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AULA NÚMERO 01 ARQUEO AMAZONIA
CURSO DE EXTENSÃO ARQUEOLOGIA DA AMAZÔNIA
MODALIDADE EAD REALIZAÇÃO DO CENTRO BRASILEIRO DE ARQUEOLOGIA/50 ANOS.
COORDENAÇÃO JOSÉ ALTAMIRANO ENCISO CONSELHEIRO
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE CURSOS B.RODRIGUES DIRETOR
DIRETORA DE ENSINO VANESSA RODRIGUES
Prezado aluno
Esse curso em versão EAD foi desenvolvido pelo professor Jose
Altamirano para o Centro Brasileiro de
Arqueologia
Originalmente as aulas foram presenciais.
Com a ida do professor para trabalhar em
Lima, no Peru, o CBA resolveu oferecer o
Curso na modalidade EAD com a devida
concordância do professor Altamirano.
As aulas serão semanais sempre com
exercícios que devem ser respondidos no
final da semana.
Dúvidas podem ser colocadas para a
Comissão do CBA, dirigida pela Diretoria
de Ensino, sendo posteriormente dirigidas
para o professor Altamirano por e-mail.
Possível interagir através do chat:
O site www.cbarqueol.org.br deve sempre
ser consultado, pois nele o aluno encontra
informações sobre o curso atualizadas.
AULA NÚMERO 01
INTRODUÇÃO AO CURSO
Apresentaremos breve panorama sobre a
ocupação pré-história da Amazônia,
apontando as principais culturas
identificadas, com base nas pesquisas
realizadas pelo Museu Goeldi. (com base nas pesquisas da Dra Maura Imazio
apresentadas no Encontro Latino Americano de
Arqueologia)
As populações Pré-históricas da Amazônia
Dra. Maura Imazio da Silveira Pesquisas realizadas:
•ênfase nos sítios do interior
•Poucas pesquisas na costa MUSEU PARAENSE EMÍLIO
O Museu Paraense Emílio Goeldi é uma das mais
importantes instituições do país, sendo reconhecido
internacionalmente pela contribuição científica para
a região Amazônica.
Foi criado em 1866, por um grupo liderado pelo
naturalista Domingos Soares Ferreira Penna, como
Associação Filomática. Transforma-se no Museu
Paraense em 1867, mas é com Emílio Augusto Goeldi,
em 1894, que o Museu Paraense, começa a receber
fundamentos de instituição científica e inicia a
publicação do Boletim. Este projetou a instituição
dentro e fora do país, afirmando-se como um dos
mais importantes veículos de divulgação do
conhecimento científico da Amazônia.
Inicialmente, apresentaremos em linhas gerais o
Museu Goeldi, a natureza e os objetivos da
arqueologia e alguns exemplos dos diferentes tipos de
sítios que são encontrados na Amazônia.
Posteriormente, com base nos dados arqueológicos,
em uma perspectiva cronológica e econômica, será
apresentado um panorama breve sobre a ocupação
pré-histórica da Amazônia, alguns exemplos de
vestígios encontrados durante as pesquisas do Museu
e para finalizar as contribuições da arqueologia para a
região.
O museu realiza estudos científicos sobre a diversidade biológica e
social da Amazônia através de suas Coordenações de Pesquisa:
botânica, zoologia, ciências da terra, ciências humanas, museologia,
serviço de processamento de dados, biblioteca, entre outros. Além
disso, atua em projetos de educação ambiental, patrimonial e
mantém parcerias com outras instituições de pesquisa e difusão
científica e cultural
Convém ressaltar que o MPEG foi a única instituição na
Amazônia brasileira, durante décadas, a ter um
departamento de Ciências Humanas com pesquisas nas
áreas de antropologia, etnologia, arqueologia, lingüística,
sociologia e história.
O Museu Goeldi realiza pesquisas arqueológicas na
Amazônia desde a segunda metade do século XIX sendo
referência para as pesquisas arqueológicas realizadas
nesta região
Arqueologia▪
Estudo do passado humano a partir dos vestígios
remanescentes;
▪Utiliza fontes de estudo primárias: documentos
naturais, culturais e
▪Fontes de estudo secundárias: publicações,
documentos, informações, etc ▪É necessário interação com diversas disciplinas das ciências
biológicas, humanas e exatas
A produção do conhecimento sobre a pré história
amazônica inicia com os viajantes naturalistas tais como
Hart, Ferreira Penna, Barbosa Rodrigues, Frederico Barata,
Aureliano Lima Guedes, Coudreau,entre outros. Nessa
época foram produzidos relatos detalhados e aquisição de
peças que iriam compor os acervos dos museus.
Com a fundação do MPEG começam a ser formadas as
coleções (atualmente, o material arqueológico
proveniente dessas coleções faz parte da reserva
técnica Mário Simões na área de arqueologia).
Entre 60-70 é criada a área de arqueologia e as
pesquisas se intensificam com o desenvolvimento do
Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da
Bacia Amazônica-PRONAPA. Coordenado por Betty
Meggers & Clifford Evans, do Smithsoniam Institute, o
PRONAPABA foi dividido em diversas áreas. A equipe
do Goeldi foi chefiada pelo pesquisador Mario
Simões. Outros arqueólogos como Ondemar Dias,
Eurico Miller e Celso Perota, foram convidados a
trabalhar também no desenvolvimento do referido
programa. As pesquisas realizadas, utilizaram como
base, principalmente, a cerâmica arqueológica,
estabelecendo Tradições, subtradições e fases.
A Tradição é usada para designar um grupo de
elementos ou técnicas com grande amplitude
espacial e temporal. Una Tradição comporta
várias fases e mesmo subtradições. A Fase é
mais restrita, indica um conjunto de elementos
culturais associados entre si e relacionados
conforme a localidade (espaço) ou o tempo. A partir desses dados foi elaborado um panorama das
populações pré-históricas que habitaram a Amazônia
Reconstituição do povoamento da Amazônia
pré-histórica (Mario Ferreira Simões 1983)
•Coletores pescadores ceramistas (6.000-
200AC) Tradição Mina (fase Mina - sambaquis
litorâneos/PA e MA,fase Castália e Macapá -
sambaquis fluviais, Uruá –sambaquis de gastrópodes
fluviais). Relacionados a Fase Alaka (litoral Guianas)
•Caçador-coletores (10.000–1.000 anos AC) Pontas no vale do Tapajós e em Cotijuba/PA.
•Agricultores incipientes (1.100-200AC) Tradição Hachurada zonada(fase Ananatuba no Marajó; fase
Jauari –sambaqui fluvial no baixo amazonas/lago grande de
Curuá).Inclui ainda Fases no Equador (Yasuni e Pastaza) e no
Peru (Tutischcainyo e Waira-Jirca).
•Horticultores de Floresta Tropical (0 -
1.600AD) Tradição Borda Incisa
(fase Mangueiras/Marajó e Mexiana; Manacapuru e
Caimbé/médio Amazonas, associados a subtradição
Guarita/Tradição Policroma). Na bacia do Orinoco
(fases Nericagua, complexos Cotua e Los Caros)
Tradição Incisa Ponteada de 900 AD até tempos
históricos
localização geográfica -Calha do Amazonas e alguns
tributários.Cultura Santarém/rio Tapajós, complexo
Konduri/ rios Nhamundá Trombetas,
Mazagão/Amapá; Paredão/baixo rio Negro; Sanabani
/lago de Silves; Urucará e Jatapú/baixo rio Uatumã;
Diauarum e Ipavu/alto Xingu,Tauá/Tocantins.
Fases flutuantes ou independentes (grande
quantidade)
•Agricultores Subandinos (100-1.300 AD) Tradição Policroma
(fase Marajoara/Marajó, Subtradição Guarita na parte
ocidental da bacia Amazônica - fases Itacoatiara, Guarita,
Tefé, Apuaú,Manauacá, Samambaia, Silves, São Joaquim,
Pirapitinga, Marmelos e Pupunhas). Fases: Napo (Equador)
e Caimito (Peru).
Nos anos 80 começa uma nova fase para a
arqueologia da Amazônia
Começam os grandes projetos empresariais (hidrelétricas,
mineração, rodovias, etc) e os financiamentos para os
trabalhos de levantamento e salvamento arqueológico. Na
década de 90 outros pesquisadores também começam a
trabalhar na Amazônia brasileira (Eduardo Neves, Denise
Gomes, entre outros).
sítios caçadores-coletores, geralmente em cavernas e
abrigos. Maior parte dos vestígios é composta por
artefatos lascados (pontas de flechas, raspadores,
furadores, entre outros, confeccionados,
primeiramente em quartzo e posteriormente em
sílex/calcedônia).
Registramos esses sítios no Pará-em Carajás e Monte Alegre; Amapá, Amazonas,
Roraima e Rondônia..
Arcaico/caçadores-coletores-pescadores e
também os caçadores-coletores mais recentes
(Holoceno/ 6.000-200AC)
Os tipos de sítios variam: sítios em grutas e abrigos,
sambaquis (litorâneos e fluviais) e sítios cerâmicos
habitação ou acampamentos. Tanto nos sambaquis
como nos sítios cerâmicos observamos,em alguns
casos, a presença de TPA.
O material arqueológico geralmente é composto por
artefatos confeccionados em pedra lascada, polida e
também em conchas e ossos, além de restos
orgânicos. Neste período, as mudanças significativas do ambiente
proporcionaram maior disponibilidade de recursos naturais
(formação e expansão dos mangues, mudança no regime
dos rios/temporário-perene, formação de grandes áreas de
floretas). Puderam ser verificadas estratégias adaptativas
ainda mais diversificadas, caracterizando-se pela exploração
de recursos aquáticos (pesca e coleta), caça de pequenos
animais, além de coleta, manejo e domesticação de várias
plantas.
Formativo (Holoceno /1.100AC -1.600AD) Os sítios são
cerâmicos, a céu aberto, habitação ou acampamentos,
presença em alguns de TPA. Na ilha de Marajó existem os
Tesos (grandes aterros artificiais). Caracterizado por
práticas agrícolas ou economia de subsistência eficiente,
ocupações sedentárias e aumento da densidade
demográfica. A seguir alguns exemplos de vestígios
encontrados nas pesquisas
doMuseuGoeldiSegundoosresultadosdaspesquisasrealizada
sporAnnaRooseveltaAmazôniafoiumcentrodeinovaçãocultur
alduranteoarcaicoeoformativo. Foi no sambaqui de
Taperinha, que coletamos a cerâmica mais antiga das
Américas
O Patrimônio Arqueológico
Legislação de proteção:
•Decreto –lei nº 25, de 30/11/1937;
•Lei nº 3924, de 26/07/1961;
•Resolução CONAMA nº 001, de 23/01/1986;
•Constituição Federal de 1988, Cap. II, arts.
20, 23 e 24;
•Lei nº 9605, de 30/03/1998: Lei de Crimes
Ambientais;
•Portaria IPHAN n. 230: Normatiza Pesquisa e
Licenças. Sítios arqueológicos conhecidos e desconhecidos
Educação Patrimonial
Projetos desenvolvidos em conjunto com as pesquisas
arqueológicas tem um papel relevante, contribuindo
não só para divulgação do conhecimento sobre o
passado como para a proteção do patrimônio
Educação para a cidadania;
•Valorização da identidade cultural;
•Formação de agentes multiplicadores;
•Construção de museus locais;
•Divulgação através de cartilhas, livros, vídeos,
DVDs, palestras.
•Exposições
•Preservação do patrimônio PANORAMA ATUAL
Grande demanda de projetos de contrato-
Grande número de denúncias
Poucos arqueólogos atuando/morando na Amazônia-
Grande demanda de projetos de contrato-
Exploração intensa da região–necessidade de
pesquisas
NECESSIDADE Formação de novos profissionais para atuar na
Amazônia.
Formação de multiplicadores;
•Construção de museus locais;
•Divulgação através de cartilhas, livros, vídeos,
DVDs, palestras.
•Exposições
•Preservação do patrimônio; Projetos desenvolvidos em conjunto com as pesquisas
arqueológicas têm um papel relevante, contribuindo
não só para divulgação do conhecimento sobre o
passado como para a proteção do patrimônio
O PROBLEMA
Amazônia grande área com dificuldades de acesso e
com poucos recursos humanos relativos a pesquisa e
fiscalização dos sítios arqueológicos.
Poucas escolas de formação em arqueologia nível
graduação no Norte e Nordeste do Brasil
E O PRINCIPAL ENTRAVE NA OPINIÃO DO CBA:
O NÃO RECONHECIMENTO DA PROFISSÃO PELO
GOVERNO FEDERAL
PRONTO PARA OS EXERCÍCIOS?
NÃO ESQUECER DE ENVIAR AS RESPOSTAS PARA
EXERCÍCIOS AULA NÚMERO 01
O que é Amazônia Legal Brasileira?
Quando e quem criou o Museu Emilio Goeldi
Quem foi Emilio Goeldi e qual a sua importância para a
Amazônia
O que sabe sobre C.F.Hartt e O.A. Derby?
Cite alguns sítios (sambaquis) do Nordeste do Pará.
Caracterize a Ilha do Marajó do ponto de vista
arqueológico
Como começa a pesquisa no Museu Goeldi em termos
de arqueologia?
Qual o papel de Mário Simões para o conhecimento da
arqueologia da Amazônia?
Quais os principais problemas da Amazônia relativos à
Arqueologia?
O que foi o PRONAPA e qual a sua importância para
a arqueologia da Amazônia?
LEITURA RECOMENDADA
BOLETIM DO MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI
I E II ENCONTROS LATINO AMERICANOS DE ARQUEOLOGIA
REALIZADOS PELO CBA EM 2005 E 2012 NA INTERNET
BOLETIM ONLINE DO CENTRO BRASILEIRO DE ARQUEOLOGIA NA
INTERNET
SITE DO CBA www.cbarqueol.org.br ver galeria de fotos e
noticias.Participe da enquete e se desejar preencha a ficha de
inscriçao de novos associados.Participe da luta pela aprovaçao do
projeto de lei que regulamenta a profissao arqueologo.
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