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Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde on line 17 (2020.1)
Aula 17 – Parte 01/04
Módulo I – Responsabilidade Civil na Saúde
Responsabilidade Civil do Cirurgião Plástico
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
RESOLUÇÃO CFM nº 1.621/2001
Trata das diretrizes para o exercício da
profissão de cirurgião plástico
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• A Cirurgia Plástica é especialidade médica.
• Divide-se em cirurgia plástica reparadora e cirurgia plástica
embelezadora.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Artigo 3º da Resolução CFM n. 1.621/2001
Na Cirurgia Plástica, como em qualquer especialidade médica, não
se pode prometer resultados ou garantir o sucesso do tratamento,
devendo o médico informar ao paciente, de forma clara, os benefícios e
riscos do procedimento.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Artigo 4º da Resolução CFM n. 1.621/2001
O objetivo do ato médico na Cirurgia Plástica como em toda a
prática médica constitui obrigação de meio e não de fim ou resultado.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Cirurgia plástica reparadora
A cirurgia plástica reparadora é considerada meio, ou seja, o
cirurgião plástico não tem a obrigação.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• Cirurgia plástica embelezadora
Na cirurgia plástica embelezadora, o cirurgião plástico deve
alcançar o resultado. Se não lograr êxito na cirurgia, deverá indenizar
o paciente.
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Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde on line 17 (2020.1)
Aula 17 – Parte 02/04
Módulo I – Responsabilidade Civil na Saúde
Responsabilidade Civil do Cirurgião Plástico
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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• Obrigação de meio
A obrigação de meio é aquela em que o profissional promete
empregar todos os seus conhecimentos e técnicas na prestação de
serviço para atingir um resultado, sem, contudo, vincular-se a obtê-lo.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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• Obrigação de resultado
A obrigação de resultado é aquela em que o paciente tem o direito
de exigir do médico a produção de um resultado, sem o que se terá o
inadimplemento da relação obrigacional.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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• Qual é o traço distintivo entre a obrigação de meio e a obrigação de
resultado?
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Carlos Roberto Gonçalves (2012, p. 193) afirma que “a
obrigação assumida pelos cirurgiões plásticos é, igualmente, como foi
dito, de resultado. Os pacientes, na maioria dos casos de cirurgia
plástica, não se encontram doentes, mas pretende, corrigir um
defeito, um problema estético.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Interessa-lhes, precipuamente, o resultado. Se o cliente fica com o
aspecto pior, após a cirurgia, não se alcançando o resultado que constituía
a própria razão de ser do contrato, cabe-lhe o direito à pretensão
indenizatória. Da cirurgia malsucedida surge a obrigação indenizatória
pelo resultado não alcançado.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O cirurgião plástico assume obrigação de resultado porque o seu
trabalho é, em geral, de natureza estética. No entanto, em alguns casos a
obrigação continua sendo de meio, como no atendimento a vítimas
deformadas ou queimadas em acidentes, ou no tratamento de varizes e de
lesões congênitas ou adquiridas, em que ressalta a natureza corretiva do
trabalho.
In Direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. 9. ed. São Paulo: Saraiva, v. 2.
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• Apesar de não prevista expressamente no CDC, a eximente de casofortuito possui força liberatória e exclui a responsabilidade do cirurgiãoplástico, pois rompe o nexo de causalidade entre o dano apontado pelopaciente e o serviço prestado pelo profissional. 4. Age com cautela econforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe aassinatura do paciente em termo de consentimento informado, demaneira a alertá-lo acerca de eventuais problemas que possam surgirdurante o pós-operatório. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGAPROVIMENTO. (REsp 1180815/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 26/08/2010)
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Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde on line 17 (2020.1)
Aula 17 – Parte 03/04
Módulo I – Responsabilidade Civil na Saúde
Responsabilidade Civil do Cirurgião Plástico
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Artigo 14, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor
O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
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§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.
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I – A obrigação nas cirurgias meramente estéticas é de resultado, comprometendo-se o
médico com o efeito embelezador prometido. II – Embora a obrigação seja de resultado,
a responsabilidade do cirurgião plástico permanece subjetiva, com inversão do ônus da
prova (responsabilidade com culpa presumida) (não é responsabilidade objetiva). III – O
caso fortuito e a força maior, apesar de não estarem expressamente previstos no CDC,
podem ser invocados como causas excludentes de responsabilidade. STJ. 4ª Turma.
REsp 985.888-SP, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012.
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A responsabilidade civil do cirurgião plástico é a aplicação de pena
indenizatória que obrigue o médico a reparar o dano moral e/ou patrimonial praticado
contra seu paciente em razão de ato médico praticado com imprudência, negligência
ou imperícia.
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA CULPA
1. Imprudência
2. Negligência
3. Imperícia
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IMPRUDÊNCIA
O cirurgião plástico pratica uma ação precipitada sem as cautelas de estilo.
Exemplo: o cirurgião plástico não aguarda o anestesista e resolve aplicar
anestesia geral no paciente.
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NEGLIGÊNCIA
O cirurgião plástico realiza uma determinada cirurgia sem observar as normas
técnicas.
Exemplo: Emprega uma técnica de lipoaspiração que ainda não foi reconhecida pela
classe médica.
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IMPERÍCIA
O cirurgião plástico não tem habilidade para praticar determinada cirurgia
estética.
Exemplo: quer fazer uma lipoaspiração no paciente, quando não conhece essa
técnica.
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO CIRURGIÃO PLÁSTICO
1. Existência de uma ação (comissiva ou omissiva).
2. Ocorrência de um dano moral ou patrimonial.
3. Nexo de causalidade entre o dano e a ação.
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Curso de Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde on line 17 (2020.1)
Aula 17 – Parte 04/04
Módulo I – Responsabilidade Civil na Saúde
Responsabilidade Civil do Cirurgião Plástico
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1. A importância do Consentimento Informado nas Cirurgias Plásticas.
2. Relação entre o contrato da prestação de serviço e a propaganda.
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O dano estético implica em uma modificação na aparência externa da pessoa
que abrange não só as áreas do corpo mais visíveis que têm como marca a
permanência, e causa uma espécie de enfeamento na vítima. (Profa. Maria Helena
Diniz)
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
• A cirurgia estética é uma obrigação de resultado, pois o contratado se
compromete a alcançar um resultado específico, que constitui o cerne da
própria obrigação, sem o que haverá a inexecução desta.
• O uso da técnica adequada na cirurgia estética não é suficiente para
isentar o médico da culpa pelo não cumprimento de sua obrigação.
Resp 1.395.254/SC
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• Dever de informação: “Os procedimentos cirúrgicos de fins meramente estéticos
caracterizam verdadeira obrigação de resultado, pois neles o cirurgião assume
verdadeiro compromisso pelo efeito embelezador.
• Age com cautela e conforme os ditames da boa-fé objetiva o médico que colhe a
assinatura do paciente em termo de consentimento informado, de maneira a alertá-lo
acerca de eventuais problemas que possam surgir durante o pós-operatório.
Resp 1.180.815/MG
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