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Curso de Contra-baixo CifraClub, por Rodrigo Brizzi - [email protected] Aula 01 - História do contrabaixo e propriedades do som Até os anos cinqüenta, sempre que um baixista arrumava um trabalho, era sempre o mesmo drama para carregar um gigante de madeira, desajeitado e pesado, até o local do show. Se fosse em outra cidade, o risco que todos os músicos correm até hoje: o descaso dos funcionários do trem, ônibus, navio ou avião com o transporte da bagagem. Sobrevivendo à viagem, havia ainda o problema do volume um tanto discreto do instrumento não microfonado, bem como execução e entonação do contrabaixo, com sua longa escala sem trastes e cordas. Foi então que um homem mudou para sempre o mundo da música dando ao contrabaixo um status até então desconhecido. Leo Fender, um técnico em eletrônica de 42 anos do sul da Califórnia, lançou, no fim de 1951 o mais revolucionário instrumento musical do século XX. Inspirado na guitarra elétrica Telecaster, a primeira de corpo sólido com características contiporâneas, que ele colocara no mercado apenas um ano antes, Fender criou a guitarra baixo elétrica, ou simplesmente baixo elétrico. Batizado Precision (pelos trastes em sua escala de 34 polegadas que permitiam precisão nas notas), o instrumento rapidamente tornou-se conhecido entre os músicos, passando a ser chamado por eles de Fender Bass por algum tipo. O tamanho da escala, considerado ideal até hoje, foi escolhido após muitas pesquisas e testes de erro e acerto por Leo e seu companheiro, George Fullerton. As escalas de 30 polegadas não permitiam que a corda vibrasse o esperado para produzir um bom som e a de 36 polegadas dificultava o músico, pelo tamanho das casas. Seu desenho era arrojado e totalmente diverso do contrabaixo tradicional, assim como das tentativas fracassadas feitas anteriormente por Ampeg, Gibson, Audiovox e Regal. Seu corpo era feito em ash, com dois recortes, para permitir o acesso às notas mais agudas. O braço, em maple, era fixado ao corpo por quatro parafusos. As tarraxas Kluson se alinhavam em um só lado da mão e o som era transmitido a um captador em Alnico (liga de alumínio, níquel e cobalto), com controles de volume e tonalidade. O Fender Bass era ligado a um amplificador desenhado especialmente por Fender para reproduzir as freqüencias mais baixas dos instrumentos, o Bassman Amp, lançado na mesma época. O baixo elétrico nasceu pronto, si que fosse necessária nenhuma evolução, ao contrário das constantes mudanças ocorridas com a guitarra, o órgão e até mesmo a bateria. Se você tiver curiosidade de comparar o Fender Precision 51 com um modelo atual, 1

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Aula 01 - História do contrabaixo e propriedades do som

Até os anos cinqüenta, sempre que um baixista arrumava um trabalho, era sempre o mesmo drama para carregar um gigante de madeira, desajeitado e pesado, até o local do show. Se fosse em outra cidade, o risco que todos os músicos correm até hoje: o descaso dos funcionários do trem, ônibus, navio ou avião com o transporte da bagagem. Sobrevivendo à viagem, havia ainda o problema do volume um tanto discreto do instrumento não microfonado, bem como execução e entonação do contrabaixo, com sua longa escala sem trastes e cordas.

Foi então que um homem mudou para sempre o mundo da música dando ao contrabaixo um status até então desconhecido. Leo Fender, um técnico em eletrônica de 42 anos do sul da Califórnia, lançou, no fim de 1951 o mais revolucionário instrumento musical do século XX. Inspirado na guitarra elétrica Telecaster, a primeira de corpo sólido com características contiporâneas, que ele colocara no mercado apenas um ano antes, Fender criou a guitarra baixo elétrica, ou simplesmente baixo elétrico.

Batizado Precision (pelos trastes em sua escala de 34 polegadas que permitiam precisão nas notas), o instrumento rapidamente tornou-se conhecido entre os músicos, passando a ser chamado por eles de Fender Bass por algum tipo. O tamanho da escala, considerado ideal até hoje, foi escolhido após muitas pesquisas e testes de erro e acerto por Leo e seu companheiro, George Fullerton. As escalas de 30 polegadas não permitiam que a corda vibrasse o esperado para produzir um bom som e a de 36 polegadas dificultava o músico, pelo tamanho das casas.

Seu desenho era arrojado e totalmente diverso do contrabaixo tradicional, assim como das tentativas fracassadas feitas anteriormente por Ampeg, Gibson, Audiovox e Regal. Seu corpo era feito em ash, com dois recortes, para permitir o acesso às notas mais agudas. O braço, em maple, era fixado ao corpo por quatro parafusos. As tarraxas Kluson se alinhavam em um só lado da mão e o som era transmitido a um captador em Alnico (liga de alumínio, níquel e cobalto), com controles de volume e tonalidade.

O Fender Bass era ligado a um amplificador desenhado especialmente por Fender para reproduzir as freqüencias mais baixas dos instrumentos, o Bassman Amp, lançado na mesma época. O baixo elétrico nasceu pronto, si que fosse necessária nenhuma evolução, ao contrário das constantes mudanças ocorridas com a guitarra, o órgão e até mesmo a bateria. Se você tiver curiosidade de comparar o Fender Precision 51 com um modelo atual, verá que as modificações feitas foram meramente cosméticas ou ocasionadas pelo natural desenvolvimento tecnológico, si alterar a concepção inicial. Não houve, na verdade, um protótipo, mas um modelo perfeito e definitivo.

Convidado por Leo Fender a visitar sua fábrica e experimentar o Precision Bass, o baixista William "Monk" Montgomery (irmão do guitarrista virtuose Wes Montgomery) foi um dos primeiros a divulgar o novo instrumento pelos EUA e Europa.

PROPRIEDADES DO SOM

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Música: é a forma com que o compositor e/ou executante expõe seus sentimentos, através de combinações de sons que conservam entre si uma certa relação de lógica e ordenação.

Som: é o efeito produzido no órgão auditivo através do choque entre dois corpos. Um movimento completo de vai-e-vem de um corpo elástico se chama vibração. As vibrações são transmitidas ao ar na forma de ondas sonoras e essas chegam até nossos ouvidos produzindo então a sensação do som.

O som possui 4 propriedades:

- Duração: é o tipo de prolongação do som; o tipo que o som se propaga no ar através das ondas sonoras. - Intensidade: é a propriedade do som de ser forte ou fraco, dependendo da força ipregada na sua repercussão. - Altura: propriedade do som de ser grave, médio ou agudo. - Timbre: é a característica do som de cada instrumento. É o timbre que nos permite reconhecer a origem do som, de que instrumento esse som partiu. (Há também os timbres entre dois instrumentos do mesmo tipo; por exemplo: dois baixos possuem timbres diferentes, mesmo que a diferença seja sutil).

Na escrita musical estas propriedades do som são representadas das seguintes maneiras (estudadas futuramente):

Duração – pela figura de nota e andamento;

Intensidade – pelos sinais de dinâmica;

Altura – pelo posicionamento da nota no pentagrama e pela clave;

Timbre – pela indicação do instrumento ou voz que deve executar a música.

Depois de termos analisado as quatro propriedades do som, veremos agora os 3 elementos fundamentais da música, que são:

1- Melodia: combinação de sons sucessivos com alturas e valores diferentes, dando um certo sentido lógico musical.

2- Harmonia: combinação de sons simultâneos e as relações que eles estabelecem entre si. Também pode ser definida como a ciência que estuda os acordes (sons simultâneos) e a maneira de concatená-los.

3- Ritmo: a maneira como os sons e silêncios são organizados, produzindo a pulsação da música.

Tablatura: as linhas representam as cordas do instrumento. Os números representam a casa que deve ser tocada.

Aula 02 – Aquecimento, postura e iniciação de mão direita

Antes de começarmos, vamos falar de algo indispensável para evitar lesões no baixista: aquecimento.

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Primeiro: alongamentos;Estique os braços para frente com os dedos entrelaçados, depois para cima, e por fim para trás com as mãos na altura do quadril. Gire os mesmos para frente e para trás. Abra e feche as mão, entrelace os dedos e estique-os. Gire os punhos.

Segundo: aquecimento com o instrumento;Digitações 1, 2, 3 e 4 por toda a escala do instrumento (exercício passado na terceira aula do curso) durante alguns minutos. Depois faça padrões sobre a escala (exercícios da quarta aula) mais alguns minutos.

Pronto, já está pronto para tocar e sem riscos de lesões...

Não sou adepto de outras formas de aquecimento, como esquentar a mão no fogão ou na água quente. Além de ser perigoso não nos prepara “fisicamente” para tocar. Sem contar que se você, por exemplo, vai tocar num barzinho numa noite fria, vai ter que preparar todo um ritual na cozinha do mesmo (se tiver), só pra se aquecer...

Agora, vamos a outro fator importante para um melhor aproveitamento dos estudos: postura.

Imagine que você tenha aula de manhã, ensaio à tarde e show à noite, fazendo tudo isto com uma postura incorreta. Em pouco tempo, terá problemas na coluna, fadiga e dores nos braços, além de doenças causadas por esforço repetitivo (tendinite, tenossinovite, bursite, etc.). É exatamente por isso que desde nossos primeiros estudos veremos a maneira correta de se portar com o instrumento, seja em estudos, ensaios ou trabalhos.

Sentado

Procure sempre utilizar uma cadeira com encosto reto e assento acolchoado. Insira a correia ao instrumento e regule de maneira que a mesma fique junto ao ombro de maneira confortável, ou seja, sua altura deve deixar o instrumento apoiar-se sobre sua perna. Uma regulagem apertada não permitirá que o contrabaixo alcance a coxa da perna, ficando apoiado somente no ombro. E no caso de uma regulagem muito “solta” fará que o instrumento não fique firme, o que acarreterá no deslocamento do mesmo com relação ao corpo.

De pé

Quando estamos de pé, devemos utilizar a mesma regulagem de correia do exemplo anterior (sentado). Lembre–se sempre de manter a coluna reta e, para absorver por igual o peso do instrumento, mantenha as pernas um pouco abertas, com um espaço de cerca de 30cm entre elas.

Outro fator importantíssimo é a atenção a respiração, pois ela é um dos fatores indispensáveis ao conforto e relaxamento para se tocar.

 Mão direita

O antebraço deve se apoiar no bojo superior do contrabaixo, atuando como centro de gravidade, mantendo assim o equilíbrio corpo/braço. O dedão deve se apoiar levemente na parte superior do captador (foto).

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Quando houver necessidade de tocar notas nas cordas mais agudas, pode-se também apoiar o dedão sobre as cordas mais graves.

Quando utilizada a técnica de pizzicato (tocar com os dedos) o baixista deve utilizar a falange dos dedos no contato com as cordas, não a ponta dos mesmos.

Na próxima aula abordaremos a postura correta da mão esquerda.

MÃO DIREITA

Nos exercícios a seguir iniciaremos o processo de técnica de mão direita. Em todos eles, a mão esquerda deve apenas servir para abafar as cordas. Para isso, basta encostar levemente, sem pressioná-las. A idéia é que, mesmo com a corda abafada, o estudante deve produzir o som percussivo das cordas – ou muted notes, que estudaremos futuramente –. O abafamento das notas é simbolizado pela letra X na partitura/tablatura.

Outro fator indispensável é manter a dinâmica em todas as notas, ou seja, não deixar que algumas notas soem mais fortes ou mais fracas. Tente sempre manter um equilíbrio ao tocá-las.

Os exercícios a seguir devem ser feitos alternando os dedos indicador e médio.

Exercício 01

Toque cada nota no beat (batida) do metrônomo e a cada quatro notas se alterna a corda. Comece a 60 bpm (batidas por minuto) e aumente um pouco quando estiver totalmente à vontade com a velocidade estabelecida.

Exercício 02

Neste exemplo devem ser tocadas duas notas a cada beat.

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Exercício 03

Exemplo utilizando salto de cordas. Lembre sempre de alternar os dedos indicador e médio.

Exercício 04

Salto com alternância de cordas.

Exercício 05

Variação do exercício 01, agora trabalhando velocidade. Quatro notas por beat.

Aula 03 – Postura e iniciação de mão esquerda

POSTURA

Como visto na aula anterior, antes mesmo de tocarmos as primeiras notas, devemos nos preocupar com a postura correta com relação ao nosso instrumento. Nesta aula

veremos como deve ser executada de forma correta a mão esquerda (direita para canhotos).  

A mão deve estar no centro do braço do instrumento e o alcance dos dedos deve abranger sempre quatro trastes (casas) do contrabaixo. Há algumas digitações que obrigarão uma maior abertura dos mesmos, mas lembre-se de colocar suas notas o mais próximas possíveis, pois isso acarreta em menos movimento e mais velocidade.

 

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O dedão deve estar sempre no centro do braço e relativamente no centro dos dedos médio e anelar, pois assim a digitação é facilitada tanto em regiões graves como agudas.

 

 

O contato dos dedos com a corda deve ser feito através da primeira falange e não com a ponta dos dedos como pensam alguns. A falange possui mais área de contato enquanto as pontas podem fazer com que quando executada uma linha com velocidade, os dedos errem a corda ou não executem a nota com firmeza.

EXERCÍCIOS

Os exemplos a seguir tem como finalidade treinar e coordenar a mão esquerda. Relembrando: na tablatura cada linha é correspondente a uma corda do baixo sendo que a mais grave está embaixo (MI) e a mais aguda em cima (SOL). O número representa o traste (casa) a ser tocado. Lembre-se também de respeitar os dedos correspondentes aos números da tablatura, por exemplo toda vez que aparecer o número 1 deve ser tocada a primeira nota da escala e com o dedo indicador, número 2 dedo médio e assim sucessivamente.

 

 

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Exercícios trabalhando os quatro dedos da mão esquerda:

 

Seguindo o mesmo princípio dos dois exercícios anteriores, treine todas as combinações a seguir (as destacadas em vermelho são as duas já feitas):

Os dois exercícios a seguir tem como objetivo sincronizar ambas as mão e trabalhar velocidade:

 

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Aula 04 – Formação da Escala Maior

Vamos primeiro conhecer as 7 notas musicais e seus respectivos acidentes.

As notas naturais são:Dó – Ré – Mi – Fá - Sol – Lá – Si

e os acidentes (# = sustenido, b = bemól):Dó#/Réb – Ré#/Mib – Fá#/Solb – Sol#/Láb – Lá#/Sib(Lê-se Dó sustenido/Ré bemól, Ré sustenido/Mi bemól e assim sucessivamente...)

Sabendo isto podemos dizer que existem 12 notas no “abecedário musical”. A saber:Dó – Dó#/Réb – Ré – Ré#/Mib – Mi – Fá – Fá#/Solb – Sol – Sol#/Láb – Lá – Lá#/Sib – Si

Caso você esteja se perguntando agora porque contei as notas sustenidas como as mesmas que as bemóis, calma que explico. No nosso instrumento cada casa equivale a ½ (meio) tom. Logo temos (por exemplo) entre as notas Dó (3ª casa, corda Lá) e  Ré (5ª casa, corda Lá) duas casas de distância sendo que a do meio (4ª casa, corda Lá) pode ser considerada tanto Dó sustenido como Ré bemól (sim, a mesma nota!).

E agora esta se perguntando quando chamar a nota de sustenido ou bemól certo? Fácil...

Se caso você estiver tocando uma escala ou frase que vá na ordem crescente, ou seja, do grave para o agudo, você considera o seguinte:Dó – Dó# - Ré

No caso decrescente (do agudo para o grave):Ré – Réb – Dó

(Isto se chama enarmonia, nomenclaturas diferentes para a mesma nota)

Se vocês foram bons observadores, e acredito que foram, provavelmente notaram que não existem nem Mi#/Fáb (Mi sustenido/Fá bemól), quanto Si#/Dób (Si sustenido/Dó bemól). Isto porque entre as notas Mi/Fá e Si/Dó existe apenas ½ tom de distância, não havendo assim “espaço” para os acidentes. Com o desenho do braço do instrumento (até a sétima casa) abaixo o entendimento será mais fácil.

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Agora que já conhecemos todas as notas e suas enarmonias, vamos montar uma escala maior.

A escala de Dó maior e a única que não possui nenhum acidente e é a partir dela que teremos a estrutura para montar todas as outras. Seguindo o exemplo:

Agora iremos seguir o mesmo padrão (1, 1, ½, 1, 1, 1, ½), mas tendo como tônica (nota principal, que dá nome a escala) a nota Ré, gerando Ré maior:

Observações: Note que para conseguirmos que do Mi para o Fá e do Si para o Dó obtivessemos 1 tom de distância, tivemos que “acidentar” as notas seguintes, tornando assim tanto o Fá quanto o Dó sustenidos e mantemos assim o padrão de tons e semitons.E assim formamos a escala de Ré maior, que possui dois acidentes (Fá# e Dó#).

Logo podemos dizer que a formação de uma escala maior possui cinco tons e dois semitons (1/2 tom). Essa formação nunca irá se modificar na estrutura de uma ESCALA MAIOR.

Mais um exemplo:

Aqui temos que observar que se a nota Si fosse natural, teriamos uma distância de 1 tom com relação ao Lá, por isso äcidentamos o mesmo com um bemól e reduzimos sua distância em ½ tom, encaixando toda a escala no padrão 1, 1, ½, 1, 1, 1, ½.

Lição de casa:Formar as escalas de Sol maior, Mi maior,  Láb maior e Réb maior.

Aguardo por e-mail todas as escalas para correção, que devem ser enviadas da seguinte forma (exemplo):

Dó MaiorDó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si – Dó

Ré maiorRé – Mi – Fá# - Sol – Lá – Si – Dó# - Ré

Fá MaiorFá – Sol – Lá – Sib – Dó – Ré – Mi – Fá

Fico no aguardo...

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Falando em shapes (desenhos)

Por sua estrutura sempre obedecer um padrão, quando formos aplicar a escala no instrumento, notaremos que a mesma também seguirá sempre o mesmo desenho:

Dó Maior

Sol Maior 

Note que as escalas de Dó maior e Sol maior possuem o mesmo desenho, neste caso somente alterando as cordas do instrumento que são usadas. O mesmo vale para todas as escalas maiores. Faça este “shape” iniciando da tônica da escala e estará automaticamente tocando uma escala maior. Para uma melhor visualização (a letra T simboliza a tônica):

AplicaçãoSeguem exercícios para melhor firmar o entendimento da aula:

Escala Maior

 

Padrão em tercinas (3 em 3 notas)

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Padrão em semicolcheias (4 em 4 notas)

Todos estes exercícios propostos estão na tonalidade de Dó maior, mas para testar seus conhecimentos sobre a aula de hoje, transponha-os para todas as outras tonalidades.

Aula 05 – Apliacação da Escala Maior

Como na última aula abordei um tema mais teórico e por isso os dedos ficaram um pouco “de molho”, nesta será a hora de colocá-los para funcionar!

Seguirão exercícios que criei com a finalidade de colocar em prática a aplicação da escala maior. Os mesmos estão divididos em grooves/conduções, frases e ao fim criei um pequeno trecho de solo (oito compassos) onde baseie-me em idéias semelhantes a cada quatro compassos, porém com intenções diferentes (os quatro primeiros compassos mais cadênciados e os quatro seguintes baseados mais em velocidade), como verão a seguir.

Grooves/Condução

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 Frases

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Solo

Todos os exercícios propostos estão na tonalidade de Dó Maior (ou seja, sem acidentes) para um melhor entendimento e aconselho que os mesmos sejam transpostos para tons diferentes. E criem seus próprios exercícios, isto sem dúvida é um ótimo estudo!

Sobre a velocidade, alguns podem achar alguma dificuldade na execução, portanto façam em velocidade reduzida (com o auxílio do metrônomo) e vá aumentando gradativamente. Lembre-se sempre de buscar um som definido, pois frases rápidas tendem a ficar “sujas” e “emboladas” se executadas de qualquer maneira, o que não é nada agradável.

Aula 06 – Tirando Dúvidas

Pra que servem as escalas?Muita coisa... mesmo...

Com elas é possível desenvolver grooves (levadas), frases e até solos, como foram feitos na última aula. TODOS os exemplos passados foram única e exclusivamente criados em cima de uma escala, não pensei em mais nada na sua criação, fui apenas

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buscando a melhor sonoridade através da que tinha como referência (no caso Dó maior).

Vamos dizer que você está lá com sua banda e de repente o guitarrista fala: “cria aí uma levada em Sol maior”. E aí? O que você faz? Cria a levada, oras... mas como?

Primeiro você monta a escala de Sol maior (lembram-se? 1, 1, ½...) e nela vai descobrir que o único acidente existente é o Fá#. Depois disso você vai achar o “desenho” da escala no contrabaixo que o professor lá do curso de contrabaixo do Cifra Club ensinou. Pronto, achou? Agora é só fazer uma levada (groove), ou seja, uma base utilizando as notas deste “desenho”. Lembre-se que os grooves não requerem muitas notas, e possuem apenas a função de manter uma base harmônica e rítmica e para isso não é necessário utilizar todas as notas da escala. Muitas músicas possuem uma excelente base com apenas duas ou três notas.

Talvez você tenha pensado... “Pô, mas o guitarrista pede essa base e eu tenho que pensar e fazer tudo isso... nessa já acabou o ensaio...”Tudo é treino e estudo, acredite, logo logo vocês não estarão mais necessitando montar a escala e pensar no seu desenho, tudo sairá automaticamente. Mas pra isso é necessário estudar sempre.

Tá, expliquei sobre o groove, mas aí o baterista faz uma virada em certo trecho da música e pede que você acompanhe ele com uma frase no baixo. O que fazer?A mesma coisa que expliquei sobre groove, só que agora pensando em frases (o que requer mais notas) e pensando na métrica para fazer “colado” com a virada do batera.

E na última hora, lhe pedem para fazer um solo... vixe, aí já viu...Nada, faz a mesma coisa. Só que desta vez pensando na criação de frases se  completando, ou mesmo já na concepção de um solo sobre todo o desenho da escala.

Mas então é pra isso que servem as escala? Criar bases, frase e solos?

Não só isso... podemos usá-las como exercícios de técnica (como os estudos que já fizemos, por exemplos de padrões), ou mesmo como aquecimento antes do ensaio ou do show. Fique fazendo um desenho de uma escala qualquer no sentido crescente e decrescente por 10 minutos verá o resultado.

Vamos pensar que sabendo criar grooves (bases), frases e solos já podemos tocar qualquer música, logo, está aí a importância de saber todas as escalas e como monta-las. Lógico que nosso estudos seguirão e verão que existem vários caminhos para chegar a um bom resultado em suas linhas e as escalas sempre serão o alicerce para tudo isso.

Mas professor, não entendi muito bem a diferença entre groove, frases e solos...

Então vamos lá...

Grooves:Podemos chama-los também de “bases”. Possuem a função de condução, ou seja, com eles nós mantemos a harmonia e rítmica da música (principal função do nosso instrumento nas composições), lembrando que para isso não são necessárias muitas notas. Podem ser divididos em grooves fechados (se repetem) ou abertos (possuem variações).

Frases:Vamos pensar no sentido de frases na lingua portuguesa. Quando você quer falar ou

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se expressar você utiliza frases para isso, certo? O mesmo princípio serve para frases “musicais”. Com elas podemos expressar nossos sentimentos através da música. São utilizadas em determinados trechos como em viradas ou solos.

Solos:Nada mais é que a junção de diversas frases num só trecho, expressando o sentimento que queremos dar a música. Voltando ao exemplo da lingua portuguesa vamos pensar que quando queremos contar uma história nós a dividimos em diversas frases para o melhor entendimento o ouvinte, pois se contarmos tudo de uma vez e sem pausas, a pessoa não vai conseguir entender exatamento o que queremos explicar. Exemplo:

Seeutivesseescritotodoestetextodestaformaprovavelmenetevocêsnãoentenderiamnadapoisprecisamosdividilocompausasparaumamelhorcompreensão.

(Tradução: Se eu tivesse escrito todo este texto desta forma, provavelmente vocês não entenderiam nada pois precisamos dividi-los com pausas para uma melhor compreensão.)

Comece a prestar atenção como qualquer solo que não possua pausas ou tempo para “respirar” se torna chato e muitas vezes sem sentido algum. O ouvinte necessita destas paradas para poder absorver melhor as idéias e para isso dividimos os mesmos com frases, assim como na língua portuguesa.

Agora já sabem a diferença entre grooves, frases e solos, certo?

Aula 07 – Tons Relativos

Toda tonalidade (escala) maior possui um tom relativo menor e vice-versa. Para acharmos o tom relativo menor de uma escala maior devemos contar até o sexto grau da escala. Exemplo:

Logo, se tocarmos a escala de Dó maior partindo do seu sexto grau, estaremos executando a escala de Lá menor.

Lá  -  Si  -  Dó  -  Ré  -  Mi  -  Fá  -  Sol  -  Lá

Outro exemplo:

Mi maior = Dó# menor

No caso contrário, encontrar a relativa maior de uma escala menor basta que achemos seu terceiro grau. Exemplo:

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Ré menor = Fá maior

Agora achem todos os tons relativos:

Dó = Lá menor

Fá =

Sib =

Mib =

Láb =

Réb =

Mib =

Dób =

Lá menor =

Mi menor =

Si menor =

Fá# menor =

Dó# menor =

Sol# menor =

Ré# menor =

Lá# menor =

Shape (desenho):

Agora que sabemos como encontrar uma escala relativa, vamos descobrir seu "shape" na escala do instrumento:

O exemplo acima está em Lá menor e não possui nenhum acidente assim como sua relativa maior Dó.

Mas já que as duas escala possuem as mesmas notas, quando devo usar uma ou outra?Resposta: Em função da sonoridade da música executada. Dizemos que a escala maior possui uma sonoridade mais "feliz" e a menor a intenção "triste" em função de seus intervalos (matéria de próximas aulas). Devemos analisar qual a melhor opção ou mesmo checar se o material (tablatura, partitura, cifra) já não apresenta o tema como maior ou menor.

Lição de casa: Executar o shape da escala menor em diversas tonalidades diferentes; criar padrões, grooves e frases em cima das mesmas.

Aula 08 – Princípios Básicos de Slap17

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Primeiro vamos falar sobre como a técnica foi criada...O slap surgiu quando Larry Graham decidiu que deveria de alguma forma substituir a sonoridade da bateria dada a falta do baterista ao ensaio de sua banda. Para tal ele “atacaria” na corda com o dedão afim de simular o som do bumbo e puxaria para simular o som da caixa. Assim então foi criada a técnica que seria revelada ao mundo através do disco Dance To The Music, segundo da banda Sly & The Family Stone – uma das mais famosas bandas de funk de todos os tempos - , da qual Larry Graham era integrante. Com o passar do tempo novos baixistas foram adicionando a técnica as suas linhas e também acrescentando um pouco de suas próprias variação, seja no jeito de tocar ou mesmo no timbre e utilização de efeitos. Dentre eles se destacam: Stanley Clarke, William “Bootsy” Collins, Louis Johnson, Marcus Miller, Stuart Hamm, Jimmy Earl, Victor Wooten, Flea e Celso Pixinga.

Como executar: A mão esquerda mantém o mesmo princípio técnico e postura abordada no pizzicato. Em algumas linhas a utilização da mesma é essencial para o abafamento de possíveis sobras (notas ou harmônicos) que possam vir a soar.

Thumb: a tradução literal de thumb é polegar. No slap, sua utilização consiste em percutir as cordas com o polegar da mão direita na região do último traste da escala (foto). Nesta região temos uma melhor sonoridade e também o “rebote” será maior. Deve-se ter cuidado para não abafar a corda com a palma da mão ou mesmo com o próprio polegar. No início existe mesmo certa dificuldade em obter uma boa sonoridade e a mesma só vem com bastante treino. Façam diversas repetições até que esteja extraindo o som sem dificuldades. Não levante muito o braço direito e mantenha uma postura relaxada de forma que o movimento se assemelhe a uma “chicotada”. Nos exercícios o thumb será simbolizado pela letra T.

Exercícios:

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Pluck: consiste em puxar a corda com a ponta dos dedos da mão direita, para gerar um som – se assim podemos dizer – bem “estalado”. Não é necessário colocar o por inteiro embaixo da corda e sim somente a ponta. O movimento deve ser executado puxando a corda no sentido contrário a escala e não é necessário força e sim jeito, portanto cuidado para não se machucar com movimentos muito bruscos. O pluck será simbolizado pela letra P.

Exercícios:

Exercícios (utilizando a combinação de thumbs e plucks):

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Exercícios baseados no método Slap It!

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Aula 09 – Linhas de Slap

Seguem diversas linhas de slap para serem colocadas em prática os estudos feitos anteriormente.

LEGENDA:X = ghost note (nota abafada com a mão esquerda);H = hammer-on (toca-se a primeira nota normalmente e a segunda apenas com a mão esquerda, dando uma "martelada").

Sobre a utilização de thumb ou pluck:No caso das notas mais graves utiliza-se o thumb (dedão) e na mais agudas o pluck (puxada). Na dúvida, faça da forma que considere mais prática e confortável.

Os exercícios são propostos de maneira gradativa, sendo o primeiro considerado mais fácil e os últimos mais difíceis. Sempre utilize o metrônomo nos estudos.Dúvidas, entrem em contato.

The Thrill Is Gone - B.B. King (baixista Russel Jackson)

Samba (autor desconhecido)

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Forget me Nots - Patrice Rushen (baixista "Ready" Freddy Washington)

Fantastic Voyage - Lakeside

Tell Me Baby - Red Hot Chili Peppers (baixista Flea)

Carrinho por Trás - Celso Pixinga

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Aeroplane - Red Hot Chili Peppers (baixista Flea)

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Power - Marcus Miller

Silly Putty - Stanley Clarke

Country Music (A Night In Hell) - Stuart Hamm

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Me And My Bass Guitar - Victor Wooten

No Left Turn On Tuesday - Alain Caron

Nico Assumpção (c/ a banda High Life)

Aula 10 – Leitura Rítmica

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Nesta aula teremos os princípios básicos da leitura musical. Para isso, começaremos entendendo como funcionam as divisões rítmicas numa partitura.Mas antes, vamos ver algumas convenções.

CONVENÇÕES

Clave de Fá: Clave utilizada na leitura para contrabaixo e instrumentos graves.

Clave de Sol: Clave utilizada na leitura para instrumentos mais agudos.

Clave de Dó: Clave utilizada para sons médios.

Pentagrama: Composto por 5 linhas e 4 espaços nomeados a partir da clave:

Espaços e Linhas Suplementares Superiores e Inferiores: Dá seqüência as notas fora do pentagrama.

Compasso e barra de compasso:

Armação de Clave: indica a tonalidade da música.

Fórmula de Compasso:

O número de cima indica quantos tipos duram o compasso.

Os números de baixo indicam qual a figura utilizada para contar os tipos.

Barra de Repetição: indica que se deve repetir o(s) compasso(s) entre as barras.

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Notas no pentagrama: as notas nas linhas do pentagrama são G (sol), B (si), D (ré), F (fá) e A (lá) e as notas nos espaços são A (lá), C (do), E (mi) e G (sol).

iremos agora aprender sobre figuras musicas. Cada figura tem como principio indicar quanto tempo determinada nota dura, ou seja, se a mesma irá soar durante quatro

batidas do metrônomo, se somente durará uma batida, etc.

Vamos verificar a tabela a seguir:

Na figura temos o "desenho" que representa a nota em seguida seu nome e por fim seu valor, ou quanto tempo ela tem de duração.

Vamos imaginar um compasso 4/4 (fala-se quatro por quatro), como o citado acima no exemplo de fórmula de compasso. O número de acima (4) no diz que contaremos em cada COMPASSO até quatro, ou seja, 1 2 3 4 e em seguida vem o compasso seguinte.

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Ex.

Mas e o número embaixo, o que significa? Por enquanto não vamos nos preocupar com ele, pois seria muita informação e com certeza complicaria o entendimento.

Agora que sabemos como contar cada compasso, vamos analisar como as notas são contadas.

Semibreve

Valor = 4. Toca-se a nota e deixa que a mesma soe durante os 4 tempos.

Mínima

Valor = 2. Toca-se e deixa que a mesma soe durante 2 tempos.

Semínima

Valor = 1. Uma a cada tempo (ou a cada batida).

Colcheia

Valor = 1/2. Como a mesma equivale a meio tempo, toca-se 2 por batida.

Semicolcheia

Valor = 1/4. Executa-se 4 notas a cada batida.

Fusa

Valor = 1/8. Executa-se 8 notas por "beat" (batida).

Semifusa

Valor = 1/16. Executa-se 16 notas por batida.

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Sempre que executamos uma música, é quase que inevitável que precise de pausas para dar um "respiro" a linha. Até agora só vimos as notas que EXECUTAMOS, agora veremos as pausas:

Ressalto que as pausas de semibreve e mínima são muito parecidas, sendo a diferença é que a semibreve é "colada" na linha de cima e a de mínima na linha de baixo.

E para que as pausas? Assim como tocamos as notas nas linhas que executamos, algumas vezes temos que tocar o "silêncio" (na verdade não tocar). A pausa serve justamente para indicar por quantos tempos devemos manter o "silêncio" na linha.

Semibreve

Valor = 4.

Mínima

Valor = 2.

Semínima

Valor = 1.

Colcheia

Valor = 1/2.

Semicolcheia

Valor = 1/4.

Fusa29

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Valor = 1/8.

Semifusa

Valor = 1/16. 

O princípio das pausas é exatamente o mesmo das notas. A diferença é justamente o fato de quando em pausa, devemos manter o "silêncio" durante o tempo.  Pode ser um pouco complicado o entendimento no começo, mas não é nenhum bicho de sete cabeças. As figuras, valores e nomes devem ser decorados para facilitar a leitura. O mesmo serve para as pausas.

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Exercício

O exercício anterior deve ser feito com a ajuda do metrônomo. Coloque o metrônomo numa velocidade baixa (aconselho por volta de 50 bpm) e conte a cada batida. Sempre pense até quatro e comece de novo a contagem como se fosse um compasso 4/4. Pode ser feito cantando - isso denomina-se solfejo - as notas (utilize a sílaba “ta”). Quando a nota dura mais que um tempo extenda o “a” do ta até que dure o necessário. Veja como na primeira linha.Depois de bem acostumado com o solfejo, tente fazer o mesmo executando uma nota qualquer no contrabaixo (aconselho a corda Lá solta). Também aumente a velocidade do metrônomo aos poucos. E nunca se esqueça de manter o silêncio quando aparecem as pausas. Note também que sempre a soma das notas e/ou pausas é igual

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a 4 (em um compasso 4/4 não se pode nem ultrapassar e nem deixar faltar no compasso os 4 tempos preenchidos).

Na próxima aula falaremos mais sobre leitura rítmica, desta vez incluindo a utilização de semicolcheias, fusas e semifusas, e também, fórmulas de compassos diferentes (2/4, 3/4, 5/4, etc).

Aula 11 – Leitura Rítmica II

Nesta aula daremos prosseguimento ao tema leitura rítmica só que desta vez acrescentaremos a leitura de semicolcheias e também fórmulas de compasso diferentes, como por exemplo 3/ 4 e 5/4.

Primeiro falaremos sobre as semicolcheias. Lembrem-se que elas equivalem a ¼ de tempo podendo assim ser tocadas 4 por batida. No caso de um compasso de 4 tempos (batidas), teremos seu preenchimento dado através de 16 notas (4x4).

Para facilitar este entendimento, aprendi o método do “TA KA DI MI” onde solfejamos (cantamos) cada sílaba para as semicolcheias completando o ta ka di mi a cada batida.

Veja o exemplo:

Para que esteja correto o solfejo, sempre que ocorrer a batida devemos estar na sílaba “ta”. Para vocês terem uma noção de como é fácil, façam o seguinte: façam uma batida (pode ser com a mão na perna mesmo) e a cada batida da mão cantem “takadimi” e não podem haver espaços ou nota prolongadas. Pronto estão solfejando em semicolcheias. Posteriormente podem substituir as sílabas do ta ka di mi por simplesmente ta ta ta ta.

Mas e no caso de uma colcheia seguida de duas semicolcheias, como eu solfejo?Fácil, basta prolongar a sílaba referente a colcheia e depois respeitar as sílabas seguintes, como nos exemplos a seguir:

O mesmo princípio pode ser usado no caso de colcheias, mas como “cabem” apenas 2 por batidas, as sílabas usadas devem ser apenas TA KA.

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Agora falaremos sobre diferentes fórmulas de compassos.

Sabemos que no caso de um 4/4 devemos sempre contar 1 2 3 4 1 2 3 4 (dúvidas, re-vejam a aula anterior), mas e se a fórmula for de ¾ como deve ser contado? Apenas conte até três, ficando 1 2 3 1 2 3 1 2 3.

Note que no primeiro compasso a nota transcrita é uma mínima com um pequeno ponto o lado (denomina-se mínima pontuada). Este ponto se chama ponto de aumento e aumenta METADE DO VALOR DA NOTA. Como no caso dado temos uma mínima que vale 2 tempos, soma-se mais metade dela, ou seja, 1 tempo resultando assim na duração (somada) de 3 tempos.2 + metade(1) = 3

Se no exemplo tivéssemos uma semínima pontuada, a conta seria a seguinte:1 + metade(1/2) = 1 ½

Não coloquei neste exemplo nenhuma semibreve porque a mesma vale 4 tempos e como o compasso é em ¾ ela “estouraria” o valor do mesmo. O caso contrário também seria errado, com a inclusão de uma mínima (2 tempos) e assim a falta de um tempo para preencher os 3 do mesmo.

No caso do 2/4 contamos 1 2 1 2 1 2. Veja o Exemplo:

Neste a nota de maior valor que conseguiríamos colocar seria a mínima, pois ela já possue 2 tempos e completaria o compasso.

E por fim temos um exemplo em 5/4:

Neste caso a contagem é 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

Note que o primeiro compasso foi preenchido com uma semibreve (4 tempos) e em seguida com uma semínima (1 tempo) para que sua soma fosse igual a 5 tempos (novamente ressalto que o compasso deve ser sempre completo).

Ainda existem compassos compostos (6/8, 9/8, 7/16) mas eles serão tema de aulas futuras.

ExercíciosChegou a hora de aplicar todo o conhecimento adquirido nesta aula através dos exercícios a seguir (sempre utilizando o metrônomo para um melhor resultado):

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EXERCÍCIO 01

EXERCÍCIO 02

EXERCÍCIO 03

EXERCÍCIO 04

Aula 12 – Leitura Melódica

Após termos passado as últimas aulas abordando leitura rítmica, nesta aprenderemos como localizar as notas no pentagrama (partitura).

Na imagem a seguir temos a localização das notas na pauta que possui como referência a clave de Fá (utilizada para instrumentos graves, incluindo o nosso contrabaixo).

Na primeira pauta temos a escala de dó no sentido ascendente (do grave para o agudo). Perceba que as notas variam dentro dos espaços e linhas do pentagrama. Já na segunda pauta a mesma escala é transcrita, porém desta vez no sentido descendente (do agudo para o grave). Na terceira e quarta pauta temos respectivamente as notas nos espaços e nas linhas.

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Na pauta a seguir exemplifiquei o uso de linhas suplementares, que são utilizadas quando a altura das notas ultrapassa o pentagrama, tanto para o grave quanto para o agudo.

Para facilitar a localização enquanto não são decoradas todas as notas, gosto de utilizar notas de referência, que fazem com que fique mais fácil lembrar onde estão algumas notas que já darão referência para as demais.

São cinco as notas referenciais:

Mi = que é a nossa nota mais grave em um contrabaixo de 4 cordas com afinação padrão (normalmente é chamada de “mizão”);Lá = que está localizada no primeiro espaço do pentagrama e corresponde ao nosso Lá solto da terceira corda (ou preso na quinta casa da corda Mi);Ré = localizada exatamente na linha central do pentagrama, e é referente ao Ré da segunda corda (solta);Fá = deve ser referência constante pois a mesma é localizada em função da colocação da clave no início da partitura (perceba que o início do desenho da clave é justamente nesta linha e passa ao meio dos dois pontos que acompanham a clave). Este Fá pode ser executado na quarta casa do corda Ré ou nona da corda Lá;Si = Nota localizada no espaço final da partitura que é referente ao Si da quarta casa da corda Sol ou nona casa da corda Ré.

No exemplo a seguir temos notas colocadas aleatoriamente no pentagrama para o maior estudo de suas localizações.

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Exercício

Aqui temos um exercício onde serão aplicados tanto os conteúdos desta aula quanto das aulas anteriores (leitura rítmica). Primeiro localize as notas baseado no conteúdo desta aula e depois tente adicionar a elas seus valores rítmicos (se necessário, repasse as anteriores).

Aula 13 – Bourrée In E Minor

Nesta aula, veremos as duas vozes do Bourrée in E minor de Johann Sebastian Bach.

A primeira voz é referente a mão esquerda do piano, que abrange a região mais graves (e também é lido em clave de Fá), já a segunda e referente a mão direita, que possui tessitura mais aguda (lida em clave de Sol).

Comece pela primeira voz que é mais simples e só depois de terminada vá para a segunda. Primeiro localize as notas na escala e depois achei os seus valores rítmicos.Quando for localizar as notas na escala tente abranger um região reduzida, evitando assim movimentos desnecessários.

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Inicie com andamento lento e só depois de seguro quanto a linha aumente a velocidade.

Observe que no início de ambas as partituras aparece um sustenido na linha do Fá - que representa a armadura de clave - , e com isso lembre-se que sempre que aparecer um Fá na partitura (seja grave ou agudo) ele será sustenido.

Seguem as partituras:

Primeira voz

Segunda voz

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Algo bem proveitoso no estudo desta peça e combinar com um amigo de cada um tirar uma voz e executarem juntos depois. O resultado é bem legal!

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