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CURSO DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL GILMAR VIANA BARBOSA LEANDRO MONTEIRO PESSANHA RITA DE CÁSSIA SILVA CORRÊA CONTROLE DE NÍVEL DA TORRE DE DESTILAÇÃO DIDÁTICA UTILIZANDO CONTROLE FUZZY Campos dos Goytacazes/RJ 2010

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CURSO DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

GILMAR VIANA BARBOSA

LEANDRO MONTEIRO PESSANHA

RITA DE CÁSSIA SILVA CORRÊA

CONTROLE DE NÍVEL

DA TORRE DE DESTILAÇÃO DIDÁTICA

UTILIZANDO CONTROLE FUZZY

Campos dos Goytacazes/RJ

2010

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CURSO DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

GILMAR VIANA BARBOSA

LEANDRO MONTEIRO PESSANHA

RITA DE CÁSSIA SILVA CORRÊA

CONTROLE DE NÍVEL

DA TORRE DE DESTILAÇÃO DIDÁTICA

UTILIZANDO CONTROLE FUZZY

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Fluminense como parte das exigências para

conclusão do Curso Superior de Tecnologia em

Automação Industrial.

Orientador: Prof. Adelson Siqueira Carvalho

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ

2010

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GILMAR VIANA BARBOSA

LEANDRO MONTEIRO PESSANHA

RITA DE CÁSSIA SILVA CORRÊA

CONTROLE DE NÍVEL DA TORRE DE DESTILAÇÃO DIDÁTICA

UTILIZANDO CONTROLE FUZZY

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Fluminense como parte das exigências para

conclusão do Curso Superior de Tecnologia em

Automação Industrial.

Aprovado em 29 de junho 2010

Examinadores:

______________________________________________

Prof. Adelson Siqueira Carvalho (orientador)

Mestre em Engenharia de Producão/UENF

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense/Campos

______________________________________________

Prof. Cleber de Medeiros Navarro.

Graduado em Tecnologia em Automação Industrial

Instituto Federal de Educação, Ciencia e Tecnologia Fluminense/Campos

______________________________________________

Prof. Carlos Henrique Frutuoso

Graduado em Tecnologia em Automação Industrial

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense/Campos

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AGRADECIMENTOS

Aos familiares por estarem incentivando a continuar lutando. A Deus, por estar dando

força para a realização e conclusão deste trabalho e por sempre ter mostrado novos caminhos

quando as dificuldades apareciam.

Ao Professor Adelson Siqueira Carvalho, que se prontificou a nos orientar neste

trabalho e mostrou diretrizes para efetuarmos pesquisas e soluções aos problemas e sempre

esteve solícito a ajudar e a incentivar a execução deste trabalho.

A todos os colegas de curso que de alguma forma tenham colaborado para o êxito e

conclusão de todas as etapas.

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RESUMO

O presente trabalho propõe uma estratégia de controle baseado em lógica fuzzy para o controle

de um sistema de nível multivariável. O sistema de nível em questão é a base da coluna de

destilação piloto instalada no laboratório Mini destilaria B-142 no IFFluminense campus

Campos-centro. Devido a disponibilidade de duas variáveis manipuladas: vazão de entrada e

vazão de descarte da coluna de destilação o nível da base pode ser enxergado como um

sistema multivariável. Para tanto o controlador fuzzy concebido, projetado e implementado é

testado em duas situações de controle: modo servo (rastreador de set-point) com diferentes

modificações no valor de referência e no modo partida (início da operação da planta). A

proposta do trabalho é tão somente verificar o desempenho do controlador fuzzy concebido

para essas situações de controle e não efetuar comparações com outras estratégias de controle

mais clássicas como o controle PID (Proporcional, Integral e Derivativo). Ao longo do

trabalho é apresentada uma breve explanação sobre o processo controlado (coluna de

destilação) e o contexto no qual está inserido. A fundamentação teórica é relativa a lógica

fuzzy fechando com a explicação do controlador fuzzy. Uma revisão bibliográfica é realizada

na forma de breve estado da arte da pesquisa, destacando pontos de contato entre este trabalho

e os demais trabalhos desenvolvidos nesta área do conhecimento. A metodologia é

apresentada de forma detalhada na forma de métodos e procedimentos aplicados para a

realização dos testes de controle. Os resultados são apresentados na forma de testes de

controle para diferentes situações com o desempenho do controlador sendo avaliado a partir

dos gráficos comparativos da variável controlada e o valor de referência.

Palavras-Chave: Controlador, Fuzzy, Nível, Mutivariável.

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ABSTRACT

This paper proposes a control strategy based on fuzzy logic to control a multivariable system

level. The level system in question is the basis of pilot distillation column installed in the lab

distillery Mini B-142 in IFFluminense Campos-campus center. Because the availability of

two manipulated variables: inflow and outflow discharge of the distillation column at the base

can be looked upon as a multivariable system. For both the fuzzy controller designed,

engineered and implemented is tested in two situations of control: servo mode (crawler set-

point) with different modifications at the reference value and the starting mode (start of plant

operation). Our purpose is just to verify the performance of the fuzzy controller designed to

control these situations and not make comparisons with other more classical control strategies

such as PID control (Proportional, Integral and Derivative). Throughout the work, a brief

explanation about the controlled process (distillation column) and the context in which it

appears. The theoretical foundation of fuzzy logic is related to closing with the explanation of

the fuzzy controller. A literature review is conducted in the form of brief state of the art of

research, highlighting points of contact between this work and other work in this area of

knowledge. The methodology is presented in detail in the form of methods and procedures for

the testing of control. Results are presented as tests of control to different situations with the

controller performance is evaluated based on comparison charts of the controlled variable and

the reference value.

Keywords: Controller, Fuzzy, Level, Mutivariável.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ºC Grau Celsius

DFI Device Fieldbus Interface

FI Conversor de Sinal Digital Fieldbus Foundation para Corrente

FP Conversor de Sinal Digital Fieldbus Foundation para Pressão

FT Transmissor de Vazão

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

H2O Fórmula Química da Àgua

HSE High Speed Ethernet

IF Conversor de Corrente para Sinal Digital Fieldbus Foundation

IFF Instituto Federal Fluminense

LCV Válvula Controladora de Nível

LT Transmissor de Nível

mA Mili Ampère

mm Milímetro

NPT National Pipe Thread

OPC OLE for Process Control

PID Proporcional, Integral e Derivativa

PSI Pound per Square Inch

SAD Sistemas de Apoio à Decisão

SP Set Point

STC Self Tunning Controller

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

TCP/IP Transfer Control Protocol / Internet Protocol

TCV Válvula Controladora de Temperatura

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1-Visão Geral da Instrumentação Existente na Coluna de Destilação (BARROS,

2009) ......................................................................................................................................... 15

Figura 2.2-Coluna de Destilação (MOREIRA, 2006) .............................................................. 17

Figura 2.3-Fluxograma da Instrumentação Atual da Coluna de Destilação (MEDINA, 2000)18

Figura 2.4-Transmissor e Controlador de Nível (MEDINA, 2000) ......................................... 18

Figura 2.5-Conversor de Sinal Digital Fieldbus Foundation (X) para Pressão (Y) (MEDINA,

2000) ......................................................................................................................................... 19

Figura 2.6-Transmissor de Vazão de Entrada (MEDINA, 2000) ............................................. 19

Figura 2.7-Conversor de Sinal de Corrente (X) para Sinal Digital Fieldbus Foundation

(MEDINA, 2000) ..................................................................................................................... 20

Figura 2.8-Conversor de Sinal Digital Fieldbus Foundation (X) para Corrente (Y) (MEDINA,

2000) ......................................................................................................................................... 20

Figura 2.9-Válvula de Controle de Vazão de Entrada (MEDINA, 2000) ................................ 21

Figura 2.10-Válvula de Controle de Vazão (MEDINA, 2000) ................................................ 21

Figura 2.11 – Função Característica do Conjunto “Crisp” Adolescente (SANDRI E

CORRÊA, 1999) ....................................................................................................................... 25

Figura 2.12 - Função Trapezoidal Característica do Conjunto Nebuloso Adolescente (

SANDRI E CORRÊA, 1999) ................................................................................................... 25

Figura 2.13-Interseção dos Conjuntos A e B, Resultando no Conjunto C ............................... 26

Figura 2.14-União dos Conjuntos A e B, Resultando no Conjunto D ..................................... 27

Figura 2.15-Complemento dos Conjuntos A e B, Resultando no Conjunto E ......................... 28

Figura 2.16-Estrutura de um Controlador Nebuloso (SANDRI; CORRÊA, 1999) ................. 30

Figura 2.17-Exemplo de Fuzzificação (FERREIRA e PARANHOS, 2004) ........................... 33

Figura 2.18-Triangular (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004) .............................. 33

Figura 2.19-Trapezoidal (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004) ............................ 34

Figura 2.20-Trapezoidal (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004) ............................ 34

Figura 2.21 - Sino (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004) ..................................... 34

Figura 2.22- Sigmoidal (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004) ............................. 35

Figura 2.23-Método de Defuzzificação pelo Centro-da-Área (SHAW e SIMÕES, 1999, p. 53)

.................................................................................................................................................. 36

Figura 2.24-Esquema das Estações de Metrô no Japão (RACHEL, 2006) .............................. 37

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Figura 2.25-Diagrama de Blocos do Controlador Fuzzy de Trens do Metrô de Sendai ........... 38

Figura 2.26-Diagrama de Blocos do Controlador Fuzzy de Semáforos (GOMIDE e

PEDRYCZ, 1998) ..................................................................................................................... 38

Figura 4.1-Interface de Comunicação entre Syscon e DFI ....................................................... 47

Figura 4.2-Tela do Processo no InTouch .................................................................................. 48

Figura 4.3-Tela do MatLab ....................................................................................................... 49

Figura 4.4-Alteração de Números de Entradas ou Saídas ........................................................ 50

Figura 4.5-Tela do Bloco Fuzzy com duas Saídas .................................................................... 51

Figura 4.6-Tela de Criação das Regras ..................................................................................... 52

Figura 4.7-Tela para Exportar para o Workspace o Controlador ............................................. 53

Figura 4.8- Tela do Simulink .................................................................................................... 54

Figura 4.9-Bloco de Simulação ................................................................................................ 55

Figura 5.1 – Funções de Pertinência de Entrada (Erro) do Teste 1 .......................................... 56

Figura 5.2-Funções de Pertinência de Saída (Vazão_saída) do Teste 1 .................................. 57

Figura 5.3-Funções de Pertinência de Saída (Vazão_entrada) do Teste 1 ............................. 57

Figura 5.5 - Resultado do Teste 1 (Controle Módulo Partida) ................................................. 59

Figura 5.6-Funções de Pertinência Entrada(Erro) do Teste 2 ................................................. 60

Figura 5.7-Funções de Pertinências de Saída (Vazão_saída) do Teste 2 ................................. 61

Figura 5.8-Funções de Pertinências de Saída (Vazão_entrada) do Teste 2 .............................. 61

Figura 5.9-Criação de Regras Teste 2 ...................................................................................... 62

Figura 5.10-Resultado do Teste 2. (Controle Modulo Servo) .................................................. 63

Figura 5.11-Funções de Pertinência de Entrada (Erro) do Teste 3 ........................................... 64

Figura 5.12-Tela das Funções de Pertinência de Saída (Vazão_saída) do Teste 3 .................. 64

Figura 5.13-Tela das Funções de Pertinência de Saída (Vazão_entrada) do Teste 3 ............... 65

Figura 5.14-Tela para Criação das Regras do Teste 3 .............................................................. 65

Figura 5.15-Gráfico Resultado do Teste 3.(Controle Módulo Servo) ...................................... 66

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 7

SUMÁRIO .......................................................................................................................... 9

CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 10

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

1.1.APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 10

1.2.OBJETIVO ................................................................................................................. 11

MOTIVAÇÃO .................................................................................................................. 12

1.4.ORGANIZAÇÃO DA MONOGRAFIA .................................................................... 12

CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 14

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 14

A COLUNA DE DESTILAÇÃO ..................................................................................... 14

2.2.MALHA DE NÍVEL DA COLUNA DE DESTILAÇÃO ......................................... 17

2.3.CONTROLE DE NÍVEL DA COLUNA DE DESTILAÇÃO ................................... 22

2.4.LÓGICA FUZZY (LÓGICA NEBULOSA) .............................................................. 22

2.4.1.INTRODUÇÃO À LÓGICA “FUZZY” ................................................................. 23

2.4.2.CONJUNTOS FUZZY ........................................................................................... 24

2.5.CONTROLE FUZZY (CONTROLE NEBULOSO) .................................................. 28

CODIFICAÇÃO DO CONTROLADOR FUZZY ........................................................... 30

5.2.3.FUZZYFICAÇÃO .................................................................................................. 32

5.1.4.DEFUZZYFICAÇÃO ............................................................................................. 35

2.5.5.EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DE LÓGICA FUZZY ........................................ 36

CONTROLE FUZZY DE SEMÁFOROS DE MAMDANI E PAPPIS ........................... 38

CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 40

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3.ESTADO DA ARTE ......................................................................................................... 40

4.1METODOLOGIA ............................................................................................................ 45

CAPÍTULO V .......................................................................................................................... 56

RESULTADOS .................................................................................................................... 56

CAPÍTULO VI ......................................................................................................................... 72

CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 72

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 73

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO

Nosso trabalho tem como fonte de pesquisa e estudo a coluna de destilação didática do

IFF. O aproveitamento desta se deve aos vários trabalhos desenvolvidos no que diz respeito

ao controle de nível.

Inúmeras aplicações de lógica fuzzy em controle estão sendo utilizadas em escala

industrial. Uma das mais bem sucedidas vem sendo utilizada até hoje em plantas de produção

de cimento, onde controladores fuzzy são usados para fornecer sinais de referência para

controladores tipo PID, não atuando diretamente sobre a planta, mas em um nível hierárquico

superior. (TANSCHEIT, 2003)

Nos sistemas de inferência aplicados na área de controle, procura-se modelar por meio

de regras linguísticas o modo aproximado de raciocínio, tentar a habilidade humana de tomar

decisões racionais em um ambiente de incerteza e imprecisão.

Para desenvolvimento deste projeto há necessidade da realização de pesquisas nos

trabalhos anteriores realizados na coluna de destilação com intuito de adquirir uma estrutura

de estudo para aplicação de métodos diferentes.

Estes trabalhos são os de (CRESPO, 2000) Montagem, identificação e modelamento

de uma torre de destilação piloto, e (MEDINA, 2008) Modelagem e identificação dos

dispositivos da malha de nível de uma coluna de destilação didática.

Nestes constam detalhadamente a estrutura da instrumentação, comportamento

dinâmico da planta e atuadores, esquema de comunicação na coluna de destilação didática do

IFF. Além de esquemas de modelagem matemática desses dispositivos.

Assim após vários estudos e pesquisas, bem como vários testes efetuados na planta da

coluna de destilação didática foram iniciados a parte de montagem deste trabalho de

conclusão de curso.

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1.2. OBJETIVO

O objetivo principal deste trabalho é implementar um controlador fuzzy capaz de

efetuar o controle de nível da coluna de destilação didática do IFF através da manipulação de

duas variáveis: vazão de entrada e vazão de saída de maneira satisfatória utilizando assim o

conhecimento adquirido no curso de automação industrial no que se refere á lógica e controle

fuzzy, e se obter como resultado uma variação entre o nível e o setpoint até 3%.

Cabe ressaltar que no campo da ciência as descobertas e alternativas novas sempre

aconteceram permitindo que se consigam resultados sempre mais eficientes.

1.3. MOTIVAÇÃO

Nas indústrias modernas cada vez mais se encontram áreas automatizadas com

utilização de malhas de controle de formas variadas, de maneira que venha se enquadrar no

objetivo das empresas.

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho monográfico se deu pelo fato de

que o sistema fuzzy apesar de não ser tão recente tem uma aplicação eficaz, permitindo que se

façam simulações de implementos variados, utilizando diversas malhas de controle, com isso

nos dando condições, através de testes, de avaliar aquele implemento mais adequado ao

objetivo proposto, ao mesmo tempo em que é uma ferramenta muito utilizada na área de

Automação Industrial no que diz respeito à resultados. Através de testes e modelagens pode-

se conseguir e definir os resultados que mais se aproximam do ideal, permitindo que se

implantem em empresas as malhas de maneira mais econômica e lucrativa.

1.4. ORGANIZAÇÃO DA MONOGRAFIA

A monografia está organizada da seguinte forma:

Capítulo I – Introdução.

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Esse capítulo descreve uma introdução a respeito dos assuntos que serão tratados ao

longo da monografia, aborda de forma sucinta os objetivos, a motivação que nos levou a

escolha deste trabalho, e como estão organizados os capítulos seguintes.

Capítulo II – Fundamentação Teórica.

O segundo capítulo está descrito da seguinte forma: inicialmente é feita uma

abordagem introdutória sobre a torre de destilação didática do IFF-CAMPOS, descrevendo

sua utilização, mostrando suas partes físicas e principais instrumentos utilizados. Em seguida

é feita uma descrição sobre o sistema fuzzy, principais fundamentos, aplicações, operações e

variáveis de controle no processo industrial.

Capítulo III – Estado da Arte.

No terceiro capítulo é descrito o estado da arte, onde são apresentados vários trabalhos

e pesquisas que utilizam a lógica fuzzy. Este capítulo nos mostra através de trabalhos

anteriores a importância e como podemos obter de uma forma eficientes resultados que nos

permita ter um controle final do processo próximo do desejado e como se pode utilizar o

controle fuzzy em projetos variados.

Capítulo IV – Metodologia.

Esse capítulo apresenta o método utilizado e os tipos de controle que foram aplicados.

Mostra através de figuras como é realizada a comunicação entre a coluna e o MatLab, a tela

do processo de destilação através do InTouch e descreve como é feita configuração do

controlador e como são criadas as regras.

Capítulo V – Resultado.

Neste capítulo são apresentados os testes, as alterações feitas em cada teste, mostrando

as funções de pertinências aplicadas e os resultados obtidos através de gráficos.

Capítulo VI – Conclusão.

O último capítulo apresenta as conclusões em relação ao trabalho desenvolvido, e

mostra que novos trabalhos poderão ser realizados, inclusive com a aplicação deste mesmo

método, porém com a inclusão de novas regras.

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14

CAPÍTULO II

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. A COLUNA DE DESTILAÇÃO

Denominamos como destilação fracionada o processo de separação de substâncias

presentes em uma mistura homogênea, utilizando uma coluna de fracionamento. Baseando-se

na diferença de volatilidades, ou seja, processo de aquecimento, separação e resfriamento do

produto utilizando os diferentes pontos de ebulição.

O petróleo é um exemplo moderno de mistura que deve passar por várias etapas de

destilação antes de resultar em produtos realmente úteis ao homem: gases (um exemplo é o

gás liquefeito de petróleo ou GLP), gasolina, óleo diesel, querosene, asfalto e outros. O uso da

destilação como método de separação pode ser encontrado em quase todos os processos

químicos industriais em fase líquida, onde for necessária uma purificação.

Na destilação, os vapores produzidos são normalmente mais ricos nos componentes

mais voláteis do que o líquido, o que possibilita a separação de frações enriquecidas nos

componentes desejados, ou seja, uma fase vapor entra em contato com uma fase líquida,

havendo transferência de massa de forma biunívoca entre as duas (MEDINA, 2000).

Utilizada, por exemplo, na produção de álcool, a coluna de fracionamento

compreende uma torre, a qual é formada por pratos ou bandejas perfurados que permitem a

troca de calor entre as fases líquidas e gasosas, ilustrada na figura 2.1. Estas colunas

cilíndricas verticais possuem diâmetro variando de 65 cm a 6 metros, e altura variando de 6 a

60 metros ou mais. Possuem escoadouros de líquidos a intervalos na coluna com a finalidade

de armazenar diferentes frações ou produtos que possuem diferentes pontos de ebulição. Os

produtos mais leves, com ponto de ebulição mais baixo saem do topo da coluna enquanto os

produtos mais pesados, com ponto de ebulição mais elevado, saem da base da coluna.

Como fonte de pesquisa e teste para este trabalho, foi utilizada a coluna de destilação

didática do IFF-CAMPOS foi planejada para estudo e desenvolvimento de sistemas de

controle em fabricação de álcool.

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Figura 2.1-Visão Geral da Instrumentação Existente na Coluna de Destilação (BARROS, 2009)

No processo de separação do álcool da água em uma mistura binária há a necessidade

de se conhecer os pontos de bolha e orvalho. Denomina-se o ponto de bolha como a

temperatura necessária para a criação da primeira bolha no início da vaporização da mistura, e

ponto de orvalho, a temperatura necessária para o início da condensação.

Internamente a coluna descreve dois fluxos: um descendente iniciado do ponto de

alimentação da coluna (prato 10), na fase líquida, onde o teor alcoólico da mistura vai

diminuindo com o consequente aumento do ponto de ebulição, até que este alcance a base da

coluna com uma pequena concentração alcoólica, e outro ascendente, sendo que neste o fluxo

parte do refervedor ou fervedor (base da coluna), no qual o teor alcoólico da mistura aumenta,

até que este alcance a temperatura de 78,2ºC, na fase gasosa, onde estará praticamente isenta

de água, retirando as impurezas da mesma.

Na coluna de destilação encontramos também um subsistema chamado condensador,

refluxo responsável pela condensação dos vapores que chegam ao topo da coluna, a fim de

armazenar o produto em um acumulador, gerando o refluxo líquido descendente, que é o

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16

retorno de parte do produto para o topo da coluna, utilizado para o controle da temperatura de

topo.

Segundo (CRESPO, 2000), o processo de produção do álcool, segundo suas classes

pode ser dividido em até três etapas distintas:

a) Destilação: Para obtenção do álcool bruto, cuja finalidade é extrair do

vinho ou mosto delevedurado todo o álcool nele contido, junto com as

impurezas voláteis, com teor alcoólico entre 50 e 93°GL;

b) Retificação: para obtenção do álcool retificado, que tem a função de

eliminar do álcool bruto todas as impurezas e concentrar o álcool assim

purificado, chamado de retificado, com teor alcoólico entre 94 e 96°GL;

c) Desidratação: para obtenção do álcool absoluto, que por meio de um

terceiro agente chamado arrastador, visa eliminar a parcela de água

contida no álcool retificado, produzindo o álcool absoluto, com teor

alcoólico mínimo de 99,5°GL.

Na indústria, o processo pode ser monitorado a distância em uma sala de controle. Na

coluna de destilação do IFF-CAMPOS não é diferente. Um protocolo de comunicação digital

chamado rede Foundation Fieldbus interliga os instrumentos de atuação e medição das

variáveis do processo. Esta rede de instrumentos é agregada a uma rede ponto-a-ponto com

um computador através de uma DFI (Device Fieldbus Interface). No próprio computador são

disponibilizadas as informações oriundas do processo e estas podem ser monitoradas e

modificadas através do Syscon®(CARVALHO 2008).

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Figura 2.2-Coluna de Destilação (MOREIRA, 2006)

2.2. MALHA DE NÍVEL DA COLUNA DE DESTILAÇÃO

Podemos observar através da figura 2.2. o esquema de instrumentação da coluna de

destilação com a presença da instrumentação eletrônica digital (Fieldbus Foundation),

eletrônica analógica (4mA a 20mA) e pneumática (3 PSI A 15 PSI). Destacamos em cinza a

malha de nível com os seguintes instrumentos: Transmissor nível (LT), Transmissor de vazão

(FT) e duas válvulas controladoras de vazão, localizada uma no reservatório, na saída da

coluna chamada de válvula de refugo (LCV) e a outra na entrada da coluna, localizada no

quinto prato (TCV).

Na figura 2.3 podemos ter uma visão geral da instrumentação existente na coluna de

destilação.

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Figura 2.3-Fluxograma da Instrumentação Atual da Coluna de Destilação (MEDINA, 2000)

A seguir, algumas características técnicas de cada instrumento utilizado na malha de

nível (figuras 2.4 a 2.10).

— Figura 2.4: Transmissor inteligente de pressão diferencial (LT), tipo capacitivo, calibrado

na faixa de 0 mm de H2O a 131 mm de H2O. Trabalha com sinal de saída de 4mA a 20 mA e

sua finalidade, sendo utilizado como transmissor e controlador da malha de nível da coluna

Figura 2.4-Transmissor e Controlador de Nível (MEDINA, 2000)

— Figura 2.5: Conversor de sinal digital Fieldbus Foundation para pressão (FP). Trabalha

com entrada digital e saída de 3 PSI a 15 PSI, sendo utilizado como conversor de sinal de

saída do transmissor e controlador de nível para válvula de saída da coluna de destilação.

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.

Figura 2.5-Conversor de Sinal Digital Fieldbus Foundation (X) para Pressão (Y) (MEDINA, 2000)

— Figura 2.6: Transmissor inteligente de vazão tipo magnético (FT), calibrado na faixa de 0

1/h a 20 1/h. Trabalha com sinal de saída de 4 mA a 20 mA, sendo utilizado como transmissor

e indicador de vazão de entrada de mistura na coluna de destilação.

Figura 2.6-Transmissor de Vazão de Entrada (MEDINA, 2000)

— Figura 2.7: Conversor de corrente para sinal digital Fieldbus Foundation (IF). Trabalha

com sinal de entrada de 4 mA a 20 mA de corrente e saída de sinal digital fieldbus, sendo

utilizado como conversor de sinal da saída do transmissor de vazão.

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Figura 2.7-Conversor de Sinal de Corrente (X) para Sinal Digital Fieldbus Foundation (MEDINA, 2000)

— Figura 2.8: Conversor de sinal digital Fieldbus Foundation para corrente (FI). Trabalha

com sinal de entrada e saída de 4 mA a 20 mA, sendo utilizado como conversor de sinal para

entrada da válvula controladora de entrada de mistura de destilação (TCV).

Figura 2.8-Conversor de Sinal Digital Fieldbus Foundation (X) para Corrente (Y) (MEDINA, 2000)

— Figura 2.9: Válvula de controle com posicionador eletromecânico (TCV), capacidade de

vazão média com a válvula totalmente aberta de 14,2 1/h. Utilizado para o controle de

temperatura.

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Figura 2.9-Válvula de Controle de Vazão de Entrada (MEDINA, 2000)

— Figura 2.10: Válvula de controle tipo globo (LCV), diâmetro de ¼ de polegada NPT (tipo

de rosca que possui um Ângulo de 60º entre os cortes), corpo em aço inoxidável 316, com

atuador diafragma.Utilizada para o controle de nível da base da coluna.

Figura 2.10-Válvula de Controle de Vazão (MEDINA, 2000)

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2.3. CONTROLE DE NÍVEL DA COLUNA DE DESTILAÇÃO

Tomando como base a coluna de destilação estudada, podemos ter o controle do nível

da coluna de destilação através da implementação do controle Splint-Range ou range dividido,

que constitui duas válvulas (ou outros atuadores) de controle operadas por um mesmo

controlador. Controlamos o nível através das válvulas de saída ou entrada da coluna de

destilação. Por exemplo, se estipulássemos um determinado valor para o nível, caso a atuação

da válvula d,e entrada não fosse suficiente, a válvula de saída seria acionada.

Também é possível fazer o controle através de um sistema automatizado, com auxilio

do programa Syscon, instalado em um simples computador numa sala de controle. Este é

interligado aos instrumentos de atuação e medição das variáveis do processo, através da rede

Foundation Fieldbus (protocolo de comunicação digital).

2.4. LÓGICA FUZZY (LÓGICA NEBULOSA)

A teoria de subconjuntos “fuzzy” nasceu da constatação de que quando a

complexidade de um sistema aumenta, nossa habilidade para concluir fatos e tomar decisões

que sejam ao mesmo tempo preciosos e significativos, tende a diminuir até um limite a partir

do qual, precisão e relevância passam a ser características quase excludentes (ZADEH, 1973

apud, Sistemas Inteligentes e Automação de Processos, Campos et al).

Desta forma, esta teoria de subconjuntos “fuzzy” teve como objetivo criar um sistema

que permitisse representar conhecimentos complexos, incertos, contraditórios e incompletos

de uma maneira matemática e lógica. Os sistemas “fuzzy” aliam a flexibilidade do tipo de

representação simbólica dos conhecimentos, normais nos sistemas especialistas

convencionais, com o poder dos cálculos numéricos das técnicas que se inspiram nos sistemas

biológicos (redes de neurônios).

2.4.1. INTRODUÇÃO À LÓGICA “FUZZY”

Foi estruturada em 1965 pelo Dr. Lofti A. Zadeh da Universidade da Califórnia para

tratar e representar incertezas. Os modelos matemáticos de um processo real e complexo serão

sempre uma simples representação da realidade. Os conhecimentos que nós dispomos de um

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sistema qualquer, serão sempre incompletos e com diversas fontes de incertezas. As origens

destas imperfeições são principalmente devidas a duas razões (COX, 1997, apud Sistemas

Inteligentes e Automação de Processos, Campos et al ).

A primeira decorre da maneira como estes conhecimentos são obtidos do mundo real.

Esta etapa envolve observações através de instrumentos ou do próprio ser humano. Desta

forma, estas observações estarão sempre sujeitas a erros e incertezas.

A outra origem das imperfeições decorre da maneira como estes conhecimentos do

sistema real são representados em um modelo através da própria linguagem natural, de uma

lógica formal ou de uma formulação matemática quaisquer. Este modelo sempre será

incompleto em função das simplificações necessárias à realização do mesmo. Portanto, a

observação, a aquisição e a representação dos conhecimentos irão conduzir inevitavelmente a

uma perda de informações em relação ao sistema real, que será tanto maior quanto mais

completo for este sistema.

Os modelos baseados na lógica “fuzzy” também são uma simplificação do processo

real. Entretanto, no caso da teoria de controle de processos, estes sistemas “fuzzy” permitiram

mudar o paradigma clássico desta teoria. Isto é, ao invés de se procurar obter um modelo para

o processo e a partir dele projetar um controlador com um desempenho razoável, os sistemas

“fuzzy” tentam modelar diretamente como o ser humano controla este processo.

A lógica fuzzy torna-se importante na medida em que o mundo no qual vivemos não é

constituído por fatos absolutamente verdadeiros ou falsos. É a lógica que permite representar

valores de pertinência (grau de verdade) intermediários entre os valores de verdadeiro ou falso

da lógica clássica (bivalente). Pode ser aplicada, por exemplo, na construção de sistemas

especialistas para descrever coisas imprecisas como: altura (alto, baixo), velocidade (rápido,

lento), tamanho (grande, médio, pequeno), quantidade (muito, razoável, pouco), idade (jovem,

velho), etc.

A Lógica Fuzzy, com base na teoria dos Conjuntos Nebulosos (Fuzzy Set), tem se

mostrado mais adequada para tratar imperfeições da informação do que a teoria das

probabilidades. De forma mais objetiva e preliminar, pode-se definir Lógica Fuzzy como

sendo uma ferramenta capaz de capturar informações vagas, em geral descritas em uma

Linguagem natural e convertê-las para um formato numérico, de fácil manipulação pelos

computadores de hoje em dia.

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Ela também pode ser definida como a Lógica que suporta os modos de raciocínio que

são aproximados, ao invés de exatos, como estamos naturalmente acostumados a trabalhar.

(GSI, 2004).

2.4.2. CONJUNTOS FUZZY

Os conjuntos Fuzzy constituem uma "ponte” no caminho de aproximar o raciocínio

humano da lógica executada pela máquina.

Um conjunto nebuloso A do universo de discurso O é definido por uma função de

pertinência μA: O

o qual x pertence a A(1). A função de pertinência μA(x) indica o grau de compatibilidade

entre x e o conceito expresso por A:

1. μA(x) =1 indica que x é completamente compatível com A;

2. μA(x) =0 indica que x é completamente incompatível com A;

3. 0<μA(x)<1 indica que x é parcialmente compatível com A, com grau μA(x).

Um conjunto A da teoria clássica dos conjuntos, pode ser visto como um conjunto

nebuloso específico, denominado usualmente de “crisp”, para o qual μA: O (0,1), ou seja,

a pertinência é do tipo “tudo ou nada”, “sim ou não”, e não gradual como para os conjuntos

nebulosos.

A diferença entre estes conceitos em relação à variável idade é ilustrada na Fig. 2.11 e

na Fig. 2.12, que descrevem respectivamente a representação do conceito “adolescente”

através de um conjunto “crisp” e de um conjunto nebuloso.

O conjunto “crisp” A não exprime completamente o conceito de “adolescente”, pois

uma pessoa com 12 anos e 11 meses seria considerada completamente incompatível com este

conceito. Na verdade, qualquer intervalo “crisp” que se tome para representar este conceito é

arbitrário.

Já o conjunto nebuloso B permite exprimir que qualquer pessoa com idade entre 13 e

17 anos é um adolescente, acima de 19 ou abaixo de 11 não é considerado um adolescente, e

no intervalo [11, 13] (respectivamente, [17, 19]) é considerado tanto mais adolescente quanto

mais próxima de 13 (respectivamente de 17) é sua idade.

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Figura 2.11 – Função Característica do Conjunto “Crisp” Adolescente (SANDRI E CORRÊA, 1999)

Figura 2.12 - Função Trapezoidal Característica do Conjunto Nebuloso Adolescente ( SANDRI E CORRÊA,

1999)

1.4.3. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS FUZZY

Além das propriedades comuns aos conjuntos, há também as operações entre

conjuntos, que permitem realizar união, interseção, complemento, entre outras operações.

Neste artigo serão apresentadas quatro operações básicas: a) interseção, b) união, c)

complemento (KLIR e YUAN, 1995; O’HAGAN, 1993).

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Interseção

A interseção de dois conjuntos A e B resultam no conjunto C que possui “todos os

elementos pertencentes a A e B simultaneamente” (RIBACIONKA, 1999), e equivale à

operação booleana, e representa a operação “MIN” (mínimo) sobre os valores de pertinência

do conjunto A e B (O’Hagan, 1993). Em símbolos:

AB min(A (x), B (x))

Assim como na união, é fácil mostrar que a interseção de A e B é o conjunto fuzzy

mais abrangente que é contido em ambos A e B.

Figura 2.13-Interseção dos Conjuntos A e B, Resultando no Conjunto C

União

A união de dois conjuntos A e B é o “conjunto que contém todos os elementos

pertencentes ao conjunto A ou ao conjunto B”.

AB C

Nos conjuntos fuzzy, a operação de união entre os conjuntos A e B, é o conjunto C,

com os “valores de pertinência que são o equivalente ao resultado de “MAX” (ou máximo)

dos valores componentes”

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A B max( (x), (x)) A B

A operação de união dos conjuntos é equivalente à operação OU da lógica booleana

(O’HAGAN, 1993).

Segundo Zadeh (1965), a união dos dois conjuntos A e B, é “o menor conjunto fuzzy

contendo ambos A e B” ou então, “se D for um conjunto que contém ambos A e B, então ele

também contém a união de A e B”. A união traz o “melhor possível de todos os mundos”

(O’HAGAN, 1993).

Figura 2.14-União dos Conjuntos A e B, Resultando no Conjunto D

Complemento

RIBACIONKA (1999) mostra que o complemento de um conjunto A é “composto por

todos os elementos do conjunto universo X que não pertencem a A”, ou seja:

A' {x | xX e x A}.

Nos conjuntos fuzzy o complemento é definido por ' 1 A A f f(ZADEH, 1965).

Se o conjunto fuzzy A representasse a classe dos “homens altos”, o seu complemento

A’ seria o conjunto fuzzy dos homens baixos (O’HAGAN, 1993).

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Figura 2.15-Complemento dos Conjuntos A e B, Resultando no Conjunto E

2.5. CONTROLE FUZZY (CONTROLE NEBULOSO)

As técnicas de controle nebuloso originaram-se com as pesquisas e projetos de E. H.

Mamdani e ganharam espaço como área de estudo em diversas instituições de ensino,

pesquisa e desenvolvimento do mundo, sendo até hoje uma importante aplicação da teoria dos

conjuntos nebulosos.

Ao contrário dos controladores convencionais em que o algoritmo de controle é

descrito analiticamente por equações algébricas ou diferenciais, através de um modelo

matemático, em controle nebuloso utiliza-se de regras lógicas no algoritmo de controle, com a

intenção de descrever numa rotina a experiência humana, intuição e heurística para controlar

um processo.

O controlador baseado na lógica fuzzy não necessita de um modelo analítico do

processo. Ele calcula as suas ações em função de uma base de conhecimento heurístico de

como se deve controlar este processo, que por sua vez pode ser complexo, mal conhecido

(modelos imprecisos) e incerto (BERENJI, 1993).

Este controle fuzzy é na realidade uma função não-linear entre as variáveis de entrada

e de saída, que reflete os conhecimentos que os operadores e/ou engenheiros possuem da

operação deste processo. Portanto, esta tecnologia pode tirar proveito e valorizar a experiência

de uma companhia na operação de um determinado processo, automatizando estas

informações.

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Um sistema especialista clássico tem necessidade de uma regra para cada situação.

Entretanto, um sistema baseado na lógica fuzzy permite generalizar e inferir dentro do

universo de referência de cada variável controlada. O controle fuzzy pode ser escrito de uma

forma matemática ou mesmo lingüística.

Os objetivos de um controlador fuzzy podem ser os seguintes:

Controlar e operar automaticamente processos complexos, não-lineares e

multivariáveis, com desempenho pelo menos equivalente ao dos operadores;

Respeitar as especificações operacionais;

Ser simples, robusto e operar em tempo real.

Os controladores nebulosos são robustos e de grande adaptabilidade, incorporando

conhecimento que outros sistemas nem sempre conseguem acomodar. Também são versáteis,

principalmente quando o modelo físico é complexo e de difícil representação matemática.

Em geral, os controladores nebulosos encontram maior utilidade em sistemas não

lineares, sendo capazes de superar perturbações e plantas com níveis de ruídos.

Além disso, mesmo em sistemas onde a incerteza se faz presente de maneira

intrínseca, agregam uma robustez característica. No entanto, provar determinadas

propriedades de robustez é uma tarefa difícil neste tipo de abordagem.

A Figura 2.16 é a representação da estrutura básica de um controlador nebuloso.

Muitas variações são propostas na literatura de acordo com o objetivo do projeto, mas

esse é um modelo geral o suficiente para a identificação dos módulos que o compõem,

fornecendo uma idéia do fluxo da informação. (SANDRI; CORRÊA, 1999).

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Figura 2.16-Estrutura de um Controlador Nebuloso (SANDRI; CORRÊA, 1999)

Observando a Figura acima, pode-se dizer que tanto as leituras de sensores quanto os

sinais esperados pelos atuadores do sistema de controle, não são nebulosos, são necessários

elementos adicionais entre o controlador nebuloso e o processo a ser controlado. Estes

elementos são denominados fuzzificador e defuzzificador, e estão posicionados na entrada e

saída do sistema de controle, respectivamente. Estes elementos são responsáveis por

transformar as medidas obtidas dos sensores em conjuntos nebulosos (fuzzificador), e em

transformar os conjuntos nebulosos obtidos na saída do controlador em valores não nebulosos

de controle para o processo (defuzzificador). (Texto traduzido e adaptado de ZADEH;

JAMSHIDI; TITLI, 1997).

2.5.1. CODIFICAÇÃO DO CONTROLADOR FUZZY

O primeiro passo para a elaboração de um controle fuzzy é definir as variáveis

controladas e manipuladas do sistema. Em seguida, para cada variável deve-se definir o seu

universo de referência e o número de valores linguísticos necessários. Por exemplo, para uma

determinada aplicação, a variável linguística “temperatura” poderá assumir três valores

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linguísticos {baixa, média e alta}; entretanto, em outra aplicação ela poderá necessitar de

mais dois valores {muito baixa e muito alta}. Cada valor linguístico deve ser definido pela

sua função de pertinência.

A seleção do número de valores linguísticos é uma etapa importante no projeto do

controlador. Um número muito grande de valores linguísticos sobrecarrega o sistema, pois

implica em um número maior de regras a serem definidas e executadas. Por outro lado, um

número grande de valores linguísticos possibilita uma resposta e ajuste mais fino do controle.

Normalmente, esta escolha do número de valores linguísticos é feita de forma heurística. A

maioria dos controladores na prática utiliza entre 3 e 12 valores lingüísticos.

Em seguida, na fase de operação do controlador, as medições do processo, ou seja, as

variáveis de entrada do controle são transformadas em variáveis linguísticas, ou fuzzy através

de um operador de codificação (u = codi(u)). Este operador calcula o valor da função de

pertinência, entre 0 e 1, de todos os valores desta variável linguística. Por exemplo, em um

certo valor de pertinência igual a 0.7, e “normal” com pertinência igual a 0.3.

2.5.2. ELEMENTOS DE UM CONTROLADOR FUZZY

Segue uma breve explicação dos elementos constituintes de um Controlador Fuzzy:

Fuzzificador,

Regras, ou base de conhecimento,

Inferência, ou lógica de tomada de decisões,

Defuzzificador.

O “fuzzificador” é responsável pelo mapeamento das entradas numéricas em conjuntos

fuzzy, variáveis linguísticas.

A “inferência” é realizada mapeando-se valores linguísticos de entrada em valores

linguísticos de saída com o uso das regras. Esta usa implicações “Fuzzy” para simulação de

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decisões humanas, gerando ações de controle, chamadas de consequentes, partindo-se de um

conjunto de condições de entrada chamado de antecedentes.

Esta base de conhecimento representa o modelo do sistema a ser controlado,

consistindo numa base de dados e uma base de regras fuzzy linguísticas. A base de dados

fornece definições numéricas e a base de regras caracteriza os objetivos do controlador e sua

estratégia usada, geralmente fornecida por pessoas especialistas no sistema.

O “defuzzificador” mapeia valores linguísticos em valores numéricos de saída. Esta

função é realizada por uma interface de defuzzificação, obtendo-se um valor discreto que

possa ser usado numa ação de controle no mundo real.

A base dos sistemas “Fuzzy” é a teoria dos conjuntos “Fuzzy”. Estes conjuntos são

uma extensão dos conjuntos convencionais, que permitem somente que elementos sejam

verdadeiros ou falsos (lógica booleana, bivalente). Conjuntos “Fuzzy” permitem que seus

elementos possuam certo “grau de pertinência” associado, sendo esta propriedade conhecida

como “multivalência”. Isto permite a aproximação com o mundo real que não é bivalente, é

na realidade multivalente com um vasto número de opções ao invés de somente duas. A

lógica Fuzzy, então, permite trabalhar com tais incertezas de fenômenos naturais de forma

rigorosa e sistemática.

A determinação do grau de pertinência, para conjuntos “Fuzzy” contínuos, se dá pela

análise de “funções de pertinência”. Estas funções possibilitam o cálculo do grau de

pertinência de acordo com o valor assumido pela variável. Elas representam os aspectos

fundamentais de todas as ações teóricas e práticas de sistemas “Fuzzy”. (BAUCHSPIESS;

LUNA FILHO; GOSMANN, (2002)).

2.5.3. FUZZYFICAÇÃO

A fuzzyficação é o mapeamento do domínio de valores numéricos (VN) reais (como

valores obtidos de um sensor) para valores fuzzy (VF), definidos pelas funções de pertinência.

Como pode ser visto na Fig. 2.17, o valor fuzzy para a variável X é dado por 0.3 para a função

M e por 0.7 para L (FERREIRA e PARANHOS, 2004).

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Figura 2.17-Exemplo de Fuzzificação (FERREIRA e PARANHOS, 2004)

Fuzzificação também representa que há atribuição de valores linguísticos, descrições

vagas ou qualitativas, definidas por funções de pertinência às variáveis de entrada. A

Fuzzyficação é uma espécie de pré-processamento de categorias ou classes dos sinais de

entrada, reduzindo grandemente o número de valores a serem processados. Uma menor

quantidade de valores processados significa que há uma computação mais veloz.

A etapa de “fuzzificação” mapeia a entrada (ou característica) entre valores de 0 a 1,

através das funções de pertinência. As funções mais utilizadas são:

Triangular: é especificada por três parâmetros {a,b,c}, a qual determina a

coordenada x dos três cantos do triângulo (Fig. 2.18):

Figura 2.18-Triangular (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004)

Triângulo (x; a, b, c) = max(0, min[(x-a)/(b-a),(c-x)/(c-b)])

Trapezoidal: é especificada por quatro parâmetros {a, b, c, d} (Fig. 2.19).

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Figura 2.19-Trapezoidal (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004)

Trapézio (x; a, b, c, d) = max(0, min[(x-a)/(b-a),1,(d-x)/(d-c)])

Gaussiana: é especificada por dois parâmetros {s, c} (Fig. 2.20).

Figura 2.20-Trapezoidal (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004)

Gaussiana(x; s, c) = exp.{-(x-c)/s}2

Sino: é especificada por três parâmetros {a, b, c} (Fig. 2.21).

Figura 2.21 - Sino (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004)

Sino(x; a, b, c) = 1/(1+[(x-c)/a]2b)

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Sigmoidal: é especificada por dois parâmetros {a, c} (Fig. 2.22).

Figura 2.22- Sigmoidal (Adaptado de FERREIRA e PARANHOS, 2004)

Sig(x; a, c) = 1/(1 + exp.[-a(x-c)])

2.5.4. DEFUZZYFICAÇÃO

Na defuzzyficação, o valor da variável linguística de saída inferida pelas regras fuzzy

será traduzido num valor discreto. O Objetivo é obter-se um único valor numérico discreto

que melhor represente os valores fuzzy inferidos da variável linguística de saída, ou seja, a

distribuição de possibilidades. Assim, a defuzzyficação é uma transformação inversa que

traduz a saída do domínio fuzzy para o domínio discreto.

Para selecionar o método apropriado para defuzzyficação, pode-se utilizar um enfoque

baseado no centróide ou nos valores máximos que ocorrem da função de pertinência

resultante. Os seguintes métodos são muito utilizados: (1) Centro-da-área (Co-A), (2)

Centro-do-máximo (C-o-M), e (3) Média-do-máximo (M-o-M). (SHAW e SIMÕES, 1999).

Defuzzificação Centro-de-Área (C-o-A)

O método Centro-da-Área é frequentemente chamado de método do

Centro-de-Gravidade, pois ele calcula o centróide da área composta que

representa o termo de saída fuzzy (μOUT).

Esse termo de saída fuzzy é composto pela união de todas as contribuições de regras. O

centróide é um ponto que divide a área de μOUT em duas partes iguais.

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O cálculo do centróide da área se dá da seguinte forma:

Onde μOUT (μi) é a área de uma função de pertinência modificada pelo resultado da

inferência Fuzzy e μi é a área do centróide da função de pertinência individual. (SHAW;

SIMÕES, 1999).

Figura 2.23-Método de Defuzzificação pelo Centro-da-Área (SHAW e SIMÕES, 1999, p. 53)

2.5.5. EXEMPLOS DE APLICAÇÕES DE LÓGICA FUZZY

Desde sua criação até os tempos atuais a lógica fuzzy vem sendo aplicada para diversos

fins como automóveis, fotografia, sistemas de controle, sistemas de apoio à decisão (SAD),

entre outros. Além das diferentes áreas de aplicação, a lógica fuzzy também vem sendo

combinada com outros conceitos, como redes neurais e algoritmos genéticos.

A seguir serão listadas duas aplicações da lógica fuzzy, o metrô de Sendai no Japão,

realizado pela Hitachi e um estudo de Mamdani e Pappis sobre um controlador fuzzy de

semáforos.

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2.5.5.1.METRÔ DE SENDAI

A maior aplicação comercial utilizando lógica fuzzy é o metrô de Sendai, no Japão.

Desde 1987, início do funcionamento do metrô, a lógica fuzzy auxilia o metrô a continuar

funcionando corretamente, brecando, acelerando, parando precisamente nas estações, sem

perder nenhum passageiro (MCNEILL e THRO, 1994 apud RACHEL, 2006).

Figura 2.24-Esquema das Estações de Metrô no Japão (RACHEL, 2006)

A aplicação da lógica fuzzy resultou em uma performance superior à humana e aos

controladores convencionais permitindo uma viagem mais suave para os passageiros em todos

os tipos de terrenos e condições externas.

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Figura 2.25-Diagrama de Blocos do Controlador Fuzzy de Trens do Metrô de Sendai

(RACHEL, 2006)

2.5.5.2.CONTROLE FUZZY DE SEMÁFOROS DE MAMDANI E PAPPIS

GOMIDE e PEDRYCZ (1998) enumeram diversos casos da utilização da lógica fuzzy

em aplicações. Um desses casos é o controle fuzzy de semáforos, desenvolvido por

MAMDANI e PAPIS em 1977.

Figura 2.26-Diagrama de Blocos do Controlador Fuzzy de Semáforos (GOMIDE e PEDRYCZ, 1998)

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A lógica fuzzy é empregada para a otimização do tempo que o semáforo fica nos

estados verde ou vermelho, com base no número de carros (fila de veículos), distância do

próximo veículo e velocidade. Tais dados são recebidos de sensores adaptados ao semáforo.

O desenvolvimento de um sistema de controle de tráfico distribuído não pode levar em

conta apenas a fila de carros que está controlando, é necessário que ele considere como está o

semáforo da outra interseção (GOMIDE e PEDRYCZ, 1998).

O trabalho de pesquisa realizado pelo controlador mostra uma forma de otimizar

semáforos e, conseqüentemente, o tráfego de veículos, utilizando a lógica fuzzy para a

montagem de redes de semáforos.

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CAPÍTULO III

3. ESTADO DA ARTE

Uma revisão bibliográfica é realizada na forma de breve estado da arte da pesquisa,

destacando pontos de contato entre este trabalho e os demais trabalhos desenvolvidos nesta

área do conhecimento.

CAMPOS GOMIDE, et al (1994). A Lógica Fuzzy (Nebulosa) é a lógica que suporta

os modos de raciocínio que são aproximados ao invés de exatos. Modelagem e controle fuzzy

de sistemas são técnicas para o tratamento de informações qualitativas de uma forma rigorosa.

Derivada do conceito de conjuntos fuzzy, a lógica fuzzy constitui a base para o

desenvolvimento de métodos e algoritmos de modelagem e controle de processos, permitindo

a redução da complexidade de projeto e implementação, tornando-se a solução para

problemas de controle até então intratáveis por técnicas clássicas. É apresentado neste

trabalho uma introdução aos princípios e às idéias que fundamentam a aplicação da lógica

fuzzy em sistemas inteligentes em geral, e controle de processos em particular. Hardware e

ferramentas de suporte ao desenvolvimento de aplicações são também descritos. Exemplos de

diferentes classes de problemas de controle são considerados a fim de ilustrar o potencial da

lógica fuzzy em aplicações práticas. Finalmente é apresentado um panorama do estado da arte

atual, incluindo os principais resultados práticos em uso por vários segmentos da indústria e

as tendências futuras.

É mostrada de forma abrangente a aplicação da lógica fuzzy desde a teoria simples à

modelagem com a utilização do controle fuzzy observando-se de uma forma geral a melhor

aplicabilidade, fazendo diferentes exemplificações sendo de suma importância para outros

trabalhos.

MACHADO, et al. (1996). Apresentaram um controlador (STC- Self Tunning

Controller) adaptado às características de um controlador PID. O objetivo era incorporar o

conhecimento para o ajuste do último sobre o primeiro. Aplicaram o controlador a um reator

do tipo batelada operando uma reação de polimerização do Estireno em suspensão, com bons

resultados.

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O mesmo não contribui visto que o objetivo deste TCC é verificar tão somente o

desempenho do controle Fuzzy, não fazendo comparações com outros tipos de controle como

o controlador PID.

MEDEIROS, et al.(2001). Pesquisas recentes têm mostrado que sistemas

inteligentes híbridos (unindo técnicas como computação evolucionária e redes neurais)

fornecem métodos eficientes para aplicações práticas. Ao se compensar as deficiências de

uma técnica com os benefícios de outra, criam-se estruturas de enorme potencial (JAIN e

JAIN, 1999; RUAN, 1997). Sabe-se que nem sempre é possível definir facilmente alguns

parâmetros dos controladores nebulosos, devido à inexistência de alguma heurística

aproveitável, ou impossibilidade de modelar de forma razoável o conhecimento

preexistente sobre o sistema. Com o objetivo de minimizar esse problema, elaborou-se um

procedimento utilizando algoritmos genéticos para otimizar o conjunto das funções de

pertinência de um sistema nebuloso (fuzzy system), testado na simulação do controle da

pressão arterial de um paciente. Tal metodologia atribui um aspecto robusto e elegante à

função requerida, comparativamente a outros métodos aplicáveis a problemas dessa

natureza.

A utilização dos controladores nebulosos se tornou tão vasta e inovadora que está

presente em diferentes campos. Sua aplicação está presente, inclusive na área de saúde,

mostrando sua diversidade graças à possibilidade de se fazer simulações mostradas neste e

outros trabalhos.

LUNA FILHO, et al. (2002). Apresentam o estudo de sistemas não-lineares, tendo

como exemplo um tanque com escoamento turbulento em sua saída, será realizada uma

comparação entre técnicas de controle: Fuzzy e PI. O sistema construído para o controle de

nível de liquido possui os seguintes componentes: bomba hidráulica, atuador, sensor de nível,

tanques, computador e controlador implementado em software. Os resultados obtidos

experimentalmente e em simulação auxiliam a análise do sistema, fornecendo base qualitativa

e quantitativa para comparação entre as duas técnicas de controle utilizadas.

As técnicas apresentadas são exatamente para se verificar a diferença que se tem

quando se aplicam métodos diferentes. Proporcionando a possibilidade de se avaliar o mais

adequado para tal situação.

MAZZUCCO, et al. (2003). Apresenta um sistema difuso para o controle da

temperatura de sistemas de mistura em batelada, bem como analisar formas de ajuste lineares

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e não-lineares para o controlador, contribuindo para a compreensão do comportamento deste

sobre sistemas desta natureza. A automatização de processos que operam em regime de

batelada é, em essência, comum a sistemas de mistura simples (sem reação química) e a

reatores químicos descontínuos. Esta classe de sistemas é representada por um tanque agitado

e encamisado onde, principalmente, pressão e temperatura são monitoradas e/ou controladas.

A automatização de processos desta natureza envolve um sistema difuso para o controle de

temperatura de unidades de processamento em batelada, basicamente, bombas, agitadores,

válvulas e sensores para medida de nível, vazão, temperatura e pressão.

Ambos utilizam controle de ajuste, sendo feitas pequenas modificações para se

alcançar os objetivos.

TANSCHEIT, et al.(2003). O objetivo aqui é introduzir os conceitos fundamentais da

Teoria de Conjuntos Fuzzy, da Lógica Fuzzy e de Sistemas de Inferências Fuzzy, de modo a

permitir um contato inicial com este campo extremamente vasto, com aplicações nas mais

diferentes áreas do conhecimento. As primeiras aplicações bem sucedidas situaram-se na área

de Controle, mas, desde então, tem-se verificado uma utilização crescente de sistemas fuzzy

em outros campos, como, por exemplo, classificação, previsão de séries, mineração de dados,

planejamento e otimização. O uso conjunto da lógica fuzzy e de outros sistemas classificados

como inteligentes – redes neurais e programação evolutiva, por exemplo – tem propiciado a

construção de sistemas híbridos, cuja capacidade de aprendizado tem ampliado o campo de

aplicações.

Obtêm-se neste, informações de maior importância para as várias aplicações deste

sistema na área de controle bem como para muitos outros trabalhos. Sejam em aplicações

práticas em áreas industriais ou em pesquisas.

LIMA, et al. (2004). Neste trabalho é implementado procedimentos de estratégias de

controle inteligente, baseado em escalonamento nebuloso de controladores PID, utilizando-se

apenas blocos funcionais, padrões dessa tecnologia. Foi desenvolvido um ambiente para

realização dos testes necessários. Este ambiente é hibrido, ou seja, possui uma parte real (a

rede industrial) e uma parte simulada (o processo), porém os sinais de controle e medição são

reais. Assim é possível desenvolver projetos de controladores. Foi desenvolvido um

supervisor Fuzzy para escalonar uma rede de controladores PID para uma determinada planta

não linear, sendo analisados seus resultados de desempenho, tanto para o problema de

controle quanto de regulação.

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O mesmo também usa estratégia de controle inteligente, através da implementação da

Lógica Nebulosa (Fuzzy). Desenvolvendo testes e simulando resultados do processo em

ambiente híbrido.

AMENDOLA, et al (2005). Este manual é o produto de uma revisão do manual

disponibilizado em 2004, que além de apresentar com detalhes os comandos básicos para o

uso da teoria dos conjuntos fuzzy no ambiente de computação científica MATLAB 6.5, cita

referências bibliográficas onde o usuário pode complementar seus estudos teóricos para a

interpretação adequada dos resultados do uso desta ferramenta no processo de suporte à

decisão de sistemas que, aqui, são os agrícolas ou biológicos.

As referências bibliográficas são uma ferramenta essencial como fonte de pesquisa e

procura de informações para diferenciados assuntos. Nesta revisão encontram-se vários

detalhes sobre controle fuzzy com referência ao MatLab permitindo que se faça uso deste

programa com mais propriedade.

FERNANDES JÚNIOR, et al. (2005). Este trabalho tem por objetivo a implementação

de algoritmos de controle do tipo PID com sintonia de seus parâmetros para o controle de

nível. O projeto consiste na sintonia de um controle convencional PID para controlar o nível

de um sistema de tanques acoplados, no qual o nível a ser controlado é o nível do tanque 2. A

simulação da planta foi implementada no LabView (computador 1), já o PID foi

implementado num CLP e o supervisório implementado no InTouch (computador 2). Foi feita

uma comunicação entre os computadores e o CLP, e depois realizados os experimentos.

Um fator muito importante e que se torna grande vantagem na área de Automação é o

fato de se poderem efetuar vários testes e simulações em laboratórios e assim identificar o

mais adequado antes de aplicar na indústria, obtendo com isso elementos que trazem grandes

benefícios tanto para a parte empresarial como para a funcional.

ALBUQUERQUE, A. R. Lins, et al (2007).A tecnologia atual no processo de

destilação é capaz de apresentar uma eficiência de aproximadamente 100% na extração de

álcool, porém, outros fatores de desempenhos como gastos energéticos, produtividade e

qualidade no produto final poderiam apresentar melhores resultados. Este trabalho apresenta

uma visão crítica da tecnologia de automação e controle encontrada em usinas de álcool,

apresentando e sugerindo melhores técnicas e abordagem para otimizar o desempenho das

mesmas. Além disso, para contextualizar os argumentos apresentados no artigo, são

analisados e estudados alguns dados reais das variáveis de processo de um aparelho de

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destilação. O controle de uma unidade de destilação deve manter o balanço de massa, atingir a

qualidade desejada e as restrições do processo. O principal propósito da destilação é separar

um dado volume em produto mais puro.

No trabalho apresentado por este resumo pode-se perceber a vantagem de se utilizar o

controle Fuzzy, pois mostra os ganhos que se obtêm, bem como uma maior qualidade no

produto final, muito significativo em relação ao TCC apresentado.

.JÚNIOR, et al (2007). Neste trabalho é aplicada técnica de inteligência artificial em

sistema simulado de destilação de petróleo, mais especificamente em uma coluna

debulizadora. Nesse, o processo, o produto que chega à coluna, conhecido como LGN, é

fracionado por meio de aquecimento. Os componentes mais leves são transformados em

vapor, que vão constituir o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), enquanto as frações mais

pesadas continuam líquidas, sendo chamadas de C5+. Na prática encontramos no GLP a

presença de “pentanos” (i-pentano e n-pentano), cuja finalidade deste trabalho é regular a

quantidade de pentano presente no GLP, por meio da determinação inteligente dos set points

de controladores presentes na instrumentação original da coluna, para isso é utilizado um

sistema fuzzy,que será responsável por ajustar os valores desse set points.

O processo se assemelha ao TCC já que neste é aplicado o controle de um sistema

simulado de destilação de álcool através do uso do controle fuzzy nos ajustes de SP.

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CAPÍTULO IV

4. METODOLOGIA

O controlador fuzzy a ser projetado será utilizado para controlar a malha de nível da

coluna de destilação, tendo o nível como variável controlada e a vazão de entrada como

variável manipulada. O controle de nível da malha superior ficará em automático, na qual os

instrumentos da rede fieldbus possuem inteligência para desempenhar funções específicas,

onde, se encarregarão de manter a temperatura em aproximadamente 79% da temperatura

total da panela.

Antes de iniciarmos o controle no MatLab com o auxílio do InTouch, alimentamos a

válvula no controle de topo para 20 mA a fim de se obter nível na panela. Quando a mesma

atingir 45% de nível na panela, aplicamos 4 mA na válvula à espera da estabilização do nível

entre 50% a 60% .

Após obtermos um nível estabilizado passamos a utilizar os demais programas

necessários para implementação deste trabalho e que serão descritos nas etapas seguintes.

4.1. TIPOS DE CONTROLE

Podem ser utilizados três tipos de controle que deveriam ser executados para mostrar o

desempenho do controlador projetado, são eles: controle de módulo partida, módulo servo e

módulo regulatório.Porém neste trabalho somente serão utilizados os dois primeiros.

Módulo partida – é o controle feito para se acompanhar a evolução ou o

comportamento do controlador no momento inicial na planta.

Módulo servo – as saídas efetuadas no controlador devem acompanhar as

variações executadas no setpoint para esse tipo de controle.

Módulo regulatório – ao contrário do módulo servo, nesse controle se mantém o

setpoint fixo, mas introduz-se uma perturbação no sistema, onde o controlador

deve rejeitá-la e manter a saída de controle junta ao setpoint.

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4.2. INTERFACES DE COMUNICAÇÃO ENTRE COLUNA – MATLAB

Para que as variáveis do sistema possam ser visualizadas e modificadas no MatLab, é

utilizada uma ferramenta chamada OPCTooL para comunicação com o Syscon, que é um

software de configuração dos instrumentos de tecnologia Foundation’ Fieldbus.

O Syscon se conecta aos dispositivos de campo através de uma rede de alta velocidade

denominada HSE, que trabalha de acordo com o modelo TCP/IP, a DFI (dispositivo que

comunica os instrumentos com o PC) possui uma interface de rede padrão e um endereço IP.

Basta que o IP da máquina onde o Syscon esteja instalado seja da mesma classe e rede que o

da DFI para que se comuniquem. Os parâmetros e valores dos instrumentos podem então ser

alterados on-line pelo Syscon através de um servidor OPC que se conecta a DFI para

aquisição dos dados da rede fieldbus.

O processo é supervisionado por um computador provido de um servidor OPC, que

mantém uma interface de comunicação virtual através do MatLab, entre esses servidores,

desta forma pode-se ter uma visualização e ao mesmo tempo fazer as devidas alterações das

variáveis do sistema que forem necessárias no MatLab.

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Nas etapas seguintes serão apresentadas as telas de softwares utilizadas, e as

configurações necessárias para a realização deste trabalho.

Figura 4.1-Interface de Comunicação entre Syscon e DFI

Inicia-se o software Syscon e abre-se o arquivo “controle topo ok curso. ffp”. A figura

acima mostra como se faz a comunicação entre o Syscon no computador e a DFI, dando-se um

clic no botão run. (ícone verde ON).

A seguir abre-se o Opclink que tem como objetivo fazer a comunicação entre o Syscon

e o MatLab.

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Com o auxilio do InTouch temos uma visão de todo processo na coluna de destilação,

permitindo acompanhar e alterar o nível até os valores estipulados para teste.

Figura 4.2-Tela do Processo no InTouch

Através desta tela do supervisório pode-se fazer a manipulação adequada com objetivo

de obter-se nível na panela, condição esta necessária para iniciar o controle no MatLab.

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Figura 4.3-Tela do MatLab

No MatLab (figura 4.3) ao digitar a palavra fuzzy gera-se um bloco onde são

nomeadas as entradas e saídas, com um duplo clic sobre um dos blocos de entrada ou saída

determinam-se as funções de pertinência que serão utilizadas.

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Através da barra de tarefas “Edit” existe a possibilidade de se alterar o número de

entradas ou saídas, clicando em “Add Variable’, e escolhendo “Input” ou “Output”, ilustrado

na figura 4.4.

Figura 4.4-Alteração de Números de Entradas ou Saídas

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Figura 4.5-Tela do Bloco Fuzzy com duas Saídas

Nesta tela obtêm-se uma visão de como foi definida para este trabalho a composição

dos blocos, optando-se em usar duas saídas, ou seja, foi adicionado mais um bloco de saída.

Ao se clicar nos ícones referentes aos blocos de entrada ou de saída do controlador

pode –se definir as funções de pertinências, editar o range de trabalho e nomear as entradas e

saídas, adicionar ou remover as regras.

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Através da barra de tarefas podem-se criar as regras das funções de pertinências,

clicando em “Edit” e a seguir em “Rules” (figura 4.6).Uma vez criadas as regras se faz uma

relação de entrada com saída..Criando assim uma relação determinada.

Figura 4.6-Tela de Criação das Regras

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Figura 4.7-Tela para Exportar para o Workspace o Controlador

Depois de se fazer as alterações devidas das funções de pertinências exportam-se para

“workspace” e a seguir para “to disk”, clicando em “file”.

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Figura 4.8- Tela do Simulink

Simulink é uma ferramenta de simulação integrada no software MatLab baseado em

diagramas de blocos que permite modelizar e analisar sistemas dinâmicos.Pode-se criar um

modelo, simular e analisar os resultados, gerados através de gráficos.

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Figura 4.9-Bloco de Simulação

Na figura 4.9 observa-se o sistema de controle proposto já implementado no Simulink

interagindo com o Syscon através dos blocos de leitura e escrita OPC. Temos os blocos

LT_pa_AI.OUT.VALUE na entrada e os seguintes blocos na saída FI_AO.OUT.VALUE,

antes deste bloco tem-se uma derivação para um bloco de vazão de entrada,

FP_AO.OUT.VALUE, a derivação existente antes deste bloco é de uma vazão de saída.

Exportando a variável de processo, o setpoint, e o sinal de controle para o workspace do

MatLab para posterior geração dos gráficos de desempenho.

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CAPÍTULO V

5. RESULTADOS

Foram executados três testes na coluna, todos eles utilizando o software MatLab para

implementação do controlador, verificação dos resultados através de gráficos, e analisados o

comportamento do nível de acordo com a simulação proposta.A seguir serão descritos os

resultados dos testes com suas respectivas funções de pertinência e regras.

Teste 1:

Para a configuração do controlador, foi intitulada sua entrada de ERRO com um range

de -100 a 100, e criadas três funções de pertinência triangulares, nomeadas de: N, Z e P

(figura 5.1). Existem duas saídas, vazão_entrada com um range de -12 a 12, e a vazão_saída

com um range de -16 a 16, com três funções de pertinência também triangulares e nomeadas

de: N, Z e P (figura 5.2 e figura 5.3).

Figura 5.1 – Funções de Pertinência de Entrada (Erro) do Teste 1

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Figura 5.2-Funções de Pertinência de Saída (Vazão_saída) do Teste 1

Figura 5.3-Funções de Pertinência de Saída (Vazão_entrada) do Teste 1

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Em seguida, são criadas as regras das funções de pertinência da seguinte forma.

Quando o setpoint for maior que o nível da base da coluna, tem-se um erro positivo na entrada

do controlador (setpoint maior que o nível), para que esse erro chegue a zero é necessário a

abertura da válvula de vazão_entrada e fechamento da válvula vazão_saída para que o nível

aumente. Do contrário, se o nível for maior que o setpoint, o erro da entrada do controlador

será negativo (setpoint menor que o nível), sendo feito a abertura da válvula vazão_saída e

fechamento da válvula de vazão_entrada para redução do nível. Caso o setpoint seja igual ao

nível o erro será nulo. Obtêm-se então as seguintes regras (figura 5.4):

Se (Erro é P), então (vazão_saída é N) e (vazão_entrada é P) Erro positivo

Se (Erro é N), então (vazão_saída é P) e (vazão_entrada é N) Erro negativo

Se (Erro é Z), então (vazão_saída é Z) e (vazão_entrada é Z) Erro nulo

Figura 5.4-Tela para Criação das Regras

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Na figura 5.5 tem-se o resultado do teste 1, utilizou-se um controle módulo de partida,

implementação onde se estabeleceu um setpoint fixo, a espera de um melhor resultado, porém

o nível manteve-se insatisfatório, permanecendo distante do valor pré estabelecido.

Figura 5.5 - Resultado do Teste 1 (Controle Módulo Partida)

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Teste 2

Para o teste 2 foi feito alterações no número de regras de pertinências, utilizou-se 7

regras e houve mudanças em relação ao setpoint, iniciou-se o implemento com o nível igual

ao valor de setpoint, onde se aplica um degrau, e observa-se que o nível não consegue

acompanhar o valor estabelecido para o setpoint, ficando muito distante e assim não

atendendo as condições esperadas.

Figura 5.6-Funções de Pertinência Entrada (Erro) do Teste 2

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Figura 5.7-Funções de Pertinências de Saída (Vazão_saída) do Teste 2

Figura 5.8-Funções de Pertinências de Saída (Vazão_entrada) do Teste 2

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Figura 5.9-Criação de Regras Teste 2

Para este teste têm-se as seguintes regras:

Se ( erro é NG) então ( vazão_saída é PG) e ( vazão_entrada é NG).

Se ( erro é NM) então ( vazão_saída é PM) e ( vazão_entrada é NM).

Se ( erro é NP) então ( vazão_saída é PP) e ( vazão_entrada é NP).

Se ( erro é Z) então ( vazão_saída é Z) e ( vazão_entrada é Z).

Se ( erro é PP) então ( vazão_saída é NP) e ( vazão_entrada é PP).

Se ( erro é PM) então ( vazão_saída é NM) e ( vazão_entrada é PM).

Se ( erro é PG) então ( vazão_saída é NG) e ( vazão_entrada é PG).

As regras mostram que quando se tem um erro negativo, o setpoint é menor que o

nível, a válvula de vazão_saída abre-se e a válvula vazão_entrada fecha-se.Sendo que as letras

P,M e G representam respectivamente pequeno, médio ou grande erro ou vazão.

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Figura 5.10-Resultado do Teste 2. (Controle Modulo Servo)

De acordo com o gráfico gerado observa-se uma discrepância entre o setpoint e o

nível, invalidando assim esse teste.

Teste 3

No teste 3 foi utilizado 7 regras de pertinências, porém neste implemento houve uma

alteração, criando-se uma perturbação no sistema e aplicando um degrau no setpoint,

observou-se que mesmo com as devidas alterações aplicadas o controlador mostrou-se mais

eficiente em relação aos métodos aplicados anteriormente mantendo o nível próximo do

esperado.

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Figura 5.11-Funções de Pertinência de Entrada (Erro) do Teste 3

Nas figuras 5.12 e 5.13 observar –se as perturbações criadas no sistema com a

aproximação das funções de pertinência.

Figura 5.12-Tela das Funções de Pertinência de Saída (Vazão_saída) do Teste 3

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Figura 5.13-Tela das Funções de Pertinência de Saída (Vazão_entrada) do Teste 3

Figura 5.14-Tela para Criação das Regras do Teste 3

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Para o teste 3 não houve alteração no número de regras sendo definidas as mesmas do

teste 2.

Figura 5.15-Gráfico Resultado do Teste 3 (Controle Módulo Servo)

Obs. Este foi considerado o melhor teste, pois mesmo depois de aplicados perturbação

no sistema e efetuado um degrau, o nível manteve-se próximo do setpoint, aproximadamente

2%, valor considerado bom.

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CAPÍTULO VI

6. CONCLUSÃO

O trabalho foi concluído a contento devido, principalmente ao planejamento que foi

elaborado levando em consideração as possibilidades de desempenho do controlador fuzzy e a

documentação deste desempenho para diferentes situações de validação, resultados nos testes

apresentados como resultados.

O fato de o trabalho relacionar teoria e prática vem no intuito de montagem de um

aporte de conhecimento que viabilizam novos testes de controladores e a investigação

realizada serve como ponto de partida para trabalhos futuros.

A perspectiva de desdobramento do trabalho faz-se no sentido de implementação de

controle fuzzy em plantas de processo industriais, sobretudo em plantas de nível com mais de

uma variável manipulada.

Fica ainda como sugestão para trabalhos futuros a otimização do controlador fuzzy em

termos de sintonia, alterando os limites do universo de discurso das variáveis de entrada e

saída, além de testes com a incorporação de outras variáveis de entrada no sistema, com

conseqüente aumento do número de regras de controle, por exemplo, inserindo a variável

variação do erro além da variável de entrada erro.

Após a execução de alguns testes observou-se que foi possível chegar a um resultado

satisfatório, do ponto de vista de rastreamento do setpoint de nível para diferentes testes.

Deixando claro mais uma vez que o intuito do trabalho não era a comparação de diferentes

técnicas de controle no que tange desempenho, mas sim, a implementação e testes de um

controlador baseado em inteligência artificial para controle de um sistema de nível

multivariável.

A realização de testes comparativos entre diferentes estratégias de controle fica como

sugestão para trabalhos futuros, bem como a utilização de novos arranjos da lógica fuzzy para

o controle de processos industriais.

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