a partir de verificação por perito do Juízo, condições ambientais nocivas de trabalho dos empregados para que eles possam, noutra esfera, 'acionar o estudo acerca da viabilidade de aposentadorias especiais', deixa clara a observância, no caso, dos limites jurisdicionais da competência trabalhista, não incidindo, portanto, em vulneração do art. 109, I, da Constituição. Decisão que limitou-se a julgar cabível, no âmbito trabalhista, a apuração pericial das condições de trabalho e a emissão de formulário antes conhecido como DSS (DIRBEN) 8030, hoje, PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) para que, - aí sim ao leito da legislação previdenciária e em contraditório outro -, os trabalhadores venham a discutir a questão previdenciária daí resultante junto ao INSS. Precedentes. Agravo de instrumento não provido- (TST-AIRR - 60741-19.2005.5.03.0132, 7ª Turma, Rel. Juiz Convocado Flavio Portinho Sirangelo, DEJT 26.11.2010)-.

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(...)II - RECURSO DE REVISTA. FORNECIMENTO DE FORMULÁRIO DSS-8030. DANO MORAL E MATERIAL. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Tratando-se de pedido que tem origem em disposições contidas no contrato de trabalho mantido, firma-se a competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114 da Carta Magna. Recurso de revista conhecido e desprovido. ( RR - 5766-70.2009.5.01.0000 , Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 10/11/2010, 3ª Turma, Data de Publicação: 19/11/2010)

6 – conseqüências tributárias das atividades especiais

- alíquotas adicionais ao SAT

- presunção de atividade especial?- devolução dos valores pagos indevidamente?- cobrança dos valores não pagos?

RPS

Art. 202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso:

        I - um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;

        II - dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou

        III - três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave.

        § 1º As alíquotas constantes do caput serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição.

        § 2º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

        § 3º Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.

§ 10.  Será devida contribuição adicional de doze, nove ou seis pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

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        § 11.  Será devida contribuição adicional de nove, sete ou cinco pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

        § 12.  Para os fins do § 11, será emitida nota fiscal ou fatura de prestação de serviços específica para a atividade exercida pelo cooperado que permita a concessão de aposentadoria especial. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)

        § 13.  A empresa informará mensalmente, por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP, a alíquota correspondente ao seu grau de risco, a respectiva atividade preponderante e a atividade do estabelecimento, apuradas de acordo com o disposto nos §§ 3o e 5o. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).

7 – regras de conversão de atividades especiais: - limite em 98;

SÚMULA Nº 16 TNU (cancelada em 27/03/09)A conversão em tempo de serviço comum, do período trabalhado em condições especiais, somente é possível relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 1998 (art. 28 da Lei nº 9.711/98).

SÚMULA Nº 15 – TRU4É possível a conversão em tempo de serviço comum do período trabalhado em condições especiais relativamente à atividade exercida após 28 de maio de 1998.D.E. (Judicial 2) de 30/03/2010

- fatores de conversão;

Tabela de conversão de atividade especial para atividade especial.

TEMPO A CONVERTER

MULTIPLICADORES

 PARA 15 PARA 20 PARA 25

DE 15 ANOS - 1,33 1,67

DE 20 ANOS 0,75 - 1,25

DE 25 ANOS 0,60 0,80 -

Tabela de Conversão de atividade especial para atividade comum:

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        Art. 70.  A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela: (Redação dada pelo Decreto nº 4.827, de 2003) - RPS

TEMPO A CONVERTER

MULTIPLICADORES

MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)

DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

- fatores 1,2 e 1,4 para atividades anteriores à CF/88;

Art. 70.  A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela: (Redação dada pelo Decreto nº 4.827, de 2003)

(tabela acima)

§ 1o  A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerá ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. (Incluído pelo Decreto nº 4.827, de 2003)

§ 2o  As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período. (Incluído pelo Decreto nº 4.827, de 2003)

- Conversão de atividade comum em especial (extinta pela Lei 9032/95);

A possibilidade de conversão de atividade comum em atividade especial foi extinta pela Lei 9.032/95, porém a jurisprudência vem admitindo a possibilidade de conversão daquela atividade desenvolvida até então. Neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL. CONTAGEM A PARTIR DOS 12 ANOS. ATIVIDADE ESPECIAL. USO DE EPI. CONVERSÃO DO TEMPO COMUM EM ESPECIAL. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. EFEITOS FINANCEIROS DA CONDENAÇÃO. TUTELA ESPECÍFICA. 1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários, a partir dos 12 anos, pode ser demonstrado através de início de prova material, desde que complementado por prova testemunhal idônea. Precedentes da Terceira Seção desta Corte e do egrégio STJ. 2. Havendo início de prova documental, corroborada por prova testemunhal, é de se considerar plenamente comprovado o exercício da atividade rural. 3. Uma vez exercida atividade enquadrável como especial, sob a égide da legislação que a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal e ao acréscimo decorrente da sua conversão em comum. 4. A exposição habitual e permanente a níveis de ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos na

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legislação pertinente à matéria sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utilização ou não de EPI ou de menção, em laudo pericial, à neutralização de seus efeitos nocivos. 5. Constando dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício de atividade sujeita a condições especiais, conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho, deve ser reconhecido o respectivo tempo de serviço. 6. O tempo de serviço comum laborado após 10-12-1980 e anteriormente a 29-04-1995, data da vigência da Lei n.º 9.032/95, poderá ser convertido em tempo de serviço especial. 7. Demonstrado o tempo de serviço sob condições nocivas à saúde ou à integridade física especial por 25 anos e a carência, é devida à parte autora a concessão de Aposentadoria Especial, nos termos da Lei n.º 8.213/91. 8. Uma vez que o direito ao cômputo do tempo de serviço ora reconhecido já estava incorporado ao patrimônio do segurado quando do requerimento administrativo de concessão da aposentadoria, o termo inicial do benefício deve ser mantido na DER (art. 54 c/c o art. 49, inciso II, da Lei n.º 8.213/91). 9. Determina-se o cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo executivo autônomo (sine intervallo).(APELREEX 200970010004901, JOÃO BATISTA PINTO SILVEIRA, TRF4 - SEXTA TURMA, 04/03/2010)

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL ANTES DA LEI N. 9.032/95. POSSIBILIDADE. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACÓRDÃO. 1. É devida a aposentadoria especial se comprovada a carência e o tempo de serviço exigidos pela legislação previdenciária. 2. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica. 3. Os equipamentos de proteção individual não são suficientes para descaracterizar a especialidade da atividade exercida, porquanto não comprovada a sua real efetividade por meio de perícia técnica especializada e não demonstrado o uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho. 4. O tempo de serviço é disciplinado pela lei em vigor à época em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. O fato de os requisitos para a aposentadoria terem sido implementados posteriormente, não afeta a natureza do tempo de serviço e a possibilidade de conversão segundo a legislação da época. 5. A Lei n. 9.032, de 28-04-1995, ao alterar o § 3º do art. 57 da Lei n. 8.213/91, vedando, a partir de então, a possibilidade de conversão de tempo de serviço comum em especial para fins de concessão do benefício de aposentadoria especial, não atinge os períodos anteriores à sua vigência, ainda que os requisitos para a concessão da inativação venham a ser preenchidos posteriormente, visto que não se aplica retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restrições em relação ao tempo de serviço. 6. Comprovado o exercício de atividades em condições especiais em período suficiente à concessão de aposentadoria especial, tem o autor direito à concessão do benefício, a contar da data do requerimento administrativo. 7. Determinado o cumprimento imediato do acórdão no tocante à implantação do benefício, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do art. 461 do CPC.

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(APELREEX 200970090001582, EDUARDO VANDRÉ OLIVEIRA LEMA GARCIA, TRF4 - SEXTA TURMA, 05/02/2010)

- possibilidade de continuar exercendo atividades especiais após aposentadoria;

Há vedação legal, na hipótese de aposentadoria especial; não há vedação na

hipótese de outra aposentadoria com tempo de serviço especial.

Posicionamento do STJ:PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. CONVERSÃO DO TEMPO DE SERVIÇO EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS PARA COMUM. FATOR DE CONVERSÃO. ART. 70, § 2o. DO DECRETO 4.827/2003. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS DESPROVIDO. 1. Tanto no sistema anterior quanto na vigência da Lei 8.213/91, foi delegado ao Poder Executivo a fixação dos critérios para a conversão do tempo de serviço especial em tempo de serviço comum. 2. Na vigência da Lei 6.887/80, os Decretos 83.080/79 e 87.374/82 não faziam distinção entre o índice adotado para segurados do sexo masculino e feminino. 3. Por sua vez, a Lei 8.213/91 trouxe nova disciplina para a aposentadoria por tempo de serviço, prevendo tempo diferenciado para homens e mulheres: 35 anos para homens e 30 para mulheres. Além disso, facultou aos segurados a opção pela aposentadoria com proventos proporcionais ao completar-se, no mínimo, 30 anos de serviço para os homens e 25 para as mulheres. 4. Diante desse novo regramento e considerando que os fatores de conversão são proporcionalmente fixados conforme o tempo de serviço exigido para a aposentadoria, o Decreto 357/91, em seu art. 64, manteve o índice de 1,2 para o tempo de serviço especial de 25 anos para a concessão de aposentadoria especial e o tempo de serviço comum de 30 anos para mulher. Já para o tempo de serviço comum de 35 anos para o homem, estabeleceu o multiplicador em 1,4. 5. Essa disposição quanto ao fator de conversão para o tempo de serviço especial de 25 anos foi mantida pelos Decretos 611/92, 2.172/97, 3.048/99 e 4.827/2003, tendo esse último normativo determinado que o tempo de serviço especial laborado em qualquer período será regido pelas regras de conversão nele previstas. 6. No presente caso, a atividade profissional desenvolvida pelo segurado (operador de máquina injetora, com exposição a ruído elevado) garante a concessão de aposentadoria especial com tempo de serviço de 25 anos, motivo pelo qual para a conversão desse período, para fins de concessão de aposentadoria ao segurado do sexo masculino (tempo comum máximo de 35 anos), deverá ser aplicado o fator de conversão 1,4. 7. Agravo Regimental do INSS desprovido.(AGRESP 200802598600, NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, STJ - QUINTA TURMA, 12/04/2010)

8- Magistério como atividade especial:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DECISÃO MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS PREVIDENCIÁRIO. PROFESSOR. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSÃO POSSIBILIDADE.1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir os fundamentos da decisão atacada.2. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que "o professor faz jus à contagem do tempo de serviço prestado em condições perigosas e insalubres

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na forma da legislação vigente, à época da prestação de serviço, ou seja, com o acréscimo previsto na legislação previdenciária de regência, considerando ter direito àconversão do tempo de serviço exercido no magistério como atividade especial." (AgRg no REsp nº 545.653/MG, Relator o Ministro GILSON DIPP, DJU de 2/8/2004)3. A violação de dispositivos constitucionais, ainda que para fins de prequestionamento, não pode ser apreciada em sede de recurso especial.4. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no REsp 733735 / SP, 2005/0042235-9 , STJ, 6ª Turma, Relator Ministro Paulo Gallotti, DJe 04/05/2009)

PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO EXERCIDO NO MAGISTÉRIO. POSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO EM VIGOR NA OCASIÃO DA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE. DECRETO N. 53.831/1964 RESTABELECIDO PELO DECRETO N. 611/1992. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. RESPONSABILIDADE DO EXEQUENTE. 1. O decisum agravado acolheu a pretensão do autor e determinou a contagem do tempo de serviço exercido como professor na forma da legislação em vigor ao tempo da prestação do serviço. 2. Essa compreensão está em harmonia com a jurisprudência desta Corte, segundo a qual possível é a contagem ponderada do tempo de serviço de magistério, atividade especial que constava do Anexo III, item 2.1.4, do Decreto n. 53.831/1964, restabelecido pelo Decreto n. 611/1992. 3. Na espécie, não se discute sobre o direito à aposentadoria especial de professor, com contagem de tempo reduzida em cinco anos, como previsto no § 8º do artigo 201 da Norma Constitucional, mas à revisão de aposentadoria por tempo de contribuição com cálculo integral. 4. No tocante ao requerimento de extração de carta de sentença, registra-se que, após a instauração do módulo processual de cumprimento da sentença, ao exequente compete realizar a execução provisória, instruída com cópias dos documentos listados no § 3º do art. 475-O do Código de Processo Civil. 5. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1082084 / RS, 2008/0181717-6 , STJ, 5ª Turma, Relator Ministro JORGE MUSSI , DJe 01/06/2009)

PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO INTERNO. PROFESSOR. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. ATIVIDADE SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. CONTAGEM. LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA EM QUE OS SERVIÇOS FORAM PRESTADOS. CONVERSÃO EM COMUM DO TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. LEI 9.711/98 E DECRETO 3.048/99. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.I - A jurisprudência desta Corte, por intermédio das duas Turmas que integram a Eg. Terceira Seção, firmou posicionamento no sentido de que o professor faz jus à contagem do tempo de serviço prestado em condições perigosas e insalubres na forma da legislação vigente, à época da prestação de serviço, ou seja, com o acréscimo previsto na legislação previdenciária de regência, considerando ter direito àconversão do tempo de serviço exercido no magistério como atividade especial.II - O tempo de serviço é disciplinado pela lei vigente à época em que efetivamente prestado, passando a integrar, como direito autônomo, o patrimônio jurídico do trabalhador. A lei nova que venha a estabelecer restrição ao cômputo do tempo de serviço não pode ser aplicada retroativamente.

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III - A Lei 9.711/98, bem como o Decreto 3.048/99, resguardam o direito adquirido dos segurados à conversão do tempo de serviço especial prestado sob a égide da legislação anterior, observados para fins de enquadramento os Decretos então em vigor à época da prestação do serviço.IV- Agravo interno desprovido." (REsp. 545.653, Rel. Min. GILSON DIPP, DJ de 02.08.2004)

Do TRF4:APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSOR. EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES DE MAGISTÉRIO. A aposentadoria especial de professor é devida à segurada que comprovar 25 anos de exercício das funções de magistério, o que abarca não apenas a atividade desenvolvida em sala de aula (regência de classe), mas também a coordenação, o assessoramento pedagógico e a direção de unidade escolar, desde que exercidos em estabelecimento de ensino básico e por professor de carreira.(AC 200572060017197, RÔMULO PIZZOLATTI, TRF4 - QUINTA TURMA, 10/05/2010)

Do TRF 4 não autorizando a conversão de atividade especial de professor após 1981PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. ATIVIDADE DE PROFESSOR EXERCIDA APÓS A EC N.º 18/81. CONVERSÃO EM TEMPO COMUM. IMPOSSIBILIDADE. Se exercido após a promulgação da EC N.º 18, de 09-07-1981, que, alterando a sistemática anterior, criou a aposentadoria especial de professor, o tempo de magistério não pode ser convertido em tempo comum. Precedentes da Terceira Seção desta Corte e do STF.(EINF 200371140005383, CELSO KIPPER, TRF4 - TERCEIRA SEÇÃO, 12/03/2010)

9- Atividade especial do Contribuinte Individual

Processual civil. Previdenciário. Apelação e remessa oficial de sentença que deferiu a aposentadoria por tempo de serviço para contribuinte individual, reconhecendo a contagem qualificada de parte do tempo de serviço. 1. Hipótese em que o requerente demonstrou ter exercido atividade especial no período de 29 de abril de 1995 a 30 de abril de 2009, na função de médico, como contribuinte individual. 2. Não prospera a alegação de impossibilidade de contagem qualificada do tempo de contribuinte individual, ao fundamento de que não está incluído no rol dos segurados que faz jus à aposentadoria especial, consoante redação do inciso II, do art. 22, da Lei 8.212/91, introduzida pela Lei 9.732/98. 3. A Lei 9.732, quando inaugurou nova redação ao art. 20, da Lei 8.212, não excluiu o contribuinte individual da aposentadoria especial, mas discriminou a parcela das empresas concernentes ao financiamento das prestações respectivas. Ademais, o tempo de serviço submetido à contagem qualificada, no caso dos autos, é anterior à referida alteração legislativa. 4.5.6.7. 8.(...) (APELREEX 200984000107547, Desembargador Federal Vladimir Carvalho, TRF5 - Terceira Turma, 01/03/2011)

Persiste a resistência ao reconhecimento da atividade especial do contribuinte

individual sob o argumento de não poder comprovar a exposição ininterrupta aos

agentes nocivos. Neste sentido:

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PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CIRURGIÃO DENTISTA. LEI 9.032/95. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ESTAR O SEGURADO SUJEITO A CONDIÇÕES ESPECIAIS QUE JUSTIFIQUEM A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ESPECIAL. 1. Nos termos do § 3º da Lei 8.213/910, introduzido pela Lei 9.032, de 28.4.1995, "a concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado" do que não se desincumbiu o autor/apelante. 2. Apelação a que se nega provimento.(AC 200538100015525, JUIZ FEDERAL CHARLES RENAUD FRAZAO DE MORAES (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, 15/12/2010)

10- Benefícios aos quais são aplicáveis as atividades especiais e regras de cálculo de RMI:

- Aposentadoria especial;- Aposentadoria por tempo de contribuição;- aposentadoria por idade;

(aumento do tempo de contribuição e reflexo no fator previdenciário)