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CURSO PF E PRF 2012 INQUÉRITO POLICIAL TÍTULO II DO INQUÉRITO POLICIAL Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1º O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. Recurso administrativo. § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. Notitia Criminis. § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. A.P.PL.Condicionada

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CURSO PF E PRF 2012

INQUÉRITO POLICIAL

TÍTULO IIDO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. Recurso administrativo.

§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

Notitia Criminis.

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

A.P.PL.Condicionada

§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

- São exemplificativas

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

Exceto – crimes de transito

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II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

Não precisa ser todos, só apreende o que interessa.

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

- Se o ofendido não quiser ser ouvido?

Se for crime de A.P.PL.Incond. obrigatoriamente ele será ouvido, caso se recuse, será conduzido coercitivamente.

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

- O indiciado pode mentir.- As testemunhas não precisam ter presenciado o crime, só é preciso que elas tenham ouvido a leitura. São as chamadas testemunhas instrumentárias,

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

- Obrigatório quando o crime deixa vestígios.

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

- Passou a ser exceção.

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter .

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

- O indiciado não é obrigado a comparecer e nem é obrigado a participar.

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

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§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;IV - representar acerca da prisão preventiva.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior.

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

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CURSO PF E PRF 2012

INQUÉRITO POLICIAL

1. NOÇÕES GERAIS

- O IP surge como uma das atribuições da policia judiciária, que é a policia responsável para investigar o crime.- PERSECUTIO CRIMINIS - Toda essa atividade investigatória realizada pela polícia judiciária que tem o objetivo de fornecer elementos para o titular da acao penal, no caso de acao penal pública fornecer elementos de prova para o MP, no caso de privada para o ofendido. Ex: PF, PC.

Investigação – Polícia JudiciáriaAção Penal – Ministério Público.

2. CONCEITO

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO investigatório desenvolvido ou produzido pela policia judiciária com o objetivo de fornecer elementos de prova de autoria e materialidade para embasar a futura ação penal.

- O IP NÃO É PRESIDIDO PELO JUIZ e sim pelo delegado de policia de carreira.

QPP - pode ser trancado: manifestamente ilegal ou quando ocorre abuso de autoridade

3. OBJETIVO DO IP

- DOIS OBJETIVOS

- Materialidade – comprovar a existência e forma de um crime - Autoria – quem foi o autor do fato.

4. POLICIA JUDICIÁRIA (REPRESSIVA)

- Órgão responsável pelo IP.

- Atua normalmente depois que uma infração penal é cometida.

MOMENTO ANTERIOR

Inibir, PM – policia de prevenção, Evitar que o crime aconteça

CRIME MOMENTO POSTERIOR

Estado passa a ter o direito de aplicar a sanção penal aquele autor do crime.- Apurar as provas da materialidade e autoria.- Repressão ao crime

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QPP – Somente a autoridade policial, no caso delegado de policia, pode investigar? Não, nos temos outras autoridades públicas que também pode investigar. Ex: CPI, Auditores Fiscais, IPM.

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

QPP – O MP pode investigar? SIM, entendimento majoritário do STF e STJ. O MP NÃO PODE PRESIDIR O IP. Não pode tomar para si a incumbência da investigação, coordenando. Mas o MP pode acompanhar as investigações, realizar diligências.

- O MP pode fazer as requisições (ordem) que entender devido.

QPP – A autoridade policial, nas suas atribuições, está prevista a condução coercitiva?

Se uma pessoa que deve ser ouvida porque é testemunha, se nega. SIM. SEGUNDO A CORRENTE MAJORITÁRIA É POSSÍVEL CONDUÇÃO COERCITIVA. Posição do STJ. HC 25475/2010SP. Sob o argumento da Teoria dos Poderes Implícitos que defende que a Constituição ao atribuir ao órgão de policia gerar as atribuições de investigação implicitamente atribui os poderes necessários para a execução.

Condução Coercitiva (poder que tem a autoridade no curso da investigação) não se confunde com prisão para averiguação (crime de abuso de autoridade).

5. PRINCÍPIOS DO IP

1. OBRIGATORIEDADE

O delegado tento justa causa para instaurar o IP, ele é obrigado a instaurar o IP.

2. INDISPONIBILIDADE

O IP não pode ser arquivado pela autoridade policial, o delegado tem que leva-lo ate o final.

3. OFICIALIDADE

POLÍCIA DE PREVENÇÃO OU

SEGURANÇA

- Atua antes do crime, em regra.- Finalidade – impedir o cometimento de infrações penais.

POLIÍCIA JUDICIÁRIA

(REPRESSIVA)

Atua depois que o crime é cometido, em regra.- Finalidade – reprimir a infração penal, produzindo provas que possam embasar a futura ação penal.- Presidida pela autoridade policial

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A polícia por ser órgão estatal é quem tem atribuição para instaurar

6. CARACTERÍSTICAS DO IP

1. PROCEDIMENTO

Conjunto de atos que são desenvolvidos com objetivo da produção de provas para embasar a futura ação penal.

2. ADMINISTRATIVO

- Porque o objetivo é apenas apurar provas para oferecer a denúncia.

- Realizado por uma autoridade pública administrativa de um órgão de Poder Executivo, que seria a polícia judiciária.- A atividade da policia judiciária é de cunho administrativo que tem por incumbência de coletar as provas.

- O delegado não pode entrar no mérito da questão, não pode apreciar as provas, não pode dizer que o individuo é culpado. Não é tarefa, a tarefa é colher provas.

- É realizada na fase que antecede ao processo.

3. ESCRITO

Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

4. SIGILOSO

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior.

- Sigiloso somente quando for necessário para elucidar o fato ou quando o interesse da sociedade exigir.- Estritamente necessário para preservar as investigações.- Encerradas as diligencias probatórias deve se dá publicidade.

OBS: NÃO se estende ao advogado, que poderá ter amplo acesso aos elementos de prova que já estiverem documentados nos autos e se refiram ao exercício do direito de defesa. As diligencias em curso não serão entregue ao advogado.

SÚMULA VINCULANTE 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

QPP - Mesmo quando sigiloso, NÃO existe sigilo para o MP e o Juiz.

5. INQUISITIVO

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- NÃO SE APLICAM OS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA, porque não existe acusação formal contra a pessoa investigada. - Contraditório Postergado – poderá contraditar as provas produzidas no IP. O contraditório no IP é postergado, ele é deixado para um momento posterior.

6. OFICIAL

- Realizado por um órgão do Estado, policia judiciária.

7. INDISPONÍVEL

8. DISPENSÁVEL

- Indisponível, porque o delegado de policia instaurado o IP, não pode arquivar, em hipótese alguma. Nem o MP, ele pode pedir o arquivamento. Somente o juiz é que pode determinar o arquivamento do IP.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

- Os autos do IP são remetidos diretamente para o juiz, letra da lei. Mas hoje são remetidos diretamente para o MP.- No novo CPP os autos são enviados diretamente para o MP.- O MP pode oferecer a denuncia, pode entender que é caso de arquivamento.- O MP requisita (ordem) para o delegado em relação ao juiz ele requer (pedido).

DISPENSÁVEL – prescindível, se o MP já reunir todos os elementos de prova suficientes para o oferecimento da denúncia, não é necessário a instauração do IP, pois se trata de peça meramente informativa.

9. INSTRUMENTALIDADE

- Destinado a preparar a eventual ação penal.

10. OFICIALIDADE

- Depende de uma ação do delegado de policia de oficio. - Não precisa esperar a requisição do MP- Na hora que o delegado verifica o cometimento de uma infração penal ele já pode instaurar o IP. EXCETO – nos crimes de acao penal privada e no caso de acao penal publica condicionada.

11. AUTORIDADE

- Não é presidido por um Particular e sim por uma autoridade publica

12. OBRIGATORIEDADE

- Na ação penal pública incondicionada, havendo fato infracional a ser apurada a autoridade policial não pode se recusar a instauração do IP.- EXCEÇÃO: no crime de ação penal privada e se o crime for de ação penal pública condicionada a representação.

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7. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP

1. DE OFÍCIO

– baixa uma portaria.- Somente nas hipóteses de ação penal pública incondicionada.

2. REQUERIMENTO (pedido) DA VÍTIMA

- quando a ação penal for privada- Se for de ação penal pública incondicionada pode ser feita? SIM- Se for menor? Requer através de seu representante.- Pode ser negado, pois se trata de um pedido

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência

3. REPRESENTAÇAO DA VÍTIMA

- Específica as ações de penal pública condicionada a representação.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

- Quando o ofendido morre ou é declarado ausente?

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (cadi).

- Se o ascendente quer representar e o cônjuge não, o que acontece? Prevalece a vontade da esposa, se não tem cônjuge, passa para o ascendente, prevalece sempre o que vem primeiro na ordem.

4. REQUISIÇÃO DO MP

- Requisição é uma ordem

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- O delegado de policia é obrigado a instaurar o IP, sob pena de responder por uma infração administrativa disciplinar, prevaricação ou crime de corrupção.

- Somente pode ser realizada nos crimes de ação penal pública incondicionada.- O ofendido fez a representação, autorizou a instauração do IP e mesmo assim o IP não foi

instaurado? Depois que você tem a representação, o MP pode pedir a requisição de instauração do IP.

5. REQUISIÇÃO DO JUIZ

- Ordem, nas hipóteses de ação penal pública incondicionada ou nas de ação pública condicionada a representação do ofendido.

6. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

7. REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA

- Ocorre na situação em que você tem a propositura da ação penal condicionada a requisição o Ministro da Justiça, então o IP estará condicionado a esta requisição. Casos: crimes que atendam contra a honra do Presidente da República e os crimes praticados contra o Chefe de Governo Estrangeiro e os crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.

8. CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

- Não haverá instauração de IP e sim de TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência)- TCO – procedimento simplificado na Lei 9.099/95 Juizados Especiais, art. 69.- Pena máxima não ultrapassa dois anos.

9. NOTÍCIA DO CRIME ( Notitia Criminis ou Delatio Criminis )

Comunicação que qualquer pessoa do povo pode fazer da ocorrência de uma infração penal de natureza pública incondicionada.

A notícia do crime pode ser para a autoridade policial ou para o MP ou para os dois.A natureza da notícia do crime é facultativa.

ESPÉCIES:

→ COGNIÇÃO DIRETA OU IMEDIATA – ocorre quando a autoridade pública (AUTORIDADE POLICIAL OU MP) tomando conhecimento diretamente da infração penal.

→ COGNIÇÃO INDIRETA OU MEDIATA – alguém leva para a autoridade policial o conhecimento do crime.

→ CONGNIÇÃO COERCITIVA – realizada por meio da lavratura do auto de prisão em flagrante. Não precisa baixar portaria para instaurar IP, com a lavratura do auto de prisão em flagrante o IP já começou.

→ ESPONTÂNEA – a autoridade policial toma conhecimento da infração ocorre no exercício das atribuições funcionais.

→ PROVOCADA – quando um terceiro leva ao conhecimento da autoridade policial a ocorrência do crime.

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→ SIMPLES – somente uma mera comunicação do crime. Denúncia = peça oferecida pelo MP. Qualquer pessoa = faz a Notícia do Crime.

→ POSTULATÓRIA – comunicação + pedido da instauração, perícia, etc.

QPP - 1. Determinadas autoridades públicas tem o dever de comunicar o crime. Não podem faltar com esse dever, sob pena de incorrer em contravenção penal, art. 66 da Lei de Contravenções. A notícia do crime será obrigatória

ART. 66 – CONTRAVENÇÃO PENAL DE OMISSÃO DE COMUNICAÇÃO DE CRIME

I - Deixar de comunicar a autoridade competente crime de ação pública de que teve conhecimento no exercício da função pública, desde que a ação penal não dependa de representação.

II – deixar de comunicar a autoridade competente crime de ação pública de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária desde que a ação não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal.

QPP - 2. Notícia do crime denominada de Anônima ou Apócrifa ou Inqualificada – de acordo com a corrente majoritária a notícia do crime anônima é possível. Posição do STJ.

10. PROVIDÊNCIAS OU DILIGÊNCIAS PRELIMINARES

- Atos iniciais desenvolvidos pela autoridade policial.- Os passos do art. 6, CPP, não são obrigatórios e sim preferenciais, sempre que possível será feito o passo a passo do art.6.

QPP – Podemos ter outras atividades probatórias afora as elencadas no art. 6? Podem, elas são exemplificativas.QPP -

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

1° Passo - I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; EXCEÇAO – Crimes de Transito prevê a possibilidade de a autoridade de transito alterar o estado das coisas antes da chegada dos peritos.

2° Passo - II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

3° Passo - III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

4° Passo - IV - ouvir o ofendido; – ofendido = vítima

5° Passo - V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; Indiciado = quando tem uma circunstância provada.

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6° Passo - VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; Somente serão realizadas quando forem necessárias. Acareação = dirimir dúvidas entre depoimentos diferentes.

7° Passo - VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

8° Passo - VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; . Não existe mais, processo datiloscópico – onde se coloca a digital. A CF liquidou com o processo datiloscópico como regra, se a pessoa é civilmente identificado não se fará identificação datiloscópica.

REGRA – Art. 5, LVIII – se apresentar documento o acusado não pode ser submetido a outros meios de identificação.

Art.5, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

EXCEÇÃO – Lei 12.037/2009

I – rasura e indício de falsificação.II – insuficiente para identificação do indiciadoIII – portar documentos distintos. Ex: apresenta mais de RG IV – essencial para as investigações, deve ter um despacho da autoridade judiciária.V - outros nomes ou diferentes qualificações.VI – O estado de conservação do documento impossibilita a identificação.

QPP - NÃO PODE O INDICIADO SE RECUSAR A PASSAR PELA IDENTIFICAÇAO CRIMINAL NAS HIPOTESES LEGAIS.

QPP – A incomunicabilidade do preso não é mais aplicada, mas ainda esta expresso no CPP. Só pode ser decretada pelo juiz.

9° Passo - IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. – vida pregressa + estado de animo.

QPP – STJ – O direito ao silêncio abrange o interrogatório de mérito.

11. TÉRMINO DO IP

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

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§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Preso – 10 dias, começando a contar a partir da prisão, ou seja, a partir da execução da prisão, do momento em que a pessoa efetivamente esta presa.

- A pessoa não pode mais ficar presa em flagrante enquanto o IP termina. O juiz vai ter que decidir no auto da prisão em flagrante se libera de imediato, decreta preventiva ou busca uma medida cautelar diversa.

- Se for extrapolado o prazo? A prisão será ilegal e pode combatê-lo via habeas corpus.

- Forma de contagem – Parágrafo 1. do art 798, CPP. Não computa o dia do começo. Ex: 09.11.2011, começa a contagem no dia 10.11.2011.

- Possibilidade de prorrogação do prazo de 10 dias? NÃO pode prorrogar.

Solto – 30 dias- A prorrogação é possível, sendo a critério do juiz.- O tempo da prorrogação não tem prazo, será marcado pelo juiz, ele que vai averiguar o tempo de prorrogação.- Delegado de policia deve solicitar ao juiz a prorrogação do prazo, o delegado de policia NÃO pode prorrogar, tem que pedir ao juiz.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

- Nova Lei de Drogas

Art. 51.  O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único.  Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Presa – 30 dias + prorrogação pelo dobro do prazo (determinada pelo juiz)Solto – 90 dias + prorrogação pelo dobro do prazo (determinada pelo juiz).

- Economia PopularPrazo de 10 dias, tanto faz o indiciado estar preso ou solto.

10.1 ENCERRAMENTO: é o fim do procedimento.

- Autoridade policial judiciária = juiz- Com o encerramento a autoridade policial informa no relatório a reconstrução histórica dos fatos elaborada pelo delegado.- Não pode os elementos estruturais do crime, tem que fazer as exposições minuciosas.- Se caso o depoimento de uma testemunha que seria indispensável, o delegado não conseguiu ouvir, ele deve constar no IP para efeito desta vim a ser ouvida no curso do processo.- uma vez instaurado o inquérito, o MP pode oferecer a denúncia sem o relatório final da autoridade policial.

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QPP - falta do relatório constitui mera irregularidade administrativa, mera falta funcional. Nem o juiz, nem tão pouco o M.P. podem obrigar a autoridade policial a fazê-lo, desta feita, o relatório não tem nenhuma utilidade probatória para a instrução do processo, daí depreede-se que o M.P. pode oferecer a denúncia mesmo sem o relatório final da autoridade policial.

12. ARQUIVAMENTO

- Em regra o arquivamento ocorre por insuficiência de provas fazendo coisa julgada formal. Pode desarquivar se tiver novas provas.- Somente pode ser realizado pelo juiz, sem exceção.- Ocorre via solicitação do MP.- O JUIZ NÃO PODE ARQUIVAR DE OFÍCIO, TEM QUE TER SOLICITAÇÃO DO MP.- Na hora que MP faz o pedido (requerimento) de arquivamento do IP ao juiz, ele pode não aceitar, nesse caso deverá remetê-lo para o Procurador Geral de Justiça, que remetido, o Procurador Geral pode concordar com o juiz, oferecendo a denuncia ou nomear outro órgão do MP, ou pode não concordar com o juiz, e determina o arquivamento e nesse caso não é mais um pedido, então o juiz será obrigado a arquivar.

QPP – Como ocorre o arquivamento dos autos do IP quando de trata de crime de ação penal privada?Encerrado o IP vai ser remetido para o juízo e fica esperando a manifestação do ofendido para oferecer a queixa crime ou abandonar. Se o ofendido em 6 meses não se manifestar oferecendo a queixa crime, o juiz determina o arquivamento dos autos do IP por meio da extinção da punibilidade.Auto do IP Juízo competente Manifestação do ofendido 6 meses Ext. da Puni Juiz arquiva

QPP – O ofendido pode pedir o arquivamento dos autos do IP no caso de A.P.PV.?Sim. O juiz não pode se recusar a arquivar. Na A.P.Pv. para o juiz arquivar não precisa do pedido do ofendido. O juiz pode arquivar os autos do IP sem o pedido do ofendido.Pedir o arquivamento renuncia expressa causa de exclusão da punibilidade.

QPP – Novas investigações depois de arquivados os autos do IP?Se os autos do IP estiveram arquivados não é possível continuar as investigações.Somente se tiver novas provas a autoridade policial poderia continuar as investigações.

SÚMULA 524 – QUANDO SE ARQUIVA O IP NÃO PODE A AÇÃO PENAL SER INICIADA SEM NOVAS PROVAS.

- O membro do MP para oferecer a denúncia deverá obrigatoriamente ter novos elementos a sua disposição, sem isso não há como ter ação penal.

QPP – Arquivamento por ATIPICIDADE DA CONDUTA

- Se a conduta constituía FATO ATÍPICO a decisão de arquivamento dos autos do IP transita em julgado, fazendo coisa JULGADA MATERIAL, também chamado de julgamento de mérito. Não há como depois de uma sentença que determina o arquivamento dos autos do IP por atipicidade de

MP

Denúncia

Requisitar(ordem) nova diligência

Solicitar ao juiz o arquivamento

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conduta ter nova denúncia, novas investigações. Mesmo raciocínio se dá a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.

QPP – 1º No caso de arquivamento por atipicidade a jurisprudência pacifica no STF é que faz coisa julgada material, logo, mesmo no caso de novas provas (súmula 524) não é possível o desarquivamento do IP. 2º No caso de arquivamento de exludente de ilicitude, o STF entendeu que se trata de coisa julgada formal, e havendo novas provas é possível a reabertura do IP e promover a ação penal, face o entendimento consolidado na súmula 524.

- Quando o MP pede o arquivamento alegando falta de provas, esse pedido do MP é irretratável

STF – Quando o MP faz o o pedido de arquivamento do IP é IRRETRATÉVEL EM REGRA.

O MP não pode pedir o arquivamento e logo após , sem fatos novos, pedir reconsideração do seu pedido anterior. O pedido de reconsideração anterior somente seria possível se novos fatos fossem apresentados, caso contrário, o pedido de desarquivamento possui caráter irretratável.

Ex: 2/jan MP fez um pedido de arquivamento4/jan antes de o juiz apreciar o caso, ele se retratou e ofereceu denuncia.

STJ – O pedido de arquivamento do MP por falta de prova, não cabe mais reconsideração, salvo se surgir novas provas.

QPP – Autoridade realizar novas investigações.Essa nova investigação realizada pela policia judiciária precisa de autorização judicial?Não há necessidade para novas investigações de autorização judicial.

QPP – Arquivamento implícito – a exclusão de alguém na ação penal pública acarreta o arquivamento implícito. Jurisprudência, STJ e STF não defende arquivamento implícito. Informativo 605 STF.

13. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA

- Procedimento simplificado aplicado nas infrações de menor potencial ofensivo.- Não é elaborado IP.

- ≠ Boletim de Ocorrência – que nada mais é do que o registro de um fato que aconteceu, não se vai gerar uma investigação.- TCO – descreve o fato com detalhes, investigação simplificada

Requisitos do TCO

1. Narração do fato e das circunstancias – detalhado, não precisa ser algo parecido com o IP.2. Indicação ou Qualificação do agente e da vítima3. Testemunhas4. Se for o caso, requisição de exame pericial.

- Pode ser arquivado a pedido do MP.

- Substitui o IP nas infrações de menor potencial ofensivo – contravenções penais e os crimes cuja pena máxima não ultrapassa 2 anos.

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QPP – O TCO pode ser utilizado na Lei de Drogas, o juiz pode presidir o TCO. Art 28 da lei de drogas A pessoa é encaminhada ao juiz, quando tiver ausente autoridade judicial (juiz), a autoridade policial deverá lavrar o TCO.

- O MP NÃO PODE OFERECER A DENÚNCIA

14. DICAS IMPRESCINDÍVEIS

1. Autoridade policial sempre age de oficio?Sim, em alguns casos, nos casos de ação penal pública incondicionada sim, se for mediante representação, tem que ter representação, se for ação penal privada tem que ter requerimento do ofendido

2. A autoridade policial age de forma discricionária?Em regra – Sim, chamada de regrada. Pode decidir se faz ou não exame, acareação, etc.EXCEÇÃO – casos que precisa de autorização judicial

3. Diligências probatórias: ouvida de testemunhas, reconhecimento de coisa, etc.Em regra – não depende de autorização judicial.EXCEÇÃO – interceptação telefônica, quebra de sigilo, seqüestro de bens, busca e apreensão domicial, prisão temporária, exame de sanidade mental.

4. A policia judiciária não se destina exclusivamente a elaboração de inquérito, realizando também diligencias preliminar.

5. Delegado natural (direito que a pessoa tem de ser investigada por um determinado delegado) – NÃO existe, pode ser investigado por qualquer delegado.

6. Se você faz a notícia do crime e tem IP instaurado, você tem direito de acompanhar as investigações? Não há direito das pessoas do povo de acompanhar as investigações no curso do IP, em juízo sim.

7. Requisição da instauração do IP pelo MP.O MP faz em carater de ordem, então o fato de ser uma requisição o fato deve ser narrado na forma que a autoridade policial possa conhecer o que deverá ser investigado.

A polícia judiciária não tem autonomia em relação ao MP. O Delegado é obrigado a atender a requisição feita pelo Promotor de Justiça Princípio da Obrigatoriedade

8. Requerimento = pedido ----- Requisição = ordem

9. Embora a requisição tenha conotação de ordem, exigência ou determinação, nem sempre a autoridade policial deverá obrigatoriamente atende-la. A requisição deverá conter o mínimo

TCO JUIZ MP

Solicita o arquivamento

Requisita novas diligências

Requer a designação de audiência preliminar no juizado

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indispensável que permita o inicio das investigações, não podendo consistir em oficio genérico incorporando a determinação ao delegado de polícia. A requisição para que possa obrigar o destinatário, deve fundamentar-se em fatos, ainda que não venha acompanhada de rol de testemunhas ou documentos probatórios. Se, porem, insuficientes os dados fornecidos, não será facultado ao delegado, simplesmente deixar de cumpri-la sob alegação de ausência de informações. Nesse caso caber-lhe-á oficiar a autoridade requisitante,comunicando as razoes que impossibilitaram o imediato cumprimento da requisição e solicitando-lhe as informações necessárias.

10. A vítima poderia ingressar em juízo no caso de indeferimento do pedido de abertura do IP?O indeferimento tem que ser fundamentado, motivado. Você pode questionar o abuso da autoridade.

11. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.Quando não mais interessar a investigação as coisas serão restituídas.Os instrumentos do crime NÃO podem ser devolvidos, exceto terceiro de boa fé.

12. Requerimento de abertura de IP negadoFuturamente admite-se novo pedido? SIM, desde que tenha um fato novo, argumento novo ou circunstancia nova.

13. A ouvida do ofendido é obrigatória? SIM.

14. Qualificação do indiciado – realizada de forma direta, se não for possível será feita de forma indireta por meio de sinais característicos.

14. Direito ao silencio – de acordo com o STF NÃO abrange a qualificação.

15. Indiciado pode ser obrigado a participação de acareação ou reprodução simulada dos fatos? NÃO.- Segundo o STF o indiciado NÃO é obrigado a estar presente.

16. SÚMULA 568 STF – Não constitui constrangimento ilegal a identificação criminal daquela pessoa que já esta identificada civilmente. – nas exceções legais.- Interpretar essa súmula nas exceções da Lei 12.037/2009

17. Infração penal de menor potencial ofensivo.Apresentação espontânea não admite a prisão em flagrante.Apresentação espontânea livra a elaboração do TCO? NÃO.

18. Reincidência impede o TCO? NÃO, NEM TER MAUS ANTECEDENTES.

- Se for vadio ou não tiver residência fica pode ter TCO

20. Se a pessoa tiver com a prisão decretada e cometer uma infração de menor potencial ofensivo vai ser feito o TCO.

21. Se o crime deixa vestígios o exame de corpo de delito é OBRIGATORIO. Se o indiciado pede o delegado é obrigado a realizar.

19. MP a investigação é diferente, porque ele tem prerrogativas. A investigação do membro do MP, vai para a PGJ para apuração. Membro do MP não pode ser investigado por delegado de policia.Quando no curso da investigação houver indicio de pratica de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao tribunal ou órgão especial competente para julgamento, a fim de que prossiga na investigação.

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20. Mesmo raciocínio para juiz. Deve remeter os autos para o Tribunal.

21. Inquérito instaurado pelo Ministro da Justiça – pode instaurar inquérito no caso que envolver expulsão de estrangeiro. Admite contraditório. Art 77 da Lei 6815/1980.

22. A autoridade policial pode investigar fatos criminosos que foram cometidos em outra circunscrição.

23. Averiguações preliminares – é possível, antes de instaurar o IP pode realizar a averiguação preliminar sem ferir o principio da obrigatoriedade.

24. O delegado em relação ao MP cumpre ordens. Não existe subordinação entre o delegado e o MP. A polícia judiciária tem autonomia em relação ao MP, mas essa autonomia não é absoluta e sim relativa, visto que a autoridade tem o dever por exemplo, de realizar diligencias requisitadas pelo MP.

25. O indiciamento é ato privativo da autoridade policial.

26. STJ – A recusa no cumprimento de diligencias não consubstancia, sequer a tese, o crime de desobediência, repercutindo apenas no âmbito administrativo-disciplinar.

27. Não é direito liquido e certo do advogado o acesso irrestrito a autos de inquérito policial que esteja sendo conduzido sob sigilo, se o segredo das informações é imprescindível para as investigações. O amplo acesso será dado aos elementos de prova que já estiverem documentadas nos autos e se refiram ao exercício do direito de defesa.

28. NÃO se estende ao advogado, que poderá ter amplo acesso aos elementos de prova que já estiverem documentados nos autos e se refiram ao exercício do direito de defesa.

29. As provas colhidas no IP têm valor probatório relativo.

30. O juiz é autorizado a sedimentar a formação do seu convencimento a partir dos dados oriundos do IP, o que não significa dizer que esta autorizada a fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação policial.

31. STJ – Eventuais nulidades ocorridas no curso do IP NÃO contaminam a subseqüente ação penal.

32. A acareação pode ser realizada tanto na fase de IP quanto na fase do processo criminal propriamente tido. Pode ser determinada pela autoridade judicial por iniciativa própria ou mediante requisição do juiz ou representante do MP.

33. A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificação civil.

35. É possível a retratação da representação?

SIM, ate antes o oferecimento da denúncia.

36. É possível retratação da retratação?

SIM, de acordo com a doutrina majoritária.

37. Suspeição de autoridade policial NÃO pode ser alegada.

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Não existe exceção de suspeição contra delegado de polícia. Mesmo sendo o investigado amigo íntimo ou pessoa da família, não caberá a exceção de suspeição contra a autoridade policial.

38. JUSTA CAUSA se o delegado verifica que não existe justa causa, ele não vai instaurar o IP. Ex: adultério.

39. O trancamento do IP pode ser realizado quando não houver justa causa, que pode ser pleiteado pela via habeas corpus.

40. O interrogatório é o ultimo ato da instrução criminal e não da investigação criminal.

JURISPRIDENCIA STF E STJ

PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. AUSÊNCIA DAS HIPÓTESES. PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO E INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. EMBASAMENTO EM DENÚNCIA ANÔNIMA. EXISTÊNCIA DE OUTROS ELEMENTOS. DEPOIMENTOS PRESTADOS PERANTE O MINISTÉRIO PÚBLICO. POSSIBILIDADE. QUEBRA DO SIGILO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS E PRORROGAÇÕES DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS.

II. Esta Corte Superior de justiça possui entendimento no sentido da possibilidade de instauração de procedimento investigatório com base em denúncia anônima, desde que acompanhada de outros elementos. Precedentes.

Súmula 444 - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.

Súmula 330 - É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.

“HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE ENTORPECENTES (ARTIGO 35, CAPUT, COMBINADO COM O ARTIGO 40, INCISOS III E IV, AMBOS DA LEI 11.343/2006). PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. PRESIDÊNCIA E CONDUÇÃO DO INQUÉRITO DE FORMA EXCLUSIVA. ILEGITIMIDADE DO PARQUET. DENÚNCIA. AUSÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO ESSENCIAL PARA O DESLINDE DA QUESTÃO. NECESSIDADE DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1. De acordo com entendimento consolidado na Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, amparado na jurisprudência do Pretório Excelso, o órgão ministerial possui legitimidade para proceder, diretamente, à colheita de elementos de convicção para subsidiar a propositura de ação penal, só lhe sendo vedada a presidência do inquérito, que compete exclusivamente à autoridade policial, de tal sorte que a realização de tais atos não afasta a legitimidade do Ministério Público para a propositura da ação penal, entendimento este contido no enunciado 234 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça, que

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afirma que "A participação do membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia" (HC 130893 / RS).

“HABEAS CORPUS. E-MAIL ANÔNIMO IMPUTANDO A PRÁTICA DE CRIMES. ÓRGÃO MINISTERIAL QUE REALIZA DILIGÊNCIAS PRÉVIAS PARA A APURAÇÃO DA VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES. COLHEITA DE INDÍCIOS QUE PERMITEM INSTAURAÇÃO DE PRESUCUÇÃO PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. Esta Corte Superior de Justiça, com supedâneo em entendimento adotado por maioria pelo Plenário do Pretório Excelso nos autos do Inquérito n. 1957/PR, tem entendido que a notícia anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, não é idônea para a instauração de inquérito policial ou deflagração da ação penal, prestando-se, contudo, a embasar procedimentos investigatórios preliminares em busca de indícios que corroborem as informações da fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal Estatal” (HC 104005 / RJ).

“HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. RECONHECIMENTO PESSOAL NA FASE INQUISITIVA. SUPOSTA INOBSERVÂNCIA DAS FORMALIDADES DO ART. 226 DO CPP. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. REALIZAÇÃO DE OUTROS 3 RECONHECIMENTOS PESSOAIS NÃO IMPUGNADOS PELA DEFESA. IRREGULARIDADES NA FASE POLICIAL. NÃO CONTAMINAÇÃO DA AÇÃO PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1. Eventuais irregularidades ocorridas na fase investigatória, dada a natureza inquisitiva do Inquérito Policial, não, necessariamente, contaminam a ação penal” (HC 208170 / DF).

Súmula 524/STF: Arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.

STJ, qual seja, ocorrendo violações de garantias constitucionais e legais expressas e nos casos em que o órgão ministerial, na formação da opinio delicti, não consiga afastar os elementos informativos maculados para persecução penal em juízo, enseja, desse modo, a extensão da nulidade à eventual ação penal. Assim, em regra, os vicios ocorridos no curso do IP não repercutem na futura ação penal, ocasionando apenas a nulidade da peça informativa, salvo quando houver violações dos princípios democraticos e dos direitos e garantias individuais inscritos na CF.

súmula vinculante 14 do STF, que diz "É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos da prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa."

O raciocínio do STF foi o seguinte: para que se possa condenar alguém em processo criminal, é necessário o máximo respeito ao contraditório e à ampla defesa, haja vista o bem jurídico a ser cerceado por força de decisão condenatória, qual seja, a liberdade, figurar como direito fundamental de especial importância.

Sendo o Inquérito Policial procedimento inquisitivo, não há a observância do contraditório e da ampla defesa. Dessa forma, ao embasar a condenação em elementos unicamente contidos no inquérito policial, estaria o juiz, indiretamente, ferindo contraditório que, como visto, é essencial.

A partir daí estabeleceu-se o valor probatório apenas secundário do Inquérito Policial. Ele pode ser citado, na sentença, como elemento motivador de decisões, desde que essa decisão não motive-se unicamente em provas produzidas no curso do Inquérito Policial. Mas há provas que, por força das circunstâncias, só são passíveis de produção no inquérito policial. Por isso guarda ele ainda algum valor probatório.

Súmula 234 do STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.

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- A recusa no cumprimento das diligencias requisitadas não consubstancia, sequer em tese, o crime de desobediência, repercutindo apenas no âmbito administrativo-disciplinar.

Consoante a jurisprudência do STF, ainda que não se permita ao MP a condução do inquérito policial propriamente dito, não há vedação legal para que este órgão proceda a investigações e colheita de provas para a formação da opinio delicti.

"A jurisprudência do STF é firme no sentido de só admitir o trancamento de ação penal e de IP em situações excepcionais. Situações que se reportem a conduta não-constitutiva de crime em tese, ou quando já estiver extinta a punibilidade, ou ainda, se inocorrentes indícios mínimos da autoria."

Súmula 330 do STJ: "É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial".

RESOLUÇAO DE QUESTÕES – REVISÃO

1. A CF assegura o sistema inquisitivo misto no processo penal.ERRADO. Sistema Acusatório – divisão das funções de investigar, acusar e julgar.

2. No processo acusatório, a acusação encontra-se em posição hierarquicamente superior a defesa, e o juiz pode dar inicio ao processo por sua própria vontade.ERRADO. Fere o principio do contraditório, igualdade processual.

3. Parte da doutrina manifesta-se contrariamente a expressa previsão legal de cabimento da condução coercitiva determinada para simples interrogatório do acusado, como corolário do direito ao silencio.CERTO. Para a corrente majoritária, é possível a condução coercitiva. Se uma autoridade policial deseja que uma pessoa compareça para prestar esclarecimentos numa investigação criminal, a pessoa pode ser conduzida a presença da autoridade.Corrente minoritária defende que não é cabível a condução coercitiva.

4. Em razão do princípio da presunção de inocência, não é possível haver prisão antes da sentença condenatória transitada em julgado.ERRADO. A presunção de inocência não impede a prisão porque tem as prisões provisórias.

5. Nos termos da lei processual penal, a exigência da presença de defensor, prevista para o interrogatório judicial, não se aplica ao interrogatório policial, por ser o inquérito procedimento de natureza inquisitiva, ao qual não se impõe a observância ao contraditório.CERTO.

6. Impera no processo penal o principio da verdade real e não da verdade formal, próprio do processo civil, em que, se o réu não se defender, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.CERTO.

7. Prevê a CF o principio de que ninguém será considerado culpado senão após o transito em julgado da sentença penal condenatória. No processo penal, a aplicação desse princípio é absoluta, pois busca-se a verdade real.CERTO.

8. A garantia constitucional do contraditório, que assegura a ampla defesa do acusado, não se aplica ao IP, que não é, em sentido estrito, instrução criminal, mas colheita de elementos que possibilitem a instauração do processo.CERTO.

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9. Considere a seguinte situação hipotética. Marta foi indiciada em IP instaurado para apurar crime de estelionato, na modalidade de fraude no pagamento de cheque. A autoridade policial, visando submeter a cártula a exame grafotécnico, notificou Marta para comparecer a delegacia a fim de fornecer padrões gráficos do próprio punho. Nessa situação, como objetivo do exame pericial é proporcionar a comparação entre o escrito comprovadamente feito pelo punho da indiciada e aquele cuja autoria esta sendo pesquisada e que constitui o corpo de delito, a autoridade policial não poderá compelir Marta a comparecer a delegacia e a lançar as assinaturas.CERTO. Porque isso lesaria o principio da não auto-incriminação.

10. A incomunicabilidade do indiciado no IP, decretada por despacho fundamentado do juiz, encontra-se revogada pela atual CF. CERTO.11. Qualquer indivíduo que figure como objeto de procedimentos investigatórios policiais ou que ostente, em juízo penal, a condição jurídica de imputado, tem o direito de permanecer em silencio, incluindo-se aí, por implicitude, a prerrogativa processual de o acusado negar, ainda que falsamente perante a autoridade policial ou judiciária, a prática da infração penal.CERTO. Objeto = sujeito. Só quem não pode mentir é a testemunha. O resto pode mentir.

12. Devido ao princípio constitucional da presunção de inocência, compete ao MP produzir a prova da materialidade e da autoria do delito, de modo que o réu não precisa provar que é inocente; pela mesma razão – e também para não afetar a exigência de imparcialidade do órgão julgador -, não cabe ao juiz, segundo o CPP, determinar a produção de provas que possam vir a justificar a condenação do acusado.ERRADO, porque o juiz pode produzir provas de forma complementar.

13. O respeito aos princípios do due process of law e da ampla defesa interessa também ao Estado, representado na figura do MP, na busca do esclarecimento dos fatos e da verdade real.CERTO.

14. Segundo o STF, IP, ações penais em andamento não podem configurar maus antecedentes para efeito da fixação da pena-base, sob pena de ofensa ao princípio da presunção de não-culpabilidade.CERTO.

15. O preso em flagrante delito, ainda que identificado civilmente, deve ser submetido a identificação criminal, inclusive pelo processo datiloscópico e fotográfico.ERRADO.

16. Em consonância com o principio da igualdade das partes e do contraditório, sempre que for carreado aos autos documento novo, relevante para a decisão, deve ser concedida a parte contraria, em face da qual foi produzida a prova, oportunidade de manifestação a respeito.CERTO. Contraditório.

17. Todo acusado tem direito a finalização do processo criminal dentro dos prazos previstos na lei processual ou em tempo razoável, não se tolerando demora injustificável e abusiva por inércia de órgãos de estado-administracao.CERTO. Trata-se do principio da duração razoável do processo.

18. Assegura-se ao acusado a gratuidade do habeas corpus, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de tramitação processual.CERTO.

19. O juiz deve ter plena convicção de que o acusado é responsável pelo delito, bastando a duvida a respeito da sua culpa para absolvê-loCERTO.

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20. O estatuto constitucional do direito de defesa é um complexo de princípios e de normas que amparam os acusados em sede de persecução criminal, exceto os réus processados por suposta pratica de crimes hediondos ou de delitos a estes equiparados.ERRADO.

21. A garantia do devido processo legal assegura as partes direito ao duplo grau de jurisdição.CERTO.22. Segundo entendimento do STF é vedada a utilização de algemas, sob pena de ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana e do direito fundamental do cidadão de não ser submetido a tratamento desumano ou degradante.CERTO.

23. O princípio da dignidade da pessoa humana é um princípio fundamental e absoluto.ERRADO.

24. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, a presença de um juiz ou de outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções jurisdicionais e tem direito de ser julgada dentro de prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. A sua liberdade pode ser condicionada a garantias que asseveram o seu comportamento em juízo.CERTO.

25. O direito processual brasileiro adota o sistema de isolamento dos atos processuais, de maneira que, se uma lei processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será imediatamente aplicada, sem prejuízo dos atos já praticados sob vigência da lei anterior.CERTO.

26. Em caso de leis processuais hibridas, o juiz deve cindir o conteúdo das regras, aplicando, imediatamente, o conteúdo processual penal e fazendo retroagir o conteúdo de direito material desde que mais benéfico ao acusado.ERRADO. Não pode ser cindidas.

27. A lei processual penal admite interpretação extensiva e o suplemento de princípios gerais de direito, por expressa disposição legal.CERTO.

28. A lei processual penal não admite aplicação analógica, em obediência ao principio da legalidade estrita ou tipicidade expressa.ERRADA.

29. Com aplicação imediata da lei processual penal, os atos realizados sob a vifencia da lei anterior perdem sua validade.ERRADO.

30. É inadmissível, segunda a lei processual penal, que as omissões da acusatória inicial possam ser supridas a todo tempo antes da sentença final.ERRADO.

31. As normas de direito processual penal são regidas pelo principio do tempus regit actum.CERTO. Princípio da aplicação imediata das normas processuais.

32. A autoridade policial não pode indeferir um pedido de realização de prova feito pelo indiciado ou ofendidoERRADO.

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33. O IP tem função investigatória e natureza administrativa; assim, seu trancamento é medida de excecao, que somente ocorre quando a atipicidade dos fatos ou sua inexistência são evidentes.CERTO. Pode trancar IP através de HC, excepcionalmente.Trancamento ≠ Arquivamento

RESOLUÇÃO DE QUESTOES

1. O IP, de regra, é elaborado pela policia judiciária, órgão competente a quem compete a apuração das infrações penais e da sua autoria. Todavia, os inquéritos nem sempre são policiais, visto que a lei processual penal ressalva a competência de outras autoridades administrativas para procederem a inquéritos.CERTO.

2. O IP, procedimento persecutório de carater administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o Ministério Publico, titular único e exclusivo da ação penal.ERRADO. Tem a ação pública e privada, o MP é titular da ação penal pública e o particular da ação penal privada. O IP também se destina a vitima, titular da ação penal privada.

3. De acordo com as novas regras processuais penais, é obrigatória a presença de defensor para o indiciado durante o interrogatório feito na fase policial, cabendo ao defensor o direito de interferência, a fim de que sejam garantidos ao indiciado a ampla defesa e o contraditório ainda na fase inquisitiva.ERRADO.

4. O delegado de policia pode determinar o arquivamento de inquérito policial iniciado de oficio, desde que não reste comprovada a materialidade do delito ou a autoria imputada ao indiciado.ERRADO.

5. Ao entrar em contato por telefone com a polícia e noticiar a prática da subtração criminosa, Maria deduziu delação ou noticia-crime.CERTO.

6. Depois de arquivado o inquérito policial, qualquer diligencia sobre o fato que fora objeto do inquérito dependerá de previa autorização judicial.ERRADO. Não há necessidade de previa autorização judicial, o que precisa é de fato novo ou novas provas.

7. Se, no final do inquérito policial, o delegado ficar convencido de que o ato foi inequivocamente praticado em situação de legítima defesa, deverá lançar relatório minucioso das investigações nos autos e,em seguida, arquivá-lo; nesse caso, o inquérito poderá ser desarquivado, desde que surjam novas provas.ERRADO.

8. O órgão do Ministério Publico Federal requereu o arquivamento de inquérito policial relatado, sob fundamento de que o fato suficientemente apurado não constituía crime, era atípico. O juiz federal acolheu o pedido e determinou o arquivamento dos autos. Nessa situação, e de acordo com o STF, a decisão que deferiu o arquivamento faz coisa julgada, não podendo ser desarquivadas os autos e ser instaurada ação penal, mesmo diante de outros elementos de prova que venham a surgir posteriormente.CORRETO, se o arquivamento do IP se deu por falta de provas nada impede novas investigações surgindo novos fatos, Se o arquivamento determinado pelo juiz ocorreu sob o fundamento da atipicidade da conduta NÃO cabe de se falar em desarquivamento. Se ocorrer por causa da extinção da punibilidade não pode mais desarquivar.

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9. A autoridade policial recebeu uma notitia criminis anônima imputando a um individuo a pratica de crimes de concussão. Nessa situação, apesar do principio da obrigatoriedade, caberá a autoridade policial preliminarmente proceder com cautela às investigações preliminares, no sentido de apurar a verossimilhança das informações recebidas, para, havendo indícios da ocorrência dos ilícitos penais, instaurar o procedimento regular (inquérito policial). CERTO. Chamado doutrinariamente de averiguações preliminares.

10. A autoridade policial federal recebeu uma delatio criminis contra um magistrado federal, imputando-lhe a pratica de crime de corrupção passiva. Nessa situação, em face do requerimento da vitima, a autoridade policial deverá instaurar inquérito policial e, após relatá-lo com a conclusão das investigações, encaminhar os autos ao TRF.ERRADO. As investigações seriam feitas no próprio TRF.

11. Sendo o acusado ou indiciado menor de vinte e um anos, poderá ser-lhe nomeado, para funcionar como curador em seu interrogatório, o próprio advogado dativo ou constituído.ERRADO. Não existe mais.

12. Havendo autoridade policial na circunscrição, a lavratura de auto de prisão em flagrante em local diverso da prisão ocasiona a sua nulidade, em face da incompetência ratione loci.ERRADO. Os vícios do IP não geram nulidade.

13. Verificando que o fato evidentemente não constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o inquérito policial, desde que o faço motivadamente.ERRADO.

14. Embora já relatado o inquérito policial, o representante do MP poderá determinar o realização de exame pericial na faca que teria sido utilizada pelos indiciados para constranger a vitima a conjunção carnal.CERTO. O MP pode fazer as requisições devidas.

15. O juiz, caso discorde da posição do MP, determinará a remessa dos autos ao Chefe do MP.CERTO. Se o juiz discordar remete os autos para o PGJ.

16. O juiz, aceitando o pedido do MP e arquivando o IP, não poderá desarquivá-lo diante de novas provas.ERRADO. Somente não cabe desarquivamento quando for atipicidade da conduta ou quando o arquivamento ocorre por causa da extinção da punibilidade.

17. A polícia judiciária tem total autonomia em relação ao MP.ERRADO. A polícia judiciária tem sua autônima, mas total não porque o MP fazendo requisição obriga a autoridade policial judiciária.

18. O caráter sigiloso do IP pode ser estendido até mesmo ao MP e ao Poder Judiciário.ERRADO. O caráter sigiloso do IP é exclusivo para terceiros.

19. O IP não é indispensável.CERTO.

20. Mesmo em face do princípio da obrigatoriedade, vigente no ordenamento processual penal, a autoridade policial não tem o dever de instaurar IP quando é informada da ocorrência de crime que se apure mediante ação penal pública.ERRADO.

21. Sendo o crime de ação penal pública incondicionada, se o promotor de justiça com atribuições para tanto requisitar a instauração de IP, a autoridade policial pode deixar de

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instaurá-lo, se entender descabida a investigação, ante a presença de causa de excludente de antijuridicidade.ERRADA. Requisição do MP é ordem, não pode descumpri-la e a autoridade policial não pode fazer juízo de valor sobre a existência de causa de excludente da antijuridicidade.

23. O IP possui a característica da indisponibilidade, que significa que, uma vez instaurado, não pode a autoridade policial, por sua própria iniciativa, promover seu arquivamento, exceto nos crimes de ação penal privada.ERRADO.

24. No IP instaurado por requisição no ministro da Justiça, objetivando a expulsão de estrangeiro, o contraditório é obrigatório.CERTO.

25. O IP possui característica da oficialidade, que significa que, ressalvadas as hipóteses de crime de ação penal pública condicionada a representação ou de ação penal privada, o IP deve ser instaurado de oficio pela autoridade policial sempre que tiver conhecimento da prática de um delito.ERRADO. Obrigatoriedade e não oficialidade.

26. Ocorrendo a nulidade do IP, por inobservância das normas procedimentais estabelecidas para realização de determinado ato, a autoridade policial deve declarar nulidade por escrito, repetindo-se o ato.ERRADO. Não existe nulidade quando de trata de IP.

27. O IP representa procedimento investigatório, levado a efeito pelo Estado-administrador, no exercício de atribuições referentes a polícia judiciária e assim, somente deve ser trancado quando for manifesta a ilegalidade ou patente o abuso de autoridade, por exemplo.CERTO. Somente pode trancar o IP, via habeas corpus, quando a situação de ilegalidade for inequívoca ou no caso de abuso de autoridade.

28. Em nenhuma situação, a autoridade policial poderá mandar arquivar autos do IP.CERTO.

29. Em caso de réu preso, a regra geral é a de que o prazo de conclusão do IP seja de 10 dias, salvo nos casos de necessidade de diligencias complementares, quando o juiz poderá conceder dilação do prazo, fundamentando a decisão independentemente da soltura do réu.ERRADO, se o indiciado está preso não pode haver dilação do prazo. Não pode ser prorrogado.

30. Segundo o CPP, é cabível a incomunicabilidade do indiciado, que dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência o exigir.ERRADO.

31. A decisão judicial que determina o arquivamento do IP é, em regra, irrecorrível, embora caiba recurso de ofício no caso de crime contra a economia popular.CERTO. Única possibilidade é nos crimes contra a economia popular.

32. A notitia criminis do fato, quando levada, por qualquer modo, ao conhecimento da autoridade policial, implica obrigatoriamente a instauração do IP, sob pena de caracterizar o crime de prevaricação.ERRADO. Às vezes é necessário averiguar as verossimilhanças das informações, então a autoridade policial antes de instaurar o IP pode proceder a averiguações preliminares.

33. O IP, uma vez instaurado, deve ser concluído no prazo de 10 dias, se o réu estiver preso, ou trinta dias, se responder solto, podendo esse prazo ser prorrogado, em caso de necessidade,

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pela própria autoridade policial que presidir o inquérito, quando se tratar de casos de alta complexidade ou houver pluralidade de indiciados.ERRADO, essa prorrogação quando o indiciado esta solto quem determina é o juiz.

34. O IP será nulo, não havendo possibilidade de que o MP, com base nas informações nele contidas, ofereça a denuncia, se a autoridade policial tiver atuado fora dos limites da sua circunscrição.ERRADO.

35. Quando, no curso das investigações, surgir indício da pratica de infração penal por parte de membro da magistratura, após a conclusão do inquérito, a denúncia deve ser remetida ao tribunal ou órgão especial competente para o julgamento.ERRADO. Quando surgem indícios da pratica de infração penal por partes dos juízes, a investigação do magistrado deve ser feito no órgão competente e não para o delegado.

36. No âmbito do inquérito policial, o indiciamento não é ato exclusivo da autoridade policial, podendo o juiz ou o promotor, por meio de requisição, exigir que alguém seja indiciado pela autoridade policial.ERRADO. A instauração pode ocorrer de oficio, requisição do juiz ou MP, etc. Indiciado já existe uma circunstância provada. O ato do indiciamento é ato privativo da autoridade policial.