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Curso Formação Inicial na Carreira Pública Módulo 2 - Direitos e Deveres do Servidor Público Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais

Curso Formação Inicial na Carreira Pública · 4.1 Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração 12 4.2 Capítulo II - Das Vantagens 13 4.3 Capítulo III - Das Férias 18 4.4 Capítulo

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Curso Formação Inicial na

Carreira Pública

Módulo 2 - Direitos e Deveres do Servidor Público

Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e

das Fundações Públicas Federais

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ApresentAçãoTodo servidor público federal, como você, precisa conhecer seus direitos e deveres, bem como dos(as) outros(as) servidores(as) da Universidade Federal do Pará, como requisito obrigatório para o bom desempenho da sua função e regular funcionamento dos serviços públicos prestados. Nesse sentido, uma das leis mais importantes para você ter ciência é a Lei n. 8.112/1990, que se refere ao regime jurídico dos servidores públicos civis federais, ao estabelecer seus direitos, benefícios, deveres e proibições.

Assim é muito importe que você leia este material atenciosamente para que se sinta mais preparado(a) para enfrentar os desafios presentes no serviço público contemporâneo. Ressaltamos que este material não pretende esgotar o assunto, tampouco pretende substituir a leitura e a consulta da lei diretamente, mas, sim, ser uma ferramenta a mais para facilitar sua aprendizagem.

Bons estudos!

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sumário1 Regime jurídico único dos servidores públicos 3

2 Título I - Capítulo Único 4

2.1 Das Disposições Preliminares 4

3 Título II – Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição 4

3.1. Capítulo I - Do Provimento 4

3.2. Capítulo II - Da Vacância 9

3.3 Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição 11

3.4 Capítulo IV - Da Substituição 11

4 Título III - Dos Direitos e Vantagens 12

4.1 Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração 12

4.2 Capítulo II - Das Vantagens 13

4.3 Capítulo III - Das Férias 18

4.4 Capítulo IV - Das Licenças 19

4.5 Capítulo V - Dos Afastamentos 21

4.6 Capítulo VI - Das Concessões 23

4.7 Capítulo VII - Do Tempo de Serviço 24

4.8 Capítulo VIII - Do Direito de Petição 26

Referências e bibliografias consultadas 27

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1 regime jurídico único dos servidores públicosSegundo Di Pietro (2017, p. 730), “Servidor público, em sentido amplo, são as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos”. Estatutários ou servidor público em sentido estrito, são os titulares de cargo público efetivo ou/e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar definidos em lei, integrantes da Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas com personalidade jurídica de Direito Público.

A Lei Federal n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais. Essa norma estabelece os requisitos para investidura, direitos, deveres e obrigações de todos os servidores públicos pertencentes à Administração. É considerada um instrumento estratégico na implementação de políticas e práticas de gestão de pessoas, no âmbito da Administração Pública Federal direta, suas Autarquias e Fundações Públicas.

A título de comparação, imagine as relações de trabalho das empresas privadas. O regime jurídico ali estabelecido é a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que rege relações de base contratual, a partir da vontade das partes que podem ajustar livremente as condições de trabalho, respeitada a legislação sobre o assunto.

A Estrutura do Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC) e seu Órgão Central são responsáveis por organizar tudo o que o Regime Jurídico Único normatiza. Assim, perceba a importância do Órgão Central do SIPEC, já que uma grande parte dos direitos, deveres, garantias e obrigações conferidas ao servidor pela Lei 8.112/1990 são regulamentadas por esse Órgão, por meio de Orientações Normativas, Portarias, Notas Técnicas, dentre outros. Para ter acesso a todas essas regulamentações, acesse o Sigepe Legis, que é um sistema de consulta de atos normativos da Administração Pública Federal.

Saiba +

O Decreto-Lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967, cujo objetivo foi organizar a Administração Federal, estabeleceu diretrizes para a Reforma Administrativa, dispôs, no seu Art. 30, sobre os Sistemas de Atividades Auxiliares. Seu Art. 31 estabeleceu que a estruturação desses sistemas se daria por Decreto. Assim surgiu o Decreto n. 67.326, de 05 de outubro de 1970, que dispõe sobre o Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal, o SIPEC. Nesse sentido, atualmente, de acordo com o Decreto n. 9.679, de 02 de janeiro de 2019, o Órgão Central do SIPEC é a Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, sendo Órgão Setorial, por exemplo, a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas do Ministério da Educação (MEC), e Órgão Seccional, a Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal (PROGEP) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Os tópicos a seguir trazem um resumo dos principais pontos da Lei: Disposições Preliminares; Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição, Substituição, Direitos e Vantagens.

2 título i - cApítulo único

3 título ii – do provimento, vAcânciA, remoção, redistribuição e substituição

2.1 Das Disposições Preliminares

Dentre os quatro artigos, há uma definição sobre quem é o servidor público perante a Lei e o que representa o cargo público. Assim, “servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público” e “cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor”.

3.1 Capítulo I - Do Provimento

Provimento é o ato de preenchimento de cargo público. Segundo o Art. 5º da Lei 8.112/1990, são estes os requisitos para investidura no cargo público:

• Possuir nacionalidade brasileira.

• Possuir idade mínima de 18 anos.

• Possuir o nível de escolaridade exigido para o cargo.

• Ter o gozo dos direitos públicos.

• Estar em dia com as obrigações militares.

• Estar em dia com as obrigações eleitorais.

O Quadro 1 a seguir sistematiza as formas de provimento de cargo público:

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Quadro 1. Formas de provimento de cargo público

Nomeação Art. 9º - Lei n. 8.112/1990

Forma de provimento originário de um cargo. Dependendo de aprovação em concurso público em caso de provimento de cargo efetivo ou vitalício (Art. 11, Lei n. 8.112/1990) e, se tratar de cargo em comissão, será de livre nomeação e exoneração, dispensando-se o concurso.

Promoção

Forma de provimento derivado. Consiste na elevação de nível de um servidor de uma classe para outra, dentro de uma mesma carreira. Não confundir com Progressão Funcional, que significa mudança do padrão em que se encontra o servidor para o imediatamente superior.

Readaptação Art. 24 - Lei n. 8.112/1990

Forma de provimento derivado. Ocasião em que o servidor sofre limitação em sua capacidade física ou mental, comprovada por inspeção médica. Ocorrerá sua investidura em outro cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com sua atual condição.

Reversão Art. 25 a Art. 27 - Lei n. 8.112/1990

Forma de provimento derivado. Hipótese de retorno à atividade de servidor: aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria ou aposentado no interesse da Administração (desde que solicite a reversão; que a aposentadoria tenha sido voluntária; que fosse estável quando em atividade; que a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; que haja cargo vago).

Aproveitamento Art. 30 a Art. 32 - Lei n. 8.112/1990

Forma de provimento derivado. É o aproveitamento do servidor que, posto em disponibilidade ou reconduzido quando o cargo anterior se encontra ocupado, será lotado em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

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Algumas considerações importantes sobre o provimento:

• A Emenda Constitucional n. 19/1998 alterou o Art. 37, I, da Constituição Federal (CF), promovendo a acessibilidade a cargos públicos também aos estrangeiros. A CF, nesse sentido, tem exceção prevista em seu § 1°, Art. 207 c/c § 3° do artigo em epígrafe, que prevê provimento por professores, técnicos e cientistas estrangeiros.

• É pacífica a jurisprudência no sentido de que não se admite negar a posse a cargo público de candidato com escolaridade inequivocamente superior à exigida no edital.

• A ascensão e a transferência foram revogadas pela Lei n. 9.527/1997 como formas de provimento de cargo público, previstas no Art. 8, da Lei n. 8.112/1990. Posteriormente, o STF declarou, por meio da Súmula Vinculante n. 43, o seguinte: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”.

Reintegração Art. 28 - Lei n. 8.112/1990

Forma de provimento derivado. Reinvestidura do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

Recondução Art. 29 - Lei n. 8.112/1990

Forma de provimento derivado. Ocorre quando o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupado.

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perguntAs e respostAs

1) O que é concurso público?

2) O que é posse?

3) O que é exercício?

4) O que acontece se eu não tomar posse ou entrar em exercício dentro do prazo?

O eminente jurista Carvalho Filho (2007, p. 651) define concurso público como: “[...] o procedimento administrativo que tem por fim aferir as aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções públicas. Na aferição pessoal, o Estado verifica a capacidade intelectual, física e psíquica de interessados em ocupar funções públicas e, no aspecto seletivo, são escolhidos aqueles que ultrapassam as barreiras opostas no procedimento, obedecida sempre a ordem de classificação. Cuida-se, na verdade, do mais idôneo meio de recrutamento de servidores públicos”. Nesse sentido, é essencial que os concursos dispensem tratamento igualitário e impessoal aos interessados. Garantindo, assim, o gozo da plenitude de igualdade para o ingresso no serviço público, com base no que dispõe a CF, Art. 37, II c/c Lei n. 8.112/1990, Art. 11 e Art. 12 caput e § 2°.

Segundo Carvalho Filho (2007, p. 644), “[...] posse é o ato da investidura pelo qual ficam atribuídos ao servidor as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo. É o ato de posse que completa a investidura, espelhando uma verdadeira conditio iuris para o exercício da função pública. É o momento em que o servidor assume o compromisso do fiel cumprimento dos deveres e atribuições”. A posse ocorrerá no prazo de 30 dias contados da publicação do ato de provimento (nomeação).

Ainda conforme Carvalho Filho (2007, p.644), “[...] Exercício, como é óbvio, só se legitima na medida em que se tenha consumado o processo de investidura. É o exercício que confere ao servidor o direito à retribuição pecuniária como contraprestação pelo desempenho das funções inerentes ao cargo”. O exercício se dará no prazo de 15 dias, contados da data da posse.

1. Será tornado sem efeito o ato de nomeação se a posse não ocorrer no prazo previsto, nos termos do § 6°, Art. 13.2. O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação, se não entrar em exercício no prazo previsto, conforme disposto no § 2°, Art. 15.

O esquema a seguir (Figura 1) sistematiza o fluxo entre a nomeação do servidor e o efetivo desempenho do cargo.

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Figura 1. Fluxo da nomeação ao exercício do cargo

5) Como funciona o estágio probatório e a estabilidade?

A Emenda Constitucional n. 19/1998 modificou o período da estabilidade que passou a ser de três anos. Tal modificação trouxe bastante polêmica quanto à aplicação do estágio probatório e da estabilidade que, apesar de serem dois institutos vinculados, não se confundem.

Di Pietro (2017, p.811) define os dois conceitos da seguinte maneira:

O período de três anos para aquisição da estabilidade pode ser desde logo aplicado. Com efeito, no caso do servidor nomeado por concurso, a estabilidade se adquire depois de três anos, o período compreendido entre o início do exercício e a aquisição da estabilidade é denominado estágio probatório e tem por finalidade apurar se o servidor apresenta condições para o exercício do cargo, referente, à moralidade, assiduidade, disciplina e eficiência.

Para dirimir suas dúvidas quanto ao tempo de estágio probatório e estabilidade, e a consequente aplicação em suas atribuições cotidianas, considerar os termos do Ofício-Circular n. 16/SRH/MP, do Órgão Central do SIPEC, que dispõe o seguinte:

No mesmo sentido se pronunciou a Consultoria Jurídica deste Ministério, por meio do PARECER/MP/CONJUR/RA n. 1073-2.6/2004, que entendeu que o estágio probatório e a estabilidade possuem a duração de três anos.

Dessa maneira, para o contexto da Administração Pública Federal, Autárquica e Fundacional, o período de estágio probatório e a consequente aquisição de estabilidade serão de três anos.

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3.2 Capítulo II - Da Vacância

Conforme Di Pietro (2017, p.826), vacância “é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função”. As formas possíveis de vacância são:

• Exoneração

• Demissão

• Promoção

• Readaptação

• Aposentadoria

• Posse em outro cargo inacumulável

• Falecimento

Atenção!

- A promoção e a readaptação, já vistas anteriormente nas formas de vacância, configuram-se como formas de provimento e vacância simultaneamente.- Demissão é uma forma de vacância decorrente da aplicação de penalidade funcional, em razão da prática de ilícito administrativo, que tem como efeito o desligamento do servidor público.- A exoneração, apesar de se configurar como uma forma de desligamento de cargo público, não se configura como aplicação de penalidade.

As formas de vacância “cargo inacumulável” e “exoneração” costumam gerar dúvidas do tipo: “Quando deverá ser concedida exoneração e quando a vacância?”, “Qual a diferença administrativa entre ‘exoneração, a pedido e vacância em virtude de cargo inacumulável’?”, “Quais as consequências administrativas entre um e outro termo?”.

Em função desses questionamentos, o Órgão Central do SIPEC elaborou a Nota Informativa n. 305/2010/COGES/DENOP/SRH/MP, em que esclarece os efeitos desses dois institutos (Quadro 2).

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Quadro 2. Efeitos dos institutos

servidor novA situAção instituto conseQuÊnciAs

estável

Posse em outro cargo público

Posse em outro cargo

inacumulável

Poderá ser reconduzido ao antigo cargo, desde que não seja aprovado no estágio probatório e não obtenha a estabilidade. Obs.: Caso o novo cargo seja federal, poderá usufruir as férias e perceber gratificação natalina neste cargo, caso não tenha usufruído, e desde que não haja quebra de interstício.

Exoneração a pedido

Poderá ser reconduzido ao antigo cargo, desde que não seja aprovado no estágio probatório e não obtenha a estabilidade. Obs.: Independentemente da esfera do novo cargo, terá que cumprir novo interstício para usufruir férias e perceber gratificação natalina.

Emprego público ou

privado

Só se aplica a exoneração

Haverá a quebra do vínculo entre o servidor e a Administração. Não poderá ser reconduzido. Será indenizado em relação às férias e à gratificação natalina.

não estável

Posse em outro cargo público

Posse em outro cargo

inacumulável

Não poderá ser reconduzido ao antigo cargo.Obs.: caso o novo cargo seja federal, poderá usufruir as férias e perceber gratificação natalina neste cargo, caso não tenha usufruído, e desde que não haja quebra de interstício.

Exoneração a pedido

Não poderá ser reconduzido ao antigo cargo, sendo indenizado em relação às férias e à gratificação natalina.

Emprego público ou

privado

Só se aplica a exoneração

Haverá a quebra do vínculo entre o servidor e a Administração, não podendo ser reconduzido. Será indenizado em relação às férias e à gratificação natalina.

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3.3 Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição

De maneira bem simples, remoção é a mudança de lotação do servidor dentro do mesmo Órgão/Entidade ao qual ele se encontra vinculado, enquanto que a redistribuição seria a mudança de Órgão/Entidade para outro Órgão/Entidade do mesmo Poder (Executivo/Legislativo/Judiciário). Exemplificando, a remoção seria a alteração da lotação de um servidor dentro das unidades da UFPA, enquanto que a redistribuição seria o deslocamento do servidor da UFPA para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, desde que haja a contrapartida do código de vaga. De acordo com o Art. 36, a remoção possui três modalidades: • remoção de oficio, ou seja, no interesse da Administração; • remoção a pedido, que fica a critério da Administração; • remoção a pedido, independentemente do interesse da Administração,

em razão de: acompanhamento do cônjuge ou companheiro deslocado no interesse da Administração, por motivo de saúde do servidor ou por processo seletivo.

• De maneira bem simples, remoção é a mudança de lotação do servidor dentro do mesmo Ópanhamen

Por outro lado, a redistribuição sempre será no interesse da Administração, com a finalidade de ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades do serviço. Conforme a Nota Informativa n. 349/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, os requisitos para efetivação da redistribuição, além do interesse da Administração, nos termos do Art. 37, são:

I - equivalência de vencimentos;II - manutenção da essência das atribuições do cargo; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;III - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;IV - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.

3.4 Capítulo IV - Da Substituição

A substituição consiste na retribuição paga ao substituto pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, na proporção dos dias de efetiva substituição, por motivo de afastamento ou impedimento legal do titular de Cargo de Direção ou Função Gratificada. De acordo com o Art. 38 da Lei n. 8.112/1990, os substitutos serão indicados previamente no regimento interno e, no caso de omissão, serão designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade.

Atenção!Conforme o exposto na Nota Técnica nº 85/2011/DENOP/SRH/MP, o Órgão Central do SIPEC indicou ser incabível a remoção entre Instituições Federais de Ensino distintas, em razão de interpretação restritiva da expressão “no âmbito do mesmo quadro” prevista no caput do art. 36 da Lei nº 8.112/90, considerando que cada IFE possuiria quadro distinto.

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4 título iii - dos direitos e vAntAgens

4.1 Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração

De acordo com o Art. 40, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. A remuneração, por sua vez, prevista no Art. 41, é o vencimento acrescido das vantagens pecuniárias. Já o Art. 42 explica sobre o teto a ser observado no momento de estabelecer a remuneração do servidor.

A previsão do teto é regida pela Constituição Federal de 1988 que estabelece no Art. 37, inciso XI, que a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos, e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

No ano de 2017, conforme divulgado no site do Supremo Tribunal Federal (STF): “Por decisão majoritária do Plenário do Supremo Tribunal Federal, foi negado provimento a dois Recursos Extraordinários (RE’s 602043 e 612975) em que o estado do Mato Grosso questionava decisões do Tribunal de Justiça local (TJ-MT) contrárias à aplicação do teto na remuneração acumulada de dois cargos públicos exercidos pelo mesmo servidor. O entendimento que prevaleceu entre os ministros foi no sentido de que deve ser aplicado o teto remuneratório constitucional de forma isolada para cada cargo público acumulado, nas formas autorizadas pela Constituição”.

Reitera-se que o tema teve repercussão geral reconhecida, com a seguinte tese (a tese dos Ministros foi apresentada nos julgamentos dos Recursos Extraordinários acima citados): “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do Artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”.

Espontaneamente, o substituto acumulará o exercício do cargo ou função assumido, e do cargo que ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles no respectivo período. Caso o período ultrapasse 30 dias, o substituto fará jus à retribuição proporcional. Reitera-se, por fim, que a Nota Técnica n. 363/2017-MP, do Órgão Central do SIPEC, estabelece que o conceito da expressão “unidade administrativa organizada em nível de assessoria”, prevista no Art. 39, seria definida como “unidade integrante da estrutura administrativa de um órgão ou entidade que tenha como atividade/

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Com relação ao procedimento de ressarcimento ao erário, previsto nos Art. 46 e Art. 47 da Lei n. 8.112/1990, tal procedimento deverá obedecer aos termos da Orientação Normativa n. 05/2013, do Órgão Central do SIPEC, que disciplina o passo a passo a ser seguido para que seja efetivado o desconto na folha de pagamento do servidor. Nesse sentido, é necessário salientar que o desconto em folha para ressarcimento ao erário depende de autorização do servidor.

4.2 Capítulo II - Das Vantagens

De acordo com Carvalho Filho (2007, p. 772), vantagens pecuniárias são

[...] as parcelas pecuniárias acrescidas ao vencimento-base em decorrência de uma situação fática previamente estabelecida na norma jurídica pertinente. Toda vantagem pecuniária reclama a consumação de certo fato, que proporciona o direito a sua percepção. Presente a situação fática prevista na norma, fica assegurado ao servidor o direito subjetivo a receber o valor correspondente à vantagem. Esses fatos podem ser das mais diversas ordens: desempenho das funções por certo tempo; natureza especial da função, grau de escolaridade; funções exercidas em gabinetes de chefia; trabalhos em condições anormais de dificuldades, etc.

Assim, além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens, conforme ilustração a seguir (Figura 2):

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Figura 2. Vantagens pagas ao servidor

Quando se trata das indenizações, a Administração busca compensar o servidor por despesas relativas ao exercício do cargo público, tais como:

• Ajuda de custo: prevista no Art. 53, destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. Esta verba de natureza indenizatória compreende tanto o pagamento de valores adicionais equivalentes a uma, duas ou três remunerações de acordo com o número de dependentes do servidor, quanto o transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.Além da previsão do Art. 53, a ajuda de custo encontra-se disciplinada também no Decreto n. 4.004/2001 e Orientação Normativa n. 03/2013, do Órgão Central do SIPEC.

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• Diárias: conforme previsão do Art. 58, destina-se a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento, do servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior. O Decreto n. 5.992/2006 regulamenta a concessão de diárias no âmbito da Administração Federal direta, autárquica e fundacional.

• Indenização de transporte: com previsão no Art. 60, destina-se ao servidor que efetua despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. A Nota Técnica n. 862/2010, do Órgão Central do SIPEC, estabelece que a indenização de transporte possui caráter eventual e é devida ao servidor no desempenho de atribuições externas no intuito de atender ao interesse público.

• Auxílio-moradia: consiste, de acordo com o Art. 60-a, no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação das despesas efetuadas pelo servidor. A Orientação Normativa n. 10/2013 c/c a Orientação Normativa n. 01/2015, do Órgão Central do SIPEC, regula os procedimentos a serem adotados para a concessão deste auxílio, estabelecendo, dentre outras coisas, que o auxílio-moradia abrange apenas gastos com alojamento, não sendo indenizáveis as despesas de condomínio, energia, telefone, alimentação, bebidas, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), taxas e outras despesas acessórias do aluguel ou da contratação de hospedagem.

As gratificações, por sua vez, apresentam os seguintes conceitos e elementos:

• Gratificação natalina: popularmente denominada como 13º salário, tem previsão entre os Art. 63 a Art. 66, que estabelecem que o servidor terá direito de perceber uma gratificação, cujo valor será pago até o dia 20 do mês de dezembro de cada ano, correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o mesmo fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. O Decreto n. 1.043, de 13 de janeiro de 1994, estabelece que os recursos necessários ao pagamento da Gratificação Natalina dos servidores, inclusive inativos e pensionistas a que se refere este decreto serão liberados pela Secretaria do Tesouro Nacional em duas parcelas, nos meses de junho e dezembro.

• Gratificação por encargo de curso ou concurso: prevista no Art. 76-A, é devida ao servidor que, em caráter eventual, participar dos seguintes eventos: instrutoria em curso de formação, ou instrutoria em curso de desenvolvimento ou de treinamento para servidores, regularmente instituído no âmbito da Administração Pública Federal; banca examinadora ou de comissão para exames orais, análise curricular, correção de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou para julgamento de

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candidatos; logística de preparação e de realização de curso, concurso público ou exame vestibular, envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; e aplicação, fiscalização ou avaliação de provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisão dessas atividades. Além da previsão na Lei n. 8.112/1990, esta gratificação é regulamentada pela Resolução n. 1.277/2009 do Conselho Superior de Administração (CONSAD) da UFPA e pelo Decreto 6.114, de 15 de maio de 2007 combinado com o Decreto nº 9.185, de 1º de novembro de 2017, que estabelece, dentre outras coisas, que a gratificação não será devida pela realização de treinamentos em serviço ou por eventos de disseminação de conteúdos relativos às competências das unidades organizacionais. Por fim, reitera-se que, para efeito de cálculo do valor desta gratificação, a Nota Técnica n. 11471/2016-MP, do Órgão Central do SIPEC, versa acerca da necessidade de divulgação atualizada do valor do menor e maior vencimento da Administração Pública Federal.

Por fim, em relação aos adicionais, têm-se:

• Adicional por tempo de serviço: também conhecido como anuênio, passou a vigorar a partir da edição da Lei n. 8.112/1990, sendo estabelecido à razão de 1% (um por cento) por ano de serviço público efetivo, nos termos do Art. 67, em sua redação original. Contudo, com o advento da Lei n. 9.527/1997 (precedida pela Medida Provisória n. 1.480-19 e reedições), a referida vantagem passou a ser concedida após cinco anos de efetivo tempo de serviço público, no percentual de 5% (cinco por cento). Posteriormente, o adicional por tempo de serviço foi extinto em 08 de março de 1999, pela Medida Provisória n. 1.815, a qual resguardou as situações constituídas até 08/03/1999.

• Adicionais de insalubridade, periculosidade ou de atividade penosa: previstos entre os Art. 68 a Art. 72, são concedidos aos servidores que estão sujeitos a condições atípicas de segurança, salubridade ou onerosidade. De acordo com a Orientação Normativa n. 04/2017, os adicionais de insalubridade, de periculosidade e de irradiação ionizante, bem como a gratificação por trabalhos com raios-x ou substâncias radioativas, estabelecidos na legislação vigente, não se acumulam, tendo caráter transitório, enquanto durar a exposição. Por fim, não geram direito aos adicionais de insalubridade e periculosidade as atividades: em que a exposição a circunstâncias ou condições insalubres ou perigosas seja eventual ou esporádica; consideradas como atividades-meio ou de suporte, em que não há obrigatoriedade e habitualidade do contato; que são realizadas em local inadequado, em virtude de questões gerenciais ou por problemas organizacionais de outra ordem; e em que o servidor ocupe função de chefia ou direção, com atribuição de comando administrativo, exceto quando respaldado por laudo técnico individual que comprove a exposição em caráter habitual ou permanente.

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• Adicional por serviço extraordinário: comumente conhecido como hora-extra, tem previsão nos Art. 73 e Art. 74, possibilitando o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho. De acordo com a Orientação Normativa n. 03/2015, do Órgão Central do SIPEC, a prestação de serviço extraordinário está condicionada à ocorrência e comprovação de situações excepcionais e temporárias para execução de tarefas de imprescindível necessidade para o serviço público, cujo adiamento ou interrupção importe em manifesto prejuízo. Além disso, o serviço extraordinário deverá ocorrer logo após a jornada de trabalho do servidor, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas diárias, 44 (quarenta e quatro) mensais e 90 (noventa) anuais, consecutivas ou não. Por fim, regra geral, salvo em casos de emergência ou calamidade pública, o serviço extraordinário não deverá ser prestado: pelo servidor submetido à jornada de trabalho reduzida, nos termos da Medida Provisória n. 2.174-28, de 24 de agosto de 2001; pelo servidor que tenha horário especial, nos termos do Art. 98 da Lei n. 8.112/1990; pelo servidor que cumpra jornada de trabalho de 6 (seis) horas diárias e de 30 (trinta) horas semanais, nos termos do Art. 3º do Decreto n. 1.590/1995; pelo servidor que acumule cargos, cuja soma da jornada regular e a do serviço extraordinário ultrapasse o total de 60 (sessenta) horas semanais; e pelo servidor ocupante de cargo de técnico de radiologia.

• Adicional noturno: com previsão no Art. 75, será concedido sempre que o servidor exercer suas atividades por horário compreendido entre as 22h de um dia e as 5h do seguinte, ao qual será acrescido valor-hora de 25% (vinte e cinco por cento). Cada hora será computada como cinquenta e dois minutos e trinta segundos. De acordo com a Orientação Normativa n. 03/2015, citada acima, na hipótese de realização de serviço extraordinário que ultrapasse o horário de 22h de um dia até 5h do dia seguinte, o servidor fará jus ao adicional noturno, calculado sobre a hora majorada em 50% (cinquenta por cento).

• Adicional de férias: com previsão no Art. 76, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias, independentemente de solicitação do servidor. Além da previsão da Lei n. 8.112/1990, o supracitado Adicional também é regulado pela Orientação Normativa n. 02/2011 c/c a Orientação Normativa n. 10/2014.

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4.3 Capítulo III - Das Férias

De acordo com o Art. 77, o servidor público terá 30 dias de férias que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos. Para os servidores pertencentes à carreira do Magistério Federal, a Lei n. 12.772/2012 determinou que os mesmos fariam jus a 45 (quarenta e cinco) dias de férias anuais.

Diferente dos empregados submetidos ao Regime da Consolidação das Leis Trabalhistas, para o servidor público, somente o primeiro período aquisitivo de férias deve ter os 12 (doze) meses de exercício. Após o primeiro período aquisitivo, a cada novo ano iniciará um novo período de férias. A Orientação Normativa n. 02/2011, do Órgão Central do SIPEC, que regula a concessão das férias, passou a permitir, a partir do exercício 2015, a concessão de férias aos servidores em usufruto de licença capacitação, afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país ou para estudo ou missão no exterior com remuneração, que, se não forem programadas, serão registradas e pagas a cada mês de dezembro. Vale ressaltar que as férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da Administração Pública.

4.4 Capítulo IV - Das Licenças

Durante o exercício, o servidor possui o direito às seguintes licenças (Figura 3).

Figura 3. Possíveis licenças do servidor

De forma resumida, leia as explicações para cada tipo de licença possível:

• Licença por motivo de doença em pessoa da família: apesar de encontrar-se descrita no Art. 83, também é regulamentada pelo Decreto n. 7.003, de 9 de novembro de 2009, conforme parágrafo único do Art. 9º do supracitado Decreto. Essa licença será concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, padrasto ou madrasta, filhos e enteados, ou dependente, mediante comprovação médica oficial e desde que conste do assentamento funcional do servidor. Além disso, a assistência do servidor deve ser indispensável ao tratamento, tendo que haver incompatibilidade

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entre a assistência e o exercício do cargo. Sem prejuízo da remuneração, a licença será concedida por 60 (sessenta) dias consecutivos ou não, em um período de 12 (doze) meses. Excedendo esse prazo, será concedida sem remuneração por até 90 (noventa) dias consecutivos ou não, sendo vedada a concessão de nova licença em período inferior a 12 (doze) meses do término da última licença concedida.

• Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro: possui duas modalidades:

• sem remuneração: regra geral, essa licença será concedida sem remuneração, em razão de deslocamento do cônjuge ou companheiro para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o desempenho de mandato eletivo.

• com exercício provisório: no caso de o cônjuge ou companheiro deslocado também ser servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o servidor poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. De acordo com a Orientação Normativa n. 05/2012, do Órgão Central do SIPEC, os requisitos para a concessão dessa licença são:

Art. 4º Serão observados os seguintes requisitos para a concessão do exercício provisório:- deslocamento do cônjuge do servidor para outro ponto do território nacional, ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo;- exercício de atividade compatível com o seu cargo; e- transitoriedade da situação que deu causa ao deslocamento do cônjuge.

Art. 5º O processo a que se refere o Art. 3º deverá conter, necessariamente, os seguintes documentos:- ato que determinou o deslocamento do cônjuge ou companheiro;- análise atestando a compatibilidade entre as atividades a serem exercidas com aquelas afetas ao cargo efetivo;- documento que comprove que o cônjuge ou companheiro que foi deslocado é servidor público ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;- certidão de casamento ou declaração de união estável firmada em cartório, ambos com data anterior ao deslocamento; e- anuências dos órgãos e entidades envolvidos.

• Licença para o serviço militar será concedida ao servidor: na hipótese de convocação desse para o serviço militar. Uma vez concluído o serviço militar, o servidor terá 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o cargo.

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• Licença para atividade política: será concedida para o servidor que se candidatar a cargo eletivo, sendo essa sem remuneração, durante o período compreendido entre a sua escolha em convenção partidária e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Posteriormente, a partir do registro até o 10º dia seguinte à eleição, serão assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de 3 (três) meses.

• Licença para capacitação: veio em substituição à antiga Licença-prêmio por assiduidade, que foi revogada por meio da Medida Provisória n. 1.522/1996, posteriormente convertida na Lei n. 9.527/1997. Diferente da Licença-prêmio, a Licença para capacitação não é acumulável e não possui efeito de contagem em dobro para aposentadoria. Para fazer jus à Licença para capacitação, deve haver o interesse da Administração e o servidor deve ter completado o quinquênio de efetivo exercício, momento no qual poderá se afastar por um período de até três meses, com a respectiva remuneração, para participar de curso de capacitação profissional. Por fim, de acordo com o Decreto n. 5.707/2006, a Licença para capacitação poderá ser parcelada, não podendo a menor parcela ser inferior a 30 (trinta) dias, além da possibilidade de utilização desta Licença, de maneira integral, para a elaboração de dissertação de mestrado ou tese de doutorado, cujo objeto seja compatível com o plano anual de capacitação da instituição.

• Licença para tratar de interesses particulares: poderá ser concedida aos servidores que não estejam em estágio probatório, por um período de até 3 (três) anos consecutivos, sem remuneração, podendo ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse da Administração. De acordo com a Portaria n. 35/2016 c/c Portaria n. 98/2016 do Órgão Central do SIPEC, o total de licenças para tratar de assuntos particulares não poderá ultrapassar seis anos, consecutivos ou não, em toda a vida funcional do servidor. Além disso, eventual pedido de prorrogação desta Licença deverá ser apresentado pelo servidor com no mínimo 2 (dois) meses de antecedência do término da licença até então vigente. Por fim, caso o servidor, após o fim da Licença, não se apresente à chefia imediata para retornar às atividades, a supracitada Portaria determina a suspensão da reimplantação da remuneração do servidor na folha de pagamento e, depois de transcorridos 31 (trinta e um) dias consecutivos, iniciar os procedimentos para instauração de processo disciplinar, por abandono de cargo, nos termos do Art. 138 da Lei n. 8.112/1990.

• Licença para o desempenho de mandato classista: será concedida, sem remuneração, para desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe, sindicato ou entidade fiscalizadora da profissão e participação em gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros. A licença terá duração igual ao período do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição.

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4.5 Capítulo V - Dos Afastamentos

Durante o exercício, o servidor público federal poderá se afastar do cargo, sendo possíveis os seguintes tipos de afastamento (Quadro 3):

Quadro 3. Tipos de afastamento

Do afastamento para servir a outro Órgão ou Entidade (Cessão)

• O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, além de outros casos previstos em Leis específicas.• Segundo a Orientação Normativa n. 04/2015, do Órgão Central do SIPEC, regra geral, o ônus pela remuneração ou salário do servidor ou empregado cedido envolvendo os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, de qualquer de seus Poderes, ou as empresas públicas ou sociedades de economia mista, é do órgão ou da entidade cessionária, ou seja, a entidade que recebe o servidor cedido.•Decreto nº 9.144, de 22 de agosto de 2017: Dispõe sobre as cessões e as requisições de pessoal em que a administração pública federal, direta e indireta, seja parte.

Do afastamento para exercício de Mandato Eletivo (Art. 94)

• Para o exercício de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo.• Na hipótese de ser investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.• Na hipótese de ser investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

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Do afastamento para estudo ou missão no exterior (Art. 95) (continuação)

IV - serviços relacionados com a atividade-fim do órgão ou entidade, de necessidade reconhecida pelo Ministro de Estado.IV - serviço ou aperfeiçoamento relacionado com a atividade fim do órgão ou entidade, de necessidade reconhecida pelo Ministro de Estado; (Redação dada pelo Decreto n. 2.349/1999).V - intercâmbio cultural, científico ou tecnológico, acordado com interveniência do Ministério das Relações Exteriores ou de utilidade reconhecida pelo Ministro de Estado.VI - bolsas de estudo para curso de pós-graduação stricto sensu.

Do afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no País (Art. 96-A)

• Afastamento, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em Instituição de Ensino Superior no País.• Vedado a servidores que estejam em estágio probatório (exceto docentes da carreira do Magistério Federal, em razão de exceção prevista na Lei n. 12.772/2012).• Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto ou venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência, deverá ressarcir o erário dos gastos com seu aperfeiçoamento.• Segundo o Decreto n. 5.707/2006, os períodos de afastamento serão os seguintes:I - até vinte e quatro meses, para mestrado;II - até quarenta e oito meses, para doutorado;III - até doze meses, para pós-doutorado ou especialização; eIV - até seis meses, para estágio.

4.6 Capítulo VI - Das Concessões

Ao servidor público federal cabe, também, o direito de se ausentar do serviço nas seguintes situações sistematizadas no Quadro 4.

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concessão (Art. 98) período de AusÊnciA

Doação de sangue 1 (um) dia

Alistamento ou recadastramento eleitoral Prazo necessário até o limite de 2 (dois) dias

Casamento, falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob sua guarda ou tutela e irmãos.

8 (oito) dias

Horário especial

Para servidor estudante, desde que haja incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, devendo haver compensação, que será na mesma semana que ocorreu a ausência para o estudo, devendo ser observadas as disposições do Decreto n. 1.590/1995 sobre a jornada de trabalho do servidor público federal.

Para servidor com deficiência ou que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência, quando comprovada necessidade, independentemente de compensação de horário.

Quadro 4. Concessões

4.7 Capítulo VII - Do Tempo de Serviço

A redação original da Magna Carta de 1988, ao estabelecer os requisitos para a concessão de aposentadoria aos servidores públicos, implementou, dentre as modalidades voluntárias, a aposentadoria por tempo de serviço. A reforma previdenciária promovida pela Emenda Constitucional n.º 20/98 substituiu a exigência de tempo de serviço pela de tempo de contribuição. A partir de então para a concessão do benefício é necessário que ocorra de fato e de direito a contribuição em favor do Regime Próprio. No entanto, o tempo de serviço prestado até o advento da reforma não foi desconsiderado, já que o artigo 4º do texto reformador estabeleceu que o tempo de serviço prestado até essa data será considerado como tempo de contribuição no momento da concessão do benefício.

Nesse sentido, o Art. 4º da Emenda Constitucional n. 20/1998 estabeleceu que, observado o disposto no Art. 40, § 10, da Constituição Federal, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria, será contado como tempo de contribuição.

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Diante de tudo isso, observe que a Lei n. 8.112/1990, no Art. 100, ainda se refere ao termo tempo de serviço. Já o Art. 102 considera, como efetivo, os seguintes afastamentos: as concessões previstas no Art. 97, as férias, os afastamentos previstos nos Art. 93, Art. 94, Art. 95, Art. 96, Art. 96-A, Júri e outros serviços obrigatórios por lei, as licenças (gestante, adotante e paternidade; tratamento da própria saúde até limite de 24 meses; mandato classista; para capacitação; por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; e por convocação para o serviço militar), deslocamento para a nova sede de que trata o Art. 18, participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica e afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

Além disso, o Art. 103 estabelece em que hipóteses haverá apenas contagem para efeito de Aposentadoria e Disponibilidade, ou seja, diferente do Art. 102, essas hipóteses não se enquadram como efetivo exercício para todos os efeitos.

Como se deve proceder, então, para registrar esses períodos em uma eventual mudança de Órgão ou Entidade ou diante da aprovação em concurso público?

Situações dessa natureza implicam em averbação de tempo de contribuição cumprido em um regime de previdência social para efeito de aposentadoria em outro regime. Averbação de tempo de contribuição consiste no reconhecimento e assentamento desse tempo em documento hábil da Administração Pública, visando ao seu cômputo para efeito de aposentadoria, na forma da contagem recíproca, assegurada pelo § 9º do Art. 201 da Constituição Federal. Para emissão deste documento, deve-se observar a Portaria MPS n. 154/2008, do Ministério da Previdência Social, c/c Portaria MF n. 567, de 18 de dezembro de 2017, do Ministério da Fazenda, que regulamentam a emissão de CTC pelos regimes próprios de previdência.

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A partir do estudo dos principais pontos da Lei n. 8.112/1990, é importante que você proceda a uma leitura completa da lei para ter clareza dos seus direitos, benefícios, deveres e proibições, bem como dos(as) outros(as) servidores com os(as) quais você irá trabalhar.

4.8 Capítulo VIII - Do Direito de Petição

Nos termos do Art. 104 da Lei n. 8.112/1990, é assegurado ao servidor o direito de requerer petição aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. Tal petição deve ser, segundo o Art. 105, dirigida à autoridade competente para decidir sobre o pleito do requerente, e encaminhada, por intermédio daquela, à unidade a que o interessado esteja subordinado.

No caso de o pedido ter sido negado, será concedido o direito de pedir reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, nos termos do Art. 106.

Se mesmo assim houver novo indeferimento, ainda caberá interposição de recurso, nos termos do Art. 107, referente: ao indeferimento do pedido de reconsideração; e das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Este recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. Aplicando-se subsidiariamente os termos da Lei n. 9.784/1999, que regula o processo administrativo, o recurso administrativo tramitará, regra geral, no máximo por três instâncias administrativas.

Atenção!

O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. Para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso, o prazo será de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. Os prazos estabelecidos são improrrogáveis e fatais, salvo motivo de força maior. A juízo da autoridade competente, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos retroagirão à data do ato impugnado.

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referÊnciAs e bibliogrAfiAs consultAdAs

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 30.ed. São Paulo: Atlas, 2017.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 17 ed. rev. ampl. Atual. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.