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CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO DECLÍNIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO José Manuel Santiago Aranha de Sousa Coimbra, dezembro de 2014

curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

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CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM

DE REABILITAÇÃO

DECLÍNIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO

José Manuel Santiago Aranha de Sousa

Coimbra, dezembro de 2014

2014

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CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM

DE REABILITAÇÃO

DECLÍNIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO

José Manuel Santiago Aranha de Sousa

Orientador: Arménio Guardado Cruz

Coorientadora: Cidalina da Conceição Ferreira de Abreu

Dissertação apresentada à Escola Superior de Enfermagem de Coimbra para obtenção do grau de Mestre em Enfermagem de Reabilitação.

Coimbra, dezembro de 2014

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“Atrás de cada linha de chegada há uma de partida.

Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.”

“Autor desconhecido”

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À minha família, em especial aos meus pais

José e Eugénia, à minha esposa Benvinda e

às minhas filhas Inês e Mariana.

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AGRADECIMENTOS

Quero expressar os meus sinceros agradecimentos, em primeiro lugar ao Sr.

Professor Arménio Cruz por ter aceitado orientar esta dissertação e pelo apoio dado

ao longo do seu desenvolvimento;

À Srª Professora Cidalina Abreu, pelo seu contributo como co-orientadora;

Ao Sr. Professor Amaral, pela autorização da aplicação do formulário InterRAI – CA –

PT, e pela sua disponibilidade e ajuda;

Ao Sr. Professor Pedro Lopes Ferreira, pela autorização da aplicação da Escala de

Morse para risco de queda;

À Comissão de Ética e ao Conselho de Administração do HDFF,EPE, por terem

viabilizado a recolha de dados, e por consequência a realização deste estudo;

Aos profissionais dos serviços de Medicina e Especialidades Médicas, pela sua

disponibilidade e apoio durante a recolha de dados;

Aos Idosos e seus familiares, pela prontidão, disponibilidade e colaboração que

demonstraram na recolha de informação, e que sem eles não era possível a execução

deste estudo;

À minha esposa e filhas, pelo seu incondicional apoio e incentivo, e que me fizeram

acreditar que era possível;

A todos que acreditam em mim;

MUITO OBRIGADO!

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADLs - Activities of Daily Living

AIVDs – Ativadades Instrumentais de Vida Diária

APA - American Psicological Association

AVDs – Atividades de Vida Diária

EEER – Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação

EEER - Rehabilitation Nursing Experts

EHAVDs – Escala Hierarquica das Atividades de Vida Diária

ex. - Exemplo

HDFF,EPE – Hospita Distrital da Figueira da Foz, Entidade Pública Empresarial

IALDs - Instrumental Activities of Daily Living.

InterRAI – AC – PT – InterRai – Cuidados Agudos – Versão Portuguesa

InterRAI AC – InterRAI Acute Care

Km - Quilómetro

MFS – Morse Fall Scale

Nº - Número

OMS – Organização Mundial de Saúde

SPSS - Satistical Package for the Social Science

TRI - Teoria de Resposta ao Item

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RESUMO

Quando o idoso é internado em consequência de uma doença aguda, um conjunto de

fatores vão determinar a sua resposta aos cuidados de saúde, correndo riscos de

iniciar um processo de declínio funcional, com alterações na capacidade de realização

das AVDs e AIVDs. As causas são multifatoriais e cumulativas, destacando-se a idade

avançada, o repouso no leito, a diminuição da mobilidade, e as quedas.

Como objetivos pretendemos analisar os resultados obtidos de declínio funcional, de

risco de queda e determinar a sua associação, em doentes agudos internados nos

serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

Desenvolvemos um estudo quantitativo, do tipo descritivo correlacional com medidas

repetidas, numa amostra de 100 idosos com 65 anos ou mais, que foram internados

entre julho e setembro de 2014 nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas.

Para a recolha de dados utilizámos uma versão adaptada do InterRai-AC-PT, validada

para a população portuguesa por Amaral, et al. (2014), e a escala de Morse para o

risco de queda, validada para a população portuguesa por Costa – Dias et al. (2014).

Os dados foram recolhidos após autorização dos autores do instrumento e deferimento

do pedido pelo Conselho de Administração do HDFF,EPE, e aplicados aos idosos, que

participaram de forma esclarecida, livre e voluntária.

Os resultados obtidos na avaliação do estado funcional, para a realização das AVDs e

AIVDs, determinam o aumento do declínio funcional entre o período que antecedeu o

aparecimento da doença, o internamento e a alta, evidenciando-nos também a

existência de diferença no risco de queda nos idosos entre a admissão e a alta, sendo

maior na admissão quando comparado com a alta. De igual forma nos sugerem que

maior declínio está associado a maior risco de queda no momento da alta.

Em conclusão, os resultados observados indicam-nos a necessidade de intervenção

imediata no processo de cuidar, impondo uma avaliação rigorosa do idoso na

admissão, com planificação adequada e avaliação contínua dos cuidados prestados.

Minimizar o impacto das consequências da doença aguda no equilíbrio bio-psico-social

do idoso, contribui para a manutenção da sua autonomia, tendo o EEER um papel

determinante. As suas competências específicas, quer na intervenção direta ao idoso,

como na sua função educativa junto da equipa de enfermagem, podem contribuir para

obtenção de ganhos em saúde nesta área. Sugerimos futuramente a realização de

outros estudos acerca do impacto da intervenção do EEER na prevenção de declínio

funcional e na diminuição do risco de queda em idosos hospitalizados.

Palavras-chave: Envelhecimento; Hospitalização; Estado funcional; Declínio funcional

e Risco de Queda.

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ABSTRACT

When elderly people are hospitalized as a result of an acute illness, a number of

factors will determine their response to health care, at risk of starting a process of

functional decline with changes in the ability of doing ADLs and IADLs. The causes are

multifactorial and cumulative. We can, however, highlight the advanced age, the bed

rest, the decreased mobility and the falls.

As goals, we intend to analyze the results obtained of functional decline, risk of falling

and determine their association in acute patients hospitalized in Internal Medicine and

Medical Specialties at HDFF. EPE.

We developed a quantitative, descriptive correlational study with repeated measures in

a sample constituted by 100 elderly people aged 65 or more that were hospitalized

between July and September 2014 in Internal Medicine and Medical Specialties. As

instruments for collecting data we used an adapted version of InterRai-AC-PT validated

for the portuguese population by Amaral, et al. (2014) and the Morse Fall Scale

validated for the portuguese population by Costa-Dias, et al. (2014). The data was

collected after the approval of the authors of the instrument and also the approval of

the request made to HDFF.EPE and applied to elderly people who were informed and

participated freely and willingly.

The results determine the increase of functional decline between the period before the

appearance of the illness, the hospitalization and the discharge from hospital, being it

higher in the admission to hospital rather than in the discharge from it. In a similar way,

the results suggest that a more acentuated decline is associated to a bigger risk of

falling in the moment of discharging from hospital.

In conclusion, the results indicate the need for imediate intervention in the caring

process by imposing a strict evaluation of elderly people in the admission to hospital

with adequate planning and continuous evaluation of medical care. Minimizing the

impact of the acute illness consequences in the biological, psychological and social

balance of elderly people contributes to the maintenance of their autonomy and the

rehabilitation nursing experts have a determinant role. Their specific skills in the direct

intervention in elderly people as well as in their educational function amongst the

nursing team can help to achieve health gains in this area. In the future, we suggest

that other studies on the impact of intervention of these experts in the prevention of

functional decline and the diminishing of risk of falling in hospitalized elderly people

should be made.

Key words: Aging; Hospitalization; Functional Status; Functional decline and Risk of

Falling.

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ÍNDICE DE TABELAS

Pág.

Tabela 1 Distribuição dos idosos em função do género…………………….. 69

Tabela 2 Distribuição dos idosos em função da idade………………………. 69

Tabela 3 Distribuição dos idosos um função do seu estado civil…………... 70

Tabela 4 Distribuição dos idosos em função do serviço de internamento… 70

Tabela 5 Distribuição dos idosos em função da proveniência……………… 70

Tabela 6 Distribuição dos idosos em função da forma de coabitação…….. 71 Tabela 7 Distribuição dos idosos em função do episódio desencadeador

da admissão…………………………………………………………… 71 Tabela 8 Distribuição dos idosos em função do tempo passado no serviço

de urgência……………………………………………………………. 72 Tabela 9 Estatísticas referentes ao tempo de internamento………………... 72

Tabela 10 Resultados da Variável Cognição…………………………………... 73

Tabela 11 Resultados da Variável Comportamento e Ânimo………………… 74 Tabela 12 Resultados da Variável Estado Funcional – Auto desempenho

nas AVDs……………………………………………………………… 76 Tabela 13 Resultados da Variável Estado Funcional – Locomoção /

Caminhar………………………………………………………..…...... 78 Tabela 14 Resultados da Variável Estado Funcional – Caminhada de 4

Metros Temporizada…………………………………………………. 78 Tabela 15 Estado Funcional – Distância percorrida de uma só vez sem se

sentar………………………………………………………………….. 79 Tabela 16 Estado Funcional – Distância percorrida em cadeira de rodas de

uma só vez…………………………………………………………….. 79 Tabela 17 Estado Funcional – Nível de atividade……………………………... 80

Tabela 18 Estado Funcional – Acamado……………………………………….. 80

Tabela 19 Estado Funcional – Auto Desempenho das AIVDs e Capacidade 82

Tabela 20 Resultados da Varável Continência………………………………… 84

Tabela 21 Resultados da Variável Condições de Saúde – Quedas………… 85 Tabela 22 Resultados da Variável Condições de Saúde – Frequência do

Problema……………………………………………………………… 85 Tabela 23 Resultados da Varável Condições de Saúde – Dispneia………… 86

Tabela 24 Resultados da Varável Condições de Saúde – Fadiga…………... 86

Tabela 25 Resultados da Varável Condições de Saúde – Sintomas de Dor. 87

Tabela 26 Destino dos Idosos após a alta……………………………………… 87

Tabela 27 Resultados da Aplicação da Escala de Quedas de Morse………. 89

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ÍNDICE DE QUADROS

Pág.

Quadro 1 Secções que compõem o instrumento InterRAI–CA-PT do estudo………………………………………………………………….. 61

Quadro 2 Produção de Escalas…………………………………………………. 62

Quadro 3 Resultados dos testes de normalidade…………………………….. 67

Quadro 4 Risco de Queda na Admissão e Alta……………………………….. 89

Quadro 5 Comparação de resultados das categorias da Versão curta da Escala das AVDs entre a pré admissão e a alta…………………... 90

Quadro 6 Estatísticas da versão curta da escala das AVDs na admissão e alta……………………………………………………………………… 91

Quadro 7 Estatísticas descritivas da escala da hierarquia das AVDs na pré admissão, admissão e alta…………………………………………... 91

Quadro 8 Estatísticas do teste de Friedman para amostras emparelhadas em relação à escala da hierarquia das AVDs na pré admissão, admissão e alta……………………………………………………….. 92

Quadro 9 Comparação de resultados das categorias da Escala das AIVDs - média entre a pré admissão e a alta……………………………… 92

Quadro 10 Estatísticas da Escala AIVDs – média, na pré admissão e alta…. 93

Quadro 11 Comparação de resultados das categorias do risco de queda entre a admissão e a alta……………………………………………. 93

Quadro 12 Estatísticas do Risco de Queda na Admissão e Alta…………...… 94

Quadro 13 Resultados do teste da correlação de spearman na alta entre o risco de queda, a versão curta da escala das AVDs, escala da hierarquia das AVDs e escala das AIVDs média………………….. 94

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SUMÁRIO

Pág. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………

21

1 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO……………………………………………... 25

1.1 - O ENVELHECIMENTO………………………………………………………. 25

1.1.1 - Aspetos físicos e psicológicos do envelhecimento…………………. 27

1.1.2 – Efeitos do envelhecimento no desempenho cognitivo…………….. 29

1.2 – ESTADO FUNCIONAL……………………………………………………… 31

1.2.1 - Fatores que influenciam o Estado Funcional…………………………. 32

1.2.2 - Avaliação do estado funcional…………………………………………... 33

1.3 – HOSPITALIZAÇÃO E DECLÍNIO FUNCIONAL…………………………… 35

1.3.1 – Prevenção do risco de declínio funcional em idosos hospitalizados…………………………………………………………………....... 39

1.4 – RISCO DE QUEDA……………………………………………………………. 41

1.4.1 – Fatores de risco nas quedas…………………………………………….. 46

1.4.2 – Prevenção das quedas……………………………………………………. 47

1.4.3 – Avaliação do risco de queda…………………………………………….. 50

1.4.4 – Influência do estado funcional no risco de queda…………………...

51

2 – METODOLOGIA………………………………………………………………… 55

2.1 - OBJETIVOS, QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO E HIPÓTESES………….. 56

2.2 - TIPO DE ESTUDO…………………………………………………………….. 57

2.3 - POPULAÇÃO E AMOSTRA………………………………………………….. 58

2.4 - INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS……………………………….. 58

2.5 - PROCEDIMENTOS FORMAIS E ÉTICOS………………………………….. 65

2.6 - TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS………………………………

66

3 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS……………………………….

69

4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS……………………………………………

95

CONCLUSÃO…………………………………………………………………......... 107

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS ANEXO I - Autorizações para aplicação do formulário InterRAI – CA – PT e Escala

de Morse para risco de queda. ANEXO II - Parecer da Comissão de Ética do HDFF,EPE e autorização do Conselho

de Administração do HDFF,EPE para aplicação do Instrumento de Recolha de

Dados. ANEXO III - Termo de Consentimento Livre e Informado para participação no estudo

e Instrumento de recolha de dados - Formulário InterRAI – CA – PT e Escala de

Morse para risco de queda.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

21 

INTRODUÇÃO

O estudo do declínio funcional e do risco de queda em idosos hospitalizados surge em

consequência de uma preocupação e necessidade em aprofundarmos o nosso

conhecimento nesta área da segurança e efetividade dos cuidados de enfermagem, e

também para darmos resposta aos requisitos necessários à obtenção do grau de

mestre em enfermagem de reabilitação pela Escola Superior de Enfermagem de

Coimbra.

Viver por mais tempo, nas melhores condições de saúde e de independência,

procurando continuamente a melhoria da qualidade de vida, são desafios colocados

hoje ao ser humano em geral e á ciência em particular. Fomentar e manter hábitos de

vida saudáveis, incluindo a prática regular de exercício e atividade física, são

pressupostos para atingir esses objetivos. Contudo, à medida que a esperança de vida

aumenta, a população tende a envelhecer, provocando desequilíbrios na pessoa e

estrutura familiar, bem como alterações ao nível económico e social.

Esta realidade, bem presente em Portugal, exige dos decisores políticos uma atenção

especial em relação a este grupo, denominado de idosos. Com efeito, o Plano

Nacional de Saúde 2012 -2016 (Portugal, 2012), incorpora o envelhecimento ativo a

partir dos 65 anos, considerando ser um período de crescente expressão demográfica

e social, constituindo um desafio para a sociedade, sistema de saúde e de proteção

social.

É do senso comum que as necessidades em saúde tendem a aumentar em proporção

à idade, contribuindo para isso a degradação ao nível físico, psicológico e social. A

procura de cuidados de saúde resulta em consequência desta realidade, com forte

expressão ao nível do internamento hospitalar, sendo os serviços da área médica os

que melhor evidenciam esta problemática, com taxas de ocupação elevadas, como

são exemplo os 91,10% de taxa de ocupação do serviço de Medicina do HDFF,EPE

em 2013, (HDFF,EPE, 2014a).

Quando um idoso é internado em consequência de uma doença aguda, um conjunto

de fatores vão determinar a sua resposta aos cuidados de saúde, como a maior

vulnerabilidade ao stress, agravada pela prevalência de doenças crónicas, sendo

exemplo a hipertensão, a doença renal e a insuficiência cardíaca, (Mattison, et

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

22 

al.,2014), correndo riscos para a perda da sua independência, podendo iniciar desta

forma um processo de declínio funcional, que para um conjunto vasto de autores

(Mattison, et al. 2014; Reuben et al. 2014; Peron, et al. 2011; Sthal, et al. 2011; Conde,

2009), se traduz na incapacidade parcial ou total de realização das Atividades de Vida

Diária e Atividades Instrumentais de Vida Diária. Sales, et al. (2011), reforça esta

problemática ao afirmar que ao segundo dia de internamento já é verificada uma

deterioração da capacidade de realização das atividades básicas. Daí a importância

de uma avaliação cuidada de enfermagem, aquando da admissão de idosos ao

internamento, sendo benéfico o conhecimento do seu estado funcional na pré-

hospitalização, por forma a servir de comparação em avaliações posteriores, (Reuben,

et al. 2014).

Os fatores de risco para o declínio do estado funcional são inúmeros, e incluem a

idade avançada; diminuição da atividade física; ausência de auto perceção de saúde;

presença de co morbilidades, o comprometimento cognitivo e a depressão; hábitos de

vida, atividade física, tabagismo, consumo excessivo de álcool; o uso de

medicamentos (Peron, at.al. 2011). A manutenção da função é o objetivo principal

para a promoção da saúde e da independência dos idosos hospitalizados, de tal forma

que conhecer os fatores relacionados do declínio funcional em idosos hospitalizados é

fundamental, pois orienta na prevenção e na eficácia dos tratamentos instituídos,

(Menezes et al. 2010).

As quedas ocorridas em meio hospitalar, são um fenómeno que preocupa todos os

agentes em saúde nacionais e internacionais sem exceção, devido às consequências

que podem ter na pessoa, na família e na sociedade. O estudo das causas, dos

fatores de risco, que são normalmente divididos em fatores intrínsecos e fatores

extrínsecos, (Richardson, et al. 2014; Gomes, et al. 2014) e a implementação de

medidas preventivas são a melhor forma de evitar a ocorrência, sendo para isso

fundamental haver instrumentos de medida válidos, fiáveis e de fácil utilização ao

alcance dos profissionais, para que de forma regular e sistemática se identifiquem

pessoas em risco e se implementem medidas de segurança em função da severidade

do risco observado, sendo que para Costa-Dias, et al. (2014), um dos indicadores de

avaliação da qualidade hospitalar é a avaliação do risco de queda, no que se refere à

segurança dos doentes, sobretudo com 65 anos ou mais.

A segurança do doente internado é uma das preocupações prioritárias nos sistemas

de controlo da qualidade, sendo as quedas sofridas pelos doentes durante o

internamento, uma das ocorrências mais importantes na quebra da sua segurança,

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

23 

com responsabilidade pelo aumento do número de dias de internamento e piores

condições de recuperação (Abreu, et al. 2012).

A literatura evidência relações entre o declínio funcional e a predisposição ao risco de

queda em idosos hospitalizados, na medida em que a perda de força e massa

muscular, as alterações do equilíbrio, o uso de auxiliares da marcha, o medo de cair,

entre outros, quando associados à existência de barreiras arquitetónicas no meio,

condicionam e prejudicam a mobilidade do idoso, podendo refletir-se no aumento do

risco de queda. Neste contexto, as quedas poderão ser causa ou consequência de

declínio funcional. O internamento de doentes agudos leva frequentemente a um

declínio funcional das suas capacidades físicas e cognitivas, (Boyd, et al. 2009),

podendo refletir-se no aumento do risco de quedas (Almeida, et al. 2010), devido aos

efeitos da doença aguda, agravada por um ambiente desconhecido e efeitos colaterais

dos tratamentos, (Mattison, et al. 2014).

Assim, a investigação em enfermagem na área do conhecimento de fenómenos reais

destina-se a aumentar o campo dos conhecimentos, de forma a contribuir para a

saúde das populações, através da melhoria contínua da qualidade, eficácia e

eficiência dos cuidados de enfermagem integrados no sistema de saúde (Fortin, 2009).

Como enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação e com

responsabilidades ao nível da gestão, a segurança do doente é para nós uma

prioridade na prática diária, sendo deveras importante garantir que os doentes sejam

mobilizados precocemente, com planos adequados a cada situação e objetivos bem

definidos, na expectativa de resultar em benefícios na prevenção das quedas, do

declínio funcional durante o internamento e na redução do tempo de internamento.

Na nossa instituição, a avaliação sistemática do risco de queda é feita pela aplicação

da escala de Morse a todos os doentes internados com 18 anos ou mais desde 2011.

Pelos registos disponíveis, observámos a ocorrência de 45 quedas em 2012, refletindo

uma taxa de 8,6%, de 37 quedas em 2013, indicando uma taxa de 6,5% e de 33

quedas até meio de novembro de 2014, com 82% destas a ocorrerem em doentes

com idade superior a 65 anos, sendo os serviços de Medicina e Especialidades

Médicas, os que apresentam maior numero de ocorrências (HDFF,EPE, 2014b).

Preocupados com esta realidade e motivados para contribuir para o aumento do

conhecimento nesta área, surge a realização do presente estudo que visou buscar

respostas às questões de investigação por nós formuladas e definidas da seguinte

forma:

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

24 

Verifica-se aumento de declínio funcional e risco de queda em idosos agudos

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE?

Em que medida o declínio funcional interfere no risco de queda em idosos agudos,

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE?

Os objetivos do estudo são três:

Analisar os resultados obtidos de declínio funcional em doentes agudos internados nos

serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

Analisar os resultados obtidos de risco de queda em doentes agudos internados nos

serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

Determinar se o risco de queda está associado ao declínio funcional em doentes

agudos internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

Assim, desenvolveu-se um estudo que se enquadra no domínio da investigação

quantitativa, do tipo descritivo correlacional com medidas repetidas, em que

participaram 100 idosos com 65 anos ou mais, que foram internados entre julho e

setembro de 2014 nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas.

O instrumento de recolha de dados utilizado foi o InterRai – CA - PT, versão adaptada,

validada para a população portuguesa por Amaral, et al. (2014), e a escala de Morse

para o risco de queda, de igual modo validada para a população portuguesa por Costa

– Dias et al. (2014), o que nos assegura confiança para os resultados obtidos.

Estruturalmente, iniciamos o nosso trabalho com o enquadramento teórico do tema,

onde é abordada a problemática do envelhecimento, o estado funcional, a

hospitalização e declínio funcional e o risco de quedas, seguindo-se o capítulo da

metodologia, onde desenvolvemos o desenho da investigação, a apresentação e

análise dos resultados, a discussão dos mesmos, as conclusões finais do estudo, e

por fim as referências bibliográficas, apresentadas segundo as normas APA (American

Psicological Association), 6ª edição e os anexos relevantes para a concretização do

estudo.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

25 

1 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Pretendemos neste capítulo concretizar uma base teórica e concetual, que sirva de

suporte á persecução dos objetivos do nosso trabalho, por forma a facilitar a sua

compreensão e no sentido de percebermos o que predispõe ao declínio funcional.

Uma vez que a nossa população alvo é caracterizada por ter idade superior ou igual a

65 anos, consideramos pertinente uma abordagem teórica do processo de

envelhecimento, das consequências da hospitalização relativamente ao declínio

funcional na sua globalidade e em particular no risco de queda, determinantes para a

concretização deste estudo.

1.1 - O ENVELHECIMENTO

Diariamente somos confrontados com notícias sobre a problemática do

envelhecimento em Portugal e nos países considerados desenvolvidos e em

desenvolvimento, bem como nas consequências que este problema acarreta ao nível

económico, social e familiar.

Na realidade, a concretizarem-se as previsões de Sarah Harper, diretora do Instituto of

Ageing Population da Universidade de Oxford, citada por Petronilho (2012), Portugal

vai ter 80% da população envelhecida em 2050, prevendo também que vai haver cada

vez mais famílias com cinco gerações vivas.

Também do Instituto Nacional de Estatística e segundo Carrilho et al. (2010), por um

lado o agravamento da queda da fecundidade, ficando em níveis muito inferiores aos

necessários para renovar as gerações, e por outro o aumento da longevidade e os

respetivos efeitos na composição etária da população marcam o processo do

envelhecimento demográfico.

Ainda segundo os mesmos autores, na segunda metade do século vinte, Portugal á

semelhança da Espanha e da Grécia, estava afastado de outros países da União

Europeia em cerca de 10 anos na esperança de vida, tendo recuperado e ganho em

40 anos 12,5 anos de vida nos Homens e 13,7 anos de vida nas Mulheres, sendo que

em 2009, a esperança de vida á nascença se situava em 76,3 anos para os Homens e

82,4 anos para as Mulheres.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

26 

Para Ageing report, (2009, citado por Apóstolo, 2013), “Nos próximos 50 anos, na

União Europeia, o rácio de dependência aumentará mais do dobro, de 25,4% para

53,5%. Estima-se que o maior aumento ocorra entre 2012 e 2035 com um incremento

anual de 2%”. Dados do Instituto Nacional de Estatística (2010), estimam o seu

aumento nos próximos 50 anos.

Ainda para Ageing Report, (2012, citado por Apóstolo, 2013), as projeções

económicas e orçamentais a longo prazo confirmam que lidar com o desafio colocado

pelo envelhecimento da população e a tendência de aumento de despesas

relacionadas, exigirá ação politica determinada na União Europeia, ao longo da

abordagem global de estratégia Europa 2020 para um crescimento inteligente,

sustentável e inclusivo.

Estas alterações e tendências demográficas têm sido acompanhadas com um

aumento do risco de hospitalização em situações agudas e crônicas, pois as pessoas

mais idosas tendem a apresentar multipatologias e níveis acentuados de dependência.

Aliás, segundo Pignatelli (2006, citado por Carvalhais e Sousa, 2011), este grupo

etário constitui a população que mais utiliza os cuidados hospitalares, estimando-se

que, em Portugal, haja mais de 75 mil reinternamentos por ano, onde cerca da metade

envolvem pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, sendo que, mais de 290 mil

são superiores a 7 dias.

Neste contexto, facilmente percebemos que no médio prazo iremos ter a população

mais envelhecida e consequentemente mais dependente dos cuidados de saúde,

levando porventura ao aumento da procura de cuidados hospitalares em regime de

internamento, daí também a necessidade de estarmos despertos para este facto e de

nos prepararmos para responder eficazmente às necessidades em cuidados de

enfermagem, tendo como objetivo proporcionar o retorno ao quotidiano o mais rápido

e independente possível.

O Plano Nacional de Saúde 2012 – 2016 (Portugal, 2012), também reconhece que o

envelhecimento ativo, a partir dos 65 anos, está em crescente expressão demográfica

social, devido ao aumento da esperança de vida, que apesar de traduzir os progressos

da medicina e a melhoria das condições de vida, constitui um desafio para a

sociedade, para o sistema de saúde e de proteção social. Refere ainda que este grupo

de idosos deve ser considerado nas estratégias a desenvolver, em que entre outras se

destacam o idoso ativo, o idoso dependente, o idoso frágil, o declínio funcional

decorrente da associação dos efeitos da idade e da doença, e que as intervenções

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

27 

devem basear-se nos princípios da autonomia, participação ativa, auto-realização e

dignidade da pessoa idosa.

Para Moraes, et.al., (2010), o envelhecimento representa a consequência ou os efeitos

da passagem do tempo no organismo (envelhecimento somático) e psiquismo

(envelhecimento psíquico).

Sevenini, et al. (2010, citados por Batista, et al. 2014) são de opinião que o

envelhecimento é caracterizado por um gradual declínio funcional de órgãos e

sistemas, sendo influenciado por fatores genéticos, determinantes ambientais e estilo

de vida, que atuam em diferentes níveis de complexidade

1.1.1 - Aspetos físicos e psicológicos do envelhecimento

De acordo com a revisão bibliográfica efetuada, contatámos que o envelhecimento

depende essencialmente de fatores biológicos e psíquicos, sendo a senescência o

processo natural do envelhecimento que interfere progressivamente nos aspetos

físicos e cognitivos. Segundo a OMS, (2003) a terceira idade tem início entre os 60 e

os 65 anos.

Aspetos físicos:

Para Firmino (2006, citado por Cancela 2008), o envelhecimento fisiológico leva a

várias alterações nas funções orgânicas e mentais devido exclusivamente aos efeitos

da idade avançada sobre o organismo, provocando alterações no equilíbrio

homeostático e o declínio gradual de todas as funções fisiológicas, sendo que em

condições normais, o organismo envelhecido poderia sobreviver adequadamente, no

entanto, se sujeito a situações de stress físico, emocional etc., irá com certeza alterar

a sua homeostase, e desta forma manifestar sobrecarga funcional, que pode culminar

em processos patológicos, na medida em que há o comprometimento dos sistemas

endócrino, nervoso e imunológico.

Segundo Cancela (2008), o organismo envelhece como um todo, enquanto os seus

constituintes – órgãos, tecidos, células e estruturas sub-celulares têm envelhecimento

diferenciados.

Do ponto de vista fisiológico, o envelhecimento depende muito do estilo de vida que a

pessoa pratica desde a sua infância ou adolescência, observando-se alterações a

nível do sistema locomotor, devido a perda de massa e volume, força e resistência

Page 30: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

28 

muscular. A diminuição da mobilidade articular e da elasticidade das estruturas

tendinosas e musculares, assim como a diminuição progressiva da densidade óssea e

o achatamento dos discos intervertebrais, levam a alterações da postura e diminuição

da estatura (Aleixo, 2013).

Ao nível do sistema respiratório, com a diminuição da capacidade vital e do nível de

consumo máximo de oxigénio, aumenta o risco de infeções e de doenças respiratórias.

Ao nível do sistema cardiovascular, devido ao endurecimento das válvulas e artérias

vai provocar o aumento da pressão arterial e do risco de doenças cardiovasculares.

Ao nível do sistema nervoso, com a diminuição do processamento da informação e do

tempo de reação, verifica-se uma lentificação gradual na transmissão de impulsos

nervosos, afetando a capacidade de coordenação. A capacidade de concentração,

atenção e de memória a curto prazo são também afetadas.

Ao nível do sistema sensorial, com a diminuição da eficiência dos órgãos sensoriais e

da sua estimulação, leva a que a informação do meio exterior seja descodificada de

forma mais lenta e deturpada, podendo afetar a estabilidade e segurança no andar, o

paladar, os cheiros, bem como as reações em situações de perigo.

Ao nível de outros órgãos e sistemas, as alterações hormonais, levam á

descompensação metabólica como é exemplo a diminuição da produção de insulina,

originando a diabetes, a diminuição das reservas energéticas e o abrandamento do

metabolismo. Este tipo de alterações requere uma atenção especial com a

alimentação dos idosos, devendo privilegiar-se a qualidade nutritiva em detrimento da

quantidade alimentar.

“ O envelhecimento biológico é implacável, ativo e irreversível, causando mais

vulnerabilidade do organismo às agressões externas e internas” (Moraes, et al. 2010,

p. 68)

Aspetos psicológicos:

Para os autores atrás referidos, o envelhecimento psíquico depende em grande parte

do esforço pessoal contínuo na busca do autoconhecimento e do sentido da vida, não

sendo por isso progressivo, nem ocorre apenas como efeito da passagem do tempo.

O envelhecimento psíquico é uma conquista individual e traduz-se pela modificação

dos valores da vida ou pela aquisição da consciência, considerando-se consciente, a

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

29 

pessoa que se conhece, que conhece os reais motivos do seu viver, a sua capacidade

de controlo desses motivos e de organização desse controlo.

Nesta perspetiva, o envelhecimento psíquico está diretamente ligado á redução da

vulnerabilidade. A pessoa idosa torna-se suficientemente sábia para aceitar a

realidade, tolerar a dor ou a perda de independência biológica, pois compreende o

sentido da vida e os valores que a seguem são cada vez mais elevados, racionais,

inteligentes e conscientes.

Relativamente ao processo de envelhecimento a nível psicológico e segundo

Rodrigues, (2013), existem alguns aspetos que importa realçar:

O idoso tem tendência a :

- Ser autocentrado, rígido, conservador e excessivamente critico, ou o oposto - muito

flexível, vacilante e sem opinião.

- Esquecer mais facilmente os nomes, factos e eventos.

-Ter mais dificuldade em usar as palavras para exprimir sentimentos e ou emoções.

- Ficar preso a momentos do passado.

- Ter medo da morte.

- Sentimento de solidão e abandono.

- Integração das aprendizagens que se adquiriram ao longo da vida.

- Maior dificuldade na gestão de perdas (amigos, companheiros e familiares).

- Maior dificuldade em lidar com alterações na perda de funcionalidade e de saúde.

1.1.2 – Efeitos do envelhecimento no desempenho cognitivo

Com o envelhecimento da população, quer no plano nacional como internacional, o

declínio cognitivo é um dos aspetos mais temidos do envelhecer, sendo o mais

dispendioso em termos de encargos financeiros, pessoais e sociais. É importante

porque o declínio cognitivo anuncia demência (Deary, et al. 2009)

O desempenho funcional não resulta apenas da capacidade física, mas também da

conjugação desta com as capacidades cognitivas e fatores psicossociais no

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

30 

desempenho autónomo e independente para a pessoa manter as suas atividades.

Inouye et al. (1998, citado por Conde 2009). Quando a cognição declina

abruptamente, as AVDs e AIVDs são afetadas de imediato, estando as AIVDs mais

comprometidas e com forte relação com o comprometimento cognitivo, (Nikolova, et al.

2009).

Para Thompson et al. (2008, citado por Conde, 2009) “as alterações ao nível cognitivo

são altamente prevalentes entre os idosos com patologias agudas, contribuindo em

grande parte para o prognóstico em termos de morbilidade e mortalidade”.

Cognição envolve o funcionamento mental como as habilidades de pensar, de

perceber, de lembrar, de sentir, de raciocinar e de responder a estímulos externos

Rebelo, (2009, citado por Soares, et al. 2012).

Relativamente ao desempenho intelectual, há evidência de que as aptidões cognitivas

atingem o seu pico pelos 30 anos, mantendo-se estáveis até aos 50, 60 anos,

começando a diminuir a partir desta década, acentuando-se o seu declínio a partir dos

70 anos, não sendo contudo uniforme para todas as funções:

- A capacidade de comunicar eficazmente através da linguagem mantem-se estável

em toda a vida adulta, havendo por parte dos idosos maior dificuldade em

compreender mensagens longas ou complexas e em reproduzirem rapidamente

nomes ou termos específicos tendendo o seu discurso em ser mais repetitivo.

- Maior dificuldade em tarefas de raciocínio, de planeamento, de execução e de

avaliação de sequências complexas de comportamento. Apresentam também maior

lentidão em aspetos percetivos, mnésicos e cognitivos, assim como nas respostas da

função motora.

- Os idosos mantêm a capacidade de reconhecerem os lugares e as caras que lhes

são familiares, assim como reproduzirem e identificarem formas geométricas vulgares,

mas revelam dificuldade em reconhecerem e reproduzirem configurações complexas

ou que não lhes sejam familiares.

- Mantêm a capacidade de atenção para um determinado acontecimento apresentando

dificuldades em filtrarem informação ocasional, em desviarem a atenção de um para

outro aspeto ou em dividirem a atenção por várias tarefas.

- Também a inteligência tende a manter-se estável, bem como o vocabulário e a

capacidade de acesso á informação e compreensão. Spar e La Rue, (2005; citado por

Cancela,2008)

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

31 

1.2 – ESTADO FUNCIONAL

Para Doran (2011), o estado de saúde funcional surgiu como importante nos

resultados dos cuidados porque captura a perceção dos pacientes sobre o seu estado

funcional no dia-a-dia e adiciona outras perspetivas mais tradicionais dos resultados,

como as ocorrências adversas e os dados clínicos fisiológicos (Ramler, Kraus, Pringle

Specht e Titler, 1996, citados por Doran, 2011). Manter e melhorar a capacidade

funcional do indivíduo para alcançar a independência funcional nas suas atividades de

vida diária, mobilidade e atividades sociais é identificado como objetivo de

enfermagem na maioria dos quadros teóricos (Olson, 2001; Orem, 1980; Roy e

Roberts, 1981, citados por Doran, 2011). Além disso, o conceito estado funcional tem

sido incluído na maioria das classificações de enfermagem (Gillette e Jenko, 1991; M.

Johnson e Maas, 1997, citados por Doran, 2011) e tem sido sugerido como um

relevante resultado dos cuidados da equipa de enfermagem (Brown e Grimes, 1995;

Irvine, Sidani e McGillis Hall, 1998; Kline Leidy, 1994; Pringle e White, 2002; Van den

Heede, Clarke, Sermeus, Vleugels e Aiken, 2007, citados por Doran, 2011) e da

prática avançada (Mill Barrell, Irving Merwin e Poster, 1997, citados por Doran, 2011).

Vários estudos empíricos têm demonstrado que as intervenções de enfermagem

podem ter um efeito nos resultados ao nível do estado funcional (Brown e Grimes,

1995; Doran et al. 2006; Doran, McGillis Hall et al. 2002; McCorkle et al. 1989, citados

por Doran, 2011).

Em resumo, diz Doran (2011) que as definições que surgiram inicialmente do estado

funcional eram mais restritas que aquelas que a literatura apresenta mais

recentemente. Os teóricos reconheceram que o estado funcional inclui as AVDs e as

AIVDs, bem como as dimensões sociais e as espirituais (Buurman, et al. 2011). Além

do mais, consideram importante distinguir habilidade funcional, que se relaciona com a

capacidade de realizar uma atividade, de estado funcional, que se refere à realização

efetiva de uma atividade ou comportamento. Este último apresenta um maior interesse

quando o estado funcional é investigado como um resultado do cuidado de

enfermagem. Ainda para mesma autora, o estado funcional é um conceito

multidimensional, cuja construção consiste, pelo menos, na dimensão comportamental

(por ex., AVDs), psicológica (ex. humor), cognitiva (ex. concentração e atenção) e

social (ex.: atividades relacionadas com os papéis desempenhados nas diferentes

fases do desenvolvimento).

Menezes et al.(2010) dizem-nos que o estado funcional é um importante fator de

independência dos idosos, caracterizado pela capacidade de realização das

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

32 

Atividades de Vida Diária (AVD,s), tais como o comer, o vestir e despir, a higiene

pessoal, o mover-se e o uso do sanitário; e também pela capacidade de realizar as

Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD,s), como são o exemplo do efetuar as

compras, preparar as refeições, realizar o trabalho doméstico, deslocar-se a outros

lugares, a gestão de medicamentos, das finanças pessoais e o uso do telefone.

Ward, et al. (2014), refere-se ao estado funcional como sendo a capacidade de

realizar atividades necessárias ou desejáveis na vida diária e que a medição do estado

funcional pode ser valioso na resposta ao tratamento e auxiliar o planeamento de

cuidados de longa duração, podendo ser avaliado em três níveis: atividades básicas

de vida diária, atividades instrumentais ou intermediárias de vida diária e atividades

avançadas de vida diária.

Vieira, (2013), diz que o estado funcional na pessoa idosa é um processo dinâmico e

carece de avaliação periódica para determinar a sua evolução, e aquando da sua

admissão em ambiente hospitalar, cuidada avaliação inicial da pessoa assume grande

importância no planeamento e execução individualizada dos cuidados de enfermagem.

1.2.1 - Fatores que influenciam o Estado Funcional

Existem um conjunto de fatores suscetíveis de influenciar o estado funcional, que

Doren (2011) nos aponta, e em que o desempenho individual nas AVDs, no trabalho,

nas atividades sociais e nos papéis de família é influenciado por fatores internos,

externos e culturais (Fawcett et al. 1995, citados por Doran, 2011). O estado de saúde

individual, a atitude e as características demográficas são algumas das influências

internas (Bourret et al. 2002; Fawcett et al. 1995; Tulman e Fawcett, 1990, citados por

Doran, 2011). As crenças e os valores que normalmente governam as expectativas e

os comportamentos são exemplos de determinantes culturais que influenciam o estado

funcional (Fawcett et al. 1995, citados por Doran, 2011). As caraterísticas físicas do

ambiente e o acesso às ajudas técnicas para a mobilidade (bengalas, cadeiras de

rodas, etc.) são exemplos de fatores externos que influenciam o estado funcional,

(Bourret et al. 2002, citados por Doran, 2011), assim como os apoios sociais que os

indivíduos têm no seu ambiente e os recursos financeiros (Fawcett et al. 1995; Zemore

e Shepel, 1989, citados por Doran, 2011). Estes fatores (internos, externos e culturais)

devem ser considerados na avaliação do estado funcional e aquando o planeamento e

avaliação de uma intervenção de enfermagem, pois influenciam os resultados.

Page 35: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

33 

Segundo Lafont et al. (2011), a evidência atual tem identificado e referido alguns

fatores de risco para o declínio funcional relacionado com a hospitalização: fatores

demográficos, estado cognitivo e psicológico, estado funcional antes da

hospitalização, fatores sociais, co morbilidade e polimedicação, mobilidade, estado

nutricional, deficits sensoriais e síndromes geriátricos.

Para Peron, at.al., (2011), os fatores de risco para o declínio do estado funcional são

inúmeros, e incluem a idade avançada; diminuição da atividade física; ausência de

auto perceção de saúde; presença de co morbilidades, como são exemplo a artrite, o

comprometimento cognitivo e a depressão; hábitos de vida, como a falta de atividade

física, tabagismo, consumo excessivo de álcool; o uso de medicamentos, como são

exemplo o uso de benzodiazepinas, anticolinérgicos, antidepressivos e anti-

hipertensivos.

Cardoso (2012), no seu estudo, afirma que foi observado um agravamento no estado

funcional no doente nas AVDs e AIVDs decorrente do internamento, concluindo que a

diferença do estado funcional no momento da pré admissão e na alta é mais

significativa do que entre o momento da admissão e da alta, o que revela um

agravamento do estado funcional causado pelo internamento, conclusão semelhante à

encontrada por um estudo de Sousa et al. (2012) e reforçada pela opinião de Doren, et

al. (2006)

1.2.2 - Avaliação do estado funcional

Tal como Doran (2011) nos diz, devem ser consideradas várias questões na avaliação

do estado funcional. As evidências sugerem que os pacientes têm uma visão diferente

da sua capacidade funcional comparativamente à dos profissionais de saúde, pelo que

é importante clarificar qual a perspetiva na avaliação. Em segundo lugar, a

manutenção do desempenho funcional ou o retardar do declínio da cognição pode ser

um bom resultado para alguns grupos, nomeadamente para os idosos. Terceiro, os

instrumentos utilizados para avaliar o estado funcional deveriam explicar a dificuldade

sentida na realização de determinada atividade e a capacidade de a realizar com

aparelhos auxiliares. Além disto, os instrumentos deveriam ser sensíveis aos aspetos

culturais e às expectativas de comportamento dos diferentes grupos populacionais. As

medidas de desempenho nas AVDs são provavelmente mais sensíveis à variação do

estado funcional do que as medidas de AIVDs em ambientes institucionais. Por fim,

até ao momento ainda não existem boas evidências de que a avaliação do estado

funcional possa ser válida e confiável a partir de fontes secundárias, apesar de os

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

34 

registos dos pacientes serem uma fonte secundária para avaliação do estado funcional

e um método económico e discreto porque capitaliza os dados do paciente que já

foram anteriormente colhidos com outro propósito e evita a sobrecarga do paciente

com a colheita de dados adicionais.

Em conclusão, e ainda segundo Doran (2011), a evidência das revisões sistemáticas e

das meta-análises suporta a visão de que o estado funcional é um resultado sensível

aos cuidados de enfermagem. As unidades de saúde lideradas por enfermeiros estão

associadas a um declínio mais lento do estado funcional e a uma menor probabilidade

de a alta ser para instituições de saúde. As variáveis relacionadas com a equipa de

enfermagem a longo prazo têm sido associadas a um reduzido declínio funcional.

Para Reuben, et al. (2014), conhecer o estado funcional na pré hospitalização, permite

comparação com o nível de função no momento do internamento e ajuda a planificar a

alta. Medir o estado funcional é uma excelente maneira de acompanhar o progresso

de um doente com deficiência crónica e doença aguda.

Rodrigues (2012), aponta vários instrumentos para avaliar o desempenho funcional e

diz que os mais referenciados na literatura abrangem: Medida de Independência

Funcional, Índice de Atividades de Vida Diária de Barthel e Índice de Katz

(indispensáveis à avaliação da autonomia do idoso nas atividades do quotidiano)

surgindo, para uma avaliação mais complexa, a escala de Lawton, que permite avaliar

as atividades instrumentais da vida diária.

Souto (2011), indica-nos outro instrumento a Escala de Edmonton que avalia 9

domínios; cognição, Estado Geral de Saúde, Independência Funcional, Suporte Social,

Uso de Medicamentos, Nutrição, Humor, Continência e desempenho Funcional.

Buurman, et al .(2011), afirma que métodos modernos baseados na teoria de resposta

ao item (TRI) têm vantagem sobre instrumentos de medição com base em scores

totais, na medida em que nem todos os itens de um instrumento necessitam ser

avaliados em todos os doentes para determinar o seu nível de funcionamento,

permitindo utilizar um pequeno número de itens para obter um quadro clinico

suficientemente detalhado, o que torna a colheita de dados mais eficiente. Dois

exemplos de escalas que usam o TRI, são a Amsterdam Linear Disability scale e o

instrumento interRAI Cuidados Agudos.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

35 

1.3 – HOSPITALIZAÇÃO E DECLÍNIO FUNCIONAL

As instituições hospitalares são os locais onde pessoas com idades superiores a 65

anos são internadas com frequência e onde grande parte dos cuidados de saúde lhes

é prestada, na tentativa de ultrapassar as dificuldades provocadas pelo aparecimento

de alterações súbitas, crónicas e crónicas agudizadas, ao seu estado de saúde /

doença. São por isso locais de tratamento de primeira linha, dotados de condições

físicas, técnicas e humanas para cuidar das enfermidades manifestadas pelas

pessoas que delas necessitam e procuram.

Com o aumento da esperança de vida, é expectável o aumento de situações

patológicas e consequente procura de cuidados de saúde, associados ao aumento da

idade. As instituições hospitalares revestem-se de uma importância inquestionável e

responsabilidade acrescida para acolher e tratar a pessoa enferma, bem como restitui-

la á família / sociedade nas melhores condições de autonomia e de independência

possível, garantindo-lhes o seu acompanhamento, ou mesmo, em situações extremas,

assegurar-lhes uma morte serena.

Para Menezes et al. (2010), a hospitalização devido a uma doença aguda ou crónica,

determina um certo grau de imobilidade para qualquer doente, podendo o declínio

funcional manifestar-se rapidamente no doente idoso.

Boyd, et al (2009), indica-nos que das 457 mulheres que foram hospitalizadas,

observou-se declínio funcional em 88% (400) por consequência da hospitalização.

A manutenção da função é o objetivo principal para a promoção da saúde e da

independência dos idosos hospitalizados, de tal forma que conhecer os fatores

relacionados do declínio funcional em idosos hospitalizados é fundamental, pois

orienta na prevenção e na eficácia dos tratamentos instituídos, (Menezes et al. 2010).

Para os mesmos autores, as causas do declínio funcional em idosos hospitalizados

são multifatoriais e cumulativas, destacando-se a idade avançada, a doença, os

procedimentos médicos e cirúrgicos, o repouso no leito, com efeitos na diminuição da

mobilidade, no aparecimento das infeções hospitalares, no uso de medicamentos, na

desnutrição e nas quedas devido aos riscos provocados pelo ambiente.

Menezes et al (2010), procederam a uma revisão da literatura para identificar os

efeitos da hospitalização na capacidade funcional dos idosos, os fatores associados

com o declínio funcional, assim como os instrumentos utilizados para a avaliação

funcional, e concluíram que todos os estudos demonstram declínio funcional devido ao

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

36 

processo de hospitalização. A incidência deste comprometimento para a realização

das AVDs e AIVDs ultrapassa os 50% em idosos com idade superior a 85 anos.

Concluem também que alguns estudos observam alterações funcionais mais

expressivas ao nível motor, em atividades de auto cuidado como tomar banho, vestir-

se e mover-se.

Sales et al (2011) refere um estudo realizado em 2008 e mostrou que mesmo em

internamentos de curta duração em doentes não acamados levam à perda da

capacidade funcional em idosos, e outro estudo em 2009 evidenciou que idosos acima

dos 65 anos sem deficit cognitivo e com plena capacidade de deambulação,

permaneciam 83% do tempo acamados durante a hospitalização. Estes resultados

mostram a importância do estímulo à deambulação para todos os idosos internados.

Kleinpell, et al (2008), dá ênfase a um estudo com 489 idosos hospitalizados com 70

anos e mais, revelou que a prevalência da diminuição da mobilidade em idosos

hospitalizados foi significativa, com 16% apresentando baixo nível de mobilidade, 32%

com níveis intermédios de mobilidade e 29% com declínio em AVDs. No entanto para

quase 60% dos que se mantinham no leito, não havia indicação médica documentada,

que limitasse a mobilidade. O uso de meios auxiliares da marcha, tais como bengalas

e andarilhos foi preditivo de declínio funcional durante a hospitalização. Refere que ao

avaliar a atividade física de 500 idosos internados, os que permaneceram na cama ou

cadeira, raramente receberam fisioterapia. Ao 2º dia de hospitalização 71 idosos, com

idade superior a 74 anos evidenciaram declínio na mobilidade, na transferência, no ir á

casa de banho e na alimentação. Entre o 2º dia e a alta, 67% não melhoraram e 10%

ainda pioraram o seu estado.

Andrade, (2009) refere que o declínio funcional e a perda de autonomia podem levar a

depressão, sobrecarga do cuidador, aumento da utilização dos recursos do sistema de

saúde e necessidade de institucionalização, e que a perda de autonomia com a

progressão do quadro mórbido é uma das principais fontes de sofrimento.

Para Boyd, et al.(2009), o declínio funcional é um resultado da hospitalização por

eventos agudos, com consequências a curto prazo para os doentes e famílias, com

impacto na realização de atividades de vida quotidianas. Vários estudos referem como

fatores de risco a idade avançada, características sociodemográficas, a pré existência

de deficiências, o deficit cognitivo, o delírio, a polimedicação, a história de quedas e a

presença de co morbilidades, sendo difícil a avaliação do declínio funcional em

doentes idosos hospitalizados, pela dificuldade em avaliar a sua capacidade funcional

e o estado de saúde anterior ao internamento. A recuperação da incapacidade entre

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

37 

idosos na comunidade é comum, e com taxas de recuperação até 80%, sendo que as

taxas de recuperação após o internamento são mais baixas.

Durante a hospitalização, idosos com tendência a quedas, têm maior risco de

apresentar declínio funcional. A tendência a quedas e a presença de instabilidade

postural são indicadores importantes de fragilidade, podendo resultar de visão

deficiente, hipotensão postural, deficit de equilíbrio, mobilidade reduzida, fraqueza ou

doenças neurológicas. O repouso prolongado no leito e a falta de dispositivos de

auxílio como óculos, bengalas ou andarilhos aumentam o risco de desenvolver

complicações (Kawasaki, et al. 2005; Holroyd-Leduc, et al. 2007).

O declínio funcional pode também contribuir para um fenômeno muito atual nas

nossas instituições, e que pode colocar em risco a segurança do doente. Estamos a

referirmo-nos às quedas, consideradas os eventos adversos mais frequentes nos

hospitais, normalmente, um fenômeno multifatorial de causas individuais e/ou

ambientais, com consequências significativas a nível físico, psicológico e social

(Almeida, Abreu & Mendes, 2010).

Cunha, et al. (2009), conclui que o declínio funcional é um fenómeno comum e

esperado por um número significativo de idosos hospitalizados pela sua

vulnerabilidade clinica, física e psicológica decorrentes do processo de

envelhecimento, e pode ocorrer antes ou durante o período de hospitalização. Refere

ainda que deficit cognitivo, a incapacidade prévia em AVDs, a história de quedas, a

fraca mobilidade e instabilidade postural, para além dos fatores ambientais, foram

citados como fatores predisponentes ao declínio funcional.

Para Khinpell, et al. (2008), o foco principal para a melhoria dos cuidados de saúde é

promover a segurança e evitar lesões nos doentes. Isto torna-se especialmente

importante para os idosos hospitalizados que se encontram em risco de declínio

funcional, devido a alterações dos níveis de mobilidade, bem como a riscos de

iatrogenia. Para os idosos frágeis, os riscos de hospitalização incluem quedas, delírio,

infeções nosocomiais, reações adversas a medicamentos e o risco de úlcera de

pressão.

Segundo os mesmos autores, existe uma dissonância entre o ambiente hospitalar e os

objetivos terapêuticos para os idosos hospitalizados. O ambiente hospitalar, um

ambiente de cuidados terciários, tem o seu foco de atenção direcionado para o modelo

biomédico e não para a melhoria do funcionamento global do doente em todas as suas

dimensões. Um conjunto de alterações fisiológicas ocorrem com o envelhecimento,

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

38 

incluindo a redução da força muscular, a redução da capacidade aeróbica, a

instabilidade vasomotora, a insensibilidade dos barorrecetores, a redução total de

água no corpo, a redução da densidade óssea, a redução da ventilação e as

alterações sensoriais. Co morbilidades e doenças crónicas podem aumentar e acelerar

estas alterações. A massa e a força muscular também diminuem com o

envelhecimento, contribuindo para uma redução de atividade física. A mecânica

respiratória também é alterada, provocando diminuição da capacidade ventilatória,

aumento do volume residual e consequente diminuição da oxigenação dos tecidos e

órgãos.

Também referem que ao nível do sistema urinário se verificam alterações com

redução da capacidade da bexiga, o aumento da próstata no homem, a

desmineralização óssea, a perda de paladar e do olfato, a diminuição da integridade

da pele e redução sensorial. Em consequência deste processo, os idosos ficam mais

vulneráveis aquando do internamento devido ao aparecimento de uma doença aguda,

podendo rapidamente evoluir para um estado de declínio funcional, sendo este

definido como a incapacidade de realizar as atividades habituais de vida diária devido

á fraqueza, redução da força muscular e diminuição da capacidade de realização de

exercício físico.

O estado funcional é determinado pela capacidade de realização das atividades de

vida diária e das atividades instrumentais de vida diária. A doença e as co

morbilidades podem influenciar diretamente o estado funcional em idosos. As

situações mais frequentes e que interferem com estes aspetos são a doença cardíaca,

a hipertensão, a artrite, a diabetes e o cancro. O declínio funcional durante o

internamento leva a um aumento da permanência do doente no leito, produzindo

várias alterações no organismo por consequência da imobilidade, podendo levar á

perda óssea acelerada, desidratação, malnutrição, delírio, privação sensorial, lesões

na pele e incontinência, aumentando o tempo de internamento, os custos deste e a

dificuldade de recuperação após a alta hospitalar (Khinpell, et al. 2008).

Pillatt (2011), refere que segundo (Dutra, 2009 e Loyola, et al. 2004) as causas mais

frequentes de internamento hospitalar em idosos, são doenças relacionadas com os

aparelhos circulatórios, respiratório e digestivo, que somadas correspondem a 60%

dos internamentos em faixas etárias mais elevadas. No seu estudo, os idosos no

momento do internamento já apresentam algum grau de incapacidade funcional,

ocorrendo durante a hospitalização declínio ainda maior na capacidade de realização

das AVDs e AIVDs.

Page 41: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

39 

Para Mezey et al. (2003, citado por King, 2006), a perda funcional em idosos

hospitalizados foi classificada como doença iatrogénica, que segundo Palmer (1995)

citado pela mesma autora, se define como sendo qualquer doença resultante de um

procedimento diagnóstico, ou de qualquer forma de terapia ou de um acontecimento

ou consequência natural da doença da pessoa.

A autora refere ainda que as complicações iatrogénicas ocorrem frequentemente em

idosos hospitalizados e podem ser o resultado do repouso forçado no leito, ou de

infeções nosocomiais, de quedas devido a riscos ambientais, do uso de medicamentos

que sendo necessários ao tratamento da doença, podem ser prescritos em doses

desajustadas, provocando efeitos adversos, ou da desnutrição que está associada á

perda de massa corporal e muscular, evoluindo para a fraqueza, fadiga e perda de

força muscular, afetando a mobilidade.

Conscientes dos riscos do declínio funcional em idosos hospitalizados, compete aos

profissionais de saúde, nomeadamente ao enfermeiro especialista em enfermagem de

reabilitação, desenvolver estratégias que minimizem as complicações decorrentes do

internamento, devendo ser a prevenção, a atitude prioritária com benefícios para

todos, na tentativa de preservar a função, diminuir o tempo de internamento e

consequentemente os custos, e preservação da qualidade de vida do doente.

1.3.1 – Prevenção do risco de declínio funcional em idosos hospitalizados

A diminuição do risco de declínio funcional em idosos hospitalizados significa a

tentativa de preservação da função e da qualidade de vida nessas pessoas, devendo

ser considerada prioridade para os profissionais e organizações de saúde.

Para a American Academy of Nursings Expert Panel on Acute end Critical Care (2012),

uma série de estratégias baseadas em evidências, têm sido identificadas para reduzir

a deterioração dos idosos hospitalizados, tais como:

- Prática regular de avaliação geriátrica e interdisciplinar do estado físico, psicossocial

e funcional no momento do internamento.

- Incentivar a atividade durante o internamento com recurso a um plano de exercícios

estruturados, treino de força e resistência progressiva, programas de caminhada em

coordenação com as terapias de reabilitação física e ocupacional.

Page 42: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

40 

- Iniciar a mobilização precoce em doentes agudos com base em protocolos pré-

estabelecidos.

- Disponibilizar em tempo útil dispositivos auxiliares da marcha, tais como o andarilho,

a canadiana ou a bengala.

- Garantir o uso de calçado apropriado e incentivar a mobilidade, reduzindo o risco de

quedas.

- Melhorar o ambiente reorganizando-o, melhorando as áreas livres, com a retirada de

equipamentos e outros obstáculos que possam dificultar a livre circulação dos

doentes, bem como a colocação de corrimãos, puxadores e apoios, e ainda

disponibilizar assentos sanitários mais altos.

- Implementar protocolos de cuidados com vista a reduzir os síndromes geriátricos, a

melhoria do autocuidado, da nutrição, da continência, da mobilidade, do sono, dos

cuidados à pele, da cognição, e minimizar os efeitos adversos de alguns

procedimentos, como é exemplo o cateterismo vesical.

- Avaliar e adequar a utilização de medicamentos, minimizando o uso de sedativos,

hipnóticos, garantindo também a dosagem correta, com monitorização das respostas à

terapia, tendo em vista a preparação para a alta clinica.

- Promover a segurança, sem deixar de incentivar à independência.

- Manter a dignidade da pessoa.

- Promover a formação contínua da equipa multidisciplinar.

Doran (2011) refere que apesar das melhorias ao nível do estado funcional constituir

um bom resultado para a maioria dos pacientes, este não pode ser generalizado.

Hirdes e Carpenter (1997, citados por Doran,2011) observaram que se para o idoso

frágil a restauração da independência não é possível, então a prevenção do declínio e

a manutenção da funcionalidade podia ser um indicador do sucesso da intervenção.

No caso de o declínio ser inevitável, deve-se focar numa diminuição lenta da taxa.

Além disso, pode não ser possível afetar todos os aspetos do funcionamento, mas

otimizar áreas específicas, como por exemplo a cognição ou a diminuição da dor que

tem um profundo efeito sobre o bem-estar.

A prevenção do declínio funcional em idosos durante a hospitalização, merece sem

dúvida uma atenção especial, na medida em que potencia a obtenção de ganhos em

Page 43: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

41 

saúde, com diminuição da demora média e consequente redução de custos,

melhorando a qualidade de vida e preservando a autonomia desses doentes.

Nesta área de intervenção, o papel do enfermeiro tem uma importância fulcral, pois

está presente as 24 horas, permitindo-lhe observação e avaliação contínua, podendo

intervir precocemente em situações potenciais de risco de declínio funcional. Também

é verdade que os enfermeiros apresentam maiores índices de satisfação no seu

desempenho, quando são envolvidos no processo terapêutico de tomada de decisão.

Assim, o enfermeiro está numa posição privilegiada para reverter a tendência de perda

funcional em idosos hospitalizados. (King, 2006).

Neste processo, o papel do enfermeiro especialista de reabilitação é determinante,

quer na identificação dos problemas, na planificação e implementação de cuidados

que visem a prevenção do risco de declínio funcional em idosos hospitalizados, bem

como na consequente avaliação dos resultados, estando esse papel bem definido no

regulamento nº 125/2011, plasmado no Diário da República, 2ª Série, nº 35 de 18 de

fevereiro de 2011, onde são definidas as competências específicas do enfermeiro

especialista em enfermagem de reabilitação.

Tendo em conta essas competências e as necessidades destes doentes com vista á

manutenção e ou melhoria das suas capacidades, com objetivo da promoção da

independência nas AVDs e na melhoria da qualidade de vida, facilmente se entende a

necessidade de manter em cada equipa, profissionais com este nível de diferenciação,

e tal como nos diz Thomas, et al. (2009), o enfermeiro tem um papel indispensável na

reabilitação da pessoa idosa, no entanto desvalorizado.

1.4 – RISCO DE QUEDA

A segurança dos doentes é sem dúvida uma preocupação permanente das instituições

de saúde, e como tal, estas têm vindo a adotar estratégias no sentido de melhorar a

qualidade e a segurança dos cuidados prestados. Neste contexto, o trabalho

desenvolvido pelos enfermeiros é fundamental para que se atinjam estes objetivos,

pois estes são os profissionais responsáveis pelos cuidados diretos ao doente durante

as 24 horas do dia, para além de que as quedas ocorridas num serviço de

internamento produzem um indicador de qualidade dos cuidados de enfermagem,

sendo a sua prevenção um foco sensível aos cuidados de enfermagem.

Page 44: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

42 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define queda como o acontecimento que leva

a pessoa inadvertidamente ao solo, com incapacidade de correção em tempo hábil,

determinada por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade,

(Abreu, et,al., 2012)

As quedas e as lesões decorrentes, são um problema de saúde pública de grande

impacto social. São uma problemática em todos os países onde ocorre um expressivo

envelhecimento populacional, (Buksman, et al.2008; Soto-Varela, et al. 2014).

O internamento de doentes agudos leva frequentemente a um declínio funcional das

suas capacidades físicas e cognitivas, (Boyd, et al. 2009), podendo refletir-se no

aumento do risco de quedas (Almeida, et al. 2010), devido aos efeitos da doença

aguda, agravada por um ambiente desconhecido e efeitos colaterais dos tratamentos,

(Mattison, et al. 2014).

Cunha et al (2009) na sua revisão bibliográfica referem que 5 estudos revelaram que

idosos com tendência a quedas têm maior risco de apresentarem declínio funcional

durante a hospitalização. Concluem também que os estudos analisados destacaram

que as mudanças ocorridas na capacidade funcional antes da hospitalização,

resultam, entre outras causas de doenças agudas ou da agudização de doenças

crónicas e não podem ser prevenidas exclusivamente pelos cuidados hospitalares. Ao

contrário, o comprometimento ocorrido após a admissão reflete a interação da

condição clinica com o tratamento hospitalar e é passível de ser melhorado.

Doren (2011) refere-nos que os estudos têm demonstrado que 30 a 60% das pessoas

idosas desenvolvem dependências nas AVDs durante o período de internamento

(Hoogerduijn, Scuurmans, Duijnstee, Rooij, Grypdonck, 2006, citados por Doren,

2011). Uma revisão sistemática acerca dos preditores para o declínio do estado

funcional nas pessoas mais velhas aquando o internamento concluiu que o risco de

queda é predita pela idade, estado funcional inferior na admissão, défice cognitivo,

défice nas AIVDs na pré-admissão, depressão e tempo de internamento hospitalar

(Hoogerduijn et al. 2006, citados por Doren 2011).

É do nosso conhecimento que os idosos são os mais vulneráveis para cair, e quando

acontece, a sua vida quotidiana pode mudar radicalmente tanto pelas consequências

da queda como pelo medo de voltar a cair, que segundo Lopes et al. (2009), se

relaciona com a mobilidade, o equilíbrio, o risco e a história de quedas. Alcalde (2010),

diz-nos que idosos sem histórico de queda, apresentam uma prevalência de 30% de

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

43 

medo de cair, aumentando para 60% nos que têm história de quedas, estando esta

prevalência aumentada nas mulheres e nas idades mais avançadas.

Abreu et al (2012), refere no seu estudo, efetuado entre 2007 e 2009 num serviço de

medicina, que a maioria das quedas ocorreu em doentes parcialmente de pendentes,

com idades entre 64 e 74 anos. As quedas ocorreram maioritariamente no quarto,

(53), seguidas no corredor (6),e na casa de banho (5). No turno da manhã foi onde se

registou maior número de ocorrências. Quanto ao tipo de quedas, em 2007

predominaram as quedas acidentais, relacionadas aos fatores extrínsecos, enquanto

que em 2008 e 2009 se revelaram com maior frequência as quedas co antecedentes

fisiológicos, o que pode ser devido a fatores intrínsecos. Em relação às

consequências, 63,5% não tiveram consequências, 31,7% tiveram consequências

ligeiras, 1,6% tiveram consequência moderada e a mesma percentagem, 1,6%

resultou em consequência grave, com morte.

A restrição das atividades, o maior isolamento social, o declínio da sua condição de

saúde e o aumento do risco de institucionalização, são exemplos de possíveis

impactos da queda na vida da pessoa idosa. Aproximadamente 30% das pessoas com

mais de 65 anos caem pelo menos uma vez por ano, das quais metade de forma

recorrente, (Richardson, et al. 2014).

Para além das alterações físicas e psicológicas, provocam também um aumento dos

custos com os cuidados de saúde e um aumento dos internamentos. (Guimarães, et

al. 2005).

Promover a independência no idoso para a execução das AVDs e das AIVDs, é

fundamental para que este continue a viver com qualidade e a envelhecer de forma

mais autónoma e saudável possível. Ribeiro, et al. (2009) refere que num estudo

realizado em idosos institucionalizados, se concluiu que idosos que participam

regularmente em sessões de exercício físico supervisionado apresentam melhor

mobilidade funcional e equilíbrio e consequente diminuição do risco de queda. O

exercício é uma das poucas estratégias que reduz o risco de queda e aumenta a

resistência óssea, (Corrie et al. 2014).

O Programa Nacional para a Saúde das Pessoas Idosas, publicado pela DGS

(Portugal, 2004), já recomendava que fosse dada uma atenção especial às pessoas

idosas mais frágeis e vulneráveis, considerando o risco de quedas uma situação de

especial vulnerabilidade.

Page 46: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

44 

A capacidade funcional é um importante indicador para a avaliação do idoso com ou

sem patologias conhecidas, e a sua mensuração é determinante para a deteção de

fatores de risco e para a implementação de estratégias adaptativas que minimizem

esse risco, (Ellis, et al. 2005; Lipschitz, et al. 2007, citados por Amaro, 2012).

O declínio da capacidade funcional ao nível da aptidão física, provoca a redução de

força muscular, alterações no padrão da marcha e alterações no equilíbrio estático,

aumentando fortemente a possibilidade de ocorrência de quedas na população idosa,

com maior frequência em mulheres do que em homens, e 5 % das quedas resultam

em fraturas, sendo que a maioria dos idosos que tiveram uma queda, cairão

novamente nos 6 meses subsequentes (Novo, et al. 2011).

Para os mesmos autores, conjuntamente com os fatores intrínsecos (declínio da

capacidade funcional e co morbilidade), os fatores extrínsecos relacionados com o

ambiente, desempenham um papel importante na ocorrência de quedas e nas suas

consequências. Também a perceção pelo próprio da diminuição das suas capacidades

de resposta em se proteger durante a queda, como por exemplo a projeção das mãos

para a frente, ou a velocidade de reação para se apoiar, e a capacidade para se

levantar após a queda, pode desencadear medo de cair, que por si só agravará o

declínio funcional pela via da autolimitação da atividade e autorrestrição de

participação.

Guimarães, et al. (2005), referem que as quedas surgem em parte, devido a limitações

fisiológicas de equilíbrio, força, visão, tempo de reação, decorrentes de doenças e

nalguns casos de terapêuticas instituídas para o seu tratamento. Fatores como a

idade, sexo, doenças, uso de medicamentos, visão deficiente, diminuição da

capacidade funcional, deficit de equilíbrio, fraqueza muscular e perigos ambientais têm

sido referidos como predisponentes ao aumento do risco de quedas. Poderá variar de

grupo para grupo, no entanto é importante conhecermos as particularidades de cada

idoso que cuidamos, para que assim de definam as estratégias adequadas para

diminuir o risco de queda.

Rodrigues (2012), realça no seu estudo que em relação à avaliação do risco de queda,

os scores obtidos na admissão, são significativamente mais elevados que na alta.

Múltiplos fatores têm contribuído para o fenómeno das quedas. Hendrich (2006, citado

por Almeida, et al. 2010), aponta como sendo o envelhecimento da população e o

crescente envolvimento dos doentes no processo do cuidar, a falta de enfermeiros e a

Page 47: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

45 

prestação de cuidados em ambientes de trabalho inadequados, que podem tornar

qualquer processo de melhoria num desafio.

A compreensão do fenómeno da queda como um evento multifatorial em que as ações

preventivas promovem a diminuição do risco e das ocorrências é o ponto de partida.

Tal como já referimos, as quedas são um evento traumático, multifatorial, quase

sempre involuntário e inesperado, podendo ser recorrente, com consequências

negativas para a pessoa idosa, para o cuidador e para a sociedade.

Existem várias propostas de classificação de quedas, como tentativa de agrupamento,

mais ou menos sustentado, que permitem organizar estes acidentes em função de

fatores (causas precipitantes, frequência da ocorrência, riscos individuais de queda,

entre outros), (Almeida, et al. 2010).

Os mesmos autores fazem referência á classificação apresentada por Simpson (2002,

citado por Saraiva et al 2008), que organizam estes eventos em:

- Quedas ocasionais associadas a fatores extrínsecos.

- Quedas intermitentes ou intercorrentes relacionadas com uma doença aguda ou

distúrbio passageiro do aparelho circulatório.

- Queda recidivante, quando se repetem duas ou mais vezes no prazo de seis meses,

associadas a doentes que apesar do seu estado de saúde débil, não apresentam

explicação clinica para as quedas.

- Casos de risco, onde se enquadram as pessoas com risco elevado de queda, mas

que ainda não sofreram qualquer acidente.

De igual forma, estes autores apresentam outra classificação desenvolvida por Morse

e utilizada por Hendrich (2003), que diferencia as quedas em acidentais (associadas a

perigos ambientais); em quedas fisiologicamente previsíveis (em indivíduos com

alterações fisiológicas que predispõem a um risco elevado de queda); e em quedas

fisiologicamente imprevisíveis (atribuídas a fatores fisiológicos, não sendo previsíveis

antes da primeira ocorrência). Ao existirem fatores que predispõem a determinado

risco de queda, sejam relacionados com a situação clinica e física do individuo, ou

associados ao meio em que este se encontra, será possível intervir junto deles,

minimizando-os ou eliminando-os por forma a diminuir a probabilidade de ocorrer o

acidente.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

46 

1.4.1 – Fatores de risco nas quedas

As quedas são a consequência de um conjunto de fatores que podem ser estudados

de forma isolada ou em diferentes tipos de associação. Para alguns autores, e

dependendo da abordagem efetuada para a compreensão do fenómeno, as quedas

são o resultado de uma sinergia de múltiplas patologias e fatores de risco, sendo para

outros a junção de uma variedade de alterações relacionadas com a idade, patologias,

inadequação do ambiente envolvente (Almeida, et al. 2010).

Resumidamente, os fatores de risco são normalmente divididos em fatores intrínsecos

e fatores extrínsecos, (Richardson, et al. 2014; Gomes, et al. 2014), apesar de haver

quem acrescente a exposição ao risco como terceiro fator, como nos refere (Palma,

2011).

Os fatores de risco intrínseco de queda, são habitualmente mencionados como:

- História anterior de queda, idade, função motora diminuída, astenia, tonturas,

hipotensão, confusão, sonolência, polimedicação e medicação psicotrópica, doenças

crónicas, mobilidade reduzida, sedentarismo, medo de cair, deficiências nutricionais,

deficit cognitivo, alterações da visão, entre outros.

Os fatores de risco extrínseco de queda, estão geralmente relacionados com:

- Risco ambiental (pisos escorregadios, superfícies irregulares, presença de

obstáculos, deficiente iluminação), vestuário e calçado e utilização de dispositivos

auxiliares da marcha inapropriados (Almeida, et al. 2010; Caldevilla, et al. 2010; Costa,

2010; Saraiva et al. 2008).

Almeida, et al. (2010), referem que após uma revisão sistemática da literatura se

conclui que apenas um pequeno número de fatores de risco de queda parecem ser

consistentes, sendo a instabilidade da marcha, a fraqueza dos membros inferiores, a

agitação / confusão, a incontinência urinária / frequência ou necessidade de ir à casa

de banho, história de quedas anteriores e consumo de medicação psicotrópica, os

mais credíveis. Mitchell, et al. (2014) acrescenta obesidade, comportamento

sedentário.

Rubenstein, (2006; Oliver, et al. 2007, citados por Matarese, et al. 2014), advertem

para as consequências das quedas, como sendo a deterioração da função física do

doente devido à queda ou ao medo de cair, isolamento social, isolamento e

depressão, perda da autoconfiança, a interrupção de programas de reabilitação, o

aumento do tempo de internamento, com consequência no aumento dos custos

Page 49: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

47 

económicos e sociais. Devido a estas potenciais consequências, a prevenção de

quedas tem sido reconhecida como uma importante área de intervenção e pesquisa

em saúde.

Gomes et al (2014) refere no seu estudo que em 79% dos estudos selecionados as

mulheres idosas institucionalizadas apresentam maior predisposição para o risco de

queda que os homens, destacando-se como principais fatores de risco o uso de

benzodiazepinas (47,4%),apresentar doenças crónicas (47,4%), ter sofrido de quedas

anteriores (42%) e restrições da mobilidade (31%). 42% dos artigos, evidenciaram a

importância de ações de educação para a saúde, qualificação da equipa de

enfermagem e manutenção de procedimentos de avaliação entre os idosos internados.

A existência de fatores de risco associados às queda em idosos, leva-nos a crer em

como a prevenção deste fenómeno se reveste de grande importância, devendo ser

encarada de uma forma séria e responsável, atendendo aos contextos específicos de

cada unidade de cuidados e dos seus utilizadores, diferenciada em função da

prevalência desses mesmo fatores de risco, incrementando ações para o controlo das

causas intrínsecas e eliminação das causas extrínsecas.

1.4.2 – Prevenção das quedas

As quedas de doentes, tal como já referido anteriormente, são uma causa importante

de morbilidade. Em algumas situações, as quedas podem originar lesões,

complicações ou limitação da mobilidade, podendo prolongar a estadia no hospital, ou

conduzir a diversos problemas após a alta. A sua prevenção pode modificar esses

fatores e ajudar a melhorar a qualidade de vida, bem como as taxas de queda, (Lin, et

al. 2014).

As quedas podem ocorrer como eventos imprevisíveis ou como padrões indicativos de

riscos potencialmente modificáveis e preditivos de resultados adversos. Conhecer

esses padrões, riscos e resultados de quedas pode ajudar a planear medidas

preventivas adequadas, (Tchalla, et al. 2014).

Muitos fatores, já amplamente descritos, podem potenciar as quedas, sendo que

falhas na definição de medidas preventivas, predispõem ao surgimento das mesmas,

pelo que a avaliação sistemática do risco de queda e a implementação dessas

medidas são cruciais.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

48 

Costa-Dias et al. (2014) são de opinião que a avaliação do risco de queda ou a

avaliação do doente em risco é um componente essencial de qualquer programa de

prevenção de quedas, na medida que identifica doentes em risco, com o objetivo de

corrigir a situação e evitar a ocorrência de quedas. Idealmente, a avaliação do risco de

queda deve ser efetuada na admissão do doente e pelo menos de 3 em 3 dias durante

o período de internamento, ou ainda quando é transferido para uma unidade diferente,

quando ocorre uma mudança na sua condição, ou após uma queda.

Com base nestes pressupostos, reconhecemos de quão importância se reveste a

monitorização deste indicador, pelo impacto que representa na qualidade dos

cuidados de enfermagem e na segurança dos doentes.

Almeida, et al. (2010), referem que a prevenção das quedas é um aspeto importante

da promoção da segurança do individuo e que a manutenção de um ambiente seguro

e confortável para o doente institucionalizado, procurando atenuar os efeitos do

desenraizamento do seu meio natural, e consequente despersonalização, é uma das

preocupações e deveres do enfermeiro. Devemos contudo ter consciência que nem

todos os fatores de risco são passiveis de serem modificados ou eliminados, como são

exemplo os fatores de risco associados ao envelhecimento. Todavia, torna-se

necessário e útil a utilização de instrumentos sistematizados e objetivos de avaliação

do risco do doente.

A prevenção das quedas deve beneficiar da investigação, da formação dos

profissionais e também da criação de guidelines de prevenção sistematizadas e

monitorizáveis destes acidentes. Mas se ocorrer a queda, deveremos recolher todos

os dados possíveis referentes às circunstâncias em que ocorreu, por forma a se

reverem e reestruturarem as medidas preventivas.

Caldevilla, et al. (2010), defendem a incorporação nos cuidados de enfermagem de

instrumentos de avaliação do risco de queda que permitam sinalizar os idosos com

perfil de risco. Costa (2010), refere que os instrumentos e protocolos implementados,

tendem a avaliar as características intrínsecas do doente na admissão ao serviço, de

modo a classificá-lo quanto ao risco de queda, e que um dos instrumentos mais

citados na literatura é a “Fall Morse Scall”, descrito como uma ferramenta adequada

para a avaliação dos doentes na admissão e já aplicada em diferentes populações de

doentes hospitalizados.

Saraiva et al (2008, citado por Almeida, et al. 2010), identifica quatro áreas de

intervenção prioritárias na prevenção das quedas:

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

49 

- Identificação dos indivíduos de risco.

- Melhoria da autoconfiança.

- Manutenção do individuo ativo e independente.

- Melhoria na segurança do meio.

Independentemente de todas as estratégias que possam ser colocadas na prática para

prevenir o risco de queda em meio hospitalar, uma rigorosa avaliação desse mesmo

risco logo no momento da admissão é fundamental (Costa, 2010).

Sendo a qualidade e o desenvolvimento de projetos de melhoria contínua uma

preocupação constante para se otimizar e atingir a excelência no cuidar, o

cumprimento das metas de segurança no atendimento ao doente deverá ser uma

preocupação de todos. Neste particular, o cumprimento da meta 6, que visa reduzir o

risco de lesões ao doente decorrentes de quedas, orienta para avaliar e reavaliar

periodicamente os doentes com risco de queda; para manter o doente com

identificação de risco de queda; para manter grades nas camas suspensas; para

manter vigilância contínua; para ficar atento á iluminação do ambiente; para promover

o auxílio á locomoção; para monitorizar os indicadores de queda, identificando as suas

causas, analisando-as e intervindo através de medidas que reduzam / minimizem as

lesões e consequências indesejáveis, educando os doentes e familiares quanto ao

risco de queda (Luedy, et al. 2014).

Costa-Dias, et al. (2014), reforça a opinião de que um dos indicadores de avaliação da

qualidade hospitalar é a avaliação do risco de queda, no que se refere à segurança

dos doentes, sobretudo com 65 anos ou mais. Consideram estes autores que as

organizações de saúde identifiquem quais os instrumentos disponíveis e devidamente

estudados, que permitam uma correta avaliação do risco de queda.

Em resumo, a prevenção de quedas em meio hospitalar deve ser encarada como um

processo dinâmico e em constante evolução, devendo-se efetuar sistematicamente a

avaliação inicial do risco (Morse, 2009), proceder à implementação de intervenções

com vista à sua diminuição e manter uma monitorização permanente para a sua

avaliação. No caso de a queda ocorrer, identificar de imediato os fatores precipitantes,

reestruturar e implementar as medidas corretivas e preventivas e manter a

monitorização contínua do risco de queda.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

50 

Todo este processo deverá ser encarado de forma multidisciplinar, com envolvência

de todos os profissionais implicados no processo de cuidar, não esquecendo o próprio

doente, cuidador e a sua família.

1.4.3 – Avaliação do risco de queda

Costa-Dias et al. (2014) refere que ao nível hospitalar, se questiona sobre qual o

instrumento de avaliação a utilizar para avaliar o risco de queda na medida em que

este deve ter qualidades essenciais como a fiabilidade e a validade. Por outro lado, as

escalas que existem estão concebidas em língua que não a portuguesa e para outra

cultura e, por isso, têm de ser submetidas a um processo de tradução, adaptação

cultural e linguística e validação para a língua portuguesa, para que os instrumentos

de medida se mantenham fiéis ao original (Wild et al. 2005, citado por Costa-Dias et al.

2014).

Morse, (2009) também refere que quando se escolhe um método de avaliação das

quedas dos doentes, é importante que o instrumento seja aplicado tal como foi

concebido e publicado pelo autor que o desenvolveu, pois alterações dos itens, ou de

formas de aplicação, podem destruir a fiabilidade e a validade de uma escala.

Hendrich et al. (2003, citado por Almeida, et al. 2010) relatam que têm sido realizados

importantes estudos de caso/controlo no sentido de identificar fatores de risco de

queda. Apesar das limitações encontradas nos estudos analisados, os mesmos

autores, fazem uma retrospectiva e referência os trabalhos de:

– Hendrich et al. (1992) que apontam sete fatores de risco – história de quedas

anteriores, depressão, alterações ao nível da eliminação, tonturas/vertigens,

diagnóstico de cancro, confusão e mobilidade alterada;

– Watson e Mayhew (1994) que encontraram quatro fatores – mobilidade diminuída;

deficiência visual; ordens de restrição e o uso de medicação anti-hipertensiva;

– Gluck et al. (1996) que sugerem três situações de risco – história prévia de quedas,

confusão ou desorientação, incontinência, diarreia ou necessidade de ajuda para se

deslocar ao WC;

– Mendelson (1996) que ao examinar o efeito da medicação sedativa nas quedas de

doentes verificou que os antidepressivos, hipnóticos, benzodiazepinas, tranquilizantes

minor e tranquilizantes major estavam associados às quedas.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

51 

– Morse (1997) que considera seis fatores de risco – história de queda, presença de

um diagnóstico secundário, uso de ajudas em ambulatório, terapia endovenosa ou

“heparin lock”, marcha prejudicada e má orientação do doente para as suas próprias

capacidades;

– Oliver et al. (1997) identificaram sete fatores de risco – pontuação 3 ou 4 na

transferência e mobilidade, presença de preocupação de queda, ida frequente ao WC,

deficiência visual, agitação, instabilidade da marcha e o uso de medicação

antiarrítmica.

Oliver et al. (2004, citados por Costa-Dias, 2014), referem que existem diversos

estudos descritivos de avaliação do risco de queda, mas apenas cinco instrumentos

foram testados quanto à forma como predizem as quedas (Healey & Scobie, 2007),

são eles; o Score de Innes (1985); a Escala de Quedas de Morse (1989); o Score de

Schmid (1990); o índice de Downton (1996) e a avaliação do risco STRATIFY (1997),

mas apenas dois foram testados em diferentes grupos de doentes, fora do estudo de

investigação original; a Escala de Quedas de Morse e a avaliação do risco STRATIFY,

desenvolvida em 1997 em Inglaterra por David Oliver e colaboradores, estando

indicada a sua aplicação em adultos com 65 ou mais anos, sendo constituída por cinco

perguntas com opções dicotómicas (sim/não) de resposta.

As escalas de avaliação de risco de quedas são ferramentas que atribuem valores

numéricos a diversos fatores de risco (Healey & Scobie, 2007). O somatório destes

fatores predizem se o doente tem um risco de queda baixo, médio ou elevado (Morse,

2009).

Costa-Dias (2014), afirma que apenas a MFS se encontra validada e adaptada cultural

e linguisticamente para a língua portuguesa, sendo a escala mais divulgada e utilizada

a nível nacional (Ordem dos Enfermeiros, 2010; Soares & Almeida, 2008, citados por

Costa-Dias, 2014).

1.4.4 – Influência do estado funcional no risco de queda

Vários estudos realizados em ambiente hospitalar revelam que idosos com tendência

a quedas têm maior risco de apresentarem declínio funcional durante o período de

internamento (Anpalahan & Gibson, 2008; Cornett et al. 2006; Siqueira, Cordeiro,

Perracini, & Ramos, 2004, citados por Rodrigues, 2012).

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

52 

Mendes, et al (2011), concluíram, numa amostra de 40 idosos com idades entre os 65

e os 88 anos, que se destacam os seguintes fatores de risco para o declínio funcional:

- Idade avançada (> a70 anos) em 82,5%; Co morbilidade (92,5%); confusão /

desorientação (35%) e alterações do equilíbrio (90%). Quanto aos fatores do risco de

queda, referem: Confusão / desorientação, alterações do equilíbrio, redução da

mobilidade, polimedicação, fraqueza muscular, deficit visual não compensado (42,5%),

antecedentes de fraturas (50%), consumo de diuréticos (67,5%) e de ansiolíticos

(60%): Concluem da correlação negativa (- 0,829) entre a independência na AVDs e o

risco de queda.

A autonomia e a independência para manter as atividades quotidianas determinam a

funcionalidade do idoso, não se focando apenas nas capacidades físicas, mas

também nas capacidades cognitivas e nos fatores psicossociais de tal forma que no

idoso hospitalizado é fundamental a avaliação da funcionalidade e cognição, na

medida em que influenciam a capacidade de desempenho nas AVDs. (Rodigues,

2012).

O relatório global da OMS sobre prevenção de queda na velhice (WHO, 2007, citado

por Rodrigues, 2012), refere que aproximadamente 28% a 35% das pessoas com mais

de 65 anos de idade sofrem quedas a cada ano, aumentando para 32% a 42% para as

pessoas com mais de 70 anos. A frequência das quedas aumenta com a idade e com

o nível de fragilidade.

Para Almeida et al. (2010), o risco de queda no idoso é mais elevado em meio

hospitalar. O progressivo declínio da funcionalidade e também o medo de voltar a cair,

poderá levar o idoso à institucionalização, em que o grau de dependência e

funcionalidade irá afetar a sua relação com o meio, condicionando a sua forma de

ultrapassar os obstáculos e barreiras.

Sales, et al. (2011), refere que a hospitalização por doença aguda é um fator de risco

importante para a perda funcional em idosos e que ao segundo dia de internamento já

se verifica deterioração significativa da capacidade funcional para realizar atividades

básicas. Diz o mesmo autor que a incidência de quedas em doentes internados acima

dos 60 anos é quase 3 vezes maior que em idosos da comunidade.

Queiroz et al. (2009), referem que as consequências das quedas incluem, entre

outras, lesões físicas, declínio funcional, medo de cair e restrição da atividade. A

associação entre o aumento do risco de quedas e o ambiente hospitalar surge pelo

facto de que na admissão, os idosos acumulam fatores de risco adicionais para a

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

53 

queda, como são exemplo o ambiente novo e estranho, o desenvolvimento de

confusão, as doenças agudas, o uso de auxiliares de marcha, as alterações da

marcha e do equilíbrio, entre outros. De salientar que o risco de queda aumenta á

medida que aumenta a coexistência destes fatores. Assim, uma cuidadosa avaliação

pode identificar tais fatores de risco, tentar corrigi-los, ao prescrever intervenções

terapêuticas com vista a diminuir a probabilidade de quedas subsequentes. Destaca-

se como parte fundamental desta avaliação a mobilidade funcional, já que o seu

declínio tem sido identificado como um forte preditor para as quedas.

Luzia et al. (2014) refere no seu estudo que os principais fatores de risco relacionados

ao diagnóstico de enfermagem risco de quedas, foram as alterações neurológicas,

mobilidade reduzida e idosos com idades mais avançadas, descritos também na

literatura a diminuição do equilíbrio, as dificuldades na marcha, a diminuição da

mobilidade física. O fator de risco alteração neurológica, pode estar relacionado com o

declínio cognitivo, considerado como forte preditor de queda, em especial nos idosos.

Segundo Silva, et al. (2006), a prevalência de incapacidade e dependência funcional

está diretamente associada à redução da massa muscular. A perda da massa e força

muscular é responsável pela redução da mobilidade e aumento da incapacidade

funcional e dependência. A sarcopenia (perda muscular esquelética decorrente do

envelhecimento fisiológico), está ligada à síndrome de fragilidade que é altamente

prevalente em idosos, conferindo maior risco para quedas, fraturas, incapacidade,

dependência, hospitalização recorrente e mortalidade. O papel da reabilitação na

restauração da capacidade física é fundamental.

Mendes, et al. (2011) concluem no seu estudo que os pacientes com maior grau de

dependência apresentam risco de queda e alterações do padrão da marcha e

equilíbrio, propondo programas de reabilitação que privilegiem o treino de equilíbrio,

força muscular e adequação dos auxiliares de marcha.

Nogueiro, et al. (2010), são de opinião que identificar idosos em risco de declínio

funcional e por consequência em risco de queda é importante para a implementação

de medidas diferenciadas de prevenção. Melhorar ou manter a capacidade funcional

do idoso é fundamental para a manutenção da qualidade de vida, destacando-se aqui

o papel do enfermeiro de reabilitação.

A ação do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação configura-se de

grande importância, pois é o profissional que possui competências para a avaliação do

grau de dependência, identificação de necessidades e implementação de programas

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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com vista à manutenção e ou melhoria da autonomia, tendo como objetivo atingir o

maior grau de independência funcional possível, (Rodrigues, 2012), o que vai ao

encontro do que está definido no regulamento nº125/2011, relativo às suas

competências específicas.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

55 

2 – METODOLOGIA

Para a concretização de qualquer investigação, torna-se necessário que o investigador

defina previamente o seu plano metodológico, servindo como linha orientadora do

trabalho a desenvolver. Para Freire, et al. (1997, p.71) ”A elaboração de um plano é

básico ou fundamental para qualquer investigação orientando para o que fazer e

quando fazer”.

A investigação em enfermagem reveste-se de grande importância, contribuindo para a

produção de novos conhecimentos relativamente à prática da profissão, mantendo-a

em constante desenvolvimento e melhorando a resposta às necessidades das

pessoas em cuidados de enfermagem. Fortin (2009) refere-nos que “pela investigação

numa dada disciplina visa-se a produção de uma base científica para guiar a prática e

assegurar a credibilidade da profissão”.

Fortin (2009) considera a metodologia como um conjunto de métodos e técnicas que

guiam a elaboração do processo de investigação científica, sendo nesta fase do

processo que se indica o tipo de investigação realizada, o problema e os objetivos.

Neste capítulo pretendemos descrever sequencialmente as diversas etapas que

norteiam a elaboração deste trabalho, por forma a obtermos resposta às questões de

investigação formuladas. Serão descritos os procedimentos realizados e respetivas

justificações das opções tomadas, tendo por base os objetivos definidos. Deste modo

iremos fazer referência aos objetivos, questão de investigação e hipóteses, tipo de

estudo, à população e amostra, ao instrumento de recolha de dados, aos

procedimentos formais e éticos e ao tratamento estatístico dos dados.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

56 

2.1 - OBJETIVOS, QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO E HIPÓTESES

Ao pensarmos um problema de investigação, está implícito a definição de uma

questão de investigação com uma progressão lógica de argumentos e factos relativos

ao problema em análise Fortin (2009). No sentido de predizer os resultados do estudo

e de gerar novos conhecimentos, equacionámos algumas hipóteses.

São objetivos do presente estudo:

1 – Analisar os resultados obtidos de declínio funcional em doentes agudos internados

nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

2 - Analisar os resultados obtidos de risco de queda em doentes agudos internados

nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

3– Determinar se o risco de queda está associado ao declínio funcional em doentes

agudos internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE.

As questões de investigação por nós formuladas foram:

Verifica-se aumento de declínio funcional e risco de queda em idosos agudos

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE?

Em que medida o declínio funcional interfere no risco de queda em idosos agudos,

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE?

As hipóteses propostas para o presente estudo são:

H1 – Existe diferença no declínio funcional nos idosos internados nos serviços de

Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a pré admissão, admissão ou

alta.

H2 – Existe diferença no risco de queda nos idosos internados nos serviços de

Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a admissão e alta.

H3 – Existe associação entre o declínio funcional nos idosos internados nos serviços

de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE e o risco de queda na alta.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

57 

2.2 - TIPO DE ESTUDO

Pretendemos abordar um tema, cuja essência se reveste de grande importância para

a prática da enfermagem de reabilitação em contexto hospitalar, na perspetiva de

contribuirmos para a aquisição de novos conhecimentos e mudança de paradigma em

relação aos cuidados prestados ao idoso, vítima de uma alteração aguda no seu

estado de saúde e culminando com internamento numa cama hospitalar.

Tal como foi descrito no capítulo anterior, o idoso internado, fica mais suscetível a

alterações do seu estado funcional, podendo evoluir para um processo de declínio

funcional com aumento do risco de queda, predizendo consequências negativas no

seu grau de dependência e em maior consumo de recursos no seu tratamento.

Estudar este fenómeno foi a nossa preocupação, recorrendo para tal aos contributos

da investigação quantitativa uma vez que se pretende um estudo objetivo, sistemático,

mensurável e que permita a análise estatística dos dados.

Para Fortin (1999, p.138) “A investigação quantitativa é a investigação cujo intuito é

descrever e verificar relações entre as variáveis”, e um estudo descritivo-correlacional

“…descreve as relações entre as variáveis e é utilizado quando as suas relações

foram já determinadas…”.

Para a mesma autora, “o método de investigação quantitativo é um processo

sistemático de colheita de dados observáveis e quantificáveis. É baseado na

observação de factos objetivos, de acontecimentos e de fenómenos que existem,

independentemente do investigador” (Fortin, 2009, p.371),

Assim, o presente estudo enquadra-se no domínio da investigação quantitativa, é

descritivo-correlacional com medidas repetidas porque pretende descrever os dados e

as relações entre as variáveis, com avaliação em dois momentos distintos – na

admissão do idoso ao internamento e na alta.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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2.3 - POPULAÇÃO E AMOSTRA

O presente estudo foi efetuado em meio hospitalar, nos serviços de Medicina e

Especialidades Médicas do HDFF,EPE, sendo a população do estudo constituída

pelos idosos que foram internados nos referidos serviços entre julho e setembro de

2014, independentemente do tempo de internamento.

Foram definidos os seguintes fatores de exclusão do estudo:

1– Possuir idade inferior a 65 anos;

2 – Possuir menos que 3 dias de internamento;

3 – Idosos que não se mobilizam;

4 – Idosos sem capacidades cognitivas aparentes para responderem às questões.

Determinados e definidos estes fatores, foi selecionada uma amostra não

probabilística acidental, que segundo Fortin (2009) é constituída por indivíduos

facilmente acessíveis para o estudo e que respondem a critérios de inclusão precisos

que ficaram internados nos serviços selecionados para o nosso estudo. A nossa

amostra foi composta por 103 idosos que ficaram internados nos serviços acima

mencionados. Dos 103 idosos, apenas foram estudados 100, pelo facto de terem

falecido 2 durante o internamento e de 1 não ter tido pelo menos 3 dias de

internamento.

2.4 - INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS

Para concretizarmos o presente estudo, foi utlizado um instrumento de recolha de

dados, (Anexo III), composto por:

1 – Versão adaptada do InterRAI – CA - PT, traduzido e validado para a população

portuguesa por Amaral, et al. (2014).

2 – Escala de Morse para risco de queda, adaptada cultural e linguisticamente e

validada para a população portuguesa por Costa-Dias, et al. (2014).

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

59 

InterRAI – AC

O InterRAI é um grupo de investigação internacional que desenvolve instrumentos de

avaliação compreensiva orientados para pessoas que necessitam de cuidados,

sobretudo pessoas idosas InterRAI (2012, citado por Amaral, et al. 2014).

O InterRAI AC, apresentado em 2006 foi desenvolvido para ser utlizado em hospitais

de cuidados agudos e aplicado em pessoas com limitações funcionais para o

desempenho das atividades pessoais, como as AVDs e AIVDs; com limitações

cognitivas; com doenças que impliquem perda da capacidade funcional para a

realização das atividades pessoais, ou em pessoas com mais de 75 anos por terem

maior probabilidade de desenvolvimento destes problemas, fornecendo também uma

informação holística da complexidade e fragilidade das pessoas internadas (Gray, et.

al. 2006 e 2008, citado por Amaral, et al. 2014). A validação para a utilização deste

formulário encontra-se descrita no artigo de Hirdes, et al. (2008).

Com o objetivo de apoiar o preenchimento do formulário, a InterRai desenvolveu um

manual de apoio com esclarecimentos e exemplos de cada item com o intuito de treino

e preenchimento do instrumento de forma correta, revelando-se fundamental e

imprescindível a sua leitura antes da aplicação do mesmo.

Trata-se de um instrumento que possibilita avaliar todo o episódio de internamento da

pessoa, é composto por várias dimensões que avaliam diferentes domínios clínicos

em quatro momentos distintos: Pré – admissão (período de três dias antes do

aparecimento da situação que causou o internamento); Admissão (período de 24

horas seguintes ao internamento), ao 14º dia e na Alta (reportando-se a avaliação às

24 horas anteriores à saída), sendo que na versão portuguesa foi eliminada a

avaliação ao 14º dia devido o tempo médio de internamento ser inferior a 14 dias

(Amaral, et al. 2014).

A avaliação da situação anterior à doença permite estabelecer uma ligação com o

estado atual e serve de referência à reabilitação e ao tratamento, sendo que a

medição dos resultados exige um ponto de referência, e tal como nos dizem Sidani,

Doran e Mitchel (2004, citados por Amaral, et al. 2014), o estado do doente antes da

situação que o levou a recorrer ao hospital, influencia o resultado dos cuidados.

Optámos pela utilização deste instrumento, tendo em conta os nossos objetivos para a

realização do estudo, as suas características e potencialidades, que agora

descrevemos, permitindo-nos avaliar o estado funcional, logo a existência de declínio

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

60 

funcional, traduzido pela perda capacidade funcional para o desempenho das

atividades pessoais.

No processo de validação do InterRAI AC para a população portuguesa, procedeu-se

à tradução do instrumento e do manual de apoio á sua aplicação - validação cultural e linguística (validação do conteúdo das componentes do instrumento e avaliação da

clareza dos itens e a sua equivalência cultural); validade da estrutura interna

(verificação da existência de coerência entre as respostas a questões que pertencem

a diferentes variáveis, mas que estão relacionadas entre si) e fiabilidade (avaliação

da fiabilidade interna, com análise de dois aspetos chave: a fiabilidade inter-juizes e a

consistência interna), (Amaral, et al. 2014).

Concluído o processo de validação do InterRAI – AC, versão portuguesa (InterRAI-CA-

PT), as análises realizadas no processo de validação demonstraram que se trata de

um instrumento válido e fiável, com muitas potencialidades, sendo uma ferramenta

excelente, passível de ser utilizada em contextos de prestação de cuidados em

serviços de cuidados agudos (Amaral, et al. 2014), tal como é nosso objetivo.

A versão portuguesa do InterRAI Cuidados Agudos (InterRAI-CA-PT) e que serviu de

base ao nosso estudo é constituído por 16 secções, em que cada uma delas possui

um conjunto de itens, que serão analisados como variáveis, tal como se apresentam

no Quadro 1, uma vez que permitem avaliar dados concretos no idoso internado. Das

16 secções foram utilizadas 10, as que para nós se adequam ao objetivo geral do

presente estudo, tendo a concordância e orientação do primeiro autor do instrumento,

versão portuguesa. As secções não utilizadas serão identificadas no Quadro 1 a cor

cinza e com a indicação de “Não Avaliado”.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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Quadro 1 – Secções que compõem o instrumento InterRAI-CA-PT do estudo

Secção Descrição Variáveis

A Identificação Nome; Género; Data de Nascimento; Estado Civil; Língua Materna; Hospital; Enfermaria;

B Admissão

e História Inicial

Data de Internamento; Proveniência; Formas de Coabitação; Episódio desencadeador da Admissão; Período desde a ultima Hospitalização, Tempo passado no Serviço de Urgência; Cirurgia;

C Datas da Avaliação Na Admissão; Na Alta

D Cognição

Capacidades Cognitivas para tomar decisões no dia-a-dia; Capacidade de Memorizar / Recordar; Perturbações periódicas do pensamento ou consciência; Alteração aguda do estado mental em relação ao habitual;

E Comunicação e Visão Não Avaliado

F Comportamento e Ânimo Ânimo Auto Reportado; Sintomas de Comportamento

G Estado Funcional

Auto Desempenho nas AVDs; Locomoção/Caminhar; Nível de Atividade; Acamado; Auto Desempenho das AIVDs e Capacidade;

H Continência Continência Urinária; Aparelho de Recolha da Urina; Continência Fecal; Uso de Pensos, Fraldas

I Diagnósticos Não Avaliado

J Condições de Saúde Quedas; Quedas Recentes; Frequência do Problema; Dispneia; Fadiga; Sintomas de Dor;

K Estado Nutricional e Oral Não Avaliado

L Estado da Pele Não Avaliado

N Tratamentos e Procedimentos

Não Avaliado

P Potencial da Alta Não Avaliado

Q Alta Último dia da hospitalização; Depois da Alta, Enviado para;

R Informação da Avaliação Assinatura; Data da Avaliação.

Das secções do instrumento é possível produzir, de acordo com o manual, através de

somatórios ou de algoritmos que combinam itens, um conjunto de escalas que medem 

Desempenho Cognitivo; Comunicação (avalia a capacidade que as pessoas têm para

comunicar); Dor (avalia a dor que a pessoa refere); AIVDs (avalia o nível de

dependência na realização de AIVDs); Delírio (avalia a presença de sintomas de

delírio); Hierárquica das AVDs (avalia o nível de dependência na realização das AVDs

– mais útil quando se pretende conhecer exatamente o padrão de desempenho de

uma pessoa); Versão Curta das AVDs (mais útil na avaliação da função na

globalidade); Escala Curta de Classificação da Depressão (avalia a presença de

sintomas de depressão) e Índice de Massa Corporal (Amaral et al. 2014).

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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Das secções por nós utilizadas será possível produzir as escalas, conforme Quadro 2:

Quadro 2 – Produção de Escalas

Identificação da Escala Operacionalização Escala de Medida

Dor

Algoritmo que combina códigos das variáveis “Sintomas de dor – frequência com que a pessoa se queixa ou mostra sinais de dor” e “Sintomas de dor – nível mais elevado de intensidade da dor atual”.

4 níveis, em que: 0 –Sem dor 1 – Dor não diária 2 – Dor diária mas não severa 3 – Dor diária severa 4 – Dor diária insuportável

AIVDs

Recodificação e somatório das variáveis auto desempenho nas AIVDs e capacidade na “preparação das refeições”; “tarefas domésticas”; “gerir as finanças pessoais”; “gerir a medicação”; ”uso do telefone”; “escadas”; “compras” e “transporte”.

Classificação em intervalo de 0 a 48, com maior dependência na realização das AIVDs para o valor 48.

Delírio

Recodificação e somatório das variáveis “Perturbações periódicas do pensamento ou consciência – facilmente distraído”; “Perturbações periódicas do pensamento ou consciência – momentos de discurso desorganizado”; “Perturbações periódicas do pensamento ou consciência – função mental varia ao longo do dia” e “alteração aguda do estado mental em relação ao habitual”.

Intervalo de 0 a 4, em que 4 indica alta probabilidade de delírio.

Hierárquica das AVDs

Algoritmo que combina as variáveis “auto desempenho na higiene pessoal”; “auto desempenho no caminhar”; auto desempenho no uso da casa de banho”; “auto desempenho na alimentação”, que recodificadas vão originar respetivamente “perda precoce”; “perda média”; “perda tardia” e “uso do WC”.

7 níveis: 1 –Independente; 2 – Com supervisão; 3 – incapacidade diminuta; 4 – Assistência alargada1; 5 –Assistência alargada2 ; 6 – dependente; 7 – dependência total

Versão Curta das AVDs

Utiliza as variáveis “auto desempenho na higiene pessoal”; “auto desempenho no caminhar”; auto desempenho no uso da casa de banho”; “auto desempenho na alimentação”, que são recodificadas e somadas.

Intervalo de 0 a 16 valores, em que os 16 valores, representam maior dependência na realização das AVDs

Escala Curta de

Classificação da Depressão

Recodificação e somatório das variáveis “ânimo auto reportado – com pouco interesse ou prazer em fazer as coisas que normalmente gosta”; “ânimo auto reportado – ansioso, impaciente ou inquieto”; e “ânimo auto reportado – triste, deprimido ou desesperado”.

Intervalo de 0 a 3, em que 0 –sem sintomas; 1 –um sintoma presente algumas vezes; 2 – Pelos menos 2 sintomas presentes nos últimos 3 dias/24 horas e 3 – todos os sintomas presentes nos últimos 3 dias/24 horas.

Tendo em conta as potencialidades do instrumento e a sua complexidade, uma vez

que se trata de um instrumento compreensivo, multidirecional que necessita de ser

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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avaliado como um todo e transversalmente a todos os domínios em todos os

momentos e em cada item (Wellens et al. 2010,2011, citado por Amaral, et al. 2014), o

InterRai – CA - PT tem as caraterísticas de um resumo mínimo de dados, em que cada

domínio está identificado, tem um número mínimo de itens e não é calculado um score

global. É um instrumento que pode ajudar os profissionais de saúde a obterem dados

acerca dos doentes que permitam a produção de informação e conhecimento para a

qualidade dos cuidados e para a implementação de políticas com vista a permitirem

uma organização mais centrada na pessoa e nos resultados das intervenções (Amaral

et al. 2014).

Escala de Morse para Risco de Queda

As quedas de doentes internados, continuam a ser o incidente de segurança mais

reportado em meio hospitalar, tratando-se de um problema de qualidade e segurança

do doente, com consequências para este, para a família e para os profissionais de

saúde e que a organização hospitalar deve ter em consideração (Costa-Dias et al.

2014).

Para minimizar e prevenir a ocorrência destes episódios, deve-se avaliar

sistematicamente o risco de queda apresentado por cada doente, utilizando para tal

escalas, como é exemplo a Escala de Quedas de Morse (MFS), utilizada em muitas

instituições hospitalares (Costa, 2010; Caldevilla, et al. 2010; Costa-Dias et al. 2014),

como é exemplo o HDFF,EPE.

A escala por nós utilizada para avaliar o risco de queda em idosos hospitalizados nos

serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE, foi a Escala de

Quedas de Morse, adaptada cultural e linguisticamente e validada para a população

portuguesa por Costa-Dias et al. (2014), tendo sido recomendada pelos mesmos

autores, a sua utilização nas organizações de prestação de cuidados hospitalares.

A versão portuguesa da escala é semântica e culturalmente equivalente à original,

com uma boa fiabilidade e validade convergente satisfatória (Costa-Dias et al. 2014).

É constituída por 6 itens de avaliação:

Item 1- Historial de quedas; neste internamento urgência / ou nos últimos 3 meses,

com possibilidade de resposta dicotómica de não (pontuada com 0 pontos) e sim

(pontuada com 25 pontos).

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

64 

Item 2 – Diagnóstico (s) secundário (s), com possibilidade de resposta dicotómica de

não (pontuada com 0 pontos) e sim (pontuada com 15 pontos).

Item 3 – Ajuda para caminhar, com 3 possibilidades de resposta: - Nenhuma / ajuda de

enfermeiro / acamado / cadeira de rodas (pontuada com 0 pontos);- Muletas /

canadianas / bengala / andarilho (pontuada com 15 pontos); - Apoia-se no mobiliário

para andar (pontuada com 30 pontos).

Item 4 – Terapia intravenosa com possibilidade de resposta dicotómica de não

(pontuada com 0 pontos) e sim (pontuada com 20 pontos).

Item 5 – Postura no andar e na transferência, com 3 possibilidades de resposta: -

Normal / acamado / imóvel (pontuada com 0 pontos);- Debilitado (pontuada com 10

pontos); - Dependente de ajuda (pontuada com 20 pontos).

Item 6 – Estado mental, com 2 possibilidades de resposta: - Consciente das suas

capacidades (pontuada com 0 pontos); - Esquece-se das suas limitações (pontuada

com 15 pontos).

A pontuação total da escala varia entre 0 e 125 pontos e os indivíduos são

descriminados em função do risco de queda em: sem risco (0-24), baixo risco (25-50),

ou alto risco (≥ 51), (Costa-Dias et al. 2014).

Com vista à aplicação do instrumento de recolha de dados, e após termos obtido

autorização do órgão máximo de gestão para esse fim, efetuámos o pré teste em 8

doentes que reuniam os critérios de inclusão no estudo e que posteriormente foram

excluídos do mesmo. A realização do pré teste foi efetuada nos primeiros dias de

Julho de 2014, sendo de aproximadamente 30 minutos o tempo médio gasto por idoso

na aplicação do instrumento.

Não se tendo verificado duvidas quanto ao preenchimento do referido instrumento de

recolha de dados, passámos de imediato à recolha definitiva dos mesmos.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

65 

2.5 - PROCEDIMENTOS FORMAIS E ÉTICOS

A Enfermagem enquanto profissão autorregulada, tem definidos tanto no Código

Deontológico do Enfermeiro como no Regulamento do Exercício Profissional dos

Enfermeiros os princípios éticos e deontológicos a cumprir no seu exercício, onde se

inclui a investigação, que surge como uma área de intervenção, como um dever e

simultaneamente como um direito dos Enfermeiros. Nestes referenciais estão

expressos os direitos e deveres que lhes assistem no desempenho das funções e que

assentam no rigoroso cumprimento dos princípios éticos, (Nunes, 2013).

Para que pudéssemos concretizar o nosso trabalho, foi pedida autorização para

aplicação do instrumento de recolha de dados, versão adaptada do InterRAI – CA - PT

e avaliação do risco de queda pela Escala de Morse para risco de queda, aos

responsáveis da validação dos mesmos para a população portuguesa, tendo essas

respostas sido favoráveis (ANEXO I), e posteriormente ao órgão máximo de gestão do

HDFF,EPE, que também autorizou após ter remetido para apreciação da comissão de

ética, tendo esta dado parecer favorável (ANEXO II).

A recolha dos dados foi efetuada nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas

do HDFF,EPE aos idosos que cumpriam os requisitos para o estudo, e que foram

internados nos serviços mencionados entre Julho e Setembro. Os dados foram todos

recolhidos pelo próprio investigador.

No primeiro contacto, procedemos à nossa identificação, explicámos os objetivos do

estudo, solicitando a colaboração voluntária do idoso para o preenchimento dos

instrumentos de recolha de dados. Para tal era assinado o consentimento informado

em impresso próprio, (ANEXO III) e onde constava a garantia de:

- Receber sempre e em qualquer momento, todos os esclarecimentos que julgasse

oportuno e pertinente.

- A liberdade de retirar o seu consentimento em qualquer momento e deixar de

participar no estudo sem nenhuma consequência ou penalidade.

- A segurança de não ser identificado, mantendo a garantia de anonimato das

informações prestadas.

- Que as informações prestadas e os resultados delas decorrentes se destinavam à

apresentação e/ou publicação de trabalhos de carácter científico.

Page 68: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

66 

- Que os resultados do estudo estariam disponíveis por meio das divulgações

disponíveis e diretamente através do investigador, facultando-lhes os contactos

(Telemóvel e Correio eletrónico).

Face ao exposto, o presente estudo foi realizado, tendo-se em consideração os cinco

direitos fundamentais das pessoas, tal como Fortin, (2009) nos refere, nomeadamente:

1 – Direito á autodeterminação. A pessoa é capaz de decidir por si própria, a

participação ou não no estudo.

2 – Direito à intimidade. Torna-se necessário que haja consentimento para a recolha

de dados e que a informação recolhida não é dada a terceiros sem a sua autorização.

3– Direito ao anonimato e à confidencialidade. O sujeito não deve ser associado ás

respostas dadas, mesmo pelos próprios investigadores.

4 – Direito à proteção contra o desconforto e o prejuízo. Defende a proteção da

pessoa contra inconvenientes suscetíveis de lhe fazerem mal ou de a prejudicarem.

5 – Direito a um tratamento justo e equitativo. Direito de ser informado sobre a

natureza, o fim, a duração e o método do estudo para o qual é solicitada a sua

participação.

2.6 - TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS

Após a recolha dos dados, efetuámos o respetivo tratamento estatístico, recorrendo ao

programa estatístico Satistical Package for the Social Science (SPSS) versão 20 para

o Windows.

Para Polit, et al. (2004, p. 312), “os procedimentos estatísticos permitem que o

pesquisador resuma, organize, interprete e comunique a informação numérica”.

Também Freire et al. (1997, p.186) nos referem que “O recurso á análise estatística no

tratamento dos resultados têm a possibilidade de no final, o investigador poder

defender ou não um significado específico para os seus dados”.

A análise estatística teve em conta as variáveis presentes no estudo. Na análise

exploratória dos dados realizamos a análise descritiva para caraterizar a amostra,

Page 69: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

67 

utilizando frequências absolutas e relativas, as medidas de tendência central (média,

moda e mediana) e as de dispersão (variância, desvio padrão e percentis).

Antes de efetuar a análise estatística inferencial, procedemos à verificação prévia dos

dados, de forma a constatar a existência de desvios em relação à normalidade nas

distribuições das variáveis em estudo, para aplicação posterior dos testes. Utilizando

os testes de normalidade de Kolmogorov-Smirnov com a correção de significância de

Lilliefors e o teste Shapiro-Wilk, verificando-se como traduz o quadro 3 que a amostra

não segue uma distribuição normal uma vez que o valor de p é sempre inferior a 0,05.

Quadro 3 – Resultados dos testes de normalidade

Testes Kolmogorov-Smirnov Shapiro-Wilk

Estatisticas p Estatísticas p

Risco de Queda Admissão 0,235 0,000 0,917 0,000

Alta 0,115 0,002 0,927 0,000

Versão curta da escala de AVDs

Pré admissão 0,429 0,000 0,476 0,000

Alta 0,268 0,000 0,756 0,000

Escala Hierárquica das

AVDs

Pré admissão 0,450 0,000 0,519 0,000

Admissão 0,283 0,000 0,795 0,000

Alta 0,279 0,000 0,737 0,000

Escala das AIVDs (média)

Pré admissão 0,136 0,000 0,885 0,000

Alta 0,128 0,000 0,899 0,000

Numa segunda fase realizámos a análise inferencial para avaliar relações entre

variáveis e verificar as hipóteses levantadas, com aplicação de testes não

paramétricos, tendo em conta inexistência de normalidade nas distribuições das

variáveis. Optámos pelo teste de Wilcoxon para amostras emparelhadas para estudar

o comportamento de variáveis contínuas e analisar eventuais diferenças e o teste de

Friedman para comparação múltipla de médias para amostras emparelhadas (Maroco,

2011)

Assumiu-se p=0.05 como valor crítico de significância dos resultados dos testes de

hipóteses, rejeitando-se a hipótese nula quando a probabilidade de erro tipo I foi

inferior àquele valor (p <0.05).

Page 70: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

68 

Page 71: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

69 

3 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo, apresentaremos os dados obtidos através da aplicação do instrumento

utilizado para o efeito: InterRai – CA – PT (versão adaptada) e Escala de Morse para

risco de queda, bem como os resultados das inferências estatísticas que apoiaram a

verificação das hipóteses. Para tal, recorremos ao auxílio de tabelas e quadros, nos

quais omitimos a fonte, local e data da recolha, pois todos se referem à amostra por

nós estudada.

Da análise da tabela 1 referente à distribuição dos idosos em função do género,

observamos que a maioria pertence ao sexo masculino, com 52% do total da amostra,

contra 48% do sexo feminino.

Tabela 1 – Distribuição dos idosos em função do género

Género N %

Masculino 52 52,00

Feminino 48 48,00

Total 100 100,00

Pela análise da tabela 2, distribuição dos idosos em função da idade, apresentada por

classes, observamos que 68% do total da amostra se situam entre os 73 e os 89 anos,

sendo que 36% estão entre os 73 e os 80 anos inclusive e 32% se encontram entre os

81 e os 88 anos inclusive. De realçar os 8% de idosos com mais de 89 anos, numa

amostra em que as idades variaram entre os 65 e os 93 anos, com a média de idades

a situar-se nos 78,4 anos e com desvio padrão de 7,06 anos.

Tabela 2 – Distribuição dos idosos em função da idade

Idade N %

[65 - 72] 24 24,00

[73 - 80] 36 36,00

[81 - 88] 32 32,00

> 89 8 8,00

Total 100,00 100,00

Page 72: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

70 

A análise da tabela 3, distribuição dos idosos em função do estado civil, indica-nos que

a maioria são casados ou a viver em comunhão de fato, representando 60% do total

da amostra, seguindo-se os viúvos com 30%.

Tabela 3 – Distribuição dos idosos um função do seu estado civil

Estado civil N %

Solteiros 6 6,00

Casados / Em comunhão de fato 60 60,00

Viúvos 30 30,00

Separados / Divorciados 4 4,00

Total 100 100,00

Da análise da tabela 4, distribuição dos idosos em função do serviço de internamento,

constatamos que 60% estavam internados no serviço de Medicina e os restantes 40%

no serviço de Especialidades Médicas.

Tabela 4 – Distribuição dos idosos em função do serviço de internamento

Serviço N %

Medicina 60 60,00

Especialidades Médicas 40 40,00

Total 100 100,00

Pela análise da tabela 5, distribuição dos idosos em função da proveniência,

verificamos que 88% da amostra provêm do seu domicílio.

Tabela 5 – Distribuição dos idosos em função da proveniência

Proveniência N %

Casa 88 88,00

Lar 8 8,00

Casas assistidas 4 4,00

Total 100 100,00

Ao analisarmos a tabela 6, distribuição dos idosos em função da forma de coabitação,

observamos que 38% da amostra vive apenas com o cônjuge/parceiro, 22% vivem

Page 73: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

71 

sozinhos e 20% vivem com o cônjuge/parceiro e outro (s)e apenas 1% vive com outros

familiares sem ser cônjuge ou filhos.

Tabela 6 – Distribuição dos idosos em função da forma de coabitação

Forma de coabitação N %

Sozinho 22 22,00

Com Cônjuge/Parceiro 38 38,00

Com Cônjuge/Parceiro e outro (s) 20 20,00

Com filhos (sem cônjuge/parceiro) 12 12,00

Com outros familiares (sem ser cônjuge ou filhos) 1 1,00

Com não familiares 7 7,00

Total 100 100,00

Pela analise da tabela 7, distribuição dos idosos em função do episódio

desencadeador da admissão, 75% da amostra iniciou sintomatologia nos últimos 7

dias que antecederam ao internamento, enquanto que 14% esperou entre 8 e 14 dias

para recorrer ao hospital.

Tabela 7 – Distribuição dos idosos em função do episódio desencadeador da

admissão

Episódio desencadeador da admissão N %

Nos últimos 7 dias 75 75,00

Há 8 – 14 dias 14 14,00

Há 15 – 30 dias 7 7,00

Há 31 – 60 dias 3 3,00

Há mais de 60 dias 1 1,00

Total 100 100;00

Ao analisarmos a tabela 8, distribuição dos idosos em função do tempo passado no

serviço de urgência, constatamos que 55% do total da amostra permaneceu menos

que 24 horas naquele serviço, sendo que 31% esteve menos que 8 horas. 28%

ficaram mais que 48 horas. De referir ainda que 10% não foi admitido pela urgência.

Page 74: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

72 

Tabela 8 – Distribuição dos idosos em função do tempo passado no serviço de

urgência

Tempo no serviço de urgência N %

Não foi admitido pela urgência 10 10,00

0 – 8 horas 31 31,00

8 – 24 horas 24 24,00

24 – 48 horas 7 7,00

> 48 horas 28 28,00

Total 100 100,00

Ao analisarmos a tabela 9 referente às estatísticas do tempo de internamento, em

dias, calculados a partir do tempo de internamento entre a admissão no serviço e a

alta, verificamos que a média de internamento no serviço de medicina é de 9,93 dias,

enquanto que no serviço de Especialidades Médicas é de 7,25 dias, situando-se nos

8,86 dias a média global do tempo de internamento.

Tabela 9 – Estatísticas referentes ao tempo de internamento

Estatísticas

Serviço

Medicina (N=60) Especialidades Médicas (N=40)

Global (N=100)

Média 9,93 7,25 8,86

Mediana 7,50 6,00 7,00

Moda 7 6,00 6,00

Desvio Padrão 6,42 5,65 6,24

Mínimo 3 3 3

Máximo 33 30 33

A tabela 10, indica-nos os resultados obtidos da variável cognição nas suas 4

componentes:

- Capacidades cognitivas para tomar decisões no dia-a-dia - 84% eram independentes

na pré admissão, observando-se uma regressão para 78% na admissão e uma ligeira

recuperação para 79% na alta. Também 5% apresentavam independência modificada

na pré admissão, aumentando para 11% na admissão e diminuindo para 10% na alta.

De realçar ainda os 5% que se mantiveram estáveis entre a pré admissão e a alta e

Page 75: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

73 

que apresentavam uma incapacidade grave. Globalmente, observamos uma tendência

de piora para este tipo de capacidades.

- Capacidade para memorizar / recordar – 78% apresentavam boa memória de curto

prazo na pré-admissão, diminuindo para 76% na admissão e alta; 79% tinham boa

memória processual na pré admissão, diminuindo para 74% na admissão e alta. 82%

dispunha de boa memória situacional na pré admissão, reduzindo esses valores para

78% na admissão e alta, evidenciando os resultados que a tendência é de piora.

- Perturbações periódicas do pensamento ou consciência – entre a admissão e a alta,

apenas se regista uma pequena alteração de 5% para 4% nos idosos em quem foi

observado momentos de discurso desorganizado, mantendo-se a tendência de piora .

- Alteração aguda do estado mental em relação ao habitual – não se observou

alterações entre a admissão e a alta, registando-se 98% de idosos sem alterações.

Tabela 10 – Resultados da Variável Cognição

Cognição

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Cap

acid

ades

co

gniti

vas

para

to

mar

dec

isõe

s no

di

a-a-

dia

Independente 84 84,00 78 78,00 79 79,00

Independência modificada 5 5,00 11 11,00 10 10,00

Incapacidade mínima 6 6,00 4 4,00 6 6,00

Incapacidade moderada 0 0,00 2 2,00 0 0,00

Incapacidade grave 5 5,00 5 5,00 5 5,00

Sem consciência percetível 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Cap

acid

ade

para

m

emor

izar

/ re

cord

ar

Boa memória de curto prazo

Sim 78 78,00 76 76,00 76 76,00

Não 22 22,00 24 24,00 24 24,00

Boa memória processual Sim 79 79,00 74 74,00 74 74,00

Não 21 21,00 26 26,00 26 26,00

Boa memória situacional Sim 82 82,00 78 78,00 78 78,00

Não 18 18,00 22 22,00 22 22,00

Pertu

rbaç

ões

perió

dica

s do

pe

nsam

ento

ou

cons

ciên

cia

Facilmente distraído Sim - - 3 3 ,00 3 3 ,00

Não - - 97 97,00 97 97,00

Momentos de discurso desorganizado

Sim - - 5 5,00 4 4,00

Não - - 95 95,00 96 96,00

Função mental varia ao longo do dia

Sim - - 2 2,00 2 2,00

Não - - 98 98,00 98 98,00

Alteração aguda do estado mental em relação ao habitual

Sim - - 2 2,00 2 2,00

Não - - 98 98,00 98 98,00

Page 76: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

74 

Os resultados obtidos da variável comportamento e ânimo e inscritos na tabela 11,

revelam-nos que quanto ao ânimo auto-reportado, 38% não se sentiu com pouco

interesse ou prazer em fazer as coisas de que normalmente gosta na pré admissão

37% na admissão e 40% na alta, contrapondo com os 61% que referiram sentir-se

dessa forma na pré admissão, 62% na admissão e 59% na alta, sendo que em ralação

à presença de sintomas de comportamento, não foram observados em nenhum idoso.

Tabela 11 – Resultados da Variável Comportamento e Ânimo

Comportamento e Ânimo Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Ânim

o Au

to -

Rep

orta

do

Nos últimos 3 dias / 24 horas, sentiu-se com pouco interesse ou prazer em fazer as coisas de que normalmente gosta?

Não 38 38,00 37 37,00 40 40,00

Não, mas sente-se assim frequentemente

1 1,00 1 1,00 1 1,00

Sim 61 61,00 62 62,00 59 59,00

Nos últimos 3 dias / 24 horas, sentiu-se ansioso, impaciente ou inquieto?

Não 84 84,00 83 83,00 84 84,00

Não, mas sente-se assim frequentemente

1 1,00 1 1,00 2 2,00

Sim 15 15,00 16 16,00 14 14,00

Nos últimos 3 dias / 24 horas, sentiu-se triste, deprimido ou desesperado?

Não 79 79,00 77 77,00 78 78,00

Não, mas sente-se assim frequentemente

3 3,00 3 3,00 3 3,00

Sim 18 18,00 20 20,00 19 19,00

Sin

tom

as d

e co

mpo

rtam

ento

Nos últimos 3 dias / 24 horas houve a presença de 1 ou mais sintomas: abuso verbal, abuso físico, resistência aos cuidados ou comportamento socialmente inapropriado ou disruptivo

Não 100 100,00 100 100,00 100 100,00

Sim 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Page 77: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

75 

Na tabela 12 analisamos os resultados obtidos em relação ao auto desempenho nas

AVDs e constatamos que na atividade tomar banho, 67% eram independentes na pré

admissão e apenas 32% se mantinham nesta condição na alta, destacando-se um

aumento da dependência em quase todos os níveis. Em relação à higiene pessoal,

76% eram independentes na pré admissão passando para 26% na admissão e 33%

na alta, observando-se nesta atividade maior aumento da dependência na admissão,

melhorando aquando da alta, mantendo-se a tendência de piora do estado funcional

quando comparados os resultados entre a pré admissão e a alta.

Para a atividade caminhar 69% eram independentes na pré admissão, 32% na

admissão e 41% na alta, destacando-se nesta atividade os 40% que não tiveram

atividade no período da admissão, mantendo-se assim 6% na alta, contra os 3% na

pré admissão. Na atividade transferência para a sanita destacam-se os 83% de

independentes na pré admissão, passando a 41% na admissão e a 50% na alta, bem

como o aumento dos que não tiveram atividade, passando de 1% na pré admissão

para 39% na admissão e 2% na alta, sugerindo-nos os resultados uma tendência de

piora no estado funcional para esta atividade.

No uso da casa de banho, 81% eram independentes na pré admissão, 41% na

admissão e 49% na alta, e uma vez mais não se registou atividade em 38% na

admissão, contrapondo com 1% na pré admissão e 2% na alta. Também a tendência

global vai no sentido de maior dependência e piora do estado funcional.

Na mobilidade na cama, 92% eram independentes na pré admissão, 80% na admissão

e 83% na alta, surgindo o nível supervisão a destacar-se com 1% na pré admissão,

passando para 6% na admissão e 7% na alta, evidenciando também esta atividade

piora no estado funcional.

Para a atividade alimentação 95% eram independentes na pré admissão, 86% na

admissão e 86% na alta, destacando-se a maior alteração no nível independente,

ajuda apenas na preparação, com 0% na pré admissão, 4% na admissão e 6% na alta,

e ainda o aumento da dependência total entre a pré admissão e a admissão de 1%

para 4%, diminuindo para 1% na alta. Mais uma vez os dados nos sugerem piora no

estado funcional.

Page 78: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

76 

Tabela 12 – Resultados da Variável Estado Funcional – Auto desempenho nas

AVDs

Estado Funcional – Auto desempenho nas

AVDs

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Tom

ar B

anho

Independente 67 67,00 - - 32 32,00

Independente, ajuda apenas na preparação 1 1,00 - - 17 17,00

Supervisão 0 0,00 - - 8 8,00

Assistência limitada 18 18,00 - - 28 28,00

Assistência alargada 2 2,00 - - 2 2,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 12 12,00 - - 13 13,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Hig

iene

Pes

soal

Independente 76 76,00 26 26,00 33 33,00

Independente, ajuda apenas na preparação 8 8,00 8 8,00 25 25,00

Supervisão 4 4,00 8 8,00 14 14,00

Assistência limitada 8 8,00 32 32,00 21 21,00

Assistência alargada 1 1,00 2 2,00 2 2,00

Assistência máxima 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Dependência total 3 3,00 23 23,00 5 5,00

Não houve atividade 0 0,00 1 1,00 0 0,00

Cam

inha

r

Independente 69 69,00 32 32,00 41 41,00

Independente, ajuda apenas na preparação 11 11,00 4 4,00 14 14,00

Supervisão 3 3,00 8 8,00 10 10,00

Assistência limitada 9 9,00 11 11,00 24 24,00

Assistência alargada 0 0,00 1 1,00 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Dependência total 5 5,00 4 4,00 5 5,00

Não houve atividade 3 3,00 40 40,00 6 6,00

Tran

sfer

ênci

a pa

ra a

San

ita Independente 83 83,00 41 41,00 50 50,00

Independente, ajuda apenas na preparação 7 7,00 3 3,00 14 14,00

Supervisão 1 1,00 3 3,00 11 11,00

Assistência limitada 5 5,00 10 10,00 17 17,00

Assistência alargada 1 1,00 0 0,00 2 2,00

Assistência máxima 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Dependência total 2 2,00 4 4,00 4 4,00

Não houve atividade 1 1,00 39 39,00 2 2,00

Page 79: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

77 

Estado Funcional – Auto desempenho nas

AVDs (Continuação)

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N % U

so d

a C

asa

de B

anho

Independente 81 81,00 41 41,00 49 49,00

Independente, ajuda apenas na preparação 8 8,00 2 2,00 12 12,00

Supervisão 2 2,00 6 6,00 14 14,00

Assistência limitada 5 5,00 8 8,00 17 17,00

Assistência alargada 0 0,00 0 0,00 1 1,00

Assistência máxima 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Dependência total 3 3,00 5 5,00 5 5,00

Não houve atividade 1 1,00 38 38,00 2 2,00

Mob

ilida

de n

a C

ama

Independente 92 92,00 80 80,00 83 83,00

Independente, ajuda apenas na preparação 2 2,00 3 3,00 3 3,00

Supervisão 1 1,00 6 6,00 7 7,00

Assistência limitada 3 3,00 6 6,00 3 3,00

Assistência alargada 2 2,00 2 2,00 3 3,00

Assistência máxima 0 0,00 1 1,00 1 1,00

Dependência total 0 0,00 2 2,00 0 0,00

Não houve atividade 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Alim

enta

ção

Independente 95 95,00 86 86,00 86 86,00

Independente, ajuda apenas na preparação 0 0,00 4 4,00 6 6,00

Supervisão 2 2,00 4 4,00 4 4,00

Assistência limitada 2 2,00 2 2,00 3 3,00

Assistência alargada 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Dependência total 1 1,00 4 4,00 1 1,00

Não houve atividade 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Relativamente ao principal modo de locomoção, os dados da tabela 13 indicam-nos

que 49% na pré admissão, 34% na admissão e 39% na alta não usavam aparelho de

suporte para caminhar, e que ninguém era acamado na pré admissão, passando para

41% de acamados na admissão e 3% na alta. Realça-se o facto de haver um aumento

da dependência em todos os níveis desta variável entre a pré admissão e a alta,

sugerindo claramente piora do estado funcional.

Page 80: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

78 

Tabela 13 – Resultados da Variável Estado Funcional – Locomoção / Caminhar

Estado Funcional – Locomoção/Caminhar

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Principal modo de

locomoção

Sem aparelho de suporte 49 49,00 34 34,00 39 39,00

Com aparelho de suporte 44 44,00 21 21,00 48 48,00

Cadeira de rodas, scooter elétrica 7 7,00 4 4,00 10 10,00

Acamado 0 0,00 41 41,00 3 3,00

Os valores da caminhada a 4 metros temporizada (em segundos), como mostram os

dados da tabela14, avaliados apenas na alta, revelam que 24% gastam entre 5 e 10

segundos para percorrer a distância, 12% gastam 30ou mais segundos e 11%

pararam antes de terminar o teste, não tendo o mesmo sido realizado em 19% dos

idosos da amostra.

Tabela 14 – Resultados da Variável Estado Funcional – Caminhada de 4 Metros

Temporizada

Estado Funcional – Caminhada de 4 metros temporizada (em segundos)

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N %

[ 5 – 10 [ - - - - 24 24,00

[ 10 – 15 [ - - - - 18 18,00

[ 15 – 20 [ - - - - 7 7,00

[ 20 – 25 [ - - - - 5 5,00

[ 25 – 30 [ - - - - 2 2,00

≥ 30 - - - - 12 12,00

Parou antes de terminar o teste - - - - 11 11,00

Recusou-se a fazer o teste - - - - 2 2,00

Não foi testado - - - - 19 19,00

Quanto à distância percorrida de uma só vez sem se sentar, a tabela 15 indica-nos

que 8% na pré admissão, 52% na admissão e 12% na alta não andaram. Que 26% na

pré admissão, 25% na admissão e 44% na alta andaram entre 5 e 49 metros, e dos

que andavam mais de 100 metros na pré admissão, apenas 1% percorreu essa

distância na admissão e 3% na alta.

Page 81: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

79 

Tabela 15 – Estado Funcional – Distância percorrida de uma só vez sem se sentar

Estado Funcional – Distância percorrida de uma só vez sem se sentar

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N % Não andou 8 8,00 52 52,00 12 12,00

Menos de 5 metros 9 9,00 21 21,00 27 27,00

5 – 49 metros 26 26,00 25 25,00 44 44,00

50 – 99 metros 15 15,00 1 1,00 14 14,00

Mais de 100 metros 34 34,00 1 1,00 3 3,00

Mais de 1 Km 8 8,00 0 0,00 0 0,00

A tabela 16 refere-se à distância percorrida em cadeira de rodas de uma só vez e

revela-nos que 8% na pré admissão, 72% na admissão e 38% na alta utilizaram a

cadeira de rodas empurrados por outras pessoas, e que 90% dos idosos na pré

admissão, 28% na admissão e 62% na alta não usou cadeira de rodas.

Tabela 16 – Estado Funcional – Distância percorrida em cadeira de rodas de uma só

vez

Estado Funcional – Distância percorrida em cadeira de rodas de uma só vez

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N % Empurrado por outras pessoas 8 8,00 72 72,00 38 38,00

Usou cadeira de rodas motorizada/scooter 1 1,00 0 0,00 0 0,00

Andou sozinho menos de 5 metros 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Andou sozinho entre 5 - 49 metros 1 1,00 0 0,00 0 0,00

Andou sozinho entre 50 e 99 metros 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Andou sozinho mais que 100 metros 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Não usou cadeira de rodas 90 90,00 28 28,00 62 62,00

Em relação ao nível de atividade, apenas avaliado em relação à pré admissão, a

tabela 17 evidencia que 75% dos idosos não tinham por hábito realizar qualquer

atividade física ou exercício nos 3 dias antes do aparecimento da doença, referindo

22% a prática de exercício ou atividade física com menos de 1 hora. Já em relação ao

número de dias em que saiu de casa nos 3 dias antes do aparecimento da doença,

35% diz não ter saído em nenhum dia, enquanto 50% tinha por hábito sair diariamente

neste período.

Page 82: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

80 

Tabela 17 – Estado Funcional – Nível de atividade

Estado Funcional – Nível de atividade Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Nº d

e ho

ras

de

exer

cíci

o ou

at

ivid

ade

físic

a no

s 3

dias

ant

es

do a

pare

cim

ento

da

doe

nça

Nenhuma 75 75,00 - - - -

Menos de 1 hora 22 22,00 - - - -

1 – 2 horas 3 3,00 - - - -

3 – 4 horas 0 0,00 - - - -

Mais de 4 horas 0 0,00 - - - -

Nº d

e di

as e

m

que

saiu

de

casa

nos

3

dias

ant

es d

o ap

arec

imen

to

da d

oenç

a

Não saiu em nenhum dia 35 35,00 - - - -

Não saiu nos últimos 3 dias, mas normalmente sai

5 5,00 - - - -

1 -2 dias 10 10,00 - - - -

3 dias 50 50,00 - - - -

Quanto ao estar acamado por motivos médicos, avaliado na admissão e na alta, como

nos mostra a tabela 18, observa-se que 88% não tinha essa indicação na admissão e

apenas 1% teve alta com essa indicação.

Tabela 18 – Estado Funcional – Acamado

Estado Funcional – Acamado

por motivos médicas

Pré Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Não - - 88 88,00 99 99,00

Sim - - 12 12,00 1 1,00

Page 83: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

81 

Relativamente ao auto desempenho das AIVDs e capacidade, na tabela 19, são

comparados os resultados entre a pré admissão e a alta. No que diz respeito à

preparação das refeições, 42% era independente na pré admissão, diminuindo este

valor para 27% na alta, tendo 47% dependência total na pré admissão e 51% na alta,

sugerindo estes valores um agravamento do estado funcional para esta atividade entre

estes dois momentos.

Na realização das tarefas domésticas, 36% era independente na pré admissão e 27%

na alta, denunciando 49% de dependência total na pré admissão, aumentando para

53% na alta. Estes resultados também nos sugerem um agravamento do estado

funcional na realização desta atividade.

Para gerir as finanças pessoais, 56% eram independentes na pré admissão,

verificando-se uma diminuição para 54% na alta, havendo 30% dos idosos que

dependem totalmente de outros, tanto na pré admissão como na alta para a gestão

das suas finanças pessoais.

Na gestão da medicação, 59% refere independência na pré admissão, passando a

41% na alta, aumentando a dependência total para realização desta atividade de 24%

para 27% entre a pré admissão e a alta, sugerindo-nos também aqui uma piora do

estado funcional.

No uso do telefone, 86% mantém-se independente entre a pré admissão e a alta,

aumentando a dependência total de 11% para 12% entre estes dois momentos e para

subir escadas, 50% manifesta independência na pré admissão e 42% na alta,

verificando-se em relação à dependência total um aumento de 38% para 44% entre a

pré admissão e a alta, denotando-se um agravamento do estado funcional na

execução desta atividade.

Para efetuar compras, 35% eram independentes na pré admissão e apenas 31% se

mantinham dessa forma na alta, sendo que 36% na pré admissão, e 38% na alta

dependem totalmente de outros para a realização desta atividade, sugerindo-nos

também um agravamento do estado funcional.

Por fim em relação ao transporte, 41% de diziam-se independentes na pré admissão e

só 37% se mantinham assim na alta, havendo um aumento da dependência total de

31% para 33% entre a pré admissão e a alta. Tanto os resultados desta atividade,

quanto os resultados no auto desempenho das AIVDs e capacidade na sua

globalidade nos sugerem um agravamento do estado funcional dos idosos, entre os

dois momentos em avaliação

Page 84: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

82 

Tabela 19 – Estado Funcional – Auto Desempenho das AIVDs e Capacidade

Estado Funcional – Auto desempenho

nas AIVDs e Capacidade

P r é A d m i s s ã o Admissão Alta

N % N % N %

Pre

para

ção

das

refe

içõe

s

Independente 42 42,00 - - 27 27,00

Ajuda apenas na preparação 5 5,00 - - 12 12,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 6 6,00 - - 10 10,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 47 47,00 - - 51 51,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Tare

fas

dom

éstic

as Independente 36 36,00 - - 27 27,00

Ajuda apenas na preparação 4 4,00 - - 7 7,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 11 11,00 - - 13 13,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 49 49,00 - - 53 53,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Ger

ir as

fina

nças

pes

soai

s Independente 56 56,00 - - 54 54,00

Ajuda apenas na preparação 0 0,00 - - 0 0,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 14 14,00 - - 16 16,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 30 30,00 - - 30 30,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Ger

ir a

med

icaç

ão

Independente 59 59,00 - - 42 42,00

Ajuda apenas na preparação 7 7,00 - - 19 19,00

Supervisão 1 1,00 - - 1 1,00

Assistência limitada 9 9,00 - - 11 11,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 24 24,00 - - 27 27,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Page 85: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

83 

Estado Funcional – Auto desempenho nas AIVDs e Capacidade

(Continuação)

P r é A d m i s s ã o Admissão Alta

% N % N % U

so d

o te

lefo

ne

Independente 86 86,00 - - 86 86,00

Ajuda apenas na preparação 1 1,00 - - 1 1,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 2 2,00 - - 1 1,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 11 11,00 - - 12 12,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Esc

adas

Independente 50 50,00 - - 42 42,00

Ajuda apenas na preparação 0 0,00 - - 1 1,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 12 12,00 - - 13 13,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 38 38,00 - - 44 44,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Com

pras

Independente 35 35,00 - - 31 31,00

Ajuda apenas na preparação 2 2,00 - - 2 2,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 26 26,00 - - 29 29,00

Assistência alargada 1 1,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 36 36,00 - - 38 38,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Tran

spor

te

Independente 41 41,00 - - 37 37,00

Ajuda apenas na preparação 0 0,00 - - 0 0,00

Supervisão 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência limitada 28 28,00 - - 30 30,00

Assistência alargada 0 0,00 - - 0 0,00

Assistência máxima 0 0,00 - - 0 0,00

Dependência total 31 31,00 - - 33 33,00

Não houve atividade 0 0,00 - - 0 0,00

Page 86: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

84 

Os resultados da variável continência, apresentados na tabela 20, mostram-nos que

do ponto de vista da continência urinária, 57% se encontravam continentes na pré

admissão, 50% na admissão e 55% na alta, havendo 5% de incontinentes na pré

admissão, aumentado este valor para 13% na admissão e diminuindo para 7% na alta.

95% não usava aparelho de recolha de urina na pré admissão, diminuindo este valor

para 86% na admissão, ficando nos 93% aquando da alta. Quanto ao uso de cateter

permanente, verificamos um aumento de 4% para 12% entre a pré admissão e a

admissão, com valor final de 6% na alta. Já em relação á continência fecal, 94% eram

continentes na pré admissão, verificando-se 93% de continentes na admissão e na

alta, mantendo-se 2% de incontinentes entre a pré admissão e a alta. O uso de

pensose ou fraldas era utilizado por 24% na pré admissão 51% na admissão e 41% na

alta.

Tabela 20 – Resultados da Variável Continência

Continência Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Con

tinên

cia

Urin

ária

Continente 57 57,00 50 50,00 55 55,00

Controlo com cateter/ostomia 1 1,00 3 3,00 1 1,00

Raramente incontinente 19 19,00 18 18,00 19 19,00

Algumas vezes incontinente 5 5,00 5 5,00 5 5,00

Frequentemente incontinente 13 13,00 11 11,00 13 13,00

Incontinente 5 5,00 13 13,00 7 7,00

Não aconteceu 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Apa

relh

o de

re

colh

a da

ur

ina

Nenhum 95 95,00 86 86,00 93 93,00

Preservativo de urina 0 0,00 1 1,00 0 0,00

Cateter permanente 4 4,00 12 12,00 6 6,00

Cistostomia, nefrostomia, ureterostomia

1 1,00 1 1,00 1 1,00

Con

tinên

cia

Feca

l

Continente 94 94,00 93 93,00 93 93,00

Controlo com ostomia 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Raramente incontinente 3 3,00 2 2,00 2 2,00

Algumas vezes incontinente 1 1,00 1 1,00 1 1,00

Frequentemente incontinente 0 0,00 1 1,00 2 2,00

Incontinente 2 2,00 3 3,00 2 2,00

Não Aconteceu 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Uso

de

pens

os,

frald

as Não 76 76,00 49 49,00 59 59,00

Sim 24 24,00 51 51,00 41 41,00

Page 87: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

85 

Os resultados da variável condições de saúde em relação ás quedas, relatados na

tabela 21, indicam-nos que 59% não referiram quedas nos últimos 90 dias, tendo sido

referido por 16% como tendo acontecido 1 vez nos últimos 30 dias e por 14%, 2 ou

mais vezes. De realçar que durante o internamento não se observou nenhum incidente

de queda.

Tabela 21 – Resultados da Variável Condições de Saúde - Quedas

Condições de Saúde Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Que

das

Nenhuma nos últimos 90 dias - - 59 59,00 - -

Caiu há 31 – 90 dias - - 11 11,00 - -

1 Queda nos últimos 30 dias - - 16 16,00 - -

2 ou mais quedas nos últimos 30 dias

- - 14 14,00 - -

Que

das

rece

ntes

Não caiu desde a última avaliação - - - - 100 100,00

Caiu desde a última avaliação - - - - 0 0,00

Da tabela 22, constatamos em relação ao equilíbrio, avaliado na admissão e alta, uma

diminuição na dificuldade ou incapacidade de se levantar sem ajuda de 50% para

43%, bem como na dificuldade ou incapacidade de se virar e olhar na direção oposta

quando está de pé de 44% para 38%. Em relação à náusea 2% referem ter tido na

admissão, tendo sido resolvido durante o internamento.

Tabela 22 – Resultados da Variável Condições de Saúde – Frequência do Problema

Frequência do Problema Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Equ

ilíbr

io Tem dificuldade ou é incapaz

de se levantar sem ajuda

Não - - 50 50,00 57 57,00

Sim - - 50 50,00 43 43,00

Tem dificuldade ou é incapaz de se virar e olhar na direção

oposta quando está de pé

Não - - 56 56,00 62 62,00

Sim - - 44 44,00 38 38,00

Situ

ação

G

astro

inte

stin

al

Náusea

Não - - 98 98,00 100 100,00

Sim - - 2 2,00 0 0,00

Page 88: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

86 

Na tabela 23 estão inscritos os resultados da variável condições de saúde para o

sintoma dispneia, e podemos constatar a ausência do sintoma em 51% dos idosos na

pré admissão e admissão e 52% na alta, verificando-se a sua presença em repouso

em 20% dos idosos na pré admissão, aumentando para 23% na admissão, ficando

nos 11% aquando da alta.

Tabela 23 – Resultados da Variável Condições de Saúde – Dispneia

Dispneia Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N % Ausência do sintoma 51 51,00 51 51,00 52 52,00

Presente na realização de atividades moderadas

16 16,00 19 19,00 37 37,00

Presente na realização de atividades diárias normais

13 13,00 7 7,00 0 0,00

Presente em repouso 20 20,00 23 23,00 11 11,00

No que diz respeito à fadiga, os dados da tabela 24 indicam-nos que é na admissão

que se observam os piores resultados, uma vez que 27% refere fadiga moderada,

12% fadiga grave e 16% incapaz de começar qualquer atividade diária, podendo-se

verificar globalmente uma melhoria na alta. Salienta-se um agravamento nos estádios

menos incapacitantes de 28% na pré admissão para 20% na alta em idosos que não

referiam fadiga, e um aumento de 31% para 45% nos valores de fadiga mínima no

mesmo grupo de idosos.

Tabela 24 – Resultados da Variável Condições de Saúde – Fadiga

Fadiga Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N % Nenhuma 28 28,00 19 19,00 20 20,00

Mínima 31 31,00 26 26,00 45 45,00

Moderada 21 21,00 27 27,00 22 22,00

Grave 15 15,00 12 12,00 8 8,00

Incapaz de começar qualquer atividade diária

5 5,00 16 16,00 5 5,00

Page 89: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

87 

Ao comparamos os resultados dos sintomas de dor na pré admissão, admissão e alta

quanto à frequência, intensidade e persistência, pela tabela 25, verificamos poucas

variações dos valores nos 3 momentos de avaliação. Quanto à frequência, existe um

ligeiro aumento entre a pré admissão (26%) e a alta (27%) nos ultimos3 dias/24 horas.

Realçam-se os valores de 13% para dor moderada, 2% para dor forte e 1% para os

que referiram horrível e lancinante, na admissão, prevalecendo valores de 12% para a

dor moderada e 1% para a dor forte na alta. Quanto à persistência é de realçar a dor

constante referida por 8% dos idosos na pré admissão, diminuindo para 6% na

admissão e 4% na alta.

Tabela 25 – Resultados da Variável Condições de Saúde – Sintomas de Dor

Sintomas de Dor Pré

Admissão Admissão Alta

N % N % N %

Freq

uênc

ia Sem dor 71 71,00 71 71,00 72 72,00

Não, nos últimos 3 dias/24 horas 3 3,00 3 3,00 1 1,00

Nos últimos 3 dias/24 horas 26 26,00 26 26,00 27 27,00

Inte

nsid

ade

Sem dor 71 71,00 70 70,00 71 71,00

Fraca 13 13,00 15 15,00 16 16,00

Moderada 13 13,00 13 13,00 12 12,00

Forte 2 2,00 2 2,00 1 1,00

Horrível e lancinante 1 1,00 0 0,00 0 0,00

Pers

istê

ncia

Sem dor 70 70,00 69 69,00 70 70,00

Uma vez há 3 dias/24 horas 1 1,00 1 1,00 1 1,00

Intermitente 21 21,00 24 24,00 25 25,00

Constante 8 8,00 6 6,00 4 4,00

Quanto ao destino dos idosos após a alta, constatamos que a maioria retorna ao seu

domicilio (89%), enquanto que 9% vão para Lar e 7% requerem assistência domiciliar.

Tabela 26 – Destino dos Idosos após a alta

Destino após a alta N %

Casa 84 84,00

Lar 9 9,00

Assistência domiciliar 7 7,00

Total 100 100,00

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

88 

Após a análise dos dados obtidos pela aplicação do formulário InterRai – CA – PT,

versão adaptada, aos idosos internados, vamos agora proceder à apresentação e

análise dos dados que resultaram da aplicação da Escala de Quedas de Morse, e que

avaliou o risco de queda na admissão e na alta.

Da análise da tabela 27 constatamos que para os itens “historial de quedas”

“diagnósticos secundários” e “estado mental” não se verificaram alterações entre a

admissão e a alta, já nos restantes itens se verificam diferenças que merecem ser

realçadas:

No item “ajudas para caminhar”, 89% dos idosos não carecia de ajuda na admissão,

enquanto que 55% não requeria essa ajuda na alta.

O uso de meios auxiliares da marcha era utilizado por 11% dos idosos na admissão,

observando-se um aumento desta necessidade para 45% na alta, constatando-se um

aumento do risco para este item entre a admissão e a alta.

Em relação ao item “terapia intravenosa” observámos o contrário, na medida em que

97% cumpriam tratamento com este tipo de medicação na admissão, não se

observando o mesmo na alta. Apenas 1% se mantinham com este registo,

constatando-se uma substancial diminuição do risco entre a admissão e a alta para

este item.

Por fim, relativamente à postura no andar e na transferência, 71% foram classificados

com 0 pontos na admissão e apenas 32 obtiveram esta classificação na alta,

invertendo-se esta tendência em relação à dependência, em que se verifica um

aumento de 21% para 58% entre a admissão e a alta salientando-nos os dados para a

evidência de maior risco na alta para este item.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

89 

Tabela 27 – Resultados da Aplicação da Escala de Quedas de Morse

Item Escala Admissão Alta

N % N %

Historial de quedas neste internamento /

urgência ou nos últimos 3 meses

Não (0 pontos) 59 59,00 59 59,00

Sim (25 pontos) 41 41,00 41 41,00

Diagnóstico (s) Secundário (s)

Não (0 pontos) 11 11,00 11 11,00 Sim (15 pontos) 89 89,00 89 89,00

Ajudas para Caminhar

Nenhuma/ ajuda de Enfermeiro/ acamado/ cadeira de rodas (0

pontos) 89 89,00 55 55,00

Muletas/ Canadianas/ Bengala/ Andarilho (15 pontos) 11 11,00 45 45,00

Apoia-se no mobiliário para andar (30 pontos) 0 0,00 0 0,00

Terapia intra venosa/ cateter periférico com obturador/ heparina

Não (0 pontos) 3 3,00 99 99,00

Sim (20 pontos) 97 97,00 1 1,00

Postura no andar e na transferência

Normal/ Acamado/ Imóvel (0 pontos) 71 71,00 32 32,00

Debilitado (10 pontos) 8 8,00 10 10,00 Dependente de ajuda (20 pontos) 21 21,00 58 58,00

Estado Mental

Consciente das suas capacidades (0 pontos) 99 99,00 99 99,00

Esquece-se das suas limitações (15 pontos) 1 1,00 1 1,00

O quadro 4 agrupa os idosos em função da classificação do risco de queda na

admissão e na alta, observando-se globalmente uma tendência para a existência de

maior risco de queda aquando da admissão quando comparado com a alta, sendo que

apenas 6% dos idosos foram classificados como “sem risco” na admissão e 22% na

alta. 49% foram classificados de alto risco de queda na admissão, diminuindo esse

valor para 32% na alta.

Quadro 4 – Risco de Queda na Admissão e Alta

Risco de Queda Admissão Alta

N % N %

Sem Risco (< 25 pontos) 6 6,00 22 22,00

Baixo Risco (25 – 50 pontos) 45 45,00 46 46,00

Alto Risco (≥ 51 pontos) 49 49,00 32 32,00

Total 100 100,00 100 100,00

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

90 

Terminada a apresentação descritiva dos dados, vamos agora analisar os resultados

obtidos para a verificação das hipóteses em estudo.

Para testarmos a hipótese 1 - “Existe diferença do estado funcional nos idosos

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a

pré admissão; admissão ou alta”, recorremos aos resultados obtidos pelas escalas:

1 - “Versão curta da escala AVDs”, comparando os resultados do teste Wilcoxon para

amostras emparelhadas, entre a pré admissão e a alta.

2 – “Escala Hierárquica das AVDs”, comparando os resultados do teste de Friedman

para amostras emparelhadas, entre a pré admissão, admissão e a alta.

3 – “Escala das AIVDs”, comparando os resultados do teste de Wilcoxon para

amostras emparelhadas entre a pré admissão e a alta.

Para verificarmos se existe diferença do estado funcional através dos valores obtidos

pela Versão Curta da Escala das AVDs entre a pré admissão e a alta, realizámos o

teste Wilcoxon para amostras emparelhadas. Obtivemos os resultados conforme

constam no quadro 5, onde constatamos que 41 idosos apresentam valores da escala

curta das AVDs superiores na alta quando comparados à pré admissão, o que nos

sugere um agravamento do estado funcional entre estes dois momentos.

Quadro 5 – Comparação de resultados das categorias da Versão curta da Escala das

AVDs entre a pré admissão e a alta

Categorias do teste Wilcoxon N Média Soma

Valores da Versão curta da escala AVDs na alta < Valores da Versão curta da escala AVDs na Pré admissão 0 0,00 0,00

Valores da Versão curta da escala AVDs na alta > Valores da Versão curta da escala AVDs na Pré admissão 41 21,00 861,00

Valores da Versão curta da escala AVDs na alta = Valores da Versão curta da escala AVDs na Pré admissão 59

Total 100

Também observamos pela análise do quadro 6, que a média dos valores da versão

curta da escala AVDs é superior na alta, com 2,77, quando comparados com a

admissão, com 1,26, sugerindo-nos um quadro de maior dependência na alta.

Page 93: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

91 

O resultado do teste Wilcoxon para amostras emparelhadas foi de Z = -5,559 e p =

0,000. Com este resultado, concluímos que existe diferença nos valores da Versão

curta da escala AVDs entre a pré admissão e a alta, sugerindo um agravamento do

estado funcional entre estes dois momentos.

Quadro 6 - Estatísticas da versão curta da escala das AVDs na admissão e alta

Estatísticas Ⱦ S Mínimo Máximo Z p

Versão curta da escala

AVDs

Admissão 1,26 3,067 0 14 -5,599 0,000

Alta 2,77 3,787 0 14

p < 0,05

Da mesma forma, para verificarmos se existe diferença do estado funcional através

dos valores obtidos pela escala da hierarquia das AVDs entre a pré admissão,

admissão e a alta, realizámos o teste Friedman para amostras emparelhadas.

Pela análise do quadro 7, verificamos um valor médio de 2,73 na admissão, indicando-

nos maior dependência neste momento de avaliação. Os resultados observados

levam-nos a crer que existe um aumento do declínio funcional entre a pré admissão e

a admissão, observando-se uma melhoria entre a admissão e a alta, mas mantendo a

tendência de agravamento entre a pré admissão e a alta.

Quadro 7 – Estatísticas descritivas da escala da hierarquia das AVDs na pré

admissão, admissão e alta

Estatísticas N Ⱦ S Mínimo Máximo

Pré admissão 100 0,68 1,456 0 5

Admissão 100 2,73 2,251 0 6

Alta 100 1,23 1,601 0 5

Em relação aos dados do quadro 8, a categoria da escala da hierarquia das AVDs na

admissão, é a que possui um valor médio mais alto, com 2,62. Em função dos

resultados obtidos pela aplicação do teste de Friedman, verificaram-se valores de Chi-

Square = 115,345 e p = 0,000, permitindo-nos afirmar que existe diferença nos valores

da escala da hierarquia das AVDs entre a pré admissão, admissão e a alta.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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Quadro 8 – Estatísticas do teste de Friedman para amostras emparelhadas em relação

à escala da hierarquia das AVDs na pré admissão, admissão e alta

Categorias Média da

categoriaN Chi-Square p

Escala da hierarquia das AVDs na pré admissão

1,52 100

115,345 0,000 Escala da hierarquia das AVDs na admissão

2,62 100

Escala da hierarquia das AVDs na alta

1,86 100

p < 0,05

Também para verificarmos se existe diferença do estado funcional através dos valores

obtidos pela média da Escala das AIVDs entre a pré admissão e a alta, realizámos o

teste Wilcoxon para amostras emparelhadas, e verificamos que os valores descritos

no quadro 9, indicam que 35 idosos, apresentam valores médios da escala AIVDs

superiores na alta em relação à pré admissão, traduzindo-se em maior dependência

na concretização destas atividades para este grupo de idosos quando saem do

hospital.

Quadro 9 - Comparação de resultados das categorias da Escala das AIVDs - média

entre a pré admissão e a alta

Categorias do teste Wilcoxon N Média Soma

Valores da escala AIVDs – média na alta < Valores da escala AIVDs – média na Pré admissão 0 0,00 0,00

Valores da escala AIVDs – média na alta > Valores da escala AIVDs – média na Pré admissão 35 18,00 630,00

Valores da escala AIVDs – média na alta = Valores da escala AIVDs – média na Pré admissão 65

Total 100

Tendo em conta a análise aos resultados do quadro 10, observamos que os valores

médios da escala das AIVDs são mais elevado na alta (2,68). Os resultados do teste,

Z = -5,207 e p = 0,000, permitem-nos acreditar que existe diferença nos valores

médios da escala das AIVDs entre a pré admissão e a alta, traduzindo um aumento do

declínio funcional entre a pré admissão e a alta.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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Quadro 10 – Estatísticas da Escala AIVDs – média, na pré admissão e alta

Estatísticas Ⱦ S Mínimo Máximo Z p

Escala das AIVDs - média

Pré admissão 2,43 2,117 0 6 -5,207 0,000

Alta 2,68 2,126 0 6

p < 0,05

De uma forma global e tendo em conta os resultados obtidos na avaliação do estado

funcional, através dos resultados dos testes aplicados às três escalas (AVDs, EHAVDs

e AIVDs) que permitem medir ganhos na dependência para a realização das AVDs e

AIVDs, sugerem um aumento do declínio funcional entre o período que antecedeu o

aparecimento da doença, o internamento e a alta, permitindo-nos aceitar a hipótese 1.

Por forma a verificarmos a hipótese 2 - “Existe diferença no risco de queda nos idosos

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a

admissão e alta”, aplicámos o teste Wilcoxon para amostras emparelhadas e

resultaram os dados conforme quadros 11 e 12.

Pela análise do quadro 11 observamos que 59 idosos apresentavam valores de risco

de queda mais elevados na admissão do que na alta.

Quadro 11 – Comparação de resultados das categorias do risco de queda entre a

admissão e a alta

Categorias do teste Wilcoxon N Média Soma

Risco queda alta < Risco queda admissão 59 49,73 2934,00

Risco queda alta > Risco queda admissão 26 27,73 721,00

Risco queda alta = Risco queda admissão 15

Total 100

Os resultados estatísticos obtidos, revelam que o valor médio de risco de queda é

mais elevado na admissão (49,75) que na alta (43,55), sendo que da aplicação do

teste, resultou um valor de p = 0,000, o que nos permite confirmar a hipótese de que

existe diferença no risco de queda nos idosos entre a admissão e a alta, sendo maior

na admissão quando comparado com a alta.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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Quadro 12 – Estatísticas do Risco de Queda na Admissão e Alta

Estatísticas Ⱦ S Mínimo Máximo Z p

Risco de queda

Admissão 49,75 18,686 0 95 -4,969 0,000

Alta 43,55 22,878 0 75

p < 0,05

Por fim, e para testarmos a hipótese 3 – “Existe associação entre o estado funcional

nos idosos internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do

HDFF,EPE e o risco de queda na alta”, aplicámos o teste de correlação de Spearman.

Considerando as AVDs e AIVDs fundamentais para o avaliar o declinio functional e

tendo em conta a nossa hipótese, pela análise aos resultados do quadro 13,

constatamos que as AVDs, versão curta da escala, AVDs, escala da hierarquia e

escala AIVDs média, estão positivamente correlacionadas com o Risco de Queda no

momento da alta. Os resultados respetivos, rs = 0.371, p = 0.000; rs = 0.375 e p =

0.000 e rs = 0.508, p = 0.000, permitem verificar diferenças significativas entre estas

variáveis, sugerindo que maior declínio está associado a maior risco de queda no

momento da alta.

Quadro 13 – Resultados do teste da correlação de spearman na alta entre o risco de

queda, a versão curta da escala das AVDs, escala da hierarquia das

AVDs e escala das AIVDs média.

Estatísticas Versão curta da escala das AVDs na alta

Escala da Hierarquia das AVDs na alta

Escala das AIVDs média

na alta

Risco de Queda

na alta

N 100 100 100

rs 0,371 0,375 0,508

p 0,000 0,000 0,000 p < 0,05

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

95 

4 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Terminada a apresentação e análise dos dados, vamos dar início à discussão dos

resultados, tendo como objetivo estabelecer ligação entre os resultados obtidos com

outros já conhecidos. Com efeito, Fortin (2009), afirma que a interpretação dos

resultados é uma etapa difícil e exige um pensamento crítico por parte do investigador.

Os resultados obtidos resultaram da aplicação do instrumento de recolha de dados a

100 idosos que foram internados nos serviços de Medicina (60%) e Especialidades

Médicas (40%) entre julho e setembro de 2014, em que predominaram os idosos do

sexo masculino com 52%, os casados com 60%, dos quais 38% viviam sós com o

cônjuge, observando-se que a maioria dos idosos (75%), relataram o inicio da

sintomatologia do episódio desencadeador da admissão nos últimos 7 dias, e que 55%

do total da amostra aguardou até 24 horas no serviço de urgência até ser internado no

respetivo serviço.

Relativamente aos resultados observados na variável cognição, constatámos que 84%

dos idosos eram independentes nas capacidades para tomar decisões no dia-a-dia na

pré admissão diminuindo para 78% na admissão e situando-se em 79% na alta,

ficando a noção de que houve um agravamento do estado do idoso para este tipo de

capacidades durante o internamento, verificando-se a mesma tendência quanto às

capacidades para memorizar / recordar, avaliada pelos resultados observados para a

boa memória de curto prazo; boa memória processual e boa memória situacional.

Os resultados sugerem que houve agravamento entre a admissão e a alta, tendo por

base a avaliação feita do pré admissão. Provavelmente o episódio que motivou o

internamento foi o responsável por este agravamento. Quanto às perturbações

periódicas do pensamento ou consciência e à alteração aguda do estado mental em

relação ao habitual, avaliadas em relação à variável cognição, entre a admissão e a

alta, os resultados não evidenciaram alterações.

Rebelo, (2009, citado por Soares, et al. 2012) diz que a cognição envolve o

funcionamento mental como as habilidades de pensar, de perceber, de lembrar, de

sentir, de raciocinar e de responder a estímulos externos, enquanto que Firmino (2006,

citado por Cancela 2008), nos afirma que o envelhecimento fisiológico leva a várias

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

96 

alterações nas funções orgânicas e mentais devido exclusivamente aos efeitos da

idade avançada sobre o organismo, provocando alterações no equilíbrio homeostático

e o declínio gradual de todas as funções fisiológicas. Com efeito, Thompson et al.

(2008, citado por Conde, 2009) refere que “as alterações ao nível cognitivo são

altamente prevalentes entre os idosos com patologias agudas, contribuindo em grande

parte para o prognóstico em termos de morbilidade e mortalidade”, levando-nos a

admitir o estabelecimento de uma relação de causa – efeito entre os resultados

obtidos nesta variável e a opinião destes autores.

Para a variável Comportamento e Ânimo, Verificámos que a maioria dos idosos, nos

últimos 3 dias / 24 horas, se sentia com pouco interesse ou prazer em fazer as coisas

que normalmente gosta, manifestando-se desta forma 61% no pré admissão, 62% na

admissão e 59% na alta. Já quanto ao sentir-se ansioso, impaciente ou inquieto, os

resultados mostram que 15% na pré admissão, 16% na admissão e 14% na alta se

sentiam assim, sendo que a maioria não referiu sentir-se desta forma. Resultados

semelhantes foram observados quando se questionou se nos últimos 3 dias / 24 horas

se sentiu triste, deprimido ou desesperado com 79% na pré admissão, 77% na

admissão e 78% na alta a admitirem que não se tinham sentido assim. No entanto,

Inouye et al. (1998, citado por Conde 2009), refere que o desempenho funcional não

resulta apenas da capacidade física, mas da conjugação desta com as capacidades

cognitivas e fatores psicossociais no desempenho autónomo e independente para a

pessoa manter as suas atividades. Quando a cognição declina abruptamente, as

AVDs e AIVDs são afetadas de imediato, estando as AIVDs mais comprometidas e

com forte relação com o comprometimento cognitivo, (Nikolova, et al. 2009).

Ao avaliarmos o estado funcional, quanto ao auto desempenho nas AVDs para tomar

banho (avaliado na pré admissão e alta), executar a sua higiene pessoal, caminhar,

transferir-se para a sanita, usar a casa de banho, mobilidade na cama e alimentar-se,

avaliado nos 3 momentos (pré admissão, admissão e alta), contatámos uma

significativa alteração no estado funcional, denunciando um aumento da dependência

quando comparamos a pré admissão com a admissão e alta, sendo que os piores

resultados surgem entre a pré admissão e a admissão, observando-se uma ligeira

evolução positiva entre a admissão e a alta. Contudo, continuam a ser expressivas as

alterações do estado funcional para o auto desempenho nas AVDs provocadas pela

situação de doença, deixando implícito um aumento do declínio funcional.

Reuben, et al. (2014), acreditam que conhecer o estado funcional no pré

hospitalização, permite comparação com o nível de função no momento do

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

97 

internamento e ajuda a planificar a alta. Medir o estado funcional é uma excelente

maneira de acompanhar o progresso de um doente com deficiência crónica e doença

aguda. De facto, Menezes et al. (2010), também dizem que a hospitalização devido a

uma doença aguda ou crónica, determina um certo grau de imobilidade para qualquer

doente, podendo o declínio funcional manifestar-se rapidamente no doente idoso. Mas

Vieira, (2013), afirma que o estado funcional na pessoa idosa é um processo dinâmico

e carece de avaliação periódica para determinar a sua evolução, e, aquando da sua

admissão em ambiente hospitalar, cuidada avaliação inicial da pessoa assume grande

importância no planeamento e execução individualizada dos cuidados de enfermagem.

Também Doren (2011) nos refere que os estudos têm demonstrado que 30 a 60% das

pessoas idosas desenvolvem dependências nas AVDs durante o período de

internamento (Hoogerduijn, Scuurmans, Duijnstee, Rooij, Grypdonck, 2006, citados por

Doren, 2011).

Tendo em conta a opinião destes autores e os resultados obtidos, parece-nos haver

uma estreita ligação entre a situação de doença aguda e a perda de capacidades no

auto desempenho das AVDs.

Em relação ao principal modo de locomoção, é notória a diferença nos idosos

acamados, uma vez que nenhum se encontrava nesta situação no pré admissão,

registando-se 41% de acamados na admissão, mantendo-se nestas circunstâncias 3%

aquando da alta. Se tivermos em conta que apenas 12% tinham indicação médica

para permanecer no leito na admissão e 1% na alta, facilmente depreendemos o

aumento da dependência a este nível. Quando comparamos o uso de auxiliares da

marcha e uso de cadeira de rodas para se deslocar, os resultados também revelam

alterações no estado funcional, pelo aumento da dependência, refletido na maior

necessidade de uso destes meios na alta, na medida em que 49% se deslocava sem

aparelho de suporte na pré admissão, e apenas 39% na alta se mantinham nessas

condições, o que nos leva a admitir o aumento do declínio funcional relativamente à

locomoção / caminhar.

Com efeito, Menezes et al. (2010) apontam para as causas do declínio funcional em

idosos hospitalizados serem multifatoriais e cumulativas, destacando-se a idade

avançada, a doença, os procedimentos médicos e cirúrgicos, o repouso no leito, com

efeitos na diminuição da mobilidade. O repouso prolongado no leito e a falta de

dispositivos de auxílio aumentam o risco de desenvolver complicações (Kawasaki, et

al. 2005; Holroyd-Leduc, et al. 2007). Kleinpell, et al (2008), dá ênfase a um estudo

com 489 idosos hospitalizados com 70 anos e mais, que revelou a prevalência da

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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diminuição da mobilidade em idosos hospitalizados como significativa, com 16%

apresentando baixo nível de mobilidade, 32% com níveis intermédios de mobilidade e

29% com declínio em AVDs. No entanto para quase 60% dos que se mantinham no

leito, não havia indicação médica documentada, que limitasse a mobilidade. O uso de

meios auxiliares da marcha, tais como bengalas e andarilhos foi preditivo de declínio

funcional durante a hospitalização. A este nível, os resultados por nós obtidos vão ao

encontro da opinião destes autores, permitindo-nos pensar que muito há fazer para

minorar os efeitos indesejáveis motivados pelo internamento de idosos.

Ao analisarmos a distância percorrida de uma só vez sem se sentar, observamos que

34% dos idosos o faziam entre 100 e 1000 metros na pré admissão, diminuindo este

valor para 1% na admissão e fixando-se em 3% na alta, denotando uma clara

alteração no estado funcional. Também em relação aos idosos que não andaram

observam-se diferenças entre a pré admissão e a admissão, passando de 8% para

52%, registando-se 12% na alta.

Estes resultados reforçam a ideia de aumento do declínio funcional para a realização

desta atividade no momento da alta. A distância percorrida em cadeira de rodas de

uma só vez, vai no mesmo sentido, observando-se que 8% dos idosos usaram cadeira

de rodas empurrados por outras pessoas na pré admissão, verificando-se um aumento

significativo para 72% na admissão, ficando em 38% na alta. Apesar das diferenças

entre a pré admissão e a admissão serem relevantes (30%), podem ser justificadas,

do nosso ponto de vista, pela alteração aguda do estado de saúde. O facto é que no

momento da alta, 30% dos idosos denunciavam mais limitações funcionais, levando a

admitir alteração no estado funcional, com aumento do declínio funcional, pela perda

de capacidade de se deslocar sozinho, o que vai de encontro à opinião de Cunha, et

al. (2009), que concluiu que o declínio funcional é um fenómeno comum e esperado

por um numero significativo de idosos hospitalizados pela sua vulnerabilidade clinica,

física e psicológica decorrentes do processo de envelhecimento, e pode ocorrer antes

ou durante o período de hospitalização.

Também Khinpell, et al. (2008) afirmam que os idosos ficam mais vulneráveis aquando

do internamento devido ao aparecimento de uma doença aguda, podendo

rapidamente evoluir para um estado de declínio funcional, sendo este definido como a

incapacidade de realizar as atividades habituais de vida diária devido á fraqueza,

redução da força muscular e diminuição da capacidade de realização de exercício

físico.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

99 

Em relação ao auto desempenho nas AIVDs e capacidade, avaliado na pré admissão

e alta os resultados sugerem-nos um agravamento do estado funcional para as

atividades preparação das refeições, tarefas domésticas, gestão das finanças

pessoais, gestão da medicação, subir escadas, efetuar compras e uso de transporte,

com exceção do uso do telefone, que manteve os mesmos valores nos dois

momentos, sugerindo assim um aumento da dependência, e por consequência,

aumento do declínio funcional para o auto desempenho nas AIVDs. No mesmo

sentido, Boyd, et al. (2009), referem que o declínio funcional é um resultado da

hospitalização por eventos agudos, com consequências a curto prazo para os doentes

e famílias, com impacto na realização de atividades de vida quotidianas, sendo difícil a

avaliação do declínio funcional em doentes idosos hospitalizados, pela dificuldade em

avaliar a sua capacidade funcional e o estado de saúde anterior ao internamento.

Também Menezes et al (2010), procederam a uma revisão da literatura para identificar

os efeitos da hospitalização na capacidade funcional dos idosos, os fatores associados

com o declínio funcional, assim como os instrumentos utilizados para a avaliação

funcional, e concluíram que todos os estudos demonstram declínio funcional devido ao

processo de hospitalização. A incidência deste comprometimento para a realização

das AVDs e AIVDs ultrapassa os 50% em idosos com idade superior a 85 anos.

Concluem que alguns estudos observam alterações funcionais mais expressivas ao

nível motor, em atividades de auto cuidado como tomar banho, vestir-se e mover-se.

Os resultados obtidos da variável continência, em relação à eliminação urinária,

indicavam 57% de idosos com controlo total no pré admissão, 50% na admissão e

55% na alta, observando-se um aumento nos incontinentes de 5% na pré admissão

para 13% na admissão, fixando-se em 7% na alta. Observámos também um aumento

no uso de cateter permanente de 4% para 12% entre a pré admissão e a admissão,

fixando-se em 6% na alta.

Demonstram estes resultados um agravamento da situação clinica que resultou em

mais dois idosos com cateter permanente, e por isso mais dependentes. Já os

resultados relativos à continência fecal são semelhantes nos 3 momentos em

avaliação.

Também se observa um aumento significativo no uso de pensos, fraldas, de 24% para

51% entre a pré admissão e a admissão, reduzindo para 41% na alta, o que em nossa

opinião é justificado pela maior necessidade de proteção, especialmente pelas

alterações observadas em relação à continência urinária, e tal como nos refere

Khinpell, et al. (2008), ao nível do sistema urinário verificam-se alterações com

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

100 

redução da capacidade da bexiga, o aumento da próstata no homem. Em

consequência deste processo, os idosos ficam mais vulneráveis aquando do

internamento devido ao aparecimento de uma doença aguda, podendo rapidamente

evoluir para um estado de declínio funcional

Ao analisarmos os resultados da variável condições de saúde, e relativamente às

quedas, contatámos que 41% dos idosos sofreram queda nos últimos 90 dias, entre os

quais, 14% relataram 2 ou mais quedas nos últimos 30 dias. Durante o período de

internamento não houve registo de quedas. Também observámos melhorias no

equilíbrio entre a admissão e a alta, com 50% dos idosos a terem dificuldade ou

incapacidade em se levantarem sem ajuda na admissão e 43% na alta. Na admissão,

44% tinham dificuldade ou eram incapazes de se virar e olhar na direção oposta

quando estavam de pé, continuando 38% nessas circunstâncias na alta.

Naturalmente, os idosos são os mais vulneráveis para cair, e quando acontece, a sua

vida quotidiana pode mudar radicalmente tanto pelas consequências da queda como

pelo medo de voltar a cair, que segundo Lopes et al. (2009), se relaciona com a

mobilidade, o equilíbrio, o risco e a história de quedas.

Entre os que apresentavam dispneia, destaca-se o agravamento na realização de

atividades moderadas, de 16% para 19% entre a pré admissão e a admissão,

aumentando para 37% na alta.

Em relação à fadiga e comparando os resultados nos 3 momentos constatámos que

os idosos apresentavam um agravamento entre a pré admissão a admissão e a alta.

Já em relação à dor, os resultados obtidos não variaram muito nos 3 momentos em

avaliação, destacando-se quanto à intensidade, a dor fraca, com 13% no pré

admissão, 15% na admissão e 16% na alta. Quanto à persistência da dor, observou-se

que em relação à dor intermitente também houve aumento entre os 3 momentos de

avaliação, aumentando de 21% para 24% e 25%, entre o pré admissão, admissão e

alta.

Em suma, a doença e as co morbilidades podem influenciar diretamente o estado

funcional em idosos. (Khinpell, et al. 2008). Pillatt (2011), refere que segundo Dutra

(2009 e Loyola, et al 2004) as causas mais frequentes de internamento hospitalar em

idosos, são doenças relacionadas com os aparelhos circulatórios, respiratório e

digestivo, que somadas correspondem a 60% dos internamentos em faixas etárias

mais elevadas. No seu estudo, os idosos no momento do internamento já apresentam

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

101 

algum grau de incapacidade funcional, ocorrendo durante a hospitalização declínio

ainda maior na capacidade de realização das AVDs e AIVDs.

Para avaliarmos o risco de queda na admissão e na alta, aplicámos a Escala de Morse

para risco de queda aos idosos que constituíram a nossa amostra. Caldevilla, et al.

(2010), defendem a incorporação nos cuidados de enfermagem de instrumentos de

avaliação do risco de queda que permitam sinalizar os idosos com perfil de risco. Por

sua vez, Costa (2010), refere que um dos instrumentos mais citados na literatura é a

“Fall Morse Scall”, descrito como uma ferramenta adequada para a avaliação dos

doentes na admissão e já aplicada em diferentes populações de doentes

hospitalizados.

Os resultados obtidos revelaram que neste grupo não foram observadas quedas

durante o internamento e que 89% dos idosos já possuíam diagnósticos secundários

na admissão e na alta, o que revela uma taxa elevada de co morbilidades.

Na admissão os resultados obtidos nas ajudas para caminhar, 11% dos idosos a

utilizarem auxiliares da marcha, enquanto que na alta essa percentagem subiu para

45%, levando-nos a crer que provavelmente a percentagem de idosos a necessitarem

de auxiliares da marcha para se deslocarem na admissão seria superior aos 11%

observados, só que pelo facto de muitos se encontrarem acamados na admissão, não

nos foi possível observar esse facto.

Em relação à terapia intravenosa/cateter periférico com obturador/heparina existe um

grande diferencial entre a admissão (97%) e a alta (1%). Na postura no andar e na

transferência, observou-se um aumento da debilidade e da dependência de ajuda

entre a admissão e a alta, com a debilidade a passar dos 8% para os 10% e a

dependência de ajuda dos 21% para os 58%.

Quanto ao estado mental, 99% apresentavam-se conscientes das suas capacidades

na admissão e na alta.

Os resultados da avaliação do risco de queda determinaram aumento no score de

45% para 46% entre a admissão e a alta no grupo de idosos de baixo risco, e uma

descida considerável no grupo de alto risco entre estes dois momentos, de 49% na

admissão para 39% na alta. Já no grupo sem risco, houve uma melhoria entre a

admissão e a alta, de 6% para 22%, o que em termos globais resultou na verificação

de maior risco de queda na admissão em relação à alta, sendo que em nossa opinião,

os determinantes para a obtenção deste resultado nos parecem estar na terapia

intravenosa/cateter periférico com obturador/heparina, já que nos itens sugestivos de

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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aumento do risco de queda, como são exemplo o uso de auxiliares da marcha para se

deslocar e a postura no andar e na transferência, foi observado maior risco na alta do

que na admissão.

Com efeito, Rodrigues (2012), realça no seu estudo, que em relação à avaliação do

risco de queda, os scores obtidos na admissão, são significativamente mais elevados

que na alta, dando o exemplo da medicação administrada por via intravenosa, poder

justificar tal situação, remetendo para um estudo realizado com doentes idosos em

reabilitação (Kwan, Kaplan, Hudson-McKinney, Redman-Bentley, & Rosário, 2012),

que conclui que as escalas de avaliação do risco de queda se revelam por vezes

insuficientes para uma avaliação efetiva do risco, ou porque foram desenvolvidas para

settings específicos e não possuem sensibilidade para outros, ou porque não

valorizam suficientemente a componente funcional da aptidão física e cognitiva.

Contudo, Costa-Dias et al. (2014) são de opinião que a avaliação do risco de queda ou

a avaliação do doente em risco é um componente essencial de qualquer programa de

prevenção de quedas, na medida que identifica doentes em risco, com o objetivo de

corrigir a situação e evitar a ocorrência de quedas.

Para obtermos resposta às nossas questões de investigação, formulámos 3 hipóteses

para o estudo, tendo obtido os resultados que passamos agora a discutir.

Em relação à hipótese 1 “Existe diferença no declínio funcional nos idosos internados

nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a pré

admissão; admissão ou alta”, constatámos pelos resultados obtidos, através da

aplicação do teste estatístico Wilcoxon para amostras emparelhadas, existir diferença

nos valores na versão curta da escala AVDs entre a pré admissão e a alta, sugerindo

um agravamento do estado funcional entre estes dois momentos. Da mesma forma, os

resultados do teste estatístico Friedman para amostras emparelhadas, revelou haver

diferença nos valores da escala da hierarquia das AVDs entre a pré admissão,

admissão e a alta, sugerindo um aumento do declínio funcional entre a pré admissão e

a admissão, com diminuição para a alta, mas mantendo um agravamento do estado

funcional entre a pré admissão e a alta. Por fim, o resultado do teste estatístico

Wilcoxon para amostras emparelhadas evidencia a existência de diferença dos valores

médios da escala das AIVDs entre a pré admissão e a alta sugerindo um aumento do

declínio funcional entre estes dois momentos.

Considerando a envolvência destas três variáveis no declínio funcional, os resultados

permitem confirmar a hipótese 1, e verificar que existe um aumento no declínio

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

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funcional nos idosos internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas

do HDFF,EPE entre a pré admissão; admissão ou alta.

Corroborando desta opinião, Sales, et al. (2011), referem que a hospitalização por

doença aguda é um fator de risco importante para a perda funcional em idosos e que

ao segundo dia de internamento já se verifica deterioração significativa da capacidade

funcional para realizar atividades básicas, e apontam um estudo realizado em 2008

que mostrou que mesmo em internamentos de curta duração, em doentes não

acamados, resulta perda da capacidade funcional nos idosos

Também para Menezes et al. (2010), a hospitalização devido a uma doença aguda ou

crónica, determina um certo grau de imobilidade para qualquer doente, podendo o

declínio funcional manifestar-se rapidamente no doente idoso.

Reforçando estas opiniões, Cunha, et al. (2009), concluíram que o declínio funcional é

um fenómeno comum e esperado por um número significativo de idosos hospitalizados

pela sua vulnerabilidade clinica, física e psicológica decorrentes do processo de

envelhecimento, e pode ocorrer antes ou durante o período de hospitalização. Refere

ainda que deficit cognitivo, a incapacidade prévia em AVDs, a história de quedas, a

fraca mobilidade e instabilidade postural, para além dos fatores ambientais, foram

citados como fatores predisponentes ao declínio funcional.

Ainda para Boyd, et al.(2009), o declínio funcional é um resultado da hospitalização

por eventos agudos, com consequências a curto prazo para os doentes e famílias,

com impacto na realização de atividades de vida quotidianas.

Também Mendes, et al (2011), concluíram, numa amostra de 40 idosos com idades

entre os 65 e os 88 anos, que se destacam os seguintes fatores de risco para o

declínio funcional: - Idade avançada (> a70 anos) em 82,5%; Co morbilidade (92,5%);

confusão / desorientação (35%) e alterações do equilíbrio (90%). Por fim, Cardoso

(2012), no seu estudo “Resultados dos cuidados de enfermagem em serviços de

agudos de um hospital”, afirma que foi observado um agravamento no estado

funcional no doente nas AVDs e AIVDs decorrente do internamento, concluindo que a

diferença do estado funcional no momento da pré admissão e na alta é mais

significativa do que entre o momento da admissão e da alta, o que revela um

agravamento do estado funcional causado pelo internamento, conclusão semelhante à

encontrada por um estudo de Sousa et al. (2012) e reforçada pela opinião de Doren, et

al. (2006)

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

104 

Em síntese, os resultados observados pela confirmação da hipótese 1, quando

confrontados com outros resultados e opiniões destes autores mostram claramente

uma relação entre o internamento e a manifestação de alterações ao nível do estado

funcional do idoso, verificando-se desde logo, uma tendência para o aumento de

declínio funcional, com impacto no desempenho físico e cognitivo para a realização

das atividades da vida quotidiana.

Ao verificarmos a hipótese 2 “Existe diferença no risco de queda nos idosos internados

nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a admissão e

a alta, através da aplicação do teste estatístico Wilcoxon para amostras

emparelhadas, resultou na confirmação da nossa hipótese permitindo-nos verificar a

existência de diferença no risco de queda nos idosos internados nos serviços de

Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE entre a admissão e a alta,

observando-se no entanto maior risco na admissão comparativamente à alta.

Em nossa opinião, a justificação para a verificação de maior risco de queda na

admissão comparativamente à alta parece-nos estar nos resultados obtidos na terapia

intravenosa/cateter periférico com obturador/heparina, já que nos itens sugestivos de

aumento do risco de queda, como são exemplo o uso de auxiliares da marcha para se

deslocar e a postura no andar e na transferência, foi observado maior risco na alta em

relação à admissão.

Com efeito, Rodrigues (2012), realça também no seu estudo que em relação à

avaliação do risco de queda, os scores obtidos na admissão, serem significativamente

mais elevados que na alta dando também o exemplo da medicação administrada por

via intravenosa, poder justificar tal situação, remetendo para um estudo realizado com

doentes idosos em reabilitação (Kwan, Kaplan, Hudson-McKinney, Redman-Bentley, &

Rosário, 2012), que conclui que as escalas de avaliação do risco de queda se revelam

por vezes insuficientes para uma avaliação efetiva do risco, ou porque foram

desenvolvidas para settings específicos e não possuem sensibilidade para outros, ou

porque não valorizam suficientemente a componente funcional da aptidão física e

cognitiva.

Almeida, et al. (2010), referem que após uma revisão sistemática da literatura se

conclui que apenas um pequeno número de fatores de risco de queda parecem ser

consistentes, sendo a instabilidade da marcha, a fraqueza dos membros inferiores, a

agitação / confusão, a incontinência urinária / frequência ou necessidade de ir à casa

de banho, história de quedas anteriores e consumo de medicação psicotrópica, os

mais credíveis. Para os mesmos autores, o internamento de doentes agudos pode

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

105 

refletir-se no aumento do risco de quedas devido aos efeitos da doença aguda,

agravada por um ambiente desconhecido e efeitos colaterais dos tratamentos,

(Mattison, et al. 2014).

Para verificarmos a hipótese 3 “Existe associação entre o estado funcional nos idosos

internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas do HDFF,EPE e o

risco de queda na alta”, aplicámos o teste de correlação de Spearman, que nos

confirmou a hipótese, permitindo-nos admitir que as AVDs, versão curta da escala,

AVDs, escala da hierarquia e escala AIVDs média, estão positivamente

correlacionadas com o Risco de Queda no momento da alta, permitindo-nos observar

diferenças significativas entre estas variáveis e sugerindo que maior declínio está

associado a maior risco de queda no momento da alta.

Em consonância com estes resultados, vários estudos realizados em ambiente

hospitalar revelam que idosos com tendência a quedas têm maior risco de

apresentarem declínio funcional durante o período de internamento (Anpalahan &

Gibson, 2008; Cornett et al. 2006; Siqueira, Cordeiro, Perracini, & Ramos, 2004,

citados por Rodrigues, 2012). O declínio funcional contribui para um fenômeno muito

atual nas nossas instituições, e que pode colocar em risco a segurança do doente,

sendo as quedas, consideradas os eventos adversos mais frequentes nos hospitais,

normalmente, um fenômeno multifatorial de causas individuais e/ou ambientais, com

consequências significativas a nível físico, psicológico e social (Almeida, Abreu &

Mendes, 2010).

O internamento de doentes agudos leva frequentemente a um declínio funcional das

suas capacidades físicas e cognitivas, (Boyd, et al. 2009), podendo refletir-se no

aumento do risco de quedas (Almeida, et al. 2010), devido aos efeitos da doença

aguda, agravada por um ambiente desconhecido e efeitos colaterais dos tratamentos,

Mattison, et al. (2014).

Por fim, Cunha et al (2009) na sua revisão bibliográfica referem que 5 estudos

revelaram que idosos com tendência a quedas têm maior risco de apresentarem

declínio funcional durante a hospitalização.

Terminada a discussão dos resultados, importa realçar que na comparação dos

mesmos com a opinião de alguns autores e com outros estudos, todos apontam para

as mesmas conclusões. No entanto, em função da nossa opção na seleção da

amostra, não probabilística acidental, não nos é permitido fazer a sua generalização

para a população, o que constitui uma limitação do estudo.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

106 

O instrumento de recolha de dados, InterRai – CA – PT, versão adaptada, utilizado

para avaliar a existência de declínio funcional nos idosos que constituíram a nossa

amostra, foi considerado pelos seus autores, responsáveis pela validação para a

população portuguesa, como válido e fiável, sendo que a sua estrutura interna obteve

100%, a confirmação total de consistência, (Amaral, et al. 2014).

Da mesma forma, em relação à avaliação do risco de queda nos idosos que

constituíram a nossa amostra, utilizou-se a Escala de Morse para o risco de queda,

também validada para a população portuguesa e que segundo os seus autores, é

semanticamente equivalente à versão original, conduzindo a bons níveis de fiabilidade

e a níveis aceitáveis de validade, sendo recomendada na prestação de cuidados

hospitalares em Portugal (Costa – Dias, et al. 2014).

Perante tais opiniões, consideramos ter utilizado um instrumento que em nossa

opinião valoriza e dá significado aos resultados obtidos.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

107 

CONCLUSÃO

Estudar o declínio funcional e o risco de queda em idosos hospitalizados, foi o ponto

de partida para a concretização desta investigação. Procurar respostas para as nossas

questões de investigação revelou-se a prioridade, contribuindo para tal uma profunda

revisão da literatura, que nos orientou a prossecução do estudo, ressaltando-nos o

facto de que o idoso, portador muitas vezes de patologias crónicas, fica

particularmente vulnerável em situação de doença aguda, que associada à

hospitalização, podem determinar perda de funcionalidade física e também cognitiva,

levando a um estado de maior dependência, ou seja, a um processo de declínio

funcional, com efeitos nefastos na sua qualidade de vida.

Sthal, et al. (2011) refere haver quase duas vezes mais perdas funcionais para as

AIVDs do que para as AVDs, sendo que, quando o idoso apresenta inabilidade para

alguma das AVDs, provavelmente já apresenta inabilidade para duas ou mais AIVDs.

No entanto, a dependência não é um estado permanente, mas um processo dinâmico

e a sua evolução pode ser modificada, prevenida e ou reduzida.

Parece-nos evidente que o declínio funcional e o risco de queda têm uma relação

muito próxima, influenciando-se mutuamente e com consequências negativas para a

autonomia dos idosos. Se o internamento é responsável por provocar alterações no

estado funcional dos idosos, o aumento do declínio funcional neste grupo pode

acarretar consequências para no aumento do risco de quedas, o que está em sintonia

com Novo, et al. (2011) ao afirmar que o declínio da capacidade funcional ao nível da

aptidão física, provoca a redução de força muscular, alterações no padrão da marcha

e alterações no equilíbrio estático, aumentando fortemente a possibilidade de

ocorrência de quedas na população idosa.

Na definição dos aspetos metodológicos, foi nossa preocupação a escolha de um

instrumento de recolha de dados fidedigno e adequado ao contexto em que o estudo

se ia desenvolver.

Optámos pela aplicação do instrumento InterRai – CA – PT, em versão adaptada, para

a avaliação do declínio funcional entre outras razões, por ter sido considerado válido e

fiável (Amaral et al. 2014), e estar validado para a população portuguesa.

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

108 

A escolha da Escala de Morse para o risco de queda, já com bastante tempo de

utilização na Instituição, apesar de só recentemente estar validada para a população

portuguesa por (Costa-Dias et al. 2014), foi a escolhida para avaliar o risco de queda

em idosos, que foram internados nos serviços de Medicina e Especialidades Médicas

do HDFF,EPE durante os meses de julho a setembro de 2014.

Os resultados obtidos permitiram-nos confirmar as hipóteses em estudo e admitir que

na avaliação do estado funcional, para a realização das AVDs e AIVDs, se verifica o

aumento do declínio funcional entre o período que antecedeu o aparecimento da

doença, o internamento e a alta, evidenciando-nos também a existência de diferença

no risco de queda nos idosos entre a admissão e a alta, sendo maior na admissão

quando comparado com a alta. De igual forma nos sugerem que maior declínio está

associado a maior risco de queda no momento da alta.

Tais resultados, em nossa opinião, não podem ser extrapolados para a população em

geral, na medida em que outras variáveis, que não apenas a capacidade de realização

das AVDs e AIVDs, podem interferir na avaliação do estado funcional, e por

consequência na existência ou não de declínio funcional. No entanto, quando

confrontados com outros estudos e com a opinião de muitos autores, observámos que

vão na mesma direção, criando em nós um sentimento de alguma preocupação, na

medida em que é por demais evidente o campo de ação deixado em aberto para a

prestação de cuidados de enfermagem diferenciados que visem a promoção da

independência e da autonomia nos idosos hospitalizados, imediatamente à admissão.

Os cuidados de enfermagem de reabilitação, tendo em conta as competências

próprias do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação, de acordo com o

Regulamento nº 125/2011 de 18 de Fevereiro, destacam a competência 1 - “cuida de

pessoas com necessidades especiais, ao longo do ciclo de vida, em todos os

contextos da prática de cuidados”, podendo fazer a diferença entre a dependência ou

a autonomia dos idosos. Com efeito, Sthal, et al. (2011), defendem que a dependência

não é um estado permanente, mas um processo dinâmico cuja evolução pode ser

modificada, prevenida e ou reduzida e que esse processo sugere a existência de

profissionais qualificados e comprometidos com a assistência ao idoso.

Reforçando esta perspetiva, Mattison, et al. (2014) afirmam que programas de

mobilização em meio hospitalar, garantem que os doentes ao saírem da cama mantêm

alguma mobilidade e função durante a doença aguda. Os mais jovens devem ser

encorajados a mobilizar-se de forma independente, mas a maioria dos doentes idosos,

necessitam de assistência para se movimentarem em segurança, nomeadamente os

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

109 

que têm sondas, perfusões permanentes em curso ou outros dispositivos médicos que

condicionam e limitam a sua movimentação. Referem ainda que é importante garantir

que os doentes sejam mobilizados precocemente e muitas vezes durante o

internamento, ajudando assim na prevenção das quedas, em menor declínio funcional

e em redução do tempo de internamento.

Também Ribeiro, et al. (2009) refere que num estudo realizado em idosos

institucionalizados, se concluiu que idosos que participam regularmente em sessões

de exercício físico supervisionado apresentam melhor mobilidade funcional e equilíbrio

e consequente diminuição do risco de queda. O exercício é uma das poucas

estratégias que reduz o risco de queda e aumenta a resistência óssea, (Corrie, et al.

2014).

Durante a realização deste estudo, deparámo-nos com algumas dificuldades e que de

certa forma condicionaram o seu desenvolvimento, nomeadamente, fatores de ordem

pessoal, em que o tempo disponível foi sempre escasso, e quando associado à pouca

experiência no desenvolvimento deste tipo de estudos revelaram-se mais

dificultadores do que facilitadores. Também a complexidade do instrumento de recolha

de dados InterRai – CA – PT, quanto ao tratamento dos dados se revelou um fator de

dificuldade.

Apesar das dificuldades sentidas, que ultrapassámos, consideramos ter atingido os

objetivos propostos inicialmente, e na tentativa de reforçar Thomas, et al. (2009), ao

afirmar que o enfermeiro tem um papel indispensável na reabilitação da pessoa idosa,

no entanto desvalorizado, acreditamos que as implicações deste estudo para a

realidade possam resultar:

1 – Ao nível da prática de cuidados de enfermagem, em melhor conhecimento e

compreensão deste fenómeno e em maior reflexão sobre o mesmo, para que se

possam identificar precocemente fatores de risco, se planeiem e executem ações e se

avaliem resultados, com vista a manter e ou melhorar o estado funcional dos idosos

durante o internamento.

2 – Ao nível da gestão intermédia de enfermagem, na análise e reflexão dos

resultados obtidos, promovendo o envolvimento da equipa de enfermagem na adoção

de estratégias que visem a melhoria da qualidade de cuidados de enfermagem.

3 - Ao nível da gestão de topo, na otimização das condições de desenvolvimento da

prática de cuidados, nomeadamente no reforço das equipas de enfermagem com

enfermeiros especialistas em enfermagem de reabilitação, por forma a se obterem

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DECLINIO FUNCIONAL E O RISCO DE QUEDA NO IDOSO HOSPITALIZADO  

110 

mais ganhos em saúde, resultando de maior qualidade no atendimento e de melhores

cuidados de enfermagem prestados ao idoso, com reflexo em maior satisfação dos

utentes e dos profissionais.

Por fim, deixamos algumas sugestões para futuros estudos, por forma a reforçar as

competências dos profissionais de enfermagem no desenvolvimento de conhecimento

científico, centrado na evidência de resultados e na sua implicação para a prática

diária. Sugerimos então a realização de outros estudos direcionados ao:

- Impacto do trabalho exercido pelo enfermeiro especialista em enfermagem de

reabilitação sobre o declínio funcional e o risco de queda em idosos hospitalizados, ao

nível:

- Da prestação direta de cuidados;

- Da satisfação do idoso e dos seus familiares;

- Dos ganhos em saúde;

- Do impacto económico.

Sugere-se ainda a utilização de grupos de controlo para melhor se evidenciarem os

resultados desses estudos.

Em suma, os resultados obtidos, sugerem-nos o aumento do declínio funcional entre o

período que antecedeu o aparecimento da doença, o internamento e a alta; a

existência de diferença no risco de queda nos idosos entre a admissão e a alta, sendo

maior na admissão quando comparado com a alta; e que maior declínio está

associado a maior risco de queda no momento da alta impondo-se que haja uma

avaliação rigorosa do idoso, imediata à sua admissão.

A planificação adequada e avaliação contínua dos cuidados, por forma a minimizar as

consequências da doença no idoso e contribuir para a promoção e ou preservação da

sua autonomia é fundamental. Para tal, o EEER, é o profissional que no seio da

equipa multidisciplinar melhor pode desempenhar este papel. Sinalizar idosos em

risco, implementar programas específicos e personalizados de reabilitação, com

avaliação contínua dos resultados, podem contribuir para a prevenção deste tipo de

complicações, esperando-se maior satisfação e melhor qualidade de vida para o idoso

e seus familiares, resultando na obtenção de ganhos em saúde nesta área.

Page 113: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

 

 

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ANEXOS

ANEXO I – Autorizações para aplicação do formulário InterRAI – CA – PT e Escala de

Morse para risco de queda.

ANEXO II – Parecer da Comissão de Ética do HDFF,EPE e autorização do Conselho

de Administração do HDFF,EPE para aplicação do Instrumento de Recolha de Dados.

ANEXO III – Termo de Consentimento Livre e Informado para participação no estudo e

Instrumento de recolha de dados - Formulário InterRAI – CA – PT e Escala de Morse

para risco de queda.

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ANEXO I – Autorizações para aplicação do formulário

InterRAI – CA – PT e Escala de Morse para risco de

queda.

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Amaral 17 de

nov

Exmo Sr. Enfermeiro José Manuel Santiago Aranha de Sousa Serve este para autorizar a versão adaptada do InterRai (ac) traduzida e validada para Português por mim próprio no âmbito do projeto PTDC/CS-SOC/113519/2009 da FCT. Deve referenciar o artigo da validação publicado na Revista Referência António Fernando Amaral    

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ANEXO II – Parecer da Comissão de Ética do HDFF,EPE

e autorização do Conselho de Administração do

HDFF,EPE para aplicação do Instrumento de Recolha de

Dados.

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Page 137: curso de mestrado em enfermagem de reabilitação declínio

 

 

ANEXO III – Termo de Consentimento Livre e Informado

para participação no estudo e Instrumento de recolha de

dados - Formulário InterRAI – CA – PT e Escala de

Morse para risco de queda.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E INFORMADO

Eu (nome em letra maiúscula),____________________________________________, abaixo-assinado, concordo em participar voluntariamente num estudo da autoria de José Manuel Santiago Aranha de Sousa, aluno do Mestrado de Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, cujo tema é “Declínio funcional e o risco de queda em doentes agudos internados no HDFF,EPE ”.

A minha participação consiste em colaborar no preenchimento de um questionário InterRai, constituído por nove secções, e na avaliação do risco de queda, na admissão e na alta.

Estou ciente de que terei:

1 - A garantia de receber esclarecimento em qualquer momento que julgar necessário, antes e durante a minha participação no estudo; 2 - A liberdade de retirar o meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo sem nenhuma consequência ou penalidade para mim; 3 - A segurança de que não serei identificado e que será mantido o carácter de anonimato das informações prestadas; 4 - Assegurado que as informações prestadas e os resultados delas decorrentes destinar-se-ão à apresentação e/ou publicação de trabalhos de carácter científico; 5 - Os resultados do estudo estarão disponíveis para mim por meio das divulgações científicas e diretamente através do investigador. A assinatura abaixo representa a minha anuência em participar no presente estudo.

Data: ___ / ___ / 2014

________________________________________________

(Assinatura do participante)

Forma de contacto com o participante (para envio de uma cópia do presente documento e/ou comunicação dos resultados):

Contacto com o autor do estudo:

E-mail: jmsasousa@ gmail.com

Telemóvel:963220426

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ESCALA DE MORSE PARA RISCO DE QUEDA 

Item

Escala Pontuação

Data

1. Historial de quedas neste internamento/urgência ou nos últimos 3 meses

Não 0

Sim 25

2. Diagnóstico(s) secundário(s)

Não

0

Sim 15

3. Ajudas para caminhar

Nenhuma / ajuda de enfermeiro / acamado /cadeira de rodas 0

Muletas/Canadianas/Bengala/Andarilho 15 Apoia-se no mobiliário para andar 30

4. Terapia intra venosa / cateter periférico com obturador / heparina

Não 0

Sim 20

5. Postura no andar e na transferência

Normal/ acamado /imóvel 0 Debilitado 10

Dependente de ajuda 20

6. Estado Mental Consciente das suas capacidades 0 Esquece-se das suas limitações 15

Total

Nível de Risco Escala de MorsePontuação Ação

Sem, Risco 0 – 24 Bons cuidados de enfermagem

Baixo Risco 25 – 50 Intervenções padrão de prevenção de quedas

Alto Risco ≥ 51 Intervenções de prevenção de quedas de alto risco

1ª Avaliação – Primeiras 24 horas de internamento 2ª Avaliação – Dia da alta clinica

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