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Sanções Administrativas Leandro Bolzan de Rezende – 1º Ten Int Multiplicador Pregoeiros MPOG/ENAP

Curso - Sanções Administrativas

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Curso de Formação de Pregoeiros. Módulo Sanções Administrativas. Instrutor: Leandro Bolzan de Rezende ([email protected]), multiplicador de pregoeiros pela ENAP/MPOG.

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Sanções Administrativas

Leandro Bolzan de Rezende – 1º Ten IntMultiplicador Pregoeiros MPOG/ENAP

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Segundo Daniel Ferreira, “a aplicação de sanção por agente público não consiste em uma mera faculdade, mais sim em inolvidável vinculação”.

Para os órgãos integrantes do SISG é obrigatória o lançamento da ocorrência no SICAF.

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RESCISÃO UNILATERAL

Art. 78 HIPÓTESES DE EXTINÇÃO

RESCISÃO: INADIMPLEMENTOLESÃODIREITO

RESOLUÇÃO: FATO ALHEIO À VONTADE DAS PARTES

RESILIÇÃO: VONTADE DAS PARTES UNILATERAL: Denúncia BILATERAL: Distrato

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RESCISÃO UNILATERAL

PROCEDIMENTO DA RESCISÃO:

CONSTATAÇÃO DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO E LESÃO PARA ADMINISTRAÇÃO

ßCIÊNCIA DO CONTRATADO

ßAPRESENTAÇÃO DE DEFESA

(art. 78, § único)ß

DECISÃO MOTIVADAß

RECURSOß

DECISÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR

Verificando-se a inadimplência do contratado e Administração deverá iniciar o processo administrativo para sanção da empresa. A Administração deverá verificar se a denúncia possui veracidade.É imprescindível que o gestor de contrato mantenha registro das datas de entrega de ordens de fornecimentos, fins de permitir a juntada de provas documentais sobre a ciência do contratado sobre sua responsabilidade em relação a Administração.

Possibilidade: entrega pessoal e resposta via fax ou email.

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RESCISÃO UNILATERAL

PROCEDIMENTO DA RESCISÃO:

CONSTATAÇÃO DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO E LESÃO PARA ADMINISTRAÇÃO

ßCIÊNCIA DO CONTRATADO

ßAPRESENTAÇÃO DE DEFESA

(art. 78, § único)ß

DECISÃO MOTIVADAß

RECURSOß

DECISÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR

O ponto inicial para a aplicação das sanções prevista em Lei é a formalização do registro pelo gestor de contrato.

A Administração, na figura do Ordenador de Despesas, dará ciência ao contratado sobre sua falha, informará como deverá ocorrer o processo e quais sanções pretende aplicar.

A Editora Zênite orienta a formalização de uma comissão, sem, no entanto, apresentar qual diploma legal disciplina a referida medida.

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RESCISÃO UNILATERAL

PROCEDIMENTO DA RESCISÃO:

CONSTATAÇÃO DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO E LESÃO PARA ADMINISTRAÇÃO

ßCIÊNCIA DO CONTRATADO

ßAPRESENTAÇÃO DE DEFESA

(art. 78, § único)ß

DECISÃO MOTIVADAß

RECURSOß

DECISÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR

O contratado terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para apresentar sua defesa prévia. (§2°, art. 87 – art.5°, inc LV, CF/88)

No caso de declaração de inidoneidade o prazo previsto é de 10 (dez) dias úteis. (§3°, art. 87)

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RESCISÃO UNILATERAL

PROCEDIMENTO DA RESCISÃO:

CONSTATAÇÃO DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO E LESÃO PARA ADMINISTRAÇÃO

ßCIÊNCIA DO CONTRATADO

ßAPRESENTAÇÃO DE DEFESA

(art. 78, § único)ß

DECISÃO MOTIVADAß

RECURSOß

DECISÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR

Acolhida a defesa do contratado a Administração julgará os motivos pelos quais houve a inadimplência total ou parcial.

Verificada a falha a Administração aplicará a sanção que couber.

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RESCISÃO UNILATERAL

PROCEDIMENTO DA RESCISÃO:

CONSTATAÇÃO DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO E LESÃO PARA ADMINISTRAÇÃO

ßCIÊNCIA DO CONTRATADO

ßAPRESENTAÇÃO DE DEFESA

(art. 78, § único)ß

DECISÃO MOTIVADAß

RECURSOß

DECISÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR

Aplicada a sanção, o contratado poderá, ainda, interpor recurso administrativo fins de justificar o ocorrido. O prazo para tal é de 5 (cinco) dias úteis, conforme estabelecido na alínea f, inciso I, do artigo 109 da Lei 8666/93.

Para os órgãos integrantes do SISG é interessante que o lançamento no SICAF ocorra somente depois de totalmente julgado o processo.

Sendo o processo um convite, o prazo para recurso é de 2 (dois) dias úteis. (§6°, art. 109)

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RESCISÃO UNILATERAL

PROCEDIMENTO DA RESCISÃO:

CONSTATAÇÃO DO INADIMPLEMENTO DO CONTRATO E LESÃO PARA ADMINISTRAÇÃO

ßCIÊNCIA DO CONTRATADO

ßAPRESENTAÇÃO DE DEFESA

(art. 78, § único)ß

DECISÃO MOTIVADAß

RECURSOß

DECISÃO DA AUTORIDADE SUPERIOR

Quando interposto recurso, a Administração deverá submeter o processo para análise da Autoridade Superior para fins de ratificação ou reconsideração.

O prazo para decisão é de 5 (cinco) dias úteis, conforme estabelece o §4°, art. 109.

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

AUTO-EXECUTORIEDADE DOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO

ADVERTÊNCIA (faltas leves)

(inciso I, artigo 87)

EFEITO INTERNO

MULTA (pode ser combinada com as demais)

(inciso II, artigo 87)

SUSPENSÃO DE LICITAR E CONTRATAR

(inciso III, artigo 87)

EFEITO EXTERNO

DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE

(inciso IV, artigo 87)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 87 Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções :

I. advertência;II. multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.III. suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos.IV. declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. (INCLUSIVE SUBCONTRATAÇÃO – princípios da indisponibilidade do interesse público e da moralidade)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

• Contraditório e ampla defesa: descrição da infração e sanção que se pretende aplicar

• Não são eternas: vigoram até motivo que a determinaram

• Ordem da Lei gradativa

• Podem ser impostas ANTES da assinatura do contrato

• Desconsideração da personalidade jurídica?

• O administrador deverá tomar muito cuidado no momento de suspender ou cancelar a inscrição no registro cadastral, uma vez que, segundo o art. 98 da Lei de Licitações, é crime promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento do registro do inscrito. (PENA DE 6 A 2 ANOS E MULTA)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

• Sanções previstas no art. 7° da Lei 10.520/02 - Pregão– Quem convocado dentro do prazo da proposta:– Não celebrar o contrato;– Deixar de entregar ou apresentar documento falso;– Retardar imotivadamente a execução do objeto;– Não mantiver a proposta;– Falhar ou fraudar na execução do contrato;– Comportar-se de modo inidôneo;– Cometer fraude fiscal.

FICA IMPEDIDO DE LICITAR – 5 anos.Sem prejuízo de multas e outras sanções.

DOIS PESOS? Lei 8.666/93 x Lei 10.520/02

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

• Obrigatoriedade de inclusão no contrato e edital– A sua aplicação está expressamente prevista na Lei de

Licitações, nos arts. 86 e 87, devendo, para sua incidência na relação contratual, estar expressamente consignada no edital e no contrato, em razão da determinação constante dos arts. 40, III, e 55, VII, última parte, do mesmo diploma legal.

• A multa pode ser de naturezas moratória e compensatória– A multa moratória é aplicada em razão da mora, isto é, da

demora no cumprimento das obrigações contratuais.– Já a multa compensatória, também de natureza sancionatória,

tem por finalidade compensar a outra parte pelo dano que lhe é causado pela inadimplência ou infração do contratado.

– A Lei nº 8.666/93 alude à multa de mora no art. 86, e a multa, em sentido genérico, no art. 87, II

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

É necessário, na aplicação de sanções administrativas, seguir a ordem dos incisos do art. 87? Ex.: para aplicar a suspensão deve-se antes aplicar a advertência e a multa?

Há condutas que não comportam uma mera advertência e ensejam, de plano, uma repreensão mais rigorosa. Ainda, como acima se observou, condutas que fundamentam a aplicação da suspensão não são tão graves a ponto de autorizar uma declaração de inidoneidade, donde aquela sanção não poder figurar como pressuposto da aplicabilidade desta. Por outro lado, algumas infrações não chegam a lesar o interesse público, tornando despropositada qualquer atitude mais drástica por parte da Administração. Nesses casos, a advertência, ou seja, o alerta para que o infrator tome as devidas providências para corrigir seu erro e evitar a reincidência, afigura-se perfeitamente adequada. (Zênite)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Não tendo sido concluído processo administrativo para aplicação de suspensão do direito de licitar e contratar ou declaração de inidoneidade em virtude de ter, o contratado, inadimplido contrato anteriormente firmado, é possível obstar sua participação em novas licitações?Enquanto não houver efetivo sancionamento, ou seja, não estiverem esgotadas as vias administrativas disponíveis ao particular para evitar a restrição do seu direito, as penalidades em questão não surtirão efeitos.

Todavia, isso não acarreta risco algum para o procedimento ou para a própria contratação. A Administração inabilitará o licitante assim que a penalidade vier a ser aplicada. Se a fase oportuna já houver se ultimado, o § 5º do art. 43 permite a desclassificação por motivo relacionado com a habilitação, quando decorrente de fato superveniente ou só conhecido após o julgamento. (Zênite)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

É possível a aplicação de sanções ao contratado após a extinção do contrato?

As sanções contratuais, de modo semelhante, somente podem ser aplicadas enquanto vigente o contrato. É o contrato, pois, que lhe dá suporte e legalidade. Após a extinção do contrato não cabe a aplicação de qualquer sanção contratual, sob pena de ilegalidade. Cabe ressalvar a hipótese em que o processo punitivo teve início e dele foi intimado o denunciado na vigência do contrato. (Zênite)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

É possível punir o contratado que não mais mantém a regularidade fiscal com a retenção do pagamento devido?

Não pode a Administração, após a efetivação do contrato e a prestação dos serviços, reter o pagamento ao fundamento de que não comprovada a regularidade fiscal pela empresa contratada, porquanto isso fere os princípios da moralidade administrativa e da legalidade. No caso, cuidou-se do fornecimento de ‘quentinhas’ e sequer foi exigida a certidão de regularidade fiscal (art. 29, III, da Lei nº 8.666/1993) quando da habilitação dos concorrentes. (2ª Turma, REsp 730.800-DF, Rel. Min. Franciulli Netto, data do julgamento: 06.09.2005).

No julgamento do REsp 633432/MG, a 1ª Turma do STJ ressaltou que, por não constar do rol do art. 87 da Lei nº 8.666/93 como penalidade a retenção do pagamento, não poderia ser aplicada essa sanção à empresa contratada, sob pena de violação ao princípio constitucional da legalidade. (Zênite)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Quando fornecedor contratado por meio do sistema de registros de preços não honrar o pactuado e, figurando a Administração contratante como órgão participante de sistema gerenciado por ente público federal, quem tem competência para aplicar penalidades: a contratante ou o órgão gerenciador?

O art. 3º, § 2º, inc. VII, do Decreto nº 3.931/2001, dispõe que caberá ao órgão gerenciador a “aplicação de penalidades por descumprimento do pactuado na Ata de Registro de Preços”.

Mais adiante, o mesmo art. 3º, do Decreto nº 3.931/2001, em seu § 4º, inc. IV, estabelece que compete ao órgão participante aplicar, “em coordenação com o órgão gerenciador”, as “eventuais penalidades decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais”.

Então, a partir da interpretação sistemática do art. 3º, do Decreto nº 3.931/2001, bem como levando em consideração que o fornecedor firmou duas relações jurídicas distintas (ata e contrato).

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Qual é o entendimento mais recente do Superior Tribunal de Justiça quanto à extensão da sanção de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, prevista no inc. III do art. 87 da Lei nº 8.666/93?

ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÕES. MANDADO DE SEGURANÇA. ENTES OU ÓRGÃOS DIVERSOS. EXTENSÃO DA PUNIÇÃO PARA TODA A ADMINISTRAÇÃO. 1. A punição prevista no inciso III do artigo 87 da Lei nº 8.666/93 não produz efeitos somente em relação ao órgão ou ente federado que determinou a punição, mas a toda a Administração Pública, pois, caso contrário, permitir-se-ia que empresa suspensa contratasse novamente durante o período de suspensão, tirando desta a eficácia necessária. 2. Recurso especial provido. (STJ, 2ª Turma, RESP nº 174274/SP, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 22.11.2004.) (Zênite)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Caso de desconsideração da personalidade jurídica

A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei nº 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída.

A Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular. (Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 15.166, STJ, de 07/08/2003)

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Caso de desconsideração da personalidade jurídica

A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei nº 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída.

A Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída com abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular. (Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 15.166, STJ, de 07/08/2003)

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