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Fonte: http://casa.abril.com.br/curso-decoracao/ Aula 1 Por onde começar Lição 1 - Quanto custa decorar? Lição 2 - Sonhos x Necessidades Lição 3 - O que comprar primeiro? Lição 4 - Estilos de decoração Lição 5 - Contratar ou não um profissional? Aula 2 Distribuição, Circulação e Proporção Lição 1 - Preocupações básicas Lição 2 - Como distribuir os móveis Lição 3 - Salas, um caso a parte Aula 3 Cores e estampas Lição 1 - O básico sobre cores Lição 2 - Por onde começar a escolha? Lição 3 - Como a cor muda o ambiente? Lição 4 - O poder das cores Lição 5 - Como combinar estampas? Aula 4 Tapetes e cortinas Lição 1 - Como escolher tecido? Lição 2 - Varão, trilho, prega, franzido...? Lição 3 - Quanto tecido comprar? Lição 4 - E as persianas? Lição 5 - As regras básicas do tapete Lição 6 - Cores e estampas de tapetes Aula 5 Arrume a casa para o final do ano Lição 1 - Decoração de Natal e Réveillon Lição 2 - Cronograma da ceia Lição 3 - Calculando as quantidades da ceia Lição 4 - Descontração na hora da ceia Aula 6 Parede e quadros Lição 1 - Qual parede mudar? Lição 2 - Opções para mudar a parede Lição 3 - Aprenda a usar os quadros Aula 7 Iluminação Lição 1 - Tipos de iluminação Lição 2 - Lustres, luminárias e abajures Lição 3 - Tipos de lâmpada Lição 4 - Soluções para cada canto da casa Aula 8 Organização Lição 1 - Pensando a organização Lição 2 - Um armário sob medida Lição 3 - Armário comprado pronto Lição 4 - Se você tem closet Lição 5 - Técnicas para manter os armários organizados Lição 6 - Sala com tudo no lugar Lição 7 - Organização no home Office Lição 8 - Cozinha organizada

Curso Decoração Casa

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Fonte: http://casa.abril.com.br/curso-decoracao/

Aula 1 Por onde começarLição 1 - Quanto custa decorar?Lição 2 - Sonhos x NecessidadesLição 3 - O que comprar primeiro?Lição 4 - Estilos de decoraçãoLição 5 - Contratar ou não um profissional?

Aula 2 Distribuição, Circulação e ProporçãoLição 1 - Preocupações básicasLição 2 - Como distribuir os móveisLição 3 - Salas, um caso a parte

Aula 3 Cores e estampasLição 1 - O básico sobre coresLição 2 - Por onde começar a escolha?Lição 3 - Como a cor muda o ambiente?Lição 4 - O poder das coresLição 5 - Como combinar estampas?

Aula 4 Tapetes e cortinasLição 1 - Como escolher tecido?Lição 2 - Varão, trilho, prega, franzido...?Lição 3 - Quanto tecido comprar?Lição 4 - E as persianas?Lição 5 - As regras básicas do tapeteLição 6 - Cores e estampas de tapetes

Aula 5 Arrume a casa para o final do ano

Lição 1 - Decoração de Natal e RéveillonLição 2 - Cronograma da ceiaLição 3 - Calculando as quantidades da ceiaLição 4 - Descontração na hora da ceia

Aula 6 Parede e quadrosLição 1 - Qual parede mudar?Lição 2 - Opções para mudar a paredeLição 3 - Aprenda a usar os quadros

Aula 7 IluminaçãoLição 1 - Tipos de iluminaçãoLição 2 - Lustres, luminárias e abajuresLição 3 - Tipos de lâmpadaLição 4 - Soluções para cada canto da casa

Aula 8 OrganizaçãoLição 1 - Pensando a organizaçãoLição 2 - Um armário sob medidaLição 3 - Armário comprado prontoLição 4 - Se você tem closetLição 5 - Técnicas para manter os armários organizadosLição 6 - Sala com tudo no lugarLição 7 - Organização no home OfficeLição 8 - Cozinha organizadaLição 9 - Documentos organizados: um caso à parteLição 10 - Organizando com Feng Shui

Contratar ou não um profissional?

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Se você pretende acompanhar esse curso, provavelmente, não pensa em contratar um profissional – designer de interiores, decorador ou arquiteto. Mas se, ao contrário, quer aprender sobre decoração justamente para ter um diálogo mais preciso com quem você contratar, seguem algumas orientações para que essa contratação seja a melhor possível:

1) Pesquise entre seus amigos e conhecidos, na internet e em revistas especializadas para se decidir por alguns nomes.

2) Marque uma entrevista com os nomes que escolheu – essa primeira consulta não será cobrada. Peça para ver o portfólio e, se possível, visite obras prontas. Também cheque se há afinidade entre vocês: se o forte dele é o estilo clean enquanto você adora uma decoração extravagante, ele não é a melhor opção para o seu caso.

3) Converse sobre os orçamentos e decida quem ficará com o seu projeto. Os preços cobrados variam muito. Podem ser contabilizados por metro quadrado ou hora técnica, entre outras opções. Evite surpresas solicitando previamente uma tabela de honorários do profissional, e exatamente todos os serviços que ele vai prestar: elaborar um projeto, tocar a obra, visitar com você as lojas etc.

Confira honorários sugeridos por associações de profissionais*:

Valor médio por m² decorado - R$ 70,00

Consulta (com duração de três horas) - de R$ 100,00 a R$ 200,00

Hora técnica (para serviços não previstos no projeto) - de R$ 75,00 a R$ 100,00 a hora

Acompanhamento da obra - de 10% a 15% do custo estimado

*Fonte: ABD

Quanto custa decorar?

Nesta primeira lição você aprende que sua criatividade e algumas pequenas regras são as principais aliadas da economia. Às vezes, transformar um ambiente significa apenas pintar uma parede – neste caso, uma lata de tinta de R$ 15 é o suficiente. Mas, talvez, você precise trocar os móveis e, aí, a diversidade de opções é imensa. “É possível comprar seus móveis em lojas luxuosas, mas também pesquisar em feiras ou em pontas de estoque. É possível comprar um sofá de três lugares que custe R$ 5 mil ou transformar uma cama velha num sofá diferente”, sinaliza o designer de interiores Roberto Negrete.

Então, o que fazer? O custo da sua decoração será definido a partir de três passos:

1) Descubra o que é sonho e o que é necessidade (e isso você aprenderá na lição 2 dessa aula).

2) Planeje as mudanças (ao final desse curso, você ficará craque e pronto para planejar tudo), respeitando os limites do seu bolso (ou seja, quanto dinheiro você tem para começar agora e quanto consegue juntar ao longo dos meses para dar andamento ao seu projeto).

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3) Finalmente, decida o que será feito imediatamente e o que pode esperar (você também aprenderá o que deve ser feito antes e o que pode esperar na lição 3). Você tem dinheiro para comprar tudo hoje mesmo? Que sorte! Mesmo assim, negocie desconto. Pagamento à vista pode gerar, em média, 7% de abatimento no preço.

Seu primeiro exercício será muito prazeroso: dê uma volta pelas lojas de decoração na sua cidade. Com esse passeio, você vai se interar da média de preços dos objetos e móveis que acha mais bacana. É um passeio sem compromisso – não precisa definir o que vai comprar agora: apenas observe o que está nos show rooms e seus preços. Já o segundo exercício requer um pouco de imaginação: olhe tudo o que você tem em casa e pense o que pode e o que não pode ser reaproveitado. O sofá precisa ser trocado porque está com a espumar desconfortável ou bastar usar uma capa? Você precisa mesmo de uma cômoda nova ou uma pátina deixaria o móvel mais atual? “Reaproveitamento baixa o custo da sua decoração”, ensina a designer de interiores Bya Barros. Guarde essas informações, pois elas serão úteis na hora de desenhar seu novo espaço.

Sonhos x Necessidades

Decorar não é sinônimo de ornamentar. Mais do que preocupação estética ou modismos, o que deve nos mover é a busca de um lugar especial, que atenda às nossas necessidades e que nos faça sentir bem. Aquilo que de fato é importante não se esconde em objetos, móveis e espaços, mas na combinação desses elementos que refletem o que somos e estimulam emoções, sentidos, memórias. Essa é a grande arte da decoração.

Abaixo, seguem algumas perguntas que você deve se fazer (e as decisões que provavelmente tomará de acordo com as respostas):

1) Quais são os hábitos da minha família? Se responder que vocês adoram fazer churrasco no final de semana, provavelmente seu foco na decoração privilegiará as áreas externas e os móveis de jardim. Se responder que adoram ver filmes juntos, vai precisar ficar de olho em sofás confortáveis e bons equipamentos eletroeletrônicos.

2) Gosto de receber? Se sim, sua sala terá uma distribuição que propicia a conversa e talvez compense investir em bons jogos de jantar, belas toalhas de mesa. Já se a resposta for não, muito provavelmente, os modelos de sofá e a forma de distribuí-los serão diferentes.

3) Uma sala para mim é tão importante, a ponto de eu querer derrubar as paredes de um quarto para que ela fique maior? Se sim, paredes virão abaixo. Se não, tudo fica como está.

4) Gosto de ambientes coloridos ou me sinto melhor em lugares mais clean? A resposta definirá se as cartelas de cores serão suas grandes aliadas ou se o branco e o gelo predominarão.

5) Gosto de cozinhar? Quem gosta de cozinhar, precisa de grandes bancadas e bons acessórios. Quem mal entra na cozinha, não precisa de muito espaço, nem de eletrodomésticos de última geração.

6) Em que ambientes da casa passo a maior parte do meu tempo? Com a resposta, você será capaz de definir o que decorar (ou redecorar) primeiro.

Há várias outras perguntas. E elas surgirão ao longo desse curso fazendo você criar, no seu

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imaginário, a casa que atenda a tudo o que você precisa. As respostas serão seu guia para definir os tipos de móveis e saber quando compensa investir. Mais alguns exercícios que podem ajudar você a separar o que é sonho do que é necessidade: pesquise em revistas de decoração e olhe, com atenção, as fotos de mostras de decoração do Casa.com.br. Tente se imaginar nos ambientes que está vendo e perceba o que você sente. Tente avaliar se o local onde estão os sofás atenderiam a você. Tente perceber se a distância entre a pia, o fogão e a geladeira estão confortáveis. Também passe a observar, com olhar clínico, as casas dos amigos – converse com eles sobre as escolhas dos móveis e descubra o que eles mudariam em suas casas. Tudo isso vai ajudar você a formar um novo repertório.

Há ainda outra orientação para discernir entre onde é fundamental investir de onde não é: responda quanto tempo você pretende ficar no seu atual imóvel. Se você pretende ficar num lugar por vários anos (e, claro, não é do tipo que gosta de trocar a decoração com muita freqüência), pode pensar em investir em itens mais caros – com bom design, conforto e durabilidade. Mas se vai mudar em dois anos, por exemplo, sua necessidade é outra: itens mais econômicos (não necessariamente desconfortáveis, mas que, talvez, tenham uma vida útil menor).

O que comprar primeiro?

Se você já refletiu sobre quais os ambientes de sua casa são mais utilizados, já tem algumas prioridades em mente. Mas há também algumas regras para definir o que olhar primeiro:

1) Você está decorando a sua primeira casa, ou seja, ela não tem nada, nada, nada? Bom, o seu primeiro investimento serão os pisos (se o apartamento é novo e não tem acabamentos ou mesmo se você precisa restaurá-los). A seção de pisos e revestimentos do Casa.com.br http://casa.abril.com.br/materias/materiais/revestimentos_1.shtml ajudará você nesta definição. Também é importante deixar as paredes pintadas. Claro que você poderá trocar as cores no futuro, mas compensa escolher os tons de base - a aula 3 do seu Curso de Decoração ajudará você nesta escolha.

2) Quando a parte básica está OK, deve-se pensar nos móveis. Cama, sofá e mesa de jantar figuram no topo da lista de urgências. Como esses são itens caros (e grandes), você aprenderá na aula 2 do Curso de Decoração tudo sobre circulação e distribuição. Assim, não corre o risco de errar nas medidas e proporções. Ao final do curso, você saberá também como misturar estilos (para escolher um móvel atual e bonito).

3) Na sequência, você precisa pensar nas cortinas (que protegem os móveis dos raios solares) e nos tapetes (que trazem aconchego e delimitam espaços) e a aula 4 vai ajudar você nisso.

4) Pronto, agora é vez dos móveis auxiliares (aparadores, mesa de centro, mesa lateral...), mas nada de sair comprando aleatoriamente: trena na mão para não errar na medida e, como você já vai ter desenhado o seu projeto, evite compras por impulso.

5) Quadros e esculturas são caros e exigem, às vezes, anos de pesquisa. Então, vá comprando aos poucos. Colocar molduras em fotos e ilustrações também vale.

Estilos de decoração

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O que chamamos de estilo, na decoração, é o modo particular pelo qual cada um imprime ao ambiente valores estéticos, jeito de ser, modo de levar a vida.

Pense na sua personalidade: se você é uma profissional dinâmica, que adora moda e sempre sai com os amigos, provavelmente não vai se identificar – nem se sentir bem – numa casa com cores sóbrias e móveis pesados, antigões. Por outro lado, essa mesma casa pode ser o sonho de alguém mais tradicional e introspectivo. O importante, sempre, é que sua decoração tenha a sua cara e que você se reconheça em cada objeto escolhido. Por isso deve haver parcimônia quando levamos em conta os estilos prontos, ou seja, aqueles consagradados – clássico, provençal, rústico...(alguns estão explicados abaixo). Não é necessário seguir nenhum deles – use-os apenas como referência. Como explica a designer de interiores Bya Barros, o legal do estilo é uni-lo com sua história e os objetos importantes na sua vida. Assim, mesmo uma casa moderninha pode ter um espelho românico, com moldura dourada.

Conheça alguns estilos (mas é só para você se inspirar):

O novo clássicoPeças do mobiliário antigo, namoradeiras, objetos dispostos em um desenho convencional, combinações de cores neutras em vez de tons fortes. Madeiras escuras têm lugar garantido, mas nada impede uso de aço ou móveis laqueados. O todo tem uma inspiração clássica, requintada e de bom gosto. O novo clássico, porém, não faz questão de cortinas pesadas ou de brocados: preza o conforto e a harmonia do conjunto.

ContemporâneoDesign de alta funcionalidade, muito metal, cores e móveis com desenho arrojado. A beleza desse estilo passa jovialidade e opta por formas enxutas, reduzidas ao essencial. Cores fortes também são bem vindas nessa estética clean, que privilegia espaços vazios e despreza a preocupação com miudezas: aqui, menos é mais.

Inspiração étnicaCores, estampas, tecidos fluidos, móveis com entalhes minuciosos. Em vez de cadeiras, pode-se sentar em almofadas, por que não? Nesse estilo, viagens ao oriente são lembradas, mas sem abrir mão do conforto e da funcionalidade ocidental. A tendência étnica valoriza as culturas regionais, como um contraponto à globalização.

ProvençalMóveis com pátina rústica, branca ou colorida, tecidos de algodão com estampas alegres e miúdas, paredes brancas: assim é o estilo provençal, inspirado nos moradores da região francesa da Provença do século 17. Para a designer de interiores Bya Barros, o estilo combina com móveis brasileiros. “As madeiras brasileiras se dão muito bem nesse estilo, que não precisa ficar preso a itens importados.”

RústicoAqui, quem comanda são a madeira escura, as cores quentes, pratos e quadros nas paredes, tecidos vistosos, cortinas com babados. Em vez da praticidade, predomina o aconchego. E não há preconceito em reunir um sortido de peças charmosas, aproveitando armarinhos, bancos e prateleiras, na sala, na cozinha, na copa...

Contratar ou não um profissional?Utilize as setas para navegar entre as lições. Se você pretende acompanhar esse curso, provavelmente, não pensa em contratar um profissional – designer de interiores, decorador ou arquiteto. Mas se, ao contrário, quer aprender sobre decoração justamente para ter um diálogo mais preciso com quem você contratar, seguem

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algumas orientações para que essa contratação seja a melhor possível:

1) Pesquise entre seus amigos e conhecidos, na internet e em revistas especializadas para se decidir por alguns nomes.

2) Marque uma entrevista com os nomes que escolheu – essa primeira consulta não será cobrada. Peça para ver o portfólio e, se possível, visite obras prontas. Também cheque se há afinidade entre vocês: se o forte dele é o estilo clean enquanto você adora uma decoração extravagante, ele não é a melhor opção para o seu caso.

3) Converse sobre os orçamentos e decida quem ficará com o seu projeto. Os preços cobrados variam muito. Podem ser contabilizados por metro quadrado ou hora técnica, entre outras opções. Evite surpresas solicitando previamente uma tabela de honorários do profissional, e exatamente todos os serviços que ele vai prestar: elaborar um projeto, tocar a obra, visitar com você as lojas etc.

Confira honorários sugeridos por associações de profissionais*:

Valor médio por m² decorado - R$ 70,00

Consulta (com duração de três horas) - de R$ 100,00 a R$ 200,00

Hora técnica (para serviços não previstos no projeto) - de R$ 75,00 a R$ 100,00 a hora

Acompanhamento da obra - de 10% a 15% do custo estimado

*Fonte: ABD

Distribuição, circulação e proporção

Aplicando os princípios básicos, você garante a harmonia na decoração de sua casa e circula bem por todos os ambientes.

Preocupações básicas

Utilize as setas para navegar entre as lições. Você já definiu quanto quer gastar, já sabe o que busca na decoração da sua casa em termos de estilo e solução de necessidades, e já definiu um cronograma de tarefas. Pois bem: agora, pegue a trena e meça a casa inteira. Você vai começar a distribuir, ainda no papel, os móveis que deseja pelos ambientes.

Sua sala é de que tamanho? Se a parede tem seis metros e aquele sofá lindo que você viu numa loja tem três, avalie que outros móveis será possível usar no mesmo ambiente. Será que vai caber uma mesa lateral do jeito que você precisa? Isso é distribuição! E, claro, interfere diretamente na circulação das pessoas (ou seja, na forma que elas vão andar pela sua casa). Já proporção tem a ver com a relação entre o tamanho das coisas. Por exemplo: se sua mesa de jantar tem oito lugares (ou seja, é grande), ela comporta um belo vaso de flores no centro; se você colocar um pequenino arranjo de mesa, ele vai sumir. Já se a sua mesa for pequenina, colocar um vaso imenso sobre ela vai ficar esquisitíssimo. Isso é proporção. Na lição 2, desta aula, você descobre que algumas medidas que ajudam você a se organizar. E na lição 3, aprende a fazer uma circulação agradável.

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Portanto, ao sair para comprar móveis, solicite as medidas aos vendedores. E não se decida pela compra imediatamente. Volte para casa e certifique-se de que o móvel cabe naquele espaço, além de combinar com a decoração. Uma dica para visualizar os móveis: cole fita crepe no piso, no lugar que os móveis ficariam com as medidas que você já sabe que eles têm.

Lembre-se de utilizar apenas móveis necessários à sua decoração. Assim você não polui o ambiente nem impede a circulação.

Como distribuir os móveis

Há regras que respeitam o tamanho médio do ser humano e que, portanto, devem ser respeitadas para que a o seu ambiente pareça mais agradável. Elas ditam a distância mínima entre os móveis e também as medidas de maior conforto para cadeiras e sofás.

Mesa de centro na sala

A distância entre a mesa de centro e o sofá deve ser de pelo menos 50 cm, para não atrapalhar a passagem. Sua sala é super espaçosa? Tudo bem, mas lembre-se de que a mesa de centro é usada por quem está sentado no sofá, então, o ideal é você não ter que se levantar para alcançá-la. Atenção também à proporção da mesa de centro em relação ao sofá: sofás baixos pedem mesas de centro de 25 a 30 cm de altura. Os modelos convencionais regulam com mesas de 30 a 38 cm de altura.

Mesa de Jantar

Mesas redondas garantem uma maior interação entre as pessoas que estão sentadas nela. Se você tem espaço para uma de 1,25 m de diâmetro, poderá ter até seis cadeiras ao seu redor. Nas mesas retangulares, normalmente cada pessoa ocupa 65 cm. Uma mesa se 2 m, portanto, pode ter 3 cadeiras de cada lado (e ainda é possível usar as cabeceiras para mais duas cadeiras extras). Para comportar quatro pessoas, uma mesa quadrada deve ter 1 x 1 m. Existem ainda as mesas quadradas maiores, com duas pessoas em cada lado, também podem ser bem confortável, mas você precisa de uma sala de jantar com bom tamanho. A altura padrão de uma mesa é 75 cm. Cadeiras leves e compactas são sempre bem-vindas em espaços pequenos, pois podem transitar facilmente de um lado para o outro, oferecendo assento para os convidados ou apoiando livros e revistas

Sofá

A profundidade de 80 cm do sofá assegura conforto – ou seja, uma pessoa de tamanho médio (entre 1,65 e 1,75 m de altura) conseguirá ter as cosas no encosto e os pés no chão, com a perna relaxada. As medidas padrão são: sofá de três lugares, 2,20 metros por 0,80 de profundidade. De dois lugares: 1,60 com a mesma profundidade – chaise longe, que não tem um dos braços na lateral pode ser uma alternativa para pequenos espaços. O braço do sofá é um importante apoio, mas toma de 20 a 30 cm de largura. Se sua sala for espaçosa, você pode procurar sofás com mais profundidade e medidas maiores. Se ele estiver afastado da parede, o corredor atrás dele deve ter pelo menos 90 centímetros.

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Cama

No quarto, é possível ganhar espaço com criados-mudos compactos. Como referência, meça na loja: ele deve ter cerca de 50 x 40 cm e 55 cm de altura. Isso não é uma regra (até porque você pode adaptar várias peças, inclusive cadeiras, para o apoio da sua cama). Entre as camas de casal, a largura dos modelos varia de 1,38 m a 2 m e o comprimento de 1,88 a 2,20 m. A distância entre a lateral da cama e a parede deve ser de, no mínimo, 60 cm. Se a cama estiver ao lado de um guarda-roupa, é preciso haver espaço suficiente para a abertura da porta. Uma dúvida comum: a cabeceira pode estar sob a janela? Poder pode, se essa for a única disposição possível, mas como o acesso à janela ficará restrito, essa não é a distribuição mais recomendada. Pelo feng shui, técnica chinesa de distribuição dos móveis, também não é muito aconselhável alinhar os pés da cama com a porta de entrada - pois isso faria a energia de quem dorme diminuir. O fato é que, na hora de descansar, você precisa se sentir seguro e acolhido no quarto.

Fogão, pia e geladeira

Na cozinha, a arquitetura determina a distribuição triangular desses três itens básicos – isso facilita o trabalho de quem está cozinhando. Mas, em cozinhas estreitas e compridas, a solução é distribuir os aparelhos numa só parede. Daí, o certo é deixar a pia no meio, entre fogão e geladeira. O microondas pode estar numa prateleira, sobre a pia.

Home Office

Para garantir uma boa circulação, o ideal é dispor de, no mínimo, 10 a 12 m². Instale a estante e os arquivos próximos à mesa. Facilita o acesso a livros e documentos e melhora a circulação. Restrinja sua mesa ao que é indispensável e limite os acessórios decorativos a um simples mural de parede com recados, ou uma bela gravura. Excessos só complicam. O ideal é que a luz que venha de fora e seja perpendicular ao computador, vinda da direita para quem é canhoto e da esquerda para quem é destro. Assim, sua mão não fará sombra sobre o teclado ou o papel. A cadeira é um importante item de conforto no escritório. Sente-se para regular a altura do encosto, dos braços e do assento de sua cadeira. A geometria de seu corpo deve formar quatro ângulos de 90 graus: o primeiro, formado por costas, quadris e pernas. O segundo, por antebraços, punhos e mãos. O terceiro, por coxas, joelhos e pernas. O quarto, por tornozelos e pés. Regule a altura da tela do computador de modo que a parte superior fique alinhada com os seus olhos. Como as mesas nem sempre são ajustáveis, a solução está nas cadeiras com regulagem de assento, encosto e braços.

Home Theater

Para saber a distância do sofá para a TV, multiplique o número de polegadas da tela por 7,62 cm. De modo geral, uma TV de mais de 29 polegadas pede no mínimo 3 metros de distância. O centro da tela deve estar na altura dos olhos do observador. Instalada a TV (com espaço de ventilação para as laterais), disponha a caixa acústica central sob a tela e as frontais a pelo menos 1,20 m do centro. Sempre voltadas para o público, nunca para a tela, as duas caixas traseiras devem ficar atrás dos ouvintes ou nas paredes laterais. As caixas precisam ficar sempre expostas, já que os equipamentos de som esquentam quando ligados. Anti-estéticos, os fios precisam ficar muito bem escondidos (existem opções sem fio...mas elas ainda são bem caras). Um fundo falso de pelo menos 3 centímetros atrás do móvel resolve a questão.

Saiba se seu aparelho de TV é proporcional ao tamanho de sua sala: De 29 a 34 polegadas: no mínimo 12 m².

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De 34 a 40 polegadas: até 24 m². De 40 a 70 polegadas: cerca de 36 m². De 72 a 100 polegadas: 60 m².

Salas, um caso a parte

A casa inteira pede nossa atenção, mas quando falamos em dificuldade em distribuir os móveis, nada se compara ao caso das salas. Ela é nosso cartão de visitas, por isso nos sentimos tão inseguros quando começamos a pensar neste ambiente. Além disso, muitos dos apartamentos de padrão médio nos surpreendem com a temida sala em L... A sala em L, proporciona a criação de dois ambientes em um, mas como acertar nessa distribuição?

Abaixo, alguns exemplos:

Sala em L

Observe na planta baixa em L como a área de circulação é bem preservada tanto entre os ambientes quanto entre os móveis. Claro que, no caso ilustrado, houve espaço suficiente para colocar três ambientes em um só: sala de estar, sala de jantar e área de TV. Em espaços com menos de 25 m² você conseguirá colocar dois ambientes (normalmente a sala de jantar e a de estar com TV). Para evitar que os móveis atrapalhem o trânsito, lembre-se do seguinte: quando houver mesa de centro, ela deve ficar 60 cm distante do sofá. Entre as cadeiras da sala de jantar e um possível aparador, nunca deixe menos do que 60 cm. TV grande é o seu sonho? Cuidado: há uma distância mínima de 3 metros recomendada entre a TV de 40 polegadas, por exemplo, e o sofá – menos do que isso, a visualização das imagens ficará comprometida.

Sala irregular

Medo de sala com planta irregular é comum. A atenção aqui precisa ser redobrada e as orientações só podem ser feitas caso a caso. Mas uma dica importante é que você coloque, no piso, fita crepe exatamente nos lugares onde ficarão os móveis. Isso ajudará você a visualizar a área de circulação. Outras orientações genéricas que podem te ajudar: na hora de escolher o canto da sala de estar, prefira aquele em que os sofás podem ser colocados propiciando uma conversa entre as pessoas sentadas (normalmente uma distribuição em U.

Sala retangular

Aqui, a distribuição é mais fácil. Dependendo de seu tamanho, ela poderá ser totalmente ocupada pela sala de estar. Se ela for grande ou bem comprida, poderá acolher a de estar e a de jantar – uma em cada canto. Caso você queria romper com o tradicional, pode ainda se dar ao luxo de colocar o sofá em diagonal. Isso quebra as linhas retas da arquitetura e preenche o espaço de uma forma pouco convencional, mas, saiba, isso implica em usar menos móveis. Um tapete pode delimitar a área da sala de estar - e, para isso, ele precisa ser grande o suficiente para estar embaixo de todos os móveis.

Cores e estampas

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Mudar a cor das paredes ou o tecido que reveste os móveis é um jeito eficiente de trazer novos ares para a casa. Se o difícil é escolher a melhor combinação de tons e estampas, esta aula vai te ajudar.Lição 1 - O básico sobre coresO básico sobre coresUtilize as setas para navegar entre as lições. Você olha aqueles catálogos imensos de cores e pensa: “E agora? O que é que eu escolho?”. Um consolo: é assim com todo mundo. Então, antes de olhar o catálogo dos fabricantes, sua tarefa de hoje é se aprofundar um pouco na teoria das cores.

Cores primárias: vermelho, amarelo e azul. Talvez você já esteja cansado de saber que essas cores, misturadas geram várias outras... Mas o dado novo que você precisa aprender é que juntas elas formam puro contraste e dão um efeito forte, mas cansativo aos olhos.

Cores secundárias: verde, laranja e violeta. Elas são feitas a partir da mistura de duas primárias (amarelo + azul = verde, amarelo + vermelho = laranja, azul + vermelho = violeta. Todas juntas, ou duas a duas, as secundárias resultam em uma combinação vibrante e harmônica.

Cores terciárias: a maioria das matizes existentes na natureza pertencem a essa categoria. Elas resulta. da união de uma primária com uma ou mais secundárias. Três dessas misturas – amarelo-verde, verde-azul e azul-violeta – fazem uma bela composição. Repare a partir de agora como elas estão presentes em vários ambientes que parecem harmônicos para você.

Cores complementares: olhando no disco de cores, as complementares estão sempre diametralmente opostas, por exemplo o vermelho e o verde ou o laranja e o azul ou o roxo e o amarelo. Se você quer um contraste máximo, aposte nelas.

Saturação: é o grau de pureza de uma matiz. Quanto mais pura (ou seja, mais saturada), mais viva é uma cor. As cítricas, por exemplo, são muito saturadas, e podem cansar a visão. Os tons pastéis, ao contrário, são pouco saturados – normalmente são indicados para ambientes em que você quer tranqüilidade.

Cores quentes e frias

As cores quentes são o amarelo, vermelho, laranja, marrons e ocres. Entre os tons frios, azuis, verdes, violetas e cinzas. Essa definição tem a ver com a sensação que cada uma delas traz. E isso acontece graças à atuação das ondas eletromagnéticas sobre nosso sistema nervoso. Pessoas expostas por um longo período às cores quentes (amarelo, vermelho, laranja, marrons e ocres) têm a circulação estimulada, o que provoca um ligeiro aumento da temperatura do corpo. Já nos tons frios (azuis, verdes, violetas e cinzas) a reação é contrária. Por isso é tão importante escolher criteriosamente as cores de uma casa, cuidando para que haja alguma diversidade de matizes – assim, o olho não se cansa.

Efetivamente, as cores quentes parecem aquecer o ambiente. Podem, por isso, serem indicadas para áreas de refeição e local onde recebemos amigos. As frias trazem calma, tranqüilidade: normalmente são usadas em quartos e banheiros. Mas isso não é uma regra. Veja na lição O poder das cores, os efeitos que cada uma tem sobre você.

Por onde começar a escolha?

Utilize as setas para navegar entre as lições. Agora que você já conhece a teoria das cores e sabe, por exemplo, quais trazem contraste, quais são harmônicas, etc, tem uma nova tarefa: observar cada ambiente e, depois, cada parede desse ambiente e se perguntar qual efeito

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pretende criar. Um roteiro que pode te ajudar:

Analise a função do cômodo. O espaço serve para o relaxamento? É um local para receber amigos? É um escritório onde receberá seus clientes? A função do ambiente normalmente trará consigo um tom que lhe caberá melhor. Quartos, normalmente, pedem um tom menos saturado. Você não gosta de tons pastéis? Tudo bem. Pode deixar na parede atrás da cabeceira da cama (que normalmente é aquela que dá para a porta) um tom mais forte. Assim, ao entrar no quarto, você sente uma maior energia. A parede oposta, que é aquela para a qual você costuma olhar quando se deita, pode ter uma cor mais tranqüila. Ambientes preparados para receber os amigos pedem cores mais quentes, porém se usar muitos objetos com cor saturada, você vai deixar os convidados muito cansados. Uma única parede de cor saturada, que não fique no ângulo de visão de quem está conversando, pode ser uma boa pedida.

Quando falamos de cor, não nos referimos apenas de paredes. Portanto, ao pensar em tons, tente incluir também os móveis nessa brincadeira. Um pufe colorido, almofadas coloridas, quadros... Claro que se você quiser ousar, o melhor é ousar na parede pois quando você se cansar, basta passar duas demãos de tinta e, pronto, tudo fica renovado. Sofás, tapetes e cortinas que são peças grandes podem ter um tom mais neutro e os acessórios podem ser mais chamativos. Isso também não é regra: trata-se apenas de um conselho para quem está começando agora nesse difícil mundo da combinação de cores. Os iniciados podem, e devem!, subverter a ordem. Depois, mandem o resultado para a seção Mostre sua Casa. Todos vão adorar ver como ficou.

Como a cor muda o ambiente?

Você já deve ter sentido isso: pinta um cômodo com cor mais escura do que antes e ele fica parecendo menor. Sim, a cor tem essa capacidade. Quem mora em apartamento pequeno, então, deve pensar: vou pintar tudo de branco...Hum...também não é assim. Usar tons claros é o mais recomendado para fazer o ambiente parecer mais espaçoso, mas deixar tudo branco pode criar a sensação de ambiente frio. Muitas vezes, por mais incoerente que pareça, o branco total acaba combinando muito mais com salas espaçosas e móveis modernos. Use a cor em seu favor, criando efeitos. Algumas orientações:

Se a sala for muito comprida, criando uma sensação estranha de sala-corredor, você pode aproximar as paredes menores pintando uma delas com tom mais escuro que as demais.

Apartamentos antigos, com pé-direito alto, podem ter o forro pintado com uma cor mais escura que as paredes. Isso faz o ambiente ganhar aconchego – em quartos é um ótimo recurso. Apartamentos mais novos, com pé direito de 2,60 m pedem pé-direito na cor branco ou creme.

Você tem uma coluna bem no canto da sala? Ao invés de escondê-la, ressalte-a com tons mais fortes do que o resto das paredes.

O poder das cores

Depois de ler as lições anteriores, você já sabe: quer tons quentes na sala, mas...ainda não sabe se escolhe o vermelho ou amarelo. No quarto, quer um tom pastel, mas...está em dúvida entre o lilás e o bege. Chegou a hora, então, de refinar a escolha. E, nesse passo, talvez seja o caso de apelar para as influencias que as cores provocam em nosso estado emocional:

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Violeta: está associada à intuição e espiritualidade. Em tons muito fortes, pode agravar o estado depressivo. Em tons claros, acalma e aconchega. É próprio para lugares de meditação.

Verde: situada na fronteira entre o quente e o frio, representa a esperança e a abundância. É a cor do equilíbrio: não agita nem relaxa demais. Estimula o silêncio e pode amenizar o stress.

Azul: encabeça o rol das cores frias. Tranqüiliza os ânimos e favorece a amabilidade, a paciência e a serenidade. Em tons suaves, acalma. Mas cuidado com os azuis muito intensos e com os ambientes monocromáticos, que levam à introspecção – situação não recomedada para pessoas depressivas.

Amarelo: alegre, espontâneo e divertido, o amarelo está ligado à criatividade. Ativa o raciocínio e a comunicação, o que torna uma boa opção em espaços onde se depende de atividades mais cerebrais: escritórios, cantos de estudo, bibliotecas. No estar, deixa as pessoas mais relaxadas e extrovertidas.

Laranja

Aconchegante, estimula o otimismo, a generosidade e o entusiasmo, ajudando a levantar o astral. Age sobre o sistema digestivo, despertando o apetite. Uma boa cor para a sala de refeição.

Vermelho

A cor do fogo é também o tom das emoções. Desperta a sexualidade e, em alguns casos, pode fazer aflorar a agressividade. Em casa, o ideal são as pequenas doses. Em excesso, torna-se irritante.

Preto

Expressa um sentimento universal de agressividade, sinalizando sensações de distância e isolamento. Por sua sobriedade, não é raro encontrá-lo em ambientes masculinos. Se estiver presente em detalhes, e não em grandes áreas, é muito sofisticado.

Branco

No ocidente, simboliza a paz e a pureza. No Oriente, o luto. Produz uma sensação de limpeza, frescor e claridade. Um espaço totalmente branco, porém, torna-se monótono e hostil, levando à dispersão.

Como combinar estampas?Utilize as setas para navegar entre as lições. São elas, as estampas, que vão deixar o seu ambiente personalizado. Uma orientação é infalível: quando usar dois tipos diferentes de estampas, cuide para que elas tenham uma ou duas cores em comum. Quanto mais tons semelhantes, mais harmoniosa ficará a composição. Assim, se você tem almofadas floridas com um fundo rosa, a mesma cor pode estar na almofada listrada ao lado. Há outras regras simples:

• Some xadrez, floral e listrado e o resultado será feliz, desde que, como já foi dito, mantenha-se um padrão de cor. Jogar com tons variados resultaria em um ambiente mais criativo, mas isso é tarefa para profissionais.

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• Para conferir a harmonia de cor e estampa e perceber a variedade de tramas, monte sua cartela de tecidos. Com exceção de alguns produtos caríssimos, as lojas oferecem retalhinhos para os clientes. Colocando-os lado a lado você tem uma noção sobre o efeito que causam.

• Atenção às proporções: desenhos grandes vão bem especialmente em estofados grandes. Já desenhos miúdos caem bem tanto em estofados de dimensões maiores como nos de tamanho reduzido.

• Analise o estilo da peça em questão e tente se nortear por ele. Para uma poltrona de linhas retas, por exemplo, esqueça os românticos tecidos florais.

• No quarto infantil, vale ousar: misture xadrez, poás e florais, desde que uma única cor prevaleça. Branco como pano de fundo ajuda nessas composições

Cortinas e tapetes

As duas peças fazem muita diferença. Cortinas vestem a casa, trazem alegria, leveza, movimento aos espaços. Tapetes deixam os ambientes mais aconchegantes. Como são itens caros, que a gente não consegue trocar toda hora, pedem cuidado na escolha. Esse cuidado está esmiuçado nas lições abaixo.Lição 1 - Como escolher tecido?Como escolher tecido?Utilize as setas para navegar entre as lições. Salas e quartos sem cortinas ou persianas são incompletas, sem graça, quase hostis. Ou seja, toda janela merece esse carinho. O grande pulo do gato aqui é a decisão entre os tecidos – mais leves ou mais pesados – e os modelos – com pregas, franzidas, com alças, retas...Primeiro exercício: pense se o ambiente pode e deve receber luz natural o tempo todo ou se você precisa que, em alguns momentos do dia, ele permaneça escuro. Normalmente, as salas de estar são lugares que pedem o máximo de luz natural. Quartos e home theaters talvez precisem de escuridão durante o dia. No primeiro caso, portanto, as cortinas devem ser de tecido leve, como voal, linho, seda e algodão. No segundo caso, o importante não é a escolha do tipo de tecido – que pode ser o que mais agradar ao morador -, mas o uso de um forro do tipo blecaute.

Muito bem, você já sabe que tecido usar – e ele foi escolhido de acordo com a função que a cortina terá no ambiente. Agora, precisa saber qual a cor e a estampa do tecido. Essa escolha segue as regras que você aprendeu na aula 3. Mas há, ainda, uma terceira observação no assunto cortina: o modelo e a forma como ela será pendurada na sua casa. Vamos para a lição 2?

Varão, trilho, prega, franzido...?

Agora, chegou a hora de conhecer as possibilidades de acabamentos para a cortina. Facilidade de instalação ou efeito que você quer criar serão determinantes na escolha.

O uso do varão

É um hit, pela simplicidade. Geralmente de ferro ou de madeira, este suporte pode ser único, duplo ou triplo (varões alinhados paralelamente para o forro, a cortina e o xale). Quando triplo, ele ocupa um espaço considerável: cerca de 25 cm. Nas extremidades, são acopladas ponteiras, peças dos mais variados materiais, que dão acabamento e impedem que a cortina

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desabe para os lados. As cortinas colocadas em varão normalmente são pouco volumosas (poucas pregas). Se o tecido for encorpado, não é preciso fazer pregas ou franzidos – basta colocar ilhoses (argolas metálicas aplicadas no tecido) que facilitam o deslizamento no varão. Tecidos mais leves, como algodão ou um sári de seda, podem dar origem a cortinas com alças, charmosas e despojadas. Quem usa alças pode ou não fazer pregas na cortina. Outro recurso são as argolas com prendedor do tipo jacaré, à venda até em lojas de material de construção. Essas argolinhas podem ser presas diretamente no tecido, que não precisa de nenhum acabamento senão a barrinha.

Nos trilhos suíçosComo o varão, eles podem ser únicos, duplos ou triplos. Mas sua versão tripla não avança tanto no ambiente, ou seja, ocupa menos espaço. De alumínio, ele fica preso ao teto, portanto é para cortinas que ocuparão a parede de cima a baixo. Sustenta cortinas quase sempre mais volumosas, com pregas ou franzido, mas isso não é regra. Em geral, os rodízios de poliéster são costurados ao tecido em intervalos de 10 em 10 cm. Quem opta pelos trilhos suíços, quase sempre os esconde em forros de gesso, mas, caso esse não seja o seu plano, peça para a cortineira aplicar o rodízio um centímetro abaixo da borda do tecido – essa folga será suficiente para deixar a cortina rente ao teto e esconder o trilho. Outra vantagem do trilho é ser um amigo dos forros blecautes pois permite perfeita vedação.

Quanto tecido comprar?

Agora, você precisa definir o tamanho da cortina. Parece consenso: na sala e nos quartos, ela deve ir até o chão, mesmo se a janela acabar antes disso. "O certo é a cortina ir até embaixo, arrastando um pouquinho no chão", explica a decoradora Bya Barros. Então, trabalhando com esse dado e também sabendo o modelo que você quer (franzido ou com pregas), chegou a hora de usar a trena e a calculadora.

1) Meça a largura da janela, acrescentando a essa medida entre 20 e 40 cm (para evitar que a claridade se insinue pelas laterais). Se o tecido for encorpado, como o algodão ou o linho, multiplique esse número por dois (no caso de tecidos finos, como voal, multiplique por três, para que a cortina ganhe volume). O resultado é o número de panos (ou alturas de tecido – palavra do jargão dos cortineiros).

2) Em seguida, defina a altura da cortina. Considerando que você seguirá a regra e fará a cortina até o chão, é preciso medir do piso até a altura do varão ou do piso ao teto (se for usar trilhos suíços). Adicione a essa medida de 30 a 50 cm para barra e cabeçote. Você achou a altura total da cortina.

3) Multiplique a altura total da cortina pelo número de panos (ou de alturas de tecido, que você descobriu no item 1). Agora sim, você vai ter a metragem do tecido. Estamos falando, naturalmente, de um modelo simples de cortina, sem muito volume – exatamente o que se usa atualmente, segundo a decoradora Bya Barros.

Exemplo para uma cortina de linho:Largura da janela: 1,50 m(1,50 + 0,40m) x 2 = 3,80 m (número de panos ou de alturas de tecido)Altura da cortina: 2 m 2 m + 0,50 m = 2,50 m (altura total da cortina) Cálculo da metragem de tecido: 3,80 x 2,50 = 9,50 m de tecido. As exceções da regra:

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Forro:Quando ele é costurado junto à cortina, calcula-se a mesma metragem para ambos. Porém, se a idéia é fazê-lo correr em outro trilho ou varão, o número é um pouco menor: multiplique a largura da cortina (com os 40 cm das laterais) por 1,5 e, em seguida, pela altura da cortina (incluindo os 50 cm de barra e cabeçote). O resultado indicará a metragem total.

Xale:Em geral, eles têm entre 70 e 90 cm de largura. Assim, calcule apenas a altura, acrescentando 50 cm para barra e cabeçote.

Atenção:Os tecidos nacionais costumam ter entre 1,25 m e 1,50 m de largura, o que não muda o cálculo de metragem. Já os tecidos para forro, assim como muitos importados, podem ter 3m. Nesse caso, deve-se considerar esse dado na hora da compra.

E as persianas?

Persianas desempenham a mesma função das cortinas. São uma alternativa para os alérgicos (como não são de tecido e têm limpeza fácil acumulam menos pó). Também são fáceis de instalar e, em alguns casos, muito econômicas. Por isso, persianas agradam aos práticos, que amam ainda a sua forma de regular a entrada de luz (pela abertura ou fechamento das aletas). As mais comuns são de plástico e alumínio, mas também existem os modelos de madeira. Os modelos mais simples podem ser comprados em lojas de material de construção, em tamanhos padrões. Sua instalação requer apenas bucha e parafuso. Há ainda modelos elaborados e bem caros, com sistemas de fechamento especial. Persianas, de maneira geral, caem bem em ambientes descontraídos. Mas, se você quer aliar a funcionalidade das persianas com o charme das cortinas, pode optar por xales de tecidos presos em varões ou trilho que cubram as laterais da janela.

As regras básicas do tapete

Utilize as setas para navegar entre as lições. O tapete deve aquecer a casa, dar uma sensação de aconchego, demarcar ambientes e colorir o cômodo. Aqui vão algumas regras básicas que você deve ter em mente antes de escolher o seu:

1) Defina a função que o seu tapete vai exercer. Se ele vai delimitar um ambiente – por exemplo, separar a sala de estar da sala de jantar - o ideal é que seu tamanho seja o suficiente para acolher todos os móveis do ambiente que se quer delimitar. Mas se você quer apenas ressaltar um móvel, como uma mesa de jantar ou uma cama, então ele deverá estar 80 cm além do tampo ou dos limites da cama. Então, com a trena em mãos, meça seu cômodo.

2) Na sala – mesmo que o seu interesse não seja delimitar esse ambiente de outro – o tapete deve englobar todos os móveis. Poltronas, sofás, mesa devem estar inteiramente em cima do tapete, sem nenhum pedaço de fora. Caso contrário, fica feio. No caso dos sofás é ainda pior: fica desconfortável para quem se senta pois o móvel pode balançar. O tapete deve entrar pelo menos 20 cm sob o sofá. E tapete pequeno na frente do sofá, nem pensar: fica parecendo capacho.

3) Tapete não precisa fazer parzinho. Os tapetes da sala de estar e jantar não devem ser iguais: senão, eles vão ficar com cara de carpete. A melhor saída é buscar uma unidade para os modelos, que pode ser na cor, na textura ou na estampa. Você pode escolher tapetes do

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mesmo tom, mas com tramas de alturas variadas, por exemplo.

Cores e estampas de tapetes

Já sabe o tamanho de tapete que melhor se enquadra em seu ambiente? Então, chegou a hora de prestar atenção nos modelos. Atenção:

1) Revestimentos neutros e lisos, como porcelanato sem estampa ou madeira com poucos veios podem receber tapetes com estampas orientais. Piso muito trabalhado, como os parquês, cerâmica estampada, mosaicos e ladrilhos precisam de tapetes lisos.

2) A cor dos tapetes deve estar em harmonia com os móveis e o tom geral da decoração. Se sua sala tem cores vivas, um tapete de cor neutra não briga com o ambiente. Por outro lado, se a sala é neutra, o tapete pode trazer – se você gostar – uma cor mais viva ou uma estampa alegre.

Decoração de Natal e Réveillon

Para a arquiteta Brunete Fraccaroli, o final do ano é uma oportunidade para renovar a decoração com medidas simples. "Uma coisa fácil e de bom efeito é jogar mantas nos sofás: vermelhas e verdes no Natal, brancas no Réveillon. Almofadas temáticas também ficam ótimas." Veja outras orientações para deixar sua casa com cara de festa.

1) Diminua a quantidade de móveis na sala. Muitos amigos e parentes vão visitar você no final do ano. O ideal, portanto, é que você crie espaço para que essas pessoas circulem com facilidade. Tire mesas de centro – o apoio para copos poderá ser as mesas laterais e o bufê. Poltronas e pufes podem ficar encostados na parede.

2) Velas pela casa dão um clima intimista tanto no Natal como no Réveillon. Use castiçais com cores que acompanhem o tema – há castiçais e também velas vermelhas, no caso do Natal – e coloque na mesa ou nos aparadores...

3) Distribua potes transparentes cheios de balas coloridas na mesa, no bufê e no aparador. O efeito visual é bacana – e os convidados vão se deliciar.

4) Escolha o uma decoração tradicional ou moderna. Na decoração tradicional, a árvore é o pinheiro enfeitado a casa se enche de bonequinhos de neve e outros adereços conhecidos. Não se esqueça da guirlanda na porta. Na decoração moderna, potes transparentes cheios de bolas vermelhas arrematadas por lacinhos é uma das opções. A árvore pode ser um galho seco com enfeites pequenos.

5) Itens temáticos como guardanapos com motivos natalinos (ou dourados, para o réveillon), travessas e jarras coloridas mostram aos convidados que você se preocupou com a ocasião.

6) Abuse das frutas. "A uva verde fica linda em cima da mesa", diz Brunete, sobre a decoração da mesa de fim de ano. Frutas secas, como nozes e amêndoas, também podem fazer parte da decoração, espalhadas em potinhos pela casa.

Cronograma da ceia

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A ceia é a grande atração da noite. Pensar no paladar dos convidados é justamente o grande segredo da ceia para Elizete Paulo, consultora em organização. "O ideal é que o anfitrião conheça o que os convidados gostam. Na dúvida, pergunte". Elizete lembra que a ceia não precisa ser complexa demais para fazer bonito. "Pratos simples, gostosos e bem apresentados bastam". Sua sugestão: uma entrada, dois tipos de carne – sempre tem alguém que não come peru –, dois acompanhamentos (um arroz, uma massa) e uma bela salada, além de frutas e doces de sobremesa. "Várias opções de sobremesa são mais interessantes do que várias opções de pratos", diz ela. Veja como deve ser o cronograma para organização da compra dos ingredientes:

1) Um mês antes: definir quem serão os convidados, investigar o que eles gostam de comer e definir o cardápio. Comece a comprar os produtos não-perecíveis aos poucos: a cada ida de rotina ao supermercado, leve com você a lista dos ingredientes necessários à ceia. As bebidas também podem ser compradas e estocadas.

2)Quinze dias antes: compre os itens da decoração da ceia, como enfeites e arranjos.

3) Até dois dias antes da ceia, faça as sobremesas e guarde na geladeira. Cuidado com os pudins que levam creme de leite pois podem estragar (faça esses na véspera).

4) Dois dias antes, compre as frutas mais resistentes – como melão e melancia.

5) Na véspera, faça o pré-preparo de alguns pratos – você pode picar alguns legumes, colocar algumas carnes no tempero. Tudo depende dos pratos que você escolheu. Uva, ameixa e pêssego podem ser comprados na véspera também.

6) No dia, pela manhã, monte a decoração na mesa. Depois, saia para comprar verduras. Prepare também os molhos das saladas, o arroz, purês e outros pratos que podem ser esquentados no final do dia. Coloque o peru no forno no final da tarde.

Ficou cansada só de imaginar esse trabalho todo. É possível encomendar uma ceia pronta, pelo telefone. Nesse caso, apenas certifique-se dos prazos, das quantidades e de como os pratos serão apresentados, para não ter a surpresa de providenciar travessas de última hora. Veja aqui sugestões de delivery de ceias.

Calculando as quantidades da ceia

Na hora de pensar nas quantidades dos pratos, tenha em mente que, quando há entradas como canapés e salgadinhos, as pessoas tendem a comer menos do prato principal. Assim, se sua entrada for apenas uma salada, os pratos principais precisam de fartura. Falando em fartura, é claro que é melhor sobrar do que faltar, mas que não sobre muito: sabendo o número de convidados (peça que confirmem antes!), a tendência é que você faça uma quantidade de comida condizente com o número de pessoas. Veja o que os banqueteiros levam em consideração na hora de fazer os cálculos:

* Se o champanhe for servido apenas na hora do brinde, uma garrafa dá para 7 pessoas.

* 1 garrafa de vinho para 3 ou 4 pessoas é o mínimo

* 500 ml de refrigerante e 600 ml de cerveja para cada pessoa, se vai haver outras bebidas

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também, é um bom número. Mas esses números variam muito, de acordo com os convidados: há turmas que bebem muito e outras que nem tanto. Como bebidas podem ser estocadas, pense se não vale a pena comprar a mais.

* Uma salada feita com lentilhas, um pé de alface, uma xícara de rúcula, 4 tomates médios e condimentos serve 6 porções.

* Uma torta doce ou salgada, feita numa forma de 22 centímetros de diâmetro, dá para 8 pessoas com folga.

* 500 gramas de massa curta, tipo penne, serve 6 porções.

* 60 gramas de arroz por pessoa é uma boa quantidade (esse peso é do arroz cru).

* Um peru de 4,5 kg dá para de 8 pessoas.

* Um pavê bem recheado, feito em forma de 11 por 29 cm, dá para pelo menos dez pessoas.

Descontração na hora da ceia

"O momento é de festa, alegria, confraternização", diz Elizete Paulo, consultora em organização. "Não é hora de se preocupar além da conta com coisas que passam despercebidas pelos convidados, na maior parte das vezes". Elizete, que tem várias clientes para lá de finas, que estão habituadas a grandes comemorações, nos ajudou a eliminar de vez as preocupações bobas que podem atrapalhar sua ceia.

* A louça não precisa ser do mesmo jogoNem todo mundo tem 30 pratos iguais e isso não é nenhum problema. "É muito comum, em festas, que se misturem os jogos", conta Elizete.

* Não é preciso lugar para todos os convidadosA decoração e a distribuição de móveis de uma casa não são a mesma de um espaço de eventos. Assim, é natural que você perceba que não vai conseguir que todo mundo se sente à mesa para comer. Relaxe! A idéia do bufê americano é sempre bem-vinda: numa grande mesa ou aparador, você dispõe a comida, os pratos e talheres. Cada um se serve e come onde quiser. "Não é necessário que você demarque todos os lugares onde as pessoas vão se sentar", diz Elisete. Algumas se sentam à mesa, outras comem no sofá... Providenciar banquinhos extras, caso você não tenha cadeiras suficientes, é ótimo.

* Pratos de convidadosHoje em dia, não há razão para cerimônias: se você quer convidar um monte de gente para sua casa, mas está desconfiando de que a ceia não vai caber no seu bolso, o que tem de mais em pedir para os convidados, ou pelo menos para os mais íntimos, que tragam bebidas? Muitos vão adorar a idéia de fazer um doce em casa.

*Mesa para as criançasAs crianças podem se sentar em um ambiente separado dos adultos, dando mais privacidade a eles e aumentando as possibilidades de lugar para que todos se sentem. "Uma mesinha de brinquedo, desmontável, e várias cadeirinhas, são uma ótima pedida", diz Elisete.

Parede e quadrosTransforme paredes neutras no centro das atenções – você pode usar madeira, pedra ou

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tecido. Prefere quadros? Então, atenção: um dos maiores problemas de decoração está na colocação de quadros de proporções erradas ou alturas incorretas. Leia as lições e acerte em tudo.Lição 1 - Qual parede mudar?Qual parede mudar?Utilize as setas para navegar entre as lições. Seu exercício de hoje: olhar as paredes nuas e imaginar como elas ficarão com alguma das tantas alternativas que as lojas oferecem. Ao observar o ambiente, perceba que apenas algumas paredes devem ficar em destaque. Para o designer de interiores Roberto Negrete, a parede da sala que fica atrás do sofá é a melhor opção. “Mudar uma parede é transformá-la em foco de atenção. A parede que tem a ‘tarefa’ de comportar o sofá é a que melhor se presta a essa alteração”. No quarto, vale o mesmo para a parede onde fica encostada a cabeceira da cama. Áreas de passagem, os corredores podem ficar mais charmosos com uma parede cheia de quadros. É um bom lugar para as fotos da família. O lavabo permite brincadeiras: como o espaço costuma ser pequeno e geralmente usado mais por visitantes do que por moradores, pode ser munido de paredes bem coloridas e revestimentos diferentes (se fossem uma área usada pelos moradores e, portanto, vista e revista todos os dias, talvez o excesso de cores pudesse cansar).

Opções para mudar a parede

Ao pensar em mudar uma parede, respeite a função de cada cômodo. Isso significa, por exemplo, que um vermelho vivo pode não ser a melhor opção para um quarto de casal, se o que você procura é um ambiente relaxante para descansar. Além do mais, respeite os moradores. Crianças em casa não combinam com as texturas muito ásperas e com os lambris de gesso, que podem quebrar. Sua preocupação maior é com o meio ambiente? Há papéis de parede reciclados e recicláveis. Se você quer apenas pintar a parede, as orientações sobre cores estão na aula 3 do Curso de Decoração (LIKN), mas se quer ousar nos revestimentos, seguem algumas opções:

Lambris, o útil e o agradável

Os lambris são um clássico. Nascidos com as construções de madeira como um acabamento mais fino para os espaços internos, ele também funcionava como isolante térmico. Hoje, pode ser de madeira, gesso e PVC. É a espessura das réguas que determina a finalidade. Para manter os cômodos aquecidos, elas devem ter entre 10 e 20 mm. Menos que isso, só para proteger contra arranhões e batidinhas ou embelezar a parede. Já a largura depende do gosto de cada um. A altura, também livre, pode seguir certos padrões – entre 0,70 e 0,90m, se junto à mesa; entre 1,80 e 1,90, em paredes em que a porta tem 2,10m; entre 1,90 e 2m, quando a porta é de 2,40m. Capriche no acabamento com vernizes, tinta esmalte, pinturas especiais ou laqueação (processo de pintura automotiva, aplicada com compressor).

Texturas: efeito visual

A maioria das massas texturizadas já vem pronta, mas requer aplicadores especializados. Os habilidosos até podem aplicar sozinhos as massas industrializadas que não exigem treinamento – basta dominar os instrumentos necessários, como desempenadeira e rolos de lã. Há também receitas com massa corrida e massa acrílica – e os desenhos podem ser feitos com vassoura de piaçava, colher e outros utensílios domésticos.

Alguns avisos: 1) texturas muito ásperas em corredores ou áreas de passagem podem fazer com que as pessoas se machuquem. 2) As ranhuras das texturas podem acumular pó. Aspirador, escova com cerdas macias e pano úmido devem ser usados na limpeza. 3) Mesmo que você se apaixone por uma textura, deve-se usá-la com parcimônia – nada de fazer um ambiente inteiro texturizado; escolha as paredes para as quais quer dar destaque. 4) Paredes

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com bolor não devem receber textura. Primeiro descubra o motivo pelo qual a superfície ficou manchada.

Papel de parede: charme retrô

Ele é comprado por rolo – um rolo padrão tem 10 m por 53 cm. A maioria das lojas cobra uma taxa para a aplicação do papel – nas lojas consultadas, a taxa variou de R$ 16 a R$ 70 reais por rolo (preço consultado em dezembro de 2008). Cinthia Francisco, da Coelho Decorações, explica que há basicamente dois tipos de papel de parede: o que é papel mesmo e o papel vinílico, que possui plástico por cima e, por isso, é lavável. Eles podem ter acabamentos diferenciados como pedrinhas, partículas de vidro, fundo metálico, detalhe aveludado... Há também tecidos que fazem as vezes de papel de parede, mas descobrir se o tecido que você achou maravilhoso poderia ser aplicado na parede é tarefa para profissionais (muitos tecidos só podem ir à parede se aplicados em painel com espuma por baixo, pois desfiam com facilidade). Isabel Coelho, consultora da Luri Decoração recomenda que só pessoas que tenham muita, mas muita habilidade manual mesmo, arrisquem-se a aplicar papel na parede. Já tecido, nem as mãos mais habilidosas devem se arriscar. Se você enjoou do papel e quer tirá-lo, vai precisar apenas de água morna e uma espátula. No caso do papel vinílico, antes desse procedimento, é necessário tirar a parte plástica.

Adesivos: escolha jovem e moderna

O adesivo começou a se popularizar em 2007. Hoje, há diversos tamanhos e desenhos. Normalmente, é uma película autocolante, que não pede mão-de-obra especializada para aplicação. Antes de colar a imagem, certifique-se de que a superfície está limpa, lisa e seca. Use uma espátula para eliminar bolhas. Alguns modelos permitem diversas composições na parede – então o melhor é que você copie os desenhos, recorte em outro papel e pregue com fita crepe na parede para experimentar a melhor composição. Uma das principais vantagens do adesivo é que, quando você enjoar do desenho, basta descolar com pano úmido (e um pouco de paciência – em alguns casos, o adesivo descolado pode deixar marcas na pintura).

Aprenda a usar os quadrosUtilize as setas para navegar entre as lições. Lição de hoje: navegar pelas reportagens publicadas na seção Decorador Comenta e ler os comentários dos decoradores sobre as casas dos internautas. Repare como muitas das orientações referem-se ou à altura em que o quadro foi colocado ou à proporção do quadro em relação ao móveis ou à parede. O tipo de quadro (tela, foto, gravura) ou seu desenho (arte abstrata, natureza morta...) e a forma de emoldurar também contribuem para uma escolha harmônica ou um efeito estranho. Siga as orientações: Onde pendurar?

1) Se está com medo de errar, pense nisso: um bom parâmetro é a altura dos olhos do observador (na média, 1,60 m).

2) Nunca deixe os quadros acima da altura do batente da porta.

3) Na parede em que estão encostados sofás e paredes, pendure os quadros entre 25 e 30 cm acima do móvel. O mesmo vale para paredes em que há uma poltrona de leitura. O quadro não ficará na altura dos olhos do observador, mas formará uma composição com o móvel, que de certa forma, ajuda a valorizar a parede.

4) Quando precisar alinhas vários quadros de medida diferente, escolha sempre um mesmo referencial, ou seja, alinhe todos por cima ou todos por baixo. Alguns lugares merecem uma composição especial. Em paredes estreitas (entre duas janelas, por exemplo),

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você pode adotar uma seqüência vertical de pequenos quadros, formando uma coluna

5) Lembra-se das regras de proporção da aula 2, elas também valem na hora de fazer uma composição na parede. Um quadro pequeno colocado em uma parede grande ficará perdido. Um quadro imenso em uma parede pequenina também deixará o observador com uma sensação de aperto. Você pode usar o simulador de quadros http://casa.abril.com.br/decorar/brinque/quadros.shtml do Casa.com.br para simular as possibilidades de composição em diversos formatos. Ao simular, perceba que, se houver um sofá encostado na parede, é importante ter uma composição que vá de uma ponta a outra do sofá. Pode ser um quadro único ou um painel, com vários quadros – o conjunto deve ter a mesma largura do sofá. (Uma dica: a opção pelo quadro maior é melhor pois ainda que a composição de vários quadros pequenos também fique esteticamente agradável, o sofá não permite que as pessoas cheguem perto o suficiente dos quadros menores para observar os seus desenhos. Painéis com vários quadros, portanto, são mais indicados para locais de passagem, como corredores). Mesmo com a simulação no computador você não está sentido segurança? Então, corte pedaços de papelão, do tamanho dos quadros, e cole-os na parede com fita crepe. Mantenha a harmonia do conjunto, não apenas observando as distâncias mais corretas, mas compondo temas, molduras e cores.

6) Telas originais são lindas e valorizam o ambiente, mas costumam ser mais caras. Assista ao vídeo em que a repórter visual Mayra Navarro ensina você a comprar obras de arte . Se achar que não vai mesmo ter grana para comprar uma obra original, opte pelas gravuras. Elas geralmente custam menos porque são reproduzidas numa quantidade limitada, sob a supervisão do artista. Todas as cópias, porém, são consideradas originais e devem vir assinadas pelo autor e numeradas.

7) Que moldura usar? Para telas, a melhor opção é a madeira. Só molduras desse material têm a espessura suficiente para encaixar o quadro. O acabamento fica a seu gosto: pintado, folhado a ouro ou a prata. Nas gravuras, siga o tom predominante no desenho e use peças de tamanho condizente com o lugar onde ela ficará. Atrás do sofá, moldura e passe-partout largos vão bem. Já em paredes estreitas, vale o contrário. Se você tem uma série de gravuras de tamanhos diferentes, pense na possibilidade de enquadrá-las em molduras iguais, inclusive na medida (o que varia é o tamanho do passe-partout).

8) Fotografias pedem base de PVC, acrílico ou alumínio e proteção de vidro. Assim, elas duram mais. Em todos os casos, lembre-se de que o enquadre é um arremate e não deve competir com o trabalho do artista.

9) Tenha sempre um nível à mão. Esse instrumento garante o alinhamento perfeito dos quadros.

Iluminação

Depois de tanto capricho na decoração, a beleza do ambiente merece ser iluminada. A intensidade e a posição dos pontos de luz ajudam a conseguir efeitos como aconchego, impressão de um espaço maior e destaque para determinadas áreas.

Tipos de iluminação

A iluminação dá forma aos objetos, modifica a cor, destaca ou esconde uma peça qualquer,

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atrai o olhar, consegue dirigir a nossa atenção para os detalhes e conduzir nosso olhar pelo ambiente. Mas sua maior qualidade é interferir no estado de espírito de quem ali está – pode alterar humores, provocar recordações e liberar sentimentos. A luz e as luminárias também cumprem seu papel na decoração, dando personalidade aos ambientes. Não é exagero dizer que ela é tão importante em uma casa quanto um sofá confortável. Empregada corretamente, valoriza a arquitetura, torna o ambiente aconchegante e permite que o morador faça bom uso dos espaços.

Um bom trabalho de iluminação sempre começa na planta. Você deve planejar a localização de pontos, tomadas e interruptores. Para isso, já deve ter em mente a distribuição dos móveis da casa – como você já fez esse planejamento na aula 2, vai ficar fácil. Abajures e luminárias de pé devem estar próximos de tomadas, por exemplo. Se você inverter as etapas – decorar os ambientes e depois pensar na iluminação –, o resultado pode ser este: vários fios aparentes, além de falta de interruptores onde você precisa. Os especialistas organizam um projeto em quatro momentos. Em certos casos, apenas duas ou três desses passos serão necessários para completar o projeto.

Passo 1: O primeiro tipo de iluminação é a arquitetônica, composta de spots embutidos no forro, distribuídos simetricamente pelo espaço, jogando luz de cima para baixo. Tais pontos devem ser discretos e sua função é uniformizar a luminosidade dos ambientes.

Passo 2: Em seguida vem a luz decorativa: lustres, pendentes, arandelas e plafonds. São equipamentos visíveis, portanto devem dialogar com a decoração (por exemplo, se sua casa é neoclássica, lustres pendentes e arandelas do mesmo estilo serão mais adequados do que uma série de spots embutidos). Somados à iluminação arquitetônica em ambientes pequenos, esses recursos rendem uma luminosidade agradável. Entretanto, a luz ainda é geral, ou seja, não dá destaque aos quadros, objetos e a outros acessórios.

Passo 3: A próxima etapa são as luminárias portáteis – abajures e colunas –, aquelas que ficam sobre mesas laterais e piso. O cuidado é quanto ao ofuscamento. Verifique a altura das peças e a incidência da luz – nada deve ferir o olhar ou provocar um brilho intenso.

Passo 4: Por fim, é o momento de trazer a luz utilitária, também chamada de funcional. Trata-se da iluminação específica, usada em canto de estudo e trabalho, closet, espelho do banheiro, sobre a bancada da cozinha e para realçar obras de arte e vasos, entre outros destaques da decoração. É possível usar spots em forro de gesso próximos à paredes onde você quer realçar quadros. Para a área de serviço e a cozinha, as fluorescentes, donas de uma luz eficiente, embutidas em móveis são ideais. Já para valorizar prateleiras da estante, mangueiras luminosas são as peças mais indicadas.

Lustres, luminárias e abajures

A iluminação portátil, decorativa e utilitária pede esses itens. Saiba escolher:

Os lustres pendentes são usados preferencialmente sobre a mesa de jantar. Além de modelos contemporâneos, há um revival dos antigos, como os Maria Tereza de cristal, que fazem bela figura em ambientes atuais – a reportagem Lustre Maria Tereza está com tudo mostra 21 modelos que chamaram atenção durante a Feira Expolux 2008, que aconteceu em São Paulo. Numa sala de jantar, além de iluminar a mesa, é importante investir em luzes de apoio, como spots sobre o aparador, como já foi dito. Se o pé-direito é baixo (cerca de 2,50m), evite lustres pendentes, enormes, que vão "achatar" o ambiente. Já um pé direito acima de 3 metros pode

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ser valorizado com um lustre que direcione a luz para cima.

O abajur é um eterno hit, complemento perfeito para a iluminação de salas e quartos, posicionado sobre mesinhas laterais para trazer uma luz suave na altura do rosto das pessoas. O tamanho depende das dimensões do espaço e da altura da mesa de apoio. A cúpula clássica, de pergaminho ou tecido, proporciona luz amarelada. A reportagem Abajur, mon amour há 26 abajures.

Luminária para ler e estudar. Salas de leitura pedem uma luz central, de preferência dimerizada, e outra específica, que não pode ser focal nem muito clara, sob pena de provocar fadiga visual. O fundamental é definir a intensidade de luz adequada a sua atividade e deixar a lâmpada a 50 centímetros do objeto focado. Na reportagem Boa iluminação na hora da leitura , você encontra 22 modelos.

Luminárias de paredes. Arandelas são indicadas para locais com pé-direito alto e devem ficar a 2,10 m do piso. Com essa altura, elas liberam as paredes. "Essas peças podem complicar a decoração, pois ocupam espaço onde se poderia encostar um móvel ou pendurar quadros", alerta o designer Ricardo Heder. Algumas peças servem mais para criar um ponto de atração do que propriamente para iluminar.

Luminária de chão. Elas dão uma sensação de alongamento em locais com pé-direito baixo, quando sua luz é direcionada para cima. Há ainda luminárias de piso que podem ser usadas para leitura e colunas que têm luz difusa.

Tipos de lâmpada

Todas as lâmpadas pertencem a uma das três famílias: incandescentes (as mais comuns), fluorescentes (as mais econômicas) e halógenas (as mais sofisticadas). Para comprar o modelo certo, é preciso entender essas diferenças. O ideal é ter um Índice de Reprodução de Cor (IRC), que indica a fidelidade da cor real de um objeto ou superfície diante de uma fonte de luz, perto de 100, que aponta uma reprodução excelente.

Incandescente comum: com diferentes formatos de bulbo, gera luz com base no aquecimento de um filamento de tungstênio. Emite luz amarelada e quente. Mesmo onde o calor é excessivo, as áreas sociais e íntimas ficam mais aconchegantes com lâmpadas incandescentes. Ainda que produzindo calor, elas proporcionam um clima mais agradável. "Eu nunca colocaria luz fluorescente na sala", diz o designer de interiores Roberto Negrette, que aponta essa luz como ideal para a cozinha e área de serviço.Reproduz as cores com total fidelidade, por isso é campeã para iluminação geral, porém consome muita energia e dura pouco (cerca de mil horas).

Halógena: incandescente de bulbo menor, com gás halógeno que melhora seu desempenho e durabilidade (duram duas vezes e meia a mais que as incandescentes comuns). A luz é amarela e quente, com bom IRC. Essas lâmpadas esquentam muito, por isso, é bom não tocá-las.

Halógena AR: o facho definido (com ângulos entre 4 e 24 graus) torna essa lâmpada ideal para destacar objetos e obras de arte. Um contra-refletor envolve a cápsula e reduz o ofuscamento.

Halógena PAR: assim como a dicróica, tem superfície refletora que melhora o desempenho. A

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diferença é o vidro grosso e pontilhado, que enfatiza o brilho da luz. O modelo PAR 20 com o corpo blindado, próprio para luz focada, forma um cone sobre o objeto. A desvantagem é que esquenta muito e é sensível ao toque.

Dicróica: halógena dotada de um refletor que reduz o calor projetado. Com facho de luz concentrado (ângulos entre 20 e 60 graus), é ideal para destacar obras de arte e objetos.

Fluorescente: a durabilidade dessas lâmpadas é de cerca de 7000 horas. Para uso reidencial, prefira fluorescentes de nova geração, nos modelos compactos ou tubulares, que apresentam IRC de até 85 e uma gama de novas tonalidades, das mais brancas às mais amareladas. As mais amareladas dão uma sensação mais aconchegante que as brancas.

Soluções para cada canto da casa

Sala de estar

No living, a regra é mesclar luzes periféricas, que clareiam todo o espaço, com outras mais focadas – na mesa de centro, numa escultura ou num quadro na parede. Para essa luz geral, boas opções são spots embutidos no teto, arandelas jogando a luz para cima ou para um aparador ou móvel-bancada.O foco dirigido a uma mesa provém, de maneira geral, de um lustre pendente sobre ela. A dimerização permite graduar a intensidade, adaptando a luminosidade, seja para uma festa, seja para um jantar romântico. Hoje, sistemas mais inteligentes permitem que você programe combinações de lâmpadas acesas e apagadas (com maior ou menor grau de intensidade luminosa) – você faz a cena (festa, jantar romântico, almoço em família, luz para TV, etc...), guarda na memória do dimmer e, quando quiser, basta apertar um único botão.Outra alternativa é o plafon no teto. Esse tipo de luminária com um suporte na parte inferior (uma espécie de prato) é sempre uma boa escolha porque joga a luz para o teto e, ao mesmo tempo, reflete sobre a mesa, destacando os alimentos sem ofuscar quem está sentado. Cuidado com o excesso de luz. O exagero pode fazer sua sala parecer um estádio de futebol. Também em função do conforto, nenhuma luz deve incidir diretamente nos olhos, uma das situações mais desagradáveis que pode acontecer. Evite ainda iluminar todos os cantos: pontos escuros criam um interessante jogo de luz e sombra. Vale usar abajures nas laterais dos sofás – eles trazem luz suave e possibilitam boa leitura.Veja algumas dicas para não pecar pelo excesso:

Cozinha

No espaço onde se executam tarefas como lavar louças e preparar alimentos, a iluminação deve evitar sombras sobre o local de trabalho e garantir um bom índice de reprodução de cor. Aqui, não se pode contar apenas com a luz geral: quem está trabalhando numa bancada pode recebê-la pelas costas, o que acaba projetando sombras e prejudicando a visão. Só em cozinhas muito reduzidas esse sistema é suficiente. O ideal é somar uma luz geral de teto ou instalada em sancas (com lâmpadas fluorescentes) e uma luz focada sob os armários, dirigida à bancada (aí, vale usar lâmpadas halógenas ou dicróicas, embutidas no mobiliário). Esse jogo é especialmente importante na cozinha integrada ao living para não marcar limites entre as áreas. Quem costuma fazer as refeições na cozinha precisa de um ponto acima da mesa, único local em que luminárias pendentes, com lâmpadas halógenas, são bem-vindas. Não se esqueça da luz sobre o fogão. Pode vir acoplada à coifa, incidindo sobre os queimadores, ou, caso o modelo não traga esse acessório, vale instalar uma lâmpada incandescente na altura do aparelho. Um aspecto importante num ambiente em que os vapores do cozimento, as

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gorduras e os temperos impregnam a atmosfera é o material das luminárias – prefira material de fácil limpeza, liso como o vidro, por exemplo.

Quarto

Um interruptor ao lado da porta e outro junto à cama (ligados em paralelo) são fundamentais – quem quer se levantar para apagar as luzes antes de dormir ou ter de caminhar no escuro para acendê-las no meio da noite? Do mesmo modo, instalar dimmers que regulem a intensidade da luz não é luxo, mas uma providência prática que permite criar diferentes atmosferas num cômodo cujas funções vão além de abrigar as horas de sono. Usado com todos os tipos de lâmpadas, o aparelho pode ser acoplado ao interruptor de parede, operando isoladamente determinada lâmpada ou então acionando várias delas em conjunto (os aparelhos mais avançados, com memória de cena, também são excelentes aqui). Em geral, dois circuitos – um com luz direta e outro indireta – resumem as instalações em um quarto. No centro do teto, um plafon ou um pendente de vidro fosco ou policarbonato deve produzir uma luz geral que não seja dura. Com isso, está garantida a iluminação necessária para as atividades do dia-a-dia, inclusive na hora da faxina. A luz focada fica por conta dos abajures, de preferência com cúpula translúcida, ou luminárias de haste regulável, presença necessária na hora da leitura. Spots dirigidos para a cama ficam proibidos, pois ofuscam a vista. Se houver lugar para uma poltrona, opte por uma luminária articulável de pé. Perto de cômodas e penteadeiras, arandelas são a melhor escolha.

Home Office

Antes de pensar nas luminárias, avalie a disposição dos móveis. Fundamental aqui é posicionar corretamente a mesa de trabalho – se possível, ela deve ficar perpendicular à janela de modo a que a luz externa venha da lateral, ainda que filtrada por cortinas. O mesmo princípio vale para o computador – se a tela ficar voltada para a janela, receberá os reflexos da insolação que vem de fora. A iluminação geral deve incluir dois ou três pontos no teto, situados entre o computador e quem está sentado, nunca atrás da pessoa que trabalha. Uma lâmpada do tipo fluorescente compacta é o mais indicado para esses pontos. Outra possibilidade é instalar uma única luminária, com lâmpadas fluorescentes tubulares bem longas, voltadas para o teto de modo a espalhar a luz refletida por todo o ambiente. Além disso, você vai precisar de uma fonte sobre a escrivaninha. Opte por uma luminária com haste articulável e lâmpada incandescente, halógena ou fluorescente compacta – essa última tem a vantagem de esquentar menos. Mantenha ofoco a 50 cm do teclado.

Home Theater

Embora a intenção seja reproduzir uma atmosfera de cinema, não deixe o ambiente na escuridão. A mudança brusca do claro para o escuro é desagradável. Além disso, é preciso enxergar os controles dos aparelhos, a pipoca, o refrigerante etc. Para criar uma iluminação difusa, ideal na hora de ver TV, use lâmpadas incandescentes ou dicróicas embutidas no teto. Uma sanca menor, central, ou uma em cada lateral da estante produzem um efeito suave. Um dimmer é recomendável. Arandelas nas paredes laterais também rendem iluminação difusa, desde que a luz não incida na tela da TV. Como, em geral, os equipamentos ficam na estante, é importante embutir pontos de luz dicróica nas prateleiras. Mas lembre-se de que essas lâmpadas esquentam e podem afetar os objetos e aparelhos. Instale um foco menor de luz no forro, na direção da mesa de centro – isso facilita o manuseio dos controles. Estude a posição das luminárias para não refletirem na tela.

Banheiro

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No banheiro, assim como num lavabo, o ponto central das atenções é sempre o espelho. É ele que orienta vários rituais diários realizados nesse ambiente, da barba bem-feita à maquiagem sedutora. Por isso, a primeira regra é caprichar na colocação das lâmpadas em torno dessa peça, garantindo a boa imagem dos moradores e visitantes. O importante é que a luz não venha do alto, provocando sombras – em geral, a recomendação é instalar as lâmpadas nas laterais. Arandelas, spots ou pequenas luminárias com lâmpadas incandescentes ou fluorescentes compactas cumprem a tarefa de clarear a área de reflexão do espelho, acima da bancada. Em banheiros pequenos ou lavabos, essas luzes podem ser suficientes, dispensando a iluminação geral de teto. Já nos espaços maiores é preciso lançar mão de lâmpadas fluorescentes tubulares ou compactas em luminárias altas que promovam uma luz difusa, sempre em parceria com as que ficam mais baixas e próximas à bancada.

Organização

Não há decoração que resista à bagunça. Para manter a casa bonita, cada coisa deve estar em seu lugar. Mas quem disse que é fácil? Na nossa oitava aula, você vai aprender alguns truques para deixar a casa em ordem e fazer seu espaço e seu tempo renderem.

Pensando a organização

Manter a casa arrumada traz vários benefícios. Um deles tem tudo a ver com decoração: não adianta ter móveis impecáveis, cores harmônicas, distribuição e circulação perfeitas se há calçados esparramados na sala de estar, livros jogados pelos cantos e brinquedos fora do lugar. Além disso, uma casa bem organizada é sinônimo de menos perda de tempo – já parou para pensar em quantos minutos joga fora ao procurar aquelas chaves que, adivinha, nunca estão no lugar certo? Por fim, uma boa organização é fundamental para que se aproveite todo o espaço que a casa tem a oferecer – o que é fundamental para quem vive em espaços compactos, coisa tão comum hoje em dia.

Se seu entorno está caótico, o ideal é primeiro tentar dar uma ajeitada nas coisas. Caso você não seja do tipo disciplinado e a missão pareça impossível, vá se organizando aos poucos. Comece pelo criado-mudo, que é um móvel pequeno, depois arrume o guarda-roupa e só então se aventure pelo resto da casa. Enquanto realiza o trabalho, descarte papéis inúteis e separe o que está fora de uso, mas em bom estado, para doação.

Agora, é hora de pensar em soluções para melhorar ainda mais a organização da casa e o aproveitamento do espaço – você vai conferir ótimas dicas nas próximas lições. Sua tarefa, depois, será manter tudo organizado. Para o sucesso do empreendimento, prepare-se para convencer a sua família a entrar no “projeto organização”. Sim, porque, se você não mora sozinha, vai precisar da participação de todos os que moram com você para manter as coisas em ordem. “No começo é difícil, mas depois, com as regras já estabelecidas e bem conhecidas por todos, a organização vira um hábito”, diz Elizete Paulo, consultora em organização. Converse com sua família para que todos entendam a importância – e a delícia – de viver em um lugar organizado. As crianças precisam ser corrigidas sempre que desrespeitarem as regras, para que os esquecimentos sejam cada vez menos freqüentes e todos precisam ter, em algum grau, sua individualidade respeitada. Mas, com o passar do tempo, pode apostar: o que era um sacrifício acaba virando corriqueiro.

Antes de irmos para as partes específicas da casa, confira algumas dicas gerais de

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organização.

* Caixas organizadoras são um apetrecho indispensável para manter tudo em ordem, segundo Elizete Paulo. De vários tamanhos, elas estão em todos os lugares: no banheiro, nos armários, nas gavetas do criado-mudo. Assim, você não deixa miudezas espalhadas. Organize as caixas pelo seu conteúdo – essa para documentos antigos, essa para maquiagem, etc. Não deixe de usar as caixinhas no guarda-roupa e também no armário do banheiro.

* Pegou, devolva para o mesmo lugar. Repetindo: para o mesmo lugar, e não para outro diferente. Só assim, você vai saber imediatamente onde está aquela tesoura quando você mais precisa dela, onde está o cortador de unha e tudo mais.

* Uma boa idéia para que a casa fique com aquela aparência impecável, principalmente se a família for grande, é reservar um cesto para reunir coisas soltas e, ao fim do dia, colocá-las no lugar. Assim, na pressa, se a norma do “pegou,guardou” foi desrespeitada, pelo menos o objeto não está perdido: está lá, separadinho no cesto.

* A boa arrumação implica coisas guardadas com inteligência. Os objetos usados apenas em ocasiões especiais, como casacos para frio muito rigoroso, devem ficar nos cantos mais altos dos armários, ao contrário de coisas usadas com mais freqüência, que devem ficar mais à mão.

* Caixas e baús são ótimos para organizar brinquedos. Quando a farra acabar, fale com a criançada que é só jogar tudo lá dentro.

* Para organizar as correspondências, uma boa idéia é separar uma caixa para cartas fechadas e contas a pagar. Escolha um lugar fixo para a caixa: na estante da sala ou na bancada do escritório, por exemplo. Cartas velhas vão para o lixo e contas pagas são separadas numa gaveta.

* Roupas de cama podem ser guardadas em cada quarto ou num mesmo móvel, se você tiver um separado para este fim. A dica de Elizete Paulo é separar por estantes as roupas de cada cômodo, e etiquetar no móvel o que se encontra naquela parte: lençóis, fronhas etc. Na hora de guardar a roupa de banho, enrole a toalha do corpo com a toalha de rosto e o tapetinho dentro dela. Assim, os jogos ficam agrupados.Um armário sob medida

Encomendar móveis sob medida é uma mão na roda para quem pretende levar uma vida mais organizada. Sabendo suas necessidades, o marceneiro poderá fazer uma peça que se ajuste à sua rotina e funcione para seus hábitos. Na hora de mandar fazer o guarda-roupa, avalie o que você precisa guardar. Faça um inventário de todas as suas roupas, calçados e acessórios para calcular o espaço real de que necessita. No caso das roupas, uma fórmula eficiente é calcular quantos metros se tem de suporte para cabides no antigo guarda-roupa. Acresça mais uns 10 cm e terá o tamanho ideal para seu novo móvel. Também é importante pensar em como você gosta de guardar suas coisas, pois seus hábitos vão determinar a configuração do armário. No entanto, existem algumas regras básicas: - Todo armário tem de ter profundidade mínima de 60 cm. Se houver portas de correr, os trilhos aumentam essa medida em 4 cm, em média. Mas esse tipo de porta é ótimo para economizar o espaço frontal.

- Se a opção for por portas do tipo camarão, considere que elas roubam espaço interno nas

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laterais, onde as folhas ficam recolhidas, embora permitam ver todo o armário por dentro. Ainda falando em portas, se a opção for por portas de vidro, saiba que o armário deverá estar sempre muito bem arrumado.

Medidas do seu guarda-roupa:distância entre os cabides: 5 a 10 cm para camisas e 20 cm para paletósAltura do cabideiro:1,10 m do piso. (Os pneumáticos, com alavanca, podem ficar mais mais altos).Calceiro deve ter 85 cm de altura.O nicho para vestidos e casacos longos: 1,65 m de altura.Um módulo para camisetas e malhas deve ter cerca de 45 cm de profundidade.Sapatos ficam em bandejas deslizantes com 15 cm de profundidade.Gavetas para camisas têm 12 cm de altura.Gavetas para camisetas, roupas íntimas e pijamas têm 17cm de altura. (Se preferir prateleiras, opte pelas ajustáveis, que podem subir e descer de acordo com o número de peças).

- Malas ou edredons ficam no alto do armário, em nichos de 45 cm de altura. (Essa medida pode variar de acordo com o pé-direito).

Armário comprado pronto

Se você não pretende mandar fazer um armário novo, tudo bem. Caixas, mini-gaveteiros, estantes em miniatura, sapateiras e outros complementos, comprados prontos, entram em cena para dinamizar o espaço de armários e estantes. Esse modelo de organização prima pela versatilidade, permitindo mudar a ordem das coisas e o conteúdo sem reformas. É perfeito para quem não quer investir num projeto mais elaborado nem gosta de se comprometer com um modelo de armário porque é um ser mutante. Oferece ainda a vantagem de esconder em belas caixinhas apetrechos feios, porém indispensáveis no dia-a-dia, e preservar objetos menores, fáceis de perder. Essas composições dispensam a assistência de um arquiteto no desenho interno do armário, mas pedem atenção às medidas para calcular as dimensões dos acessórios que vão guardar os pertences. Ocupe o vão inferior da estante ou a prateleira de baixo do armário com um ou mais gaveteiros baixinhos. Neles podem ficar CDs e DVDs, se o móvel estiver na sala, ou bijuterias e acessórios, no caso de quartos. O estoque de fotografias também nunca pára de aumentar – em vez de álbuns e mais álbuns, destine a elas caixas elegantes para compor com o visual da estante. Para acompanhar a tendência, vale mesclar tamanhos e materiais diferentes, como madeira pintada e tecidos estampados e fibras naturais. Outras opções de arrumação:

Se você tem closet

O closet ideal fica entre quarto e o banheiro, funcionando como uma ligação dos dois cômodos. A partir de 3 m² já é possível ter um closet confortável. Além do mais, a grande vantagem de um closet, ao contrário dos armários de quartos, é poder deixar tudo exposto. Portanto, não é bom ter janelas nessa área. Por elas entram poeira e luminosidade, prejudiciais aos seus pertences. Já que não se deve ter janelas, mas é preciso enxergar bem o que se veste, a iluminação pede um bom projeto. Luzes contínuas acompanhando toda a extensão dos módulos proporcionam luminosidade total e não se corre o risco de calçar meias de pares trocados. Não se esqueça dos espelhos – de preferência duas peças 15 cm mais altas do que os usuários, colocadas uma de frente à outra, para que se possa visualizar o corpo inteiro e a imagem de costas. Um pufe serve de apoio para as roupas e ajuda a calçar

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os sapatos. Nos móveis e paredes, tons claros e pastel ampliam visualmente o espaço e não deturpam a tonalidade das roupas. Já no piso, prefira materiais quentes, como madeira ou carpete. Lembre-se de que grande parte do tempo você caminhará sem sapatos. E como as roupas precisam ventilar, senão mofam, nada de entulhar o closet, pois isso prejudica a circulação de ar. Cobrir casacos e vestidos com capas feitas inteiramente de plástico é outra medida questionável justamente por causa do abafamento.

A maneira de dobrar as roupas vai depender da quantidade, da área disponível e da vontade do morador. No caso de shorts, se forem muitos, recomenda-se enrolá-los. Se poucos, basta sobrepô-los.

Técnicas para manter os armários organizados

Não importa qual seja o seu tipo de armário, um vídeo sobre organização com Andrea Caetano, personal organizer, ensina você a manter a ordem. E algumas técnicas ajudarão você a ter a roupa bem disposta e fácil de achar:

- Comece separando as roupas por cor e tipo, das mais claras para as mais escuras. Exemplos: saias, shorts e calças, todas brancas; sem seguida, saias, shorts e calças amarelas.

- Organize os vestidos de verão, meia-estação e inverno. O mesmo vale para saias, calças, camisas, blusas e camisetas.

- Separe também blusinhas de alça, camisetas de manga curta, de manga comprida e outros modelos. Para não amassar essas peças, dobre-as no mesmo tamanho. Padronize a dobra com o auxílio de um gabarito de papelão, encontrado em lavanderias. Assim, as pilhas não despencam.

- Nos armários masculinos, as camisas sociais e os ternos devem ficar em cabideiros próximos para facilitar a composição da vestimenta. Mulheres que têm muita roupa social podem separar essa categoria das peças do dia-a-dia.

- As calças merecem espaço exclusivo, uma por cabide. Para as sociais e de tecido mais leve, use cabides com revestimento antiderrapante, senão ficam escorregando.

- Gavetas com colméia são perfeitas para roupas íntimas, meias, cintos e gravatas, além de relógios e óculos.

- Lâmpadas dicróicas embutidas no teto e direcionadas para cada módulo do móvel ajudam a visualizar o vestuário (veja mais sobre iluminação na aula 6).

- Em vez de pendurar cintos, é melhor guardá-los enrolados individualmente em embalagens transparentes com ventilação. Dessa forma, ficam protegidos de possíveis arranhões e da poeira e ainda não correm o risco de se enroscar.

- As bijuterias podem ser acondicionadas dentro de saquinhos de pano com visor (para facilitar a escolha do adereço), e todas se acomodam numa única caixa de madeira.

- Biquínis, chinelos, maiôs, touca e outros itens de praia, clube e aula de natação podem ficar acondicionados em saquinhos.

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- Cômodas com tampo de vidro se transformam em práticas vitrines. A idéia é guardar na primeira gaveta os colares, as bolsinhas de festa, os óculos, os relógios e as pulseiras. Já documentos e jóias ficam mais seguros numa gaveta fechada a chave.

- Para produtos de maquiagem e perfumes, a dica é agrupá-los em caixas com organizadores de acrílico na parte interna.

- Os sutiãs de bojo perdem a forma quando dobrados. Se tiver espaço na gaveta, encaixe um no outro. Ou torça levemente o tecido entre as duas conchas e acomode uma dentro da outra.

Sala com tudo no lugar

Altas ou baixas, grandes ou pequenas, não há nada mais prático, versátil e amigo da organização do que a estante. Ela é a peça-chave para a organização da sua sala. Até pouco tempo, a decoração não via com bons olhos essa peça em áreas sociais da casa. Ela ficava só em quartos e bibliotecas. Hoje uma estante com objetos queridos é mais do que bem-vinda no living. Segundo o designer de interiores Roberto Negrete: “Uma boa estante é, acima de tudo, funcional e guarda coisas de todo tipo, de livros a objetos de arte”.

* Faça um inventário de tudo o que pretende distribuir pelas prateleiras. Isso é necessário para determinar largura, profundidade e espaço necessário entre as pranchas, se haverá compartimentos fechados, com ou sem gavetas, quantas tomadas instalar na parede...

* A definição do modelo e o material dependem do efeito estético visado e da parceria com os acabamentos do ambiente onde vai ficar. A estrutura mais leve, vazada e sem grandes adornos, faz o gosto dos decoradores porque não soma mais informações visuais ao conteúdo já imensamente variado a que se destina – livros, adornos e, muitas vezes, aparelhos eletrônicos. Tudo isso tem volume. As prateleiras não precisam ser iguais.

* Nem só de estante vive a organização da sala. Prateleiras são boas alternativas. A função é a mesma, mas o visual é mais limpo.

* Mesas de centro com gavetas são ótimas para guardar documentos, revistas e o que mais você precisar.

* O aparelho de jantar pode ser guardado na sala de jantar, se você tiver um móvel para isso. Assim, você não precisará deslocar a louça da cozinha para lá. Opte também por guardar ali a louça fina, caso você viva deixando de usá-la por preguiça de pegá-la em um local muito inacessível.

Organização no home Office

Material de trabalho é precioso, não se pode perder. Mas quem tem escritório em casa sabe o quanto é difícil mantê-lo em ordem. Só mesmo uma bela estante para resolver a questão. Cabe a ela a tarefa de organizar o espaço. Os livros, por exemplo, podem ficar na clássica posição vertical ou em pilhas. Deixá-los em ordem alfabética, gênero literário ou autor é uma boa forma de organizá-los. Pequenas peças também têm vez nas prateleiras. Já computador, impressora, telefone e outros aparelhos ficam mais bem apoiados em bancada ou mesa de trabalho. Se você usa apenas laptop e o espaço não comporta uma mesa, vale criar uma bandeja retrátil na estante que fará o papel de escrivaninha. Mesmo em home offices mais

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amplos, acoplar o tampo desse móvel à estante otimiza o espaço. Gavetas ou módulos com portas na parte inferior do móvel são ótimos para guardar pastas, catálogos e itens de consulta eventual, que não merecem o espaço privilegiado das prateleiras ao nível dos olhos. E, se você costuma receber clientes ou auxiliares, idealize um formato de mesa para no mínimo dois lugares. Caso essa disposição não seja possível, outra idéia é chumbar prateleiras na parede e transformar uma delas em área de trabalho.

Não se esqueça de sempre devolver para o lugar o que pegou e também de jogar papéis velhos numa lixeira, que deve ficar no cômodo. Além do mais, lance mão de utensílios que vão ajudar a pôr ordem nos seus instrumentos de trabalho – além de caixas organizadoras, tenha envelopes para guardar papéis, porta-lápis, porta-clipes...

Cozinha organizada

Primeiro, vamos falar de compras: ir ao supermercado dá trabalho e demanda tempo. O mais prático é comprar perecíveis, alimentos refrigerados e produtos de limpeza uma vez por mês e fazer aquisições semanais de hortaliças e frutas, de preferência na terça ou quarta-feira, quando costumam estar mais frescas. Para facilitar a elaboração da lista de compras, deixe um caderno na cozinha e anote, com a colaboração da família e da empregada, os itens que vão acabando. Mesmo com esse recurso, sempre é bom dar uma última conferida na despensa antes de partir para o supermercado. Uma alternativa é manter um arquivo com a lista no computador. Imprima, faça a revisão das prateleiras e marque a quantidade do que precisa ser reabastecido. Às quintas-feiras, programe a aquisição de extras para o fim de semana, quando a família recebe amigos e parentes e elabora cardápios diferentes. Ainda no mercado, coloque os produtos no carrinho por grupos (produtos de limpeza de um lado, frutas do outro, por exemplo) e faça o mesmo na hora de empacotar (por favor, adote as grandes sacolas ou caixas e esqueças os saquinhos de supermercado: o planeta agradece!). Quando for guardá-los, a arrumação será mais fácil. Em casa, puxe os alimentos com o prazo de validade mais próximo para a frente das prateleiras da despensa ou do armário e coloque os mais novos atrás. Caso fique mais fácil arrumar os produtos em pilhas, deixe sempre os mais antigos por cima. Se preferir armazenar grãos, farinhas, macarrão e biscoitos em vidros e potes, escolha os transparentes, que permitem a visualização do conteúdo. Anote em uma etiqueta a data de validade dos alimentos retirados dos pacotes. Organizar todos os itens em cestos e bandejas agiliza a limpeza das prateleiras. Em vez de retirar embalagem por embalagem, basta remover os acessórios e passar um pano sobre a superfície.

Veja outras dicas para manter a cozinha em ordem:

* Pense em suportes para papel toalha e papel alumínio, porta xícaras, porta-temperos, porta-facas.

* Panelas são mais facilmente acessíveis se guardadas em paneleiros em vez de atrás de portas.

* Se tiver espaço, pode deixar a louça à mostra: assim, você agiliza a arrumação. Se preferir, pode usar prateleiras e divisórias com profundidade de cerca de 60cm.

* Guarde produtos de limpeza na lavanderia. Entretanto, se tiver uma despensa para armazenar todas as compras, mantenha-os afastados dos alimentos.

Documentos organizados: um caso à parte

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Combine com todos da casa que as contas a pagar enviadas pelo correio devem ser encaminhadas sempre para o mesmo lugar – de preferência uma caixa que fique em local visível para que o responsável pelos pagamentos não se esqueça delas. Para os recibos de contas pagas, o ideal é acumulá-los em outro compartimento (uma gaveta, por exemplo). Uma vez por mês, separe-os e guarde em algum tipo de arquivo – pode ser um módulo com rodízios, uma gaveta com pastas suspensas ou uma pasta sanfonada. Além de organizar, esses acessórios contribuem com a decoração do ambiente. Lembre-se de etiquetar cada pasta com o nome da conta e de colocar sempre a mais recente na frente. Outra alternativa é ter uma pasta com envelopes plásticos, cada um para um tipo de conta. Se você, a cada ano, sofre para encontrar o que precisa na hora de fazer o imposto de renda, a solução é simples: crie uma pasta ou arquivo, devidamente identificados, exclusivamente para guardar os documentos necessários para a declaração. Ao longo do ano, coloque nesse compartimento os recibos de mensalidades escolares, médicos e dentistas, o informe de rendimentos, os extratos do plano de saúde e da previdência privada. Só depois de preencher e enviar a declaração é que esses papéis irão para seus respectivos arquivos. Documentos de cada pessoa, de cada carro e de cada imóvel da família, além de exames médicos que precisam ser guardados para futuras comparações, merecem uma pasta específica.

Por quanto tempo guardar os documentos? Você pode se desfazer de documentos que já não precisam ser guardados conforme esta lista:

* Um mês: conta do FGTS (o último extrato comprova os anteriores).

* Três meses ou até o fim da garantia: notas fiscais.

* Cinco anos: imposto de renda pessoa física (incluindo os documentos referentes à declaração), IPVA, IPTU, extratos bancários, recibos de água, luz, telefone, condomínio, plano de saúde, TV a cabo, provedor de internet e de outras contas.

* Até a renovação da apólice: contratos de seguro.

* Até a quitação: financiamento de imóveis e veículos.

* Até a aposentadoria: contra-cheques (holerites), guia de recolhimento do INSS, rescisão de contratos de trabalho.

* Para sempre: certidões de nascimento, casamento, óbito, documento do PIS, carteiras de trabalho, carteira de vacinação, contratos de compra e venda e escrituras.

Organizando com Feng Shui

A técnica, que em tradução literal significa vento e água, surgiu na China há mais de 3 mil anos para harmonizar os interiores e, assim, garantir êxito, saúde e prosperidade aos habitantes. Para obter essas dádivas, o princípio é simples: fazer com que a energia vital, o ch’i (pronuncia-se qui), possa fluir sem obstáculos dentro de casa, da mesma forma como deve circular num organismo vivo para que ele se mantenha saudável. O Feng Shui orienta a disposição dos móveis, o uso das cores, dos materiais e dos objetos. E recomenda atitudes acima de tudo sutis. Nada de radicalizar, derrubar as paredes ou trocar tudo o que você já tem. Também não é o caso de transformar sua casa num verdadeiro templo chinês. De acordo com a escola do Chapéu Negro, a corrente mais divulgada no Ocidente, deve-se aplicar o

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baguá – diagrama que relaciona oito aspectos da vida e funciona como um mapa – sobre a planta baixa, que pode ser tanto da casa como de cada ambiente, sempre com a área do trabalho voltada para a porta principal. Posicionada assim, a figura mapeia o espaço inteiro, determinando a posição dos demais quadrantes. Três vídeos do www.casa.com.br ensinam você a usar a organizar a casa e o escritório de acordo com o feng shui:

1) Os cuidados na organização da sala e da cozinha, por Mariângela Pagano.2) Como organizar a mesa do escritório, por Cristina Ventura.3) Análise da organização de um lounge, por Mariângela Pagano

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