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Curso Avançado de Combate a Incêndio

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Curso Avançado

de Combate a Incêndio

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Curso Avançado de Combate a

Incêndio

Macaé, RJ

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Nome do

Curso CACI – Curso Avançado de Combate a Incêndio

Nome do

Arquivo 20170508_AP_CACI_PT_REV04

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ÍNDICE

REGRAS FALCK ..................................................................................................................7

DIRETRIZES GERAIS DO CURSO ..........................................................................................8

OBJETIVO GERAL DO CURSO ...............................................................................................8

CONTROLE DE OPERAÇÕES A BORDO ..........................................................................9 1.

PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA ..................................................................................9 1.1.

ÁREAS DE PERIGO DE INCÊNDIO ........................................................................... 11 1.2.

PRECAUÇÕES CONTRA INCÊNDIO .......................................................................... 13 1.3.

PROCESSOS E CUIDADOS EM DESTILAÇÃO SECA, REAÇÕES QUÍMICAS, INCÊNDIO EM 1.4.

COLETORES DE GASES E CALDEIRAS AQUATUBULARES. ....................................................... 15

PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO ....................................................... 28 1.5.

TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO ....................................... 39 1.6.

AGENTES EXTINTORES APLICADOS A BORDO .......................................................... 48 1.7.

EMPREGO DA ÁGUA COMO AGENTE EXTINTOR A BORDO, SEU EFEITO NA 1.8.

ESTABILIDADE, AS PRECAUÇÕES E OS PROCEDIMENTOS CORRETIVOS. ................................. 63

COMUNICAÇÃO E COORDENAÇÃO DURANTE OPERAÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO ... 69 1.9.

PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE VENTILAÇÃO, INCLUINDO O EXTRATOR DE 1.10.

FUMAÇA, DE COMBUSTÍVEL E DOS SISTEMAS ELÉTRICOS. ................................................... 73

PRECAUÇÕES CONTRA O FOGO E OS PERIGOS ASSOCIADOS COM A ESTIVAGEM E O 1.11.

MANUSEIO DE CERTOS MATERIAIS, COMO TINTAS, SOLVENTES, VERNIZES, ETC .................... 87

PROCEDIMENTOS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE NA REMOÇÃO DE PESSOAS FERIDAS1.12.

91

PROCEDIMENTOS COORDENADOS COM EQUIPES DE CONTROLE DE AVARIAS DE NAVIOS 1.13.

DE APOIO (SUPPLY BOAT) E UNIDADES PRÓXIMAS .............................................................. 95

ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES DE COMBATE ......................................... 96 2.

PLANO DE CONTINGÊNCIA CONTRA INCÊNDIOS ...................................................... 96 2.1.

COMPOSIÇÃO E ALOCAÇÃO DO PESSOAL E DOS GRUPOS DE COMBATE/BRIGADA DE 2.2.

INCÊNDIO ..................................................................................................................... 100

TREINAMENTO DA TRIPULAÇÃO EM COMBATE A INCÊNDIO ..................................... 102 2.3.

PLANOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO ................................................................... 105 2.4.

ORGANIZAÇÃO PARA EVACUAÇÃO E O ABANDONO DA UNIDADE ............................. 106 2.5.

ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE CONTROLE DE INCÊNDIOS EM VÁRIAS PARTES DA 2.6.

UNIDADE....................................................................................................................... 110

INSPEÇÃO EM SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO E EXTINÇÃO DE INCÊNDIO . 120 3.

ALARMES DE INCÊNDIO ...................................................................................... 120 3.1.

EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO ....................................................... 121 3.2.

EQUIPAMENTOS FIXOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO .............................................. 122 3.3.

BOMBAS DE INCÊNDIO, MANGUEIRAS, HIDRANTES (TOMADA DE INCÊNDIO) E 3.4.

APLICADORES. ............................................................................................................... 128

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EQUIPAMENTOS MÓVEIS E PORTÁTEIS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO E SUAS 3.5.

APLICAÇÕES, DE PROTEÇÃO PESSOAL, DE RESGATE, PARA SALVAMENTO E DE COMUNICAÇÃO.

136

SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE COMBATE A INCÊNDIO ............................................. 153 3.6.

REQUISITOS PARA QUALIFICAÇÃO DOS VISTORIADORES DE BORDO, EM PREVENÇÃO 3.7.

DE INCÊNDIO. ............................................................................................................... 153

PROCESSOS SUMÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO E CONFECÇÃO DE RELATÓRIO DE INCÊNDIO 3.8.

A BORDO....................................................................................................................... 154

NOÇÕES DE CONTROLE DE AVARIAS ....................................................................... 157 4.

ESTABILIDADE: GRAVIDADE, EMPUXO E METACENTRO. ......................................... 157 4.1.

CARACTERÍSTICAS DE UMA EMBARCAÇÃO: COMPRIMENTO; BOCA; BORDA LIVRE; 4.2.

OBRAS VIVAS E MORTAS; PONTAL; CALADO; LINHA D’ÁGUA; TRIM E BANDA. ...................... 160

PRINCIPAIS COMPONENTES ESTRUTURAIS E COMPARTIMENTOS A BORDO. .............. 162 4.3.

ESPAÇOS REFORÇADOS DA ESTRUTURA PARA CARGA E PEAÇÃO DE MATERIAL ......... 164 4.4.

PREVENÇÃO DE AVARIAS: TANQUES; GASES; SOLDAGEM; ELETRICIDADE; 4.5.

DETECTORES; ALARMES; FORNO E COZINHA. ................................................................... 166

ÁGUA ABERTA: TAMPONAMENTO E ESCORAMENTO ................................................ 166 4.6.

CROQUIS DE ESTANQUEIDADE: PORTA ESTANQUE E COMPARTIMENTAÇÃO .............. 172 4.7.

SISTEMA DE LASTRO: BOMBAS, REDES, TANQUES E VÁLVULAS. ............................. 175 4.8.

APARELHOS MAIS COMUNS DE MANOBRA DE CARGA ............................................. 181 4.9.

COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE “CRASH” DE AERONAVES ................... 184 4.10.

FASES DE UMA FAINA DE “CRASH” ....................................................................... 186 4.11.

PROCEDIMENTOS PARA ESCAPE DE UMA AERONAVE EM CASO DE “CRASH” A BORDO OU 4.12.

N’ÁGUA 188

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 191 5.

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REGRAS FALCK

Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;

Roupas soltas, joias, piercings etc. não devem ser usados durante os exercícios

práticos;

Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou minissaias, sendo

obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;

Terão prioridade de acessar o refeitório, instrutores e assistentes;

Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI nas

áreas recomendadas;

Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e chaves

estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A FALCK Safety

Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;

O fumo é prejudicial à saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente

demarcadas;

Indivíduos considerados sob o efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas serão

desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;

Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;

Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;

Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e

discriminação de qualquer natureza;

Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da FALCK durante todo o

tempo;

É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do treinamento

dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos inseguros devem ser

informados imediatamente aos instrutores;

Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa, somente

poderá ser obtida com prévia autorização;

Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios práticos;

Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o período de

treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída. Seu

período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o limite de

10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;

A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos durante

a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo ser

responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;

Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A entrega ao

portador somente mediante prévia autorização da Empresa contratante. Alunos

particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e, quando aprovados,

receberem a Carteira do Treinamento;

Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que intencionalmente

subtraírem ou danificarem equipamentos serão responsabilizadas e tomadas as

providências que o caso venha a exigir.

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DIRETRIZES GERAIS DO CURSO

O candidato, no ato da matrícula, deverá apresentar à instituição que vai ministrar

o curso cópia e o original (para verificação) ou cópia autenticada que comprovem:

- ter mais de dezoito (18) anos, no dia da matrícula.

- ter concluído o ensino fundamental.

- atestado de boas condições de saúde física e mental.

- Certificado do Curso Básico de Segurança de Plataforma ou de Navio ou de Curso

Básico de Combate a Incêndio realizado nos últimos cinco (5) anos.

Quanto à Frequência às Aulas

a) A frequência às aulas e atividades práticas são obrigatórias.

b) O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas

ministradas no curso.

c) Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não

comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao

início de qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante

o seu desenvolvimento.

Quanto à Aprovação no Curso

a) Será considerado aprovado o aluno que:

Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10

(zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório nas

atividades práticas.

Tiver a frequência mínima exigida (90%).

b) Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será

considerado reprovado.

OBJETIVO GERAL DO CURSO

Qualificar o aluno, para as tarefas de prevenção e combate avançado de incêndio

a bordo, de acordo com o item 5.6.2.3 da Resolução A-1079(28) de 04/12/2013,

da Organização Marítima Internacional, Seção A- VI/3 e Tabela A-VI/3 do Código

STCW.

Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre a organização, comando e táticas

avançadas de prevenção e combate a incêndio a bordo de acordo com a Tabela A-

VI/3 do Código STCW-1978 e suas emendas.

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CONTROLE DE OPERAÇÕES A BORDO 1.

PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA 1.1.

Os objetivos fundamentais da segurança contra incêndio são minimizar o risco à

vida e reduzir a perda patrimonial. Entende-se como risco à vida, a exposição severa à

fumaça ou ao calor dos tripulantes e o eventual desabamento de elementos construtivos

sobre os tripulantes ou sobre a equipe de combate. Entende-se como perda patrimonial,

a destruição parcial ou total da embarcação, dos estoques, dos documentos, dos

equipamentos ou dos acabamentos da embarcação sinistrada e passivo ambiental.

Um sistema de segurança contra incêndio consiste em um conjunto de meios

ativos (detecção de calor ou fumaça, chuveiros automáticos, brigada contra incêndio e

etc.) e passivos (resistência ao fogo das estruturas, compartimentação, saídas de

emergência, etc.) que possam garantir a fuga dos tripulantes da embarcação em

condições de segurança, a minimização de danos e a segurança das operações de

combate ao incêndio, quando essas forem necessárias.

A seleção do sistema adequado de segurança contra incêndio deve ser feita tendo

por base os riscos de início de um incêndio, de sua propagação e de suas consequências.

Não basta identificar o possível dano à propriedade devido ao fogo, mas, por razões

econômicas, é necessário também identificar a extensão do dano que pode ser

considerado tolerável.

Principais Causas de Incêndio

Podemos afirmar, com segurança, que o mais eficiente método de combater

incêndios é evitar que eles tenham início. Excetuados, evidentemente, os incêndios

originados por danos em combate, a grande maioria de ocorrências de fogo é derivado

de falhas humanas, pela não observância dos cuidados na utilização do material, pela

manutenção deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de

segurança.

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As principais causas de incêndios a bordo

das embarcações, segundo dados estatísticos de

fontes oficiais, são as seguintes:

Cigarros e fósforos atirados em locais

impróprios;

Trapos e estopas embebida em óleo ou

graxa;

Acúmulo de gordura nas telas e dutos de

extração da cozinha;

Serviços com equipamento de solda

elétrica ou oxiacetileno;

Porão com acúmulo de óleo ou lixo;

Vasilhames destampados contendo combustíveis voláteis;

Uso desnecessário de materiais combustíveis;

Instalações e equipamentos elétricos deficientes;

Materiais inflamáveis ou combustível de bordo, tais como óleos, graxas, tintas,

solventes, etc., armazenados indevidamente;

Presença de vazamento de combustíveis e inflamáveis;

Partes aquecidas de máquinas próximas a redes de óleo;

Uso de ferramentas manuais ou elétricas em tanques não devidamente

desgaseificados, ou nos compartimentos adjacentes a esses tanques;

Fritadores elétricos superaquecidos;

Secadores de roupas das lavanderias e afins.

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ÁREAS DE PERIGO DE INCÊNDIO 1.2.

Um dos maiores flagelos a bordo é o incêndio. Felizmente a frequência com que

isso ocorre é baixa, porém em alguns locais necessitam de uma atenção especial devido

ao serviço e a quantidade de combustíveis a serem usados. É importante que o

tripulante tenha sempre em mente que a ocorrência de um incêndio a bordo é uma

ameaça constante. Numa embarcação o que não falta é material inflamável. Podemos

citar o revestimento das anteparas, as madeiras dos acabamentos, pirotécnicos,

cortinas, estofados, combustíveis e o gás dentre outros. Evitar um incêndio depende de

alguns cuidados.

Sua extinção, caso ocorra, depende de procedimentos relativamente simples,

porém imediatos. Nas embarcações, é de fundamental importância dar preferência a

extintores que usam gases especiais, e que geralmente possuem capacidade extintora

muito superior aos de CO2, e muito mais leves e fáceis de manusear. Pode-se considerar

como ponto mais crítico para se iniciar um incêndio a bordo os curtos-circuitos ou

sobrecargas do sistema elétrico, vazamentos de combustível ou gás, cigarros acesos que

possam cair com algum balanço sem que isso seja percebido, e, o maior deles, a cozinha

de bordo!

A seguir serão apresentadas algumas áreas a serem observadas como risco de

um incêndio a bordo:

Porões e espaços no fundo da embarcação;

Oficinas elétricas;

Cozinha quando utilizada para

o preparo de alimentos.

Camarotes;

Oficina de corte e solda;

Praça de Máquinas;

Área de produção;

Lavanderia e etc.

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Áreas quanto ao Risco de Incêndio

São as áreas que necessitam de uma maior atenção devido aos riscos ou danos

que podem causar a embarcação essas áreas podem ser divididas em: pequeno risco,

médio risco e grande risco.

Área de pequeno risco - São aquelas em que o material combustível para

incêndio das classes “A”, “B” e “C” (incluindo partes estruturais, mobiliário

e materiais depositados ou manuseados) se faz presente em pequenas

quantidades, sendo disposto de tal forma que não favoreça a rápida

propagação das chamas, por exemplo: Casario, salas de TV, escritórios e

etc.

Área de médio risco - São aquelas em que combustíveis para incêndio

das classes “A”, “B” e “C” estão presentes em quantidades maiores que no

caso anterior, havendo facilidade de propagação de chamas, por exemplo:

oficinas, lavanderia, cozinha, etc.

Área de grande risco - São aquelas onde existe grande quantidade de

combustíveis para incêndio das classes “A”, “B” e “C” em estoque ou

manuseio, por exemplo: praça de máquina, paiol de tinta, almoxarifado,

etc.

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PRECAUÇÕES CONTRA INCÊNDIO 1.3.

Considerando-se que, na prática, a eclosão de um incêndio a bordo não pode ser

definitivamente impedida, especialmente em situações de risco, é necessário que se

adotem providências não só de prevenção de incêndios, mas também aquelas que

venham a atenuá-lo, quando ele for inevitável.

Medidas Preventivas

Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção

naval, enquanto outras se fazem intimamente ligadas à doutrina do Comando, cabendo

ao pessoal de bordo zelar pelo seu cumprimento. É de responsabilidade do Encarregado

da segurança, dos Encarregados de Setores, dos Supervisores, Coordenadores e

Técnicos de Segurança.

A detecção e correção de irregularidades observadas que venham a apresentar

risco de incêndio a bordo. Uma adequada prevenção de incêndio deve incluir, conforme

já visto, a limitação da presença de materiais combustíveis a bordo, bem como o

controle daqueles que podem ser introduzidos para o atendimento de determinadas

conveniências ou exigências do serviço. As providências de prevenção e limitação de

incêndios a bordo, no que diz respeito ao material inflamável, podem então ser

resumidas em cinco aspectos básicos:

Eliminação do material inflamável;

Especificação do material de bordo;

Armazenamento e proteção do material combustível;

Limitação da quantidade de materiais inflamáveis ao mínimo

necessário à operação em vista;

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Manutenção da embarcação nas suas melhores condições de

resistência ao fogo.

Eliminação do material desnecessário - A embarcação deve ter

conhecimento dos riscos existentes decorrentes da existência desse

material e de material estranho a bordo, sua localização e as medidas

especiais, se necessário, a serem tomadas caso ocorra alguma avaria,

confeccionando, para tal uma Lista de inflamáveis. Todo material

introduzido a bordo deve ser relacionado e informado ao departamento de

segurança de bordo da sua localização. A prevenção no combate deve

prever a utilização dessa Lista de inflamáveis, para que sejam removidos

de bordo, bem como daqueles cuja quantidade deva ser apenas reduzida.

Especificação do material de bordo - O projeto das unidades marítimas

deve ter mínima utilização de equipamentos e acessórios compostos por

materiais combustíveis.

Armazenamento e proteção do material combustível - O

armazenamento de material combustível deverá ser acondicionado e

posicionado de forma que possa evitar maiores danos à embarcação. É

essencial que não seja deixado nenhum combustível volátil nas

proximidades das aspirações dos compartimentos de máquinas. Todo

combustível líquido, particularmente aqueles que desprendem vapores

altamente inflamáveis, devem ser guardados em recipientes próprios com

tampa hermética. A armazenagem de líquidos inflamáveis tais como tintas,

vernizes, óleos e graxas deve ser feita em compartimento apropriado, com

ventilação forçada. A armazenagem de materiais nos dutos de descarga de

gases de Praça de Máquinas deve ser proibida. Deve-se ter especial

atenção ao material dos invólucros de sobressalentes, geralmente feitos de

material combustível. Logo que possível os sobressalentes devem ser

desempacotados para serem armazenados, e esses invólucros devem ser

descartados. Ver; FISPQ.

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Manutenção da embarcação nas suas melhores condições de

resistência ao fogo - Pode ser alcançado:

Pela realização de frequentes inspeções, de modo a manter os riscos

de incêndios reduzidos ao mínimo possível; e

Pelo contínuo endoutrinamento da tripulação da necessidade de

manter a embarcação segura. Pode ser feito através de treinamento

individual, por equipes e para os turnos de serviços e de briefing de

segurança.

PROCESSOS E CUIDADOS EM DESTILAÇÃO SECA, REAÇÕES 1.4.

QUÍMICAS, INCÊNDIO EM COLETORES DE GASES E CALDEIRAS

AQUATUBULARES.

Destilação Seca

Quase todos os sólidos que nos rodeiam, tais como madeira, rocha, vidro e

outros, são misturas. Alguns podem ter seus componentes separados através da

destilação. A destilação de um sólido, feita sem solvente é chamada de destilação seca.

A destilação seca é o processo de combustão onde o material inflamável queima com

uma quantidade de Oxigênio insuficiente para haver uma completa combustão. Quando

este processo é aplicado à madeira, compreende duas fases do aquecimento: a primeira

vai até aproximadamente 230ºC, quando ocorre a secagem da madeira e a segunda é a

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destilação propriamente dita que, a partir desta temperatura (230ºC), torna-se

espontânea, não devendo ultrapassar 350ºC, visto que, na destilação, a queima é

incompleta. São três as frações recolhidas quando destilamos a madeira:

• 1º Fração gasosa

Fase Gasosa: constituída principalmente de metano, eteno, monóxido de carbono,

dióxido de carbono e vapor de água;

Fase Oleosa (baixa densidade): óleo essencial.

• 2º Fração líquida

Fase Aquosa: ácido pirolenhoso, constituído principalmente de: água, ácido

acético e acetona;

Fase Oleosa (alta densidade): alcatrão constituído principalmente de fenóis de

alto peso molecular.

• 3º Fração sólida

Constituída na sua maior parte de Carvão. Experimentalmente, (quando utilizado

o esquema de aparelhagem padrão para este método), podemos verificar após o

aquecimento com chama fraca a obtenção das frações contidas na madeira.

Inicialmente, após a secagem total da madeira, observa-se uma fumaça no

interior do tubo de ensaio e o desprendimento de gases inflamáveis, pois, ao

aproximar um palito de fósforo aceso na extremidade do capilar é possível

verificar o aparecimento de um “flash” e a combustão dos gases.

Além destes também obtemos como

produto final o carvão, este por sua vez fica

concentrado na parte inferior (onde a chama se

encontra) e como todos nós sabemos este é um

material de cor preta.

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A sequência de eventos que exemplificam os perigos de uma destilação

seca é:

Incêndio em um compartimento fechado;

Insuficiência de oxigênio em ambientes com certos materiais ali

existentes que se aquecem, inflamam, mas, não queimam

completamente;

A súbita abertura de um acesso a esse compartimento, nessas

condições, introduz certo suprimento de ar;

O resultado da súbita introdução desse ar é um flash direcionado

exatamente para o acesso que foi aberto;

A pessoa que produziu a abertura e que tentava adentrar o

compartimento poderá ser queimada pela chama súbita (flash), a

menos que esteja protegida.

Os perigos da destilação seca podem ser minimizados através:

Do resfriamento externo do compartimento fechado que está

incendiando, com mangueiras e muita água;

Técnicas de abertura de porta;

Da entrada no compartimento em posição abaixada, protegido por

uma cortina de água produzida por esguicho;

Direcionando neblinas de água para o teto do compartimento em

chamas.

É pelos motivos acima expostos que a inadvertida, inoportuna e precipitada

ação de entrar em compartimento fechado, quando observado, que há fumaça sem as

devidas providências descritas acima é total e enfaticamente não recomendada.

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Reações Químicas

É o efeito causado quando certas substâncias (reagentes), na presença de outra

ou outras (também reagentes), produz substância, ou substâncias (produtos) com

características (químicas, físicas e organolépticas) diferentes daquelas que as

originaram, sem a possibilidade dos produtos voltarem às condições anteriores de

reagentes. Certas reações químicas podem ser produzidas pelo efeito da adição, a uma

substância química, de calor, de água, de vapor, de espuma, de CO2 e até mesmo de

areia. Efeitos - Entre os mais diversos efeitos produzidos por uma reação química estão:

A produção de gás inflamável;

A explosão;

A combustão espontânea;

A produção de vapores tóxicos; e

A geração de fumaça.

Reações químicas durante incêndios são mais comuns de acontecerem quando o

incêndio ocorre nas cargas e nos espaços das acomodações.

Alguns exemplos de reação química que causam ou aumentam as proporções de

incêndios incluem:

A produção de acetileno quando carbonato de cálcio entra em

contato com a água;

A decomposição do vapor quando este é aplicado a combustão de

carvão;

A produção de hidrogênio quando a Redução Direta do Ferro (DRI –

Direct Reduced Fire) ocorre do contato com a água;

A combustão espontânea, como a do fósforo quando sua embalagem

está avariada.

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Quando se tratar de incêndios em cargas perigosas, as orientações mais

importantes devem ser obtidas nos Procedimentos de Emergência para Carga Perigosa.

Quando se tratar de incêndios produzidos em substâncias a granel que produzem

perigos químicos, as orientações mais importantes estão contidas no Código de

Procedimentos de Emergência e práticas Seguras para Carga sólida a Granel.

Com o auxílio do Índice Geral do IMDG Code e do Emergency Procedures for Ships

Carrying Dangerous Goods, pode-se determinar a ação a ser tomada quando de um

incêndio em determinada substância. Ver FISPQ.

Incêndio em Coletores de Gases e Caldeiras Aquatubulares

AQUATUBULARES são caldeiras em que a água circula por dentro de uma

tubulação, enquanto os gases quentes circulam por fora desta tubulação. São usadas em

médias e grandes instalações industriais. Sua produção de vapor é maior que a das

caldeiras flamotubulares. As caldeiras aquatubulares são de utilização mais ampla, pois

possuem vasos pressurizados internamente e de menores dimensões relativas.

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Isso viabiliza econômica e tecnicamente o emprego de maiores espessuras e,

portanto, a operação em pressões mais elevadas. Outra característica importante desse

tipo de caldeira é a possibilidade de adaptação de acessórios, como o superaquecedor,

que permite o fornecimento de vapor superaquecido, necessário ao funcionamento das

turbinas.

Nas caldeiras aquatubulares o volume de água é distribuído por um grande

número de tubos submetidos, exteriormente, ao contato dos gases de combustão. Os

tubos podem ser retos ou curvados, dispostos de forma a garantir uma eficiente

circulação da água em ebulição.

Caldeira é o nome popular dado aos equipamentos geradores de vapor, cuja

aplicação tem sido ampla no meio industrial e também na geração de energia elétrica

nas chamadas centrais termelétricas. Portanto, as atividades que necessitam de vapor

para o seu funcionamento, em particular, vapor de água pela sua abundância, têm como

componente essencial para sua geração, à caldeira.

Esse equipamento, por operar com pressões acima da pressão atmosférica, sendo

na grande parte das aplicações industriais até quase 20 vezes maior e nas aplicações

para a produção de energia elétrica de 60 a 100 vezes maior, podendo alcançar valores

de até 250 vezes mais, constitui um risco iminente na sua operação.

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Componentes

Encontramos nestas caldeiras, geralmente, os seguintes componentes:

Câmara de combustão;

Tubos;

Coletores;

Tubulão;

Superaquecedor;

Sopradores de fuligem;

Pré-aquecedor de ar;

Economizador;

Alvenaria (refratários);

Queimadoras;

Ventiladores;

Chaminé;

Válvulas de segurança.

Coletores de gases - Os coletores são peças cilíndricas, às quais chegam

e saem conjuntos de tubos, cuja finalidade, como o próprio nome indica, é

coletar água ou vapor.

Tubulão é um tambor horizontal, situado no ponto mais alto do corpo

principal da caldeira, ao qual se acham conectados, através de tubos, os

coletores, que se encontra em níveis diferentes dentro da caldeira. A água

circula várias vezes através do conjunto tubulão-coletores descendo

pelos tubos externos e retornando pelos internos. Essa circulação natural é

provocada pela diferença de pressão exercida pelas colunas líquidas e pelas

correntes de convecção formadas.

Economizador - No economizador, a água de alimentação passa por uma

serpentina ou feixe tubular, a fim de aproveitar também o calor dos gases

residuais da combustão, para depois ir, então, ao tubulão já pré-aquecida,

o que representa uma economia de energia.

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O economizador tem a finalidade de aquecer a água de alimentação da caldeira.

Normalmente está localizado na parte alta da caldeira entre o tambor de vapor e

os tubos geradores de vapor, e os gases são obrigados a circular através dele, antes de

saírem pela chaminé.

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Economizador

O economizador é constituído de feixe tubulares, unindo suas extremidades a

coletores de entrada e saída. A água de alimentação circula pelo interior dos tubos,

absorve o calor dos gases de combustão de algum equipamento, exemplo: MCP, gás da

própria caldeira.

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Aplicação

Processos de aquecimento em geral, nas indústrias, hotéis, hospitais

e etc;

Conversão da energia térmica do vapor em trabalho mecânico, para

acionamento de turbinas para geração de energia elétrica, bombas a

vapor, etc.

Incêndio em caldeiras - Nessas caldeiras é possível ocorrer incêndio produzido pelo

vapor na própria ferragem em virtude de:

Escassez de água na caldeira causando superaquecimento da tubulação acima do

nível de água e devido à demora em seu desligamento;

Fogo incontrolável na fuligem e produção de fumaça mesmo após ter a mesma

sido desligada, associada à causa anterior, de escassez de água.

Se o incêndio é descoberto antes que a tubulação atinja os 700°C de temperatura,

o método recomendado para sua extinção é:

Direcionar para o bico queimador a maior quantidade de água

possível como jato sólido e, também para a origem do fogo, usando

alimentação contínua de água através do uso de bombas, sempre

imaginando que os tubos da caldeira estejam fraturados ou

derretidos;

Manter as coberturas de ar, abafadores, descargas, etc. resfriados

através de mangueiras com jato sólido de água.

Notas:

Deve ser evitado o uso de bicos de spray de água, aplicadores de espuma ou

Dióxido de Carbono diretamente no fogo.

Incêndios em caldeiras, economizadores, aquecedores de ar para sistemas de

vapor, exaustores, etc. devem ser tratados com procedimentos semelhantes.

A causa mais comum deste tipo de incêndio é o acúmulo de carbono depositado,

com ou sem óleo, que superaquece e produz combustão.

As principais dificuldades e perigos deste tipo de incêndio são:

Inacessibilidade de todas as seções, especialmente nas que estão a

grandes alturas;

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Há possibilidade de explosão se as portas de acesso ao economizador

forem abertas.

Há possibilidade da rede do economizador alcançar a temperatura de

700°C, isso pode acontecer quando:

O próprio ferro entrará em combustão, derretendo;

A reação será autossustentada e produzirá calor;

O produto da combustão será óxido escuro de ferro e

hidrogênio livre;

O hidrogênio produzido entrará também em combustão se for

introduzido ar. Poderá haver explosão.

Os procedimentos corretos para conter e extinguir incêndios desse tipo são:

Parar e isolar imediatamente o funcionamento da caldeira ou da

máquina;

Borrifar a superfície externa com água (neblina de baixa), de modo

que a temperatura seja reduzida;

Acionar necessariamente os abafadores e válvulas que permitam a

exclusão do ar;

Proteger os sistemas elétricos essenciais e outros equipamentos (que

fiquem próximos à zona de fogo) da água usada para o controle do

fogo;

Promover contínuo resfriamento até que seja considerada segura a

abertura do sistema para exame, inspeção e limpeza completa.

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Explosões de caldeiras

As explosões nas caldeiras ocasionam quase

sempre acidentes graves, isso é devido frequentemente a

uma sobre pressão acidental ou à ruptura de um

elemento qualquer da mesma: as explosões gasosas são

mais raras e se produzem pela ignição acidental de uma

mistura explosiva, no caso em particular do emprego de

combustíveis líquidos ou carvão pulverizado.

Ao contrário dos combustíveis sólidos que

frequentemente produzem pequenas explosões

localizadas, por exemplo, na fornalha, causando neste

caso um retorno de chama.

As causas mais frequentes de uma explosão numa caldeira são:

Falta de água;

Corrosão dos tubos de água.

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O superaquecimento como causa de explosões

Quando o aço com que é

construída a caldeira é submetido, em

alguma parte, a temperaturas maiores

que aquelas admissíveis, (PMTA) ocorre

a redução da resistência do aço e

aumenta o risco de explosão.

Entretanto, antes da ocorrência

da explosão pode haver danos, como:

empenamentos; envergamentos e

abaulamentos.

As principais causas do superaquecimento

A seleção inadequada do aço da

caldeira, pois, em caldeiras aquatubulares,

por exemplo, parte dos tubos da fornalha

poderão estar submetidos a radiação mais

intensa que aqueles de outras partes,

devendo por isso, ser constituídos por aço

de características condizentes com a

solicitação.

Queimadores mal posicionados, pois,

como visto, os aços das chapas e dos tubos de caldeiras admitem aquecimento até

algumas centenas de graus Celsius, sem perderem totalmente suas propriedades

mecânicas. As chamas de queimadores podem atingir valores de temperatura de até

1.000ºC, de modo que o mau posicionamento do queimador pode determinar a

incidência direta da chama sobre algumas superfícies, propiciando o superaquecimento e

a fluência do material.

A operação em marcha forçada, pois, isso ocorre quando a caldeira possui

potência insuficiente para atender as necessidades de vapor do usuário, que na

expectativa de ver sua demanda atendida, intensifica o fornecimento de energia à

fornalha. Nessas circunstancias, dadas as limitações da caldeira, em vez de alcançar a

produção desejada, o que é conseguido é o superaquecimento das várias partes da

caldeira, determinando a deformação das mesmas ou até a ruptura. Portanto, isso

constitui em risco iminente de explosão do equipamento.

A falta de água nas regiões de transmissão de calor, pois, o contato da água com

o aço é fundamental para mantê-lo refrigerado. Por isso, é essencial que o calor

recebido pelas superfícies de aquecimento seja transferido para água, sem provocar

aumento excessivo da temperatura do aço, pois no lado da água, o processo de

vaporização acontece a pressão constante. No caso de haver falta e água em alguma

parte da caldeira, o processo da temperatura constante cessará neste local, a partir do

que se dará início uma transferência de calor sensível (com aumento da temperatura).

Isso provocará o superaquecimento do metal e, em consequência, transferência de

calor.

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Falha operacional

As caldeiras industriais de última geração operantes com combustível líquido ou

gasoso são totalmente automatizadas, cujos parâmetros de funcionamento são

controlados por meio de malhas de instrumentação. Isso tem exigido dos operadores,

poucas intervenções, exigindo, porém, maior qualificação do pessoal e maior precisão

nas decisões.

PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO 1.5.

São os métodos ou atos que o brigadista tem de realizar para executar sua tarefa,

durante o atendimento a emergência. Quando uma embarcação em operação ou

fundeada for detectado um incêndio, seja ela pelos sensores ou por qualquer tripulante,

o alarme sonoro de emergência deverá ser acionado para que a brigada entre em ação

exercendo suas atividades conforme o plano de contingência. Ação da brigada durante o

atendimento a emergência é:

A Brigada deve deslocar-se junto com o

Líder da Equipe (Coordenador local)

munida dos equipamentos de segurança

apropriada. Verificarão a direção do vento

e quais recursos apropriados deverão ser

utilizados para o controle e combate ao

fogo;

Solicitar aos Coordenadores os medidores

de gás (Multigás) e rádios transceptores

para entrar em contato com os operadores da sala de controle a fim de obter

informações referentes ao sinistro;

Planejar a estratégia de combate visando a maneira mais segura;

Atender as orientações do líder sem interferências;

Realizar Comunicação com o coordenado geral da emergência informando a

situação do sinistro e solicitar recursos extras se for necessário;

Em caso de abandono, certificar-se de que tenham sido tomadas todas as

providências necessárias e possíveis para minimizar os impactos decorrentes do

fogo, que constam no Plano de Contingência de cada embarcação.

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Se o incêndio ocorrer quando a embarcação estiver docada ou atracada, deverá

ser acionado o Plano de Contingência do porto/docas. Levar em consideração que em

muitos casos o pessoal de terra não conhece os procedimentos de combate à incêndio

da unidade.

Atividade de Combate a Incêndio

Iniciamos as atividades de combate a incêndio abordando o ataque inicial.

Ataque inicial

O colaborador que descobrir o incêndio deve disseminá-lo imediatamente,

utilizando os meios de comunicações disponíveis; assim que tiver certeza de que alguém

tomou conhecimento do alarme, deve dirigir-se para o ponto de reunião conforme o

plano de emergência.

A informação do incêndio deve chegar a um dos locais da embarcação que possua

fonoclama, onde será disseminada, devendo ser especificada: a classe do incêndio, o

local, dizendo o nome do compartimento e o número se houver.

Os incêndios ou grandes vazamentos de óleo em praça de máquinas devem ser

combatidos imediatamente.

A descoberta com atraso da existência de um incêndio é caracterizada pela

presença de fumaça ou de seu cheiro, já se espalhando pela embarcação através de

dutos de ventilação e de ar condicionado e corredores, sendo quase sempre impossível

determinar a origem do mesmo, trazendo dificuldades para o pessoal.

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No caso de um incêndio (ou

alagamento) a bordo é importante lembrar

que a rapidez no ataque inicial é

fundamental, e a ameaça a embarcação

nesse momento é o incêndio (alagamento).

O que foi exposto acima não significa

que todos devem se dirigir ao local da avaria,

mas o que se pretende é que pelo menos

alguns colaboradores deem apoio à tarefa de

combate a incêndio conforme a tabela

mestra.

O brigadista que participa do ataque

inicial deve estar vestido de forma

apropriada, para sua própria proteção, e para

permitir um ataque mais eficiente. É comum,

quando da realização de treinamentos,

componentes da brigada se dirigirem ao local

do sinistro com macacão operacional,

pretendendo diminuir o tempo de reação. Tal

procedimento, num caso real, colocará em risco o homem e causará atraso ao início da

atividade de combate à incêndio.

Os componentes da brigada, quando fora do turno de trabalho, devem estar

especialmente preocupados com o EPI que estiverem usando. Salienta-se que as

estatísticas de incêndios nas grandes embarcações mostram que cerca de 90% dos

incêndios são extintos entre os primeiros dois minutos a cinco minutos, 5% nos

primeiros 10 minutos, e os 5% restantes após um período que varia de 5 a 10 horas,

sendo metade destes últimos ocorridos em Praças de Máquinas.

Não se deve esquecer que todos a bordo, do

colaborador ao tripulante, da tripulação ao Comte,

GEPLAT/OIM, devem conhecer os procedimentos

básicos de controle de incêndio e os principais

equipamentos de combate a incêndio e sua

utilização.

Ao encontrar muita fumaça ou outra

indicação de um grande incêndio através de uma

porta ou escotilha, o descobridor deve dar o

alarme e iniciar imediatamente a limitação da

fumaça na área, a contenção e a preparação do

material de combate a incêndio, será feita pelos

brigadistas devidamente equipados, para iniciar o

ataque. Se as indicações são de um pequeno ou

grande incêndio, o descobridor deve ter cautela e

proteger-se seguindo em direção ao ponto de

reunião para que possa ser tomada qualquer

medida para extinção desse incêndio.

A velocidade do ataque inicial é essencial,

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mas se essa ação falhar, uma avaliação cuidadosa da situação é tão importante quanto

a velocidade da mesma.

Em um incêndio classe “A” ou “B”, caso seja difícil efetuar o ataque inicial com

extintor devido à presença excessiva de fogo ou fumaça, o brigadista deve tentar utilizar

a mangueira mais próxima em neblina. Em qualquer situação deve ser mantida uma

distância de pelo menos 2 metros do incêndio, evitando o risco de choque elétrico, caso

haja algum circuito de 440VAC alimentado nas proximidades do foco do incêndio.

Em um incêndio classe “C”, tal ação deve ser evitada, para que não se utilize

água em um compartimento como a Estação Rádio, Compartimento dos Computadores,

Compartimento dos Conversores, Quadros Elétrico, Geradores, etc., que podem tornar a

embarcação inoperante. Não sendo possível esse ataque inicial, o brigadista deve pesar

a situação e considerar que, se existe o risco de propagação de incêndio, deve isolar o

compartimento. Tal situação, no entanto deve ser evitada, pois após o fechamento da

porta não teremos mais conhecimento do que está ocorrendo no interior do

compartimento, e o ataque só poderá ser continuado com toda a brigada de incêndio

equipada (reentrada ou reataque).

O brigadista dando o combate inicial só se retira da área após o revezamento pelo

back (também brigadista), devendo transmitir, nesse momento, o máximo de

informações a respeito da origem e localização do fogo, perigos no compartimento,

ações já tomadas, etc.

O back realiza as ações necessárias, como já foram citadas anteriormente.

Ataque contínuo

As seguintes ações devem ser implementadas pela embarcação, nos primeiros

um ou dois minutos do combate a incêndio.

Ações imediatas

O Motormen (Mecânicos) coloca a bomba de incêndio na linha, caso esteja no

manual. A seguir, desalimenta os equipamentos em funcionamento no local da

avaria, se houver, e providenciam o isolamento mecânico do compartimento;

Os Eletricistas executam o “CRASH STOP” dos Sistemas de Ar Condicionado, de

Ventilações e Extrações da embarcação, exceto no caso de incêndio em Praça de

Máquinas (Incêndio em Praça de Máquinas: conforme o Combate a Incêndio em

Praça de máquinas, extração permanece em funcionamento no início do

combate). A partir outro gerador, ou passar a energia para bordo (no caso de

embarcação atracada), se possível colocando dois geradores em funcionamento.

Divide a planta elétrica com cada gerador alimentando uma bomba de incêndio,

realizar o isolamento elétrico do compartimento sinistrado, e logo após dos

compartimentos dos limites primários do incêndio, onde serão feitas as

contenções, se necessário. Especial atenção deve ser dada à iluminação, que deve

permanecer alimentada; e fecha os flapes e dumpers dos dutos de ventilação e

extração que servem a área sinistrada.

Ações subsequentes - A sequência de ações subsequentes prevê:

Após ser rendido pelo back o brigadista reporta as ações já tomadas,

e se conduz até o líder, no local de controle do combate ao incêndio;

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Equipamentos não necessários diretamente ao combate a incêndio

não deverão ser trazidos para o local do sinistro;

O Chefe da Brigada deve prover a logística, orienta as atividades na

área, auxiliado pelo Líder da Brigada, quanto às contenções, e

mantém contato constante com o Comte, GEPLAT/OIM, através de

transceptor de VHF portátil;

O líder da brigada fará contínuo relato da situação do incêndio. A

troca de informações.

Entre o Líder da Brigada, o Chefe da brigada inclui (mas não se limita a)

informações sobre:

Localização do incêndio;

Classe do incêndio;

Chegada da brigada de incêndio ao local;

Localização da fumaça;

Material necessário para o combate a incêndio;

Isolamento mecânico;

Isolamento elétrico;

Limites de incêndio e fumaça estabelecidos e localização;

Envio/chegada de backs, revezamento, material de apoio, etc.;

Tempo de máscaras do pessoal;

Necessidade de ventilar áreas com fumaça, para contenção ou

concentração de pessoal;

Situação do incêndio: fora de controle, sob controle, fogo extinto;

Utilização de algum sistema fixo: espuma, borrifo, CO2 / Gás

Halogenado, etc.;

Equipe de vigilância estabelecida;

Solicitação de remoção de fumaça, método e rota a serem utilizados;

Foi iniciado ou completado o esgoto do compartimento;

Compartimento resfriado;

Resultados de teste de atmosfera; e avarias na área.

O Chefe da Brigada estabelece as contenções nos limites primários de incêndio,

executando o resfriamento das anteparas, e providencia o esgoto de compartimentos e

diminuição de superfície livre, sempre que necessário. O brigadista que fará as

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contenções deverá solicitar ajuda para retirar anteparas falsas ou tetos rebaixados,

permitindo realizar uma contenção mais efetiva.

Por exemplo, o fogo pode se alastrar pela borracha isolante da cabeação elétrica

oculta pelas placas de acabamento decorativo.

O líder da brigada determina a verificação de todos os compartimentos da área

quanto à presença de fogo ou fumaça. Um brigadista sob determinação do líder da

brigada irá constantemente circular o perímetro do incêndio, informando a situação dos

limites do incêndio e solicitando ajuda, conforme necessário, de modo a manter estes

limites.

O Chefe da Brigada e o Comte, GEPLAT/OIM devem determinar os limites de

fumaça, disseminar em fonoclama e estabelecer vigias.

Por ordem do Chefe da Brigada será determinado às ventilações e extrações que

possam ser alimentadas para: extrair a fumaça e permitir a permanência da brigada

entre os limites primários e secundários de fumaça; restabelecer as condições de

habitabilidade fora dos limites secundários de incêndio; restabelecer as condições de

manobrabilidade, por exemplo, renovando o ar e resfriando compartimentos; e ventilar

locais com pessoas presas necessitando de ar.

As necessidades de pessoal e material de apoio já devem começar a ser

levantadas pelo Líder da Brigada junto ao Chefe da Brigada.

Nessa altura da atividade, caso o incêndio se verifique num compartimento com

Sistema fixo de CO2 ou halogenado, o Líder deve se certificar se o incêndio pode ser

controlado ou não, e se é passível de causar avarias maiores. Nesse caso, solicita ao

Comte, GEPLAT/OIM para disparar o sistema. O Comte, GEPLT/OIM analisando a

situação, pode efetuar ou não a utilização do Sistema fixo.

Os seguintes aspectos devem ser analisados para considerar um incêndio fora de

controle e a possibilidade ou não de continuar o ataque:

O incêndio ocupa uma área grande do compartimento?

A temperatura interna está muito elevada?

O fogo está prestes a colocar em risco a integridade física dos

brigadistas?

A quantidade de fumaça no compartimento é grande e está se

espalhando rapidamente?

Existe risco de explosões ou propagação do incêndio?

É possível controlar o incêndio?

Existe alguma dúvida em relação a alguma das situações acima?

Respostas afirmativas para essas questões classificam a situação como incêndio

fora de controle, determinando a evacuação do compartimento.

Novas tentativas podem ser feitas em melhores condições, ou após o uso de

algum sistema fixo, quando disponível.

Um preparo do pessoal de combate a incêndio com a melhor roupa de proteção,

estudo do melhor acesso a ser utilizado, e a abertura de acessórios para descompressão

(redução da temperatura e pressão no interior do compartimento) etc. pode ser

necessário nessa situação.

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Todos os esforços devem ser enviados para que a avaria seja limitada na sua

progressão, até a extinção do material combustível naquele compartimento ou a ordem

de abandono da embarcação.

O Comte, GEPLAT/OIM deve utilizar o circuito de fonoclama sempre que for

determinar ações a serem executadas, imediatamente, por equipes situadas em locais

de difícil trânsito ou de difícil contato para os Líderes da Brigada. Sempre que uma

ordem for dada pelo fonoclama, deve ser cobrada a “ciência” dos colaboradores

designados para a tarefa.

Controle da Situação

O controle do sinistro, tanto de combate a

incêndio como de alagamento são, em geral,

atividades que demandam grande quantidade de

pessoal e material, complexidade de ações,

necessidade de boas comunicações e boa

coordenação. Qualquer atividade, por mais

complexa que seja, como um combate a incêndio

em Praça de Máquinas, por exemplo, pode ser

analisada sob alguns aspectos que possibilitam

caso sejam acompanhados com cuidado,

determinar o andamento da situação. Esses itens,

se associados a uma constante reavaliação,

permitem o Controle da Situação, verificando se

as ordens determinadas estão sendo cumpridas e se, depois de cumpridas, estão

alcançando o efeito desejado. Os pontos a serem considerados para avaliar o controle da

situação do sinistro são:

Situação do incêndio / alagamento: Chegada da brigada de incêndio

no local; limites de incêndio; contenções; isolamento mecânico e

elétrico;

Situação da fumaça: Limites de fumaça, colocação de vigias;

sistemas de ventilação e ar condicionado; fechamento de válvulas,

flapes e dumpers para isolamento de áreas;

Situação dos sistemas de incêndio: Pressão da rede de incêndio;

disponibilidade de energia elétrica; disponibilidade de ar comprimido

para máscaras (compressores de ar, estações de recarga);

disponibilidade de edutores para esgoto;

Controle do apoio logístico para a cena de ação: Pessoal e material;

rotas a utilizar; apoio de grupos de socorro externo;

Comunicações: Comunicação eficaz com as pessoas envolvidas;

recursos alternativos de comunicações; controle através do

fonoclama; informação ao comando e ao Chefe de Máquinas do

andamento das ações;

Coordenação: Coordenação correta das ações ordenadas entre as

pessoas envolvidas; atendimento às prioridades do comando.

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Esses pontos podem ser utilizados para qualquer tarefa. É recomendável possuir

afixado próximo ao Plano de Emergência uma lista de verificação contendo esses itens.

Um questionamento frequente desses itens vai permitir correções em ordens mal

interpretadas e procedimentos incorretos.

Outros pontos relativos ao controle eficiente do pessoal e materiais envolvidos

são:

Durante uma atividade de combate a incêndio de longa duração, o

revezamento e a reutilização de pessoal já empregado são fundamentais. Ter

pessoas prontas para o revezamento não depende somente do tempo de ar

das máscaras, mas também da fadiga do brigadista exposto ao calor intenso.

Essas mesmas pessoas, ao serem revezadas, devem ser colocadas prontas

para a ação o mais breve possível, através do fornecimento de água fresca e

alimentos;

Uma quantidade suficiente de água e gelo deve estar disponível nas

proximidades da brigada ou local de concentração do pessoal (ponto de

reunião);

A utilização de transceptores portáteis de UHF/VHF permite um melhor

controle e coordenação das tarefas.

Lista de Verificação para Atividade de Combate a Incêndio

Algumas considerações imediatas deverão ser feitas, como segue na lista abaixo:

Qual a classe do incêndio?

Qual a localização exata do incêndio?

Qual a situação da Rede de Incêndio (bombas na linha, pressão)?

Qual a situação do acesso ao local do incêndio?

Que acessórios de combate à incêndio serão necessários? Estão

disponíveis?

O que está sendo ameaçado de imediato?

Existem algumas considerações sobre o estabelecimento dos limites de incêndio,

como os exemplos abaixo:

Onde devem ser feitas as contenções para que o fogo não se alastre?

Há algum compartimento em especial (almoxarifado, paiol de tintas,

etc.)?

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Fire Control and Safety Plan

(Plano de Controle de Incêndio e Segurança)

Considerações sobre o estabelecimento dos limites de fumaça:

Existe alguma limitação para o estabelecimento dos limites previstos

para a área do sinistro?

Foi feito “CRASH STOP” de ventilações e extrações?

As válvulas dos dutos de ventilações e extrações foram fechadas?

Isolamento elétrico: Os circuitos elétricos foram desalimentados?

Foi realizado o isolamento mecânico do compartimento?

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Considerações concorrentes

A quantidade de homens e máscaras é suficiente no ponto de

encontro da brigada/sinistro?

É recomendável o alagamento preventivo de paióis tintas e

inflamáveis existentes na área do combate ao incêndio?

A fumaça está dando uma falsa estimativa do verdadeiro local da

base do incêndio?

O Comte, GEPLAT/OIM está bem informado da situação?

Serão necessários reforços de pessoas e materiais de outras áreas?

A estabilidade da embarcação está sendo considerada? A água

embarcada (CBINC + CONTENÇÃO) está sendo esgotada?

Algum equipamento elétrico ou eletrônico deve ser coberto ou

retirado para realização de contenção?

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Considerações quando o incêndio estiver extinto

A equipe de prevenção foi estabelecida?

O fogo está realmente extinto?

A equipe de remoção de escombros verificou possíveis focos de

incêndio?

O material inflamado foi separado e molhado, rescaldo?

Pode ser iniciada a remoção de fumaça?

Qual o melhor método e a melhor rota para remoção de fumaça?

É seguro partir as ventilações ou ar condicionado da área?

Vão auxiliar a tarefa?

Foram realizados os testes de atmosfera?

Quais as limitações impostas à embarcação decorrentes de um

sinistro?

Antes dos testes da atmosfera só permanece no compartimento

brigadistas com EPI completo.

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TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO 1.6.

Tática

É o conjunto de normas e procedimentos empregados no desenvolvimento de

determinada operação, visando o cumprimento da tarefa. A tática é o estudo do

emprego adequado, no momento do incêndio, de todos os meios providenciados na

preparação, conjugando-os de modo a se obter o máximo de eficiência, no mais curto

tempo possível.

Quando o alarme de incêndio é ouvido a bordo, imediatamente são postas em

prática procedimentos contra incêndio e táticas através das estações, tais como:

A tripulação se reúne obedecendo a pré-organizada distribuição pelas

estações designadas;

Os grupos de combate reúnem-se, sob o comando da embarcação, e

levam a cabo suas tarefas pré-exercitada para controlar o fogo;

As bombas são acionadas de modo a garantirem suprimento

contínuo de água;

O comando da operação decide o método mais apropriado para

controlar o fogo e essa decisão é imediatamente divulgada pelo

responsável ao controle.

Em incêndios na Praça de Máquinas, são imediatamente preparadas as

embarcações salva-vidas.

Táticas associadas de combate a incêndio –

Pequenos incêndios descobertos nos

estágios iniciais são relativamente fáceis de

lidar por um membro da tripulação usando

um extintor portátil. Velocidade, abordagem

tranquilidade e habilidade são necessárias

pela pessoa para evitar que o fogo inicial

ganhe um vulto que altere as

características.

Como já dito anteriormente o membro da

tripulação em qualquer evento deve acionar o alarme para iniciar a formação dos grupos

de combate a incêndio e começar pelos procedimentos essenciais para evitar que o fogo

se espalhe ainda consciente de sua própria segurança enquanto efetua uma tentativa de

apagar o fogo. Com incêndios maiores, os grupos de combate a incêndio devem

concentrar conjuntamente todas as informações necessárias, equipamentos e suporte

para tornar o incêndio sob controle. Poderá não ser fácil apagar o fogo diretamente.

Consequentemente uma ordem de prioridades precisa ser adotada.

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Ações e táticas – As ações são as

formas que a brigada deverá atuar no combate

a incêndio e a tática é a forma que será

adotada para a execução do combate. A

providência inicial consiste em identificar o

combustível e, assim, definir a classe do

incêndio, o que permite selecionar o agente

extintor mais adequado. Selecionado o agente

extintor, os equipamentos a empregar devem ser guarnecidos e é iniciada a

investida contra o fogo. Talvez, mais importante do que combater o

incêndio propriamente dito, seja evitar sua propagação. Um incêndio

perfeitamente circunscrito e, portanto, incapaz de se alastrar, é um

incêndio sobre controle, pois, em último caso, terminará quando acabar o

combustível que o alimenta. A bordo, para se circunscrever um incêndio, é

necessário fechar todas as ventilações que se dirigem para área incendiada

e inspecionar os compartimentos vizinhos, não esquecendo os que ficam

por cima e por baixo do compartimento em chamas.

Procedimento

É o método adotado pela equipe de brigada com a finalidade de controlar o

incêndio usando as táticas e técnicas no combate a incêndio.

Procedimento tático - O procedimento tático tem a finalidade de armar o

material que se dispõe de maneira a controlar o fogo, imediatamente,

impedindo o seu progresso através das aberturas verticais e internas

(poços de elevadores, escadas, dutos de ventilação, etc.), transmissão do

calor e vento forte. Numa embarcação a incidência dos incêndios ocorre na

maioria das vezes em equipamentos instalados na planta de produção,

bombas de transferência de óleo, flanges e tubulações de tanques com

materiais combustíveis ou produtos químicos, os quais estão normalmente

interligados aos equipamentos pressurizados, o que exige por parte da

brigada o conhecimento técnico e habilidade no combate e controle do

incêndio nestes equipamentos.

Ataque direto Ocorre quando a

equipe consegue adentrar no

compartimento e atacar o incêndio.

Alguns procedimentos para um ataque

direto são:

Ao entrar no compartimento

aplicar a água diretamente no

foco do incêndio;

Manter-se abaixado e, se

possível, seco;

Resfriar os gases quentes da combustão atingindo a base do fogo;

Estabelecer as contenções e resfriar, quando necessário;

Não aplicar água nas anteparas e teto desnecessariamente.

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Ataque indireto - Quando a equipe se aproxima do compartimento, mas

não possuem condições de acessarem a base do fogo devido às condições

perigosas do incêndio, fica impossibilitado o ataque direto. A água em

forma de neblina é lançada para o interior do compartimento através de

qualquer abertura, afim de que sejam melhoradas as condições para uma

entrada. Alguns procedimentos para um ataque direto são:

Forçar o ataque através de uma abertura (improvisar ou fazer);

Aplicar água de forma indireta para a redução da temperatura;

Utilizar o esguicho na posição de neblina;

Estabelecer as contenções;

Após a melhora das condições, passar para um ataque direto.

Técnicas recomendadas

O ataque deve ser feito, preferencialmente, em uma única direção, e sempre de

forma coordenada.

A ventilação deverá ser imediatamente interrompida. Qualquer demora que

permita ao fogo ganhar vulto e, em consequência a fumaça se espalhar nas

proximidades do sinistro, a transmissão do calor através de convecção aumentará o

números de locais afetados pelo fogo, deixando de ser um incêndio local e passando a

ser um incêndio em larga escala.

O ataque conjunto (duas mangueiras ou dois extintores) é sempre mais eficaz,

mas na impossibilidade de se efetuar um ataque com duas linhas de mangueira, pode

ser utilizada apenas uma, deixando a segunda já de prontidão, guarnecida e

pressurizada, pronta para entrar em ação.

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O ataque conjunto não deve ser efetuado a partir de direções opostas, sob o risco

de afetar a segurança das equipes, podendo uma atingir gravemente a outra.

Durante o ataque ao foco do incêndio com água ou espuma, o jato deverá ser

dirigido sobre o fogo de baixo para cima, fazendo movimentos de modo a afastar dos

combatentes, e dirigindo para cima os gases quentes e o vapor reduzido. Quando se

ataca com água ou espuma é esperada uma violenta reação da combustão, deslocando

os gases quentes e produzindo uma “bola de fogo” (rollover) que poderá se deslocar em

direção da equipe. Por isso devem permanecer abaixados.

A equipe durante o combate ao fogo deve sempre se proteger do calor irradiado

atrás de obstáculos.

A água não deve ser aplicada incessantemente, pois, sua utilização intermitente

reduz a formação de vapor, a quantidade de água embarcada e permite uma reavaliação

constante sobre o comportamento do incêndio.

A água deve ser dirigida para a área onde ocorre a combustão e não cegamente

em meio à fumaça.

A prática de se aplicar água continuamente e sem um padrão estabelecido com

todos os esguichos deve ser evitada, pois, esse procedimento provoca um desequilíbrio

térmico do compartimento, fazendo com que seja produzida grande quantidade de vapor

antes que os combatentes tenham a possibilidade de avançar em direção ao foco do

incêndio, reduzindo ainda mais a sua visibilidade, além de criar mais problemas de

alagamento e afetar a estabilidade do navio/plataforma.

A fumaça e os gases quentes se concentram na parte superior de compartimentos

e dos corredores.

A elevação da temperatura em um incêndio provoca o aumento de pressão em

locais confinados. A água ao se transformar em vapor irá se expandir na ordem de 1

litro para 1700 litros de vapor, elevando ainda mais essa pressão e forçando

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violentamente os gases quentes e a fumaça a se deslocarem pelos dutos de ventilação,

passagens de portas, escotilhas e etc.

Quando o ataque estiver sendo feito desde o convés acima, considere as

seguintes informações:

O piso desse convés estará muito quente, aumentando o desgaste do

pessoal;

O revezamento do pessoal de ataque deverá ser feito em menor

tempo;

Cuidados com a utilização do corrimão;

O ataque deve ser feito através de uma escotilha e não através de

um agulheiro, pois a evacuação de um compartimento através do

agulheiro poderá ser extremamente difícil.

Preparação para a entrada em um compartimento

Após uma tentativa inicial de combate a um incêndio

em um compartimento ou em uma área, dependendo das

proporções do mesmo, pode ser necessário adotar os

seguintes procedimentos: isolar o compartimento,

incrementar as contenções, realizar o isolamento mecânico

e elétrico, empregar algum tipo de Sistema fixo, se

disponível e reiniciar o ataque ao incêndio com pessoal

melhor protegido e melhor equipado.

A preparação do pessoal e material para esse novo

ataque deve ser a mais rápida possível. As mangueiras

devem ser preparadas sob orientação do líder ou

investigador, que verificam se as linhas não estão se

cruzando, formando cocas e etc.

O ideal é a preparação das linhas estendidas fazendo

um “S” na extensão da área de acesso. Dependendo da

embarcação, pode ser necessária a preparação de três linhas de mangueira, sendo uma

“linha de proteção”, que deve ser posicionada no ponto de acesso ao compartimento,

fazendo a proteção através da selagem do mesmo, reduzindo a saída de fogo, gases

quentes e fumaça. Essa linha pode correr pelo alto, fixada através de ganchos tipo “S”,

para não interferir com as linhas de mangueira de combate a incêndio.

As mangueiras só devem ser pressurizadas após levadas o mais próximo possível

do local de início do ataque, pois é mais fácil seu manuseio enquanto sem pressão. As

mangueiras, depois de terminada a preparação, são pressurizadas e o equipamento é

testado.

Em diversas situações, como em fainas de combate a incêndio em Praças de

Máquinas ou em outros locais sensíveis, é recomendável que as embarcações preparem

um esquema do dispositivo de mangueiras a ser utilizado, incluindo as tomadas de

incêndio que serão empregadas, estabelecendo a função de cada mangueira, inclusive

para as contenções, lembrando que é grande a possibilidade da existência de fumaça

nas proximidades da área afetada, sendo necessário existir um esquema alternativo,

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utilizando extensões com mangueiras de 2.1/2 pol. ou passagens de mangueiras por

anteparas.

As condições do compartimento afetado devem ser verificadas antecipadamente,

sentindo a temperatura das anteparas próximas ao acesso que será utilizado. Além

disso, é necessário confirmar se esse é o acesso mais seguro. As condições poderão ser

verificadas através do visor existente na porta, se houver.

Nota: Se após o abandono do compartimento for efetuado o lançamento do gás

halogenado ou CO2 através de Sistema Fixo, serão necessários pelo menos 15 min., ou

três quedas de temperatura, sendo a última temperatura inferior a 100°C, para essa

reentrada, aguardando a reação química e extinção pelo gás halogenado ou a extinção

total por abafamento pelo CO2.

Processo de abertura do acesso e entrada no compartimento

O processo de abertura do acesso dependerá do tipo de acesso disponível,

abordaremos a seguir os tipos: porta vertical e escotilhas.

- Portas

Caso o processo de abertura do acesso seja

realizado através de uma porta do tipo vertical pode

ser feita de duas maneiras:

Abertura para fora, um dos brigadistas

deve garantir uma abertura gradual,

utilizando as mãos (com luvas) ou os pés

(com botas), também sob proteção de uma

linha de mangueira em neblina de alta

velocidade ou padrão semelhante;

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Abertura para dentro, é recomendável passar um cabo de

segurança para garantir uma abertura gradual, sob proteção de uma

linha de mangueira em neblina de alta velocidade ou padrão

semelhante.

Na existência de uma linha de proteção, essa já deve estar posicionada para fazer

a proteção quando da abertura do acessório.

O posicionamento dos brigadistas (dos esguichos) vai depender da classe do

incêndio e do tipo de esguicho utilizado. Em um incêndio classe “B”, quando

empregando esguichos ou canhão de espuma, essa linha de mangueira sempre precisa

de uma linha de proteção, pois o tipo de jato não provê proteção ao brigadista. A linha

de proteção se posiciona ligeiramente adiantada, sendo o jato de espuma utilizado

através da mesma.

Uma distância suficiente deverá ser mantida entre as linhas de mangueiras para

permitir-lhes manobrabilidade. Quando por problemas de dificuldade de acesso for

necessário empregar apenas uma linha de mangueira com esguicho variável, antes da

mangueira de ataque penetrar no compartimento, uma segunda mangueira deve estar

pronta e guarnecida de modo a prestar auxílio à primeira, como reserva.

- Escotilhas

O acesso vertical a um compartimento é o mais difícil. Quando da abertura do

mesmo, grande quantidade de fumaça e gases quentes (e chamas) vão se espalhar para

a área de acesso. Os brigadistas devem estar protegidos, e uma linha de proteção ou

uma das linhas de mangueira deve imediatamente se posicionar para reduzir tal efeito.

O processo de descida a ser apresentado aqui considera a existência de um

acesso vertical, como uma escotilha, seguida por uma escada vertical ou quase vertical.

Para o ataque quase vertical, se a escada permitir que o brigadista desça de

frente, a posição ideal é trazer o esguicho por baixo do braço.

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Observação e Recomendações

O ataque a incêndio deve ser feito, sempre que possível, em uma única direção,

coordenadamente, quer empregando extintores ou mangueiras.

O ataque conjunto, com dois extintores ou duas linhas de mangueira, é sempre

mais eficaz que o ataque singelo, apesar de, às vezes, ser impossível colocar duas

pessoas no combate se o espaço for restrito.

Na impossibilidade do ataque ser feito com duas linhas de mangueira, pode ser

utilizada apenas uma, estando uma segunda linha pronta para entrar em ação, caso

necessário, já devendo estar guarnecida e pressurizada antes da entrada da primeira

linha no compartimento.

O jato do extintor deve ser dirigido para a base da chama no caso de CO2, e sobre

a chama no caso de PQS.

O ataque conjunto não deve partir de direções opostas, pois pode colocar em

risco a segurança do grupo menos agressivo ou, por exemplo, que sofra algum problema

em sua linha de mangueira, como cocas (dobras). Se for necessário realizar o ataque

indireto coordenado de diferentes direções, é essencial que exista um meio de

comunicação eficiente entre as duas turmas de incêndio.

Durante o ataque ao foco do incêndio com esguichos, a água ou espuma deve ser

dirigida sobre o fogo de baixo para cima, fazendo movimentos de modo a afastar dos

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brigadistas, e dirigindo para cima, os gases quentes e o vapor produzido. Esse

procedimento também é válido para a realização de contenções (resfriamentos).

No momento em que se ataca o fogo com espuma ou água, deve ser esperada

uma violenta reação da combustão, deslocando os gases quentes e produzindo uma

“bola de fogo” (rollover) que pode vir a se deslocar na direção da turma de incêndio. O

líder da brigada de incêndio deve certificar-se de que todos estão protegidos para iniciar

o ataque. No ataque inicial ao fogo, esses brigadistas devem manter-se abaixados, até

que diminua esse tipo de reação.

Os brigadistas que combaterem o incêndio devem sempre procurar se proteger do

calor irradiado atrás de obstáculos.

Deve ser levado em consideração que, na fase inicial, o material que está

queimando provavelmente está concentrado apenas na parte inferior do compartimento.

Com um pouco mais de tempo, o material na parte superior (cabos elétricos, isolamento

térmico, luminárias etc.) começa a se incendiar. Após um período longo, quase todo o

material na parte inferior já queimou, restando algumas brasas, mas a concentração de

gases quentes e material incandescente estão na parte superior do compartimento.

Essas considerações visam orientar a turma de incêndio para que, na ausência de

visibilidade, usem seus sentidos (sensação de calor e audição) e essas observações,

dirija o jato do agente extintor sobre a localização provável dos focos de incêndio.

A água deve ser dirigida para a área em combustão, não cegamente dentro da

fumaça. A prática de aplicar água continuamente e sem um padrão estabelecido com

todos os esguichos durante o ataque deve ser desencorajada criando problemas de

alagamentos e afetando a estabilidade.

A espuma é o melhor agente extintor para incêndios classe “B” e “A”. Em

incêndios classe “A” de difícil controle podem requerer o emprego de espuma a uma

concentração de 1 a 2% de LGE, até que se tenha acesso ao compartimento.

O pessoal que já foi empregado no combate a incêndio, após o revezamento,

deve ser levado para um lugar fresco e com ventilação adequada; ser umedecido na

cabeça, faces, braço etc. E receber grande quantidade de água gelada (de 0,5 a 1 litro)

para repor o líquido perdido no trabalho executado.

Quando o ataque a um incêndio tiver que ser feito desde o deck acima; as

seguintes considerações são importantes:

O piso deste deck estará muito quente, apresentando-se como mais

um fator para aumentar a fadiga do brigadista, principalmente para

aqueles vestidos com roupa de proteção, então:

O rodízio do brigadista deverá ser realizado em menor tempo;

As botas de proteção serão imprescindíveis, sendo recomendável a

utilização de dois pares de meias de algodão;

Os brigadistas devem evitar se segurar nos corrimões, para evitar

queimar as mãos. O uso de luvas extras por dentro das luvas de

combate a incêndio será necessário para evitar queimaduras nas

mãos, se for necessário segurar em corrimões quando da descida;

O ataque a incêndio deve ser feito através de uma porta e não por

meio de um agulheiro/escotilha, pois a evacuação urgente de um

compartimento através de um agulheiro/escotilha, com máscara,

será extremamente difícil;

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O líder decidirá quanto à utilização de cobertor de fumaça na via de

acesso a ser aberta para a descida, levando em consideração: que a

fumaça e os gases quentes vão tomar conta do deck acima

imediatamente, antes mesmo de se conseguir instalar o cobertor,

podendo dificultar a comunicação entre o brigadista que descer e o

pessoal que permanecer em cima; com isto, dificultará também a

entrada da brigada no compartimento, podendo causar acidentes; e

que, como fator positivo, após o fogo ser extinto, vai reduzir a

quantidade de ar fresco entrando no compartimento.

A bordo das embarcações, a fumaça e os gases quentes se concentram na parte

superior de compartimentos e corredores. Esse fato deve ser considerado para o

combate a incêndio, para a realização de contenções/resfriamento e para a limitação da

fumaça. Em grandes incêndios, o tempo de permanência geralmente será limitado pela

resistência dos brigadistas em permanecerem na área e será menor que o tempo de

utilização das máscaras, sendo, portanto, necessário prever o revezamento dos mesmos

com antecedência.

A elevação da temperatura em um incêndio provoca aumento de pressão em

locais confinados. A água como já dito anteriormente ao se transformar em vapor irá se

expandir 1700 vezes, elevando mais essa pressão e forçando violentamente os gases

quentes e a fumaça a se deslocarem pelos dutos de ventilações, passagens de portas e

escotilhas, etc. Outro exemplo de aumento de pressão: é que a queima de 2 galões de

combustível diesel em um compartimento confinado, pode elevar a pressão interna em

cerca de 2 atm. em cerca de 1 minuto.

AGENTES EXTINTORES APLICADOS A BORDO 1.7.

Agente extintor é qualquer material empregado para resfriar, abafar, isolar ou

quebrar a reação em cadeia, oriundas de uma combustão, proporcionando sua extinção.

Os agentes extintores de uso mais difundidos a bordo são Água, Espuma, Vapor,

Dióxido de Carbono (CO2), Compostos Halogenados, Pó Químico Seco à base de

bicarbonato de sódio, Pó “D” à base de cloreto de sódio, Pó ABC à base de fosfato de

amônia, manta antichamas, etc.

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Água

É o agente extintor de uso mais comum.

Age principalmente por resfriamento, devido a

sua propriedade de absorver grande quantidade

de calor. Outro efeito positivo é a formação de

vapor durante a extinção que proporciona um

efeito de abafamento do fogo.

A água é excelente agente extintor nos

chamados incêndios com sólidos (Classe A). O

resfriamento limita ou interrompe a descarga de

gases do combustível e com isso o processo da

combustão irá finalmente cessar ao mesmo

tempo.

A água é relativamente fácil de usar. A

razão da quantidade necessária para apagar um

incêndio é aproximadamente de 4 l/min./m². A

utilização da água dependerá da forma na qual

será lançada. Podendo ser na forma de Jato

sólido, Neblina de alta velocidade e Neblina de

baixa velocidade. As diferentes formas de

utilização da água no combate a incêndio

deverá ter como finalidade principal resfriar as

estruturas em volta do fogo. Resfriando estas

estruturas podemos evitar que a radiação do

calor enfraqueça a integridade da instalação.

Isso também evita que outros objetos peguem

fogo e/ou causem explosão.

A utilização da água em jato sólido

consiste num jorro de água, lançado à alta

velocidade, por meio de um esguicho ou canhão.

Sob esta forma, a água atinge o material

incendiado com violência e penetra fundo em

seu interior. É o meio por excelência para a

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extinção de incêndios classe “A”, onde o material tem de ser bem encharcado de água

para garantir a extinção total do fogo e impedir seu ressurgimento.

Em alguns casos, como incêndios em colchões e travesseiros, é conveniente que o

material seja mergulhado na água garantindo-se, assim, que não permaneçam brasas

no seu interior.

As neblinas, tanto de alta como de baixa velocidade, consistem no borrifamento

da água por meio de pulverizadores especiais.

A água assim aplicada sob a forma de gotículas tem aumentada, em muito, sua

superfície de contato com o material incendiado, propiciando um rápido decréscimo da

temperatura no ambiente em que ocorre o fogo (extinção por resfriamento). As neblinas

podem ser utilizadas para auxiliar a extinção de incêndios classe “A”, reduzindo as

chamas superficiais e permitindo que as equipes se aproximem mais do foco do

incêndio, o que facilitará sua extinção definitiva com jato sólido.

As neblinas, na ausência de espuma, são altamente eficientes na extinção de

incêndios classe “B”, onde o jato sólido não tem a menor ação extintora; pelo contrário,

aumenta o vulto dos incêndios pelo turbilhonamento que provoca no seio do líquido

inflamado. A água, sob qualquer das três formas em que é empregada, extingue

incêndios por resfriamento,

isto é, diminuindo a

temperatura das

substâncias abaixo de sua

temperatura de ignição. No

entanto, quando se joga

água sobre uma substância

em combustão, parte desta

água se transforma em

vapor. O vapor como verá

adiante, tem uma ação de

abafamento.

Teorizamos então,

que a água extingue

incêndios principalmente

por resfriamento e,

secundariamente, por abafamento.

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Propriedade física e química da água - A água pode ser encontrada na

natureza sob os três estados físicos fundamentais da matéria, ou seja,

sólido, líquido ou gasoso. Seja qual for o seu estado físico, a sua

constituição química é invariável, possuindo a seguinte fórmula molecular:

H2O.

Em condições normais de temperatura e pressão, a água é líquida,

solidificando-se a temperatura de 0ºC e vaporizando-se a 100ºC. As

temperaturas citadas variam de acordo com a pressão e esta em

conformidade com a altitude. Nos três estados apresenta-se incolor (sem

cor), insípida (sem gosto) e inodora (sem cheiro).

No estado gasoso mantém-se incolor e transparente até o início do

processo de sua condensação, quando se apresenta como uma nuvem

branca e visível devido a perda de calor.

A água é um dos principais solventes da natureza, possui uma excelente

estabilidade química, porém pode ser decomposta em seus componentes

pela ação da corrente elétrica, e por temperaturas acima de 1200ºC,

produzindo o perigoso gás hidrogênio (combustível) e o comburente

oxigênio.

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Espuma

A espuma é formada por pequenas

bolhas aderentes entre si, constituindo-se

num verdadeiro cobertor que, ao ser

aplicado, repousa sob a superfície do

material incendiado, impedindo o

fornecimento do oxigênio necessário para a

continuação da combustão. O LGE – líquido

Gerador de espuma, segundo a NBR 13.860

é “Concentrado em forma de líquido de

origem orgânica ou sintética que, misturado

com a água forma uma solução que,

sofrendo um processo de batimento e

aeração, produz espuma”.

Proporcionada por aparelhos especiais

como, esguichos, extintores portáteis ou sistemas fixos. São encontradas em

concentrações que variam de 1% a 6%. Requerem uma dosificação (mistura com água)

e aeração (mistura com ar) imediatamente antes da aplicação. Por exemplo, para obter

um concentrado de 3% o proporcionador deverá misturar 3 partes de concentrado com

97 partes de água.

Se for um concentrado de 6% o proporcionador deverá misturar 6 partes de

concentrado com 94 partes de água. A espuma é o melhor agente extintor para

incêndios Classe B e escapes de vapores de líquidos inflamáveis derivados de

hidrocarbonetos. A sua propriedade extintora principal ocorre por abafamento. Todavia,

se prestarmos a atenção, a espuma age, adicionalmente, por resfriamento já que em

sua composição (mistura) contém entre 94% a 99% de água.

Podemos dizer também que a espuma é considerada o melhor agente extintor de

incêndio a ser empregado em incêndio de grande vulto, principalmente em praças de

máquinas, devido a sua fluidez, característica essa que facilita o combate por se

espalhar por todo o compartimento formando um colchão de isolamento sobre o

combustível derramado no porão. Pode ser também usada para proteger estruturas e

equipamentos contra a radiação térmica.

Devido à sua opacidade quando aplicada a superfícies sólidas, a espuma reflete

calor sendo que a lenta evaporação do seu conteúdo de água exerce efeito resfriador. A

espuma serve ainda para reduzir ou interromper a geração de gases tóxicos de líquidos

e sólidos. Pode ser também usada para encher cavidades ou espaços encerrados, onde

se podem acumular gases tóxicos ou vapores inflamáveis. As características da espuma

são:

Previne a radiação de calor, pois as chamas ficam separadas do

combustível;

A viscosidade da massa de espuma evita a formação de vapores logo acima

do líquido;

Adere facilmente para a formação de uma cobertura;

Não altera a estabilidade da embarcação;

É resistente ao calor;

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É intolerante com líquidos combustíveis;

Fluidez, capacidade de contornar obstáculos.

Existem diferentes tipos de espuma disponíveis, dentre elas podemos citar

algumas:

Espuma sintética;

AFFF (Aqueus Film Firming Foam);

ARC/ATC (Alcohol Resistant Concentrate, Alcohol Type Concentrate).

Espuma Sintética - É usada em pequenos incêndios. Este tipo de espuma possui

características de baixa resistência ao calor e de intolerância de combustível. Este

tipo de espuma é geralmente usado em instalações fixas para encher espaços

confinados.

AFFF (Aqueus Film Forming Foam) - É uma espuma sintética especialmente

produzida que reduz a tensão na superfície. O AFFF pode ser usado em sistemas

de sprinkler existentes. A adição de AFFF forma uma camada como um filme

rígido por cima do líquido. Pode ser administrado facilmente e por consequência,

proporciona uma reposta rápida em relação ao combate do incêndio. A espuma

também pode ser usada combinada com pó. Somente alertamos que a espuma

em si não é muito resistente ao calor.

ARC/ATC (Alchol Resistant Concentrate) - É uma espuma resistente ao álcool

desenvolvida para produtos solúveis em água. Os produtos solúveis em água irão

quebrar outros tipos de espuma, pois a água contida na espuma é absorvida pelo

produto.

o Essa espuma é resistente ao álcool, possui uma quantidade de

estabilizadores químicos que criam uma camada espessa de polímeros

entre o produto e a espuma quando é aplicada.

o É uma espuma fácil de ser reconhecida porque sua viscosidade é maior

comparando com outros tipos de espuma. Para usá-la é necessário

esguicho especialmente projetado na linha de incêndio ou nas mangueiras.

o Um proporcionador é usado para acrescentar a quantidade apropriada do

produto gerador de espuma à água. O proporcionador pode ser ajustado

para dar diferentes porcentagens de LGE. A espuma leve é criada usando

um gerador de espuma.

o Depois do uso, os esguichos devem ser limpos e lavados com água porque

os produtos de espuma podem provocar corrosão nos esguichos.

Uso da espuma em geral

Todas as espumas são basicamente uma mistura estabilizada de água, ar e LGE,

em forma de uma massa de baixa densidade, refletora de calor, a qual é capaz de fluir e

nivelar-se automaticamente, em superfícies horizontais de líquidos ou sólidos, e de

aderir a superfícies verticais. São úteis sempre que se precise do efeito resfriador da

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água e quando sejam necessárias características para criar uma cobertura capaz de

vedar os vapores.

Uma capa de espuma, cobrindo a superfície do líquido, é capaz de prevenir a

desprendimento de vapores durante varias horas. Porém, quando o seu conteúdo de

água é drenado, torna-se mais vulnerável à decomposição mecânica. A capa pode ser

retirada após um período conveniente de tempo e, frequentemente, não afeta o produto

com o qual entra em contato.

A espuma pode ser também usada para protegerem estruturas e equipamentos

contra a radiação térmica. Devido à sua opacidade quando à superfície sólidas, a

espuma reflete calor sendo que a lenta evaporação do seu conteúdo exerce efeito

resfriador. A espuma deve serve ainda para reduzir ou interromper a geração de gases

tóxicos de líquidos e sólidos.

Taxa de expansão - A quantidade de ar agregado a solução de espuma

determina sua taxa de expansão. Esta é a relação do volume da espuma

expandida, com relação ao volume da solução de espuma. Por exemplo, se

utilizam 100 mililitros de solução para fazer 2000 mililitros de espuma, a

espuma dilatada tem uma expansão de 20 2000 ÷ 100 = 20). De acordo

com a taxa de expansão, classificamos a espuma em três categorias: baixa,

media e alta expansão. A de baixa tem uma expansão de menos de 20. A

de media tem uma expansão entre 20 e 200. A de alta tem uma expansão

entre 200 e 1000. Em geral quanto mais alta a expansão, maior será a

quantidade de espuma exigida para extinguir o fogo.

As espumas de baixa expansão agregam menos ar e contem mais espuma

em solução. Por isso são mais pesadas e percorrem em uma corrente mais

compacta, de maneira a chegar mais rápido ao incêndio e com menor

desperdício. Desta forma proporciona uma maior segurança ao brigadista,

pois o mesmo poderá operar o aplicador de espuma a uma distancia maior.

As espumas de baixa expansão podem ate penetrar melhor em rajadas de

fogo ascendentes do que as espumas de alta expansão.

Fluidez e tempo de escoamento - A expansão e critica na eficácia da

espuma, porque a quantidade de ar agregada a solução de espuma

determina as características de fluidez e de escoamento. Grandes

quantidades de ar criam uma espuma rígida e dilatada que não flui com

facilidade. O tempo de escoamento também aumenta segundo aumenta a

expansão.

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Uso em derivados de petróleo - O uso mais importante da espuma é no

combate a incêndio nos derivados do petróleo do tipo da gasolina, com

altas pressões de vapor e baixo ponto de fulgor. A espuma é o único agente

extintor permanente usado para incêndios deste tipo e sua aplicação suave

às superfícies inflamáveis permite se extinguirem as chamas

progressivamente, consolidando seu progresso até a extinção completa.

A espuma pode ser também usada para cobrir áreas expostas com

inflamáveis e prevenir, assim, o desprendimento de vapores que poderiam

incendiar-se. Os riscos de derrames são rapidamente controlados, mediante

a aplicação da espuma.

Grandes áreas exposta com gasolina inflamada, como, por exemplo, no

caso de desastres de avião, na decolagem ou no pouso, exigem a aplicação

de grandes volumes de espuma, a fim de extinguir o incêndio ou ainda,

possibilitar os trabalhos de salvamento. A espuma é também usada,

ocasionalmente, nas pistas dos aeroportos, para reduzir o risco de

centelhas geradas por atrito, quando uma aeronave necessita pousar com

as partes metálicas inferiores da fuselagem.

Limitações da espuma - A espuma não é considerada agente adequado

para incêndios que envolvam gases liquefeitos de petróleo (GPL), como por

exemplo, butano, propano, butadieno, etc. Senso comum deve ser usado

quando se aplica espuma em recipientes contendo produtos quentes, cuja

temperatura esta acima do ponto de ebulição da água, seja por

circunstâncias normais, ou devido à exposição ao fogo. Pode ser

desaconselhável o uso de espuma em tanques contendo óleos de alta

viscosidade, tais como o “Bunker Oil” (óleo combustível para navios), os

quais tenham permanecido em combustão durante um período prolongado.

Em tais circunstâncias, a água da espuma pode agitar violentamente o óleo

e causar seu transbordamento. A espuma é condutora de eletricidade;

portanto, jatos plenos deste agente extintor não devem ser usados contra

incêndios em equipamentos elétricos energizados.

Cuidados:

Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada

contra equipamentos elétricos energizados;

Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos

elétricos e eletrônicos;

Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos

materiais;

Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos.

Vapor

O vapor de água pode ser utilizado como agente

extintor, por abafamento.

Evidentemente, por sua temperatura normalmente

elevada, não tem nenhuma ação de resfriamento. Extingue

através da exclusão do ar ou redução do conteúdo do

oxigênio do ar atmosférico, chamado processo de

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abafamento, de maneira similar ao gás carbônico (CO2) ou outros gases inertes.

Em alguns tipos de incêndios, como por exemplo, em nitrato de amônia e

materiais oxidantes similares, o vapor é completamente ineficaz.

O vapor pode ser usado para extinguir incêndios classe “B”, principalmente em

porões de praças de caldeiras e praças de máquinas de embarcações a vapor, quando

esses incêndios se mostram insensíveis a outros métodos. O uso de vapor obriga ao

isolamento do compartimento, que fica inoperante.

Cuidados:

Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento;

Submete todos os equipamentos contidos no compartimento a uma

temperatura elevada.

Dióxido de Carbono (CO2)

O Dióxido de Carbono (CO2) não deixa resíduos quando

aplicado na extinção. É um excelente agente para incêndio da

classe “C” (materiais elétricos energizados). Tem um efeito

resfriador muito limitado. O CO2 não conduz eletricidade e não

sustenta a combustão em materiais comuns. No entanto, ele

reage com magnésio e outros metais.

A sua utilização deve ser cuidadosa, tanto em

ambientes internos quanto externos. Em locais fechados, uma

aplicação excessiva poderá substituir o oxigênio existente no

compartimento e asfixiar uma pessoa se estiver no seu interior. Durante a aplicação o

brigadista deverá mover o difusor, constantemente, de uma lateral a outra, e apontando

para a base do fogo. Em locais abertos, a utilização do Dióxido de Carbono fica

comprometida, pois se dissipa muito rapidamente na atmosfera.

Por ser o CO2 um gás inerte, é empregado como agente extintor por abafamento,

criando, ao redor do corpo em chamas, uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte,

pobre em oxigênio. O CO2 é o agente extintor por excelência para extintores portáteis

sendo empregado em incêndios das classes “B” e “C”.

Característica do CO2

O dióxido de carbono sob as condições normais é

um gás incolor, inodoro, eletricamente não condutivo, é

aproximadamente 1,5 vezes mais pesado do que o ar. É

adequado para extinção de incêndio que pode facilmente

penetrar no núcleo do fogo, não danificará componentes

elétricos energizados, não é corrosivo, e não deixa

nenhum resíduo do agente.

O mecanismo de extinção de CO2 é por

deslocamento do oxigênio ou redução da fase do vapor ao ponto onde a combustão é

interrompida. O sistema de extinção consiste em um gás liquefeito sob a alta pressão

(850 psi) ou baixa pressão (300 psi), distribuído por canalização, bicos, e sistema

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acionadores projetados para fornecer entre 30 a 60 por cento de concentração à área

protegida.

Um sistema atuando de CO2 também produzirá temperaturas baixas (quase – 43°

C) nos bicos de descarga, causando a formação de partículas de gelo seco muito fino e

os cristais de gelo que obstruirão a visão totalmente.

Por esta razão, é extremamente importante, que a proteção de pessoal seja

considerada no seu projeto e operação.

Cuidados:

Pode causar acidentes por asfixia quando utilizado em ambientes

fechados e sem ventilação;

Pode causar queimaduras (geladura) na pele e principalmente nos

olhos, em face de sua baixa temperatura, se dirigido à curta

distância sobre o pessoal;

A descarga das ampolas de CO2 pode dar origem à formação de

cargas de eletricidade estática. Não é indicada, portanto, a utilização

das ampolas de CO2 para saturação de ambientes onde existam

misturas inflamáveis, mas apenas para combate a incêndios já em

evolução.

Compostos Halogenados

Os agentes halogenados apresentam baixa toxidez, quando armazenados em

condições normais ditadas pelos fabricantes. São chamados também de agentes limpos,

agem por quebra de reação em cadeia. Quando liberado em área protegida, ele vaporiza

e se torna um gás sem cheiro e sem cor atinge o fogo pela pressão da armazenagem.

O Halon usado como agente extintor encontra-se com seu uso restrito e em vias

de substituição total, por força do Protocolo de Montreal (1987), devido seus efeitos

prejudiciais à camada de Ozônio. O gás FM-200 é descrito pelo Departamento de

Proteção Ambiental (DPA) como “o mais eficiente substituto do Halon 1301”. Suprime o

fogo em até 10 segundos, impedindo a reação química que nele ocorre. É adequado

para aplicações em áreas ocupadas por seres humanos, nas concentrações aprovadas

pela NFPA-2001. Por ser tão seguro para as pessoas, está sendo utilizado como

propulsor em inaladores médicos. O FM-200 também é compatível com o meio

ambiente. Possui Potencial de Degradação de Ozônio (ODP) zero, além de baixa vida

média atmosférica. O FM-200 foi desenvolvido para proteger instalações contendo bens

corporativos de grande valor e com presença de pessoas.

É utilizado em mais de 70% das aplicações de supressão com agentes limpos na

substituição ao Halon 1301. É considerado o melhor substituto, por não provocar

quaisquer problemas respiratórios ou toxicológicos às pessoas e por não obscurecer a

visão em uma situação de emergência.

Este produto é um heptafluoreto de propano cuja formula química é CF3CHFCF3.

O produto tem um fator de depleção do ozônio igual a zero, o que constitui uma

vantagem sobre os HCFC’s.

Quando exposto ao fogo o FM-200 irá decompor-se dando origem a quantidades

de ácido fluorídrico, substancialmente superiores às do halon, devido à grande

quantidade de flúor que existe na sua composição.

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O flúor existente na composição do produto quando na presença de hidrogênio

(do vapor de água do próprio processo de combustão) dará origem ao ácido fluorídrico

(HF). Este produto de decomposição tem um odor agressivo e acre mesmo em

concentrações de poucas partes por milhão.

A decomposição do produto irá assim criar uma atmosfera irritante e nociva para

aqueles que por razões diversas não tenham conseguido abandonar o local do incêndio

ou, que tenham necessidade de entrar no compartimento durante o fogo ou logo após a

extinção.

O tempo médio de permanência do produto na atmosfera é bastante elevado

(entre 31 e 42 anos) e, possui um índice de potencial de aquecimento global também

algo elevado.

O ECARO-25 (FE-25™) caracteriza-se como um agente extintor de incêndio sem

igual. O FE-25™ absorve o calor gerado pelo fogo no nível molecular mais rápido do que

o calor que pode ser gerado, portanto, o fogo não pode sustentar-se pôr si próprio. O

FE-25™ também forma radical livre que quimicamente interferem com a reação em

cadeia do processo de combustão. Esse agente limpo altamente eficaz é seguro para as

pessoas, equipamentos e meio ambiente.

O ECARO-25 protege áreas habitadas e equipamentos. Não ataca a camada de

Ozônio e nem ao meio ambiente. Eletricamente não condutivo. Incolor e inodoro. Não

deixa resíduo. Para o uso de espaços ocupados e não ocupados.

Inergen

O INERGEN, é um gás não corrosivo, não combustível e não reagente com a

maioria das substâncias. Contem em sua composição apenas gases de ocorrência natura

na atmosfera: nitrogênio (52%), argônio (40%) e dióxido de carbono (8%). Extingue o

fogo reduzindo o nível de oxigênio, no ambiente, abaixo do ponto de sustentação da

combustão. Quando descarregado em uma sala, introduz uma mistura apropriada de

gases de modo a permitir a respiração em uma atmosfera com baixo nível de oxigênio,

estimulando a capacidade do corpo humano de assimilar oxigênio. A atmosfera normal

de uma sala contém 21% de oxigênio e menos de 1% de dióxido de carbono. Se a

quantidade do primeiro for reduzida abaixo de 15%, a maioria dos combustíveis não

mais queimará. O INERGEN ira reduzir o nível de oxigênio do ambiente para 12,5%

enquanto eleva a concentração de dióxido de carbono para 4%.

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O aumento da quantidade de dióxido de carbono aumenta a taxa respiratória e a

capacidade de absorção de oxigênio do organismo. Em síntese, o corpo humano e

estimulado, pelo dióxido de carbono, a respirar mais rápida e profundamente, para

compensar a redução de oxigênio na atmosfera.

Os benefícios do INERGEN são:

Não agride a camada de ozônio;

Não agride o meio ambiente;

Não produz subprodutos perigosos como o acido fluorídrico;

Não e corrosivo.

Cuidados:

Os agentes halogenados apresentam baixa toxidez quando

armazenados em condições normais, ditadas pelos fabricantes;

Quando um incêndio é extinto por um agente qualquer derivado de

hidrocarboneto halogenado, alguns cuidados devem ser tomados,

pois, além dos subprodutos comuns oriundos da combustão. O

Halogenado se decompõe a 500°C (900°F), formando diversos

elementos tóxicos entre os quais ácido clorídrico, ácido fluorídrico e

ácido bromídrico;

Esses subprodutos são altamente nocivos à vida humana, podendo

causar a morte quase instantaneamente. Portanto, sabendo-se que o

halogenado (halon) foi utilizado para extinguir incêndio em um

compartimento. Para se efetuar a reentrada, será necessário o uso

de um equipamento autônomo de respiração, observando-se um

tempo mínimo de quinze minutos após ter sido comprovada a

extinção do incêndio pela redução da temperatura no

compartimento.

Pó Químico Seco (PQS)

Pós Químicos Secos são constituídos por

partículas finamente trituradas, tratadas para

resistir à embalagem e à absorção de umidade

mantendo boas características de fluxo.

Os Pós Químicos Secos são substâncias

constituídas de Bicarbonato de Sódio,

Bicarbonato de Potássio ou Cloreto de Potássio,

que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó

sobre o fogo, extinguindo-o por quebra da

reação em cadeia e por abafamento.

É empregado para combate a incêndios em líquidos inflamáveis, (classe “B”)

podendo ser utilizado também em incêndios de equipamentos elétricos energizados

(classe “C”).

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Propriedades Gerais

Todos os Pós Químicos Secos compartilham algumas características semelhantes.

Todos os agentes apresentam a

capacidade de suprimir um incêndio. Pós

Químicos Secos regulares podem extinguir

incêndios de Classe “B” e “C”. Pós

Químicos Secos tipo Multiuso suprimem

incêndios de Classe “A”, “B” e “C” (Fosfato

de monoamônia).

Os ingredientes ativos de todos os

pós químicos secos são solúveis em água,

razão pela qual a sua exposição à umidade

deve ser minimizada. Aditivos de fluxo são

incluídos na fabricação de Pós Químicos

Secos. Eles permitem aos agentes resistir

muito bem à embalagem e tornam o fluxo através de mangueiras mais fácil.

Os materiais utilizados nos pós químicos secos não são tóxicos, mas estes pós são

considerados como sendo “poeiras incômodas”. Eles são rotulados como sendo

“levemente perigosos”. Todos os fabricantes fornecem as correspondentes folhas de

características técnicas de seus agentes. A limpeza de resíduos de pós químicos pode ser

feita com uma vassoura e pá ou aspirador. Qualquer resto de agente ainda pode ser

removido por lavagem com água quente e água com sabão, e depois enxaguar com

água limpa.

Reação em Cadeia – A combustão é uma química de oxidação, autossustentável,

com liberação de luz e calor, fumaça e gases.

Aos radicais livres cabe a transmissão da energia química gerada pela reação, que

por sua vez se transforma em energia calorífica decompondo as moléculas, ainda

intactas, e assim promovendo a sustentação e propagação do fogo.

Fosfato de monoamônio [NH4H2PO4]

Também conhecida como pó químico “triclasse”, “polivalente” e “ABC”, usado na

Classe A, B e C de incêndios. Ele recebe a sua classificação do agente Classe A da sua

capacidade para derreter e fluir a 177°C para abafar o fogo. É mais corrosivo do que

outros pós químicos secos.

Bicarbonato de sódio [NaHCO3]

É o pó químico “regular” ou “comum” usado em incêndios da Classe B e C, foi o

primeiro pó químico desenvolvido. Ele interrompe reação química do fogo, e era muito

comum nas cozinhas comerciais antes do aparecimento dos agentes químicos úmidos,

mas é menos eficaz do que Púrpura-K para incêndios da Classe B, e é ineficaz na Classe

A de incêndios. Cor branca.

Cloreto de potássio [KCl]

Ou também chamado pó químico seco Super-K, foi desenvolvido em um esforço

para criar um pó químico seco de alta eficiência e compatível com espuma de proteína.

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Desenvolvido nos anos 60, antes da Púrpura-K, nunca foi tão popular como outros

agentes uma vez que sendo um sal, era bastante corrosivo. Para incêndios Classe B e C,

cor branca.

Espuma Compatível

Espuma compatível é o pó químico que age em conjunto com espumas; pós

químicos secos modernos são considerados compatíveis com as espumas sintéticas, tais

como as do tipo AFFF.

Pó Químico Seco Especial (PÓ “D”)

Estes extintores são comumente conhecidos como

extintores de Pó “D”.

Os vários pós-utilizados em incêndios da classe D

segundo técnicas essenciais e recomendações dos fabricantes.

O agente e o método de aplicação dependem do tipo,

quantidade e forma de metal.

O pó mais comumente empregado é o MET-L-X (Cloreto

de Sódio com Fosfato Tri cálcio e metal estearato). Um aditivo

termoplástico que une as partículas de cloreto de sódio,

formando uma massa sólida sob a ação do fogo. O pó não é

tóxico, não é combustível, não é abrasivo e não conduz

eletricidade. Geralmente o propelente é o Dióxido de Carbono.

O pó forma uma camada sólida, impedindo o contato do

oxigênio com as chamas, extinguindo

por abafamento. É importante que a

camada sólida não seja partida, o que iria permitir entrada de

oxigênio e consequente intensificação das chamas. O pó tem

características de aderir em superfícies quentes, envolvendo

perfis irregulares e fundidos. Os extintores que contém o MET-L-

X são indicados para incêndios que envolvem sódio, potássio,

ligas de sódio-potássio e magnésio.

Cuidados:

Os produtos empregados na sua composição não tóxicos.

Entretanto a descarga de grandes quantidades pode causar uma

dificuldade temporária de respiração, durante e imediatamente

após a descarga, podendo também interferir seriamente com a

visibilidade. Podem dar origem a maus contatos e baixas de

isolamento em equipamentos elétricos e eletrônicos.

PÓ ABC

É um extintor a base de Fosfato de Monoamônia + Sulfato de Amônia, a

substância química seca é codificada com a cor amarela, com o propósito de

identificação e pode ser usado em alguns tipos de incêndios Classe “A” e obrigatório

para as Classes “B” e “C”. O Fosfato de Monoamônia é ligeiramente ácido na presença

de umidade o que resulta em propriedades corrosivas moderadas.

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O Fosfato de Mono amônia derrete quando aquecido a uma temperatura de 300°F

(140°C), formando uma camada que adere a uma superfície. A camada permanecerá

aderente até mesmo depois que a superfície se resfrie. Esta camada, quando exposto a

umidade, também é acida.

Manta Antichama

É recurso usado na extinção de incêndio em fritadores.

A manta antichamas é feita com material resistente ao fogo. Geralmente, o material a

ser usado é a base de Kevlar ou Nomex, materiais esses que recebem tratamento

especial contra o fogo.

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EMPREGO DA ÁGUA COMO AGENTE EXTINTOR A BORDO, SEU 1.8.

EFEITO NA ESTABILIDADE, AS PRECAUÇÕES E OS PROCEDIMENTOS

CORRETIVOS.

Propriedade Extintora da Água

As propriedades extintoras da água são: resfriamento, abafamento, emulsificação

e diluição. Estas propriedades estão relacionadas direta ou indireta com a forma de

emprego da água. A extinção somente é obtida quando o efeito do agente alcança o

ponto onde a combustão ocorre. Por centenas de anos, o principal método de extinção

se limitava ao uso de jatos sólidos dirigidos à base do fogo e aplicados de uma distância

segura. Este mesmo método, com a utilização de jatos através de esguichos, continua

ainda hoje como o mais convencional de extinção de incêndio, entretanto,

moderadamente verificou-se a melhor eficiência da água na forma de neblina e adotou

esguichos combinados para os jatos compactos de neblina. Outros equipamentos têm

sido descobertos para aplicação da água em várias formas de neblina, chuveiro e

“spray”, os quais têm sido cada vez mais utilizados em aparelhos e instalações de

combate a incêndios.

Extinção por resfriamento

O fogo é extinto, normalmente, quando a superfície de material em combustão é

resfriada a fim de que sua temperatura caia abaixo do ponto de combustão. O

resfriamento superficial, em geral, não é eficiente na extinção de incêndios em gases e

em líquidos inflamáveis, com ponto de fulgor abaixo da temperatura da água aplicada,

portanto, não é recomendada para líquidos inflamáveis com ponto de fulgor abaixo de

38°C. A quantidade de água necessária à extinção dependerá da quantidade de calor a

ser absorvido.

Determinados materiais decompõem-se quimicamente com a elevação da

temperatura, nestes casos a água pode ser normalmente utilizada para resfriá-los

abaixo da sua temperatura de decomposição, a menos que o material que queime reaja

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quimicamente com a água. Em um número limitado de casos, a água acelera a

combustão, isto, às vezes, também é desejável para redução do tempo de queima

destes materiais.

Um método de prevenção da combustão bastante empregado é a utilização da

umidificação de materiais combustíveis em áreas ainda não atingidas pelo fogo.

A absorção da água pelos combustíveis retarda a ignição destes, pois a água

precisa ser evaporada antes que a temperatura de ignição destes combustíveis seja

alcançada.

Extinção por abafamento

A extinção realizada pela água por meio do abafamento é feita quando esta se

encontra vaporizada. Quando o vapor é gerado em quantidade suficiente, o ar pode ser

deslocado ou mesmo excluído da zona de combustão. Incêndios de classe B podem ser

extintos pela ação de abafamento, a qual é facilitada pelo confinamento do vapor gerado

na zona da combustão. O processo de absorção de calor só terminará quando o vapor

começar a condensar. Esta situação é evidenciada pela formação de nuvens de vapor de

água (fumaça branca).

Incêndio em materiais comuns, classe A, são extintos normalmente por

resfriamento da água e não por abafamento criado pela geração do vapor de água,

embora este tenha ação de supressão das chamas, mas não a de combater

completamente o fogo em profundidade destes materiais.

A água pode ser utilizada para abafar incêndios em líquidos inflamáveis que têm o

ponto de fulgor acima de 38°C (100°F), peso específico igual ou acima de 1,1 e não seja

solúvel em água.

Extinção por emulsificação

A emulsificação ocorre toda vez que líquidos imiscíveis são agitados juntos, e um

dos líquidos se dispersa através do outro em forma de pequenas gotículas. Pode-se

obter, pela aplicação da água, a extinção de incêndios em líquidos inflamáveis viscosos,

pois o efeito de resfriamento que será proporcionado na superfície de tais líquidos

impedirá a liberação dos vapores inflamáveis.

Normalmente na emulsificação, gotas de inflamáveis ficam envolvidas

individualmente por gotas de água, ficando, no caso dos óleos, com aspecto leitoso.

O efeito de emulsificação é obtido por meio de neblina de alta velocidade com

partículas pesadas, devendo os jatos compactos ser evitados nos líquidos inflamáveis

viscosos, pois podem provocar violenta efervescência com grande espumação

(superebulição).

Extinção por diluição

A diluição pode ser utilizada, em alguns casos, para a extinção de incêndios em

materiais solúveis em água. A porcentagem de diluição necessária à extinção varia de

acordo com o volume de água e o tempo necessário a extinção. Por exemplo, a diluição

técnica pode ser usada com sucesso em incêndio envolvendo álcool etílico ou metílico,

derramado e espalhado no solo, onde for possível estabelecer-se uma adequada mistura

de água e álcool, não inflamável.

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A adição de água para alcançar a diluição não deve ser considerada uma técnica a

ser utilizada em incêndio envolvendo tanques, pois existe o risco de transbordamento e

derramamento de material ainda inflamado, devido a grande quantidade de água

necessária para se obter a extinção por diluição. Existe ainda o risco da espumação, se a

mistura estiver aquecida acima do ponto de ebulição da água, que poderá causar

derramamento de material ainda inflamado. Estes fatores tornam este método, na

prática, bastante difícil e perigoso, sendo indicado somente após consulta a técnicos

especializados.

Emprego da Água como Agente Extintor

A água é o agente extintor

de uso mais comum, como já

dito anteriormente é muito

usada por ser encontrado em

abundância. Porém para a

utilização em combate a incêndio

necessita de alguns

equipamentos e cuidados

especiais na sua aplicação.

É importante lembrar que

a utilização da água a bordo das

embarcações requer alguns

cuidados quando lançada, devido

a alta pressão nas mangueiras

de incêndio, podendo causar

acidentes se for dirigida a curta

distância. Outro fator é que a

água além de ser condutora de eletricidade, tem a capacidade de diluir gases

combustíveis de um incêndio e alterar a estabilidade com a água embarcada no combate

a incêndio.

Devido a sua capacidade como condutor térmico, possui um alto efeito resfriador.

Outro efeito positivo é a formação de vapor durante a extinção que proporciona um

efeito sufocante sob o fogo. O resfriamento limita ou interrompe a descarga de gases do

combustível e com isso o processo do fogo irá finalmente cessar ao mesmo tempo.

Na extinção de um incêndio devem-se levar em consideração as diferença entre

líquidos solúveis e não solúveis. Com líquidos solúveis, a água irá se misturar com

líquido e, portanto, o resfriamento é possível. No caso de líquidos não solúveis, o

produto irá flutuar na água, possivelmente, criando um incêndio maior com uma

dispersão não desejada do líquido, e como resultado uma dispersão descontrolada do

fogo.

No caso de produtos com a temperatura de armazenagem menor do que 100°C

deve-se ter o cuidado com o uso da água, porque irá diretamente se transformar em

vapor. Quando o combate a incêndio ocorre em instalações de operação, a prioridade

principal será resfriar as estruturas em volta do fogo. Resfriando estas estruturas

podemos evitar que a radiação do calor enfraqueça a integridade da instalação. Isso

também evita que outros objetos peguem fogo e/ou causem explosão.

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Água no combate a incêndio em líquidos inflamáveis e combustíveis

derivados do petróleo

Os líquidos derivados do petróleo (óleos

pesados combustíveis, e outros) de alto ponto de

fulgor, não produzem vapores inflamáveis a menos que

sejam previamente aquecidos. Uma vez aquecidos e

incendiados, o calor do fogo proporcionará suficiente

vaporização para continuação da combustão. Com a

aplicação de água em forma de neblina na superfície

destes líquidos, o resfriamento provocará a queda da

vaporização e, se a aplicação for continuada, haverá

suficiente resfriamento para a extinção do fogo.

A água tem sua capacidade extintora limitada em líquidos inflamáveis derivados

do petróleo de baixo ponto de fulgor. A água aplicada na superfície de um destes

líquidos acondicionado em um tanque, incorrer em riscos, onde poderá existir a

ocorrência do “slip-over”, fenômeno que se caracteriza pela formação de uma espécie de

espuma e possível vaporização da água em contato com as camadas superiores do

líquido inflamado, podendo ainda ocorrer o “boil-over” (derramar, perda do controle),

devido ao acúmulo de água nas camadas mais

profundas do líquido, quando este estiver aquecido a

mais de 100°C, causando a vaporização instantânea da

água, a expansão violenta dos vapores formados

(aumento de 1700 vezes por litro) e uma saída em

forma de erupção, arrastando consigo o líquido em

combustão.

Em função do “boil-over”, nunca se deve utilizar

jato sólido nestes tipos de ocorrências e a água em

forma de neblina somente poderá ser usada na

superfície do líquido em combustão, no início do

incêndio onde as camadas inferiores ainda não foram

aquecidas. A água na forma nebulizada (pulverizada)

pode extinguir líquido inflamáveis, tendo como

princípio de extinção o resfriamento das chamas da

temperatura mínima de combustão.

Água em metais combustíveis classe D (Sódio, Potássio, Lítio,

Cálcio, Estrôncio e Titânio)

Quando se combate incêndio em metais combustíveis, deve-se evitar o uso de

água, pois a reação pode gerar riscos para o Brigadistas.

Não se deve usar a água nos metais citados, pois haverá uma reação química que

produzirá reignição e/ou uma explosão.

- Zircônio: Não se deve aplicar pequenas quantidades de água ou jatos

compactos em Zircônio incendiado, pois há risco de violentas reações, visto

que, quando pulverizado e umedecido, o zircônio queima mais

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violentamente. A imersão da parte incandescente em água é a melhor

opção.

- Magnésio: As características do magnésio são iguais às do zircônio, mas

também pode ser extinto com a água neblinada ou nebulizada

(pulverizada) sobre pequenas quantidades de magnésio. A aplicação da

água em incêndios de magnésio onde haja a presença de metal fundido

deve ser evitada, pois a formação de vapor de água e a possível reação do

metal com a água pode ser explosiva.

- Metais radioativos (plutônio, urânio e tório) - O combate a incêndio

em metais radioativos encontrados em condições naturais (sem

enriquecimento) é idêntico ao do zircônio, pois em pequenas quantidades

de água, eles também reagem. Porém, existe também o risco da

contaminação. Em combates a incêndios nestes materiais, deve-se evitar a

contaminação dos Brigadistas, através de EPI (roupas impermeáveis, luvas,

protetores de face, etc.), e do meio ambiente, com a deposição do material

incandescente em tambores com água usando-se pás de cabo longo.

Efeitos do Emprego da Água como Agente Extintor na Estabilidade da

Embarcação

Dizemos que a estabilidade de uma embarcação é a capacidade que ela tem de

resistir a causas perturbadoras de sua condição de equilíbrio e de voltar a sua condição

inicial. Entretanto, ainda podem ser apresentados outros fatores que comprometam a

estabilidade das embarcações. Imprudência na adição, remoção ou deslocamento de

pesos a bordo, alagamento, efeito de superfície livre e de água aberta, assim como

qualquer combinação entre as causas citadas.

A remoção de água deve iniciar tão logo quanto possível. O pessoal a ser

empregado nesta tarefa deve possuir conhecimento específico sobre o assunto, tendo

especial atenção quanto aos efeitos da água na estabilidade da embarcação. Em paralelo

ao combate a incêndio, pode ser iniciado o esgoto do local afetado, para a remoção do

líquido combustível derramado, porém a camada de espuma não deve ser removida.

Os alagamentos causados por danos provocados proveniente do combate a

incêndio a bordo, avaria nos sistemas de armazenamento e transferência de líquidos,

aberturas do casco por colisão, encalhe ou qualquer outra eventualidade que possibilite

o embarque de água na parte estanque do casco. O alagamento de grandes espaços,

tais como praça de máquinas, porão de carga, tank-deck das embarcações, e car-deck

dos navios do tipo roll-on roll-off, potencializam a perda da embarcação por dois

motivos:

Perda da reserva de flutuabilidade, causando uma diminuição da borda-livre

e consequente afundamento;

Decréscimo da estabilidade transversal, a ponto de provocar o

emborcamento.

Quando existir um alagamento provocado por qualquer das avarias descritas

anteriormente, todos os esforços deverão ser empregados no sentido de conter o

embarque de líquido, implementando limites para o alagamento, por meio de

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estabelecimento da condição de estanqueidade à água nas seções estanques do casco, a

fim de preservar a reserva de flutuabilidade. O embarque de água proveniente do

combate a incêndio a bordo das embarcações devem receber atenção especial do

operador de lastro. Os plenos conhecimentos da quantidade de água embarcada e do

destino da água empregada como agente extintor são fundamentais para a

compreensão do paradoxo estabilidade x reserva de flutuabilidade. Por normas e

características de construção naval, normalmente os grandes espaços possuem drenos

que atuam por gravidade, direcionando a água para os porões e duplo-fundos.

Precauções e Procedimentos Corretivos na Utilização da Água

Como se sabe a água é um excelente agente extintor para incêndios em sólidos,

porém certos cuidados devem ser tomados quando lançada. A água em contato com

altas temperaturas reage se evaporando. Com esse aumento cria-se um bolsão de vapor

d’água, deslocando-se no ar diminuindo a quantidade de oxigênio e resfriando o

material, daí sua principal propriedade extintora – resfriamento. Reduz a temperatura

para valores abaixo do ponto de fulgor, evitando a reignição do incêndio. Outro fator a

ser observado, é que quando lançada pode alterar a estabilidade e flutuabilidade da

embarcação. Sabemos que a água é também boa condutora de eletricidade podendo

levar o choque a quem guarnece as mangueiras e, além disso, tem uma capacidade

enorme de diluir os gases emanados na combustão como já dito anteriormente.

Para que se faça um ataque ao fogo utilizando a água devemos observa alguns

itens como:

Não direcioná-las em jatos em líquidos inflamados, para evitar o

turbilhonamento evitando assim que se espalhe;

Ter cuidados com equipamentos elétricos;

Evitar acidentes se for dirigida a curta distância em direção a brigada;

Alterar a estabilidade, etc.

Alguns itens de segurança já são conhecidos, porém cabe ressaltar que quando

lançarmos a água é importante nos lembrarmos:

Quando em combate ao fogo devemos fazer o esgoto;

De ter conhecimento dos sistemas de segurança da embarcação;

De observar e controlar as contenções evitando possíveis alagamentos, etc.

Condutividade elétrica da água

Desde o aparecimento da eletricidade, considera-se inadequado o uso da água

como agente extintor para incêndios de Classe C, devido a condutividade elétrica que a

água apresenta, tendo em vista as substâncias usadas em seu processo de potabilidade,

causando danos à segurança do operador.

Cuidados com a utilização da água

Todos os agentes extintores apresentam efeitos secundários sobre o material ou

sobre o pessoal, requerendo cuidados adicionais para sua seleção e emprego, de forma

que sejam evitados acidentes, ou que o material venha sofrer danos maiores do que

aqueles que já possa haver sofrido pela ação do fogo.

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A água, especialmente, a água salgada é boa condutora de eletricidade e não

deve, portanto, ser utilizada na extinção de incêndios classe “C”. No entanto, na total

ausência de agentes extintores adequados, ela poderá ser usada, sob a forma de neblina

de alta velocidade, devendo-se manter uma distância de pelo menos dois metros dos

equipamentos elétricos. Desta forma, são menores os riscos de choque elétrico para o

pessoal envolvido na faina.

COMUNICAÇÃO E COORDENAÇÃO DURANTE OPERAÇÕES DE 1.9.

COMBATE A INCÊNDIO

Desde 1948, com o esquema proposto pelo funcionalismo americano, (Harold

Lasswel e outros), a comunicação foi dividida em cinco elementos essenciais, como

posteriormente será exposto.

Processo de Comunicação

Com o passar do tempo outros estudiosos da

comunicação introduziram alterações nesse esquema,

como os conceitos de codificador, decodificador, etc.

Isso, entretanto, não invalida o que antes já havia sido

encontrado.

Quem (Emissor);

Diz o Quê? (Mensagem);

Em que canal? (Meio);

Para Quem? (Receptor);

Com que Efeito? (Feedback).

Emissor

Trata-se da pessoa que expressa algo a alguém. O emissor pode transmitir

melhor ou pior a mensagem, em razão de inúmeros fatores. A timidez, por exemplo,

pode ser um grande obstáculo para o emissor. Ele é o sujeito da mensagem, ainda que

esteja na condição de receptor, se de alguma forma a mensagem recebida o faz reagir.

Mensagem

É o conteúdo significativo transmitido pelo emissor. No mundo atual a mensagem

pode ser confundida com os próprios meios. É quando um meio passa a anunciar a si

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mesmo. Ficamos tão maravilhados com as possibilidades da internet, que tê-la, é mais

importante que saber usá-la.

Meio

Canal através do qual se veicula a mensagem. O próprio meio pode ser a

mensagem quando e como se diz torna-se mais importante do que o que é dito. A

modernidade técnica dos últimos anos impressionou tanto que acabou sendo vista como

um fim em si mesmo. Para muitos, os meios acabaram se tornando os fins. A

velocidade, por exemplo, passou a ser considerada como padrão para avaliar se algo é

moderno ou não. Ela passou a ser tão valorizada nos meios de comunicação como se

fosse a finalidade destes. Não se pergunta para onde se quer ir com tanta velocidade. O

importante é ser rápido. Criamos tudo como carros que são cada vez mais velozes para

se chegar à lugar nenhum.

Receptor

É o que recebe a mensagem vinda de um emissor. Para que haja boa

comunicação, é preciso que haja uma sintonia entre o emissor e o receptor. Sabe-se

hoje que o receptor nunca recebe a mensagem de forma passiva. A “interatividade”

passa a ser cada vez mais buscada. Transmissor e receptor.

Feedback

É a resposta ou reação do receptor diante da mensagem do emissor. Refere-se à

informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua mensagem, e que serve

para avaliar os resultados da transmissão.

Uma visão desse processo de comunicação implica na avaliação da mensagem

para oferecer indicadores para a tomada de decisão.

A Comunicação na Atividade do Brigadista

A supervisão eficaz deve estar apta a avaliar a situação e determinar o curso

correto desta. Muitas vezes o sucesso inteiro da operação será baseado na rapidez do

estabelecimento do comando e na comunicação efetiva durante o incidente. Mal

entendidos nesta fase de uma operação podem ser, e frequentemente são devastadores.

O Sistema de Comando em Emergências definirá a formação da cadeia de

autoridade que se forma e progride durante um incidente. Geograficamente esse

sistema é definido por meio do Posto de Comando, que é o local ou viatura para onde

devem convergir todas as informações relativas ao incidente.

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É de fundamental importância no que diz respeito ao andamento dos trabalhos, o

fornecimento de instruções e às condições encontradas durante uma operação de

combate a incêndio. Ela deve fluir em todos os níveis pela embarcação.

Os meios de comunicação internos mais usados são:

Sistema de intercomunicação;

Rádios transmissores / receptores portáteis;

Telefones;

Interfones;

Alto falantes (Boca de Ferro).

Algumas embarcações possuem um canal exclusivo para as situações de

emergência. O mais importante quando estiver no uso de sistema de comunicação,

qualquer que seja, é a clareza das informações transmitidas. A diferença entre o sucesso

e o fracasso de determinada operação poderá estar na qualidade das informações. Use a

comunicação com disciplina e fale somente o que deve ser dito. Se não entender a

mensagem, peça que seja repetida e sempre se assegure da confirmação.

A comunicação e a coordenação durante as operações de combate a incêndio são

feitas de duplo modo: as internas, na embarcação, e as externas, com representação do

armador, da Sociedade Classificadora e de autoridades estatais no caso de assistência

externa.

O GEPLAT/OIM deve permanecer em constante estado de alerta durante doa a

operação de combate a incêndio.

A comunicação interna com as estações de controle, local do incêndio e passadiço

devem obedecer às prescrições do Plano de Contingência.

Walkie-Talkies, sistema de telefonia interna e fonoclama são vitais no

desenvolvimento das comunicações internas, além de, eventualmente, ser também

necessária à ação de mensageiros.

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As comunicações externas devem ser documentadas segundo o Plano de

Contingência e incluir links com o Armador, com a Sociedade Classificadora e com

Autoridades dos Estados vizinhos.

Nos equipamentos de proteção respiratória se faz necessário o uso de

equipamentos que permitam a conversa mesmo que o brigadista esteja usando a

máscara respiratória.

Em meio à intensidade dos ruídos que certamente ocorrerão durante a atividade

de combate a incêndio, também seria um bom recurso a utilização de sinais para

facilitar a comunicação entre a brigada.

Obviamente é importante que os que trabalham com emergências possam operar

o equipamento disponível para eles. Devem entender a operação e todos os controles do

rádio e sejam capazes de selecionar diferentes canais.

O comando deve saber e usar os procedimentos. Se toda a equipe seguir os

procedimentos em atividades de rotina, usá-los em atividades de emergência será fácil.

Texto claro x códigos de rádio

Texto claro envolve a utilização de termos que

sejam de conhecimento do público alvo e frase do

português padrão. Historicamente, o uso de

linguagem codificada tornou-se uma necessidade

devido a baixa qualidade das transmissões. Uma série

de códigos simples foi desenvolvida para que pudesse

ser usada para transmitir mensagens que de outra

maneira usariam muitas palavras. Contudo, um

grande problema com os códigos é que jurisdições diferentes podem usar códigos

diferentes. Os embaraços que podem surgir são óbvios.

Os equipamentos de rádios modernos eliminaram a necessidade de códigos e em

muitas áreas o uso dos códigos é considerado arcaico. Muitas corporações opinam por

utilizar o texto claro que elimina os problemas relativos as codificações.

Transmitir informação essencial

O Chefe da Brigada juntamente com os Líderes devem monitorar suas equipes

para que usem o rádio de acordo com os procedimentos, mantendo as mensagens

curtas e diretas. Somente informação essencial deve ser transmitida e o formato

apropriado deve ser usado.

Ordens diretas

Uma ordem direta pode ser feita mais explicitamente adicionando informação

extra como quem deve fazer a tarefa e porque, como, quando e onde. O comando que

ordena deve decidir quão especifica será a ordem considerando a urgência da tarefa e as

capacidades dos indivíduos ou da unidade.

Os Cinco “C” da Comunicação

São os seguintes:

Concisão; breve, curto, preciso.

Clareza; nítido, transparente.

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Confiança; certeza, dar credito.

Controle; ter domínio.

Capacidade, qualidade, habilidade, aptidão.

PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE VENTILAÇÃO, INCLUINDO O 1.10.

EXTRATOR DE FUMAÇA, DE COMBUSTÍVEL E DOS SISTEMAS

ELÉTRICOS.

Ventilação

A ventilação é a remoção e dispersão sistemática de fumaça, gases e vapores

quentes de locais confinados, proporcionando a troca dos produtos da combustão por ar

fresco, facilitando, assim, a ação da brigada no ambiente sinistrado. Neste Manual,

chamaremos de produto da combustão a fumaça, os gases e os vapores quentes. São

tipos de ventilação: ventilação natural, ventilação forçada, ventilação horizontal e

ventilação vertical.

Ventilação Natural

É o emprego do fluxo normal do ar com o fim

de ventilar o ambiente, sendo também empregado o

princípio da convecção com o objetivo de ventilar.

Como exemplo, cita-se a abertura de portas,

janelas, anteparas, bem como a abertura de

claraboias e tetos.

Na ventilação natural, apenas se retiram as

obstruções que não permitem o fluxo normal dos

produtos da combustão.

Ventilação Forçada

É utilizada para retirar produtos da combustão de ambientes em que não é

possível estabelecer o fluxo natural de ar. Neste caso, força-se a renovação do ar

através da utilização de equipamentos e outros métodos.

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Ventilação Horizontal

É aquela em que os produtos da combustão caminham horizontalmente pelo

ambiente. Este tipo de ventilação se processa pelo deslocamento dos produtos da

combustão através de corredores, janelas, portas e aberturas em anteparas no mesmo

plano.

Ventilação Vertical

É aquela em que os produtos da combustão caminham verticalmente pelo

ambiente, através de aberturas verticais existentes (poços de elevadores, caixas de

escadas), ou aberturas feitas pelo brigadista (abertura de escotilhão).

Para a ventilação, o brigadista deve aproveitar as aberturas existentes na

embarcação, como as portas, escotilhas, agulheiros e escotilhões, só efetuando

aberturas em anteparas e tetos se inexistirem aberturas ou se as existentes não

puderem ser usadas, para a ventilação natural ou forçada. Efetuar entrada forçada em

anteparas e tetos, quando já existem aberturas no ambiente, acarreta prejuízos a

embarcação, além de significar perda de tempo.

Vantagens da Ventilação

Os grandes objetivos de uma Brigada de Incêndio são: atingir o local sinistrado no

menor tempo possível; resgatar vítimas presas; localizar focos de incêndio; aplicar os

agentes extintores adequados, minimizando os danos causados pelo fogo, pela água e

pelos produtos da combustão.

Durante o combate, a ventilação é um auxílio imprescindível na execução destes

objetivos. Quando, para auxiliar no controle de incêndio, é feita ventilação adequada,

uma série de vantagens são obtidas, tais como: visualização do foco, retirada do calor e

retirada dos produtos tóxicos da combustão.

Visualização do foco - A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da

combustão que impedem a visualização.

Tendo uma boa visualização o brigadista:

Entra no ambiente em segurança;

Localizar vítimas; e

Extingue o fogo com maior rapidez, sem causar danos pelo excesso

de água aplicada no local.

Procedimentos para os Sistemas de Ventilação

Entende-se como sistema de ventilação o conjunto de ventilações e extrações da

embarcação. Quando for ser tratado apenas de ventilações ou extrações, será assim

especificado.

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Existem dois procedimentos básicos:

Realizar a parada imediata

de todos os sistemas de

ventilação e ar condicionado

através do “CRASH STOP”

em toda a embarcação;

Realizar a parada desses

sistemas nos controladores

na área do sinistro e em

toda a embarcação, estando

a critério do líder o momento

dessa parada.

Independente do critério e das possibilidades de cada embarcação, com a

evolução da atividade todos os sistemas de ventilação dentro dos limites primários

devem ser parados, assim como todas as válvulas dos dutos de ventilações e extrações

que possam alimentar com ar fresco a área do incêndio ou conduzir a fumaça para

outros pontos da embarcação devem ser fechadas.

O ideal é que todos os sistemas de ventilações de bordo sejam parados nos

primeiros instantes em que se detecta fumaça. Com a redução do movimento de ar pela

embarcação, pode-se descobrir mais facilmente a exata ou provável localização da

origem da mesma. Além disso, diminui-se o fluxo de ar fresco para a área sinistrada

enquanto ainda não tenham sido fechados os respectivos flapes.

Exercícios realizados com simulação de fumaça mostram a dificuldade de

conhecer a origem do incêndio após o espalhamento da mesma. Incidentes ocorridos

mostraram a dificuldade de uma apreciação exata da situação, devido à fumaça que

prejudicou a adoção de medidas eficazes de combate a incêndio e dificultou a utilização

de equipamentos e pessoal. A realização de exercícios com geradores de fumaça

permitem aos Comtes, GEPLAT/OIM e ao pessoal envolvido conhecer o espalhamento da

fumaça em sua embarcação, possibilitando um planejamento das ações de controle e

limitação da fumaça por área da embarcação.

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Se a embarcação dispuser de sistemas de “CRASH STOP” de sistemas de

ventilação e ar condicionado, o mesmo deve ser usado.

Nas embarcações que não dispõem de “CRASH STOP”, a parada obrigatória

desses sistemas não pode ser imediata, logo, a decisão de se realizar a parada das

ventilações e extrações na área do sinistro pode ser feita a critério do líder.

Nessas embarcações, o sistema de ventilação pode ser deixado operando quando

do primeiro ataque ao fogo.

Os sistemas de ventilação devem ser parados, em qualquer situação, quando a

equipe com máscaras chegar ao local ou quando o espaço for abandonado. Deve-se

considerar ainda que, desde que um simples sistema de ventilação a bordo das

embarcações frequentemente serve a vários compartimentos, o uso descontrolado ou

prematuro da ventilação poderá resultar na propagação do fogo e fumaça além dos

limites estabelecidos.

No caso de incêndio em Praça de Máquinas, uma extração permanece em

funcionamento nos primeiros minutos, enquanto brigadistas com máscaras autônomas

não se apresentarem para o ataque ao incêndio. Nesse caso (e sempre que forem

deixados os sistemas de ventilação para garantir maior tempo de permanência no local),

as descargas da extração devem ser verificadas. Elas podem estar localizadas em pontos

de difícil acesso e devem ser de conhecimento do pessoal do combate a incêndio. Esses

locais são possíveis focos de incêndio, se o incêndio ganhar grandes proporções nos

primeiros momentos, antes da parada dos motores e fechamento de flapes. No caso das

descargas de Praças de Máquinas se localizarem em dutos de descarga, os mesmos

devem ser investigados quanto a focos secundários de incêndio.

Restabelecimento das ventilações

Após a realização da parada das ventilações, extrações e ar condicionado, o

Comte, GEPLAT/OIM deve, com o apoio dos eletricistas ou do coordenador/supervisor

eletricista, restabelecer, rápida e criteriosamente, esses sistemas que servem áreas fora

dos limites de fumaça, levando sempre em consideração as suas prioridades e as

prioridades do Comando. A manutenção da área compreendida entre os limites de

fumaça primário e secundário sem fumaça também merece grande prioridade, como já

citado anteriormente. A sequência ideal á a seguinte:

Restabelecer a ventilação para os sistemas essenciais à manutenção

das prioridades do comando e à vida da embarcação;

Restabelecer a ventilação para áreas não atingidas pelo fogo ou

fumaça;

Conter a fumaça nos limites estabelecidos;

Remover a fumaça entre os limites secundário e primário;

Remover a fumaça após extinção do incêndio.

Problemas de ventilação inadequada

A ventilação inadequada gera problemas, como:

Grande volume de fumaça com elevação da temperatura,

proporcionando propagação mais rápida do incêndio;

Dificuldade no controle da situação;

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Problemas na execução das operações de salvamento e combate a

incêndio;

Aumento dos riscos de explosão, em virtude do maior volume de

fumaça e alta temperatura;

Danos produzidos pela ação do calor, da fumaça e do emprego de

água.

Técnicas de ventilação

A decisão de ventilar e a escolha do tipo de ventilação a ser feita no local do

sinistro competem ao Líder da Operação, cabendo ao pessoal a execução correta. Deve-

se, sempre que possível, utilizar o fluxo natural de ar, ou seja, deve-se observar o

princípio da convecção e a direção do vento.

Ventilação forçada

Em alguns locais, o brigadista não encontra condições de realizar a ventilação

natural (porque não há fluxo de ar, este é insuficiente para ventilar o ambiente ou

existem obstruções difíceis de remover, como tetos, etc.). Nesses ambientes, há

necessidade da execução de ventilação forçada, que deve ser realiza através de

exaustores ou jatos d’água.

Extrator de Fumaça (Exaustores Elétricos)

O exaustor é apropriado para locais onde há somente uma abertura. Deve ser

usado da seguinte maneira:

Colocar na posição mais alta

possível e em uma abertura do

lado de fora do incêndio;

Quando elétrico conectá-lo ao

plug longe de atmosferas

inflamáveis ou explosivas;

Ter o cuidado para que pessoas

não se machuquem com o

equipamento, por exemplo,

enroscando a roupa do corpo nas pás do exaustor ou tropeçando no fio

elétrico;

Não transportar o exaustor enquanto estiver ligado.

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Cuidados:

As ações de ventilação têm várias vantagens, porém, se não forem executadas

com cuidado, poderão causar maiores prejuízos. Ao se executar operações de ventilação

em um local sinistrado, o brigadista deve tomar os seguintes cuidados:

Sempre que possível, utilizar a ventilação natural (abertura de

portas, janelas, vigias, claraboias, escotilhões, etc.);

Estar equipado com aparelho de respiração autônoma, capa,

capacete e botas;

Realizar uma abertura grande em lugar de várias pequenas;

Verificar se a construção suporta o peso dos equipamentos e dos

brigadistas;

Analisar onde serão as aberturas, evitando que o fluxo dos produtos

da combustão atinjam outras compartimentações;

Providenciar que os brigadistas que faz a ventilação esteja bem

coordenada com a equipe de extinção de incêndio.

Retirada do Calor

A ventilação adequada retira os produtos da combustão que são os responsáveis

pela propagação do calor (através da convecção), eliminando com isto grande

quantidade de calor do ambiente.

Com a retirada do calor, o brigadista:

Tem maior possibilidade de entrar no ambiente;

Diminui a propagação do incêndio;

Evita o “backdraft” e o “flashover”;

Evita maior dano à embarcação;

Evita maiores riscos a possíveis vítimas.

Retirada dos Produtos Tóxicos da Combustão

A ventilação adequada retira do ambiente os produtos tóxicos da combustão que

são os responsáveis pela maioria das mortes em incêndio.

Com a retirada dos produtos tóxicos, o brigadista:

Tem maior possibilidade de encontrar vítimas com vida;

Elimina os estragos provocados pela fuligem;

Reduzem os riscos de novos incêndios;

Facilita a visibilidade o acesso da brigada.

Controle da Fumaça

O controle de fumaça compreende no estabelecimento de procedimentos para os

sistemas de ventilação da embarcação, associado ao estabelecimento dos limites de

fumaça (primários AV e AR, e secundários AV e AR).

É recomendável que as embarcações possuam planos de Controle de Fumaça por

área afetada, indicando os limites de fumaça, as rotas para remoção da fumaça e os

sistemas e equipamentos a serem utilizados.

A experiência de incêndios ocorridos mostra que geralmente a fumaça causa

muito mais baixas de pessoal que o fogo, além disso, impossibilita o ataque a incêndio

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ou mesmo a aproximação à área de acesso, dificulta ou impossibilita o trânsito a bordo

para obter material de combate a incêndio, sendo, portanto, de grande importância o

doutrinamento de todo o pessoal para o estabelecimento e manutenção dos limites de

fumaça.

Limites de Fumaça

Os limites de fumaça são estabelecidos ao mesmo tempo, que os limites do

incêndio. O estabelecimento desses limites compreende o fechamento de acessórios

estanques ou não e o isolamento de dutos dos sistemas de ventilação da área afetada

através do fechamento das válvulas, tampas, dampers e flapes existentes nos mesmos.

Os limites primários de fumaça ideais são as anteparas estanques a gases que

envolvem a área de acesso ao compartimento afetado e ao incêndio. Portas comuns,

cortinas de fumaça ou qualquer obstáculo que efetivamente evite o espalhamento da

fumaça além dos mesmos podem ser definidos como limites de fumaça, porém a sua

menor eficácia deve ser levada em conta durante toda a faina.

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O estabelecimento de limites de fumaça para o espaço afetado visa reduzir o fluxo

de ar fresco para o local do incêndio, reduzir o espalhamento da fumaça, confinar de

imediato a mesma para definir a área do sinistro, permitir o acesso do pessoal ao

incêndio e permitir estabelecer o local de organização das equipes de combate a

incêndio.

Esses limites também são importantes para permitir a realização das contenções

em áreas livres de fumaça, dispensando o uso de mais máscaras.

O uso rápido e efetivo das cortinas/cobertores como limitadores de fumaça

dificulta sua propagação para além dos compartimentos afetados.

Os limites secundários de fumaça deverão ser estabelecidos em torno dos limites

primários, para monitorar o espalhamento da fumaça e permitir uma área limpa para o

pessoal sem máscara. Nesses limites (secundários), a fumaça pode ser retirada

constantemente, ou mantida uma pressão ligeiramente positiva a fim de evitar que seja

tomado por fumaça.

Esses limites devem ser estabelecidos no primeiro minuto do combate.

Para incêndios classe “B” em Praças de Máquinas, essa zona que compreende os

limites primários e secundários recebe o nome de zona de abafamento. Essa zona de

abafamento tem como objetivo ser criada uma atmosfera parada, sem fluxo de ar, para

evitar a adição de ar fresco nesses limites e ao incêndio, devido à presença de gases

quentes provenientes da queima incompleta de combustíveis. O contato desses gases

quentes com o ar fresco pode formar uma mistura explosiva, por “fecharem” o triângulo

do fogo.

É fundamental a manutenção rigorosa desses limites devido ao risco envolvido. É

recomendável que seja postado um vigia em cada acessório que dê acesso ao limite

primário, a fim de garantir a manutenção do mesmo.

A colocação de vigias é geralmente necessária dependendo do nível de

treinamento do pessoal, pois uma falha na manutenção desses limites pode até eliminar

as chances de sobrevivência da embarcação. Somente o pessoal equipado com máscara

de combate a incêndio poderá entrar nos limites primários. As máscaras só devem ser

utilizadas quando houver fumaça ou quando ordenado pelo Líder da Brigada.

O Comte, GEPLAT/OIM decidirá, com assessoria do Chefe da Brigada, através da

informação de onde há a presença de fumaça, onde estabelecer os limites, informando

essa decisão ao Líder da Brigada.

O Comte, GEPLAT/OIM deve analisar a decisão do Chefe da Brigada e alterar os

limites se necessário, informando ao mesmo. A intenção é sempre diminuir esses

limites, levando em consideração, por exemplo, que os compressores de ar para a

recarga das ampolas não podem aspirar de dentro de uma área com fumaça. Após isso,

os limites devem ser divulgados pelo fonoclama ou rádio transceptores.

O Comte, GEPLAT/OIM e o Chefe da Brigada controla os limites no Plano de

Emergência e determinam o estabelecimento dos limites secundários, através de contato

com os outros brigadistas, se necessário.

Cortinas de Fumaça

As cortinas ou cobertores de fumaça são compostos, por exemplo, por duas peças

de lona ou plástico reforçado que se trespassam fechadas com a utilização de duas

faixas de velcro, que garantem melhor vedação. São fixadas às golas de passagem das

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portas ou escotilhas quando necessário, através de grampos, ou permanecem instaladas

nas principais passagens da embarcação, corredores longos etc.

Podem ser utilizados cortinas ou cobertores de fumaça nos acessórios que devam

ser frequentemente abertos para permitir a passagem de pessoal e material para o

combate a incêndio ou em acessórios avariados funcionando como um limite de fumaça,

porém devem ser mantidas bem fechadas, com um brigadista postado como vigia.

Na falta da disponibilidade de cortinas apropriadas, outro material semelhante

pode ser utilizado, sendo selecionado o primeiro e o mais resistentes ao fogo, como

lonas, cobertores resistentes ao fogo etc. Se necessário, esse material deve ser mantido

molhado. A utilização de grampos tipo “C” permite sua fixação nas golas de passagens

ou de escotilhas. Ressalta-se a observação quanto à menor eficácia das cortinas como

limite de fumaça.

Remoção da Fumaça

Após o incêndio estar extinto, gases combustíveis podem estar presentes. Para

todas as classes de incêndio, o Monóxido de Carbono (CO) será o gás predominante.

Apesar de inflamável, quantidades grandes de CO devem ser produzidas para se atingir

a concentração explosiva (de 12,5% a 74%). Grande concentração de CO que ainda não

entrou em combustão está associada a incêndios em locais confinados que queimaram

por longos períodos.

Em incêndios classe “A” ou “C”, a remoção de fumaça pode ter início assim que o

fogo for extinto, ou seja, assim que não for mais observada chama viva, facilitando a

faina de remoção de escombros. Nesse caso, o sistema de ventilação instalado na

embarcação pode ser utilizado, após verificação de sua integridade elétrica. Não existem

registros de incidentes ocorridos na remoção de fumaça de incêndios dessas classes

devido à utilização desses sistemas de ventilação.

Em incêndios classe “A”, o material em brasa pode vir a entrar em ignição

novamente quando ventilado, portanto é fundamental ter a garantia de que a turma de

prevenção está estabelecida, que conhece sua função e que o local está resfriado para

se iniciar essa tarefa.

Em incêndios classe “B”, a tarefa de remoção da fumaça deve iniciar tão logo os

gases e o compartimento tenham sido resfriado o suficiente para não haver perigo de

reignição e após a constatação de que não há mais risco de incêndio.

O método mais seguro e recomendável de remoção de fumaça em qualquer classe

de incêndio e em qualquer embarcação é a utilização de sistema de ventilação potentes,

como das Praças de Máquinas e cozinha. Tarefas de remoção de fumaça de Praças de

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Máquinas podem ser feitas usando ventilação positiva de praças de máquinas

adjacentes, criando uma sobre pressão na mesma, na área de acesso e na praça

sinistrada; esse canal de vento expulsa a fumaça pelos dutos de extração e ventilação

da praça afetada (cujas tampas e flaps já devem estar abertos).

As tarefas de remoção de fumaça em geral podem ser feitas, usando sobre

pressão em um deck, oriundo de ventilações de praças de máquinas, expulsando a

fumaça por um acessório aberto para a atmosfera.

Para incêndios classe “A” ou “C”, pode-se, invertendo a manobra, usar a extração

de uma Praça de Máquinas para criar uma depressão em determinado convés, usando

uma abertura para a atmosfera, uma ventilação funcionando, e arrastar para essa Praça

esses gases. Isso não deve ser feito após um incêndio classe “B”, pois pode arrastar os

gases explosivos para uma praça ainda guarnecida e com equipamentos funcionando,

com a presença de pontos quentes.

As tarefas devem trocar pelo menos 95% do ar contaminado. Isso vai ser obtido

após a realização de quatro trocas desse ar contaminado por ar fresco, o que pode ser

conseguido após, aproximadamente cerca de 15 minutos de ventilação forçada, usando

ventilação positiva.

Os planos dos sistemas de ventilação da embarcação devem ser consultados para

o planejamento dessas fainas e o cálculo de tempo necessário para a mesma.

As tarefas de remoção de fumaça (e de remoção ativa de fumaça) devem levar

em conta os seguintes aspectos:

O primeiro objetivo deve ser sempre a extinção do fogo;

Quando um incêndio classe “B” tiver sido extinto, gases combustíveis

podem estar presentes. A centelha produzida por interruptores,

disjuntores e controladores pode facilmente inflamar esses gases;

Disjuntores que tiverem desarmado ou que foram desarmados

devem ser mantidos nessa posição até que o sistema em que atuam

possa ser verificado;

Os sistemas de ventilação deverão ser inteiramente inspecionados

para averiguação de sua integridade mecânica e elétrica, e para

certificar-se de que estão livres de fogo ou material fundido, antes de

serem reutilizados;

A remoção de fumaça deve ser efetuada com grande precaução

devido à possibilidade da presença de gases explosivos;

No caso da embarcação haver sofrido avarias por impacto acima da

linha d’água, tais aberturas podem ser utilizadas para a remoção da

fumaça;

Os métodos de remoção de fumaça devem ser escolhidos levando

em consideração que é importante manter o controle da fumaça, ou

seja, conhecer para onde a mesma estará indo e os riscos impostos;

Quando aplicável o aproamento do navio/unidade deve ser alterado

para melhorar o vento relativo a fim de favorecer a faina;

Ninguém deverá adentrar os limites da fumaça sem proteção

respiratória, até que a área tenha sido liberada após teste de

atmosfera.

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A fumaça ao ser removida pode ser direcionada para uma área com pessoal sem

proteção respiratória, onde os gases tóxicos podem prejudicar esse pessoal, ou ainda

onde existam pontos quentes, onde os gases explosivos possam vir a entrar em

combustão.

Remoção Ativa da Fumaça

Entende-se por remoção ativa aquela realizada durante o incêndio, fora dos

limites primários de fumaça. Requer, no entanto, extremo cuidado pois uma rota errada

pode levar ar fresco para a área do incêndio, aumentando a intensidade do fogo.

Os seguintes itens são pertinentes:

Pode ser realizada sem problemas em incêndios classe “A” ou “C”;

Em incêndios classe “B”, a remoção ativa na zona de abafamento só

pode ser realizada se a temperatura estiver baixa e com atenção

especial, pois é provável a presença de gases combustíveis que em

contato com o ar fresco podem vir a explodir ou entrar em

combustão;

Essa atividade visa deixar livre, as áreas de contenção, as áreas de

concentração do pessoal e as demais áreas vitais da embarcação;

Pode ser feita através da utilização criteriosa dos sistemas de

ventilações da embarcação;

Podem ser utilizadas ventilação natural ou forçada, após o

estabelecimento das rotas a serem utilizadas.

Controle de Combustível e Sistemas Elétricos

Incêndio nas praças de máquinas

Dispositivos fixos de interrupção do fornecimento de combustível são essenciais

para a eficiência do combate a incêndio nas Praças de Máquinas.

A interrupção instantânea de combustível para acionamento do motor principal e

dos auxiliares deve ser possível pela existência de dispositivos de acionamento remoto,

de fora da Praça de Máquinas.

As bombas de transferência de combustível e os separadores necessitam de ter

dispositivos de paralisação imediata durante incêndios na Praça de Máquinas.

Sistemas elétricos também precisam ter desligamento remoto e instantâneo,

tanto para Praça de Máquinas como para acomodações, casa de bombas e espaços para

carga.

Flashover e Backdraft: Conceitos Básicos

Flashover e Backdraft têm sido confundidos há anos. Parte da razão para a

confusão é que eles produzem um resultado semelhante, “um grande incêndio” que

envolve todo o compartimento ou área. São, entretanto, muito diferentes em como e

porque ocorrem.

Não há nenhuma fração do tempo para o flashover, e um backdraft pode ocorrer

em quase todo espaço fechado, de acordo com as condições adequadas.

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Flashover

Flashover por definição é "a participação repentina de uma área ou

compartimento em chamas do piso ao teto causado pelo feedback de radiação térmica”.

O feedback de radiação térmica é a energia do fogo que irradia em volta do

espaço (volume e conteúdo) do compartimento, das paredes, do piso, e do teto.

Esta radiação de energia para o espaço (volume e conteúdo) do compartimento

elevará todo o volume do compartimento para sua temperatura de autoignição. Quando

o volume do compartimento inflama-se repentinamente e simultaneamente, isto é o

flashover.

Isto significa simplesmente que o flashover é um evento conduzido pela

temperatura. Requer que a energia do fogo irradiado em volta do espaço (volume e

conteúdo) produza elevação rápida na temperatura e ignição simultânea.

O flashover indica que o fogo cresceu para o estágio completamente desenvolvido

(Observe a figura abaixo).

Outro conceito importante para compreender é a física do flashover. Diversos

fatores afetarão se ou não um compartimento sofrerá um flashover. O tamanho do

compartimento, o conteúdo (combustibilidade dos materiais), o fornecimento de ar, e a

isolação do compartimento, tudo combina para determinar o potencial do flashover de

um compartimento.

Estes fatores não são conhecidos pelos brigadistas que avançam em um incêndio.

Os sinais de advertência, logo, devem ser compreendidos para fornecer segurança aos

membros.

Os sinais de advertência do flashover incluem o calor elevado; isto é do efeito

combinado do fogo e do o calor irradiado do compartimento. Este calor será intenso.

Para que o flashover ocorra, todo o acumulo de calor do conteúdo do compartimento

deve ser elevado para atingir a temperatura de auto-ignição, incluindo os brigadistas na

área.

Qualquer ascensão repentina na temperatura que pode ser sentida através do

vestuário deve ser considerada um sinal que o flashover é iminente.

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O rollover (gases quentes) é o fogo que movimenta entre a fumaça negra da área

de fogo. Pode-se também ver como "dança de fogo" que se precipita fora da fumaça. O

rollover é um sinal adiantado que as condições do flashover estão desenvolvendo-se. A

fumaça negra é um sinal do flashover. Isto pode parecer irrelevante, mas a

consideração aqui é sobre uma fumaça tão negra, como um carvão, que nenhuma outra

cor não pode ser vista, como o tipo que você veria se os pneus se estivessem

queimando. Este tipo de fumaça contém tanto combustível não queimado que pode ser

chamado "fogo preto." Este "fogo preto" necessita somente de uma mistura correta de

ar para inflamar-se. Esta fumaça negra também terá uma quantidade tremenda de

energia e movimentará violentamente para fora da área de fogo e introduzirá o calor nos

espaços vazios e ocultos.

Flashovers podem ser impedidos de duas maneiras: Ventilação apropriada é o

resfriamento da área do fogo. Detalharemos ambas a seguir:

Ventilação apropriada pode

impedir um flashover, pois,

permite que o ar

superaquecido e os gases

da combustão escapem do

compartimento ou da área.

Isto pode ser feito por

ventilação horizontal ou

vertical. Reduzindo a

camada aquecida do teto

reduz o feedback de

radiação térmica e a

possibilidade de flashover.

É importante notar que expelir os gases quentes não deve expor os

brigadistas a incidentes ou espalhar o calor e a fumaça em áreas não

envolvidas da planta. Isto poderia aumentar o problema do incêndio

se aqueles gases forem inflamar-se;

A segunda maneira de reduzir a possibilidade de flashover é resfriar

a área do fogo com neblina dirigida para o teto evitando que os

gases quentes atinjam o ponto de auto-ignição.

Escapar do flashover é quase impossível. Reconhecendo os sinais de advertência e

sabendo como impedi-lo, você fará muito mais para assegurar sua segurança. Mas,

conhecendo os sinais de advertência você deve ser capaz de reagir.

Um flashover pode ocorrer em 10 segundos e isto permitirá ao brigadista procurar

uma saída numa distancia média de quase 1,5 m. Se o funcionamento de uma linha de

mangueira não é uma opção, então, mover-se para outra área e fechar a porta se

possível. Isto providenciará alguma proteção. Um brigadista completamente protegido

tem melhor possibilidade de sobrevivência em um flashover. Mesmo um brigadista

totalmente encapsulado é um risco.

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A pele humana queima a 50o C. Sem um aparelho de ar, ele respiraria ar quente

de 150o C queimando sua garganta. Isto causaria sua morte por asfixia. Durante um

flashover, as temperaturas são medidas em milhares de graus, bem acima dos limites

de proteção do vestuário (EPI).

Backdraft

O backdraft é uma explosão de fumaça que pode ocorrer quando ar adicional é

introduzido em um incêndio em combustão incompleta, com gases aquecidos, com seus

respectivos limites de inflamabilidade e inflama-se com força de explosão.

Um backdraft é um “evento de ar conduzido” ao contrário de um flashover, que é

conduzido pela temperatura. O fato que a maioria dos incêndios é regulado pelo ar e não

pelo combustível, torna-se a compreensão dos backdrafts tão importante.

Um incêndio começou e cresceu, pode ou não pode ter feedback de radiação

térmica para provocar o flashover, mas consumiu o conteúdo do compartimento e agora

"está queimando-se" usando todo o oxigênio disponível no local. O nível normal do

oxigênio no ar é aproximadamente de 21%. Abaixo de 16%, a chama visível é reduzida.

O conteúdo do compartimento está em sua temperatura de ignição e irromperá

em chamas quando o oxigênio é introduzido, e os gases aquecidos inflamar-se-ão com

força explosiva. Este é um backdraft.

A força explosiva em que o backdraft ocorre é um resultado da quantidade de gás

superaquecido no espaço e na quantidade de oxigênio introduzido. A força explosiva

pode quebrar janelas, derrubar paredes, e provocar vítimas entre os brigadistas.

O backdraft pode ocorrer a qualquer momento durante o estágio de declínio do

desenvolvimento do incêndio e antes que os gases esfriem abaixo de sua temperatura

de ignição. Se o compartimento permitiu que os gases resfriassem antes que todo o

oxigênio fosse introduzido, nenhum backdraft ocorreria, mas o compartimento seria

consumido pelo fogo.

Todos os brigadista devem saber os sinais de advertência do backdraft.

Frequentemente, as primeiras unidades de brigadistas (aqueles que iniciam o ataque)

não reconhecem à fumaça densa e pesada ou a fumaça parece ser "uma golfada de

fumaça" ou sendo retirada do compartimento; alguém distante da cena reconhece

geralmente estes sinais indicadores.

Backdraft e flashover são igualmente dinâmicos e mortais. Reconhecer os sinais e

poder permanecer calmo são os requisitos que você terá para sua sobrevivência. Isto

sem dizer, que você deve estar com equipamento de proteção completo.

Backdraft não acontece sempre. Lembra-se que backdraft era também conhecido

como "explosão de fumaça." Este termo veio de pequenos eventos que ocorreram

quando os bombeiros abriam as portas para verificar a extensão do incêndio.

Um incêndio no piso inferior de uma edificação residencial pode estender o calor e

a fumaça por toda edificação. Esta fumaça ficaria a princípio confinada no sótão, o

espaço entre telhado e o forro. Os bombeiros despachados para verificar a extensão do

fogo removeriam parte da cobertura e permitiria a entrada de oxigênio no sótão e os

gases quentes misturariam com o ar e transformaria num backdraft. Como isto ocorreu?

A única maneira proteger os brigadista é treinar na compreensão do

comportamento do fogo. Devemos ser capazes de reconhecer os sinais que o fogo

fornece. Necessitamos aprender, pois assim poderemos sobreviver.

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PRECAUÇÕES CONTRA O FOGO E OS PERIGOS ASSOCIADOS COM A 1.11.

ESTIVAGEM E O MANUSEIO DE CERTOS MATERIAIS, COMO TINTAS,

SOLVENTES, VERNIZES, ETC

As atividades nos porões das embarcações são as denominadas por estivagem,

isto é a colocação da mercadoria no interior do porão ou desestivagem a sua retirada. A

fixação da carga ou peação é uma atividade de estiva. Podem ocorrer ainda serviços de

conserto de cargas, em caso de avaria da embalagem e a conferência de carga.

Processo de Estivagem das Cargas

As cargas são separadas por lotes, de forma

que possam ser desembarcadas facilmente nos

portos de destino, seguindo um plano preparado

pelo imediato da embarcação.

No entanto, caso o plano não atenda aos

requisitos de segurança, caberá aos operadores

portuários discuti-lo com o Comte./GEPLAT/OIM da

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embarcação para que se possa realizar o serviço com segurança.

As cargas devem ser estivadas de forma a acompanhar ao máximo os contornos

internos dos porões e serem dispostas umas sobre as outras com cuidado, a fim de

evitar avarias. A arrumação deve atender os seguintes requisitos:

Facilidade de acesso ao porão e à carga;

Facilitar a descarga da mercadoria;

Assegurar a segurança do pessoal responsável pela estivagem;

Separação ou segregação que evite incompatibilidades de qualquer

natureza;

Seguir as recomendações técnicas básicas do acondicionamento;

Assegurar a peação adequada da carga.

Armazenamento

Alguns materiais como os compostos químicos

requerem armazenamentos separados e proteção

contra incêndio. Muitos líquidos inflamáveis ou

perigosos podem ser guardados em recipientes

metálicos que não se rompem sob condições de

incêndio (ver FISPQ; ABNT).

Sempre que possível, os materiais inflamáveis

devem ser colocados em lugares fora do recinto não

apropriado, devendo manter apenas a quantidade

mínima indispensável ao trabalho.

Em casos de armazenamento de compostos químicos deve-se proporcionar

ventilação adequada e sistemas de extinção de incêndios apropriados aos compostos

armazenados.

Avarias

A consequência de uma má estivagem é avaria. Entretanto, a avaria poderá ser

decorrente de outro fator que não seja a estivagem, como um mau tempo, por exemplo.

Portanto, pode-se definir como sendo toda e qualquer despesa extraordinária ou dano à

carga à embarcação ou a ambos, causada por fatores ligados à estivagem ou não.

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Origem da avaria

Podemos classificar a avaria conforme a causa, se esta se relaciona com a

própria carga ou sua estivagem ou ainda fatores externos. Logo, a avaria pode ser:

Avaria Endógena:

Ocorre quando a causa da avaria está na própria carga ou na sua estivagem. Como

exemplo clássico de avaria endógena, podemos citar a má estivagem de uma

determinada mercadoria, que poderá ocasionar a avaria na própria carga e na

embarcação.

Avaria Exógena:

Ocorre quando a causa da avaria está ligada a fatores externos à natureza da própria

carga e sua estivagem. Um exemplo típico de avaria exógena é aquele em que a

embarcação e a carga sofrem avarias decorrentes de um mau tempo. Observe a figura

acima e veja que, se dissermos que a avaria da figura foi decorrente de uma má peação,

essa avaria será classificada como endógena. Entretanto, caso seja constatado que a

causa foi o mau tempo enfrentado pela embarcação, fazendo com que a carga corresse,

a avaria seria classificada como exógena. Percebeu a diferença?

Classificação da avaria

Alguns autores ainda costumam classificar avarias como despesa ou dano. Ocorre

quando há uma despesa extraordinária com a embarcação ou com a carga, e que não

estava prevista nos custos operacionais, ou seja, a avaria-despesa é decorrente de um

aumento extraordinário dos custos operacionais com a carga ou com a embarcação.

Portanto, não é uma avaria que se possa constatar com uma inspeção à carga ou à

embarcação, por não apresentar prejuízos materiais. Exemplo: atraso na operação de

carga (sobreestadia da embarcação).

Avaria ou dano - Ocorre quando há prejuízo material com a carga ou com a

embarcação, ou seja, avaria-dano é aquela em que, na vistoria, constatam-se,

facilmente, os estragos na carga e/ou na embarcação.

Observe que a avaria-dano pode ser:

Avaria à embarcação;

Avaria à carga;

Avaria à embarcação e à carga;

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Avaria à embarcação pela carga; e

Avaria ao pessoal.

Manuseio de tintas, solventes, vernizes

Tintas, vernizes e solventes, são produtos químicos que, se manuseados sem as

devidas precauções, podem oferecer riscos à saúde ou à segurança. Ver FISPQ.

Estocagem - Em linhas gerais, tintas e solventes devem ser estocados à

sombra, em ambientes cobertos, cuja temperatura não exceda os 30ºC.

Evitar a ocorrência de chamas expostas ou faíscas, e observar rigorosa

proibição de fumar nos locais de estocagem.

Manuseio - Algumas tintas, como por exemplo, as epoxídicas, (causa

problemas cutâneos como consequência de contatos prolongados com a

epiderme). Todas as tintas, porém, devem ser consideradas como

potencialmente perigosas, e seu manuseio deve ser sempre mediante luvas

de proteção.

Aplicação - Na aplicação das tintas os solventes que as compõem

evaporam, causando situações de perigo. Os solventes orgânicos são

produtos que, na maioria dos casos, são tóxicos e inflamáveis. Em

determinadas concentrações, os vapores de solventes podem se tornar

explosivos. Existem tabelas que fornecem dados quanto à concentração

máxima de solventes à qual um operador pode estar exposto durante

jornadas de 8 horas de trabalho. Estas concentrações são conhecidas como

TLV (Threshold Limit Value), e são expressas em ppm por volume. No que

diz respeito à inflamabilidade e à possibilidade de explosão, existem valores

de concentrações mínimas (abaixo das quais não existe risco de explosão,

apesar de existir risco de incêndio), que são conhecidas como LEL (Lower

Explosive Limit), e valores de concentração máxima UEL (Upper Explosive

Limit), acima dos quais não há explosão ou combustão, por falta de

oxigênio.

Acidentes - Já falamos das providências em caso de contato com a pele.

Em caso de derrames, os líquidos devem ser coletados por meio de panos

ou estopas, e colocados em recipientes metálicos. Em caso de fogo, usar

extintores de pó químico, espuma ou CO2. Nunca usar água nesta classe de

incêndio. Usar equipamento de respiração, pois os gases de combustão

podem ser extremamente tóxicos.

Inalação - Não só deve ser evitada a inalação de vapores de tintas, como

dos gases resultantes da remoção mecânica de pinturas antigas ou de

limpeza superficial. A inalação excessiva de vapores de solventes pode

resultar em tonturas, náuseas, dores de cabeça, e sensação de

embriaguez.

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PROCEDIMENTOS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE NA REMOÇÃO DE 1.12.

PESSOAS FERIDAS

Este capítulo tem o propósito de estabelecer os procedimentos, padronizando-os e

consolidando qualquer atividade das ações em um combate a incêndio.

Todas as ações realizadas nesse momento têm a intenção de trabalhar com os

cuidados imediatos e imprescindíveis, que devem ser dadas a uma vítima de acidente ou

não, este último quando se trata de algum mal súbito, cujo estado físico põe em perigo

a sua vida.

Sua finalidade é a manutenção das funções vitais e evitar o agravamento da

condição dessa vítima, aplicando as medidas cabíveis para o momento até a chegada do

atendimento especializado de saúde. É bom lembrar que mesmo que a vítima esteja

aparentemente bem, ela deve ser encaminhada a uma avaliação de um profissional de

saúde e cada situação tem um tratamento específico.

Procedimento na remoção de pessoas feridas.

No combate a incêndio, o brigadista vai se deparar com diversas situações.

- A vítima deverá ser removida para um lugar fresco nos seguintes casos:

AUMENTO DA TEMPERATURA CORPORAL.

EXAUSTÃO POR CALOR.

SÍNCOPE DO CALOR.

DESIDRATAÇÃO.

EFEITOS DA UMIDADE

Transporte e Resgate de Vítimas

Vários são os tipos de transporte que podem ser utilizados em um atendimento às

vítimas de fumaça, trauma ou de mal súbito.

Na roupa de proteção tem um dispositivo com a sigla DRD (Dispositivo de resgate

por arraste).

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Há situações em que, indiscutivelmente, a imediata remoção da vítima é

prioritária, tais como compartimentos incendiados. Na maioria das vezes, porém, essas

medidas podem e devem ser tomadas antes da remoção, observando e avaliando os

recursos necessários para efetuar essa remoção com a maior segurança.

Para que este transporte seja possível, o conhecimento de algumas técnicas será

importante.

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Dispositivo de resgate por arraste, (DRD).

Advertência: O dispositivo de resgate por arraste foi desenvolvido para resgatar

vitimas na horizontal. Não deve ser utilizado para suspender a vitima nas operações de

salvamento por içamento.

Utilização:

• Ter conhecimento do estado físico da vítima e rota de fuga;

• Abrir a aba de proteção do DRD;

• Puxar a alça do DRD até o seu comprimento máximo;

• Resgatar a vítima do local em segurança.

Inspeção

O DRD deve ser constantemente inspecionado para garantir seu uso correto durante

operações de salvamento. Deve-se observar os seguintes itens:

• Presença de cortes ou perfurações;

• Sinais de desgaste do cadarço (gerados por abrasividade);

• Fibras soltas;

• Queimadura ou descoloração;

• Costura rompida.

Nota: Caso algum ponto acima seja encontrado durante a inspeção, o DRD deverá ser

descartado imediatamente.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Higienização

• O dispositivo de resgate por arraste deve ser lavado separadamente do restante da

vestimenta;

• Deve ser lavado à mão, não utilizar máquina de lavar;

• Utilize detergente neutro;

• Nunca faça lavagem à seco;

• Secar a temperatura ambiente sem contato com a luz solar direta.

Descarte:

Os dispositivos de resgate por arraste que não estiverem em condições de uso devem

ser destruídos e descartados para evitar uso por engano ou indevido do DRD. O

dispositivo de resgate deve ser cortado em pedaços e descartado de maneira apropriada

a importância das camadas de tecido na vestimenta de combate a incêndio.

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Resgate com mangueira

Esta técnica visa à utilização da própria mangueira de combate a incêndio para

auxiliar na remoção de vítima para um local seguro.

É utilizada nas situações onde os socorristas não conseguem se posicionar ao

redor da vítima, impossibilitando o manuseio adequado. Um socorrista procura

estabilizar a cabeça da vítima enquanto outro socorrista faca com a mangueira de

combate a incêndio, despressurizada, o posicionamento desta sobre o corpo da vítima,

passando sobre o tórax e por debaixo das axilas, formando um ponto de arrasto atrás da

vítima.

Transporte nas costas com um socorrista

Esta técnica costuma ser utilizada quando necessitamos

carregar uma vítima de um determinado compartimento apoiado em

nosso corpo.

Vale ressaltar que esta técnica esta mais apropriada no caso

de vítima consciente ou que apresenta alguma alteração em sua

percepção, devido ao ambiente quente e com contaminantes.

A vítima deverá ser removida para um local seguro próximo

ao sinistro e devemos evitar este tipo de transporte para longos

percursos devido ao risco de acidente para o brigadista.

O socorrista se posiciona na frente e de costas para a vítima

segurando em seus braços. Irá curvar os joelhos abaixando eu corpo utilizando os

joelhos e o quadril. Apoiará o tórax da vítima em suas costas posicionando o ombro

embaixo da axila da vítima. Realizará uma alavanca com o quadril e apoiando o corpo da

vítima sobre o seu, iniciando o transporte para o local seguro.

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Transporte de apoio

Este tipo de transporte pode ser utilizado para auxílio a uma

vítima que não consiga caminhar sozinha e que não necessite de

maca.

Tenha muita cautela com esta técnica, pois se a vítima

apresentar alguma lesão que inicialmente não está sendo

observada, esta técnica poderá agravar a lesão da vítima.

Essa técnica é aplicada na vítima que está consciente e com

pequenos ferimentos, o socorrista deverá se posicionar ao lado da

vítima, passando o braço da vítima por sobre a sua nuca e

segurando-a com o outro braço.

Utilize o seu corpo para dar apoio a vítima mantendo o

equilíbrio evitando tropeços.

Transporte pelo arrasto

Utilizado para curtas distâncias. Existem

vários meios para se adaptar essa técnica; no

arrasto podemos usar um lençol, uma corda,

uma fita ou pelos braços, e esta última é a

mais usual.

O socorrista se aproxima da vítima de

várias formas (engatinhando, andando, se

arrastando, etc), e se posiciona sobre a vítima

que deverá estar na posição de decúbito dorsal

(barriga para cima), as mãos da vítima deve

ficar amarrada formando um círculo com os braços, passe a sua cabeça por dentro do

círculo e apoie a mão da vítima em sua nuca elevando a vítima do chão e realizando o

arrasto da vítima.

Transporte nos braços

Trata-se de um método tradicional semelhante ao modo como os bebês são

conduzidos. É cômodo para a vítima, porém penoso para o socorrista, dependendo do

peso e da distância a ser percorrida.

Coloque a vítima em seu colo posicionando um dos braços nas costas da vítima e

mantendo o apoio com a mão na axila da vítima e o outro braço nas pernas da vítima,

próximo aos joelhos.

PROCEDIMENTOS COORDENADOS COM EQUIPES DE CONTROLE DE 1.13.

AVARIAS DE NAVIOS DE APOIO (SUPPLY BOAT) E UNIDADES

PRÓXIMAS

Para obter o grau máximo de eficácia e eficiência as unidades deverão possuir

uma estrutura definida de Comando e Controle que lhes permitam otimizar recursos

materiais e de pessoal qualificado a bordo. Para tal, serão estabelecidos sistemas que se

agrupam de maneira lógica em Controle sob direção do Comando.

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O Comando será exercido pelo GEPLAT/OIM ou Comte, que tem como tarefa

planejar, supervisionar, orientar e coordenar a ação dos sistemas. O Comando será

exercido de um local físico especifico, denominado Estação de Comando. A embarcação

deverá:

Ser sempre disseminada a Estação de Comando para que a coordenação dos

sistemas possa ser mantida de forma eficaz.

A estação de Comando deve ser dotada de recursos que permitam ao

GEPLAT/OIM ou Comte avaliar continuamente o quadro tático, as condições materiais

dos sistemas da embarcação e estabelecer prioridades com respeito às capacidades de

flutuar e navegar. Caso haja necessidade o comando da embarcação solicitará auxílio ao

Supply Boat que dará apoio logístico.

O Supply Boat (Barco de apoio) atuará em conjunto com a embarcação conforme

as necessidades do serviço, podendo buscar equipamentos e prestar auxílio com

canhões de água ou espuma num eventual combate a incêndio.

ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES DE 2.

COMBATE

PLANO DE CONTINGÊNCIA CONTRA INCÊNDIOS 2.1.

É um dos sistemas pelo qual uma empresa estabelece procedimentos-padrão

seguidos por toda a estrutura organizacional no controle das causas, dos sinistros e seus

impactos. É um plano personalizado em que se criam todas as hipóteses acidentárias

possíveis de acontecer, baseadas nos riscos que se têm.

Este plano visa estabelecer uma estrutura de responsabilidade para tomada de

decisão durante uma situação de emergência e procedimento que permitam agilizar as

ações com eficácia em qualquer ponto da embarcação, reduzindo ao mínimo o perigo

potencial de lesões, mortes, danos a embarcação, ao meio ambiente.

Focaliza desenvolver ações em conjunto com os Órgãos responsáveis pela

segurança, para adoção de medidas cabíveis no controle a emergência.

Preparação do Plano de Contingência

A preparação de Planos de Contingência na maioria das vezes é tarefa executada

pelas Sociedades Classificadoras, mas no caso específico do Plano de Contingência

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contra incêndios, de sua preparação, é recomendável que o Comte, GEPLAT/OIM e os

Encarregados de setores participem de modo a terem completo conhecimento de sua

extrema utilidade e facilite a familiarização como mesmo. Assim, deve se observar

nesses planos que haja as seguintes informações:

A estação central de controle será no passadiço;

O Comte, GEPLAT/OIM será o coordenador geral das operações de

combate ao fogo;

O Chefe da Brigada reportar-se-á sempre ao comando e de lá

receberá as instruções.

Quais as informações essenciais sobre o incêndio requeridas pela estação de

controle central:

O instante em que o alarme de fogo foi dado;

A localização e a natureza do fogo;

A confirmação de que as brigadas de incêndio estão reunidas em

seus postos e que os materiais usados para o combate estão prontos

para uso;

A confirmação de que a rede principal de incêndio está pressurizada;

O relatório, oral e sucinto, inicial da tentativa de conter o fogo

usando extintores portáteis;

O relatório, breve e oral, dos efeitos do fogo nos serviços e na

iluminação;

O relatório inicial, curto e objetivo, das pessoas presentes,

desaparecidas e atingidas, citando os compartimentos e locais exatos

onde houve incidente.

As informações que devem estar disponíveis pelo passadiço incluem:

Desenhos da embarcação e clareza convenientes, inclusive da praça

de máquinas e das Acomodações;

Detalhes dos acessos e escapes das diferentes zonas da embarcação;

Detalhes de todos os equipamentos de combate a incêndio, tanto dos

fixos como dos portáteis, incluindo suas localizações e posições dos

sobressalentes;

Informações sobre a estabilidade;

Detalhes do equipamento de sobrevivência e sua localização;

Planos de estivagem;

Informações sobre as cargas perigosas.

Os métodos disponíveis de comunicações e coordenação devem incluir:

Telefones;

Fonoclamas;

Rádios portáteis;

Mensageiros.

Os métodos de controle de avarias e contenção de fogo devem incluir:

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Fechamento das portas de combate e portas corta-fogo;

Parada de toda ventilação e fechamento de dispositivos abafadores e

tubulações de ventilação;

Fechamento de todas as vigias, janelas, portas e acessos das

acomodações, cozinha e outros espaços;

Resfriamento de divisórias, anteparas e conveses;

Uso de mantas abafadoras, como necessário;

Manutenção de vigilância no local do incêndio após o mesmo ter sido

extinto.

As condições de estabilidade devem ser controladas e monitoradas em virtude do

uso de água como agente extintor, de modo que:

Seja calculada a mudança da Altura Metacéntrica (GM) e o efeito da

superfície livre causado pela água utilizada no combate;

Sejam usados os meios disponíveis para dreno da água usada no

combate;

Para incêndios na carga, calculando o efeito de uma possível

remoção de carga para atacar o fogo;

Avaliando os efeitos de avarias causadas em espaços inundados;

Considerando a possibilidade de movimentar a embarcação

provocando um calculado e providencial de encalhe.

Plano de Emergência

O Operador da Instalação deve elaborar e implementar um plano de resposta a

emergências que contemplem ações específicas a serem adotadas na ocorrência de

vazamentos ou derramamentos de inflamáveis, incêndios ou explosões.

O plano de emergência deve ser elaborado considerando as características, bem

como a complexidade da plataforma e conter, no mínimo:

I. Identificação da plataforma e responsável legal;

II. Descrição dos acessos à plataforma;

III. Cenários acidentais;

IV. Sistemas de alerta;

V. Comunicação de acidente;

VI. Estrutura organizacional de resposta;

VII. Procedimentos para resposta;

VIII. Equipamentos e materiais de resposta; e

IX. Procedimentos para acionamento de recursos e estruturas de resposta

complementares quando aplicável.

Avaliação do plano de emergência - O plano de emergência deve ser

avaliado após a realização de exercícios simulados ou na ocorrência de

situações reais, com o objetivo de testar a sua eficácia, detectar possíveis

falhas e proceder aos ajustes necessários.

Exercícios simulados - Os exercícios simulados devem ser realizados

durante o horário de trabalho, com periodicidade, no mínimo, anual,

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podendo ser reduzida em função das falhas detectadas ou se assim

recomendar a análise de risco.

Comunicações de Ocorrências - O Operador da Instalação deve

comunicar ao Órgão Regional do Ministério do Trabalho e Emprego a

ocorrência de vazamento, incêndio ou explosão que implique em grave

perigo para a segurança e saúde dos trabalhadores.

A comunicação deve ser encaminhada até o segundo dia útil após a

ocorrência e deve conter:

I. Nome da plataforma e localização, data e hora da ocorrência;

II. Descrição da ocorrência;

III. Nome e função dos acidentados se houver;

IV. Prováveis causas;

V. Consequências; e

VI. Medidas emergenciais adotadas.

O Operador da Instalação deve encaminhar, no prazo de até trinta dias da

ocorrência do acidente, ao Órgão Regional do Ministério do Trabalho e Emprego,

relatório de investigação e análise de acidente com a descrição das causas básicas e

medidas preventivas adotadas.

O prazo concedido poderá ser prorrogado por mais 30 dias

mediante acordo com o Órgão Regional do Ministério do Trabalho

e Emprego.

O prazo concedido no item anterior poderá ser ampliado

mediante acordo tripartite.

O Operador da Instalação deve comunicar à autoridade sanitária competente os

eventos ocorridos a bordo que configurem emergência em saúde pública conforme

regulamentação específica sobre o tema.

Relatório de Segurança - O Operador da Instalação deve manter disponível

aos trabalhadores, seus representantes e autoridades competentes um Relatório

de Segurança contendo a descrição sucinta da plataforma, os possíveis cenários

acidentais, o plano de contingência da plataforma e, complementarmente,

indicações de localização específica para o acesso em seus sistemas de gestão de

informações sobre:

I. Projeto;

II. Análise de riscos;

III. Plano de manutenção e inspeção;

IV. Procedimentos de segurança e saúde no trabalho;

V. Plano de prevenção e controle de incêndios e explosões; e

VI. Plano de emergência

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COMPOSIÇÃO E ALOCAÇÃO DO PESSOAL E DOS GRUPOS DE 2.2.

COMBATE/BRIGADA DE INCÊNDIO

A brigada de incêndio deve ser organizada funcionalmente conforme descrito:

Coordenador geral – colaborador responsável geral por toda instalação

que compõem uma planta. (Comte, GEPLAT/OIM)

Chefe da brigada – colaborador responsável por uma planta, área ou setor

com mais de um pavimento/compartimento. (Encarregado do Convés e/ou

Supervisor de convés)

Líder da brigada – colaborador responsável pela coordenação e execução

das ações de emergência em sua área de atuação

(pavimentação/compartimentação). É um membro escolhido dentre os

brigadistas.

Brigadista - membro da brigada que executam as atribuições específicas

para o combate a incêndio.

Organograma da Brigada

O organograma da brigada de incêndio varia de acordo com o número de cada

instalação e número de empregados.

As empresas que possuem em sua planta um pavimento/ compartimento, devem

ter um líder para coordenar a brigada.

Composição da Equipe de Combate a Incêndio

Cada empresa, de acordo com o tipo de sua

embarcação, deverá organizar o arranjo das equipes

com seus respectivos equipamentos para as operações

de combate a incêndio.

Um possível arranjo para as equipes de

combate a incêndio poderia ser composta de:

Brigada de incêndio;

Operadores de Bombas e Esgoto;

Eletricista;

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Enfermeiros e socorristas;

Reparos Gerais; e

Controle de Avarias (CAVO).

Brigada de incêndio

Equipe composta de membros da tripulação que guarnecerão as mangueiras de

combate a incêndio e efetuarão o ataque. Atuam em ação precursora quando da

ocorrência de um princípio de incêndio que não foi debelado. Geralmente é composta

por quatro membros no mínimo.

Esta equipe é responsável por:

Dirigir-se de imediato para o local do incêndio e inicia o combate às

chamas e toma demais providências com os recursos disponíveis no

local, até que os demais recursos sejam mobilizados;

Proceder à extinção do incêndio propriamente dita, inclusive com as

medidas para evitar o seu reaparecimento;

Iniciar à montagem das linhas de mangueiras;

Operar a abertura e fechamento das tomadas de incêndio e demais

válvulas;

Guarnecer máscara e capacete com lanterna, além do equipamento

lançador do agente extintor (mangueira no caso de água ou

espuma);

Proceder ao teste final do compartimento quando à existência de

gases tóxicos ou inflamáveis e o percentual de oxigênio.

Operador de bombas e esgoto

É o colaborador da brigada que terá a

responsabilidade de:

Instalar bombas portáteis e edutores onde

necessário, para efetuar o esgoto do

compartimento;

Pressurizar a rede de incêndio através das

bombas portáteis;

Efetuar manobras para transferências da carga

líquida (óleo, aguada, reserva etc.);

Operar as redes de esgoto e lastro e etc.

Eletricista

É o colaborador da brigada que realizará as

determinações do líder quando solicitado:

Realizar reparos em geral nas

instalações elétricas;

Desalimentar os circuitos nas

áreas incendiadas ou sob o risco

de incêndio;

Manobra com os sistemas de

ventilação e extração;

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Opera equipamentos portáteis de ventilação e extração (siroco).

Socorristas

É composta por membros da brigada com

conhecimentos específicos em primeiros socorros tendo a

responsabilidade de:

Prestar atendimento de primeiros

socorros; e

Remover feridos.

Reparos gerais

É composta por membros da brigada com a

finalidade de:

Remover escombros;

Auxiliar a brigada de incêndio;

Auxiliar na remoção de feridos, quando

solicitado;

Conduzir outros trabalhos não especificados que

se façam necessários, quando solicitados pelo

Líder da Brigada.

Controle de avarias offshore (CAVO)

É composta por membro da brigada com a responsabilidade de executar tarefas

como:

Realizar reparos estruturais em geral;

Realizar escoramento;

Realizar bujonamento;

Realizar percintagem, no caso de

avarias que comprometam a estrutura

da embarcação;

Auxiliar o operador de lastro na regularização da estabilidade;

Auxiliar a brigada de incêndio, quando solicitado.

TREINAMENTO DA TRIPULAÇÃO EM COMBATE A INCÊNDIO 2.3.

O treinamento é definido como a “atividade destinada a exercitar a pessoa, quer

individualmente, quer em equipe, desenvolvendo-lhe a habilidade para o desempenho

eficiente de tarefas para as quais já recebeu a adequada instrução”.

O objetivo dos treinamentos de incêndio é testar a eficiência da organização. A

tripulação deve ser desafiada de modo a torná-los interessantes e, o mais importante,

que se aprenda com os erros. O perigo é fazer com que o treinamento se torne uma

rotina que não coloque à prova a organização. Um treinamento bem enfocado é mais

benéfico do que a repetição de uma rotina de treinamentos de várias vezes. Sempre

altere os simulados para que se estimule e desafie o pensamento.

O treinamento também pode ser utilizado para verificar e testar o equipamento

no ambiente da simulação conforme requisitado no SOLAS, por exemplo, bombas de

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incêndio, aparatos de respiração, roupas de combate a incêndio e comunicação. Um

treinamento significativo e bem sucedido requer atenção antes do simulado começar,

inicialmente, definindo os objetivos de aprendizagem, estabelecendo o momento certo

da ação e reservando o tempo para discussão posterior.

Os objetivos devem refletir tarefas importantes a serem executadas e devem ser

medidos juntos a um padrão, por exemplo, um objetivo poderia ser trajar

adequadamente as roupas de proteção de combate a incêndio e os aparatos de

respiração dentro de um período de tempo estipulado.

O treinamento começa com uma comunicação de incêndio e o acionamento

subsequentes do alarme, indicando que é um exercício. Ocasionalmente, inicie o

exercício através da comunicação de incêndio vinda de outros locais além da ponte. A

velocidade de reação, reunião e a realização de deveres específicos, montagem do

comando e comunicações devem ser analisados.

O ataque ao fogo dependerá do cenário, contudo a liderança a avaliação da

situação e as decisões subsequentes devem ser avaliadas. Produza uma crise para

observar se a equipe consegue controlar e reagir contra as situações sempre se

alternando que um incêndio pode criar.

Avalie o treinamento estimando se os objetivos foram atingidos, sendo crítico

sobre as ações de modo que as lições aprendidas possam ser incorporadas nos

procedimentos.

A tripulação deve ser incentivada a participar sem inibição, sem medo de cometer

erros. O simulado sairá errado, porém as lições são aprendidas. Os padrões de

competência podem ser aperfeiçoados através dos treinamentos. Habilidades específicas

podem ser identificadas, ensinadas, demonstradas e praticadas. Empenhe-se para

compartilhar as informações e a experiência obtida por todos os membros da tripulação.

Documente o exercício de incêndio para futura referência para avaliar o

desenvolvimento na organização.

O treinamento poderá ser de duas maneiras: Operativo e Profissional.

Treinamento operativo - É aquele destinado à melhoria do desempenho

de funções operativas da embarcação.

Treinamento profissional - É o treinamento destinado ao

aperfeiçoamento profissional relativamente às tarefas especializadas.

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Treinamento Contínuo

O treinamento contínuo, ou seja, aquele que é realizado aproveitando todas as

oportunidades que apareçam – tanto no trabalho normal, quanto em serviço – é da

maior importância no funcionamento eficiente do trabalho. A dificuldade maior está na

obtenção de uma mentalidade de estudo constante por parte dos operadores,

principalmente dos mais antigos e experientes e que, erroneamente, julgam nada mais

terem para aprender.

O funcionamento de um treinamento contínuo tem por base:

O estabelecimento de uma diretriz a ser respeitada;

A motivação constante da tripulação;

A ininterrupta supervisão, como controle.

Diretriz

Estabelecimento de uma diretriz a ser respeitada. Uma diretriz sobre o

treinamento contínuo deverá estabelecer todas as situações em que os Chefes de

Seções e de turma ou os Encarregados de Setores, aproveitarão para treinar os seus

colaboradores quando da execução de qualquer atividade.

Motivação

A motivação constante do pessoal. Será necessário motivar constantemente

seus colaboradores,

Num trabalho de doutrinamento constante por parte do Encarregado do Grupo.

Supervisão

A ininterrupta supervisão, como controle. Para a supervisão é essencial que o

encarregado do grupo tenha conhecimentos mínimos de relações humanas, pois,

pessoas satisfeitas produzem mais do que pessoas que trabalham sobtensão nervosa,

resultante de descontentamento na vida privada ou no local de trabalho.

Treinamento Periódico

O treinamento periódico é aquele realizado, baseado numa programação, tanto

nos centros de treinamento, quanto na própria unidade.

Convém ao encarregado do grupo, dentro de sua própria programação, dar

prioridade ao treinamento de controle das situações de emergência, sem descuidar,

entretanto, do treinamento normal de seus colaboradores.

A programação do treinamento deverá se basear em:

No estabelecimento do que se deseja que o colaborador saiba, em função

de sua capacidade e do tempo disponível;

Nos equipamentos, manuais e planos que servirão de acessórios;

No grau de conhecimento de quem ministrará o treinamento;

Nas instruções para o preparo técnico-profissional dos colaboradores e nos

roteiros dos manuais de treinamento.

Treinamentos Práticos Regulares, Realísticos e Detalhados

Os exercícios práticos, tanto de prevenção como de combate a incêndio, a bordo,

devem ser regulares, isto é, acontecerem a intervalos de tempo que possam beneficiar,

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em especial, aqueles tripulantes recém-embarcados e não acostumados a tal pratica na

embarcação, de modo que estes venham a aprofundar seus conhecimentos sobre os

equipamentos existentes, praticar o de uso dos mesmos, familiarizarem-se com as

localizações dos postos de incêndio, adquirir rapidez de resposta à solicitação de

chamada de emergência, aprimorar os conhecimentos de pontos de reunião e das saídas

de fuga.

Deve também proporcionar, tal regularidade, aos tripulantes mais antigos na

embarcação oportunidade para criarem desenvoltura nas ações de combate, detectar,

reportar e propor correção de falhas existentes nos esquemas de combate, na eficiência

das ações individuais e coletivas, além de servir, também, para manter o funcionamento

adequado de todos os equipamentos do sistema.

Os exercícios de combate a incêndio a bordo, então, para acontecerem de forma

regular, tem que fazer parte de uma programação, cuja elaboração, de competência à

nível de comando, devem seguir as seguintes diretrizes:

Devem ser efetuados sempre imediatamente após a troca de 10% da

tripulação;

Nunca devem ser espaçados de mais de três semanas;

Devem ser programados e articulados pelo Comando da embarcação,

sendo uns com aviso prévio à tripulação e outros de caráter “súbito”,

oportunidades em que será desenvolvido o controle do estado

nervoso de cada um.

Os exercícios de prevenção e combate a incêndio devem ser também tão

próximos da realidade, quanto puderem, sem exacerbar na condição de “próximo ao

real”, levando o exercício a níveis extremos, é recomendável conduzi-lo até onde o bom

senso, a garantida segurança e a progressiva aptidão da tripulação o permitam.

Um pequeno detalhe pode vir a prejudicar todo um trabalho, toda uma ação de

combate a um incêndio. O fogo não espera por nada e sua propagação é tão rápida

quanto perigosa.

Portanto, nos exercícios, todos os detalhes das ações e do pronto funcionamento

dos equipamentos são importantes. É de bom parecer relacionar as fases de cada ação

para melhor avaliá-las, corrigir seus erros e, assim, aumentar a eficiência. As avaliações,

tanto de cada exercício visto como um todo, como de cada ação que faz parte de cada

exercício, é indispensável para as correções de possíveis falhas humanas ou de material.

PLANOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO 2.4.

Considerando-se que na prática, quando diante do surgimento de um incêndio a

bordo que não possa ser definitivamente impedido, cabe adotar providências que

venham atenuá-lo quando inevitável, pois, se não tomadas, as consequências serão

desastrosas. Alguns planos de controle deverão ser adotados como:

Checar periodicamente para assegurar que eles permanecem legíveis

e atualizados;

Conferir os conjuntos de cópias dos planos de controle de incêndio ou

os blocos que os contém, que são fornecidos e assistidos pelo

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pessoal de terra responsável, devem ser sempre checados para

confirmar que estão em boa ordem;

Checar se os índices e indicadores de localizações desses planos

estão intactos e distintos.

Propósitos do Combate a Incêndio

Os propósitos do combate a incêndio são:

Proteção do pessoal contra os efeitos do fogo e da fumaça;

Limitação, controle e redução de danos materiais causados por

incêndios a bordo, utilizando os recursos disponíveis pela

embarcação.

Para que esses propósitos sejam alcançados é necessário que cada membro da

brigada tenha conhecimento suficiente sobre:

Ataque inicial a um incêndio;

Agentes extintores a serem utilizados;

Procedimentos gerais para cada classe de incêndio;

Contenção de incêndios;

Limitação de fumaça;

Manutenção da condição de fechamento do material;

Distribuição e localização dos compartimentos da embarcação;

Organização básica e funções dos membros da brigada nas

atividades de combate a incêndio;

Transmissão de informações;

Significado das marcas de classificação dos acessórios estanques;

Uso de equipamento de proteção individual;

Noções de primeiros socorros.

ORGANIZAÇÃO PARA EVACUAÇÃO E O ABANDONO DA UNIDADE 2.5.

A Tabela Mestra e/ou Plano de Resposta

de Emergência (Plano de Contingência) são

planos destinados a combater emergências tais

como: incêndio, alagamento, colisão, encalhe,

homem ao mar, etc.

Os tripulantes devem conhecer seus

deveres, obrigações e responsabilidades

sabendo como proceder para que não haja

dificuldades durante as situações de emergência.

As tarefas individuais estão designadas no quadro de Tabela Mestra (Tabela de

Emergência – Tabela de Postos de Emergência). Essas tarefas são afixadas nos

alojamentos da tripulação e nos espaços públicos da unidade. O quadro da Tabela

Mestra inclui detalhes dos sinais de alarme. As tarefas especiais são designadas a cada

residente. Todos a bordo devem se dirigir ao seu ponto de reunião, guarnecer o

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equipamento, seguir as instruções dos supervisores ou tomar as iniciativas para as quais

foram treinados ao escutarem os sinais de alarme de emergência.

Organização de Emergências

A base desta organização é determinada na Lista Mestra que identifica as funções

principais em uma equipe de emergência, determinando deveres que aumentem a

velocidade de resposta e formem a estrutura de comando para a tomada de decisão

eficiente isto é, equipe de fechamento, equipe de ataque, líder da equipe etc. As

organizações são designadas com base no projeto da embarcação e níveis de

gerenciamento, onde sistemas automáticos serão usados para cobrir funções realizadas

por pessoas a bordo de embarcações com pequenas tripulações. As estruturas do

comando em estações de incêndio também irão variar de acordo com o tamanho e

complexidade das embarcações. A organização irá ajudar a controlar o incidente,

particularmente no estágio inicial onde o caos e o pânico irão aumentar a demanda na

tripulação e oficiais; no entanto a organização tem que ser flexível o suficiente para lidar

com mudanças bruscas.

Sinais de Emergência

Os sinais de alarme de emergência são soados a bordo para indicar algum tipo de

emergência. Estes sinais podem ser dados pelo sino ou campainha de alarme geral que

são escutados dentro do navio/unidade ou podem ser emitidos pelo apito da embarcação

que podem ser escutados dentro ou fora da superestrutura.

Os seguintes sinais podem ser usados em:

Navios

Emergência geral: sete ou mais toques curtos seguidos de um longo no sistema de

alarme e de alto-falantes do navio.

Abandono do navio: as instruções para abandono do navio são passadas verbalmente

pelo Comandante/GEPLAT, através do sistema de alto falantes, seguido de toque

contínuo da sirene.

Plataformas

Emergência: alarme intermitente e aviso do tipo e local da emergência através do

sistema de comunicação prioritário.

Evacuação/Abando: alarme contínuo. As instruções para evacuação/abandono da

unidade são passadas verbalmente pelo Coordenador Geral da Emergência.

Ação inicial ao ouvir um sinal de emergência

Um acidente ou uma emergência quaisquer podem ser solucionados rapidamente, se a

atitude correta for tomada dentro dos primeiros minutos. Entretanto, se uma

emergência pequena não for tratada imediatamente, pode desenvolver-se de tal forma

que pode levar a uma situação sem controle. Uma vez descoberta a emergência, a

atitude inicial adequada pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

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Evacuação

É o método de deixar a unidade de forma ordenada, após a verificação pelo Coordenador

Geral da Emergência de que há probabilidade de se perder o controle da emergência e,

para tal, usa-se, preferencialmente, os meios externos se as condições assim

permitirem. Caso contrário deve-se fazer uso das embarcações rígidas e/ou infláveis de

sobrevivência conforme as condições e natureza da emergência.

Abandono

É o método de deixar a unidade, quando já é

declarada a perda de controle da

emergência, de forma ordenada, utilizando-

se de recursos próprios, preferencialmente

as baleeiras e, para utilização secundária

balsas infláveis se for possível.

Ao soar o alarme todos devem dirigir-

se imediatamente para os postos de

evacuação / abandono.

A forma de executar o abandono depende de alguns fatores; dentre outros, os

mais observados são:

Tempo disponível;

Condições atmosféricas;

Condições do mar;

Conhecimento do tripulante dos procedimentos para utilizar os meios

de salvatagem;

Treinamento dos tripulantes para executar eficientemente as fainas

de abandono.

Vamos detalhar tais fatores para que você conhecê-los melhor, certo?

O tempo disponível é um parceiro inestimável, porque ele ajuda a preparar o

abandono, permitindo que todo o pessoal (tripulação e passageiros, se for o caso) vista

cada um o seu colete salva-vidas e a tripulação dê início às tarefas de aprontar os

equipamentos que deverão ser utilizados na faina. Alguns cuidados extras podem ser

tomados, como por exemplo, aumentar as rações sólidas e líquidas das balsas,

aumentar a dotação de medidas de proteção térmica, entre outras. Porém, o mais

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importante é rever os procedimentos e não deixar que, em uma situação crítica de

abandono, o medo junte-se aos obstáculos e dificuldades a vencer.

As condições atmosféricas e do mar dão a noção do que se vai enfrentar.

Saber interpretar os sinais atmosféricos e condições de mar também permite antecipar

providências de preparação da embarcação para a adversidade.

O desconhecimento do funcionamento dos equipamentos e dos recursos de

sobrevivência existentes a bordo, bem como a insegurança no seu manuseio, aumentam

a sensação de medo e reduzem as possibilidades de salvamento, criando consequências

sérias para todos os envolvidos. Essa é a razão do treinamento constante.

O treinamento para arriar ou lançar equipamentos de salvamento n’água deve ser

feito sob condições favoráveis de tempo e mar. Os dispositivos de lançamento são

projetados para trabalhar de modo seguro e rápido, ainda que em circunstâncias

adversas e é nessas condições que a tripulação é treinada visando a habituá-la a tais

circunstâncias.

Verificação - Vários sistemas de identificação são usados nos pontos de

reunião e postos de abandono como, por exemplo, o cartão “T” ou a lista

de verificação (POB).

Meios de evacuação / abandono - Cada situação de evacuação /

abandono tem um risco em potencial e é importante que seja usado o

método mais adequado.

Escala de prioridade:

Passarela de fuga (gangways);

Helicóptero;

Embarcação de Stand-by (apoio);

Embarcações de sobrevivência rígidas;

Embarcações de sobrevivência infláveis;

Descida pelo costado (escada de quebra-peito); e

Salto na água.

Reunião de Pessoas

Em uma situação de emergência é

importante saber quais e quantas pessoas estão

nas estações das baleeiras. É designado para todos

a bordo uma baleeira ou estação de balsa salva-

vidas. Todos os nomes devem ser conferidos e a

sala de controle deve ser informada.

A conferência deve ser feita no ponto de

reunião, porém próximo das baleeiras ou das

balsas salva-vidas.

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ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE CONTROLE DE INCÊNDIOS EM VÁRIAS 2.6.

PARTES DA UNIDADE

Pequenos incêndios descobertos nos estágios iniciais são relativamente fáceis de

lidar por um membro da tripulação usando um pequeno extintor portátil. Velocidade,

abordagem tranquila e habilidade são necessárias pela pessoa para evitar que a situação

piore. Qualquer demora permitirá que o fogo inicial ganhe um vulto que altere as

características de um princípio de incêndio em um compartimento para um incêndio por

todo o Deck.

O membro da tripulação em qualquer evento deve acionar o alarme para iniciar a

formação dos grupos de combate a incêndio e começar pelos procedimentos essenciais

para evitar que o fogo se espalhe ainda mais. O membro da tripulação deve estar

consciente de sua própria segurança enquanto efetua uma tentativa de apagar o fogo.

Com incêndios maiores, os grupos de combate a incêndio devem concentrar

conjuntamente todas as informações necessárias, equipamentos e suporte para tornar o

incêndio sob controle. Poderá não ser fácil apagar o fogo diretamente.

Consequentemente uma ordem de prioridades precisa ser adotada, tais como: resgate,

evitar a expansão do fogo e a extinção.

Incêndios podem ocorrer:

Na Praça de máquinas;

Nas acomodações;

Na cozinha;

Nos paióis; e

Nos espaços de carga.

Estratégias e Táticas de Combate a Incêndio

Planos de Contingência são necessários para cada tipo de emergência a bordo e

particularmente para incêndio e abandono da embarcação, considerando:

A fidelidade ao plano integrado de emergências;

As explicações das táticas e estratégias para controle de incêndio na

Praça de Máquinas, nas acomodações e nos diferentes espaços de

carga;

As evidencia que as táticas e estratégias de controle na Praça de

Máquinas, envolvendo gerenciamento e técnicas com óleo aquecido e

gases de exaustão;

O controle de incêndio nas acomodações pode ser feito pelo

confinamento do fogo nas zonas protegidas por anteparas cortando

sua ventilação;

Que os incêndios nos espaços de carga são complexos e envolvem

treinamento especial envolvendo granéis sólidos, petróleo e

derivados, produtos químicos e gases, bem como quaisquer cargas

perigosas; e

Que a composição e a organização dos grupos de combate a incêndio

a bordo, asseguram uma pronta e eficiente implementação dos

procedimentos e planos de emergência.

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Detalhes da organização de combate a incêndio a bordo

Ao ouvir um alarme de emergência todos deverão se dirigir aos seus respectivos

postos de reunião, previamente determinados pelos planos de ação. Isto assegura a

disponibilidade de um poder de resposta e também fornece os primeiros indícios de

pessoas desaparecidas. Um estado de alerta máximo é prontamente estabelecido e uma

resposta padronizada é dada para aquela situação de emergência, o que permite que

ações reparadoras venham a ser mais facilmente coordenadas e controladas.

Ao descobrir uma emergência, dispare o alarme.

Municie o centro de controle com o maior número possível de

informações.

Tente controlar a emergência por qualquer meio disponível no

momento até que chegue reforço.

Caso a emergência lhe traga perigo individual, fuja para seu posto de

reunião ou para o mais próximo, relatando de lá para o centro de

controle.

Ao ouvir o alarme, todos devem se dirigir imediatamente aos seus

postos de reunião e executar as tarefas iniciais constantes do plano.

O líder de cada um das equipes de emergência, ou seu substituto,

deve reportar a prontidão da sua equipe ao passadiço. Esta

notificação de “prontidão” deve ser dada com as seguintes

informações:

- a identidade da equipe;

- os nomes das pessoas (ou da pessoa) desaparecidas;

- os recursos humanos que estão prontos para ação

imediata da equipe; e

- quais equipamentos (de responsabilidade da equipe)

foram testados e estão disponíveis por estarem em boa

ordem.

- Líder da equipe: O líder tem que estar seguro de que sua equipe está

suficientemente treinada e cada membro tem confiança mútua, nas

habilidades dele, líder, e dos demais membros.

Ser capaz de executar qualquer tarefa designada a um dos membros

da sua equipe.

Jamais se envolver em operação que o faça perder o controle das

ações da equipe, de forma a colocar em risco a vida de um ou mais

membros da sua equipe.

Identificação das passagens e fugas de emergência:

a) identificação dos perigos trazidos pela fumaça e por fogos tóxicos; e

b) Inspeções periódicas e manutenções regulares do(s):

Equipamento de detecção de incêndio;

Extintores de incêndio móveis e portáteis;

Equipamento fixo de combate a incêndio; e

Acessórios dos equipamentos de combate a incêndio.

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- Resposta ao Alarme de Incêndio: A ação inicial, como resposta ao

alarme de incêndio, como um reflexo condicionado, da tripulação, deve ser:

Munir-se de colete salva-vidas.

Vestir-se com EPI (que proteja todo o corpo: macacão, botas de

segurança, luvas, capacete, etc.).

Dirigir-se imediatamente ao posto de reunião.

Permanecer de prontidão até o início da ação subsequente a ser

designada pelo líder da equipe.

- Emergência na Praça de Máquinas: Em uma emergência, quando o

acesso ao espaço das máquinas está impedido, o Chefe de Máquinas deverá

conduzir o grupo para reunir-se ao SEGUNDO POSTO DE REUNIÃO, já

previsto, estabelecer comunicação com o passadiço e direcionar o grupo

para as ações necessárias subsequentes. O Chefe deve envidar esforços

para estabelecer ou restabelecer os serviços de emergência, reportar o

desenvolvimento das ações ao passadiço, iniciar as ações no cenário,

combatendo, este tipo particular de emergência, conforme ele julgue

necessário, após receber autorização do Comando, mantendo-o sempre

avisado dessas ações.

- Postos de Reunião: As localizações dos Postos de Reunião das equipes

dependerão, logicamente, do desenho (do plano) de cada unidade.

Entretanto, devem ser cuidadosamente estudados pelos

chefes/coordenadores/líderes os locais mais adequados para tal fim, tendo

em consideração os seguintes critérios:

Postos da Equipe de Emergência: Devem ser localizadas onde haja

disponibilidade de comunicação direta com o passadiço. Uma deve estar

situada a boreste da unidade e a outra a bombordo. Ambas as Equipes,

também chamadas de “Postos”, devem ter equipamentos similares ali

guardados e disponíveis. Se uma ficar indisponível em uma emergência, a

outra funcionará como posto alternativo de reunião.

Os acessos a ambos devem ser independentes e facilitados, de um convés

aberto, na parte de ré da unidade. Os acondicionadores dos equipamentos

de emergência devem ficar o mais próximo possível dos locais dos postos

de reunião, protegidos de fogo, fumaça ou vapores tóxicos. Cada

localização deve ser proeminentemente identificada por avisos ou sinais.

Técnicas de Combate a Incêndios

As tarefas de combate a incêndio a bordo de embarcações têm como fator

essencial a rapidez da ação dos descobridores e da turma de incêndio.

Qualquer demora que permita ao fogo ganhar vulto, e em consequência a fumaça

se espalhar nas proximidades do sinistro, se as ventilações não forem rapidamente

paradas, vai mudar a característica de um incêndio em um compartimento para uma

área.

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Combate a Incêndios Classe “A”

As atividades de combate a incêndio da

classe “A” podem se enquadrar em duas

situações distintas, bem definidas, cada qual com

diferentes métodos de ataque (todos consideram

a utilização de roupa de aproximação para

combate a incêndio adequado). Os métodos de

ataque serão abordados a seguir.

Ataque direto classe “A”

Os brigadistas conseguem entrar no compartimento e atacar o incêndio. A

técnica a ser utilizada é simplesmente atacar a base do fogo para sua extinção. A

postura em um ataque direto classe “A” deve ser:

Manter-se abaixado e se possível seco;

Utilizar jato/neblina de forma intermitente, para minimizar a

produção de vapor. Atingir a base do fogo;

Não aplicar água nas anteparas e teto;

Estabelecer as contenções – resfriar quando necessário.

Ataque indireto classe “A”

Começaremos com o cenário no qual os brigadistas podem ter acesso ao

compartimento, mas não alcançam a base do fogo devido à presença de obstáculos, ou

as condições do compartimento (fase do flashover) não permitem aos brigadistas a

entrada no recinto, impossibilitando o ataque direto ao fogo. Então, água em forma de

neblina ou jato sólido é lançada para o interior do compartimento através de qualquer

acessório ou abertura, ou é lançada para sobre a base do fogo, para controlar o

incêndio.

Após a melhora das condições, passa-se para o ataque direto. Ganhando o

controle do incêndio. Esse método é americano e conhecido como FOG ATTACK (Ataque

ao Fogo – Ganhando o controle do incêndio). Não é recomendável empregá-lo com

esguicho variável que não tenha dispositivo de fechamento rápido.

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É um tipo de ataque indireto empregado na situação em que é possível o acesso

ao compartimento, mas ainda não se consegue atacar o incêndio diretamente devido à

alta temperatura, ou devido à existência de algum obstáculo.

Ações durante ataque indireto a um incêndio classe A:

“Fog attack” - Ganhando o controle do incêndio;

Entrada no compartimento e aplicação indireta de água;

Manter-se abaixado e se possível seco;

Utilizar neblina de forma intermitente, direcionada para a camada de

gases quentes sobre o incêndio, para controlar o incêndio no

compartimento;

Realizar pausas para minimizar a produção de vapor e para reavaliar

a situação do incêndio;

Avançar para atingir a base do fogo. Ajustar o esguicho para jato

sólido/neblina;

Estabelecer as contenções – resfriar quando necessário.

O ataque visando ao controle do incêndio deve ser efetuado empregando o

esguicho variável em cone de 60° (neblina de alta).

Consiste na aplicação de água na camada de gases quentes e fumaça situada

sobre o incêndio e na parte superior do compartimento. Esse método vai causar uma

redução da temperatura do compartimento e redução do calor irradiado, diminuindo

gradualmente a quantidade de chamas, possibilitando atacar diretamente o fogo.

Essa aplicação deve ser feita em jatos intermitentes, de cerca de alguns

segundos, para evitar a formação de vapor excessivo, que pode forçar os brigadistas a

abandonarem o local.

O jato de neblina (60°) é orientado a 45° da horizontal em direção à camada de

gases quentes, aplicado por cerca de 2 ou 3 segundos e feito uma pausa, a fim de se

avaliar situação e permitir que o vapor produzido se dissipe.

As Altas temperaturas não permitem o acesso ao compartimento;

Aplicação direta de água sobre a base do fogo com jato sólido desde

o acesso ao compartimento. Se possível atingir a base do fogo com

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jato sólido, atacar desde o acesso e manter-se abaixado e se

possível seco;

Utilizar jato/neblina de alta de forma intermitente, para minimizar a

produção de vapor. Atingir a base do fogo;

Utilizar o método fog attack, se necessário;

Avançar para atingir a base do fogo, quando possível. Ajustar o

esguicho para jato sólido/neblina de alta;

Estabelecer as contenções (resfriar quando necessário).

Descompressão e entrada forçada ou compulsória

As altas temperaturas e grande quantidade de fumaça presentes num incêndio,

queimando por longo período, dificultam sobremaneira o acesso das equipes para o

efetivo combate. O aumento da quantidade de calor e a fumaça gerada vai prosseguir

durante a fase de incêndio desenvolvido, até a fase de queda de intensidade. Nessa

situação, pode ser necessário descomprimir um compartimento para permitir que as

elevadas temperaturas baixem para níveis menores e que se reduza a quantidade de

fumaça, permitindo à equipe avançar para promover a aplicação direta ou indireta do

agente extintor.

A descompressão compreende a abertura de algum acessório, ou fazendo um furo

na chapa, da parte superior do compartimento sinistrado, permitindo a liberação desses

gases quentes para a atmosfera. O compartimento, portanto, deve estar imediatamente

inferior a um deck aberto, ou a um compartimento grande que seja adjacente a um deck

aberto (helideck).

Se for necessário fazer um furo cortando a chapa, deve se ter em mente que

quanto maior o furo, mais rápida a redução da temperatura ocorrerá.

Equipamentos para entrada compulsória deverão ser empregados, conforme

necessário, para viabilizar o acesso a compartimentos afetados pelo fogo. Esses

equipamentos incluem cortador de parafusos, martelo de malho e alavanca, unidade

portátil de oxiacetileno ou de corte exotérmico e sistema portátil hidráulico de entrada e

salvamento.

O pessoal deve estar com roupa de proteção completa, pois ao ser feita essa

abertura, fogo, fumaça e vapor vão sair pela mesma.

Caso seja impossível o ataque direto ou indireto ao incêndio, qualquer recurso

pode e deve ser utilizado como, por exemplo, prender um esguicho em um aplicador ou

pedaço de madeira, usando como extensor, possibilitando lançar água no interior do

compartimento.

Ataque direto a um incêndio classe “A” com descompressão para a atmosfera.

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Altas temperaturas não permitem o acesso ao compartimento;

Descomprimir para a atmosfera para reduzir a temperatura;

Aplicação direta de água sobre a base do fogo, após a redução da

temperatura;

Abrir um acessório ou fazer uma abertura na parte superior do

compartimento;

Não direcionar a água da contenção superior para a abertura;

Após a redução da temperatura, empregar um dos métodos

anteriores;

Estabelecer as contenções (resfriar quando necessário).

Técnicas no Ataque Indireto (Descompressão)

Aplicar água continuamente por cerca de 5 a 10 minutos no início do

ataque;

O acessório através do qual a água está sendo lançada deve ser

aberto apenas o suficiente para a passagem do esguicho ou do jato

de água;

Se for necessário fazer uma abertura (furo), deve ser cortado apenas

o suficiente para a passagem do esguicho ou aplicador;

Se necessário, o aplicador pode ser deixado aberto desguarnecido,

sob vigilância, caso as condições, isto é, o vapor e a fumaça,

forçarem o afastamento do brigadista;

Se necessário, utilizar uma cortina ou cobertor de fumaça para

reduzir a quantidade de vapor que sai do compartimento;

Os brigadistas devem se posicionar de maneira a se protegerem do

calor irradiado e da exposição ao vapor;

Se atacando através de um agulheiro, um método é posicionar o

esguicho e arriar o agulheiro sobre a mangueira, reduzindo a

quantidade de vapor e fumaça que saem do compartimento;

O ataque direto subsequente deve ser iniciado assim que possível;

Se não for possível manter o ataque, isolar o compartimento, manter

as contenções e voltar a realizar o ataque de 2 a 3 minutos depois,

repetindo tal procedimento enquanto necessário;

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O aplicador de neblina de baixa pode ser utilizado, mas

preferencialmente empregar esguicho variável em neblina, que vai

permitir o ataque logo que possível com o mesmo esguicho.

Ataque indireto a um incêndio classe “A” (Descompressão) - Quando

as altas temperaturas não permitem o acesso ao compartimento:

Forçar o ataque através da abertura de acessório ou fazer aberturas

no teto e anteparas;

Aplicação indireta de água para a redução da temperatura;

Para resfriar o compartimento, aplicar água em neblina desde um

acessório ou fazer aberturas em anteparas ou teto;

Após a redução da temperatura, empregar um dos métodos

anteriores;

Estabelecer as contenções (resfriar quando necessário).

Outra abordagem quando as altas temperaturas não permitem o acesso ao

compartimento é:

Descomprimir para a atmosfera para reduzir a temperatura;

Forçar o ataque através da abertura de acessório ou fazer aberturas

no teto e anteparas;

Aplicação indireta de água para a redução da temperatura;

Aplicação direta de água sobre a base do fogo, após a redução da

temperatura.

Abrir um acessório ou fazer uma abertura na parte superior do

compartimento;

Não direcionar a água da contenção superior para a abertura;

Para resfriar o compartimento, aplicar água em neblina desde um

acessório ou fazer aberturas em anteparas ou teto;

Após a redução da temperatura, empregar um dos métodos

anteriores;

Estabelecer as contenções (resfriar quando necessário).

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Técnicas de Combate a Incêndio Classe “B”

O combate a um incêndio dessa classe envolve o problema da grande produção

de fumaça negra e as altas temperaturas produzidas, principalmente em se tratando de

fogo em óleo pulverizado ou espalhado numa grande área. Incêndios em paióis de tintas

produzem grande quantidade de gases altamente tóxicos.

Os agentes extintores a serem utilizados são espuma AFFF, Pó-químico e APC

(Aqueus Potassium Carbonate). Na sua ausência, água pode ser utilizada, devendo ser

previsto, no entanto, um período maior de combate a incêndio, um maior desgaste do

pessoal, um maior número de brigadistas e ampolas de ar comprimido, grandes danos

devido ao tempo excessivo para a extinção do incêndio e grande risco de

recrudescimento do mesmo.

Devido a suas características e ao grande risco que representam na maioria das

embarcações os compartimentos onde existe grande quantidade de combustíveis, tintas,

graxas etc. são servidas por sistemas fixos de extinção de incêndio do tipo borrifo de

espuma ou água, ou alagamento por CO2 / FM-200.

Incêndio em fritador de cozinha

Esse tipo de incêndio geralmente é resultante do

sobreaquecimento do óleo utilizado nos fritadores e da

falta de atenção das pessoas que os utilizam.

As cozinhas e copas devem possuir em local de

fácil visualização instruções claras e objetivas para a

desalimentação dos equipamentos (isolamento elétrico)

e parada de ventilações/fechamento de flaps

(isolamento mecânico).

Fatores que contribuem para a intensidade do fogo e a propagação do mesmo

são: demora na descoberta do mesmo; dutos e telas da extração sujos e cheios de óleo;

espalhamento do mesmo para as proximidades por má utilização do agente extintor

(quando utilizado espuma lançando diretamente sobre o óleo).

O sinal de sobreaquecimento é a produção de fumaça branca sobre o óleo,

devendo então ser desligado o fritador e colocada uma manta antichamas sobre o

mesmo, abafando-o por pelo menos 5 (cinco) minutos, aguardando o óleo diminuir a

temperatura.

Se ocorrer o incêndio, deve ser dado imediatamente o alarme, desalimentado o

equipamento e iniciado o ataque. Nos navios que possuem sistema de APC, o mesmo

deve ser empregado.

No caso de não se possuir esse sistema, empregar extintores de espuma AFFF ou

de PQS, lançando desde uma distância adequada para evitar queimaduras caso o óleo

respingue.

A espuma deve ser lançada desde onde escorra para sobre o óleo, cobrindo-o e

abafando.

O PQS deve ser utilizado em jatos curtos, para controlar o fogo.

Incêndio em praça de máquinas

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As praças de máquinas são ambientes de alta temperatura, onde existe grande

quantidade de combustíveis e lubrificantes e grande quantidade de equipamentos

elétricos energizados.

Nas embarcações, a ocorrência de vazamentos de óleos combustíveis ou

lubrificantes pode ocorrer por fadiga de material, falta de manutenção adequada ou má

condução.

As dificuldades inerentes a um incêndio em uma Praça de Máquinas são:

Grande quantidade de fumaça negra, provocando perda de

visibilidade em cerca de 2 min., dificultando a evacuação da Praça

afetada e impossibilitando encontrar os focos de incêndio;

Dificuldades de acesso, pois a descida vertical representa risco para

o pessoal, e o fogo e fumaça se concentram na parte superior da

praça de máquinas;

As altas temperaturas envolvidas num incêndio classe “B”.

As embarcações devem possuir um procedimento de combate a incêndio em

Praça de Máquinas, visando disseminar procedimentos a serem adotados na ocorrência

de um grande vazamento de óleo combustível (ou lubrificante) ou um incêndio classe

“B” em suas Praças de Máquinas. Além disso, a utilização adequada de cada sistema e

equipamento de combate a incêndio de bordo, empregado nessa situação, deve ser de

conhecimento de todos.

Técnicas de Combate a Incêndios Classe “C”

Os procedimentos para combate a

incêndio dessa classe visam à segurança da

pessoa e à preservação da capacidade de

combate da embarcação ou de operação do

equipamento. Incêndios em equipamentos

energizados devem ser combatidos com CO2,

que é um agente extintor limpo, ou com PQS.

Este último deixará resíduos que podem ser

de difícil remoção, ou até mesmo danificar

relés ou contatos elétricos delicados. Fainas de combate a incêndio classe “C” são

mantidas como dessa classe até que se mostre impossível controlar e extinguir o mesmo

sem a utilização de grande quantidade de água.

A sequência de ações é como a seguir:

Desalimentar o equipamento;

Iniciar o combate ao fogo, verificando a necessidade de abrir ou não

portas de gabinetes ou painéis. Se for necessário, é recomendável a

utilização de luvas isolantes para tal;

Empregar preferencialmente CO2, porém, se for necessário utilizar água,

aguardar autorização do Comando, pois equipamentos vitais ou mesmo

sistemas podem ser avariados e colocar a embarcação numa situação

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difícil. Se for autorizado, utilizar água em neblina de alta velocidade a

uma distância mínima de 2 metros. Utilizar água doce se disponível. Não

utilizar jato sólido ou aplicador de neblina;

Manter o difusor fora do painel ou gabinete, tomando o cuidado de não

ter nenhum contato físico com partes possivelmente alimentadas, para

prevenir choque elétrico.

Extintores para serem empregados em painéis que possuem local para injeção de

CO2 devem ser adequados para tal e ter proteção isolante.

INSPEÇÃO EM SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO 3.

E EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

ALARMES DE INCÊNDIO 3.1.

Os alarmes de incêndios são equipamentos instalados com a finalidade de alertar

a tripulação para a deflagração de um estado de emergência a bordo. Os alarmes podem

ser sonoros ou visuais.

Sonoros

Os alarmes sonoros são equipamentos instalados em diversos compartimentos de

bordo com a finalidade de informar através de toques ou mensagens via

intercomunicadores (incêndio, abalroamento, abandono, etc.).

Visuais

São alarmes indicados para os locais onde a escuta seja de difícil percepção. Salas

de máquinas ou de geradores onde é indicado o uso de protetores auriculares utilizam-

se desse sistema doado de luminosos especiais com alto facho e oscilantes em

complemento aos alarmes sonoros.

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EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO DE INCÊNDIO 3.2.

Os equipamentos de detecção e combate a incêndio estão, em geral, baseados na

Convenção SOLAS 74, todavia devem obedecer ainda às normas do país de registro da

embarcação.

O objetivo da instalação de equipamentos de detecção de incêndio é bastante

claro: quanto mais rápido o incêndio for detectado, maior será a velocidade da resposta

para sua extinção. Podemos afirmar que existem dois tipos: o sensor humano, que nem

sempre poderá ser possível a sua presença em todos os compartimentos da

embarcação, e o automático, previamente instalado com a finalidade de propiciar uma

descoberta rápida do princípio de incêndio ou para um incidente qualquer identificado

pelo plano de alarme e, assim, desencadear o plano de emergência para aquele

incidente deflagrado.

Detecção e Alarme

O propósito desta regra é detectar um incêndio no compartimento de origem e

dar um alarme para permitir um escape seguro e a realização das atividades de combate

a incêndio. Com este propósito, as seguintes exigências deverão ser cumpridas:

As instalações do sistema fixo de detecção e alarme de incêndio

deverá ser adequado à natureza do compartimento, ao potencial de

alastramento do incêndio e ao potencial de geração de fumaça e

gases;

Os pontos de alarme, operados manualmente, deverão ser

localizados adequadamente para assegurar um meio de informação

rapidamente acessível; e

As patrulhas de incêndio deverão proporcionar um meio eficaz de

detectar e localizar incêndios e de alertar o passadiço e as equipes

de combate a incêndio.

Sistemas de Detecção de Fogo e Fumaça

Os sistemas de detecção permitem que princípios de incêndio sejam, com

presteza, informados por intermédio de um sinal de alarme. Os principais detectores de

incêndio são de gases ou fumaça e de chamas ou calor.

Detectores de gases ou fumaça

Como o nome indica, o aparelho detecta a presença de fumaça ou gases em um

compartimento, que pode ser originada de um início de incêndio, e aciona um sistema

de alarme.

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Detectores de chama

Os detectores de chama captam a radiação infravermelha e ultravioleta emitida

pela chama. São encontrados em locais onde existe o risco potencial de um crescimento

rápido de fogo intenso, determinados pela presença de líquidos e gases inflamáveis.

Detectores de temperatura

Os detectores de temperatura são utilizados para identificar uma fonte de calor

acima do normal na área em que foi instalado.

EQUIPAMENTOS FIXOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO 3.3.

Tradicionalmente, a proteção contra incêndio de equipamentos ou instalações

críticas tem sido baseada em sistemas fixos de supressão utilizando agentes extintores

gasosos. Os sistemas fixos de proteção contra incêndio são aqueles cujo propósito é a

supressão local de um incêndio num dado sistema ou equipamento, através de uma

instalação fixa geralmente de atuação automática. Estes sistemas destinam-se a

providenciar uma descarga de gás extintor de um conjunto de garrafas ou cilindros de

armazenamento, através de tubagem fixa até ao local de risco. A maioria dos sistemas

de proteção fixa funciona automaticamente, sendo necessária uma ligação a um sistema

de detecção automática de incêndio (por meio de detectores de fumo ou calor, por

exemplo). O esquema abaixo representa o conjunto de peças fundamentais que

constituem uma instalação fixa de proteção.

Existem dois tipos principais de sistemas de supressão de incêndio fixos por meio

de agentes extintores gasosos, quanto ao seu modo de aplicação:

Os sistemas de inundação total e os sistemas de aplicação local. Os primeiros

geralmente destinam-se à proteção de espaços confinados, como, por exemplo, salas

técnicas ou salas de computadores. Nesse caso o agente extintor gasoso é descarregado

no espaço confinado em determinada quantidade, de modo a obter-se uma

concentração de gás extintor relativamente uniforme nesse espaço. Os sistemas de

aplicação local, por outro lado, aplicam o agente extintor diretamente sobre o objeto ou

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equipamento em chamas, numa concentração suficientemente elevada para extinguir o

incêndio num espaço aberto.

Os sistemas de extinção fixa de incêndio destinam-se à proteção de riscos tais

como:

Sala de computadores;

Salas de comando;

Arquivos e museus;

Centrais Telefônicas;

Salas de equipamento eletrônico;

Depósitos de Artigos Valiosos;

Equipamento industrial crítico;

Aeronaves e embarcações;

Centrais de processamento de dados;

Turbinas e geradores de centrais elétricas; e

Instalações onde a água não pode ser utilizada como agente

extintor.

Sistema Fixo de Agentes Halogenados

Os agentes halogenados são a solução

alternativa ao halon mais eficiente. Trata-se de

substâncias do grupo dos “refrigerantes” e atuam

sobre o fogo por arrefecimento (diminuindo sua

temperatura, absorvendo calor) e em parte por

inibição da reação em cadeia. Estes produtos

contêm elementos ou compostos de flúor, cloro,

bromo ou iodo, mas contrariamente ao que sucede

com os halons, não induzem a degradação da camada de ozônio. Os agentes

halogenados modernos também apresentam a vantagem de não serem tóxicos nas

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concentrações em que são utilizados, pelo que os seus fabricantes anunciam a sua total

compatibilidade com a presença de pessoas.

Estes agentes são efetivamente muito eficientes, pelo

que, relativamente aos gases inertes, por exemplo, requerem

um volume muito menor de gás para a instalação fixa,

permitindo baterias de cilindros menores, em espaços mais

reduzidos. Por outro lado, o seu custo é muito superior ao

dos gases inertes. Exemplos de agentes halogenados são os

produtos genericamente designados por FM-200 e FE13.

Sistemas de fixo com CO2

Os sistemas fixos de CO2 são instalados a bordo com a finalidade de saturar, com

esse gás, a atmosfera no interior dos compartimentos que, normalmente, apresentam

maior risco de incêndio. Exceto no que se refere às manobras para descarga do gás e às

suas dimensões, as ampolas de CO2, empregadas nos sistemas fixos, são semelhantes

às ampolas dos extintores portáteis. As instalações fixas de CO2 podem ser de dois

tipos: o de mangueira em sarilho e o de descarga direta à distância.

Mangueira em sarilho

O tipo de mangueira em sarilho consiste em duas ampolas ligadas a uma seção de

mangueira especial para CO2, colhida em um sarilho e com um difusor na extremidade.

Próximo ao difusor há uma válvula que controla a descarga do gás.

Descarga direta

O tipo de descarga direta consiste em duas ou mais ampolas que descarregam

para uma canalização que leva o CO2 aos compartimentos protegidos pelo equipamento

Antes de empregar o CO2 como agente abafador deve ser verificado se todas as

aberturas do compartimento estão fechadas e se as ventilações estão paradas (ou se

pararão automaticamente ao se abrir o CO2). Uma vez iniciada a descarga das ampolas,

esta não mais poderá ser interrompida. No tipo de mangueira em sarilho, a válvula

próxima do difusor, como no caso dos extintores portáteis, permite uma interrupção

temporária.

Sistema fixo de CO2

O sistema fixo de baterias de cilindros de CO2 consiste de tubulações, válvulas,

difusores, rede de detecção, sinalização, alarme, painel de comando e acessórios,

destinado a extinguir incêndio por abafamento, por meio da descarga do agente

extintor.

Seu emprego visa à proteção de locais onde o emprego de água são

desaconselháveis, ou locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos são

elevados, nos quais a extinção por outro agente causará a depreciação do bem pela

deposição de resíduos.

É recomendado normalmente nos locais onde se buscam economia e limpeza, e

naqueles que o custo agente/instalação é muito mais inferior do que outro agente

extintor empregado. Possui uma efetiva extinção em:

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Incêndios das classes “B” e “C” (líquidos inflamáveis e gases

combustíveis);

Equipamentos elétricos energizados de alta tensão, em:

a) Recintos fechados, por inundação total, onde o sistema extingue

pelo abafamento, baixando-se a concentração de oxigênio do

local necessária para a combustão, criando uma atmosfera inerte;

b) Recintos abertos, mediante aplicação local sob determinada área.

Incêndio da Classe “A” (combustíveis sólidos) decorrente de seu

efeito de resfriamento nos incêndio em sólidos em que o fogo é

pouco profundo e o calor gerado são baixos;

Nos usos de inundação total, aliados a uma detecção prévia, a fim de

evitar a formação de brasas profundas; e

Nos usos de aplicação local, leva-se em conta o tipo e disposição do

combustível, uma vez que a descarga do CO2 impedirá a extinção

nas regiões não acessíveis diretamente pelo sistema.

O sistema não é capaz de extinguir:

Fogos em combustíveis (não pirofóricos) que não precisam de

oxigênio para a sua combustão, pois permitem uma combustão

anaeróbia;

Fogos em combustíveis de classe “D” (materiais pirofóricos).

Os tipos de sistema são:

Inundação total, onde a descarga de CO2 é projetada para uma

concentração em todo o volume do risco a proteger;

Aplicação local, onde o CO2 é projetado sobre elementos a proteger

não confinados;

Sistemas para o Combate ao Fogo usando Pó Químico como meio extintor

Existem sistemas de supressão de fogo com pó químico que são poderosos, cuja

tecnologia é comprovada no combate de incêndios em líquidos inflamáveis e gás dos

mais desafiadores. Eles costumam minimizar os riscos dos usuários através de suas

excelentes características de “knock down” (ação praticamente imediata).

Há duas opções que possibilitam um combate rápido e eficaz especialmente em

áreas de grande risco com a possibilidade de grandes incêndios. Locais onde é de vital

importância suprimir o fogo antes que ele se alastre ou aumente de proporção. Elas são:

Os sistemas manuais; e

Os sistemas fixos.

Sistemas manuais

São os que usam o pó químico de uma maneira eficaz em condições dificilmente

contornáveis por extintores, sejam eles portáteis, sejam sobre rodas (carretas). Os

sistemas manuais devem combinar a flexibilidade de extintores manuais com a

capacidade de apagar grandes incêndios de Classe B (líquidos inflamáveis e gases) e

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Classe C (Sistemas energizados). Estes sistemas devem possuir uma grande capacidade

de meio extintor e permitir um longo tempo de descarga.

Conforme o dimensionamento destes sistemas manuais eles podem atender às

seguintes situações:

Grandes incêndios - de Classe B e C que são extremamente

perigosos e demandam capacidade imediata de “knock down”;

Incêndios das Classes A e D;

Quantidade reduzida de operadores, pois, podem ser operados por

uma só pessoa;

Localização remota onde unidades autocontidas proporcionam a

capacidade de combate local, sem a necessidade de bombas ou fonte

de energia externa; com a vantagem adicional de poderem ser

recarregadas facilmente no campo;

Atendimento a riscos múltiplos: um sistema pode ser equipado com

válvulas seletoras de modo a atender várias mangueiras remotas a

partir de uma unidade central.

Sistemas fixos

São instalados com tubulação permanente que são uma solução automática e têm

características de alta tecnologia.

Estes sistemas possuem bocais aplicadores de pó químico fixo e incluem detecção

e alarme, atuação elétrica, pneumática ou manual, e possibilitam o desligamento de

equipamentos associados. Há uma grande flexibilidade propiciada pela possibilidade de

escolha dos detectores: térmicos, fotoelétricos, de gradiente de temperatura, ionização

ou chama. Uma variedade de bicos aplicadores de pó químico complementa a

flexibilidade de definição destes sistemas.

Os sistemas de pó químico grandes atendem a uma grande gama de aplicações

industriais, dentre elas:

Indústria do petróleo e petroquímicas:

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a) Sistemas de carga e descarga de combustíveis;

b) Equipamento de processamento em refinarias;

c) Sistemas de transferência de produtos e armazenagem;

d) Plataformas offshore; e

e) Áreas de processo.

Aplicações marítimas:

a) Decks de petroleiros;

b) Áreas de máquinas; e

c) Decks de carregamento.

Sistemas de Borrifo com Água

Também denominado de sistema de chuveiro automático. Destinam-se,

genericamente, a proteger áreas contra o fogo e, quando operando automaticamente,

possuem a vantagem de atuar logo no início do incêndio, impedindo assim que o fogo

alcance maiores proporções.

Sistema de chuveiro automático

A bordo, o tipo mais antigo de sistema fixo de borrifo consiste em uma derivação

da rede de incêndio e se destina à proteção dos paióis de tinta, convés, etc. Entre a rede

de incêndio e os compartimentos protegidos existe uma válvula de interceptação,

normalmente aberta e travada por um cadeado. A seguir, há uma válvula com comando

à distância, pela qual se faz a operação do sistema. Logo após essa válvula, há um

dispositivo que permite o teste de operação da rede. A rede de borrifo pode ser

constituída por simples tubulações perfuradas em espaços regulares, ou dispor de

pulverizadores especiais.

A rede de borrifo pode ser operada automaticamente, sendo a válvula de controle

atuada por um sistema de servo-comando, sensível ao aumento de temperatura.

Um sistema muito utilizado, tanto a bordo como em instalações de terra, é o que

utiliza os chuveiros automáticos. A rede de borrifo, nesse caso, é mantida sob pressão

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no compartimento a proteger. Os chuveiros entram em ação independentemente,

quando sensibilizados pelo calor. Assim, somente entram em operação aqueles

pulverizadores próximos ao fogo.

Os chuveiros automáticos são conhecidos como “SPRINKLERS”. Basicamente,

consiste em uma válvula que é mantida na posição de fechada através de um elemento

sensível ao calor. O rompimento desse elemento permite a abertura da válvula, cuja

descarga se faz sob forma de borrifo. O tipo mais conhecido possui como elemento

sensível uma ampola de vidro. A ampola contém um líquido cuja expansão faz com que

ela se rompa, ao ser atingida, a temperatura nominal de funcionamento.

BOMBAS DE INCÊNDIO, MANGUEIRAS, HIDRANTES (TOMADA DE 3.4.

INCÊNDIO) E APLICADORES.

As bombas de incêndio podem ser de acordo com o seu uso:

Bomba de incêndio;

Bomba de incêndio e esgoto;

Bomba de incêndio e sanitário;

Bomba de incêndio, sanitário e esgoto.

Qualquer bomba instalada para funcionar como bomba de incêndio, deve ter

capacidade e pressão suficiente para alimentar as tomadas de incêndio, mesmo em

conveses elevados. Nas grandes embarcações, a pressão deverá ser de 150 lb./pol², nas

embarcações menores 100 lb./pol². (7 Kg/cm2 e 10.5 Kg/cm2)

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Bombas Portáteis

São diversos os tipos de bombas portáteis a bordo em

serviços de esgoto, bem como outros dispositivos para o mesmo

fim.

Nota: As bombas portáteis quando operando em

compartimentos interiores, devem ter os gases da combustão conduzidos para fora por

um mangote de descarga apropriado.

Mangueira de Incêndio

As mangueiras adotadas atualmente nos

meios Offshore são as de borracha com capa

dupla (em lona), Tipo III, IV e V, e nos diâmetros

de 1.½ e 2.½. polegadas. As seções são de

15,25m (50 pés) de comprimento com união de

engate rápido (storz). Ao ser feita referência a

uma seção de mangueira, fica estabelecido que se

trate do comprimento padrão de 15,25m. O

revestimento interno de borracha é liso, para

reduzir ao mínimo as perdas por atrito.

As mangueiras de 1.½” são de manejo mais

fácil. Já as mangueiras de 2.½” oferecem muitas dificuldades na sua utilização, mesmo

quando utilizadas em convés aberto. Elas são mais empregadas para propiciar uma

maior extensão das linhas de mangueiras, alimentando duas outras de 1.½” com

emprego de uma redução em “Y”. Nas embarcações dotadas com estações de alta

capacidade para geração de espuma utilizam também mangueiras de 3.½”.

As mangueiras deverão ser conservadas limpas, não sendo, porém indicado lavá-

las, a não ser no caso de ficarem sujas de óleo ou graxa, que atacam a borracha. Nesses

casos, deverão ser lavadas com água doce, escova macia e sabão ou detergente neutro.

Não utilizar escova de arame ou qualquer produto abrasivo. Após a lavagem, as

mangueiras deverão ser enxaguadas e postas estendidas a secar à temperatura

ambiente para que não apresentem mofo.

Todas as mangueiras devem ser inspecionadas semanalmente, a fim de se

verificar se contém umidade. Devem ser retiradas de seus suportes, pelo menos uma

vez por mês e novamente colhidas, de modo que as dobras não fiquem no mesmo ponto

em que se encontravam. A parte inferior da mangueira, quando no cabide, deve ficar

pelo menos a 15cm do piso.

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Acondicionamento

É a forma em que encontramos as mangueiras, em função do seu local de

guarda. Podemos encontrá-las nas seguintes formas:

Espiral;

Aduchada;

Ziguezague.

Detalharemos cada uma destas formas a seguir.

O acondicionamento em espiral é também conhecido como método alemão.

Própria somente para armazenamento e apresenta uma dobra suave que evita o

desgaste do material. Não recomendável para operações de combate a incêndio devido a

demora em desdobrá-la.

O acondicionamento aduchada é o mais indicado para operações de combate

devido o seu manuseio e transporte. Também apresenta um baixo desgaste do material,

pois só utiliza uma dobra.

O acondicionamento em Ziguezague é próprio para uso de linhas já prontas.

Apresenta um maior desgaste devido ao maior número de dobras. Pode ficar deitada no

piso ou em pé.

Aduchamento: É uma tarefa executada pelo brigadista com a finalidade de

acondicionar as mangueiras após o seu uso. O aduchamento da mangueira é mais

bem desempenhado por dois brigadistas:

1º Passo: Preparamos a mangueira deixando-a totalmente esticada sob o

piso, tirando todas as torções por ventura existentes. Uma das

extremidades deve ser levada e colocada de modos que fique uma parte da

mangueira sob a outra, mantendo uma distância de 1 metro entre as duas

conexões;

2º Passo: Enrolar

começando pela dobra

tentando manter o maior

ajuste possível. O segundo

tripulante auxiliar de forma

a evitar folgas na parte

interna. Parar de enrolar

quando atingir a conexão da

parte interna, trazendo a outra conexão sobre a mangueira aduchada.

Para desenrolar uma mangueira basta colocá-la sob o piso, pisar na parte externa

não enrolada, segurar na conexão da parte interna ainda enrolada e puxá-la para cima.

Este movimento pode se efetuado parado ou caminhando em direção a uma tomada ou

a outro lance de mangueira.

A mangueira aduchada pode ser transportada de duas formas. Embaixo do braço,

com a conexão para baixo e voltado para trás, ou em cima dos ombros com a conexão

para baixo e voltado para frente. Talvez esta última maneira apresente algumas

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limitações quanto a limitações na visibilidade do lado em que o tripulante estiver

carregando a mangueira.

Rede de Incêndio

A rede de incêndio consiste num sistema de canalização que alimenta as tomadas de

incêndio e os demais sistemas que utilizam água. Em um navio, costuma, também,

alimentar a rede sanitária e as de resfriamento das máquinas auxiliares.

A fim de assegurar a máxima proteção da rede de incêndio contra avarias,

sempre que possível, as suas canalizações e bombas ficam localizadas na parte mais

protegida da embarcação. No convés principal, procura-se reduzir ao mínimo o número

de canalizações horizontais.

A pressão da rede de incêndio é da ordem de 150 lb./pol.², sendo que é

necessária uma pressão mínima de 70 lb./pol.² no terminal das mangueiras para

produção satisfatória de neblina, cuja qualidade melhora quando a pressão aumenta.

Essa pressão mínima e também necessária para operar quase todos os equipamentos

produtores de espuma.

Segregação da rede de incêndio - A rede de incêndio deverá possuir

recursos para ser segregada em várias seções independentes.

Cada uma dessas seções deverá possuir seu suprimento próprio d’água,

funcionando sem prejuízo para a eficiência da embarcação.

Rede de borrifo de paióis - Cada paiol, isolado, ou grupo de paióis

próximos, é alimentado por uma derivação da rede de incêndio, tendo uma

válvula intermediária e outra de controle. Essas válvulas possuem manobra

local e à distância.

Em algumas embarcações, a rede de borrifo é alimentada por seções de

mangueiras que deverão ser ligadas a tomadas de incêndio localizadas nas

proximidades.

Outros possuem borrifo automático, tipo “sprinkler”, que consiste em uma

série de pulverizadores que são mantidos fechados individualmente por

uma ampola de vidro, contendo um líquido especial. Caso haja aumento da

temperatura ambiente acima de certo limite, o líquido no interior da ampola

se expande, rompendo a ampola e liberando a água.

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Sistema de esgoto - O sistema de esgoto de uma embarcação consiste

em várias redes servidas ou não por bombas, e que se destinam a remover

a água desnecessária que se encontrar a

bordo.

Adicionalmente poderão ser usados os

recursos portáteis para esgoto, que

servirão não só de reforço às redes fixas,

com também permitirão o esgoto de

locais desprovidos de recursos normais para tal trabalho. Dentre esses

recursos que constituem o equipamento portátil, podemos citar:

Bombas elétricas submersíveis;

Bombas portáteis acionadas por motor a gasolina ou diesel;

Edutores.

Válvulas

As válvulas normalmente instaladas na rede de incêndio são de interceptação,

redutora e de segurança/alivio.

Válvulas de interceptação - São válvulas encontradas na própria rede e

nas suas derivações verticais ou horizontais. Têm por finalidade permitir a

segregação da rede em partes independentes e, o isolamento de seções

avariadas, visando o reparo ou contorno.

Algumas dessas válvulas podem ser manobradas à distância.

Em qualquer ocasião, a rede deve estar na condição de fechamento

estabelecida, e isto deverá ser do perfeito conhecimento da brigada. Esse

pessoal deve também ter exato conhecimento das manobras a executar

para prontamente isolar ou restabelecer a alimentação de qualquer parte

da rede. Quando necessário, as bombas portáteis são utilizadas para

alimentar partes segregadas da rede de incêndio.

Válvulas redutoras - São válvulas instaladas nas derivações da rede de

incêndio que alimentam a rede sanitária. A pressão normal da rede

sanitária é de 35 lb./pol.2, sendo as válvulas redutoras ajustadas para esse

valor.

Válvulas de segurança - São instaladas na rede sanitária, em geral,

disparam com uma pressão 10% acima da prevista. Essas válvulas têm

com objetivo não deixar exceder a pressão normal de trabalho.

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Hidrante (tomada de incêndio)

Os hidrantes (tomadas de incêndio) são dispositivos instalados nas tubulações da

rede de incêndio para a captação da água para o combate a incêndio e a bordo são

instaladas nas tubulações horizontais ou nas extremidades das derivações verticais. Nas

embarcações maiores essas tomadas são de 2.½ polegadas de diâmetro, reduzidas,

quando necessário para 1.½ polegadas. Nessas embarcações as tomadas poderão ser

duplas. Nas embarcações menores, salvo algumas exceções, todas as tomadas são de

1.½ polegadas.

A localização dos hidrantes de incêndio obedece aos seguintes critérios: nas

embarcações maiores são posicionadas de modo que qualquer ponto do navio possa ser

alcançado com duas mangueiras de 15,25m (50 pés). Nas embarcações menores são

dispostas de modo que se possa alcançar qualquer ponto da embarcação com uma

mangueira de 15,25m (50 pés) de comprimento. As tomadas do convés principal ficam

elevadas de 0,30m do piso e dispostas horizontalmente.

Aplicadores

Esguichos - São equipamentos feitos de metal antifaiscante (bronze ou

latão) de variados modelos projetados para otimizar a velocidade e forma

de lançamento do jato d’água para o fogo. A sua vazão é variável e pode

ser utilizado para a aplicação de jato sólido, mais indicado para trabalhos

de resfriamento (ataque indireto), ou para aplicação de neblina de alta

velocidade em ângulos variados de 30º a 90º. São encontrados nos

diâmetros de 1.½ e de 2.½ polegadas. Também são encontrados em

modelos especiais utilizados para produção de espuma.

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Esguicho universal e aplicadores - Um

dos tipos de esguicho adotado na Marinha

é o universal. O esguicho universal,

fornecido nas dimensões de 1½" e 2½",

possui uma válvula de três posições,

comandada por uma alavanca, e dois

orifícios de descarga. Mediante manobra

da alavanca, o esguicho poderá produzir

um jato sólido pelo orifício superior, ou uma cortina de neblina pelo orifício

inferior, onde se adapta um bico pulverizador.

Com a alavanca na posição avançada, o esguicho estará fechado e, na

posição oposta, para trás, produzirá o jato sólido. Com a alavanca na

posição intermediária, vertical, a descarga será pelo orifício inferior, em

forma de neblina de alta ou baixa velocidade, conforme o pulverizador

adotado. Para a produção de neblina de alta velocidade é utilizado um

pulverizador de alta velocidade, que fica normalmente preso ao esguicho

por um pequeno fiel de corrente. Para obtenção de neblina de baixa

velocidade, retira-se o pulverizador de alta velocidade, colocando-se em

seu lugar um aplicador, onde existe um pulverizador de baixa velocidade.

A pressão necessária para produzir neblina em qualquer dos tipos de

pulverizador é a mesma, 70 lb/pol.2. Para se obter melhores resultados,

porém, a pressão d’água no esguicho deverá ser próxima de 100 lb/pol.2. A

neblina de baixa velocidade é produzida por orifícios menores e de tal

maneira dispostos que a água fica dividida em partículas muito pequenas e

com alcance reduzido. O pulverizador de baixa velocidade não é conectado

diretamente ao esguicho, mas ao tubo aplicador.

Existem três tipos de aplicadores:

Os dois primeiros são utilizados com esguicho de 1½", e o terceiro com o

esguicho de 2½".Comparando-se a neblina de alta velocidade com a de

baixa, verifica-se que a de baixa possui menor alcance e maior difusão das

partículas de água. Assim, a neblina de baixa, pela maior difusão,

apresenta mais facilidade de absorção de calor. Em ambos os tipos de

neblina, porém, seus efeitos são, em maior ou menor grau, os de

resfriamento e abafamento. O efeito de abafamento é obtido quando as

partículas de água, ao absorverem o calor, transformam-se em vapor. Este,

por sua vez, atua como agente abafador. Ambos os tipos de neblina podem

ser empregados no combate ao fogo. Os aplicadores de neblina de baixa

velocidade deixaram de ser usados na proteção das Turmas de Incêndio,

após a entrada em serviço do esguicho variável que é, também capaz de

produzir neblina para a linha de proteção. Os aplicadores ainda são úteis

para aplicação de neblina por cima de obstáculos que eventualmente

impeçam a passagem do pessoal para combater as chamas a menor

distância. Podem, também, ser introduzidos em compartimentos

incendiados, através de furos abertos nos pisos e anteparas, quando não

houver possibilidade de penetração do pessoal no compartimento para

combate às chamas.

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Adaptadores - Para uma maior eficácia, flexibilidade quanto ao uso de

mangueiras nas operações de combate a incêndio devemos contar com

alguns acessórios que otimizem o seu alcance.

Derivante ou redução em “Y” - O derivante ou redução “Y” é indicado

para manobras em que será necessário o emprego de duas ou três linhas

de mangueiras. Sempre reduz de um diâmetro de 2.½” para 1.½”.

Também é construído em metal antifaiscante.

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As reduções são aplicadas para reduzir o diâmetro de uma mangueira de

2.½” para outra de 1.½’’.

Embora, hoje em dia, a grande maioria das conexões de mangueiras seja

de engate rápido, ainda contamos com as chaves de mangueira ou chave

“storz”. O real motivo de ainda existirem,

ocorre pela sensibilidade do bronze ou do

latão a impactos físicos. É um excelente

material para combate a incêndio por não

produzir faíscas quando sofrer algum tipo de

atrito, contudo é fácil de amassar. Sendo

assim, é importante termos o maior cuidado

com todos os assessórios de combate a incêndio fabricados desses

materiais.

Também devemos preservar esses equipamentos quanto a sujeiras,

contaminação e corrosão, mesmo que

tenham sido feitas de bronze, principalmente

após a sua utilização com espumas. Portanto

não dispensaremos uma boa limpeza com um

pouco de algum lubrificante adequado.

EQUIPAMENTOS MÓVEIS E PORTÁTEIS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIO 3.5.

E SUAS APLICAÇÕES, DE PROTEÇÃO PESSOAL, DE RESGATE, PARA

SALVAMENTO E DE COMUNICAÇÃO.

Extintores de Incêndio

Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agente extintor

para o combate imediato e rápido a princípios de incêndio. Podem ser portáteis ou sobre

rodas, conforme o tamanho e a operação. Os extintores portáteis também são

conhecidos simplesmente por extintores e os extintores sobre rodas, por carretas.

Extintores Portáteis

O emprego de extintores portáteis para debelar princípios de incêndios nunca

deve protelar o guarnecimento de recursos de maior vulto, uma vez que, caso o

combate com equipamento portátil fracasse, já estarão em andamento providências

para fazer chegar ao local os recursos de maior porte, permitindo o combate a incêndio

antes que ele atinja grandes proporções.

São muitos os tipos de extintores portáteis. As variações que apresentam entre si

prendem-se, principalmente, às diferenças entre os agentes extintores e ao propelente

utilizado. Os agentes extintores, logicamente, são determinados em função da classe de

incêndio a que se destina o equipamento. O propelente diz mais respeito ao aspecto

prático de sua utilização.

O êxito no emprego dos extintores dependerá de:

Manutenção de acordo com a norma técnica;

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Distribuição apropriada dos aparelhos;

Inspeção periódica da área a proteger; e

Pessoal habilitado no manuseio correto.

Os extintores devem conter uma carga mínima de agente extintor em seu interior,

chamada de unidade extintora e que é especificada em norma.

Extintores a água - tipo pressurizado - O propelente (nitrogênio)

e o agente extintor são armazenados no cilindro e a descarga é

controlada por meio da válvula de fechamento (disparo rápido, tipo

gatilho). Suas características são:

Capacidade: 10 litros;

Unidade extintora: 10 litros;

Aplicação Incêndio: Classe “A”;

Alcance médio do jato: 10 metros; e

Tempo de descarga: 60 segundos.

Seu funcionamento ocorre da seguinte forma: a pressão interna expele a água

quando o gatilho é acionado.

Operação: Remover o extintor do suporte, Suspendendo-o pela alça inferior.

Retirar a seguir o pino de segurança e pressionar o gatilho, dirigindo o jato para a base

das chamas e depois de extinto o fogo, dirigir o jato sobre o material ainda

incandescente até encharcá-lo.

Extintores a espuma

É composto de um cilindro com uma mistura de líquido

gerador de espuma AFFF 3% ou 6% e água, que usa nitrogênio como

propelente.

Suas características são:

Capacidade: 9 litros (mistura de água e Líquido

Gerador de Espuma – AFFF);

Unidade extintora: 9 litros;

Aplicação Incêndio: Classe “A” e “B”;

Alcance médio do jato: 5 metros;

Tempo de descarga: 60 segundos.

O seu funcionamento ocorre da seguinte forma: a mistura de água e líquido

gerador de espuma (LGE) já está sob pressão, sendo expelida quando acionado o

gatilho; ao passar pelo esguicho lançador, ocorrem o arrastamento do ar atmosférico e o

batimento, formando a espuma.

Operação: São operados à semelhança dos extintores de água pressurizada.

Devemos: Conduzi-lo ao local do fogo; posicioná-lo em segurança, romper o lacre,

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puxar o pino de segurança, empunhar o gatilho e esguicho e lançar a espuma contra

uma antepara.

Nota: O extintor de nove litros deve receber 8,6 litros de água e 0,4 litros de AFFF,

devendo ser pressurizado até que seu indicador de pressão (manômetro) indique a

pressão de 13,5 kgf/cm2 na sua faixa verde (operação).

Dióxido de carbono (CO2)

O extintor consiste de um cilindro de aço sem costura, no qual

é comprimido o CO2 a uma pressão de 850 lb./pol.2. O uso da

alavanca de disparo permite uma operação intermitente do extintor.

Suas características são:

Capacidade: 2, 4 e 6 kg;

Unidade extintora: 6 Kg;

Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”;

Alcance do jato: 2,5 metros;

Tempo de descarga: 25 segundos.

Funcionamento: O gás é armazenado sob pressão e liberado quando acionado o

gatilho.

Operação: Retirar o pino de segurança, em seguida, pressionar a alavanca que

comandará a válvula de descarga. Em quase todos os tipos de incêndio, a descarga deve

ser dirigida para a base das chamas. Após sua extinção, deve ser mantido o jato para

permitir um maior resfriamento e prevenir o possível reavivamento do fogo, deve ser

conduzido ao local do fogo, posicionado em segurança, e então romper o lacre e tirar o

opino de segurança, empunhar o gatilho e o difusor e efetuar lançamento com difusor

em movimentos laterais

Cuidados: Segurar pelo punho do difusor, quando da operação. Quando

empregados em ambientes confinados, o operador deverá fazê-lo com cuidado, a fim de

não sofrer os efeitos decorrentes da baixa percentagem de oxigênio que restará para a

respiração. Não podem ser usados em incêndios da classe “D”. São eficientes contra

pequenos incêndios da classe “A”, controlando-os até a chegada de agente extintor

indicado para esse tipo de incêndio.

Extintores a pó químico (BC)

Os extintores a bicarbonato de sódio foram originalmente

conhecidos como “pó químico”, sendo esta denominação mantida para

todos os extintores com agente extintor em pó, exceto aqueles para

incêndios classe “D”. Tipo pressurizado e como propelente, emprega o

CO2, nitrogênio ou ar comprimido, isentos de umidade, a fim de não

granular o pó.

Suas características são:

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Capacidade: 1, 2, 4, 6, 8 e 12 kg;

Unidade extintora: 4 kg;

Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”;

Alcance médio do jato: 5 metros;

Tempo de descarga: 15 segundos para extintor de 4 kg, 25 segundos

para extintor de 06 kg e 45 segundos para o extintor de12 Kg.

Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o gatilho é acionado.

Operação: O jato deve ser dirigido para a base das chamas, movimentando-se o

esguicho rapidamente de um lado para outro. Alguns extintores têm alta velocidade na

saída do esguicho e, por isto quando usados em líquidos inflamáveis em camada

espessa, deve ser aplicado a uma distância de 2 a 2,5 m.

Cuidados - Os extintores a pó químico não são efetivos em incêndio classe “D” e

podem, inclusive, causar reações químicas violentas.

HALON

Os halons são hidrocarbonetos halogenados sendo que o nome

genérico “halon” tem sido frequentemente utilizado na designação de

um conjunto de hidrocarbonetos halogenados. O halon é um agente

extintor que teve grande sucesso no combate a incêndio, dadas as

suas propriedades enquanto gás relativamente limpo e eficaz em

fogos das classes A, B e C.

O halon contém elementos químicos, como o bromo, flúor, iodo

e cloro, atua sobre o processo de combustão inibindo o fenômeno da

reação em cadeia. No entanto, apesar da sua comprovada eficiência

este produto encontra-se proibido por razões de ordem ambiental.

Existem hoje em dia gases de extinção alternativos, considerados

limpos e sem os efeitos adversos do halon sobre a camada de Ozônio,

nomeadamente os gases inertes e os agentes halogenados, tais como

por exemplo a Argonite, Inergen, FM200, FE13 etc.

Suas características são:

Capacidade: 1 , 2, 4 e 6 kg;

Unidade extintora: 2 Kg;

Aplicação Incêndios: Classes “A”, “B” e “C”;

Alcance médio do jato: 3,5 metros;

Tempo de descarga: 15 segundos, para extintor de 2 kg.

Funcionamento - O gás sob pressão é liberado quando acionado o gatilho. O halon

é pressurizado pela ação de outro gás (propelente), geralmente nitrogênio.

São particularmente empregados em incêndios de equipamentos eletrônicos, por

não deixarem resíduos. Encontra-se em desuso, porém ainda é utilizado em algumas

unidades marítimas.

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Operação - São operados de modo semelhante aos extintores a CO2. O jato deve

ser dirigido para a base das chamas. Em incêndios de líquidos inflamáveis, em

recipientes, o jato deve ser orientado contra a parede oposta, sobre as chamas. Logo

que possível, o operador deve direcionar o jato em torno do fogo, a fim de cobrir a

maior área possível durante o período de descarga do extintor.

Extintores a pó químico seco para metais combustíveis (Pó D)

Esses extintores são normalmente conhecidos como

extintores a “Pó Seco” e utilizados em incêndios da classe “D”.

O pó mais comumente empregado é o MET-L-X (cloreto de

sódio com fosfato tricálcio, aditivo termoplástico e metal

estearato). O pó não é tóxico, não é combustível, não é abrasivo e

não conduz eletricidade.

Geralmente o propelente é o nitrogênio. O pó forma uma

camada sólida, impedindo o contato do oxigênio com as chamas,

extinguindo-as. É importante que a camada sólida não seja

partida, o que iria permitir entrada de oxigênio e consequente

intensificação das chamas. O pó tem a característica de aderir em

superfícies quentes, envolvendo perfis irregulares e fundidos. Os

extintores que contêm o MET-L-X são indicados para incêndios que envolvem sódio,

potássio, ligas d e sódio-potássio e magnésio.

Funcionamento: O pó sob pressão é expelido quando o gatilho é acionado.

Operação: Quando da aproximação a um incêndio, abrir totalmente o esguicho e

lançar o pó sobre o metal incendiado. ( Ver FISPQ )

Extintores a pó químico (ABC)

Um incêndio se caracteriza pelo tipo de material em

combustão e pelo estágio em que se encontra. Existem três

classes de incêndio mais comuns, identificadas pelas letras “A”,

“B” e “C”.

O novo tipo de extintor, com pó ABC apaga os três tipos de

incêndio. Com ele, você não precisa identificar a classe do fogo

antes de utilizar o equipamento.

O pó ABC, largamente utilizado na Europa e nos EUA, não é

nocivo à saúde. Seu principal componente, o fosfato

monoamônico.

Suas vantagens são:

Segurança ao operador. O pó ABC apaga as três classes de incêndios

com mais eficiência. Ele é capaz de apagar chamas de até 2 metros

(1-A) em sólidos, e 4 metros (5-B) em líquidos inflamáveis;

Validade de 5 anos. (para extintores automotivos);

Garantia de qualidade por parte dos fabricantes;

Comodidade para o usuário, que passa um grande período sem

preocupações.

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Suas características são:

Tipo de pressurização: Direta;

Tempo de descarga (s): 25 (Pó 6 Kg);

Alcance do jato (m): 5 (médio);

Rendimento na posição vertical: 93% (mínimo);

Capacidade Extintora: 2-A:20B NBR 15808;

Capacidade de carga: 1, 2, 4, 6 e 12 Kg;

Especificações: Tipo pó químico, pressurizado;

Válvula: Confeccionada com em latão forjado tipo intermitente,

indicador de pressão com capacidade de 0 a 21kgf/cm2;

Característica do cilindro: Fosfatização interna e externa;

Pintura de acabamento em epóxi (pó eletrostático), conforme

normas da ABNT.

Extintores sobre Rodas (Carretas)

São aparelhos com maior quantidade de agente extintor, montados sobre rodas

para serem conduzidos com facilidade. As carretas recebem o nome do agente extintor

que transportam, como os extintores portáteis.

Devido ao seu tamanho e a sua capacidade de carga, a operação destes aparelhos

obriga o emprego de pelo menos dois operadores.

As carretas podem ser de água, espuma mecânica, pó químico seco e gás

carbônico.

Carreta de água - É um extintor de maior proporção e

capacidade, conduzido sobre rodas. Suas características

são:

Capacidade: 50 a 150 litros;

Aplicação Incêndio: Classe “A”;

Alcance médio do jato: 13 metros;

Tempo de descarga para 75 litros: 180 segundos;

Operação e manuseio da carreta de água.

Operação - Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das rodas, retirar à

mangueira do suporte, romper o lacre e acionar a alavanca da válvula, testar e dirigir o

jato para a base do fogo.

Carreta de espuma

Suas características:

Capacidade: 50 a 150 litros (mistura de água e

LGE).

Aplicação Incêndios: Classes “A” e “B”;

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Alcance médio do jato: 7,5 metros;

Tempo de descarga para 75 litros: 180 segundos.

Operação: Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das rodas, retirar à

mangueira do suporte, romper o lacre e acionar a alanca da válvula, testar e lançar a

espuma contra uma antepara.

Carreta de pó químico seco

Suas características são:

Capacidade: 20kg a 100kg;

Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”

(Bicarbonato de sódio); Classe “D” (Cloreto de

sódio) e Classe “A”, “B” e “C” (Fosfato

monoamônico);

Tempo de descarga, para 20 kg: 120 segundos.

Operação: Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das rodas, retirar a

mangueira do suporte, romper o lacre, acionar a alavanca da válvula, testar e dirigir o

jato para a base do fogo.

Carreta de gás carbônico (CO2)

Suas características são:

Capacidade: 25kg a 50kg;

Aplicação Incêndios: Classes “B” e “C”;

Alcance médio do jato: 3 metros;

Tempo de descarga para 25Kg: 60 segundos.

Funcionamento - O gás carbônico, sob pressão, é liberado

quando acionado o gatilho.

Operação - Conduzir a carreta equilibrando o peso sob o eixo das

rodas, retirar a mangueira do suporte, romper o lacre abrindo a válvula da carreta, abrir

a válvula (disparo rápido) na extremidade da mangueira e dirigir o jato para a base do

fogo fazendo movimentos laterais com o difusor.

Manutenção e Inspeção dos Extintores

A manutenção começa com o exame periódico e completo dos extintores e

termina com a correção dos problemas encontrados, visando um funcionamento seguro

e eficiente. É realizada através de inspeções, onde são verificados: localização, acesso,

visibilidade, rótulo de identificação, lacre e selo do INMETRO, peso, danos físicos,

obstrução no bico ou na mangueira, peças soltas ou quebradas e pressão no indicador

de carga.

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As inspeções deverão ser:

Semanais: Verificar acesso, visibilidade e sinalização;

Mensais: Verificar se o bico ou a mangueira estão obstruídos.

Observar a pressão do indicador de pressão (se houver), o lacre e o

pino de segurança;

Semestrais: Verificar o peso do extintor de CO2 e do cilindro de gás

comprimido, quando houver. Se o peso do extintor estiver abaixo de

90% do especificado, recarregar;

Anuais: Verificar se não há dano físico no extintor, avaria no pino de

segurança e no lacre. Recarregar o extintor;

Quinquenais: Fazer o teste hidrostático, que é a prova a que se

submete o extintor a cada 5 anos ou toda vez que o aparelho sofrer

acidentes, tais como: batidas, exposição a temperaturas extremas,

ataques químicos ou corrosão. Deve ser efetuado por pessoal

habilitado e com equipamentos especializados. Neste teste, o

aparelho é submetido a uma pressão de 2,5 vezes a pressão de

trabalho, para os extintores de baixa pressão (Extintores a base de

Pó, Água, Espuma e Halogenado de baixa pressão) – Este teste é

precedido por uma minuciosa observação do aparelho, para verificar

a existência de danos físicos – e 1,5 vezes a pressão de trabalho,

para os extintores de alta pressão (CO2 e Halogenado de alta

pressão).

Observações gerais:

Agentes extintores, tais como, água e areia lançados a balde

constituem um recurso de razoável eficiência para o controle de

princípios de incêndios. É um recurso simples e econômico indicado

como alternativa para locais isolados, onde os riscos de incêndio

sejam pequenos, e o espaço e a estética não constituam problema;

Os extintores que utilizam substâncias químicas sob pressão devem

ser testados hidrostaticamente em intervalos regulares e quando o

extintor apresentar ação da corrosão ou avarias mecânicas.

Extintores que apresentam sinais de corrosão, deformações no

cilindro, ou que tenham sido reforçados por meio de solda ou outro

processo mecânico, devem ser substituídos por novos extintores já

testados hidrostaticamente;

Os extintores portáteis, que utilizam agentes em estado gasoso ou

em pó, podem ser ineficazes se empregados ao ar livre sob

condições de vento forte.

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Proteção Pessoal e Segurança

Todo o material que tem como propósito básico proteger a pessoa que combate

um incêndio, contra quaisquer fatores, que coloquem em risco sua integridade física é

conhecido como equipamento de proteção e segurança.

Todo EPI é selecionado de acordo com o risco identificado em determinada

operação.

Como se trata de uma faina de combate a incêndio a primeira preocupação é a

proteção contra queimaduras. Todavia, não podemos nunca nos esquece de que a

proteção respiratória e a proteção contra choques na cabeça são tão importantes quanto

à primeira.

Durante a fase de preparação para um combate a um incêndio, devem-se prover

três tipos básicos de proteção aos componentes do grupo.

Proteção contra queimaduras;

Proteção ao aparelho respiratório; e

Proteção contra choques na cabeça.

Proteção contra queimaduras - Quem engaja em fainas de combate a

incêndio necessita de proteção contra o calor.

Roupa de proteção:

Certas formas de aplicação da água (neblina de alta e baixa velocidade) e mesmo

de espuma (neblina de espuma) oferecem boa proteção contra o calor radiante, porém a

proteção básica individual está diretamente ligada à vestimenta. Na maioria dos modelos

são adotadas as capas de bombeiro 7/8 antichamas ou o conjunto calça e jaquetão

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antichamas. As proteções mais indicadas para proteção contra altas temperaturas são o

NOMEX ® e a aramida ignífuga.

Os tripulantes que fazem parte das operações de combate a incêndio devem estar

vestidos com uniforme de combate completo, inclusive capacetes com lanterna

intrinsecamente seguras, capuz e luvas antiexposição ou luvas para trabalhos pesados e

roupas antichamas e, se possível, antiestéticas.

As altas temperaturas existentes nos incêndios e a grande quantidade de vapor

produzida quando a água entra em contato com o material em combustão, ou anteparas

ou pisos quentes, são ameaças aos tripulantes no trabalho de combate a incêndio. O

vapor penetra nas luvas e capuz, provocando outras queimaduras. O uso da roupa de

penetração completa protege as pessoas, permitindo um ataque eficaz, por um tempo

maior. As botas de borracha com proteção de aço e cano alto são de elevada

necessidade.

Observações sobre a colocação das roupas de proteção e sobre o uso dos

equipamentos de proteção:

As roupas devem ser sempre usadas sobre o macacão, provendo assim maior

proteção a pessoa;

As roupas devem ter sua parte superior fechada, apenas na hora em que a

pessoa for empregada no trabalho, de forma a mantê-lo o maior tempo

possível “refrescado”;

As roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros passados e

zíperes fechados;

As luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas;

As luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se possível, e

serem de tamanho ligeiramente maior, a fim de permitir ao homem

movimentar os dedos dentro da luva, evitando queimaduras por vapor;

O capuz antiflash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara, cobrindo

todas as partes expostas da pele da pessoa e a parte superior da máscara, e

por dentro da roupa de penetração;

As máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas passadas e

corretamente ajustadas ao corpo da pessoa; e

A utilização de capacetes é obrigatória (deve ser colocado bem preso à cabeça

através da

jugular).

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A importância das camadas existentes em uma vestimenta de proteção:

1ª Camada

Externa – Fornece resistência à chamas, altas temperaturas, abrasão e corte.

2ª Camada

Barreira de umidade – Fornece resistência à penetração de líquidos como água, fluidos

corporais e substâncias químicas comuns mantendo o Bombeiro limpo e protegido.

3ª Camada

Barreira térmica – Protege o Bombeiro contra a transferência térmica de calor,

mantendo sua temperatura corporal regular.

4ª Camada

Forro interno – Auxilia a proteção térmica gerando conforto ideal para a pele do

Bombeiro.

Tipos de Queimaduras

Queimaduras são acidentes sérios e não precisam ser necessariamente derivadas do

fogo. Sendo assim, existem diversos tipos de queimaduras e de acordo com o agente

causador elas podem variar, seguindo a seguinte classificação:

TÉRMICA – Provocada por calor, líquidos quentes, objetos aquecidos e vapor.

QUÍMICA – Provocada por ácidos e bases.

ELÉTRICA – Quando provocada por raios e correntes elétricas.

RADIAÇÃO – Quando provocada por meio de partículas ou ondas.

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Prostração causada por calor

A prostração provocada por calor é um processo devido à exposição ao calor

durante várias horas – a perda excessiva de líquidos provocada pela sudação causa

fadiga, queda da tensão arterial e, por vezes, um colapso.

Ser exposto a altas temperaturas pode provocar perda de líquidos através da

sudação, sobretudo durante a atividade física ou o exercício. Juntamente com os

líquidos, perdem-se sais (eletrólitos), o que altera a circulação e o funcionamento do

cérebro. Como resultado, pode-se verificar prostração.

Roupas de penetração (aluminizada):

As roupas de penetração são usadas nas fainas de combate a incêndio, onde a

pessoa poderá ficar em contato direto com as chamas ou altas temperaturas.

A roupa de penetração permite ao brigadista passar através das chamas e

permanecer em contato com elas durante um período de tempo inferior a dois

minutos, sempre que a temperatura não seja superior a800°C.

Esta roupa só deve ser utilizada em casos extremos, como salvamento e

fechamentos de válvulas que garantam a extinção imediata do incêndio.

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As roupas aluminizadas devem ser vestidas sobre o macacão. Constam de calças,

paletó, botas, luvas e capuz com visor. São confeccionadas de modo a permitir a

utilização nas fainas de incêndio. Protegem contra o calor irradiado.

Modernamente, roupas de lã de vidro e aluminizadas substituíram as roupas de

amianto. A superfície aluminizada reduz a absorção do calor radiante.

Observações sobre a colocação das roupas de proteção e sobre o uso dos

equipamentos de proteção:

As roupas devem ser sempre usadas sobre o macacão, provendo assim maior

proteção a pessoa;

As roupas devem ter sua parte superior fechada apenas na hora em que a

pessoa for empregada na faina, de modo a mantê-lo o maior tempo possível

“refrescado”;

As roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros passados e zíperes

fechados;

As luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas. As luvas de raspa de

couro, por exemplo, podem dificultar o manuseio de esguichos quando

molhadas; as luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se

possível, e serem de tamanho ligeiramente maior a fim de permitir a pessoa

movimentar os dedos dentro da luva, evitando queimaduras por vapor;

O capuz antiflash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara, cobrindo

todas as partes expostas da pele da pessoa e a parte superior da máscara, e

por dentro da roupa de proteção;

As máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas passadas e

corretamente ajustadas ao corpo;

A utilização de capacete é obrigatória (deve ser colocado bem preso à cabeça

através da jugular); e permite passar através das chamas e permanecer num

período de tempo.

Proteção básica:

Na ausência de roupas especiais, o uso de vestimentas a

base de algodão antichamas oferecem proteção significativa

contra o calor radiante de um incêndio. Por este motivo, adotou-

se o macacão como vestimenta padrão a bordo. O tecido é

submetido a um tratamento químico atóxico onde as fibras de

celulose do algodão são alteradas na sua estrutura, tornando-o

retardante as chamas. O uso de roupas de baixo (cuecas, meias e

camisetas) em algodão também é recomendável, na medida em

que tecidos sintéticos poderão queimar e grudar na pele quando

submetidos ao calor. Como complementos para proteção das

mãos e cabeça, utilizam-se as luvas e capuzes antiexposição (antiflash), resistentes ao

calor, com um considerável grau de impermeabilidade e confeccionados em algodão cru.

-Botas: As botas especiais de combate a incêndio são compostas, em sua

maioria, por uma borracha especial e resistente não só ao calor como

também contra produtos químicos. Deve ter cano alto, biqueira de aço,

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dielétrica, solado antichamas e antiderrapante e, se possível, com

forração interior com isolante térmico.

Proteção contra choque na cabeça

- Capacetes:

Devem ser utilizados os capacetes de bombeiro

com viseiras e proteção contra impactos e

antichamas. O material mais indicado para a

composição desses capacetes é o KEVLAR®.

Proteção do aparelho respiratório

Em todo incêndio é normal a formação de gases irritantes e

agressivos ao nosso aparelho respiratório. Dependendo do

material em combustão, é possível também a formação de gases

tóxicos, ou até mesmo o surgimento de gases asfixiantes.

Determinados tipos de máscaras dotadas de filtros

(normalmente de carvão) permitem a respiração em atmosferas

assim contaminadas, desde que essa atmosfera disponha ainda de

um percentual adequado de oxigênio. As máscaras que dispõem

apenas de filtros são impróprias para os trabalhos de combate a

incêndio a bordo.

Quando o incêndio ocorre em ambientes confinados, é praticamente certo o

acúmulo de gases, enquanto que, paralelamente, se verifica a redução do percentual de

oxigênio. Nesses casos, são necessárias que sejam utilizadas máscaras de circuito

fechado que possam prover uma quantidade ideal de ar respirável para seu usuário.

Chamamos de circuito fechado por não ser dependente do ar exterior, comunicando-se

com o ambiente externo apenas para fazer a exalação. As máscaras que dispõem

apenas de filtros são impróprias para os trabalhos de combate a incêndio a bordo.

O oxigênio é chamado de a fonte da vida. a sua presença na composição de nossa

atmosfera garante o perfeito funcionamento da máquina humana no que se relaciona às

reações desenvolvidas pelo nosso organismo na produção da energia necessária para a

manutenção de nossas funções vitais proporcionando nossa força física e o calor

corpóreo.

O ar respirável deve se caracterizar por:

Conter no mínimo 19,5% e no máximo 23% em volume de Oxigênio;

Estar livre de produtos prejudiciais à saúde, que através da

respiração possam provocar distúrbios ao organismo ou seu

envenenamento;

Ter pressão e temperatura normal, sob hipótese alguma, venha

provocar queimaduras ou congelamentos; e

Não conter qualquer substância que o torne desagradável, como por

exemplo, odores.

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O CO não possui cor nem odor, correndo o risco de ainda não perceber a sua

presença iludindo, assim, a necessidade de se efetuar a ventilação do local. Nosso

organismo (pulmão) possui o comportamento de absorver o CO até 300 vezes mais

rápido do que a “fonte da vida”, o O2. (Tabela US Navy)

A Proteção Respiratória é de suma

importância, visto que a inalação é um dos

maiores meios de exposição a agentes químicos

tóxicos. O equipamento de proteção respiratória

consiste em uma máscara facial conectada a

uma fonte de ar ou a um aparelho purificador

de ar.

Os respiradores com uma fonte de ar

induzido de circuito aberto são de 2 tipos: o primeiro tipo compreende os chamados

equipamentos de respiração autônomos e o segundo compreende os chamados

equipamentos de ar de linha. O conjunto autônomo normalmente consiste de uma

máscara facial conectada a uma mangueira, a uma válvula reguladora de pressão e a

um cilindro de ar comprimido carregado pelo tripulante. Esses cilindros fornecem 30

(trinta) ou 60 (sessenta) minutos de ar, dependendo do seu tamanho.

Os conjuntos autônomos têm um fornecimento de ar limitado, são volumosos,

pesados (mesmo com cilindros de compósito) e aumentam a chance estresse físico.

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- Máscara para escape de emergência

As embarcações devem ter a bordo máscaras de escape de emergência. Entre as

máscaras existentes podemos mencionar: ELSA (Emergency Life Support Apparatus) e

EEBD (Emergency Escape Breathing Device). Essas máscaras foram concebidas apenas

para o escape de pessoal de locais tomados por fumaça espessa, e por isto, não podem

ser empregadas em fainas de combate a incêndio ou nas fainas de CAVO.

As máscaras ELSA são recarregáveis. As máscaras EEBD são descartáveis, tendo

uma vida útil de quinze anos após sua fabricação.

Equipamentos de Resgate

Devem ser procedidos exercícios práticos com demonstrações de uso dos

seguintes Equipamentos de resgate:

maca;

kit de primeiros socorros;

aparelhos de respiração

artificial;

ressuscitador manual (do tipo

ar-oxigênio);

ressuscitador automático;

capa de resgate com linha e gancho de segurança;

luzes portáteis intrinsecamente seguras;

machado;

roupa a prova de fogo; e

EPI, composto de capacetes, luvas e botas.

Durante a busca e resgate de pessoas feridas ou queimadas, a Equipe de Resgate

deve portar um SCBA (Self Contained Breathing Apparatus) a mais.

Durante os exercícios, demonstrar o uso do kit de primeiros socorros para

queimados e para feridos.

Exercitar a prática de ressuscitação.

Demonstrações e exercícios práticos quanto ao uso do cabo de segurança e do

cabo-guia.

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Roupa de proteção térmica, colete salva-vidas e bóias salva-vidas são de uso

fundamental nos exercícios de abandono.

Equipamentos para Salvamento

São de extrema importância a demonstração prática de funcionamento, os

princípios de funcionamento e as práticas de operação dos seguintes equipamentos de

salvatagem:

Rebocadores de incêndio e de salvamento;

Helicópteros;

Fachos manuais, foguetes paraquedas, flutuadores de fumaça, fuzil

lança retinida, EPIRB’s, comunicações de duas vias, etc.

Kit de corte oxiacetileno;

Bandeiras de sinalização e lâmpadas de sinalização Morse;

Bote de resgate;

Bombas e bombas ejetoras de grande capacidade, colocadas em

botes e rebocadores de combate a incêndio;

Analisador de oxigênio e analisador de gases tóxicos para entrada

em espaços vazios; e

Sistema de espuma de alta expansão colocado nos rebocadores de

combate a incêndio.

Equipamentos de Comunicação

Os equipamentos de comunicações usados no combate a incêndio são de dois

tipos: para comunicações internas e para comunicações externas.

É importante que sejam executados treinamentos de comunicações internas, tais

como:

Por viva voz, alto falantes, fonoclama e mensageiros;

De duas vias, com um conjunto de walkie talkies adequadamente

distribuídos;

Usando equipamento de rádio dos botes salva-vidas; e

Com o sistema de telefone.

Quanto às comunicações externas, os

equipamentos usados podem ser:

VHF, MF e HF

Inmarsat A/C

GMDSS

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SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE COMBATE A INCÊNDIO 3.6.

Os Sistemas Automáticos de Combate a Incêndio nas unidades offshore devem

ser bem dimensionadas, de acordo com a atividade e área de risco:

a) a quantidade suficiente e a distribuição eficiente, de acordo com as regras

II-2 da SOLAS/74 :

Dos tipos de extintores de incêndio, inclusive dos sistemas fixo,

móveis e portáteis;

Dos hidrantes (tomada de incêndio) e dos mangotes;

Da necessidade e distribuição correta de sprinklers;

Das proteções individuais contra incêndio.

b) a necessidade e os arranjos de instalação para suprimento de pó e água,

incluindo os de emergência.

c) a alocação de espaços sujeitos à detecção automática de incêndio.

d) a instalação de controles de emergência.

REQUISITOS PARA QUALIFICAÇÃO DOS VISTORIADORES DE 3.7.

BORDO, EM PREVENÇÃO DE INCÊNDIO.

O vistoriador é um profissional legalmente habilitado, possuidor de treinamento,

qualificação e delegação de competência para atuar, em nome da classificadora

reconhecida pela Autoridade Marítima Brasileira, na realização dos serviços previstos nas

Convenções e Códigos Internacionais e/ou na legislação nacional correspondente. Os

colaboradores com atribuições de responsabilidade técnica estabelecida no Contrato

Social ou documento equivalente, detentores da habilitação, qualificação e treinamento

inerentes à atividade de vistoriador, também poderão ser considerados Vistoriadores

para efeito de aplicação da presente norma.

Vistoriador exclusivo - Vistoriador que possua vínculo exclusivo e

permanente de trabalho com a respectiva classificadora.

Vistoriador não exclusivo - Qualquer vistoriador que não atenda aos

requisitos especificados para um vistoriador exclusivo.

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PROCESSOS SUMÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO E CONFECÇÃO DE 3.8.

RELATÓRIO DE INCÊNDIO A BORDO.

A investigação de acidente é uma necessidade para se

evitar a repetição do acidente. Também pode ser necessário

para liquidar um seguro, parte dos procedimentos legais,

para melhorar os procedimentos operacionais e aperfeiçoar

as técnicas de combate a incêndio.

O comando das embarcações deve ser capaz de

investigar incidentes menores, com um conhecimento básico

sobre combustão. O processo de localizar a base do fogo, por exemplo, o combustível

inicial, a fonte de ignição poderá ser razoavelmente fácil para se detectar, desde que

não existam muitas avarias. Quanto mais dano, mais difícil será para estabelecer a

causa, especialmente em um compartimento de embarcação por causa do efeito forno.

(dano uniforme de calor).

Sérias avarias ou ferimentos maiores iniciarão uma investigação formal, talvez

por mais de uma representação (Polícia, Marinha, seguradoras, etc.). Neste caso,

devemos considerar como prioridades a preservação de evidências, do cenário e de

quaisquer registros relevantes. Nada deve ser retirado da cena, a não ser que isso

interfira na operação segura da embarcação ou porque as evidências podem se perder, e

neste caso, fotografias ou vídeos deverão ser usados para registrar o cenário.

A investigação começa pelos relatórios iniciais do incêndio. O diário de bordo do

incidente detalha cronologicamente os eventos e as ações que irão auxiliar na

preparação do relatório ou auxiliar um investigador de uma agência externa para recriar

um cenário do curso dos eventos. Todos os esforços devem ser feitos para entrevistar as

testemunhas após o incidente tão logo que for possível. Isso juntamente com uma

comparação entre as diferentes versões dos eventos fornecerá um relato mais apurado.

O cenário poderá apresentar claras indicações sobre a causa, desde que o uso da

água seja controlado usando operações de diminuição do incêndio. O uso da água em

neblina de baixa pressão em distância curta em vez de jato pleno de água pode melhor

preservar a cena. Uma investigação de incêndio deve incluir registro de:

Como o fogo foi descoberto;

A que horas e qual o alarme que foi dado;

Como o alarme foi dado;

A que horas e a quem foi informado, se o Comandante ou o Oficial

de serviço;

A posição e a natureza do fogo;

Quem estava primeiro na cena;

Que ações iniciais foram tomadas para conter o fogo;

Quantos e quais equipamentos de bombeiro com respiração

autônoma a ar comprimido foram utilizados;

Quais os equipamentos de combate, se portáteis, móveis ou fixos,

foram usados;

Quantas pessoas foram usadas no combate;

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A que horas o fogo foi extinto;

O número de acidentes, com detalhes dos feridos e natureza dos

ferimentos;

Que avarias foram causadas, incluindo àquelas estruturais;

Uma estima da proporção das avarias causadas pelos meios de

extinção, isto é, água ou espuma, em comparação com aquelas

causadas diretamente pelo fogo;

Depois de quanto tempo o fogo foi extinto depois de ter sido

descoberto;

Qual a extensão do navio, ou de qualquer parte dele, isto é, Praça

de Máquinas, Casa de Bombas, etc, foi imobilizada por causa do

fogo; e

Uma analise do fogo, dos materiais que queimaram, o conhecimento

ou probabilidade da origem; e as conclusões da causa do fogo e as

recomendações para evitar reincidência.

Conceito de Relatório

É a exposição escrita na qual se descrevem fatos verificados mediante pesquisas

ou se historia a execução de serviços ou de experiências. É geralmente acompanhado de

documentos demonstrativos, tais como, tabelas, gráficos, estatísticas e outros.

De um modo geral, podemos dizer que os objetivos de se escrever um relatório

são:

Divulgar os dados técnicos obtidos e analisados;

Registrá-los em caráter permanente.

Fase de um relatório - Geralmente a elaboração do relatório passa

pelas seguintes fases:

Plano inicial: determinação da origem, preparação do relatório e do

programa de seu desenvolvimento;

Coleta e organização do material: durante a execução do

trabalho, é feita a coleta, a ordenação e o armazenamento do

material necessário ao desenvolvimento do relatório;

Redação: recomenda-se uma revisão crítica do relatório,

considerando-se os seguintes aspectos: redação (conteúdo e estilo),

sequência das informações, apresentação gráfica e física.

O relatório deve conter detalhes de procedimentos de combate como:

Ocorrência e o instante do incêndio;

Ações tomadas e o instante de cada ação;

Fatos concernentes ao fogo, incluindo sua localização, materiais e

ignição;

Os agentes extintores usados e o número de cada tipo usado;

Número de tripulantes e de bombeiros de terra engajados na

operação;

Número de equipamentos de brigada e Máscaras usadas;

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As avarias causadas pelo fogo;

As avarias causadas pelos meios de extinção;

A extensão do navio e de seus serviços que foram imobilizadas pelo

fogo.

Os relatórios devem também conter conclusões dos fatos, incluindo:

Uma análise e discussão dos fatos;

As conclusões tiradas das análises e discussão;

Recomendações de ações a serem tomadas para evitar nova

ocorrência;

Recomendações, se oportuno, de ações para implementar a

prevenção e o combate a incêndio.

Resumo

É a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior importância

e interesse. Não deve ser confundido com Sumário, que é uma lista dos capítulos e

seções. No sumário, o conteúdo é descrito por títulos e subtítulos, enquanto no resumo,

que é uma síntese, o conteúdo é apresentado em forma de texto reduzido.

Em geral um bom resumo deve ser:

Breve e conciso: no resumo, por exemplo, devemos deixar de lado

os exemplos dados, detalhes e dados secundários.

Pessoal: deve ser sempre feito com suas próprias palavras. Ele é o

resultado de sua ideia num descrita num texto.

Logicamente estudado: um resumo não é apenas um apanhado de

frases soltas.

Ele deve trazer as ideias centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo.

Alguns passos devem ser observados para que o resultado final seja satisfatório:

Uma primeira leitura atenta é indispensável para que possa perceber

o assunto em questão;

Outras leituras devem ser feitas (tantas quantas forem necessárias

para selecionar as ideias principais do texto); é importante anotar o

que for mais relevante;

Todo texto possui palavras-chaves que encerram as ideias

fundamentais; essas ideias devem ser grifadas para que possam

servir de ponto de partida para o resumo;

Deve ser feito resumo de cada parágrafo;

É importante fazer dois resumos: um do parágrafo e outro do próprio

resumo para que as ideias sejam bem sintetizadas; e

Durante todo o processo, a leitura atenta deve ser feita para verificar

se está havendo coerência e sequência lógica entre os parágrafos

resumidos, para fazer os ajustes necessários.

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Nota: O resumo não é comentário crítico; devendo ater-se às ideias, sem emitir opinião,

por isso as ideias do resumo devem ser fiéis às ideias expostas.

Relatório de Incêndio Ocorrido

O relatório de incêndio deve ser estruturado contendo fato, a descrição do

ocorrido e a conclusão.

Fato – Exemplo:

Princípio de Incêndio Classe B na Praça de Máquinas a Ré (PMR) passando à

classe A.

Descrição - Exemplo da descrição de um fato:

Durante o turno de 15 às 18h, soou, no console principal das auxiliares no CCM, o

alarme de baixa pressão de óleo lubrificante do MCA nº 3. Verificou-se que o incêndio

era no isolamento térmico da descarga de gases desse MCA. A causa do incêndio foi a

combustão do óleo impregnado no isolamento térmico do duto de exaustão de gases do

motor. Após o descobridor informar ao CCM, ele retornou para efetuar o primeiro

combate, com extintor de CO2.

Neste momento, soou o alarme de emergência e a Brigada de incêndio chegou à

cena de ação para extinguir o incêndio. Devido à possibilidade de reignição das chamas,

passou-se a utilizar água doce do próprio compartimento para encharcar o isolamento

térmico. Durante todo o combate ao incêndio, o CCM acompanhou a faina pela câmara

de vídeo da PMR.

Conclusão - Exemplo de conclusão:

A existência de um circuito fechado de TV nas praças de máquinas permitiu a

visualização e o acompanhamento dos procedimentos da Brigada durante o combate ao

incêndio, assim como a rápida disseminação de informações pelo CCM. Este recurso é

fundamental para auxiliar o Encarregado da segurança no acompanhamento das ações

das turmas dentro da praça de máquinas.

Considerando que o equipamento estava com apenas 170 horas de funcionamento

e havia terminado uma revisão geral (W-6), faz-se necessário um melhor

acompanhamento do equipamento e seus acessórios.

NOÇÕES DE CONTROLE DE AVARIAS 4.

Controle de Avarias é o conjunto de meios necessários para a prevenção ou

restabelecimento da estanqueidade, estabilidade do navio; para controlar a banda e o

Trim, limitar a propagação.

ESTABILIDADE: GRAVIDADE, EMPUXO E METACENTRO. 4.1.

Estabilidade

É a capacidade que tem a embarcação de resistir às causas perturbadoras

tendentes a variar sua posição normal de equilíbrio. Deve ser considerada no sentido

transversal e no sentido longitudinal. É medida pelo momento que se forma toda vez

que a embarcação é desviada da posição de equilíbrio em que se encontra.

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Estabilidade transversal - É a tendência que tem a embarcação em

manter sua posição direita, quando é afastado da mesma, no sentido

transversal, pela ação de uma força externa.

São exemplos:

Ação da onda do mar: vagas, ventos etc;

Guinada da embarcação; e

Puxão de um cabo (espia) no trabalho de Off Load.

A estabilidade deve ser considerada tanto no sentido transversal como no

sentido longitudinal:

Estabilidade transversal (BE – BB): Medida em graus de inclinação

pelo linômetro;

Estabilidade longitudinal (Proa – Popa): Medida por diferença de

calado.

Flutuabilidade

A flutuabilidade é uma das tarefas mais importantes da embarcação. A

manutenção da estabilidade e da flutuabilidade não é tarefa única do Operador de lastro.

Os serviços executados a bordo são extremamente importantes para o desenvolvimento

de um bom controle da estabilidade e flutuabilidade, se por algum motivo a embarcação

venha perder uma dessas características, fatalmente afundará ou emborcará a

embarcação.

- Princípio de flutuabilidade: Como princípio básico, para que a

embarcação possa manter-se flutuando podemos citar:

A estabilidade;

A flutuabilidade positiva.

A física nos ensina que todo corpo, mergulhado em um líquido, recebe um

empuxo vertical de baixo para cima igual ao peso do volume do líquido deslocado.

(Princípio de Arquimedes)

Quando este empuxo vertical, de baixo para cima, é igual ao peso total da

embarcação (atua de cima para baixo), a embarcação flutua.

A flutuabilidade divide-se em três partes:

Positiva;

Negativa; e

Neutra.

- Flutuabilidade positiva

É quando o peso da embarcação é menor que o peso do volume d’água que seria

deslocada por toda a parte estanque de seu casco.

- Flutuabilidade negativa

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É quando o peso da embarcação é maior que o peso do volume d’água que seria

deslocado por toda parte estanque de seu casco.

- Flutuabilidade neutra

É quando os dois pesos são iguais, tende a embarcação ficar em posição

indiferente quando imerso n’água.

Centro de Gravidade (CG)

O centro de gravidade é o ponto de aplicação da

resultante de todos os pesos de um corpo qualquer. Assim, a

soma dos momentos de todos os pesos em relação a qualquer

eixo que passe por ele é igual a zero.

Numa embarcação, quando os pesos próprios ou

adicionados, desta estiverem distribuídos igualmente, nas duas

metades simétricas da embarcação definidas por seu plano

diametral, o centro de gravidade deverá estar num ponto deste

plano. A altura em que se encontra este ponto depende do

projeto de cada navio e na distribuição e movimentação das

cargas a bordo.

Empuxo

É a resultante da soma de todos os componentes verticais de pressão exercidos

pelo líquido na superfície imersa da embarcação.

Assim, uma embarcação em repouso é submetida à ação de duas forças iguais e

verticais: o peso da embarcação agindo no G (Centro de Gravidade) para baixo e o

empuxo agindo em C (Centro de Carena) para cima.

Metacentro

É ponto cuja posição determina a estabilidade dos corpos flutuantes. Em relação a

embarcação é necessário definir dois conceitos básicos de metacentro, o Metacentro

transversal (M) e o Metacentro longitudinal (M¹), que diz respeito respectivamente ao

equilíbrio transversal e ao equilíbrio longitudinal de um embarcação.

Metacentro transversal

É o encontro do eixo vertical que passa pelo centro de empuxo (C) e o eixo do

plano diametral que passa pelo centro de flutuação (O) e o centro de gravidade (G).

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Quando estes dois eixos formam um ângulo igual a zero o metacentro é um ponto fixo,

chamado metacentro inicial.

Metacentro longitudinal

É o encontro do eixo vertical que passa pelo centro de empuxo (C) e o eixo do

plano transversal que passa pelo centro de flutuação (O) e o centro de gravidade (G).

CARACTERÍSTICAS DE UMA EMBARCAÇÃO: COMPRIMENTO; BOCA; 4.2.

BORDA LIVRE; OBRAS VIVAS E MORTAS; PONTAL; CALADO; LINHA

D’ÁGUA; TRIM E BANDA.

Comprimento

É o comprimento do ponto mais extremo de vante até o ponto mais extremo de ré

da embarcação. Esta medida é importante, pois, refere-se ao comprimento máximo do

navio, as dimensões necessárias para contê-lo num cais ou numa doca seca. É medido

paralelamente à linha d’água de projeto, das partes mais salientes da embarcação,

levando em conta as partes emersas ou imersas do mesmo.

Boca Máxima

É a maior largura do casco medido entre as superfícies externas do forro exterior,

ou seja, é a largura externa máxima da embarcação.

Borda Livre

É a distância vertical entre o convés principal e a linha de flutuação em plena

carga.

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Obras Vivas

É a parte do casco que fica dentro d‘água em plena carga.

Obras Mortas

É a parte do casco que fica fora d‘água em plena carga.

Pontal

É a distância vertical entre a quilha e o convés principal.

Calado

É a distância vertical entre a quilha e a superfície da água. É também designado

como à profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma

embarcação. O calado mede-se verticalmente a partir de um ponto na superfície externa

da quilha.

Em função do ponto da embarcação e da forma de medição existem diversas

formas de expressar o calado. As mais comuns são:

Calado a meia-nau - Distância vertical entre a superfície da água e a

parte mais baixa da embarcação medida na secção a meia-nau, isto é, a

meio comprimento entre as perpendiculares dos pontos extremos da proa e

popa. Em geral não correspondendo ao calado médio, o qual é a média

aritmética dos calados medidos sobre as perpendiculares a vante e a ré da

embarcação.

Calado máximo - Distância vertical entre a superfície da água e a parte

mais baixa da quilha da embarcação medida quando este estiver na

condição de deslocamento em plena carga (ou deslocamento máximo).

Calado médio - Média aritmética dos calados

medidos sobre as perpendiculares a vante e a

ré.

Calado mínimo - Distância vertical entre a

superfície da água e a parte mais baixa da

quilha da embarcação medida quando este

estiver na condição de deslocamento mínimo.

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Calado normal - Distância vertical entre a superfície da água e a parte

mais baixa da quilha de uma embarcação, quando esta está com o seu

deslocamento normal.

Linha d’água

É tido como linha d’água a faixa pintada no casco da embarcação, de proa a popa;

seu limite inferior é a linha de flutuação leve e o superior é a linha de flutuação em

plena carga.

Trim

É a inclinação longitudinal medida pela diferença dos calados AV e AR. Quando o

calado AR é maio que o calado AV, diz-se que o navio tem trim pela popa (navio

derrabado); quando, ao contrário, o calado AR é menor que o calado AV, diz-se que, a

embarcação tem trim pela proa (navio abicado).

Banda

É a inclinação para um dos bordos; a embarcação pode

estar adernada, ou ter uma banda para boreste (BE) ou para

bombordo (BB). O ponto “G” na figura representa o centro de

Gravidade da embarcação, em torno do qual ele se inclina.

PRINCIPAIS COMPONENTES ESTRUTURAIS E COMPARTIMENTOS A 4.3.

BORDO.

Anteparas

São separações verticais que subdividem em compartimentos o espaço interno do

casco, em cada pavimento. Também concorrem para manter a forma e aumentar a

resistência do navio. Podem ser transversais ou longitudinais, estanques ou não.

Cavernas

Peças curvas que se fixam na quilha em direção perpendicular a ela e que servem

para dar forma ao casco e sustentar o chapeamento exterior. Gigante é uma caverna

reforçada. Caverna mestra é a caverna situada na seção mestra. Cavername é o

conjunto das cavernas no casco. O intervalo entre duas cavernas contínuas, medido de

centro a centro, chama-se espaçamento. Os braços das cavernas acima do bojo

chamam-se balizas. É como se fossem as “costelas” da embarcação.

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Forro Exterior

É o revestimento externo, estanque a água, parte importante da estrutura, que

contribui para aumentar a resistência do casco aos esforços estruturais. É feito com

chapas de aço soldadas, compondo a estrutura do casco.

Hastilhas

Chapas colocadas verticalmente no navio, em cada caverna, aumentando a altura

na parte que se estende da quilha ao bojo.

Longarinas

Peças colocadas de proa a popa, na parte interna das cavernas, ligando-as entre

si, constituintes da ossada para reforço da estrutura.

Pés de Carneiro

Colunas suportando os vaus para aumentar a rigidez da estrutura, quando o

espaço entre as anteparas estruturais é grande, ou para distribuir um esforço local por

uma extensão maior do casco. Os pés de carneiro tomam o nome da coberta em que

assentam.

Quilha

É uma viga de madeira ou de ferro, conforme a construção da embarcação. É

considerada a peça mais importante da embarcação.

Peça disposta na parte mais baixa do navio, longitudinalmente, da proa até a

popa. É a “espinha dorsal do navio”.

Sicordas

Peças colocadas de proa a popa num convés ou numa coberta, ligando os vaus e

as cavernas entre si.

Vaus

Vigas colocadas de BE a BB em cada caverna, servindo para sustentar os

chapeamentos dos conveses e das cobertas, e também para atracar entre si as balizas

das cavernas; os vaus tomam o nome do pavimento que sustentam.

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LOCALIZAR ESPAÇOS REFORÇADOS DA ESTRUTURA PARA CARGA E 4.4.

PEAÇÃO DE MATERIAL

De acordo com a Lei nº 630/93 a peação é um serviço de estiva, mas nos portos

brasileiros por conveniências regionais estes serviços são realizados por trabalhadores

de bloco, consertadores e até por empresas denominadas de “empreiteiras de bloco”. O

termo pear designa o ato de prender ou fixar algo com o uso de peias, isto é, com cabos

e acessórios, a fim de impedir que estes se desloquem com o balanço do navio.

Atualmente, o termo é utilizado de forma mais abrangente, significando todo o

serviço ou método utilizado para fixar uma carga. A desapeação é o contrário de pear,

ou seja, a retirada dos materiais que prendem os objetos para que possam ser

deslocados.

Material Empregado na Peação

Os materiais utilizados para pear uma carga são bastante diversificados, conforme

quadro abaixo:

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A peação dos contêineres exige materiais de maior resistência e durabilidade além

da exigência de serem classificados.

Qualquer que seja o material utilizado na peação, é importante a distribuição de

olhais pelos compartimentos de carga e convés.

Espaços para Cargas

Porão - Hold - É o espaço entre o convés mais abaixo e o teto do duplo-

fundo, ou entre o convés mais baixo e o fundo se o navio não for dotado de

duplo-fundo. Num navio mercante destinado ao transporte de mercadorias,

porão é todo o compartimento estanque onde se acondiciona a carga; estes

porões são numerados seguidamente de vante para a ré e debaixo para

cima.

Escotilha - São aberturas nos conveses, por onde as cargas são arriadas e

içadas. São as “tampas” dos porões. Geralmente, numeram-se os porões

de proa para popa. Assim porão nº1 é o mais à proa, sendo seguido pelo

porão nº2, e assim por diante.

Box shapped - Dizem-se dos porões de certos navios, notadamente os

multipurpose (multipropósito), que tem capacidade para transportar quase

todos os tipos de cargas.

Escoramento Na Peação

É a operação fundamentalmente complementar da peação. Em geral, quando se

trata de cargas pesadas, a peação nem sempre é suficiente para garantir a total segurança das

mesmas durante a viagem.

No convés, tal prática é indispensável, pois não sendo possível a realização de uma

estivagem compacta, a carga encontra-se mais propensa a correr durante a viagem devido aos

balanços da embarcação.

O escoramento é também necessário quando o compartimento não está totalmente cheio

e sobram espaços entre os volumes.

Materiais utilizados no escoramento - A madeira é o material mais

utilizado nesta faina, devendo ser constituída de barrotes, tábuas,

pranchões e cunhas de madeira.

Os barrotes ou caibros servem de escoras que são classificadas em:

Horizontais;

Inclinados; e

Verticais, conforme a direção da pressão exercida sobre a carga.

- Horizontais: São usadas através de calços e colocadas horizontalmente

entre a carga e as partes estruturais da embarcação.

- Inclinadas: Estas devem prender a carga de cima para baixo, pois as

escoras de baixo para cima tendem a se desprender com o movimento da

embarcação.

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PREVENIR AVARIAS AO LIDAR COM: TANQUES; GASES; SOLDAGEM; 4.5.

ELETRICIDADE; DETECTORES; ALARMES; FORNO E COZINHA.

A prevenção é a melhor forma de combater uma

avaria, porém é necessário que se adotem providências

que venham a atenuar o risco quando for inevitável.

Em alguns trabalhos, há a necessidade de uma

prevenção mais detalhada, pois a possibilidade de um

acidente ou até um incêndio é grande. Cabe ressaltar

que em determinadas situações é aconselhável um

planejamento mais bem cuidadoso. Uma adequada prevenção de incêndio deve incluir a

limitação da presença de materiais combustíveis a bordo, bem com o controle daqueles

que podem ser introduzidos para atendimento de determinadas conveniências ou

exigências do serviço.

O serviço a ser executado em tanques, assim

como o de soldagem requer um cuidado especial, pois

como já sabemos é um trabalho de risco em potencial.

Esse tipo de trabalho requer uma avaliação e uma

permissão para a sua execução. Ver Nr 33.

Para se efetuar um trabalho em situação de risco

é importante que se faça com segurança e para isto é

importante que se utilize todo o EPI necessário, assim como os recursos encontrados a

bordo. Podemos citar também como exemplo um serviço na cozinha. Um incêndio na

cozinha geralmente é resultante do sobreaquecimento do óleo utilizado nos fritadores,

da falta de atenção dos homens que os utilizam e deficiências na manutenção da

limpeza dos dutos e telas de extração.

ÁGUA ABERTA: TAMPONAMENTO E ESCORAMENTO 4.6.

Água aberta é quando a superfície livre se estende de borda a borda e favorece o

movimento de entrada e saída d’água de bordo, que pode ser verificado em

consequência o balanço da embarcação, exercendo um grande esforço sobre as

anteparas internas.

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Tamponamento

O tamponamento consiste na obstrução

provisória, parcial ou total, de furos, rombos ou frestas,

resultantes de avarias no costado da embarcação ou em

suas anteparas, por onde se verifique passagem d’água.

Dificilmente um tamponamento será perfeitamente

estanque, porém ele será satisfatório se limitar a

passagem d’água, ao menos a uma quantidade

compatível com a capacidade de esgoto disponível a

bordo. Atingindo esse propósito inicial, poderá o tamponamento ser aprimorado, visando

à maior vedação.

Os rombos produzidos nas chapas da embarcação podem ter todos os tamanhos e

formas. São geralmente várias vezes maiores que, o quê causou a avaria. As formas são

mais irregulares ainda quando os danos são produzidos por ricochetes e por estilhaços.

Rachaduras podem se irradiar a partir do rombo, oferecendo maior dificuldade para

execução do tamponamento. Essas irregularidades nas bordas dos rombos podem ser

por vezes eliminadas batendo-se com um malho ou pro corte oxiacetileno, o que facilita

o tamponamento, mas requer algum tempo para execução.

Há dois processos gerais para tamponamento:

Primeiro processo: O material responsável pela vedação é colocado

através do orifício;

Segundo processo: O material é sobreposto ao orifício.

O modo mais simples de tamponar um pequeno

rombo consiste na introdução de um único bujão de

madeira macia. Esse sistema é satisfatório para rombos

de até oito centímetros de diâmetro.

Os bujões são de forma cônica ou piramidal, e

podem ser utilizados também em combinação de dois ou

mais, juntamente com cunhas de modo a que se

obtenha melhor adaptação aos rombos de formato

irregular.

Para melhor fixação, podem ser enrolados com qualquer tecido. Os vazamentos

podem ser reduzidos pelo calafetamento com estopa, trapos e pequenas cunhas. Se

desejada uma vedação mais eficiente, a estopa pode ser impregnada com massa epóxi

do tipo para aplicação sob a água ou a utilização da espuma expandida contida no KIT

de Controle de Avarias.

Para chapas de “espessura inferior a 1/4” Pol., bujões piramidais se fixam melhor

do que os cônicos. Os bujões não devem ser pintados, para que melhor absorva água, o

que facilita a fixação.

Tamponamento é mais facilmente realizado de dentro para fora da embarcação,

porém apresenta dificuldade para boa vedação quando o furo tem bordas reviradas para

dentro como é o caso mais comum. A fixação do tamponamento de fora para dentro,

além de ser mais demorada apresenta também geralmente menor resistência.

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Cofferdam

São caixotes para tamponamentos,

normalmente pré-fabricados em chapas de aço

de 1/4” Pol. Pode ser fixado por escoramento e

posteriormente por cantoneiras soldadas. Um

balde pode ser utilizado da mesma forma que o

caixote. Seu emprego é útil quando as bordas

do rombo são muito irregulares, porém a área

onde o caixote assenta deve ser plana.

Como material de vedação, pode receber uma junta de borracha, lona ou papelão

nas bordas, ou mesmo um travesseiro ou saco de estopa em seu interior.

Bujão

Tubo de madeira cônica confeccionado com tiras cortadas de tecido (ex.

cobertores, trapos, etc.) e enroladas e costuradas em torno de um cabo grosso. Tem

como vantagem a boa adaptação a rombos irregulares.

Tampão pré-fabricado

São chapas articulares, utilizada para tamponamento externo, sendo porém

instalados pelo lado interno. A chapa é dobrada para passagem pelo rombo, e

posteriormente aberta. Seu uso é limitado a rombos relativamente pequenos (cerca de

50cm de diâmetro), por ser mais difícil fixação.

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Grampos

Os grampos são empregados da mesma forma que a chapa articulada,

apresentando a vantagem de melhor fixação. Podem ser usados também para auxiliar

na fixação de cofferdam, chapas com junta de borracha, etc.

São utilizados em três diferentes tipos: T, L, J.

Escoramento

É o processo pelo qual anteparas e pisos recebem reforços que permitam suportar

cargas superiores à sua capacidade; pela distribuição desses esforços por outras partes

da estrutura. É especialmente empregado em casos de avaria, quando esses pisos e

anteparas podem ficar sujeitos a cargas anormais, ou quando enfraquecidos em função

da própria avaria. Podem também receber escoramento, as portas e escotilhas

enfraquecidas, jazentes de máquinas, peças estruturais em geral, dentro do mesmo

propósito de aliviar os esforços a que possam estar sujeitas essas partes.

Escoras, contra-escoras, cunhas e soleiras são as principais peças componentes

de qualquer escoramento. Podem ser metálicas ou de madeira, sendo a madeira o

material mais empregado a bordo.

Não há uma regra rígida que determina quando deve proceder o escoramento de

uma antepara. A única regra a seguir será o bom-senso, após a observação das

condições em que se encontra o local avariado.

Quando um compartimento normalmente seco sofre um alagamento, seu piso

antepara e, por vezes até o teto, passam a suportar esforços anormais, requerendo o

escoramento de todas essas partes. O serviço deve ser iniciado por onde houver sinais

de maior enfraquecimento. Convém lembrar que, em consequência dos movimentos da

embarcação, os esforços não são constantes, havendo determinado grau de oscilação da

estrutura a ser reforçada. Isso impõe a necessidade de constante vigilância do

escoramento depois de concluído, para prevenir qualquer tendência a afrouxar.

Por outro lado, o aperto demasiado do escoramento pode ser tão prejudicial

quanto sua ausência, podendo romper a antepara nas costuras.

A finalidade do escoramento é apenas aliviar esforços. Não deve ser tentado por

seu intermédio fazer com que pisos e anteparas empenados voltem à posição e à forma

original.

Material de escoramento

Em relação a escoras de madeira, as melhores madeiras para escoramento são

pinho do Paraná e o cedro rosa, podendo ser usadas também outras madeiras macias,

de fácil corte e manejo, como o vinhático e o jequitibá. A madeira deve ter fibras

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resistentes e relativamente livres de nós e rachaduras. Madeiras verdes são menos

resistentes do que madeiras secas. Sendo necessário usar madeiras fracas ou com

defeitos, deverá ser usada maior quantidade de escoras ou escoras mais pesadas, para

suportar o mesmo peso.

Escoras de madeiras duras são fortes, porém mais difíceis de cortar e impróprias

para o uso de pregos.

As escoras, assim como as demais peças de madeira empregadas em

escoramento, devem receber tratamento químico antifogo. Não é indicado pintar o

material destinado ao escoramento, a menos que a tinta faça parte do tratamento

contra combustão.

O comprimento da escora não deve ultrapassar trinta vezes sua espessura

mínima. São utilizados normalmente as de seção quadrada de 4” x 4”, 4” x 6”, 6” x 6” e

6” x 8”, porém as duas ultimas são mais pesadas para a execução do escoramento.

Listamos abaixo as demais peças empregadas em escoramento:

Contra-escora – as especificações são as mesmas que das escoras.

Na verdade, a diferença de denominação é função exclusivamente do

emprego que a peça de madeira terá na composição do

escoramento;

Cunhas – devem ser de madeira macia, de preferência pinho do

Paraná ou cedro rosa. Devem ser deixadas ásperas, sem pintura.

Uma cunha sem pintura absorverá a água e fixará melhor. As cunhas

deverão ter aproximadamente a mesma largura das escoras com as

quais serão usadas. Elas poderão ser feita com vários ângulos de

inclinação, mas as inclinadas demais não fixam bem. Admite-se

como regras geral, que uma boa cunha deva ter o comprimento de

cerca de seis vezes a sua espessura;

Soleiras – soleiras devem ser feitas em madeiras da mesma

qualidade que as escoras, cortadas em tábuas de espessura de 1

polegada ou mais, e largura de 8 a 12 polegadas. Soleiras mais

largas podem ser feitas com uma ou mais tábuas unidas

lateralmente e pregadas com reforços de madeira atravessados.

Mesmo usando-se uma única tábua, ela poderá ser reforçada nas

extremidades, para evitar o estilhaçamento. Não é desejável ou

necessário pré-fabricar soleiras.

Princípios e regras gerais de escoramento

O método mais simples de escorar uma antepara é colocar a escora, em

compressão direta, transferindo o esforço da antepara. A função da contra-escora é

apenas distribuir os esforços sobre a antepara.

Tipo de escoramento

O tipo de escoramento a ser executado, dependerá do local a ser escorado. De

acordo com o agravamento da situação o líder da equipe de controle e avarias deverá

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determinar que se fizesse o reforço da estrutura enfraquecida conforme as técnicas

exigidas para o escoramento. Como por exemplo:

- Escoramento tipo “T”: Muito utilizado pela equipe de controle em

avarias para reforçar tetos, pisos escotilhas e escotilhões.

- Escoramento tipo “K”: Muito utilizado para reforçar estruturas

enfraquecidas como: portas estanques e anteparas.

- Escoramento tipo “H”: Este tipo de escoramento é muito difícil de ser

executado, porém pode ser utilizado para escorar tetos, pisos, escotilhas,

escotilhões, portas estanques e anteparas, desde que o local a ser escorado

tenha algum obstáculo dificultando a possibilidade da execução de outro

tipo acima citado.

Ajustagem do escoramento

A ajustagem consiste em dar forma adequada às peças do escoramento, de modo

que elas se encaixem e transmitam os esforços sem rachar ou escorregar do seu local

de trabalho.

A ajustagem inclui o corte das extremidades das escoras, a adaptação das

soleiras, a fixação das cunhas e outras tantas medidas que respondem tanto pela

segurança do escoramento quanto a própria resistência das escoras.

Não deve ser deixada aresta viva na extremidade da escora, principalmente no

ponto em que ela vai ser submetida à pressão. Se não for tomada essa precaução, dar-

se-ia o amassamento dessa aresta, ocasionando o afrouxamento de todo o

escoramento.

É necessário o preparo das extremidades das escoras para perfeita transferência

de esforços. As escoras deverão ser preparadas para oferecer superfícies de apoio e

também para ser apoiada corretamente uma contra outra ou de encontro a contra-

escora.

Fatores a serem observados antes de executar o escoramento

Local a ser escorado;

Ponto de apoio;

Material disponível; e

Execução do escoramento.

Fatores a serem observados após a execução do escoramento

Ponto de apoio (fixação do escoramento);

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Alinhamento (correta distribuição da força exercida sobre o

escoramento); e

Pressão (aperto final das cunhas).

CROQUIS DE ESTANQUEIDADE: PORTA ESTANQUE E 4.7.

COMPARTIMENTAÇÃO

Estanqueidade

Toda embarcação é subdividida pelos conveses e anteparas, tanto acima como

abaixo da linha d’água, em um grande número de compartimentos estanques. Quanto

maior for essa subdivisão, tanto mais resistência oferecerá a embarcação à progressão

de alagamentos e, consequentemente, ao afundamento.

Cada um dos compartimentos de bordo, de acordo com o fim a que se destina e a

sua localização, terá um determinado grau de estanqueidade. Naturalmente, todos os

acessórios estanques e válvulas neles situados deverão possuir, no mínimo, o mesmo

grau de estanqueidade.

Os diversos graus de estanqueidade exigidos a bordo das embarcações são:

Estanqueidade ao óleo - É a que não permite nenhum vazamento de óleo

(derivados de petróleo), quando sob a pressão de uma coluna de óleo

equivalente à altura do compartimento. Essa estanqueidade é exigida em

todos os limites dos tanques de combustíveis e lubrificantes a bordo.

Estanqueidade à água - É a que não permite nenhum vazamento d’água,

quando sob a pressão de uma coluna d’água igual à altura do

compartimento.

É exigida nas chapas do costado e limites de tanques de água, estruturas e

acessórios de fechamento que possam ter necessidade de suportar um

alagamento no caso de uma avaria no casco. Como a estanqueidade ao

óleo, constitui também uma barreira contra a difusão dos Agentes

Químicos. Torna-se, assim, importantíssimo que seja rigorosamente

mantida a estanqueidade desses compartimentos, para o que deverá ser

feito um exame periódico do local, dando-se especial atenção aos

resultados obtidos. Em geral, ao nos referirmos à estanqueidade de um

compartimento, estaremos mencionando a estanqueidade à água.

Estanqueidade ao ar - É a capacidade que apresenta o compartimento,

quando submetido a uma determinada pressão de ar, de garantir que a

queda de pressão em um dado tempo não ultrapassará a percentagem

especificada. É exigida nos limites de espaços que não são estanques à

água, mas onde é necessário estabelecer uma proteção do pessoal contra

ataques Químicos. É também estabelecida em compartimentos que

trabalham com pressão superior à da atmosfera.

Estanqueidade à fumaça - É aquela obtida quando não se permite

qualquer abertura visível. É exigida nos limites de locais que devem ser

protegidos da contaminação direta pelo espargimento de agentes químicos,

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ou onde sua concentração deva ser reduzida ao mínimo compatível com as

condições de habitabilidade.

Estanqueidade às chamas - É a que não permite nenhuma passagem de

chamas. As aberturas existentes recebem telas com malha de dimensão

máxima igual a 1/100 da polegada. É exigida onde se deseja impedir a

propagação das chamas que possam normalmente existir nestes

compartimentos, em virtude dos trabalhos ali realizados.

Testes e inspeções de estanqueidade

Durante a construção da embarcação, antes de sua

incorporação, o arsenal construtor executa, em cada

compartimento, dois tipos de teste: o teste de resistência e

estanqueidade e o teste final. A natureza de cada um desses

testes depende da localização do compartimento e do fim a

que este se destina. Esses testes poderão ser realizados

utilizando-se a pressão hidrostática com água doce

(equivalente à coluna d’água da especificação do projeto),

pressão de ar, ou ainda em simples jato de ar comprimido.

Os dados e instruções sobre esses testes são fornecidos

ao navio no Plano Para Teste dos Compartimentos e no

Diagrama para Testes dos Compartimentos e que seja verificada periodicamente, a

estanqueidade dos diversos compartimentos da embarcação.

Essa verificação é feita pelos testes e inspeções conduzidos a bordo, que são,

normalmente, os seguintes:

Inspeções Semanais; e

Testes e Inspeções Periódicas.

Inspeções Semanais

Todos os compartimentos da embarcação (com exceção dos tanques de óleo,

água, outros líquidos ou gases inertes, espaços classificados como vazios, duplos fundos

e cofferdam) devem ser inspecionados semanalmente. Normalmente essas inspeções

são realizadas pelo próprio.

Encarregado da Divisão responsável pelo compartimento. Inspeções realizadas

pelo Comandante, GEPLAT/OIM, Imediato e chefes de Departamentos, nos diversos

setores da embarcação, valorizam essas inspeções.

Testes e Inspeções Periódicas

Em todas as embarcações deverão ser conduzidos testes e inspeções periódicas

para verificação da sua estanqueidade, de acordo com o plano que lhe é próprio. Esse

plano relaciona todos os compartimentos da embarcação que devem ser inspecionados

ou testados, especificando o tipo de teste ou inspeção a ser feita em cada um deles. Nas

embarcações em que não houver tal plano, deve-se, da mesma maneira, inspecionar os

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limites das principais subdivisões da embarcação de acordo com os princípios tratados

neste capítulo.

Os testes e inspeções constantes do plano devem ser realizados por bordo,

excetuando-se o caso de submarinos ou outras embarcações especiais, que serão

conduzidos pelas bases e arsenais, durante os períodos de reparos, ou quando

necessário.

Os testes e inspeções indicados no Plano estão detalhados abaixo:

- Inspeção de Vazamento:

Os limites entre tanques de óleo ou água e compartimentos secos devem ser

inspecionados quanto há vazamento, pelo menos uma vez em cada seis meses. A

observação deverá ser feita com o tanque cheio até sua capacidade máxima. Se um

tanque de óleo ou água permanecer vazio por um período de 18 meses, deverá ser

submetido a um teste de ar como determinado no plano, ou passará por uma inspeção

visual, no caso de o navio não possuir esse plano.

- Inspeção Visual:

Pelo plano de testes e inspeções de estanqueidade, alguns compartimentos

deverão ser submetidos a inspeções visuais. No caso da embarcação não possuir esse

plano, o Encarregado da Segurança, deverá organizar uma relação dos principais limites

estanques da embarcação, que deverão passar por esse exame. Essa inspeção é feita

escurecendo-se completamente um dos compartimentos limitados pela antepara ou

convés e, com o pessoal encarregado da inspeção nesse compartimento, ilumina-se

intensamente o outro lado, observando os pontos onde haja passagem de luz. Em geral,

os compartimentos relacionados para esse tipo de teste são os que não podem ser

submetidos à prova de pressão de ar, em virtude de aberturas permanentes existentes

na parte superior, como em algumas praças de máquinas, paiol da amarra, praças de

manobra de munição, etc.

Torna-se necessário compreender que o teste visual não é de menor importância

que o teste de ar, ele é feito como consequência da impossibilidade de se manter

pressão de ar no compartimento.

Na mesma ocasião em que se estiver conduzindo a inspeção visual, todos os

acessórios estanques localizados no compartimento deverão ser cuidadosamente

inspecionados. O resultado da inspeção das portas, escotilhas, agulheiros, vigias,

tampas de tubos acústicos, tampas de ventilação etc., deve ser também registrado.

Um processo simples para verificar as condições de vedação dos diamantes de

portas, escotilhas e vigias é o teste de giz. Consiste em se riscar com giz o diamante e

fechar aquele acessório pelo processo normal. Ao ser aberto novamente, a junta de

vedação ficará riscada pelo giz. Irregularidades ou falhas no traço de giz indicam

ajustagem incorreta dos grampos, juntas defeituosas, diamante ou outras peças

empenadas, ou falhas no diamante.

- Teste de Ar:

Quando um compartimento não se destinar a receber água ou óleo e não possuir

aberturas permanentes para a atmosfera, o processo mais indicado para determinar seu

grau de estanqueidade à água é o teste de ar. Para isso, o compartimento deve ser

fechado completamente e submetido à pressão de ar. A queda de pressão verificada em

um determinado intervalo de tempo (normalmente dez minutos) fornece um elemento

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de comparação com o grau de estanqueidade à água. O plano de testes e inspeções de

estanqueidade estabelece para cada compartimento:

A pressão para o teste;

A queda de pressão aceitável para um determinado intervalo de

tempo.

Cada compartimento que deverá ser testado, possui uma tomada especial para a

mangueira de ar. Quando se tratar de tanques, poderá ser usado o tubo de sondagens

ou escape de ar. Deverá existir a bordo o aparelho para teste de ar que, em linhas

gerais, consiste em uma base onde está montada uma válvula redutora (reduz para 1 a

3 lb./pol2), uma válvula de admissão, uma válvula de interceptação e um manômetro.

Para realizar teste de ar em um compartimento, deve-se observar as seguintes

medidas:

Proceder a um exame visual. Os vazamentos assim localizados

deverão ser reparados; e

Fechar todas as aberturas normais, se as anteparas são atravessadas

por qualquer eixo giratório, ou outras partes móveis, estas deverão

ser paradas, a fim de que o engaxetamento seja ajustado bem

apertado; terminada a prova, ele deverá ser novamente ajustado.

Compartimentação

A compartimentação é a divisão dos tanques da unidade, e foi feita

utilizando a topologia estrutural e aproveitando a simetria da geometria.

SISTEMA DE LASTRO: BOMBAS, REDES, TANQUES E VÁLVULAS. 4.8.

Os navios sempre exigiram lastro para operar com sucesso e segurança. Durante

séculos, os navios utilizaram lastro sólido, na forma de pedras, areia, telhas, e muitos

outros materiais pesados. A partir de 1880, os navios passaram a utilizar cada vez mais

a água para o lastro, evitando assim o longo tempo para o carregamento de materiais

sólidos e as perigosas instabilidades do navio resultantes da troca de lastro sólido

durante uma viagem.

Hoje, o lastro dos navios pode ser feito com água doce, salobra ou água salgada,

sendo esta última mais comumente usada estabilidade. Em algumas condições

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extremas, a água de lastro pode ser introduzida nos espaços dedicados à carga, a fim de

adicionar peso extra durante mau tempo ou para passar sob pontes baixas.

O Sistema de Lastro do navio

O sistema de lastro do navio é composto basicamente por tanques, bombas e

válvulas e a sua função é a de estabilizar o movimento longitudinal do navio, também

conhecido como trim; o movimento rotacional ou de banda, conhecido como heel ou list;

é alterar a altura que o navio fica submerso, o que é chamado de calado.

Para o movimento rotacional, existe um sistema especifico responsável pelo

controle desse movimento. É o chamado sistema anti-heeling ou sistema de

compensação de banda.

A tubulação do sistema de lastro se encontra em duas partes do navio. Um trecho

se situa na praça de máquinas e outro trecho na região do fundo duplo, fora da praça de

máquinas, percorrendo praticamente todo o navio. O fundo duplo do navio é um tipo de

construção do casco em que são colocadas duas camadas no fundo do navio.

Uma camada externa, formando o casco normal do navio e outra mais interna,

atuando como um segundo casco e formando uma barreira para a água no caso do

casco externo ser danificado. No espaço entre essas duas camadas, se encontram a

maioria dos tanques de lastro do navio. Além desses tanques do fundo duplo, existem

também os tanques de lastro laterais, que se iniciam logo acima dos tanques do fundo

duplo e se estendem até quase o convés principal, como mostra a figura abaixo.

Componentes do Sistema de Lastro

Os principais componentes do sistema de lastro são as bombas, as válvulas, os

tanques e as redes de tubulação, como já foi dito anteriormente. Estes componentes

possuem as seguintes características:

- Bombas Centrífugas:

O sistema possui bombas centrífugas responsáveis pelas

operações de lastro e deslastro. Na operação para lastrar o

navio é utilizada uma bomba apenas, ficando a outra de stand-

by em caso de falhas. Na operação de deslastro é utilizada uma

bomba para deslastrar cada bordo do navio.

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- Tanques de Lastro:

Os tanques de lastro muitas vezes constituem a maior área da estrutura de aço de um

navio - e a integridade estrutural dos tanques é importante para a segurança

operacional do navio, para sua eficiência e vida útil.

Os tanques de água de lastro são ambientes escuros, onde não há incidência de luz solar

ou entrada de oxigênio. Além disso, a operação de carga e descarga de água faz com

que a maioria das espécies que embarcam não sobreviva dentro do tanque de lastro.

Porém, algumas poucas espécies conseguem resistir a essas condições e a longas

viagens, se hospedando temporária ou permanentemente nos sedimentos que se

acumulam no fundo do tanque e quando despejadas em um ambiente novo, se tornam

espécies exóticas ou invasoras.

A maior consequência da introdução dessas espécies invasoras é o desequilíbrio do

ecossistema local, podendo ameaçar a diversidade biológica, já que as espécies

invasoras provocam mudanças no ambiente a partir do momento em que começam a

desempenhar o papel de um novo predador na cadeia alimentar do local invadido,

podendo proliferar-se e espalhar-se rapidamente, causando uma poluição por espécies.

Os tanques estão todos à pressão atmosférica.

Válvulas borboletas:

São as válvulas borboletas pneumáticas que operam o sistema, onde são

utilizadas para permitir o controle dos tanques que serão lastrados e/ou das manobras

que serão feitas. Esse controle é feito remotamente por um operador no centro de

controle da praça de máquinas.

Redes do Sistema de Lastro:

As redes do sistema de lastro são com tubulação de aço.

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Sistema de controle:

O sistema de controle é o conjunto (válvulas, bombas, etc.) responsável por toda

a operação de movimentação de lastro da plataforma.

O sistema de controle geralmente é utilizado em plataformas juntamente com um

software que controla e monitora toda a unidade. O sistema, por exemplo, permite a

transferência de lastro entre tanques através de abertura de válvulas com um simples

comando.

Diagramas do Sistema de Lastro

Os diagramas do sistema de lastro nos informam, de forma esquemática, como as

redes do sistema estão interligadas, desde a entrada da água salgada pelas caixas de

mar, passando pelas bombas e indo até aos seus respectivos tanques de destino.

Abaixo, podemos ver os diagramas das redes do sistema de lastro do navio. Um, mostra

as redes pertencentes à praça de máquinas, incluindo as bombas; e o outro, mostra as

redes fora da praça de máquinas que percorrem todo o navio e se dividem para cada um

dos tanques.

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Redes de Lastro na Praça de Máquinas

Redes de Lastro Fora da Praça de Máquinas

Operações de Lastro e Deslastro - As operações de lastro e deslastro

consistem em colocar e retirar a água salgada dos tanques de lastro,

respectivamente. No entanto, essas operações funcionam de maneiras

diferentes. Enquanto que para lastrarmos o navio é utilizada apenas uma

bomba (e a outra fica como reserva), no caso do deslastro são utilizadas as

duas, de modo que cada bomba deslastre um bordo do navio. As operações

em si são iguais na região fora da praça de máquinas, exceto pelo sentido

do fluido. Na região da praça de máquinas é que são feitas manobras

diferentes e que serão mostradas mais adiante.

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- Operação de Lastro: A operação de lastro é feita através das caixas de

mar. Devido ao fato do nível do mar estar acima dos tanques, não haveria

a necessidade do uso da bomba, sendo a água escoada para o interior dos

tanques apenas pela força da gravidade. Apesar disso, o nível da água

aumentando dentro dos tanques, somado ao aumento da perda de carga

devido ao longo comprimento da tubulação, faz com que o tempo se torne

muito grande para esta operação. Assim, se faz necessário o uso da bomba

para que este processo seja acelerado. Para essa operação apenas uma

bomba é necessária, como pode ser visto nas figuras abaixo.

- Operação de Deslastro: A operação de deslastro é, de certa maneira, o

processo inverso da operação de lastro. Exceto pelo fato de que na

operação de deslastro a água salgada não sairá pela caixa de mar, mas

sim, por uma tubulação que leva ao costado do navio. E, além disso, como

foi falado anteriormente, são utilizadas as duas bombas para esse

procedimento. Cada bomba fica responsável pelo deslastreamento de um

bordo. Através das figuras a seguir, é explicado de forma clara como esse

procedimento ocorre na região da praça de máquinas.

Bomba de Lastro

A tarefa de selecionar uma bomba centrífuga para um sistema consiste em

calcular os seguintes parâmetros para a bomba: vazão e pressão. Com esses valores em

mãos é possível encontrar uma bomba adequada no catálogo de um fabricante.

Considerações para o Cálculo - Algumas considerações devem ser feitas para o cálculo

da pressão. Em primeiro lugar, a condição de operação para o qual o cálculo será feito é

a condição de deslastro. Trata-se da condição mais crítica de operação, pelo fato da

bomba ter que vencer a resistência imposta pela coluna d’água que mede, na pior

situação, do fundo do tanque de lastro do fundo duplo, até o nível do mar.

Rede / Linha de Óleo Combustível

A rede/linha de óleo combustível tem por finalidade principal a alimentação das

máquinas principais.

Entretanto, mediante manobras adequadas de transferência de óleo, pode ser

também utilizada para melhorar a estabilidade da embarcação. O sistema compreende

tanques, bombas e canalizações.

Os tanques são os de armazenamento, serviço, de óleo contaminado, ou sobras.

As bombas podem ser de serviço, de recalque, de transferência, de lastro e de esgoto de

tanques.

As canalizações da rede de óleo combustível podem ser agrupadas em:

Linha de Serviço - comunica os tanques de serviço à bomba de

serviço;

Linha de Transferência - comunica todos os tanques entre si,

mediante conveniente manobra dos pianos de válvulas. É servida

pelas bombas de transferência, que possuem grande capacidade e

pequena pressão;

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Linha de Lastro - permite lastrar com água salgada alguns tanques

de armazenamento e lastro, de acordo com a tabela de consumo de

óleo, por meio de edutores e, em algumas vezes, por derivações da

rede de incêndio. Essas bombas e edutores fazem também a

manobra inversa de esgoto dos tanques, mediante uma aspiração

baixa. No caso de lastro pela rede de incêndio, o esgoto é feito pela

rede de esgoto. Os tanques de óleo são também comunicados entre

si por válvulas, que facilitam o recebimento do óleo a bordo. Essas

válvulas devem ser conservadas fechadas, sendo desaconselhável

deixar os tanques comunicados, especialmente em cruzeiro de

guerra.

APARELHOS MAIS COMUNS DE MANOBRA DE CARGA 4.9.

Abordaremos alguns tópicos referentes a manobra de cargas, iniciaremos

estudando os aparelhos mais comuns da manobra de carga.

Carretilha

Ferramenta destinada a elevar pequenas

cargas, tais como: sacola com ferramentas, cruzetas

e materiais de distribuição diversos.

Talha Elétrica

Equipamento utilizado para operações de montagens

precisas ou manuseios suaves de cargas, tais como, peças de

precisão, recipientes com líquidos ou cargas frágeis.

Empilhadeira

Equipamento um utilizado para movimentação

de cargas devendo ser realizada em locais com piso

nivelado e em perfeita condição de pavimentação. O

piso deve suportar todo o peso da empilhadeira e da

carga.

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Princípio de funcionamento da empilhadeira

É construída sob o princípio da gangorra, onde a carga colocada nos garfos é

equilibrada pelo peso da máquina.

O centro de rotação ou o apoio da gangorra é o centro das rodas dianteiras.

O contrapeso é formado pela própria estrutura do veículo (combustão) ou pela

bateria (elétrica).

A capacidade de elevação de uma empilhadeira é afetada por:

Peso da carga; e

Distância do centro de gravidade da carga (centro da carga).

Ponte Rolante

Equipamento aéreo sobre trilhos, utilizado no

transporte e movimentação de cargas e materiais.

Guindaste

Equipamento de grande porte utilizado para içar cargas de

pesos elevados conforme sua capacidade de manobra.

Segurança na operação com guindaste - O principal equipamento para

içar e movimentar material nas plataformas é o guindaste de pedestal.

Estes guindastes têm capacidade de carga de 15 para mais de 45

toneladas.

O típico guindaste de pedestal realiza três tarefas básicas.

Subir e descer cargas;

Subir e descer lança; e

Girar.

Todo Guindaste instalado em Unidade Operacional deverá ter uma Célula de

Carga instalada, aferida e certificada e em perfeitas condições de funcionamento.

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Cábrea Flutuante

Guindaste flutuante que combina a

movimentação de carga vertical e horizontal.

Portainer

Equipamento de movimentação de

contêineres instalado nos terminais de contêineres

(Tecon). Ele opera a carga nos sentidos horizontal e vertical de maneira segura, pois

não provoca balanços bruscos. A cabine do operador fica localizada no próprio portainer,

o que facilita a visão do terminal, do convés e do interior do porão.

Cesta de Transferência de Pessoal

Dispositivo movimentado por guindaste, capaz de transportar pessoal com

segurança de uma Unidade Operacional para uma embarcação e vice-versa.

A operação mais importante de todas, é aquela que envolve pessoas. Para

transporte via marítima, o treinamento é obrigatório, independente do tipo de

embarcação e da capacidade da cesta de transferência.

A transferência de pessoas será feita, em condições

normais, somente durante o dia e com as seguintes condições

ambientais:

Visibilidade mínima de 3 km ou 1,6 milhas

náuticas;

Vento com intensidade máxima de 30 nós ou

55 km/h.

Principais Acessórios utilizados na Movimentação de Carga.

Moitão - É uma caixa de madeira ou de chapa de metal, de forma oval,

dentro da qual trabalha uma roldana. Usado para retorno de um cabo, nos

teques e talhas.

Cadernal - É uma caixa de madeira ou de metal semelhante ao moitão,

dentro da qual trabalham duas ou mais roldanas em um mesmo eixo. Esses

cadernais são classificados como cadernais de dois ou três gornes, de

acordo com o número de roldanas que possuem.

Catarina - É um moitão especial, de aço, utilizado nas operações de

grande peso, principalmente nos aparelhos de pau de carga.

Patesca - É uma caixa semelhante ao moitão, porém mais comprida e

aberta de um lado, a fim de possibilitar gurnir ou desgurnir um cabo pelo

seio.

Gatos - São peças de aço forjado, em forma de gancho, com olhal,

geralmente constituídas de uma peça única. São usados nos cabos de aço

dos paus de carga e guindastes para içar a carga colocada nos estropos.

Manilha - É uma peça fabricada em vergalhão de metal recurvado em

forma de U, fechada numa das extremidades por um pino chamado cavirão.

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É usualmente empregada nos aparelhos de pau de carga e, também, nas

operações de peação da carga.

Grampos ou clips - São peças de metal em forma de U que servem para

fazer emendas em cabos de aço; bastante utilizadas na peação de carga.

Lingas - São acessórios que servem para engatar uma lingada de um ou

mais volumes ao gato do aparelho de carga da embarcação ou do porto.

Existem vários tipos, cada um de acordo com o tipo de mercadoria a ser

movimentada; assim temos:

Linga de estripo - Pedaço de cabo com os chicotes unidos por costura

redonda, podendo ser de fibra vegetal ou sintética ou de arame de aço.

Usada para movimentar caixaria em geral e volumes individuais leves.

Linga de funda - É um estropo com os chicotes unidos a uma lona

costurada, usada para fazer lingadas com sacaria de arroz, café e cereais

em geral.

Linga de patola - Acessório formado por pés de galinha de corrente ou

cabo de arame de aço com patolas ou gatos nos chicotes. Usada para

movimentar tambores, barris, tubos, chapas etc.

Pau de carga - Equipamento de

movimentação vertical, instalado no convés

da embarcação junto a cada porão para

movimentação de pequenos pesos, sendo

pouco utilizado atualmente porque os

guindastes têm maior produtividade.

COMPOSIÇÃO E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE “CRASH” DE 4.10.

AERONAVES

O helideque das plataformas marítimas normalmente habitadas e dos navios

mercantes deverá estar guarnecido por uma Equipe de Manobra e Combate a Incêndio

de Aviação (MCIA), com o seguinte efetivo:

Um Agente de Lançamento e Pouso de Helicópteros (ALPH), que

deverá ser o líder da MCIA e estar habilitado a operar o rádio

portátil; e

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Dois ou três Bombeiros de Aviação (BOMBAV) conforme a categoria

do helideque.

Atribuições Operacionais e Responsabilidades

Cada homem, ou membro da equipe, engajado em

operações aéreas nos helideque deverá estar

devidamente habilitado e adestrado para exercer as

funções de sua responsabilidade, conforme especificado a

seguir na composição da equipe de manobra e combate a

incêndio em aeronaves (MCIA).

Agente de Lançamento e Pouso de Helicóptero (Alph)

Agente de lançamento e pouso de helicóptero (ALPH) - É o tripulante responsável

pela MCIA. Este deverá:

Ser habilitado em curso próprio, com certificado válido por dois anos;

Conhecer os requisitos para helideque estabelecidos na NORMAM 27

Trajar roupa de proteção básica ao fogo, além de colete de cores

contrastantes (laranja e branco) a fim de ser facilmente identificado;

Estar munido de um transceptor VHF portátil sintonizado na

frequência aeronáutica da - EPTA do helideque, para a comunicação,

em caso de emergência com a aeronave;

Conhecer as funções de todos os componentes da MCIA; e

Conhecer as saídas de emergência e as áreas perigosas das

aeronaves que operam no helideque.

Durante as Operações Aéreas, deverá:

Assumir a função de Líder da MCIA;

Supervisionar todas as atividades no helideque;

Preparar o helideque para pousos e decolagens;

Estabelecer comunicações com a aeronave somente em caso de

emergência;

Assegurar-se de que a carga e as bagagens estejam pesadas,

embaladas e etiquetadas (Manifesto de carga e passageiros);

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Em caso de emergência, quando for necessário efetuar comunicações

via rádio com a aeronave, deverá utilizar o idioma português;

Utilizar o rádio para comunicação com os pilotos, por ocasião dos

pousos e decolagens do helicóptero, quando observar qualquer

situação de perigo. Além do rádio, poderá utilizar o sinal de

arremetida quando se tratar de uma situação de emergência;

Realizar briefings com os componentes da MCIA, antes de depois das

operações aéreas;

Apresentar, por ocasião das vistorias no helideque, o certificado do

curso de ALPH e seu currículo.

Bombeiro de Aviação (Bombav)

É o tripulante responsável pelo guarnecimento de equipamentos de combate a

incêndio. Este deverá:

Trajar roupa de proteção básica ao fogo;

Conhecer as saídas de emergência e as áreas perigosas das

aeronaves que operam no helideque.

Durante as operações aéreas, deverá:

Guarnecer “a postos” os equipamentos e combate a incêndio com

antecedência mínima de 15 minutos em relação à hora estimada de

pouso da aeronave na plataforma e, por ocasião do pouso ou

decolagem, estar a postos nos canhões de espuma, com o

equipamento pronto para ser acionado. Em caso de crash com

incêndio de grandes proporções, a espuma deverá ser lançada

imediatamente;

Cumprir as normas e procedimentos de segurança; e

Deverá apresentar o certificado e o currículo do curso de BOMBAV,

por ocasião das vistorias no helideque.

FASES DE UMA FAINA DE “CRASH” 4.11.

Iniciada quando o pessoal devidamente qualificado se aproxima da aeronave

acidentada para extinção ou prevenção de possível incêndio e socorro de passageiros e

tripulantes.

O salvamento das vitimas tem prioridade sobre a necessidade da preservação de

indícios para a investigação do acidente. No entanto, deve ser enfatizada essa

necessidade sempre que ela não interferir com o socorro.

A fim de agir de forma ordenada e racional, divide-se esse trabalho em três fases:

Combate a incêndio;

Salvamento dos tripulantes e passageiros; e

Remoção dos destroços.

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Fase A: Combate ao Incêndio

Esta parte pode ser entendida como a

arte de dirigir e empregar pessoal,

equipamentos e agentes extintores no local do

sinistro durante os trabalhos de ataque,

controle e extinção do incêndio.

São vários os elementos que entram

como constituintes na fabricação de um

helicóptero. Dentre eles, o magnésio é muito

empregado, devido a sua baixa densidade e

grande resistência.

O perigo consiste em que o calor gerado pela combustão do magnésio provoque a

reignição dos inflamáveis que, por ventura, já se achem sob controle.

Em virtude também dos helicópteros possuírem equipamentos elétricos,

combustíveis e substâncias que deixam cinzas quando queimadas, pode-se concluir que

esses incêndios abrangem os quatro tipos de classe, e que por isso mesmo são

dificílimos de serem combatidos.

Até o presente momento o agente mais usado, adequado e eficaz para extinguir

incêndio em helicópteros, é a espuma, por sua ação de abafamento e resfriamento.

Deve ser empregada em grande quantidade e de maneira que seja formada uma

espécie de colchão em torno do helicóptero. Por possuir um efeito remanescente,

elimina a possibilidade de reignição. A espuma é constituída de um aglomerado de

pequenas bolhas de peso especifico mais baixo que dos inflamáveis e da própria água.

Cada problema exige sua própria solução, que deverá ser o produto de esforço

próprio. Isto exige conhecimento profissional, perícia e habilidade de pensar clara e

logicamente sob a tensão de uma emergência. O êxito da operação é uma função do

tempo decorrido entre a interrupção do incêndio e o início dos trabalhos de extinção.

Fase B: Salvamento dos Tripulantes e Passageiros

Enquanto todo o pessoal não for retirado do helicóptero, a equipe deverá

esforçar-se por manter as chamas o mais longe possível dos mesmos.

1) inicia-se quando o pessoal devidamente qualificado e equipado se aproxima da

aeronave acidentada para extinção ou prevenção de possível incêndio e resgate da

tripulação;

2) a brigada de combate a incêndio da embarcação deverá ser acionada para ficar

a postos, pronta para entrar em ação, caso seja necessário;

3) após a extinção do incêndio, a equipe médica avaliará a conveniência de iniciar

o atendimento ainda no interior da aeronave ou efetuar a imediata remoção. O

melhor trajeto para o local de atendimento após a remoção deverá estar previamente

determinado e ser do conhecimento de todos os envolvidos nessa etapa; e

4) após o salvamento a área do acidente ou incidente deverá ser totalmente

isolada até a chegada do CENIPA.O salvamento das vítimas tem prioridade sobre a

necessidade de preservação de indícios para a investigação do acidente, no entanto,

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deve ser enfatizada essa necessidade sempre que ela não interferir com o socorro

(Norman 27).

A equipe deverá utilizar sempre que possível, as vias de acesso normais ao

helicóptero: pelas laterais, perpendicular ao eixo longitudinal.

Fase C: Remoção de Aeronave

Esta fase compreende não só a remoção do helicóptero acidentado, mas também

a execução de todos os reparos de emergência no helideque. A reposição dos

equipamentos e acessórios, de maneira a prosseguir com as operações aéreas o mais

rápido possível.

PROCEDIMENTOS PARA ESCAPE DE UMA AERONAVE EM CASO DE 4.12.

“CRASH” A BORDO OU N’ÁGUA

Evacuação e Escape de Aeronave Acidentada

Pouso de emergência no helideque;

Desembarque da aeronave quando for instruído para fazê-lo;

Dirija-se na direção do ACESSO orientada pelo ALPH; e

Cuidado com as pás do rotor e com a rede antiderrapante. Caminhe

curvado.

Crash da Aeronave sobre o Heliponto

Acione o mecanismo de ejeção da saída de emergência;

Avalie a situação;

Aguarde até que as pás dos rotores tenham parado;

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O comandante da aeronave dará instruções para evacuação; e

Se houver indício de fogo, abandone a aeronave imediatamente,

seguindo em direção contrária ao vento. “Cuidado com as pás do

rotor!” Se você estiver incapacitado de escapar, aguarde a

abordagem pelos membros da MCIA para salvamento.

Evacuação na Superfície da Água após o Impacto

Permaneça sentado e aguarde

instruções da tripulação;

O peso dos helicópteros está na

parte de cima. Se todos se

movem para um só lado da

aeronave, ela pode virar;

Acione a saída de emergência;

Localize e lance a balsa salva vidas;

Ela pode estar localizada embaixo do assento ou em outro local. (ver

folheto de segurança). Alije a porta, verifique e amarre o cabo guia a

um ponto resistente, lance a balsa na água e infle-a puxando pelo

cabo de disparo;

Depois de inflar a balsa, evacue o helicóptero de modo controlado de

modo a manter a estabilidade de flutuação. Uma vez que todos

estejam na balsa, tome providências para sobreviver;

Se o helicóptero ainda estiver flutuando, não corte o cabo guia. Você

não conseguirá uma melhor ancoragem. Este é o primeiro local onde

as equipes de busca e salvamento irão procurar; e

Tome providências para manter a balsa.

Pouso de Emergência sem controle ou com controle limitado

É muito improvável que você se envolva

em um pouso forçado. Se você algum dia se

envolver em um, você poderá ter que lidar com

problemas de verdade tais como:

Pânico;

Ferimentos;

Desorientação;

Confusão;

Incêndio;

Flutuação;

Choque térmico; e

Hipotermia.

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Também é provável que o helicóptero inverta imediatamente depois de um pouso

de emergência. A permanência ou não da aeronave na posição correta dependerá dos

seguintes fatores:

Danos ao helicóptero devido ao impacto;

Condições do tempo. (vento e ondas); e

Divisão de peso. (evacuação desordenada).

Procedimento para escapar de um helicóptero submerso

Nunca infle o colete dentro da aeronave! Isso tornará a fuga da

aeronave quase impossível de acontecer;

Aguarde até que o helicóptero pare ou que as pás do rotor tenham

parado ou se quebrado;

Lentamente saia da sua posição de impacto e sente-se

corretamente;

Localize a saída e abra-a. (Também é possível abrir as saídas de

emergência pelo lado de fora);

Segure-se firmemente na moldura da saída antes de abrir o cinto de

segurança;

Projete seu corpo para fora da aeronave sem bater as pernas;

Tente manter-se de frente para a aeronave;

Não nade se você não tiver certeza da direção da superfície;

Na superfície, infle o seu colete salva vidas e em más condições de

tempo, coloque o capuz de spray quando disponível;

Procure afastar-se dos lençóis de óleo/combustível que flutuam nas

proximidades. Nade contra o vento/correnteza até uma área segura;

Use a balsa mantendo-as juntas; e

Procure e ajude outros sobreviventes.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 5.

SOLAS 74/78

Manual do Cameleão (Marinha do Brasil)

Manual do ECIA (Marinha do Brasil)

Manual da Escola Nacional de Bombeiros

NR-30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho

Aquaviário (Anexo II)

NR 33 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos trabalhos em

Espaços Confinados

Manual do Advanced Firefight (U.S.NAVY)

BRASIL. Ministério do Trabalho / Fundação Jorge Duprat de Figueiredo -

FUNDACENTRO.

Operação nos Trabalhos de Estiva. São Paulo: FUNDACENTRO, 1991.

BRASIL. Ministério da Defesa. Marinha do Brasil. Diretoria de Portos e

Costas.

Norma da Autoridade Marítima nº2 (NORMAM 02). Rio de Janeiro, 2000.

FONSECA, Maurilio M. Arte Naval. 5 ed. Rio de Janeiro: SDGM, 1989. 916

p. ISBN 85-7047-051-7.

Site Consultado:

http://www.horadopovo.com.br/2008/abril/2657-11-04-08/P5.