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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS PARA ANALISTA ORÇAMENTÁRIO DO MPU 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 3 - Organização do Estado brasileiro. Divisão espacial do poder. Estado Federal, União, estados federados, Distrito Federal e municípios. Intervenção federal. Repartição de competências. Olá! E aí, caro aluno? Pronto para mais uma aula do MPU? Bem, hoje trataremos da organização do Estado, repartição de competências e intervenção federal. Assim, em primeiro lugar, você deve lembrar como a Constituição da República estruturou o nosso Estado (Estado Federal, forma republicana e sistema presidencialista de governo). Tenha em mente que o Estado brasileiro é do tipo federado, porque integrado por diferentes entidades políticas – União, estados, Distrito Federal e municípios -, todas dotadas de autonomia política, nos termos da Constituição Federal (CF, art. 18). Como núcleo, essência de um Estado Federado, temos a chamada repartição de competências. Isso porque a distribuição de competências entre os entes é o que assegura a autonomia dos entes federados. Então, ao estudar repartição de competências, deveremos saber o o seguinte: que princípios nortearam a repartição das competências entre os entes federados? Quais competências foram outorgadas à União? Quais matérias foram atribuídas aos municípios? Isso é o que me proponho a revisar com você hoje. Por fim, falaremos também da intervenção federal. Se a repartição de competências fortalece a autonomia dos entes federados, a intervenção configura o afastamento dessa mesma autonomia. É dizer, a intervenção é a antítese da autonomia (segundo José Afonso da Silva). Nesse assunto, dê especial atenção às formas de Estado e governo e aos sistemas de governo. E, principalmente, ao assunto “repartição de competências”. Sem dúvidas, nessa parte da matéria, são os temas mais cobrados em concursos. É isso aí! Durante a aula, você perceberá que grande parte das questões cobrará a literalidade da Constituição. O mesmo ocorreu em outros assuntos no nosso curso, lembra? Portanto, reserve um tempo nos últimos dias para dar uma “passada de olho” na Constituição. Lembrando que os exercícios comentados servem também como forma de complementação e aprofundamento da matéria. Ao apresentar a você os princípios fundamentais, comentamos sobre a opção da nossa Constituição quanto à forma de Estado (Federação) e à forma de Governo (República).

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Aula 3 - Organização do Estado brasileiro. Divisão espacial do poder. Estado Federal, União, estados federados, Distrito Federal e municípios. Intervenção federal. Repartição de competências. Olá!

E aí, caro aluno? Pronto para mais uma aula do MPU?

Bem, hoje trataremos da organização do Estado, repartição de competências e intervenção federal.

Assim, em primeiro lugar, você deve lembrar como a Constituição da República estruturou o nosso Estado (Estado Federal, forma republicana e sistema presidencialista de governo).

Tenha em mente que o Estado brasileiro é do tipo federado, porque integrado por diferentes entidades políticas – União, estados, Distrito Federal e municípios -, todas dotadas de autonomia política, nos termos da Constituição Federal (CF, art. 18).

Como núcleo, essência de um Estado Federado, temos a chamada repartição de competências. Isso porque a distribuição de competências entre os entes é o que assegura a autonomia dos entes federados.

Então, ao estudar repartição de competências, deveremos saber o o seguinte: que princípios nortearam a repartição das competências entre os entes federados? Quais competências foram outorgadas à União? Quais matérias foram atribuídas aos municípios? Isso é o que me proponho a revisar com você hoje.

Por fim, falaremos também da intervenção federal. Se a repartição de competências fortalece a autonomia dos entes federados, a intervenção configura o afastamento dessa mesma autonomia. É dizer, a intervenção é a antítese da autonomia (segundo José Afonso da Silva).

Nesse assunto, dê especial atenção às formas de Estado e governo e aos sistemas de governo. E, principalmente, ao assunto “repartição de competências”. Sem dúvidas, nessa parte da matéria, são os temas mais cobrados em concursos.

É isso aí! Durante a aula, você perceberá que grande parte das questões cobrará a literalidade da Constituição. O mesmo ocorreu em outros assuntos no nosso curso, lembra? Portanto, reserve um tempo nos últimos dias para dar uma “passada de olho” na Constituição.

Lembrando que os exercícios comentados servem também como forma de complementação e aprofundamento da matéria.

Ao apresentar a você os princípios fundamentais, comentamos sobre a opção da nossa Constituição quanto à forma de Estado (Federação) e à forma de Governo (República).

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É o que podemos observar com a leitura do art. 18 da CF/88.

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Veja que aqui se apresentam também quais são os entes federativos - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios -, deixando patente o fato de que eles são dotados de autonomia política.

Muito comum em provas do CESPE a tentativa de confundir o candidato com relação aos conceitos de Forma de Estado e Governo, e sistema e regime de Governo. O esquema a seguir pode ajudá-lo a não cair nessa.

Para ir treinando com essas “cascas de banana”, dê uma olhada nas questões abaixo:

1. (CESPE/Agente Penitenciário/SEJUS/ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República.

A CF/88 adota o presidencialismo como sistema de governo e não forma de Estado. O conceito de presidencialismo está correto, já que reúne as figuras do chefe de Estado e chefe de governo na mesma pessoa do Presidente. Como chefe de Estado, o Presidente da República representa a República Federativa do Brasil e, como chefe de Governo, atua como representante da União, no plano interno.

Item errado.

2. (CESPE/Advogado da União/AGU/2008) O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, no qual o Poder Executivo é exercido de maneira monocrática, com as funções de chefe de Estado e de chefe de governo estando confiadas a um só agente político.

Esse é o conceito do sistema de governo presidencialista.

Item certo.

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3. (CESPE/Agente Administrativo/MTE/2008) Assinatura de tratado internacional é função típica do chefe de Estado e não do chefe de governo.

Seja no sistema de governo parlamentarista (governo dual) ou no presidencialista (governo monocrático), é função típica do Chefe de Estado a assinatura de tratados e acordos internacionais. Assim, o Presidente da República, no sistema presidencialista, atuará como Chefe de Estado ao assinar um tratado internacional do qual a República Federativa do Brasil figure como partícipe.

Item certo.

4. (CESPE/Analista Judiciário/TJRJ/2008) A República é uma forma de Estado.

Confusão entre os gêneros forma de Estado (Unitário, Confederação e Federação) e forma de governo (República ou Monarquia). A república é forma de governo, e não forma de Estado.

Item errado.

5. (CESPE/Analista Judiciário/TJRJ/2008) A federação é uma forma de governo.

A federação é forma de Estado, e não forma de governo (república ou monarquia).

Item errado.

6. (CESPE/Analista Judiciário/TJRJ/2008) A República Federativa do Brasil admite o direito de secessão, desde que esta se faça por meio de emenda à CF, com três quintos, no mínimo, de aprovação em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos.

Imagine o governador de um estado brasileiro que desejasse se insurgir contra a República, declarando unilateralmente a independência daquela unidade da Federação. Essa atitude, que representa o direito de secessão, é inconcebível no âmbito federativo, e enseja a hipótese de intervenção espontânea do Presidente da República no estado, nos termos do art. 34, I da CF/88.

Item errado.

Já quando examinamos as formas de Estado, preocupamo-nos em saber como o poder é exercido dentro do território. Ou quantos poderes políticos autônomos existem no território do Estado.

O Estado unitário (ou simples) é aquele em que não há uma descentralização política, isto é, não há uma divisão espacial e política de poder, sendo todas as competências políticas definidas pelo poder político central. Constitui, pois, caso de centralização política. Ele pode ser centralizado ou puro (quando o poder político central define e também executa diretamente, de forma centralizada, as políticas públicas). Por outro lado, pode ser descentralizado administrativamente

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ou regional (quando o poder político define as políticas públicas, mas não as executa diretamente, criando entidades administrativas para esse fim).

No Estado federado (composto, complexo ou federal) há a chamada descentralização política. Ele é formado por união indissolúvel de entidades regionais dotadas de autonomia política (capacidade de autogoverno, autolegislação e autoadministração). Essa estrutura e a repartição de competência entre essas entidades são estabelecidas por uma Constituição.

Lembre-se que o Brasil é um Estado federal (formado pela União, estados, Distrito Federal e municípios, todos autônomos).

O Estado composto ou complexo pode assumir, ainda, a forma de confederação, em que também há mais de um poder político no território. O que diferencia a confederação da federação é que na primeira os poderes estão organizados no texto de um tratado internacional. Ademais, os entes são soberanos (e não apenas autônomos), o que significa que eles podem se separar da confederação quando entenderem conveniente (ou seja, têm o direito de secessão).

Podemos relacionar o surgimento do Estado Federal com os Estados Unidos da América, na data de 1787. Antes disso (1776), tinha ocorrido a declaração da independência das colônias americanas, em que tinham surgido 13 Estados soberanos no território norte-americano.

Naquele momento tratava-se ainda de uma confederação. Entretanto, esses Estados soberanos optaram por se unir, formando apenas uma Federação (e suprimindo a soberania e o antigo direito de secessão de que dispunham).

Podemos apontar como as principais características do Estado Federal:

I) descentralização política: o poder se encontra dividido pelo território, sendo exercido pelos entes autônomos (pois apenas o Estado Federal é soberano);

II) Constituição assegurada por um órgão superior: o pacto federativo é firmado em uma Constituição rígida (proporcionando estabilidade institucional), que é protegida por um órgão guardião (no nosso caso, o STF);

III) participação dos estados-membros: os estados-membros dispõem de auto-organização (elaboram suas Constituições) e representação no Poder legislativo (no Senado Federal), mas não detêm direito de secessão.

7. (CESPE/AUFC/TCU/2009) No âmbito do federalismo cooperativo, os entes federados devem atuar de forma conjunta na prestação de serviços públicos. Para esse fim, a CF prevê os consórcios públicos e os convênios, inclusive autorizando a gestão associada desses

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serviços, com a transferência de encargos, serviços e até mesmo de pessoal e bens.

No Brasil ocorre o federalismo cooperativo, em que a divisão de competências não é rigidamente definida. Assim, a boa coexistência desses entes autônomos exige mecanismos de coordenação e cooperação entre eles, sendo os consórcios e os convênios dois exemplos desses tipos de instrumento expressos na CF:

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

Item certo.

8. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) O federalismo brasileiro, quanto à sua origem, é um federalismo por agregação.

Gabarito: Item errado.

Veja que interessante: no caso brasileiro, aconteceu o contrário do ocorrido nos Estados Unidos. O Estado Federal nasce a partir da divisão de um Estado anteriormente unitário.

Assim, podemos ter dois tipos de formação do Estado Federal.

I) Por agregação → movimento centrípeto → de fora pra dentro; e

II) Por desagregação → movimento centrífugo → de dentro pra fora.

No primeiro caso, antigos Estados independentes abrem mão de sua soberania para constituir um Estado Federal único (é o caso dos Estados Unidos).

No segundo caso, um Estado unitário descentraliza-se, dividindo aquele poder inicialmente concentrado e formado diversos entes autônomos (é o caso brasileiro).

O federalismo pode ser ainda dual o cooperativo.

Será dual se houver uma rígida separação de competências entre os entes federados (como é o caso dos Estados Unidos). No Brasil, adota-se o federalismo cooperativo, em que a separação das competências não é rígida.

Por fim, vale comentar que mais dois detalhes relativos à Federação na CF/88:

I) a forma federativa de Estado é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4°, I); e

II) ao contrário da Federação convencional (formada apenas pela União e estados-membros), nossa Federação é composta de quatro

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entes federados: União, estados-membros, Distrito Federal e municípios (assim, trata-se de uma peculiaridade brasileira os municípios e o DF como entes autônomos).

9. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) Estado unitário é aquele em que não ocorre a chamada descentralização administrativa à mercê do poder central.

O que caracteriza o Estado unitário é a centralização política. Portanto, ele pode ser centralizado ou puro, em que ocorre a execução dos serviços e das políticas públicas de forma centralizada. Ou descentralizado ou regional, quando o poder político continua concentrado, mas a execução de políticas públicas ocorre de forma descentralizada, por meio de entidades administrativas criadas para esse fim.

Item errado.

10. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Decorre do princípio republicano a regra constitucional de que o mandato do presidente da República será de quatro anos.

Gabarito: item certo.

De fato, o mandado de quatro anos do Presidente decorre do princípio republicano. Trata-se da “temporalidade”, relacionada à alternância no exercício do poder.

A forma de Governo diz respeito à relação entre governantes e governados no tocante à aquisição e o exercício do poder. É saber como se dá a instituição do poder na sociedade, como são escolhidos os governantes e como eles se relacionam com os governados. Pode-se dividir as formas de governo em república e monarquia.

De início, vale ressaltar que o Brasil adota a república como forma de Governo.

A república é a forma de governo que tem as seguintes características: (i) eletividade (na medida em que os governantes são eleitos); (ii) temporalidade (pois o exercício do poder se dá por um período transitório – período certo); (iii) responsabilidade ou dever de prestar contas (já que os administradores têm o dever de prestar contas sobre a gestão da coisa pública); (iv) essa prestação de contas é à população, que elegeu o governante.

A monarquia é a forma de governo que tem as seguintes características: (i) hereditariedade (os governantes chegam ao poder pelo critério hereditário); (ii) vitaliciedade (mandatos sem prazos determinados); (iii) irresponsabilidade (na medida em que o monarca não presta contas dos seus atos) ou, no caso do sistema de governo

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parlamentarista, existe prestação de contas ao legislativo ou parlamento.

Esquematizando:

11. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO /SEGER/ES/2008) A forma republicana pressupõe, modernamente, que o representante do governo seja eleito pelo povo, que este seja representado em câmaras ou assembléias populares e que os mandatos eletivos sejam temporários.

São características da república (como visto no esquema): eletividade e temporalidade.

Item certo.

12. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) O parlamentarismo e o presidencialismo são formas de governo previstas no texto constitucional.

Gabarito: item errado.

Essa questão é clássica em concursos públicos: confundir o candidato misturando os conceitos de forma de Estado, forma de governo e sistema de governo. Esta questão está errada, já que presidencialismo e parlamentarismo não são formas de governo, mas sim sistemas de governo (formas de governo são república e monarquia).

Estudar sistemas de governo é examinar a relação entre os Poderes Executivo e Legislativo. Poderá haver maior independência, ou então maior colaboração entre eles, de acordo com o sistema adotado. No Brasil, adota-se o sistema presidencialista, de acordo com o Plebiscito de 1993.

O presidencialismo é o sistema de governo marcado pelas seguintes características: (i) independência entre os poderes; (ii) mandatos por prazo certo (membros do Executivo e do Legislativo exercem mandatos por prazo certo, que não podem ser abreviados); e (iii) chefia monocrática ou unipessoal (as chefias de Estado e de Governo estão concentradas numa mesma pessoa).

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Veja que é o caso do Brasil. O Presidente é eleito para um mandato de quatro anos, e tem direito a cumpri-lo integralmente, até o último dia de seu governo, sem nenhuma interferência do Legislativo. Não é dado ao Legislativo abreviar o mandato do chefe do Poder executivo. E vice-versa: o Presidente não pode determinar a dissolução do Congresso Nacional, a fim de abreviar o mandado dos congressistas.

Ademais, no Brasil o Presidente da República exerce, simultaneamente, a chefia de Estado e a chefia de Governo.

Ele figura como chefe de Estado quando representa a República Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos ou perante organizações internacionais (quando celebra um tratado internacional, por exemplo). Ou mesmo quando corporifica internamente a unidade nacional (quando decreta a intervenção federal para manter a integridade nacional – art. 34, I -, por exemplo).

Já o exercício da chefia de governo se dá quando o Presidente da República cuida dos negócios internos de interesse da sociedade brasileira (quando atua como administrador, por exemplo).

Por outro lado, o parlamentarismo é o sistema de governo marcado pelas seguintes características: (i) maior interdependência, proximidade e colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo; (ii) mandatos por prazo incerto; (iii) chefia dual (na medida em que as chefias de Estado e de Governo são exercidas por duas pessoas distintas: a chefia de Estado é exercida pelo Monarca ou Presidente da República, conforme seja a forma de governo Monarquia ou República; e a chefia de Governo é exercida pelo Primeiro Ministro).

Explicando melhor o funcionamento do Parlamentarismo:

a) o povo elege o parlamento; e

b) o chefe de Estado (chefe do Executivo) escolhe seu chefe de Governo (o Primeiro Ministro); este último submete seu plano de governo ao Parlamento, que passa a se responsabilizar também por ele.

Daí então, se estabelece uma relação de interdependência entre os poderes, na medida em que o Primeiro Ministro só se sustenta se tiver apoio do Parlamento. Por outro lado, o governo tem o poder de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições parlamentares.

13. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República.

Gabarito: item errado.

De fato, a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na mesma pessoa (chefia monocromática) é característica do presidencialismo. Entretanto, presidencialismo e parlamentarismo são sistemas de governo e não formas de Estado.

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As formas de Estado não se confundem com os sistemas de governo (presidencialismo x parlamentarismo) ou com as formas de governo (república x monarquia).

Item errado.

Aqui, cabe ainda tratarmos do chamado Regime de Governo. Trata-se, em verdade, da forma de exercício do poder constituinte originário em determinada nação. Pode ser democrático ou autocrático.

O exercício autocrático do poder caracteriza-se pela outorga de uma constituição por um grupo de indivíduos ou um tirano, líder de um movimento revolucionário, que alcança o poder, sem a participação popular.

Já o exercício democrático pressupõe a existência de mandatos temporários para os representantes do poder, a realização de eleições periódicas e a prestação de contas (responsabilização) desses representantes perante quem os elegeu.

Há duas formas de exercício da democracia, consubstanciadas no parágrafo único do art. 1º de nossa Constituição:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos (democracia indireta) ou diretamente, nos termos desta Constituição (democracia direta).

Ou seja, o exercício direto não se manifesta pelas eleições diretas; essa é uma confusão muito comum na cabeça dos concursandos. Na verdade, esse é o exercício da democracia indireta. O exercício direto está preconizado nos incisos I, II e III do art. 14 de nossa Constituição:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.

Como comentado, a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos (CF, art. 18).

De início, vai uma dica: não faça confusão entre a República Federativa do Brasil (RFB) e a União! A RFB é o Estado federal, o todo, pessoa jurídica de direito público internacional que engloba União, estados, municípios e DF.

No âmbito externo, a União até representa o Estado brasileiro. Mas a União é pessoa jurídica de direito público interno. Enfim, a União é parte integrante do Estado federal, vale dizer, é uma das entidades políticas

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que integram o Estado federal. Como os demais entes, a União dispõe de autonomia, enquanto a RFB dispõe de soberania.

Não é um assunto muito cobrado em concursos, mas a Constituição estabelece os bens da União em seu art. 20, segundo o qual, são bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

A Constituição assegura aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração (CF, art. 20, § 1°).

Ademais, estabelece que a faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei (CF, art. 20, § 2°).

14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) A República Federativa do Brasil é formada pela união

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indissolúvel dos estados, dos municípios, do Distrito Federal e dos territórios.

Veja o que está estabelecido no art. 1°:

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (...)

Bem, veja dois detalhes então:

a) DF e Municípios como entes federados são peculiaridades da nossa Federação.

b) Territórios não são entes federados. Daí o erro da questão.

Item errado.

15. (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS – DF/2007) O termo União designa entidade federal de direito público interno, autônoma em relação às unidades federadas. A União distingue-se do Estado federal, que é o complexo constituído da União, dos estados, do DF e dos municípios e dotado de personalidade jurídica de direito público internacional.

Não faça confusão entre a República Federativa do Brasil (RFB) e a União! A RFB é o Estado federal, o todo, pessoa jurídica de direito público internacional. Enquanto a União é pessoa jurídica de direito público interno. Enfim, a União integra o Estado federal.

Item certo.

16. (CESPE/OFICIAL DE CHANCELARIA/MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES/2006) No Estado federal, cada componente da Federação detém soberania e autodeterminação para desempenhar relações de direito público internacional.

No Estado federal, os entes federados dispõem, apenas, de autonomia política. A soberania é atributo exclusivo da República Federativa do Brasil como um todo (o Estado federal).

Item errado.

17. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) São bens da União as terras devolutas.

Os bens da União estão explícitos no art. 20 da CF/88. Assim, não se pode afirmar serem todas as terras devolutas bens da União. Nos termos do art. 20, II, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei.

Item errado.

Este é o tema dos estados-membros. É importante você conhecer a tríplice capacidade garantidora de autonomia dos estados-membros,

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que assegura a eles auto-organização/autolegislação, autogoverno e autoadministração.

Se você não lembra o que representa cada um desses termos o esquema abaixo vai sintetizar essas informações.

Apesar dessa autonomia, devemos lembrar que os estados-membros estão sujeitos a determinadas limitações impostas pela Constituição, e devem respeitar, portanto, seus princípios (CF, art. 25).

Por fim, vale destacar que, segundo o art. 26 da Constituição são bens dos estados: (i) as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; (ii) as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; (iii) as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; e (iv) as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

18. (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS – DF/2007) Em razão da autonomia política dos entes federados, um estado-membro poderá, por lei estadual, criar vantagens e distinções, como isenções tributárias ou incentivos sociais diversos, em favor dos brasileiros nascidos naquele território em detrimento de brasileiros originários de outros estados.

Uma lei com esse teor seria contrária à Constituição, pois vai contra a ideia de estado Federal. Ademais, segundo o art. 19:

“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.”

Item errado.

19. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO DE 2ª CATEGORIA/2007) Na elaboração das normas locais, o poder constituinte decorrente deve respeitar o modelo de estruturação do Estado fixado pela CF.

Ao elaborar a Constituição estadual, o poder constituinte derivado decorrente deve obediência aos princípios estabelecidos na Constituição Federal (CF, art. 25).

Item certo.

Além disso, temos os municípios e o Distrito Federal, também dotados de autonomia.

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Tanto o município quanto o DF regem-se por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara (municipal ou distrital), que a promulgará. Deverão ser atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal. No caso dos municípios, devem ser respeitados ainda os princípios da Constituição do respectivo Estado.

Os aspectos concernentes à organização dos municípios estão expressos no art. 29 da CF/88. Já os aspectos concernentes ao DF estão no art. 30 da CF/88.

Abro um parêntese para mencionar algo importante sobre os municípios. É que, recentemente, houve a aprovação da Emenda Constitucional nº 58/2009, alterando regras dos arts. 29 e 29-A (assuntos não muito cobrados em concursos).

Em resumo, essa nova emenda constitucional:

a) cria 24 limites máximos para a composição das Câmaras Municipais (art. 1º, alterando o inciso IV do art. 29 da Constituição), aumentando em 7.709 o número de vereadores em todo o país;

b) fixa novos limites percentuais máximos do total de despesas para as Câmaras Municipais (art. 2º, alterando o art. 29-A da Constituição).

O interessante (interessante para quem???) é que a letra “a” acima foi aprovada com efeitos retroativos às eleições pretéritas, realizadas em 2008.

A finalidade disso era recalcular os quocientes eleitorais, de forma a já dar posse a 7.709 vereadores não eleitos em todo país.

Você, que está dando duro para buscar seu cargo público, acha justo?

Pois é! Graças ao bom senso, imediatamente, o Procurador-Geral da República propôs uma ação direta de inconstitucionalidade perante o STF impugnando tais disparates.

Ainda bem que prevaleceu a moralidade e a Corte Maior afastou, com efeitos retroativos, a eficácia dessa determinação de aplicação retroativa do referido comando. Assim, outorgou-se efeitos ex tunc (retroativos) à medida cautelar concedida, para o fim de tornar nulas as posses dos mais afoitos.

Sobre o DF, vale comentar os seguintes detalhes:

I) é vedada sua divisão em municípios (CF, art. 30, caput);

II) o DF acumula as competências legislativas reservadas aos estados e aquelas reservadas aos municípios (esse assunto será melhor detalhado mais à frente).

Vejamos algumas questões sobre isso:

20. (CESPE/DIPLOMATA/ RIO BRANCO/2008) Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas dos estados e municípios.

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Como comentado, o DF acumula tanto as competências reservadas aos estados como aquelas atribuídas aos municípios.

Item certo.

21. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) São requisitos para que os estados se incorporem, se subdividam ou se desmembrem para se anexarem a outros ou para formarem novos estados a aprovação da população diretamente interessada, mediante plebiscito, e lei complementar estadual aprovada pela maioria absoluta das casas legislativas dos estados envolvidos.

Gabarito: item errado.

Os parágrafos 3° e 4° do art. 18 estabelecem as regras de formação de estados e municípios.

Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Para isso deverão ser consultadas as respectivas Assembléias Legislativas (CF, art. 48, VI).

Portanto, deve-se passar pelas seguintes etapas:

I) aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito;

II) manifestação meramente opinativa das assembléias legislativas;

III) aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional.

22. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Não existem, na atualidade, territórios federais no Brasil. Nada impede, entretanto, que voltem a ser criados sob a forma de distritos federais, dotados de autonomia política, mas não administrativa e financeira, constituindo entes sui generis do Estado Federal.

Gabarito: item errado.

Segundo o art. 18, § 2º da Constituição, os Territórios Federais integram a União, e sua eventual criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. São considerados espécies de autarquias, autarquias territoriais.

23. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios devem preservar a continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, serão feitos por lei estadual, obedecidos os requisitos de lei complementar estadual, e dependem de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas.

Gabarito: Item errado.

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Os municípios seguem regra distinta da dos Estados. Segundo o art. 18, § 4° da CF/88, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Em suma, para a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios é necessário:

I - aprovação de lei complementar federal fixando genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios;

II - aprovação de lei ordinária federal estabelecendo a forma de apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal;

III - divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei ordinária federal acima mencionada;

IV - consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos;

V - aprovação de lei ordinária estadual formalizando a criação, a incorporação, a fusão ou o desmembramento do município, ou dos municípios.

Ou seja, a alteração dos limites territoriais dos municípios passou a depender da vontade do Congresso Nacional, expressa em lei complementar federal. Assim, se não houver tal lei complementar, não se pode alterar limites de municípios no Brasil.

24. (CESPE/ANALISTA – ASSUNTOS JURÍDICOS/SERPRO/2004) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios, dentro do período determinado por lei complementar estadual, dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade municipal, apresentados na forma da lei.

Segundo o art. 18, § 4° da CF/88, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Aproveitando essa questão, deixe-nos tratar de um detalhe bastante atual.

Apesar de não existir a referida lei complementar federal, foram criados, após a introdução dessa exigência pela EC nº 15/1996, mais de cinquenta municípios (contrariando § 4º do art. 18 da CF/88).

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Pois é, instado a posicionar-se quanto ao problema, o STF manifestou-se pela inconstitucionalidade dos procedimentos de criação de tais municípios. Ademais, reconheceu ainda a inconstitucionalidade por omissão do Congresso Nacional, configurada pela ausência de elaboração da lei complementar reclamada pela Constituição (fixou até um prazo de 18 meses para que esse órgão legislativo suprisse tal omissão).

Entretanto, havia um problema concreto: a situação dos municípios criados em ofensa à Constituição. Assim, o STF estabeleceu um prazo de 24 (vinte e quatro) meses para que se regularizasse essa questão.

Diante disso, o Congresso Nacional promulgou a EC nº 57/2008, que acrescentou o art. 96 ao ADCT, convalidando os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo estado à época de sua criação.

Item errado.

25. (CESPE/AUDITOR DAS CONTAS PÚBLICAS/TCE-PE/2004) Se, por hipótese, os estados de Pernambuco e de Alagoas decidissem fundir-se para gerar um novo estado, a justiça eleitoral deveria promover plebiscito entre as populações envolvidas e, no caso de aprovação, o resultado deveria ser enviado ao Congresso Nacional, para ser objeto de emenda constitucional, já que a fusão alteraria a estrutura federativa originalmente prevista na Constituição.

Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar (não é necessária emenda constitucional). Para isso deverão ser consultadas as respectivas Assembléias Legislativas (CF, art. 48, VI).

Portanto, deve-se passar pelas seguintes etapas:

I) aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito;

II) manifestação meramente opinativa das assembléias legislativas;

III) aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional.

Item errado.

26. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) Os territórios federais são considerados entes federativos.

Os Territórios Federais não são entes federativos. Essas autarquias territoriais integram a União, como mera divisão administrativo-territorial, sem autonomia política.

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Uma informação histórica: vale lembrar que na vigência da Constituição Federal pretérita (CF/1969), os Territórios Federais eram entes federados autônomos, e os municípios não. A atual Constituição Federal de 1988 inverteu tal situação: retirou a natureza de ente federado dos Territórios Federais e atribuiu essa condição aos municípios.

Gabarito: Item errado.

27. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Conforme jurisprudência do STF, apenas a União pode legislar sobre a anistia ou o cancelamento de infrações disciplinares de servidores estaduais e municipais.

Gabarito: item errado.

É competência exclusiva da União conceder anistia (CF, art. 22, XVII). Ademais, compete privativamente à União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I). Portanto, errada a questão.

Atenção! O Supremo Tribunal entende que a anistia de infrações disciplinares de servidores estaduais é competência do estado-membro. Só caracteriza competência da União quando se cuidar de anistia de crimes (competência federal privativa para legislar sobre Direito Penal).

28. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Lei complementar federal poderá autorizar os estados-membros a legislarem sobre pontos específicos das matérias inseridas no âmbito da competência legislativa privativa da União, sem prejuízo da retomada pela União, a qualquer tempo, da sua competência para legislar sobre o assunto objeto da delegação.

Gabarito: item certo.

Excelente questão. Trata-se de uma nota de aula em forma de exercício, e reproduz fielmente o espírito do art. 22, que trata da competência privativa da União para legislar sobre os assuntos nele inseridos.

Ao autorizar os estados-membros a legislarem sobre questões específicas daquelas matérias, a União não abandona sua competência, apenas abre mão dela pelo tempo que julgar conveniente.

Em primeiro lugar, tenha em mente que a repartição de competências é o ponto nuclear de um Estado Federado, sua essência, já que é o que garante a autonomia dos entes que o integram.

Assim, por exemplo, quando assegura ao município competência para tratar um assunto específico, a Constituição está garantindo, em relação a essa matéria, a autonomia desse ente federado.

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Podemos considerar que há dois modelos de repartição de competências: o modelo horizontal e o modelo vertical.

Na repartição horizontal, não há relação de subordinação entre os entes no exercício da competência. É dizer, naquelas matérias, os entes atuam em pé de igualdade (cada um com plena autonomia para exercer aquelas competências). É o caso das competências estabelecidas nos arts. 21, 22, 23, 25 e 30 da CF/88, em que não há ingerência de um ente na atuação do outro.

Na repartição vertical, ocorre uma relação de hierarquização no exercício da competência estabelecida pela Constituição. Os entes atuam sobre as mesmas matérias, mas têm níveis diferentes de poder no exercício daquelas competências. É o caso da chamada competência legislativa concorrente prevista no art. 24 da Constituição, como visto adiante.

Mas (você nos pergunta) me diga qual o critério utilizado pela Constituição para se afirmar que uma competência seria de um ou outro ente? Pois assim posso ter uma idéia de qual competência é de quem...

Podemos dizer que a Constituição Federal de 1988 adotou como diretriz geral, para repartir as competências, o princípio da predominância do interesse.

Ou seja, as matérias de interesse predominantemente local foram atribuídas aos municípios (ente federado local).

E as matérias de interesse predominantemente regional? Foram destinadas aos estados-membros (pois ele é o ente federado regional).

E as matérias de interesse predominantemente nacional? Ficaram nas mãos da União (pois ela é o ente federado nacional).

A predominância do interesse foi, portanto, o princípio adotado como regra para a repartição de competências pela Constituição Federal de 1988.

Atenção! Essa regra não é absoluta, pois há exceções. Por exemplo, a competência para a exploração do gás canalizado, embora seja assunto de interesse predominantemente local, foi outorgada aos estados, e não aos municípios (CF, art. 25, § 2º).

29. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Segundo a doutrina, ocorrendo conflito entre os entes da Federação no exercício da competência comum ou paralela, a solução se dará por meio do critério da preponderância de interesses, o que implica a prevalência do interesse da União, em face de sua superior posição, na relação hierárquica mantida com os estados e os municípios.

Gabarito: item errado.

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Cuidado! Questão capciosa, que pode levar você a raciocinar errado, o que o examinador adora fazer! Esqueça esse negócio de preponderância de interesse da União.

O que vale, para o nosso STF, é a interpretação à luz da Constituição. Assim, se o assunto for de interesse da União, será dela a competência; se for de interesse do Estado, será estadual e se for de interesse local, o art. 30, I, já prevê que a competência será dos municípios!

Para que você não esqueça mais, lembre-se de que o poder constituinte originário optou pela seguinte técnica:

• União → enumerou expressamente – competência enumerada expressa (art. 21 e 22);

• Municípios → enumerou expressamente – competência enumerada expressa (art. 30);

• Estados-membros → não enumerou expressamente, reservando a eles as competências que não lhes são vedadas na Constituição – competência não-enumerada ou remanescente (art. 25, § 1º).

Observe que, se, como regra, a Constituição não enumerou expressamente a competência dos estados, não se pode dizer que nenhuma competência foi outorgada a eles de forma expressa na Constituição. Afinal, é dos estados a competência para exploração do gás canalizado (CF, art. 25, § 2º), para a criação de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (CF, art. 25, § 3º), para a modificação dos limites territoriais dos municípios (CF, art. 18, § 4º), bem assim para organizar sua própria Justiça (CF, art. 125).

Outro aspecto é que, em se tratando de competência tributária (competência para instituir tributos), é a União que dispõe de competência residual (e não os estados!) para instituir novos impostos além daqueles discriminados na Constituição (CF, art. 154, I), bem assim para instituir novas contribuições de seguridade social (CF, art. 195, § 4º).

Já o Distrito Federal, recebeu as competências de interesse predominantemente local (municipais) e regional (estaduais), pois há vedação à sua divisão em municípios (CF, art. 32). Entretanto, você deve ter em mente que nem todas as competências dos estados foram atribuídas ao DF. Afinal, os incisos XIII e XIV do art. 21 estabelecem que compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

30. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Segundo entendimento do STF, compete privativamente à União legislar sobre custas dos serviços forenses.

Gabarito: Item errado.

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Trata-se de competência concorrente, explicitamente prevista no art. 24 da CF. Viu como é importante você ler e reler esses artigos? Isso é o que você encontrar na prova do MPU e de todas as outras que porventura se aventurar.

31. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Compete à União, aos estados e ao DF legislar concorrentemente sobre procedimentos em matéria processual. Uma lei estadual pode fixar prazo prescricional para a conclusão dos processos administrativos instaurados para apuração de falta grave no âmbito das execuções penais.

Gabarito: item errado.

Realmente, legislar sobre procedimentos em matéria processual é matéria de competência concorrente. Mas perceba que não é isso que diz a questão. Prazo prescricional de processo administrativo que diga respeito a execução penal, é matéria de competência do direito processual penal, competência portanto privativa da União. Cuidado com a palavra processo administrativo, pois esse processo está vinculado ao processo principal, de natureza penal.

Quanto à competência legislativa especificamente ligadas aos ramos do direito, lembre-se:

• Concorrente → TUPEF: Tributário, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Financeiro (art. 24);

• Privativa → Demais ramos do direito (art. 22)

Perceba que o art. 24 (competência concorrente) traz os ramos do direito vinculados às finanças, além das matérias relativas a orçamentos, custas dos serviços forenses e juntas comerciais (mas cuidado! Direito Comercial é da competência privativa da União, no art. 22).

Já quanto à competência material comum, perceba que as matérias listadas no art. 23 dizem respeito a temas como proteção do meio ambiente, saúde, educação, patrimônio histórico, acesso à cultura, combate à pobreza, construção de moradias, ou seja, como costumo dizer em sala, tudo o que “dá vontade de chorar” ou que tem um apelo social relevante. Seguindo esse raciocínio, encontramos apenas dois incisos desse artigo que não se enquadram nessas características e que, claro, são cobrados com força em prova:

• XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

• XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito;

Não confunda o inciso XI do art. 23 (competência material comum) com o inciso XII do art. 21 (competência material exclusiva da União),

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que trata da exploração direta ou indireta dos serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água e nem com a competência legislativa privativa da União (art. 22) para dispor sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia.

Outra dica. Da mesma forma, os assuntos tratados no art. 24 (concorrência legislativa concorrente) trazem, em grande parte, aquelas matérias de apelo social relevante da competência material comum (art. 23), como meio ambiente, educação, cultura, desporto, saúde, assistência jurídica, proteção à infância e juventude etc.

32. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) De acordo com o posicionamento do STF, a fixação de tempo razoável de espera dos usuários dos serviços de cartórios constitui matéria relativa à disciplina dos registros públicos, inserida na competência legislativa privativa da União.

Gabarito: item errado.

Interessante questão, que diz respeito à fixação de parâmetros para o correto atendimento de usuários de serviços públicos. Guarde uma coisa: não só cartórios, mas bancos, repartições públicas em geral, hospitais, tudo isso diz respeito ao atendimento do cidadão-cliente, no linguajar da nova administração pública. Todos os facilitadores, tempo de espera em fila, fila para idosos, cadeiras, itens de conforto e segurança, dizem respeito à competência local. Portanto, o município poderá legislar sobre esses assuntos.

O STF entende que tempo de espera dos usuários de serviços notariais não diz respeito à disciplina dos registros públicos, mas sim do atendimento ao cidadão, assunto de interesse local. (dentre outros, o (RE 397.094, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

33. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Compete privativamente à União legislar sobre normas de organização, efetivos, material bélico e garantias, convocação e mobilização das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares, bem como sobre normas de organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

Gabarito: item certo.

É o que se depreende da leitura do art. 22, XXI da CF/88. Agora, preste atenção e não confunda essa competência com a competência concorrente do art. 24, XVI:

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

É isso o que a banca quer: fazer você escorregar! Fique esperto.

34. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) As matérias de competência privativa da União podem ser delegadas por meio de lei complementar que autorize os estados a legislar sobre temas específicos nela previstos.

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Gabarito: Item certo.

Essa matéria é bastante cobrada e vem sendo repetidamente reproduzida nas provas do CESPE.

Como vimos na questão anterior, trata-se da competência privativa do art. 22, cujas matérias podem ser delegadas aos Estados por meio de lei complementar.

Lembre-se: foram ainda criadas as seguintes competências:

I) competência administrativa comum – outorgando-a a todos os entes federados (art. 23) – caso de competência administrativa em que os entes atuam com igualdade de condições (atuação paralela, sem subordinação);

II) competência legislativa concorrente – apenas entre a União, os estados e o Distrito Federal (art. 24).

Quanto a essa última, trata-se de competência importantíssima para concursos públicos. A competência legislativa concorrente está disciplinada no art. 24 da CF/88. Observe, logo de início, o primeiro detalhe: concorrem a União, estados e DF (municípios não).

I) Competência para União, estados e DF legislarem sobre determinados temas, mas não em condições de igualdade (modelo vertical, em que há certa hierarquização).

II) União → estabelece normas gerais, o que não exclui a competência suplementar dos Estados.

III) Estados-membros → podem suplementar as normas gerais expedidas pela União, desde que não as contrariem.

IV) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Entretanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Atenção! Nesse último caso a superveniência de lei federal suspende (e não revoga) a eficácia da lei estadual. Assim, se a União resolver revogar a sua lei federal de normas gerais, a lei estadual, até então com a eficácia suspensa, volta automaticamente a produzir efeitos.

Em suma, funciona assim a competência concorrente.

A União edita lei de normas gerais. Os estados e DF suplementam essa legislação (de acordo com as diretrizes exaradas nas normas gerais da União), editando normas específicas para atender às suas peculiaridades.

Enquanto não houver normas gerais, a competência dos estados-membros é plena. Caso venham a ser editadas as normas gerais da União em momento posterior, elas suspendem a eficácia daqueles dispositivos das normas dos estados que as contrariem.

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Por fim, vale comentar que a competência concorrente não inclui os municípios. Entretanto, compete aos municípios suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (CF, art. 30, II).

Cabe comentar ainda alguns detalhes.

Em primeiro lugar, as competências da União estão previstas no art. 21 e no art. 22 da CF/88.

No art. 21, estão estabelecidas as competências administrativas (de competência exclusiva da União, portanto indelegável).

No art. 22, estão estabelecidas as competências legislativas (de competência privativa da União, portanto delegável). É dizer, são listados temas sobre os quais compete à União legislar.

Competências da União: a) Privativa → legislativa e delegável (art. 22)

b) Exclusiva → administrativa e indelegável (art. 21)

Quanto à competência privativa, vale destacar que pode ser que os estados e DF (municípios não) venham a legislar sobre questões específicas relacionadas às matérias listadas no art. 21. Para isso, é necessário que a União delegue essa competência por lei complementar (CF, art. 22, parágrafo único).

Esse detalhe é importante. A delegação deverá ser, apenas, para tratar de questões específicas e não sobre uma das matérias da competência privativa da União em geral. Assim, por exemplo, a autorização não poderá ser para legislar sobre direito civil (em geral), mas apenas para legislar sobre questões específicas no âmbito do direito civil.

Vale ressaltar que a União não poderá realizar essa delegação a apenas um, ou apenas a alguns estados-membros, pois isso ofenderia a isonomia federativa, segundo a qual é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios criar preferências entre si (CF, art. 19, III). É dizer, a União pode delegar essas competências, mas se o fizer será em favor de todos os estados e do Distrito Federal, sem criar nenhuma distinção entre estes entes federados.

35. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) É competência privativa da União legislar sobre orçamento, podendo lei complementar federal autorizar os estados e os municípios a legislar sobre questões específicas relacionadas com o tema.

Gabarito: item errado.

Lembre-se meu amigo: TUPEF (tributário, urbanístico, penitenciário, econômico e financeiro) e tudo o mas que disser respeito a grana, dinheiro e orçamentos, é de competência concorrente do art. 24, à exceção, é claro, de moeda, sistema monetário, política de crédito e afins, pois ninguém imagina o Estado legislando sobre esses temas.

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36. (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as entidades componentes do Estado federal é o da predominância do interesse, segundo o qual à União caberão aquelas matérias e questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos estados tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos municípios concernem os assuntos de interesse local. José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2005, p. 478 (com adaptações). Com referência ao texto acima e com base na CF, assinale a opção correta.

a) A CF enumerou, expressamente, as competências administrativas dos estados-membros.

b) Ao DF são atribuídas apenas as competências legislativas reservadas aos estados.

c) A CF conferiu à União diversas competências administrativas, sendo a sua principal característica a delegabilidade a outros entes federativos.

d) Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte. Entretanto, diante de interesse local, a União pode delegar esta competência legislativa, por meio de lei complementar, a apenas um estado-membro da Federação.

e) A CF enumerou as competências administrativas e legislativas dos municípios.

Gabarito: item “E”.

A alternativa “a” está errada, pois aos estados foi atribuída a chamada competência remanescente (CF, art. 25, § 1º).

A alternativa “b” está errada porque ao Distrito Federal foram atribuídas as competências estaduais e municipais (art. 32, § 1º). Lembre-se, de qualquer forma, que nem todas as competências dos estados foram atribuídas ao DF. Segundo o os incisos XIII e XIV do art. 21, compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.

A alternativa “c” está errada. As competências atribuídas à União estão nos arts. 21 e 22 da CF/88. O art. 21 apresenta as diversas competências administrativas, materiais, atribuídas à União (a chamada competência exclusiva). Essas competências têm como principal característica a indelegabilidade.

A alternativa “d” está errada. O art. 22 apresenta as competências legislativas (a chamadas competências privativas). Essas competências podem ser delegadas aos estados e ao DF por meio de lei complementar (ao contrário da competência exclusiva).

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Assim, realmente compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (art. 22, XI), competência essa que pode, mediante lei complementar, ser delegada aos estados para o trato de questões específicas (art. 22, parágrafo único). Todavia, entende-se que a União não poderá realizar essa delegação a apenas um, ou apenas a alguns estados-membros. Como comentado, isso ofenderia a isonomia federativa, contrariando o dispositivo segundo o qual é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios criar preferências entre si (CF, art. 19, III).

A alternativa “e” está certa, pois a Constituição Federal enumerou expressamente as competências dos municípios (tanto administrativas, como legislativas).

37. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) No âmbito da competência concorrente, a superveniência da lei geral pela União suspende e não revoga a lei estadual já editada, no que lhe for contrário, de forma que revogada a lei geral da União, a lei estadual suspensa volta a viger.

Na competência legislativa concorrente, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

A questão está correta, pois a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual (e não revoga), no que lhe for contrário.

A diferença é que, se a União resolver revogar a sua lei federal de normas gerais, a lei estadual, que estava com a eficácia suspensa, volta a produzir efeitos.

Item certo.

38. (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) Somente por lei complementar a União poderá autorizar os estados a legislar a respeito de questões específicas da sua competência privativa.

De acordo com o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal, lei complementar poderá autorizar os estados a legislar sobre questões específicas das matérias da competência privativa da União.

Item certo.

39. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) O DF, por deter competência normativa relativa aos estados e municípios, poderá, legitimamente, editar ato normativo que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios.

Nesse assunto de repartição de competências, há bastante jurisprudência do STF, como veremos. Bem, o entendimento a que esta questão se refere você não pode errar. Afinal, há súmula vinculante sobre ele:

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Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

A edição dessa súmula surgiu do fato de que muitos estados vinham editando leis próprias instituindo e disciplinando loterias estaduais, jogos de bingos e outros tipos de jogos e sorteios oficiais; contrariando o art. 22, XX da CF/88, segundo o qual compete à União legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios.

Item errado.

40. (CESPE/ANALISTA/DIREITO/2008) Os estados podem, por meio de lei, anistiar seus servidores de ilícitos penais praticados contra a administração pública estadual.

É competência exclusiva da União conceder anistia (CF, art. 22, XVII). Ademais, compete privativamente à União legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I). Portanto, errada a questão.

Como vimos, o STF entende que a anistia de infrações disciplinares de servidores estaduais é competência do estado-membro.

Entretanto, caso se caracterize como ilícito penal, aí sim a competência seria a União, conforme já definido no art. 22 e confirmado pelo STF.

Item errado.

41. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Lei municipal que obrigue a instalação, em estabelecimento bancário, de equipamentos de segurança é considerada constitucional, pois aborda um assunto de interesse eminentemente local.

Jurisprudência batida e rebatida do STF. Observe que se o assunto diz respeito a interesse local a competência é dos municípios.

Guarde os seguintes detalhes sobre as competências municipais:

I) “é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.” (Súmula 645)

II) cabe à União (e não ao município!) a competência para a fixação do horário de funcionamento de agências bancárias, tendo em vista que o tema extrapola o interesse meramente local.

III) por outro lado, cabe aos municípios legislar sobre qualidade de atendimento aos clientes, inclusive de instituições bancárias (instalação de equipamentos de segurança, tempo máximo de espera na fila etc.).

Item certo.

42. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) A vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária é inconstitucional.

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Segundo a jurisprudência do STF, é inconstitucional, por ofensa à autonomia federativa, a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. Esse assunto foi sumulado pela nossa Corte:

“É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária” (Súmula nº 681).

Item certo.

43. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) Se determinado município Y editar lei que proíba a instalação de nova farmácia a menos de 500 metros de estabelecimento da mesma natureza, tal lei será considerada inconstitucional, pois a norma exorbita de sua competência para o zoneamento da cidade, afrontando princípios constitucionais como a livre concorrência, a defesa do consumidor e a liberdade do exercício das atividades econômicas, que informam a ordem econômica consagrada pela Constituição Federal brasileira.

Outra questão que cobra o conhecimento de súmula do STF:

“Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área” (Súmula nº 646).

Item certo.

44. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Compete à União explorar diretamente, na forma da lei, ou mediante concessão, os serviços de gás canalizado.

Trata-se de uma das poucas competências enumeradas dos estados-membros. Segundo o art. 25, § 2º, compete aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação

Item errado.

45. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com entendimento do STF, é inconstitucional lei estadual que disponha sobre aspectos relativos ao contrato de prestação de serviços escolares ou educacionais, por se tratar de matéria inserida na esfera de competência privativa da União.

É inconstitucional norma do Estado ou do Distrito Federal sobre obrigações ou outros aspectos típicos de contratos de prestação de serviços escolares ou educacionais.

Segundo o STF, leis que versam sobre contraprestação de serviços educacionais têm natureza das normas que regem contratos. Ou seja, trata-se de tema próprio do âmbito de direito civil.

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Assim, norma estadual que disponha sobre esse assunto está usurpando a competência privativa da União; ofendendo o art. 22, I, da CF/88.

Item certo.

46. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Para o STF, é inconstitucional norma inserida no âmbito de constituição estadual que outorgue imunidade formal, relativa à prisão, ao chefe do Poder Executivo estadual, por configurar ofensa ao princípio republicano.

Outro tema batido em concursos públicos. Dentre as diversas imunidades de que dispõe o chefe do Poder Executivo federal, a Constituição do estado só pode estender ao Governador uma delas: a necessidade de autorização do poder legislativo para que ele possa ser responsabilizado criminalmente (CF, art. 86, caput).

Item certo.

47. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A CF atribui à União a competência tributária residual, permitindo-lhe instituir, mediante lei ordinária específica, outros impostos além dos arrolados em sua esfera de competência, desde que esses impostos não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos arrolados na CF e sejam não cumulativos.

Para esse assunto (organização do Estado e repartição de competências), o importante é você ter em mente aquilo que comentamos: apesar da competência remanescente ser dos estados-membros, compete à União a chamada competência tributáriaresidual.

Assim, nos termos do art. 154, I da CF/88, a União poderá instituir novos impostos, mediante lei complementar, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição. Bem, mas esse detalhe é mais específico do assunto Sistema Tributário Nacional.

Item errado.

48. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/AL/2009) Segundo entendimento do STF, é constitucional lei estadual que estabelece o dever dos municípios de transportar, da zona rural para a sede do município, alunos carentes matriculados no ensino fundamental, tendo em vista a competência municipal para atuar prioritariamente no ensino fundamental.

O STF considerou inconstitucional, por afronta à autonomia municipal, artigo da Constituição do Ceará que impunha aos Municípios ao encargo de transportar da zona rural para a sede do Município, ou Distrito mais próximo, alunos carentes matriculados a partir da 5º série do ensino fundamental (ADI 307, voto do Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-2-08).

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Entendeu-se que haveria ali indevida ingerência na prestação de serviço público municipal, com reflexos diretos nas finanças locais.

Item errado.

49. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O estado-membro tem competência para estabelecer, desde que na constituição estadual, regras de imunidade formal e material aplicáveis a vereadores.

De acordo com o STF, o Estado-membro não tem competência para estabelecer regras de imunidade formal e material aplicáveis a Vereadores. Isso porque a Constituição Federal atribui à União a competência de legislar sobre Direito Penal e Processual Penal. (ADI 371/SE , Rel. Min. Maurício Corrêa, 23/04/2004).

Item errado.

50. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF considera inconstitucional, por invasão da competência da União para dispor sobre trânsito e transporte, lei estadual que autorize o Poder Executivo do estado a apreender e desemplacar veículo de transporte coletivo encontrado em situação irregular.

Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI). Entretanto, o STF considerou constitucional lei estadual que autorizava o Poder Executivo a apreender e desemplacar veículos de transporte coletivo de passageiros encontrados em situação irregular. No caso, entendeu-se que essa natureza de norma insere-se no poder de polícia do Estado e não na competência de legislar sobre trânsito e transporte de forma geral. (ADI 2.751, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 31-8-05).

Item errado.

51. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Compete exclusivamente à União legislar acerca da responsabilidade por dano ao meio ambiente.

É meu amigo, se você errou essa, isso não dá pra perdoar!

As competências exclusivas são materiais e não legislativas, ok?

Em realidade, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente (CF, art. 24, VIII).

Aqui vai uma dica: são muitas as competências para você memorizar. Como concurseiros, sabemos bem que o difícil mesmo é saber diferenciar o campo da competência privativa da União (art. 22) com o da competência concorrente (art. 24).

Isso porque as competências exclusivas (art. 21) e comuns (art. 23) são materiais e não legislativas. E a diferença entre essas duas não é tão complicada.

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Temas gerais como: zelar pela guarda da Constituição, conservar o patrimônio público, proteger o meio ambiente, preservar as florestas; são exemplos de competências de todos os entes (veja como são assuntos bem comuns e gerais).

Já assuntos como: manter relações com Estados estrangeiros, declarar a guerra e celebrar a paz, decretar intervenção federal, emitir moeda; são exemplos de competências exclusivas (materiais) da União.

Portanto, minha sugestão é a de que você guarde apenas aquelas expressas no art. 24 (competências concorrentes). Faça uma lista e memorize essas competências. Assim, caso venha uma questão cobrando competência legislativa fora daquelas do art. 24 (competência concorrente), você poderá marcar que é competência privativa da União.

Além disso, vale a pena conhecer os arts. 25 e 30 da CF/88 (que são bem pequenos).

Item errado.

52. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Os estados-membros não possuem competência para explorar nem regulamentar a prestação de serviços de transporte intermunicipal, por se tratar de matéria de interesse local.

É de se observar que dentro da repartição de competências estabelecida pela Constituição coube aos Estados a denominada competência remanescente (art. 25, § 1°).

A questão traz um ótimo exemplo para explicar melhor essa competência: o serviço de transporte.

De acordo com o art. 30, V da CF/88, compete aos municípiosorganizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

Já no art. 21, XII, “e”, a CF/88 atribui à União a competência de explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.

Observe que quanto ao transporte intermunicipal foi silente a nossa Carta Maior. Diante desses comandos constitucionais e a natureza remanescente da competência dos estados (art. 25, § 1°), concluiu o STF restar aos estados-membros explorar e regulamentar o serviço de transporte intermunicipal. E o mais interessante! Veja como esse exemplo (transporte público de passageiros) demonstra bem o critério da predominância do interesse.

I) O transporte coletivo, dentro do município, tem interesse meramente local: competência dos municípios.

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II) O transporte entre municípios (intermunicipal) extrapola o interesse local, e é de interesse regional: competência estadual.

III) O transporte entre estados (interestadual) ou internacional já apresenta um caráter de interesse nacional: competência da União.

Item errado.

53. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) A definição dos crimes de responsabilidade é competência legislativa privativa da União, assim como o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento destes.

Segundo entendimento consolidado do STF, compete privativamente à União legislar sobre crime de responsabilidade, pois se trata de legislar sobre direito penal (CF, art. 22, I):

“São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento” (Súmula 722).

Item certo.

54. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) São bens da União as terras devolutas.

Os bens da União estão explícitos no art. 20 da CF/88. Assim, não se pode afirmar serem todas as terras devolutas bens da União. Nos termos do art. 20, II, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei.

Item errado.

55. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Por constituírem a medida do modelo federativo brasileiro, os dispositivos constitucionais que disciplinam a competência legislativa, são considerados implicitamente pétreos, e por isso não podem ser modificados por emenda constitucional.

Os dispositivos que disciplinam a repartição de competências entre os entes federativos poderiam ser alterados por emendas. O que não seria admitida seria uma alteração na repartição de competências como um todo, capaz de colocar em xeque a própria federação.

Item errado.

56. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Conforme a jurisprudência do STF, os estados-membros, em razão de sua autonomia político-administrativa, não estão obrigados a seguir compulsoriamente as regras básicas do processo legislativo federal, como, por exemplo, aquelas que dizem respeito à iniciativa reservada de lei ou aos limites do poder de emenda parlamentar.

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As regras básicas do processo legislativo previstas na CF/88 são de observância obrigatória para estados e municípios. Isso inclui os tipos de espécie normativas (CF, art. 59); os procedimentos de aprovação; as hipóteses de iniciativa privativa; deliberações; vedações etc.

Item errado.

57. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Na medida em que as autoridades e órgãos da União representam a República Federativa do Brasil nos atos e relações de âmbito internacional, a União é o único ente federativo que possui personalidade jurídica de direito internacional.

Compete à União manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais (CF, art. 21, I). Todavia, não faça confusão entre a República Federativa do Brasil (RFB) e a União. A RFB é que é o Estado federal, o todo, pessoa jurídica de direito público internacional. A União é pessoa jurídica de direito público interno.

Item errado.

58. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Os municípios detêm competência para legislar sobre a distribuição de gás canalizado, o que é conseqüência de sua atribuição para dispor acerca da concessão para exploração desse tipo de gás.

Compete aos estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação (CF, art. 25, § 2º).

Item errado.

59. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) A maior parte da competência legislativa dos estados membros está explicitamente enunciada no texto constitucional, cabendo aos municípios, como regra, os poderes ditos remanescentes ou residuais.

Compete aos estados a competência remanescente, na medida em que são reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas pela Constituição (CF, art. 25, § 1º).

Item errado.

60. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) O DF não dispõe da capacidade de auto-organização, já que não possui competência para legislar sobre organização judiciária, organização do MP e da Defensoria Pública do DF e dos Territórios.

Podemos dizer que no regime federal, a autonomia dos estados-membros caracteriza-se pela sua capacidade de (i) auto-organização e autolegislação (tem base no art. 25, caput); (ii) autogoverno (baseado nos arts. 27, 28 e 125) e de (iii) auto-administração (art. 25, §§ 1° a 3°).

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Diante disso, a competência de auto-organização relaciona-se com a elaboração das Constituições estaduais. A capacidade de autogoverno é que outorga competência aos estados-membros para organizar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Também ao DF, a Constituição assegurou essa tríplice capacidade garantidora de autonomia.

A questão se refere ao art. 21, XIII, segundo o qual compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios.

De qualquer forma, não há que se falar nem em inexistência de autogoverno no caso do DF. Apesar de não organizar sua justiça, MP e Defensoria, sua capacidade de autogoverno materializa-se na competência do DF de eleger seu governador (executivo) e deputados distritais (legislativo).

Item errado.

61. (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/CBMDF/2007) A intervenção estadual nos municípios tem a mesma característica de excepcionalidade que a intervenção federal, cabendo, única e exclusivamente, aos estados-membros intervir nos municípios, salvo nos casos de municípios localizados em territórios federais, quando, então, será a própria União que concretizará a hipótese interventiva.

Em determinadas situações excepcionais, a Constituição possibilita que essa autonomia política seja afastada temporariamente, por meio da intervenção de um ente (maior) sobre o outro (menor).

Portanto, em nosso país, só a União e os estados-membros podem ser sujeitos ativos de intervenção. Os estados-membros podem intervir sobre os municípios situados em seus territórios (CF, art. 35). E a União pode intervir nos estados-membros/DF (CF, art. 34) e nos municípios localizados em territórios (CF, art. 35), tendo em vista que a Constituição não prevê intervenção federal em municípios localizados em estados-membros.

A intervenção funciona como medida última para estabelecer o respeito à Constituição Federal. Assim, pode ser considerada um meio de controle de constitucionalidade.

A União não pode intervir em municípios localizados em estados-membros. Pode sim intervir em município localizado em territórios federais.

Gabarito: Item certo.

62. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) A União não pode intervir em municípios, exceto quando a intervenção ocorrer em município localizado em territórios federais.

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Intervenção federal em um município? Só se ele estiver localizado em um território.

Item certo.

63. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com a jurisprudência, é da competência do STF o julgamento do pedido de intervenção federal por falta de cumprimento de decisão judicial proferida pela justiça do trabalho, mesmo quando referida decisão não contiver matéria de cunho constitucional.

Gabarito: item certo.

Se a ordem ou decisão for da justiça federal ou da justiça estadual, a competência só será do STF se estiver envolvida matéria constitucional. Ao contrário, caso envolva apenas questões legais, a requisição competirá ao STJ. Deixe-me demorar um pouco mais aqui nos cometários.

As possibilidades de intervenção se dividem em:

Espontânea - Nesses casos, o chefe do executivo age de ofício, discricionariamente, efetivando a medida diretamente. As situações que ensejam essa medida são:

a) manter a integridade nacional (CF, art. 34, I);

b) repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra (CF, art. 34, II);

c) pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (CF, art. 34, III);

d) reorganizar as finanças da unidade da Federação que: (i) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; ou (ii) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei (CF, art. 34, V).

Entenda bem, nos casos acima, a iniciativa do chefe do executivo não depende de nenhum órgão.

Além desses casos, temos a chamada intervenção provocada, quando a medida depende da provocação de algum outro órgão ao qual a Constituição conferiu essa competência. Nesses casos, a provocação poderá se dar por solicitação ou requisição.

Provocada por solicitação – Na situação prevista no art. 34, IV da CF/88 (garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação), caso o poder impedido seja o Executivo ou o Legislativo, a a intervenção dependerá de solicitação desse poder. Por exemplo, se o poder coagido for o Legislativo estadual, caberá a ele solicitar ao Presidente da República a intervenção federal naquele estado. Nesse caso, o Presidente poderá ou não atender ao pedido (trata-se de solicitação).

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Provocada por requisição – Podemos listar os seguintes casos como sendo de requisição (em todos esses casos só haverá intervenção se houver a provocação de um desses órgãos, lembrando que não haverá discricionariedade na atuação do Presidente, que, quando requisitado, está obrigado a promover a intervenção):

a) para garantir o livre exercício do Poder Judiciário nas unidades da Federação (CF, art. 34, IV) – caso em que a competência para a requisição será do STF;

b) para prover a execução de ordem ou decisão judicial (CF, art. 34, VI) – caso em que a intervenção dependerá de requisição feita pelos seguintes tribunais superiores, de acordo com a natureza da ordem descumprida: (i) TSE, no caso de descumprimento de ordem ou decisão da Justiça eleitoral; (ii) STJ, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do próprio STJ; e (iii) STF, no caso de descumprimento de ordem ou decisão do próprio STF, da justiça do trabalho ou da justiça militar;

(Um detalhe importante é que se o descumprimento for de ordem ou decisão da justiça federal ou estadual, a competência para requisição será do STJ, exceto se envolver matéria constitucional, caso em que a competência para a requisição será do STF)

c) para garantir a execução de lei federal (CF, art. 34, VI) e no caso de ofensa aos princípios sensíveis (CF, art. 34, VII) – caso em que a intervenção dependerá de representação interventiva do Procurador-Geral da República perante o STF (CF, art. 36, III).

E o que são os tais “princípios sensíveis”, capazes de acarretar intervenção federal, caso não sejam respeitados?

Bem, eles estão listados no art. 34, VII da CF/88:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

O decreto de intervenção será expedido pelo Presidente da República, nomeará o interventor e especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução da medida. Até porque se trata de medida excepcional e temporária. De se destacar que, cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos retornam, salvo impedimento legal.

Ademais, esse decreto será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e

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quatro horas. Nesse caso, estando o Congresso em período de recesso, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

Segundo a Constituição, dispensa-se essa análise posterior do Congresso nos casos em que a intervenção teve por finalidade: (i) prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (CF, art. 34, VI); e (ii) assegurar a observância dos princípios sensíveis (CF, art. 34, VII).

Veja que são casos em que a intervenção se deu de forma provocada por requisição. É intuitivo que o controle político do Congresso não faz muito sentido naquelas ocasiões em que o ato do presidente limitou-se a obedecer a requisição feita pelo Poder Judiciário (ou seja, naqueles casos em que a sua atuação do presidente foi vinculada).

Nesse sentido, parte da doutrina considera que não haveria controle do Congresso também no caso de intervenção provocada por requisição do STF para garantir o livre exercício do Poder judiciário nas unidades da Federação. Entretanto, esse entendimento não é pacífico tendo em vista que a Constituição dispensa expressamente o controle político do Congresso apenas nos casos do art. 34, VI e VII.

Esquematizando:

64. (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/SEGER/ES/2007) Se determinado estado da Federação recusar-se a executar os ditames de uma lei federal, o presidente da República pode decretar a intervenção direta nesse estado.

Nesse caso, trata-se de intervenção provocada. Ou seja, não poderia o Presidente decretar diretamente a intervenção, sem ser requisitado a partir de ação impetrada pelo Procurador Geral da República no STF.

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Item errado.

65. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2004) A decretação de intervenção da União no estado que suspender, sem motivo de força maior, o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos tem por pressuposto o provimento pelo STF de representação proposta pelo procurador-geral da República.

Se você não acertou, dê uma olhada no esquema apresentado logo acima. A situação apresentada pela questão (suspensão, sem motivo de força maior, do pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos) é hipótese de intervenção espontânea, em que o chefe do Executivo pode baixar o decreto interventivo por sua própria iniciativa. Discricionariamente, e sem depender da iniciativa de qualquer outro órgão (CF, art. 34, V, a).

Item errado.

66. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A decretação de intervenção da União nos estados para assegurar a observância da prestação de contas da administração pública, direta ou indireta, independerá de provimento, pelo STF, de representação do procurador-geral da República.

A prestação de contas da administração pública, direta ou indireta configura um princípio sensível (CF, art. 34, VII). E a intervenção federal por ofensa a princípio sensível depende de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República. A chamada “representação interventiva” ou “ADI interventiva”.

É importante conhecer quais são os princípios sensíveis:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Item errado.

67. (CESPE/PROCURADOR DE 1ª CATEGORIA/PROCURADORIA-GERAL DO AMAPÁ/2006) A validade de decreto presidencial de intervenção em estado da Federação, com o objetivo de pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, independe de prévia autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

De fato, trata-se de intervenção espontânea (CF, art. 34, III), em que a intervenção independe de provocação de outro órgão.

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Item certo.

68. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) A recusa de um estado da Federação em cumprir o que prescreve uma lei federal pode justificar uma intervenção da União no estado, por meio de representação do procurador-geral da República perante o Superior Tribunal de Justiça.

A questão apenas trocou o órgão competente do Poder Judiciário. Nesse caso, a decretação da intervenção federal (no caso de recusa a execução de lei federal) depende de provimento, pelo STF, de representação do PGR.

Item errado.

(CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) “É lamentável que o constituinte não tenha aproveitado a oportunidade para atender ao que era o grande clamor nacional no sentido de uma revitalização do nosso princípio federativo. O Estado brasileiro na nova Constituição ganhou níveis de centralização superiores à maioria dos Estados que se consideram unitários e que, pela via de uma descentralização por regiões ou por províncias, consegue um nível de transferência das competências, tanto legislativas quanto de execução, muito superior àquele alcançado pelo Estado brasileiro. Continuamos, pois, sob uma Constituição eminentemente centralizadora, e se alguma diferença existe relativamente à anterior é no sentido de que este mal (para aqueles que entendem ser um mal) agravou-se sensivelmente.”

Tendo por referência inicial o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito do sistema federativo brasileiro.

69. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) A intervenção federal representa elemento de estabilização da ordem normativa prevista na CF, mas representa também a própria negação, ainda que transitória, da autonomia reconhecida aos estados-membros pela CF.

Se, por um lado, a intervenção funciona como última tentativa de se estabelecer a ordem constitucional, ela também configura um afastamento (ainda que temporário) na autonomia local.

Item certo.

70. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) A inobservância, pelos estados, dos denominados princípios constitucionais sensíveis configura um ilícito constitucional de dupla conseqüência. De um lado, haverá uma conseqüência de caráter estritamente político-administrativo, qual seja, a ilegitimidade constitucional do ato do poder público local; de outro, haverá uma conseqüência de natureza jurídica, consistente na possibilidade de decretação de intervenção federal no estado-membro.

Realmente configura um ilícito de dupla conseqüência:

a) uma de natureza estritamente jurídica → invalidade do ato; e

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b) uma de caráter político-administrativo → afastamento temporário da autonomia local.

Item errado.

71. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) O dever de cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário, sobretudo nos casos em que a condenação judicial tem por destinatário o próprio poder público, muito mais do que simples incumbência de ordem processual, representa uma obrigação institucional a que não se pode subtrair o aparelho de Estado, sob pena de grave comprometimento dos princípios consagrados no texto da CF. A desobediência a ordem ou decisão judicial pode gerar, no sistema jurídico brasileiro, gravíssimas conseqüências na esfera institucional, com a decretação de intervenção federal nos estados-membros.

Como vimos, a desobediência a uma ordem judicial pode sim ocasionar a decretação de intervenção federal.}

Item certo.

72. (CESPE/Juiz/Federal/Substituto/1ª/Região/2009) De acordo com a jurisprudência, é da competência do STF o julgamento do pedido de intervenção federal por falta de cumprimento de decisão judicial proveniente da justiça do trabalho, ainda que a matéria objeto da decisão não apresente conteúdo constitucional.

Segundo o STF, decisões judiciais não acatadas pelo estado-membro, oriundas da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar, ainda que versem sobre matéria infraconstitucional, atraem a competência do Supremo Tribunal Federal e não do STJ, para o julgamento do pedido de intervenção federal.

Gabarito: item certo.

Um grande abraço e até amanhã!

Lista de questões utilizadas nesta aula 1. (CESPE/Agente Penitenciário/SEJUS/ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República.

2. (CESPE/Advogado da União/AGU/2008) O Brasil adota o sistema de governo presidencialista, no qual o Poder Executivo é exercido de maneira monocrática, com as funções de chefe de Estado e de chefe de governo estando confiadas a um só agente político.

3. (CESPE/Agente Administrativo/MTE/2008) Assinatura de tratado internacional é função típica do chefe de Estado e não do chefe de governo.

4. (CESPE/Analista Judiciário/TJRJ/2008) A República é uma forma de Estado.

5. (CESPE/Analista Judiciário/TJRJ/2008) A federação é uma forma de governo.

6. (CESPE/Analista Judiciário/TJRJ/2008) A República Federativa do Brasil admite o direito de secessão, desde que esta se faça por meio de emenda à CF, com três

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quintos, no mínimo, de aprovação em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos.

7. (CESPE/AUFC/TCU/2009) No âmbito do federalismo cooperativo, os entes federados devem atuar de forma conjunta na prestação de serviços públicos. Para esse fim, a CF prevê os consórcios públicos e os convênios, inclusive autorizando a gestão associada desses serviços, com a transferência de encargos, serviços e até mesmo de pessoal e bens.

8. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) O federalismo brasileiro, quanto à sua origem, é um federalismo por agregação.

9. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) Estado unitário é aquele em que não ocorre a chamada descentralização administrativa à mercê do poder central.

10. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Decorre do princípio republicano a regra constitucional de que o mandato do presidente da República será de quatro anos.

11. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO /SEGER/ES/2008) A forma republicana pressupõe, modernamente, que o representante do governo seja eleito pelo povo, que este seja representado em câmaras ou assembléias populares e que os mandatos eletivos sejam temporários.

12. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) O parlamentarismo e o presidencialismo são formas de governo previstas no texto constitucional.

13. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República.

14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª REGIÃO/2009) A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos estados, dos municípios, do Distrito Federal e dos territórios.

15. (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS – DF/2007) O termo União designa entidade federal de direito público interno, autônoma em relação às unidades federadas. A União distingue-se do Estado federal, que é o complexo constituído da União, dos estados, do DF e dos municípios e dotado de personalidade jurídica de direito público internacional.

16. (CESPE/OFICIAL DE CHANCELARIA/MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES/2006) No Estado federal, cada componente da Federação detém soberania e autodeterminação para desempenhar relações de direito público internacional.

17. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) São bens da União as terras devolutas.

Os bens da União estão explícitos no art. 20 da CF/88. Assim, não se pode afirmar serem todas as terras devolutas bens da União. Nos termos do art. 20, II, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei.

18. (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS – DF/2007) Em razão da autonomia política dos entes federados, um estado-membro poderá, por lei estadual, criar vantagens e distinções, como isenções tributárias ou incentivos sociais diversos, em favor dos brasileiros nascidos naquele território em detrimento de brasileiros originários de outros estados.

19. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO DE 2ª CATEGORIA/2007) Na elaboração das normas locais, o poder constituinte decorrente deve respeitar o modelo de estruturação do Estado fixado pela CF.

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20. (CESPE/DIPLOMATA/ RIO BRANCO/2008) Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas dos estados e municípios.

21. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) São requisitos para que os estados se incorporem, se subdividam ou se desmembrem para se anexarem a outros ou para formarem novos estados a aprovação da população diretamente interessada, mediante plebiscito, e lei complementar estadual aprovada pela maioria absoluta das casas legislativas dos estados envolvidos.

22. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Não existem, na atualidade, territórios federais no Brasil. Nada impede, entretanto, que voltem a ser criados sob a forma de distritos federais, dotados de autonomia política, mas não administrativa e financeira, constituindo entes sui generis do Estado Federal.

23. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios devem preservar a continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano, serão feitos por lei estadual, obedecidos os requisitos de lei complementar estadual, e dependem de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações diretamente interessadas.

24. (CESPE/ANALISTA – ASSUNTOS JURÍDICOS/SERPRO/2004) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios, dentro do período determinado por lei complementar estadual, dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos estudos de viabilidade municipal, apresentados na forma da lei.

25. (CESPE/AUDITOR DAS CONTAS PÚBLICAS/TCE-PE/2004) Se, por hipótese, os estados de Pernambuco e de Alagoas decidissem fundir-se para gerar um novo estado, a justiça eleitoral deveria promover plebiscito entre as populações envolvidas e, no caso de aprovação, o resultado deveria ser enviado ao Congresso Nacional, para ser objeto de emenda constitucional, já que a fusão alteraria a estrutura federativa originalmente prevista na Constituição.

26. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) Os territórios federais são considerados entes federativos.

27. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Conforme jurisprudência do STF, apenas a União pode legislar sobre a anistia ou o cancelamento de infrações disciplinares de servidores estaduais e municipais.

28. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Lei complementar federal poderá autorizar os estados-membros a legislarem sobre pontos específicos das matérias inseridas no âmbito da competência legislativa privativa da União, sem prejuízo da retomada pela União, a qualquer tempo, da sua competência para legislar sobre o assunto objeto da delegação.

29. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Segundo a doutrina, ocorrendo conflito entre os entes da Federação no exercício da competência comum ou paralela, a solução se dará por meio do critério da preponderância de interesses, o que implica a prevalência do interesse da União, em face de sua superior posição, na relação hierárquica mantida com os estados e os municípios.

30. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Segundo entendimento do STF, compete privativamente à União legislar sobre custas dos serviços forenses.

31. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Compete à União, aos estados e ao DF legislar concorrentemente sobre procedimentos em matéria processual. Uma lei estadual pode fixar prazo prescricional para a conclusão dos processos administrativos instaurados para apuração de falta grave no âmbito das execuções penais.

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32. (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO 1ª REGIÃO/TRF 1ª REGIÃO/2010) De acordo com o posicionamento do STF, a fixação de tempo razoável de espera dos usuários dos serviços de cartórios constitui matéria relativa à disciplina dos registros públicos, inserida na competência legislativa privativa da União.

33. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) Compete privativamente à União legislar sobre normas de organização, efetivos, material bélico e garantias, convocação e mobilização das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares, bem como sobre normas de organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

34. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) As matérias de competência privativa da União podem ser delegadas por meio de lei complementar que autorize os estados a legislar sobre temas específicos nela previstos.

35. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE SE/2010) É competência privativa da União legislar sobre orçamento, podendo lei complementar federal autorizar os estados e os municípios a legislar sobre questões específicas relacionadas com o tema.

36. (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTOS/PCRN/2008) O princípio geral que norteia a repartição de competência entre as entidades componentes do Estado federal é o da predominância do interesse, segundo o qual à União caberão aquelas matérias e questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos estados tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos municípios concernem os assuntos de interesse local. José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 24.ª ed., 2005, p. 478 (com adaptações). Com referência ao texto acima e com base na CF, assinale a opção correta.

a) A CF enumerou, expressamente, as competências administrativas dos estados-membros.

b) Ao DF são atribuídas apenas as competências legislativas reservadas aos estados.

c) A CF conferiu à União diversas competências administrativas, sendo a sua principal característica a delegabilidade a outros entes federativos.

d) Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte. Entretanto, diante de interesse local, a União pode delegar esta competência legislativa, por meio de lei complementar, a apenas um estado-membro da Federação.

e) A CF enumerou as competências administrativas e legislativas dos municípios.

37. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) No âmbito da competência concorrente, a superveniência da lei geral pela União suspende e não revoga a lei estadual já editada, no que lhe for contrário, de forma que revogada a lei geral da União, a lei estadual suspensa volta a viger.

38. (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006) Somente por lei complementar a União poderá autorizar os estados a legislar a respeito de questões específicas da sua competência privativa.

39. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) O DF, por deter competência normativa relativa aos estados e municípios, poderá, legitimamente, editar ato normativo que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios.

40. (CESPE/ANALISTA/DIREITO/2008) Os estados podem, por meio de lei, anistiar seus servidores de ilícitos penais praticados contra a administração pública estadual.

41. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Lei municipal que obrigue a instalação, em estabelecimento bancário, de equipamentos de segurança é

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considerada constitucional, pois aborda um assunto de interesse eminentemente local.

42. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) A vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária é inconstitucional.

43. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) Se determinado município Y editar lei que proíba a instalação de nova farmácia a menos de 500 metros de estabelecimento da mesma natureza, tal lei será considerada inconstitucional, pois a norma exorbita de sua competência para o zoneamento da cidade, afrontando princípios constitucionais como a livre concorrência, a defesa do consumidor e a liberdade do exercício das atividades econômicas, que informam a ordem econômica consagrada pela Constituição Federal brasileira.

44. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Compete à União explorar diretamente, na forma da lei, ou mediante concessão, os serviços de gás canalizado.

45. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com entendimento do STF, é inconstitucional lei estadual que disponha sobre aspectos relativos ao contrato de prestação de serviços escolares ou educacionais, por se tratar de matéria inserida na esfera de competência privativa da União.

46. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Para o STF, é inconstitucional norma inserida no âmbito de constituição estadual que outorgue imunidade formal, relativa à prisão, ao chefe do Poder Executivo estadual, por configurar ofensa ao princípio republicano.

47. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A CF atribui à União a competência tributária residual, permitindo-lhe instituir, mediante lei ordinária específica, outros impostos além dos arrolados em sua esfera de competência, desde que esses impostos não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos arrolados na CF e sejam não cumulativos.

48. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/AL/2009) Segundo entendimento do STF, é constitucional lei estadual que estabelece o dever dos municípios de transportar, da zona rural para a sede do município, alunos carentes matriculados no ensino fundamental, tendo em vista a competência municipal para atuar prioritariamente no ensino fundamental.

49. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O estado-membro tem competência para estabelecer, desde que na constituição estadual, regras de imunidade formal e material aplicáveis a vereadores.

50. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF considera inconstitucional, por invasão da competência da União para dispor sobre trânsito e transporte, lei estadual que autorize o Poder Executivo do estado a apreender e desemplacar veículo de transporte coletivo encontrado em situação irregular.

52. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Os estados-membros não possuem competência para explorar nem regulamentar a prestação de serviços de transporte intermunicipal, por se tratar de matéria de interesse local.

53. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2006) A definição dos crimes de responsabilidade é competência legislativa privativa da União, assim como o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento destes.

54. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) São bens da União as terras devolutas.

Os bens da União estão explícitos no art. 20 da CF/88. Assim, não se pode afirmar serem todas as terras devolutas bens da União. Nos termos do art. 20, II, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei.

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55. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Por constituírem a medida do modelo federativo brasileiro, os dispositivos constitucionais que disciplinam a competência legislativa, são considerados implicitamente pétreos, e por isso não podem ser modificados por emenda constitucional.

56. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Conforme a jurisprudência do STF, os estados-membros, em razão de sua autonomia político-administrativa, não estão obrigados a seguir compulsoriamente as regras básicas do processo legislativo federal, como, por exemplo, aquelas que dizem respeito à iniciativa reservada de lei ou aos limites do poder de emenda parlamentar.

57. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) Na medida em que as autoridades e órgãos da União representam a República Federativa do Brasil nos atos e relações de âmbito internacional, a União é o único ente federativo que possui personalidade jurídica de direito internacional.

58. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 1ª REGIÃO/2008) Os municípios detêm competência para legislar sobre a distribuição de gás canalizado, o que é conseqüência de sua atribuição para dispor acerca da concessão para exploração desse tipo de gás.

59. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/PI/2009) A maior parte da competência legislativa dos estados membros está explicitamente enunciada no texto constitucional, cabendo aos municípios, como regra, os poderes ditos remanescentes ou residuais.

60. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) O DF não dispõe da capacidade de auto-organização, já que não possui competência para legislar sobre organização judiciária, organização do MP e da Defensoria Pública do DF e dos Territórios.

61. (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/CBMDF/2007) A intervenção estadual nos municípios tem a mesma característica de excepcionalidade que a intervenção federal, cabendo, única e exclusivamente, aos estados-membros intervir nos municípios, salvo nos casos de municípios localizados em territórios federais, quando, então, será a própria União que concretizará a hipótese interventiva.

62. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) A União não pode intervir em municípios, exceto quando a intervenção ocorrer em município localizado em territórios federais.

63. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com a jurisprudência, é da competência do STF o julgamento do pedido de intervenção federal por falta de cumprimento de decisão judicial proferida pela justiça do trabalho, mesmo quando referida decisão não contiver matéria de cunho constitucional.

64. (CESPE/ANALISTA JURÍDICO/SEGER/ES/2007) Se determinado estado da Federação recusar-se a executar os ditames de uma lei federal, o presidente da República pode decretar a intervenção direta nesse estado.

65. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2004) A decretação de intervenção da União no estado que suspender, sem motivo de força maior, o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos tem por pressuposto o provimento pelo STF de representação proposta pelo procurador-geral da República.

66. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A decretação de intervenção da União nos estados para assegurar a observância da prestação de contas da administração pública, direta ou indireta, independerá de provimento, pelo STF, de representação do procurador-geral da República.

67. (CESPE/PROCURADOR DE 1ª CATEGORIA/PROCURADORIA-GERAL DO AMAPÁ/2006) A validade de decreto presidencial de intervenção em estado da

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Federação, com o objetivo de pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, independe de prévia autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

68. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) A recusa de um estado da Federação em cumprir o que prescreve uma lei federal pode justificar uma intervenção da União no estado, por meio de representação do procurador-geral da República perante o Superior Tribunal de Justiça.

(CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) “É lamentável que o constituinte não tenha aproveitado a oportunidade para atender ao que era o grande clamor nacional no sentido de uma revitalização do nosso princípio federativo. O Estado brasileiro na nova Constituição ganhou níveis de centralização superiores à maioria dos Estados que se consideram unitários e que, pela via de uma descentralização por regiões ou por províncias, consegue um nível de transferência das competências, tanto legislativas quanto de execução, muito superior àquele alcançado pelo Estado brasileiro. Continuamos, pois, sob uma Constituição eminentemente centralizadora, e se alguma diferença existe relativamente à anterior é no sentido de que este mal (para aqueles que entendem ser um mal) agravou-se sensivelmente.”

Tendo por referência inicial o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito do sistema federativo brasileiro.

69. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) A intervenção federal representa elemento de estabilização da ordem normativa prevista na CF, mas representa também a própria negação, ainda que transitória, da autonomia reconhecida aos estados-membros pela CF.

70. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) A inobservância, pelos estados, dos denominados princípios constitucionais sensíveis configura um ilícito constitucional de dupla conseqüência. De um lado, haverá uma conseqüência de caráter estritamente político-administrativo, qual seja, a ilegitimidade constitucional do ato do poder público local; de outro, haverá uma conseqüência de natureza jurídica, consistente na possibilidade de decretação de intervenção federal no estado-membro.

71. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) O dever de cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário, sobretudo nos casos em que a condenação judicial tem por destinatário o próprio poder público, muito mais do que simples incumbência de ordem processual, representa uma obrigação institucional a que não se pode subtrair o aparelho de Estado, sob pena de grave comprometimento dos princípios consagrados no texto da CF. A desobediência a ordem ou decisão judicial pode gerar, no sistema jurídico brasileiro, gravíssimas conseqüências na esfera institucional, com a decretação de intervenção federal nos estados-membros.

72. (CESPE/Juiz/Federal/Substituto/1ª/Região/2009) De acordo com a jurisprudência, é da competência do STF o julgamento do pedido de intervenção federal por falta de cumprimento de decisão judicial proveniente da justiça do trabalho, ainda que a matéria objeto da decisão não apresente conteúdo constitucional.

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GABARITOS OFICIAIS 1) E 2) C 3) C 4) E 5) E 6) E 7) E 8) E 9) C 10) C 11) E 12) E 13) C 14) E

15) C 16) E

17) E 18) E 19) C 20) C 21) E 22) E 23) E 24) E 25) E 26) E 27) E 28) C 29) E

30) E 31) E 32) E 33) E 34) E 35) E 36) E 37) C 38) C 39) E 40) E 41) C 42) C 43) C 44) E

45) C 46) C 47) E 48) E 49) E 50) E 51) E 52) E 53) C 54) E 55) E 56) E 57) E 58) E 59) E

60) E 61) C 62) C 63) C 64) E 65) E 66) E 67) C 68) E 69) C 70) E 71) C 72) C