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Custo de Produção de Mudas de Seringueira em Bancada Suspensa e Substrato Marli Dias Mascarenhas Oliveira – IEA Elaine Gonçalves – Pólo de Colina Paulo Brito - CDA Silvana Margatho- Assessoria Técnica SAA Barretos – 23/11/2017

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Custo de Produção de Mudas de Seringueira em Bancada Suspensa e Substrato

Marli Dias Mascarenhas Oliveira – IEA Elaine Gonçalves – Pólo de Colina

Paulo Brito - CDA Silvana Margatho- Assessoria Técnica SAA

Barretos – 23/11/2017

Considerações Iniciais

Estado de São Paulo pioneiro e inovador no emprego de novas tecnologias agrícolas

Maior produtor de borracha natural do País, respondendo por cerca de 54% do total produzido

de borracha no Brasil (IEA, 2017)

Produtividade e rentabilidade seringais manejo adequado

Produção de mudas de qualidade fator essencial para o sucesso da implantação da cultura

Investimento de longo prazo

As boas práticas agrícolas iniciam-se nos viveiros, desde a escolha das sementes até sua

comercialização

A publicação da Instrução Normativa nº 29 em 05 de agosto de 2009, pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), alertou para a alta incidência de nematóides e

para a baixa qualidade genética e vegetativa das mudas de seringueira comercializadas.

O Estado de São Paulo editou a Resolução Estadual SAA nº 23, de .26 de junho de 2015, em

atendimento à citada Instrução Normativa Federal com a finalidade:

• promover um salto tecnológico no sistema de produção de mudas

• na qualidade dos seringais paulistas e,

• colaborar para o sucesso da atividade.

No estado de São Paulo, desde 2013, este tipo de muda vem sendo produzida por alguns

viveiristas

Objetivo

Caracterizar o sistema de produção de muda

suspensa em bancada

Elaborar matrizes de exigências físicas de fatores de

produção para mudas de seringueira em viveiro de

bancada suspensa e substrato

Estimar e avaliar o custo de produção e indicadores

de rentabilidade

Avaliar o custo de implantação de seringueira com a

tecnologia de mudas em bancadas suspensas e

substrato

Metodologia

Elaborou-se uma matriz de coeficientes técnicos, a partir do

levantamento efetuado junto ao produtor

A metodologia de custo de produção foi a do Instituto de

Economia Agrícola (IEA), definida como Custo Operacional

(Matsunaga et al, 1976)

Análise utilizada foi a desenvolvida por MARTIN et al. (1998), que

procura reunir os componentes de custos agregando-os de tal

forma a permitir uma análise detalhada dos mesmos

Metodologia Custo operacional efetivo (COE): são as despesas efetuadas com mão-

de-obra, operações de máquinas/equipamentos e veículos e materiais

consumidos ao longo do processo produtivo e ciclo da cultura e dos

encargos sociais (40% sobre o valor da despesa com mão de obra),

adubos. Corretivos, defensivos agroquímicos e materiais necessários

para a condução da cultura.

Os itens de investimento inicial foram rateados pelo período de 5 anos.

Custo operacional total (COT): é o custo operacional efetivo acrescido

da depreciação de máquinas, juros de custeio (8,75% a. a) e assistência

técnica.

Os preços dos fatores de produção utilizados foram coletados na região

produtora e referem-se ao mês de maio de 2017.

Custo

Operacional

Efetivo

COE

Despesas

Com

Materiais

Pagamentos de Salários Mão de obra

(Comum e Tratoristas)

Despesas

Com

Operações

Custo

Operacional

Total

COT

Gastos Com Máquinas, Equipamentos e

Implementos (óleo, graxa, reparo, etc).

Depreciação de Máquinas

Depreciação do seringal

Fiscal

Assistência técnica

Juros Bancários

CSSR

Sementes, Fertilizantes, Corretivos,

Defensivos, Sacarias, etc.

Custo

Operacional

Total

Custo Operacional

Encargos Sociais

Viveiro com capacidade de produção de 10.000 plantas

sistema de bancadas em concreto armado

capacidade duas sacolas plásticas por bancada 18 x 35 x 0,16 (material

virgem).

sementes do porta-enxerto GT-1

substrato de casca de pinus (textura fina+ )

sacolas plásticas foram enchidas com substrato de casca de pinus (textura

média)

plantas atingiram 12 mm de diâmetro a 10 cm do colo da planta foi realizada

enxertia

enxertia foi realizada na época recomendada (novembro a janeiro), utilizando-

se mão-de-obra especializada foi considerado 20% de perdas

clone utilizado - RRIM - 600 e borbulhas verdes

Vinte e um dias após a enxertia foi realizada a retirada do fitilho e poda das

mudas e nestas etapas foi considerado mais 10% de perdas. Ou seja, dos

10.000 cavalinhos semeados

foram comercializadas 7.200 mudas de seringueira

Caracterização do sistema de produção

Tabela 1. Custo Operacional de produção e participação percentual dos itens componentes do

custo de produção de mudas de seringueira em bancada suspensa e substrato, produção de

10.000 mudas, região noroeste do estado de São Paulo, maio de 2017

Valor % %

Item R$ COE COT

Mão de obra diarista 3.920,00 13,8 13,2

Mão de obra comum 4.321,20 15,2 14,5

Mão de obra tratorista 1,57 0,0 0,0

Operação de máquinas 13,04 0,0 0,0

Substrato 6.760,00 23,7 22,7

Semente 700,00 2,5 2,4

Borbulha 2.700,00 9,5 9,1

Enxertia 3.200,00 11,2 10,8

Adubo 892,62 3,1 3,0

Defensivos 145,11 0,5 0,5

Materiais 4.100,80 14,4 13,8

Encargos Sociais 1.729,11 6,1 5,8

Custo Operacional Efetivo 28.483,45 100

Depreciação de máquinas 7,80 0,0

Assistência Técnica 250,00 0,8

Encargos Financeiros 996,92 3,4

Custo Operacional Total 29.738,17 100

Custo Operacional Efetivo (COE)

Fonte: Elaborado a partir dos dados de custo de produção da tabela 1.

Mão de obra Diarista 14%

Mão de obra comum 15%

Mão de obra tratorista 0%

Operação de máquinas 0%

Substrato 24%

Semente 2%

Borbulha 10%

Enxertia 11%

Adubo 3%

Defensivos 1%

Materiais 14%

Encargos Sociais 6%

Custo operacional Total (COT)

Fonte: Elaborado a partir dos dados de custo de produção da tabela 1.

Mão de obra Diarista 13%

Mão de obra comum 15%

Mão de obra tratorista 0%

Operação de máquinas 0%

Substrato 23%

Semente 2%

Borbulha 9%

Enxertia 11%

Adubo 3%

Defensivos 0%

Materiais 14%

Encargos Sociais 6%

Depreciação de máquinas 0%

Assistência Técnica 1%

Encargos Financeiros 3%

Valor

Item R$

Mão de obra diarista 0,54

Mão de obra comum 0,60

Mão de obra tratorista 0,00

Operação de máquinas 0,00

Substrato 0,94

Semente 0,10

Borbulha 0,38

Enxertia 0,44

Adubo 0,12

Defensivos 0,02

Materiais 0,57

Encargos Sociais 0,24

Custo Operacional Efetivo 3,96

Depreciação de máquinas 0,00

Assistência Técnica 0,03

Encargos Financeiros 0,14

Custo Operacional Total 4,13

Tabela 2. Custo operacional de produção de mudas de seringueira em bancada com

substrato, para o rendimento de enxertia de 70% (7.200 mudas), região noroeste de São

Paulo, maio de 2017

Fonte: Elaborado a partir dos dados de custo de produção da tabela 1.

Fonte: Elaborado a partir dos dados de custo de produção da tabela 1.

Tabela 3. Comparativo de custo de produção por muda dos percentuais de

aproveitamento das mudas no viveiro. Região noroeste do Estado de São Paulo,

maio de 2017

Custo Rendimento

de 70% 80% 85%

Produção unidade

Número de mudas

7.200 8.100 8.550

COE (R$) 3,96 3,52 3,33

COT (R$) 4,13 3,67 3,48

Tabela 4. Indicadores de rentabilidade para diferentes rendimentos na enxertia e

preços de venda da muda, região noroeste de São Paulo, maio de 2017

Rendimento

70% 80% 85%

Preço de venda

Indicador R$ 6,00 R$ 7,00 R$ 6,00 R$ 7,00 R$ 6,00 R$ 7,00

Receita bruta R$/ha 43.200,00 50.400,00 48.600,00 56.700,00 51.300,00 59.850,00

Margem bruta (COE) % 51,7 76,9 70,6 99,1 80,1 110,1

Margem Bruta (COT) % 45,3 69,5 63,4 90,7 72,5 101,3

Ponto de equilíbrio (COE) u 4.747 4.747 4.747 4.747 4.747 4.747

Ponto de equilíbrio (COT) u 4.956 4.956 4.956 4.956 4.956 4.956

Lucro operacional R$ 13.461,83 20.661,83 18.861,83 26.961,83 21.561,83 30.111,83

Índice de lucratividade % 31,2 41,1 38,8 47,6 42 50,3

Fonte: Elaborado a partir dos dados de custo de produção das tabelas 1 e 3.

Como fica o custo de implantação?

• Na operação de recepção de mudas (peso da muda=1kg)

– Descarregamento – menos 40% do tempo

– Distribuição de mudas: menos 40% do tempo

• Plantio: menos 20% do tempo

• Replantio menos de 1% de perda

• Considerou-se taxa de pegamento de 100%

Participação Percentual dos Itens Componentes do Custo de Produção para a Cultura da

Seringueira, Sistema de Produção D4, Produção para produção de 2.800 kg de Coágulo, Hectare,

Região de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, em R$ de SETEMBRO DE 2017

Muda de bancada suspensa

Valor % %

Item R$ COE COT

Mão-de-obra comum 2.558,41 16,5 14,6

Mão-de-obra tratorista 2.002,13 12,9 11,5

Operação de máquinas 6.186,37 39,9 35,4

Mudas 2.475,00 16,0 14,2

Adubo 265,24 1,7 1,5

Defensivos 188,27 1,2 1,1

Encargos Sociais 1.824,22 11,8 10,4

Custo Operacional

Efetivo 15.499,64 100

Depreciação de

máquinas 1.206,66 6,9

Assistência Técnica 250,00 1,4

Encargos Financeiros 526,99 3,0

Custo Operacional

Total 17.483,29 100

Valor % %

Item R$ COE COT

Mão-de-obra comum 2.398,99 15,3 13,6

Mão-de-obra tratorista 1.975,77 12,6 11,2

Operação de máquinas 6.105,23 38,9 34,6

Mudas 3.000,00 19,1 17,0

Adubo 265,24 1,7 1,5

Defensivos 188,27 1,2 1,1

Encargos Sociais 1.749,90 11,2 9,9

Custo Operacional

Efetivo 15.683,40 100

Depreciação de

máquinas 1.194,01 6,8

Assistência Técnica 250,00 1,4

Encargos Financeiros 533,24 3,0

Custo Operacional

Total 17.660,65 100

Muda Convencional

Mão-de-obra comum

16%

Mão-de-obra tratorista

13% Operação de

máquinas 40%

Mudas 16%

Adubo 2%

Defensivos 1%

Encargos Sociais

12%

Mão-de-obra comum

15%

Mão-de-obra tratorista

12%

Operação de máquinas

36%

Mudas 14%

Adubo 1%

Defensivos 1%

Encargos Sociais

11%

Depreciação de máquinas

6%

Assistência Técnica

1%

Encargos Financeiros

3%

Mão-de-obra comum

15% Mão-de-obra

tratorista 13%

Operação de máquinas

39%

Mudas 19%

Adubo 2%

Defensivos 1%

Encargos Sociais 11%

Mão-de-obra comum 14%

Mão-de-obra tratorista

11%

Operação de máquinas

35%

Mudas 17%

Adubo 1%

Defensivos 1%

Encargos Sociais 10%

Depreciação de máquinas

7%

Assistência Técnica 1%

Encargos Financeiros 3%

Muda Convencional Muda de Bancada

Participação Percentual dos Itens Componentes do Custo de Produção para a Cultura da Seringueira, Sistema de Produção D4, Produção para

produção de 2.800 kg de Coágulo, Hectare, Região de São José do Rio Preto, Estado de São Paulo, em R$ de SETEMBRO DE 2017

Custo de Implantação e formação de seringal por Hectare, região de São José do Rio Preto, estado

de São Paulo, setembro de 2017

Muda Convencional Muda de Bancada

Ano da Custo Operacional

formação Efetivo Total

R$

Implantação 15.683,40 17.660,65

2º 1.765,54 2.216,96

3º 2.064,99 2.535,55

4º 1.590,18 2.037,79

5º 1.923,16 2.358,63

6º 1.177,53 1.537,87

Custo

Implantação 24.204,81 28.347,45

7º 8.658,21 10.041,64

8º 8.426,69 9.837,62

9º 8.972,23 10.435,26

10º 9.364,96 10.857,05

TOTAL 59.626,90 69.519,03

Ano da Custo Operacional

formação Efetivo Total

R$

Implantação 15.499,64 17.494,27

2º 1.765,54 2.216,96

3º 2.064,99 2.535,55

4º 1.590,18 2.037,79

5º 1.923,16 2.358,63

6º 1.177,53 1.537,87

Custo

Implantação 24.021,05 28.181,07

7º 8.658,21 10.036,24

8º 8.426,69 9.832,22

9º 8.972,23 10.429,85

10º 9.364,96 10.851,65

TOTAL 59.443,14 69.331,03

Considerações Finais

Custos intangíveis não mensurados neste estudo;

Vantagens ergonômicas

Qualidade

Sanidade das mudas e seringal

Custo do manejo de pragas e doenças

Uniformidade do seringal

Produtividade

São Paulo como exportador de tecnologia

OBRIGADA!

Marli Dias Mascarenhas Oliveira [email protected] www.iea.sp.gov.br - [email protected]