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Tecnologia Industrial
Elaborado por: Mauricio Raposo de Souza e Ana Lucia Fonseca de Souza Ano: 2008
Comentário:
O material didático apresentado a seguir, não tem nenhum caráter mandatório, nem tampouco é uma recomendação ou indicação. Trata-se de uma coletânea de normas e informações bibliográficas destinada a auxiliar aqueles que desejam realizar avaliações
quantitativas de agentes de riscos ambientes, químicos e físicos, dentro de metodologias tecnicamente embasadas.
Revisões em: Janeiro/2007 Março/ 2007 Dezembro/2008 Junho/2009
Este material, pois, não poderá ser copiado em parte ou no todo sem a devida autorização de seu autor.
Tecnologia Industrial
I- Introdução ..................... 04
II- Resumo Histórico da Tecnologia Moderna ..................... 06
III- Globalização e Concentração ..................... 09
IV- O que é Tecnologia ..................... 14
V- Gestão Tecnológica ..................... 18
VI- Inovação Tecnológica ..................... 19 VII- A Segurança do Trabalho e as Tecnologias ..................... 21
Aplicáveis
VIII- Conclusão ..................... 23
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I – Introdução
A Revolução Industrial constituiu um marco significativo na história do mundo ocidental por ser considerado o ponto de partida de uma série de mudanças no cotidiano moderno. Os efeitos da substituição na manufatura (trabalho manual) pela
manufaturada (trabalho do homem manobrando aparelhos complicados) trouxeram uma carga hereditária ostensiva para a vida e sociedade. Deste ponto, surgiram
revoluções na demografia, na agricultura, no comércio, nos transportes e principalmente nos princípios empresariais de administração com relação à inovação da produtividade.
Passado todo o período que distancia a Revolução Industrial da Revolução Tecnológica
constata-se que ambas fizeram surgir fortes mudanças no panorama mundial. O papel das duas está centrado exatamente no divisor de águas e desta maneira no fator
promotor da divisão entre beneficiados e beneficiadores. Com o advento da máquina, a mão-de-obra manual passou a ser agilizada. A ausência de especialização na operação industrial desencadeou a estagnação e a pobreza para os operários e a fonte
de lucro para empresários. A queda na qualidade de vida tornou-se palpável de um lado e a riqueza de outro. Criou-se aí uma nova Era econômica uma disparidade
gritante entre os padrões de vida dos habitantes do século XX e os padrões predominantes nos países subdesenvolvidos, se deve essencialmente ao fato de que os primeiros se industrializaram e estes últimos não.
As características da nova organização e economia constituem uma imagem genitora
para a revolução Industrial como sendo intrinsecamente relacionada com a Revolução Industrial como sendo intrinsecamente relacionada com as revoluções a partir dela identificáveis.
Um Conceito para a Revolução industrial
Pode-se conceituar revolução Industrial como sendo o fenômeno de forte impacto social. Sabe-se que houve atividade industrial anteriormente embora “tosca”, mas é a
partir deste ponto específico da história que surge a substituição do trabalho do homem ela agilidade da máquina. O homem passa a assumir um papel de agente de
direção, de manobra de aparelhos mais ou menos complicados. Assiste-se, pois, à passagem da manufatura para a maquinofatura. Estaria aí os princípios básicos da chamada Revolução Industrial, que pode ser identificada pela produção em série, em
grande quantidade, para um consumidor não conhecido.
Enquanto as produções anteriores objetivam um mercado certo, determinado, a partir da produção em maior escala (Revolução Industrial), a produção é feita para um mercado anônimo. Enquanto antes o artigo era feito por um artesão (uma pessoa),
após a Revolução Industrial a produção é feita pela máquina ou várias pessoas, que dividem a tarefa de forma tal que, o trabalho toma afeições mais racionais e rentáveis.
O poder produtivo da máquina, evidentemente, supera a força do trabalho humano.
Uma gama de alterações permeia a vida em sociedade a partir de então, modifica-se: modo de produção – com proveito para o agente produtivo; a quantidade, a qualidade
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e a quantidade do artigo a ser posto no comércio; o lucro do capitalista, que acumula bens e os inverte nos grandes estabelecimentos assiste a multiplicação de seus
recursos; a fábrica agrupa centenas de trabalhadores e faz desaparecer a produção domiciliar; o empresário assume o papel de proprietário de máquinas e materiais e o artesão ou operário apenas o vendedor de sua força produtiva; o proprietário poderá
ter lucro ou prejuízo e o operário terá única e exclusivamente seu salário; o diferencial entre lucro, salários, custos significará o ganho do investidor.
Se o sistema capitalista teve antecedentes é sem dúvida no século XVIII que se corporifica “O que é recente não são as máquinas, mas, o novo está no
maquinismo”.
As semelhanças existentes entre Revolução Industrial e a Revolução Tecnológica.
As mais evidentes semelhanças que aproximam as chamadas “Era Industrial” e a “Era Informacional”, residem no fato de que ambas corporificam a base de um sistema e
exercem um impacto inimaginável sobre a organização e a estrutura da sociedade. A questão econômica e a formalização e fortalecimento do Capitalismo são outros
fatores que unem os conceitos da Revolução Industrial, enquanto marco histórico responsável por uma série de transformações já mencionadas e o conceito de
Revolução Tecnológica, entendida aqui, como sendo uma “Era” em que capital de giro está centralizado na informação e a sua aplicabilidade.
Então, a mecânica da economia social na mudança do milênio, isto é, o que move as engrenagens da máquina administrativa está na oferta da maior qualidade e agilidade
de serviços. A informatização tem um papel fundamental neste contexto. “A passagem, na mudança de milênio da era industrial para informal, da chamada globalização para a informatização tem um impacto jamais imaginado sobre a
mentalidade dos indivíduos nela inseridos”.
O avanço contínuo apresentado pela Revolução tecnológica mostra, que a característica do saber e da informação (presentes nas revoluções anteriores) não é
origem de tantas mudanças. O que importa na nova revolução também chamada de “Era Digital” é a aplicação dos novos saberes, competências e tecnologias em redes globais fato que, realimenta permanentemente novas formações associadas ao
mercado e ao poder econômico-político.
A estrutura de emprego se diferencia e flexibiliza, o desemprego se reduz e os salários crescem, a sociedade como um todo se enriquece.
As duas revoluções sistematizaram uma estrutura de sociedade com fluxos e trocas de informação que reorganizaram a produção e o consumo da economia no mundo
interligado pela Tecnologia. A teoria de que a Revolução tecnológica trouxe várias mudanças, sobretudo no
paradigma educacional, econômico, político e social é verdadeira, mas podemos afirmar que:
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“Saber é poder” e o mais importante disso tudo, é o homem saber usar
inteligentemente e humanamente, pois, não se deseja a desumanização do homem pela máquina. Trata-se de reconhecer a soberania da inteligência humana e dela tirar
o proveito para o bem da própria humanidade. II - Resumo Histórico da Tecnologia Moderna.
1705 – Primeiro motor a vapor (Thomas Newcomen)
1768 – Nicholas Joseph Cugnot constrói um vagão a vapor.
1769 – James Watt aprimora o motor a vapor de Newcomen.
1774 – A primeira calculadora de massa (Phillipe Matthäus Han)
1775 – Primeiro submarino (David Bushnell)
1780 – Invenção da copiadora (James Watt)
1785 – O tear mecânico é inventado (Edmund Cartwright)
1793 – Telégrafo (Claude Chappe)
1800 – Primeira bateria (Alessandro Volta)
1804 – Primeira locomotiva a vapor (Richard Trevithick)
1810 – Impressão (Frederick Koenig)
1821 – Motor Elétrico (Michael Faraday)
1825 – Primeira linha de Estrada de ferro na Inglaterra.
1827 – Primeira turbina de água e patente para a primeira hélice de navio (Josef
Ressel)
1854 – Invenção da lâmpada de luz incadescente (Heinrich Goebel)
1859 – O motor a gás é desenvolvido (Etienne Lenoir)
1861 – Primeiro telefone (Johann Philipp Reis)
1875 – Invenção da geladeira (Carl von Linde)
1876 – Aplicação de patente para o telefone (Alexander Graham Bell) - Motor de
quatro-tempos (Nicolaus August Otto)
1877 – Invenção do fonógrafo (Thomas Alva Edison)
1879 – Primeira locomotiva elétrica (Werner von Siemens)
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1881 – Fornecimento de energia com alta freqüência de corrente alternada (George Westinghouse)
1883 – Desenvolvimento da turbina a vapor (Carl de Laval)
1886 – Primeiro automóvel (Karl Benz)
1895 – Descoberta de Raios-X (Wilhelm Conrad Röntgen) - Invenção do cinematógrafo
(Auguste e Louis Jean Lumière)
1896 – Descoberta da radioatividade (Antoine Henri Becquerel)
1897 – Invenção do tubo de raio de catódio (Karl Ferdinand Braun) - Diesel constrói o motor Diesel.
1903 – Primeiro vôo motorizado (Orville and Wilbur Wright)
1913 – Linha de montagem para a fabricação de carro (Henry Ford)
1930 – Primeira turbina a gás para aviões.
1931 – Primeiro microscópio de elétron (Ernst Ruska)
1938 – O átomo de urânio é separado (Otto Hahn and Fritz Straßmann)
1941 – "Z3", o primeiro computador em funcionamento (Konrad Zuse)
1948 – Transistor (William B. Shockley, John Bardeen e Walter Brattain)
1954 – Primeira estação de energia nuclear em Obninsk perto de Moscou.
1955 – Fibra Óptica (Narinder Singh Kapany, London)
1957 – O primeiro satélite é lançado, o "Sputnik 1" (USSR)
1961 – Primeiro humano no espaço e primeira órbita da Terra (Yuri Gagarin, União Soviética)
1964 – Circuito integrado (Jack Kilby para Texas Instruments)
1969 – Primeira aterrissagem do homem na lua ("Apollo 11", EUA)
1970 – Desenvolvimento do microprocessador (Intel) - Primeira calculadora de bolso.
1977 – Apple II, o primeiro computador completo.
1979 – Compact Disc (CD) para armazenar audio digitalmente (Sony & Philips)
1981 – Primeiro computador pessoal da IBM.
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1992 – Primeiro livro em CD-ROM (a Bíblia)
1993 – Invenção da Internet.
História da tecnologia
A história da tecnologia é quase tão antiga quanto a história da humanidade, e se
segue desde quando os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e de proteção. A história da tecnologia tem, conseqüentemente, embutida a cronologia do uso dos recursos naturais, porque, para serem criadas, todas as ferramentas
necessitaram, antes de qualquer coisa, do uso de um recurso natural adequado. A história da tecnologia segue uma progressão das ferramentas simples e das fontes de
energia simples às ferramentas complexas e das fontes de energia complexas, como segue:
As tecnologias mais antigas converteram recursos naturais em ferramentas simples.
Os processos mais antigos, tais como arte rupestre e a raspagem das pedras, e as ferramentas mais antigas, tais como a pedra lascada e a roda, são meios simples para a conversão de materiais brutos e "crus" em produtos úteis. Os antropólogos
descobriram muitas casas e ferramentas humanas feitas diretamente a partir dos recursos naturais.
A descoberta e o conseqüente uso do fogo foi um ponto chave na evolução tecnológica
do homem, permitindo um melhor aproveitamento dos alimentos e o aproveitamento dos recursos naturais que necessitam do calor para serem úteis. A madeira e o carvão de lenha estão entre os primeiros materiais usados como combustível. A madeira, a
argila e a rocha (tal como a pedra calcária) estavam entre os materiais mais adiantados a serem tratados pelo fogo, para fazer as armas, cerâmica, tijolos e
cimento, entre outros materiais. As melhorias continuaram com a fornalha, que permitiu a habilidade de derreter e forjar o metal (tal como o cobre, 8000 aC.), e eventualmente a descoberta das ligas, tais como o bronze (4000 a.C.). Os primeiros
usos do ferro e do aço datam de 1400 a.C..
Avião de caça F-16 Falcon
As ferramentas mais sofisticadas incluem desde máquinas simples como a alavanca (300 a.C.), o parafuso (400 a.C.) e a polia, até a maquinaria complexa como o
computador, os dispositivos de telecomunicações, o motor elétrico, o motor a jato, entre muitos outros. As ferramentas e máquinas aumentam em complexidade na mesma proporção em que o conhecimento científico se expande.
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A maior parte das novidades tecnológicas costumam ser primeiramente empregadas na engenharia, na medicina, na informática e no ramo militar. Com isso, o público doméstico acaba sendo o último a se beneficiar da alta tecnologia, já que ferramentas
complexas requerem uma manufatura complexa, aumentando drasticamente o preço final do produto.
A energia pode ser obtida do vento, da água, dos hidrocarbonetos e da fusão nuclear.
A água fornece a energia com o processo da geração denominado hidroenergia. O vento fornece a energia a partir das correntes do vento, usando moinhos de vento. Há
três fontes principais dos hidrocarbonetos, ao lado da madeira e de seu carvão, gás natural e petróleo. O carvão e o gás natural são usados quase exclusivamente como uma fonte de energia. O coque é usado na manufatura dos metais, particularmente de
aço. O petróleo é amplamente usado como fonte de energia (gasolina e diesel) e é também um recurso natural usado na fabricação de plásticos e outros materiais
sintéticos. Alguns dos mais recentes avanços no ramo da geração de energia incluem a habilidade de usar a energia nuclear, derivada dos combustíveis tais como o urânio, e a habilidade de usar o hidrogênio como fonte de energia limpa e barata.
Nos tempos atuais, os denominados sistemas digitais tem ganhado cada vez mais
espaço entre as inovações tecnológicas. Grande parte dos instrumentos tecnológicos de hoje envolvem sistemas digitais, principalmente no caso dos computadores.
III – Globalização e Concentração
A capacidade de difundir informações de modo barato e quase instantâneo pelo mundo não parece estar levando somente a uma melhor distribuição da competência
científica, mas também à sua crescente concentração. O fenômeno é semelhante ao que ocorre quando novas estradas ligam cidades modernas e centrais a áreas e
regiões periféricas. A tecnologia da moderna comunicação, contudo, também está estimulando uma
tendência oposta. Os computadores pessoais tornaram a edição em pequena escala uma atividade simples e acessível, a televisão por satélite e cabo ameaça ambas as
extremidades do monopólio das redes nacionais de TV e os baixos custos da comunicação permitem fluxos simultâneos em todas as direções.
O modo pelo qual essa transformação está afetando a ciência e a tecnologia ainda não
foi suficientemente explorado, mas também aqui devem ocorrer paradoxos. (Um
paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a
uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do
que alguém pensa ser a verdade").
Os complexos produtos da moderna tecnologia se apresentam de forma cada vez mais
simples não só para o comprador final de bens de consumo (tudo funciona com o aperto de um botão), mas, em muitos casos, também para o trabalhador da linha de
montagem. Há duas interpretações opostas dessa tendência. Uma é a teoria do deskill, ou da desqualificação do trabalho: ela afirma que, na medida em que a intensidade de conhecimento aumenta, o trabalhador se desqualifica, já que o
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conhecimento fica “corporificado” nos equipamentos e apropriado por um grupo restrito de trabalhadores especializados. A evidência disso seria o crescimento da
utilização de trabalhadores disciplinados e baratos nas linhas de montagem de países menos desenvolvidos, para a produção de produtos eletrônicos e bens de consumo de alta tecnologia.
A interpretação oposta sustenta que a desqualificação foi uma característica da
revolução industrial das primeiras décadas deste século, caracterizada pelo trabalho repetitivo nas linhas de montagem. Hoje, no entanto, a produção industrial requereria pessoas melhor instruídas e treinadas, aptas a compreender e a desempenhar seu
trabalho de maneira integral e não segmentada.
Nesta interpretação estaríamos vivendo uma nova revolução industrial que tenderia a recuperar, em um outro nível, a tradição de competência artesanal que foi perdida com as linhas de montagem. O trabalhador moderno deveria ter, sobretudo,
habilidades genéricas. A automação tenderia, não a aumentar o uso do trabalhador desqualificado, mas a eliminá-lo totalmente, concentrando a produção e a riqueza,
naquelas sociedades capazes de incorporar trabalho qualificado em todos os níveis do processo.
As tecnologias modernas podem tanto desqualificar o trabalhador (a automação bancária, por exemplo, que banaliza os trabalhos dos caixas de banco), como se
apoiar na dedicação, diligência e competência dos trabalhadores em utilizar instrumentos e procedimentos complexos, por exemplo, as modernas indústrias automobilísticas. Tudo depende , em grande parte, da existência de uma população
educada e capaz de se incorporar ao processo produtivo em determinada região ao país, que tenderá a concentrar os processos produtivos mais complexos e intensivos
de trabalho qualificado. A conseqüência é uma divisão de trabalho que já está acontecendo entre as nações e regiões com alta tecnologia e o resto do mundo, com as tarefas mais complexas mais rendosas, reservadas para os primeiros e as tarefas
rotineiras e mais baratas cabendo aos segundos. A automação, contudo, reduz a necessidade do trabalho disciplinado e não qualificado, deixando as regiões de baixa
tecnologia como meros consumidores – mas sem a renda para pagar pelos produtos.
A moderna ciência e tecnologia são compatíveis tanto com uma população qualificada por um sistema educacional que proporciona as habilidades gerais necessárias para a manipulação dos serviços e equipamentos modernos e o uso complexo e sofisticado de
seus produtos.
Existem duas constatações presentes na literatura brasileira recente sobre a questão da inovação, que se constituem em importantes desafios para os pesquisadores e gestores da área de Planejamento e Gestão de Ciência e Tecnologia (PGCT). A
primeira é a da escassa capacitação tecnológica, ou baixa propensão a inovar, das empresas nacionais; a segunda, cuja implicação para o equacionamento da primeira é
evidente, é a da ineficácia das políticas até agora adotadas no País para estimular a inovação nas empresas. Para contornar a segunda e reverter à primeira é necessário, porém, avançar no que
se entende como debate entre ofertas e demandas tecnológicas. Entende-se a oferta tecnológica como sendo oriunda das atividades de pesquisa científicas e tecnológicas e
a demanda, resultado das necessidades das atividades econômicas.
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A relação entre ambas envolve uma sintonia entre o que se busca em termos de soluções (demandas) e os que se tem em termos de potencial (oferta). Esta situação,
porém, vem apresentado-se truncada nos últimos 30 anos de políticas de C&T (Ciência e Tecnologia) no Brasil. O esquema ofertista linear, copiado dos países desenvolvidos, nunca pôde ser
totalmente adotado na realidade brasileira, causando disfunções sistêmicas fundamentais.
Se a oferta parece pesquisar tópicos de desinteresse da demanda, a demanda parece não sinalizar suas necessidades para a oferta. A fim de elevar este grau de interação é
necessário, portanto, conhecer as demandas tecnológicas existentes. É a partir disto que poderão ser reorientadas políticas e linhas de pesquisa, bem como ser levantadas
oportunidades de inovação.
Conceitos e Relações
Para entender, de forma precisa, o caso específico nacional e o padrão de informação que se deve buscar para identificar demandas é importante recuperar o paralelo entre o modelo ofertista linear dos países avançados, contraposto ao adotado de modo
parcial no caso brasileiro. A Figura 1, abaixo, apresenta com todas as deficiências inerentes a uma representação gráfica, os conceitos e relações desenvolvidas na seção
anterior.
Figura 1- Modelo ofertistas linear nos países avançados.
A grande diferença parece estar, justamente, na ausência de um reconhecimento formal da demanda tecnológica como meio de validar a oferta existente, ou seja, de estabelecer um legítimo processo de inovação. Enquanto nos países avançados a
oferta tecnológica deverá ser interpretada pela atividade de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) das empresas, as quais irão adaptar as tecnologias disponíveis
segundo suas necessidades produtivas.
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No Brasil, a oferta parece ser a única alternativa para a inovação. Como visto na seção
anterior, a falta de "interpretação" interna, reforçava a falta de sintonia entre atividade econômica e atividade de ciência e tecnologia inviabiliza a inovação a partir da relação
entre oferta e demanda tecnológica.
Figura 2 – Modelo ofertista linear no Brasil.
Isto, porém, não retira das empresas sua capacidade de inovar. Esta pode não se apresentar na forma de atividade formal de P&D ou engenharia, mas certamente terá resultados positivos a partir do processo de resolução de problemas.
Considerando que as operações produtivas realizadas no âmbito de uma empresa subentendem a existência de uma rotina eficiente, é nos momentos em que existe um
afastamento desta rotina que ocorrem problemas. A existência destes problemas implicam nas demandas tecnológicas.
Se a rotina é a tecnologia em uso, o problema é tudo aquilo que impede o funcionamento adequado, rotineiro, de uma tecnologia e a demanda traduz a
necessidade de mudança (solução e inovação) a ser realizada para recolocar esta tecnologia em uma nova rotina eficiente. Estes três conceitos se interrelacionam como
mostra a figura 2 abaixo.
Figura 3 – Relação “Tecnologia – Problema – Demanda Tecnológica
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Esta figura mostra que, para se identificar demandas tecnológicas, não basta conhecer
a tecnologia em si. É necessário conhecer os problemas que estão envolvidos com o uso presente da tecnologia em questão.
Essas demandas podem ser supridas internamente à empresa, constituindo-se em soluções oriundas de projetos próprios de P&D e engenharia, ou então, supridas por
agentes externos. Neste caso, trata-se de resultados de pesquisas realizadas em institutos de pesquisa, universidades, outras empresas, etc., cujo resultado é, posteriormente, aplicado à produção. De qualquer forma, o ataque aos problemas terá
que ser concebido pela empresa.
Como anteriormente analisado, um desafio recorrente da política nacional de C&T tem sido o fato de que a estrutura interna das empresas brasileiras para resolver os problemas produtivos é deficiente. E que, dado que os problemas existem, eles que
terão que ser transformados em demandas capazes de ter, na oferta tecnológica das instituições, uma fonte mais eficiente de soluções. Neste sentido, a relação pesquisa-
produção ganha o esquema posposto da Figura-3, abaixo.
Figura 4 - Relação Pesquisa-Produção
O acima indicado permite entender que é preciso tomar conhecimento do espectro
viável de ação (ou espaço de governabilidade) das empresas (espaço total, parcial ou nulo) com relação às suas demandas, isto é, quais dos seus problemas e suas
respectivas soluções, bem como o tempo de solução (curto, médio ou longo prazo), a empresa pode lidar. É a partir disto que se poderá saber o que deverá ser objeto, por exemplo, de políticas
públicas em C&T ou de projetos empresariais de inovação.
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IV – O que é Tecnologia?
Tecnologia (do grego ôå÷íç — "ofício" e ëïãéá — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais
criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto, a tecnologia pode ser:
As ferramentas e as máquinas que ajudam a resolver problemas;
As técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas, e processos usados para resolver problemas ou ao menos facilitar a solução dos mesmos;
Um método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de
manufatura, a tecnologia de infra-estrutura ou a tecnologia espacial); A aplicação de recursos para a resolução de problemas;
O termo tecnologia também pode ser usado para descrever o nível de conhecimento científico, matemático e técnico de uma determinada cultura;
Na economia, a tecnologia é o estado atual de nosso conhecimento de como
combinar recursos para produzir produtos desejados (e nosso conhecimento do que pode ser produzido).
A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. Sendo
um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais
complexos já criados pelo ser humano, tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da água do mar. Freqüentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição
e outras muitas questões ecológicas, filosóficas e sociológicas.
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Ciência e tecnologia
A ciência e a tecnologia sempre estiveram muito próximas uma da outra. Geralmente, a ciência é o estudo da natureza rigorosamente de acordo com o método científico. A
tecnologia, por sua vez, é a aplicação de tal conhecimento científico para conseguir um resultado prático. Como exemplo, a ciência pôde estudar o fluxo dos elétrons em uma
corrente elétrica. Este conhecimento foi e continua sendo usado para a fabricação de produtos eletrônicos, tais como semicondutores, computadores e outros produtos de alta tecnologia. Esta relação próxima entre ciência e tecnologia contribui
decisivamente para a crescente especialização dos ramos científicos. Por exemplo, a física se dividiu em diversos outros ramos menores como a acústica e a mecânica, e
estes ramos por sua vez sofreram sucessivas divisões. O resultado é o surgimento de ramos científicos bem específicos e especialmente destinados ao aperfeiçoamento da
Tecnologia e economia
Robôs industriais em uma montadora de carros.
Existe um equilíbrio muito ténue entre as vantagens e as desvantagens que o avanço da tecnologia traz para a sociedade. A principal vantagem é refletida na produção
industrial: a tecnologia torna a produção mais rápida e maior e, sendo assim, o resultado final é um produto mais barato e com maior qualidade.
As desvantagens que a tecnologia traz são de tal forma preocupantes que quase superam as vantagens, uma delas é a poluição que, se não for controlada a tempo,
evolui para um quadro irreversível.
Outra desvantagem é quanto ao desemprego gerado pelo uso intensivo das máquinas na indústria, na agricultura e no comércio. A este tipo de desemprego, no qual o
trabalho do homem é substituído pelo trabalho das máquinas, denominamos desemprego estrutural. Um dos países que mais sofrem com este problema é o Japão,
sendo que um dos principais motivos para o crescimento da economia deste país ter freado a partir da década de 90 foi, justamente, o desemprego estrutural.
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tecnologia, de acordo com este quesito podemos citar a aerodinâmica, a geotecnia, a
hidrodinâmica, a petrologia e a terramecânica.
Lista de
Tecnologias
Tecnologias clássicas
Agricultura
Astronomia Roupa
Fogo Medicina Mineração
Parafuso Roda
Transportes Escrita
Tecnologias avançadas
Hidráulica pneumática Genética
Biotecnologia Armazenamento de
energia Purificação de água
Instrumentação Metalurgia Microondas
Microtecnologia Microfluidos
Engenharia molecular
Nanotecnologia
Reator nuclear Energia nuclear
Fusão nuclear Raios X Armas nucleares
Armas químicas Armas biológicas
Tecnologias de comunicação
Satélite
artificial Fotografia Vídeo
Reprodução de música
Gravação digital
Tecnologia de
áudio e som
Tecnologia elétrica fundamental
Eletricidade
Resistor Indutor Energia elétrica
Capacitor Geração de
eletricidade Transmissão de
energia elétrica
Distribuição da eletricidade
Controle de energia
Motor elétrico
Tecnologia de informação
Semicondutor Tubo de vácuo
Eletrônica Transistor Circuitos
integrados Informática
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Singularidade Tecnológica
Singularidade tecnológica é a denominação dada a um evento histórico previsto para o futuro no qual a humanidade atravessará um estágio de colossal avanço tecnológico em um curtíssimo espaço de tempo.
Fundamentos teóricos
Baseando-se em avanços nas áreas da informática, inteligência artificial, medicina, astronomia, nanotecnologia, genética e biotecnologia, muitos estudiosos acreditam que nas próximas décadas a humanidade irá atravessar a singularidade tecnológica e é
impossível prever o que acontecerá depois deste período.
A aceleração do progresso científico e tecnológico tornou-se, nos últimos 300 anos, a característica mais marcante da história da humanidade. Desde o surgimento da
ciência com Galileu Galilei, Isaac Newton e Leibnitz profundas mudanças políticas e econômicas ocorreram em todos os países. Tais mudanças se fazem mais notáveis nos últimos 30 anos com a explosão da era digital e do capitalismo financeiro.
Ainda não existe consenso sobre quais seriam os agentes responsáveis pela singularidade tecnológica, alguns acreditam que ela decorrerá naturalmente, como conseqüência dos acelerados avanços científicos, outros acreditam que o surgimento
iminente de supercomputadores dotados da chamada superinteligência será a base de tais avanços - argumenta-se em favor disso que somente com uma inteligência
superior a humana poderíamos ter avanços científicos e tecnológicos tão rápidos e importantes. Há também quem acredite na integração homem-computador para o surgimento da superinteligência, mas a tecnologia necessária para tal pode estar mais
distante de ser alcançada do que a inteligência artificial.
Vários cientistas, entre eles Vernor Vinge e Raymond Kurzweil, e também alguns filósofos afirmam que a singularidade tecnológica é um evento histórico de importância
semelhante ao aparecimento da inteligência humana na Terra. Outros, mais levianos, afirmam que a singularidade tecnológica é para o século XXI o que a revolução industrial foi para o século XVIII ou simplesmente que a singularidade tecnológica é na
verdade a quarta revolução industrial.
Estimativas
Quadro representativo sobre as previsões de Gordon Moore em relação ao aumento do
poder de processamento dos computadores.
Para fazer uma estimativa precisa de quando exatamente a inteligência artificial conseguirá alcançar níveis superiores a inteligência humana muitos índices tem sido
usados e comparados. A lei de Moore, em vigor há mais de 30 anos, segundo a qual a cada 18 meses a capacidade de processamento dos computadores dobra, enquanto os custos permanecem constantes, é extensamente usada como modelo nos estudos
sobre singularidade tecnológica.
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No modelo de singularidade tecnológica como conseqüência natural do acelerado progresso técnico-científico vários outros índices também tem sido utilizados, dentre eles podemos destacar o número crescente de publicações científicas anuais, o número
crescente de patentes registradas e a crescente concorrência econômica e industrial internacional.
A maior parte daqueles que pesquisam ou discutem a singularidade tecnológica
acreditam que esta possa decorrer entre os anos de 2025 e 2070, embora seja perfeitamente possível que esta demore mais a ocorrer ou, simplesmente, não ocorra.
Perigos potenciais
Existe atualmente uma complexa discussão sobre os perigos que a singularidade
tecnológica poderá trazer à humanidade.
Segundo muito estudiosos, um intelecto artificial muito superior aos melhores cérebros humanos em praticamente todas as áreas, incluindo criatividade científica, sabedoria
geral e habilidade social, não teria porquê estar submisso a nós. De acordo com esta linha de raciocíonio, Vernor Vinge aposta na rebelação das máquinas inteligentes contra os homens, o que poderia resultar em um extermínio total ou na escravização
da raça humana após uma guerra de grandes proporções, muitas vezes apontada como uma possível Terceira Guerra Mundial. Ao lado de Vernor Vinge, temos também
Bill Joy, fundador da Sun Microsystems, que publicou no ano 2000 o, atualmente famoso, artigo "Por que o futuro não precisa de nós?", onde defende a idéia de que as máquinas inteligentes e auto-replicantes são perigosas demais e poderão facilmente
fugir do nosso controle.
Tradicionalmente argumenta-se que os homens jamais iriam entregar o poder às máquinas ou dar-lhes a capacidade de tomá-lo de nós, mas as coisas podem se
suceder de forma diferente, já que o grau de dependência do homem aumentará paulatinamente até chegar a um ponto em que não restem alternativas senão a de aceitar as decisões tomadas pelas máquinas. Na mesma proporção em que os
problemas da sociedade se tornarem mais complexos e as máquinas mais inteligentes, cada vez mais decisões serão tomadas por elas simplesmente por serem mais eficazes
que as tomadas pelos humanos. Isso pode levar a um estágio em que a nossa dependência em relação às máquinas transforme-se no domínio pacífico das mesmas sobre nós, o que não descarta a possibilidade de um domínio agressivo.
V – Gestão Tecnológica
O termo “gestão da tecnologia” teve origem na segunda metade da década de 1980
nos Estados Unidos da América - EUA, envolvendo governo, empresas e universidades, visando o desenvolvimento, estudo e pesquisas de todos os aspectos correlacionados às tecnologias de produto e processo das organizações, dentro da abordagem da
teoria organizacional das empresas.
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Dentro da gestão da tecnologia podemos incorporar os conceitos de microtecnologia de produtos e processos, de acordo com a Figura 05.
Além do desdobramento da microtecnologia em tecnologia principal e tecnologias complementares, serão considerados aspectos estratégicos e operacionais
relacionados às tecnologias, desenvolvimento de produtos e processos, bem como sua inserção no planejamento estratégico da empresa indicam que “a questão crucial se concentra nas vantagens e desvantagens do desenvolvimento ou compra de tecnologia
Figura 5 - Microtecnologia: Conjunto de Tecnologias de Um Produto ou Processo
VI - Inovação Tecnológica e Produção de Conhecimento nas Grandes Empresas
A inovação e o conhecimento são, hoje, os principais fatores que determinam a competitividade de setores, países e empresas. A capacitação das empresas na
produção e no uso do conhecimento é fundamental na corrida para a competitividade. As etapas de invenção e inovação são interativas, e isso é percebido pelo crescente
aumento das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas instituições responsáveis pela comercialização das inovações: as empresas. Ciência e tecnologia (C&T) não são independentes e têm envolvimento sinérgico.
Deve-se entender que inovação não é algo que ocorra apenas em países avançados, em indústrias de alta tecnologia.
O processo inovativo ocorre quando a empresa domina e implementa o design e a produção de bens e serviços que sejam novos para ela, independente do fato de
serem novos ou não para os seus concorrentes. Dessa forma, pode se avaliar o esse processo não apenas em gastos de P&D, mas na contribuição dada por produtos novos
às vendas, nos diferentes setores industriais.
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Observa-se que os setores que concentram maior esforço tecnológico, ou sejam, empregam maior número empregados nas atividades de P&D são os setores de computadores, materiais eletrônicos e telecomunicações e transportes (aviação e
ferroviária). Mais de vinte setores empregam menos que 3% dos seus empregados para atividades de pesquisas. Esses setores incluem, por exemplo, indústria química e
farmacêutica (cuja maior parte das atividades de P&D é feita na matriz), têxtil, alimentício, veículos automotivos, etc.
Ironicamente, os setores que agregam maior volume de cientistas e engenheiros são chamados setores não baseados na ciência, tais como refinamento de óleo, metais
básicos, produtos plásticos e de borracha, produtos minerais não metálicos e polpa e papel. Também o setor químico é assim considerado, porque a maioria da atividade de
P&D é em petroquímica básica e intermediária.
Observa-se que as indústrias que têm maior atividade em P&D são aquelas controladas total ou parcialmente por capital estrangeiro. As empresas controladas
totalmente por capital nacional em geral acreditam que a inovação se dá adquirindo tecnologia, não produzindo conhecimento ou desenvolvendo processos inovativos. Assim, o grupo que apresenta melhor performance inovativa é o grupo das
transnacionais. O tamanho das empresas também influencia no desempenho tecnológico. As maiores empresas são as que mais investem em P&D e a reconhecem
como fonte de inovação. Entretanto, a maior parte das atividades de P&D se resumem aos processos de adaptação dos produtos e processos para o mercado nacional.
Além disso, no Brasil são realizadas também as adaptações para os outros mercados sul americanos e, possivelmente, esse fator que explica a maior intensidade e
atividade tecnológica observada nas grandes transnacionais. As empresas nacionais ainda não reconhecem as atividades de P&D e o processo inovativo como essenciais
para que se tornem competitivas.
É importante considerar os fatores de competitividade das empresas transnacionais: um deles é o acesso a capital de investimento por menor custo (se comparados pelos
preços pagos pelas firmas locais) e seu maior tamanho.
O aspecto mais relevante é o acesso aos vários tipos de conhecimento e transferência de tecnologia das matrizes, o que facilita a aceleração da renovação de produtos e processos. A situação geral é que os processos e produtos tecnologicamente novos são
originados nos países industrializados, onde as empresas mantêm seus maiores centros de P&D.
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VII – A Segurança do Trabalho e as Tecnologias Aplicáveis
Visando estabelecer padrões de qualidade através da implantação e implementação de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional e Proteção do Meio
Ambiente, os profissionais especializados visam conhecer as tecnologias aplicáveis aos mais diversos ramos de atividades, de forma a assegurar para as empresas resultados
cada vez mais lucrativos e garantindo a redução dos custos decorentes dos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
Dentre as inúmeras ações voltadas à Segurança e Saúde do Trabalhador e Proteção do Meio Ambiente podemos destacar aquelas onde a Tecnologia quando aplicada
adequadamente oferecem resultados altamente significativos:
Proteção Coletiva do Trabalhador – sistemas e equipamentos de proteção
coletiva que garantam ao trabalhador a manutenção das condições ambientais e de trabalho seguro.
Proteção Individual do Trabalhador – equipamentos de proteção individual que assegure a proteção da saúde do trabalhador e sua integridade física.
Análise e Controle do Ambiente Laboral – sistemas e equipamentos de
medição e amostragem das condições ambientais de trabalho. Proteção do Meio Ambiente – sistemas e equipamentos de controle das
emissões aéreas e efluentes industriais. Proteção de Máquinas e Equipamentos – sistemas de segurança de operação,
travamento e isolamento de máquinas e equipamentos.
Treinamento e Conscientização – equipamentos e sistemas de comunicação e ao audiovisual.
Controle e Registro de Dados – sistema de controle e registro dos resultados obtidos e de consulta eletrônica da Legislação pertinente.
Ao estabelecer as tecnologias a serem aplicadas para o cumprimento aos padrões de Segurança e Saúde do trabalhador e Proteção do Meio Ambiente, os profissionais
especializados devem assegurar que estas atendam aos critérios legais exigidos e faça parte da estratégia de negócio da empresa, no campo da sustentabilidade e da
responsabilidade social.
A tecnologia aplicada às atividades desenvolvidas pelos trabalhadores devem ser entendidas como a busca para identificar a solução que atenda requisitos
técnicos, de custo e de prazo, para superar um problema, seguindo uma metodologia de cinco etapas:
1. Caracterização do problema e suas conseqüências;
2. Identificação de soluções convencionais; 3. Identificação de soluções não-convencionais; 4. Análise técnica, de custos e prazo para cada alternativa;
5. Seleção e consolidação da proposta mais eficiente.
Avaliação do Desempenho Ambiental de Processos Produtivos
Atividades industriais, sob todas as suas formas, possuem uma forte interface com o ambiente que as circundam.
Os avanços do conhecimento humano sobre a importância da preservação do meio
ambiente levaram a melhorias significativas das legislações que tratam sobre o tema, bem como a um aumento do nível de exigência da sociedade quanto ao
comportamento ambiental das empresas. Por este motivo, é de vital importância a observação de um comportamento ambiental correto, evitando problemas com órgãos de controle ambiental e comunidades vizinhas às empresas.
Um dos trabalhos que devem ser realizados pelos profissionais de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde Ocupacional e que envolve uma tecnologia de alto nível de responsabilidade e eficácia é a Avaliação do Desempenho Ambiental de Processos
Produtivos, que visa, através de técnicas específicas, identificar a interface ambiental das atividades de uma empresa, observando:
- fontes de emissões atmosféricas, e sua correspondência aos requisitos legais
vigentes;
- fontes de emissões de particulados;
- fontes de geração de efluentes;
- fontes de geração de resíduos;
- fontes de geração de resíduos sólidos;
- fontes de consumo de recursos naturais (água, energia, papéis, etc);
- avaliação de passivos ambientais gerados pelas interfaces (solos e águas subterrâneas).
Uma vez identificadas e classificadas estas interfaces, as Tecnologias disponíveis
devem ser aplicadas de forma a apresentarem soluções visando à redução e/ou eliminação destas interfaces, de modo a promover uma melhoria no desempenho
ambiental da empresa.
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VIII- Conclusão De fato, a capacidade inventiva ou criadora da tecnologia, nos diversos países, é
função direta do seu nível de desenvolvimento sócio-cultural-econômico. Nem poderia ser de outro modo, pois, para se atingir a inovação, é pressuposto um quadro de
conhecimentos bastante amplo e aprofundado. A tecnologia digital tornou possível a comunicação instantânea entre os mais diversos
pontos do planeta, com impactos econômicos, sociais e culturais. Tornou imprescindível a integração do Brasil às tecnologias da informação e da comunicação,
sem as quais o desenvolvimento da nação não se tornará possível. Na era da Revolução Tecnológica, as ferramentas para o aumento da competitividade
da indústria nacional fundam-se necessariamente em investimentos em P&D e em uma política consistente de abertura de novos mercados, ao se agregar valor
tecnológico às atividades e aos produtos.
Desenvolvimento de Projetos Especiais
Os profissionais em Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional deverão
participar dos grupos de desenvolvimento de projetos especiais visando soluções para problemas não-freqüentes: conceitos técnicos seguros e econômicos, e prazos compatíveis com as necessidades da empresa no que se refere à estratégia de
negócios, principalmente quando se requer velocidade de resposta na interação entre os diferentes estágios que levam à concretização de um equipamento ou
processo.
Serviços de desenvolvimento tecnológico:
- Avaliação de processos industriais, a partir da conceituação técnica, visando assegurar um controle eficaz sobre todas as suas etapas;
- Desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para a solução de problemas
específicos apresentados pelo processo;
- Desenvolvimento de soluções alternativas para processos e produtos já existentes, visando maior eficácia sobre a proteção do trabalhador e do meio
ambiente ;
- Desenvolvimento de processos de produção alternativos, calcados no conceito de tecnologias limpas, buscando minimizar os efeitos sobre o meio ambiente;
- Elaboração de diagnósticos ambientais, identificando os tipos de resíduos e
encaminhando soluções para sua minimização final;
- Elaboração de projetos executivos, até os níveis necessários à recomendação das Tecnologias aplicáveis e dos equipamentos e materiais até a construção e montagem das instalações.
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A nova ordem mundial impõe necessariamente a implementação de estratégias competitivas, em que produtos com valor tecnológico agregado são necessários para a
sobrevivência das empresas. Considerando a importância dos aspectos relativos ao bem estar laboral e
responsabilidade social que envolve os trabalhadores, e todos os demais participantes num processo industrial, podemos afirmar, que a tecnologia vem auxiliar os
profissionais responsáveis pela implantação e implementação dos sistemas de gestão que garantem a conformidade com os referidos aspectos.
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“ Eu agora diria a nós,
como educadores e
educadoras: ai daqueles
e daquelas, entre nós,
que pararem com sua
capacidade de sonhar, de
inventar, a sua coragem
de denunciar e anunciar.
Ai daqueles e daquelas
que, em lugar de vez em
quando visitarem o
amanhã, o futuro, pelo
profundo engajamento
com o hoje, com o aqui e
agora, ai daqueles e
daquelas que em lugar
desta viagem constante
ao amanhã, se atrelem a
um passado de
exploração e de rotina”.
(Freire, 1982)