Upload
amazonas-em-tempo
View
221
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Curumim - Caderno de entretenimento do jornal Amazonas EM TEMPO
Citation preview
Nº15 Mar/2015
VAMOS CONTARA HISTÓRIA DE
CÂNDIDO PORTINARI, O CANDINHO, UM
GAROTO QUE GOSTAVADE DESENHAR!
Já repararam no desenho da folha de Tajá?
Ou na forma do girassol que impressionou
Van Gogh? E o que dizer da combinação
de cores da vitória-régia?
E olha só que pintura abstrataincrível no couro do Tucunaré!
É...Deus é mesmo um
grande artista plástico!
GRANDES PINTORES P02
RECRUTA ZERO P05
CÂNDIDO PORTINARI P03
01_08_CURUMIM.indd 1-2 27/3/2015 20:14:37
GRANDES PINTORES
2 7
EXPEDIENTE
Presidente
Otávio Ramam Neves
Diretor Execu� vo
João Bosco Araújo
Diretor de Redação
Mário Adolfo
Diretor de Criação
Marcus Vinícius
Design e Ilustração
Josiney Encarnação
Diagramação
Marcelo Robert
Uma criação Mário Adolfo Produções LTDA.Todos os direitos reservados
RECRUTA ZERO
Zero é uma espécie de “Zé Ca-rioca” do Exército americano, sempre matando serviço, bus-cando licença do quartel para
cair na gandaia e levando na conversa seu superior, o hilário Sargento Tainha. O curioso é que, quando surgiu pela primeira vez, numa tira diária em pre-to-e-branco publicada 11 de setembro de 1950, Zero era um estudante civil da Universidade Rockview. Porém, seu autor, o genial Mort Walker, mudou o cenário da historieta em 1951, quando alistou seu personagem no Exército, durante o confl ito na Coréia. O novo ambiente deu tão certo, que o recruta permaneceu no Quartel Swampy e até hoje não saiu de lá.
Além das tiras em preto-e-branco, Zero ganhou suas páginas dominicais coloridas a partir de 14 de setembro de 1952. Onze anos depois surgiu a versão
em desenho animado para TV. No Brasil, o personagem estreou
em 1952, na revista “Mão Negra”, com o nome de “Recru- t a 23”. Mas ga-nhou populari-dade nos anos 60, quando es-trelou a hoje legendária revista da RGE. Nos anos 70, foi publicado também, sob forma de livro, pela editora Saber, que mudou seu nome para “Zé, o Soldado Raso” - talvez para evitar atrito com a concorrente RGE, que também publicava Zero na época.
Recruta Zero” fez muito su-cesso no Brasil, em especial quando
era publicado pela RGE. Quando faltou material americano, a editora carioca recorreu a artistas locais para produzir
novas historietas. Entre os roteiristas desse “Zero” brazuca estava
Otacílio D’Assunção, o Ota da “Mad”.
Em 1986, por um problema técnico o Curumim deixou de circular por um perí-odo. As crianças sentiram muito e todos que gostavam do jornalzinho fi caram
frustrado quando abriam o jornal no domingo e não encontravam o Curumim. Depois de um entendimento, em janeiro de 1987, o suplemento voltou às bancas e, para der um toque de humor no retorno, Mário Adolfo publicou um quadrinho comparando o sumiço da turma com os produtos que sumiram das prateleiras, quando o Plano Cruzado, do presidente José Sarney foi pro be-leléu! Era o Curumim mais uma vez falando, de forma simples e compreensível, de política e economia com as crianças.
CURIOSIDADES
A obra Menino com Cachimbo, feita pelo pintor quando � nha 24 anos, se tornou a mais cara do mundo em 2004. Ela foi vendida em um leilão em Nova York (EUA) por 104,1 milhões de dólares. Até então, a tela de maior valor pertencia ao pintor holandês Van Gogh (Retrato do Dr. Gachet), es� mada em 82,5 milhões de dólares.
SALVADOR DALÍEm 1936, o ar� sta deu uma
palestra inteira sobre artes ves� do com uma roupa de mergulho, acompanhado de três cachorros russos. Salva-dor Dalí produziu cerca de 1.500 pinturas ao longo de sua vida. Morreu no dia 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos. O corpo do pintor está enterrado em seu museu localizado em Figueras, sua cidade natal. O
túmulo foi projetado para fi car exatamente em cima
do banheiro feminino. MICHELANGELO BUONARROTIO pai e os irmãos do pin-
tor ba� am nele por causa de
sua inclinação pelas artes. Eles achavam vergonhoso ter um ar� sta na família. Em sua obra, o ar� sta retratou prin-cipalmente o corpo humano. Para isso, estudou anatomia e dissecou cadáveres.
HENRI DE TOULOUSE�LAUTREE
Na adolescência, Toulouse-Lautree levou 2 tombos em que quebrou os ossos das 2 coxas. Isso fez sua altura estacionar em 1,55 metro. Aos 27 anos, pintou o pri-meiro cartaz para o cabaré Le Moulin Rouge e começou a ficar famoso. Ele adorava a dançarina Jane Avril e a pin-tou em vários quadros.
PABLO PICASSOPablo Diego José Francisco
de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipria-no de la San� sima Trinidad Martyr Patricio Clito Ruíz y Pi-casso nasceu em 25 de outubro de 1881 em Málaga, na An-daluzia, Espanha. Seu pai era professor de desenho. Cerca de 350 trabalhos do pintor já foram roubados, mais do que de qualquer ar� sta na história.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
JANEIRO DE 1987
G I B I TECAcando licença do quartel para
cair na gandaia e levando na conversa seu superior, o hilário Sargento Tainha. O curioso é que, quando surgiu pela primeira vez, numa tira diária em pre-to-e-branco publicada 11 de setembro de 1950, Zero era um estudante civil da Universidade Rockview. Porém, seu autor, o genial Mort Walker, mudou o cenário da historieta em 1951, quando alistou seu personagem no Exército, durante o confl ito na Coréia. O novo ambiente deu tão certo, que o recruta permaneceu no Quartel Swampy e até
Além das tiras em preto-e-branco, Zero ganhou suas páginas dominicais coloridas a partir de 14 de setembro de 1952. Onze anos depois surgiu a versão
com o nome de “Recru- t a 23”. Mas ga-nhou populari-dade nos anos 60, quando es-trelou a hoje legendária revista da RGE. Nos anos 70, foi publicado também, sob forma de livro, pela editora Saber, que mudou seu nome para “Zé, o Soldado Raso” - talvez para evitar atrito com a concorrente RGE, que também publicava Zero na época.
Recruta Zero” fez muito su-cesso no Brasil, em especial quando
novas historietas. Entre os roteiristas desse “Zero” brazuca estava
Otacílio D’Assunção, o Ota da “Mad”.
PABLO PICASSO
Michelangelo: Pietà, 1499. Basílica de São Pedro, Vaticano
01_08_CURUMIM.indd 3-4 27/3/2015 20:15:39
REPÓRTER CURUMIM
Quem não gosta de pintar e desenhar quando criança?
Todos nós, não é mesmo? Seja na escola, em casa ou até no chão da rua. Quando eu era pequeno, junto com meu amigo Simão Pessoa, passava ho-ras desenhando no chão, com palito de picolé os nossos heróis dos quadrinhos – Fantasma, Su-perman, Batman...
Mas eu gostava também de pintar. Como minha mãe não dinheiro parta comprar pincel, recolhia talos de um capim, no mato que existia lá na Cacho-eirinha. Em seguida, socava a ponta até desfiar: estava pron-to o pincel, que era molhado na água e depois na aquare-la para pintar minhas “ telas de papel” .
Minha irmã querida, Marília Aryce, até hoje guarda duas telas
minhas que pintei quando era ga-roto. Com o tempo, decidi pelas charges e quadrinhos e pelo jorna-lismo. Mas até hoje me emociono quando vejo uma tela.
Foi por tudo isso que re-solvemos fazer uma edição do Curumim sobre o grande Cân-dido Portinari, o Candinho, um garoto que gostava de pintar quando era criança e que, quan-do cresceu, virou o mais genial pintor do Brasil.
Um domingo coloridos para meus curumins e curtam a his-tória do Candinho.
6 3
Abaporu, de Tarsila do Amaral, é a tela brasileira mais valorizada no mundo. Ela custou US$ 1,5 milhão. Abaporu é um nome tupi, que signifi ca “homem que come gente”. Tarsila estava na fase antropofágica do Modernismo, que propunha deglu� r
a arte e cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil. Um dos criadores deste movimento foi o marido da pintora, o poeta Oswald de Andrade, a quem a obra foi oferecida.
A ar� sta brasileira criou Abaporu com mãos e pernas grandes para valorizar o trabalho braçal pelo qual passava a maioria dos trabalhadores do País. Em detrimento, percebe-se que a cabeça dele é bem menor que os outros membros, mostrando a desvalorização do trabalho mental na época.
O quadro Abaporu foi vendido no ano de 1995 para o argen� no Eduardo Constan� ni por 1,5 milhões de dólares e encontra-se exposto no MALBA (Museu de Arte La� no-Americana de Buenos Aires).
Em março de 2011, o Abaporu foi emprestado pelo MALBA para integrar a exposição “Mulheres, Ar� stas e brasileiras”, realizada no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília, que reuniu 80 obras do século XX, perten-centes a 49 ar� stas mulheres do Brasil. Esta inicia� va consis� u em uma homenagem ao mês da mulher.
ABAPORU, A TELA BRASILEIRA MAIS CARA NO MUNDO
Aquarela
O quadro de Tarcila do Amaral foi vendido no ano de 1995 par um argentino por 1,5 milhões de dólares
01_08_CURUMIM.indd 5-6 27/3/2015 20:16:02
Renata Pessoa nos pediu insistentemente para pu-blicarmos o desenho que ela fez em homenagem ao aniversário de sua “Vó Maria”. Renatinha, seu pedido é uma ordem. Aproveitamos para mandar um grande beijo e desejar muitos anos de vida para a Vó Maria.
Mande você também o seu desenho para o Curumim.
O Curumim continua recebendo mensagens emocionantes de novos e antigos leitores.
Mande você também a sua mensagem para o Curumim.
— Pois é, se um dia voltarmos a confeccionar a carteirinha novamente, vamos tirar a sua com o maior prazer (rsss), porque quem foi sócio do Clube do Curumim um dia, sempre será. Sabe, Marisa, é muito bom saber que você continua lendo o Curumim ao lado de seus filhotes. Man-de uma foto sua com os garotos lendo o jornalzinho que vamos publicar com o maior carinho. Obrigado pelo sorvete de Graviola.
Bom domingo e um cheiro da floresta para você e as crianças!
Querido Mário Adolfo. Fui sócia do Curumim quando era criança, em 1986, mas infelizmente nunca peguei minha carteirinha. Hoje meus domingos são mais alegres ao lado dos meus filhos, que a partir de agora também podem acompanhar o Curumim da mesma maneira que eu fiz há muitos anos.
Um abraço e um sorvete de graviola.
Mário Adolfo
Marisa Frota
CÂNDIDO PORTINARIO ministério de Meio
Ambiente da China ordenou que gover-nos locais em duas
importantes regiões produto-ras de aço tomem medidas mais duras contra usinas po-luidoras, como parte de es-forços do país para melhora da qualidade do ar.
Fiscais do ministério convo-caram prefeitos das cidades de Linyi, na pro-
víncia de Shangong, no leste do país, e de Chengde, na província de Hebei, no norte chinês, para cobrar medidas contra as usinas que violaram leis ambientais.
Treze de 15 empresas fi sca-lizadas em Linyi violaram leis ambientais. A maior parte são usinas de aço e carvão coque, com algumas tendo fornecido dados ambientais falsos.
A China colocou em vigor uma nova legislação ambiental a par� r deste ano e agora pode
impor multas ilimitadas e mesmo penas de
prisão a autori-dades do país
que não en-trarem em conformi-dade com os novos
padrões.As siderúrgi-
cas chinesas es-tão pagando atual-mente cerca de 160 iuans (26 dólares) por tonelada de aço para cumprirem as dire-trizes ambientais.
CHINA PUNE USINAS SIDERÚRGICAS POLUIDORAS
4 5
Olha só a pinta de galã de Luiz Fernan-do Torres Ribeiro, de 9 anos. Segundo a mãe, Fernandinho gosta de brincar de tudo, do futebol ao videogame, o menino não para um segundo. Ah, O Mr. Okey mandou avisar que adorou a sua motoca, Fernando!
Luiz Felipe Ribeiro Farias, 6 anos, adora brincar em parqui-nhos e também é muito fã de jo-gos eletrônicos. Mas vamos falar a verdade, o garo� nho tem cara de ser muito sapeca. Um abraço do Curumim, Luiz.
Alô, curuminzada da Amazônia. Hoje va-mos falar sobre artes plás� cas. Temos gran-
de pintores em nosso país e também aqui em Manaus, como o grande Moacir An-drade. No futuro vamos falar também do Moacir, mas, hoje contaremos a vida do genial pintor Cândido Por� nari.
Preste bem atenção, porque o Curumim vai contar tudo, � n� m por � n� m.
Era uma vez um garoto conhecido como Candinho, como era chamado pela fa-mília. Na verdade, seu nome verdadeiro era Cândido Por� -nari e nasceu de família pobre, no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui, cidade do no in-terior do Estado de São Paulo.
Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, Candi-nho cursou apenas a escola primária. Desde muito cedo, Candinho, já manifestava sua vocação ar� s� ca, e desenhava em tudo em que era possível: papel de cigarros, na areia.
Aos quinze anos de idade foi para o Rio de Janeiro estudar pintura na Escola Nacional de Belas-Artes. Em 1928 con-quistou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradi-ção acadêmica. Permaneceu morando em Paris por dois anos, retornando ao Brasil em 1931. Seu período fora do país, parece ter lhe servido de grande inspiração, passou então, a retratar nas suas obras o povo brasileiro, nossa cultura, registrando em suas
obrar um caráter inovador e moderno.
Por� nari fez parte de uma fase de grande mudança no conceito esté� co e cultural do Brasil. O trabalho de Por� nari teve também muita repercus-são e reconhecimento fora do país. Em 1948, Por� nari se auto-exilou no Uruguai, por mo� vos polí� cos. Pintou cerca de cinco mil obras, de pe-quenos esboços a gigantescos murais. Por� nari pintou qua-dros belíssimos e com temas diversos. Em suas obras é pos-sível encontrar muitos qua-dros relacionados à infância, quando ele retrata diversas brincadeiras infan� s, as crian-ças. Cândido Por� nari faleceu no dia 6 de fevereiro de 1962, ví� ma de intoxicação pelas � n-tas que u� lizava.
CÂNDIDO PORTINARI
01_08_CURUMIM.indd 7-8 27/3/2015 20:16:25
Renata Pessoa nos pediu insistentemente para pu-blicarmos o desenho que ela fez em homenagem ao aniversário de sua “Vó Maria”. Renatinha, seu pedido é uma ordem. Aproveitamos para mandar um grande beijo e desejar muitos anos de vida para a Vó Maria.
Mande você também o seu desenho para o Curumim.
O Curumim continua recebendo mensagens emocionantes de novos e antigos leitores.
Mande você também a sua mensagem para o Curumim.
— Pois é, se um dia voltarmos a confeccionar a carteirinha novamente, vamos tirar a sua com o maior prazer (rsss), porque quem foi sócio do Clube do Curumim um dia, sempre será. Sabe, Marisa, é muito bom saber que você continua lendo o Curumim ao lado de seus filhotes. Man-de uma foto sua com os garotos lendo o jornalzinho que vamos publicar com o maior carinho. Obrigado pelo sorvete de Graviola.
Bom domingo e um cheiro da floresta para você e as crianças!
Querido Mário Adolfo. Fui sócia do Curumim quando era criança, em 1986, mas infelizmente nunca peguei minha carteirinha. Hoje meus domingos são mais alegres ao lado dos meus filhos, que a partir de agora também podem acompanhar o Curumim da mesma maneira que eu fiz há muitos anos.
Um abraço e um sorvete de graviola.
Mário Adolfo
Marisa Frota
CÂNDIDO PORTINARIO ministério de Meio
Ambiente da China ordenou que gover-nos locais em duas
importantes regiões produto-ras de aço tomem medidas mais duras contra usinas po-luidoras, como parte de es-forços do país para melhora da qualidade do ar.
Fiscais do ministério convo-caram prefeitos das cidades de Linyi, na pro-
víncia de Shangong, no leste do país, e de Chengde, na província de Hebei, no norte chinês, para cobrar medidas contra as usinas que violaram leis ambientais.
Treze de 15 empresas fi sca-lizadas em Linyi violaram leis ambientais. A maior parte são usinas de aço e carvão coque, com algumas tendo fornecido dados ambientais falsos.
A China colocou em vigor uma nova legislação ambiental a par� r deste ano e agora pode
impor multas ilimitadas e mesmo penas de
prisão a autori-dades do país
que não en-trarem em conformi-dade com os novos
padrões.As siderúrgi-
cas chinesas es-tão pagando atual-mente cerca de 160 iuans (26 dólares) por tonelada de aço para cumprirem as dire-trizes ambientais.
CHINA PUNE USINAS SIDERÚRGICAS POLUIDORAS
4 5
Olha só a pinta de galã de Luiz Fernan-do Torres Ribeiro, de 9 anos. Segundo a mãe, Fernandinho gosta de brincar de tudo, do futebol ao videogame, o menino não para um segundo. Ah, O Mr. Okey mandou avisar que adorou a sua motoca, Fernando!
Luiz Felipe Ribeiro Farias, 6 anos, adora brincar em parqui-nhos e também é muito fã de jo-gos eletrônicos. Mas vamos falar a verdade, o garo� nho tem cara de ser muito sapeca. Um abraço do Curumim, Luiz.
Alô, curuminzada da Amazônia. Hoje va-mos falar sobre artes plás� cas. Temos gran-
de pintores em nosso país e também aqui em Manaus, como o grande Moacir An-drade. No futuro vamos falar também do Moacir, mas, hoje contaremos a vida do genial pintor Cândido Por� nari.
Preste bem atenção, porque o Curumim vai contar tudo, � n� m por � n� m.
Era uma vez um garoto conhecido como Candinho, como era chamado pela fa-mília. Na verdade, seu nome verdadeiro era Cândido Por� -nari e nasceu de família pobre, no dia 30 de dezembro de 1903, numa fazenda de café, em Brodósqui, cidade do no in-terior do Estado de São Paulo.
Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, Candi-nho cursou apenas a escola primária. Desde muito cedo, Candinho, já manifestava sua vocação ar� s� ca, e desenhava em tudo em que era possível: papel de cigarros, na areia.
Aos quinze anos de idade foi para o Rio de Janeiro estudar pintura na Escola Nacional de Belas-Artes. Em 1928 con-quistou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradi-ção acadêmica. Permaneceu morando em Paris por dois anos, retornando ao Brasil em 1931. Seu período fora do país, parece ter lhe servido de grande inspiração, passou então, a retratar nas suas obras o povo brasileiro, nossa cultura, registrando em suas
obrar um caráter inovador e moderno.
Por� nari fez parte de uma fase de grande mudança no conceito esté� co e cultural do Brasil. O trabalho de Por� nari teve também muita repercus-são e reconhecimento fora do país. Em 1948, Por� nari se auto-exilou no Uruguai, por mo� vos polí� cos. Pintou cerca de cinco mil obras, de pe-quenos esboços a gigantescos murais. Por� nari pintou qua-dros belíssimos e com temas diversos. Em suas obras é pos-sível encontrar muitos qua-dros relacionados à infância, quando ele retrata diversas brincadeiras infan� s, as crian-ças. Cândido Por� nari faleceu no dia 6 de fevereiro de 1962, ví� ma de intoxicação pelas � n-tas que u� lizava.
CÂNDIDO PORTINARI
01_08_CURUMIM.indd 7-8 27/3/2015 20:16:25
REPÓRTER CURUMIM
Quem não gosta de pintar e desenhar quando criança?
Todos nós, não é mesmo? Seja na escola, em casa ou até no chão da rua. Quando eu era pequeno, junto com meu amigo Simão Pessoa, passava ho-ras desenhando no chão, com palito de picolé os nossos heróis dos quadrinhos – Fantasma, Su-perman, Batman...
Mas eu gostava também de pintar. Como minha mãe não dinheiro parta comprar pincel, recolhia talos de um capim, no mato que existia lá na Cacho-eirinha. Em seguida, socava a ponta até desfiar: estava pron-to o pincel, que era molhado na água e depois na aquare-la para pintar minhas “ telas de papel” .
Minha irmã querida, Marília Aryce, até hoje guarda duas telas
minhas que pintei quando era ga-roto. Com o tempo, decidi pelas charges e quadrinhos e pelo jorna-lismo. Mas até hoje me emociono quando vejo uma tela.
Foi por tudo isso que re-solvemos fazer uma edição do Curumim sobre o grande Cân-dido Portinari, o Candinho, um garoto que gostava de pintar quando era criança e que, quan-do cresceu, virou o mais genial pintor do Brasil.
Um domingo coloridos para meus curumins e curtam a his-tória do Candinho.
6 3
Abaporu, de Tarsila do Amaral, é a tela brasileira mais valorizada no mundo. Ela custou US$ 1,5 milhão. Abaporu é um nome tupi, que signifi ca “homem que come gente”. Tarsila estava na fase antropofágica do Modernismo, que propunha deglu� r
a arte e cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil. Um dos criadores deste movimento foi o marido da pintora, o poeta Oswald de Andrade, a quem a obra foi oferecida.
A ar� sta brasileira criou Abaporu com mãos e pernas grandes para valorizar o trabalho braçal pelo qual passava a maioria dos trabalhadores do País. Em detrimento, percebe-se que a cabeça dele é bem menor que os outros membros, mostrando a desvalorização do trabalho mental na época.
O quadro Abaporu foi vendido no ano de 1995 para o argen� no Eduardo Constan� ni por 1,5 milhões de dólares e encontra-se exposto no MALBA (Museu de Arte La� no-Americana de Buenos Aires).
Em março de 2011, o Abaporu foi emprestado pelo MALBA para integrar a exposição “Mulheres, Ar� stas e brasileiras”, realizada no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília, que reuniu 80 obras do século XX, perten-centes a 49 ar� stas mulheres do Brasil. Esta inicia� va consis� u em uma homenagem ao mês da mulher.
ABAPORU, A TELA BRASILEIRA MAIS CARA NO MUNDO
Aquarela
O quadro de Tarcila do Amaral foi vendido no ano de 1995 par um argentino por 1,5 milhões de dólares
01_08_CURUMIM.indd 5-6 27/3/2015 20:16:02
GRANDES PINTORES
2 7
EXPEDIENTE
Presidente
Otávio Ramam Neves
Diretor Execu� vo
João Bosco Araújo
Diretor de Redação
Mário Adolfo
Diretor de Criação
Marcus Vinícius
Design e Ilustração
Josiney Encarnação
Diagramação
Marcelo Robert
Uma criação Mário Adolfo Produções LTDA.Todos os direitos reservados
RECRUTA ZERO
Zero é uma espécie de “Zé Ca-rioca” do Exército americano, sempre matando serviço, bus-cando licença do quartel para
cair na gandaia e levando na conversa seu superior, o hilário Sargento Tainha. O curioso é que, quando surgiu pela primeira vez, numa tira diária em pre-to-e-branco publicada 11 de setembro de 1950, Zero era um estudante civil da Universidade Rockview. Porém, seu autor, o genial Mort Walker, mudou o cenário da historieta em 1951, quando alistou seu personagem no Exército, durante o confl ito na Coréia. O novo ambiente deu tão certo, que o recruta permaneceu no Quartel Swampy e até hoje não saiu de lá.
Além das tiras em preto-e-branco, Zero ganhou suas páginas dominicais coloridas a partir de 14 de setembro de 1952. Onze anos depois surgiu a versão
em desenho animado para TV. No Brasil, o personagem estreou
em 1952, na revista “Mão Negra”, com o nome de “Recru- t a 23”. Mas ga-nhou populari-dade nos anos 60, quando es-trelou a hoje legendária revista da RGE. Nos anos 70, foi publicado também, sob forma de livro, pela editora Saber, que mudou seu nome para “Zé, o Soldado Raso” - talvez para evitar atrito com a concorrente RGE, que também publicava Zero na época.
Recruta Zero” fez muito su-cesso no Brasil, em especial quando
era publicado pela RGE. Quando faltou material americano, a editora carioca recorreu a artistas locais para produzir
novas historietas. Entre os roteiristas desse “Zero” brazuca estava
Otacílio D’Assunção, o Ota da “Mad”.
Em 1986, por um problema técnico o Curumim deixou de circular por um perí-odo. As crianças sentiram muito e todos que gostavam do jornalzinho fi caram
frustrado quando abriam o jornal no domingo e não encontravam o Curumim. Depois de um entendimento, em janeiro de 1987, o suplemento voltou às bancas e, para der um toque de humor no retorno, Mário Adolfo publicou um quadrinho comparando o sumiço da turma com os produtos que sumiram das prateleiras, quando o Plano Cruzado, do presidente José Sarney foi pro be-leléu! Era o Curumim mais uma vez falando, de forma simples e compreensível, de política e economia com as crianças.
CURIOSIDADES
A obra Menino com Cachimbo, feita pelo pintor quando � nha 24 anos, se tornou a mais cara do mundo em 2004. Ela foi vendida em um leilão em Nova York (EUA) por 104,1 milhões de dólares. Até então, a tela de maior valor pertencia ao pintor holandês Van Gogh (Retrato do Dr. Gachet), es� mada em 82,5 milhões de dólares.
SALVADOR DALÍEm 1936, o ar� sta deu uma
palestra inteira sobre artes ves� do com uma roupa de mergulho, acompanhado de três cachorros russos. Salva-dor Dalí produziu cerca de 1.500 pinturas ao longo de sua vida. Morreu no dia 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos. O corpo do pintor está enterrado em seu museu localizado em Figueras, sua cidade natal. O
túmulo foi projetado para fi car exatamente em cima
do banheiro feminino. MICHELANGELO BUONARROTIO pai e os irmãos do pin-
tor ba� am nele por causa de
sua inclinação pelas artes. Eles achavam vergonhoso ter um ar� sta na família. Em sua obra, o ar� sta retratou prin-cipalmente o corpo humano. Para isso, estudou anatomia e dissecou cadáveres.
HENRI DE TOULOUSE�LAUTREE
Na adolescência, Toulouse-Lautree levou 2 tombos em que quebrou os ossos das 2 coxas. Isso fez sua altura estacionar em 1,55 metro. Aos 27 anos, pintou o pri-meiro cartaz para o cabaré Le Moulin Rouge e começou a ficar famoso. Ele adorava a dançarina Jane Avril e a pin-tou em vários quadros.
PABLO PICASSOPablo Diego José Francisco
de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipria-no de la San� sima Trinidad Martyr Patricio Clito Ruíz y Pi-casso nasceu em 25 de outubro de 1881 em Málaga, na An-daluzia, Espanha. Seu pai era professor de desenho. Cerca de 350 trabalhos do pintor já foram roubados, mais do que de qualquer ar� sta na história.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
JANEIRO DE 1987
G I B I TECAcando licença do quartel para
cair na gandaia e levando na conversa seu superior, o hilário Sargento Tainha. O curioso é que, quando surgiu pela primeira vez, numa tira diária em pre-to-e-branco publicada 11 de setembro de 1950, Zero era um estudante civil da Universidade Rockview. Porém, seu autor, o genial Mort Walker, mudou o cenário da historieta em 1951, quando alistou seu personagem no Exército, durante o confl ito na Coréia. O novo ambiente deu tão certo, que o recruta permaneceu no Quartel Swampy e até
Além das tiras em preto-e-branco, Zero ganhou suas páginas dominicais coloridas a partir de 14 de setembro de 1952. Onze anos depois surgiu a versão
com o nome de “Recru- t a 23”. Mas ga-nhou populari-dade nos anos 60, quando es-trelou a hoje legendária revista da RGE. Nos anos 70, foi publicado também, sob forma de livro, pela editora Saber, que mudou seu nome para “Zé, o Soldado Raso” - talvez para evitar atrito com a concorrente RGE, que também publicava Zero na época.
Recruta Zero” fez muito su-cesso no Brasil, em especial quando
novas historietas. Entre os roteiristas desse “Zero” brazuca estava
Otacílio D’Assunção, o Ota da “Mad”.
PABLO PICASSO
Michelangelo: Pietà, 1499. Basílica de São Pedro, Vaticano
01_08_CURUMIM.indd 3-4 27/3/2015 20:15:39
Nº15 Mar/2015
VAMOS CONTARA HISTÓRIA DE
CÂNDIDO PORTINARI, O CANDINHO, UM
GAROTO QUE GOSTAVADE DESENHAR!
Já repararam no desenho da folha de Tajá?
Ou na forma do girassol que impressionou
Van Gogh? E o que dizer da combinação
de cores da vitória-régia?
E olha só que pintura abstrataincrível no couro do Tucunaré!
É...Deus é mesmo um
grande artista plástico!
GRANDES PINTORES P02
RECRUTA ZERO P05
CÂNDIDO PORTINARI P03
01_08_CURUMIM.indd 1-2 27/3/2015 20:14:37