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Curso de Pericias Médicas Introdução

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Introdução a curso de pericias médicas

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INTRODUÇÃO A CONCEITOS E FUNÇÕES DA PERÍCIA

MÉDICA

JOSÉ RICARDO DE PAULO XAVIER VILELA

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PÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIA MÉDICA

José Ricardo de Paula Xavier Vilela

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

SEMIOLOGIA APLICADA À PERÍCIA MÉDICA

• CARDIOVASCULAR• RESPIRATÓRIA, HEPÁTICA E RENAL• ORTOPEDICA• NEUROLÓGICA• OTORRINO• OFTALMO• ONCOLOGIA• PSICOPATOLOGIA / PSIQUIATRIA FORENSE

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Page 4: Curso de Pericias Médicas Introdução

JURÍDICA

• ÉTICA

• RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL

• PERÍCIA PARA AVALIAÇÃO DO DANO

• ERRO MÉDICO

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

MEDICINA DO TRABALHO

• DOENÇAS OCUPACIONAIS E A SUA RELAÇÃO COM A PERÍCIA

• PERÍCIA DO LOCAL DE TRABALHO

• NORMAS REGULAMENTADORAS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO ( COM FOCO EM PERÍCIA )

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

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CIENTÍFICA

• EPIDEMIOLOGIA APLICADA À PERÍCIA MÉDICA

• METODOLOGIA CIENTÍFICA

• SEMINÁRIO DE MONOGRAFIA

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

PERÍCIAS

• JUDICIAL

• PREVIDENCIÁRIA

• ADMINISTRATIVA

• SECURITÁRIA

• MÉDICO-LEGAL

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Page 6: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIA• ETIMOLOGIA-

Peritia,ae: conhecimento adquirido pelo uso; Peritus,a,um- que sabe por experiência

• DEFINIÇÕES:a) Geral: Exame de situações ou fatos, relacionados a

coisas ou pessoas, realizado por um ou maisespecialistas na matéria, com objetivo de elucidardeterminados aspectos técnicos.

b) CPC (Em que consiste) – Art 420 –

A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação

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PERITO - ÓTICA DO JUDICIÁRIO

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito

§ 1° (...) profissionais de nível universitário devidamenteinscritos no órgão de classe(...)

§ 2° (...) comprovarão sua especialidade na matéria sobreque deverão opinar, mediante certidão do órgão de classe

§ 3° (...) onde não houver profissionais qualificados (...) seráde livre escolha do juiz

A PERÍCIA PODE SER SOLICITADA POR UM JUIZ EM SEU AUXÍLIO A QUALQUER RAMO DO CONHECIMENTO

TÉCNICO-CIENTÍFICO

PERÍCIA MÉDICAATO MÉDICO, REALIZADO :

1. Por requisição formal de autoridade policial ou judiciária, para formação de convicção, na execução de suas funções (JUDICIAL, MÉDICO LEGAL)

2. Em cumprimento a normas legais ou estatutárias –(PREVIDENCIÁRIA, ADMINISTRATIVA)

3. Para atender a previsões contratuais ou dirimir dúvidas em contratos referentes a seguro e planos de saúde (SECURITÁRIA)

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PERÍCIA MÉDICA• NECESSÁRIA ( OBRIGATÓRIA) QUANDO IMPOSTA POR :

LEI ( INSS, ESTATUTO DE SERVIDOR,ETC)NATUREZA DO FATO

• FACULTATIVA :SE NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL , E/OU A PROVA PODE SE DAR POR OUTROS MEIOS

• OFICIALDETERMINADA POR JUIZ DE OFÍCIO

• REQUERIDASOLICITADA PELAS PARTES ENVOLVIDAS

• DIRETATENDO PRESENTE O OBJETO DA PERÍCIA

• INDIRETAREALIZADA POR INDÍCIOS OU SEQÜELAS DEIXADAS

AUTORSEGURADO

USUÁRIO FUNCIONÁRIO

TRABALHADOR

PARTICULARESSEGURADORA

PLANO DE SAÚDEINSTUTIÇÕES OFICIAIS

EMPRESAS

ASSITENTE TÉCNICO

ASSITENTE TÉNICO

DO JUIZ

SEGURADORA PERITO ORG. ESTATUTÁRIO

DO INSS

CONFLITO

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HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

INTERFACE ENTRE A LEGISLAÇÃO E A ATIVIDADE MÉDICA

• 2111-2084 a.C.-Leis do Rei UR-NAMU –Um artigo (art.625) sobre a atuação do médico

• 2067-2025 a.C.- Código de HAMURABI-Nove art. sobre o atuar médico e suas obrigações

• 1248 a.C. -CHINA - Obra “SI YUAN LU”(do Juiz SONG TS’EU) . A primeira de caráter pericial (mais voltada para medicina legal).Registro de levantamentos de locais de mortes violentas

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

• EGITO ANTIGO E OUTRAS SOCIEDADES BASEADAS NO PODER RELIGIOSO

Prática que se confunde com a religião, com menos chances de interface com a vida civil

• GRÉCIA – HIPÓCRATESA prática médica muda o caráter religioso para o civil. Se estabelecem por postulados ético-morais: apesar de ternão ter o peso da lei, são critérios que podem ser aferidos

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HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

ROMAA atividade médica tinha caráter servil –com dispositivos previstos pela Lei das XII Tábuas

EXEMPLOS ENCONTRADOS:• Adriano e Justiniano utilizaram-se de conhecimentos médicos para

esclarecer fatos de interesse da Justiça• O papiro Abbot (130 d.c.) é um autêntico laudo médico. Elaborado

por Caio Valeriano, às propósito de ferimentos na cabeça de um indivíduo chamado Mysthorion

• O médico Antísio examinou o corpo de Júlio César para determinar que, de todos os ferimentos que foi vítima, apenas um foi o mortal

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

• SÉC. II ao X- BAIXA IDADE MÉDIAPoder religioso se sobrepõe ao civil- pouca informação sobre atividade pericial

• SÉC IX- CARLOS MAGNO-Leis Capitulares, Sálicas e GermânicasDeterminava a apreciação do Perito Médico em ocorrências de lesões corporais, suicídios, homicídios, violências sexuais, zoofilias, etc.

• SÉC. XI-Ressurgimento dos Princípios do Direito RomanoCom ele novos vestígios de Perícia Médica

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HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

SÉC XIII (1209) – PAPA INOCÊNCIO IIILEGISLAÇÃO CANÔNICA PREVÊ REALIZAÇÃO DE “PERÍCIA MÉDICA”

- PROFISSIONAIS MÉDICOS PASSAM A SER CONVIDADOS A VISITAR FERIDOS À DISPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS.

SÉC XIII (1234) – DECRETAIS DO PAPA GREGÓRIO IXORDENAVA A REALIZAÇÃO DE PERÍCIAS MÉDICAS PARA COMPROVAÇÃO

DE IMPOTÊNCIA ABORTO, LESÕES CORPORAIS, ETC.

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

SÉC XIII (1234) – DECRETAIS DO PAPA GREGÓRIO IX

“PERITORUM INDICIO MEDICORUM” –A OPINIÃO MÉDICA PASSA A SER REQUISITO INDISPENSÁVEL PARA

DECIDIR, ENTRE VÁRIAS LESÕES, AQUELA CUJO RESULTADO SERIA MORTAL

“DE PROBATIONE” –DETERMINAVA A NULIDADE DO CASAMENTO QUANDO, APÓS EXAME

MÉDICO DA MULHER, ESTE REVELAVA A NÃO CONSUMAÇÃO DA CONJUNÇÃO CARNAL

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Page 12: Curso de Pericias Médicas Introdução

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

Direito Canônico- Também para os casos de “erro médico”, o Direito Canônico passa a exigir provas concretas de falhas e exames minuciosos para condenação.

- Os Médicos passam a participar na elaboração das legislações relacionadas à responsabilidade médica, constando descrições anatômicas de ferimentos e valores das indenizações, calculadas de acordo com a gravidade e localização das lesões.

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

SÉC XVI• 1521- Necrópsias forenses-

Quando o Papa Leão X morreu com suspeita de envenenamento, seu corpo foi necropsiado

• 1525- Início da Medicina Legal Prática -ITÁLIA, com o “Edito della Gran Carta della Vicaria de Napoli”.

• 1532- “Constitutio Criminalis Carolina”CARLOS V (Imperador da Alemanha)- Passa a exigir a presença de peritos médicos nos vários tipos de delito

• 1575- Ambroise Paré lança “Des rapports et des Moyensd’Embaumer les Corps Morts”, considerado o 1º Tratado de Medicina Legal e Ambroise Paré o “Pai da Medicina Legal”.

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Page 13: Curso de Pericias Médicas Introdução

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

Séc XVIIFortunatus Fidelis (1602) em Palermo-O Tratado mais completo e detalhado sobre perícia até entãoPaolo Zacchias- Questiones Medico Legales Opus JuriperitisMaxime Necessarium Medicis Perutile. Pelas características do

trabalho, é considerado o verdadeiro Pai da Medicina Legal

Séc XVIIIComeça a diferenciação do erro por falta de recursos tecnológicos daqueles cometidos por Imperícia,Imprudência ou Negligência

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

Séc XIX• 1818- Criado em Viena o 1º Inst. Medico Legal• 1821- Mathieu Joseph Bonaventure Orfila cria a

“Toxicologia Forense”• A Academia de Medicina de Paris (1829) proclama

a “responsabilidade moral dos médicos”.• Philippe Pinel, Jean Etiene Dominique e Esquirol

estruturam a “Psiquiatria Forense”

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Page 14: Curso de Pericias Médicas Introdução

HISTÓRICO DA PERÍCIA MÉDICA

SÉC. XX- SURGIMENTO DAS ESPECIALIDADES MÉDICAS

PERÍCIA JUDICIAIS- JUNTAS DE SAÚDE NOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS

PERÍCIAS ADMINISTRATIVAS- CRIAÇÃO DO INPS (depois INSS) NOS ANOS 60

UM TIPO DE PERÍCIA ADMINISTRATIVA: PERÍCIA PREVIDENCIÁRIA

- NECESSIDADES ESPECIAIS DAS SEGURADORAS

PERÍCIA SECURITÁRIA

PERITO MÉDICOCARACTERÍSTICAS DE UMA BOA

ATUAÇÃO PERICIAL• GERAIS:

SER JUSTO PARA NÃO NEGAR O QUE É LEGÍTIMO, NEM CONCEDER GRACIOSAMENTE O QUE NÃO É DEVIDO

• ESPECÍFICAS:A CIÊNCIA (MÉDICA), A VERACIDADE DO TESTEMUNHO E A EQÜANIMIDADE DO JUIZ

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Page 15: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIA MÉDICA

• CIÊNCIASistematiza técnicas e métodos para um objetivo determinado, que é próprio apenas dela e para atingir um objetivo que diz respeito apenas a ela

• ARTEModifica os métodos de investigação, aproveitando-se também do potencial do momento, para a expressão da verdade – métodos esses nem sempre sistematizáveis

Capítulo XI - AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICAÉ vedado ao médico:

• Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal, quando não tenha realizado pessoalmente o exame.

• Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.

• Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório.

• Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios.

• Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor

• Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.

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Page 16: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERITO E O CFM

• Proc. Ético-Profissional CFM 025/97- (...) I-Não comete falta ética o médico do trabalhoque, após examinar o trabalhador, constatacapacidade laborativa na vigência de atestadode outro médico.

• Proc. Ético-Profissional CFM 160/98- (...)I-O médico perito não comete ilícito ético aodiscordar de atestado do médico assistente

PERÍCIA JUDICIAL

JUIZ

PERICIANDO

PARTE DEMANDADA

ASSISTENTE TÉCNICO

PERITO DO

JUIZO

ASSITENTETÉCNICO

EXAME

ADVOGADO ADVOGADO

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Page 17: Curso de Pericias Médicas Introdução

COMPARAÇÕES ENTRE ATIVIDADES MÉDICAS PERICIAIS E ASSISTENCIAIS

• QUANTO AO TIPO DE CONHECIMENTO

• QUANTO AO EXAME

• QUANTO AO EXAMINADO

MÉDICO ASSISTENTE PERITO

SEMIOLOGIA VISA DIAGNÓSTICO PARA PROPOR TRATAMENTO, E ES-TABELECER PROGNÓSTICO

BUSCA COERÊNCIA E A CONSISTÊNCIA ENTRE QUEIXAS E ACHADOS

CONHECIMENTO PSICOPATOLOGIA

FUNDAMENTAL APENAS SE FOR PSIQUIATRA

DESEJÁVEL PARA TODOS OS PERITOS

MEDICINA DO TRABALHO

FUNDAMENTAL APENAS SE FOR MEDICO DO TRABALHO

DESEJÁVEL ONDE HÁ INTERFACE

NOÇÕES DE DIREITO

NÃO É NECESSÁRIO É FORTEMENTE ACON-SELHÁVEL

LEGISLAÇÃO E/ OU CONTRATOS

NÃO É NECESSÁRIO CONHECIMENTO MAIS PROFUNDO NO ÃMBITO DA PERÍCIA QUE ATUA

CONHECIMENTO DE TERAPEUTICA

INDISPENSÁVEL DENTRO DA ESPECIALIDADE

É MUITO ÚTIL

PROGNÓSTICO MUITO IMPORTANTE MUITO IMPORTANTE

QUANTO AO CONHECIMENTO

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Page 18: Curso de Pericias Médicas Introdução

MÉDICO ASSISTENTE PERITO

VISA RESTABELECER A SAÚDE E O BEM-ESTAR OU PREVINIR DOENÇA

EXAME SOB DEMANDA OU EM CUMPRIMENTO A NORMAS

CONSULTA PERÍCIAPACIENTE PERICIANDO (PERICIADO, AUTOR)

ANAMNESE, EX. FÍSICO, EX. COMPLEMENTARES TRADICIONAIS

TÉCNICAS ESPECÍFICAS PARA ENTREVISTA E EXAME FÍSICO

SIGILO LAUDO OU PARECER PÚBLICOS (EXCETO SE DETERMINADO PELA JUSTIÇA )

TODOS OS DADOS OBSERVADOS E DE ACOMPANHAMENTO DEVEM

SER REGISTRADOS

REGISTRO APENAS DOS DADOS RELEVANTES PARA OS FINS DA

PERÍCIALIBERDADE DE ESCOLHA PERITO DETERMINADO PELO

SERVIÇO OU PELA JUSTIÇA

COMPROMISSO C/ O PACIENTE COMPROMISSO COM OS FATOS

QUANTO AO EXAME

ALGUMAS PECULIARIDADES DO EXAME PERICIAL

ATENÇÃO À:• APRESENTAÇÃO (Padrões estereotipados)• COMPORTAMENTOS DE ACOMPANHANTES

EM PERÍCIAS QUE ENVOLVEM TRABALHO• SITUAÇÃO DAS MÃOS• ODORES• PIGMENTOS, MARCAS OU QUAISQUER SINAIS

SUGESTIVOS DE ATIVIDADES ESPECÍFICAS

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Page 19: Curso de Pericias Médicas Introdução

COMPETÊNCIAS MÉDICO-PERICIAIS (NUÑES, CORTES ET AL, 2006)

GRUPO DE COMPETÊNCIAS

COMPETÊNCIAS

I

SABER O QUE TEM QUE FAZER

•CIÊNCIAS BÁSICAS•CIÊNCIAS CLÍNICAS

•HABILIDADDES CLÍNICAS•PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E

TERAPEUTICOS•PROMOÇÃO DE SAÚDE

•CIÊNCIAS SOCIAIS

II

SABER COMO TEM QUE FAZER

•COMUNICAÇÃO•RACIOCÍNIO, JUÍZO CLINICO, TOMADA

DE DECISÕES•ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO

GRUPO DE COMPETÊNCIAS

COMPETÊNCIAS

III

SABER QUEM

TEM QUE FAZER

RESPONSABILI-DADE PESSOAL, ÉTICA E LEGAL

- ATITUDE PROFISSIONAL

- ASPECTOS ÉTICOS, LEGAIS E DE CONDUTA

- ASPECTOS SOCIAIS

- Respeitar o periciando; transmitir informações de forma compreensível;

- Respeitar a vontade do periciando; reconhecer os limites das informações disponíveis;

- Saber utilizar o método correto para solução de conflitos éticos;

- Reconhecer a importância do consentimento informado, do direito de intimidade;

- Atuar idoneamente diante de erros médicos; etc

PROFISSIONA-LISMO NO

SISTEMA DE SAÚDE

COMO:-INVESTIGADOR

-DOCENTE

-GESTOR

-MEMBRO DE EQUIPE

- Aplicar o método científico;- Estar em constante aprimoramento técnico;

- Gerar o máximo de eficácia no informe pericial;- Buscar aprender de outros profissionais;

- Atuar na solução de conflitos entre recursos e necessidades

DESENVOLVI-MENTO

PROFISSIONAL

-AUTOCRÍTICA E AUTOAVALIAÇÃO

-APRENDIZAGEM AUTONOMA

-CUIDADO PESSOAL

-MOTIVAÇÃO

-Comportamento reflexivo, criticando-se e auto-avaliando-se;

- Reconhecer seus limites, definir objetivos pessoais e identificar áreas onde precise de aprimoramento;

- Avaliar o impacto de sua atividade na saúde pessoal e alheia; conhecer fatores motivadores

relevantes.

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Page 20: Curso de Pericias Médicas Introdução

CARACTERÍSTICAS DO “EXAMINANDO”

NA CONSULTA NA PERÍCIAEMPATIA E CONFIANÇA

O MÉDICO PODE PRESERVAR OU DEVOLVER ALGO

VALIOSO (SAÚDE, BEM ESTAR,TEMPO DE VIDA,etc)

DESCONFIANÇA E RESISTENCIA

A PERÍCIA PODE SIGNIFICAR UM ENTRAVE A UMA EXPECTATIVA DE

DIREITO (APOSENTADORIA, GANHO PECUNIÁRIO, EMPREGO, CNH, etc

TENDÊNCIA A INFORMAR O MAIS

PRÓXIMO DA VERDADE

TENDÊNCIA A SIMULAR(NAS SUAS DIVERSAS FORMAS)

OU DISSIMULAR

O PERICIANDO• Ao contrário de outras situações médicas com as quais já

está acostumado, vê a dupla com interesses situados emlados opostos tendência ao conflito

• O perito é alguém que deve não considerar o seu interesse– pode até considerar que o perito tenha outros interesses

• O perito é visto como o representante de uma autoridadeausente – cujos interesses podem ser diversos dos seus

• O periciado não está interessado em alívio para seusofrimento (físico ou mental) mas em outras providênciasque, como ele imagina, possam “melhorar” a sua vida.

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Page 21: Curso de Pericias Médicas Introdução

PRINCÍPIOS DA RELAÇÃO MÉDICO –PACIENTE/PERICIADO

PERITO ASSISTENTE

AUTONOMIA SIM SIM

BENEFICÊNCIA NÃO SIM

NÃO-MALEFICÊNCIA

SIM SIM

PRIVACIDADE NÃO SIM

SIMULAÇÃO

• CONCEITO

A característica fundamental da simulação é a falsidade intencional,

incentivada por algum tipo de vantagem

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Page 22: Curso de Pericias Médicas Introdução

DSM-IV

• A característica essencial da simulação é a produção intencional de sintomas fisicos ou psicológicos falsos ou amplamente exagerados, motivada por incetivos externos tais como esquivar-se do serviço militar, fugir do trabalho, obter compensação finaceira, evadir-se de processos criminais ou obter drogas. Sob algumas circunstâncias , a simulação pode representar um comportamento adaptativo –fingir doença em tempo de guerra.

HISTÓRIA

• BÍBLIA – I SAMUEL CAP 21, 10-15Davi foge de Saul para Áquis (rei de Gate). Os servos de Áquis o reconheceram, o que deixou Davi com muito medo de Áquis, (...)

“Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia de doido, esgravatava nos postigos das portas, e deixava correr a saliva pela barba.Entãodisse Áquis a seus servos: Bem vedes que este homem está louco; porque mo trouxestes a mim?”

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Page 23: Curso de Pericias Médicas Introdução

HISTÓRIA• Na Grécia diz-se que Ulisses simulou insanidade

para evitar servir na Guerra de Tróia;

• No século II d.C. Galeno escreveu o “Tratadosobre doenças fictícias e sua detecção”;

• No século XVII, Paolo Zacchias, escreve sobre a loucura que:

“não existe doença mais facilmente simulada, oumais difícil de detectar.”

HISTÓRIA• MAQUIAVEL. O Príncipe

(...)Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho . (Cap XVII)

(...)Mas é necessário saber bem disfarçar esta qualidade e ser grande simulador e dissimulador: tão simples são os homens e de tal forma cedem às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar. (Cap XVIII)

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Page 24: Curso de Pericias Médicas Introdução

Epidemiologia

• A simulação não é conceituda como um diagnóstico médico ou psiquiátrico. Está prevista no CID-10 Z76-5(pessoa fingindo ser doente- simulação consciente)

• Não há um relato sistemático de casos de simulação, daí dados epidemiologicos confiáveis inexistirem praticamente

• A resistência dos médicos de taxarem seus clientes como mentirosos e a preocupação quanto a responsabilidade legal dificultam a coleta de dados

Epidemiologia• 1% de atendimentos civis de rotina• 5% de atendimentos na prática militar• 20% se o atendimento ocorre em ambiente de

litígio ( como em avaliações periciais)• 50% de crianças com transtornos de conduta

• “Estima-se que um indivíduo médio minta em média duas vezes por dia- apesar da presunção de TOTAL honestidade por parte dos outros”

(Tratado de Psiquiatria – H. Kaplan & B. Sadock, vol.2, 1999)

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Page 25: Curso de Pericias Médicas Introdução

DSM-IV

A simulação deve ser fortemente suspeitada quando é percebida qualquer combinação dos seguintes fatores:

1) contexto médico-legal da apresentação ( por exemplo, o indivíduo é encaminhado por um advogado para examemédico)

2) acentuada discrepância entre o sofrimento ou deficiênciaapontados pelo individuo e os achados objetivos

3) Falta de cooperação durante a avaliação diagnóstica e de adesão ao regime de tratamento prescrito

4) Presença de um transtorno da personalidade anti-social

Simulaçãox

transtorno factício

• Na simulação observa-se o desejo consciente de obter vantagens ou resultados ambientais

• No transtorno factício observam-se necessidadesintrapsíquicas que se manifestam como um desejopraticamente irresistível de assumir o papel de enfermo, na falsificação intencional da doença

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Page 26: Curso de Pericias Médicas Introdução

Simulaçãox

Trastorno Somatoforme

• Nos transtornos somatoformes não se observa o componente volitivo da simulação

• Um conflito emocional básico parece sertransformado,inconscientemente,em algum tipode manifestação física

Definições de subtipos de simulação

• Há sugestões de que a simulação seja considerada como algo que se manifesta ao longo de um continuum nas dimensões de:

• 1)grau de intencionalidade ; • 2)grau de exagero dos sintomas envolvidos• 3)grau de prejuízo real(se houver)

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Page 27: Curso de Pericias Médicas Introdução

Definições propostas• Simulação pura –

Falsificação de uma doença ou incapacidade quando ela não existe

• Simulação parcial –1. Super-simulação –

Exagero consciente de sintomas que , de fato, existem 1. Meta-simulação -

Persistencia intencional de sintomas que existiram, após a resolução da doença

Outras formas• ADULTERAÇÃO DE DADOS-

De diagnóstico ou de registros para simular um transtorno; Automutilação; Acréscimo ou remoção de substâncias de amostras laboratóriais; Rasuras ou ajustes de resultados de laboratório, instrumentos diagnósticos e documentos legais da história médica

• DISSIMULAÇÃO-• Ocultação ou minimização de sintomas realmente

existentes

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Page 28: Curso de Pericias Médicas Introdução

Outras formas• ENCENAÇÃO DE EVENTOS-

Eventos cuidadosamente planejados, orquestrados e executados pelo indivíduo, tendo como resultado um dano real ou uma explicação verossímil para umaincapacidade que será simulada mais tarde

• SIMULAÇÃO OPORTUNISTA-exploração de um evento de ocorrência natural oucondição médica preexistente para obter algum tipo de vantagem

Detecção da simulação

• Indícios para auxiliar na detecção da simulação vêm sendo procurados há pelo menos 3000 anos

• O médico deve confiar principalmente em suas habilidades de entrevistador para detectar a simulação

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Page 29: Curso de Pericias Médicas Introdução

Aspectos clínicos e diagnósticos

• Em seu Medical Jurisprudence de 1823, Beck descreveu os três contextos que mais estimularam o comportamento simulador em toda a história

• Medo

• Vergonha

• Esperança de ganho

No século XX

• 1) Evitar responsabilidade criminal, julgamento e punição

• 2) Evitar serviço militar ou obrigações particularmente perigosas

• 3) Ganho financeiro• 4) Facilitação de transferência da prisão para o

hospital• 5) Hospitalização• 6) Busca de drogas

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Page 30: Curso de Pericias Médicas Introdução

Detecção de engodo

• A ânsia do perpetrador de confessar-se culpado parece maior logo após a transgressão

• A simulação intencional torna-se mais difícil de manter à medida que a entrevista de avaliação se torna cada vez mais longa

• Mentirosos frequentemente falam com um timbre elevado, cometem erros de gramática e incorrem em lapsos de linguagem

Detecção de engodo

• Mentiras planejadas são mais dificeis de detectar

• Exagerar de maneira histriônica seus sentimentos falsos

• Expressão facial e contato visual são maus indicadores de honestidade

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Page 31: Curso de Pericias Médicas Introdução

DEFICIÊNCIAVariação anatômica ou fisiológica, que pode ser congênita,

resultante de seqüela ou trauma, doença, mudançametabólica ou processo de envelhecimento

- É determinada por médico à partir do exame clínico e métodos propedêuticos habituais.

INCAPACIDADEInabilidade para executar tarefas ou funções

– É uma estimativa de extensão ou efeito da deficiência. Deve-se levar em consideração idade, escolaridade e todo o

contexto sócio-econômicoINVALIDEZ

Incapacidade para o trabalho não suscetível de reabilitaçãopara o exercício de atividade que lhe garanta subsistência

INCAPACIDADETEMPORÁRIA Afastamento Temporário ou

PARCIAL Atividade que possa realizarDEFINITIVA Readaptação Funcional ou

Afastamento Definitivo

TOTAL TEMPORÁRIA Afastamento TemporárioDEFINITIVA Afastamento Definitivo

Na ótica do TRABALHO: - MULTIPROFISSIONAL - OMNIPROFISSIONAL

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Page 32: Curso de Pericias Médicas Introdução

AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE

• HOMEM PARAPLÉGICO DE 50 ANOS , TRABALHADOR BRAÇAL, ESCOLARIDADE 6ª SÉRIE I DO GRAU, NÍVEL SÓCIO- ECONÔMICO BAIXO, FAMILIARES COM POUCACONDIÇÃO DE APOIO.

• INCAPACIDADE TOTAL DEFINITIVA

AVALIAÇÃO DE INCAPACIDADE

• HOMEM PARAPLÉGICO DE 25 ANOS, ANALISTA DESISTEMAS, ESCOLARIDADE SUPERIOR COMPLETO, NÍVEL SÓCIO- ECONÔMICO ALTO, FAMILIARES COM MUITACONDIÇÃO DE APOIO.

• INCAPACIDADE PARCIAL DEFINITIVA

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Page 33: Curso de Pericias Médicas Introdução

OMS (1980) Conceitua o deficiente como uma pessoa incapaz ou seja, que apresenterestrição para realizar uma atividade dentro dos parâmetros normais; seria dotada de uma

perda ou anomalia de uma estrutura anatômica ou psicológica, ou portadora de uma deficiênciaou, estaria um individuo em desvantagem por apresentar-se em situação de redução de uma

determinada atividade em virtude de uma deficiência.

A mesma OMS (1999) revisa essa complicada conceituação, sugerindo definir um pessoadeficiente, quando apresenta-se com restrições anatômicas e funcionais impossíveis de seremcorrigidas ou compensadas pelos meios que a sociedade possui e que possa ser colocadas emprática. Porém todas as tentativas chocam pela impressão pejorativa que oferecem.

Estas conceituações genéricas não atingiram os propósitos pretendidos quais sejam-caracterizar uma pessoa portadora de uma deficiência para o trabalho.

É nesta oportunidade que a OIT através de sua Convenção nº 159, editada em 1983, e adotadapela legislação brasileira por meio do Decreto 129/91, define claramente que “pessoaportadora de deficiência para o trabalho é aquela que se encontra substancialmente limitadapara conseguir, permanecer ou progredir no emprego em decorrência de reconhecida

desvantagem física e/ou mental”.

E portanto com base nesse conceito calcula-se que cerca de 8% da população mundialeconomicamente ativa são representadas por portadores de alguma deficiência.

PARA SOCIÓLOGOS E PSICÓLOGOS DO TRABALHO

“Uma das formas que o indivíduo utiliza para se reconhecer como membro de uma coletividade é a sua atividade profissional”

“Não há nada mais invalidante do que o afastamento prolongado do trabalho.”

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Page 34: Curso de Pericias Médicas Introdução

“(...) Especialistas bem distantes das preocupações Freudianas, como os sociólogos do trabalho ( em particular R. Sainsaulieu), frequentemente chamaram a atenção para o fato de que o homem sem trabalho ou não reconhecido em seu trabalho, ou ainda não encontrando nenhum interesse em seu trabalho, está próximo da depressão e comumente chega a esse ponto de ruptura. Pois o trabalho, em nossa sociedade, é o modo privilegiado de fazer uma obra (por menor que ela seja), de existir, de ter (ou de pensar ter) uma identidade.O trabalho é, atualmente, o melhor método para vencer a loucura. Quando ele está ausente, a falta de rumo e de sentido se instalam com seu cortejo de ódio, de depressão de álcool e drogas.”

• Eugène Enriquez. In: Araújo, J.N.G; Carreteiro, T.C. Cenários Sociais e Abordagem Clínica, 2001. Ed. Escuta

APROVEITAMENTO DA CAPACIDADE DE TRABALHO

• Benefícios compensatórios:– aposentadoria por invalidez; – aposentadoria por idade;– auxílio-doença; – salário-maternidade;– pensão por morte; – auxílio-reclusão.

• Benefícios indenizatórios:– auxílio-acidente.

• Prestação de serviços:– serviço social;– reabilitação profissional.

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Page 35: Curso de Pericias Médicas Introdução

Gonzaguinha(Um Homem Também Chora)

(..........)

Um homem se humilha

Se castram seu sonho

Seu sonho é sua vida

E vida é trabalho...

E sem o seu trabalho

O homem não tem honra

E sem a sua honra

Se morre, se mata...

Não dá prá ser feliz

Não dá prá ser feliz

(..........)

APROVEITAMENTO DA CAPACIDADE DE TRABALHO

• Constituição Federal-Art 7º, XXXI ; Art 37º, VIII ; Art 203, IV

• Leis Federais• Lei nº 7.853 de 24.10.89 – Sobre o apoio aos deficientes.• Lei nº 8112 de 11/12/90 – Regime Jurídico dos Servidores Públicos

Civis da União- ( ver Art 8º, V ; Art 24º §2º)• Dec Federal 357 de 17/12/91 – Regulamento dos Benefícios da

Previdencia Social (Art 72, Art 77, Art 212, Art 213, Art 215, Art 224)• Lei nº 8.213 de 24.07.91 – Obrigação das empresas dedicar 2 à 5%

das vagas para deficientes. (Ver Art 62, Art 89, Art 92 e Art 930)

33

Page 36: Curso de Pericias Médicas Introdução

• Decreto nº 914 de 06.09.93 – Caracteriza o portador de deficiência.

• Portaria nº 4.677 de 29.07.98 – Estabelece o preenchimento de 2 à 5% das vagas por deficientes. Caracteriza o deficiente habilitadonão vinculado ao RGPS.

• Resolução nº 630 de 20.10.98 – Estabelece a sistemática de fiscalização. Avaliação e controle para assegurar o preenchimentodas vagas destinadas aos deficientes.

• Ordem de serviço Conjunta 90 de 27.10.98 – Estabelece as categorias das deficiências.

• Decreto nº3.298 de 20.12.99 – Estabelece a Política Nacional para integração de pessoa portadora de deficiência. (Regulamenta a Lei nº 7.853 de 24.10.89).

• Decreto nº 3048 de 1999 -

Legislação em Reabilitação• Dec 3048/99 Art. 136.• A assistência (re)educativa e de (re)adaptação

profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.

34

Page 37: Curso de Pericias Médicas Introdução

Legislação em Reabilitação

• § 1º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a prestação de que trata este artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços especializados.

Legislação em Reabilitação

• Art.316. O Instituto Nacional do SeguroSocial, de acordo com as possibilidadesadministrativas e técnicas das unidadesexecutivas de reabilitação profissional,poderá estabelecer convênios e/ou acordosde cooperação técnico-financeira, paraviabilizar o atendimento às pessoasportadoras de deficiência.

35

Page 38: Curso de Pericias Médicas Introdução

Legislação em Reabilitação• Dec 3048/99 Art. 317.• Nos casos de impossibilidade de instalação de órgão ou

setor próprio competente do Instituto Nacional do Seguro Social, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das atividades e atendimento adequado à clientela da previdência social, as unidades executivas de reabilitação profissional poderão solicitar a celebração de convênios, contratos ou acordos com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, ou seu credenciamento, para prestação de serviço, por delegação ou simples cooperação técnica, sob coordenação supervisão dos órgãos competentes do Instituto Nacional do Seguro Social.

EPIDEMIOLOGIA COMO FERRAMENTA DO PERITO

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

1º TRIM 2º TRIM 3º TRIM 4º TRIM 1º TRIM 2ºTRIM 3º TRIM 4º

LESÃO MMIILOMBALGIALESÃO MMSS

36

Page 39: Curso de Pericias Médicas Introdução

ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSALPENSAMENTO ANALÍTICO• Os eventos devem ter uma independência lógica

• A(s) causa(s) deve(m) anteceder temporalmente o efeito

• Deve haver:

1) Uma relação assimétrica e unidirecional, com variáveis exógenas

2) Controlabilidade

3) Previsibilidade

4) Uma teoria relevante que justifique a relação

ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL

PENSAMENTO SISTÊMICO

• SISTEMA - definido como um complexo de elementos em interação = considerar não apenas uma causa que leve a determinado efeito, mas todas as que potencialmente com ele podem se relacionar.

• Um efeito pode ser visto como decorrente de uma série de combinações de causas, provenientes de muitas direções

37

Page 40: Curso de Pericias Médicas Introdução

ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL

CausaCausa 1

Causa 2

Sub-causa

Sub-causa2

Sub-causa1

Contexto onde está o efeito

Efeito

Categoria

Categoria

ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL

• Efeito: É o objeto da avaliação para estabelecimento de nexo causal

• Categoria: representa os principais grupos de fatores relacionados com efeito. As flechas são desenhadas inclinadas, as pontas convergindo para o eixo central

• Causa: Causa potencial, dentro de uma categoria que pode contribuir com o efeito. Uma categoria pode ter mais do que uma causa. As flechas são desenhadas em linhas horizontais, aportando para o ramo de categoria.

• Subcausa: Causa potencial que pode contribuir com uma causa específica. São ramificações de uma causa, podendo haver mais de uma sub-causa para umacausa.

38

Page 41: Curso de Pericias Médicas Introdução

TIPOS DE PERÍCIA

MÉDICO-LEGAIS

JUDICIAIS

ADMINISTRATIVAS

PREVIDENCIÁRIAS

SECURITÁRIAS

TIPOS DE PERÍCIA

MÉDICO-LEGAIS

JUDICIAIS

• Solicitadas por uma autoridade

• Esclarecimentos de aspectos técnicosenvolvendo a área médica, em um

contexto legal

39

Page 42: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIAS MÉDICO-LEGAISSolicitada na Instrução do Processo por autoridade

(delegado de polícia, Promotor de Justiça ou Juiz de Direito),

antes da denúncia pelo representante do MinistérioPúblico

Realizada por: • Médicos Legistas Oficiais

(Polícia Civil, Poder Judiciário,Ministério da Justiça, Faculdades de Medicina, etc) ou “ad hoc”

• Médicos Legistas do Ministério Público

PERÍCIA JUDICIAL (FORENSE)

Solicitada no curso de uma ação judicial que requeiraprova pericial médica, em processos:

• Criminais- Médicos LegistasMédicos do Quadro de Peritos do Tribunal de Justiça

• Cíveis :Justiças Cível- Perito Nomeado pelo Juiz Justiça do Trabalho- Perito designado

(Médico do Trabalho necessariamente emcasos de Insalubridade e periculosidade)

Justiça Federal- Peritos designadosPeritos Credenciados

40

Page 43: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIA JUDICIAL

JUIZ

PERICIANDO

PARTE DEMANDADA

ASSISTENTE TÉCNICO

PERITO DO

JUIZO

ASSITENTETÉCNICO

EXAME

ADVOGADO ADVOGADO

PERÍCIA JUDICIAL EXAME PARA CURATELA

JUIZ

PERICIANDO

ASSISTENTE TÉCNICO

PERITO DO

JUIZO

EXAME

41

Page 44: Curso de Pericias Médicas Introdução

LAUDO PERICIALLAUDO –

do latim laudas,laudare,laudavi,laudatum-louvar, aprovar, celebrar, e que originou o “louvado”, que em termos jurídicos significa pessoa designada ou nomeada por autoridade judiciária para avaliar questão civil, trabalhista ou criminal- emitindo parecer.

Laudo se confunde do ponto de vista histórico com o perito louvado, escolhido por Reis, Imperadores e Príncipes para emitir opiniões em assuntos que tivessem conhecimento especializado.;

LAUDO PERICIAL

CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS DE UM LAUDO

• FUNDAMENTAÇÃO: Deve concluir uma impressãobaseado em FUNDAMENTOS e não em OPINIÕES;

• CLAREZA: Linguagem accessível;

• FIDELIDADE:Descrever a verdade, fundamentada empreceitos científicos;

• TOTALIDADE:Relato completo e exato, comentando todasas hipóteses viáveis;

• ILUSTRAÇÃO: Fotografias, esquemas e gráficos.

42

Page 45: Curso de Pericias Médicas Introdução

LAUDO PERICIAL

• IDENTIFICAÇÃO: Formal, de todos os presentes(Resumo dos Autos)

• HISTÓRIA CLÍNICA• EXAME MÉDICO• EXAMES COMPLEMENTARES• IMPRESSÃO (CONCLUSÃO) DIAGNÓSTICA

CONSIDERAÇÕES DIAGNÓSTICAS_______________________________________

• RESPOSTAS AOS QUESITOS: - Do Juiz- Das Partes

RISCOS A SEREM EVITADOS- Sentir-se na responsabilidade de “decidir” o processo- Envolvimento emocional, identificando-se com uma parte- Temor referencial c/ Juiz, preocupando-se c/ preciosidadestécnicas ou de linguagem dificultando o entendimento do

Juiz- Por ser legalmente mais adequada uma hipótese, deixar de

apresentar outras possibilidades que tenham sustentação- Quando quesitos levam a mais de uma hipótese

controversa, com a definição de uma delas dependendo de matéria de direito, querer o perito extrapolar a abordagem médica discutindo o caso à luz do direito

43

Page 46: Curso de Pericias Médicas Introdução

TIPOS DE PERÍCIA

ADMINISTRATIVAS

PREVIDENCIÁRIAS

• Realizadas em atedimentos a uma norma

(Lei de benefícios do INSS, Estatuto de ServidorPúblico, Legislação referente à concessão de CNH,

NR-7 ou qualquer outra norma)

PERÍCIA ADMINISTRATIVA1. INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

• Servidores Públicos (eventualmente são contratados)• Realizam exame de sanidade física e/ou mental nos

casos previstos nos Estatutos de Servidor:- Exames em processos administrativos disciplinares- Exames de admissão e exoneração- Demais exames visando capacidade de trabalho

FEDERALESTADUALMUNICIPAL

EXECUTIVOLEGISLATIVOJUDICIÁRIO

44

Page 47: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIA ADMINISTRATIVA

2. INSTITUIÇÕES PRIVADAS

• Em cumprimento à legislação específica

( CLT – NR . 7)

3. TRÂNSITO

• Concessão e Renovação de CNH, Avaliaçõespara habilitação especial

PERÍCIA PREVIDENCIÁRIA

• Para todos os trabalhadores do setor privado, apósperíodo de acompanhamento previsto na legislação peloMédico (Assistente ou do Trabalho)

• Realizado por Peritos Efetivos do Quadro do INSS

• Visa a concessão dos Benefícios Previstos em Lei

45

Page 48: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIAS ADMINISTRATIVA X PREVIDENCIÁRIA

DIFERENÇAS

• Universo potencial de usuários

• Proximidade com os serviços de Medicina do Trabalho e Medicina Assistencial

• Potencial para interferência nas normas envolvidas

• Potencial para interferência no processo de trabalho pericial

PERÍCIAS ADMINISTRATIVA X PREVIDENCIÁRIA

SEMELHANÇAS

• Avaliação da capacidade de trabalho,

• Reabilitação e readaptaação funcional

• Estabelecimento de Nexo Causal

• Enquadramento Legal

• Assistência Técnica em Perícias Judiciais

46

Page 49: Curso de Pericias Médicas Introdução

PERÍCIA SECURITÁRIA

• SEGURADORAS e PLANOS DE SAÚDE

• DIFERENÇA PRINCIPAL:Enquanto as anteriores realizam procedimentos ematendimento a normativos legais

-A Perícia Securitária visa enquadra uma situaçãomédica a um CONTRATO

-Existem procedimentos que são mais característicos da Perícia Securitária – como a avalação do dano

PERÍCIA SECURITÁRIA

• SEGURADORAS1. Avaliação de Doença Pré-Existente2. Valoração de dano para indenizações3. Avaliações de excludentes de pagamento4. Assistentes técnicos em Ações judiciais

• PLANOS DE SAÚDE1. Avaliação de Doença Pré-Existente2. Assistente Técnico em Ações Judiciais

47

Page 50: Curso de Pericias Médicas Introdução

DESAFIOS

1. AUMENTAR A PROXIMIDADE COM O JUDICIÁRIO

2. AUMENTAR A PROXIMIDADE COM O LEGISLADOR

De modo que as leis possam expressar o corretoentendimento do conhecimento médico, quantoà responsabilidade civil, capacidade laborativa, danos à saúde e, de modo especial, quanto à

terminologia utilizada

Obrigado!

48

Page 51: Curso de Pericias Médicas Introdução

Página de3

ANEXO

I.

RESOLUÇÃO CFM ".0 1.658/2002

Normatiza a emissão de atestados médicos e dá outras providências.

o Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela lei n.o 3.268, de30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n° 44.045, de 19 de julho de 1958, e

CONSIDERANDO a necessidade de reguJamen1ação de aspectos relacionados aoatestado médico;

CONSIDERANDO que o ser humano deve ser o principal alvo da atenção médica;

CONSIDERANDO o que preceitua a Lei n° 605, de 5 de janeiro de 1949, no parágrafo 2°de seu artigo 6°, referindo-se à comprovação de doença;

CONSIDERANDO o que determina a Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, acerca delicença -para tratamento de saúde, licença à gestante, licença-paternidade, licença poracidente em serviço e licença por motivo de doença em pessoa da família;

CONSIDERANDO o definido no Decreto n° 3.048/99, alterado pelos Decretos nos 3.112/99e 3.265/99, que aprova o Regulamento da Previdência Social e dá outras providências;

CONSIDERANDO os artigos 38, 44, 45 e 142 do Código de Ética Médica;

CONSIDERANDO que o artigo 80 do Código de Ética Médica determina que o médico ",ãopode submeter-se a restrições ou imposições que possam prejudicar a eficácia e acorreção de seu trabalho;

CONSIDERANDO que é vedado ao médico atestar falsamente sanidade ou atestar sem o

exame direto do paciente;

CONSIDERANDO que o profissional que faltar com a verdade nos atos médicosatestados, causando prejuízos às empresas, ao governo ou a terceiros, está sujeito às

penas da lei;

CONSIDERANDO que as informações oriundas da relação médico-paciente pertencem ao

paciente, sendo o médico apenas o seu fiel depositário;

CONSIDERANDO que o ordenamento jurídico nacional prevê situações excludentes do

segredo profissional;

CONSIDERANDO Que somen1e os médjcos e odon1óJogos 1êm a prerrogativa dediagnosticar enfermidades e emitir os correspondentes atestados;

CONSIDERANDO ser indispensável ao médico identificar o paciente ao qual assiste;

CONSIDERANDO as Resoluções CFM nos 982/79, 1.484/97 e 1.548/99 e resoluções dosConselhos Regionais de Medicina dos estados de Goiás, Amazonas, Alagoas, Rio deJaneiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal;

22n/2004http://www. portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002 .htm

Page 52: Curso de Pericias Médicas Introdução

Página 2 de 3, .ANEXO I

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na Sessão Plenária de 13.12.2002,

RESOLVE:

Art. 10 O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direitoinalienável do paciente, não podendo importar em qualquer majoração de honorários.

Art. 20 Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou prontuáriomédico os dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira que possa atender àspesquisas de informações dos médicos peritos das empresas ou dos órgãos públicos daPrevidência Social e da Justiça.

An. 30 Na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará os seguintespíocedí mentos:

especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para acompleta recuperação do paciente;

a.

estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente;""I.J.

c. registrar os dados de maneira legível;

identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número deregistro no Conselho Regional de Medicina.

d.

Art. 40 É obrigatória, aos médicos, a exigência de prova de identidade aos interessados naobtenção de atestados de qualquer natureza envolvendo assuntos de saúde ou doença.

§ 10 Em caso de menor ou interdito, a prova de identidade deverá ser exigida de seu

responsável legal.

§ 20 Os principais dados da prova de identidade deverão obrigatoriamente constar dosreferidos atestados.

Art. 50 Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnóstico codificado ounão quando por justa causa, exercício de dever legal, solicitação do próprio paciente ou deseu representante legal.

Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado ou não,ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta concordância deverá estaíexpressa no atestado.

Art. 60 Somente aos médicos e aos odontólogos, estes no estrito âmbito de sua profissão,é facultada a prerrogativa do fornecimento de atestado de afastamento do trabalho.

§ 10 Os médicos somente devem aceitar atestados para avaliação de afastamento deatividades quando emitidos por médicos habilitados e inscritos no Conselho Regional de~v'1edicina, ou de odontólogos, nos termos do caput do artigo.

§ 20 O médico poderá valer-se, se julgar necessário, de opiniões de outros profissionaisafetos à questão para exarar o seu atestado.

§ 30 O atestado médico goza da presunção de veracidade J devendo ser acatado por quem

22/7/2004http://www. portalmedico.org. br/resolucoes/cfm/2002/1658_2002.htm

Page 53: Curso de Pericias Médicas Introdução

-'\" 'v""de'. di", salVo-.sec~li.jef-:a1VergAncia de entehdim~fO~m-éd"IOO~ãlhStituiçao ou

perito.

§ 40 Em caso de indício de falsidade no atestado, detectado por médico em função pericial,este se d>riga a representar ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição.

Art. 70 O determinado por esta resolução vale, no que couber, para o fornecimento deatestados de sanidade em suas diversas finalidades.

Art. 80 Revogam-se as Resoluções CFM nOs. 982/79, 1.484/97 e 1.548/99, e as demaisdisposições em contrário.

Art. 90 Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação

Brasília, 13 de dezembro de 2002

EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE RUBENS DOS SANTOS SILVA

Presidente Secretário-Geral

www.

portal medico.org. br/resol ucoes/cfm/2002 ~OO2ó~~ 22/7/200..m

Page 54: Curso de Pericias Médicas Introdução

RESOLUÇÃO CFM nº 1.851/2008

(Publicada no D.O.U. de 18 de agosto de 2008, Seção I, pg. 256)

Altera o art. 3º da Resolução CFM nº 1.658, de 13 de

fevereiro de 2002, que normatiza a emissão de atestados

médicos e dá outras providências.

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei

nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de

19 de julho de 1958, e a Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, que altera a

Lei nº 3.268/57 e

CONSIDERANDO que o médico assistente é o profissional que acompanha o

paciente em sua doença e evolução e, quando necessário, emite o devido

atestado ou relatório médicos e, a princípio, existem condicionantes a limitar a

sua conduta quando o paciente necessita buscar benefícios, em especial,

previdenciários;

CONSIDERANDO que o médico perito é o profissional incumbido, por lei, de

avaliar a condição laborativa do examinado, para fins de enquadramento na

situação legal pertinente, sendo que o motivo mais freqüente é a habilitação a

um benefício por incapacidade;

CONSIDERANDO o Parecer CFM nº 5/08, de 18 de abril de 2008;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na Sessão Plenária realizada em 14 de

agosto de 2008,

RESOLVE:

Art. 1º O artigo 3º da Resolução CFM nº 1.658, de 13 de dezembro de 2002, passa

a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3º Na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará os seguintes procedimentos:

Page 55: Curso de Pericias Médicas Introdução

I - especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a recuperação do paciente;

II - estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente;

III - registrar os dados de maneira legível;

IV - identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de registro no Conselho Regional de Medicina.

Parágrafo único. Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu representante legal para fins de perícia médica deverá observar:

I - o diagnóstico;

II - os resultados dos exames complementares;

III - a conduta terapêutica;

IV - o prognóstico;

V - as conseqüências à saúde do paciente;

VI - o provável tempo de repouso estimado necessário para a sua recuperação,

que complementará o parecer fundamentado do médico perito, a quem cabe

legalmente a decisão do benefício previdenciário, tais como: aposentadoria,

invalidez definitiva, readaptação;

VII - registrar os dados de maneira legível;

VIII - identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de

registro no Conselho Regional de Medicina.”

Art. 2º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília-DF, 14 de agosto de 2008

EDSON DE OLIVIERA ANDRADE LIVIA BARROS GARÇÃO

Presidente Secretária-Geral

Page 56: Curso de Pericias Médicas Introdução

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DA RESOLUÇÃO CFM Nº 1.851/2008

A fim de não dar margem a interpretações conflitantes ao artigo 3º da

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002, que normatiza a emissão de atestados médicos,

impõe-se a sua revisão, visto que disposições emanadas de instâncias inferiores

têm trazido grande discussão no meio médico acerca da atuação, em especial,

do médico perito frente ao médico assistente do paciente.

O aludido artigo 3º, estabelece que: “Na elaboração do atestado médico,

o médico assistente observará os seguintes procedimentos:

a) especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para

a completa recuperação do paciente;

b) estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo

paciente;

c) registrar os dados de maneira legível;

d) identificar-se como emissor mediante assinatura e carimbo ou número

de registro no Conselho Regional de Medicina”.

Adequando a discussão à constante evolução que sofre nossa sociedade,

em especial, na área da Medicina, impõe ao órgão máximo da categoria, em

última instância, disciplinar controvérsias reinantes no seio da classe, afastando,

assim, eventual ingerência e fatores de conflito na relação médico-paciente e

INSS.

Nesse sentido, antes de adentrar ao âmago da discussão, deve-se observar

a hierarquia das normas e seus planos hierárquicos, vendo-se que no ápice da

pirâmide encontra-se o Conselho Federal de Medicina, tendo na base todos os

Conselhos Regionais, que embora detenham autonomia funcional, devem

obediência normativa àquele.

A vista disso, se tem que não pode existir ordenamentos conflitantes no

seio dos Conselhos Federal e Regionais, disciplinando de forma diversa um

mesmo tema.

Page 57: Curso de Pericias Médicas Introdução

Dentro dessa ordem de idéias, se faz necessário, para não dizer exigível,

manifestação casuística do Conselho Federal acerca do referido artigo, frente à

dinâmica dos fatos que se vivenciam.

É necessário que o Conselho Federal, de uma vez por todas, normatize a

atuação do médico assistente e do médico-perito frente ao paciente, contudo,

convém verificar as figuras desses profissionais, de forma isolada, para se poder

concluir o presente trabalho.

Assim, temos que o médico assistente é o profissional que acompanha o

paciente em sua doença e evolução e, quando necessário, emite o devido

atestado ou relatório médicos e, a princípio, existem condicionantes a limitar a

sua conduta quando o paciente necessita buscar benefícios, em especial,

previdenciários.

De outro lado, o médico perito é o profissional incumbido, por lei, de

avaliar a condição laborativa do examinado, para fins de enquadramento na

situação legal pertinente, sendo que o motivo mais freqüente é a habilitação a

um benefício por incapacidade.

A atividade pericial, no âmbito Conselhal e associativo, se constitui hoje

em uma área de atuação de todas as especialidades e é regulamentada pela Lei

nº 10.876, de 2 de junho de 2004. Esta Lei estabelece que compete

privativamente aos ocupantes do cargo de Perito Médico da Previdência Social e,

supletivamente, aos ocupantes do cargo de Supervisor Médico-Pericial da

carreira, o exercício das atividades médico-periciais inerentes ao Regime Geral

da Previdência Social, especialmente:

I - emissão de parecer conclusivo quanto à capacidade laboral para fins

previdenciários;

II - inspeção de ambientes de trabalho para fins previdenciários;

III - caracterização da invalidez para benefícios previdenciários e

assistenciais; e

IV - execução das demais atividades definidas em regulamento.

Parágrafo único. Os Peritos Médicos da Previdência Social poderão

requisitar exames complementares e pareceres especializados a serem

Page 58: Curso de Pericias Médicas Introdução

realizados por terceiros contratados ou conveniados pelo INSS, quando

necessários ao desempenho de suas atividades.

Em função disso, a atividade médico-pericial, em especial do INSS, tem

por finalidade precípua a emissão de parecer técnico conclusivo na avaliação de

incapacidades laborativas, em face de situações previstas em lei, bem como a

análise de requerimentos de diversos benefícios, sejam assistenciais, ou

indenizatórios.

Portanto, é imperativo afastar, ou mesmo retirar, a atribuição do médico

assistente de “sugerir” ao paciente condutas inerentes e específicas da atuação

do médico perito, posto serem distintas as atuações desses profissionais.

Expectativa gerada por sugestão, não contemplada pelo entendimento do perito,

cria situações, não só de indisposição aos médicos peritos, mas pode gerar

agressões físicas, inclusive fatais, como já ocorridas.

Acentua-se forçosamente, que não se pode conferir ao médico assistente

a prerrogativa de indicar o benefício previdenciário, conduta inerente à função

do médico perito.

Propõe-se, então, retirar a palavra “completa” do item a) do artigo 3º e

acrescentar um parágrafo único neste mesmo artigo, normatizando

especificamente o atestado para fins de perícia médica.

GERSON ZAFALON MARTINS

Page 59: Curso de Pericias Médicas Introdução

Capítulo XI AUDITORIA E PERÍCIA MÉDICA

É vedado ao médico: Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado pessoalmente o exame. Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado. Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado, reservando suas observações para o relatório. Art. 95. Realizar exames médicos-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios. Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor.

Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.

Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua competência. Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame pericial.

Page 60: Curso de Pericias Médicas Introdução

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MINAS GERAISAV. AFONSO PENA, 1500 -80 ANDAR -CAIXA POSTAL 511 -FONE: (31) 3274-7273 -FAX: (31) 3274-7271

CEP: 30130-921 -BELO HORIZONTE -MG

INTERNET: www.crememg.org.br

Referência: Consulta ~ 2641-293/2000.

Consulente: Ora. Maria da Penha Pereira de Meio, CRM 21.406.

Conselheiro: Or. Francisco Barreiros Neto -CRM 4583

Ementa: O médico afastado do trabalho decorrente a determinado

agente nocivo ou por limitação funcional pode ser reaproveitado em

outra área na qual não se encontra exposto à risco ou na qual esteja

adaptado funcionalmente.

Trata-se de consulta encaminhada a este Conselho pela Dra. Maria

da Penha Pereira de Meio que, em síntese, questiona a situação ética quando um

médico, por razão de saúde, encontrando-se em afastamento do trabalho em

instituições públicas continua no setor particular o exercício da medicina.

Parecer

A limitação ao bãbalho por razão de saúde é avaliada abãvés de

perícia médica. A incapacidade abrangente caracteriza invalidez total. Havendo, no

entanto, resíduo de capacidade laborativa o trabalhador pode ser dirigido a um

ajustamento funcional compatível com a sua situação.

o exercício da medicina em suas diversas áreas de atuação está

sujeito a riscos variados, enb"e os mais comuns, os biológicos, os físicos e o

ergonômico, incluindo neste a situação de stress. Da mesma forma que outros

trabalhadores, o médico deve ser afastado de um determinado agente nocivo ou por

limitação funcional.

o seu reaproveitamento em outro setor para o qual ele seja

tecnicamente capaz é uma questão administrativa. É compreensível que o médico

I

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CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MINAS GERAISAV. AFONSO PENA, 1500 -80 ANDAR -CAIXA POSTAL 511 -FONE: (31) 3274-7273 -FAX: (31) 3274-7271

CEP: 30130-921 -BELO HORIZONTE -MG

INTERNET: www.crememg.org.br

afastado do trabalho continue o exercício da medicina em outra área na qual não se

encontra exposto a riscos ou nela encontra-se adaptado funcionalmente.

Entendo que se houver indícios de abuso por parte do médico que

estivesse furtando-se ao trabalho, caberia denuncia à instituição interessada para que

faça uma revisão pericial. Caso inverso, se o médico estiver exercendo a medicina

sem a devida capacitação, caberá denúncia ao Conselho Regional de Medicina para

que se apure esta condição conforme preceitua o Código de ética Médica em seu

artigo 141.

Patos de Minas, 03 de Outubro de 2001.

Cons. Flancisco Barreiros Neto.

Aprovado 05/10/01

2

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RESOLUÇÃO CFM nº 1.810/2006

(Publicada no D.O.U., 09 de maio de 2007, Seção I, pg. 73)

Altera o art. 12 da Resolução CFM nº 1.488, de 11 de fevereiro de 1998, publicada em 6 de março

de 1998, que normatiza a perícia médica e a atuação do perito e do assistente técnico.

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso de suas atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de

30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de junho de 1958 e a Lei

nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e

CONSIDERANDO

os questionamentos sobre a necessidade de o médico do Trabalho poder ou não ser assistente

técnico da empresa em que presta serviço, bem como as interpelações que chegam ao CFM e aos

Conselhos Regionais acerca da contradição entre os termos das Resoluções CFM nº 1.488/98 (art.

12) e Cremesp nº 126/05 (art. 8º);

CONSIDERANDO

as disposições contidas nos artigos 1º, 2º, 6º ao 12 e 118 a 121 do Código de Ética Médica,

RESOLVE:

Art. 1º

O artigo 12 da Resolução CFM nº 1.488 de 11 de fevereiro de 1998, passa a vigorar com a

seguinte redação:

"Art. 12. O médico de empresa, o médico responsável por qualquer programa de controle de

saúde ocupacional de empresa e o médico participante do serviço especializado em Segurança e

Medicina do Trabalho não podem atuar como peritos judiciais, securitários, previdenciários ou

assistentes técnicos, nos casos que envolvam a firma contratante e/ou seus assistidos (atuais ou

passados)".

Art. 2º

Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º

Revoga-se o artigo 12 da Resolução nº 1.488 de 11 de fevereiro de 1998.

Brasília-DF, 14 de dezembro de 2006.

EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE LÍVIA BARROS GARÇÃO

Presidente Secretária-Geral

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PROCESSO-CONSULTA CFM Nº 1.829/06 – PARECER CFM Nº 9/06

INTERESSADO::Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social

ASSUNTO: Orientação acerca da presença, durante o exame médico-pericial, de

pessoa(s) que não seja(m) parente(s) direto(s) ou médico(s) do paciente

periciado

RELATOR: Cons. Roberto Luiz d’Avila

EMENTA: O exame médico-pericial é um ato médico. Como tal, por envolver a interação entre o médico e o periciando, deve o médico perito agir com plena autonomia, decidindo pela presença ou não de pessoas estranhas ao atendimento efetuado, sendo obrigatórias a preservação da intimidade do paciente e a garantia do sigilo profissional, não podendo, em nenhuma hipótese, qualquer norma, quer seja administrativa, estatutária ou regimental, violar este princípio ético fundamental.

RELATÓRIO

I. DOS FATOS

Em 8/3/2006, o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), dr. E.H.R.A., encaminhou a este Conselho o ofício ANMP/228-2006, protocolado em 15/3/06, solicitando “parecer dessa autarquia com relação a questão relevante para toda a categoria, em âmbito nacional”, e tecendo profundas considerações a respeito da inadequada presença de pessoas estranhas ao exame médico-pericial, tais como parentes, advogados, representantes sindicais, etc. Inicialmente, relata ser diversa a relação médico-paciente assistencial da relação médico perito-paciente periciando, por esta ser, ao contrário da primeira, “baseada na escolha involuntária, na desconfiança mútua, na incerteza da preservação do sigilo e na eventualidade da perda de

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benefícios”. Contextualiza a perícia médica previdenciária como “uma atividade essencialmente médico-legal que julga se as situações fáticas dos segurados do INSS lhes garantem direitos previdenciários, sendo, por óbvio, conflituosa, porquanto as decisões emanadas envolvem interesses diversos, como imbróglios sindicais, patronais, públicos e trabalhistas e, teleologicamente, a recuperação da saúde”. Explica que “os conflitos são freqüentes e os médicos peritos acabam sendo expostos à violência e ameaças. São dezenas de queixas nas delegacias da Polícia Federal por médicos peritos”. Cita exemplos de lesões corporais graves e até de desaparecimento do perito, com depredação do patrimônio público, bem como que “são freqüentes as queixas dos examinados que, em geral, alegam: não terem sido examinados; serem alvos de racismo e assédio; desrespeito ao Código do Idoso, dentre outras acusações de difícil contestação”. Argumenta que “é certo que a presença do acompanhante, por um lado, conforta o doente inseguro e fragilizado, bem como representa fonte importante de informação adicional. Porém, por outro lado, também acaba trazendo a presença coercitiva de advogados, procuradores e sindicalistas que interferem no bom andamento do trabalho do perito”. Finaliza dizendo ser “necessário que os médicos peritos tenham a prerrogativa de desautorizar a presença de pessoas que não sejam parentes diretos ou médicos do examinado e que possam representar risco adicional à integridade física do médico e influência danosa ao bom exercício profissional, de modo a possibilitar o exercício íntegro do serviço público que se presta, em fiel obediência à supremacia do interesse público sobre o privado”.

No dia 17/3/06, o dr. E. encaminhou mensagem eletrônica, protocolada em 20/3/06, informando já existir consulta sobre o mesmo tema, sob o nº 1.882/06, do dr. E.M.S., com resposta já encaminhada ao solicitante, elaborada pelo conselheiro Gerson Zafalon Martins.

Efetivamente, em 24/2/06 e protocolada em 16/3/06, o dr. E.P.M.S. encaminhou mensagem eletrônica argumentando ter como postura não permitir a presença de acompanhantes em exames médico-periciais “salvo se o examinado for menor ou idoso”, justificando que “como se trata de perícia médica, não de consulta para tratamento, encontramos uma série de situações diversas do médico de atendimento”, e as cita. O teor da consulta é, em tudo, semelhante à apresentada pelo presidente da ANMP. A seu término, apresenta questionamentos tais como: “1) É antiético não permitir acompanhantes em sala de exames? Por quê?; 2) Li certa vez um parecer em que o delegado dizia ser antiético não se permitir acompanhantes em exame radiológico, mas e a radiação que o acompanhante toma, não é levada em conta? Mesmo com proteção, pelo acompanhante não ter conhecimentos ele fica exposto e a lei proíbe se ter em sala pessoal não-técnico além do paciente; 3) Na Justiça, temos na sala apenas os envolvidos e seus advogados, acho que no exame médico-pericial deveríamos ter apenas o segurado e seu médico, um leigo em nada ajuda; pelo contrário, só atrapalha na avaliação. É lógico que sempre que temos

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um segurado que informa mal, em decorrência da doença, recorremos ao acompanhante, mas como via de regra acho que na sala de exame só o perito e periciado; 4) Na hora do exame físico, ao pedirmos ao paciente para se despir, como fica o acompanhante?; 5) E o advogado com procuração na sala de exame? Deve ser permitido?”.

O conselheiro Gerson Zafalon Martins respondeu a consulta em 17/3/06, por meio de correio eletrônico, com o seguinte teor: “(...) informamos a V. Sa. que, quando da perícia judicial, as partes envolvidas têm o direito de indicar assistente técnico, os quais também responderão aos quesitos formulados e, assim sendo, podem acompanhar o exame a ser realizado no periciando pelo expert indicado pelo juiz, não podendo, todavia, interferirem na realização do ato. Portanto, por óbvio, familiares, sindicalistas e advogados das partes não podem acompanhar a perícia, ainda que não tenham indicado perito assistente técnico. É correto que os peritos médicos do INSS apenas permitam a presença de médico assistente. No caso, o assistente técnico, quando este se propuser a comparecer ao exame. Os procuradores de empresas que intermediam benefícios são proibidos de acompanhar o periciado, pois podem, inclusive, tentar influenciar, direta ou indiretamente, a conduta pericial. Da mesma forma, deve-se impedir a entrada de acompanhante parente, salvo em casos de menores ou incapacitados. No mesmo sentido, deve ser vedado o acompanhamento de médico estranho à perícia, desde que não seja assistente técnico. Ressalta-se haver infração ética na interferência na conduta médica por outro profissional, parente ou não. Deve-se impedir a entrada de advogados, uma vez que são estranhos à conduta médica”.

Estes são os fatos.

II. DISCUSSÃO

O médico perito deve obedecer algumas regras básicas, visando evitar a argüição de nulidade pericial ou de questionamentos quanto à exatidão do seu laudo. O exame deve ser realizado reservadamente, com privacidade, em ambiente adequado, somente em consultório, sendo permitida a presença, além do segurado a ser examinado e dos peritos, do representante legal, quando menor ou incapaz, ou de quem o médico perito decidir, parente ou outrem, dependendo do caso, buscando seu esclarecimento.

Qualquer que seja a subordinação hierárquica a que estiver submetido o médico perito, esta será somente administrativa. Nenhuma norma administrativa pode submeter o perito em detrimento do seu Código de Ética Médica. Sua autonomia está garantida técnica, legal e eticamente, tendo a liberdade para conduzir o

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ato pericial, única forma de responder com plenitude por infrações no exercício de sua função.

O Código de Ética Médica estabelece, em dois artigos, a seguir relacionados, a fundamentação da autonomia do médico – em especial o segundo, quanto à atividade do médico perito:

“Art. 8°. O médico não pode, em qualquer circunstância ou sob qualquer pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou imposições possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho.

É vedado ao médico:

Art. 118. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito ou auditor, assim como ultrapassar os limites das suas atribuições e competência”.

De plano, a intimidade do ser humano deve ser sempre respeitada. O pudor também. Se a presença de outras pessoas, aqui incluídos os procuradores, sindicalistas, representantes patronais, puder, de qualquer forma, constranger a pessoa a ser submetida a exame, é dever inalienável do médico perito exigir a privacidade do ato.

Além disso, tal como relatado pelo presidente da ANMP, dr. E.H., há um risco inerente à integridade física dos médicos peritos quando da presença de pessoas estranhas, como já ocorreu tantas vezes.

III. CONCLUSÃO

Diante do exposto, salvo melhor juízo, consideramos que:

1. As atribuições do médico perito não podem ser confundidas com as de qualquer agente da autoridade policial ou judiciária, que pode determinar a seu agente que proceda diligência determinando exatamente como agir. Devido às particularidades contidas em qualquer exame médico, nenhuma norma administrativa pode determinar ao médico perito como se conduzir durante a perícia ou determinar quem deve estar presente ao exame pericial. O médico perito deve obedecer às regras técnicas indicadas para o caso, lendo o laudo encaminhado pelo médico assistente, confrontando-o com o exame físico e determinando a capacidade laborativa do segurado, no pleno exercício de sua autonomia e sempre compromissado com a verdade;

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2. O exame médico-pericial é um ato médico. Como tal, por envolver a interação entre o médico e o periciando, deve o médico perito agir com plena autonomia, decidindo pela presença ou não de pessoas estranhas ao atendimento efetuado, sendo obrigatórias a preservação da intimidade do paciente e a garantia do sigilo profissional, não podendo, em nenhuma hipótese, qualquer norma, quer seja administrativa, estatutária ou regimental, violar este princípio ético fundamental.

Este é o parecer, SMJ.

Brasília-DF, 12 de maio de 2006

ROBERTO LUIZ D’AVILA Conselheiro Relator

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“(...)Especialistas bem distantes das preocupações Freudianas, como os sociólogos do trabalho (em particular R. Sainsaulieu), frequentemente chamaram a atenção para o fato de que o homem sem trabalho ou não reconhecido em seu trabalho, ou ainda não encontrando nenhum interesse em seu trabalho, está próximo da depressão e comumente chega a esse ponto de ruptura. Pois o trabalho, em nossa sociedade, é o modo privilegiado de fazer uma obra (por menor que ela seja), de existir, de ter (ou de pensar ter) uma identidade. O trabalho é, atualmente, o melhor método para vencer a loucura. Quando ele está ausente, a falta de rumo e de sentido se instalam com seu cortejo de ódio, de depressão de álcool e drogas.” In Araújo, J.N.G e Carreteiro, T.C. – Cenários Sociais e Abordagem Clínica, 2001. Ed Escuta

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Seção II Do Perito

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)

Art. 146. O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

Parágrafo único. A escusa será apresentada dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de se reputar renunciado o direito a alegá-la (art. 423). (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

Art. 147. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.

Seção VII Da Prova Pericial

Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;

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II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III - a verificação for impraticável.

Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito:

I - indicar o assistente técnico;

II - apresentar quesitos.

§ 2º Havendo pluralidade de autores ou de réus, far-se-á a escolha pelo voto da maioria de cada grupo; ocorrendo empate, decidirá a sorte.

§ 2o Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

Art. 424. O perito pode ser substituído quando: (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

I - carecer de conhecimento técnico ou científico;

II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que Ihe foi assinado. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

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Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.

Art. 426. Compete ao juiz:

I - indeferir quesitos impertinentes;

II - formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.

Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a perícia.

Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.

Art. 430. (Revogado pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992) Art. 431(Revogado pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992))

Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova. (Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)

Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)

Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.

Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992)

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Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.(Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)

Art. 434. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)

Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria do documento, lance em folha de papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.

Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos.

Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência.

Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.

Art. 437. O juiz poderá determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova perícia, quando a matéria não Ihe parecer suficientemente esclarecida.

Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu.

Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra.

I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;

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II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;

Ill - determinar a reconstituição dos fatos.

Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.

Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

CAPÍTULO VIII DA CURATELA DOS INTERDITOS

Art. 1.177. A interdição pode ser promovida:

I - pelo pai, mãe ou tutor;

II - pelo cônjuge ou algum parente próximo;

III - pelo órgão do Ministério Público.

Art. 1.178. O órgão do Ministério Público só requererá a interdição:

I - no caso de anomalia psíquica;

II - se não existir ou não promover a interdição alguma das pessoas designadas no artigo antecedente, ns. I e II;

III - se, existindo, forem menores ou incapazes.

Art. 1.179. Quando a interdição for requerida pelo órgão do Ministério Público, o juiz nomeará ao interditando curador à lide (art. 9o).

Art. 1.180. Na petição inicial, o interessado provará a sua legitimidade, especificará os fatos que revelam a anomalia psíquica e assinalará a incapacidade do interditando para reger a sua pessoa e administrar os seus bens.

Art. 1.181. O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o juiz, que o examinará, interrogando-o minuciosamente acerca de sua vida,

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negócios, bens e do mais que Ihe parecer necessário para ajuizar do seu estado mental, reduzidas a auto as perguntas e respostas.

Art. 1.182. Dentro do prazo de 5 (cinco) dias contados da audiência de interrogatório, poderá o interditando impugnar o pedido.

§ 1o Representará o interditando nos autos do procedimento o órgão do Ministério Público ou, quando for este o requerente, o curador à lide.

§ 2o Poderá o interditando constituir advogado para defender-se.

§ 3o Qualquer parente sucessível poderá constituir-lhe advogado com os poderes judiciais que teria se nomeado pelo interditando, respondendo pelos honorários.

Art. 1.183. Decorrido o prazo a que se refere o artigo antecedente, o juiz nomeará perito para proceder ao exame do interditando. Apresentado o laudo, o juiz designará audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Decretando a interdição, o juiz nomeará curador ao interdito.

Art. 1.184. A sentença de interdição produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação. Será inscrita no Registro de Pessoas Naturais e publicada pela imprensa local e pelo órgão oficial por três vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição e os limites da curatela.

Art. 1.185. Obedecerá às disposições dos artigos antecedentes, no que for aplicável, a interdição do pródigo, a do surdo-mudo sem educação que o habilite a enunciar precisamente a sua vontade e a dos viciados pelo uso de substâncias entorpecentes quando acometidos de perturbações mentais.

Art. 1.186. Levantar-se-á a interdição, cessando a causa que a determinou.

§ 1o O pedido de levantamento poderá ser feito pelo interditado e será apensado aos autos da interdição. O juiz nomeará perito para proceder ao exame de sanidade no interditado e após a apresentação do laudo designará audiência de instrução e julgamento.

§ 2o Acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da interdição e mandará publicar a sentença, após o transito em julgado, pela imprensa local e órgão oficial por três vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, seguindo-se a averbação no Registro de Pessoas Naturais.

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CAPÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES COMUNS À TUTELA E À CURATELA

Seção I

Da Nomeação do Tutor ou Curador

Art. 1.187. O tutor ou curador será intimado a prestar compromisso no prazo de 5 (cinco) dias contados:

I - da nomeação feita na conformidade da lei civil;

II - da intimação do despacho que mandar cumprir o testamento ou o instrumento público que o houver instituído.

Art. 1.188. Prestado o compromisso por termo em livro próprio rubricado pelo juiz, o tutor ou curador, antes de entrar em exercício, requererá, dentro em 10 (dez) dias, a especialização em hipoteca legal de imóveis necessários para acautelar os bens que serão confiados à sua administração.

Parágrafo único. Incumbe ao órgão do Ministério Público promover a especialização de hipoteca legal, se o tutor ou curador não a tiver requerido no prazo assinado neste artigo.

Art. 1.189. Enquanto não for julgada a especialização, incumbirá ao órgão do Ministério Público reger a pessoa do incapaz e administrar-lhe os bens.

Art. 1.190. Se o tutor ou curador for de reconhecida idoneidade, poderá o juiz admitir que entre em exercício, prestando depois a garantia, ou dispensando-a desde logo.

Art. 1.191. Ressalvado o disposto no artigo antecedente, a nomeação ficará sem efeito se o tutor ou curador não puder garantir a sua gestão.

Art. 1.192. O tutor ou curador poderá eximir-se do encargo, apresentando escusa ao juiz no prazo de 5 (cinco) dias. Contar-se-á o prazo:

I - antes de aceitar o encargo, da intimação para prestar compromisso;

II - depois de entrar em exercício, do dia em que sobrevier o motivo da escusa.

Parágrafo único. Não sendo requerida a escusa no prazo estabelecido neste artigo, reputar-se-á renunciado o direito de alegá-la.

Page 87: Curso de Pericias Médicas Introdução

Art. 1.193. O juiz decidirá de plano o pedido de escusa. Se não a admitir, exercerá o nomeado a tutela ou curatela enquanto não for dispensado por sentença transitada em julgado.

Seção II

Da Remoção e Dispensa de Tutor ou Curador

Art. 1.194. Incumbe ao órgão do Ministério Público, ou a quem tenha legítimo interesse, requerer, nos casos previstos na lei civil, a remoção do tutor ou curador.

Art. 1.195. O tutor ou curador será citado para contestar a argüição no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 1.196. Findo o prazo, observar-se-á o disposto no art. 803.

Art. 1.197. Em caso de extrema gravidade, poderá o juiz suspender do exercício de suas funções o tutor ou curador, nomeando-lhe interinamente substituto.

Art. 1.198. Cessando as funções do tutor ou curador pelo decurso do prazo em que era obrigado a servir, ser-lhe-á lícito requerer a exoneração do encargo; não o fazendo dentro dos 10 (dez) dias seguintes à expiração do termo, entender-se-á reconduzido, salvo se o juiz o dispensar.

CÓDIGO CIVIL

Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

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III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

CAPÍTULO II Da Curatela

Seção I Dos Interditos

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil;

II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;

III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;

IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;

V - os pródigos.

Art. 1.768. A interdição deve ser promovida:

I - pelos pais ou tutores;

II - pelo cônjuge, ou por qualquer parente;

III - pelo Ministério Público.

Art. 1.769. O Ministério Público só promoverá interdição:

I - em caso de doença mental grave;

II - se não existir ou não promover a interdição alguma das pessoas designadas nos incisos I e II do artigo antecedente;

III - se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas no inciso antecedente.

Art. 1.770. Nos casos em que a interdição for promovida pelo Ministério Público, o juiz nomeará defensor ao suposto incapaz; nos demais casos o Ministério Público será o defensor.

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Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acerca da interdição, o juiz, assistido por especialistas, examinará pessoalmente o argüido de incapacidade.

Art. 1.772. Pronunciada a interdição das pessoas a que se referem os incisos III e IV do art. 1.767, o juiz assinará, segundo o estado ou o desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que poderão circunscrever-se às restrições constantes do art. 1.782.

Art. 1.773. A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso.

Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as modificações dos artigos seguintes.

Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito, curador do outro, quando interdito.

§1o Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes, o descendente que se demonstrar mais apto.

§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos.

§ 3o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.

Art. 1.776. Havendo meio de recuperar o interdito, o curador promover-lhe-á o tratamento em estabelecimento apropriado.

Art. 1.777. Os interditos referidos nos incisos I, III e IV do art. 1.767 serão recolhidos em estabelecimentos adequados, quando não se adaptarem ao convívio doméstico.

Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos do curatelado, observado o art. 5o.

Seção II

Da Curatela do Nascituro e do Enfermo ou Portador de Deficiência Física

Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a mulher, e não tendo o poder familiar.

Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.

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Art. 1.780. A requerimento do enfermo ou portador de deficiência física, ou, na impossibilidade de fazê-lo, de qualquer das pessoas a que se refere o art. 1.768, dar-se-lhe-á curador para cuidar de todos ou alguns de seus negócios ou bens.

Seção III

Do Exercício da Curatela

Art. 1.781. As regras a respeito do exercício da tutela aplicam-se ao da curatela, com a restrição do art. 1.772 e as desta Seção.

Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge e o regime de bens do casamento for de comunhão universal, não será obrigado à prestação de contas, salvo determinação judicial.

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PORTADORES DE DEFICIÊNCIA*

LEI N. 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

O Presidente da República: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Artigo 1º - Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei. § 1º - Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito. § 2º - As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações governamentais necessárias ao seu cumprimento e das demais disposições constitucionais e legais que lhes concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer espécie, e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade. Artigo 2º - Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. Parágrafo único - Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:

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I - na área da educação: a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios; b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas; c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino; d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência; e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo; f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino; II - na área da saúde: a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto risco, à imunização, às doenças do metabolismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento precoce de outras doenças causadoras de deficiência; b) o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidente do trabalho e de trânsito, e de tratamento adequado a suas vítimas; c) a criação de uma rede de serviços especializados em reabilitação e habilitação; d) a garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência aos estabelecimentos de saúde públicos e privados, e de seu adequado tratamento neles, sob normas técnicas e padrões de conduta apropriados; e) a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente grave não internado;

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f) o desenvolvimento de programas de saúde voltados para as pessoas portadoras de deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejem a integração social; III - na área da formação profissional e do trabalho: a) o apoio governamental à formação profissional, à orientação profissional, e a garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional; b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos empregos comuns; c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores públicos e privado, de pessoas portadoras de deficiência; d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras de deficiência; IV - na área de recursos humanos: a) a formação de professores de nível médio para a Educação Especial, de técnicos de nível médio especializados na habilitação e reabilitação, e de instrutores para formação profissional; b) a formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversas áreas de conhecimento, inclusive de nível superior, atendam à demanda e às necessidades reais das pessoas portadoras de deficiências; c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em todas as áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa portadora de deficiência; V - na área das edificações: a) a adoção e a efetiva execução de normas que garantam a funcionalidade das edificações e vias públicas, que evitem ou removam os óbices às pessoas portadoras de deficiência, permitam o acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios de transporte. Artigo 3º - As ações civis públicas destinadas à proteção de interesses coletivos ou difusos das pessoas portadoras de deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal; por associação

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constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção das pessoas portadoras de deficiência. § 1º - Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias. § 2º - As certidões e informações a que se refere o parágrafo anterior deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão se utilizadas para a instrução da ação civil. § 3º - Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação. § 4º - Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e, salvo quando se tratar de razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em julgado da sentença. § 5º - Fica facultado aos demais legitimados ativos habilitarem-se como litisconsortes nas ações propostas por qualquer deles. § 6º - Em caso de desistência ou abandono da ação, qualquer dos co-legitimados pode assumir a titularidade ativa. Artigo 4º - A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. § 1º - A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal. § 2º - Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o Ministério Público. Artigo 5º - O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas. Artigo 6º - O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular, certidões, informações, exame ou perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias úteis.

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§ 1º - Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do Ministério Público da inexistência de elementos para a propositura de ação civil, promoverá fundamentadamente o arquivamento do inquérito civil, ou das peças informativas. Neste caso, deverá remeter a reexame os autos ou as respectivas peças, em 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público, que os examinará, deliberando a respeito, conforme dispuser seu Regimento. § 2º - Se a promoção do arquivamento for reformada, o Conselho Superior do Ministério Público designará desde logo outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. Artigo 7º - Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta Lei, no que couber, os dispositivos da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985. Artigo 8º - Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa: I - recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta; II - obstar, sem justa causa, o acesso de alguém a qualquer cargo público, por motivos derivados de sua deficiência; III - negar, sem justa causa, a alguém, por motivos derivados de sua deficiência, emprego ou trabalho; IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial, quando possível, à pessoa portadora de deficiência; V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público. Artigo 9º - A Administração Pública Federal conferirá aos assuntos relativos às pessoas portadoras de deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração social. § 1º - Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação, coordenada e integrada, dos órgãos da Administração Pública Federal, e incluir-se-ão em Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam

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compreendidos planos, programas e projetos sujeitos a prazos e objetivos determinados. § 2º - Ter-se-ão como integrantes da Administração Pública Federal, para os fins desta Lei, além dos órgãos públicos, das autarquias, das empresas públicas e sociedades de economia mista, as respectivas subsidiárias e as fundações públicas. Artigo 10 - A coordenação, superior dos assuntos, ações governamentais e medidas, referentes às pessoas portadoras de deficiência, incumbirá a órgão subordinado à Presidência da República, dotado de autonomia administrativa e financeira, ao qual serão destinados recursos orçamentários específicos. Parágrafo único - A autoridade encarregada da coordenação superior mencionada no caput deste artigo caberá, principalmente, propor ao Presidente da República a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas e projetos e cumprir as instruções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos da Administração Pública Federal. (As competências do CORDE foram transferidas para o Ministério da Justiça pelo artigo 18, inciso V, alínea "a", da Lei n. 9.649, de 27 de maio de 1998). Artigo 11 - (Revogado pelo artigo 60 da Lei n. 8.028, 12.4.90). § 2º - O Coordenador contará com 3 (três) Coordenadores-Adjuntos, 4 (quatro) Coordenadores de Programas e 8 (oito) Assessores, nomeados em comissão, sob indicação do titular da Corde. § 3º - A Corde terá, também, servidores titulares de Funções de Assessoramento Superior (FAS) e outros requisitados a órgão e entidades da Administração Federal. § 4º - A Corde poderá contratar, por tempo ou tarefa determinados, especialistas para atender necessidade temporária de excepcional interesse público. Artigo 12 - Compete à Corde: I - coordenar as ações governamentais e medidas que se refiram às pessoas portadoras de deficiência; II - elaborar os planos, programas e projetos subsumidos na Política Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de Deficiência, bem como propor as providências necessárias a sua completa implantação e seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a recursos e as de caráter legislativo; III - acompanhar e orientar a execução, pela Administração Pública Federal, dos planos, programas e projetos mencionados no inciso anterior;

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IV - manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência dos projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos recursos respectivos; V - manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e o Ministério Público, estreito relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração social das pessoas portadoras de deficiência; VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e indicando-lhe os elementos de convicção; VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos da Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade. Parágrafo único - Na elaboração dos planos, programas e projetos a seu cargo, deverá a Corde recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas, bem como considerar a necessidade de efetivo apoio aos entes particulares voltados para a integração social das pessoas portadoras de deficiência. Artigo 13 - A Corde contará com o assessoramento de órgão colegiado, o Conselho Consultivo da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. § 1º - A composição e o funcionamento do Conselho Consultivo da Corde serão disciplinados em ato do Poder Executivo. Incluir-se-ão no Conselho representantes de órgãos e de organizações ligados aos assuntos pertinentes à pessoa portadora de deficiência, bem como representante do Ministério Público Federal. § 2º - Compete ao Conselho Consultivo: I - opinar sobre o desenvolvimento da Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência; II - apresentar sugestões para o encaminhamento dessa política; III - responder a consultas formuladas pela Corde. § 3º - O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por trimestre e, extraordinariamente, por iniciativa de 1/3 (um terço) de seus membros,

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mediante manifestação escrita, com antecedência de 10 (dez) dias, e deliberará por maioria de votos dos conselheiros presentes. § 4º - Os integrantes do Conselho não perceberão qualquer vantagem pecuniária, salvo as de seus cargos de origem, sendo considerados de relevância pública os seus serviços. § 5º - As despesas de locomoção e hospedagem dos conselheiros, quando necessárias, serão asseguradas pela Corde. Artigo 14 - Vetado. Artigo 15 - Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe esta Lei, será reestruturada a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, e serão instituídos, no Ministério do Trabalho, no Ministério da Saúde e no Ministério da Previdência e Assistência Social, órgão encarregados da coordenação setorial dos assuntos concernentes às pessoas portadoras de deficiência. Artigo 16 - O Poder Executivo adotará, nos 60 (sessenta) dias posteriores à vigência desta Lei, as providências necessárias à reestruturação e ao regular funcionamento da Corde, como aquelas decorrentes do artigo anterior. Artigo 17 - Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos subseqüentes, questões concernentes à problemática da pessoa portadora de deficiência, objetivando o conhecimento atualizado do número de pessoas portadoras de deficiência no País. Artigo 18 - Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de 12 (doze) meses contado da publicação desta Lei, as ações necessárias à efetiva implantação das medidas indicadas no artigo 2º desta Lei. Artigo 19 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Artigo 20 - Revogam-se as disposições em contrário. ____________ * Além da legislação sobre o assunto reunida neste livro, ver ainda: Decreto n. 914,

de 6.9.93 (Institui a Política Nacional para a integração da Pessoa Portadora de

Deficiência e dá outras providências); Lei n. 7.070, de 20.12.82 (dispõe sobre

pensão especial para os deficientes físicos que especifica e dá outras providências),

atualizada pela Lei n. 8.686, de 20.7.93; Lei n. 7.405, de 12 de novembro de 1985

(torna obrigatória a colocação do "Símbolo Internacional de Acesso" em todos os

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locais e serviços que permitem sua utilização por pessoas portadoras de deficiências

e dá outras providências); Lei n. 8.213, de 24.7.91 (dispõe sobre os Planos de

Benefícios da Previdência Social e dá outras providências) e Lei n. 8.687, de 20.7.93

(retira da incidência do Imposto de Renda benefícios percebidos por deficientes

mentais). Ver também a Lei Estadual n. 7.466, de 1º.8.1991.

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LEI N° 8.112 - DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/21/97)

IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10/21/97)

V - readaptação;

VI - reversão;

VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução.

SEÇÃO VII -

DA READAPTAÇÃO

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e

responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua

capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.

§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a

habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na

hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições

como excedente, até a ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de

10/21/97)

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991.

Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência

Social e dá outras providências.

(...) Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for aposentado por invalidez. Subseção II Da Habilitação e da Reabilitação Profissional Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional; b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário; c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário. Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes.

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Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação profissional, auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio do beneficiário, conforme dispuser o Regulamento. Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou reabilitação social e profissional, a Previdência Social emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual se capacitar. Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados................................................................................2%; II - de 201 a 500.........................................................................................3%; III - de 501 a 1.000......................................................................................4%; IV - de 1.001 em diante. ..............................................................................5%. § 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante. § 2º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverá gerar estatísticas sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por reabilitados e deficientes habilitados, fornecendo-as, quando solicitadas, aos sindicatos ou entidades representativas dos empregados.

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Page 145: Curso de Pericias Médicas Introdução

Logo, o médico tem a responsabilidade de cumprir os termos do art.14 do CEM, que diz:

“É vedado ao médico: Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País”. (negrito e grifo nosso)

Atentando-se para o fato de que, mesmo de cunho meramente administrativo ou judicial, o ato praticado está incluso na esfera prática da Medicina Legal.

Lembrando, ainda, que ao cumprir as determinações emanadas por esta autarquia, com os poderes conferidos pela legislação, em especial a Lei n° 3.268/57 e o Decreto n° 44.045/58, cabe ao médico zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina, bem como pelo prestígio e bom conceito da profissão. Tal determinação não coaduna com a prática da perícia em próprio paciente, mesmo que o médico seja o único da cidade. Esta demanda deve ser solucionada pelo Estado, e não pelo cidadão titulado como médico.

Desta forma, para corroborar entendimento, ilustramos o previsto no Código do Processo Civil, que prevê em seu artigo 423:

“O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 138, III); ao aceitar a escusa ou julgar procedente a impugnação, o juiz nomeará novo perito. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 1992)”

O mesmo Código prevê o impedimento, inclusive para o próprio julgador, como determina seu art. 137:

“Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes (art. 304).”

O médico, na condição de perito, está investido em função relevante no cumprimento do princípio do interesse público. Suas conclusões são subsídios técnicos para colaborar com decisões de mérito no âmbito administrativo ou judicial. Assim sendo, este agente, o perito, deve declinar de sua competência quando verificar que seu ato pode ser colocado em suspeição, por motivo de impedimento de qualquer ordem.

A medicina traz em seu corolário, desde os primórdios, o caráter de profissão liberal, o que lhe outorga o direito à autonomia. Contudo, mesmo que a profissão médica esteja sujeita aos modelos socioeconômicos contemporâneos, com o médico transformado em assalariado ou servidor público, ainda assim a profissão não perdeu esta prerrogativa.

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Por sua vez, a Constituição Federal, em seu art. 5°, inciso XIII, estabelece que “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.

CONCLUSÃO

Portanto, ao se encontrar em tal situação deve o médico, de imediato, dentro da forma da lei, declinar competência para o múnus, sob pena de prejudicar a relação médico-paciente, absolutamente necessária para o bom relacionamento com o enfermo e a comunidade.

Diante do exposto, entendo que em nenhuma circunstância o médico que exerce a função de perito deve atuar como perito do seu próprio paciente.

Este é o parecer, SMJ.

Brasília-DF, 8 de outubro de 2010

Renato Moreira Fonseca Conselheiro relator