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Curso Técnico em Meio Ambiente ANA GABRIELA PERSON RAMOS GRAZIELE CRISTINE DA SILVA TATIANE CIPRIANO FLORIDO ÁREA: GERENCIAMENTO DO MEIO AMBIENTE SUBÁREA: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS, RECICLAGEM EMBALAGENS ECOLÓGICAS PARA MUDAS Nº MOSTRATEC 121 INÍCIO: 30/09/10 TÉRMINO:30/09/11 CAMPINAS - OUTUBRO 2012

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Curso Técnico em Meio Ambiente

ANA GABRIELA PERSON RAMOS

GRAZIELE CRISTINE DA SILVA

TATIANE CIPRIANO FLORIDO

ÁREA: GERENCIAMENTO DO MEIO AMBIENTE

SUBÁREA: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS, RECICLAGEM

EMBALAGENS ECOLÓGICAS PARA MUDAS

Nº MOSTRATEC 121

INÍCIO: 30/09/10

TÉRMINO:30/09/11

CAMPINAS - OUTUBRO

2012

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Ana Gabriela Person Ramos

Graziele Cristine da Silva

Tatiane Cipriano Florido

EMBALAGENS ECOLÓGICAS PARA MUDAS

Relatório do Projeto apresentado como

exigência para a Mostratec 2012, na

Área Gerenciamento do Meio

Ambiente, Subárea Gerenciamento de

Resíduos e Reciclagem, sob a

Orientação da Professora Erica

Gayego Bello Figueiredo Bortolotti.

Campinas – Outubro

2012

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AGRADECIMENTOS

À Escola Técnica Estadual Conselheiro Antônio Prado - ETECAP, por apoiar e

incentivar as ideias e o projeto.

À professora Érica que deu todo apoio e incentivo desde o começo, emprestou

materiais, deu ideias e foi sempre gentil.

Aos amigos: Eneas (por fornecer o jornal), Danilo e Vivian( por fornecerem o aquário);

Lázaro, Rosângela, Julia e Welington (por ajudarem na produção das embalagens);

Hélio e Thiago (por terem aparecido e passado uma super energia ao projeto,

proporcionando a trituração dos resíduos e tudo o mais); Jonas (por fornecer a

serragem); e Beto (por oferecer ajuda na confecção dos vasinhos de jornal).

Agradecemos também a todos que acreditaram no projeto desde o início e àqueles

que ficaram surpresos e felizes com o resultado final!

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Folha de Aprovação

Ana Gabriela Person Ramos

Graziele Cristine da Silva

Tatiane Cipriano Florido

Projeto aprovado pela seguinte banca:

_______________________________________________________________

Erica Gayego Bello Figueiredo Bortolotti – profª Orientadora

_______________________________________________________________

Mariângela Carnavialli Grippo – Coordenadora do Curso Téc. em Meio

Ambiente

_______________________________________________________________

Rosângela Rodrigues Leme Pellegrino – Diretora da Escola Técnica Estadual

Conselheiro Antônio Prado/ETECAP

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Sumário

Resumo ...................................................................................................................... 06

1. Introdução ............................................................................................................... 07

2. Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................. 07

3. Fundamentação Teórica ......................................................................................... 09

3.1. Biomassa. ........................................................................................................ 09

3.2. Decomposição de Biomassa ............................................................................ 09

3.3. Embalagens Plásticas ...................................................................................... 10

3.3.1. Embalagens para mudas em PEBD .............................................................. 12

3.4. Plásticos Biodegradáveis ................................................................................. 13

4. Relevância do trabalho ........................................................................................... 15

5. Hipótese ................................................................................................................. 15

6. Objetivos ................................................................................................................. 15

7. Materiais e Custos .................................................................................................. 16

8. Métodos .................................................................................................................. 17

8.1. Desenvolvimento das Embalagens. ................................................................. 17

8.2. Análise de Decomposição ................................................................................ 18

8.3. Educação Ambiental ........................................................................................ 19

9. Cronograma ............................................................................................................ 20

10. Resultados e Discussão........................................................................................ 20

10.1. Desnvolvimento das Embalagens. ................................................................. 20

10.2. Análise de Decomposição .............................................................................. 21

10.3. Educação Ambiental ...................................................................................... 26

11. Conclusão ............................................................................................................. 20

12. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 29

13. Apêndice (fotos) .................................................................................................... 32

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RESUMO

As embalagens plásticas surgiram no final de década de 1950 e revolucionaram a vida

moderna. Cerca de meio bilhão de toneladas deste material são produzidas

anualmente a partir de hidrocarbonetos fossilizados (petróleo). São materiais incríveis,

no entanto acabam sempre no lixo, realizado um ciclo do berço ao túmulo, pois não se

decompõem e nem sempre são ou podem ser reciclados. O projeto consiste no

desenvolvimento de embalagens ecológicas a fim de substituir as convencionais. O

foco é a produção de embalagens para mudas, pois estas são produzidas e muitas

vezes plantadas em embalagens plásticas, o que prejudica o solo e o crescimento da

raiz. Para substituir o plástico de forma ecológica, nada melhor do que aproveitar

resíduos de biomassa, como por exemplo, a casca de coco verde, o bagaço de cana,

cascas de frutas diversas, serragem, entre outros, proporcionando assim a solução de

dois importantes problemas ambientais: o descarte de resíduos de biomassa (lixo

orgânico) e a produção excessiva de plástico. É renovável e ainda serve de substrato

para as plantas quando decomposta no solo. Vários testes foram realizados como

verificação do tempo de decomposição das embalagens e resistência para as mudas,

com a finalidade de verificar qual decompõe mais rápido. Uma das propostas do

projeto também é promover educação ambiental e sensibilização, por meio de oficinas

e palestras na comunidade escolar. Outras embalagens foram produzidas, como

vasos, porta canetas, porta trecos e etc.

PALAVRAS-CHAVE: embalagens ecológicas; reaproveitamento de resíduos;

biomassa.

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1. Introdução

As embalagens plásticas surgiram no final de década de 1950 e

revolucionaram a vida moderna. Cerca de meio bilhão de toneladas deste material são

produzidas anualmente a partir de hidrocarbonetos fossilizados. São materiais

incríveis, no entanto acabam sempre no lixo, realizado um ciclo do berço ao túmulo,

pois não se decompõem e nem sempre são ou podem ser reciclados.

A sua substituição por resíduo de biomassa é uma alternativa que deve ser

difundida e aprimorada, visto que é uma solução para dois tipos de problema: o

problema do uso do plástico e o problema do descarte de resíduos orgânicos.

A biomassa é um material constituído principalmente de substâncias de origem

orgânica, como a lenha, bagaço de cana-de-açúcar, resíduos florestais, resíduos

agrícolas, casca de arroz, excrementos de animais, entre outras matérias orgânicas.

A quantidade de resíduos de biomassa produzida é astronômica. No caso da

cana-de-açúcar, por exemplo, estima-se que cerca de 175 milhões de toneladas de

bagaço e palhas secas foram produzidos em 2010, considerando dados da

Companhia Nacional de Abastecimento (1). É difícil estimar o total de resíduos

agropecuários produzidos no país, mas acredita-se que o número é da ordem de um

bilhão de toneladas por ano. Portanto, é fácil entender que resíduos são matérias-

primas de baixo custo disponíveis nos locais onde são produzidos (1).

O projeto baseia-se no desenvolvimento de embalagens para mudas com o

uso de resíduos de biomassa, incorporados em cola, argila e amido, que também são

materiais degradáveis. De acordo com os resultados obtidos, as embalagens se

mostram viáveis em termos de decomposição em relação ao plástico, porém o custo

ainda é alto em relação às embalagens plasticas, como tubetes e saquinhos.

Esse projeto caracteriza uma pesquisa descritiva (2), pois apresenta como

objetivos a descrição das características de um fenômeno ou de uma experiência. A

diferença em relação à pesquisa exploratória é que o assunto pesquisa já é conhecido.

A grande contribuição das pesquisas descritivas é proporcionar novas visões sobre

uma realidade já conhecida (2).

2. Pesquisa Bibliográfica

O AGROPOTE é uma nova concepção em embalagem, envasada

mecanicamente com substrato preparado e produzido com fibras de polipropileno que

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se incorpora ao ambiente pela ação do solo e do sistema radicular (ver figura 1). É

preenchido com turfa, casca de pínus bioestabilizada ou fibra de coco, acrescida de

osmocote e Gel (3). Essas Embalagens estão prontas para serem usadas na produção

de mudas de nativas, florestais, café, cítrus, flores entre outras. O pH, a condutividade

elétrica, a adubação e a quantidade da relação "turfa-casca" ou fibra de côco, podem

ser manipuladas de acordo com pedido especificado pelo cliente. A embalagem de

polipropileno (TNT) é produzida com uma gramatura muito fina, a qual não prejudica o

desenvolvimento radicular, conforme testes realizados, não provoca enovelamento de

raízes, e a partir do momento que for transplantada, irá com o tempo degradar-se no

solo (3).

Figura 1. Agropote (3).

O Núcleo de Artesões em Holambra, produzem a Embalagem com Bagaço de

Cana. O Núcleo é formado por cerca de dez membros, sendo quatro que se dedicam

quase que exclusivamente ao artesanato com bagaço de cana. A ideia surgiu com a

visita a uma exposição em São Paulo. “Vimos algumas peças feitas com o bagaço de

cana e gostamos. Artesão sempre está em busca de novidades para implementar

suas opções”, diz Maria do Carmo (4).

O Brasil gera, diariamente, cerca de 100 mil toneladas de lixo. Desse total, a

maior parte – aproximadamente 65% – é constituída de material orgânico (resíduo de

biomassa), isto é, restos de frutas, legumes, verduras e alimentos em geral. O restante

se divide em aproximadamente 25% de papel, 4% de metal, 3% de vidro e 3% de

plástico. Apenas 1% da parcela orgânica presente no lixo é reciclada. Quando

reaproveitadas, essas sobras apresentam um potencial enorme, podendo servir até

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para a geração de energia elétrica. Contudo, uma vez abandonadas nos aterros,

geram grave impacto ambiental e são as grandes responsáveis pela sobrecarga

dessas áreas (5).

3. Fundamentação Teórica

3.1. Biomassa

O termo biomassa abrange os derivados recentes de organismos vivos (lenhas,

bagaços, restos devegetação, material orgânico em decomposição, etc), utilizados

como combustíveis (geração de energia) ou como matéria –prima. Do ponto de vista

da ecologia, biomassa é a quantidade total de matéria viva existente num ecossistema

ou numa população animal ou vegetal (6). Na definição de biomassa para a geração

de energia excluem-se os tradicionais combustíveis fósseis, embora estes também

sejam derivados da vida vegetal (carvão mineral) ou animal (petróleo e gás natural),

mas são resultado de várias transformações que requerem milhões de anos para

acontecerem. A biomassa pode considerar-se um recurso natural renovável, enquanto

que os combustíveis fósseis não se renovam a curto prazo. Suas vantagens são o

baixo custo, é renovável, permite o reaproveitamento de resíduos e é menos poluente

que outras formas de energias como aquela obtida a partir de combustíveis fósseis (7).

A queima de biomassa provoca a liberação de dióxido de carbono na

atmosfera, mas como este composto havia sido previamente absorvido pelas plantas

que deram origem ao combustível, o balanço de emissões de CO2 é nulo (7).

3.2. Decomposição da Biomassa (Processo de Compostagem)

Compostagem é um processo de transformação de matéria orgânica

(biomassa), encontrada no lixo, em adubo orgânico (composto orgânico). É

considerada uma espécie de reciclagem do lixo orgânico, pois o adubo gerado pode

ser usado na agricultura ou em jardins e plantas. A compostagem é realizada com o

uso dos próprios microorganismos presentes nos resíduos e no solo, em condições

ideais de temperatura, aeração e umidade (8).

Os resíduos orgânicos compostáveis podem ser classificados, de forma

simplificada, em dois grupos (ver tabela 1):

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a) os castanhos são aqueles que contêm maior proporção de carbono em relação

ao nitrogênio (C/N superior a 30:1), cor acastanhado, baixo teor de umidade e de

decomposição lenta. Ex: feno, palha, aparas de madeira e serragem, aparas de grama seca,

folhas secas, ramos pequenos e pequenas quantidades de cinzas de madeira.

b) os verdes são aqueles que têm maior proporção de nitrogênio (C/N inferior a

30:1), alto teor de umidade e decomposição mais rápida que os castanhos. Ex: restos de

cozinha (cascas de batata, legumes, hortaliça, restos e cascas de frutos, cascas de frutos

secos, borras de café, restos de pão, arroz, massa, cascas de ovos esmagadas, folhas e

sacos de chá, cereais e restos de comida cozida) e aparas de grama fresca.

Tabela 1: Resíduos verdes e castanhos (8).

Para que a compostagem seja realizada de forma adequada, convém ter maior

diversidade de resíduos, numa proporção em volume aproximadamente igual entre

castanhos e verdes. Entretanto a eficiência poderá ser controlada, não somente através do

monitoramento da temperatura e procedimentos mecânicos (reviramento), mas também

através das proporções de material verde e castanho, que podem ser variadas para se

aperfeiçoar a compostagem (8).

3.3. Embalagens Plásticas

As embalagens pla´sticas revolucionaram a vida moderna, facilitando

transporte, armazenamento e higiene. Exisitem diversos tipos de plásticos (ver tabela

2). A decomposição de plásticos libera substâncias químicas e contamina o ambiente,

porém, este processo é muito mais demorado. Em contrapartida, estes materiais

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representam um enorme volume nos aterros e lixões (9).

Plásticos em geral levam até quinhentos anos para se decompor, outros não se

“desmancham”, possuem tempo indeterminado de decomposição. Além de aumentar o

volume de lixo nos lixões e aterros, se eles não tiverem um destino correto podem

provocar enchentes ao entupir bueiros. Se o lixo for incinerado (queimado), a borracha

e os sacos plásticos liberam dioxina (uma substância altamente tóxica). Além disso,

alguns resíduos podem ser confundidos com alimentos por animais que chegam até a

morrer ao ingerí-los (9).

Tabela 2. Tipos de Plásticos mais Comuns (10).

A existência de plástico no solo impede a permeabilização da água e do ar,

tornando-os inférteis pela falta de degradação dos componentes e pela redução de

vida e substâncias naturais, além de ser prejudicial aos lençóis freáticos. Representa

perigos à vida marinha quando se trata de presença desses materiais no mar (11).

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3.3.1. Embalagens para Mudas em PEBD (Polietileno de Baixa Densidade)

O Polietileno (PE) é um dos polímeros mais empregados dentre as resinas

termoplásticas. Obtido a partir do gás etileno ou como subproduto do processamento

do petróleo, o Polietileno é um polímero plástico obtido através de um processo de

polimerização em baixa ou alta pressão, sendo classificado de acordo com a sua

densidade (baixa, média e alta) que produzem o PEAD (Polietileno de Alta Densidade

ou o PEBD Polietileno de Baixa Densidade). Considerada uma das principais variação

do polietileno, o PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) tem papel central dentre todos

os polímeros plásticos existentes (12).

Flexíveis, leves, transparentes e impermeáveis o PEBD é utilizado

principalmente na produção de filmes termocontroláveis, como caixas para garrafas de

refrigerante, fios e cabos para televisão e telefone, sacaria industrial, filmes de uso

geral, tubos de irrigação, mangueiras, embalagens flexíveis, impermeabilização de

papel (embalagens tetrapak), embalagens para mudas (ver figura 2), entre outros (12).

Figura 2. Embalagens de PEBD para mudas (13).

Pode facilmente suportar altas temperaturas de 80 º C a 100 ° C sendo muito

flexível, mas resistente práticamente inquebrável. O PEBD é produzido em variações

translúcidas ou opacas. É extremamente eficaz em locais onde os produtos químicos

são usados extensivamente sendo resistente, dependendo da química. Não apresenta

nenhum dano por diluição, assim como ácidos ou bases concentrados ou ésteres

tendo resistência moderada a aldeídos e cetonas (12).

Existem várias aplicações do PEBD sendo matéria muito utilizada na

fabricação de frascos, recipientes, tubos, garrafas e sacos plásticos. Muitos

equipamentos de laboratório também são feitos com PEBD. Usado principalmente

para produzir sacos de plástico, bandejas e recipientes em geral, frascos de

armazenamento de alimentos, tubos de laboratório e superfícies de trabalho à prova

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de ferrugem (12).

Os processos de reciclagem mecânica, são mais comuns, os quais consistem

em moagem, derretimento, corte e granulação de resíduos plásticos. Inicialmente, as

peças plásticas devem ser selecionadas em tipos iguais de materiais antes do início

efetivo do processo. O plástico selecionado é derretido e moldado em uma nova forma

ou cortado em pequenos grânulos (chamados de granulados) que serão

posteriormente utilizados como matéria-prima para praticamente qualquer finalidade,

nos quais são excluídos hospitalar e alimentar (12).

Na reciclagem de plásticos deve-se observar que ao derreter polímeros

diferentes, estes não se misturam facilmente, pois é necessário que sejam de um

mesmo material para que o processo de mistura seja homogêneo. Plásticos diferentes

tendem a não se misturar, entretando em muitos compostos pode-se usar um agente

compatibilizante. Normalmente é transformado em vassouras, carrinhos de super-

mercados, sacolas, tubos, etc. (12).

Esse processo só ocorre se houver a coleta seletiva do material, senão, acaba

ficando no meio ambiente, lixões e aterros, causando problemas, pois não se

decompõe.

A utlização desse material nas embalagens para as mudas também causa o

espiralamento do sistema radicular (enovelamento das raízes), o que notadamente

provoca um alto índice de mortalidade após o plantio e a operação de plantio é

retardada pela necessidade de se retirar a embalagem (14)

As principais causas do enovelamento são o plantio de mudas com sistema

radicular enovelado; entortamento de raízes na ocasião do plantio e desenvolvimento

da planta em um recipiente que não fornece espaço suficiente para suas raízes

crescerem, como por exemplo, a maioria dos recipientes de plástico (14).

3.4. Plásticos Biodegradáveis

A biodegradação só ocorre quando microorganismos vivos quebram as cadeias

de polímeros consumindo o polímero como fonte de alimento. Muitos plásticos ditos

biodegradáveis, no entanto, não são completamente consumidos por microorganismos

(15)

Para que um plástico seja considerado biodegradável, ele precisa se degradar

dentro de um período de tempo que não pode exceder a 180 dias, de acordo com as

normas internacionais (15)

Os plásticos biodegradáveis, por sua vez, de acordo com as recomendações

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da Avaliação do Desempenho de Embalagens Plásticas Ambientalmente Degradáveis

e de Utensílios Plásticos Descartáveis para Alimentos, não podem simplesmente ser

descartados na natureza ou em aterros, pois não há ambiente propício para sua

degradação nesses locais. O melhor destino para os plásticos biodegradáveis é a

compostagem (15).

De acordo com a Norma Brasileira de terminologia para embalagens plásticas

degradáveis e/ou de fontes renováveis (ABNT NBR 15448-1), a degradação é uma

alteração na estrutura química do polímero, que leva a uma perda irreversível das

propriedades de uso do material (15). Há várias formas de degradação:

Degradação: Alteração na estrutura química do polímero, que leva a uma perda

irreversível das propriedades de uso do material.

Biodegradação: Degradação causada por atividade biológica de ocorrência natural

por ação enzimática.

Biodegradação aeróbia1: Degradação causada por atividade biológica de ocorrência

natural, por ação enzimática, em presença de oxigênio, causando uma mudança na

estrutura química do material, produzindo principalmente dióxido de carbono e matéria

orgânica estabilizada.

Biodegradação anaeróbia: Degradação causada por atividade biológica de

ocorrência natural, por ação enzimática, em ausência de oxigênio ou em ambiente

com baixa disponibilidade de oxigênio, causando uma mudança na estrutura química

do material, produzindo principalmente metano, matéria orgânica estabilizada e

dióxido de carbono.

Fotodegradação: Degradação causada por ação da luz.

Hidrodegradação: Degradação causada por ação da água (hidrólise).

Oxidegradação: Degradação causada por ação do oxigênio (oxidação).

Termodegradação: Degradação causada por ação do calor.

1 O termo “aeróbia” também pode ser encontrado com a grafia “aeróbica”. Da mesma forma, o

termo “anaeróbia” pode ser encontrado com a grafia “anaeróbica”.

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Desintegração: Alteração física de um material em fragmentos.

4. Relevância do trabalho

As embalagens revolucionaram a vida moderna, proporcionando conforto,

praticidade e melhores condições de higiene. No entanto, acabam sempre no lixo e

não se decompõem no ambiente.

A necessidade de materais que se degradam é uma demanda do mercado,

principalmente no setor de produção de mudas, pois muitas vezes essas são

plantadas com as embalagens plásticas.

As embalagens ecológicas para mudas, feitas a partir de resíduos de

biomassa, se mostram viáveis, pois através de sua confecção, há o reaproveitamento

de resíduos; a embalagem é sustentável e não prejudica o solo devido a sua rápida

decomposição; não gera lixo; as mudas podem ser transplantadas sem a retirada da

embalagem, tornando o plantio mais prático e rápido; ao se decompor, a embalagem

se torna nutriente para a planta e com a rápida decomposição evita-se o

enovelamento da raiz.

5. Hipótese

Acredita-se que utilizando resíduos de biomassa, como bagaço de cana, palha

de arroz, casca de banana e entre outros, será possível desenvolver embalagens

compostáveis, que sustentem a muda por um tempo razoável enquanto esta estiver na

estufa e que sirva de meio nutritivo para o desenvolvimento da muda quando esta for

plantada, evitando os impactos ambientais.

6. Objetivos

O Objetivo Geral é produzir uma embalagem para mudas ecologicamente

correta, feita de resíduos de biomassa (bagaços, palhas, cascas, serragem e etc.), que

não polua o solo como as embalagens convencionais o fazem, e que se decompõe

facilmente, sendo utilizada pela planta como um meio rico em nutriente.

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Objetivos Específicos: reciclar o lixo orgânico; analisar o tempo de

decomposição das embalagens produzidas e desenvolver outras embalagens (como

porta-caneta, porta treco e etc.) e praticar a Educação Ambiental.

7. Materiais e Custos

Tabela 3. Materiais para o desenvolvimento das embalagens ecológicas.

Material Quantidade/descrição

Custo unitátio

Custo total

Jaca 2 unidades - -

Jornal 2 unidades - -

Argila 3 kg 2,00

6,00

Bagaço de cana 3 kg - -

Fibra de coco 3 kg - -

Casca de Banana 1 kg - -

Casca Ovo 500 g - -

Palha de Milho 500 g - -

Amido de milho 7,5 kg 3,00 45,00

Cola branca 8 kg 13,00 104,00

Serragem 500 g - -

Creme para mãos 1 kg 10,00 30,00

Verniz 500 mL 18,00 18,00

Pincel 2 2,00 2,00

Água Não contabilizado - -

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Molde 20 unidades

Estufa 1 - -

Balança 1 - -

Espátula de metal 1 - -

Triturador/moedor 1 - -

tesoura 2 - -

Papel insul-film 3 rolos 6,50 19,50

Custo Total 224,50

8. Métodos

8.1. Métodos para o Desenvolvimento das Embalagens

Embalagem de jornal

1. Coletar os jornais antigos e dobrar as folhas soltas em retângulos de diversos

tamanhos (de acordo com o tamanho da embalagem desejada).

2. Dobrar sempre em retângulos menores até formar tiras compridas e resistentes.

3. Depois de prontas, as tiras de jornal são coladas umas nas outras, de forma que vá

se formando uma espiral. Para obter-se mais firmeza, pode-se utilizar um molde e ir

enrolando as tiras ao seu redor, fazendo uso da cola, com precisão para que fiquem

bem próximas.

4. Esperar secar e estará pronto para uso.

Embalagens feitas a partir de resíduos de biomassa e cola, amido ou argila:

1. Tratar o resíduo com água sanitária por algumas horas, para que a incidência de

contaminação por microorganismos diminua.

2. Secar e triturar o resíduo.

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3. Adicionar cola branca, amido ou argila até dar liga.

4. Moldar e deixar secar ao sol ou em estufa.

Embalagens feitas a partir de resíduos de biomassa com Amido Tratado:

Base de Amido Tratado

200g amido de milho

200 g de cola branca

1 g de ácido cítrico (para conservar a massa)

Creme para as mãos sem silicone

Misturar tudo. Use o creme para dar liga na massa. Depois de pronta, acrescente

cerca de 30g de resíduo de biomassa e amasse até misturar tudo. Modele os vasos e

deixe secar.

8.2. Métodos para a Análise de Decomposição

Depois das embalagens prontas, serão plantadas as mudas e observado o

processo de crescimento e decomposição de cada uma. As embalagens também serão

enterradas para que se possa perceber o seu tempo e grau de decomposição.

Para a análise de decomposição, as embalagens serão pesadas de modo que

todas temham o mesmo peso e tamanho. A compostagem será molhada 1 vez por

semana. Serão obsevados os aspectos de decompoição, bem como o peso final.

Para facilitar a tabualação dos resultados, será atribuído um valor para a

decompoição, de acordo com o aspecto visual (degradação, fragilidade e formação de

fungos) (ver tabela abaixo).

Tabela 4. Valores atribuídos para a análise de decomposição2.

Aspecto da decomposição Valor Relação

Baixo 1 10%

Médio 5 50%

Alto 10 90%-100%*

*90% para embalagens com alto grau de decomposição.

*100% para embalagens já decompostas.

2 Tabela elaborada pelas pesquisadoras.

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8.3. Métodos para Educação Ambiental

O surgimento de problemas socioambientais como ameaçadores à

sobrevivência da vida na Terra é um fenômeno relativamente novo para a

humanidade. À medida que o ser humano se distanciou da natureza passou a encará-

la, não mais como um todo em equilíbrio, mas como uma gama de recursos

disponíveis, capazes de serem transformados em bens consumíveis (16).

Em poucas décadas eram muitos os sintomas que indicavam que este modelo

não era sustentável. Primeiro, os recursos naturais são finitos e insuficientes para

alimentarem as crescentes demandas das sociedades de consumo. Segundo, o bem-

estar sedutor e ilusório do consumo, só é vivido por uma pequena parcela da

população humana, pois a maioria luta apenas para sobreviver, tendo que enfrentar,

agora, os graves problemas ambientais causados pelo próprio modelo econômico,

como poluição em geral e a geração de lixo (16)

A proposta do projeto é divulgar na comunidade escolar as embalagens

ecológicas e sensibilizar em relação ás questões ambientais, como a geração e

descarte de lixo, uso de materiais que não podem ser reciclados, etc.

Essa atidade de EA será realizada na Festa junina da escola, onde os

materiais serão expostos na “barraca de Meio Ambiente”. Como parte da metodologia,

um questionário será aplicado aos interessados:

1- Você acha que esse projeto proporciona a reflexão ambiental? Por que?

( ) sim ( ) não

2- Você acha válida a substituição do plástico por resíduos orgânicos? Por que?

3- Você tem alguma sugestão de melhoria para o projeto (materiais, métodos,

etc)?

4. Qual é o público alvo:

( ) aluno Meio Ambiente ( ) aluno Bioquímica ( ) Aluno de Química

( ) aluno Ensimo Médio ( ) Visitante

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9. Cronograma

Ano 2010 2011

Atividades Set Out Nov Dez Fev Mar Abri Maio Jun Juh Ago Set

Planejamento X X X X

Desnvolvimento

das embalagens X X X X

Testes de

Decomposição X X X X X X

Atividade de EA

Festa junina X

Tabulação de

resultados X X X X

Relatório Final X

10. Resultados e Discussão

10.1. Resultados e Discussão: Desenvolvimento das Embalagens

Desenvolveu-se uma variedade de embalagens com diferentes resíduos,

dentre eles: o bagaço de cana, jornal, casca de coco verde, serragem, amido de milho,

palha de arroz, sementes, casca de ovo, casca de banana (figuras 3, 4 e 5).

As embalagens produzidas com cola e resíduos começaram a decompor

rapidamente (formação de fungos é evidente). Tendo em vista essa situação, o

desenvolvimente de outro agente ligante se mostrou necessário, como o amido e o

amido tratado. As embalagens produzidas com amido puro também apresentaram

rápida decomposição, sendo assim, o amido tratado foi utilizado, obtendo-se mais

êxito3.

3 Esses testes foram observados antes das embalagens serem submetidas ao teste de decomposição nos aquários

(compoteiras).

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Figura 3. Jornal, Fibra de coco e cola, Jaca madura e papel, Jaca verde e papel.4

Figura 4. Bagaço de cana com amido, Fibra de Coco com calcário, Serragem e argila, Bagaço de cana com cola.

Figura 5. Fibra de coco maior e cola, Amido Tratado e resíduos diversos, tubetes de amido tratado e resíduos diversos, amostras dos resíduos de biomassa.

10.2. Resultados e Discussão: Análise da decomposição

Foram montadas 2 composterias. Na primeira foram analisadas as embalagens

feitas com jornal e resíduos com cola, e na segunda as embalagens feitas com amido

tratado.

Para as embalagens com jornal e resíduos com cola, uma amostra de cada

vaso foi cortado e pesado, de modo que todos obtivessem o peso de 9,8 gramas cada.

4 Figuras 3,4 e 5 (Fotos): Arquivo pessoal das pesquisadoras.

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Após isso, no dia 15 de abril de 2011, todas foram enterrados no aquário da

decomposição nº 1(figura 6), que estava cheio de terra, substrato que foi coletado na

própria escola. Foram dispostos separadamente e bem próximos ao vidro do aquário,

para que a decomposição pudesse ser acompanhada.

Figura 6. Teste de Decomposição das embalagens aquário nº1: Jaca verde e madura, Cana

com cola, Jornal, Coco com cola, Serragem e Argila. Início em 15/04/2011.5

Para as embalagens com resíduo e amido tratado, amostras de 3,8 g foram

cortadas e enterradas no aquário nº 2 (dia 08 de agosto de 2011).

No dia 26 de setembro de 2011 e 29 de fevereiro de 2012, todas as amostras

foram retiradas dos aquários para pesagem e análise do aspecto visual (ver tabela 5 ).

O peso das embalagens, em geral, aumentou devido à absorção de umidade, o que

indica estágio de decomposição (8).

As embalagens de amido tratado se mostraram mais resistentes antes do

processo de compostagem, no entando, quando as amostras foram retiradas das

composterias para pesagem (figura 7), observou-se que elas não estavam totalmente

decompostas, porém estavam “moles” e as outras não.

5 Figura 6 (Foto): Arquivo pessoal das pesquisadoras.

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Figura 7. Amostras das composterias 1 e 2, respectivamente, retiradas para pesagem e análise do aspecto visual

6.

Tabela 5. Análise geral da decomposição das embalagens produzidas (última

pesagem em 29/02/2012)7.

Tipos

Embalagens

Peso

Inicial

(g)

Peso

Intermediário

(g)

Peso

Final

(g)

Aspecto e grau

de

decomposição

Tempo de

Decomposição

1. Jornal 9,8 33,4 8,0 Baixo 15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

2. Jaca verde e

papel

9,8 15,9 0 Alto 15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

3.Jaca Madura e

papel

9,8 25,9 0 Alto

15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

4. Bagaço de

cana e cola

9,8 19,4 0 Alto 15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

5. Fibra Coco e

Calcário

9,8 10,18 8,9 Baixo 15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

6. Fibra coco e

cola

9,8 18,4 0 Alto 15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

7. Serragem

grande e Argila

9,8 15,5 13,2 Baixo 15/04/11 – 29/02/12

Aprox. 10 meses

8. Bagaço de

cana e amido

tratado

3,8 2,7 4,2 Médio 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

9. Fibra de coco

grossa e amido

tratado

3,8 5,2 6,3 Alto 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

10. Palha de 3,8 4,2 5,0 Médio 8/08/11 – 29/02/2012

6 Figura 7(Foto): Arquivo pessoal das pesquisadoras.

7 Tabela elaborada pelas pesquisadoras.

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Arroz e amido

tratado

Aprox. 6 meses

11. Casca

Banana e amido

tratado

3,8 4,8 6,2 Alto 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

12. Palha de

milho e amido

tratado

3,8 3,6 7,6 Alto 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

13. Casca de

Ovo e Amido

Tratado

3,8 5,6 5,9 Médio 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

14. Serragem

média e Argila

3,8 4,8 3,9 Baixo 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

15. Mate e

Amido Tratado

3,8 3,2 2,7 Médio 8/08/11 – 29/02/2012

Aprox. 6 meses

16. Cabelo de

milho e amido

tratado

- - - -

17. Sementes e

amido tratado

- - - -

18. Fibra de

coco e amido

- - Começou o

processo de

decomposição

antes de ser

enterrada

Alto

-

Os gráficos 1, 2, 3 e 4 8 comparam as embalagens produzindas e o grau

decomposição, de acordo com a metodologia proposta 9.

Observando a decomposição das embalagens na composteira nº 1, em 5

meses a embalagem de jaca madura apresentou decomposição quase que total, isso

porque ela é um resíduo verde e abosrveu bastante umidade (8). As embalagens de

jaca verde, bagaço de cana e cola e fibra de coco e cola apresentaram decomposição

total em 10 meses. As embalagens de jornal, fibra de coco e calcário e serragem com

argila não apresentaram um grau astisfatório de decomposição.

8 Gráficos1, 2, 3 e 4 elaborados pelas pesquisadoras.

9 Ver métodos página 18.

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Gráfico 1. Grau de decomposição composteira nº 1 (aprox. 5 meses de decomposição).

Gráfico 2. Grau de decomposição composteira nº 1 (aprox. 10 meses de decomposição).

Analisando a decomposição na composteira nº 2, as embalagens com amido

tratado e: fibra de coco, casca de banana e palha de milho, apresentaram elevado

grau de decomposição. Já a embalagem de serragem com argila não apresentou

decomposição significativa.

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Gráfico 3. Grau de decomposição composteira nº 2 (aprox. 1,5 meses de decomposição).

Gráfico 4. Grau de decomposição composteira nº 2 (aprox. 6 meses de decomposição).

10.3. Resultados e Discussão: Educação Ambiental

No dia 04 de junho de 2011 foi feita a educação ambiental na Festa Junina da

ETECAP. Os vasinhos foram expostas na “barraca de Meio Ambiente”. Muitas

pessoas visitaram o espaço e ficaram bastante curiosas sobre o projeto. Vários vasos

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foram vendidos e o questionário foi aplicado aos visitantes, obtendo-se os seguintes

resultados:

Questionário da festa junina

1- Você acha que esse projeto proporciona a reflexão ambiental? Por que?

A resposta “SIM” foi unânime nesta questão e foram obtidas respostas muito parecidas

que giraram basicamente em torno da importância da decomposição rápida das

embalagens e da substituição do plástico, o que mostra que o objetivo do projeto foi

entendido.

2- Você acha válida a substituição do plástico por resíduos orgânicos? Por que?

A resposta “SIM” foi unânime nesta questão e as justificativas variaram entre a

importância da decomposição rápida e a substituição do plástico, este tão nocivo ao

solo.

3- Você tem alguma sugestão de melhoria para o projeto (materiais, métodos,

etc)?

Através desta questão obteu-se poucas, porém interessantes dicas como utilizar o

bambu para confecção de vasinhos, pois ele proporciona uma boa resistência, trançar

o jornal ao invés de colá-lo, utilização de papel e outros tipos de resíduos, diminuir o

preço das embalagens para que elas possam competir no mercado com embalagens

feitas de plástico, diminuição do peso ou do volume para que facilite o uso, vender os

vasinhos com flores para deixá-los mais atraentes, substituir a cola branca por goma

de mandioca, entre outras.

A questão 4 era para identificação do público. De acordo com o gráfico 5, os

alunos do curso de Meio Ambiente e visitantes em geral (pais, amigos, etc), foram os

que mais se interessaram pelo projeto.

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Gráfico 5. Interesse pelo projeto na apresentação da Festa Junina 10

.

11. Conclusões

Produzir embalagens através de resíduos é uma alternativa viável para a

substituição do plástico e fácil de ser desenvolvida, com a vantagem de que não gera

lixo, é renovável e limpa, podendo promover mudanças no hábito populacional e

sensibilizar ambientalmente.

Pode representar uma alternativa em comunidades de baixa renda, que muitas

vezes recolhem lixo para revenda, fomentando assim a prática do artesanato e da

recuperação de resíduos orgânicos.

Os objetivos do projeto foram atingidos e a hipótese se confirmou, pois foi

possível a utilização dos resíduos de biomassa.

A análise do tempo de decomposição não está totalmente concluída, porém

sabe-se que é bem menor do que a embalagem plástica, além do que, serve de

substrato para a planta, pois quando a biomassa se decompõe, libera no solo carbono

e nitrogênio.

As embalagens de jaca madura e cola e resíduo com amido puro,

apresentaram decomposição antes de serem submetidas ao teste de compostagem, o

que, para a produção de mudas seria inviável, pois as embalagens devem resistir

antes de serem enterradas. As embalagens que apresentaram melhores resultados

foram as embalagens de resíduo e cola e resíduo e amido tratado, sendo as de amido

10

Gráfico 5 foi elaborado pelas pesquisadoras.

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tratado mais resistentes. Já as embalagens com os agentes ligantes de argila e

calcário não apresentaram estágio de decomposição significativa em 10 meses de

análise, sendo assim inviáveis para a produção das mudas, pois demoram para

decompor e fornecer os substratos para as plantas.

O custo da embalagem ainda é uma desvantagem em relação às embalagens

convencionais, pois o custo final de uma embalagem pequena é, em média, R$ 3,00 e

uma embalagem plástica cerca de R$ 0,10 centavos.

12. Referências Bibliográficas

1. CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em

<http://www.conab.gov.br/>.Acessado em: 21/04/11.

2 . GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas,

2008.

3. Agropote – Embalagens para mudas. Disponível em:

<http://www.agrofior.com/index.php?pag=menu&idmenu=>. Acessado em: 21/04/11

4. Artesanatos em Holambra. Disponível em:

<http://cosmo.uol.com.br/noticia/51146/2010-04-15/artesaos-de-holambra-criam-com-

bagaco-da-cana.html>. Acessado em: 03/11/11.

5. Riqueza no lixo . Disponível em:

<http://www.reporterbrasil.org.br/imprimir.php?escravo=1&id=46>.Acessado em:

01/12/10.

6. SIMON, Juciele. Culturas Bioenergéticas: Produção de Biomassa, decomposição e

liberação de nitrogênio dos resíduos culturais. Dissertação de Mestrado. Santa Maria,

RS, Brasil 2009. Disponível em:

<http://w3.ufsm.br/ppgcs/disserta%E7%F5es%20e%20teses/Disserta%E7%E3o%20J

ucieli.pdf>. Acessado em 27/04/11.

7. Biomassa. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Biomassa>. Acessado em

20/05/11.

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8. MEIRA, A. M.; CAZZONATTO, A. C.; SOARES, C. A. Manual básico de compostagem - série: conhecendo os resíduos. Piracicaba, USP Recicla, 2003. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/43389913/Apostila-Compostagem>. Acessado em 10/04/2011.

9. Tempo de Decomposição dos plásticos.Disponível em:

<http://sbrtv1.ibict.br/upload/sbrt-referencial11329.pdf>.Acessado em 27/04/11.

10. Tipos de Plásticos mais comuns. Disponível em:

<http://vivoepensando.wordpress.com/2010/02/18/da-pra-reciclar-pacote-de-bolacha/>.

Acessado em 22/09/11.

11. Plásticos e o Ambiente. Disponível

em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/plasticos/plasticos-

biodegradaveis.php>. Acessado em 27/04/11.

12. Recicla Brasil. Disponível em: <http://reciclabrasil.net/ldpe.html>.Acessado em

22/09/11.

13. PEBD.Disponível em:

<http://www.sacolasplasticas.net/Saco%20de%20Muda.html>.Acessado em 22/09/11.

14. Enovelamento das raízes. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-

70542010000200008>.Acessado em: 15/06/11.

15. INP – Instituto Nacional do Plástico. Disponível em:<www.inp.org.br>. Acessado

em 22/09/11.

16. CAPRA, F. Alfabetização Ecológica: O Desafio para a Educação do Século 21. In:

TRIGUEIRO, A. (coord.) Meio Ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da

questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

17. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e Documentação - Referências - Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2000. 18. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20 ed. rev. e

ampl. São Paulo: Cortez, 2006.

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19. OLIVEIRA, Nirlei e ESPINDOLA, Carlos R. Trabalhos acadêmicos:

recomendações práticas. São Paulo: CEETPS, 2003.

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13. Apêndice

Figura 8. Embalagens produzidas com resíduo de biomassa e cola

11.

Figura 9. Embalagens feitas com amido tratado e resíduos de biomassa.

Figura 10. Tubetes Ecológicos.

11

Figuras nº 8, 9, 10 e 12 (Fotos): Arquivo pessoal das pesquisadoras.

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Figura 11. Premiação Jovem Cientista em Brasíla, no Palácio do Planalto em 6 de

dezembro de 201112

.

Figura 12. Premiação FEBRACE 10 em 17 de março de 2012.

Figura 13. Exposição na FEBRACE 1013

.

12

Figura 11: Foto cedida pelo arquivo do Prêmio Jovem Cientista. 13

Figura 13: Foto de Gastão Guedes (Fotógrafo do Centro Paula Souza).