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Cursos de Tecnologia em sintonia com o mundo do trabalho Maio de 2013 – Ano 1 – Nº 03

Cursos de Tecnologia em sintonia com o mundo do trabalho · A foto da capa traz o Laboratório de Polímeros, ... culdade de Filosofia, ... de ensino “Esse trabalho abre um leque

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Cursos de Tecnologia emsintonia com o mundo do trabalho

Maio de 2013 – Ano 1 – Nº 03

Universidade de Caxias do SulReitor: Professor Isidoro ZorziVice-Reitor: Professor José Carlos KöchePró-Reitor Acadêmico: Professor Evaldo Antonio KuiavaPró-Reitor de Pesquisa, Inovação eDesenvolvimento Tecnológico: Professor José Carlos KöcheDiretor Administrativo e Financeiro: Professor Gilberto Henrique ChissiniChefe de Gabinete: Professor José Carlos Monteiro

Coordenação: Assessoria de Comunicação da UCS – Área de Imprensa

Impressão: Gráfica NordesteTiragem: 5.000 exemplaresContato: (54) 3218.2255, [email protected] www.ucs.br, @ucs_oficial, www.facebook.com/ucsoficialLeia também a revista no site www.ucs.br

Apresentação

A cada edição da Revista UCS, procuramos apresentar fatos que envolvam nossos alunos, egressos, professores e pesquisadores. São abordagens que difundem suas ideias, projetos e atividades. Afinal, queremos que a publicação sirva de elo entre a academia e a comunidade, por meio da socialização do que é produzido na Universidade.

Neste mês de maio, um dos destaques da Revista UCS são os cursos de Tecnologia. A matéria das páginas 10 a 13 mostra as carac-terísticas dessa modalidade de Ensino Superior. Através de depoimentos e de um tira-dúvidas, você ficará por dentro de como funcionam os cursos de Tecnologia, que oferecem formação especializada em áreas científicas e tecnológi-cas, com um viés bastante prático.

Outro atrativo é uma matéria, entre as pági-nas 5 e 7, sobre o Projeto de Reassentamen-to Urbano da UCS, ligado à Coordenadoria de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico. Uma equipe formada por professores e alunos de di-ferentes cursos realiza ações de promoção de cidadania em comunidades reassentadas, pos-sibilitando uma nova perspectiva de vida por meio de atividades de capacitação dos mora-dores.

Também destaca-se a matéria sobre a cul-tura afro-brasileira, nas páginas 8 e 9, que evi-dencia a importância do desenvolvimento de ações relacionadas à cultura afro no ambiente de ensino. Uma discussão fundamentada sobre o assunto dá ênfase à educação como antídoto para o preconceito. Esse será o tema do CETEC Festival 2013, evento da escola de Ensino Mé-dio da UCS, que será realizado no final do mês de junho.

Boa leitura!

A foto da capa traz o Laboratório de Polímeros, localizado no Bloco V, na Cidade Universitária, em Caxias do Sul. O equipamento em destaque é uma máquina extrusora dupla-rosca, que tem a função de misturar e homogeneizar os materiais compo-nentes da formulação desenvolvida para compósi-tos híbridos. A aluna Karine Grison, do Mestrado em Engenharia de Processos e Tecnologias, aparece na imagem realizando testes para suas pesquisas. Ela cursou Tecnologia em Polímeros e é uma das entre-vistadas para a matéria sobre cursos de Tecnologia desta edição. (Foto de Daniela Schiavo)

Destaque da capa

Índice

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5 a 7

8 e 9

10 a 13

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Agrometeorologia para os Campos de Cima da SerraReitor reúne-se com representantes de cursosDetalhes

Vestibular de Inverno da UCS tem inscrições atéo dia 10 de junhoFarroupilha - Biblioteca: estrutura e acervo ampliados

Acesso à cidadania

Educar para a diversidade é antídoto para o preconceito

Cursos de Tecnologia: aprendizado prático para as necessidades do mundo do trabalho

Dedicação à Química é premiada

Talentos do Design em MilãoSaída a campo em Vila Flores

Um profissional que intervém na questão social e em suas expressões

Estímulo às descobertas

A tarefa diária de regar o jardim

Artigo: Para prevenir a obesidade infantil

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Destaques

Por meio do Campus Universitário de Vacaria, a UCS atua de forma significativa nos municípios da região dos Campos de Cima da Serra. Um exemplo dessa atua-ção são as atividades voltadas ao setor agrícola, uma das principais fontes de ren-da local.

Atendendo a uma demanda apresen-tada pelo Corede dos Campos de Cima da Serra, com recursos da Secretaria Es-tadual da Ciência, Inovação e Desenvolvi-mento Tecnológico, apoio da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul e Funda-ção Estadual de Pesquisa Agropecuária, foi implementado o projeto “Observatório integrado de informações agrometeoroló-gicas”.

Foram instaladas onze estações mete-orológicas: duas em Vacaria e as demais nos municípios de André da Rocha, Bom Jesus, Campestre da Serra, Esmeralda, Ipê, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, Pinhal da Serra e São José dos Ausentes.

O objetivo do projeto é abastecer a região com dados sobre o clima. O Cam-pus Universitário de Vacaria é a sede do projeto, para onde são enviados os dados coletados pelas estações, que estão dis-poníveis ao público no site http://tempo.coredeccs.com/, desenvolvido pela equipe de alunos e professores do curso de Siste-mas de Informação da UCS Vacaria.

Se você quer participar da seção Detalhes, envie, pelo e-mail [email protected], fotos em alta resolução que apresentem seu olhar sobre a UCS. As fotografias sele-cionadas serão publicadas nesta página.

Agrometeorologia para os Campos de Cima da Serra

Reitor reúne-se com representantes de cursos

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O reitor da Universidade de Ca-xias do Sul, professor Isidoro Zorzi, se reúne, constantemente, com os diretórios acadêmicos dos cursos da Instituição. Os encontros fazem parte de uma ação promovida pela Reito-ria e articulada pela Coordenadoria de Relações Universitárias, que têm o objetivo de estreitar relações com as entidades de representação estu-dantil e os acadêmicos da Universi-dade. Esses encontros continuarão a ocorrer durante o semestre em todas as unidades universitárias.

A aluna do curso de Tecnologia em Fotografia, Mariana Hoffmann, cap-tou a imagem de um arco-íris emoldurando o Bloco A da Cidade Universi-tária, onde localiza-se a Reitoria da UCS, em Caxias do Sul. O prédio, de 5.980,27 m² construído na década de 50, abrigou a Congregação Sacré Couer de Marie. Em 4 de maio de 1970, o local passou a fazer parte da UCS, com a instalação da então Faculdade de Ciências Médicas e a Fa-culdade de Filosofia, Ciências e Letras.

Detalhes

Clima de Vacaria e região é monitorado por onze estações agrometeorológicas

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Institucional

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Vestibular de Inverno da UCS tem inscrições até o dia 10 de junho

As inscrições para o Vestibular de Inverno 2013 da UCS poderão ser feitas até 10 de junho, pelo site www.ucs.br. A UCS oferece 3.580 vagas em diferentes cursos nas uni-dades universitárias em Caxias do Sul, no Campus Univer-sitário da Região dos Vinhedos, no Campus Universitário de Vacaria, no Campus Universitário da Região das Hor-tênsias, no Campus Universitário Vale do Caí e nos núcleos universitários de Farroupilha e de Nova Prata.

Até o dia 23 de maio, o valor da taxa de inscrição é de R$ 50,00 e, a partir do dia 24 de maio, R$ 60,00. Para os treineiros, o valor da inscrição é de R$ 40,00.

Os candidatos que tiverem prestado o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem, nos anos de 2010, 2011 ou 2012, poderão, no ato da inscrição, optar por substituir a prova de Redação da UCS pela nota obtida na prova de Redação do Enem em um desses anos.

A prova do Vestibular de Inverno 2013 acontecerá no dia 23 de junho (domingo), com início às 13h30min, mas o ves-tibulando deve estar no local às 13 horas.

A UCS oferece cursos de graduação (Bacharelado, Li-cenciatura e Tecnologia) em nove áreas do conhecimento: Artes, Arquitetura e Design; Ciências Exatas e da Natureza; Ciências Humanas; Ciências Sociais e Aplicadas; Comuni-cação Social; Engenharias e Tecnologias; Hospitalidade; Informática e Saúde.

Saiba mais

Informações pelo site www.ucs.br, pelos telefones54.3218.2322, 54.3218.2800 e 54.3218.2152 e peloe-mail: [email protected].

Farroupilha

Biblioteca: estrutura e acervo ampliados

Ampliação na biblioteca da unidade universitária atende à solicitação dos alunos

A UCS vem investindo na infraes-trutura de seus campi e núcleos uni-versitários. É o caso da ampliação da biblioteca do Núcleo Universitário de Farroupilha, que foi entregue pelo rei-tor da UCS, professor Isidoro Zorzi, à comunidade acadêmica na segunda quinzena do mês de abril. Com a refor-ma, a biblioteca teve ampliado o seu espaço físico, recebeu móveis novos e mais 1.300 exemplares de livros. Pas-sa a ter novos ambientes, como salas de estudo para os acadêmicos desen-volverem atividades em grupo, além de um espaço para leitura, com jornais e periódicos à disposição. Assim, a ampliação da estrutura física permite a melhor distribuição dos exemplares e mais conforto aos usuários.

O diretor do Núcleo de Farroupilha, professor Celso Ferrarini, ressaltou que a UCS busca constantemente oferecer à sua comunidade universitária ambientes adequados que propiciem a aprendizagem e que sirvam como suporte para a formação acadêmica. Ainda, segundo o diretor, as melhorias na Biblioteca integram um conjunto de ações já concluídas, visando ao

aprimoramento da infraestrutura da unidade universitária.

O acervo da unidade de Farroupi-lha soma mais de 38 mil exemplares, e os acadêmicos também podem rea-lizar empréstimos de títulos de outras unidades, por meio do Empréstimo In-terbibliotecas.

Além dos exemplares à disposi-ção nas bibliotecas, que somam mais de um milhão, os alunos da UCS têm acesso a nove mil livros digitais (e- books), na Biblioteca Virtual Universi-tária e, pelo Portal da Capes, a mais de 150 milhões de artigos com respaldo cientítico e acadêmico.

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Comunidade

Segundo o censo de 2010, realiza-do pelo Instituto Brasileiro de Geogra-fia e Estatística (IBGE), os brasileiros estão vivendo melhor. A proporção de domicílios com condições sanitárias adequadas aumentou, bem como o acesso à água tratada, à coleta de lixo e à oferta da cobertura de energia elé-trica. Programas e parcerias implanta-das pelos governos federal, estaduais e municipais são os responsáveis por essa melhoria. As cidades precisam se remodelar, se adequar às necessi-dades urbanas, modificando espaços para ampliar sua infraestrutura. Todo esse processo mexe com as pessoas: muitas precisam deixar o local onde moram para dar espaço às ações de planejamento urbano. As obras impac-tam famílias, que precisam ser reassen-tadas, necessitando de acompanha-mento para viver uma nova realidade.

Acesso à cidadaniaRealizar um trabalho-cidadão, para que todos convivam bem em sociedade, é o objetivo do Projeto de Reassentamento Urbano da UCS

O Poder Público tem encontrado na Universidade de Caxias do Sul uma aliada para essas mudanças. Através da Coordenadoria de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, equipes de professores e alunos têm realizado trabalhos tanto tecnológicos como sociais. “São mais de 300 alunos por ano que vivenciam, na prática, a sua futura profissão. Esse é um diferencial para nossos acadêmicos, que vivem uma ação real. Os professores envolvidos, além de dar tranquilidade à equipe, repassam a vivência para a sala de aula”, explica o professor Marcelo Nichele, coordenador da Coordenadoria que orienta o Projeto de Reassentamento Urbano.

E foi por meio desse projeto que uma equipe de professores e alunos da UCS, durante três anos, organizou a transferência de 346 famílias do bair-

ro Fátima Baixo, em Caxias do Sul, que foram reassentadas no Loteamento Victório Trez. A vocação comunitária e o histórico de ações sociais que a UCS promove em diferentes áreas foram es-senciais para que essa equipe pudesse interagir com as pessoas beneficiadas com uma nova perspectiva de vida.

Oportunidadesde ensino

“Esse trabalho abre um leque de oportunidades acadêmicas e comuni-tárias: o aluno vai para o bairro e o bair-ro vai para a Universidade. É uma cons-trução e troca de saberes”, comprova Rosane Hambsch do Nascimento, que esteve acompanhando o trabalho dos acadêmicos e de outros professores da UCS com os moradores do bairro Fáti-ma Baixo.

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Comunidade

Cynthia dos Santos Hentschke, formada em Arquitetura e Urbanismo em 2010, foi estagiária no projeto de Reassentamento Urbano no Fátima Baixo. Ela auxiliava nas reuniões, nas oficinas, no cadastramento, na pesquisa de opinião e em outras atividades que contemplaram todo o acompanhamento técnico social para a preparação do reassentamento das famílias.

“Sempre gostei do tema habitação e, após trabalhar cerca de dois anos em contato com essa população, aprendi muito mais do que podia imaginar, do que se lê ou de qualquer outra maneira. Pude vivenciar um processo justo e colaborativo de reassentamento, além de acumular outras experiências, como ganhar a confiança dessas famílias, o carinho, a amizade. Experiências acadêmicas como essa podem fazer toda a diferença”, destaca Cynthia, que hoje, como aluna no Mestrado em Engenharia Civil na UFRGS, pesquisa na área de Gerenciamento e Geração de Valor em Habitação de Interesse Social. “Continuo trabalhando com pesquisa na mesma área do meu estágio”, afirma.

Orientação

Ao estabelecer programas de pla-nejamento urbano, prefeituras munici-pais contratam o serviço da UCS, que busca organizar a troca de experiên-cias, criar vínculos, promover a inte-gração, as normas de convivência, a organização e a constituição do con-domínio do novo ambiente que as fa-mílias irão compartilhar. “Propiciamos o acesso à cidadania, à capacitação para domínio do orçamento pessoal e familiar, como pagamento da unidade habitacional, condomínio, luz, água, capacitação para o empreendedoris-mo, orientação às famílias a cursos de profissionalização, educação am-biental e patrimonial”, explica Rosane, que coordena o trabalho que envolve alunos e professores dos cursos de Engenharia Ambiental, Biologia, Ser-viço Social, Direito, Engenharia Civil, Jornalismo, Psicologia, Pedagogia, Administração, Ciências Econômicas e Arquitetura e Urbanismo.

A UCS está presente em projetos que abrangem mais de mil famílias, so-mente em Caxias do Sul, com ativida-

des realizadas no reassentamento do bairro Fátima Baixo (com 346 famílias), no Programa Multissetorial Integrado (com 180 famílias), e nos Condomínios Residenciais Campos da Serra I (120 famílias), no II (com 240 famílias), no III (com 180 famílias) e no IV (com 120 famílias). Já estão previstos trabalhos semelhantes em outros municípios da região, como em Canela.

Recomeçode vida

O chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, Manoel Marrachinho, afirma a satisfação para o administrador público poder propor-cionar vida nova às famílias no instante em que lhes entrega a chave de uma nova moradia. “Com os projetos ha-bitacionais dos Loteamentos Victório Trez e Campos da Serra, a Prefeitura alcançou esse objetivo em diversas ocasiões, pois ofereceu uma nova vida a milhares de pessoas que viviam em situação de risco”, avalia.

O Poder Público precisou preparar essa mudança para além dos aspec-

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Durante três anos, equipe do projeto de Reassentamento Urbano da UCS permaneceu no bairro Fátima Baixo, organizando

também atividades de Capacitação de Trabalho e Renda, como a confecção de sabão a partir do reaproveitamento do óleo de

cozinha (foto ao lado), além do auxílio na mudança para o novo loteamento (foto acima)

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Valdir Pereira Neto, da Associação dos

Moradores do Victório Trez, elogia o

tratamento da equipe da UCS a cerca de

340 famílias beneficiadas

Um dos locais no Bairro Fátima Baixo, em 2008, de onde muitas famílias foram retiradas

tos físicos da moradia. E esse foi o trabalho empreendido pela equipe da UCS, que acompanhou os impactos social, econômico, ambiental e com-portamental, diante da mudança brus-ca na rotina das famílias. “Quem antes vivia às margens do valão “dos Bra-ga”, área de risco localizada na saída para Flores da Cunha, agora mora em casas, sobrados e apartamentos com sala, cozinha, dormitórios, banheiro e quintal. É, sem dúvida, um recomeço de vida. O trabalho realizado pela UCS foi fundamental para, além de casa nova, dar também àquelas pessoas mais dignidade e cidadania”, avalia Marrachinho.

Essa opinião também é comparti-lhada por Valdir Pereira Neto, que hoje preside a Associação dos Moradores do Loteamento Victório Trez – o lotea-mento tem 120 apartamentos de dois quartos, 120 apartamentos de três quartos, 55 casas e 51 sobrados. “Os moradores, inicialmente, tiveram algu-ma resistência em sair do Fátima Bai-xo. Por isso foi muito importante a pre-sença da equipe da Universidade, que cadastrou as famílias, conversou com cada uma delas, organizou diferentes comitês, fez com que todos entendes-sem a nova etapa da vida, de poder morar bem e aprender projetos novos, como, por exemplo, o de educação ambiental, com o reaproveitamento do óleo de cozinha, as oficinas de restau-ração de móveis, de biscuit ou de tear. A UCS ensinou a ter um trabalho, a ter uma nova renda”, enfatiza.

Comitês de Monitoramento e Acom-panhamento de Obras; de Capacitação de Trabalho e Renda; de Educação e Cultura; de Desenvolvimento da Consciência e Práticas Ambientais; de Saúde, Esporte e Lazer; e de Comunicação Comunitár ia foram implantados pela UCS durante o trabalho de reassentamento.

Decisõesmaduras

Isidoro Petroli, assistente de Proje-tos Sociais da Caixa Econômica Fede-ral – responsável pelo financiamento de moradias – , em Caxias do Sul, res-salta que os contratos em que a UCS tem participado da execução do traba-lho técnico social buscam efetivamen-

te a participação dos beneficiários no processo, sendo eles mesmos prota-gonistas de mudanças sociais, sejam estas individuais ou de grupo.

“Os resultados dessas ações de-monstram que os objetivos propostos pela equipe técnica são alcançados. Como um pequeno exemplo, mas de fundamental importância para o êxito do projeto, cito a forma de construção de decisões e amadurecimento a que o grupo de reassentados do Lotea-mento Victório Trez chegou, onde eles próprios estipularam critérios para escolhas do tipo de habitação a que cada família beneficiária se enquadra-ria: casa, sobrado, apartamento de dois ou três dormitórios”, avalia.

As atividades realizadas pela UCS nesse projeto de Reassentamento Ur-bano seguiram as diretrizes do Cader-no de Orientação Técnico-Social da Caixa Econômica Federal, que prevê um conjunto de ações que visam a promover a autonomia e o protago-nismo social, planejadas para criar mecanismos capazes de viabilizar a participação dos benefíciários nos processos de decição, implantação e manutenção dos bens e serviços, adequando-os às necessidades e à realidade dos grupos sociais atendi-dos, além de incentivar a gestão par-ticipativa para a sustentabilidade do empreendimento.

(Texto: Cristina Boff)

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Cultura Afro

Mudanças comportamentais

efetivas e verdadeiras decorrem

quase sempre de um processo

de reflexão mais profundo e,

nesse sentido, o mundo da

educação é o lugar essencial

e privilegiado onde se pode

desenvolver o debate sobre

cidadania, identidade e

diversidade cultural

A cena em que dois meninos negros são expulsos de um clube com a advertência de que “aqui não é lugar para vocês” emociona o público e faz subir os índices de audi-ência da novela das seis. Sucesso de público e de crítica, a novela de época abordava a luta da população negra para integrar-se à sociedade nos anos que se seguiram à pro-clamação da Lei Áurea, ato que é relembrado a cada 13 de maio, como a declaração oficial de que estava extinta a escravidão no país.

Datas comemorativas são criadas para celebrar, para ti-rar do esquecimento e do silêncio, fatos, acontecimentos e personagens que têm importância na história de um grupo, comunidade ou nação. Datas comemorativas mobilizam as memórias coletivas que fazem parte da identidade nacional

e nos fazem pensar sobre o mundo que desejamos cons-truir. 125 anos se passaram do fim da escravidão e as cenas da novela das seis ainda continuam a nos assombrar, colo-cando por terra o velho mito da democracia racial brasileira.

No início deste ano, ao tratar do episódio ocorrido em uma revenda de carros no Rio de Janeiro, em que um me-nino negro é expulso da loja enquanto esperava seus pais adotivos – e brancos –, a ministra Luiza Bairros, da Secre-taria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Pre-sidência da República foi taxativa: “Preconceito racial não é mal-entendido, não é brincadeira, é crime e impacta na vida e na morte de milhares de jovens negros, no acesso a bens e serviços, em toda a sociabilidade de cidadãos e cidadãs, negros e negras.”

Educar para a diversidade é antídoto para o preconceitoIlustração Valdir dos Santos

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Cultura Afro

Exposição no Instituto dos Pretos Novos, em Gamboa, no Rio de Janeiro

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125 anos depois da proclamação da Lei Áurea, o Brasil é o país com o maior número

de afrodescendentes. No Censo de 2010, 97 milhões de pessoas se declararam negras

e 91 milhões se declararam brancas.

Políticas afirmativas

Constituída por diferentes grupos étnicos-raciais, a so-ciedade brasileira possui uma rica diversidade cultural, mui-to admirada internacionalmente. Entretanto, internamente, ainda são necessárias políticas públicas para a superação das desigualdades causadas pela discriminação racial. Em fevereiro deste ano foi lançado o 1º Plano Nacional de De-senvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradi-cionais de Matriz Africana, que reúne um conjunto de políti-cas públicas que buscam a garantia de direitos, a proteção do patrimônio cultural e da tradição africana no Brasil. Esse instrumento veio juntar-se, entre outros, ao Estatuto da Igual-dade Racial, criado em 2010, e à Lei 10.639, de janeiro de 2003, que instituiu o ensino obrigatório de história e cultura afro-brasileira na rede de ensino. Em 2004, essa Lei foi modi-ficada para abranger também a história e a cultura indígena.

Um novo olhar

Rafael José dos Santos é antropólogo com Doutorado em Ciências Sociais e participa do programa de pós-gra-duação em Letras, Cultura e Regionalidade da UCS. Como estudioso da cultura brasileira, ele acredita que “a inclusão do estudo da história e da cultura afro-brasileira nos cur-rículos escolares nos leva a um questionamento: por que foi necessária uma lei que contemplasse algo que efetiva-mente é parte da História do Brasil? Existem vários motivos. Um deles, sem dúvida, é o silêncio a respeito da população escrava e de seus descendentes. Quando estes aparecem nos conteúdos escolares, quase sempre são descritos ape-nas como a mão de obra predominante até quase o final do Império. Além disso, as contribuições culturais afro-bra-sileiras são, na maioria das vezes, tratadas como folclore, não como parte integrante do processo de construção da Nação”. Para o professor, a Lei 10.639 surge com o intuito de promover um novo olhar sobre os negros no Brasil e, assim, corrigir os estereótipos que ainda permanecem no senso comum a respeito dos africanos e afrodescendentes.

CETEC Festival

No mês de março, o professor Rafael participou como convidado do Centro Tecnológico Universidade de Caxias do Sul – CETEC para uma aula especial com os alunos da 1ª e da 2ª série do Ensino Médio. Sua palestra “África, Áfricas” enfocou os aspectos históricos e sociais da escravidão no Brasil e de como esse fenômeno ainda repercute na sociedade brasileira. No mês de abril, os professores José Carlos Monteiro e Lucas Caregnato também participaram de atividades de preparação dos alunos para o CETEC Festival, que terá como tema neste ano a África e a Cultura Afro-Brasileira. Eles falaram, respectivamente, sobre “Cultura e preconceito” e sobre a “Cultura afro-brasileira na Região da Serra Gaúcha”.

“O Brasil se formou do encontro de diversas culturas e sabemos que é papel da escola mostrar a importância des-se patrimônio histórico como parte da nossa identidade na-

cional. O projeto político-pedagógico do CETEC tem como finalidade essencial formar um cidadão comprometido com o seu tempo e com a construção de uma sociedade mais justa.” Para a diretora Ana Cesa, o conhecimento sobre a história e a realidade social pode ser um antídoto para atitu-des de preconceito e discriminação.

Além de filmes, palestras, exposições fotográficas e via-gens de estudos, a pesquisa dos estudantes está sendo norteada pelo material do Projeto “A Cor da Cultura”, fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), a TV Globo e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), que visa a suprir as escolas dos recursos e práticas positivas que apresentam a história e a cultura afro-brasileira de um ponto de vista afirmativo.

Na última semana de junho, a história e a cultura afro-brasileira estarão no palco do UCS Teatro. Durante quatro dias, as turmas do CETEC vão apresentar suas produções teatrais, resultado das pesquisas e vivências sobre um tema que permeia as relações sociais em nosso país.

(Texto: Conceição Afonso)

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Muito antes dos cursos de Tecnologia tornarem-se uma tendência no Brasil, a UCS já oferecia formação com características dessa modalida-de. Ainda na década de 70, a Universidade criou um curso chamado Engenharia de Operação de Máquinas, cuja duração era de três anos e atendia a uma necessidade das empresas da região que estavam em pleno desenvolvimento na época. O primeiro curso da UCS com deno-minação de curso de Tecnologia foi na área da Hospitalidade: Tecnologia em Hotelaria, em 1978, em Atlântida, no Litoral Norte, e transferido pos-teriormente para Canela.

Na década de 90, uma série de novos cursos de Tecnologia passaram a ser oferecidos pela UCS, como de Automatização Industrial, em 1991 (hoje Automação Industrial), e o de Moda e Estilo, em 1992 (hoje Design de Moda). Com o processo de regionalização da UCS nesse período, diversos cursos foram criados, com formação voltada às especificidades econômicas dos municípios de abrangência da Instituição. É o caso, por exemplo, do curso de Tecnologia em Fruticultura de Clima Temperado em Vacaria (1993), Tecnologia em Produção Moveleira em Bento Gonçalves (1994); de Tecnologia em Horticultura em Veranópolis (1996); e de Tecno-logia em Produção Joalheira em Guaporé (2003).

De acordo com o pró-reitor Acadêmico, professor Evaldo Antonio Kuiava, “na UCS os cursos de Tecnologia são estruturados para atender a uma área específica do mercado de trabalho, nos quais o aluno terá uma visão mais aprofundada daquelas áreas de atuação. Esses cursos são planejados a partir da identificação, na comunidade local e regional, de necessidades relacionadas com o desenvolvimento de competências para áreas ou funções emergentes, com aprimoramento de conhecimen-tos para as funções existentes ou em processo de consolidação.”

O professor Kuiava também salienta que os cursos de Tecnologia, que possuem duração em torno de dois anos e meio a três anos e meio, possuem uma rápida inserção do profissional no mercado de trabalho. “São cursos focados em pontos mais específicos, com conteúdo prático. Nesse sentido, o diferencial passa a ser a capacidade que cada um ad-quire ao transformar os conhecimentos em habilidades e competências, na busca de soluções para as demandas da sua profissão”, avalia.

Aprendizado prático para as necessidades do mundo do trabalho

Contato com empresas e atuação em pesquisas são fatores que João destaca no curso de Tecnologia em Design de Moda

Ensino

Foto: Daniela Schiavo

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Professor Cesar passa sua experiência profissional aos alunos dos cursos de Tecnologia

Essa ligação com a prática da ativi-dade profissional também é repassada por professores que dividem sua carrei-ra docente com outra profissão ligada ao curso no qual ministram aulas. É o caso do professor e engenheiro elétrico Cesar Augusto Bernardi, que é diretor do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia e atual-mente é professor, entre outros cursos, do Tecnólogo em Automação Industrial. Ele divide com os alunos a sua experiência de sócio-fundador da Akron Eletro Eletrô-nica Ltda., empresa que atua no merca-do corporativo de redes de comunicação desde 1990. “O tecnólogo tem formação com ênfase na prática e é um profissional bastante valorizado pela indústria. Além disso, o curso possibilita uma evolução na carreira, já que o profissional pode, por exemplo, complementar a formação com um outro curso de graduação, como uma Engenharia.”

Outra testemunha da vivência prática dos cursos de Tecnologia é João Paulo Maraschin, 21 anos. Ele finalizou o curso de Tecnologia em Design de Moda em ju-nho de 2011 e, atualmente, é sócio de um estúdio de criação, que também desen-volve produtos de uma marca de vestuá-rio masculino e feminino.

Grande parte da sua bagagem profis-sional João conquistou durante o curso de Tecnologia na UCS. “Junto à gradua-ção, além de ter trabalhado em duas mar-cas diferentes em Caxias do Sul, também atuei em pesquisas do Núcleo de Moda, em parceria com o Sindivest-RS”, conta. O então estudante garantiu prêmios du-rante o percurso acadêmico: o segundo lugar no Concurso UCS/Fiateci e o primei-ro lugar no 23° Prêmio UCS/Sultêxtil, no qual foi premiado com uma semana em Paris.

“Fazer o curso na UCS foi uma alter-nativa que possibilitou desenvolvimento profissional dentro da área junto às em-presas da região, proporcionando a vida acadêmica aliada ao mercado”, opina o profissional que vê na moda um fator que nos coloca “afirmativamente no contexto do outro”.

Diplomas em tecnologiae em bacharelado

Renata Flach da Silva, 21 anos, ingressou no curso de Administração em 2009. Ela escolheu o curso pelo leque

O que são cursos de tecnologia?

São cursos de graduação que oferecem formação

especializada em áreas científicas e tecnológicas, que

conferem ao diplomado competências para atuar em

áreas profissionais específicas. A duração média dos

cursos de Tecnologia, na UCS, varia entre dois anos e

meio a três anos e meio.

Assim como os cursos de Bacharelado e Licencia-

tura, os cursos de Tecnologia conferem diploma de

nível superior.

Renata aproveita disciplinas do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos no curso de Administração

Ensino

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Análise e Desenvolvimento de Sistemas | Automação Industrial

Design de Moda | Eletrônica Industrial | Eventos

Fotografia | Gastronomia | Gestão Comercial

Gestão da Qualidade | Gestão Pública

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Do curso de tecnologiapara o mestrado

O desenvolvimento de produtos com origem em materiais recicláveis sempre chamou a atenção de Karine Grison, 42 anos. “Quando cursava Tecnologia em Polímeros, fui bolsista de Iniciação Cientí-fica nessa área. Atuei no Projeto Madeira, no qual desenvolvíamos compósitos com base polimérica e utilizávamos pó e fi-bras de madeira. Gostava muito de poder transformar resíduos, que poderiam ser prejudiciais à natureza, em novos produ-tos com aplicações práticas”, relata.

Após alguns anos trabalhando em indústrias, Karine soube da abertura do Mestrado em Engenharia de Processos e Tecnologias na UCS. Foi a oportunidade de retomar pesquisas com produtos reci-cláveis. Ela ingressou no curso no início de 2012 como bolsista CNPq, em coope-ração com uma empresa nacional. Sua linha de pesquisa é Processos Físicos e Químicos.

Em relação aos cursos de Tecnologia, a mestranda destaca que o curso propor-ciona conhecimento teórico e prático para a formação profissional e atuação imedia-ta no mercado de trabalho. “Do curso de Tecnologia em Polímeros posso destacar que os laboratórios para aulas práticas e ensaios são excelentes e os alunos têm contato direto com situações reais desde o início da graduação”, acrescenta.

(Texto: Juliana Rossa)

Karine, aluna do mestrado em Engenharia de Processos e Tecnologias, pesquisa sobre compósitos com materiais recicláveis desde o curso de Tecnologia em Polímeros

Cursos de Tecnologia na UCSEm sua história, a UCS já formou mais de 3,3 mil alunos nos cursos

de Tecnologia. Atualmente, 1,5 mil estudantes estão matriculados em 19 cursos, nas áreas de Informática; Engenharias e Tecnologias; Hos-pitalidade; Saúde; Ciências Sociais e Aplicadas; Comunicação Social; e Artes, Arquitetura e Design. Alguns cursos também são oferecidos na modalidade a distância.

Saiba maiswww.ucs.br, no link Ensino / Graduação

de opções no mercado, já que pensava em atuar no ramo industrial. “Conforme fui me posicionando no mercado de trabalho, novas oportunidades foram surgindo no setor de Recursos Humanos. Me apaixonei pela área e decidi que deveria me especializar nisso. Em seguida ocorreu a abertura do curso de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos no núcleo da UCS em Farroupilha e eu não pensei duas vezes. Decidi optar por fazer os dois concomitantemente, como uma complementação, até mesmo porque posso aproveitar disciplinas para os dois cursos”, conta.

No último semestre do curso de Tecnologia, Renata atualmente é analista de Recursos Humanos na empresa Multinova Indústria de Embalagens Plásticas Ltda. de Farroupilha. A acadêmica afirma que essa modalidade de graduação trabalha especificamente com o dia a dia da profissão. “Outro ponto positivo é a curta duração do curso, que nos proporciona que o conhecimento não fique defasado ou que caia no esquecimento aquilo que não aplicamos frequentemente”, destaca.

Ensino

Ensino

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O professor Roberto Itacyr

Mandelli, coor-denador da Coordena-

doria de Cursos de Di-

plomação e de Certifi-

cação, esclarece algu-

mas dúvidas.

- Um diploma de curso de Tecnologia

tem o mesmo valor de um diploma

de Bacharelado e Licenciatura?

- Qual é a diferença entre técnico

e tecnólogo?

- Quem faz um curso de Tecnologia pode fazer cursos de Pós-graduação?

- Um aluno que concluiu um curso de Tecnologia pode aproveitar os créditos das disciplinas para a realização de uma outra graduação?

Sim. Bacharelado, Licenciatura e

Tecnologia são as três modalidades

de Ensino Superior existentes hoje

no Brasil. A principal diferença em

relação às outras modalidades é que

os cursos de Tecnologia possuem

uma duração e carga horária menor.

Existem diferenças no nível de

formação. Técnico corresponde a

uma formação no Ensino Médio,

enquanto tecnólogo corresponde a

uma formação no Nível Superior

- Graduação Tecnológica. Além

disso, as atribuições profissionais

concedidas pelos respectivos

conselhos são diversas. Os tecnólogos

têm mais funções que os técnicos e

podem exercer e responsabilizar-se

por um maior número de atividades.Sim, a grande maioria dos programas de Pós-graduação Stricto Sensu aceitam alunos dos cursos superiores de tecnologia; na UCS isso é uma regra. Entretanto, é bom salientar que isso depende do regulamento interno de cada Programa de Pós-graduação.

Sim. Isso é uma prática comum aos acadêmicos que concluem um curso de Tecnologia. Depois da graduação em Tecnologia, é possível aproveitar grande parte das disciplinas. Por exemplo, quem cursa Tecnologia em Automação Industrial, que tem duração de três anos, com mais dois anos de estudos obtém o diploma de Engenharia de Controle e Automação. O mesmo ocorre com os cursos de Tecnologia na área de gestão (como em Recursos Humanos e Marketing), que, com mais dois anos de curso, possibilitam a conclusão do curso de Bacharelado em Administração.

Tire suas

dúvidas

Ensino

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Alunos

14

O primeiro contato com a disciplina de Química – a ciência que estuda as propriedades das substâncias e como elas se transformam ao interagir umas com as outras – há 12 anos, no Ensino Fundamental, foi um marco para a trajetória aca-dêmica de Márjore Antunes, 26 anos. O desejo de ser pro-fessora fez parte de suas brincadeiras de infância, mas até a oitava série, essa era ainda uma indefinição, assim como uma possível disciplina a seguir. Foi quando conheceu a Química, apresentada pela professora Suzana Vergínia Rihlsascin, na Escola Estadual Abramo Randon, em Caxias do Sul, e suas ideias ficaram mais claras. Essa ciência, presente em prati-camente tudo no nosso dia a dia, levou Márjore ao curso de Licenciatura em Química (concluído na UCS em 2010) e ao ingresso no Programa de Pós-graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, com dedicação exclusiva ao mestrado.

Sua dissertação de Mestrado “Utilização do bagaço da uva Isabel para a remoção de diclofenaco de sódio em meio aquoso”, orientada pelo professor Marcelo Giovanela, rece-beu, no dia 10 de maio, em Belém (Pará), o prêmio “Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade”, concedido pela Co-ordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Vale S.A.

Mas por que o bagaço de uva teve espaço especial na dissertação de Márjore? “Por estar envolvida com projetos de pesquisa desde o início de minha graduação, lia artigos volta-dos ao meio ambiente. Um deles era sobre o bagaço de uva que removia metais de efluentes. E por que não reaproveitá-lo em processos de tratamento de água ou de efluentes para remover outros tipos de substâncias?”, questionou, já que, na Serra gaúcha, o bagaço é um resíduo agroindustrial produzi-do em larga escala e, em geral, descartado diretamente no solo dos parreirais.

Agora, Márjore dedica-se ao doutorado em Engenha-ria e Ciência dos Materiais. Muitas vezes pensou em parar de pesquisar e, quem sabe, tirar um tempo, voltar às aulas de dança de salão com o marido. “Mas a pesquisa é meu hobby. O meu grande lazer é estar dentro de um laborató-rio. Minha ideia é ainda tornar-me professora, quem sabe universitária, e continuar na pesquisa”, planeja a doutoran-da, que aponta a importância da química na indústria, na medicina, na agricultura, no nosso dia a dia em geral. Afinal, a química está na raiz da criação de novos materiais, sejam eles cerâmicos, polímeros, compósitos... Mas esse pode ser um capítulo para novas pesquisas de Márjore!

(Texto: Cristina Boff)

Dedicação à Química é premiada

É no laboratório que Márjore desenvolve a sua paixão pela Química

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Foto: Daniela Schiavo

Caminhar pelas ruas de Vila Flores, descobrir locais antigos e característicos do município é tarefa de aula para três alunas do curso de Arquitetura e Urba-nismo em atividade realizada conjuntamente com professores pesquisadores do Instituto de Memória Histórica e Cultural (IMHC) da UCS.

O trabalho é desenvolvido pelas acadêmicas Morgana Mussatto, Thássia Bar-banti Batalha e Elisângela D’Agostini Corso e é o início do inventário do patrimô-nio local, desenvolvido em parceria entre o IMHC e a Secretaria de Turismo do município.

As acadêmicas são unânimes em afirmar a importância dessa experiência: “São os moradores que nos passam informações sobre o município, sua família e a casa onde residem. É um aprendizado que somente uma convivência como essa poderia nos proporcionar.”

O projeto está sendo desenvolvido como atividade de estágio curricular do curso e prevê a realização de pesquisas e o registro fotográfico do patrimônio material e imaterial de Vila Flores.

Alunas e professores iniciam inventário do patrimônio local do município de Vila Flores

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Alunos

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“Foi uma ótima experiência estar em contato com pessoas do mundo todo, além de poder ver de perto projetos que até então só víamos por revistas e sites.” Essa foi a principal bagagem que a acadêmica Fernanda Gava, do curso de Design do Campus Universi-tário da Região dos Vinhedos, de Ben-to Gonçalves, trouxe de Milão, na Itália, em viagem no mês de abril realizada para participar da feira SaloneSatellite.

Fernanda (a terceira da esquerda para a direita) integrou um grupo de doze alunos e egressos do curso de Design do campus universitário, que expôs suas criações na feira internacio-nal para jovens talentos do design.

O grupo, denominado Nós Design, coordenado pelo professor Douglas Pastori, participou do evento com a parceria do grupo S.C.A., importante empresa moveleira do Sul do País.

A pedido da S.C.A., os alunos cria-ram a Linha Pietra Lux, com os produ-tos Diamanti (uma mesa de centro) e Due Metà (três unidades de bancos para decoração). As matérias-primas são madeira e pedra trabalhadas com técnicas artesanais de corte e encaixe, aliadas à tecnologia.

“Nos foi proposto o uso de um ma-terial específico, o slimstone, da empre-sa Slimstone que faz parte da S.C.A. Recebemos o briefing para a criação de produtos que envolvessem a cultura da imigração italiana. Por isso o uso da madeira e da pedra e de técnicas arte-sanais”, conta Fernanda.

Além de Fernanda e do professor Douglas, participaram da feira os aca-dêmicos Alexandre Faccenda, Fernan-do Angst, Marcelo Andreola, Letícia Frare, Rafael Zeni e Raquel Salini; e os egressos Clarissa Zanuz, Cintia de Cas-tria, Janaína Zaffari e Leonardo Zorzi.

Saída a campo em Vila Flores

Talentos do Designem Milão Fo

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Parceria com o grupo S.C.A. possibilitou a ida de alunos do curso de Design ao SaloneSatellite

Foto: Eliana Rela/Divulgação

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Carreiras

A Sociologia, a Psicologia, a Economia, a Ciência Políti-ca, a Antropologia e a Ética têm um papel fundamental na carreira de um assistente social. Essas disciplinas contri-buem para que o egresso do curso de Serviço Social esteja preparado para analisar e intervir nas expressões da ques-tão social, tendo como premissa a defesa e a garantia dos direitos do ser humano.

“A profissão é cativante!” É assim que Daiana Maria Ba-tista, 27 anos, define a carreira que resolveu seguir com a escolha de Serviço Social ao ingressar na Universidade em 2004. “Esse curso oferecia uma grade curricular inte-ressante para uma jovem recém-saída do Ensino Médio, já engajada em diversas lutas de minorias sociais e com o mí-nimo de consciência reflexivo-analítica, capaz de visualizar a crueldade deste modelo societário”, enfatiza.

Assim, juntaram-se os desejos dessa jovem acadêmica e a proposta ético-política do Serviço Social, conforme o Código de Ética da Profissão.

Múltiplas realidades

Quando concluiu o curso, em setembro de 2011, Daiana já atuava na Associação Caritativo Literária São José, em Caxias do Sul, como educadora social (ela também traba-lhou como educadora social na Associação Centro de Pro-moção do Menor, no bairro Santa Fé, em Caxias do Sul). Hoje, a assistente social divide seu tempo entre uma escola de Educação Infantil, uma Escola de Ensino Fundamental e um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, para crianças de seis a 15 anos, mantidas pela Associa-ção Caritativo Literária São José. Além disso, é presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, de Caxias do Sul.

Como assistente social, Daiana procura atuar de ma-neira crítica, tomando conhecimento de uma realidade so-cial complexa e buscando a superação das situações de vulnerabilidade e risco social do público atendido. Público esse que se apresenta sob diversas faixas etárias, gêne-ros e classes socioeconômicas, principalmente sob a for-ma de minorias sociais. “No cotidiano do atendimento e do acompanhamento dos indivíduos e suas famílias, busco zelar pela ética e pelo respeito, criando e fortalecendo vín-culos para uma maior resolutividade do trabalho”, destaca. Daiana ressalta ainda que “o profissional assistente social é capaz de, através de uma competente leitura da realidade, fomentar transformações de ordem social, político-econô-mica e cultural e redirecionar os esforços coletivos para a construção de um mundo melhor.”

(Texto: Cristina Boff)

Serviço SocialO bacharel em Serviço Social, ou assistente social,

atua em instituições públicas e privadas, incluindo en-tidades de classe, organizações não governamentais e empresas de consultoria. É o profissional que administra o serviço social das organizações, integra equipes inter-disciplinares voltadas à atuação social; planeja, coorde-na e executa programas, projetos e pesquisas sociais, assessora e supervisiona entidades sociais, indivíduos, grupos e organizações sociais; trabalha diretamente com a população, promovendo processos de autono-mia e desenvolvimento social e individual, voltados à melhoria da qualidade de vida e ao acesso aos direitos sociais.

Um profissional que intervém na questão social e em suas expressões

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Daiana hoje preside o Conselho Municipal de Assistência Social

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Professor / Pesquisador

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Durante a infância, quando cursa-va os primeiros anos do antigo Ensino Fundamental e caminhava pelos corre-dores do Colégio Sacré Coeur de Marie, em Caxias do Sul, Vania Beatriz Merlotti Herédia não imaginava que décadas mais tarde voltaria para o mesmo pré-dio na condição de professora, pes-quisadora e coordenadora do curso de Licenciatura em Sociologia da Universi-dade de Caxias do Sul.

À época, ela vestia sua jardineira azul-marinho e camisa branca, cobertas por um avental de algodão com listras azuis e brancas e carregava na mochila cadernos e sua coleção de lápis. Hoje, nesse mesmo prédio, localiza-se o Blo-co A, onde funciona a Reitoria da UCS. É nessa Instituição que Vania passa a maior parte do seu tempo dedicando-se à pesquisa e às aulas em cursos de graduação, de especialização e de Programas de Pós-graduação.

Graduada em Filosofia pela UCS e Ciências Sociais (Bacharelado e Li-cenciatura) pela PUC/RS, a professora tem em seu currículo profissional 39 anos de docência no Ensino Superior, 30 deles dedicados à pesquisa de for-ma concomitante. Nesse período, ela desenvolve pesquisas em diferentes áreas temáticas como migrações his-tóricas, envelhecimento populacional e políticas públicas, trabalho e políticas sociais, dentre outras. Vania credita à congregação mantenedora do Sacré Coeur, o início do seu interesse pela pesquisa. “As irmãs estimulavam a bus-ca pelo conhecimento. Uma hora por dia a gente ia até a biblioteca e pesqui-sava conteúdos vinculados às diversas disciplinas daquele ano letivo.”

Vida à pesquisa

A motivação para pesquisar iniciou anos mais tarde, no Ensino Médio, du-rante as aulas de Filosofia, na Escola Estadual Cristóvão de Mendoza. “Ti-nha uma professora de Filosofia que criava muitas dúvidas na forma de ex-por o que acontecia no mundo. Achei que isso poderia ser um incentivo para Estímulo permanente para novas pesquisas faz parte do cotidiano da professora Vania

Estímulo às descobertasadquirir um pouco de cultura”, relata a professora que, muito antes de entrar para o Ensino Superior, já conhecia au-tores como Simone de Beauvoir e Jean- Paul Sartre.

A dedicação sempre esteve pre-sente na vida de Vania, que buscou no Mestrado em Filosofia, realizado na PUC/RS entre 1974 e 1978, instrumen-tos para pesquisa. Esse era apenas o começo de uma trajetória de estudos. “Eu queria fazer pesquisa, então resolvi fazer a graduação em Ciências Sociais. Meus colegas me perguntavam por que não fiz um doutorado em Sociologia; eles não entendiam que eu queria me instrumentalizar”, conta.

Com uma forte bagagem profissio-nal, a Itália foi o destino para mais um importante passo na vida acadêmica: a realização do doutorado em História das Américas na Università degli Studi di Padova, na Itália, com uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimen-to Científico e Tecnológico (CNPq), em 1988. “Fui com marido e filhos. Estudei, durante quatro anos, a origem da mão de obra de Caxias do Sul”, lembra.

(Texto: Wagner Júnior de Oliveira)

Motivação constante

Vania, com diversos livros e arti-gos publicados, revela não ter per-dido a motivação. Prova disso são as pesquisas voltadas às migrações contemporâneas, movimento gerado pela mobilidade social, na qual as pessoas buscam melhores condi-ções de vida continuamente.

Sua próxima pesquisa buscará compreender o fluxo migratório de jovens senegaleses em Caxias do Sul. “Entender o que está acontecen-do quando chegam pode nos ajudar a prospectar os benefícios que esse tipo de movimento trará para a cida-de, já que a comunidade senegalês é formada, em sua maioria, por jo-vens”, comenta.

Com dois pós-doutorados no currículo, Vania explica que esse é um movimento antigo, pois o ser hu-mano sempre buscou condições de subsistência. “As pesquisas mostram que os fluxos migratórios continuam e trazem características interessan-tes, que dizem respeito à própria contemporaneidade”, complementa.

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Egressos

“Todos os dia eu rego o meu jar-dim.” Essa prática é realizada pelo ge-rente de produção-fabricação, Clairton Vitório Spido. O seu jardim tem cerca de 900 plantas e é totalmente diferente do que muitas pessoas possam imagi-nar. No lugar do adubo, Clairton instiga nas suas equipes a superação de seus objetivos e metas, sejam profissionais ou pessoais, na busca de atingir com segurança e qualidade a produção di-ária de mais de uma centena de imple-mentos rodoviários pela Randon Imple-mentos, de Caxias do Sul.

O jardim do executivo caxiense de 44 anos, graduado pela UCS em Tec-nologia em Automatização Industrial (hoje Automação Industrial) e Adminis-tração de Empresas, nada mais é do que o parque fabril de uma das maiores empresas da região.

A vida profissional de Clairton se iniciou cedo, aos 17 anos, logo após concluir o curso de Eletricista Geral de Manutenção, no Serviço Nacional da Indústria (Senai). Uma breve passagem por uma empresa de produção de má-quinas para a indústria petroquímica foi o impulso para o seu despertar profis-sional. “No final da experiência, fui con-vidado para integrar a equipe de manu-

tenção da Randon”, conta o executivo que ficou mais de 15 anos nessa área.

Durante esse período, ele percebeu a importância de adquirir novos co-nhecimentos. “Prestei vestibular para o curso de Engenharia Mecânica e, após alguns semestres, fiz reopção para Au-tomatização Industrial”, recorda. Ape-nas um curso de graduação não foi o suficiente para Clairton, que buscou na Administração de Empresas mais ferra-mentas para o seu dia a dia profissio-nal. “Utilizo, na gerência dos processos diários, o conhecimento da minha se-gunda graduação.”

A sua experiência aliada ao interesse em profissionalizar-se fez com que, em 2005, fosse promovido a coordenador da Ferramentaria, uma das áreas de tec-nologia e inovação do grupo Randon.

O segredo da liderança

Ter nascido no dia 1º de maio, quan-do se comemora o Dia do Trabalho, não é mera coincidência na vida de Clair-ton. Ele busca associar as funções de executivo com a sua rotina pessoal. “O segredo da liderança está baseada no equilíbrio entre família, trabalho, ami-gos, saúde e espiritualidade”, revela.

No cargo de gerente de produção-fabricação desde 2007, ele acredita que a liderança de uma equipe inicia pelo autoconhecimento, quando ocorre a gestão dos próprios processos. “De-pois de ser líder de mim, irei em busca de parceiros de trabalho para a concre-tização das metas”, enfatiza.

Ele acredita que todo o conheci-mento adquirido na Universidade foi bem-aproveitado por ter vivenciado, dentro da empresa onde trabalha há 26 anos, situações apresentadas em sala de aula. “Havia sinergia entre a teoria e a prática. Todos os meus trabalhos acadêmicos estavam ligados a situa-ções que eu presenciava na empresa. Se não tivesse esse tipo de vivência, as colocações teóricas seriam apenas teóricas.”

A disciplina entre o trabalho e o la-zer está listada nas suas tarefas diá-rias. Os momentos de lazer são muito aproveitados com a leitura de diversos gêneros ou na companhia da esposa e dos dois filhos. Com eles, recorda os tempos de infância, quando jogava bola nos campinhos de futebol do bair-ro Panazzolo e, também, o período em que foi jogador de futebol de campo.

(Texto: Wagner Júnior de Oliveira)

Na busca de mais ferramentas para o seu dia a dia profissional, Clairton cursou Tecnologia em Automatização Industrial e Administração de Empresas

A tarefa diária de regar o jardim

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No Brasil, estamos enfrentando um problema que até pouco tempo não era causa de consultas médicas e nu-tricionais: a obesidade infantil. Obser-vando os grandes inquéritos popula-cionais no Brasil nos últimos 40 anos, observamos um rápido declínio da pre-valência de desnutrição em crianças e elevação, num ritmo mais acelerado, da prevalência de sobrepeso/obesi-dade em adultos. O que preocupa no momento é também a alta prevalência de obesidade infantil. Sempre se teve a ideia de que “criança gordinha” era mais bonita, mais saudável. Hoje, os índices assustam. Em estudo realiza-do pela Secretaria Municipal de Saúde de Caxias do Sul, em 2008, foi obser-vado que mais de 1/3 das crianças estudantes das escolas municipais estavam com excesso de peso. Essa situação na infância aumenta as chan-ces de obesidade na idade adulta. Obesidade infantil também é causa de diabetes, hipertensão e dislipidemias na infância.

A etiologia da obesidade é mul-tifatorial, estando envolvidos fatores genéticos e ambientais. Entre os am-bientais, destacam-se a ingestão ener-gética excessiva e a atividade física diminuída.

Hoje em dia, as crianças ficam muito tempo realizando tarefas que não demandam gasto calórico (televisão, video-game, computador, tablets...). Muitos estudos mostram que existe uma relação direta entre o hábito de assistir à TV e o sedentarismo, pois as horas em que as crianças ficam assistindo à televisão, gastam menos calorias por não estarem praticando algum tipo de atividade física, além de serem incentivadas a consumir aqueles alimentos anunciados na TV. Dificilmente uma fruta, uma salada, um alimento integral irão seduzir os olhares de uma criança. Alimentos doces, gordurosos, altamente caló-ricos são os de maior publicidade, e, consequentemente, os preferidos pelas cr ianças. Reduzi r o tempo assistindo à televisão e aumentar o

tempo gasto na atividade física pode ser um meio de sucesso de prevenção da obesidade.

Quanto à alimentação, há uma pre-ferência por alimentos industrializa-dos – pela facilidade e pelo marketing desses alimentos. Essa preferência é visível entre as crianças, mas sofre a influência dos pais. É muito mais fácil para os pais oferecerem um pacotinho de biscoito ou um bolo recheado com o personagem do desenho animado do que preparar um bolo nutritivo para a criança. O que os pais não sabem é a quantidade de conservantes, sal, açúcar e gordura que seus filhos estão ingerindo.

Então, o que fazer com essa situ-ação? A saída é dar bons exemplos! Crianças imitam as atitudes dos pais e familiares. De nada adianta dizer que é importante comer frutas e verduras se esse não for um hábito da família. Quando possível, reúna a família dian-te da mesa, deixando a televisão para a hora de lazer. Use esse momento para incentivar uma alimentação saudá-vel. É preciso que os pais e familiares sejam criativos na apresentação dos alimentos no dia a dia, incentivando o consumo de “comida de verdade”, evitando salgadinhos industrializados, guloseimas, doces, refrigerantes, su-cos artificiais.

Quanto ao sedentarismo, o exem-plo continua sendo a melhor opção, isto é, o ideal é a prática de atividades físicas em família. Assim, é possível colaborar para que as crianças não se tornem sedentárias.

Enfim, se a família tem bons hábi-tos, a criança os incorpora com o pas-sar do tempo. Dessa forma, será pos-sível prevenir a obesidade em qualquer ciclo da vida.

E, claro, o ideal é sempre procurar a orientação de um professor de educa-ção física e de um nutricionista.

A saúde da família agradece!

Karina G. Mendes, Doutora em Endocrinologia e coordenadora do curso de Nutrição da UCS

Academia

Para prevenir a obesidade infantil

Reduzir o tempo

assistindo à televisão

e aumentar o tempo

gasto na atividade

física pode ser um

meio de sucesso

de prevenção da

obesidade”

de inverno bacharelado*licenciatura*tecnologia

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inscrições até 10/jun

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Universidade de Caxias do Sul

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