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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços ... · introduÇÃo À seguranÇa com eletricidade.....37 1.1. normas regulamentadoras (nr´s ... nr 10 –seguranÇa em instalaÇÕes

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e

Serviços com Eletricidade

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com

Eletricidade

Macaé, RJ

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE .......................... 37 1.

NORMAS REGULAMENTADORAS (NR´S) ...................................... 39 1.1. PENALIDADES ................................................................. 40 1.1.1.

HISTÓRIA DA ELETRICIDADE .................................................... 41 1.2.

CONCEITOS DE ELETRICIDADE .................................................. 42 1.3. ELETRICIDADE ................................................................ 42 1.3.1.

INTENSIDADE DE CORRENTE ............................................ 42 1.3.2. CORRENTE ALTERNADA .................................................... 43 1.3.3.

CORRENTE CONTÍNUA ...................................................... 44 1.3.4. CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO ..................................... 45 1.3.5.

FREQUÊNCIA ................................................................... 45 1.3.6. TENSÃO .......................................................................... 46 1.3.7.

TENSÃO DE TOQUE .......................................................... 47 1.3.8. TENSÃO DE PASSO .......................................................... 47 1.3.9.

RESISTÊNCIA ................................................................ 48 1.3.10. RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO................................... 49 1.3.11.

CONDUTORES ................................................................ 49 1.3.12. O CORPO HUMANO COMO CONDUTOR .............................. 50 1.3.13.

ISOLANTES ................................................................... 50 1.3.14.

SEMICONDUTORES ........................................................ 51 1.3.15. 1ª LEI DE OHM .............................................................. 52 1.3.16.

POTÊNCIA ELÉTRICA ...................................................... 53 1.3.17. EFEITO JOULE ................................................................ 54 1.3.18.

EFEITO CORONA ............................................................ 55 1.3.19. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .................................... 56 1.3.20.

ENERGIA HIDRÁULICA (OU HÍDRICA) ............................... 57 1.3.21. USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU ..................................... 58 1.3.22.

USINA NUCLEAR ............................................................ 59 1.3.23. USINA TERMELÉTRICA .................................................... 61 1.3.24.

ENERGIA BIOMASSA ....................................................... 62 1.3.25. USINA BICOMBUSTÍVEL .................................................. 63 1.3.26.

ENERGIA ELÉTRICA GERADA POR ESGOTO ........................ 64 1.3.27. ENERGIA GEOTÉRMICA ................................................... 66 1.3.28.

ENERGIA EÓLICA ........................................................... 68 1.3.29.

ENERGIA SOLAR ............................................................ 70 1.3.30. ENERGIA DAS MARÉS ..................................................... 71 1.3.31.

INDÚSTRIA OFFSHORE ................................................... 72 1.3.32.

RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE ........... 73 2.

O CHOQUE ELÉTRICO, MECANISMO E EFEITOS ............................ 74 2.1. CHOQUE ESTÁTICO .......................................................... 77 2.1.1.

CHOQUE DINÂMICO ......................................................... 79 2.1.2. CHOQUE POR DESCARGA ATMOSFÉRICA ............................ 79 2.1.3.

ELETROCUSSÃO............................................................... 82 2.1.4. CADEIRA ELÉTRICA .......................................................... 82 2.1.5.

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ELETROPLESSÃO.............................................................. 83 2.1.6. ARCO ELÉTRICO, QUEIMADURAS E QUEDAS ................................ 86 2.2.

FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DO ARCO 2.2.1.ELÉTRICO. .....................................................................................87

CAUSAS DO ARCO ELÉTRICO ............................................ 88 2.2.2. QUEIMADURAS PROVOCADAS POR ARCO ELÉTRICO ............. 89 2.2.3.

QUEDAS ......................................................................... 89 2.2.4. CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS .................................................. 90 2.3.

CAMPOS ELÉTRICOS ........................................................ 90 2.3.1.

LEI DE COULOMB ............................................................. 91 2.3.2. CAMPOS MAGNÉTICOS ..................................................... 92 2.3.3.

ELETROÍMÃ ..................................................................... 94 2.3.4. SOLENÓIDES ................................................................... 96 2.3.5.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS ............................................ 97 2.4. AVALIAÇÃO DE RISCOS .................................................... 97 2.4.1.

CONCEITOS .................................................................... 98 2.4.2. RISCOS DE ACIDENTES .................................................... 99 2.4.3.

GERENCIAMENTO DE RISCOS ............................................ 99 2.4.4. NÍVEIS DE RISCO: ......................................................... 100 2.4.5.

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUANTO À SEVERIDADE DAS 2.4.6.CONSEQUÊNCIAS .............................................................................. 100

PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS 2.4.7.RISCOS/PERIGOS ............................................................................. 101

MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO ........................... 105 2.5.

DESENERGIZAÇÃO ......................................................... 105 2.5.1. ZONA DE RISCO ............................................................ 110 2.5.2.

ZONA CONTROLADA ....................................................... 110 2.5.3. PROCEDIMENTOS DE REENERGIZAÇÃO ............................ 113 2.5.4.

ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO ........................ 114 2.5.5. TERMOS E DEFINIÇÕES .................................................. 116 2.5.6.

ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN, TT, IT) ........................... 118 2.5.7. ESQUEMAS IT MÉDICO ................................................... 124 2.5.8.

ATERRAMENTO DE PROTEÇÃO ......................................... 126 2.5.9. ATERRAMENTO TEMPORÁRIO ......................................... 126 2.5.10.

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E FUNCIONAIS .......... 127 2.5.11. ESPECIFICAÇÃO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO E CURTO-2.5.12.

CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO ........................................................... 128

LIGAÇÃO EQUIPOTENCIAL ............................................. 128 2.5.13.

EQUIPOTENCIALIZAÇÃO EM LINHAS VIVAS ..................... 130 2.5.14.

CHAVES FUSÍVEIS ........................................................ 132 2.5.15. CHAVES FACAS ............................................................ 133 2.5.16.

DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL (DR).................... 134 2.5.17. EXTRA-BAIXA TENSÃO .................................................. 138 2.5.18.

BARREIRAS E INVÓLUCROS ........................................... 138 2.5.19. BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS ....................................... 139 2.5.20.

OBSTÁCULOS E ANTEPAROS .......................................... 142 2.5.21. ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS .................................. 142 2.5.22.

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ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA ................................. 143 2.5.23. COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE .................................... 145 2.5.24.

SEPARAÇÃO ELÉTRICA .................................................. 146 2.5.25. NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS E REGULAMENTAÇÕES DO MTE 147 2.6.

NBR 5410:2004 ............................................................. 147 2.6.1. NBR 14039:2005 ........................................................... 148 2.6.2.

NBR 5419:2005 ............................................................. 149 2.6.3. NBR 13534:2008 ........................................................... 150 2.6.4.

NBR 13570:1996 ........................................................... 150 2.6.5.

NBR 13418:1995 ........................................................... 150 2.6.6. CLASSIFICAÇÃO DE TENSÃO .................................................... 151 2.7.

REGULAMENTAÇÕES DO MTE ................................................... 151 2.8. NORMAS REGULAMENTADORAS ....................................... 152 2.8.1.

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM 2.8.2.ELETRICIDADE .................................................................................. 154

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA ................................. 154 2.9. VARAS DE MANOBRA ...................................................... 156 2.9.1.

BASTÕES DE RESGATE ................................................... 157 2.9.2. TAPETES ISOLANTES ...................................................... 157 2.9.3.

MANTA ISOLANTE DE BORRACHA .................................... 158 2.9.4. INSTRUMENTOS DE DETECÇÃO DE TENSÃO E VERIFICAÇÃO DE 2.9.5.

AUSÊNCIA DE TENSÃO ...................................................................... 159

ATERRAMENTO TEMPORÁRIO .......................................... 160 2.9.6.

BANQUETA ISOLANTE ..................................................... 160 2.9.7.

FITAS DE DEMARCAÇÃO REFLETIVAS ............................... 161 2.9.8. CONES DE SINALIZAÇÃO ................................................ 161 2.9.9.

GRADE METÁLICA DOBRÁVEL ........................................ 162 2.9.10. SINALIZADOR STROBO ................................................. 162 2.9.11.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................. 162 2.10. NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ......... 163 2.10.1.

CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO ISOLANTE ................ 164 2.10.2. CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO CONDUTIVO ............. 165 2.10.3.

MACACÃO CONDUTIVO ................................................. 166 2.10.4. LUVAS E MEIAS CONDUTIVAS........................................ 167 2.10.5.

LUVAS ISOLANTES DE BORRACHA ................................. 167 2.10.6. VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS 168 2.10.7.

PROTETOR FACIAL CONTRA ARCOS ELÉTRICOS ............... 169 2.10.8. CAPUZ DE ELETRICISTA ................................................ 170 2.10.9.

CAPACETE PARA ELETRICISTA ABA TOTAL ..................... 170 2.10.10.

CINTO DE SEGURANÇA TIPO PARAQUEDISTA ................ 170 2.10.11. ADORNOS ................................................................. 172 2.10.12.

ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS ................................ 172 3.

INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS ............................................. 173 3.1.

LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS .................................................... 173 3.2. SINALIZAÇÃO ......................................................................... 174 3.3.

PLACAS DE SINALIZAÇÃO ............................................... 174 3.3.1.

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INSPEÇÕES DE ÁREAS, SERVIÇOS, FERRAMENTAL E EQUIPAMENTO3.4. 175

DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .......................... 177 3.5. RISCOS ADICIONAIS ............................................................... 180 3.6.

TRABALHO EM ALTURA ................................................... 181 3.6.1. AMBIENTES CONFINADOS ............................................... 184 3.6.2.

ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................. 186 3.6.3. SUBSTÂNCIAS COMBUSTÍVEIS ................................................. 187 3.7.

GÁS INFLAMÁVEL ........................................................... 187 3.7.1.

LÍQUIDO INFLAMÁVEL .................................................... 187 3.7.2. POEIRA OU FIBRA COMBUSTÍVEL ..................................... 187 3.7.3.

PONTO DE FULGOR ........................................................ 188 3.7.4. PONTO DE COMBUSTÃO ................................................. 188 3.7.5.

TEMPERATURA DE AUTO IGNIÇÃO ................................... 188 3.7.6. IGNIÇÃO ....................................................................... 189 3.7.7.

GERENCIAMENTO DE RISCOS ................................................... 190 3.8. CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS ............................................. 190 3.8.1.

CLASSE DE TEMPERATURA .............................................. 191 3.8.2. GRUPO DE EXPLOSIVIDADE ............................................ 192 3.8.3.

DEFINIÇÃO DE ZONAS.................................................... 192 3.8.4. TIPOS DE PROTEÇÃO ..................................................... 193 3.8.5.

ÍNDICE DE PROTEÇÃO .................................................... 193 3.8.6. UMIDADE ...................................................................... 195 3.8.7.

CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS ........................................... 196 3.8.8.

PÁRA-RAIOS.................................................................. 199 3.8.9. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS 3.8.10.

ATMOSFÉRICAS. .......................................................... .....................201

ANIMAIS PEÇONHENTOS ............................................... 203 3.8.11.

RESPONSABILIDADES ............................................................... 204 4.

SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE 4.1.

SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO .................................. 205

ATRIBUIÇÕES DO SESMT ................................................ 206 4.1.1.

CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ........ 207 4.2. PENALIDADES PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL ............................. 207 4.3.

CÓDIGO CIVIL ............................................................... 208 4.3.1. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ........................................... 208 4.3.2.

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ........................................ 208 4.3.3. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ............................................. 209 4.3.4.

COMPETÊNCIA DAS PESSOAS SEGUNDO A NBR 14.039 ...... 210 4.3.5.

PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS ......................................... 210 5.

QUÍMICA DO FOGO ................................................................. 211 5.1.

ELEMENTOS DA COMBUSTÃO .......................................... 212 5.1.1. TETRAEDRO DO FOGO .................................................... 213 5.1.2.

TEMPERATURA DE IGNIÇÃO ............................................ 213 5.1.3. PONTO DE FULGOR ........................................................ 213 5.1.4.

PONTO DE COMBUSTÃO ................................................. 214 5.1.5.

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PONTO DE AUTO-IGNIÇÃO .............................................. 214 5.1.6. COMBUSTÃO COMPLETA ................................................. 214 5.1.7.

COMBUSTÃO INCOMPLETA .............................................. 214 5.1.8. MISTURA INFLAMÁVEL .................................................... 214 5.1.9.

EXPLOSÃO .................................................................. 215 5.1.10. ELETRICIDADE ESTÁTICA .............................................. 215 5.1.11.

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA............................................ 215 5.1.12. PRODUÇÃO DE CALOR .................................................. 216 5.1.13.

PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS .............................. 216 5.1.14.

MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO ...................................... 217 5.2. CONDUÇÃO ................................................................... 217 5.2.1.

RADIAÇÃO .................................................................... 217 5.2.2. CONVECÇÃO ................................................................. 217 5.2.3.

NOÇÕES BÁSICAS DE COMBATE A INCÊNDIO ............................. 218 5.3. CLASSES DE INCÊNDIO .................................................. 218 5.3.1.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO .................................. 219 5.3.2. REAÇÃO EM CADEIA ....................................................... 220 5.3.3.

EMPREGO DOS EXTINTORES ........................................... 220 5.3.4. DICAS DE SEGURANÇA ................................................... 222 5.3.5.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ........................................................ 223 5.4. RISCOS DA ELETRICIDADE EM NOSSO ORGANISMO ................... 225 5.5.

TRAJETO DA ELETRICIDADE EM NOSSO CORPO ................. 226 5.5.1. RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO .................................. 226 5.5.2.

TETANIZAÇÃO ............................................................... 227 5.5.3.

DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS E PRIORIZAÇÃO DO ATENDIMENTO .. 229 5.6. AVALIAÇÃO DA CENA E BIOSSEGURANÇA ......................... 229 5.6.1.

ABORDAGEM PRIMÁRIA .................................................. 230 5.6.2. ABORDAGEM SECUNDÁRIA ............................................. 230 5.6.3.

SINAIS VITAIS E ESCALA DE TRAUMA .............................. 231 5.6.4. AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA .......................... 231 5.6.5.

ABERTURA DE VIAS AÉREAS ........................................... 232 5.6.6. ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL ............................ 233 5.6.7.

MEDIÇÃO E COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL .................. 234 5.6.8. SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR ......................... 234 5.7.

SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................ 234 5.7.1. SISTEMA CARDIOVASCULAR ........................................... 235 5.7.2.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR .................................... 236 5.8. CHECAGEM DE PULSO .................................................... 238 5.8.1.

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR – RCP .................................... 239 5.9.

C – CIRCULACAO (CIRCULATION) .................................... 240 5.9.1. A – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS (AIRWAYS) ................... 241 5.9.2.

B – BOA RESPIRAÇÃO (BREATHING) ................................ 241 5.9.3. D – DESFIBRILAÇÃO ...................................................... 243 5.9.4.

ESQUEMA PARA RCP CONFORME AHA-2010 ............................... 244 5.10. DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS ................................. 244 5.10.1.

NOÇÕES SOBRE LESÕES .......................................................... 245 5.11. QUEIMADURA .............................................................. 245 5.11.1.

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HEMORRAGIAS ............................................................ 250 5.11.2. LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS ................................. 252 5.11.3.

FRATURA..................................................................... 252 5.11.4. LUXAÇÃO .................................................................... 254 5.11.5.

TORÇÃO ...................................................................... 255 5.11.6. NOÇÕES SOBRE RESGATE E TRANSPORTE ................................. 256 5.12.

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NR10 - Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

Nome do Arquivo 20150223 Manual NR-10 – Curso Básico de Segurança em

Instalações e Serviços com Eletricidade - PT - REV01

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REGRAS

REGRAS FALCK

Respeite todos os sinais de advertência, avisos de segurança e instruções;

Roupas soltas, jóias, piercings etc. não devem ser usados durante os

exercícios práticos;

Não é permitido o uso de camiseta sem manga, “shorts” ou mini-saias,

sendo obrigatório o uso de calças compridas e de calçados fechados;

Terão prioridade de acessar o refeitório instrutores e assistentes;

Não transite pelas áreas de treinamento sem prévia autorização. Use o EPI

nas áreas recomendadas;

Os treinandos são responsáveis por seus valores. Armários com cadeado e

chaves estão disponíveis e será avisado quando devem ser usados. A Falck

Safety Services não se responsabiliza por quaisquer perdas ou danos;

O fumo é prejudicial a saúde. Só é permitido fumar em áreas previamente

demarcadas;

Indivíduos considerados sob efeito do consumo de álcool ou drogas ilícitas

serão desligados do treinamento e reencaminhados ao seu empregador;

Durante as instruções telefones celulares devem ser desligados;

Aconselha-se que as mulheres não façam o uso de sapato de salto fino;

Não são permitidas brincadeiras inconvenientes, empurrões, discussões e

discriminação de qualquer natureza;

Os treinandos devem seguir instruções dos funcionários da Falck durante

todo o tempo;

É responsabilidade de todo treinando assegurar a segurança do

treinamento dentro das melhores condições possíveis. Condições ou atos

inseguros devem ser informados imediatamente aos instrutores;

Fotografias, filmagens ou qualquer imagem de propriedade da empresa,

somente poderá ser obtida com prévia autorização;

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Gestantes não poderão realizar os treinamentos devido aos exercícios

práticos;

Se, por motivo de força maior, for necessário ausentar-se durante o

período de treinamento, solicite o formulário específico para autorização de saída.

Seu período de ausência será informado ao seu empregador e se extrapolar o

limite de 10% da carga horária da Disciplina, será motivo para desligamento;

A Falck Safety Services garante a segurança do transporte dos treinandos

durante a permanência na Empresa em veículos por ela designados, não podendo

ser responsabilizada em caso de transporte em veículo particular;

Os Certificados/Carteiras serão entregues à Empresa contratante. A

entrega ao portador somente mediante prévia autorização da Empresa

contratante. Alunos particulares deverão aguardar o resultado das Avaliações e,

quando aprovados, receberem a Carteira do Treinamento;

Pessoas que agirem em desacordo com essas regras ou que

intencionalmente subtraírem ou danificarem equipamentos serão

responsabilizadas e tomadas as providências que o caso venha a exigir.

DIRETRIZES GERAIS DO CURSO

Quanto à estruturação do curso

A estruturação deste curso está em acordo com a Norma Regulamentadora

10 (NR-10) aprovada através da portaria do Ministério do Trabalho, MTE n°598,

de 07/12/2004 e publicada no Diário Oficial da União de 08/12/2004.

Quanto à frequência às aulas

A frequência às aulas e atividades práticas é obrigatória.

O aluno deverá obter o mínimo de 90% de frequência no total das aulas

ministradas no curso.

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Para efeito das alíneas descritas acima, será considerada falta: o não

comparecimento às aulas, o atraso superior a 10 minutos em relação ao início de

qualquer atividade programada ou a saída não autorizada durante o seu

desenvolvimento.

Quanto à aprovação no curso

Será considerado aprovado o aluno que:

Obtiver nota igual ou superior a 6,0 (seis) em uma escala de 0 a 10

(zero a dez) na avaliação teórica e alcançar o conceito satisfatório

nas atividades práticas;

Tiver a frequência mínima exigida (90%).

Caso o aluno não cumpra as condições descritas nas alíneas acima, será

considerado reprovado.

OBJETIVO DO CURSO

NR-10

10.1 - Objetivo e Campo de Aplicação

10.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece os requisitos e

condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e

sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos

trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e

serviços com eletricidade.

10.1.2 Esta NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e

consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação,

manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas

proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos

órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais

cabíveis.

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10.2 - Medidas de Controle

10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser

adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos

adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a

segurança e a saúde no trabalho.

10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais

iniciativas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do

meio ambiente do trabalho.

10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares

atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as

especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos

de proteção.

10.2.4 Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem

constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do

disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de

segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das

medidas de controle existentes;

b) documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra

descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;

c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o

ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;

d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,

autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;

e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de

proteção individual e coletiva;

f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas

classificadas;

g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,

cronogramas de adequações, contemplando as alíneas de “a” a “f”.

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10.2.5 As empresas que operam em instalações ou equipamentos

integrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o

conteúdo do item 10.2.4 e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir

listados:

a) descrição dos procedimentos para emergências;

b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.

10.2.5.1 As empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema

Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas “a”,

“c”, “d” e “e”, do item 10.2.4 e alíneas “a” e “b” do item 10.2.5.

10.2.6 O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e

mantido atualizado pelo empregador ou pessoa 2 formalmente designada pela

empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas

instalações e serviços em eletricidade.

10.2.7 Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações

Elétricas devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado.

10.2.8 - Medidas de Proteção Coletiva

10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem

ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva

aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de

forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.

10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente,

a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade,

o emprego de tensão de segurança.

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no

subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva,

tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema

de seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento

automático.

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10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado

conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência

desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.

10.2.9 - Medidas de Proteção Individual

10.2.9.1 Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de

proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os

riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e

adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.

10.2.9.2 As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,

devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências

eletromagnéticas.

10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com

instalações elétricas ou em suas proximidades.

10.3 - Segurança em Projetos

10.3.1 É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem

dispositivos de desligamento de circuitos que possuam recursos para

impedimento de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da

condição operativa.

10.3.2 O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação

de dispositivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a aplicação de

impedimento de reenergização do circuito.

10.3.3 O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro,

quanto ao dimensionamento e a localização de seus componentes e as influências

externas, quando da operação e da realização de serviços de construção e

manutenção.

10.3.3.1 Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como:

comunicação, sinalização, controle e tração elétrica devem ser identificados e

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instalados separadamente, salvo quando o desenvolvimento tecnológico permitir

compartilhamento, respeitadas as definições de projetos.

10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento,

a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção

e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da

eletricidade.

10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser

projetados dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de

equipotencialização e aterramento do circuito seccionado.

10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento

temporário.

10.3.7 O projeto das instalações elétricas deve ficar à disposição dos

trabalhadores autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas

autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado.

10.3.8 O projeto elétrico deve atender ao que dispõem as Normas

Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações

técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente

habilitado.

10.3.9 O memorial descritivo do projeto deve conter, no mínimo, os

seguintes itens de segurança:

a) especificação das características relativas à proteção contra choques

elétricos, queimaduras e outros riscos adicionais;

b) indicação de posição dos dispositivos de manobra dos circuitos elétricos:

(Verde – “D”, desligado e Vermelho -“L”, ligado);

c) descrição do sistema de identificação de circuitos elétricos e

equipamentos, incluindo dispositivos de manobra, de controle, de proteção, de

intertravamento, dos condutores e os próprios equipamentos e estruturas,

definindo como tais indicações devem ser aplicadas fisicamente nos componentes

das instalações;

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d) recomendações de restrições e advertências quanto ao acesso de

pessoas aos componentes das instalações;

e) precauções aplicáveis em face das influências externas;

f) o princípio funcional dos dispositivos de proteção, constantes do projeto,

destinados à segurança das pessoas;

g) descrição da compatibilidade dos dispositivos de proteção com a

instalação elétrica.

10.3.10 Os projetos devem assegurar que as instalações proporcionem

aos trabalhadores iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de

acordo com a NR 17 – Ergonomia.

10.4 - Segurança na Construção, Montagem, Operação e Manutenção

10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas,

operadas, reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir

a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, e serem

supervisionadas por profissional autorizado, conforme dispõe esta NR.

10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas

medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente

quanto a altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade,

umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de

segurança.

10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos,

dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica

existente, preservando-se as características de proteção, respeitadas as

recomendações do fabricante e as influências externas.

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam

isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem

inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou

recomendações dos fabricantes.

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10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras

de funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e

controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e

definições de projetos.

10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de

equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo

expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer

objetos.

10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao

trabalhador iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo

com a NR 17 – Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros

superiores livres para a realização das tarefas.

10.4.6 Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou

comissionamento de instalações elétricas devem atender à regulamentação

estabelecida nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem ser realizados por

trabalhadores que atendam às condições de qualificação, habilitação, capacitação

e autorização estabelecidas nesta NR.

10.5 - Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas

10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações

elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados,

obedecida a seqüência abaixo:

a) seccionamento;

b) impedimento de reenergização;

c) constatação da ausência de tensão;

d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos

condutores dos circuitos;

e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada

(Anexo I);

f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

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10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a

autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a

seqüência de procedimentos abaixo:

a) retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

b) retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no

processo de reenergização;

c) remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das

proteções adicionais;

d) remoção da sinalização de impedimento de reenergização;

e) destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de

seccionamento.

10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e

10.5.2 podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função

das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,

autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que

seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

10.5.4 Os serviços a serem executados em instalações elétricas

desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão,

devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6.

10.6 - Segurança em Instalações Elétricas Energizadas

10.6.1 As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou

superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente

contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que

estabelece o item 10.8 desta Norma.

10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber

treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas,

com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no

Anexo II desta NR.

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10.6.1.2 As operações elementares como ligar e desligar circuitos

elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em

perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas

por qualquer pessoa não advertida.

10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser

realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias

previstas no Anexo I.

10.6.3 Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades

devem ser suspensos de imediato naiminência de ocorrência que possa colocar

os trabalhadores em perigo.

10.6.4 Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a

entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser

previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos

desenergizados, e respectivos procedimentos de trabalho.

10.6.5 O responsável pela execução do serviço deve suspender as

atividades quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja

eliminação ou neutralização imediata não seja possível.

10.7 - Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (At)

10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas

energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites

estabelecidos como zonas controladas e de risco, conforme Anexo I, devem

atender ao disposto no item 10.8 desta NR.

10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber

treinamento de segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de

Potência (SEP) e em suas proximidades, com currículo mínimo, carga horária e

demais determinações estabelecidas no Anexo II desta NR.

10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como

aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser

realizados individualmente.

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10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem

como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante

ordem de serviço específica para data e local, assinada por superior responsável

pela área.

10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o

superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem

realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem

desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores

técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço.

10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente

podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e

assinados por profissional autorizado.

10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro

dos limites estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR,

somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como

bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito,

sistema ou equipamento.

10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser

sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme procedimento

de trabalho específico padronizado.

10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou

equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão,

devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos,

obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e

na ausência desses, anualmente.

10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem

como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento

que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou

com o centro de operação durante a realização do serviço.

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10.8 - Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos

Trabalhadores

10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar

conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de

Ensino.

10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador

previamente qualificado e com registro no competente conselho de classe.

10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às

seguintes condições, simultaneamente:

a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional

habilitado e autorizado; e

b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e

nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável

pela capacitação.

10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou

capacitados e os profissionais habilitados, com anuência formal da empresa.

10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a

qualquer tempo conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador,

conforme o item 10.8.4.

10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas

devem ter essa condição consignada no sistema de registro de empregado da

empresa.

10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas

devem ser submetidos a exame de saúde compatível com as atividades a serem

desenvolvidas, realizado em conformidade com a NR 7 e registrado em seu

prontuário médico.

10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas

devem possuir treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da

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energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes em

instalações elétricas, de acordo com o estabelecido no Anexo II desta NR.

10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos

trabalhadores capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que

tenham participado com avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos

constantes do ANEXO II desta NR.

10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e

sempre que ocorrer alguma das situações a seguir:

a) troca de função ou mudança de empresa;

b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior

a três meses;

c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos,

processos e organização do trabalho.

10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de

reciclagem destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2

devem atender as necessidades da situação que o motivou.

10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de

treinamento especifico de acordo com risco envolvido.

10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações

elétricas desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada,

conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos

que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções

cabíveis.

10.9 - Proteção Contra Incêndio e Explosão

10.9.1 As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem

ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão, conforme dispõe a NR 23 –

Proteção Contra Incêndios.

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10.9.2 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas

destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas

potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no

âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

10.9.3 Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular

eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de

descarga elétrica.

10.9.4 Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco

acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de

proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões,

sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições

anormais de operação.

10.9.5 Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas

somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com

liberação formalizada, conforme estabelece o item 10.5 ou supressão do agente

de risco que determina a classificação da área.

10.10 - Sinalização de Segurança

10.10.1 Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada

sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação,

obedecendo ao disposto na NR-26 – Sinalização de Segurança, de forma a

atender, dentre outras, as situações a seguir:

a) identificação de circuitos elétricos;

b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e

comandos;

c) restrições e impedimentos de acesso;

d) delimitações de áreas;

e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de

movimentação de cargas;

f) sinalização de impedimento de energização;

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g) identificação de equipamento ou circuito impedido.

10.11 - Procedimentos de Trabalho

10.11.1 Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e

realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos,

padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados

por profissional que atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR.7

10.11.2 Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de

ordens de serviço especificas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo,

no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho

a serem adotados.

10.11.3 Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo,

campo de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições

gerais, medidas de controle e orientações finais.

10.11.4 Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e

saúde e a autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo

processo de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de

Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT, quando houver.

10.11.5 A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade

com o treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.

10.11.6 Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em

condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.

10.11.7 Antes de iniciar trabalhos em equipe os seus membros, em

conjunto com o responsável pela execução do serviço, devem realizar uma

avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas

no local, de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas

de segurança aplicáveis ao serviço.

10.11.8 A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das

tarefas e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a

segurança e a saúde no trabalho.

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10.12 - Situação de Emergência

10.12.1 As ações de emergência que envolvam as instalações ou serviços

com eletricidade devem constar do plano de emergência da empresa.

10.12.2 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a executar o

resgate e prestar primeiros socorros a acidentados, especialmente por meio de

reanimação cardio-respiratória.

10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e

adequados às suas atividades, disponibilizando os meios para a sua aplicação.

10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e

operar equipamentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas

instalações elétricas.

10.13 – Responsabilidades

10.13.1 As responsabilidades quanto ao cumprimento desta NR são

solidárias aos contratantes e contratados envolvidos.

10.13.2 É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores

informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos

procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem

adotados.

10.13.3 Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho

envolvendo instalações e serviços em eletricidade, propor e adotar medidas

preventivas e corretivas.

10.13.4 Cabe aos trabalhadores:

a) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser

afetadas por suas ações ou omissões no trabalho;

b) responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das

disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos

de segurança e saúde; e

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c) comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as

situações que considerar de risco para sua segurança e saúde e a de outras

pessoas.

10.14 - Disposições Finais

10.14.1 Os trabalhadores devem interromper suas tarefas exercendo o

direito de recusa, sempre que constatarem evidências de riscos graves e

iminentes para sua segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando

imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que diligenciará as medidas

cabíveis.

10.14.2 As empresas devem promover ações de controle de riscos

originados por outrem em suas instalações elétricas e oferecer, de imediato,

quando cabível, denúncia aos órgãos competentes.

10.14.3 Na ocorrência do não cumprimento das normas constantes nesta

NR, o MTE adotará as providências estabelecidas na NR 3.

10.14.4 A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente

à disposição dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas,

respeitadas as abrangências, limitações e interferências nas tarefas.

10.14.5 A documentação prevista nesta NR deve estar, permanentemente,

à disposição das autoridades competentes.

10.14.6 Esta NR não é aplicável a instalações elétricas alimentadas por

extra-baixa tensão.

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ANEXO I

ZONA DE RISCO E ZONA CONTROLADA

Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

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ANEXO II TREINAMENTO

Curso Básico – Segurança em Instalações e Serviços com

Eletricidade

I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária mínima – 40h:

Programação Mínima:

1. introdução à segurança com eletricidade.

2. riscos em instalações e serviços com eletricidade:

a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;

b) arcos elétricos; queimaduras e quedas;

c) campos eletromagnéticos.

3. Técnicas de Análise de Risco.

4. Medidas de Controle do Risco Elétrico:

a) desenergização.

b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário;

c) equipotencialização;

d) seccionamento automático da alimentação;

e) dispositivos a corrente de fuga;

f) extra baixa tensão;

g) barreiras e invólucros;

h) bloqueios e impedimentos;

i) obstáculos e anteparos;

j) isolamento das partes vivas;

k) isolação dupla ou reforçada;

l) colocação fora de alcance;

m) separação elétrica.

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5. Normas Técnicas Brasileiras – NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e

outras;

6. Regulamentações do MTE:

a) NRs;

b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade);

c) qualificação; habilitação; capacitação e autorização.

7. Equipamentos de proteção coletiva.

8. Equipamentos de proteção individual.

9. Rotinas de trabalho – Procedimentos.

a) instalações desenergizadas;

b) liberação para serviços;

c) sinalização;

d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento;

10. Documentação de instalações elétricas.

11. Riscos adicionais:

a) altura;

b) ambientes confinados;

c) áreas classificadas;

d) umidade;

e) condições atmosféricas.

12. Proteção e combate a incêndios:

a) noções básicas;

b) medidas preventivas;

c) métodos de extinção;

d) prática;12

13. Acidentes de origem elétrica:

a) causas diretas e indiretas;

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b) discussão de casos.

14. Primeiros socorros:

a) noções sobre lesões;

b) priorização do atendimento;

c) aplicação de respiração artificial;

d) massagem cardíaca;

e) técnicas para remoção e transporte de acidentados;

f) práticas.

15. Responsabilidades.

Curso Complementar – Segurança no Sistema Elétrico de Potência

(Sep) e em Suas Proximidades.

É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter participado,

com aproveitamento satisfatório, do curso básico definido anteriormente.

Carga horária mínima – 40h

(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especificamente

para as condições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação,

de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição

especial de atividade, sendo obedecida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico

do trabalhador.

I - Programação Mínima:

1. Organização do Sistema Elétrico de Potencia – SEP.

2. Organização do trabalho:

a) programação e planejamento dos serviços;

b) trabalho em equipe;

c) prontuário e cadastro das instalações;

d) métodos de trabalho; e

e) comunicação.

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3. Aspectos comportamentais.

4. Condições impeditivas para serviços.

5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*):

a) proximidade e contatos com partes energizadas;

b) indução;

c) descargas atmosféricas;

d) estática;

e) campos elétricos e magnéticos;

f) comunicação e identificação; e

g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais.

6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)

7. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. (*)

8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)

a) em linha viva;

b) ao potencial;

c) em áreas internas;

d) trabalho a distância;

e) trabalhos noturnos; e

f) ambientes subterrâneos.

9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação,

verificação, ensaios) (*).

10. Sistemas de proteção coletiva (*).

11. Equipamentos de proteção individual (*).

12. Posturas e vestuários de trabalho (*).

13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e

equipamentos(*).

14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).

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15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*).

16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de

acidentados (*).

17. Acidentes típicos (*) – Análise, discussão, medidas de proteção.

18. Responsabilidades (*)

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE 1.

A NR-10 trata em seus 14 itens (99 subitens), 3 anexos e 1 glossário das

condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em

instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução,

operação, manutenção, reforma e ampliação, inclusive terceiros e usuários.

A NR 10 foi aprovada através da portaria do Ministério do Trabalho, MTE

n°598, de 07/12/2004 e publicada no Diário Oficial da União de 08/12/2004. Esta

portaria também institui a Comissão Nacional Permanente sobre segurança e

Energia Elétrica (CPNSEE), tripartite e paritária com representantes do governo,

das empresas e dos trabalhadores, no âmbito do Ministério do Trabalho e

Emprego com a interveniência (com intervenção) da Comissão Tripartite Paritária

Permanente (CTPP), com o objetivo de acompanhar a implementação da NR 10,

de forma a assumir as demandas impostas pela sociedade e de propor as

adequações necessárias ao seu contínuo aperfeiçoamento.

Objetivo maior é substanciar de elementos guias de entendimento e

implementação não somente da NR 10, mas de medidas integras e prover um

ambiente seguro e saudável de trabalho.

A NR 10 no item 10.1.1 afirma que esta norma visa fornecer apenas os

requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de

controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos

trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e

serviços com eletricidade.

A Norma Regulamentadora 10 (NR 10) estabelece os requisitos e condições

mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas

preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que,

direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com

eletricidade. Sua aplicação estende-se as fases de geração, transmissão,

distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem,

operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados

nas suas proximidades. Como exemplo de trabalhos nas vizinhanças de

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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instalações elétricas e sujeitas aos riscos destas instalações podem – se citar as

seguintes atividades:

Trabalhadores que atuam na instalação da rede de telefonia,

quando exercem suas atividades em postes comuns a telefonia e a

rede elétrica;

Trabalhadores que atuam na instalação de TV’s a cabo, nas

mesmas condições dos trabalhadores de telefonia;

Trabalhadores atuando na capina de áreas rurais próximas as

subestações e linhas de transmissão;

Trabalhadores em pintura de estruturas de linhas de transmissão

ou na pintura de uma subestação, quando o trabalho é realizado

nas proximidades da entrada de energia.

Para garantia da segurança dos trabalhadores nos serviços envolvendo ele-

tricidade, devem-se observar as normas técnicas oficiais (ABNT, NR, etc) estabe-

lecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas

internacionais cabíveis (IEC, NFPA, ,

NEC etc).

NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS MAIS UTILIZADAS PARA

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:

NBR 5410:2004 Instalações elétricas de baixa tensão;

NBR 5419:2005 Proteção de estruturas contra descargas

atmosféricas;

NBR 14039:2005 Instalações elétricas de média tensão de 1,0 KV

a 36,2 KV;

NBR 5363:1998 (cancelada) foi substituída pela NBR IEC 60079-

1:2009 Atmosferas explosivas;

NBR 6533:1981 Estabelecimento de segurança aos efeitos da

corrente elétrica percorrendo o corpo humano (cancelada);

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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NBR 5418:1995. Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas

(cancelada), foi substituída pela NBR IEC 60079-14:2006

Equipamentos elétricos para atmosfera explosiva;

NBR 9518:1997 (cancelada) foi substituída pela NBR IEC 60079-

0:2006 Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas;

NBR 13418:1995 Cabos resistentes ao fogo para instalações de

segurança – Especificação;

NBR 13534:2008 Instalações elétricas de baixa tensão –

Requisitos específicos para instalação em estabelecimentos

assistenciais de saúde;

NBR 13570:1996 Instalações elétricas em locais de afluência de

público - Requisitos específicos;

NBR 14787:2001 Espaço confinado - Prevenção de acidentes,

procedimentos e medidas de proteção.

E demais normas aplicáveis; ficando a critério do engenheiro a definição

em função das particularidades dos serviços a serem executados ou em

execução.

NORMAS REGULAMENTADORAS (NR´S) 1.1.

Uma Norma Regulamentadora (NR) objetiva explicitar a implantação das

determinações contidas nos artigos 154 a 201, capítulo V da CLT, para que

sirvam de balizamento, de parâmetro técnico, às pessoas/empresas que devem

atender aos ditames legais e que, também, devem observar o pactuado nas

Convenções/Acordos Coletivos de Trabalho de cada categoria e nas Convenções

Coletivas sobre Prevenção de Acidentes. Considerando-se que as normas

existentes têm uma inter-relação entre si, o propósito é o de indicar

efetivamente essa ocorrência, demonstrando na prática prevencionista, que

muito pouco adianta atender uma Norma regulamentadora sem levar em

consideração as outras. As questões de saúde e segurança no trabalho são objeto

de atenção contínua nos diversos segmentos industriais, pois as conseqüências

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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apresentadas pelos acidentes e doenças afetam aos trabalhadores, as empresas,

o governo e a sociedade como um todo.

PENALIDADES 1.1.1.

Vale destacar que as multas da NR 10 (nova versão - 2004) foram

estabelecidas pela portaria n° 126 de 03 de junho de 2005 do Ministério do

Trabalho e Emprego.

As graduações de multa determinadas pela NR 10 variam de I1 a I4, sendo

que o maior número de infrações são graduadas como I3 e I4, onde estes valores

variam em função da quantidade de funcionários no estabelecimento ou frente de

trabalho. A faixa de variação das multas está compreendida entre 378 UFIR e

6304 UFIR, sendo o valor da UFIR congelado em R$ 1,60. As multas são

aplicadas e recolhidas por item da norma descumprindo que for evidenciado pela

fiscalização do MTE. Vale destacar que diversas NR’s possuem itens ligados a NR

10, como exemplo:

NR 19

No item 19.1.2, alínea “h) as áreas dos depósitos protegidos por pára-raios

segundo a Norma Regulamentadora - NR10; (119.008-3/I4)”

No Item 19.1.2, alínea “j) as instalações de todo equipamento elétrico da

área dada obedecerão segundo as disposições da Norma Regulamentadora - NR-

10; (119.010-5/I4)”

NR 26 - SINALIZAÇÃO

No item 26.1.5.2 Vermelho. (126.003-0/I2)

No item 26.1.5.8 Laranja - faces internas de caixas protetoras de

dispositivos elétricos. (126.009-0/I2)

NR 30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no

Trabalho Aquaviário. No item 30.2.3 as embarcações classificadas

de acordo com a Convenção Solas, cujas normas de segurança são

auditadas pelas sociedades classificadoras, não se aplicarem as

NR-10, 13 e 23.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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Contudo, as embarcações não classificadas pela convenção Solas estão

sujeitas a NR-10.

A não observância da NR-10 reflete, duramente, em outras NR’s o que

pode agravar ainda mais a situação da instalação que está sendo vistoriada por

ser enquadrada nas demais NR’s que possuem itens referentes a instalações

elétricas e que incidem multa. E quando não há adoção dos preceitos da norma o

MTE e as condições de segurança atingiram uma situação de risco grave e

iminente a fiscalização do trabalho pode chegar a aplicar o que determina a NR-

03 que é a interdição ou embargo do estabelecimento ou frente de trabalho.

Onde interdição corresponde a: paralisação total ou parcial do estabelecimento,

da frente de trabalho, do setor de serviço, da máquina ou equipamento. E o

embargo é a paralisação total ou parcial da obra de instalação elétrica

(construção, montagem, instalação, manutenção e reforma), sem que seja

necessário interromper outras atividades que se desenvolvem no local.

HISTÓRIA DA ELETRICIDADE 1.2.

O estudo da eletricidade se iniciou na Antiguidade, por volta do século VI

a.C., com o filósofo e matemático grego Tales de Mileto. Ele, dentre os maiores

sábios da Grécia Antiga, foi quem observou o comportamento de uma resina

vegetal denominada de âmbar. Ao atritar essa resina com tecido e/ou pele de

animal, Tales percebeu que daquele processo surgia uma importante

propriedade: o âmbar adquiria a capacidade de atrair pequenos pedaços de palha

e/ou pequenas penas de ave. Em grego a palavra elektron significa âmbar, a

partir desse vocábulo surgiram as palavras elétron e eletricidade.

No século XVI, o médico da rainha Elizabeth

I – Rainha da Inglaterra, Willian Gilbert, descobriu

que era possível realizar a mesma experiência de

Tales com outros materiais. Nessa época, o

método da experimentação, criado por Galileu

Galilei, começou a ser utilizado. Gilbert realizou

vários estudos e experiências, sendo uma delas as formas de atrito entre os

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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materiais. Já no século XVIII o cientista norte-americano Benjamin Franklin, o

inventor do pára-raios, teorizou que as cargas elétricas era um fluido elétrico que

podia ser transferido entre os corpos. Contudo, hoje já se sabe que os elétrons é

que são transferidos. O corpo com excesso de elétrons está eletricamente

negativo, ao contrário do corpo com falta de elétrons, que se encontra

eletricamente positivo.

CONCEITOS DE ELETRICIDADE 1.3.

Estudaremos agora alguns conceitos /definições relacionados a eletricidade.

ELETRICIDADE 1.3.1.

É o fenômeno físico associado a cargas elétricas estáticas ou em

movimento. Onde o átomo é eletricamente neutro, o número de prótons é igual

ao número de elétrons, porém, os elétrons têm grande poder de se libertar dos

átomos e eletrizar outras substâncias.

INTENSIDADE DE CORRENTE 1.3.2.

Pode ser definida como um fluxo de cargas elétricas em um determinado

tempo. Intensidade de corrente é a razão entre a carga que passa pela seção de

um condutor num determinado intervalo de tempo, observe fórmula abaixo. A

unidade de medida da corrente elétrica é Ampère (A) em homenagem ao físico

francês André Marie Ampère. O instrumento utilizado para medir a corrente

elétrica é denominado Amperímetro.

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Equação que expressa matematicamente intensidade de corrente:

𝒊 = ∆𝑸

∆𝑻

Onde, i= Corrente elétrica;

ΔQ = Diferença de Carga elétrica

ΔT = Diferença de tempo

CORRENTE ALTERNADA 1.3.3.

É a corrente elétrica na qual a intensidade e a direção são grandezas que

variam ciclicamente com o tempo. A forma de onda mais comum em um circuito

de potência CA é a senoidal por ser a forma de transmissão de energia elétrica

mais eficiente. Em algumas aplicações, são utilizadas diferentes formas de ondas,

tais como: triangular ou quadradas. A fonte de corrente alternada é composta

por fases (e muitas vezes pelo condutor neutro).

Quando J.Westinghouse contratou Nicola Tesla para construir uma linha de

transmissão entre Niágara e Búfalo, em Nova York, surgiu então a corrente

alternada. A Corrente Alternada é a forma de onda mais eficaz de se transmitir

corrente elétrica por longas distâncias. Nesta forma de onda os elétrons invertem

o seu sentido várias vezes por segundo.

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CORRENTE CONTÍNUA 1.3.4.

Corrente contínua, corrente direta, corrente galvânica ou corrente

constante é o fluxo ordenado de elétrons cujo sentido permanece constante ao

longo do tempo, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa. A corrente

contínua é constituída pelos pólos positivos e negativos.

A maior parte dos circuitos eletrônicos (entre 1,2V e 24V) e circuitos

digitais de equipamento de informática (computadores, modems, etc.) trabalha

com corrente contínua. Este tipo de corrente é gerada por baterias de

automóveis e motos (6,12 ou 24V), pequenas baterias (geralmente de 9V),

pilhas (1,2V e 1,5V), dínamos, células solares, e fontes de alimentação que

retificam corrente alternada em corrente contínua.

As primeiras linhas de transmissão transportavam energia elétrica em

corrente contínua. Devido às dificuldades de conversão (elevação/diminuição) da

tensão em corrente contínua, posteriormente adotou-se a forma de corrente

alternada para a transmissão de energia elétrica.

Com o avanço tecnológico e invenção dos

inversores, voltou-se a utilizar a corrente

contínua em linhas de transmissão. Atualmente

Itaipu transporta energia elétrica em 600 KVcc.

CORRENTE ALTERNADA MONOFÁSICA CORRENTE TRIFÁSICA – VISTA DE UM

OSCILOSCÓPIO

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CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO 1.3.5.

Um curto-circuito é uma ligação de baixa impedância (ou resistência) entre

dois pontos de potenciais diferentes. Essa ligação pode ser metálica quando se

diz que há um curto-circuito franco ou por um arco elétrico, que é a situação

mais comum, uma situação intermediária é a dos curtos causados por galhos de

árvores, pássaros ou outros objetos que caem sobre as linhas de transmissão de

energia elétrica.

Normalmente os curto circuitos provocam uma grande dissipação

instantânea de energia, tais como: explosões, dissipação de calor e produção de

faíscas. É também uma das principais causas de incêndios em instalações

elétricas mal conservadas e/ou dimensionadas, com falhas de isolação e/ou

manutenção, etc.

Quando dois pontos de um mesmo circuito são ligados por um fio de

resistência desprezível, dizemos então que existe um curto-circuito.

FREQUÊNCIA 1.3.6.

É a grandeza que indica o número de vezes que a polaridade é invertida

por segundo, no caso da corrente alternada, corresponde ao número de

oscilações, ondas ou ciclos que ocorre por segundo na corrente elétrica. A

unidade de medida da freqüência elétrica é o Hertz (Hz), em homenagem ao

físico alemão Heinrich Rudolf Hertz. O instrumento utilizado para medir a

freqüência de um sinal periódico chama-se Frequencímetro.

No Brasil, Estados Unidos e na maioria dos países do continente Americano

a freqüência da corrente elétrica é de 60 HZ. Na Europa e alguns países da

America do Sul como Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile a freqüência é de 50

CIRCUITO LIGADO POR UM FIO DE RESISTÊNCIA DESPREZÍVEL

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Hz. No norte dos Estados Unidos e Canadá (Ontário) na primeira metade do

século XX havia sistemas de Corrente Alternada de 25 Hz. Alguns destes

sistemas ainda existem até hoje por conveniência das fábricas industriais que

não tinham interesse em trocar o equipamento para operar a 60 Hz. Em algumas

ferrovias da Europa como Suíça e Suécia também há sistemas de 16,67 Hz.

TENSÃO 1.3.7.

Tensão elétrica ou diferencial de potencial (ddp) é a diferença de potencial

entre dois pontos. A tensão elétrica é a quantidade de energia gerada para

movimentar uma carga elétrica, ou seja, é a diferença entre a quantidade de

elétrons nos dois pólos do gerador. Sendo assim, no condutor, por onde circula a

carga de energia elétrica, a diferença entre o gerador (equipamento que gera a

energia elétrica) e o consumidor (residências, indústrias, etc.) simboliza qual a

tensão que existe nesse condutor. A unidade de medida da tensão elétrica é Volt

(em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta). O aparelho utilizado na

medição da tensão elétrica denomina-se Voltímetro.

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TENSÃO DE TOQUE 1.3.8.

É a diferença de potencial em que uma pessoa se encontra ao tocar em

uma estrutura metálica no instante em que esteja passando uma corrente

elétrica intensa, como um curto-circuito ou uma descarga elétrica. Se uma

pessoa toca equipamentos com potenciais diferentes ou um condutor energizado,

dependendo das condições de isolamento, pode-se estabelecer uma diferença de

potencial entre as mãos e os pés. Consequentemente, teremos a passagem de

uma corrente elétrica pelo braço, tronco e pernas; dependendo da duração e

intensidade da corrente, pode haver fibrilação no coração, queimaduras entre

outras lesões oferecendo graves riscos ao organismo. Esta é a tensão de toque, e

é particularmente perigosa nas regiões externas das malhas de uma subestação,

principalmente nos cantos.

TENSÃO DE PASSO 1.3.9.

É a diferença de potencial em que uma pessoa se encontra entre as duas

pernas, no instante em que esteja passando pelo solo uma corrente elétrica

intensa, como aquela proveniente de uma descarga atmosférica, curto-circuito,

etc. Ocorrendo uma falta para a terra a corrente de curto-circuito fluirá através

do aterramento atingindo o solo e gerando tensões. De acordo com a ABNT NBR

15751/2009 o projeto da malha de aterramento não deve permitir que as

tensões de passo nas subestações e suas redondezas atinjam valores superiores

aos permissíveis.

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Mesmo não encostando em nada se a pessoa estiver colocada lateralmente

ao gradiente de potencial estará sujeita a um diferencial de tensão de uma

corrente passando através das duas pernas que, geralmente, é de menor valor e

não é tão perigosa quanto a tensão de toque, porém ainda pode causar

problemas, dependendo do local e da intensidade.

A corrente de choque devido à tensão de passo contrai os músculos da

perna e coxa, fazendo a pessoa cair e, ao tocar no solo com as mãos, a tensão se

transforma em tensão de toque. Sendo assim, o risco se torna maior, pois o

coração está contido no sentido da corrente de choque. No gado a tensão entre

patas é maior que a tensão de passo do homem, e a corrente de choque passa

pelo coração.

RESISTÊNCIA 1.3.10.

É a dificuldade que o condutor oferece á passagem da corrente elétrica.

São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como principal função

converter energia elétrica em energia térmica, ou seja, são usados como

aquecedores ou como dissipadores de eletricidade. A

resistência é medida em ohms (em homenagem ao físico

alemão G.S. Ohms). Representamos a resistência pela

letra grega (Ω) e também conhecida como resistividade

elétrica.

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RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO 1.3.11.

A resistência oferecida pelo corpo humano à passagem da corrente elétrica

depende das condições da camada externa da pele, a qual é constituída

basicamente de células mortas. Quando a pele está seca e sem cortes esta

apresenta um valor de resistência entre 100.000 e 600.000 ohms. Quando a pele

está úmida e/ou com cortes a resistência do corpo humano diminui. Ambientes

de trabalho muito úmidos e o suor do corpo durante a execução das atividades

com eletricidade diminuem a resistência do corpo humano à passagem da

corrente elétrica.

A resistência oferecida pela parte interna do corpo, como sangue, músculos

e demais órgãos do corpo varia entre 300 e 500 ohms. O valor da resistência

ôhmica do corpo humano varia de um indivíduo para o outro. Geralmente os

homens também apresentam maior resistência à passagem da corrente elétrica

em relação as mulheres.

CONDUTORES 1.3.12.

Os condutores de eletricidade são materiais que permitem facilmente a

passagem de cargas elétricas. A condutividade elétrica baseia-se no fato de os

elétrons da última camada de cada átomo (camada de valência) terem facilidade

de deslocarem-se de um átomo para outro, sendo chamados de elétrons livres.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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O que caracteriza o material bom condutor é o fato de os elétrons de

valência (por exemplo, o cobre possui um elétron na última camada) estarem

fracamente ligados com o núcleo, podendo abandonar o átomo em virtude das

forças que ocorrem no interior dos átomos.

Outros materiais que possuem uma constituição semelhante à do cobre,

com um único elétron na camada de valência, são o ouro e a prata, dois outros

excelentes condutores de eletricidade.

O CORPO HUMANO COMO CONDUTOR 1.3.13.

O corpo humano se comporta como um condutor de energia elétrica,

permitindo a passagem da corrente elétrica através do corpo e oferecendo,

inclusive, resistência a esta passagem. Além disso, o corpo humano é constituído

por, aproximadamente, 75% de líquidos.

ISOLANTES 1.3.14.

Os materiais isolantes também conhecidos como dielétricos, equivalem ao

contrário dos condutores, pois são materiais nos quais não há facilidade de

movimentação de cargas elétricas. Materiais isolantes são materiais que

apresentam movimentação de cargas elétricas. Materiais isolantes são materiais

que apresentam os elétrons de valência rigidamente ligados aos seus átomos.

Entre os próprios elementos simples, existem vários que apresentam os elétrons

de valência rigidamente ligados aos átomos. Entretanto, verifica-se a obtenção

de uma resistividade bem maior com substâncias compostas, como a borracha,

mica, teflon, baquelite, etc.

Na eletricidade, os materiais isolantes são utilizados em cabos condutores

de energia a fim de isolar e proteger o circuito e/ou instalação elétrica de

possíveis curtos-circuitos e as pessoas que nelas atuam de choques elétricos.

Para a proteção dos profissionais de elétrica durante a execução de suas

atividades, a sola do calçado dos eletricistas é constituída de material isolante. As

luvas de borracha também são utilizadas para proteger as mãos do eletricista do

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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contato direto com a rede energizada, bem como outros equipamentos de

proteção individual e coletivo tais como: manta isolante, tapete isolante, mangas

isolantes, etc. são fabricados em material isolante.

Alguns equipamentos elétricos como os isoladores utilizados nas redes de

distribuição de energia nos centros consumidores e em linhas de transmissão,

cuja finalidade é isolar os cabos energizados em alta tensão das estruturas

metálicas (torres de transmissão) e postes, protegendo assim a integridade física

e a saúde dos profissionais que nelas atuam, e também da própria população ao

circularem pelas calçadas. Estes e outros equipamentos elétricos também são

fabricados de material isolante.

SEMICONDUTORES 1.3.15.

A principal característica de um material semicondutor é ter uma

condutividade elétrica intermediária entre um material condutor e um material

isolante. O silício e o germânio são os semicondutores mais utilizados no

mercado. Por exemplo, o silício em estado sólido é sempre ligado a quatro outros

átomos de silício. Em cada ligação são compartilhados dois elétrons. Esse estado

pode ser modificado com o aumento da temperatura do silício. Isso faz com que

alguns elétrons consigam escapar dessas ligações, tendo como conseqüência

uma diminuição da resistividade.

Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de elétrons livres e,

consequentemente, menor a resistividade. Sendo assim, a condutividade dos

semicondutores puros aumenta consideravelmente com a temperatura.

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Esses materiais normalmente apresentam baixa condutividade à

temperatura ambiente.

Muitos componentes eletrônicos são fabricados de materiais

semicondutores tais como: microprocessadores e nanocircuitos usados em

nanotecnologia, transistores, células solares, vários tipos de diodos inclusive o

diodo emissor de luz (LED), retificador controlado de silício, foto diodos, digitais e

analógicos de circuitos integrados. O germânio praticamente não está mais sendo

utilizado na fabricação de dispositivos semicondutores devido a sensibilidade à

temperatura. Portanto, atualmente os dispositivos semicondutores são fabricados

de silício. O silício se comporta como isolante perfeito a temperatura de -273°C.

1ª LEI DE OHM 1.3.16.

Assim designada em homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm.

Indica que a corrente elétrica (I) ao percorrer um resistor (R) esta é diretamente

proporcional à tensão (V).

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Equação I - Expressão matemática da Lei de Ohm

Onde, V = Diferença de potêncial; R = Resistência elétrica do circuito; I =

Intensidade da corrente elétrica

𝑉 = 𝑅 ∙ 𝐼

POTÊNCIA ELÉTRICA 1.3.17.

Potência elétrica é a quantidade de energia elétrica transformada em outra

modalidade de energia, por unidade de tempo. Também pode ser definida como

o Trabalho realizado pela corrente elétrica em um determinado intervalo de

tempo. A potência elétrica dissipada por um condutor é a quantidade de energia

térmica que passa por ele durante um intervalo de tempo. A unidade de medida

é o Watt (W), em homenagem ao físico escocês James Watt, que significa Joule

por segundo (J/s).

Equação II - Expressão matemática do conceito de Potência Elétrica

Onde, Pot = Potência elétrica;

E = Energia térmica;

ΔT = Intervalo de tempo

𝑷𝒐𝒕 =𝑬

∆𝑻

A potência elétrica de um aparelho elétrico pode ser calculada através dos

valores de tensão e corrente elétrica, pois o produto da tensão elétrica no

aparelho pela intensidade de corrente elétrica que o atravessa é igual à potência

elétrica desse aparelho. Portanto:

Equação III - Expressão matemática para potência elétrica

Onde P= Potência Elétrica;

U= Tensão elétrica;

I = Corrente elétrica

𝑷 = 𝑼 ∙ 𝑰

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EFEITO JOULE 1.3.18.

É uma lei que expressa a relação entre o calor gerado e a corrente elétrica

que percorre um condutor num determinado intervalo de tempo, ou seja,

corresponde a transformação de energia elétrica em energia térmica.

A corrente elétrica é constituída por elétrons livres em movimento ao longo

de um material condutor. O efeito Joule também conhecido como efeito térmico,

é causado pelo choque dos elétrons livres contra os átomos dos condutores,

ocorrendo a vibração destes átomos. Quanto maior for a vibração dos átomos

maior será a temperatura do material condutor, ou seja, maior será a dissipação

de calor ou perda por efeito Joule. O físico que estudou este fenômeno foi James

Prescott Joule em 1840.

Devido à perda por efeito Joule a corrente elétrica é transportada em

valores cada vez mais elevados (138 KV; 230 KV; 500 KV, 750 KV), pois quanto

maior a tensão menor será a intensidade da corrente elétrica. Sendo assim,

menor será a dissipação de calor ou perda por efeito Joule e conseqüentemente,

menor será a secção reta dos cabos, diminuindo assim o custo com material

condutor e estruturas de sustentação. Em projetos de linhas de transmissão o

custo com material condutor (cabos) corresponde a 70% do custo total com

material.

O aquecimento no condutor pode ser medido pela lei de joule, que é

expressa por:

Equação IV - Expressão matemática para efeito Joule

Onde, Q = Energia dissipada;

I = Corrente elétrica;

R = Resistência do condutor;

t = Tempo pelo qual a corrente percorre o condutor

𝑸 = 𝒊𝟐 ∙ 𝑹 ∙ 𝒕

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Principais exemplos onde o efeito Joule pode ser aplicado e observado: lâmpada

incandescente, chuveiro elétrico, secador de cabelos, torradeira, ferro elétrico,

etc.

EFEITO CORONA 1.3.19.

O efeito corona nos cabos e isoladores é um fenômeno relativamente

comum em linhas de transmissão com sobrecarga, devido ao campo elétrico

muito intenso ao redor dos condutores, as partículas de ar, de poeira e a alta

umidade que os envolvem tornam-se ionizadas e, como conseqüência, emitem

luz quando da recombinação dos íons e dos elétrons. Este fenômeno ocorre

quando o campo elétrico excede certo valor, porém, as condições não são

suficientes para formar um arco elétrico.

O efeito Corona também é conhecido como fogo de Santelmo, padroeiro

dos marinheiros, e surgiu quando antigos marinheiros observavam as pontas dos

mastros dos navios envolvidos por uma tênue luz. Tal luz ocorria em regiões

tropicais em situações que antecediam as tempestades. As nuvens eletrizadas

induziam as cargas nas pontas dos mastros, produzindo o efeito corona.

Existem dois tipos de ruídos de linhas de transmissão: descarga de corona

e intervalo de centelha. O ar ionizado pode se tornar azul e audível em forma de

“estalos”. O efeito corona também libera O2 e produz oxigênio tri atômico O3,

ozônio (um gás corrosivo que destrói equipamentos de linhas de transmissão e

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coloca em perigo a saúde humana). O efeito corona também gera ruído

eletromagnético. Normalmente, quanto maior a tensão, maior o efeito corona.

Este efeito aumenta com a umidade e chuva, pois tornam o ar mais condutivo. O

ruído de corona induzido é normalmente pior durante o período de chuva quando

a precipitação cai em forma de gotas nas bordas inferiores das linhas de

transmissão.

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 1.3.20.

No Brasil a maior quantidade de energia elétrica produzida provém de

usinas hidrelétricas (cerca de 76%). Em regiões rurais e mais distantes das

hidrelétricas centrais, têm-se utilizado energia produzida em usinas

termoelétricas e em pequena escala, a energia elétrica gerada da energia eólica.

A energia elétrica pode ser obtida de diversas fontes designadas por:

Fontes convencionais

Fontes alternativas

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ENERGIA HIDRÁULICA (OU HÍDRICA) 1.3.21.

A companhia Hidroelétrica de São Francisco, inaugurada no governo Vargas

em 1945, foi a primeira do Brasil. Em janeiro de 1955 o Presidente Café Filho

(que assumiu após o suicídio de Vargas) inaugura a primeira grande usina

brasileira, a Hidrelétrica de Paulo Afonso, cujo objetivo era substituir as

termoelétricas que forneciam energia elétrica à região Nordeste.

Até a década de 1980, as usinas hidrelétricas brasileiras forneciam mais de

90% da energia elétrica consumida no país, mas devido à construção de

termoelétricas movidas a gás natural e biomassa, além de outras fontes

alternativas, em 2008 essa participação reduziu para pouco mais de 70%.

Conforme dados estatísticos, o Brasil em 2010 possuía 2.240 usinas para

geração/produção de energia elétrica e desse total, 852 eram hidrelétricas de

diversos tamanhos, 1341 termoelétricas movidas a gás natural, biomassa e óleo

diesel; 02 usinas nucleares e 45 usinas eólicas.

A energia hidráulica ou hídrica é obtida a partir da força da água, ou seja, a

partir do desnível natural ou queda d’água dos rios. Nas Usinas Hidrelétricas a

energia potencial que a água tem na parte alta da represa é transformada em

energia cinética, que faz com que as pás da turbina girem, acionando o eixo do

gerador, produzindo energia elétrica.

As centrais hidrelétricas geram alguns impactos ambientais tais como:

Aumento no nível dos rios, e em alguns casos ocorre a mudança do curso

do rio represado, prejudicando principalmente a fauna e a flora da área

inundada para a formação do reservatório.

Boa parte das florestas inundadas se decompõe produzindo metano, um

gás que contribui para o efeito estufa;

O represamento do rio diminui o nível da água à jusante (abaixo) da

represa; desabriga pessoas e animais; provoca a salinização da água (no

semi-árido);

A inundação também danifica sítios arqueológicos; indisponibiliza terras

férteis; provoca pequenos tremores de terra devido ao peso da água e às

acomodações do terreno;

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A represa interfere na piracema (período em que os peixes sobem o rio

para se reproduzir);

Provoca alterações climáticas que irão comprometer a fauna e a flora que

não se adaptarão a essas mudanças.

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU 1.3.22.

Durante décadas a Usina Hidrelétrica de Itaipu era a maior Usina

Hidrelétrica do mundo, hoje ela é a segunda maior do mundo, perdendo apenas

para a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas na China, com 32 turbinas instaladas

sendo 06 subterrâneas, a capacidade instalada de geração é de 18,2 GW.

A capacidade instalada de geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu é de 14

GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada. No ano de 2013, a

usina geradora atingiu o seu recorde de produção, com 98,63 bilhões de

quilowatts-hora, (KWh), fornecendo 75% da energia consumida pelo Paraguai e

17% da energia consumida pelo Brasil.

A Usina Hidrelétrica de Itaipu é considerada uma das sete maravilhas do

Mundo Moderno. A pesquisa foi elaborada pela revista Popular Mechanics, dos

Estados Unidos, com base em uma pesquisa realizada pela Associação Norte-

Americana de Engenheiros Civis (Asce), e por engenheiros de diversos países.

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USINA NUCLEAR 1.3.23.

A energia nuclear se caracteriza pelo uso de materiais radioativos que

através de uma reação nuclear produzem calor. O calor é utilizado através de um

ciclo termodinâmico convencional para mover um alternador e gerar assim a

energia elétrica.

As centrais termonucleares possuem um ou mais reatores que são

compartimentos impermeáveis à radiação, cujo interior se encontram as barras

ou outras estruturas geométricas de minerais com algum elemento radioativo

(geralmente o urânio). No reator, ocorre a seqüência multiplicadora, conhecida

como a “Reação em Cadeia“ Há duas maneiras de aproveitar a energia nuclear:

através da Fusão nuclear, quando dois núcleos atômicos se unem para produzir

um único, e a Fissão Nuclear, quando o núcleo atômico se subdivide em duas ou

mais partículas.

Investir em usinas nucleares no Brasil é uma alternativa válida de

complementação da matriz energética nacional. Um dos motivos para o

desenvolvimento da energia nuclear no Brasil é a disponibilidade da reserva de

urânio, combustível para a geração dessa fonte. De acordo com dados da

Eletronuclear, o país possui 309 mil toneladas do mineral, volume que coloca o

Brasil na sexta posição dentre os maiores detentores de reserva do mundo, e

isso, ressalta a empresa, com apenas 30% do território nacional pesquisado.

Esse volume, segundo informações da empresa responsável pelo enriquecimento

do urânio em Resende (RJ), as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), é o

suficiente para alimentar 32 usinas nucleares como Angra 3 por toda a sua vida

útil: 40 anos.

As duas usinas nucleares em funcionamento no Brasil, Angra1 e Angra 2,

geram aproximadamente 30% da energia elétrica consumida no estado do Rio de

Janeiro. Com a conclusão das obras de Angra 3, em 2016, o consumo de 60% de

energia do estado do Rio de Janeiro poderá ser abastecido pelas Usinas

Nucleares.

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Vantagens da usina nuclear:

Não contribui para o efeito estufa;

Não polui o ar com gases de enxofre, nitrogênio, etc;

Não utiliza grandes áreas de terreno;

É a fonte mais concentrada de geração de energia;

Não depende de uma época do ano específica;

Grande disponibilidade de combustível;

Pouco, ou quase nenhum impacto sob a biosfera;

Não há alagamento de áreas nem perda de solo.Desvantagens da

usina nuclear

Os resíduos nucleares devem ser armazenados em locais bem

isolados e protegidos;

A radiotividade;

Grandes riscos de acidentes na Central Nuclear;

Dificuldade no armazenamento de resíduos;

Maior custo de produção em

comparação com outras

fontes;

Funcionários não estão

protegidos – Quem está

exposto a este tipo de trabalho

pode, se não estiver adequado

às normas de segurança da

usina, ficar exposto à

radiação.

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USINA TERMELÉTRICA 1.3.24.

Na matriz energética nacional as

usinas termelétricas representam cerca de

25% da capacidade de geração de energia

elétrica, conforme dados estatísticos,

possui 1341 termoelétricas movidas a gás

natural, biomassa e óleo diesel. Os dados

oficiais revelam ainda que na região

Sudeste concentra-se 43% das usinas

termelétricas brasileiras, e na região Norte 26%, sendo que a maioria delas

utiliza combustíveis fósseis (70%), com destaque para o óleo diesel e em seguida

o gás natural. No estado de São Paulo concentram-se 54% das operações que

utilizam a energia biomassa proveniente do bagaço da cana.

De acordo com dados da ANEEL, das 10 maiores usinas termelétricas

brasileiras, 08 utilizam o gás natural. O estado do Rio de Janeiro também

confirma sua vocação atrelada ao uso do gás natural, sendo detentor das 04

maiores usinas termelétricas do Brasil em capacidade de geração.

A Central Termoelétrica ou Usina Termelétrica é uma instalação industrial

com capacidade de transformar energia térmica / calórica em energia elétrica a

partir da queima de óleo combustível, óleo diesel, gás natural ou carvão mineral;

bagaços de diversos tipos de plantas, restos de madeira, entre outros. A primeira

Termelétrica construída no Brasil foi inaugurada em 1883 na cidade de Campos

(RJ), com potência instalada de 52 KW.

Após ser utilizado para acionar o gerador, o vapor d’água é resfriado

através de um condensador. A água volta para a caldeira, onde se transforma

novamente em vapor, dando continuidade ao ciclo.

Alguns cuidados devem ser tomados tais como: os gases provenientes da

queima do combustível devem ser filtrados, evitando a poluição da atmosfera

local; a água aquecida precisa ser resfriada ao ser devolvida para os rios porque

várias espécies aquáticas não resistem a altas temperaturas. De acordo com a

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Organização das Nações Unidas, o Brasil é o 6° maior emissor de gases de efeito

estufa mundial.

A vantagem das usinas termelétricas é que elas podem ser construídas

próximas aos centros urbanos reduzindo assim, o custo com linhas de

transmissão e suas perdas.

As principais desvantagens das Usinas Termelétricas são:

Contribuinte significante para as chuvas ácidas;

Contribuem com o Efeito Estufa;

O gás natural é um recurso esgotável;

Combustível caro para a geração de energia elétrica.

A Usina Termelétrica da TermoRio (UTE-TermoRio) localizada no município

de Duque de Caxias (RJ), é a maior termelétrica à gás natural instalada no Brasil,

com potência instalada de 1.040 MW. A usina é composta por 03 termelétricas e

a capacidade de geração de energia da UTE corresponde a 22% de energia

elétrica gerada no estado do Rio de Janeiro.

ENERGIA BIOMASSA 1.3.25.

A biomassa é a quantidade total de

matéria viva existente num ecossistema

ou numa população animal ou vegetal.

Para a geração de energia abrange os

derivados recentes de organismos vivos

utilizados como ou para a produção de

combustíveis. A biomassa pode ser

considerada um recurso natural renovável, enquanto que os combustíveis fósseis

não se renovam a curto prazo. A biomassa é utilizada na produção de energia a

partir de processos como a combustão de material orgânico produzido e

acumulado num ecossistema. A energia pode ser obtida através da combustão da

lenha, bagaço da cana-de-açúcar, resíduos florestais, resíduos agrícolas, cascas

de arroz, excrementos de animais, embalagens de papelão descartadas após a

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aquisição de diversos eletrodomésticos ou outros produtos, papelão já utilizado,

entre outras matérias orgânicas.

Esta fonte energética é renovável, pois a sua decomposição libera CO2 na

atmosfera que, durante seu ciclo, é transformado em hidratos de carbono através

da fotossíntese realizada pelas plantas. A utilização da biomassa, desde que

controlada, não agride o meio ambiente, visto que a composição da atmosfera

não é alterada de forma significativa.

As principais vantagens da biomassa são:

Baixo custo de operação;

Facilidade de armazenamento e transporte;

Proporciona o reaproveitamento dos resíduos;

Alta eficiência energética;

É uma fonte energética renovável e limpa;

Emite menos gases poluentes.

Porém, o seu uso sem um planejamento adequado, pode contribuir com o

desmatamento descontrolado de árvores (florestas), perdas dos nutrientes do

solo, erosões e emissão excessiva de gases.

USINA BICOMBUSTÍVEL 1.3.26.

Primeira termelétrica do mundo a utilizar o combustível renovável para

geração de energia elétrica, a UTE Juiz de Fora inaugurada no dia 19 de janeiro

de 2010 é na verdade uma usina flex (bicombustível). Ela está operando em fase

de testes com o etanol desde 31 de dezembro de 2009. A usina é movida tanto

a gás como a etanol. A unidade, instalada

no Distrito Industrial de Benfica, em Juiz

de Fora (MG), tem capacidade instalada

de 87 MW. A turbina adaptada da usina

flex tem capacidade instalada de 43,5

MW. Para que a conversão fosse possível,

foi realizada a troca da câmara de

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combustão, de dois bicos injetores, além da instalação de equipamentos

periféricos (sistema de recebimento, tanques, bombas, filtros) que permitem o

recebimento, o armazenamento e a movimentação do etanol para a turbina.

Durante o período de testes serão avaliados o desempenho da turbina

consumindo etanol, a vida útil dos equipamentos e os níveis de emissões

atmosféricas, como o óxido de nitrogênio (NOx). Os resultados poderão

confirmar a utilização do etanol como mais uma fonte de geração de energia

elétrica no Brasil e no exterior.

A General Electric (GE) desenvolveu a nova câmara de combustão

especialmente para o uso de etanol e gás natural. A instalação dos equipamentos

na turbina foi realizada na Oficina de Turbo Máquinas da Petrobrás na cidade de

Macaé (RJ).

A UTE de Juiz de Fora faz parte do parque gerador da Petrobrás que é a

oitava maior empresa geradora de energia elétrica do Brasil, possuindo 14 usinas

termelétricas a gás natural, 12 a óleo e 15 pequenas centrais hidrelétricas. A UTE

de Juiz de Fora também está conectada no Sistema Interligado Nacional (SIN).

ENERGIA ELÉTRICA GERADA POR ESGOTO 1.3.27.

A primeira empresa de saneamento do

Brasil a utilizar o biogás para a geração de

energia elétrica foi a Sanepar (Companhia de

Saneamento do Paraná) na Estação de

Tratamento de Esgoto (ETE) Ouro Verde, em Foz

de Iguaçu. A unidade Piloto de Energia

Renovável da ETE Ouro Verde já foi visitada por

missões internacionais e pesquisadores de universidades brasileiras. O excedente

da energia elétrica gerada pela ETE Ouro Verde é disponibilizado em rede de

baixa tensão na Companhia Paranaense de Energia (Copel), uma vez que a

energia gerada pelo sistema é maior do que a demanda energética da estação. A

autorização do uso desse excedente está na Resolução da Aneel nº 1.482, de 29

de julho de 2008.

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O estado de Minas Gerais também deu um passo importante em direção ao

desenvolvimento sustentável. O projeto pioneiro de cogeração de energia

desenvolvido no estado pode ser o primeiro do Brasil a tornar uma ETE (Estação

de Tratamento e Esgoto) praticamente auto suficiente em produção elétrica.

Elaborado pela companhia de Saneamento de Minas Gerais o sistema de

reaproveitamento de biogás já está em fase de teste e deve entrar em operação

em outubro de 2011 na ETE Arrudas, no bairro Caetano Furquim, região leste de

Belo Horizonte.

De acordo com o planejamento, será gerada quantidade de energia (KW)

suficiente para suprir 90% da energia usada na estação de tratamento de esgoto

da capital. A carga que será gerada pela nova usina termelétrica é equivalente ao

gasto de uma cidade de aproximadamente de 15 mil habitantes.

O tratamento de esgoto resulta na formação de um biogás, que tem em

sua formação 68% de gás metano (CH4), altamente tóxico e prejudicial à

camada de ozônio. O gás metano era queimado, transformado em gás carbono

(CO2), que é 22 vezes menos prejudicial. Mas, ainda assim, o CO2 era lançado

na atmosfera. Com a cogeração, em vez de os gases serem emitidos na

natureza, eles passam por um processo de limpeza e depois são direcionados

para as microturbinas, onde servirão de combustível para produzir energia.

Nada é desperdiçado durante a operação. Além da utilização dos gases, há

o aproveitamento do calor resultante da queima. O vapor é capturado e enviado

aos trocadores de calor, que por sua vez, aperfeiçoam a geração de energia. E é

exatamente esta especificidade que dá nome ao projeto de cogeração, pois, no

mesmo processo são transformados o biogás e o calor em combustíveis.

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ENERGIA GEOTÉRMICA 1.3.28.

A energia Geotérmica pode ser definida

como o calor proveniente do interior da terra. A

Terra é formada por grandes placas, que nos

mantém isolados de seu interior, no qual

encontramos o magma, que consiste

basicamente em rochas derretidas a grandes

temperaturas (podendo chegar a 6000°C) que aquecem a água no subsolo. A

palavra geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, a energia

calorífica proveniente do interior da terra chama-se geotérmica.

O magma é resultante das altas pressões abaixo da superfície terrestre e

do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas como o urânio e o

tório. Quando encontra fissuras na crosta terrestre, o magma explode em

erupções vulcânicas, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem

águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres.

Quando o gêiser apresenta alta pressão e alta temperatura, pode ser

aproveitado à geração de eletricidade, praticamente do mesmo modo que numa

Central Termelétrica. Nela, a água é aquecida de forma a transformar-se em

vapor e movimentar uma turbina, que por sua vez, converte energia mecânica

em energia elétrica. Só que no caso de uma Central Geotérmica que aproveita o

gêiser, o aquecimento da água é feito naturalmente.

A forma de energia geotérmica presente nos gêiseres é chamada

tecnicamente de “vapor úmido misto”, pois junto com o vapor de água

encontram-se vários minerais e metais, que acabam por tornar a geração de

eletricidade nessas fontes um tanto caras, já que os metais e minerais acabam

por corroer as turbinas. Para evitar este processo de corrosão se faz necessário

um tratamento adequado dos metais, entretanto deve-se antes ser feito um

estudo para avaliar a possível contaminação, por parte destes vapores e metais,

nas fontes de água utilizadas pelo homem. A relação custo/benefício deve ser

sempre levada em conta.

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As usinas a vapor de Lardarello, na Itália, produzem dois bilhões de

quilowatts-hora de força por ano, o suficiente para a maioria do sistema

ferroviário italiano. A Suíça é uma recordista em usinas geotérmicas, ficando

atrás somente da Itália, que é pioneira no ramo. Na Califórnia a geração de

energia chegou a 500 MW de eletricidade. No Japão, atualmente, há 17 usinas

geotérmicas no país, mas desde 1974 a construção de novas usinas está

suspensa devido a preocupações ambientais. Em El Salvador, 30% da energia

elétrica consumida no país provém da energia geotérmica. México, Filipinas,

Kênia e Islândia também têm expandido a produção de energia elétrica através

de usinas geotérmicas.

Vantagens da energia geotérmica:

A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula,

não contribuindo com o efeito estufa;

A área necessária para a instalação da usina é pequena;

Pode abastecer comunidades isoladas.

Desvantagens da energia geotérmica:

O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente;

Ocorre a emissão de ácido sulfídrico (H2S), extremamente

corrosivo e nocivo à saúde;

É uma energia muito cara e pouco rentável, pois necessita de altos

investimentos estruturais e sua eficiência é baixa;

Pode ocasionar o esgotamento do campo geotérmico.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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ENERGIA EÓLICA 1.3.29.

A geração de energia eólica vem

aumentando a sua participação na

matriz energética brasileira através de

leilões de compra e venda deste tipo de

energia. Atualmente, são 45 parques

eólicos em operação. Em 2009, a

capacidade mundial de geração de

energia elétrica proveniente da energia

eólica foi aproximadamente 158 Gigawatts (GW), o suficiente para abastecer o

Brasil (em janeiro de 2010 o Brasil gastou em média 70 Gigawatts).

No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um

grande interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver

equipamentos para produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a

dependência do petróleo e carvão. O alto preço dos combustíveis fósseis, a

possibilidade de esgotamento das reservas de petróleo previstas para as

próximas décadas, os grandes períodos de estiagens que afetam principalmente

as usinas hidrelétricas e a emissão de CO2 para a atmosfera contribuindo com o

aumento da camada de ozônio da terra e o efeito estufa, fez com que muitos

cientistas pesquisassem fontes alternativas e limpas de geração de eletricidade.

A energia eólica é a energia proveniente dos ventos. O termo eólico

origina-se do latim aeolicus, relativo a Éolo, deus dos ventos na mitologia grega.

Na antiguidade a energia eólica era utilizada para mover os barcos impulsionados

por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos. Nos moinhos de

vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada para

moer grãos, bombear água e ainda para drenagem de canais.

Para a geração de energia elétrica a energia eólica que é uma fonte natural

de energia, renovável (pois não se esgota) e limpa, evita a emissão de CO2 e

gases poluentes provenientes da queima de combustíveis fósseis, não

contribuindo desta forma para o efeito estufa. A usina eólica ou parque eólico

consiste na utilização de aerogeradores, os quais são grandes turbinas colocadas

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em lugares com muito vento. Essas turbinas têm a forma de um catavento ou

moinho. A hélice pode ser vista como um motor a vento, cujo único combustível

é o vento. As turbinas são em princípio, instrumentos razoavelmente simples. O

gerador é ligado através de um conjunto acionado a um rotor constituído de um

cubo e duas ou três pás. O vento aciona o rotor que faz girar o gerador e produz

eletricidade.

A quantidade de eletricidade que pode ser gerada pelo vento depende de

quatro fatores: da quantidade de vento que passa pela hélice, do diâmetro da

hélice, a dimensão do gerador e o rendimento de todo o sistema. Para que a

produção/geração de energia elétrica se torne rentável é necessário uma grande

concentração de aerogeradores em uma grande extensão territorial. A

quantidade de energia disponível no vento varia de acordo com as estações e as

horas do dia. A topografia e a rugosidade do solo também têm grande influência

na distribuição de freqüência de ocorrência de velocidade do vento em um local.

O Parque de Praia Formosa é atualmente o de maior capacidade do

nordeste. Com aproximadamente 135 km de extensão, pode abastecer até 350

mil casas. A energia gerada é de 416,678 GWh. O Parque Eólico Alegria I evita a

emissão de cerca de 40 mil toneladas de CO2 por ano. Terá a sua potência

triplicada com a construção de Alegria II em 2011. A energia gerada é de 134

GWh. O Parque Eólico de Osório incluindo os Parques de Índio e Sangradouro, é o

maior do Brasil. Contribuiu para o abastecimento de eletricidade no Sul durante o

blecaute de 2009. A energia gerada é de 447 GWh por ano.

A baixa adesão se deve ao alto custo de instalação e manutenção. Nesta

forma de energia, o cálculo de investimento e custo leva em consideração os

custos de construção, de manutenção, de localização e os riscos de queda dos

geradores. Os parques eólicos produzem poluição visual e sonora e também

podem interferir na rota migratória de pássaros. Porém, os parques eólicos são

compatíveis com os outros usos do solo como a agricultura ou a pecuária, uma

vez que os aerogeradores têm dezenas de metros de altura.

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ENERGIA SOLAR 1.3.30.

A energia solar consiste numa fonte renovável (pois não se esgota) e limpa

(não emite poluente). A sua obtenção ocorre de duas formas, direta ou indireta.

A forma direta de obtenção de energia solar ocorre através de células

fotovoltaicas, geralmente fabricadas de silício. O efeito fotovoltaico ocorre

quando fótons (energia que o sol carrega) incidem sobre os átomos,

proporcionando a emissão de elétrons, que produzem desta forma corrente

elétrica.

Para obter energia solar de forma indireta,

é necessária a construção de usinas em áreas

de grande insolação, pois a energia solar atinge

a Terra de forma tão difusa que requer captação

em grandes áreas. Nesses locais são espalhadas

centenas de coletores solares.

A energia solar é normalmente utilizada em locais mais isolados, secos e

ensolarados. Os custos financeiros para a obtenção de energia solar são muito

elevados, não sendo economicamente viável. Também possui elevados custos de

instalação e baixa eficiência.

A radiação solar depende também das condições climáticas (nebulosidade,

umidade relativa do ar, etc.) e atmosféricas. Somente parte da radiação solar

atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios solares pela

atmosfera.

Em março de 2011 foi inaugurada a primeira Usina de Energia Solar do

Brasil e da América Latina. A Usina de Tauá, no Ceará, é composta por 4680

painéis solares, o suficiente para gerar energia para 1500 famílias de baixa

renda. Como o Ceará situa-se próximo à linha do Equador, o potencial para

geração de energia solar é muito alto, e o Estado possui legislação própria

regulamentando o tema.

A Prefeitura de Curitiba em 2009 instalou postes capazes de iluminar

através da energia de painéis solares no parque Barigui. Cada poste possui um

USINA DE TAUÁ - CE

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painel solar capaz de gerar energia o suficiente para garantir a iluminação

durante todo o período da noite.

ENERGIA DAS MARÉS 1.3.31.

A energia das marés também é conhecida como energia maremotriz, é

obtida através do aproveitamento da energia proveniente do desnível das marés,

que deve ser no mínimo 7 metros. A força gravitacional do Sol e da Lua também

interferem nas marés. A cada 12h e 25m a superfície do oceano em qualquer

local oscila entre pontos altos e baixos. As massas de água que cobrem dois

terços do planeta constituem o maior coletor de energia solar. A temperatura dos

oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais energia do que

a humanidade seria capaz de consumir.

Essa é uma fonte de energia limpa e renovável. Para que essa energia seja

transformada em eletricidade é necessária a construção de barragens, eclusas

(permitindo a entrada e saída de água) e unidades geradoras de energia.

As barragens são construídas formando-se um reservatório próximo ao

mar, e os diques são responsáveis pela captação de água durante a alta da maré.

A água é armazenada no reservatório passando pela turbina hidráulica e

produzindo energia elétrica, em seguida, durante a baixa da maré, o reservatório

é esvaziado liberando a água que passa novamente pela turbina hidráulica,

porém em sentido contrário, gerando assim a energia elétrica.

Atualmente há quatro maneiras de converter a energia marítima em

eletricidade limpa:

Energia do movimento das ondas;

Energia das correntes marítimas e das marés;

Energia da temperatura da água quente e fria;

Energia da diferença de pressão entre água doce e salgada.

A instalação de estações de captação de energia das marés necessita de

altos investimentos, e possui baixa eficiência (aproximadamente 20%). Também

oferecem impactos ambientais relacionados à flora e fauna. Porém, se

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comparados aos causados por hidrelétricas instaladas em rios, esses impactos

são bem inferiores. Japão e Inglaterra também utilizam este tipo de energia.

Em 1967 foi realizado o primeiro

grande projeto para a geração de

eletricidade através das marés. Os

franceses construíram uma barragem de

710 metros de comprimento com 24

turbinas, que fecha a foz do rio rance,

aproveitando o potencial energético das

marés. Situada na Bretanha, noroeste da

França, a usina possui capacidade instalada de 240 megawatts (MW), o suficiente

para suprir a demanda de uma cidade com 200 mil habitantes. É importante

destacar que poucas localidades apresentam características propícias para a

obtenção desse tipo de energia, uma vez que o desnível das marés deve ser

superior a 7 metros.

Entre os locais com potencial para a geração de energia das marés,

destacamos:

Baía de Fundy no Canadá - com mais de 15 metros de desnível;

Baía Mont-Saint-Michel na França - com mais de 15 metros de

desnível;

Estuário do Rio Bacanga em São Luís (MA) - com marés até 7

metros;

Ilha de Macapá - com marés até 11 metros.

INDÚSTRIA OFFSHORE 1.3.32.

Existe várias formas de gerar/produzir energia elétrica, porém nem todas

as formas são aplicadas à indústria de petróleo e gás em alto mar. Na indústria

Offshore, cada vez mais, existe a necessidade de gerar energia por outras fontes

que, tornem esses ambientes auto-suficientes e permanentemente servidos por

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uma estrutura capaz de atender a demanda necessária para manter a estrutura

de “bordo” devidamente “energizada”.

Havendo geração de energia, instalação, transmissão, distribuição, medição

e manutenção há também a necessidade de possuir profissionais qualificados

para operar esses sistemas com segurança. Para isso se faz necessário qualificar

a mão-de-obra de acordo com as Normas Regulamentadoras (NR’s).

No caso da eletricidade, responsável por um número significativo de

acidentes; existe a necessidade de treinar e qualificar os profissionais visando

diminuir o número de acidentes, ou se possível, evitá-los.

RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 2.

Existem vários riscos que a energia elétrica pode provocar à saúde,

integridade física e segurança dos trabalhadores que atuam direta ou

indiretamente com a eletricidade; seja em instalações dimensionadas

inadequadamente, com manutenção precária, falhas de isolação em um condutor

ou equipamento, erros de manobra, tensões induzidas, contato entre um

condutor vivo e a massa de um elemento metálico não aterrado, corrente de

fuga, etc. Podemos citar estes riscos como: o choque elétrico (contato direto e

indireto), choque estático, choque dinâmico, choque por descargas atmosféricas,

queimaduras, eletrocussão, curto-circuito, arcos elétricos, incêndios, explosões

por arco elétrico e explosões em geral.

O choque elétrico ocorre quando a pessoa (ou animal) faz contato com a

parte energizada de um circuito, instalação, equipamento ou sistema elétrico

possibilitando assim a passagem da corrente elétrica pelo corpo humano (ou do

animal). Ao fazer contato direto com a parte energizada da instalação o corpo

humano sofre um conjunto de pertubações decorrente do choque elétrico. Neste

caso, a corrente elétrica percorre o corpo humano causando vários danos ou

lesões, dependendo da intensidade e gravidade da lesão as conseqüências

poderão ser irreversíveis ou até mesmo a morte. A duração do choque elétrico

depende do tempo em que a pessoa permanecer em contato com a parte

energizada e enquanto a fonte de alimentação permanecer energizada.

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Os efeitos diretos do choque elétrico são: contrações musculares, tetania

ou tetanização, queimaduras (internas e externas), parada respiratória, parada

cardíaca, fibrilação cardíaca, eletrólise no sangue, danos renais, danos no

cérebro, comprometimento de vasos sanguíneo, órgãos genitais e reprodutores e

ÓBITO.

Os efeitos indiretos do choque elétrico são: quedas, batidas e queimaduras

indiretas (externas).

O risco de choque elétrico está presente em praticamente todas as

atividades executadas nos setores elétrico e telefônico como: construção,

montagem, manutenção, reparo, inspeção, medição em Sistema Elétrico de

Potência (SEP). Também encontramos riscos de choque elétrico em atividades

realizadas no nosso cotidiano, tais como: podas de árvores próximas às redes de

distribuição e transmissão de energia elétrica, crianças soltando pipas,

manutenção em chuveiros e troca de lâmpadas nas residências, manutenção em

antenas de TV, tocar em eletrodomésticos energizados com as mãos ou o corpo

molhados, incêndios provocados por balões em linhas de transmissão e

distribuição de energia elétrica, construção de moradias e obras na construção

civil próximas à rede de energia elétrica, carrocerias de caminhões que tocam a

rede elétrica rompendo os cabos energizados em alta tensão, cabos de alta

tensão que se rompem e caem no chão e em calçadas transitadas por pedestres,

etc.

O CHOQUE ELÉTRICO, MECANISMO E EFEITOS 2.1.

Os riscos e efeitos do choque elétrico estão diretamente ligados aos valores

de intensidade da corrente elétrica e tensões. Sabemos que a sensibilidade do

corpo humano à passagem da corrente elétrica é muito pequena, pois valores de

corrente a partir de 15 a 20 mA são suficientes para provocar fibrilação cardíaca

e parada cardíaca. Também sabemos que valores elevados de tensões são

suficientes para provocar queimaduras de 2° e 3° graus além da carbonização,

devido à alta dissipação de energia calorífica. Portanto, concluímos assim, que

tanto valores elevados de corrente elétrica como valores elevados de tensão

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podem provocar danos e lesões gravíssimas à saúde e integridade física do

trabalhador, podendo levar inclusive a morte.

Como existem mais pessoas expostas a baixas tensões do que a altas

tensões, pois a maior parte dos serviços executados em instalações elétricas está

em baixa tensão e instalações residenciais também estão em baixa tensão, a

maioria dos acidentes por choque elétrico ocorrem em baixa tensão. Sendo

assim, a baixa tensão torna-se mais perigosa do que a alta tensão.

De acordo com dados estatísticos, os riscos e a gravidade do choque

elétrico são qualificados da seguinte maneira:

43% dos acidentes ocorrem nas residências;

30% nas empresas;

27% não foram especificados.

Podemos observar que de acordo com a estatística a maioria dos acidentes

por choque elétrico ocorre nas residências, isto acontece devido ao fato dos

usuários serem leigos no assunto referente aos riscos oferecidos pela

eletricidade. A falta ou pouco conhecimento dos conceitos de eletricidade e

procedimentos de trabalho e segurança para atuar em instalações e

eletrodomésticos energizados, possibilita a ocorrência de vários acidentes

domésticos envolvendo a eletricidade. Infelizmente as crianças também fazem

parte desta estatística, tocando e inserindo objetos em tomadas energizadas,

soltando pipas próximas de redes aéreas de transmissão ou distribuição de

energia elétrica, etc.

Outro fator que contribui bastante para que acidentes domésticos com

eletricidade ocorram, é o fato de que a maioria das residências em nosso país é

construída sem projeto de instalação elétrica residencial. Com isto, o mau

dimensionamento dos circuitos e disjuntores residenciais, má qualidade da

isolação de cabos, sobrecarga provocada pela instalação de vários aparelhos

eletrodomésticos num único ponto de energia, entre outros,contribuem para a

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formação de curto-circuito nas residências. A maioria dos incêndios domésticos é

provocada por curto-circuito.

Nas últimas décadas o aumento de aparelhos e equipamentos

eletrodomésticos tem aumentado consideravelmente. Há um século, as famílias

possuíam no máximo lâmpadas incandescentes em suas residências e dispunham

de iluminação pública nas ruas em que moravam. Com o avanço tecnológico, as

donas de casa começaram a usufruir da tecnologia doméstica, surgiram então as

primeiras invenções de aparelhos domésticos, tais como: ferros de passar roupa,

aparelhos de TV, rádios, geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa,

liquidificadores, batedeiras de bolo, cafeteiras, espremedores de frutas,

multiprocessadores, sanduicheiras, torradeiras, freezers, fornos elétricos, forno

microondas, máquinas de lavar louças, secadoras de roupas, vídeo cassetes,

aparelhos de DVD, ventiladores, ar condicionados, aquecedores, chuveiros

elétricos, home theaters, etc.

Sendo assim, com uma infinidade de aparelhos eletrodomésticos em nossas

residências, a humanidade se tornou cada vez mais dependente da energia

elétrica e o consumo desta vem aumentando bastante nas últimas décadas. A

eletricidade faz parte do nosso cotidiano há pelo menos um século, mas,

infelizmente as famílias pouco conhecem dos riscos oferecidos pela energia

elétrica. Isto também justifica o fato da maioria dos acidentes por choque elétrico

ocorrerem nas residências.

Existem três tipos de choque elétrico:

Choque estático;

Choque dinâmico;

Choque por descarga atmosférica.

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CHOQUE ESTÁTICO 2.1.1.

A eletricidade estática é o acúmulo de cargas elétricas na superfície dos

objetos, e até mesmo dos seres humanos. Toda matéria é constituída por

átomos, os quais são as menores partículas existentes na natureza. O átomo é

constituído por:

Elétrons (cargas negativas);

Prótons (cargas positivas);

Nêutrons (cargas neutras).

Os prótons e nêutrons encontram-se no núcleo do átomo, e os elétrons

encontram-se nas camadas externas do núcleo. São justamente os elétrons que

possuem a facilidade de tornarem-se livres, principalmente os elétrons situados

na camada de valência. Ao atritarmos a palma da mão numa blusa de lã, por

exemplo, elétrons são transferidos de um corpo para o outro, tornando-os

carregados de eletricidade estática.

O choque por eletricidade estática possui curta duração, e é o suficiente

para descarregar a eletricidade estática acumulada no elemento energizado,

podendo não causar efeitos danosos ao corpo devido a curta duração.

O choque estático gerado através do atrito entre dois corpos pode provocar

o surgimento de faíscas e centelhas, quando isto ocorre em ambientes com a

presença de atmosferas explosivas, temos assim a formação do triângulo do

fogo:

Combustível (podendo ser líquido ou gasoso);

Comburente (oxigênio);

Fonte de ignição (faíscas, centelhas, etc.).

Nestes casos ocorrem riscos de explosões e incêndios. Ao abastecermos o

nosso carro nos postos de gasolina devemos tomar bastante cuidado com o

acúmulo de eletricidade estática, pois faíscas e centelhas provocados pelo atrito

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entre dois corpos na presença de combustíveis e oxigênio formam uma mistura

inflamável. Podemos observar este fato na ilustração seguinte.

Ao caminhar sobre um carpete uma pessoa pode acumular uma carga de

eletricidade estática de até 35.000 Volts (em dias secos) ou 2.000 Volts (em dias

úmidos). Quando o piso é de vinil os valores podem variar de 12.000 Volts (em

dias secos) a 400 Volts (em dias úmidos). Uma descarga de 30 Volts é o

suficiente para danificar os componentes eletrônicos mais sensíveis do

computador, tais como: processadores, chip, HD, etc.

Os microcircuitos dos computadores

trabalham com uma quantidade mínima de

energia, pois são altamente sensíveis à variação

de tensão. Portanto, a eletricidade estática

acumulada no corpo de uma pessoa, ao se

transferir para esses circuitos pode provocar

vários danos, mesmo que a pessoa não toque

neles. A proximidade do corpo humano com o

chip de um computador pode provocar pequenas faíscas elétricas, ou até mesmo

a formação de um campo elétrico contrário na placa eletrônica (chamada de

indução elétrica).

Durante a montagem de um computador, o técnico em eletrônica (ou

eletrotécnico) antes de por a mão nos elementos com circuitos impressos, tais

como: placa-mãe, placa de vídeo, memória,CPU, etc., deve descarregar a

eletricidade estática tocando na massa de um cabo terra ou no radiador de

calefação central, ou ainda em qualquer parte metálica condutora e ligada ao

solo.

Como medida de proteção contra a

eletricidade estática existe a pulseira anti-

estática. Esta pulseira é conectada a um cabo

aterrado que permite que as cargas elétricas

acumuladas no corpo do operador do

equipamento eletrônico seja desfeita

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retornando assim ao equilíbrio. A pulseira também possui um resistor de 1MΩ

acoplado em série, cuja finalidade é limitar a corrente de curto-circuito,

protegendo desta forma o usuário caso o mesmo toque em um componente

energizado.

CHOQUE DINÂMICO 2.1.2.

É o choque tradicional, ou seja, surge pelo contato direto da pessoa com a

parte energizada da instalação, durando enquanto permanecer o contato e se a

fonte de alimentação permanecer energizada. As conseqüências podem ser

pequenas contrações musculares, lesões irreversíveis ou até mesmo a morte.

O choque dinâmico pode ocorrer por:

Toque acidental na parte viva do condutor;

Toque em equipamentos e instalações, que se tornaram

energizadas acidentalmente por defeito, fissura ou rachadura na

isolação.

A energização acidental pode ocorrer por:

Erros de manobras;

Tensões induzidas;

Falhas na isolação.

CHOQUE POR DESCARGA ATMOSFÉRICA 2.1.3.

Quando ocorre uma descarga atmosférica e esta entra em contato direto

ou indireto com uma pessoa, tem-se o choque por raio. Neste caso as

conseqüências podem ser queimaduras graves ou a morte imediata.

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O raio ou relâmpago é uma descarga elétrica de grande intensidade que se

forma quando a rigidez dielétrica do ar é quebrada, e ocorre entre nuvens ou

entre a nuvem e a terra. A descarga é visível com ramificações irregulares, e

ocorre uma onda sonora chamada trovão.

O raio é capaz de aquecer o ar até a temperatura de 39000°C.

Denominam-se relâmpagos aquelas descargas elétricas que ocorrem entre as

nuvens, e de raios aquelas que ocorrem entre as nuvens e o solo. Existem três

tipos de raios:

Entre nuvens;

Da nuvem para o solo;

Do solo para a nuvem.

O Brasil é o país com a maior incidência de raios no mundo. No estado do

Paraná grande parte das interrupções no fornecimento da energia elétrica ocorre

por descargas atmosféricas. Durante as tempestades com raios, devemos

observar algumas regras de segurança:

Evite ficar ao relento, procure uma edificação/instalação segura;

Permaneça dentro de casa;

Não recolha roupas estendidas no varal;

Não procure abrigo sob árvores;

Caso não encontre abrigo, procure não se movimentar, permaneça

agachado evitando desta forma o efeito das pontas;

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Não use o telefone;

Mantenha-se afastado de portas e janelas abertas, fogões,

aquecedores centrais, ferramentas, tubos metálicos, pias e objetos

metálicos de grande massa;

Não trabalhe em cercas, telefones, linhas de força, tubulações

metálicas ou em estruturas de aço durante a tempestade;

Não trabalhe com material inflamável, contido em recipiente

aberto;

Interromper imediatamente o trabalho com tratores,

especialmente se estiver puxando equipamentos metálicos;

Não permaneça na água, rios, lagos e mares ou em barcos

pequenos.

Seguem algumas crenças populares sem comprovação científica:

Espelhos atraem raios;

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar;

O pára-raios do meu vizinho está protegendo a minha casa/edificação;

A instalação do pára-raios vai atrair raios para as edificações.

Contudo, a gravidade do choque elétrico dependerá dos seguintes fatores:

O percurso da corrente no corpo humano;

Intensidade da corrente;

O tempo de duração do choque elétrico;

Área de contato (ponta dos dedos, palma das mãos, etc.);

Freqüência da corrente (Hz);

Intensidade da tensão (V);

Características físicas do acidentado.

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ELETROCUSSÃO 2.1.4.

É a morte provocada pela passagem da corrente elétrica pelo corpo,

principalmente pelo coração ou cérebro. Trata-se da execução (morte) do ser

humano por cadeira elétrica (eletricidade).

CADEIRA ELÉTRICA 2.1.5.

O condenado é colocado sentado e imobilizado numa cadeira sendo

submetido a uma tensão de 2000 Volts. O método consiste em fixar eletrodos no

corpo do condenado, uma parte dos eletrodos é colocada na cabeça raspando-se

os cabelos, e o restante dos eletrodos são colocados na parte inferior do corpo.

Para aumentar a condutividade são colocadas esponjas molhadas de uma solução

condutora (eletrólitos) nos eletrodos.

Normalmente, o condenado recebe a primeira descarga de 2300 V por 08

segundos, a segunda descarga de 1000 V por 22 segundos e finalmente a

terceira descarga de 2300 V por mais 08 segundos. A cadeira é de madeira para

não conduzir eletricidade e firmemente presa ao chão, em torno da cadeira o

chão é revestido de borracha também para não conduzir eletricidade.

Durante a execução a pessoa perde o controle das funções fisiológicas

podendo urinar e defecar involuntariamente, por este motivo reveste-se o

condenado com uma fralda sob as calças. Um capuz cobre a cabeça do

condenado, pois com o choque os músculos do rosto se contraem e os olhos

podem saltar das órbitas. Também é comum ocorrer sangramento dos olhos,

ouvidos e narinas.

Sendo assim, o condenado morre por falência múltipla dos órgãos. Como a

corrente entra pela cabeça, o primeiro órgão afetado é o cérebro. A descarga de

alta tensão paralisa o órgão, “apagando” o condenado. O coração paralisa ou, no

mínimo, ocorre intensa arritmia. Nas descargas seguintes, ocorre a parada

cardíaca.

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O calor gerado pela passagem da corrente elétrica aquece os órgãos vitais

internos como os pulmões, estômago e intestinos. Em alguns casos os corpos dos

condenados pegaram fogo.

ELETROPLESSÃO 2.1.6.

É a morte acidental provocada pela passagem de uma carga letal da

corrente elétrica pelo corpo humano. Pode ocorrer por descargas atmosféricas,

por contato com cabos ou equipamentos de alta tensão, corpo ou roupa molhada,

etc. A palavra eletro+plessão origina-se do grego, elektron = “eletricidade” e

plessein = “ferir”.

Pesquisadores definiram três (03) tipos de efeitos manifestados pelo corpo

humano durante a passagem da corrente elétrica, eles serão descritos a seguir.

Limiar de Sensação

O corpo humano começa a perceber a passagem da corrente elétrica a

partir de 01 mA em corrente alternada e 05 mA em corrente contínua. A

sensação causada no organismo humano pela passagem da corrente contínua é

de aquecimento, e a sensação causada pela passagem da corrente alternada é de

formigamento.

Limiar de não largar

Está associado às contrações musculares provocadas pela corrente elétrica

no corpo humano, a corrente alternada a partir de determinado valor, excita os

nervos provocando contrações musculares permanentes, com isso cria-se o efeito

de agarramento que impede a vítima de soltar-se do circuito, a intensidade da

corrente para esse limiar varia entre 09 e 23 mA para os homens e 06 a 14 mA

para as mulheres em corrente alternada. Em corrente contínua 51 mA para

mulheres e 76 mA para homens.

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Limiar de Fibrilação Ventricular

O corpo humano conduz a corrente elétrica, onde cada pessoa oferece uma

resistência diferente (varia de acordo com a constituição física de cada um). O

coração é afetado pela passagem da corrente elétrica ocasionando alterações no

seu ritmo e até mesmo a morte. O músculo cardíaco contrai-se 60 a 100 vezes

por minuto devido aos impulsos elétricos gerados no nódulo seno-atrial do

coração. Quando ocorre o choque elétrico somam-se e sobrepõem-se impulsos

externos, dependendo da intensidade da corrente e da duração do choque, a

freqüência do batimento cardíaco poderá ser alterada, produzindo arritmia, e o

coração não é mais capaz de exercer sua função vital.

Os efeitos provocados pelo choque elétrico no organismo podem variar de

acordo com alguns fatores, tais como:

Percurso da corrente elétrica pelo corpo humano;

Tipo da corrente elétrica;

Intensidade da corrente elétrica;

Tensão nominal;

Duração do choque elétrico;

Freqüência da corrente,

Resistência do circuito;

Características físicas do acidentado.

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Local de entrada Trajeto Porcentagem da corrente

Cabeça Da cabeça para o pé direto 9.7%

Cabeça Da cabeça para a mão esquerda 1.8%

Mão direita Da mão direita para o pé esquerdo 7.9%

Mão direita Da mão direita para mão esquerda 1.8%

Pé direito Do pé direito para o pé esquerdo 0.0%

A eletricidade pode causar diversos tipos de lesões, podendo agir sobre o

Sistema Nervoso Central (SNC) ou coração, causando perda reversível da

consciência ou a morte. O choque elétrico também pode causar Prolapso ou

Heterotopia (deslocamento dos músculos ou órgãos internos da sua devida

posição na cavidade abdominal). O calor produzido pela passagem da corrente

elétrica pelo corpo também pode provocar queimaduras na epiderme, derme,

tecidos, vasos sanguíneos e órgãos internos.

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Observe na tabela 2, abaixo, os efeitos estimados no corpo humano devido

a intensidade da corrente elétrica

ARCO ELÉTRICO, QUEIMADURAS E QUEDAS 2.2.

O arco elétrico, geralmente, ocorre devido à formação de curto-circuito

liberando uma grande quantidade de energia calorífica. O arco elétrico é gerado

pela ionização do ar devido à conexão elétrica entre dois eletrodos de diferentes

potenciais, de diferentes fases ou entre um eletrodo e um circuito de terra. O

arco elétrico provocado pelo seccionamento de chaves e disjuntores nas

subestações possui energia suficiente para queimar roupas e provocar incêndios,

além de emitir vapores e raios ultravioleta. A temperatura do arco elétrico pode

chegar até 20.000° C, equivalente a quatro vezes a temperatura do sol, nenhum

material na Terra é capaz de suportar esta temperatura sem que ocorra o seu

derretimento e vaporização.

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A energia incidente devido ao arco elétrico pode ser estimada utilizando-se

os seguintes parâmetros:

Diagrama unifilar da instalação elétrica;

Tensão de alimentação;

Correntes de curto-circuito;

Características dos sistemas de proteção das instalações elétricas

(tempo de atuação da proteção);

Posição do trabalhador, etc.

FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMAÇÃO DO ARCO 2.2.1.

ELÉTRICO.

São cinco os fatores que influenciam a formação do arco elétrico que serão

detalhados a seguir.

Corrente Elétrica

Quanto menor a corrente, menor o arco e, portanto, menor a temperatura

e suas conseqüências.

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Tensão Elétrica

Quanto maior a tensão, para uma mesma corrente, maior será o arco e

mais dificilmente será extinto.

Velocidade de Abertura

Quanto menor a velocidade de abertura, maior é o tempo em que os

contatos ficam expostos a elevadas temperaturas podendo ser danificados.

Meio Ambiente

Ambiente úmido com elevada temperatura contribui para a formação de

arco elétrico e aumenta sua intensidade.

Fator de Potência do Circuito

Circuitos puramente resistivos possuem menores riscos de formação do

arco elétrico do que circuitos que apresentam bobinas em sua composição.

CAUSAS DO ARCO ELÉTRICO 2.2.2.

As causas mais comuns do arco elétrico são:

Mau contato ocasionado por aperto insuficiente em conexões de

aperto;

Depreciação da isolação (sobretensão, sobrecarga e dielétrico

comprometido);

Defeito de fabricação de componentes ou equipamentos;

Projetos de instalação inadequados ou mal dimensionados;

Manutenção inadequada;

Contatos acidentais de ferramentas ou peças (erro humano).

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QUEIMADURAS PROVOCADAS POR ARCO ELÉTRICO 2.2.3.

O arco elétrico possui energia suficiente para queimar as roupas e provocar

incêndios, emitindo vapores de material ionizado e raios ultravioletas.

QUEDAS 2.2.4.

Os acidentes com eletricidade ocorrem de diversas maneiras. Os riscos

oferecidos pela eletricidade dependem de diversos fatores: falhas de isolação,

falta de aterramento em equipamentos e circuitos elétricos, corrosão dos

contatos, rompimento das linhas de transmissão e distribuição, etc.

Os riscos de quedas em serviços com eletricidade existem devido à

realização de trabalhos em altura, como instalação e manutenção de linhas de

transmissão e distribuição, manutenção de equipamentos em plantas industriais,

manutenção em antenas de TV, podas de árvores próximas às redes de

distribuição, obras na construção civil próxima às redes de distribuição, etc.

As quedas são causadas em decorrência de descargas elétricas que ao

percorrerem um corpo fazem com que o reflexo da vítima, involuntariamente a

faça ser lançada em direção a partes rígidas do sistema, causando seqüelas em

diversos membros ou até mesmo a morte.

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Também ocorrem em conseqüência da inadequação de equipamentos de

elevação (escadas, cestos, plataformas), de Equipamentos de Proteção

Individual, falta de treinamento (capacitação) dos trabalhadores quanto a

realização de Trabalhos em Altura, falta de delimitação e sinalização do canteiro

ou local do serviço em espaços reservados de plataformas e embarcações.

CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS 2.3.

CAMPOS ELÉTRICOS 2.3.1.

Um campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de cargas

elétricas (elétrons, prótons ou íons), ou por sistemas delas, que estão sujeitas a

força elétrica. Os campos elétricos interagem entre si quando colocados próximos

uns dos outros, produzindo forças. Estas forças são as que produzem a atração

entre um corpo carregado com carga positiva e outro com carga negativa, e

quando dois corpos possuem cargas iguais ocorre a força de repulsão.

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O campo elétrico é um vetor. Quando o campo elétrico é criado numa carga

positiva, por convenção, dizemos que ele terá um sentido de afastamento.

Quando o campo elétrico é criado numa carga negativa, por convenção, dizemos

que ele terá um sentido de aproximação.

A figura a seguir mostra a interação entre dois campos elétricos.

LEI DE COULOMB 2.3.2.

Um campo elétrico uniforme apresenta igualdade nas suas linhas de força,

ou seja, o campo se mantém igual entre as placas e, por conseqüência, uma

carga elétrica posicionada entre elas estará sujeita a uma força cuja intensidade

e sentido são constantes ao longo do campo.

O cientista francês Charles Coulomb descobriu que a força elétrica que

atua sobre dois corpos eletricamente carregados é diretamente proporcional às

suas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância.

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Onde, F = Força medida em Newton (N);

K = Constante eletrostática (Nm2/C2);

Q = Carga elétrica medida em Coulomb (C);

R = Distância medida em metros (m).

𝑭 =𝑲 ∙ 𝑸𝟏 ∙ 𝑸𝟐

𝑹𝟐

Os campos elétricos nas residências estão entre 1-20 V/m, intensidades

altas de campos elétricos da ordem de 1-10 KV/m, estão presentes apenas sob

linhas de transmissão de alta tensão, e decrescem a valores menores que 10

V/m a uma distância de 100 m do centro da linha de transmissão (LT). Em

subestações de energia elétrica são comuns valores de 1 a 10 KV/m.

CAMPOS MAGNÉTICOS 2.3.3.

Campo magnético é a região em volta de um ímã onde ocorrem interações

magnéticas. Na figura a seguir temos um ímã em forma de barra. Limalhas de

ferro colocadas à sua volta dão uma noção de como é o campo magnético em

torno desse ímã.

Podemos observar na figura acima que o campo magnético é mais intenso

nas extremidades do ímã.

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A representação do campo magnético de um ímã pode ser feita através das

linhas de indução magnética. Por convenção adotou-se que as linhas de indução

magnética saem do pólo norte do ímã e chega ao pólo sul, como podemos

observar na figura abaixo:

Campo Magnético Uniforme

Um campo magnético uniforme é definido

como o campo magnético ou parte dele onde o

vetor indução magnética é igual em todos os

pontos, ou seja, tem mesmo módulo, direção e

sentido. A representação por meio de linha de

indução é feita por linhas paralelas e igualmente

espaçadas.

Um campo magnético estacionário não interage com cargas que tem

velocidade não nula na mesma direção do campo magnético. Sempre que uma

carga se movimenta na mesma direção do campo magnético, sendo no seu

sentido ou contrário, não há aparecimento de forma eletromagnética que atue

sobre ela. Quando uma carga é abandonada nas proximidades de um campo

magnético estacionário com velocidade em direção diferente do campo, este

interage com ela.

Ao imaginarmos um fio condutor percorrido por corrente, haverá elétrons

livre se movimentando por sua secção transversal com uma velocidade. No

entanto, o sentido adotado para o vetor velocidade, neste caso, é o sentido real

da corrente.

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Como todos os elétrons livres têm carga (que pela suposição adotada se

comporta como se esta fosse positiva), quando o fio condutor é exposto a um

campo magnético uniforme, cada elétron sofrerá ação de uma força magnética.

ELETROÍMÃ 2.3.4.

Eletroímã é um dispositivo composto por um condutor espiralado por onde

circula corrente elétrica em um núcleo, normalmente de ferro, aço, níquel ou

cobalto ou algum material ferromagnético. A passagem da corrente elétrica pelo

condutor cria um campo magnético no núcleo; ao cessar a passagem da corrente

cessa também a existência do campo magnético. A intensidade deste campo

magnético depende de alguns fatores, tais como: números de espiras da bobina,

intensidade da corrente elétrica e a existência ou não de um núcleo no seu

interior.

O cientista dinamarquês Hans Oersted em 1820 descobriu que uma agulha

magnética podia ser desviada de sua posição de repouso, se um fio condutor

fosse colocado perto da bússola. Esta deflexão da bússola só ocorreu quando a

corrente elétrica fluía pelo fio de metal. Quando a corrente elétrica era

interrompida, a agulha da bússola voltava à posição de repouso.

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Conclusão do experimento: Todo condutor percorrido por corrente elétrica,

cria em torno de si um campo eletromagnético.

Enrolando um condutor de corrente em torno de um material de núcleo

metálico este produz campos magnéticos e cria um fluxo magnético no material

ferromagnético do núcleo, formando assim um eletroímã. O campo magnético

será concentrado no núcleo. Esta composição é chamada de solenóide. Quanto

maior o número de voltas do fio condutor em torno do núcleo, maior será a

quantidade de linhas de força magnéticas.

Podemos encontrar eletroímãs em diversos equipamentos, tais como:

motores, faróis de carro, campainhas, discos rígidos, rádios, geradores,

guindastes, solenóides, auto-falantes, telefones, aparelhos de telégrafo, relés,

relógios elétricos, ventiladores, geladeiras, lavadoras, batedeiras, chaves

automáticas, disjuntores, transformadores, etc.

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SOLENÓIDES 2.3.5.

Solenóide é uma bobina cilíndrica que ao ser percorrido por uma corrente

elétrica cria um campo magnético que é mais intenso em seu interior. Se

colocarmos dois núcleos de ferro próximos as extremidades deste solenóide

poderemos observar que a força do campo magnético formado puxará os núcleos

para o interior do solenóide.

Portanto, solenóides são dispositivos capazes de produzir força mecânica

ao puxarem o núcleo para o seu interior. Existem vários modelos e aplicações de

solenóides, como ilustram as figuras a seguir:

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TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS 2.4.

Os acidentes são materializações associados a atividades, procedimentos,

projetos e instalações, máquinas e equipamentos. Para reduzir a freqüência de

acidentes, é preciso avaliar e controlar os riscos.

O que pode acontecer de errado?

Quais são as causas básicas dos eventos não desejados?

Quais são as conseqüências?

A análise de riscos é a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa

(qualitativa ou quantitativa) dos riscos, baseada na engenharia de avaliação e

técnicas estruturadas para promover a combinação das freqüências e

conseqüências de cenários acidentais. Trata-se de um conjunto de métodos e

técnicas que aplicado a uma atividade, identifica e avalia qualitativa e

quantitativamente os riscos que essa atividade representa para a população

exposta, para o meio ambiente e para a empresa, de uma forma geral.

Os principais resultados de uma análise de riscos são a identificação de

cenários de acidentes, suas freqüências esperadas de ocorrência e a magnitude

das possíveis conseqüências.

A análise de riscos deve incluir as medidas de prevenção de acidentes e as

medidas para controle das conseqüências de acidentes para os trabalhadores e

para as pessoas que vivem ou trabalham próximo à instalação ou para o meio

ambiente.

As metodologias representam os tipos de processos ou de técnicas de

execução dessas análises de riscos da instalação ou da tarefa.

AVALIAÇÃO DE RISCOS 2.4.1.

É o processo que utiliza os resultados de análise de riscos e os compara

com os critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos.

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CONCEITOS 2.4.2.

A seguir serão detalhados alguns conceitos importantes

Risco

Capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões ou danos à

saúde das pessoas e aos bens patrimoniais. Os riscos podem ser

eliminados ou controlados.

Perigo

Situação ou condição de risco com probabilidade causar lesão física ou

dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.

Dano

Perda funcional, material ou econômico decorrente de acidente.

Falha

Mau desempenho, que pode resultar em risco de acidente.

Lesão Pessoal

Qualquer dano que o organismo humano sofreu decorrente do acidente do

trabalho.

Lesão Imediata

Lesão manifestada no momento do acidente.

Lesão Mediata(Lesão Tardia)

Lesão manifestada após a circunstância acidental da qual resultou.

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RISCOS DE ACIDENTES 2.4.3.

Antes da execução das atividades, deverão ser analisados os riscos

inerentes em cada etapa da atividade, observando os principais agentes que

causam acidentes.

Posicionamento

Trabalhos em máquinas cujo ponto de operação permite a introdução de

dedos ou da mão.

Choque Elétrico

Falhas na isolação de cabos e/ou equipamentos, falta de aterramento,

curto-circuito, arcos elétricos, etc.

Produtos Químicos

Contato permanente ou não com qualquer produto químico.

Fogo

Formação de curto-circuito, arcos elétricos; solda em locais impróprios,

riscos de derramamentos ou vazamentos de produtos inflamáveis que

possibilitem fogo pela natureza da atividade ou do ambiente.

GERENCIAMENTO DE RISCOS 2.4.4.

É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e

administrativos que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos

existentes na instalação industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos

requerimentos de segurança considerados toleráveis.

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NÍVEIS DE RISCO: 2.4.5.

Catastrófico;

Moderado;

Desprezível;

Crítico;

Não Crítico.

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS QUANTO À SEVERIDADE DAS 2.4.6.

CONSEQUÊNCIAS

Categoria I (Desprezível)

Quando as conseqüências/danos estão restritas à área industrial da

ocorrência do evento com controle imediato.

Categoria II (Marginal)

Quando as conseqüências/danos atingem outras subunidades e/ou áreas

não industriais com controle e sem contaminação do solo, ar ou recursos

hídricos.

Categoria III (Crítica)

Quando as conseqüências/danos provocam contaminação temporária do

solo, ar ou de recursos hídricos, com possibilidade de ações de recuperação

imediatas.

Categoria IV (Catastrófica)

Quando as conseqüências/danos atingem áreas externas, comunidade

circunvizinha e/ou meio ambiente.

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PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA A IDENTIFICAÇÃO DOS 2.4.7.

RISCOS/PERIGOS

Análise de Falha Humana

Método que identifica as causas e os efeitos dos erros humanos observados

em potencial. O método também identifica as condições dos equipamentos e dos

processos que possam contribuir para esses erros.

Método de Análise de Falhas e de Efeitos

Método específico de análise de riscos, concebido para ser utilizado em

equipamentos mecânicos, com o objetivo de identificar as falhas potenciais que

possam provocar acontecimentos ou eventos adversos e também efeitos

desfavoráveis desses eventos.

É um método de análise de riscos tecnológicos que consiste:

Na tabulação de todos os sistemas e equipamentos existentes

numa instituição ou plante industrial.

Na identificação das modalidades de falhas possíveis em cada um

deles.

Na especificação dos efeitos desfavoráveis destas falhas sobre o

sistema e sobre o conjunto das instalações.

Análise de Segurança de Sistemas

Têm por finalidade avaliar e aumentar o grau de confiabilidade e o nível de

segurança intrínseca de um sistema determinado, para os riscos previsíveis.

Segurança intrínseca é o inverso da insegurança ou nível de vulnerabilidade,

todos os projetos de redução de riscos e de preparação para desastres concorrem

para incrementar o nível de segurança.

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Análise Preliminar De Riscos (Pha/Apr)

É uma técnica qualitativa cujo objetivo consiste na identificação dos

riscos/perigos potenciais decorrentes de novas instalações ou de operação das já

existentes.

Em dada para cada evento perigoso identificado em conjunto com as

respectivas conseqüências, um conjunto de causas é levantado, possibilitando a

classificação qualitativa do risco associado, com categorias preestabelecidas de

freqüência de ocorrência do cenário de acidente e de severidade das

conseqüências.

A APR/APP permite uma ordenação qualitativa dos cenários de acidentes

encontrados, facilitando a proposição e a priorização de medidas para redução

dos riscos da instalação, quando julgadas necessárias, além da avaliação da

necessidade de aplicação de técnicas complementares de análise.

A metodologia adotada nas Análises Preliminares de Riscos ou Perigos

compreende a execução das seguintes tarefas:

Definição dos objetivos e do escopo da análise;

Definição das fronteiras das instalações analisadas;

Coleta de informações sobre a região, as instalações, as

substâncias perigosas envolvidas e os processos;

Subdivisão da instalação em módulos de análise;

Realização da APR/APP propriamente dita (preenchimento da

planilha;

Elaboração das estatísticas dos cenários identificados por

categorias da freqüência e de severidade;

Análise dos resultados, elaboração de recomendações e

preparação do relatório.

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P á g i n a | 103

As principais informações requeridas para a realização de uma APR/APP são

as seguintes:

Sobre as instalações: especificações técnicas de projeto,

especificações de equipamentos, lay out das instalações e

descrição dos principais sistemas de proteção e segurança;

Sobre os processos: descrição dos processos envolvidos;

Sobre as substâncias: características e propriedades físicas e

químicas.

Para simplificar a realização da análise, as instalações estudadas são

divididas em “módulos de análise”, os quais podem ser: unidades completas,

locais de serviço elétrico ou partes específicas das instalações. A divisão das

instalações é feita com base em critérios de funcionalidade, complexidade e

proximidade física.

Checklist

É um documento que tem como objetivo criar o hábito de verificar os itens

de segurança antes da fase de execução de cada atividade, contribuindo na

prevenção e detecção dos riscos de acidente, no planejamento das tarefas e

visando sempre a segurança. São comumente usados para identificar os riscos

associados a um processo e para assegurar a concordância entre as atividades

desenvolvidas e os procedimentos operacionais padronizados. Normalmente, os

checklists são utilizados para embasar ou fortalecer os resultados obtidos por

outras técnicas de Análise de Riscos.

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ETAPA RISCO OU PERIGO EFEITO POSSÍVEL RECOMENDAÇÕES E CONTROLE

1 - Choque elétrico

Queimaduras;

Parada Cardíaca;

Parada Respiratória;

Queda

1 - Confrontar as informações da OS com a

realidade;

2 -Solicitar o desligamento do alimentador;

3 - Aguardar a confirmação do desligamento;

4 - Fazer o teste de ausência de tensão;

5 - Retirada dos fusíveis (sinalização, decidir);

6 - Ligar o aterramento provisório;

7 - Fazer novo teste de ausência de tensão

2 - Queda Fratura

1 - Posicionar a escada corretamente;

2 - O eletricista se postar de maneira segura;

3 - Uso de EPI´s adequados

1 -Queda Fratura1 - Posicionamento correto do eletricista;

2 - Uso de EPI´s adequados

2 - Queda de

materiais e

ferramentas

Ferimentos

1 - Treinamento do trabalhador em subir

escadas;

2 - Isolamento da área com sinalização;

3 - Içar as ferramentas em cestas adequadas

Retirada do

transformador

1 - Queda do

transformador

1 - Isolamento e sinalização da área;

2 - Utilização correta dos equipamentos

(içamento);

3 - Inspeção minuciosa dos itens de fixação;

4 - Cuidado na descida do transformador; 5-

Não se postar abaixo do transformador;

6 - Retirar o aterramento provisório;

7 - Autorizar o religamento do alimentador

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS E PERIGOS (APRP)

Operação: Desativar subestação aérea

Referência Revisão

Subida de eletricista

no poste

Desconecção dos

circuitos primários e

secundários do

transformador

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 105

MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO 2.5.

É o conjunto de ações adotadas para controlar, minimizar ou eliminar os

riscos que uma atividade possa oferecer à saúde, integridade física e segurança

dos trabalhadores que atuam direta ou indiretamente com eletricidade. De

acordo com a NR-10 em seu item 10.2.1. Em todas as intervenções em

instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do

risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco,

de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho.

DESENERGIZAÇÃO 2.5.1.

É o conjunto de procedimentos seqüenciados e controlados visando

garantir a ausência de tensão durante a realização de atividades de manutenção,

instalação, inspeção, medição, geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica. Este procedimento é geralmente realizado por dois profissionais

eletricistas devidamente qualificados, capacitados e autorizados.

A NR-10 estabelece em seu item 10.5.1. Somente serão consideradas

desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho, mediante os

procedimentos apropriados, sendo obedecida a seqüência abaixo.

a) Seccionamento;

b) Impedimento de reenergização;

c) Constatação da ausência de tensão;

d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos

condutores dos circuitos;

e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada

(Anexo I);

f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 106

Seccionamento

É a ação de interrupção da alimentação elétrica em um equipamento ou

circuito, ou seja, interrompendo a passagem ou circulação da corrente elétrica

sobre os mesmos. A interrupção é executada com a manobra local ou remota do

respectivo dispositivo de manobra, geralmente o disjuntor alimentador do

equipamento, chaves seccionadoras, chaves fusíveis, chaves facas ou circuito a

ser isolado.

Para garantir que o seccionamento do equipamento ou circuito ocorreu de

forma segura, deve-se realizar a constatação visual da separação dos contatos

dos respectivos dispositivos de manobra, tais como: chaves seccionadoras,

chaves facas, chaves fusíveis, disjuntores, etc, evitando assim que o

equipamento ou circuito a ser isolado permaneça sob tensão.

Para evitar a formação de arco, recomenda-se que a abertura dos contatos

da seccionadora a ser manobrada somente seja efetuada após o desligamento do

equipamento ou circuito a ser seccionado.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 107

Bloqueio e Impedimento de Reenergização

O objetivo deste processo é impedir o religamento ou reenergização do

equipamento e/ou circuito seccionado ou desenergizado. Este procedimento pode

ser realizado por meio de bloqueio mecânico, por exemplo:

Em chaves seccionadoras de alta tensão, utilizando cadeados que

impeçam a manobra de religamento pelo travamento da haste de

manobra;

Retirada dos fusíveis de alimentação do local;

Travamento da manopla dos disjuntores por cadeado ou lacre;

Extração do disjuntor quando possível.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 108

Constatação da Ausência de Tensão

É o ato de verificar/constatar a ausência de tensão nos condutores do

circuito, equipamento ou sistema que será realizada a manutenção. Para

constatar a ausência de tensão são utilizados equipamentos de detecção de

tensão, tais como: detector de tensão por aproximação, detector de tensão por

contato ou o próprio voltímetro (para equipamentos que operam em baixa

tensão). Dependendo do fabricante e/ou modelo do detector de tensão, este

emitirá um sinal sonoro e luminoso indicando a presença ou ausência de tensão.

A utilização do detector de tensão ou voltímetro dependerá do nível de tensão a

ser testado e até mesmo dos dados construtivos da instalação, circuito,

equipamento ou sistema.

Esta medida de controle preventiva

contra riscos elétricos permite detectar se

o circuito, equipamento ou sistema

seccionado está sofrendo a ação de

tensões induzidas devido à aproximação a

outros circuitos energizados, evitando

desta forma que o trabalhador sofra o risco

de um choque elétrico.

Aterramento Temporário

O aterramento temporário é uma ligação

elétrica confiável e intencional à terra, com a

finalidade de garantir a equipotencialidade

continuamente durante a intervenção na

instalação elétrica.

Para garantir a segurança pessoal de quem

executa trabalhos de manutenção e construção

em instalações elétricas desenergizadas, o

aterramento temporário deve apresentar alguns preceitos mínimos quanto à

especificação, utilização e conservação do conjunto de aterramento temporário.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 109

Para a execução do aterramento, devemos seguir às seguintes etapas:

Solicitar e obter autorização formal;

Afastar as pessoas não envolvidas na execução do aterramento e

verificar a desenergização;

Delimitar a área de trabalho, sinalizando-a;

Confirmar a desenergização do circuito a ser aterrado

temporariamente;

Inspecionar todos os dispositivos utilizados no aterramento

temporário antes de sua utilização;

Ligar o grampo de terra do conjunto de aterramento temporário

com firmeza à malha de terra e em seguida a outra extremidade

aos condutores ou equipamentos que serão ligados à terra,

utilizando equipamentos de isolação e proteção apropriados à

execução da tarefa (varas ou bastões de manobras por exemplo);

Obedecer aos procedimentos específicos de cada empresa;

Na rede de distribuição deve-se trabalhar, no mínimo, entre dois

aterramentos.

Para a especificação do Aterramento Temporário é necessário o

conhecimento das características técnicas de seus componentes e alguns dados

construtivos de projetos da instalação elétrica, tais como:

Nível de tensão;

Corrente máxima de curto-circuito;

Bitola máxima dos condutores;

Tipo de altura máxima das estruturas.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 110

Proteção dos Elementos Energizados Existentes na Zona

Controlada (Anexo I)

Consiste na isolação dos elementos energizados existentes na Zona

Controlada. Os equipamentos utilizados para realizar a proteção das partes vivas

são fabricados em materiais isolantes, possuem propriedades dielétricas

adequadas e tensão máxima de operação definida e são considerados EPC’s, tais

como: obstáculos, barreiras, invólucros, mantas isolantes, etc. Para manter as

propriedades ao longo do tempo destes equipamentos isolantes, deve-se

submetê-los periodicamente a um processo de limpeza de acordo com as

instruções do fabricante. Também precisam ser certificados e quando danificados

devem ser substituídos imediatamente.

ZONA DE RISCO 2.5.2.

É a área em torno do ponto da instalação energizado, cuja dimensão é

estabelecida de acordo com o nível de tensão do ponto energizado e conforme a

tabela do Anexo I da NR-10. A aproximação só é permitida a profissionais

autorizados mediante a adoção de técnicas e instrumentos de trabalhos

específicos.

ZONA CONTROLADA 2.5.3.

É a área em torno do ponto da instalação energizado, situada logo após a

Zona de Risco, cuja dimensão é estabelecida de acordo com o nível de tensão do

ponto energizado e conforme a tabela do Anexo I da NR-10

A aproximação às Zonas de Risco e Controlada só é permitida a

profissionais autorizados conforme estabelece os seguintes itens da norma NR-

10:

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 111

10.6.1. As intervenções elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts

em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente

podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece o item

10.8 desta Norma.

10.6.1.1 Os trabalhadores de que trata o item anterior devem receber

treinamento de segurança para trabalhos com instalações elétricas energizadas,

com currículo mínimo, carga horária e demais determinações estabelecidas no

Anexo II desta NR.

10.6.2 Os trabalhos que exigem o ingresso na Zona Controlada devem ser

realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias

previstas no Anexo I.

10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações

elétricas desenvolvidas em Zona Livre e na vizinhança da Zona Controlada,

conforme define esta NR, devem ser instruídos formalmente com conhecimentos

que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos e adotar as precauções

cabíveis.

Quando se faz a sinalização no piso, nas proximidades de um painel

elétrico, estes limites referem-se à situação em que o painel está aberto, e as

suas partes vivas tornam-se acessíveis. Uma vez fechado com a chave, e acesso

controlado, restrito a pessoas autorizadas, a zona livre vai até a barreira,

representada pela porta do painel.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 112

Faixa de tensão Nominal da

instalação elétrica em kV

Rr - Raio de delimitação

entre zona de risco e

controlada em metros

Rc - Raio de delimitação

entre zona controlada e livre

em metros

<1 0,20 0,70

e <3 0,22 1,22

e <6 0,25 1,25

e <10 0,35 1,35

e <15 0,38 1,38

e <20 0,40 1,40

e <30 0,56 1,56

e <36 0,58 1,58

e <45 0,63 1,63

e <60 0,83 1,83

e <70 0,90 1,90

e <110 1,00 2,00

e <132 1,10 3,10

e <150 1,20 3,20

e <220 1,60 3,60

e <275 1,80 3,80

e <380 2,50 4,50

e <480 3,20 5,20

e <700 5,20 7,20

DISTÂNCIAS NO AR QUE DELIMITAM RADIALMENTE AS ZONAS DE

RISCO, CONTROLADA E LIVRE, COM INTERPOSIÇÃO DE SUPERFÍCIE DE

SEPARAÇÃO FÍSICA ADEQUADA.

DISTÂNCIAS NO AR QUE DELIMITAM RADIALMENTE

AS ZONAS DE RISCO, CONTROLADA E LIVRE.

TABELA DE RAIOS DE DELIMITAÇÃO DE ZONAS DE RISCO, CONTROLADA E LIVRE

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 113

Instalação da Sinalização de Impedimento de Energização

O objetivo deste procedimento é adotar uma sinalização adequada de

segurança destinada à advertência e à identificação da condição de

desenergização e informações do responsável ou dos responsáveis (quando mais

de um trabalhador ou equipe atuam no mesmo equipamento, circuito e/ou

sistema).

As etiquetas, placas, ou cartões de sinalização do travamento ou bloqueio

devem ser adequadamente fixados nos cadeados ou bloqueadores dos

equipamentos ou circuitos desenergizados.

A remoção da sinalização de impedimento de energização somente poderá

ser realizada após a verificação da ausência de anormalidades ou conclusão da

manutenção (preventiva, preditiva ou corretiva). O trabalhador deverá remover

do local as ferramentas, utensílios e equipamentos, e por fim o dispositivo

individual de travamento e a etiqueta correspondente.

Após a inspeção geral e certificação da retirada de todos os travamentos,

cartões, etiquetas e bloqueios, os responsáveis pelos serviços providenciarão a

remoção dos conjuntos de aterramentos temporários (respeitando a ordem

inversa à de sua instalação) e adotarão os procedimentos de liberação do sistema

elétrico para operação.

PROCEDIMENTOS DE REENERGIZAÇÃO 2.5.4.

É o conjunto de procedimentos seqüenciados e controlados adotados ao

término dos serviços de manutenção preventiva, preditiva ou corretiva,

instalação, medição e/ou inspeção, com o objetivo de energizar (religar) o

equipamento e/ou circuito desenergizado, permitindo que o mesmo retorne ao

seu estado normal de operação. Segue abaixo o procedimento de reenergização

de acordo com a NR-10.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 114

10.5.2 O estado de instalação desenergizada deve ser mantido até a

autorização para reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a

seqüência de procedimentos abaixo:

a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;

b) Retirada da Zona Controlada de todos os trabalhadores não envolvidos

no processo de reenergização;

c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das

proteções adicionais;

d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização, e;

e) Destravamento, se houver, e religação dos dispositivos de

seccionamento.

Os procedimentos de desenergização e reenergização deverão ser

obedecidos, respeitados e executados em todas as intervenções elétricas nas

quais serão executadas as atividades de manutenção, instalação, medição e/ou

inspeção; cuja finalidade é garantir a saúde, segurança e integridade física do

trabalhador que atua direta ou indiretamente em instalações elétricas. Estes

procedimentos somente poderão ser alterados ou substituídos de acordo com o

item abaixo da NR-10.

10.5.3 As medidas constantes das alíneas apresentadas nos itens 10.5.1 e

10.5.2 podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função

das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado,

autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que

seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO 2.5.5.

O aterramento e a equipotencialização são fundamentais para a garantia do

funcionamento adequado dos sistemas de proteção contra choques elétricos.

A terra (solo) pode ser considerada um condutor por meio do qual a

corrente elétrica pode fluir, dispersando-se.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 115

O aterramento é a ligação elétrica intencional e de baixa impedância com a

terra. Consiste em algum tipo de contato das massas e elementos condutores

com o solo, de forma que todos os componentes do sistema de aterramento

possam estar no potencial mais próximo possível do solo. O principal objetivo do

aterramento em instalações elétricas é proteger os equipamentos, circuitos,

sistemas e as pessoas contra uma falta (curto-circuito, sobrecargas, descargas

atmosféricas, etc.) na instalação.

O sistema de aterramento também oferece um caminho seguro, controlado

e de baixa resistência em direção a terra para as correntes induzidas por

descargas atmosféricas. Abordaremos agora conceitos associados a aterramento:

Aterramento Direto

É a ligação intencional da carcaça de um equipamento elétrico com a terra,

utilizando apenas os condutores elétricos necessários.

Aterramento Indireto

Consiste na inserção intencional de um resistor ou reator, introduzindo uma

impedância no caminho da corrente à terra.

Cargas Estáticas

As cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças de

equipamentos devem ser conduzidas à terra pelo sistema de aterramento. Desta

forma, evita-se o choque por acúmulo de eletricidade estática.

Nas instalações elétricas são considerados três tipos de aterramento:

Aterramento Funcional

Ligação à terra de um dos condutores (geralmente o neutro), para o

funcionamento correto, seguro e confiável da instalação.

Aterramento de Proteção

Ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à

instalação, para proteção contra choques elétricos por contatos indiretos.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 116

Aterramento Temporário ou de Trabalho

O objetivo é permitir ações seguras de manutenção em partes da

instalação normalmente sob tensão, postas fora de serviço para esse fim. Trata-

se de um aterramento provisório.

De acordo com a Norma Regulamentadora NR-10 – capítulo 10.3.

Segurança em Projetos – observam-se os seguintes itens abaixo:

10.3.4. O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento,

a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção

e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da

eletricidade.

10.3.5. Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser

projetados dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de

eqüipotencialização e aterramento do circuito seccionado.

10.3.6. Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento

temporário.

TERMOS E DEFINIÇÕES 2.5.6.

Condutor de Aterramento

Condutor ou elemento metálico que faz a ligação elétrica entre a instalação

que deve ser aterrada e o eletrodo de aterramento.

Eletrodos de Aterramento

É o condutor ou o conjunto de condutores enterrados no solo, intimamente

ligados à terra para fazer um aterramento. Podendo-se ter uma simples haste

enterrada como várias hastes enterradas e interligadas, e diversos outros tipos

de condutores em diversas configurações.

Malha de Aterramento

Conjunto de condutores, interligados e enterrados no solo.

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P á g i n a | 117

Natureza do solo Resistividade (Ωm)Solos alagadiços / Pantanosos 5 a 30

Lodo 20 a 100

Húmus 10 a 150

Argila plástica 50

Margas e argilas compactas 100 a 200

Areia argilosa 50 a 500

Areia silicosa 200 a 3000

solo pedregoso nú 1500 a 3000

Solo pedregoso com relva 300 a 500

Calcáreos moles 100 a 400

Calcáreos compactos 1000 a 5000

Calcáreos fissurados 500 a 1000

Xisto 50 a 300

Micaxisto 800

Granito / Arenito 100 a 10000

Resistência de Aterramento (De Um Eletrodo)

Resistência ôhmica entre o eletrodo de aterramento e o terra de referência.

Sistema de Aterramento

Conjunto de todos os condutores e eletrodos de aterramento interligados

entre si,

assim como partes metálicas que atuem com a mesma função, tais como: pés de

torre, armadura de fundações, estacas metálicas e outros.

O solo é um meio geralmente heterogêneo, o valor de sua resistividade

varia de local para local em função do tipo, nível de umidade, profundidade das

camadas, idade de formação geológica, temperatura, salinidade e outros fatores

naturais, sendo também afetado por valores externos como contaminação e

compactação.

Os solos que contêm resíduos vegetais, os pantanosos e os situados no

fundo de vales e nas margens de rios apresentam resistividade mais baixa. Os

solos que apresentam maior resistividade são os arenosos, os rochosos e os

situados em locais altos e desprovidos de vegetação.

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P á g i n a | 118

ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN, TT, IT) 2.5.7.

De acordo com a norma brasileira NBR 5410/2004 são considerados os

seguintes esquemas de aterramento TN, TT, IT. Nas figuras abaixo observamos a

simbologia dos condutores utilizados nos esquemas de aterramento:

A simbologia utilizada na classificação dos esquemas de aterramento:

PRIMEIRA LETRA – Representa a situação da alimentação em

relação à terra.

T = um ponto diretamente aterrado;

I = isolação de todas as partes vivas em relação à terra ou

aterramento de um ponto através de uma impedância.

SEGUNDA LETRA – Representa a situação das massas em relação à

terra.

T = massas diretamente aterradas, independentemente do

aterramento eventual de um ponto da alimentação;

N = massas ligadas ao ponto da alimentação aterrado (em

corrente alternada, o ponto aterrado é normalmente o neutro);

Outras letras indicam a disposição do condutor neutro e do

condutor de proteção

S = funções de neutro e de proteção asseguradas por condutores

distintos;

C = funções de neutro e de proteção combinadas em um único

condutor (condutor PEN).

SIMBOLOGIA PARA ESQUEMAS DE ATERRAMENTO

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 119

Esquema TN

Possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, geralmente o

neutro, sendo as massas ligadas a esse ponto através de condutores de

proteção.

Esquema TN-S

Neste esquema o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos. O

condutor PE está sempre praticamente no mesmo potencial do aterramento da

fonte, ou seja, com tensão zero ou quase zero em toda a sua extensão.

Esquema TN-C

Neste esquema as funções de neutro e de proteção estão combinadas em

um único condutor, na totalidade do esquema. A tensão do condutor PEN junto

da carga não é igual a zero, porque existem correntes de carga (incluindo

harmônicas) e de desequilíbrio retornando pelo neutro, causando desta forma

quedas de tensão ao longo do condutor PEN. Portanto, as massas dos

equipamentos elétricos não estão no mesmo potencial do aterramento da fonte.

Sendo assim, sempre há uma diferença de potencial entre a mão e o pé do

operador que toca o equipamento elétrico. Outro perigo deste esquema é a perda

(ruptura) do condutor neutro (N), quando, instantaneamente, o potencial do

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 120

condutor de fase passa para a massa da carga, colocando em risco a segurança

humana.

Esquema TN-C-S

Neste esquema as funções de neutro e de proteção estão combinadas em

um único condutor em uma parte da instalação, e na outra parte da instalação o

condutor neutro e o condutor de proteção são distintos.

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P á g i n a | 121

Esquema TT

Este esquema possui um ponto da alimentação diretamente aterrado,

estando as massas da instalação ligadas a eletrodo(s) de aterramento

eletricamente distinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentação.

Neste esquema TT, a corrente de curto-circuito depende da qualidade do

aterramento da fonte de alimentação e da massa da instalaçção. Se o

aterramento não for de boa qualidade, a proteção pode não atuar ou demorar

muito para atuar, colocando em risco a segurança humana.

O esquema TT é geralmente utilizado quando a fonte de alimentação e a

carga estão muito distantes uma da outra.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 122

Esquemas IT

Neste esquema todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da

alimentação é aterrado através do uso de impedância (Z) de valor elevado,

normalmente na ordem de 1000 Ω a 2000 Ω entre o neutro do enrolamento de

baixa tensão (BT) do transformador e a terra.

Muitas indústrias utilizam o esquema IT em alguns dos seus setores, no

qual o valor da impedância (Z), é constituída por uma reatância projetada cuja

finalidade é que a corrente de curto-circuito para a primeira falta fase-massa,

seja limitada a um baixo valor (por exemplo 5 A). Neste caso não existe a

necessidade de desligar o circuito, aciona-se apenas a equipe de manutenção; e

esta por sua vez pode programar seu serviço para um horário mais adequado, e

a produção do setor industrial (processos metalúrgicos, salas cirúrgicas, etc.)

continua normalmente.

As massas da instalação são aterradas, de acordo com as seguintes

possibilidades:

Massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da

alimentação, quando existente;

Massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento próprio(s), seja

porque não há eletrodo de aterramento da alimentação, seja porque

o eletrodo de aterramento das massas é independente do eletrodo de

aterramento da alimentação.

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O neutro pode ser ou não distribuído.

ESQUEMAS IT MÉDICO 2.5.8.

Nos Estados Unidos por volta de 1973, foi

proposta a adoção de um sistema isolado para

fornecimento de energia elétrica em salas de cirurgia.

Este sistema ficou conhecido como sistema IT e está

normalizado pelo IEC 60364-7-710 Ed. 1.0 b –

“Electrical Installations of Buildings – Requirements for

Special Installations or Locations – Medical Locations,

Part 710.413.1.5”, 2002.

A NBR13534 em sua 2° edição vigente a partir

de 28/07/2008 especifica os equipamentos do

esquema IT Médico. Os locais médicos do Grupo 2 (salas cirúrgicas, UTIs, salas

de procedimentos invasivos como os intracardíacos, de emergência, de

hematologia entre outras) devem ter esquema de aterramento IT. Este sistema

tem como principal função impedir que a primeira falha interrompa o

fornecimento de energia elétrica durante a cirurgia.

O sistema IT também foi proposto para que a primeira falha não produzisse

centelha elétrica, capaz de inflamar os gases produzidos pela evaporação de

anestésicos, muito utilizados em 1973.

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Cada conjunto de locais destinados à mesma função deve ser provido ao

menos de um esquema IT Médico exclusivo. É recomendado que cada sala

cirúrgica seja provida de um esquema IT Médico exclusivo. Em UTIs o limite de

potência do transformador determina o número de leitos a serem alimentados e

desta forma o número do esquema IT Médico para supervisão.

No sistema IT em que os condutores de alimentação não possuem tensão

elétrica referenciada ao terra, um contato acidental F1 com o Terra não

provocaria nenhuma faísca. Mantido este contato acidental de F1 com o Terra,

uma segunda falha, colocando F2 em contato com outro ponto aterrado,

provocaria a faísca e o desligamento da alimentação, feito pelos disjuntores. Para

aumentar a segurança deste sistema IT, foi adicionado ao transformador isolador

um Dispositivo de Supervisão de Isolamento, DSI, capaz de avisar por alarme

sonoro, quando a resistência elétrica entre F1, ou F2 e o aterramento diminui

abaixo de um valor selecionado, normalmente 50 KΩ. Atualmente, vários países

adotam o sistema IT de forma obrigatória.

O esquema IT Médico é formado pelos seguintes equipamentos:

Transformador de Separação (trafo isolador);

Dispositivo Supervisor de Isolamento (DSI);

Anunciador de alarme e teste;

Equipamentos para localização de falhas.

A potência de cada transformador de separação não deve ser maior que

10KVA.

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ATERRAMENTO DE PROTEÇÃO 2.5.9.

Consiste na ligação à terra das massas e dos elementos condutores

estranhos à instalação, e possui os seguintes objetivos:

Limitar o potencial entre massas, entre massas e entre elementos

condutores estranhos à instalação, e entre os dois e a terra, a um

valor seguro sob condições normais e anormais de funcionamento.

Proporcionar às correntes de falta um caminho de retorno para

terra de baixa impedância, de modo que o dispositivo de proteção

possa atuar adequadamente.

ATERRAMENTO TEMPORÁRIO 2.5.10.

O aterramento de trabalho (ou temporário) tem como objetivo permitir

ações seguras de manutenção em partes da instalação normalmente sob tensão,

postas fora de serviço para esse fim. Trata-se de um aterramento provisório. O

emprego do aterramento temporário se deve também aos riscos existentes de

uma energização acidental, onde os fatores mais comuns são:

Erros de manobra, como a abertura da chave seccionadora errada

por desorientação do eletricista ou responsável, etc.;

Contato acidental com outro circuito energizado;

Tensão induzida, como a indução eletromagnética por circuitos

duplos e longos (circuitos próximos);

Descargas atmosféricas;

Falhas na isolação;

Fontes de alimentação de terceiros, como a ligação de geradores

particulares em paralelo com a rede desenergizada.

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CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E FUNCIONAIS 2.5.11.

Elementos do conjunto de aterramento e curto-circuitamento temporário:

Vara ou Bastão de Manobra

Destinado a garantir o isolamento necessário as operações de colocação e

retirada do conjunto na rede de energia elétrica.

Grampos de Condutores

Estabelece a conexão dos demais itens do conjunto com os pontos a serem

aterrados.

Grampo de Terra

Estabelece a conexão dos demais itens do conjunto com o ponto de terra,

trado, estrutura metálica, etc.

Trapézio de Suspensão

Permite a elevação simultânea à linha a ser aterrada e estabelece a

conexão dos cabos de interligação das fases.

Cabos de Aterramento

É através dele que fluem as eventuais correntes que possam surgir

acidentalmente no sistema.

Trado de Aterramento

É utilizado para estabelecer a ligação dos demais elementos do conjunto

com o solo visando a obtenção de uma baixa resistência de terra.

Estojo de Acondicionamento

Para manter o conjunto de aterramento e curto-circuitamento temporário

em perfeitas condições, pronto para ser utilizado com segurança quando for

necessário, exige-se o mínimo de cuidado com o seu manuseio e transporte.

Hoje encontramos no mercado basicamente dois tipos de conjunto de

aterramento e curto-circuitamento temporário os quais se diferem basicamente

em ter ou não o grampo de conexão ao neutro, ou em seu lugar o trapézio tipo

sela.

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ESPECIFICAÇÃO DO CONJUNTO DE ATERRAMENTO E 2.5.12.

CURTO-CIRCUITAMENTO TEMPORÁRIO

Para especificar o conjunto de aterramento e curto-circuitamento

temporário, além da necessidade do conhecimento das características técnicas de

seus componentes, também devemos conhecer alguns detalhes fundamentais da

instalação elétrica onde o mesmo será utilizado:

Nível de tensão;

Corrente máxima de curto-circuito;

Bitola máxima dos condutores;

Tipo de altura máxima das estruturas;

Distância máxima entre fases e fase central ao neutro.

LIGAÇÃO EQUIPOTENCIAL 2.5.13.

Um bom aterramento ainda não é capaz de impedir que a corrente elétrica

circule por elementos condutores metálicos estranhos à ligação elétrica, tais

como: peças metálicas da estrutura de construção, chassis de alumínio, vigas de

aço, canalizações metálicas do edifício (água, gás, aquecimento central, ar

condicionado, etc...). A ligação equipotencial liga entre eles e à terra todas as

partes condutoras acessíveis da construção e todas as canalizações de gás, água

e aquecimento. O objetivo da ligação equipotencial é evitar diferenças de

potencial perigosas, ou seja, entre massas e entre massas e os elementos

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condutivos estranhos à instalação, contribuindo assim com a segurança das

pessoas e permitindo o correto funcionamento dos equipamentos elétricos.

Para haver equipotencialização numa edificação, é necessário que todos os

aterramentos (condutor de proteção, neutro, terra da instalação telefônica, capas

metálicas de cabos, tubulações matálicas de água e eletrodutos, etc..) sejam

interligados. A barra PE do quadro de distribuição principal da edificação pode

acumular a função de BEP (Barramento de Equipotencialização principal), através

do qual todos os elementos relacionados a um sistema de aterramento, possam

ser conectados direta ou indiretamente.

Também existem ligações

equipontenciais suplementares, como à

casa de banho (locais contendo banheiras

ou chuveiros). A ligação equipotencial

suplementar tem como finalidade a

equipotencialização de todos os

elementos condutores da casa de banho e

a limitação da tensão de contato a um

valor não perigoso.

Esta ligação deve ser conectada ao condutor de proteção do circuito que

alimenta a casa de banho.

A equipotencialização de proteção, ou seja, a realização de ligações

equipotenciais tem geralmente uma ligação referida como ligação equipotencial

principal e as ligações equipotenciais adicionais são geralmente referidas como

ligações equipotenciais locais.

A ligação equipotencial principal é aquela associada ao terminal de

aterramento principal (TAP), ao qual se conectam as tubulações metálicas de

serviços e utilidades, o mais próximo possível do ponto em que ingressam na

edificação, e das estruturas metálicas e outros elementos condutivos que

integram a edificação.

As ligações equipotenciais locais são aquelas destinadas a constituir um

ponto de referência, de forma que a ocorrência de uma falta, seu potencial possa

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ser considerado como praticamente equivalente ao da ligação equipotencial

principal.

O condutor para equipotencialização principal deve ter no mínimo a metade

da secção do condutor de proteção de maior secção e no mínimo:

6 mm2 (Cobre);

16 mm2 (Alumínio);

50 mm2 (Aço).

EQUIPOTENCIALIZAÇÃO EM LINHAS VIVAS 2.5.14.

Método ao Potencial

Método pelo qual o trabalhador faz contato direto com a tensão da linha de

transmissão (69 KV a 750 KV), permanecendo no mesmo potencial da rede

elétrica. Para garantir a segurança do trabalhador durante a execução da

manutenção é importante o emprego de medidas de segurança que garantam o

mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, como a utilização de

vestimentas condutivas (roupas, botas, luvas, capuzes), ligadas através de cabo

condutor elétrico e cinto a rede objeto da atividade. É necessário treinamentos e

capacitação específicos dos trabalhadores para tais atividades.

MANUTENÇÃO EM LINHA DE TRANSMISSÃO ENERGIZADA DE

500 KV MANUTENÇÃO DE ISOLADORES EM LINHA DE 500KV

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Seccionamento Automático da Alimentação

10.2.8 Medidas de Proteção Coletiva

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no

subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais

como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de

seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.

10.3 Segurança em Projetos

10.3.1. É obrigatório que os projetos de instalações elétricas especifiquem

dispositivos de desligamento de circuitos que possuem recursos para

impedimento de reenergização, para sinalização de advertência com indicação da

condição operativa.

10.3.2. O projeto elétrico, na medida do possível, deve prever a instalação

de dispositivo de seccionamento de ação simultânea, que permita a aplicação de

impedimento de reenergização do circuito.

O Seccionador automático é um equipamento destinado para a interrupção

automática de circuitos, abrindo seus contatos quando o circuito é desenergizado

por um equipamento de proteção situado à sua retaguarda e equipado com

dispositivo para religamento automático.

O seccionamento automático de alimentação é o princípio de proteção

contra choques por contatos indiretos, que consiste em seccionar um circuito de

forma automática pela ação de um dispositivo de proteção (disjuntores, fusíveis,

chaves facas, chaves fusíveis, etc...). É um método utilizado como proteção para

impedir contato entre parte viva e a massa ou parte viva e o condutor de

proteção, se originem tensões entre massas e terra, superiores ao limite

denominado máxima tensão de contato permissível com duração superior a

tempos pré determinados.

O uso deste princípio de proteção depende dos esquemas de aterramento

(TN, TT, IT), das influências externas dominantes (umidade,...), da existência de

proteções adicionais. (NBR 5410/2005 item 5.1.2.2.4).

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As proteções adicionais correspondem a equipotencialização suplementar

ou o uso de dispositivos de proteção a corrente diferencial-residual (DR) com

corrente diferencial residual igual ou inferior a 30mA. Estes dispositivos não

constituem uma proteção completa e não dispensam o emprego de outra medida

de proteção contra contatos diretos, porém são obrigatórios quando os circuitos

alimentam equipamentos utilizados em locais externos às edificações ou locais

sujeitos à umidade.

Princípio de Funcionamento do Seccionador

O seccionador é um equipamento construído basicamente de um elemento

sensor de sobrecorrentes e de um mecanismo para contagem de desligamentos

do equipamento de retaguarda, além de contatos e de dispositivos para

travamento na posição “aberto”.

Ocorrendo uma sobrecorrente no circuito passando através do seccionador,

cujo valor seja igual ou maior à corrente de acionamento, o equipamento é

armado e preparado para a contagem. Inicia-se a contagem quando a corrente

que circula por ele é interrompida pelo equipamento de retaguarda ou cai abaixo

de um determinado valor . Após certo número dessas ocorrências, que

corresponde ao ajuste do equipamento, ele abre os contatos e permanece

travado na posição “aberto”, isolando assim o trecho com falha.

CHAVES FUSÍVEIS 2.5.15.

São dispositivos automáticos de manobra (conexão e desconexão), que na

ocorrência de uma sobrecorrente (corrente acima do valor projetado) promove a

fusão do elo metálico fundível (fusível), e consequentemente a abertura elétrica

do circuito. Sendo assim, quando o elo fusível se funde (queima) o trecho do

circuito é desligado.

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Normalmente em redes de distribuição elétrica estão instalados em

cruzetas. Também permitem a abertura mecânica, devendo ser operadas por

dispositivo de manobra, exemplo vara de manobra.

CHAVES FACAS 2.5.16.

São dispositivos que permitem a conexão e desconexão mecânica do

circuito. A chave seccionadora ou chave faca (a lâmina de contato lembra uma

faca) é um dispositivo destinado a isolar (seccionar) partes de circuitos elétricos.

As lâminas são fabricadas em cobre eletrolítico, fixadas rigidamente uma em

relação a outra e dimensionadas para resistir aos esforços eletromecânicos.

Para sua abertura, seccionamento com carga, é obrigatório o uso do

equipamento Load Buster e do equipamento de proteção individual (luvas

isolantes, mangas isolantes) para evitar que ao surgir o arco elétrico este possa

lesionar o eletricista. Para seu fechamento são utilizados a vara de manobra.

Geralmente estão instaladas em cruzetas e são utilizadas em redes de

distribuição e transmissão de energia elétrica.

Observação: Load Buster é uma ferramenta portátil para abertura sob

carga original, fácil de usar em seccionadores, corta-circuitos, chaves fusíveis e

limitadores de fusíveis. Esta ferramenta reduz os custos de instalação e

operação. Não há necessidade de interruptores de carga em cada dispositvo. Esta

ferramenta robusta e confiável realiza a interrupção sem formar arco elétrico

externo, e atende aos requisitos da OSHA para a abertura de circuitos sob carga.

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DISPOSITIVO DIFERENCIAL RESIDUAL (DR) 2.5.17.

A Norma Brasileira de Instalações Elétricas ABNT NBR 5410 torna a

instalação do Dispositivo Diferencial Residual (DR) obrigatória nos alimentadores

de áreas perigosas tais como: banheiros, cozinhas, áreas externas de

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residências, prédios públicos, shoppings, supermercados, hotéis e outras

instalações públicas e privadas.

Um fio (condutor) desencapado, uma tomada ou interruptor com defeito,

mau isolamento em aparelhos ou eletrodomésticos, o registro do chuveiro, o

painel da máquina de lavar ou a porta da geladeira, podem tornar-se causas de

eletroplessão e colocar em risco a saúde e segurança de pessoas e bens

patrimoniais. O dispositivo DR atua em qualquer uma destas situações, sempre

que uma fuga de corrente à terra coloque em risco vidas humanas e bens

patrimoniais. As correntes de fuga podem provocar aumento do consumo de

energia, aquecimento da isolação, destruição da isolação e até mesmo incêndios

nas instalações elétricas.

O disjuntor diferencial DR é um

dispositivo de proteção e seccionamento

mecânico destinado a provocar a abertura

dos próprios contatos quando ocorre uma

corrente de fuga à terra. O circuito

protegido por este dispositivo necessita de

uma proteção contra sobrecarga e curto

circuito que pode ser realizada pelo uso

associado a um disjuntor ou fusível. Quando associado a um disjuntor

termomagnético, adiciona a este a proteção diferencial residual, ou seja, esta

associação permite a atuação do disjuntor quando ocorrer uma sobrecarga, curto

circuito ou corrente de fuga à terra. A sua utilização é recomendada para

instalações elétricas nas quais a corrente de curto circuito for elevada.

Os Dispositivos DR, Módulos DR ou Disjuntores DR de corrente nominal

residual até 30mA, são destinados à proteção de pessoas, enquanto os de

correntes nominais residuais de 100mA, 300mA, 500mA, 1000mA ou superiores

a estas, são destinados apenas a proteção patrimonial contra os efeitos causados

pela corrente de fuga à terra, assim como consumo excessivo de energia elétrica

ou incêndios.

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Princípio de Funcionamento do Dispositivo Diferencial

Residual (Dr)

O interruptor DR tem como função medir permanentemente a soma

vetorial das correntes que percorrem os condutores de um circuito elétrico.

Quando um circuito elétrico funciona em perfeitas condições (sem problemas) a

soma vetorial das correntes é praticamente nula. Ocorrendo falha de isolamento

em um equipamento alimentado por este circuito, surgirá então uma corrente de

falta à terra. Neste caso, a soma vetorial das correntes nos condutores

monitorados pelo DR não será mais nula e o dispositivo detecta esta diferença de

corrente.

Quando uma pessoa faz contato com a parte energizada (viva) de um

circuito, ocorre a circulação de corrente pelo corpo desta pessoa (corrente de

fuga), neste caso, a soma vetorial das correntes do circuito protegido pelo DR

não será nula. O dispositivo DR detecta esta diferença de correntes como se

fosse uma corrente de falta à terra.

O dispositivo diferencial residual (DR) possui internamente jogos de

contato, mecanismo de acionamento manual, um transformador de corrente com

núcleo toroidal, um enrolamento de detecção, um sistema mecânico de disparo e

outro de teste de funcionamento do próprio DR.

As correntes do circuito protegido pelo dispositivo DR estarão sempre

circulando pelo transformador de corrente do DR, ocorrendo fuga de corrente à

terra, o campo magnético resultante é diferente de Zero e é detectado pelo

enrolamento de detecção que aciona o sistema de disparo responsável pela

abertura dos contatos elétricos, interrompendo (seccionando) o circuito

monitorado pelo DR.

Instalação

O disjuntor DR é facilmente instalado diretamente no quadro de

distribuição de energia elétrica. O DR deve ser instalado em série, logo após o

disjuntor principal e antes dos disjuntores de distribuição.

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Para facilitar a detecção do defeito, aconselha-se proteger cada aparelho

com dispositivo diferencial. Quando isto não for viável, deve-se separar por

grupos que possuam características semelhantes.

Exemplo: circuito de tomadas, circuito de iluminação, etc.

Aplicações

De acordo com a NBR 5410:2005, a utilização dos dispositivos diferenciais

residuais é obrigatória nos circuitos elétricos:

Que sirvam a pontos de utilização situados em locais contendo

banheira ou chuveiro;

Que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à

edificação;

De tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam

vir a alimentar equipamentos no exterior;

Que, em locais de habitação, sirvam a pontos de utilização

situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de

serviço, garagens e demais dependências internas molhadas em

uso normal ou sujeitas a lavagens;

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Em edificações não-residenciais, sirvam a pontos de tomada

situados em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de

serviço, garagens, e, no geral, em áreas internas molhadas em

uso normal ou sujeitas a lavagens.

EXTRA-BAIXA TENSÃO 2.5.18.

Tensão não superior a 50 V em corrente alternada ou 120 V em corrente

contínua, entre fases ou entre fases e terra. Não apresentam maiores riscos a

vida humana, caracterizam-se, por um risco menor de formação de arco elétrico

no ar, mas ainda assim são passíveis de danificar equipamentos eletro-

eletrônicos, sendo assim, faz-se necessário o uso de equipamentos de proteção e

aterramento adequados a instalação elétrica.

De acordo com a NR-10 em seu item 10.14.6 Esta norma não é aplicável a

instalações elétricas por extra-baixa tensão.

BARREIRAS E INVÓLUCROS 2.5.19.

De acordo com NR-10 em seu item 10.2.8.2.1 Na impossibilidade de

implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas

outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas,

obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de

alimentação, bloqueio do religamento automático.

Barreiras e invólucros são dispositivos que imopedem qualquer contato com

partes energizadas das instalações elétricas, o objetivo é proteger e evitar que

pessoas e animais toquem acidentalmente as partes energizadas (partes vivas).

As barreiras devem ser resistentes, de boa durabilidade e seguramente

fixadas, tendo como fator de referência o ambiente em que estão inseridas, só

podendo ser retiradas com chaves e ferramentas apropriadas.

Exemplo: Telas de proteção com parafusos de fixação, tampas de painéis,

etc.

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As partes vivas devem ser confinadas no inerior de invólucros ou atrás de

barreiras que garantam grau de proteção. Quando o invólucro ou barreira

compreender superfícies superiores, horizontais, que sejam diretamente

acessíveis, elas devem garantir grau de proteção mínimo.

As barreiras e invólucros devem satisfazer a NBR IEC 60529:2005, norma

que define condições exigíveis aos graus de proteção providos por invólucros de

equipamentos elétricos e especifica os ensaios de tipo para verificação das várias

classes de invólucros.

Quando for necessário remover as barreiras, abrir os invólucros ou remover

partes dos invólucros, esta ação só deve ser possível:

Com a ajuda de chave ou ferramenta, ou;

Após desenergização das partes vivas protegidas pelas barreiras

ou invólucros em questão, sendo que a tensão só poderá ser

restabelecida após colocação das barreiras ou invólucros, ou;

Se houver ou for imposta uma segunda barreira, entre a barreira

ou parte a ser removida e a parte viva, exigindo-se ainda que esta

segunda barreira apresente grau de proteção no mínimo IPXXB ou

IP2X, impeça qualquer contato com

as partes vivas e só possa ser

removida com uso de chave ou

ferramenta.

BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS 2.5.20.

Os dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou

religamento de dispositivos de manobra (chaves, interruptores, disjuntores,

etc.), mantendo-os por meios mecânicos fixos numa mesma posição. Geralmente

são utilizados cadeados. Estes dispositivos devem possibilitar mais de um

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bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, para trabalhos simultâneos

de mais de uma equipe de manutenção.

O bloqueio e impedimento de reenergiação deve ser sinalizada por um

sistema de identificação que contenha no mínimo o nome do profissional

responsável, data, setor de trabalho e a motivação do bloqueio.

Em sistemas elétricos de potência (SEP) deve-se ter especial cuidado com

um dispositivo conhecido como religador, pois este dispositvo tem a função de

religar a energia de um determinado circuito (normalmente de distribuição de

energia elétrica) na ocorrência de um seccionamento (desligamento) por

qualquer motivo. Este tipo de religamento foi inserido em redes de distribuição

de energia para que em situações de acidentes (galhos de árvores, animais,

entre outros) não mantivesse o circuito seccionado até a chegada da equipe de

manutenção. O religador realiza várias tentivas de reenergização do circuito (o

número de vezes é programado por um profissional) até esgotarem as tentativas

programadas. Portanto, em sistemas elétricos de potência (SEP) onde há

religadores (normalmente em linha viva) é necessário realizar o bloqueio do

religador para evitar acidentes devido a reenergização. Essa ação é também

denominada bloqueio do sistema de religamento automático.

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OBSTÁCULOS E ANTEPAROS 2.5.21.

Os obstáculos e anteparos são destinados a impedir contatos acidentais

com partes vivas, mas não o contato que pode resultar de uma ação voluntária

de ignorar o obstáculo.

Os obstáculos podem ser removidos sem o auxílio de ferramentas ou

chaves, devem ser fixados de modo a impedir qualquer remoção involuntária.

A NBR 5410/2004 admite uma proteção parcial contra choques elétricos,

mediante o uso de obstáculos e/ou colocação fora de alcance, em locais

acessíveis somente a pessoas advertidas (BA4 – tabela 18) ou qualificadas (BA5

– tabela 18).

ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS 2.5.22.

São dispositivos construídos com materiais isolantes (não condutores de

eletricidade) cuja função é isolar condutores ou partes da estrutura que estão

energizadas (partes vivas), para que os serviços possam ser executados com

efetivo controle dos riscos pelo trabalhador. O isolamento deve ser compatível

com o nível de tensão da instalação elétrica. Estes dispositivos devem ser

inspecionados a cada uso e bem acondicionados para evitar acumulo de sujeira e

umidade, que possam comprometer a isolação e torná-los condutivos. Também

devem ser submetidos a testes anualmente.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA 2.5.23.

A isolação de equipamentos elétricos é realizada por meio de materiais

dielétricos que isolam eletricamente o equipamento. A isolação é necessária

devido a riscos de choques elétricos por contatos diretos e contatos indiretos.

Os tipos de isolação utilizados em equipamentos/componentes elétricos

são:

Isolação Básica – é a isolação aplicada a partes vivas para

assegurar a proteção contra choques elétricos;

Isolação Suplementar – é a isolação adicional e independente da

isolação Básica, destinada a assegurar a proteção contra choques

elétricos no caso de falha da isolação Básica;

Isolação Dupla – é a isolação composta por uma isolação Básica e

uma isolação Dupla;

Isolação Reforçada – é uma isolação única, mas não,

necessariamente, homogênea aplicada sobre as partes vivas, que

tem propriedades elétricas equivalente às de uma isolação dupla.

A proteção por isolação dupla ou reforçada se faz por meio da utilização de

uma segunda camada de isolação com a finalidade de suplementar aquela já

normalmente utilizada, separando desta forma as partes vivas (partes

energizadas) do aparelho de sua parte metálica.

Normalmente, este tipo de proteção é utilizado em

equipamentos portáteis tais como: furadeiras, lixadeiras, etc.

Estes equipamentos por serem empregados em diversos locais e

condições de trabalho, incluindo suas próprias características,

requerem outro sistema de proteção, que permita uma

confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento

elétrico.

Os equipamentos que possuem este tipo de proteção são identificados

através da seguinte simbologia: um quadrado dentro de outro quadrado. Este

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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símbolo normalmente é impresso de forma visível na superfície externa do

equipamento.

De acordo com a norma internacional IEC 61140 (Protection against

electric shock – Commom aspects for installation and equipament) os

equipamentos são classificados quanto a proteção contra os choques elétricos,

classes.abaixo.

Equipamento Classe 0

É o equipamento na qual a proteção contra os choques elétricos depende

exclusivamente da Isolação Básica, não sendo previstos meios para ligar as

massas (partes metálicas) ao condutor de proteção da instalação, dependendo a

proteção, em caso de falha da Isolação Básica, exclusivamente do meio

ambiente. Exemplo: eletrodomésticos portáteis, tais como: liquidificadores,

ventiladores, televisores, rádios portáteis, etc.

Equipamento Classe I

É o equipamento na qual a proteção contra choques elétricos não depende

exclusivamente da Isolação Básica, mas inclui uma precaução adicional de

segurança sob a forma de meios de ligação das massas ao Condutor de Proteção

(PE) da instalação, de forma que essas massas não possam causar perigos em

caso de falha na Isolação Básica. Os cabos de ligação destes equipamentos

devem possuir um condutor de Proteção. Exemplo: fornos, máquinas de lavar

roupas, geladeiras.

Equipamento Classe II

É o equipamento cuja proteção contra choques elétricos não depende

exclusivamente da Isolação Básica, mas inclui precauções adicionais de

segurança tais como Isolação Dupla ou Reforçada, não havendo meios de

aterramento de proteção e não depende de condições de instalação.

Equipamento De Classe III

É o equipamento no qual a proteção contra choques elétricos é baseada na

ligação do equipamento a uma instalação de extra-baixa tensão de segurança de

segurança. Exemplo: Banheiras de Hidromassagem.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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Os aparelhos elétricos utilizados em

instalações elétricas de extra-baixa tensão de

segurança podem ser alimentados por um

transformador separador de segurança. A Norma

Brasileira ABNT NBR 5410, estabelece que a extra-

baixa tensão em Corrente Alternada (CA) deverá

ser menor ou igual a 50 V. No entanto, podem ser

exigidos valores inferiores, particularmente quando os equipamentos possam ser

utilizados sob condições de baixa resistência elétrica do corpo humano. Em

banheiros, esta tensão não deve ultrapassar a 12 Volts. Os plugs e tomadas

devem ser exclusivos para esta extra baixa-baixa tensão.

COLOCAÇÃO FORA DE ALCANCE 2.5.24.

A colocação fora de alcance é somente destinada a impedir os contatos

involuntários com as partes vivas. Quando houver espaçamento este deve ser

suficiente para evitar que pessoas circulando nas proximidades das partes vivas

possam entrar em contato com essas partes, seja diretamente ou por intermédio

de objetos que elas manipulem ou transportem.

Trata-se das distâncias mínimas para serem obedecidas nas passagens

destinadas a operação e/ou manutenção, quando

for assegurada a proteção parcial por meio de obstáculos.

Partes simultaneamente acessíveis que apresentem potenciais diferentes

devem se situar fora da zona de alcance normal. Considera-se que duas partes

são simultaneamente acessíveis quando o afastamento entre elas não ultrapassa

2,50m.

Caso haja obstáculo (por exemplo, tela) em espaços nos quais for prevista

normalmente a presença ou circulação de pessoas, limitando a mobilidade no

plano horizontal, a demarcação na zona de alcance normal deve ser feita a partir

deste obstáculo.

FIGURA 2.72 COLOCAÇÃO FORA DO ALCANCE

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No plano vertical, a delimitação da zona de alcance normal deve observar

os 2,50m da superfície S (superfície onde postam ou circulam pessoas)

independentemente da existência de qualquer obstáculo com grau de proteção

das partes vivas.

Horizontal – Além do piso: 1,25m;

Horizontal – Sob o piso: 0,75m;

Vertical – Acima do piso: 2,5m

Vertical – Abaixo do piso: 1,25m

SEPARAÇÃO ELÉTRICA 2.5.25.

Uma das medidas de proteção contra choques elétricos prevista na NBR

5410:2004 é a chamada “separação elétrica”, que se traduz pelo uso de um

transformador de separação cujo circuito secundário é isolado (nenhum condutor

vivo aterrado, inclusive neutro).

Lembrando ainda que pelas disposições da norma a(s) massa(s) do(s)

equipamento(s) alimentado(s) não deve(m) ser aterrada(s) e nem ligada(s) a

massas de outros circuitos e/ou a elementos condutivos estranhos à instalação,

embora o documento exija que as massas do circuito separado (portanto, quando

a fonte de alimentação alimenta mais de um equipamento) sejam interligadas

por mais de um condutor PE próprio de equipotencialização.

As salas cirúrgicas de hospitais constituem um exemplo de instalações que

possuem separação elétrica, em que o sistema também é isolado, usando-se

igualmente um transformador de separação, mas todos os equipamentos por ele

alimentados tem a sua massa aterrada.

Existem diversos mecanismos de separação elétrica para evitar condução

indevida, indução ou curto circuito em partes energizadas; quanto maior for a

corrente, mais robusta deverá ser a capacidade de isolação do elemento

separador.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 147

NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS E REGULAMENTAÇÕES DO 2.6.

MTE

No Brasil as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto

Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (INMETRO). Essas

normas são um resultado de ampla discussão de profissionais e instituições,

comissões e comitês. A sigla NBR que antecede o número de muitas normas

significa Norma Brasileira Registrada.

A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de

normalização, composto de entidades nacionais, regionais e internacionais. Para

atividades com eletricidade, há diversas normas, abrangendo quase todos os

tipos de instalações e produtos.

NBR 5410:2004 2.6.1.

A NBR 5410:2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão fixa as condições

a que devem satisfazer as instalações elétricas aqui estabelecidas, a fim de

garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais

domésticos e a conservação dos bens.

Esta norma aplica-se às instalações elétricas alimentadas sob uma tensão

nominal igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada, com frequência inferior

a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente contínua. Sua aplicação é considerada a

partir da origem da instalação, observando-se que:

a origem de instalações alimentadas diretamente por rede de distribuição

pública em baixa tensão corresponde aos terminais de saída do dispositivo geral

de comando e proteção; no caso excepcional em que tal dispositivo se encontre

antes do medidor, as origens corresponde aos terminais de saída do medidor;

A origem de instalações alimentadas por subestação de transformação

corresponde aos terminais de saída do transformador se a subestação possuir

vários não ligados em paralelo, a cada transformador corresponderá uma origem,

havendo tantas instalações quantos forem os transformadores;

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Nas instalações alimentadas por fonte própria de energia em baixa tensão,

a origem é considerada a incluir a fonte como parte da instalação.

Observação: Esta norma não se aplica a sistemas de distribuição em baixa

tensão limitando-se assim as instalações após a medição da concessionária

Esta norma aplica-se às instalações elétricas de:

Edificações residenciais;

Edificações comerciais;

Estabelecimentos de uso público;

Estabelecimentos industriais;

Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;

Edificações pré-fabricadas;

Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento

(campings), marinas e instalações análogas;

Canteiro de obras, feiras, exposições e outras instalações

temporárias.

Esta norma aplica-se a instalações novas e a reformas em instalações já

existentes alimentadas com tensão até 1000 V.

NBR 14039:2005 2.6.2.

A NBR 14039:2005 – Instalações Elétricas de Média Tensão fixa os

métodos de projeto e execução de instalações elétricas de média tensão, com

tensão nominal de 1,0 KV a 36,2 KV, à frequência industrial, de modo a garantir

segurança e continuidade de serviço.

Sua aplicação é considerada a partir de instalações alimentadas pela

concessionária, o que corresponde ao ponto de entrega definido através da

legislação vigente emanada da ANEEL. Esta norma também se aplica às

instalações alimentadas por fonte própria de energia em média tensão.

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P á g i n a | 149

Esta norma abrange as instalações de geração, distribuição e utilização de

energia elétrica, sem prejuízos das disposições particulares relativas aos locais e

condições especiais de utilização constantes das respectivas normas. As

instalações especiais tais como, marítimas, de tração elétrica, de usinas,

pedreiras, luminosas com gases (neônio e semelhantes), devem obedecer, além

da presente Norma, às normas específicas aplicáveis em cada caso.

Esta Norma não se aplica:

As instalações elétricas de concessionárias do serviço de geração,

transmissão e distribuição de energia elétrica no exercício de suas funções em

serviços de utilidades públicas;

As instalações de cercas eletrificadas;

A manutenção em linha viva.

As prescrições desta Norma constituem as exigências mínimas a que

devem obedecer as instalações vizinhas ou causar danos a pessoas e animais e a

conservação dos bens e do meio ambiente.

Esta Norma aplica-se às instalações novas, às reformas em instalações

existentes e às instalações de caráter permanente ou temporário.

NBR 5419:2005 2.6.3.

A NBR 5419:2005 - Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas

fixa as condições de projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção

contra descargas atmosféricas (SPDA), para proteger as edificações e estruturas

definidas em 1.2 contra a incidência direta dos raios. A proteção se aplica

também contra a incidência direta dos raios sobre os equipamentos e pessoas

que se encontrem no interior destas edificações e estruturas ou no interior da

proteção impostas pelo SPDA instalado.

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P á g i n a | 150

NBR 13534:2008 2.6.4.

Na NBR 13534:2008 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Requisitos

Específicos para Instalação em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde aplica-se

o disposto na ABNT NBR 5410, com as seguintes exceções: Adicionar: Os

requisitos específicos desta Norma aplicam-se a instalações elétricas em

estabelecimentos assistenciais de saúde, visando garantir a segurança dos

pacientes e dos profissionais de saúde.

Nota 1 – Quando a utilização de um local médico for alterada, em particular

com a introdução de procedimentos mais complexos, deve-se adequar a

instalação elétrica existente à alteração promovida, de acordo com os requisitos

desta Norma. Essa é uma questão ainda mais crítica se envolver procedimentos

intracardíacos e de sustentação de vida de pacientes.

Nota 2 – Quando aplicável, esta Norma, pode ser utilizada em clínicas

veterinárias.

Nota 3 – Esta Norma não se aplica a equipamentos eletromédicos. Para

equipamentos eletromédicos, ver série de normas ABNT NBR IEC 60601.

NBR 13570:1996 2.6.5.

A NBR 13570:1996 – Instalações Elétricas em locais de Afluência de Público

– Requisitos específicos fixa os requisitos específicos exigíveis às

instalações elétricas em locais de afluência de público, a fim de garantir o

seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e de animais

domésticos e a conservação dos bens.

NBR 13418:1995 2.6.6.

A NBR 13418:1995 – Cabos Resistentes ao Fogo para Instalações de

Segurança – Especificação fixa as condições exigíveis para cabos unipolares ou

multipolares para instalações fixas de segurança nos quais é requerida a

manutenção de integridade das linhas elétricas em condições de incêndio,

conforme a NBR 5410.

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P á g i n a | 151

Quando a utilização de um produto pode comprometer a segurança ou a

saúde do consumidor, o INMETRO ou outro órgão regulamentador pode tornar

obrigatória a avaliação de conformidade desse produto. Isso aumenta a confiança

de que o produto está de acordo com as normas e com os regulamentos técnicos

aplicáveis. Já existem vários produtos cuja certificação é obrigatória, alguns

produtos estão apenas aguardando o prazo limite para proibição de

comercialização. Entre os produtos de certificação compulsória, por exemplo,

estão os plugues, tomadas, interruptores, disjuntores, equipamentos para

atmosferas explosivas, estabilizadores de tensão, entre outros.

CLASSIFICAÇÃO DE TENSÃO 2.7.

O Comitê Internacional de Eletrotécnica define:

REGULAMENTAÇÕES DO MTE 2.8.

Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na

Constituição Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, inclui entre

eles a proteção de sua saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube

ao Ministério do Trabalho estabelecer essas regulamentações (Normas

Regulamentadoras – NR) por intermédio da Portaria n° 3.214/78. A partir de

então, uma série de outras portarias foram editadas pelo Ministério do Trabalho

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 152

com o propósito de modificar ou acrescentar normas regulamentadoras de

proteção ao trabalhador, conhecidas pelas suas iniciais NR.

Sobre a segurança em instalações e serviços em eletricidade, a referência é

a NR-10, que estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a

segurança dos trabalhadores que atuam em instalações elétricas, em suas

diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, instalação, execução,

operação, manutenção, medição, reforma e ampliação, em quaiquer das fases de

geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica. A NR-10

exige também que sejam observadas as normas técnicas oficiais vigentes e, na

falta destas, as normas técnicas internacionais. A fundamentação legal, que dá o

embasamento jurídico à existência desta NR, está nos artigos 179 a 181 da

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

NORMAS REGULAMENTADORAS 2.8.1.

As normas regulamentadoras – NR, relativas à segurança e medicina do

trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e

pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos

dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

NR 1 – Disposições Gerais

NR 2 – Inspeção Prévia

NR 3 – Embargo ou Interdição

NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina

do Trabalho

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

NR 6 – Equipamento de Proteção Individual

NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

NR 8 – Edificações

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

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P á g i n a | 153

NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão

NR 14 – Fornos

NR 15 – Atividades e Operações Insalubres

NR 16 – Atividades e Operações Perigosas

NR 17 – Ergonomia

NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção

NR 19 – Explosivos

NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

NR 21 – Trabalho a Céu Aberto

NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

NR 23 – Proteção Contra Incêndios

NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

NR 25 – Resíduos Industriais

NR 26 – Sinalização de Segurança

NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no

Ministério do Trabalho (Regovada)

NR 28 – Fiscalização e Penalidades

NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária,

Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde

NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

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NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção e Reparação Naval

NR 35 – Trabalho em Altura

NR-36 - Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e

processamento de carnes e derivados

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM 2.8.2.

ELETRICIDADE

De acordo com a Portaria do MTE n° 598 de 07/12/2004 a alteração da

Norma Regulamentadora NR-10 – Instalações e Serviços em Eletricidade,

promove sua atualização frente às necessidades provocadas pelas mudanças

introduzidas no setor elétrico e nas atividades com eletricidade, especialmente

quanto à nova organização do trabalho, à introdução de novas tecnologias e

materiais, à globalização e principalmente pela responsabilidade do Ministério do

Trabalho e Emprego em promover a redução de acidentes envolvendo esse

agente de elevado risco – Energia Elétrica.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA 2.9.

São dispositivos fixos ou móveis destinados a segurança dos colaboradores

diretamente envolvidos nas atividades, terceiros que estejam nas suas

proximidades e visitantes em geral.

A Norma Regulamentadora NR-10, no item 10.2.8 – Medidas de Proteção

Coletiva, especifica algumas medidas de proteção a serem adotadas visando

garantir a saúde e integridade física de todos os trabalhadores que interajam

direta ou diretamente em uma instalação elétrica. Segue abaixo citação dos itens

pertinentes.

“10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem

ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva

aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de

forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente,

a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade,

o emprego de tensão de segurança.

10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no

subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais

como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de

seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.

10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado

conforme regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência

desta, deve atender às Normas Internacionais vigentes.”

O aterramento temporário, barreira, invólucro, obstáculo, anteparo entre

outros dispositivos de proteção coletiva são destinados a evitar o contato

acidental de pessoas e animais com partes vivas (partes energizadas) de uma

instalação elétrica.

Existem diversos tipos de equipamentos de proteção coletiva, tais como:

Varas de manobra;

Bastões de resgate;

Tapete isolante;

Manta isolante;

Instrumentos de detecção de tensão;

Aterramento temporário;

Banqueta isolante;

Fitas de demarcação refletivas;

Cones de sinalização;

Grade metálica dobrável;

Sinalizador Strobo;

Coberturas isolantes;

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VARAS DE MANOBRA 2.9.1.

São instrumentos isolantes utilizados para executar trabalhos em linha viva

e operações em equipamentos e instalações energizadas ou desenergizadas onde

existe possibilidade de energização acidental, tais como:

Operações de instalação e retirada dos conjuntos de aterramento

e curto-circuito temporário em linhas desenergizadas (transmissão

e distribuição);

Manobras de chave faca e chave fusível;

Retirada e colocação de cartucho porta-fusível ou elo fusível;

Operação de detecção de tensão;

Em linhas aéreas de transmissão, distribuição e subestação,

usinas e indústrias.

As varas de manobra são fabricadas com materiais isolantes, normalmente

em fibras de vidro e resina epóxi, seccionáveis, acopladas entre si através de

encaixes com travamento de pino de engate e anel de proteção de aço inóx, em

geral na cor laranja.

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BASTÕES DE RESGATE 2.9.2.

São fabricados com o mesmo material das varas de

manobra, possui peso reduzido, elevada resistência mecânica e

excelente rigidez dielétrica. é utilizado no resgate de vítimas de

acidentes de origem elétrica. A extremidade mais larga do

bastão de resgate deve ser encaixado na cintura da vítima no

momento do resgate. Já a parte mais estreita do bastão deve

ser encaixado nos membros superiores ou inferiores da vítima, dependendo do

posicionamento da mesma no momento do acidente. O resgate da vítima não

deve ser realizado pelo pescoço. Deve-s afastar a vítima do ponto energizado o

suficiente para realizar o atendimento de primeiros socorros com segurança.

Testes em Bastões de Resgate

O teste em bastões de resgate consiste em aplicar 50 KV a 60 Hz no bastão

por 5 minutos, e o equipamento utilizado para este tipo de teste é o HI POT de

50 KV. É aplicado ao longo do bastão 50 KV a 60 Hz a cada 15 cm. Para garantir

a segurança não deve haver qualquer sinal de descarga disruptiva, perfuração ou

erosão sobre a superfície do bastão.

TAPETES ISOLANTES 2.9.3.

São utilizados no revestimento de pisos de cabines elétricas, subestações,

em frente a painéis elétricos, quadros elétricos, centro de controle de motores

entre outros lugares com a finalidade de proteger os trabalhadores contra

choques elétricos.

Normas utilizadas na fabricação do tapete de borracha isolante: NR-10,

NBR 5410, NBR 14039 e ASTM D178 Standard Specification for Rubber Insulating

Matting.

Os tapetes de borracha isolante elétrico são fabricados em diversas classes

de isolação de acordo com o nível de tensão:

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Ensaio realizado: Tensão aplicada (com rastreabilidade). Critérios para

aceitação – o material deverá suportar a tensão nominal alternada de acordo

com a sua classe de isolação durante um minuto.

MANTA ISOLANTE DE BORRACHA 2.9.4.

As mantas isolantes (lençol ou cobertor)

são utilizadas nos trabalhos de manutenção,

instalação, medição de linhas de transmissão e

distribuição com a finalidade de isolar as partes

vivas da instalação elétrica para proteger os

eletricistas de contatos acidentais durante a

execução de suas atividades. São fabricadas de borracha natural ou sintética ou

combinação de ambas. Normas utilizadas na fabricação de mantas isolantes:

ASTM D1049 Standard Specification for Rubber Insulating Covers, e ASTM F 478

Standard Specification for In-Service Care of Insulation Line Hose and Covers

(reensaio).

FIGURA 3.4 TAPETE ISOLANTE

ELÉTRICO FIGURA 3.5 ROLO DE TAPETE

ISOLANTE

Classe Tensão (V)0 5000

1 10000

2 20000

3 30000

4 40000

CLASSES DE ISOLAMENTO

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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Ensaio realizado: Tensão aplicada (com rastreabilidade). Critérios para

aceitação – o material deverá suportar a tensão de ensaio por três minutos sem

a ocorrência de flashover ou rompimento.

INSTRUMENTOS DE DETECÇÃO DE TENSÃO E VERIFICAÇÃO 2.9.5.

DE AUSÊNCIA DE TENSÃO

São pequenos aparelhos de medição ou detecção de tensão acoplados na

ponta da vara de manobra para verificar se existe tensão no condutor,

barramento, painel elétrico, cubículo, subestação, etc. De acordo com a NR-10

em seu item 10.5.1 faz parte do procedimento de desenergização a constatação

da ausência de tensão. Estes aparelhos emitem sinais sonoros e luminosos na

presença ou ausência da tensão, dependendo do fabricante e modelo.

Esses aparelhos devem ser regularmente aferidos e possuírem um

certificado de aferição. Existem os seguintes tipos:

Detector de tensão por contato;

Detector de tensão por aproximação;

Voltímetro.

FIGURA 3.7 DETECTOR POR

APROXIMAÇÃO FIGURA 3.8 DETECTOR POR CONTATO FIGURA 3.9 VOLTÍMETRO

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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ATERRAMENTO TEMPORÁRIO 2.9.6.

10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento temporário.

BANQUETA ISOLANTE 2.9.7.

A Banqueta Isolante é construída em fibra de vidro e auxilia o eletricista para o seu isolamento do potencial de terra, aumentando sua segurança nas intervenções em subestações, cubículos, painéis elétricos, entre outros, e também facilita o acesso à locais acima do seu limite de alcance.

FIGURA 3.10 CONJUNTO PARA ATERRAMENTO

TEMPORÁRIO FIGURA 3.11 ATERRAMENTO TEMPORÁRIO EM

REDE DE DISTRIBUIÇÃO

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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FITAS DE DEMARCAÇÃO REFLETIVAS 2.9.8.

Utilizadas para delimitação e isolamento de áreas de trabalho.

CONES DE SINALIZAÇÃO 2.9.9.

Os cones são fabricados em PVC na cor laranja com faixas branca ou na cor

preta com faixas amarelas. Possui fendas para a inserção de fitas zebradas. São

utilizados para a sinalização de trânsito, obras, demarcação de áreas para

manutenção de equipamentos, entre outras aplicações.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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GRADE METÁLICA DOBRÁVEL 2.9.10.

São utilizadas para isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços de

inspeção, entrada de galerias subterrâneas entre outras situações.

SINALIZADOR STROBO 2.9.11.

São utilizados na identificação de serviços, obras, acidentes e atendimentos

em ruas e rodovias.

Enfim, existe diversos tipos de equipamentos de proteção coletiva, todos

com a finalidade de proteger os execuntes das atividades, terceiros e visitantes.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 2.10.

O item 10.2.9. Medidas de Proteção Individual da NR-10 traz orientação

sobre medidas de proteção individual, segue abaixo citação dos itens pertinentes.

“10.2.9.1. Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de

proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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riscos, devem ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e

adequados às atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.

10.2.9.2. As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades,

devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências

eletromagnéticas.”

NR 6 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 2.10.1.

Segundo a NR 6, no item 6.1encontramos a definição de Equipamento de

Proteção Individual (EPI). Segundo texto da norma: “Para os fins de aplicação

desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se Equipamento de Proteção

Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo

trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e

a saúde no trabalho.”

“6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou

importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do

Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em

matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI

adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas

seguintes circunstâncias:

a) Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa

proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças

profissionais e do trabalho;

b) Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo

implantadas; e,

c) Para atender a situações de emergência.

6.6. Responsabilidades do empregador.

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI;

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 164

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e

conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados

livros, fichas ou sistema eletrônico.

6.7. Responsabilidades dos trabalhadores.

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio

para uso; e,

d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.”

CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO ISOLANTE 2.10.2.

De acordo com a Norma NBR 12576 – Calçado

de Proteção – Determinação da resistência do solado

à passagem da corrente elétrica, o calçado isolante

elétrico deve ser projetado, construído, e fabricado

com sola e salto não-condutivo, resistente ao

choque elétrico, de forma que a sola externa do

calçado pode fornecer uma fonte secundária de proteção de resistência ao

choque elétrico, para o usuário, contra os perigos de um contato incidental com

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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circuitos elétricos energizados, condutores, peças, ou aparelhos eletricamente

energizados, em condições secas.

Tensão de uso: Tensão elétrica máxima sob a qual o calçado pode ser

utilizado sem apresentar risco elétrico ao usuário (nesta norma é definida a

tensão de 500 Volts em corrente contínua ou alternada).

Tensão de ensaio: Tensão elétrica sob a qual o calçado é submetido para

verificação de suas propriedades elétricas (verificação da corrente de fuga)

(nessa norma é definida a tensão de 14.000 Volts).

Corrente de fuga: dispersão da corrente elétrica que ocorre durante o

ensaio elétrico (corrente máxima permitida de 0,5mA quando se realiza o ensaio

com 14.000 Volts).

CALÇADO DE PROTEÇÃO – SOLADO CONDUTIVO 2.10.3.

Utilização – Tipo 1 – Proteção onde há acúmulo de eletricidade estática; e

Tipo 2 – Proteção contra choque elétrico devido a entrada e saída de linha

energizada.

Norma utilizada: ANSI Z-41: Protective Footwear.

Ensaios realizados: De resitência ôhmica do salto e do solado (acreditado

pelo INMETRO e credenciado pelo MTE).

Critérios para aceitação: Calçado Tipo 1 – resistência entre 25.000 e

500.000 ohms; e Calçado Tipo 2 – resistência máxima de 10.000 ohms.

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MACACÃO CONDUTIVO 2.10.4.

É um sistema integrado de proteção térmica e condutibilidade composto

por luvas, meias e botas condutivas, destinado a colocar o eletricista ao mesmo

potencial de tensão elétrica do cabo energizado das redes aéreas de transmissão

de energia elétrica durante a realização da manutenção.

São fabricados em fibra de aramida e fios de aço inox de acordo com a

Norma NBR IEC 60895/2002. Possui proteção testada e aprovada para até 500

KV de tensão. O macacão condutivo possui:

Capuz acoplado e com cordão de ajuste no mesmo material da

roupa;

Tirantes de conexão dimensionados para garantir o mínimo de

desequilíbrio entre o potencial eletromagnético destes e o do

conjunto;

Bolsos para acondicionamento de ferramentas e dos tirantes de

conexão;

Fechamento frontal e de bolsos com velcro RF;

Costuras reforçadas com linhas de aramida.

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LUVAS E MEIAS CONDUTIVAS 2.10.5.

As luvas condutivas são fabricadas em fios de Nomex, fios de fibra de aço

inox e fios de borracha. As meias condutivas são fabricadas em fios de Nomex,

fios de algodão, fios de fibra de aço inox e fios de borracha. O conjunto de

vestimenta condutiva atende a Norma NBR IEC 60895/2002.

LUVAS ISOLANTES DE BORRACHA 2.10.6.

As luvas isolantes de borracha são fabricadas em diversas classes e

protegem o eletricista contra choques elétricos por diferentes níveis de tensão.

Atendem a norma brasileira NBR 10622:1989 – Luvas isolantes de borracha -

Especificação.

De acordo com o nível de tensão de trabalho seleciona-se a classe de luva

isolante a ser utilizada. São geralmente fabricadas na cor preta e possuem

identificação no punho, próximo da borda, e contém informações importantes,

como a tensão de uso, nas cores correspondentes das classes existentes.

Também podem ser fabricadas e encontradas no mercado nas cores das classes

que protegem.

Existem seis classes de luvas, que foram estabelecidas em função de

ensaio, tensão de uso, tensão de perfuração e corrente de fuga máxima. As luvas

isolantes de borracha devem ser inspecionadas visualmente no mínimo uma vez

ao dia.

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VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS 2.10.7.

As queimaduras causadas por arcos elétricos representam uma parcela

muito grande entre os ferimentos causados por eletricidade. A energia calorífica

liberada pelos arcos elétricos é extremamente alta e pode causar ferimentos

graves, como queimaduras de 3° graus, carbonização e morte do trabalhador.

De acordo com o NFPA 70 E, as fibras de algodão tratado retardante de

chamas, meta-aramida, para-aramida, poli-benzimidazole (PBI) são materiais

com características de proteção térmica. A fibra de para-aramida, além da

proteção térmica, ainda tem uma característica que evita o “break open”, ou

seja, rachadura do material carbonizado.

Os materiais sintéticos como nylon, poliéster e mistura de algodão sintético

não devem ser utilizados para a proteção contra arcos elétricos, pois elas

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derretem sobre a pele quando exposto à alta temperatura e como consequencia

agrava a queimadura.

Atualmente, há três normas para testes de tecidos e roupas para proteção

contra queimaduras por arcos elétricos, a ASTM F 1959/F1959M-1999, a IEC

61482-1 e a Cenelec ENV50354:2000 da comunidade européia.

PROTETOR FACIAL CONTRA ARCOS ELÉTRICOS 2.10.8.

O protetor facial permite a realização de trabalhos com segurança em

locais de alta tensão elétrica, com riscos de formação de arcos elétricos. A

principal norma internacional para ensaios dos protetores faciais e óculos de

segurança é a ANSI/ISEA Z87.1 e a obtenção do CA no Brasil segue a exigência

da NR 6.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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CAPUZ DE ELETRICISTA 2.10.9.

Fabricado em tecido e velcro retardantes a

chama. O capuz é adequado para proteção contra

arcos elétricos. Protege a face e pescoço do eletricista

contra chamas provenientes da formação de arco

elétrico, evitando assim queimaduras graves para o

eletricista. Ideal para uso em cabines primárias,

subestações entre outros locais. Possui capacete

interno acoplado e visor de policarbonato de alto

impacto com ampla visibilidade.

CAPACETE PARA ELETRICISTA ABA TOTAL 2.10.10.

O capacete de segurança com aba total protege a

cabeça do eletricista contra impactos, penetração e choques

elétricos. Se o trabalhador sofre um acidente e o capacete

for impactado, recomenda-se substituí-lo independente da

intensidade do impacto. Não deve ser utilizado sujo ou

molhado e descartar quando houver ressecamento do casco. É fabricado em

conformidade com a norma NBR 8221:2003 – Capacete de segurança para uso

na indústria – Especificação e métodos de ensaio.

CINTO DE SEGURANÇA TIPO PARAQUEDISTA 2.10.11.

O cinto de segurança tipo paraquedista é utilizado para segurança do

trabalhador contra riscos de queda em trabalhos em altura. É fabricado em

material sintético como o nylon e o poliéster em conformidade com a norma NBR

15836:2011 – Equipamento de proteção individual contra queda de altura –

Cinturão de segurança tipo paraquedista. O uso do polipropileno está proibido.

Quando fixado ao corpo do trabalhador distribui as forças de sustentação e de

parada sobre as coxas, cintura, peito e ombros.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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De acordo com a NR-35:

“35.5.2 Na aquisição e periodicamente devem ser efetuadas inspeções dos

EPI, acessórios e sistemas de ancoragem, destinados à proteção de queda de

altura, recusando-se os que apresentem defeitos ou deformações.

35.5.2.1 Antes do início dos trabalhos deve ser efetuada inspeção rotineira

de todos os EPI, acessórios e sistemas de ancoragem.

35.5.3 O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e dotado de

dispositivo para conexão em sistema de ancoragem.”

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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ADORNOS 2.10.12.

10.2.9.3 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com

instalações elétricas ou em suas proximidades.

Além dos que já foram mencionados existem diversos outros tipos de

equipamentos de Proteção individual. Assim como: Óculos, aventais, etc.

ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS 3.

Segundo a NR – 10, temos as orientações de que:

“10.11.1. Os serviços em instalações elétricas devem ser planejados e

realizados em conformidade com procedimentos de trabalho específicos,

padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a passo, assinados

por um profissional que atenda ao que estabelece o item 10.8 desta NR.

10.11.3.Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo,

campo de aplicação, base técnica, competências e responsabilidades, disposições

gerais, medidas de controle e orientações finais.

10.11.4. Os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e

saúde e a autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo

processo de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de

Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, quando houver.

10.11.6. Toda equipe deverá ter um de seus trabalhadores indicado e em

condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos.”

Segundo o item 10.11.7, temos: “Antes de iniciar trabalhos em equipes os

seus membros, em conjunto com o responsável pela execução do serviço, devem

realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem

desenvolvidas no local, de forma a atender os princípios técnicos básicos e as

melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço”.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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INSTALAÇÕES DESENERGIZADAS 3.1.

As atividades de manutenção preventiva, preditiva ou corretiva somente

deverão ser realizadas adotando-se os procedimentos de segurança estabelecidos

no capítulo 10.5 Segurança em instalações elétricas desenergizadas desta NR.

Na impossibilidade de desenergizar o circuito elétrico, sistema operacional

ou equipamento, deverão ser adotados medidas de controle e proteção de riscos,

visando a segurança e integridade física dos trabalhadores respeitando-se o uso

adequado de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI), de

acordo com o disposto neta NR.

10.5.4. Os serviços a serem executados em instalações elétricas

desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão,

devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6.

LIBERAÇÃO PARA SERVIÇOS 3.2.

10.11.2. Os serviços em instalações elétricas devem ser precedidos de

ordens de serviço específicas, aprovadas por trabalhador autorizado, contendo,

no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de trabalho

a serem adotados.

10.11.5. A autorização referida no item 10.8 deve estar em conformidade

com o treinamento ministrado, previsto no Anexo II desta NR.

10.11.8. A alternância de atividades deve considerar a análise de riscos das

tarefas e a competência dos trabalhadores envolvidos, de forma a garantir a

segurança e a saúde no trabalho.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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SINALIZAÇÃO 3.3.

10.10. Sinalização de segurança

10.10.1. Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada

sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e a identificação,

obedecendo ao disposto na NR-26 Sinalização de Segurança, de forma a atender

dentre outras, as situações a seguir:

Identificação de circuitos elétricos;

Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e

comandos;

Restrições e impedimentos de acesso;

Delimitações de áreas;

Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e

de movimentação de cargas;

Sinalização de impedimento de energização;

Identificação de equipamento ou circuito impedido.

PLACAS DE SINALIZAÇÃO 3.3.1.

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INSPEÇÕES DE ÁREAS, SERVIÇOS, FERRAMENTAL E 3.4.

EQUIPAMENTO

Antes de iniciar qualquer atividade com eletricidade deverá ser observado

as condições do local de trabalho, das ferramentas necessárias para sua

execução com segurança, qualidade da isolação das mesmas e as condições dos

equipamentos e instrumentos de trabalho e testes.

O supervisor ou profissional responsável pela equipe de elétrica,

profissional habilitado e autorizado, deverá inspecionar as condições da

instalação elétrica periodicamente. Durante a inspeção o profissional responsável

pela instalação elétrica deverá avaliar:

As condições físicas dos equipamentos instalados, certificações,

relatórios de manutenção, testes e ensaios;

Qualidade da isolação das ferramentas manuais, instrumentos e

equipamentos de trabalho;

Verificar se os instrumentos de medição estão devidamente

calibrados e com os certicados de calibração dentro do prazo de

validade;

Verificar se todos os equipamentos de proteção individual estão

em perfeito estado de conservação e funcionamento;

Verficar o certificado de aprovação de todos os equipamentos de

proteção individual (CA);

Verificar se a instalação elétrica possui todos os equipamentos de

proteção coletiva necessários para a execução das atividades;

Verificar se os equipamentos de proteção estão operando e

atuando em condições normais;

Verificar se o projeto, unifilares e Prontuário de Instalação Elétrica

(P.I.E.) estão atualizados e disponibilizados para todos os

trabalhadores que atuam na instalação elétrica;

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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Verificar se os serviços executados estão em conformidade com os

procedimentos de trabalho estabelecido pelo Prontuário de

Instalação Elétrica (P.I.E.);

Inspecionar a área e local de trabalho, pois estes devem oferecer

condições mínimas de segurança e saúde aos trabalhadores de

acordo com o estabelecido nesta NR.

“10.4.3. Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos,

dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica

existente, preservando-se as características de proteção respeitadas as

recomendações do fabricante e as influências externas.

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam

isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas e serem

inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou

recomendações dos fabricantes.

10.4.4. As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras

de funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e

controlados periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e

definições de projetos.

10.4.4.1. Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de

equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo

expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer

objetos.

10.4.6. Os ensaios e testes elétricos laboratoriais e de campo ou

comissionamento de instalações elétricas devem atender à regulamentação

estabelecida nos itens 10.6 e 10.7, e somente podem ser realizados por

trabalhadores que atendam às condições de qualificação, habilitação, capacitação

e autorização estabelecidas nesta NR.

10.7.8. Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou

equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão,

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 177

devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos,

obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e

na ausência desses, anualmente.”

DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 3.5.

Toda instalação elétrica deve possuir o projeto de instalações elétricas e

diagramas unifilares atualizados, pois a disposição física e instalação dos

equipamentos e dispositivos elétricos devem ser compatíveis com a

representação disposta nos projetos e diagramas unifilares. Durante a realização

de manobras ou intervenções elétricas, as informações contidas nos projetos e

unifilares devem ser seguras e confiáveis, de modo a evitar energizações

acidentais com trabalhadores e consequentemente acidentes fatais. Muitos

acidentes de trabalho com eletricidade ocorreram no passado e infelizmente

ainda ocorrem no presente devido a falta de atualização das adequações

ocorridas nas instalações elétricas em seus respectivos projetos e diagramas

unifilares.

Quando a instalação elétrica possui carga instalada superior a 75 KW esta

deve constituir o Prontuário de Instalações Elétricas (P.I.E.) conforme estabelece

esta NR. O Prontuário de Instalações Elétricas é um conjunto de documentos e

informações de toda a instalação elétrica. O Prontuário deve possuir o projeto e

unifilar da instalação elétrica atualizado, relatório de medição do SPDA (Sistema

de Proteção contra Descargas Atmosféricas), projeto de Área Classificada

(quando houver), especificação dos esquemas de aterramento, lista de todas as

atividades realizadas na instalação elétrica, a APR (Análise Preliminar de Risco)

geral informando todos os riscos que as zonas de risco e controlada podem

oferecer aos trabalhadores, especificação de todos os equipamentos de proteção

coletiva e individual adequados aos riscos identificados pelo Prontuário,

certificados de aprovação (CA) dos equipamentos de proteção individual, lista de

todos os equipamentos e dispositivos elétricos que constituem a instalação

elétrica, certificados dos equipamentos, lista de todas as ferramentas manuais e

instrumentos de medição, certificados de calibração dos instrumentos de

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 178

medição, documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação e

autorização de todos os trabalhadores que interjam com a instalação elétrica,

entre outras informações.

Devido a quantidade de informações e documentos que constituem o

Prontuário de Instalações Elétricas, este deve ser constantemente atualizado,

pois certificados de calibração de instrumentos de medição e certicados de

aprovação (CA) de equipamentos de proteção individual possuem prazos de

validade. As fichas contendo as informações de qualificação e capacitação dos

trabalhadores autorizados deverão ser constantemente atualizadas a medida que

o trabalhador recebe novas capacitações. As Alterações e adequações realizadas

nos projetos e unifilares das instalações elétricas deverão ser atualizados no

Prontuário. Caso ocorra alteração no projeto de Área Classificada este também

deverá ser atualizado no Prontuário. Sendo assim, todas as informações contidas

no Prontuário de instalações elétricas deverão ser constantemente avaliadas,

verificadas e inspecionadas pelo profissional legalmente habilitado e responsável

pelo Prontuário da empresa.

O Prontuário de Instalações Elétricas assim como toda a documentação da

instalação elétrica deverão ser mantidos atualizados e disponibilizados a todos os

trabalhadores que atuam na instalação elétrica. Estes documentos devem ser

disponibilizados em meio físico através de impressão, e também podem ser

disponibilizados através de sistemas informatizados de redes. Lembrem-se, os

sistemas informatizados podem apresentar falhas, sendo assim, a

disponibilização dos documentos através de meios físicos como a impressão é a

mais forma mais segura e confiável de que todos os trabalhadores terão acesso

as informações necessárias para a execução de suas atividades. Em casos de

fiscalização por parte dos órgãos e autoridades competentes, a falta da

disponibilização de tais documentos implicará por parte do MTE a adoção das

providências estabelecidas na NR 3.

10.2.3. As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares

atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos

de proteção.

10.2.4. Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 KW devem

constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo além do

disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:

a) conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de

segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das

medidas de controle existentes;

b) documentação das inspenções e medições do sistema de mproteção

contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;

c) especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o

ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR;

d) documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação,

autorização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;

e) resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de

proteção individual e coletiva;

f) certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas

classificadas; e,

g) relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações,

cronogramas de adequações, comtemplando as alíneas de a a f.

10.2.5. As empresas que operam em instalações ou equipamentos

integrantes dos sistema elétrico de potência devem constituir prontuário com o

conteúdo do item 10.2.4. e acrescentar ao prontuário os documentos a seguir

listados:

a) descrição dos procedimentos para emergência; e,

b) certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.

10.2.5.1. As empresas que realizam trabalhos em proximidade ao Sistema

Elétrico de Potência devem constituir Prontuário contemplando as alíneas a, c, d

e e, do item 10.2.4 e alíneas a e b do item 10.2.5.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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10.2.6. O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e

mantido atualizado pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela

empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas

instalações e serviços em eletricidade.

10.2.7. Os documentos técnicos previstos no Prontuário de Instalações

Elétricas devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado.

10.3.7.O projeto de instalações elétricas deve ficar à disposição dos

trabalhadores autorizados, das autoridades competentes e de outras pessoas

autorizadas pela empresa e deve ser mantido atualizado.

10.3.8. O projeto elétrico deve atender ao que dispo~em as Normas

Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, as regulamentações

técnicas oficiais estabelecidas, e ser assinado por profissional legalmente

habilitado.

10.14.4. A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente

à disposição dos trabalhadores que atuam em serviços e instalações elétricas,

respeitadas as abrangências, limitações e interferências nas tarefas.

10.14.5. A documentação prevista nesta NR deve estar permanentemente,

à disposição das autoridades competentes.

RISCOS ADICIONAIS 3.6.

São considerados riscos adicionais aqueles que, são específicos de cada

ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, possam afetar a

segurança e a saúde dos que trabalham com eletricidade.

10.2.1. Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser

adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos

adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a

segurança e a saúde no trabalho.

10.4.2. Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas

medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente

quanto a altura, confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade,

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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umidade, poeira, fauna e flora e outros agravantes, adotando-se a sinalização de

segurança.

TRABALHO EM ALTURA 3.6.1.

De acordo com a NR-35 em seu item

35.1.2. Considera-se trabalho em altura toda

atividade executada acima de 2,00 m (dois

metros) do nível inferior, onde haja risco de

queda.

Em uma instalação elétrica também

podemos encontrar atividades de manutenção,

reparos, montagem, desmontagem, inspeções,

medições, limpeza, pintura, sendo realizadas em altura, como por exemplo,

atividades em linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, entre

outras atividades. Neste caso, devemos observar os requisitos de segurança e

saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente nesta atividade que

são estabelecidos pela NR-35.

Para a realização de trabalhos em altura os trabalhadores deverão ser

capacitados pela empresa de acordo com o disposto na NR-35.

35.4.1.2. Cabe ao empregador avaliar o estado de saúde dos trabalhadores

que exercem atividades em altura, garantindo que:

a) os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, devendo estar

nele consignados;

b) a avaliação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos

envolvidos em cada situação;

c) seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão originar

mal súbito e queda de altura, considerando também os fatores psicossociais.

35.4.1.2.1. A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no

atestado de saúde ocupacional do trabalhador.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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O estado de saúde do trabalhador, apesar de não ser o fator preponderante

nas causas de acidentes com quedas nos trabalhos em alturas, deve ser levado

em consideração e objeto de observação devidamente pesquisado por ocasião da

realização dos exames ocupacionais.

Condições como epilepsia, hipertensão, cardiopatia, vertigem, tonteira,

distúrbios no equilíbrio e coordenação motora como a labirintite, obesidade,

ansiedade, acrofobia, entre outras, podem ser apontadas como exemplo de

condições que predispõem a queda dos trabalhadores, seja no próprio nível como

também nos locais elevados.

Outros problemas de ordem sociológica também devem ser examinados

criteriosamente. Distúrbios no sono, alimentação inadequada, utilização de

medicação controlada, alcoolismo e consumo de drogas, fatores que nem sempre

são identificados na anamnese ocupacional, devem ser considerados. A NR-07

requer que os exames médicos estejam de acordo com a atividade específica da

função.

“35.4.3. Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja

forma será definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da

atividade.

35.4.5. Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco.

35.5.1. Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, acessórios e

sistemas de ancoragem devem ser especificados e selecionados considerando-se

a sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos mesmos e o respectivo fator de

segurança, em caso de eventual queda.”

De acordo com a NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção e Reparação Naval, para a realização de trabalhos em

altura em embarcações ou navios, deve-se atender ao disposto no seguinte item

desta Norma:

“34.6.5.1. Na execução do trabalho em altura devem ser tomadas as

seguintes providências:

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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a) isolamento e sinalização de toda a área sob o serviço antes do início das

atividades;

b) adoção de medidas para evitar a queda de ferramentas e materiais,

inclusive no caso de paralisação dos trabalhos;

c) desenergização, bloqueio e etiquetagem de toda instalação elétrica aérea

nas proximidades do serviço;

d) instalação de proteção ou barreiras que evitem contato acidental com

instalações elétricas aéreas, conforme procedimento da concessionária local, na

inviabilidade técnica de sua desenergização;

e) interrupção imediata do trabalho em altura em caso de iluminação

insuficiente ou condições metereológicas adversas, como chuvas e ventos

superiores a 40Km/h, dentre outras.”

Para a execução de trabalhos em altura próximo à rede de distribuição,

deve-se verificar prioritariamente com a concessionária local a possibilidade de

desenergização da rede. Na impossibilidade de desenergização, adota-se as

medidas de proteção coletivas prevista na NR-10, tais como: isolação das partes

vivas, uso de anteparos, obstáculos, barreiras, seccionamento automático da

alimentação, bloqueio da religação automática, etc. Neste caso, os trabalhadores

deverão utilizar equipamentos de proteção individual adequados ao risco de

queda e ao risco de choque elétrico, de acordo com o nível de tensão.

Quando houver a necessidade de montar andaimes próximos à rede de

distribuição, deve-se respeitar as distâncias de segurança principalmente durante

as operações de montagem e desmontagem, e preferencialmente aterrar a

estrutura. Quanto aos procedimento de montagem, desmontagem, e trabalho

com a utilização de andaimes, observar os procedimentos para trabalho

estabelecidos pela NR-35.

Em casos de trabalhos em altura com a utilização de escadas, estas

deverão ser de fibras de vidro, pois não conduzem eletricidade. As escadas de

alumínio são condutoras de eletricidade. Quanto aos procedimentos de utilização

de escadas durante a execução das atividades, observar os procedimentos para

trabalho estabelecidos pela NR-35.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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AMBIENTES CONFINADOS 3.6.2.

De acordo com a NR-33 em seu item 33.1.2. Espaço Confinado é qualquer

área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua

meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para

remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de

oxigênio.

São exemplos de espaços confinados:

Caixas d’água;

Tanques;

Caixas subterrâneas;

Galerias;

Dutos;

Porão de navio;

Reatores;

Vasos de pressão;

Asas de aeronaves;

Silos;

Tubulações;

Trincheiras e túneis;

Caldeiras;

Decantadores;

Torres e chaminés.

Em ambientes classificados como espaço confinado pode haver a presença

ou a probabilidade de formação de uma atmosfera explosiva. Havendo a

presença de gases, vapores, névoas, poeiras ou fibras inflamáveis, oxigênio (que

se encontra presente no ar atmosférico) e uma fonte de ignição (chamas, calor,

centelhas, faíscas, acúmulo de eletricidade estática,etc.), ocorrerá a formação de

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uma mistura inflamável ou triângulo do fogo. Neste caso, o ambiente se tornará

uma Área Classificada devido a presença ou a probabilidade de formação de uma

atmosfera explosiva.

33.3.2.2. Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados

ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação

da Conformidade – INMETRO.

33.3.3.1. A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada

entrada.

33.5.3. É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços

confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho.

Em instalações industriais e ambientes onde existe a presença de espaços

confinados, devem-se adotar algumas medidas de segurança:

Avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de

trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro;

Monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas

áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem

desempenhando as suas tarefas para verificar se as condições de

acesso e permanência são seguras;

Testar os equipamentos de medição antes de cada utilização;

Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e

etiquetagem;

Utilizar equipamento de leitura direta, intrisicamente seguro,

provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões

eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüência;

Capacitar todos os trabalhadores envolvidos direta ou

indiretamente com os espaços confinados, sobre seus direitos,

deveres, riscos e medidas de controle;

Não é permitida a realização de qualquer trabalho em espaços

confinados de forma individual ou isolada;

Proibir a ventilação com oxigênio puro.

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Podemos encontrar atividades com eletricidade em espaços confinados, tais

como:

Instalação, manutenção, inspeção e medição de equipamentos

elétricos em galerias subterrâneas de redes de distribuição;

Serviços com soldas elétricas;

Serviços em caixas subterrâneas;

Atividades no interior de porões de navios, tanques, tubulações,

entre outras.

Em todas as atividades com eletricidade executadas em espaços

confinados, devem ser adotadas medidas de proteção contra riscos elétricos, pois

o acúmulo de eletricidade estática, níveis elevados de tensão, faíscas e centelhas

provenientes de equipamentos elétricos, aquecimento de equipamentos e

componentes elétricos podem contribuir com a formação de uma atmosfera

explosiva. Sendo assim, a medida de segurança prioritária será a desenergização

ou supressão do agente de risco que determina a classificação da área.

A NR-34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção e Reparação Naval, também faz referência a ambientes com espaço

em alguns de seus itens:

34.9.10. Os quadros de alimentação elétricos devem ser instalados fora do

espaço confinado com distância mínima de dois metros de sua entrada.

34.9.12. Somente deve ser utilizada alimentação elétrica em extra baixa

tensão.

ÁREAS CLASSIFICADAS 3.6.3.

Área na qual existe a probabilidade de formação ou existência de uma

atmosfera explosiva. A simbologia de área classificada é um triângulo na cor

amarela com a especificação Ex no seu interior.

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Atmosfera Explosiva

Atmosfera Explosiva é a mistura com o ar de substâncias combustíveis na

forma de gases, vapores, névoas, poeiras, ou fibras na qual após a ignição, a

combustão se propaga através da mistura remanescente.

SUBSTÂNCIAS COMBUSTÍVEIS 3.7.

Substância combustível é o termo genérico usado para descrever

substâncias que podem formar atmosferas explosivas, tais como, gases

inflamáveis, líquidos inflamáveis ou combustíveis, poeiras e fibras combustíveis.

GÁS INFLAMÁVEL 3.7.1.

É aquele que, quando misturado com o ar em determinadas proporções,

forma uma atmosfera explosiva

LÍQUIDO INFLAMÁVEL 3.7.2.

É o líquido inflamável ou combustível que tem as seguintes características:

Emana vapor, em determinada temperatura, capaz de quando

misturado com o ar, em determinadas proporções, formar uma

atmosfera explosiva, ou que,

Quando pulverizado, suas gotículas, dispersas no ar em

determinadas proporções, formam uma atmosfera explosiva.

POEIRA OU FIBRA COMBUSTÍVEL 3.7.3.

São pequenas partículas que tem como características:

Dispersas no ar, em determinadas proporções, formam uma

atmosfera explosiva, ou que;

Quando se depositam, sob o efeito de seu próprio peso, podem

queimar ou se incandescer no ar.

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Conforme a NR-20:

Líquido inflamável é qualquer líquido que tenha ponto de fulgor

igual ou inferior a 60°C;

Líquido combustível é qualquer líquido que tenha ponto de fulgor

superior a 60°C e igual ou inferior a 93°C;

PONTO DE FULGOR 3.7.4.

É a menor temperatura na qual um líquido libera vapores em quantidades

suficientes para formar uma mistura inflamável e, na presença de uma fonte de

ignição, os vapores não mantém a chama.

Quanto mais baixo for o ponto de fulgor, maior pode ser a extensão da

Área Classificada. O ponto de fulgor não é aplicável a gases inflamáveis.

PONTO DE COMBUSTÃO 3.7.5.

É a menor temperatura na qual a mistura de vapor com o ar inflamado por

uma fonte externa de ignição continua a queimar constantemente acima da

superfície do líquido.

TEMPERATURA DE AUTO IGNIÇÃO 3.7.6.

É a menor temperatura na qual a atmosfera explosiva formada por um

determinado produto se inflama sem a necessidade de fagulha, chama, arco ou

faísca, mas apenas entrando em contato com uma superfície aquecida a partir

desse valor.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

P á g i n a | 189

IGNIÇÃO 3.7.7.

É a energia mínima que deve ser fornecida por uma chama, centelha

elétrica ou fonte de calor à uma mistura combustível para que esta possa iniciar

a propagação da combustão.

As fontes de ignição podem ser geradas por:

Faíscas geradas por equipamentos elétricos, tais como,

interruptores, botoeiras, tomadas, painéis elétricos, etc,;

Superfícies quentes de equipamentos elétricos e eletrônicos, tais

como, luminárias, motores, sensores, transmissores, etc.;

Correntes parasitas;

Aparelhos eletrônicos portáteis, tais como, telefones celulares e

máquinas fotográficas;

Chamas abertas;

Descargas atmosféricas;

Superfícies quentes, tais como aquecedores e tubulações de vapor

ou fluido térmico;

Calor radiante;

Cigarros acesos;

Corte e solda;

Ignição espontânea;

Calor de fricção ou faíscas;

Eletricidade estática;

Fornos, chaminés e equipamentos de aquecimento (fornalhas);

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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GERENCIAMENTO DE RISCOS 3.8.

O gerenciamento de riscos de explosões, conforme orienta a NBR 15662

deve considerar medidas preventivas para reduzir ou eliminar este risco e que

devem ser aplicadas na seguinte ordem:

Identificação do risco de explosão;

Controle da atmosfera;

Controle da ignição;

Controle dos danos.

A Classificação de Áreas, feita conforme normalização baseada na IEC

envolve o conhecimento dos produtos e avaliação técnica do processo, resultando

numa classificação real, de acordo com os riscos.

A certificação para equipamentos Ex, hoje compulsória no Brasil, está

baseada em ensaios de tipo com avaliação do sistema de qualidade ou em

ensaios de lote, através de OCP (Organismos Certificadores de Produtos)

acreditados pelo INMETRO.

O profissional que atua em áreas classificadas deve, conforme NR-10/2004,

ter qualificação adequada à sua atividade além de treinamentos específicos que

informem sobre os riscos.

CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS 3.8.1.

É uma atividade multidisciplinar que depende de

informações do produto, do processo, da operação e da

segurança. Esta deve ser executada conforme as normas

NBR IEC 600.79-10 Atmosferas explosivas – Parte 10-1:

Classificação de áreas – Atmosferas explosivas de gás.

A classificação de áreas identifica os locais onde há o risco de explosão pela

ignição de uma atmosfera explosiva e tem como grande objetivo evitar o contato

de fontes de ignição com a atmosfera explosiva e servir como fonte de

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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informação para a escolha dos equipamentos elétricos, representados por

motores, luminárias, tomadas, interruptores, painéis, auto-falantes, etc.

Junto com o símbolo de equipamentos para áreas classificadas teremos

informações do tipo de proteção, nível de proteção, grupo de explosividade,

classe de temperatura, índice de proteção e número de certificação do

equipamento.

Temperatura Máxima de Superfície é a temperatura mais elevada que é

atingida em serviço sob as condições mais adversas (porém dentro das

tolerâncias especificadas pela norma do seu tipo de proteção por qualquer parte

ou superfície de um equipamento em contato com uma atmosfera explosiva

capaz de causar sua ignição.

CLASSE DE TEMPERATURA 3.8.2.

É o sistema de classificação de equipamentos, com base na sua

temperatura máxima de superfície, relacionada com a atmosfera explosiva

específica do local onde este será instalado e usado.

A classe de temperatura é uma informação fornecida pelo fabricante por

meio da qual ele garante que o equipamento fornecido não atingirá uma

temperatura de superfície acima da classe em questão, mesmo em condição de

falha. Esta temperatura não deverá exceder a temperatura de ignição do produto

inflamável presente na área classificada.

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GRUPO DESCRIÇÃO

IGrisu (mistura de gases com predominância de

metano encontrada em minas subterrâneas)

IIAPropano, Butano, Gasolina, Acetona, Hexano, Gás

Natural, Benzeno, etc.

IIBEteno, Etanol, Formaldeído, Monóxido de carbono,

Gás Sulfídrico, etc

IIC Acetileno, Hidrogênio e Dissulfeto de carbono.

IIIAFibras: Rayon, Algodão, Sisal, Juta, Fibras de

madeira, etc

IIIBPoeiras não condutivas: Açúcar, Farinha de trigo,

Celulose, Vitamina C, etc

IIICPoeiras condutivas: Alumínio, Ferro - Manganês,

Carvão, Coque, Grafite, etc.

ABNT Descrição

Zona 0Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é

contínua, ou existe por longos períodos.

Zona 1

Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é provável

de acontecer em condições normais de operação do equipamento

de processo.

Zona 2

Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva é pouco

provável de acontecer e se acontecer é por curtos períodos,

estando associado à operação anormal do equipamento de

processo.

GRUPO DE EXPLOSIVIDADE 3.8.3.

As substâncias inflamáveis na forma de gases e vapores são classificadas

de acordo com a IEC em três grupos: IIA, IIB e IIC de acordo com a sua

periculosidade. Esta classificação é de acordo com procedimentos experimentais

e baseadas no MIC (corrente mínima de ignição) e no MESG (interstício máximo

experimental seguro).

DEFINIÇÃO DE ZONAS 3.8.4.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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Tipo de proteção Simbologia

Equipamento à Prova de Explosão Ex D

Equipamento Pressurizado Ex P

Equipamento Imerso em Óleo Ex O

Equipamento Imerso em Areia Ex Q

Equipamento Imerso em Resina Ex M

Equipamento de Segurança Aumentada EX E

Equipamento Não Acendível Ex N

Equipamento Hermético Ex H

Equipamento de Segurança Intrínseca Ex I

Equipamento Especial Ex S

TIPOS DE PROTEÇÃO 3.8.5.

ÍNDICE DE PROTEÇÃO 3.8.6.

O Índice de Proteção é expresso por dois algarismos, conforme figura

abaixo

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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De acordo com a NR-10 em seus itens a seguir:

10.8.8.4. Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de

treinamento específico de acordo com o risco envolvido.

10.9.2. Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas

destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas

potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no

âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

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NR-10 – Curso Básico de Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade

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10.9.3. Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular

eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de

descarga elétrica.

10.9.4. Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco

acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de

proteção como alarme e seccionamento automático para prevenir sobre tensões,

sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições

anormais de operação.

10.9.5. Os serviços em instalações elétricas nas áreas classificadas

somente poderão ser realizados mediante permissão para o trabalho com

liberação formalizada, conforme estabelece o ítem 10.5 ou supressão do agente

de risco que determina a classificação da área.

A NR-33 também menciona áreas classificadas em seus itens:

33.3.2.2. Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados

ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação

da Conformidade – INMETRO.

33.3.2.4. Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio

ou explosão em trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento,

esmerilhamento, corte ou outros que liberem chama aberta, fascas ou calor.

UMIDADE 3.8.7.

A água como condutora de eletricidade pode ser o

caminho para correntes de fuga em instalações elétricas.

Sendo assim, os profissionais qualificados em elétrica estão

expostos aos riscos de eletroplessão quando utilizam roupas

molhadas, inclusive em caso de suor. Durante a execução de

trabalhos em locais úmidos ou encharcados, deve-se utilizar

tensão inferior a 24 V ou transformador de segurança (isola eletricamente o

circuito e impede correntes de fuga).

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A exposição do trabalhador a umidade pode contribuir com o surgimento de

doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias

entre outras.

Todo trabalho em equipamentos energizados só deve ser iniciado com

boas condições metereológicas, não sendo permitidos os trabalhos sob chuva,

neblina densa ou ventos. Podemos determinar a condição de umidade favorável

ou não com a utilização do termohigrômetro ou umedecendo levemente com um

pano úmido a superfície de um bastão de manobra, e aguardar durante

aproximadamente 5 minutos. Desaparecendo a película de umidade, há

condições seguras para execução dos serviços.

Sabemos que a existência de umidade no ar propicia a diminuição da

capacidade disruptiva do ar, aumentando assim os riscos de acidentes elétricos.

Devemos levar em consideração, também, que os equipamentos isolados a

óleo não devem ser abertos para manutenção em condições de umidade relativa

do ar elevada, pois o óleo isolante pode absorver a umidade do ar,

comprometendo, assim, suas características isolantes. Exemplo:

transformadores, disjuntores.

CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS 3.8.8.

Devido a longos períodos de estiagem, as chuvas que começam a cair são

normalmente acompanhadas de tempestades, sendo estas originadas a partir do

aquecimento do solo pelos raios solares, que fazem o ar quente subir,

carregando com este as partículas de vapor, ou do encontro da massa de ar frio

com uma massa de ar quente.

O raio é uma descarga elétrica de grande

intensidade, sendo produzido por nuvens do tipo

“cumulonimbus”, que possui formato parecido

com uma bigorna e pode atingir 12 quilômetros

de altura e vários quilômetros de diâmetro. As

tempestades com trovoadas se verificam quando

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certas condições particulares (temperatura, pressão, umidade do ar, velocidade

do vento, etc.) fazem com que determinado tipo de nuvem se torne

eletricamente carregada internamente.

As descargas atmosféricas podem ser ascendentes (da terra para a nuvem)

ou descendentes (da nuvem para a terra), ou ainda entre nuvens. A principal

diferença entre relâmpagos e raios consiste em: o termo relâmpago refere-se a

qualquer descarga elétrica atmosférica, e raio é uma descarga que ocorre entre a

nuvem e o solo. Pode-se dizer que todo raio é um relâmpago, mas nem todo

relâmpago é um raio.

Quando o raio atinge o solo ou outro corpo em

contato com o solo, como árvores, as cargas se

propagam próximo à superfície em vez de seguirem

diretamente para as suas camadas mais profundas.

Essas correntes são responsáveis por causar a morte

de vários animais de uma só vez nas pastagens, pois a

corrente que está se propagando na superfície passa

por ele, uma vez que estão em contato com o solo. Se

o raio atingir uma região arenosa, ocorre a formação

de fulgurito (conhecido como pedra-de-corisco ou

pedra-de-raio), que é o resultado do aumento súbito da temperatura e

consequente fusão dos grãos de areia causada pela passagem da descarga

elétrica. Essa estrutura conserva o formato do raio que a originou em sua

passagem através do solo, com alguns centímetros de diâmetro, e podem ter

alguns metros de comprimento.

Para evitar falsas expectativas sobre os sistemas de proteção, faremos os

seguintes esclarecimentos:

O raio é um fenômeno da natureza absolutamente imprevisível

tanto em relação às suas características elétricas como em relação

aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência sobre as

edificações, as pessoas ou animais;

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Nada pode ser feito para impedir a queda de uma descarga em

uma determinada região. Assim sendo, as soluções aplicadas

buscam somente minimizar os efeitos destruidores a partir de

instalações adequadas de captação e de condução segura da

descarga para a terra;

Um raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido

ao alto valor de sua corrente elétrica, que gera intensos campos

eletromagnéticos, calor, etc. O raio também pode provocar

sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de

telecomunicações, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de

transmissão de dados, etc.

Essa sobretensão é denomibnada Sobretensão Transitória. Por sua vez, as

sobretensões transitórias podem chegar até as instalações elétricas internas ou

de telefonia, de TV a cabo ou de qualquer unidade consumidora. Os seus efeitos,

além de poderem causar danos a pessoas e animais podem:

Provocar a queima total ou parcial de equipamentos elétricos ou

danos a própria instalação elétrica interna e telefônica, entre

outras;

Reduzir a vida útil dos equipamentos;

Provocar enormes perdas devido a danos gerados em

equipamentos, etc.

As sobrecorrentes transitórias originadas de descargas atmosféricas podem

ocorrer de dois modos:

Descarga Direta: o raio atinge diretamente uma rede elétrica ou

telefônica. Nesse caso, o raio tem umefeito devastador, gerando

elevados valores de sobretensões sobre os diversos circuitos;

Descarga Indireta: o raio cai a uma distância de até 1

mquilômetro de uma rede elétrica. A sobretensão gerada é de

menor intensidade do que a provocada pela discarga direta, mas

pode causar sérios danos.

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Essa sobretensão induzida acontece quando uma parte da energia do raio é

transferida através de um acoplamento eletromagnético com uma rede elétrica. A

grande maioria das sobretensões transitórias de origem atmosférica que causam

danos a equipamentos é ocasionada pelas descargas indiretas.

PÁRA-RAIOS 3.8.9.

Um pára-raios é uma haste de metal, normalmente de cobre ou alumínio

destinado a proteção das edificações atraindo as descargas elétricas

atmosféricas, raios, para as suas pontas e desviando-as para o solo através de

cabos de baixa resistência elétrica. Como o raio tende a atingir o ponto mais alto

de uma edificação, o pára-raios é instalado no topo da

edificação.

Através do fenômeno eletrostático denominado poder das

pontas, que é a grande concentração de cargas elétricas que se

acumulam em regiões pontiagudas, quando o campo elétrico

nas vizinhanças da ponta do pára-raios atinge determinado

valor, o ar em sua volta se ioniza e se descarrega através de

sua ponta para o solo através de um condutor de baixa

resistividade que é enterrado no solo e rodeado de pó de

carvão.

Os pára-raios tradicionais protegem as estruturas, mas não podem evitar

os efeitos negativos da indução eletromagnética causada pela grande energia que

se transmite durante a descarga, de que todos os aparelhos existentes, tanto os

elétricos quanto os telefônicos, informáticos, eletrônicos, etc. se ressentem em

maior ou menor medida e que pode mesmo causar a sua completa destruição.

Podemos definir o pára-raios como um conjunto de elementos compostos

de um sistema de captação aérea (captores); sistema de descida, que liga o

captor ao aterramento e sistema de aterramento, por onde a descarga dissipará.

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A área de proteção de um pára-raios não é estática, é previamente definida

dependendo dos fatores dinâmicos, tais como:

A forma da estrutura a serem protegidas;

As massas metálicas e objetos metálicos na parte externa da

edificação;

Variações térmicas;

Intensidade do campo elétrico da região a ser protegida, etc.

Os principais métodos de proteção são:

Método Gaiola de Faraday

Este método consiste em instalar um sistema de captores formados por

condutores horizontais interligados em forma de malha, método muito utilizado

na Europa. É baseado na teoria de Faraday, segundo a qual, o campo no interior

de uma gaiola é nulo, mesmo quando passa pelos condutores uma corrente

muito alta, ou seja, é necessário que a corrente se distribua uniformemente por

toda a superfície. Quanto menor a distância entre os condutores da malha, mais

eficaz será a proteção.

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Método Franklin

Segundo a norma vigente, os pára-raios tipo Franklin são instalados para

proteger o volume de um cone, onde o captor fica no vértice e ângulo entre a

geratriz e o centro do cone, variando de acordo com o nível de proteção e a

altura da edificação. (NBR5419/2001)

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS 3.8.10.

ATMOSFÉRICAS

A instalação do sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)

é uma exigência do Corpo de Bombeiros, regulamentada pela ABNT segundo a

norma NBR 5419/2001, e tem como objetivo evitar e/ou eliminar o impacto dos

efeitos das descargas atmosféricas, que podem ocasionar incêndios, explosões,

danos materiais e, até mesmo, risco a vida de pessoas e animais.

ABNT NBR 5419/2001

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis ao projeto, instalação e

manutenção de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) de

estruturas (definidas em 1.2), bem como de pessoas e instalações no seu

aspécto físico dentro do volume protegido.

FIGURA 4.2 PROJEÇÃO DO CONE DE PROTEÇÃO FIGURA 4.1 PARÁ RAIOS - TIPO

FRANKLIN

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1.2 Esta Norma aplica-se às estruturas comuns, utilizadas para fins

comerciais, industriais, agrícolas, administrativos ou residenciais, e as estruturas

especiais previstas no anexo A.

1.4 Esta Norma não contempla a proteção de equipamentos elétricos e

eletrônicos contra interferências eletromagnéticas causadas pelas descargas

atmosféricas.

Os SPDAs devem ser submetidos a inspeções visuais anualmente e

inspeções completas (de acordo com o nível de proteção requerido). Nessas

inspeções deverão ser identificadas eventuais irregularidades, e estas por sua vez

quando identificadas devem ser corrigidas imediatamente para garantir a

eficiência do sistema.

O relatório de medição de SPDA da instalação elétrica deve ser anexado ao

Prontuário de Instalações Elétricas (P.I.E.). A medição de SPDA deve ser

realizada ao menos uma vez por ano.

O SPDA é composto basicamente por três sub-sistemas: captor, condutor

de descida e aterramento.

Sistema de captores – tem como finalidade receber os raios, reduzindo a

probabilidade da estrutura receber diretamente o raio, deve ter a capacidade

térmica e mecânica suficiente para suportar o calor gerado no ponto de impacto,

assim como os esforços eletromecânicos resultantes.

Sistema de descida – tem como finalidade conduzir a corrente de descarga

do raio recebido pelo captor até o sistema de aterramento, reduzindo a incidência

de descargas laterais e de campos eletromagnéticos no interior do volume

protegido, e deve ter também a capacidade térmica e mecânica suficiente para

suportar o calor gerado pela passagem da corrente, e suportar a corrosão.

Sistema de aterramento – tem como finalidade dispersar no solo a corrente

recebida pelos captores e conduzidas pelos condutores até o solo, reduzindo

assim o risco de ocorrência de tensões de passo e de toque, deve resistir ao calor

gerado e ao ataque corrosivo dos diversos tipos de solo.

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ANIMAIS PEÇONHENTOS 3.8.11.

São animais que por meio de um mecanismo de caça e defesa, são capazes

de injetar em suas presas uma substância tóxica produzida em seus corpos,

diretamente de glândulas especializadas (dente, ferrão, agulhão) por onde passa

o veneno. Eles são responsáveis por provocarem inúmeros acidentes domésticos,

em várias regiões brasileiras. São exemplos de animais peçonhentos: cobras,

aranhas, escorpiões, lacraias, taturanas, vespas, formigas, abelhas e

marimbondos

Os animais venenosos são aqueles que possuem um mecanismo que age

passivamente, ou seja, é preciso a interferência do predador para que o seu

veneno, na maioria dos casos presente na pele, seja ativado, como, por exemplo,

sapos e borboletas.

FIGURA 4.3 INSTALAÇÃO GENÉRICA DE SPDA EXTERNO EM UM PRÉDIO

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O trabalhador pode encontrar animais peçonhentos durante a execução de

atividades externas de construção, manutenção e supervisão em redes elétricas,

torres de transmissão, postes, subestações, usinas geradoras, leitura de

medidores, serviços de podas de árvores entre outros.

RESPONSABILIDADES 4.

As atividades e serviços executados em instalações elétricas implicam em

responsabilidades:

Civil;

Criminal;

Previdenciária;

Trabalhista

Conforme o ART.157 da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, cabe às

empresas:

Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do

trabalho;

Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às

precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho e

doenças ocupacionais;

Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelos órgãos

competentes;

FIGURA 4.16 SERPENTE

FIGURA 4.14 ESCORPIÃO FIGURA 4.15 ARANHA

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P á g i n a | 205

Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Conforme o ART. 158 da CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas, cabe aos

empregados:

Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, bem

como as instruções dadas pelo empregador;

Colaborar com a empresa na aplicação das leis sobre segurança e

medicina do trabalho;

Usar corretamente o EPI quando necessário.

SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE 4.1.

SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO

Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho está regulamentado conforme dispositivo da Lei 6.514/77 – Portaria

3.214/78, especificado na Norma Regulamentadora NR 4.

A NR 4 estabelece a obrigatoriedade da existência do SESMT em todas as

empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta

dos poderes Legislativo Judiciário, que possuam empregados regidos pela

Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, com a finalidade de promover a saúde

e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

O dimensionamento do SESMT vincula-se à graduação do risco da atividade

principal e ao número total de empregados do estabelecimento.

Para que o dimensionamento do SESMT atinja seus objetivos, é necessário

que a política visando a segurança e a saúde do trabalhador, seja bem definida e

garantida pelo apoio da administração e pela conscientização de cada trabalhador

da empresa em todos os níveis hierárquicos.

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ATRIBUIÇÕES DO SESMT 4.1.1.

Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e Medicina

do Trabalho no ambiente de trabalho e a todos os seus

componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a

controlar e reduzir os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;

Determinar ao trabalhador a utilização de Equipamentos de

Proteção Individual – EPI, quando esgotados todos os meios

conhecidos de proteção coletiva para a eliminação do risco como

determina a NR 6 e se mesmo assim este persistir, adota-se o uso

de equipamentos de proteção individual desde que a

concentração, intensidade ou característica do agente assim o

exija;

Colaborar quando solicitado, nos projetos e na implantação de

novas instalações físicas e tecnológicas da empresa;

Responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao

cumprimento do disposto nas NRs aplicáveis às atividades

executadas pelos trabalhadores da empresa e/ou

estabelecimentos;

Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao

máximo de suas observações, além de apoiá-la, treiná-la e

atendê-la, conforme dispõe a NR 5;

Promover a realização de atividades de conscientização, educação

e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do

trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de campanhas

quanto de programas de duração permanente (treinamentos);

Analisar e registrar em documentos específicos todos os acidentes

ocorridos na empresa ou estabelecimento, e todos os casos de

doença ocupacional, descrevendo a história e as características do

acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as

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características do agente e as condições dos indivíduos portadores

de doença ocupacional ou acidentado;

As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são

essencialmente prevencionistas, embora não seja vedado o

atendimento de emergência, quando se tornar necessário. A

elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes,

disponibilidade de meios destinados ao combate a incêndios e

salvamento, e de imediata atenção à vítima de qualquer outro tipo

de acidente estão incluídos em suas atividades.

CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES 4.2.

Conforme determina a NR 5 as empresas privadas, públicas, sociedades de

economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições

beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras

instituições que admitam trabalhadores como empregados devem constituir CIPA

por estabelecimento e mantê-la em regular funcionamento.

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes

do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a

preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

A CIPA é composta por representantes do empregador (designados) e dos

empregados (eleitos).

PENALIDADES PREVISTAS NO CÓDIGO CIVIL 4.3.

Homicío culposo;

Lesão corporal;

Lesão corporal de natureza grave;

Lesão corporal seguida de morte;

Lesão corporal culposa;

Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente.

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CÓDIGO CIVIL 4.3.1.

Art.186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente

moral, comete ato ilícito.

Art.927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a

outrem, fica obrigado a repará-lo.

§ Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano,

independentemente da culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a

atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua

natureza, risco para os direitos de outrem.

CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 4.3.2.

Art. 18 - Diz-se o crime:

• I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de

produzi-lo;

• II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,

negligência ou imperícia.

Art. 121 Diz:

§ 3º, se o homicídio é culposo:

• Pena - detenção, de um a três anos.

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 4.3.3.

• Art. 120 - Nos casos de negligência quanto às normas padrão de

segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a

Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis.

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• Art. 121- O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por

acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de

outrem.

LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 4.3.4.

Acidentes de trabalho são aqueles que acontecem no exercício do trabalho

prestado à empresa e que provocam lesões corporais ou perturbações funcionais

que podem resultar em morte ou na perda ou em redução, permanente ou

temporária, das capacidades do trabalhador.

São considerados acidentes de trabalho:

Doenças profissionais provocadas pelo trabalho. São exemplos,

problemas de coluna, audição, visão, cardíacos, etc;

Doenças causadas pelas condições de trabalho. São exemplos:

dermatoses causadas por cal e cimento ou problemas de

respiração causados pela inalação de poeira etc.;

Acidentes que acontecem na prestação de serviços, por ordem da

empresa, fora do local de trabalho;

Acidentes que acontecem em viagens à serviço da empresa;

Acidentes que ocorram no trajeto entre a casa e o trabalho ou do

trabalho para casa.

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COMPETÊNCIA DAS PESSOAS SEGUNDO A NBR 14.039 4.3.5.

Além das classificações anteriores, a NBR 14.039, em sua Tabela 12 -

Competência das pessoas, classifica as pessoas em 3 classes: Comuns,

Advertidas e Qualificadas.

PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS 5.

O fogo é um fenômeno natural. Antes de seu controle pelo homem

somente ocorria espontaneamente através de manifestações da natureza como

raios e erupções vulcânicas. Hoje o fogo é utilizado em uma variedade enorme de

atividades caseiras e industriais.

Código Classificação Características Aplicação e exemplos

BA1 Comuns Pessoas inadvertidas

BA4 Advertidas

Pessoas suficientemente informadas ou

supervisionadas por pessoas qualificadas

de modo a lhes permitir evitar os perigos

que a eletricidade pode apresentar

Pessoal de manutenção

e/ou operação

trabalhando em locais de

serviço elétrico

BA5 Qualificadas

Pessoas que tem conhecimentos técnicos

ou experiência suficiente para lhes

permitir evitar os perigos que a

eletricidade pode apresentar

Engenheiros e/ou

técnicos trabalhando em

locais de serviço elétrico

fechados

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P á g i n a | 211

QUÍMICA DO FOGO 5.1.

O fogo é a rápida oxidação de um

material combustível liberando calor, luz e

produtos de reação, tais como o dióxido de

carbono e a água. O fogo é uma mistura de

gases a altas temperaturas, formada em reação

exotérmica de oxidação, que emite radiação

eletromagnética nas faixas do infravermelho e

visível. Desse modo, o fogo pode ser entendido

como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão. Se

bastante quente, os gases podem se tornar ionizados para produzir plasma.

Dependendo das substâncias presentes e de quaisquer impurezas, a cor da

chama e a intensidade do fogo podem variar. O fogo em sua forma mais comum

pode resultar em incêndio, que tem o potencial de causar dano físico através da

queima.

Chamamos de fogo o resultado de um processo termoquímico muito

exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto químico orgânico como o

papel, a madeira, os plásticos, os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros,

susceptíveis a oxidação, em contato com uma substância comburente (oxigênio

da atmosfera, por exemplo) necessitam de uma energia de ativação, também

conhecida como temperatura de ignição. Esta energia para inflamar o

combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma chama. Iniciada

a reação de oxidação, também denominada de combustão ou queima, o calor

desprendido pela reação mantém o processo em marcha.

Os produtos da combustão (principalmente vapor de água e dióxido de

carbono), em altas temperaturas pelo calor desprendido pela reação química,

emitem luz visível. O resultado é uma mistura de gases incandescentes emitindo

energia, denominado chama ou fogo.

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P á g i n a | 212

ELEMENTOS DA COMBUSTÃO 5.1.1.

A combustão é uma reação química exotérmica onde um material

combustível reage na presença de um comburente, geralmente acompanhada de

chamas e/ou brasas e/ou emissão de fumaça.

Portanto é necessária a presença de três elementos: combustível,

comburente e calor. Cada um dos elementos devem estar presentes no processo

dentro das proporções ideais. Caso a união dos três elementos seja feita de

forma indiscriminada poderemos não ter a produção do fogo.

Combustível

Qualquer substância sólida, líquida ou gasosa capaz de queimar. Quanto a

sua capacidade de liberar vapores inflamáveis são classificados como voláteis e

não voláteis.

Comburente

É a substância química oxidante capaz de alimentar a combustão. O mais

conhecido deles é o oxigênio encontrado na atmosfera que respiramos na

porcentagem de 21%.

Calor

Forma de energia que se transfere de um sistema para outro por uma

diferença de temperatura entre os dois. É capaz de produzir vapores inflamáveis

a partir dos corpos combustíveis. Também atua como fonte de ignição em meio a

uma atmosfera inflamável ideal. O calor não é a única fonte de ignição de um

incêndio. Podemos citar faíscas, descargas elétricas e energia estática como

outros exemplos.

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P á g i n a | 213

TETRAEDRO DO FOGO 5.1.2.

A doutrina da moderna teoria do fogo já não trabalha mais com o

conhecido triângulo do fogo (combustível, comburente e calor). A ciência foi

capaz de verificar que o fenômeno da combustão é uma reação que se processa

em cadeia. Após o seu início, a combustão é sustentada pelo calor produzido

durante o processo da própria reação. Essa oxidação auto-sustentável dá o lugar

a um quarto elemento chamado de reação em cadeia.

Reação em Cadeia

Esta reação é sustentada pelo ciclo constante criado através do fenômeno

de pirólise (decomposição química de uma substância mediante ação do calor). O

calor irradiado agindo sobre o combustível provoca a sua decomposição em

partículas menores que ao liberarem vapores inflamáveis e se misturarem ao

oxigênio acabam se incendiando também e assim por diante criando um ciclo

autossustentável.

Ainda no estudo da teoria do fogo e sua evolução é importante também

conhecermos alguns pontos notáveis da combustão.

TEMPERATURA DE IGNIÇÃO 5.1.3.

É a temperatura em que os combustíveis começam a emanar vapores que

em contato com o ar, podem iniciar ou não uma combustão.

PONTO DE FULGOR 5.1.4.

É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores

em quantidade suficiente para formar com o oxigênio uma mistura capaz de se

inflamar a exposição de uma fonte externa de ignição. Se afastada essa fonte o

fogo cessa.

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PONTO DE COMBUSTÃO 5.1.5.

É a menor temperatura na qual um combustível começa a emanar vapores

em quantidade suficiente para formar com o oxigênio uma mistura ideal, capaz

de se inflamar à exposição de uma fonte externa de ignição. Depois de afastada

essa fonte a queima continua.

PONTO DE AUTO-IGNIÇÃO 5.1.6.

É a menor temperatura na qual os gases desprendidos de um corpo

combustível entram em combustão pelo contato com o oxigênio existente no ar,

independente da existência de fonte externa de calor.

COMBUSTÃO COMPLETA 5.1.7.

Acontece quando o combustível ao se queimar, combina-se com o oxigênio

na proporção ideal (16% a 21%). Desta reação origina-se vários produtos como

o gás carbônico, água na forma de vapor e cinzas.

COMBUSTÃO INCOMPLETA 5.1.8.

Neste caso a concentração de oxigênio é muito baixa (8% a 15%). O

produto da reação agora é o monóxido de carbono. Nos combustíveis sólidos

haverá formação de brasas sem chamas.

MISTURA INFLAMÁVEL 5.1.9.

A mistura inflamável é representada pela faixa de explosividade que mede

a concentração mínima ou máxima de gases/vapores desprendidos de um

determinado corpo combustível que se misturados com o oxigênio na proporção

adequada pode criar uma atmosfera explosiva. Exemplos:

GLP: A mistura deve ser de 2% a 10% de GLP para 98% a 90% de

oxigênio.Gás natural: A mistura deve ser de 3,8% a 13% de GN para 96,2% a

87% de oxigênio.

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EXPLOSÃO 5.1.10.

É o fenômeno que ocorre devido a grande velocidade de propagação da

reação de combustão em um ambiente que não suporte a pressão gerada

(expansão de gases na combustão dentro de um local confinado). Seus principais

efeitos são o desenvolvimento de uma onda de choque, ruído, fragmentos e se

envolver produtos inflamáveis poderá liberar também calor e chamas.

ELETRICIDADE ESTÁTICA 5.1.11.

Em algumas operações nas atividades industriais pode ser gerado um

acúmulo de cargas elétricas perigosas as quais podem ser liberadas em

descargas eletrostáticas com energia suficiente para inflamar uma dada

atmosfera inflamável. A energia estática é o acúmulo de energia de um corpo em

relação a outro ou em relação à terra ao sofrerem um atrito.

Para ser uma potencial fonte de ignição quatro fatores devem estar

presentes: um meio efetivo de geração de eletricidade estática; um meio de

acumulação dessa energia; uma descarga; uma atmosfera inflamável.

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA 5.1.12.

Em alguns casos, materiais orgânicos entram em reações físico-químicas

(fermentação) quando misturados, ocorrendo à emissão de gases e geração de

calor que podem provocar a combustão sem que haja fonte externa de calor.

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PRODUÇÃO DE CALOR 5.1.13.

Normalmente o calor é produzido na natureza ou pelo homem nos

processos industriais da seguinte forma:

PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS 5.1.14.

A maioria das ocorrências de incêndios a bordo de plataformas é causada

por falhas humanas ou nos equipamentos. São situações como o

desconhecimento ou a não observância de procedimentos ou a não observância

de procedimentos de trabalho ou a manutenção deficiente dos equipamentos.

Também não podemos descartar as causas de origem da natureza.

Portanto, uma atenção maior deve ser dada aos seguintes fatos:

Descuido;

Ignorância;

Negligência;

Acidentes.

Exemplos de Causas de Incêndios:

Serviços de solda, cortes, esmerilhamento, etc.;

Superaquecimento ou curto circuito de equipamentos elétricos;

Armazenamento de produtos perigosos em local de risco;

Vazamento de produtos inflamáveis;

Superaquecimento de materiais inflamáveis;

Acúmulo de óleo de cozinha nos exaustores;

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Cigarros;

Trapos e estopas abandonados e embebidos de óleo ou graxa;

Acúmulo de óleo ou de lixo;

Mau tempo;

Ações criminosas.

MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO 5.2.

Uma vez permitido que o fogo queime sem controle, deveremos levar em

conta o eu mecanismo de transmissão de energia, ou seja, como ele se propaga

em meio ao ambiente.

São três os métodos de propagação do fogo: a condução do calor, a

convecção do calor e a radiação de energia. Cada modo de transmissão da

energia irá influenciar na manutenção, no crescimento do fogo, no tempo de

queima e no tamanho das chamas.

CONDUÇÃO 5.2.1.

É o método em que o calor (energia) é transmitido através de um corpo

sólido. Ex.: Incêndios envolvendo anteparas ou tubulações.

RADIAÇÃO 5.2.2.

É o método em que o calor (energia) é transmitido por meio de ondas em

todas as direções. Ex.: Incêndios com líquidos, sólidos e gases inflamáveis.

CONVECÇÃO 5.2.3.

É o método em que o calor (energia) é transmitido pela movimentação do

próprio material aquecido envolvido no incêndio. Ex.: Incêndios em vãos de

escadas, vãos de elevadores e dutos de ventilação.

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NOÇÕES BÁSICAS DE COMBATE A INCÊNDIO 5.3.

Os materiais combustíveis têm características diferentes e, portanto,

queimam de modos diferentes. Para melhor compreensão, são divididos em

quatro classes de incêndio, conforme o tipo de material.

CLASSES DE INCÊNDIO 5.3.1.

Classe A - incêndio em materiais sólidos, como madeira, papel e tecido,

etc. Esses materiais apresentam duas propriedades: deixam resíduos quando

queimados (brasas, cinzas, carvão), e queimam em superfícies e em

profundidade.

Classe B - incêndio em líquidos inflamáveis, como óleo, gasolina,

querosene, etc. Esses materiais apresentam duas propriedades: não deixam

resíduos quando queimados, e queimam somente em superfície.

FIGURA 6.11 CONDUÇÃO FIGURA 6.10 RADIAÇÃO FIGURA 6.12 CONVECÇÃO

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Classe C - incêndio em equipamentos elétricos energizados, como

máquinas elétricas, quadros de força, etc. Ao ser desligado o circuito elétrico, o

incêndio passa a ser de classe A. Importante: não jogue água em fogo de classe

C (material elétrico energizado), porque a água é boa condutora de eletricidade.

Classe D - incêndio em metais que inflamam facilmente, como alumínio

em pó, magnésio, carbonato de potássio etc. Não jogue água neste incêndio, pois

na presença da água esses metais reagem de forma violenta.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO 5.3.2.

A maioria dos incêndios começa com um pequeno foco, fácil de debelar.

Agente extintor é todo material utilizado para combater incêndio.

Conheça os métodos de extinção do fogo e evite que um incêndio se

transforme numa catástrofe em sua atividade econômica.

Em todo incêndio ocorre um reação de combustão, envolvendo quatro

elementos: o combustível, o comburente, o calor e a reação em cadeia. Os

métodos de extinção do fogo consistem em “atacar” cada um desses elementos.

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Abafamento

Trata-se em reduzirr o oxigênio (comburente) da reação, por meio do

abafamento do fogo.

Resfriamento

Trata-se de diminuir a temperatura (calor) do material em chamas.

Isolamento (Retirada do Material)

Trata-se de retirar do local o material (combustível) que está pegando fogo

e também outros materiais que estejam próximos às chamas.

REAÇÃO EM CADEIA 5.3.3.

A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das

chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se

combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o

combustível, formando um ciclo constante.

EMPREGO DOS EXTINTORES 5.3.4.

Os extintores são agentes de extinção de incêndio exigidos em todas as

edificações (pequenas ou grandes), portanto, escolhemos estes equipamentos

para detalhar sua utilização. Foram criados para combate de pequenos focos de

incêndio.

Os extintores portáteis, são aparelhos de pequena dimensão para estinguir

princípios de incêndio.

Atenção: há vários tipos de extintores de incêndio, cada um contendo uma

substância diferente e servindo para diferentes classes de incêndio. Vamos

conhecê-los.

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Extintor com Água Pressurizada

É indicado para incêndios de classe A (madeira, papel, tecido, materiais

sólidos em geral). A água age por resfriamento e abafamento, dependendo da

maneira como é aplicada.

Extintor de Espuma Mecânica

É indicado para incêndios de classe B - líquido Inflamáveis (gasolina, diesel,

álcool). A espuma age por abafamento e resfriamento. Podendo ser aplicado na

classe A.

Extintor com Gás Carbônico

Indicado para incêndios de classe C (equipamento elétrico energizado), por

não ser condutor de eletricidade. Pode ser usado também em incêndios de

classes A (no início) e B.

Extintores Halogenados

Para incêndios de classe B e C.

Extintor com Pó Químico Seco

Indicado para incêndio de classe B (líquido inflamáveis). Age por

abafamento. Pode ser usado também em incêndio de classe C.

Extintor de Pó para Classes ABC

É o extintor mais moderno no mercado, que atende as classes de incêndio

A, B e C. O pó especial é capaz de combater princípios de incêndios em materiais

sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados. É o extintor usado

atualmente nos veículos automotivos.

Extintor com Pó Químico Especial

Indicado para incêndios de classe D (metais inflamáveis). Age por vários

métodos.

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DICAS DE SEGURANÇA 5.3.5.

Todos nós somos interessados e responsáveis por manter nossos lares e

locais de trabalho em segurança. Para isso, precisamos descobrir os riscos e

eliminá-los. É importante também conscientizar toda a família e os funcionários

da empresa em que trabalhamos.

Recomendações Preventivas Contra Incêndio e Acidentes.

Não use cestos de lixo como cinzeiros;

Não jogue pontas de cigarro pela janela, nem as deixem sobre

armários, mesas e prateleiras;

Não fume ao lidar com álcool, cera, parafina, solventes ou

material de limpeza em geral;

Respeite as proibições de fumar e acender fósforos em locais

sinalizados;

Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados;

Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e

identificados;

Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização;

Desconecte-os da tomada;

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Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas,

armazenando-os sempre na posição vertical e na embalagem

original;

Não improvise instalações elétricas, nem efetue consertos em

tomadas e interruptores sem que esteja familiarizado com isso;

Não sobrecarregue as instalações elétricas com a utilização de

“plugues T” ou extensões. Procure um profissional com

conhecimento técnico;

Verifique, antes de concluir seu trabalho, se os equipamentos

elétricos estão desligados;

Observe as normas de segurança ao manipular produtos

inflamáveis ou explosivos;

Mantenha os materiais inflamáveis em locais resguardados e à

prova de fogo.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 5.4.

Não ligue mais de um aparelho elétrico na mesma tomada. Se a corrente

elétrica está acima do que a fiação suporta, ocorre um superaquecimento dos

fios. Aí pode começar o incêndio. Não utilize fios elétricos descascados ou

estragados. Quando encostam um no outro, provocam curtos-circuitos e faíscas,

que podem ocasionar um incêndio. De tempos em tempos, faça uma revisão nos

fios dos aparelhos elétricos e na instalação elétrica da sua casa.

Se algum aparelho elétrico ou tomada apresentar defeito, não pense duas

vezes para mandar consertá-los. Não faça ligações provisórias. A fiação deve

estar sempre embutida em eletrodutos. Os quadros de distribuição devem ter

disjuntores. Se os dispositivos de proteção ainda forem do tipo chave-faca, com

fusíveis do tipo cartucho ou rolha, substitua-os por disjuntores. Caso note

aquecimento dos fios, desarmamento de disjuntores, queima de fusíveis, chame

um técnico qualificado para fazer uma revisão. Toda instalação elétrica tem de

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estar de acordo com a NBR-5410 da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas). Um simples curto-circuito pode causar uma grande tragédia.

Obs: Com o tempo, o material isolante dos fios fica resecado e passam de

isolantes a condutores.

Primeiros Socorros

São ações imediatas aplicadas às vítimas em situação de emergência

(acidentes ou mal súbito), no local em que ocorreram ou se manifestaram, e que

tem por finalidade manter a vida até a chegada do socorro qualificado.

Considera-se trauma qualquer lesão caracterizada por uma alteração

estrutural fisiológica resultante da ação de um agente externo, que causa a

exposição a determinadas energias, como mecânicas, térmicas ou elétrica.

Considera-se mal súbito a indisposição física que surge repentinamente

como por exemplo o desmaio ou alguma indisposição relacionada a alterações do

metabolismo humano.

Chama-se socorrista a pessoa que está habilitada à prática dos primeiros

socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos que o

capacitaram para esse desempenho.

As características básicas a um socorrista são:

Ter bom senso, compreensão, tolerância e paciência;

Saber planejar e executar suas ações;

Ter iniciativa e atitudes firmes.

A grande maioria dos acidentes pode ser evitada, porém, quando eles

ocorrem, alguns conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar

complicações futuras e até mesmo salvar vidas.

O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve-se manter

a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a

importância de um atendimento especializado. Além disso, certifique-se de que

há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem riscos para

você.

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Ao entender o que se passa com a vítima, o socorrista tem aptidão para

diagnosticar os ferimentos ocultos e investigar todo o tipo de ferimento existente.

De nada adianta ao socorrista identificar a lesão ou o trauma se não souber o

que fazer após a identificação; por isso a necessidade de se ter pessoal

qualificado para tais situações.

Os princípios básicos do atendimento de emergência estão baseados em

três ERRES:

Rapidez no atendimento;

Reconhecimento das lesões;

Reparação das lesões.

Em uma abordagem devemos nos preocupar com as seguintes situações

que são bem complicadas, porém essenciais em primeiros socorros urgência e

emergência.

Emergência é quando há uma situação crítica ou algo iminente, com

ocorrência de riscos. No âmbito da medicina, é uma circunstância que necessita

de atendimento imediato, pois há risco de morte;

Urgência é quando há uma situação que não pode ser adiada, onde o

adiamento pode gerar o agravo dos riscos, contudo constitui uma situação menos

imediatista, ou seja, não tem risco de morte.

RISCOS DA ELETRICIDADE EM NOSSO ORGANISMO 5.5.

Acidentes envolvendo eletricidade são bastante comuns, pois muitas vezes

os perigos da energia elétrica são subestimados por não serem visíveis.

Os riscos são inúmeros e vão desde a simples queimaduras até

carbonização total dos tecidos e órgãos. Por isso é muito importante prevenir-se

dos riscos antes de iniciar qualquer atividade que envolva eletricidade.

Antes de expor os efeitos da eletricidade em nosso organismo, cabe

descrever os fatores associados a ela, pois estes podem gerar diferentes lesões

de um indivíduo para outro. Os efeitos mais expressivos são: trajeto e

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intensidade que a eletricidade perfaz no corpo humano, tempo de exposição e o

tipo de corrente elétrica aplicada; importante ressaltar que a resistência

oferecida à passagem dessa corrente também é um fator muito importante.

TRAJETO DA ELETRICIDADE EM NOSSO CORPO 5.5.1.

A partir da avaliação do trajeto que a eletricidade fez no corpo da vítima

podemos ter uma noção das prováveis lesões que a mesma poderá apresentar. O

maior perigo é que esta corrente passe pelo coração em intensidade igual ou

superior a 15mA por um período superior a ¼ de segundo, pois desta forma

ocorrera a desordem dos impulsos elétricos cardíacos, ou arritmia cardiaca.

RESISTÊNCIA DO CORPO HUMANO 5.5.2.

A resistência varia de acordo com o conteúdo de eletrólitos e água dos

tecidos do corpo pelo qual a eletricidade está sendo conduzida. A resistência dos

tecidos aumenta progressivamente, partindo do nervo para o sangue, vasos,

músculo, pele, tendões, tecido adiposo e ossos. Os vasos sanguíneos, músculos e

nervos têm alto teor de eletrólitos e de água, apresentando assim uma baixa

resistência à passagem da eletricidade; em contrapartida, o osso possui a maior

resistência, o que gera, dessa forma, mais calor quando comparado a outros

tecidos.

A pele humana é um bom isolante e apresenta, quando seca, uma

resistência de 100.000 Ohms a 600.000 Ohms à passagem da energia elétrica,

ocorrendo variação em função das diferentes espessuras de pele. A resistência

oferecida pela parte interna do corpo, constituída pelo sangue, músculo e demais

tecidos comparativamente a resistência da pele é bem baixa, medindo em média

300 Ohms e apresentando um valor máximo de 500 Ohms.

Quando úmida, condição facilmente encontrada nas atividades práticas, a

resistência da pele é de em média, 1.000 Ohms. A energia elétrica de alta

voltagem, rapidamente rompe a pele, reduzindo a resistência do corpo para

apenas 500 Ohms.

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Abaixo seguem exemplos da resistência da pele sendo que os 2 primeiros

casos referem-se à baixa voltagem (corrente de 120 volts) e o terceiro, à alta

voltagem:

Corpo seco: 120 volts/100000 ohms = 0,0012 A = 1,2 mA (o

indivíduo leva apenas um leve choque);

Corpo molhado: 120 volts/1000 ohms = 0,12 A = 120 mA

(suficiente para provocar uma fibrilação ventricular);

Pele rompida: 1000 volts/500 ohms = 2 A (parada cardíaca e

sérios danos aos órgãos internos).

Após conhecermos os efeitos associados a eletricidade, podemos descrever

os principais riscos decorrentes da eletricidade em nosso organismo.

Todas as atividades biológicas do corpo são estimuladas ou controladas por

impulsos elétricos. Se essa energia elétrica interna (fisiológica) somar-se a uma

outra energia elétrica de origem externa, ocorrerá no organismo uma alteração

das funções vitais normais que pode levar o indivíduo à morte.

Os principais efeitos que a energia elétrica externa produz no corpo

humano são: tetanização, queimaduras e complicações cardiorrespiratórias,

assuntos esses que serão detalhados mais adiante.

TETANIZAÇÃO 5.5.3.

É a paralisia muscular provocada pela circulação de corrente elétrica

através dos nervos que controlam os músculos. As frequências usuais de 50 e 60

Hz são suficientes para causar uma tetanização completa. A energia elétrica

externa supera os impulsos elétricos que são enviados pela mente e os anula,

podendo bloquear um membro ou o corpo inteiro. De nada vale, nesses casos, a

consciência do indivíduo e a sua vontade de interromper o contato. Estudos

mostram que para uma grandeza, em corrente alternada de 50 a 60 Hz, o valor

do limite de largar (valor máximo de corrente que uma pessoa, tendo à mão um

objeto energizado, pode ainda largá-lo) em mulheres se situam entre 6 e 14 mA

(média de 10 mA) e entre homens 9 e 23 mA (média de 16 mA). Em corrente

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CORRENTE REAÇÃO

Abaixo de 1 mA Geralmente não é perceptível

1 mA Leve formigamento

5 mA

Um pequeno choque é sentido, não dolorido,

mas incômodo. A maioria das pessoas

consegue largar. Forte reação involuntária

pode levar a lesões

6 a 25 mA (mulher)Choque doloroso. Perda de controle

muscular.

9 a 30 mA (homem)

Limite de largar. O indivíduo pode ser

impulsionado para longe da fonte de energia,

se o músculo extensor for estimulado.

50 a 150 mADor extrema, parada respiratória, contração

muscular grave. Pode levar a morte.

1.000 a 4.300 mA

Cessa o batimento cardíaco ritmado. Ocorre

contração muscular e dano ao nervo. Morte

provável.

10.000 mAParada cardiorrespiratória. Queimaduras

graves. Morte presumível.

contínua, foram encontrados os valores médios de 51 mA em mulheres e 76 mA

em homens.

Correntes inferiores ao limite de largar, mesmo as mais baixas, embora

não produzam alterações graves no organismo, podem dar origem a contrações

musculares violentas e, indiretamente, causar acidentes como queda, gerando

traumatismos múltiplos.

Correntes superiores ao limite de largar, mas com pouca intensidade,

podem causar uma parada respiratória se esta for de longa duração. Essas

correntes produzem sinais de asfixia devido a contração dos músculos ligados à

respiração e/ou à paralisia dos centros nervosos que comandam a função

respiratoria. Se a corrente permanece, o indivíduo perde a consciência e evolui

para óbito por asfixia.

A tabela abaixo apresenta uma relação entre a quantidade de corrente

recebida e a reação, quando uma corrente flui em uma pessoa de no mínimo 50

quilos, sendo o trajeto da mão ao pé por apenas um segundo.

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P á g i n a | 229

DISTRIBUIÇÃO DAS ETAPAS E PRIORIZAÇÃO DO 5.6.

ATENDIMENTO

O atendimento inicial tem como objetivo principal em APH (Atendimento

Pré Hospitalar) a identificação rápida da situação em que a vítima se encontra,

devendo ser rápido na ação, organizado e eficiente.

Para isso, dividimos o atendimento inicial em quatro etapas seqüenciais:

AVALIAÇÃO DA CENA E BIOSSEGURANÇA 5.6.1.

É a primeira etapa e a mais importante no atendimento inicial à vítima,

pois essa avaliação fornece informações muito úteis ao socorrista como:

Segurança do local;

Mecanismo da lesão;

Número de vítimas;

Prováveis lesões da vítima.

Após ser feita a avaliação do local, o socorro especializado deve ser

chamado e para este devem ser repassadas o maior número de informações

pertinentes possíveis, tais como local do acidente, segurança do local, se há ou

não necessidade de auxilio de outros setores (ex.: desligar a eletricidade do

local), mecanismo da lesão, número de vítimas, estado geral dessas vítimas,

entre outros.

Na área de saúde, biossegurança é o conjunto de ações destinadas a

prevenir, controlar, diminuir ou eliminar riscos inerentes à exposição de

microorganismos que possam vir a provocar algum tipo de infecção.

São diversos os materiais/equipamentos de biossegurança, porém os

fundamentais ao se prestar um primeiro atendimento em qualquer vítima são:

luvas de procedimento, óculos de segurança e equipamentos para ventilação com

válvulas anti-refluxo.

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P á g i n a | 230

ABORDAGEM PRIMÁRIA 5.6.2.

Nesta etapa serão identificadas as vítimas que terão prioridade de

atendimento, avaliando-se o nível de consciência da(s) vítima(s), estabilização de

cervical, obstrução de vias aéreas, respiração, circulação com controle de

hemorragias e o estado neurológico/ desfibrilador, constituindo assim o ABCD.

O atendimento deve ser priorizado em dois momentos: ao observar o

número de vítimas que estão no local da emergência e ao observar as lesões de

uma dessas vítimas. Quando observamos o número de vítimas, a prioridade do

atendimento está voltada para a vítima inconsciente, pois esta apresenta

relaxamento muscular e esta condição leva a obstrução da via aérea superior

(devido a queda da língua), além do fato que a inconsciência é um dos sinais de

parada cardiorresspiratória.

ABORDAGEM SECUNDÁRIA 5.6.3.

Nesta etapa será feita uma avaliação geral da vítima (da cabeça aos pés)

em busca de lesões não-aparentes. Essa abordagem é feita pela equipe

especializada.

Todos os segmentos do corpo devem ser examinados sempre na mesma

ordem: Crânio, Face, Pescoço, Tórax, Abdômen, Quadril, Membros Inferiores,

Membros Superiores e Dorso.

FIGURA 7.4 AMBU FIGURA 7.3 POCKET MASK FIGURA 7.2 ÓCULOS

FIGURA 7.1 LUVAS

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SINAIS VITAIS E ESCALA DE TRAUMA 5.6.4.

Os sinais vitais da vítima devem ser monitorados por todo tempo, pois

dependendo da situação que a vítima se encontra, seus sinais vitais podem

alterar-se repentinamente. Os sinais vitais são: batimentos cardíacos (pulso),

movimentos respiratórios, pressão arterial e temperatura corporal; por falta de

material adequado, pode ser que os sinais vitais só sejam aferidos com precisão

pelo socorro especializado.

A escala de trauma é feita para observar o nível de gravidade das lesões

nos diferentes sistemas do corpo, sendo a mesma realizada pela equipe de

socorro especializado.

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 5.6.5.

Consciência é o entendimento e a pecepcao do que esta ao nosso redor.

Inconsciência é o estado em que a pessoa não consegue pensar, observar

ou interagir com o mundo exterior e pode ser uma situação que põe a vida em

risco. É o resultado da interrupção da atividade normal do cérebro. O nível de

consciência pode ser avaliado testando a resposta da vitima a estímulos verbais

ou de dor.

O rebaixamento do nível de consciência pode representar diminuição na

oxigenação e/ou na perfusão cerebral ou um trauma direto ao cérebro. A

alteração do nível de consciência implica em necessidade imediata de reavaliação

da ventilação, da oxigenação e da perfusão. Álcool e/ou outras drogas também

podem alterar o nível de consciência da vítima. No entanto, excluídas hipóxia

(baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos) e hipovolemia (diminuição dos

fluidos corporais, geralmente ocasionada por perda de sangue), toda alteração do

nível de consciência deve ser considerada como originaria de um lesão ao

sistema nervoso central até que se prove ao contrário.

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ESTÍMULO RESPOSTA NÍVEL AÇÃO

Reação a som.

Conversa normal.

Resposta confusa.

Impressão confusa.

Checar abertura de

vias aéreas e

respiração.

Posição para

recuperação.

Alerta médico.

Sem reação a som.

Checar abertura de

vias aéreas e

respiração.

Sem reação a dor.Posição para

recuperação.

Alerta médico.

D - DOR Alguma reação a dor. Reduzido

I - INCONSCIENTE Inconsciente

A - ALERTA Normal Alerta médico.

V - VOZ Reduzido Alerta médico.

A avaliação do nível de consciência pode ser realizada utilizando o

protocolo AVDI e sempre observando a reação da vítima ao realizar cada

estímulo.

ABERTURA DE VIAS AÉREAS 5.6.6.

É a manobra mais eficaz para evitar a queda de língua, uma das principais

causas de parada respiratória nas vítimas em geral. Os indivíduos inconscientes

têm relaxamento de toda musculatura, inclusive daquela que sustenta a língua. O

socorrista pode reverter essa condição, através de manobras manuais. O simples

posicionamento da cabeça e do pescoço para a posição anatômica desloca a

língua da parede posterior da faringe.

Sua técnica é bem simples, basta colocar uma de suas mãos na testa da

vítima e a outra abaixo do queixo da mesma e inclinar a cabeça para trás.

O ideal é que esta manobra só seja realizada em vítimas de mal súbito, nas

vítimas de trauma só em último caso (ex.: vômito, afogamento), pois esse

procedimento pode causar lesões ou agravar o estado da mesma.

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P á g i n a | 233

ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL 5.6.7.

A coluna vertebral é formada por 33 vértebras interligadas por ligamentos,

os discos intervertebrais, que permitem a limitação dos movimentos.

Tratando-se de lesões na coluna vertebral, consideram-se mais graves

aquelas próximas ao crânio, como lesões na coluna cervical.

A coluna cervical permite movimentos em três eixos e três planos de

movimentos. São eles: Flexão/extensão, inclinações e rotações. A coluna cervical

possui 7 vértebras, constituindo as 2 primeiras – atlas e áxis – (C1 e C2,

respectivamente) e as 5 restantes (C3 a C7).

Para estabilizar adequadamente a coluna cervical e dessa forma, diminuir

os riscos de agravos da lesão é recomendado que utilize-se o colar cervical; o

mesmo além de garantir a estabilização irá ajudar a manter as vias aéreas da

vítima abertas.

Para colocação do colar cervical em um ambiente pré-hospitalar, a equipe

padrão deve conter no mínimo 2 socorristas. A denominação é socorrista 1, 2 ou

1º, 2º. O socorrista 1 deverá ser o mais experiente enquanto que pessoas menos

experientes ficam nas demais posições para realizar as movimentações da

vítima.

Quanto ao tamanho dos colares cervicais, para adulto dividem-se em PP, P,

M e G; podendo os mesmos ser diferenciados pela cor dos tirantes.

TAMANHO COR

PP Lilas

P Azul

M Laranja

G Verde

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MEDIÇÃO E COLOCAÇÃO DO COLAR CERVICAL 5.6.8.

É importante o uso do tamanho apropriado, o colar muito pequeno pode

não prover a estabilização adequada e o colar muito grande poderá levar a

hiperextensão cervical na vítima. A escolha do tamanho ideal é feita calculando-

se a distância entre o ombro, onde o colar ficará apoiado e a base do queixo,

esse tamanho pode ser encontrado utilizando os dedos.

Após medir o tamanho do pescoço da vítima, deve-se escolher o colar

adequado e isto é feito medindo a distância entre o ponto de referência do colar

e a borda inferior do plástico rígido e não até o acolchoado de espuma.

Para colocação do colar, o socorrista 1 deve primeiramente estabilizar a

cervical com as nãos, usando quatro pontos de apoio com os cotovelos apoiados

na coxa ou no chão, colocando suas mãos na testa da vítima, fazendo uma leve

tração e trazendo a cabeça para a posição neutra, realizando a estabilização da

coluna cervical e nunca largar a cabeça da vítima. Com a cabeça em alinhamento

neutro, o socorrista 2 começa a passar o colar do lado direito da vítima em

direção ao lado esquerdo da mesma e ao fechar deve-se deixar o colar bem

ajustado na vítima.

SISTEMAS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR 5.7.

O sistema cardiovascular e o sistema respiratório estão intimamente

ligados, uma vez que é o sangue que transporta o oxigênio a todas as partes do

corpo humano onde ele é necessário.

SISTEMA RESPIRATÓRIO 5.7.1.

Na linguagem popular, respiração é o ato de inalar e exalar ar através das

vias aéreas (boca e cavidades nasais) para se realizar as trocas gasosas ao nível

dos pulmões. Do ponto de vista fisiológico, respiração é o processo pelo qual um

organismo vivo troca oxigênio e dióxido de carbono com o seu meio ambiente

para oxigenar as suas células e equilibrar o pH do sangue com a eliminação de

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dióxido de carbono excedente; é através deste processo que as células

conseguem a energia necessária para a manutenção da vida.

O sistema respiratório é constituído pela cavidade nasal que filtra, aquece e

umedece o ar; pela nasofaringe, por onde o ar passa para a garganta; pela glote,

que impede a passagem de alimentos nos pulmões; pela laringe onde se dá a

produção de sons; pela traquéia, pelos brônquios; pelos bronquíolos; pelos

alvéolos, que são sacos aéreos onde se realizam as trocas gasosas; e pelo

diafragma, músculo localizado abaixo dos pulmões e indiretamente responsável

pelos movimentos pulmonares, pois a partir

da contração e do relaxamento desse

músculo, as costelas irão se expandir e

contrair, realizando os movimentos

pulmonares.

Em situações normais a freqüência

respiratória desejável varia de 12 a 20

movimentos respiratórios por minuto.

Em caso de necessidade a ventilação pulmonar pode ser realizada por um

dispositivos de biossegurança (Ambu ou Pocket mask) ou feita de forma natural,

realizando-se o boca-boca, porém este ato não é recomendado devido ao risco de

contaminação.

Ao ventilar uma vítima devemos observar se as vias aéreas encontram-se

permeáveis e durante a ventilação observar se o tórax da vítima está

expandindo. Caso não haja expansão torácica, pode ser que a vítima esteja com

obstrução de vias aéreas.

SISTEMA CARDIOVASCULAR 5.7.2.

O sistema cardiovascular é constituído por um órgão impulsionador -

coração - e por vasos sanguíneos que transportam o sangue. Os vasos

sanguíneos estão distribuídos de tal modo que, continuamente, levam o sangue

do coração aos tecidos, voltando, em seguida, ao coração.

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Os vasos sanguíneos dividem-se em artérias, veias e vasos capilares. As

artérias são vasos que levam sangue do coração para o corpo; as veias são vasos

que trazem o sangue de volta para o coração e os vasos capilares constituem o

final das artérias e através desses as artérias e veias se ligam.

O coração é um órgão musculoso com o tamanho aproximado de uma mão

fechada. Está localizado entre os pulmões e tem a parte inferior virada para a

esquerda. A maior parte do coração é constituída por tecido muscular cardíaco, o

miocárdio.

Para bombear todo o sangue necessário à circulação sanguínea, os

músculos cardíacos têm de se contrair - sístole - e de se relaxar - diástole -

ritmadamente. Estes batimentos do coração ocorrem, normalmente, de 60 a 100

vezes por minuto.

O sangue é responsável por transportar oxigênio e outras substâncias para

alimentar as células do organismo, levar hormônios de um lugar a outro do nosso

corpo, além de transportar substâncias que devem ser eliminadas do organismo.

Durante sua trajetória pelo corpo, o sangue é filtrado pelos rins, deixando neste

órgão detritos das células. Ao regressar, ele carrega gás carbônico que absorveu

das células, uma vez que, em seu lugar, deixou o oxigênio.

Após este processo, o sangue retorna ao coração, através das veias, que o

transportam sem oxigênio. Para melhorar a qualidade sanguínea, o coração envia

o sangue aos pulmões, para que, desta forma, o gás carbônico seja trocado pelo

oxigênio, e, em seguida, o impulsiona de volta ao corpo.

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA – PCR 5.8.

O coração é controlado por impulsos elétricos. No entanto, se à atividade

elétrica fisiológica normal acrescenta-se uma corrente elétrica de origem externa

(por exemplo na situacao de choque eletrico) e, muitas vezes, maior que a

corrente biológica, é fácil imaginar o que ocorre com o equilíbrio elétrico do

corpo. As fibras do coração passam a receber sinais elétricos excessivos e

irregulares e as fibras ventriculares ficam super estimuladas de maneira caótica e

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passam a contrair-se desordenadamente (uma independente da outra), de modo

que o coração não possa mais exercer sua função de bombeamento do sangue.

A fibrilação ventricular é a responsável por muitas mortes decorrentes de

acidentes elétricos, na qual as fibras musculares do ventrículo vibram

desordenadamente, estagnando o sangue dentro do coração. Dessa maneira, não

há irrigação sanguínea pelo corpo, a pressão arterial cai a zero e o indivíduo fica

inconsciente.

A pulsação do coração faz com que o sangue circule por todo o corpo.

Quando o coração não funciona corretamente ou para, o sangue que conduz

oxigênio e nutrientes não chega aos tecidos e aos órgãos, fazendo com que

órgãos vitais como coração, pulmão e cérebro parem de funcionar por falta de

energia.

Parada cardiorrespiratória ou PCR é a interrupção da circulação sanguínea

que ocorre devido uma interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos

ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes e como consequencia desta

interrupção, também ocorre a parada respiratória.

A parada cardiorrespiratória pode acontecer na presença de três arritmias

cardíacas diferentes: Fibrilação Ventricular (caracterizada por um ritmo cardíaco

rápido, irregular e ineficaz); Assistolia (ausência de ritmo cardíaco, interrupção

da atividade elétrica do músculo cardíaco); Atividade Elétrica sem pulso

(presença de atividade elétrica no músculo cardíaco, não há circulação sanguínea

e os batimentos cardíacos são ineficazes).

A parada cardiorrespiratória pode ser de diferentes causas, como doenças

coronarianas - infarto do miocárdio, miocardiopatia dilatada entre outros;

podendo também ser ocasionada por choque elétrico.

A fibrilação ventricular ou assistolia é a principal causa de óbito após a

lesão elétrica. A fibrilação ventricular pode ocorrer como resultado direto do

choque elétrico, principalmente a corrente alternada. A exposição à corrente

contínua frequentemente irá gerar parada cardiorrespiratória causada por

assistolia.

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P á g i n a | 238

A parada cardiorrespiratória também pode ser conseqüência de uma

parada respiratória, pois não conseguimos manter um ritmo cardíaco eficaz se

não houver respiração (o oxigênio é o combustível das nossas células); essa

parada respiratória pode ser causada devido a passagem da corrente elétrica

pelo cérebro gerando desta forma a inibição da função do centro respiratório,

contração tetânica (paralisia muscular provocada pela circulação de corrente

através dos nervos que controlam os músculos) do diafragma e da musculatura

torácica e paralisia prolongada dos músculos respiratórios.

O diagnóstico da parada cardiorrespiratória pode ser obtido através da

confirmação da ausência de pulso nas grandes artérias e dos movimentos

respiratórios; além de inconsciência; cianose (cor arroxeada dos lábios e unhas);

dilatação das pupilas – estas nem sempre estão presentes.

Os Sinais de PCR (Parada Cardiorrespiratória) são:

Inconsciência;

Ausência de pulso nas grandes artérias;

Apnéia ou respiração ofegante;

Midríase (dilatação das pupilas).

CHECAGEM DE PULSO 5.8.1.

Os dedos devem se posicionados conforme

a ilustração ao lado e devem pressionar a artéria

carótida durante 5 - 10 segundos para verificar o

pulso, porque ele pode estar presente, mas de

difícil detecção. Caso você não sinta nenhuma

pulsação, há uma parada cardíaca confirmada.

Juntamente com a verificação dos

batimentos cardíacos podem ser verificados os movimentos respiratórios da

vítima observando-se se seu tórax se eleva.

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P á g i n a | 239

Diante de uma vítima inconsciente, sem respiração e sem pulso, comece

imediatamente as manobras para Reanimação Cardiopulmonar - RCP.

As conseqüências da uma para cardiorrespiratória (PCR) podem ser

enormes. A ausência de circulação do sangue interrompe a oxigenação dos

órgãos. Após alguns minutos, as células mais sensíveis começam a morrer. Os

órgãos mais sensíveis á falta de oxigênio são cérebro e coração. Lesão cerebral

irreversível ocorre geralmente após quatro a seis minutos de hipóxia.

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR – RCP 5.9.

Após constatar que a vítima está em parada cardiorrespiratória, devemos

iniciar imediatamente o protocolo de reanimação cardiopulmonar (RCP)

No Brasil, atualmente seguimos o protocolo de RCP de acordo com as

Diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA) para Reanimação

Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). Esse

protocolo foi desenvolvido para que os profissionais que executam a reanimação

possam se concentrar na ciência da reanimação.

As Diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE enfatizam, mais uma vez, a

necessidade de uma RCP de alta qualidade que incluem: compressão torácica,

abertura das vias aéreas e respiração. Nesse contexto seguimos as orientações

abaixo.

Frequência da compressão: De 100 a 120/minuto compressões

cardíacas;

Profundidade da compressão external: 2 polegadas (5 a 6 cm), em

adultos, e de, no mínimo, um terço do diâmetro anteroposterior

do tórax, em bebes e crianças (aproximadamente, 1,5 polegada [4

cm] em bebes e 2 polegadas [5 cm] em crianças);

Retorno total do tórax após cada compressão;

Minimização das interrupções nas compressões torácicas;

Evitar excesso de ventilação.

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Outro fator importante é o

posicionamento apropriado da vítima e do

socorrista.

Para realizar uma RCP de alta qualidade,

a vítima deve estar deitada sobre uma

superfície firme e estável e com o tórax para

cima. O socorrista deve localizar o ponto

correto para iniciar as compressões (trace uma linha imaginária entre os mamilos

da vítima e outra no meio do tórax, o ponto correto é no encontro das duas

linhas; também pode-se verificar o ponto da compressão baseando-se no braço

da vítima, leve o braço próximo ao corpo e trace uma linha imaginária no espaço

entre o ombro e o cotovelo e outra no meio do tórax, o ponto correto é no

encontro das duas linhas). O socorrista deve estar com as mãos sobrepostas; os

dedos entrelaçados, para evitar o deslizamento das mesmas; os braços

esticados; com o tórax em cima do tórax da vítima; de preferência com os quatro

pontos de apoio no chão, mantendo sempre o corpo firme.

C – CIRCULACAO (CIRCULATION) 5.9.1.

Caso o socorro especializado não tenha sido chamado, isto deve ser feito

imediatamente, antes de iniciar a RCP.

As compressões podem ser continuas ou alternadas por ventilações. Isso

se dá de acordo com a disponibilidade dos recursos humanos e materiais. Caso

o(s) socorrista(s) não tenha disponibilidade para ventilar a vítima, o(s) mesmo(s)

realiza as compressões ininterruptas na frequência mencionada (mínimo de 100

por minuto) até a chegada do socorro especializado ou de outro socorrista com

materiais específicos para realização da RCP. Quando o socorrista está com

materiais adequados, as compressões são alternadas na relação de 2 (duas)

ventilações assim que 30 (trinta) compressões forem realizadas, adotando um

modelo de 30:2 e mantendo a mesma freqüência lembrando sempre de que a

RCP deve ser iniciada pelas compressões e no momento em que as ventilações

forem realizadas, as compressões devem ser interrompidas.

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O socorrista deve realizar as compressões até a chegada e colocação do

DEA (desfibrilador externo automático) para uso; ou até que a equipe

especializada assuma o controle; ou até que a vítima demonstre alguma reação;

ou até que o mesmo esteja exausto.

A – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS (AIRWAYS) 5.9.2.

Caso a vítima não apresente probabilidade

de ter lesões na coluna, abra as vias aéreas da

mesma colocando uma de suas mãos na testa da

vitima e a outra mão posicione abaixo do queixo,

empurre a cabeça da vítima para traz realizando

uma leve hiperextensão do pescoço.

Importante: Quando houver suspeita de trauma na coluna cervical, essa

manobra não é recomendada.

B – BOA RESPIRAÇÃO (BREATHING) 5.9.3.

Conforme já havíamos mencionado

anteriormente, a ventilação será realizada

quando o socorrista dispuser de equipamentos

necessários para tal. São eles; Ambu (BMV –

bolsa-valva-máscara) e Pocket Mask (boca-

valvula-máscara).

Após as 30 compressões, realize 2 (duas)

ventilações rápidas – 1 (um) segundo para

cada. A máscara deve ficar bem vedada na face

da vítima evitando a perda de ar; se utilizar a pocket mask utilize as duas mãos

para vedar e se utilizar o AMBU coloque uma das mãos sobre a máscara em

forma de C e a pressione sobre a face da vítima, com a outra mão você irá

apertar o balão.

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A eficiência da ventilação é avaliada observando o movimento do tórax da

vítima.

A RCP (Reanimação Cardiopulmonar) tem como objetivos garantir uma

oxigenação através da circulação do sangue até que seja iniciado o tratamento

definitivo, além de retardar ao máximo uma lesão cerebral, isso tudo, garantido

pelo fluxo sanguíneo restabelecido artificialmente. Garante também um

prolongamento da duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se

transforme em assistolia e permitir que a desfibrilação tenha sucesso.

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D – DESFIBRILAÇÃO 5.9.4.

Ao chegar o socorro especializado, este trará consigo o aparelho

desfibrilador a fim de detectar a presença de arritmias malignas que causaram a

parada cardiorrespiratória. Ao utilizar um DEA, todos os socorristas devem seguir

as instruções do aparelho.

Após o choque, se houver reanimação da vitima,o socorrista não deve

desconectar as pás do desfibrilador do tórax da vítima, pois estas servirão para

monitora-la.

Lembre-se de que o desfibrilador só indicará o choque caso o coração da

vítima esteja em fibrilação ventricular e existem outras situações que podem

levar a vítima a uma parada cardiorrespiratória, portanto caso o aparelho não

indique o choque, cabe ao socorrista reavaliar a vítima em busca de sinais vitais,

e se não encontrá-los reiniciar a RCP.

Recomendação importante: Em vitimas com o tórax molhado, basta secar

o tórax da mesma antes do uso do DEA; vítimas com o tórax muito peludo,

remova o excesso de pêlo; e por medidas de segurança, não utilizar o

equipamento em ambientes com concentrações elevadas de oxigênio ou

ambientes com a atmosfera contaminada.

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ESQUEMA PARA RCP CONFORME AHA-2015 5.10.

DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS 5.10.1.

A obstrução das vias aéreas é definida como a dificuldade da passagem do

ar para os pulmões devido a algum obstáculo em qualquer região das vias

aéreas.

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A causa mais freqüente nas vítimas inconscientes ou com alteração do nível

de consciência é a queda da própria língua. Isso ocorre devido ao relaxamento

das estruturas musculares que sustentam a língua, resultando em sua queda em

direção à faringe, impedindo a passagem de ar.

As vias aéreas também podem ser obstruídas por corpos estranhos, que

podem impedir a passagem de ar. Esta situação é definida, popularmente, como

engasgamento e as causas mais comuns são: próteses dentárias mal

posicionadas; ingestão de alimentos sólidos que não foram devidamente

mastigados; vômito seguido de aspiração para as vias aéreas e sangramento

intenso na cavidade oral.

Os principais sinais e sintomas que podem ser apresentados por uma

vítima com obstrução das vias aéreas incluem:

Ruídos respiratórios anormais (roncos, chiados);

Dificuldade para respirar;

Dificuldade ou incapacidade de falar (de emitir som/ voz);

Cianose de extremidades;

Agitação ou inconsciência;

Quando a tosse torna-se ineficaz e a vítima sinaliza que está asfixiada,

geralmente leva as mãos ao pescoço como forma de tentar buscar o ar; esta

situação indica a aplicação da manobra de Heimlich. Esta manobra consiste na

compressão abdominal, aumentando a pressão intra-abdominal e,

conseqüentemente, a pressão intratorácica. Por meio dessa manobra, empurra-

se o músculo diafragma para cima, fazendo com que o ar contido nos pulmões

seja expelido sob pressão, auxiliando, assim, na expulsão do corpo estranho.

NOÇÕES SOBRE LESÕES 5.11.

QUEIMADURA 5.11.1.

A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano é acompanhada do

desenvolvimento de calor, por efeito Joule, podendo produzir queimaduras.

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Quanto maior a intensidade da energia elétrica e mais longo o tempo que ela

permanece, mais graves são as queimaduras produzidas. Além disso, as

queimaduras são mais intensas nos pontos de entrada e saída da energia elétrica

pelo corpo. Nas altas tensões, o calor produz a destruição de tecidos superficiais

e profundos, bem como o rompimento de artérias com conseqüente hemorragia e

destruição dos centros nervosos. As queimaduras produzidas por energia elétrica

podem ser internas e profundas, sendo de difícil cura. Portanto, apesar da pele

apresentar-se aparentemente normal, os músculos podem apresentar necrose

profunda.

Podemos diferenciar a queimadura elétrica, como de alta e baixa voltagem.

As queimaduras que ocorrem com maior freqüência no ambiente de trabalho são

geradas por alta voltagem, visto que é nesse setor que se concentram muitos

equipamentos de alta tensão, maiores que 1000 volts. As queimaduras têm o

potencial de desfigurar, causar incapacitação temporária ou permanente e ate

mesmo a morte.

A gravidade da queimadura irá depender de diversos fatores, tais como:

tensão, que será determinada pela fonte elétrica; resistência, que irá variar de

acordo com as características de cada indivíduo; duração do contato com a fonte;

percurso do fluxo; tipo da corrente, ou seja, alternada ou direta; além do local e

do grau da lesão.

A corrente elétrica que passa através dos tecidos transforma a energia

elétrica em calor, isso explicado pela Lei de Joule (ou efeito Joule), gerando as

queimaduras.

As queimaduras elétricas podem ser geradas tanto pelo contato direto com

a energia elétrica, quanto pelo contato indireto com a mesma.

Contato indireto - é gerada pelo arco elétrico, dependendo da

tensão da eletricidade, esse contato pode gerar desde

queimaduras locais até a carbonização parcial ou total da vítima;

Contato direto – é gerada pela baixa tensão, onde a energia

elétrica irá atravessar o corpo, criando um ponto de queimadura

no local de entrada e outro de saída no corpo da vitima. Neste

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caso, a natureza alternada pode interferir com o ciclo cardíaco

originando arritmias.

A pele é o maior órgão do corpo e o mais pesado, constituindo 15% do

peso corporal. Ela tem muitas funções importantes entre as quais se destacam:

atuar como barreira mecânica de proteção para manter os líquidos no interior,

eliminar toxinas, prevenir que bactérias e outros microorganismos penetrem no

corpo; além de representar um órgão sensorial vital que envia ao cérebro dados

gerais e específicos acerca do meio ambiente e desempenha um papel muito

importante na regulação da temperatura corporal.

Sua estrutura é dividida em três camadas, cada uma com características e

funções diferentes.

Epiderme - É a camada mais superficial da pele. Por estar em

contato direto com o meio exterior sua espessura irá variar de

acordo com a parte do corpo, sendo mais espessa na planta do pé

e mais fina na região da axila;

Derme – Encontra-se logo abaixo da epiderme. É responsável por

fornecer substâncias que conferem elasticidade à pele, como

colágeno e elastina.

Hipoderme – Também conhecido como tecido celular subcutâneo,

está localizada abaixo da derme unindo-se de maneira pouco firme

aos órgãos adjacentes. Essa camada atua como isolante,

amortecedor de impactos e armazém de energia.

Agente Causal

Neste caso, sua origem pode ser: térmica, elétrica, química ou radioativa.

Térmicas: Causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos,

gases quentes e do calor de chamas.

Radiação - Resulta da exposição solar ou a fontes nucleares;

Elétricas: Produzidas pelo contato com a eletricidade de alta ou

baixa voltagem. Na realidade o dano maior é ocasionado pela

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produção de calor que ocorre à medida que a energia elétrica

atravessa o tecido. São difíceis de avaliar, e mesmo as lesões que

parecem superficiais podem ter danos profundos aos níveis dos

músculos, nervos e vasos;

Químicas: Provocadas pelo contato de substâncias corrosivas,

liquidas ou sólidas, com pele.

Profundidade

Com relação ao grau da lesão, essa depende da profundidade que a pele foi

lesionada e estão divididas em três, são eles: 1º Grau, 2º Grau e 3º Grau.

Extensão

Há uma técnica para avaliar a extensão de superfície corporal queimada

(SCQ) denominada Regra dos Nove, onde se atribui a cada área do corpo uma

porcentagem aproximada, sobre a área total da pele. Dessa forma, é possível

calcular a porcentagem do corpo atingida pela queimadura e, a partir disso,

direcionar o tratamento da vítima; outro método é tomando como referência a

palma da mão da vítima, onde 1 palmo de mão equivale a 1% da superfície

corporal queimada; porém o mais utilizado é o da regra dos nove.

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Localização

Em razão dos riscos estéticos e funcionais, são mais desconfortáveis as

queimaduras que comprometem face, pescoço, tórax e mãos. Além disso, as

localizadas na face geralmente estão associadas à inalação de fumaça e

queimadura de vias aéreas; queimaduras próximas a orifícios naturais, como

boca e ouvido apresentam maior risco de contaminação; aquelas localizadas no

tórax podem gerar desconforto respiratório devido à dor, gerando

consequentemente uma depressão respiratória.

Exemplificação das ocorrências e características das queimaduras.

Cuidados Imediatos

O atendimento inicial de queimados segue a mesma seqüência do

atendimento a vítima de outras formas de trauma. Deve-se considerar o grande

queimado como um politraumatizado, pois, freqüentemente, existem outras

lesões associadas.

Queimadura 1º Grau 2º Grau 3º Grau

Causa Radiação superficialLíquidos quentes,

radiação ou chama

Química, elétrica,

chama, metais quentes

Coloração da pele VermelhaVermelha ou

amarelada

Branca, enegrecida ou

carbonizada

Superfície da pele Seca sem bolhas Bolhas com secreçãoSeca com vasos

sanguíneos trobozados

Sensibilidade Dolorosa Dolorosa Anestésica

Cicatrização 3-6 dias

2-4 semanas

(dependendo da

profundidade)

Requer enxerto de pele

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Primeiramente o socorrista deve certificar-se de que o local está

seguro;

Interromper, imediatamente, o contato da vítima com a fonte de

energia, desligando-a na chave específica da área ou chave geral

do local;

Não encostar na vítima, se não conseguir desligar a fonte de

energia;

Caso consiga desligar a fonte de energia, avalie o nível de

consciência, bem como os sinais vitais da vítima, se o socorro

especializado ainda não foi acionado, faça-o imediatamente. Se

houver necessidade inicie as manobras de RCP;

Nos pontos com queimadura, resfriar com água ou soro fisiológico

em temperatura ambiente, durante 3 a 5 minutos;

Os adornos (relógios, colares e outros) devem ser removidos, com

exceção dos que estiverem grudados á pele;

A vítima deve ser coberta com a manta térmica para que ela não

evolua para estado de hipotermia (isso deve ser realizado mesmo

se o ambiente que a vítima se encontra não esteja frio, pois a pele

lesionada perde a capacidade de regular a temperatura corporal, e

nunca devemos transportar a vítima com lençóis úmidos, toalhas

nem roupas úmidas e o gelo está completamente contra-

indicado);

Bolhas não devem ser estouradas;

Procurar sempre uma segunda área queimada e tratá-la;

Roupas grudadas à pele não devem ser removidas.

HEMORRAGIAS 5.11.2.

O sistema cardiovascular humano é formado, pelos vasos sanguíneos, além

de outras estruturas. Os vasos sanguíneos (artérias, veias e vasos capilares) têm

uma extensão aproximada de 160.000 quilômetros e por estes passam

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diariamente cerca de 9.500 litros de sangue. Quando alguma parte desses vasos

se rompe, ocorre a hemorragia, extravasando sangue para fora dos vasos.

As hemorragias podem classificadas de acordo com o tipo de vaso rompido

e também podem ser classificadas como externas ou internas. Sua gravidade se

dará de acordo com o local e tipo de vaso lesionado.

Hemorragias arteriais - O sangue arterial é rico em oxigênio, de

coloração vermelho vivo e, nos casos de hemorragias externas, sai

em jato;

Hemorragias venosas – O sangue venoso é rico em dióxido de

carbono, de coloração vermelho escuro e, nos casos de

hemorragia externa, sai escorrendo;

Hemorragias capilares – Como estes vasos são superficiais, ou

seja, longe da bomba (coração), nos casos de hemorragia externa,

o sangue sai escorrendo.

Técnicas de Contenção

Dependendo do volume e da pressão que o sangue está saindo do

ferimento, o uso de técnicas simples pode reverter imediatamente a situação,

como:

Pressão direta – Utilizando EPI adequado, pressione diretamente o

ferimento com uma gaze seca e estéril;

Pressão indireta – Caso não consiga conter a hemorragia com a

pressão direta, utilize uma bandagem elástica (ou atadura) para

envolver o membro afetado, e a medida que este for sendo

envolvido, realize pressão. Após realizar essa técnica a

extremidade do membro tem que ser monitorada, pois a pressão

aplicada pode ter reduzido excessivamente o diâmetro do vaso, e

em conseqüência, o fluxo de sangue neste local;

Elevação do membro – Esta técnica pode ser realizada em

conjunto com as outras descritas acima. Eleve o membro afetado

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acima do nível do coração, desta forma o fluxo de sangue será

diminuído.

LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS 5.11.3.

O esqueleto humano é composto por 206 ossos, que representam

aproximadamente 1/5 do peso de um corpo saudável. Eles têm importantes

funções como proteção dos órgãos internos vitais e movimentação coordenada

do corpo.

O osso é um tecido ativo e embora se constitua de 22% de água, tem uma

estrutura extremamente forte, embora leve e flexível. O esqueleto também tem a

vantagem de ser capaz de reparar-se quando lesado.

O local em que dois ossos se ligam é denominado articulação. O corpo tem

mais de 300 articulações que nos permitem realizar os mais diferenciados

movimentos.

Os ligamentos são fortes faixas ou tiras de tecido fibroso que provêem

sustentação a ossos e unem extremidades ósseas em articulações e em torno

delas. Mas, apesar de o esqueleto ser uma estrutura forte, ele não é

indestrutível. As lesões mais comuns que o envolvem são: fratura, luxação e

torção.

FRATURA 5.11.4.

A fratura óssea é a interrupção da continuidade de um osso,

independentemente de ser parcial ou completa, na maioria das vezes é

provocada por uma queda ou traumatismo que gera um impacto violento.

As fraturas podem ser classificadas como abertas (ou expostas) e fechadas

(ou internas), os dois tipos têm riscos próprios, as fraturas abertas quando não

são bem tratadas podem provocar infecção; em contra-partida, as fraturas

internas são mais difíceis de serem diagnosticadas e possíveis hemorragias

internas, serão mais difíceis de serem contidas.

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Sintomas

O principal sintoma é o aparecimento de dor, normalmente de forma

intensa e imediata, na área afetada, aumentando de intensidade sempre que se

movimenta a zona lesionada.

Outras manifestações dependerão das características da lesão, do osso

lesionado, da possível deslocação dos fragmentos e do tipo de alteração

mecânica que provoca. A fratura provoca, na maioria dos casos, a inflamação

local e uma hemorragia que pode provocar o aparecimento de hematoma. O

deslocamento de fragmentos ósseos costuma proporcionar o desenvolvimento de

uma deformação evidente, tendo em conta que, por vezes, os fragmentos ósseos

encontram-se sobrepostos, originando um aparente encurtamento do membro,

enquanto que em outros casos ficam separados, nos quais o membro parece

mais longo, podendo igualmente ficar torcidos, sendo perceptível um volume por

baixo da pele, rasgada em caso de fratura exposta.

Por vezes, a fratura provoca uma completa impotência funcional, a qual

impossibilita a realização de qualquer movimento, enquanto que em outros casos

o segmento esquelético afetado possui uma mobilidade anormal.

Cuidados Imediatos

Nunca se deve tentar movimentar a parte afetada, antes que a situação

seja avaliada, já que uma ação precipitada ou incorreta pode agravar o problema

ou até mesmo originar complicações ainda mais graves do que as consequências

do próprio traumatismo como, por exemplo, a ruptura de um vaso sanguíneo ou

nervo pela deslocação de um fragmento ósseo.

Nos casos de hemorragias associadas à fratura, será necessário fazer uma

contenção próximo a lesão, não pressionando o local lesionado, esta pode ser

realizada utilizando a técnica de pressão indireta.

Dependendo da situação uma tala ou tipóia pode ser improvisada até a

chegada do profissional especializado, neste caso será necessário imobilizar as

duas articulações extremidades da fratura (ex.: caso a fratura seja em um osso

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da perna, é preciso imobilizar o joelho e o tornozelo e, caso a fratura se localize

num osso do antebraço, deve-se imobilizar o cotovelo e o pulso).

Os materiais que podem ser utilizados para

imobilização são as talas rígidas: feitas materiais

flexíveis que, moldados ao corpo, conservam a

estabilidade. Realizar compressa de gelo no local

nas primeiras 24 horas também é uma forma

eficaz de reduzir a dor e possíveis hemorragias.

LUXAÇÃO 5.11.5.

É o deslocamento (ou a desarticulação) repentino de um ou mais ossos de

uma articulação. Este pode ocorrer em qualquer articulação do corpo, porém as

áreas mais comuns são; ombros, punhos, cotovelos, tornozelos, joelhos e dedos.

A principal causa de luxação consiste num traumatismo violento que

provoca uma insuficiência nos elementos de sustentação da articulação

(ligamentos, cápsula articular, tendões e músculos) e a deslocação do osso, que

deixa de estar unido à articulação. Embora este traumatismo possa incidir

diretamente no osso ou na articulação, também se pode tratar de um

traumatismo indireto, como acontece, por exemplo, em caso de luxação do

ombro provocada por uma queda sobre um cotovelo ou uma mão.

No entanto, a luxação também pode ser originada por um movimento

violento ou por uma tração súbita e intensa, em alguns casos, a luxação é

originada pela deterioração dos elementos de sustentação da articulação,

consequente de uma doença (artrite, tumores, paralisia, etc.), ou devido a uma

malformação congênita, como é o caso da luxação congênita da anca, tratada no

capítulo anterior.

Sintomas

O sintoma inicial é o aparecimento de dor, imediatamente após o acidente,

que dificulta ou impede por completo qualquer tentativa de movimentar a

articulação afetada. Ao fim de pouco tempo, a dor costuma diminuir de

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intensidade, voltando a aumentar de intensidade à medida que a inflamação da

zona se desenvolve.

Caso a luxação afete uma articulação de um membro, por vezes a

extremidade fica um pouco mais curta ou longa do que a saudável.

Cuidados Imediatos

Assim como nas fraturas, nunca se deve tentar recolocar os ossos

deslocados na sua posição normal, já que a movimentacao incorreta pode

agravar a situação ou até mesmo provocar complicações. Por essa razão, em

caso de luxação, é necessária a atuação de um profissional especialista e o mais

rápido possível, pois a redução da luxação é mais simples quando a lesão é

recente, já que algumas horas após a reação inflamatória, podera ser necessária

a realização de uma intervenção cirúrgica.

Enquanto se aguarda a chegada do socorro especializado, convém manter

a articulação na posição em que ficou, procedendo à sua imobilização, por

exemplo, através de uma tala ou de uma faixa em caso de luxação do ombro ou

ao segurar o membro afetado pela luxação sem forçá-lo.

A aplicação de compressas de gelo no local afetado é recomendada, pois

esse procedimento ajudará no alívio da dor e de possíveis hemorragias

associadas.

TORÇÃO 5.11.6.

Os ossos do esqueleto humano estão unidos aos outros através dos

músculos, mas as superfícies de contato são mantidas umas de encontro às

outras por meio dos ligamentos.

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É a distensão excessiva dos ligamentos articulares, podendo esta levar ao

rompimento desses ligamentos.

São provocadas por um movimento violento que ultrapassa os limites de

flexibilidade dos ligamentos e das restantes estruturas que garantem a

estabilidade da articulação. Podem ser geradas por quedas, um mal

posicionamento do pé ou um simples tropeçar que force a articulação para um

movimento que não estava habilitada.

A torção pode ser parcial ou completa e apesar de poderem afetar qualquer

articulação, ocorre mais frequentemente no tornozelo, visto que este é bastante

instável e suporta a maioria do peso do corpo.

Sintomas

O sintoma inicial é o aparecimento de dor intensa, que surge

imediatamente após o incidente, esta surge

de tal forma que chega a impedir a

movimentação da articulação afetada. A

medida que a lesão vai ficando inflamada

surge o edema, vermelhidão e calor no

local. Além disso, é possível que surjam

hematomas na área, estes provocados por

rompimento de pequenos vasos sanguíneos.

Cuidados Imediatos

Os cuidados são os mesmos relacionados às outras lesões músculo-

esqueléticas. Imobilizar o local, utilizando a técnica adequada; colocar

compressas de gelo na área afetada para diminuir possíveis hemorragias e aliviar

a dor.

NOÇÕES SOBRE RESGATE E TRANSPORTE 5.12.

A movimentação ou o transporte de uma vítima deve ser feita com muito

cuidado, a fim de não agravar as lesões já existentes.

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ROLAMENTO 90 GRAUS

ELEVACAO MANUAL COM SEIS SOCORRISTAS

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GLOSSÁRIO

1. Alta Tensão (AT): tensão superior a 1000 volts em corrente alternada

ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

2. Área Classificada: local com potencialidade de ocorrência de atmosfera

explosiva.

3. Aterramento Elétrico Temporário: ligação elétrica efetiva confiável e

adequada intencional à terra, destinada a garantir a equipotencialidade e

mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica.

4. Atmosfera Explosiva: mistura com o ar, sob condições atmosféricas,

de substâncias inflamáveis na forma de gás, vapor, névoa, poeira ou fibras, na

qual após a ignição a combustão se propaga.

5. Baixa Tensão (BT): tensão superior a 50 volts em corrente alternada

ou 120 volts em corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente

alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra.

6. Barreira: dispositivo que impede qualquer contato com partes

energizadas das instalações elétricas.

7. Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a

interrupção de uma atividade de trabalho por considerar que ela envolve grave e

iminente risco para sua segurança e saúde ou de outras pessoas.

8. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): dispositivo, sistema, ou

meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade

física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros.

9. Equipamento Segregado: equipamento tornado inacessível por meio

de invólucro ou barreira.

10. Extra-Baixa Tensão (EBT): tensão não superior a 50 volts em

corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e

terra.

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11. Influências Externas: variáveis que devem ser consideradas na

definição e seleção de medidas de proteção para segurança das pessoas e

desempenho dos componentes da instalação.

12. Instalação Elétrica: conjunto das partes elétricas e não elétricas

associadas e com características coordenadas entre si, que são necessárias ao

funcionamento de uma parte determinada de um sistema elétrico.

13. Instalação Liberada para Serviços (BT/AT): aquela que garanta as

condições de segurança ao trabalhador por meio de procedimentos e

equipamentos adequados desde o início até o final dos trabalhos e liberação para

uso.

14. Impedimento de Reenergização: condição que garante a não

energização do circuito através de recursos e procedimentos apropriados, sob

controle dos trabalhadores envolvidos nos serviços.

15. Invólucro: envoltório de partes energizadas destinado a impedir

qualquer contato com partes internas.

16. Isolamento Elétrico: processo destinado a impedir a passagem de

corrente elétrica, por interposição de materiais isolantes.

17. Obstáculo: elemento que impede o contato acidental, mas não impede

o contato direto por ação deliberada.

18. Perigo: situação ou condição de risco com probabilidade de causar

lesão física ou dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle.

19. Pessoa Advertida: pessoa informada ou com conhecimento suficiente

para evitar os perigos da eletricidade.

20. Procedimento: seqüência de operações a serem desenvolvidas para

realização de um determinado trabalho, com a inclusão dos meios materiais e

humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impossibilitem sua

realização.

21. Prontuário: sistema organizado de forma a conter uma memória

dinâmica de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores.

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22. Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar lesões

ou danos à saúde das pessoas.

23. Riscos Adicionais: todos os demais grupos ou fatores de risco, além

dos elétricos, específicos de cada ambiente ou processos de Trabalho que, direta

ou indiretamente, possam afetar a segurança e a saúde no trabalho.

24. Sinalização: procedimento padronizado destinado a orientar, alertar,

avisar e advertir.

25. Sistema Elétrico: circuito ou circuitos elétricos inter-relacionados

destinados a atingir um determinado objetivo.

26. Sistema Elétrico de Potência (SEP): conjunto das instalações e

equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica até a medição, inclusive.

27. Tensão de Segurança: extra baixa tensão originada em uma fonte de

segurança.

28. Trabalho em Proximidade: trabalho durante o qual o trabalhador

pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou

com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou

equipamentos que manipule.

29. Travamento: ação destinada a manter, por meios mecânicos, um

dispositivo de manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma

operação não autorizada.

30. Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não

segregada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de

acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais

autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.

31. Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não

segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de

tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados.