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Todos os direitos reservados ao Master Juris. www.masterjuris.com.br Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Aula: Funções Essenciais da Justiça - 40 Professor(a): Luis Alberto Monitor(a): Sarah Padilha Gonçalves Aula nº. 40 FUNÇÕES INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 1. Funções institucionais do Ministério Público (continuação) Por determinação constitucional, as funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva locação, salvo autorização do chefe da instituição (art. 129, § 2°, CF/88). Além disso, também lhe sãos vedados atuar fora dos limites de sua designação. § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. 2. Estrutura do Ministério Público Nos termos do documento constitucional (art. 1 28, CF/88), o Ministério Público engloba: I. Ministério Público da União (MPU), que compreende: a. o Ministério Público Federal (MPF); b. o Ministério Público do Trabalho (MPT); c. o Ministério Público Militar (MPM) d. o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); e II. os Ministérios Públicos dos Estados (MPE). i Ministério Público MPU MPF MPT MPT MPDFT MPE

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Curso/Disciplina: Direito Constitucional

Aula: Funções Essenciais da Justiça - 40

Professor(a): Luis Alberto

Monitor(a): Sarah Padilha Gonçalves

Aula nº. 40

FUNÇÕES INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO

1. Funções institucionais do Ministério Público (continuação)

Por determinação constitucional, as funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da

carreira, que deverão residir na comarca da respectiva locação, salvo autorização do chefe da instituição (art.

129, § 2°, CF/88). Além disso, também lhe sãos vedados atuar fora dos limites de sua designação.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca

da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.

2. Estrutura do Ministério Público

Nos termos do documento constitucional (art. 1 28, CF/88), o Ministério Público engloba:

I. Ministério Público da União (MPU), que compreende:

a. o Ministério Público Federal (MPF);

b. o Ministério Público do Trabalho (MPT);

c. o Ministério Público Militar (MPM)

d. o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT); e

II. os Ministérios Públicos dos Estados (MPE).

i

Ministério Público

MPU

MPF

MPT

MPT

MPDFTMPE

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3. Organização da Carreira

3.1. Procurador Geral da República

O Chefe do Ministério Público da União é O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA (art. 128, §§ 1° e 2°,

CF/88), nomeado pelo Presidente da República dentre indivíduos que preencham os seguintes requisitos:

(i) é integrante da carreira;

(ii) é maior de trinta e cinco anos,

(iii) há aprovação de seu nome pela maioria absoluta do Senado Federal.

Seu mandato é de dois anos, sendo permitida a recondução ilimitada, desde que observado idêntico

procedimento ao da nomeação.

Sua DESTITUIÇÃO antes do término do mandato é possível, e ocorrerá por iniciativa do Presidente da

República, sendo precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

Obs.:

− qualquer um dos membros da instituição que preencha os requisitos acima listados pode ser

escolhido pelo Presidente da República para ocupar o cargo de Procurador-Geral da República. Isso

porque a Constituição não exigiu a organização de uma lista de nomes, como fez para a escolha do

Procurador-Geral de Justiça, chefe do Ministério Público do Estado (art. 128, § 3°, CF/88);

− O Procurador-Geral da República pode ser reconduzido sucessivas vezes para o cargo. Veremos a

seguir, todavia, que o mesmo não se passa com os Procuradores-Gerais de Justiça, que somente

podem ser reconduzidos uma única vez;

3.2. Procurador Geral de Justiça

O Chefe dos Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal é o PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA,

nomeado pelo respectivo Chefe do Poder Executivo, através da escolha de um dos nomes inscritos em lista

tríplice formada por integrantes da carreira. Não há participação do Poder Legislativo local nesta escolha, haja

vista a desnecessidade da aprovação da escolha feita pelo chefe do Executivo.

O mandato do Procurador-Geral de Justiça é de dois anos, sendo permitida uma única recondução (art. 128,

§ 3°, CF/88). Sua destituição antes do término do mandato é possível, mas deve ser precedida de deliberação

da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva (art. 182, § 4°, CF/88).

Segundo decidiu o STF, se houver vacância do cargo de Procurador-Geral de Justiça, a eleição e a nomeação

de outro titular do cargo deve ser feita para um novo mandato de dois anos, e não para cumprir o período

que restava do antecessor. Não se trata, pois, de "mandato tampão", exatamente para evitar afronta à regra

do art. 128, § 3°, CF/88.

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Por fim, é válido comparar as regras atinentes à escolha, nomeação, recondução e destituição dos

Procuradores-Gerais:

PGR PGJ

Escolha: feita pelo Presidente da República Escolha: feita pelo Governador

Inexistência de lista: todos os integrantes da carreira

que preencherem os demais requisitos

constitucionais estão, em tese, habilitados a ocupar o

cargo

Existência de lista tríplice

Recondução ilimitada Admissibilidade de uma única recondução

Exigência de aprovação da escolha pela maioria

absoluta dos membros do Senado Federal

Inexistência de participação do Poder Legislativo na

nomeação do PGJ

A destituição exige prévia autorização do poder

legislativo (Senado Federal)

A destituição exige prévia autorização do Poder

Legislativo (Assembleia Legislativa)

3.3. Hierarquia dos membros do MPU

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3.4. Nomeação e destituição dos membros da MPU

Nomeação dos Membros do Ministério Público

Cargo Lista Triplice elaborada pelo Quem nomeia

Procurador Geral da República - Presidente da Republica nomeia

após aprovação, por maioria

absoluta, do Senado Federal.

Procurador Geral de Justiça dos

Estados

Ministério Público dos Estados Governador dos Estados

Procurador Geral de Justiça do DF

e Territórios

Colégio de Procuradores e

Promotores de Justiça

Presidente da República

Procurador Geral do Trabalho Colégio de Procuradores Procurador Geral da República

Ministério Público da União

MP Federal (MPF)

Procurador Geral da

República

Sub-Procurador Geral da

República

Procurador Regional da República

Procurador da República

MP do Trabalho (MPT)

Procurador Geral do Trabalho

Sub-Procurador Geral do Trabalho

Procurador Regional ddo

Trabalho

Procurador do Trabalho

MP Militar (MPM)

Procurador Geral da Justiça

Militar

Sub-Procurador Geral da Justiça

Militar

Procurador da Justiça Militar

Promotor de Justiça Miliar

MP do DF e Território (MPDFT)

Procurador Geral de Justiça

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Procurador Geral da Justiça

Miliar

Colégio de Procuradores Procurador Geral da República

Destituição dos Membros do Ministério Público

Cargo Deliberação Iniciativa

Procurador Geral da República Maioria absoluta do Senado

Federal (voto secreto)

Presidente da República

Procurador Geral de Justiça dos

Estados

Maioria absoluta da Assembleia

Legislativa

Definido na Lei Orgânica do MPE

de cada Estado

Procurador Geral de Justiça do

DF e Territórios

Maioria absoluta do Senado

Federal (voto secreto)

Presidente da República

Procurador Geral do Trabalho 2/3 do Conselho Superior Procurador Geral da República

Procurador Geral da Justiça

Miliar

2/3 do Conselho Superior Procurador Geral da República

4. Conselho nacional do Ministério Público

Adicionado ao documento constitucional pela emenda que engendrou a reforma do Poder Judiciário (EC nº

45/2004) e efetivamente instituído em 21 .06.2005, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) é um

órgão de controle interno da instituição, sediado em Brasília e com atuação em todo o território nacional.

Sua composição está delimitada no art. 130-A, CF/88, que determina a participação de quatorze membros,

nomeados pelo Presidente da República depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado

Federal.

Os integrantes são detentores de um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo que os

membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos,

na forma da lei (art. 130-A, § 1°, CF/88).

O Procurador-Geral da República é o Presidente do Conselho e seu membro nato.

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AS competências do CNMP estão distribuídas no Art. 130-A, § 2º da CF, vejamos:

Art. 130-A. (...)

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do

Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares,

no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos

administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo

desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento

da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos

Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da

instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a

Composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)

Procurador Geral da RepúblicaPresidente do CNMP

e membro nato

4 membros do MPU, assegurada a representação a cada uma das

carreiras

3 membros do MPE

2 juizes, indicados um pelo STF e o outro pelo STJ

2 advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB

2 cidadãos de notavel saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela

Câmara dos Deputados e o outro pelo Senado Federal

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aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções

administrativas, assegurada ampla defesa;

IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da

União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério

Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

5. Ministério Público junto ao Tribunal de Contas

A Constituição estabeleceu um tipo específico de Ministério Público, dotado de fisionomia institucional

própria, que não se confunde com a do Ministério Público comum, sejam os dos Estados, seja o da União. É o

Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas (art. 130, CF/88), cujos membros foram agraciados

com as mesmas, e expressivas, garantias (bem como direitos, vedações e a forma de investidura) atinentes ao

Parquet comum.

Assim, por encontrar-se consolidado na "intimidade estrutural" da Corte de Contas ao qual esteja vinculado,

este especial e anômalo Ministério Público não dispõe das garantias institucionais pertinentes ao Ministério

Público comum, notadamente daquelas prerrogativas que concernem à autonomia administrativa e

financeira dessa instituição, ao processo de escolha, nomeação e destituição de seu titular e ao poder de

iniciativa dos projetos de lei relativos à sua organização.

Em contrapartida, conforme entendeu o STF, a prerrogativa funcional, na qual se pode compreender a plena

independência de atuação perante os poderes do Estado, a começar pela Corte junto à qual oficiam, pertence

individualmente a seus membros.

Por fim, vale firmar a inadmissibilidade de transmigração para o Ministério Público especial de membros de

outras carreiras do Ministério Público comum, afinal as instituições não se confundem, dada a identidade

muito peculiar e especial do MP que oficia junto às Corte de Contas.

6. Resumo

MINISTÉRIO PÚBLICO

Introdução

O Ministério Público é instituição permanente,

essencial à função jurisdicional do Estado,

incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime

democrático e

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dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Natureza Jurídica

O Ministério Público não integra nenhum dos Poderes

estatais, sendo uma instituição independente e

autônoma, que não se inclui na estrutura de nenhum

dos Poderes tradicionais (Legislativo, Executivo e

Judiciário).

Principios institucionais

(i) PRINCIPIO DA UNIDADE: os integrantes do MP são

parte de uma única instituição, sendo dirigidos por um

mesmo chefe institucional (o Procurador-Geral) e

possuidores das mesmas prerrogativas funcionais;

(ii) PRINCIPIO DA INDIVISIBILIDADE: sinaliza que os

integrantes do MP podem ser substituídos uns pelos

outros, desde que da mesma carreira, sem que isso

acarrete qualquer prejuízo aos atos já praticados;

(iii) PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL,

protege a instituição de constrangimentos indevidos e

ingerências externas - por meio das garantias

institucionais -, e garante independência aos membros

do MP, de forma que estes não se subordinem às

convicções jurídicas de outrem, podendo atuar

livremente, de acordo com suas próprias convicções

jurídicas, às leis e, sobretudo, à Constituição Federal.

(iv) PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL que, ao

contrário dos demais, está implícito no ordenamento

pátrio

Ingresso na carreira - Requisitos: (i) bacharelado em Direito; (ii) comprovação de três anos, no mínimo, de

atividade jurídica; (iii) aprovação em concurso público de provas e títulos, com a obrigatória participação da OAB em sua realização e observância, nas nomeações, da ordem de classificação no certame.

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Garantias Institucionais (i) autonomia funcional da instituição;

(ii) autonomia administrativa; e

(iii) autonomia financeira

Garantias funcionais Vitaliciedade, Inamovibilidade e irredutibilidade de

subsídios

Vedações i) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,

honorários, percentagens ou custas processuais;

(ii) exercer a advocacia;

(iii) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

(iv) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer

outra função pública, salvo uma de magistério;

(v) exercer atividade político-partidária;

(vi) receber qualquer forma de auxílio ou contribuição

de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas,

exceto nas situações autorizadas em lei.

Organização Temos:

(i) O Ministério Público da União (MPU), que

compreende:

• o Ministério Público Federal (MPF);

• o Ministério Público do Trabalho (MPT);

• o Ministério Público Militar (MPM);

• o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

(MPDFT); e

(ii) os Ministérios Públicos dos Estados (MPE)

Procurador Geral da Republica Chefe do MPU é o Procurador-Geral da República,

nomeado pelo Presidente da República dentre

indivíduos que preencham os seguintes requisitos: {i)

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integrante da carreira; (ii) maior de trinta e cinco anos,

(iii) aprovação de seu nome pela maioria absoluta do

Senado Federal.

Seu mandato é de dois anos, sendo permitida a

recondução ILIMITADA

Procurador Geral de Justiça O Chefe dos Ministérios Públicos dos Estados e do

Distrito Federal é o Procurador- Geral de Justiça,

nomeado pelo respectivo Chefe do Poder Executivo,

através da escolha de um dos nomes inscritos em lista

tríplice formada por integrantes da carreira.

Não há participação do Poder Legislativo local nesta

escolha, haja vista a desnecessidade da aprovação da

escolha feita pelo chefe do Executivo.

O mandato do PGJ é de dois anos, sendo permitida

uma única recondução.

ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO

Até a promulgação da acuai Constituição, a representação judicial da União era efetivada pelos

Procuradores da República que, além de cumprirem as atribuições concernentes ao Ministério Público

Federal, também defendiam os interesses estatais.

A atual Constituição inovou significativamente ao instituir a Advocacia-Geral da União, atribuindo-lhe a

representação da União, judicial e extrajudicialmente, e, nos termos da lei complementar que dispuser sobre

sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo

(are. 131, CF/88).

Vê-se, pois, que foi o texto constitucional de 1988 que, além de fortalecer substancialmente o

Ministério Público, conferindo-lhe diversas prerrogativas de status constitucional, criou um órgão específico

para efetivar a representação judicial e extrajudicial da União, concedendo-lhe as condições indispensáveis

para o cumprimento de suas tarefas.

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1. Organização da AGU

De acordo com o que preceitua a LC nº 73/2003, a Advocacia-Geral da União compreende (art. 2°):

I. como órgãos de direção superior:

a. o Advogado-Geral da União;

b. a Procuradoria-Geral da União e a da Fazenda Nacional;

c. Consultoria-Geral da União;

d. o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União; e

e. a Corregedoria-Geral da Advocacia da União;

II. como órgãos de execução:

a. as Procuradorias Regionais da União e as da Fazenda Nacional e as Procuradorias da União

e as da Fazenda Nacional nos Estados e no Distrito Federal e as Procuradorias Seccionais

destas;

b. a Consultoria da União, as Consultorias Jurídicas dos Ministérios, da Secretaria-Geral e das

demais Secretarias da Presidência da República e do Estado-Maior das Forças Armadas;

c. como órgão de assistência direta e imediata ao Advogado-Geral da União: o Gabinete do

Advogado-Geral da União.

Subordinados diretamente ao Advogado-Geral da União, além do seu gabinete, estão:

a. a Procuradoria-Geral da União;

b. a Consultoria-Geral da União;

c. a Corregedoria-Geral da Advocacia-Geral da União;

d. a Secretaria de Controle Interno e

e. técnica e juridicamente, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

2. O Advogado Geral da União

Em conformidade com o que prevê o texto constitucional (art. 131, § 1°), a Advocacia-Geral da União é

chefiada pelo Advogado-Geral da União (AGU). Este é livremente nomeado pelo Presidente da República (ou

seja, a escolha não há de ser confirmada pelo Senado Federal), dentre advogados maiores de trinta e cinco

anos, possuidores de notável saber jurídico e de reputação ilibada.

Nota-se, pois, que o AGU não precisa integrar os quadros da Advocacia-Geral da União para ser nomeado

para a função.

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Possuidor do status de Ministro de Estado, o AGU é processado e julgado, nos crimes de responsabilidade, no

Senado Federal (art. 52, II, CF/88), e nos crimes comuns no STF (art. 102, 1, "c", CF/88).

3. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal

Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal integram a respectiva Procuradoria-Geral, órgão ao qual a

Constituição confiou a representação da entidade federada (judicial e extrajudicialmente) e a prestação da

atividade de consultoria e assessoramento. Nesse contexto, dispõe o texto constitucional que os Procuradores

dos Estados e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas

unidades federadas (art. 132, CF/88).

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de

concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases,

exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício,

mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.

Como essas atividades, de representação judicial e assessoramento jurídico, devem ser prestadas, no âmbito

do Poder Executivo, de modo exclusivo pela Procuradoria, são inconstitucionais os dispositivos das

Constituições estaduais que facultem a realização de representação judicial a assessor jurídico, de cargo

efetivo ou de provimento cm comissão.

Quanto ao ingresso na carreira, ele ocorre mediante concurso público, de provas e tÍtulos, com a participação

da OAB em todas as suas fases.

Aos procuradores foi assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de

desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias (art. 312, parágrafo

único, CF/88).

A remuneração deles é feita por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer

gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória (ares. 135 e

39, § 4°, ambos da CF/88).

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insta destacar que para a esfera municipal não há qualquer determinação de estruturação de carreiras

próprias de Procurador nos Municípios, mas nada impede que referidas entidades federadas criem cargos

com essa finalidade.

4. Resumo

ADVOCACIA PÚBLICA

Atribuições Representação da União, judicial e

extrajudicialmente,

e, nos termos da lei complementar que dispuser

sobre sua organização e funcionamento, as

atividades de consultoria e assessoramento jurídico

do Poder Executivo

Organização da AGU

A Advocacia-Geral da União compreende:

(i) como ÓRGÃOS DE DIREÇÃO superior:

• o Advogado-Geral da União;

• a Procuradoria-Geral da União e a da Fazenda

Nacional;

• Consultoria-Geral da União;

• o Conselho Superior da Advocacia-Geral da União;

e

• a Corregedoria-Geral da Advocacia da União.

SUBORDINADOS DIRETAMENTE ao Advogado-Geral

da União, além do seu gabinete, estão:

(i) a Procuradoria-Geral da União;

(ii) a Consultoria-Geral da União;

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(iii) a Corregedoria-Geral da Advocacia-Geral da

União; (iv) a Secretaria de Controle Interno

e, (v) técnica e juridicamente, a Procuradoria-Geral

da Fazenda Nacional.

O advogado geral da União Advocacia-Geral da União é chefiada pelo Advogado-

Geral da União.

Este é livremente nomeado pelo Presidente da

República (ou seja, a escolha não há de ser

confirmada pelo Senado Federal), dentre advogados

maiores de trinta e cinco anos.

O Advogado-Geral possuidores de notável saber

jurídico e de reputação ilibada.

O AGU não precisa integrar os quadros da Advocacia-

Geral da União para ser nomeado para a função.

Possuidor do status de Ministro de Estado, o AGU é

processado e julgado, nos crimes de

responsabilidade, no Senado Federal, e nos crimes

comuns no STF.

Procuradores dos Estados e DF Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal

integram a respectiva Procuradoria- Geral, órgão ao

qual a Constituição confiou a representação da

entidade federada (judicial e extrajudicialmente)

- são INCONSTITUCIONAIS os dispositivos das

Constituições estaduais que facultem a realização de

representação judicial a assessor jurídico, de cargo

efetivo ou de provimento em comissão

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Ingresso na

carreira

Ocorre mediante concurso

público, de provas e títulos,

com a participação da OAB em

todas as suas fases.

Estabilidade após três anos de efetivo

exercício, mediante avaliação

de desempenho perante os

órgãos próprios

Remuneração Subsídio fixado em parcela

única

Procuradores dos Municipios Na esfera municipal não há qualquer determinação

de estruturação de carreiras próprias de Procurador

nos Municípios, mas nada impede que referidas

entidades federadas criem cargos com essa

finalidade.